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Prosrama Intesrado de Pós-Sraduação em Biolosia
Tropical e Recursos Naturais - PIPG BTRN
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ECOLOGIA DE RIZÓB3A EM CONDIÇÕES ACIDAS E DEBAIXA FERTILIDADE DA AMAZÔNIA
Francisco Adilson dos Santos Hara
TESE DE DOUTORADO
Manaus - AM
2003
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
-S»
ECOLOGIA DE RÍZOBIA EM CONDIÇÕES ÁCIDAS E DE
BAIXA FERTILIDADE DA AMAZÔNIA
biblioiec/iUa
Francisco Adilson dos Santos Hara
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Biologia Tropical e Recursos
Naturais do convênio INPA/UFAM, como
parte dos requisitos para obtenção do titulo
de Doutor em Ciências Biológicas, área de
concentração em Ecologia.
T
'iG Manaus - Amazonas
2003
oy.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
ECOLOGIA DE RIZOBÍA EM CONDIÇÕES ACIDAS E DE
BAIXA FERTILIDADE DA AMAZÔNIA
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Francisco Adilson dos Santos Mara
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio de Oliveira
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Biologia Tropical e Recursos
Naturais do convênio INPA/UFAM, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Doutor em Ciências Biológicas, área de
concentração em Ecologia.
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GX 1
Manaus - Amazonas
2003
FICHA CATALOGRAFICA
Hara, Francisco Adilson dos Santos
Ecologia de rizóbia em condições ácidas e de baixa fertilidade da
Amazônia
Manaus: INPA/UFAM, 2003
Tese de Doutorado 153 p.
1. Ecologia; 2. Acidez e Alumínio tóxico; 3. Fixação simbiòtica; 4. Solubilização de
fosfatos; 5. Nitrogênio; 6. Cálcio; 7. Micorrizas; 8. Capacidade infectiva e 9. Feijão
caupi.
CDD 19. ed. 631.46
Sinopse:
Foram avaliados vários isolados de rizóbia quanto à capacidade de tolerarem a acidez
e o alumínio tóxico. Foi verificada ainda a capacidade dos mesmos em solubilizarem o
fosfato de cálcio e de alumínio. Ainda em laboratório foram realizados experimentos
com adição de Ca para verificar se a nutrição com este nutriente torna o rizóbio mais
tolerante ao alumínio. Testes de infectividade também foram realizados em casa-de-
vegetação. Após os testes de laboratório e casa-de-vegetação, alguns isolados foram
selecionados para o trabalho de campo e verificou-se a capacidade dos mesmos em
induzirem a nodulação e fixarem nitrogênio em um solo ácido e álico da Amazônia,
Palavras-chave: Ecologia; Acidez e Alumínio tóxico; Fixação simbiòtica; Solubilização
de fosfatos; Nitrogênio; Cálcio; Micorrizas; Capacidade infectiva, Feijão caupi
Key words: Ecology, Acidity end Aluminum, Simbiotic fixation, Solubilizing phosphates,
Nitorgen, Calcium, Mycorhizas, Infective ability, Cowpea bean.
>< ■■
À minha esposa Sandra, às minhas
irmãs, Andréia, Adriana e Andressa,
aos meus pais, Américo e Fátima
dedico.
11
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - IMPA, pela oportunidade da
realização e conclusão do curso.
Ao corpo docente do Curso de Ecologia IMPA, pela atenção e pelos ensinamentos
recebidos.
Ao Dr. Luiz Antonio de Oliveira pela orientação, conselhos e ensinamentos, que me
auxiliaram bastante na confecção deste trabalho.
B A minha esposa Sandra Moreira pelas sugestões e apoio nos momentos difíceis.
Aos amigos do Laboratório de Microbiologia do Solo do IMPA: Adilson Dantas, Benedita
Corrêa, Aurino Façanha, Manoel Cursino, André Willerding e Aloísio Freitas.
Aos amigos de outros setores do IMPA: Edivaldo, Jonas Filho, Paulo Viana, Risonei,
Ivaneide Lima, Marcelo Queiroz, Jucélia Vidal, Elias, Ana, Silvinha, Tirico, Geyse,
Aos membros da Banca da Aula de Qualificação pelas sugestões
À amiga Ângela Maria, responsável pelo Laboratório de Sementes da FCA/UA pela
concessão de sementes de caupi.
Aos amigos do curso de ecologia pela agradável convivência.
A todos que de uma forma ou de outra ajudaram na realização deste trabalho.
Agradeço.
111
índice
Lista de Tabelas vi
Lista de Figuras ix
RESUMO X
ABSTRACT xi
1. introdução 12
2. Objetivos 14
2.1. Objetivo geral 14
2.2 Objetivos específicos 14
3. Revisão Bibliográfica 15
3.1. Características da população humana 15
3.2. Características dos solos regionais, iimitações de uso e altemafivas 15
3.3. Ecologia de rízóbia 17
4. Referências Bibliográficas 21
5. Artigos Científicos 24
5.1.características fisiológicas e ecológicas de isolados de rizóbios
ORIUNDOS DE SOLOS ÁCIDOS E ÂLICOS DA AMAZÔNIA. 24
RESUMO 24
ABSTRACT 25
5.1.1. Introdução 26
5.1.2. Material e Métodos 28
5.1.3. Resultados e Discussão 36
5.1.4. Conclusões 70
5.1.5. Referências Bibliográficas 71
5.2. EFEITO DO CÁLCIO SOBRE A CAPACIDADE DE ISOLADOS DE RIZÓBIA TOLERAREM
AO ALUMÍNIO TÓXICO 76
RESUMO 76
ABSTRACT 77
5.2.1. Introdução 78
5.2.2. Material e Métodos 80
5.2.3. Resultados e Discussão 83
5.2.4. Conclusões 88
5.2.5. Referências Bibliográficas 89
5.3. AVALIAÇÃO DE ISOLADOS DE RIZÓBIA NA SIMBIOSE COM O FEIJÃO CAUPI {Vigna
unguiculata L. Walp.) EM UM LATOSSOLO AMARELO ÁCIDO E ÃLICO 92RESUMO 92
ABSTRACT 93
5.3.1. Introdução 94
5.3.2. Material e Métodos 96
5.3.3. Resultados e Discussão 105IV
5.3.4. Conclusões 123
5.3.5. Referências Bibliográficas 124
5.4.CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE ISOLADOS DE RIZÓBIA PROVENIENTES DE SOLOS
DO ESTADO DO AMAZONAS 131
RESUMO 131
ABSTRACT 131
5.4.1. Introdução 132
5.4.2. Material e Métodos 134
5.4.3. Resultados e Discussão 135
5.4.4. Conclusão 138
5.4.5. Referências Bibliográficas 139
6. Discussões e Conclusões Gerais 140
ANEXOS 144
Lista de Tabelas
Tabela 1. Valores de pH das amostras de solo utilizadas como fonte de inóculo, com seus
respectivos códigos, coletadas nas propriedades rurais do município de Presidente Figueiredo,
AM 29
Tabela 2. Valores de pH das amostras de solo utilizados como fonte de inóculo, com seus
respectivos códigos, coletadas nas propriedades rurais do município de Rio Preto da Eva, AM.
30
Tabela 3. Valores de pH das amostras de solo utilizados como fonte de inóculo, com seus
respectivos códigos, coletadas nas propriedades rurais do município de Manairão, AM 30
Tabela 4. Escala de valores para a avaliação do crescimento de rizóbia nos meios YMA (pH 6,5;
pH 4,5+AI: pH 4,5) (Oliveira & Magalhães, 1999) 33
Tabela 5. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi {V. unguiculata L. Walp) em
resposta a diferentes populações de rizóbia oriundas de solos do município do Presidente
Figueiredo, AM 37
Tabela 6. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi (V. unguiculata L. Walp) em
resposta às diferentes populações de rizóbia oriundas de solos do município do Rio Preto da
Eva, AM 39
Tabela 7. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi {V. unguiculata L. Walp)
provenientes dos inóculos de rizóbia oriundos de solos do município de Manairão, AM 41
Tabela 8. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizóbia oriundos de solos
agrícolas do município de Presidente Figueiredo, Amazonas 45
Tabela 9. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizóbia oriundas de solos
agrícolas do município do Rio Preto da Eva, Amazonas 50
Tabela 10. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizóbia oriundas de solos
agrícolas do município de Manairão, Amazonas 56
Tabela 11. Modificação do pH do meio de cultura pelos isolados de rizóbia oriundos de solos
ácidos dos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão-AM 58
Tabela 12. Capacidade de solubilização de fosfato de cálcio dos isolados de rizóbia dos solos
ácidos dos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão, AM 64
Tabela 13. Capacidade de solubilização de fosfato de alumínio dos isolados de rizóbia dos solos
ácidos dos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão, AM 66
Tabela 14. Relação dos isolados utilizados para o teste de adição de cálcio em meio de cultura,
oriundos dos experimentos de teste de tolerância á acidez e ao alumínio tóxico, com seus
respectivos graus de tolerância 80
Tabela 15. Análise química do solo da área experimental. Amostras de solo referentes a 3
blocos, correspondentes as subdivisões do local do experimento 96
Tabela 16. Lista dos isolados utilizados no experimento com as respectivas procedências 97
Tabela 17. Efeito de diferentes isolados e da adubação com N sobre o rendimento de biomassa
aérea, nodulação e produtividade de grãos do feijão caupi 107
VI
Tabela 18. Ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de cálcio e de alumínio, e fungos
micorrízicos arbusculares no sistema radicular do feijão caupi 115
Tabela 19. Efeito dos diferentes inoculantes sobre os teores de macros e micronutrientes na
parte aérea do feijão caupi {Vigna unguiculata L. Walp) 119
Tabela 20. Análise de variãncia dos dados referentes à matéria seca da parte aérea do caupi
em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de Presidente
Figueiredo, Amazonas 144
Tabela 21. Análise de variãncia dos dados referentes ao número de nódulos no sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de
Presidente Figueiredo, Amazonas 144
Tabela 22. Análise de variãncia dos dados referentes ao peso dos nódulos secos do sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município
Presidente Figueiredo, Amazonas 144
Tabela 23. Análise de variãncia dos dados referentes à matéria seca da parte aérea do caupi
em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de Rio Preto da Eva,
Amazonas 145
Tabela 24. Análise de variãncia dos dados referentes ao número de nódulos no sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de
Rio Preto da Eva, Amazonas 145
Tabela 25. Análise de variãncia dos dados referentes ao peso dos nódulos secos do sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município Rio
Preto da Eva, Amazonas 145
Tabela 26. Análise de variãncia dos dados referentes à matéria seca da parte aérea do caupi
em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de Manairão 146
Tabela 27. Análise de variãncia dos dados referentes ao número de nódulos no sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de
Manairão 146
Tabela 28. Análise de variãncia dos dados referentes ao peso dos nódulos secos do sistema
radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município de
Manairão 146
Tabela 29. Análise de variãncia dos dados referentes à matéria seca da parte aérea do caupi
em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 147
Tabela 30. Análise de variãncia dos dados referentes ao número de nódulos no sistema
radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 147
Tabela 31. Análise de variãncia dos dados referentes ao peso dos nódulos secos do sistema
radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 147
Tabela 32. Análise de variãncia dos dados referentes á produtividade de grãos do caupi em
função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 148
Tabela 33. Análise de variãncia dos dados referentes à solubilização de fosfato de cálcio na raiz
do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 148
vil
Tabela 34. Análise de variância dos dados referentes à ocorrência de solubilização de fosfato de
alumínio no sistema radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de
campo
Tabela 35. Análise de variância dos dados referentes à infecção micorrízica no sistema radicular
do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 149
Tabela 36. Análise de variância dos dados referentes à concentração de ferro na parte aérea do
caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 149
Tabela 37. Análise de variância dos dados referentes à concentração de manganês na parte
aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 149
Tabela 38. Análise de variância dos dados referentes à concentração de zinco na parte aérea do
caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 150
Tabela 39. Análise de variância dos dados referentes à concentração de zinco na parte aérea do
caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 150
Tabela 40. Análise de variância dos dados referentes à concentração de cálcio na parte aérea
do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 150
Tabela 41. Análise de variância dos dados referentes à concentração de magnésio na parte
aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 151
Tabela 42. Análise de variância dos dados referentes à concentração de potássio na parte aérea
do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo 151
Vlll
Lista de Figuras
Figura 1. Ilustração do método de riscagem proposto por Oliveira & Magalhães (1999). A figurademonstra apenas uma repetição 33
Figura 2. Valores de crescimento para os isolados de rizóbia no respectivos tratamentos em
placas de Petri com meio YMA (Oliveira & Magalhães, 1999) 33
Figura 3. Distribuição das colônias nas placas de Petri para verificação do halo de solubilização
como indicativo de solubilização de fosfatos de cálcio e de alumínio. ̂ - diâmetro 34
Figura 4. Crescimento dos isolados de rizóbia que apresentaram tolerância média com adiçãode cálcio na presença do Al tóxico 85
Figura 5. Crescimento dos isolados de rizóbia que apresentaram tolerância alta com a adição decálcio na presença do Al tóxico 86
Figura 6. Caracterização genética dos isolados tolerantes à acidez e ao Al tóxico, coletadas em
solos da Amazônia, e suas correlações com estirpes de espécies de rizóbia conhecidas 137
IX
RESUMO
Os projetos agropecuários desenvolvidos na Amazônia têm levado à
degradação do meio com conseqüente perda da biodiversidade. A maioria dos
solos da Amazônia é ácido e álico, com baixa concentração de nitrogênio e
fósforo, dois nutrientes de difícil aplicação pelos agricultores. A utilização da
simbiose leguminosa-rizòbia é uma alternativa para o desenvolvimento de uma
agricultura sustentável e de baixos insumos. Pesquisas têm mostrado que
alguns isolados de rizóbia, além de fixarem o N atmosférico, podem ainda
solubilizar fosfatos pouco solúveis existentes no solo, disponibilizando mais P
para as plantas. Apesar disso, a acidez e o alumínio tóxico podem prejudicar a
sobrevivência e a atuação desses microrganismos. A seleção de isolados de
rizóbia que sejam tolerantes a esses fatores estressantes do solo, e que além
de serem eficientes quanto à fixação do N possam ainda solubilizar o P solúvel,
é de fundamental importância para o sucesso dessa prática. Neste estudo foram
realizados experimentos para avaliar algumas características ecológicas de
populações e isolados de rizóbia de solos da Amazônia, tais como a tolerância à
acidez e ao alumínio, bem como a capacidade de solubilizar fosfato de cálcio e
alumínio. Foi realizado ainda um experimento para verificar a tolerância dos
isolados a esses fatores na presença do cálcio. Fêz-se um trabalho de campo
com o intuito de verificar a eficiência de isolados na simbiose com o caupi em
um latossolo amarelo álico. Foram obtidos diversos isolados eficientes quanto á
capacidade fixadora do nitrogênio quando em associação com o feijão caupi,
^ bem como tolerantes à acidez e alumínio tóxico e capazes de solubilizarem
fosfatos de Ca e Al. Em condições de campo, a inoculação das sementes com
alguns desses isolados proporcionou aumentos de produtividade do feijão
caupi.
Palavras-chave: Acidez, alumínio, rizóbio, nitrogênio, fósforo, caupi, fixação do
nitrogênio.
X
ABSTRACT
The farming projects developed in the Amazon have taken to the degradation of
the environment with consequent loss of biodiversity. The majority of the
Amazonian soils is acid and alie, with low concentration of nitrogen and
phosphorus, two nutriente of difficult appiication for the farmers. The use of
leguminosae-rizhobia symbiosis is an alternative for the development of a
sustainable agriculture of low input. Reaserches have showed that some isolates
of rhizobia, besides fixing the atmospheric N, can still solubilize phosphate,
availabiliting more P for the plants. Despite this, the acidity and the toxio
aluminum can cause damage to these microrganisms. The selection of tolerant
isolate of rhizobia for these soil stress factors and that besides being efficient to
fix N can still solubilize the insoluble P is of basic importance for the success of
this practical. In this study were developed experimente to evaluate some
ecological characteristics of rhizobia isolates from Amazonian soil population,
such as tolerance to acidity and to aluminum, as well as the capacity to
solubilize calcium and aluminum phosphates. It was aiso carried out na
experiment to verify the bacterial tolerance to these factors at the presence of
calcium. A field experiment was realized to verify the rizobia efficience for
nitrogen fixation in the cowpea bean on na acid and alie Oxisol. Several rizobia
isolates presented ability to fix nitrogen in association with cowpea bean, as well
as tolerant to acidity and toxic aluminum and abie to solubilize Ca and Al
phosphates. Under field conditions, seeds inoculation with some of these
isolates resulted in increases of cowpea bean productivity.
Word-key: Acidity, aluminum, rizhobia, nitrogen, phosphorus, cowpea and N
fixation.
XI
1. Introdução
Mais de 50 milhões de ha foram desmaiados na Amazônia,
principalmente para a implantação de projetos agropecuários, resultando em
perdas da biodiversidade e degradação da fauna, flora, solos e outros (INPE,
1992). Isto se deve ao fato de que pouco foi investido em pesquisa visando
definir as melhores opções de uso dos solos com relação a sistemas produtivos
sustentáveis a longo prazo e ecologicamente corretos. Se fossem bem
utilizadas, essas áreas já desmaiadas poderiam suprir todas as necessidades
regionais em produtos agrofiorestais sem ser preciso desmaiar as áreas
virgens. Esse objetivo será atingido através de pesquisas consistentes em
consonância com as características edafoclimáticas e biológicas regionais e que
gerem tecnologias que tornem a agricultura menos dependente da aplicação de
fertilizantes químicos. Nesse sentido, estudos voltados para a fixação biológica
do nitrogênio atmosférico são de fundamental importância para a região, haja
visto que esta prática pode substituir, parcial ou totalmente, os fertilizantes
nitrogenados.
Apesar da importância prática e econômica do uso da associação
leguminosa-rizóbia, são necessários mais estudos ecológicos básicos de como
os fatores químicos dos solos regionais afetam a bactéria, a planta e a simbiose
de ambos os organismos. O sucesso dessa simbiose depende, em alguns
casos, da habilidade da bactéria em superar fatores estressantes do solo,
principalmente aqueles predominantes nos solos da Amazônia, como a acidez e
alta concentração de alumínio tóxico.
Devido à diversidade de espécies, microrganismos e condições regionais,
esse tipo de estudos deve ser intensificado, para que se compreenda melhor
12
estas associações, permitindo que sejam eficazes e auxiliem na viabilidade
ecológica e econômica de sistemas agrícolas e agrofiorestais implantados na
Amazônia.
Esta tese enfatiza estudos básicos de ecologia de bactérias (rizòbia),
com o intuito de proporcionar material genético e informações científicas
capazes de resultar em aumentos no potencial da Fixação Biológica do
Nitrogênio (FBN) em leguminosas para uso em solos ácidos da Amazônia. Com
isso, aumenta-se a eficiência do uso da terra e diminui a pressão antrópica
sobre as áreas de vegetaçãoo natural.
13
7^
2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
Obter isolados de rizóbia com características ecológicas e econômicas
favoráveis com vistas ao uso em solos ácidos da Amazônia, para o aumento da
produtividade e sustentabilidade dos sistemas rurais produtivos da região.
Avaliar a tolerância de isolados de rizóbia à acidez e alumínio tóxico, bem
como verificar a sua capacidade de solubilização de fosfates e a capacidade
infectiva em feijão caupi {Vigna unguiculata (L.) Walp.).
2.2 Objetivos específicos
- Avaliar o crescimento de isolados de rizóbia na presença da acidez e do
alumínio tóxico em meio de cultura
- Verificar e quantificar a capacidade das estirpes em solubilizarem fosfato de
cálcio e fosfato de alumínio
-Verificar o efeito da adição de cálcio sobre a tolerância dos isolados em relação
ao alumínio.
- Avaliar o comportamento de isolados de rizóbia tolerantes à acidez e elevados
teores de Al, na nodulação e fixação de nitrogênio sob essas condições de solo.
- Caracterizar geneticamente os isolados utilizando-se o "primer" Box, como
seqüências conservadas e repetitivas do DNA
14
3. Revisão Bibliográfica
3.1. Características da população humana
Uma limitação regional para a implantação de sistemas mais adequados
para a região se refere às condições de vida da população rural. Os produtores
situados tanto nas áreas de terra firme como nas várzeas, geralmente possuem
tecnologia rudimentar e tradicional, onde a mão-de-obra é primariamente
familiar (Flohrschuetz & Kitamura, 1991; Noda et ai, 1997). No Estado do
Amazonas praticamente não existe atividade agrícola que responda ás
demandas das populações urbanas (SEPROR, 1991), fazendo com que a
quase totalidade dos produtos alimentares sejam importados de outras regiões
do Brasil (Noda et ai, 1997). Torna-se imprescindível, portanto, desenvolver
sistemas de uso do solo compatíveis com estas características regionais, para
que o binômio preservação do meio ambiente e auto-sustentação da população
regional seja atingido rapidamente.
7%
3.2. Características dos solos regionais, limitações de uso e alternativas
Grande parte dos solos regionais apresenta limitações que impedem os
seus usos por períodos longos, persistindo assim, na região, a agricultura
itinerante, constituindo-se em grande problema da agricultura regional. Nos
solos de terra firme, as limitações são de ordem química, pois a maioria,
classificada como Latossolos e Podzóiicos (Oxisois e Ultisois), apresenta baixa
fertilidade, alta acidez e toxidez de alumínio (Sanchez et ai, 1982; Nicholaides
et ai, 1983). Os solos de várzeas, compreendendo cerca de 5% da região,
apesar de relativamente férteis, são aptos para a produção de culturas
15
agronômicas apenas durante parte do ano, quando as águas dos rios estão nos
níveis mais baixos (Junk, 1989).
Cerca de 90% dos solos amazônicos são deficientes em nitrogênio e
fósforo (Nicholaides et al., 1983), dois elementos essenciais para a planta e de
difícil aplicação como fertilizantes pelos agricultores regionais, devido ao alto
custo e dificuldades de transporte. No entanto, alguns microrganismos do solo,
que se associam às raízes das plantas, podem torná-las menos dependentes de
adubos químicos permitindo, assim, uma economia desses insumos e ao
mesmo tempo, permitindo uma maior produtividade dos solos. Dentre esses
microrganismos estão as bactérias nodulíferas dos gêneros Rhizobium,
Sinorhizobium, Mesorhizobium, Azorhizobium e Bradyrhizobium (genericamente
designados por rizóbia), que fixam o nitrogênio atmosférico tornando-o
disponível para as plantas e para o ecossistema. Desse modo, pode haver um
aumento do potencial produtivo das plantas nestes sistemas de produção, com
baixos insumos, tornando-as bem sucedidas na região, demonstrando a
importância desses microrganismos. A utilização de plantas altamente eficientes
no uso de nitrogênio e fósforo nas condições dos solos regionais é fundamental,
Ti e esta eficiência pode estar relacionada com uma melhor associação com os
microrganismos do solo. Grande parte do nitrogênio necessário para a nutrição
das plantas pode ser obtida através da fixação biológica (Oliveira et a/., 1979).
A FBN é importante na substituição da adubação nitrogenada em
diversas partes do mundo (Bothe et a/., 1988), bem como na Amazônia (Oliveira
et aí., 1979, 1992). Diversas espécies amazônicas têm apresentado potencial
fixador do nitrogênio (Moreira et ai., 1992), mas a eficiência da associação
dessas espécies com rizóbia deve ser aumentada para que as plantas se
beneficiem adequadamente dessa simbiose. Alguns resultados regionais
16
promissores foram obtidos na área de microbiologia do solo com a soja, como
por exemplo, a estirpe de Bradyrhizobium Japonicum INPA 037, isolada de um
nódulo de soja cultivado na várzea do Ariú, Amazonas. Em estudos iniciais, esta
estirpe se mostrou eficiente, competitiva por sítios de nódulos e de boa
sobrevivência no solo (Oliveira & Vidor, 1984a, b, c, d).
Um melhor entendimento da associação rizóbia-leguminosa nas
condições de solos da Amazônia pode contribuir efetivamente para o balanço
do nitrogênio no solo e nas plantas. A eliminação de fatores limitantes no solo é
importante para que isso ocorra, uma vez que nas condições locais, o potencial
da FBN depende da capacidade das plantas em absorverem o pouco fósforo
presente no solo (Oliveira & Sylvester-Bradiey, 1982; Oliveira et ai, 1983;1992).
A bactéria fixadora de nitrogênio deve apresentar boa capacidade saprofítica
para que possa colonizar os solos regionais e contribuir, efetivamente, na
formação dos nódulos e fixação do N2 (Oliveira & Vidor, 1984d).
Ta
3.3. Ecologia de rizóbia
Vários fatores bióticos e abióticos do solo podem afetar esse
microrganismo (rizóbia), limitando assim, seus potenciais. Em condições de
terra firme da Amazônia sob floresta (Bonetti et aL, 1984) ou em áreas não
cultivadas com leguminosas, há uma baixa (ou ausente) população de rizóbia.
O baixo número de rizóbia nos solos regionais com pHs ácidos (Bonetti et al.,
1986) pode ser devido à sua baixa capacidade de sobrevivência em ambiente
ácido e elevados teores de alumínio no solo, embora possam existir também
fatores bióticos (protozoários, antibióticos e outros) capazes de afetar a
sobrevivência desse grupo de bactérias. Encontrar bactérias tolerantes a esses
17
fatores estressantes pode ser um ponto chave para o sucesso de sistemas
agroflorestais na Amazônia.
Pesquisas realizadas em outras regiões do mundo têm mostrado que a
tolerância das estirpes a baixos teores de fósforo, elevada acidez e toxidez de
alumínio (Keyser & Muns, 1979; Casmann et ai, 1981; Beck & Muns, 1985,
Bordeiau & Prévost, 1994) pode ser fundamental para suas sobrevivências em
solos ácidos e intemperizados como os de terra firme da Amazônia. Estirpes
específicas, com a capacidade de superar tais condições, precisam ser
selecionadas para uso em inoculantes (Wani et ai, 1995; Anuar, 1995).
A sobrevivência do rizóbia no solo e o crescimento na rizosfera, bem
como o estabelecimento da infecção e da nodulação, a função do nódulo e o
crescimento da planta hospedeira são afetados pela acidez do solo, e este
efeito varia entre e dentro das espécies (Howieson et ai, 1993; Wani et ai,
1995). A incidência de estirpes de rizóbia tolerantes à acidez é maior em solo
ácido do que em solo neutro (Asanuma & Ayanaba, 1990 apud Rosum et ai,
1994). Nodulação em solo com pH baixo foi observada por Rossum et ai
(1994). Isto deve-se, segundo esses autores, a uma adaptação
química/ecológica às condições do solo, ou devido ao efeito positivo da acidez
na iniciação dos nódulos. Esta adaptação pode ser utilizada em programas de
seleção, incluindo estirpes isoladas de solos onde o fator estressante
predominou (Rossum et ai, 1994).
Alguns trabalhos têm demonstrado o efeito mutagênico do Al sobre
estirpes de rizóbia. Wood (1995) detectou um aumento na síntese de DNA em
uma estirpe sensível ao alumínio. Octive et ai (1994) citam um aumento na
motilidade, diminuição do número de nódulos e aumento da resistência a
antibióticos.
18
o Al pode causar a inibição dos pêlos radiculares e da iniciação dos
nódulos (Flis et ai, 1993), bem como diminuir o peso (Igual et ai, 1997) e o
número de nódulos (Bordeiau & Prévost, 1994). A maior ênfase dos estudos
sobre o efeito do alumínio na FBN tem sido dada ao desenvolvimento do
hospedeiro. Com relação à bactéria nodulífera, os poucos estudos existentes
enfatizam a seleção de estirpes tolerantes a esse metal (Flis et ai, 1993).
Segundo estes autores, a tolerância ao alumínio parece ser uma característica
genética estável, implicando algumas diferenças bioquímicas ou fisiológicas
fundamentais entre estirpes sensíveis e tolerantes.
Diferentes estirpes de rizóbia que toleram a acidez do solo não
necessariamente são tolerantes ao alumínio (Flis et ai, 1993), apesar de
Lowendorf & Alexander (1993, apud Flis et ai, 1993) terem detectado estirpes
de R. leguminosarum bv phaseoli tolerantes à acidez e, ao mesmo tempo, a
altas concentrações de alumínio. Obviamente, se uma estirpe apresenta grau
de tolerância a baixos pHs, a sua tolerância ao alumínio na FBN é necessária
para um melhor entendimento dos efeitos fisiológicos da toxidez deste elemento
sobre o rizóbia (Flis et ai, 1993).
A utilização da calagem em solos ácidos de algumas regiões se torna
economicamente inviável devido à alta taxa de aplicação necessária e os altos
custos de transporte. Portanto, a obtenção de estirpes de rizóbia adaptadas a
solos ácidos e alta concentração de Al trocável, bem como plantas tolerantes ao
pH ácido e adaptadas à baixa fertilidade, é uma estratégia favorável (Bordeiau
& Prévost, 1994).
Stamford et ai (1997) observaram um efeito positivo do fósforo sobre a
simbiose Bradyrhizobium-Mimosa caesalpiniaefolia, quando comparado com
solo inoculado mas sem aplicação de fósforo e com o mesmo solo fertilizado e
19
sem Inoculante. Resultados semelhantes foram observados por Oliveira et ai
(1992) com soja e feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) em um Latossolo
amarelo. A deficiência de fósforo limita diretamente a nodulação pela redução
do crescimento da leguminosa e pela ação direta no processo da infecção. O
desenvolvimento dos nódulos requer fornecimento adequado de fósforo, sendo
que os nódulos acumulam mais fósforo do que as raízes (Bordeiau & Prévost,
1994).
20
4. Referências Bibliográficas
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23
5. Artigos Científicos
5.1.CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E ECOLÓGICAS DEISOLADOS DE RIZÓBIOS ORIUNDOS DE SOLOS ÁCIDOS EÁLICOS DA AMAZÔNIA.
RESUMO
Alguns isolados de rizóbia fixam o N2, e também são capazes de solubilizar
fosfates pouco solúveis, disponibilizando mais P para as plantas. Alguns fatores
como o Al tóxico e acidez dos solos podem diminuir a população desses
microrganismos. O presente trabalho avaliou a capacidade nodulífera, tolerância
á acidez e ao alumínio tóxico, bem como a capacidade em solubilizar fosfates
de Ca e de Al de isolados de rizóbia de solos ácidos oriundos de três municípios
do Estado do Amazonas (Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão).
Amostras de solo sob cultivos agrícolas foram coletadas e usadas como fonte
de inóculo no feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp). Após a nodulação,
foram obtidos alguns isolados para testes de tolerância à acidez e ao Al tóxico,
bem como para verificar a capacidade solubilizadora de fosfates. As amostras
de solo continham populações de rizóbia capazes de induzir a nodulação e
incrementar a biomassa aérea do feijão caupi em condição ácida (pH 4,5). As
populações de rizóbia contidas nas amostras de solo denominadas de INPA-
PF2, INPA-PF3, INPA-PF4, INPA-PF5, INPA-PF13, INPA-PF15, INPA-PF22,
INPA-PF24, INPA-RP7, INPA-RP10, INPA-RP9, INPA-RP8, INPA-RP1, INPA-
M10 e INPA-M4 foram as que proporcionaram aumentos significantes dos
rendimentos das plantas. Nem todos os isolados tolerantes á acidez
apresentaram tolerância ao alumínio, indicando que esse elemento é mais
limitante ao crescimento das bactérias. Os isolados de rizóbia apresentaram
distintos mecanismos de tolerância ao alumínio, como acidificação ou
alcalinização do meio e produção de exopolissacarídeos. Considerando os três
experimentos, 77 isolados (48%) solubilizaram o fosfato de cálcio, sendo que
apenas um apresentou alto índice de solubilização (INPA-PF7a). Dentre os
isolados capazes de solubilizar o fosfato de cálcio, 62 se comportaram como
precoces e 15 como tardios. Entre os isolados avaliados, 77 (48%)
apresentaram capacidade de solubilização de fosfato de alumínio. Entre esses,
15 comportaram-se como tardios e 62 como precoces
24
Palavras-chaves: íeguminosa, nitrogênio, acidez, alumínio tóxico e solubilizaçãode fosfato.
ABSTRACT
Some isolates of rhizobia fix N2 and are aiso abie to solubilize low soluble
phosphates, increasing the available P for the plants. Some soil factors as the
toxic Al and acidity may decrease the population of these microorganisms. The
present study evaluated the nodulation ability, tolerance to the acidity and toxic
aluminum, as well as the ability to solubilize Ca and Al phosphates of rhizobia
isolated from agricultural soils of tree city of the Amazonas State (Presidente
Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão). Samples of soil under agricultural
crops were collected and used as source of inocuium for the cowpea bean.
Some rhizobia isolates obtained were tested for the tolerance to the acidity and
toxic Al, as well as to verify their abilities to solubilize phosphates. The soil
samples contained rhizobia populations abIe to induce the nodulation and to
improve the aerial biomass of cowpea bean under acidity conditions (pH 4,5). In
general, the populations of rhizobia contained in the soil samples named INPA-
PF2, INPA-PF3, INPA-PF4, INPA-PF5, INPA-PF13, INPA-PF15, INPA-PF22,
INPA-PF24, INPA-RP7, INPA-RP10, INPA-RP9, INPA-RP8, INPA-RP1, INPA-
M10 and INPA-M4 provided significant increases of plant growth. Not ali the
isolates tolerant to the acidity presented tolerance to aluminum, indicating that
this element was more limitant to bacterial growth. The rizobia isolates
presented distinct mechanisms of tolerance to aluminum, as acidification or
alcalinization of the substract and exopolysaccharides production. Considering
the three experimente, 77 isolates (48%) solubilized calcium phosphate, but only
one presented high solubilization index (INPA-PF7a). Among the isolates abIe to
solubilize calcium phosphate, 62 were considered as precocious and 15 as
delayers. Among ali the isolate evaluated, 77 (48%) presented capacity to
solubilize aluminum phosphate. Among these, 15 were considered as delayers
and 62 as precocious.
Key-Words: leguminosae, nitrogen, acidity, aluminum and phosphate
solubilization.
25
5.1.1. Introdução
A acidez e a alta concentração de alumínio tóxico, juntamente com a
deficiência de N e P (Sanchez et ai, 1982; Nicholaides et ai, 1983) e o baixo
nível de capitalização do processo produtivo pela maioria dos agricultores
regionais (Noda, 1998), constituem-se em empecilhos para o desenvolvimento
de uma agricultura sustentável na Amazônia. O resultado é um aumento do
desmatamento de áreas com vegetação natural sem que a região seja auto-
suficiente em produtos básicos.
A utilização da simbiose leguminosa-rizóbia é uma das alternativas mais
promissoras para a agricultura de baixos insumos nas regiões tropicais e
subtropicais, como a região amazônica. Além da capacidade de fixar nitrogênio,
alguns isolados de rizóbia são capazes de solubilizar fosfates pouco solúveis,
disponibilizando o fósforo para as plantas como para si mesmos (Mikanova et
ai, 1995; Chabot et ai, 1998; Starkanova et ai, 1999). Vários trabalhos têm
verificado a habilidade de diferentes microrganismos em solubilizarem
compostos de fosfates de cálcio insolúveis, tais como fosfato tricálcio, fosfato
dicálcio, hidroapatita e fosfato de rocha (Goldstein, 1986) e também fosfato de
alumínio (Silva Filho & Vidor, 2000). O rizóbia, juntamente com bactérias do
gênero Pseudomonas e BaciHus, estão entre os microrganismos mais eficientes
em solubilizar fosfates inorgânicos pouco solúveis presentes no solo (Rodriguez
& Fraga, 1999).
Embora a pesquisa tenha mostrado que os rizóbias podem tornar as
plantas menos dependentes da aplicação de fertilizantes nitrogenados e
fosfatados, fatores do solo predominantes na Amazônia, como pH ácido (Bonetti
et ai, 1984; Oliveira, 1991), alta concentração de alumínio tóxico (Sanchez et
ai, 1982; Nicholaides et a/., 1983) podem diminuir a população desses
26
microrganismos no solo (Johson & Wood, 1990; Octive et al., 1984; Wood,
1995). No entanto, alguns isolados podem desenvolver mecanismos de
tolerância a esses fatores (Beck & Munns, 1985; Bordeiau & Prévost, 1994;
Mukherjee & Asanuma, 1998; Kawai etal., 2000; Watkin etal., 2000).
Apesar da importância prática e econômica do uso da associação
leguminosa-rizóbia, poucos estudos básicos foram realizados, de como os
fatores químicos dos solos regionais afetam a bactéria, a planta e a simbiose de
ambos organismos. Devido à diversidade de espécies, microrganismos e
condições regionais, esses estudos devem ser intensificados para que se
compreenda melhor estas associações, permitindo que sejam eficazes e
auxiliem na viabilidade ecológica e econômica de sistemas agrícolas e
agrofiorestais implantados na Amazônia.
A seleção de isolados de rizóbia que possuam boa capacidade infectiva,
resistência à acidez e do alumínio tóxico, e que sejam capazes de solubilizar
fosfates, é fundamental para a produção e utilização de inoculantes em
leguminosas regionais pelos agricultores, nas condições de solos
predominantes na Amazônia, objetivando a diminuição da aplicação de
fertilizantes.
Por tais motivos, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a
capacidade nodulífera, tolerância à acidez e ao alumínio tóxico, bem como a
capacidade de solubilizar fosfates de cálcio e de alumínio, de isolados de solos
ácidos.
27
%
5.1.2. Material e Métodos
5.1.2.1. Avaliação da efetividade das populações de rizóbia nas amostras
de solos
Este trabalho foi subdividido em três experimentos, cada um consistindo
de amostras de solos coletadas em três municípios do estado do Amazonas:
Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão.
As coletas de solo foram realizadas na camada de O - 20 cm, sob
cultivos agrícolas em propriedades rurais dos municípios supracitados, sendo
três repetições por cultivo (um a cinco por propriedade). Foram obtidas 72
amostras nas propriedades de Presidente Figueiredo, 36 em Rio Preto da Eva
e 30 em Manairão. Em todas as propriedades o solo foi classificado como
Latossolo amarelo, cujos valores de pH(H20) das amostras se encontram nas
Tabelas 1, 2 e 3.
Foram retiradas subamostras de solo equivalentes a 60 gramas, para
serem usadas como fonte de inóculo para avaliar a população de rizóbia das
amostras de solo. O substrato utilizado foi a areia autoclavada a 120°C por
duas horas, que foi passada para vasos esterilizados com capacidade para 3
kg de substrato. As subamostras de solo foram colocadas no centro do vaso
contendo a areia autoclavada. O experimento foi conduzido na casa de
vegetação da CPCA/INPA-V8.
A planta teste utilizada foi o feijão caupi {Vigna unguiculata L. Walp).
Foram semeadas oito sementes por vaso, procurando colocá-las em contato
com a amostra de solo para que, ao germinarem, as raízes pudessem ser
infectadas pelas populações de rizóbia presentes na mesma. No sétimo dia
após a germinação, fez-se o desbaste deixando-se três plantas por parcela
(vaso) experimental. A irrigação foi feita de acordo com a necessidade com
28
solução nutritiva (pH 4,5) modificada de Specht et al. (1956) e Smith et ai
(1983), segundo Oliveira (1988).
Tabela 1. Valores de pH das amostras de solo utilizadas como fontede inóculo, com seus respectivos códigos, coletadas nas
%
Propriedade Cultura/Solo Código dasamostras
PH (H2O)Amostras (Repetições)
1 2 3 Média
Limão INPA-PF1 5,0 5.0 5.2 5,0
Andiroba INPA-PF2 4.9 5.0 4.8 4.9
1 Coco INPA-PF3 4.5 5.0 4.6 4.7
Graviola INPA-PF4 4.8 4.6 5.2 4.9
Acerola INPA-PF5 5.4 4.9 5.0 5.1
Coco INPA-PF6 4.9 4.6 5.0 4.8
Tangerina INPA-PF7 4.6 5.0 5.5 5.0
2 Pimenta-do- INPA-PF8 3.6 5.3 4.8 4.6
Cupuaçu INPA-PF9 4.5 5.5 4.5 4.8
Manga INPA-PF10 5.3 4.5 4.4 4.7
Açaí INPA-PF11 4.6 4.5 4.6 4.5
Cupuaçu INPA-PF12 5.2 4.3 4.4 4.6
3 Urucum INPA-PF13 4.4 5.2 5.4 5.0
Pupunha INPA-PF14 4.8 4,8 4.7 4.7
Pimenta-do- INPA-PF15 4.6 4.4 4.5 4.5
Urucum INPA-PF16 4.4 4.6 4.7 4.5
4 Cupuaçu INPA-PF17 4.7 5.1 5.0 4.9
Mari INPA-PF18 4.8 4.6 4.3 4.5
Manga INPA-PF19 5.1 4.8 4.6 4.8
Jenipapo INPA-PF20 4.6 4.7 4.8 4.7
Ingá INPA-PF21 4.7 5.8 5.4 5.3
5 Coco INPA-PF22 4.7 4.7 4.8 4,7
Abacate INPA-PF23 4.6 4.9 5.9 5.1
Cupuaçu INPA-PF24 4.9 4.2 4.5 4.5
29
Tabela 2. Valores de pH das amostras de solo utilizados comofonte de inóculo, com seus respectivos códigos, coletadas nas
Propriedade Solo/Cultura Código dasamostras
pH (H2O)Amostras (Repetições)1 2 3 Média
Laranja INPA-RP1 4.5 4.5 4.5 4.5
1 Pupunha INPA-RP2 4.5 4.3 4.3 4.4
Cupuaçu INPA-RP3 4.7 4.6 4.7 4.7
Guaraná INPA-RP4 3.7 3.7 3.7 3.7
2 Manga INPA-RP5 4.3 4.3 4.3 4.3
Abacate INPA-RP6 4.5 4.5 4.5 4.5
Limão INPA-RP7 5.6 5.8 5.5 5,6
3 Cupuaçu INPA-RP8 5,8 5.9 5.8 5.8
Coco INPA-RP9 6.3 6.4 6.4 6.4
Laranja INPA-RP10 4.4 4.8 4.7 4.6
4 Graviola INPA-RP11 4.3 4.3 4.2 4.3
Cupuaçu INPA-RP12 4.4 4.4 4.4 4.4
Tabela 3. Valores de pH das amostras de solo utilizados comefonte de inóculo, com seus respectivos códigos, coletadas naspropriedades rurais do município de Manairão, AM.
Propriedade Solo/Cultura Código dasamostras
PH (H2O)Amostras (repetições)
1 2 3 Média
Cupuaçu INPA-M1 3.8 4.1 3.9 3.9
1 Coco INPA-M2 5.8 4.7 5.3 5.3
Biribá INPA-M3 5.1 4.4 4.3 4.6
2 Pupunha INPA-M4 5.8 4.7 4.6 5.0
Manga INPA-M5 3.8 4.3 3.8 4.0
3 Urucum INPA-M6 4.1 3.9 3.8 3,9
Caju INPA-M7 3.9 3.8 4.1 3.9
Açaí INPA-M8 3.9 4.0 3.9 3.9
4 Piquiá INPA-M9 3.9 3.7 3.5 3.7
5 Ingá INPA-M10 4.0 4.1 3.9 4.0
30
Para os três experimentos foi utilizado o delineamento experimental de
blocos ao acaso. Nos experimentos, foram utilizados 24, 12 e 10 fontes de
inóculos (Tabelas 1, 2 e 3), relacionados respectivamente aos experimentos dos
município de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão. Em todos foi
utilizado um tratamento testemunha (sem inoculação). Foram usadas três
repetições por tratamento, perfazendo juntamente com a testemunha (ausência
de inóculo), um total de 75, 39 e 33 parcelas experimentais para os respectivos
experimentos. Para verificar a significância dos tratamentos foi realizada a
análise de variância pelo teste F-Snedecor (5 e 1 %) e, para as características
que tiveram efeitos significativos das populações (fontes de inóculos), foi
realizado o teste de Tukey (5%) para se verificar a diferença entre tais
tratamentos relacionados aos experimentos 1 (Presidente Figueiredo) e 2 (Rio
Preto da Eva) e Duncan (5%) para o experimento 3 (Manairão). Os dados
referentes ao número de nódulos foram transformados para Raiz (X + 0,5).
No período da floração, as plantas foram cortadas à altura do colo e
levadas para secar a 60°C até peso constante em estufa de secagem para
determinação da matéria seca da parte aérea (MSPA). As raízes foram
coletadas para determinação do número de nódulos (NN), os quais foram
levados à estufa a 60°C para determinação do peso dos nódulos secos (PNS).
5.1.2.2. Isolamento de rlzóbla e teste de tolerância à acidez e ao alumínio
tóxico
Após o término dos experimentos de infectividade e eficiência das
populações (fontes de inóculos), foram selecionados das plantas dos
respectivos tratamentos, os maiores nódulos com coloração intensa
avermelhada (indicando atividade fixadora de nitrogênio) para obtenção de
31
novos isolados, baseado na metodologia de Somasegaran & Hobem (1985).
Foram obtidos de 3 a 5 nódulos por tratamento e de cada nódulo foi obtido um
isolado de rizóbia, que foi repicado para o meio YMA (Vincent, 1970), com pH
6,5 em placa de Petri. Os isolados foram purificados e armazenados em tubos
de ensaio contendo o YMA à temperatura de 28°C, com suas respectivas
identificações. Cada isolado foi colocado para crescer novamente em placas de
Petri em meio YMA (pH 6,5) para, depois, serem repicados para os meios
contendo os tratamentos específicos do experimento.
Os tratamentos utilizados foram meios YMA com pH 4,5; pH 4,5 + 2,0
cmolc A.L'^ e pH 6,5, sendo que o alumínio foi aplicado na forma de AICI3.
Foram feitas quatro repetições para cada meio, sendo duas repetições por
placas de Petri. Com o objetivo de verificar a alteração do pH do meio pelas
bactérias, em função da alteração da cor do meio, foi acrescentado o corante
indicador bromocresol verde nos meios com pH 4,5 e pH 4,5 + Al e, no meio
com pH 6,5, foi acrescentado o azul de bromotimol,
Para a avaliação foi utilizado o método de riscagem proposta por Oliveira
& Magalhães (1999). Neste método, as avaliações foram feitas a cada três dias,
durante um período de 18 dias, no qual as bactérias ficaram em câmara def •'
crescimento a uma temperatura de 28°C. De acordo com o crescimento celular
nas respectivas zonas (Figura 1), foram dados valores de crescimento para
cada estirpe variando de 1 a 4 (Figura 2), podendo ter valores intermediários
entre esses extremos. Este método permite ainda, selecionar isolados a partir
da escala determinada na Tabela 4 e classificá-las de acordo com o grau de
tolerância.
32
ZONA 3
ZONA 1
ZONA 2
ZONA 4
Zona I. Uma linha, riscando-sevárias vezes em ambas
direções conforme indica aseta.
Zona 2. Quatros linhas riscadasem apenas uma direção,indicado pela seta.Zona 3 e 4. Da mesma forma
que a zona 2.
Figura 1. Ilustração do método de riscagem proposto por Oliveira & Magalhães(1999). Afigura demonstra apenas uma repetição.
%
1.00 1.25 2.00 3.00 4.00
Figura 2. Valores de crescimento para os isolados de rizóbia no respectivostratamentos em placas de Petri com meio YMA (Oliveira & Magalhães, 1999)
Tabela 4. Escala de valores para a avaliação do crescimento de rizóbianos meios YMA (pH 6,5; pH 4,5+AI; pH 4,5) (Oliveira & Magalhães1999)
Graus de tolerância Intervalos de pontuação
Sensível 1,00 -• 2,00
Mediano
«
CDO
cnT
3,00
Tolerante 3,06** ■■ 4,00
Três repetições com nota 2,0 e uma com 2,25Três repetições com nota 3,0 e uma com 3,25
33
%
5.1.2.3. Teste de solubilização de fosfates de cálcio e de alumínio
Foram realizados dois testes de solubilização, sendo um para verificar a
capacidade dos isolados em solubilizarem fosfato de cálcio e o outro para
fosfato de alumínio. Foram utilizados dois meios específicos para
solubilizadoras, sendo um para solubilizadora de fosfato de cálcio (Sylvester-
Bradley et ai., 1982) contendo 10 g de glucose, 2 g de extrato de levedura e 18
g de ágar. Foi acrescentada uma solução A contendo 5 g de K2HPO4 e 50 mL
de água e uma solução B contendo lOg de CaCb em 100 mL de água, para que
houvesse a formação do fosfato de cálcio precipitado. Em seguida, calibrou-se o
pH para 6,5. Um segundo meio para verificar a solubilização de fosfato de
alumínio, conteve 10 g de manitol, 2 g de extrato de levedura, 6 g de K2HPO4 e
18 g de ágar. Foi acrescentada uma solução contendo 5,34 g de AICI3, para
formar o precipitado fosfato de alumínio, e o pH desse meio foi calibrado para
4,5.
Os isolados de rizóbias crescidos em meio YMA (pH 6,5), foram
repicados para cada meio de solubilização de fosfates, estabelecendo-se cinco
colônias por placa, com duas placas por estirpe (Figura 3).
({) da colônia (mm) (j) do halo (mm)
Figura 3. Distribuição das colônias nas placas de Petri para verificação do halode solubilização como indicativo de solubilização de fosfates de cálcio e dealumínio. ̂ - diâmetro.
34
%
Nestes dois testes os isolados foram avaliados por um período de 18
dias, cujas medidas do diâmetro {^) dos halos de solubilização e das colônias
foram tomadas a cada três dias. A partir dessas medidas foram obtidos os
índices de Solubilização (18) para cada isolado através da fórmula: \S = ̂ Halo
(mm)/ (|) Colônia (mm) (Berraquero et ai., 1976).
Baseado nos índices de solubilização, as bactérias foram classificadas
como isolados com baixa (IS<2), média (2 < 18 < 4) e alta (I8>4) capacidade de
solubilização. De acordo com o início da solubilização, as bactérias foram
classificadas ainda como "precoces", cujo início da solubilização se deu a partir
do terceiro dia, "tardia", com início da solubilização a partir do sexto dia e "não
solubilizadoras", aquelas que não apresentaram solubilização visível até o
décimo quinto dia de avaliação.
Foi feita ainda a verificação da relação da tolerância à acidez com a
capacidade dos isolados em solubilizarem as duas formas de fosfato.
35
5.1.3. Resultados e Discussão
5.1.3.1. Infectívidade e eficiência das populações de rizóbia dos solos
Houve variação significativa entre as diferentes fontes de inóculo dos
solos quanto ao rendimento da matéria seca e nodulação do caupi nos três
experimentos de infectividade (Tabelas 5, 6 e 7).
No experimento 1, as populações de rizóbia contidas nas amostras de
solo INPA-PF2, INPA-PF3, INPA-PF4, INPA-PF5, INPA-PF13, INPA-PF15,
INPA-PF22, INPA-PF24 (resultaram em rendimentos de biomassa do caupi
estatisticamente superiores ao obtido no tratamento testemunha (Tabela 5). A
deficiência de N na testemunha foi detectada visualmente, com as plantas
apresentando clorose total da parte aérea e menor crescimento vegetal.
As populações das amostras INPA-PF1, INPA-PF5, INPA-PF10, INPA-
PF7, INPA-PF17, INPA-PF19, INPA-PF15, INPA-PF18, INPA-PF20. INPA-PF22
proporcionaram os maiores número de nódulos no experimento 1 (Tabela 5).
Dessas, apenas as populações das amostras INPA-PF1, INPA-PF3,
INPA-PF17, INPA-PF19, INPA-PF21, INPA-PF22 superaram estatisticamente a
ausência de inoculação em relação ao peso dos nódulos secos.
No experimento 1, a nodulação proporcionada pelas populações também
apresentou uma variação significativa, mas sem haver uma relação estreita com
a produção de matéria seca da parte aérea do caupi (Tabela 5), resultado
semelhante ao obtido por Brose (1994) com o trevo. A ocorrência de ganho de
matéria seca do caupi proporcionada pelas populações INPA-PF3, INPA-PF5,
INPA-PF4, INPA-PF13, INPA-PF15, mesmo na presença de uma nodulação
fraca, pode ser devido a uma maior eficiência de alguns dos isolados presentes
nos nódulos das plantas em relação às suas porcentagens de ocorrência
(Singleton & Stockinger, 1983). Foi observado ainda que nem todas as
36
populações que proporcionaram os maiores valores de número e peso dos
nódulos secos proporcionaram os maiores valores de matéria seca do caupi,
indicando que essas populações possuem diferenças na capacidade fixadora de
nitrogênio.
Tabela 5. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi (V.unguiculata L. Walp) em resposta a diferentes populações de rizóbia
Inóculos MSPAWaso (g) NN'A^aso PNS'/Vaso (mg)INPA-PF1 2,1 abcd 21 a 116,3 abINPA-PF2 2,5 abo 18 ab 61,7 abeINPA-PF3 2,5 abo 13 ab 79,0 abe
INPA-PF5 2,6 ab 20 a 88,7 abe
INPA-PF4 2,8 a 18 ab 86,0 abeINPA-PF6 2,1 bod 8 ab 61,0 abeINPA-PF7 2,2 abcd 25 a 92,3 abe
INPA-PF8 2,3 abcd 9 ab 71,0 abe
INPA-PF9 2,3 abcd 10 ab 22,7 bc
INPA-PF10 2,0 bcd 33 a 46,3 bc
INPA-PF11 1,8 cd 9 ab 36,3 bc
INPA-PF13 2,5 ab 14 ab 69,3 abe
INPA-PF12 2,2 abcd 13 ab 42,3 bc
INPA-PF14 2,3 abcd 15 ab 72,3 cbc
INPA-PF16 2,2 abcd 17 ab 91,0 abe
INPA-PF17 2,4 abcd 30 a 99,0 ab
INPA-PF19 2,3 abcd 32 a 147,7 a
INPA-PF15 2,5 abe 27 a 54,0 abe
INPA-PF18 2,0 bcd 30 a 90,7 abe
INPA-PF20 2,0 bcd 24 a 69,7 abe
INPA-PF21 2,4 abcd 22 a 112,3 ab
INPA-PF22 2,5 ab 30 a 105,0 abINPA-PF23 2,3 abcd 12 ab 65,0 abeINPA-PF24 2.6 ab 14 ab 83,7 abe
Testemunha 1,7 d 0 b 0,0 e
CV(%) 10,1 26,3 40,8
*MSPA-Matéria seca da parte aérea, *NN - Número de nódulos e **MSN-Peso dos nòdulossecos. Os dados de Nn foram transformados em Raiz (x+0,5) para a análise estatísticaMédias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Todos as fontes de inóculo do experimento 1 superaram a ausência de
inoculação em relação a nodulação. Embora as populações das amostras INPA-
37
PF3, INPA-PF4 e INPA-PF13 não tenham ocasionado uma nodulação elevada,
elas proporcionaram rendimento de matéria seca superior ao das plantas sem
nodulação (testemunha) indicando assim, alguma eficiência fixadora.
A fonte de inóculo INPA-PF 19 foi a que apresentou maior peso dos
nódulos secos, embora não tenah diferido das fontes de inóculo INPA-PF9,
INPA-PF10elNPA-PF11.
No experimento 2 (Tabela 6), as populações de rizóbia presentes nas
amostras de solo INPA-RP7, INPA-RP10, INPA-RP9, INPA-RP8, INPA-RP1 e
INPA-RP11 foram as mais eficientes, resultando em rendimentos das plantas
estatisticamente superiores ao das plantas da testemunha.
A nodulação induzida no feijão caupi por essas populações apresentou
resultados semelhantes aos observados pela produção da biomassa aérea
(Tabela 6), com apenas algumas variações. Uma dessas exceções é a
população de rizóbia da aamostra INPA-RP6, que proporcionou um elevado
número de nódulos, mas que apresentaram tamanhos pequenos, evidenciados
pelo pouco peso dos mesmos, sugerindo, devido à pouca biomassa das plantas
(iguais estatisticamente à das plantas do tratamento testemunha), que a
eficiência relativa dessa população em fixar o nitrogênio atmosférico foi baixa.
A população de rizóbia proveniente do solo INPA-RP12 do experimento 2
foi a que induziu o menor número de nódulos, embora estatisticamente não
tenha diferida dos inóculos INPA-RP11, INPA-RP5 e INPA-RP4 e tenha sido
superada pelos demais inóculos (Tabela 6). Todos os inóculos oriundos da
propriedade 3 apresentaram altos valores de matéria seca dos nódulos, embora
o teste de média tenha mostrado que eles se equiparam estatisticamente aos
inóculos INPA-RP10, INPA-RP1 e INPA-RP3 (Tabela 6). Van Rossum et al.
(1994) observaram a formação de um grande número de nódulos em solos
38
ácidos que, no entanto, tiveram seu desenvolvimento por tempo limitado, não
proporcionando um aumento significativo do peso dos nódulos.
Tabela 6. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi {V.unguiculata L. Walp) em resposta às diferentes populações de rizóbiaoriundas de solos do município do Rio Preto da Eva, AM.
Inóculos MSPA^^Cg/vaso) NN*/vaso MSN*(mg/vaso)
INPA-RP7 6,34 a 34 a** 187,3 a
INPA-RP10 5,44 ab 37 a 171,2 ab
INPA-RP9 5,75 ab 38 a 166,8 abe
INPA-RP8 5,05 ab 37 a 126,5 abcd
INPA-RP1 4,86 abe 46 a 117,6 abcd
INPA-RP3 3,44 bcde 28 ab 94,8 abcde
INPA-RP11 4,21 abcd 15 abe 89,2 bcdef
INPA-RP5 2,58 de 19 abe 76,3 cdef
INPA-RP2 3,54 bcde 24 ab 76,2 cdef
INPA-RP4 3,59 bcde 17 abe 70,4 def
INPA-RP6 3,67 bcde 31 a 65,4 def
INPA-RP12 2,30 de 5 bc 14,5 ef
Testemunha 1,68 e Oc Of
C.V (%) 10,6 26,3 32,0
*MSPA-Matéria seca da parte aérea, NN - Número de nódulos e MSN-Peso dos nódulos secos**Dados transformados em Raiz (x+0,5) para a análise estatísticamédias seguidas da mesma letra na coluna nâo diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
O inóculo INPA-RP9 proporcionou rendimento de matéria seca da parte
aérea do caupi cerca de quatro vezes superior à testemunha (Tabela 6). Os
inóculos coletados na propriedade 3 são oriundos de amostras de solos com
valores médios de pH variando entre 5,6 - 6,5 (Tabela 2). Como o pH utilizado
no experimento foi de 4,5, pode ser o indicativo de que embora as bactérias
existentes nesses inóculos estivessem adaptadas a um pH mais próximo da
neutralidade, elas apresentaram mecanismos de adaptação à acidez. Esse
resultado foi confirmado pelo teste de tolerância com estirpes oriundas dos
39
nóduios desse tratamento, pois os isolados selecionados da propriedade 3
apresentaram, aos 18 dias de avaliação, tolerância média (3,00) a alta (4,00) em
relação ao pH 4,5 em condições de placa de Petri (Tabela 9). Geralmente os
isolados de solos mais ácidos são mais tolerantes à acidez do que estirpes que
não se encontram nesta condição, conforme foi observado por Graham et ai
(1982), Lowendorf & Alexander (1983) Vargas & Graham (1988) e Cline &
Senwo (1994). Ramos et ai (1987) observaram que apenas 17% das estirpes
isoladas de solos que sofreram calagem apresentaram tolerância à acidez. Isso
reforça as observações de Van Rossum et al (1994) de que a seleção de
estirpes para uma nodulação eficiente em condições adversas do solo é mais
bem realizada com estirpes que foram naturalmente expostas a esses estresses.
Todos os inóculos que proporcionaram os maiores valores médios de
número e matéria seca dos nóduios, também proporcionaram maiores
rendimentos de biomassa no caupi, no experimento 2 (Tabela 6). Neste
experimento, o estudo de correlação mostrou que o rendimento de matéria seca
do caupi esteve correlacionado com a nodulação, havendo uma maior
correlação com o peso dos nóduios (r=0,85) do que com o número de nóduios
(r=0,72). Isto indica que a nodulação neste experimento foi primordial para o
rendimento de biomassa do caupi e que a eficiência simbiótica dos inóculos foi
semelhante. Este resultado diverge daquele obtido por Brose (1994), no qual o
peso dos nóduios secos não influenciou o rendimento de matéria seca do trevo.
Com relação aos dados obtidos no experimento 3 (Tabela 7), observou-
se que as populações de rizóbia das amostras de solo INPA-M10 e o INPA-M4
foram as que proporcionaram rendimentos de matéria seca significativamente
superior à testemunha. As fontes de inóculo INPA-M7 e INPA-M9 não foram
40
capazes de ocasionar nodulação no caupi, Indicando ausência de população de
rizóbia compatível com essa leguminosa nessas amostras de solo.
As populações de rizóbia que ocasionaram maiores números de nòdulos
tenderam a proporcionar maiores valores de peso dos nòdulos secos no
experimento 3 (Tabela 7). Foi detectada uma correlação significativa entre o
número e peso dos nòdulos (r=0,74**). Embora não tenha sido detectada
correlação significativa entre a matéria seca do caupi e os parâmetros de
nodulação, observa-se, na Tabela 7, que houve uma tendência dos inòculos
que proporcionaram maior número e peso dos nòdulos secos proporcionarem
maior rendimento de biomassa aérea.
Tabela 7. Rendimento de matéria seca e nodulação do feijão caupi (V.unguiculata L. Walp) provenientes dos inòculos de rizóbia oriundos de solosdo município de Manairão, AM.
inòculos MSPA*(g/vaso) NN*/vaso MSN*(mg/vaso)
INPA-M7 1,63 bc 0 c Od
INPA-M9 1,75 bc 0 c Od
INPA-M4 2,02 ab 33 a 106 a
INPA-M10 2,10a 37 a 92 ab
INPA-M1 1,78 bc 12 ab 54 bc
INPA-M2 1,86 bc 18 ab 62 abe
INPA-M3 1,84 bc 20 a 73 abe
INPA-M8 1,55 c 11 ab 34 cd
INPA-M5 1,46 c 36 a 49 bcd
INPA-M6 1,84 bc 14 ab 33 Cd
Testemunha 1,50 b Oc Od
C.V (%) 11 54 59
Os dados de NN foram transformados em Raiz (x+0,5) para a análise estatísticaMédias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.
Ao se analisar os três experimentos em conjunto, observou-se que nos
experimentos 1 e 3 o rendimento de matéria seca da parte aérea do caupi foi
muito baixo em todos os tratamentos (Tabelas 5 e 7). No experimento 2, os
rendimentos proporcionados pelas populações de rizóbia estatisticamente
41
superiores foram satisfatórios, chegando a superar a testemunha cerca de 3 a 4
vezes mais em termos de rendimento de biomassa aérea (Tabela 6).
Ao se analisar as tabelas 3 e 7, nota-se que os inóculos oriundos de
solos com pH abaixo de 4 (3,7 a 3,9) ocasionaram menores quantidades de
nódulos ou não induziram nodulação na raiz do caupi. Isto pode indicar que
atividade dos ions H+, nesse intervalo de pH, esteja limitando totalmente a
sobrevivência dos rizóbias nas condições naturais, conforme relatado em
pesquisa realizada por Bordeiau & Prévost (1994).
As diferenças de rendimento entre os tratamentos que receberam
inoculação (diferenças fixadoras de nitrogênio entre as populações de rizòbia) no
experimento 1 e 3 foram pequenas, de 1,8 a 2,8 g/vaso e 1,86 a 2,10,
respectivamente (Tabelas 5 e 7).
A baixa eficiência de fontes de inóculo em proporcionar aumento de
matéria seca pode estar relacionada com a baixa capacidade de fixação do N2 na
parte aérea da cultura, que também está relacionada com a baixa nodulação
proporcionada pelos isolados oriundos das amostras de solos, conforme foi
observado com as populações das amostras de solo oriundas do município de
^ Presidente Figueiredo (Tabela 5) e Manairão (Tabela 7).
5.1.3.2. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico
Na Tabela 8 pode ser observado que, entre os 88 isolados oriundos dos
nódulos coletados do experimento de infectividade com amostras de solo de
Presidente Figueiredo, 45,5% (40 isolados) apresentaram alto crescimento,
21,5% baixo e 33% crescimento médio, no pH 6,5. Todos os isolados coletados
dos solos de Rio Preto da Eva apresentaram alto crescimento no pH 6,5 com
42
exceção do isolado INPA-RP9a, que apresentou crescimento médio (Tabela 9).
Além disso, os isolados INPA-M1b, INPA-M1c, INPA-M4c, INPA-M3d, INPA-
M5b e INPA-M5d apresentaram escores de crescimento menores que três no
pH 6,5, bem como na presença da acidez e do alumínio tóxico (Tabela 10) nos
18 dias de crescimento. Isto indica que algum fator, excluindo o pH, deve ter
interferido no crescimento desses isolados. O baixo crescimento no meio
padrão é um indicativo de que os isolados apresentam dificuldades de
adaptações ao meio de cultura, sendo uma característica indesejável para
indicá-los como inoculantes.
A acidez afetou o crescimento dos isolados e as respostas variaram entre
os mesmos, cujo crescimento aumentou com o tempo de exposição (Tabela 8, 9
e 10), da mesma forma como foi observado por Brockwell etal. (1995) e Oliveira
& Magalhães (1999). Foi verificado que 25% dos isolados (22) do experimento
com amostras de solo de Presidente Figueiredo apresentaram escore de
crescimento acima de três (Tabela 8) no pH 4,5, o que permite inferir que estes
isolados são tolerantes á acidez, sendo que 14 deles foram tolerantes também
ao alumínio.
^ Entre os isolados de Presidente Figueiredo, foi detectado que 24% dos
mesmos apresentaram tolerância média em relação à acidez, com escore de
crescimento variando de 2,06 a 3,00. A sensibilidade à acidez foi apresentada
por 51% dos isolados, os quais apresentaram baixos escores de crescimento
(1,00 a 2,00) (Tabela 8). O isolado oriundo do solo agrícola do Rio Preta da Eva,
INPA-RPIIc comportou-se como sensivel até o 18° dia no pH 4,5 (Tabela 4),
demonstrando comportamento diferente das outras estirpes, indicando que esta
estirpe é sensível à acidez. A exposição de isolados de rizòbia à acidez diminui
o crescimento, sugerindo que alguns processos citoplasmáticos da bactéria são
43
extremamente sensíveis à acidez (Hungria & Vargas, 2000). Na presença da
acidez há uma diminuição da síntese de proteínas pelas bactérias, o que
também pode afetar o crescimento bacteriano, tendo em vista que as proteínas
têm função estrutural nos organismos (Aarons & Graham, 1991).
ij
44
.cs**
Tabela 8. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizóbia oriundos de solos agrícolas do município dePresidente Figueiredo, Amazonas.
Dias após a repícagem
Isolados3° Dia 6° Dia 9° Dia 12° Dia 15° Dia 18° Dia
pH 4.5 pH 6,5 PH 4,5+AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4.5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4.5 pH 6,5 pH 4.5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4.5+ AI
pH 4,5 pH 6.5 pH 4.5+ AI
INPA-PF1a 1,00 1,13 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00
INPA-PF1b 2,00 2,25 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00
INPA-PF1C 2,50 2,00 2,00 2,50 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
INPA-PF2a 1.75 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00
INPA-PF2b 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 3,00 1,00 2,00 3,00 1,00 2,00 3,00 1,00
INPA-PF2C 1,00 1,00 1,00 2,00 3,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00
INPA-PF3a 1,63 2,50 2,13 2,00 3,00 2,38 2,25 3,00 3,00 2,25 3,00 3,03 2,25 3,00 3,03 2,25 3,00 3,03
INPA-PF3b 3,25 3,00 3,00 3,25 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00
INPA-PF3C 3,00 3,50 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00
INPA-PF3d 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF4a 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,13 2,00 2,00 3,25 2,00 2,13 3,25 2,50 2,13 3,25 2,50
INPA-PF4b 2,50 2,50 2,50 3,00 2,50 2,50 3,00 2,50 3,00 3,00 3,25 2,50 3,00 3,25 2,50 3,00 3,25 2,50
INPA-PF4C 2,00 2,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 3,00 2,00
INPA-PF5a 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF5b 2,00 2,50 2,00 2,00 2,75 3,00 2,50 3,00 3,00 2,50 3,00 3,13 2,50 3,00 3,13 2,50 3,00 3,13
INPA-PF5C 1,00 2,00 1,50 1,00 2,75 1,50 1,00 2,50 2,50 1,00 2,50 2,50 1,00 2,50 2,50 1,00 2,50 2,50
INPA-PF5d 1,00 2,50 2,00 1,00 2,50 2,00 1,50 2,50 3,00 1,50 2,50 3,00 1,50 2,50 3,00 1,50 2,50 3,00
INPA-PF5e 2,50 3,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50
INPA-PF6a 1,50 2,50 1,25 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00
INPA-PF6b 1,00 1,00 1,00 2,00 2,00 1,50 2,25 3,00 2,00 2,88 3,00 2,50 3,38 3,00 3,00 3,38 3,00 3,00
INPA-PF6C 1,00 1,00 1,00 1,13 1,00 1,13 1,13 1,25 1,13 1,25 1,38 1,25 1,13 2,00 1,25 1,13 2,00 1,25
45
Tabela 8. Continuação...
Dias após a repicagem
Isolados3° Dia 6° Dia 9° Dia 12° Dia 15° Dia 18° Dia
pH 4.5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ A1
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
INPA-PF7a 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,13 1.75 2,13 2,00 2,13 2,63 2,50 2,50 3,00 3,00 2,50 3,00 3,00
INPA-PF7b 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-PF7C 1,50 3,00 2,50 2,00 3,00 2,50 2,50 3,50 3,00 2,50 4,00 4,00 2,50 4,00 4,00 2,50 4,00 4,00
INPA-PF8a 2,88 4,00 3,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4.00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF8b 1,00 2,00 1,00 1,00 2,50 2,00 2,00 3,00 2,00 2,00 4,00 2,50 2,00 4,00 2,50 2,00 4,00 2,50
INPA-PF8C 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 3,50 2,00 1,00 3,50 2,00 1,00 3,50 2,00
INPA-PF9a 1,00 2,25 1,00 1,00 2,38 1,00 1,00 2,63 1,13 1,00 2,75 1,75 1,00 2,75 2,75 1,00 2,75 2,75
INPA-PF9b 3,25 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF9C 1,00 1,00 1,00 1,00 1,13 1,00 1,00 2,00 1,13 1,00 2,00 1,69 1,00 2,00 2,38 1,00 2,00 2,38
INPA-PF10a 1,00 1,00 1,00 1,00 1,50 1,50 2,00 2,50 2,00 2,00 4,00 3,00 2,00 4,00 3,00 2,00 4,00 3,00
INPA-PF10b 1,50 2,00 1,50 3,00 4,00 2,50 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00
INPA-PF10C 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 3,00 1,00 1,00 3,00 1,00 1,00 3,00 1,00
INPA-PFIIa 1,00 2,00 1.25 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 4,00 2,00
INPA-PF11b 2,00 3,00 3,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00
INPA-PF11C 3,25 4,00 3,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF12a 1,63 1,50 1,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00
INPA-PF12b 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,13 2,00 2,00 2,13 2,00 2,00 2,25 2,00 2,00 2,25 2,00 2,00 2,25
INPA-PF12C 2,00 2,00 3,00 2,25 2,50 3,00 2,25 3,13 3,13 2,25 3,13 3,13 2,25 3,13 3,13 2,25 3,13 3,13
INPA-PF12d 2,00 2,00 2,00 1,63 1,88 2,00 1,63 2,00 2,25 1,75 2,00 2,25 2,00 2,00 2,25 2,00 2,00 2,25
INPA-PF13a 1,00 1,50 1,00 1,00 1,50 1,00 1,00 2,50 1,13 1,00 2,50 1,13 1,00 2,50 1,13 1,00 2,50 1,13
INPA-PF13b 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 3,25 1,00 1,25 3,38 2,00 2,00 3,50 3,00 2,00 3,50 3,00
INPA-PF13C 1,00 1,50 1,00 2,00 2,13 1,25 2,00 3,00 2,00 2,75 3,50 2,00 3,50 4,00 2,00 3,50 4,00 2,00
INPA-PF13d 1,00 1,00 1,00 1,00 1,75 1,13 1,00 2,00 1,50 1,16 2,50 1,50 1,25 3,00 1,50 1,25 3,00 1,50
46
Tabela 8. Continuação...
Dias após a repicagem
Isolados3° Dia 6° Dia 9° Dia 12° Dia 15° Dia 18° Dia
pH 4.5 pH 6.5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4.5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4.5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
INPA-PF14a 1,00 2,00 1,00 1,88 2,00 1.75 2,00 2,50 2,00 2,50 2,75 2,50 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
INPA-PF14b 1,00 1,00 1,00 2,00 2,25 1,75 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00
INPA-PF14C 1,00 1,00 1,00 2,00 3,00 1,00 2,00 3,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00
INPA-PF15a 1,00 2,13 1,25 2,00 2,63 2,00 2,00 3,63 2,13 2,63 3,75 3,13 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00
INPA-PF15b 2,63 2,50 3,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF15C 1,50 2,00 1,50 2,81 2.75 3,13 3,13 3,38 3,63 3,13 3,38 3,63 3,13 3,75 3,63 3,13 3,75 3,63
INPA-PF16a 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00
INPA-PF16b 1,00 2,00 1,00 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50 2,00 2,00 2,50
INPA-PF16C 1,00 1,00 1,00 1,56 2,00 2,00 1,81 2,50 2,00 2,75 4,00 2,25 3,13 2,50 2,25 3,13 2,50 2,25
INPA-PF16d 1,25 1,25 1,00 2,00 3,00 1,00 2,50 3,25 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00
INPA-PF17a 1,00 1,13 1,00 1,00 4,00 2,00 1,00 4,00 2,00 1,00 4,00 2,00 1,00 4,00 2,00 1,00 4,00 2,00
INPA-PF17b 1,00 1,00 1,00 1,00 3,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-PF17C 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,75 1,00 1,00 1,88 1,00 1,00 1,88 1,00 1,00 1,88 1,00
INPA-PF17d 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00
INPA-PF18a 1,00 2,50 1,00 1,00 2,50 1,00 2,00 2,50 1,50 2,00 2,50 1,50 2,00 2,50 1,50 2,00 2,50 1,50
INPA-PF18b 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,63 1,00 1,00 1,63 1,00 1,00 1,63 1,00 1,00 1,63 1,00
ÍNPA-PF18C 2,00 2,00 2,00 2,13 2,13 2,13 2,38 2,25 2,25 2,38 2,50 2,13 2,38 2,50 2,50 2,38 2,50 2,50
INPA-PF18d 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1,25 1,00
INPA-PF18e 1,00 1,25 1,00 1,00 2,63 1,00 1,00 3,25 1,00 1,00 3,25 1,00 1,00 3,50 1,00 1,00 3,50 1,00
INPA-PF19a 1,00 1,00 1,00 1,00 1,50 1,00 1,13 1,88 1,00 1,50 2,00 1,00 1,50 2,00 1.25 1,50 2,00 1,25
INPA-PF19b 1,00 1,50 1,00 4,00 3,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00
INPA-PF19C 1,00 1,00 1,00 1,50 1,88 1,00 2,00 3,13 1,50 2,63 3,50 2,50 3,38 4,00 3,50 3,38 4,00 3,50
INPA-PF19d 1,00 1,00 1,00 1,50 2,00 1,63 2,00 3,00 1,13 2,50 3,06 1,25 3,00 3,13 1.25 3,00 3,13 1,25
47
Tabela 8. Continuação.
Dias após a repicagem
Isolados3° Dia 6° Dia 9° Dia 12° Dia 15° Dia 18° Dia
pH 4,5 pH 6,5 PH 4,5+ AI
pH4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6.5 pH 4.5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
pH 4,5 pH 6,5 pH 4,5+ AI
INPA-PF20a 1,13 2,00 1,00 2,00 2,00 2,25 2,00 2,00 2,25 2,13 2,00 2,25 2,13 2,00 2,25 2,13 2,00 2,25
INPA-PF20b 1.75 3,00 2,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF20C 1,63 2,00 2,25 2,38 2,38 2,63 2,38 2,38 2,63 3,00 2,50 3,00 3,00 2,50 3,00 3,00 2,50 3,00
INPA-PF20d 1,00 1,13 1,00 1.75 1,38 1,00 1.75 1,38 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00
INPA-PF20e 2,88 2,38 2,25 3,00 2,63 2,63 3,00 2,63 2,63 3,00 2,75 3,00 3,00 2,75 1,00 3,00 2,75 1,00
INPA-PF21a 1,25 1,00 1.75 2,25 2,00 2,50 2,25 2,13 3,00 2,50 2,25 3,00 2,50 2,25 3,00 2,50 2,25 3,00
INPA-PF21b 1,00 1,50 1,13 1,00 2,00 2,00 1,13 2,00 2,00 1,25 2,00 2,13 1.25 2,00 2,13 1,25 2,00 2,13
INPA-PF21C 2,00 2,13 1,50 2,00 1,63 2,25 2,00 1,63 2,25 2,13 2,13 2,25 2,13 2,13 2,25 2,13 2,13 2,25
INPA-PF21d 1,00 2,00 1,00 1,00 3,50 1,00 1,00 3,50 1,00 1,00 3,50 1,00 1,00 3,50 1,00 1,00 3,50 1,00
INPA-PF21e 1,00 2,50 1,00 1,00 2,50 1,00 1,25 2,50 1,00 1.25 2,50 1,00 1,25 2,50 1,00 1,25 2,50 1,00
INPA-PF22a 1,00 2,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-PF22b 1,00 2,00 1,00 2,00 2,25 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,75 2,50 2,50 3,00 2,50 2,50 3,00
INPA-PF22C 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00
INPA-PF22d 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF22e 1.25 4,00 1,50 4,00 4,00 2,50 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00
INPA-PF23a 1,00 1,50 1,13 1,00 2,00 1,50 2,00 2,50 2,00 2,00 3,00 3,00 2,00 3,00 3,00 2,00 3,00 3,00
INPA-PF23b 2,00 2,00 2,38 2,25 2,25 2,88 2,38 2,63 3,25 2,63 2,50 3,13 2,63 2,50 3,13 2,63 2,50 3,13
INPA-PF23C 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-PF24a 2,00 1,50 4,00 2,00 2,00 3,25 2,00 2,00 3,50 2,00 2,00 3,50 2,00 3,00 4,00 2,00 3,00 4,00
INPA-PF24b 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
INPA-PF24C 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00 1,00 2,00 2,00
48
Aos 18 dias de avaliação no experimento 2, 33 estirpes (92%) se
comportaram como tolerantes ao pH 4,5, sendo que 15 apresentaram escore de
crescimento maior ou igual ao apresentado no pH 6,5 (Tabela 9). Ramos et ai
(1987) detectou 75% de isolados tolerantes ao pH 4,6 oriundos de solo ácido. A
habilidade de diminuir o pH pode ter afetado algum mecanismo de tolerância da
estirpe INPA-RP12a, pois esta foi a única entre as tolerantes do experimento 2,
que apresentou escore de crescimento maior que 3 somente no 18° dia de
avaliação, coincidindo com o resultado obtido por Oliveira & Magalhães (1999) com
a estirpe INPA 046. No experimento 3, observou-se que 57% das estirpes foram
tolerantes à acidez. A tolerância ao pH ácido em rizóbia depende da habilidade em
manter o pH intracelular entre 7,2 e 7,5 quando o pH externo é ácido (Graham et
ai, 1994).
Neste mesmo experimento, do total de 36 estirpes, 15 apresentaram-se
como tolerantes ao pH 4,5 já no terceiro dia de avaliação (Tabela 9). O tempo de
crescimento pode também ser usado para a seleção, tendo em vista que os
isolados que na presença da acidez apresentaram maiores escores de crescimento
em menor período de tempo podem ser considerados como mais tolerantes a esse
fator estressante do meio. Resultado semelhante foi encontrado com os isolados
INPA 048, 078 e 671, que apresentaram estabilização de crescimento máximo no
nono dia de avaliação (Oliveira & Magalhães, 1999). Tal fato foi observado com os
isolados INPA-M2a, INPA-M4b, INPA-M5a e INPA-MIOc (Tabela 10).
49
Tabela 9. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizòbia oriundas de solos agrícolas do município do Rio Pretoda Eva, Amazonas.
Dias após a riscagem nas placas
Estirpe3°.Dia 6 "Dia
(0
Qo
o>
12° Dia 15° Dia 18° Dia
pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5
+ AI
pH 6,5 PH
4,.5
pH 4,5
+ AI
pH 6,5 PH
4.5
pH 4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4.5 pH4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5
+ AI
INPA-RP1a 3,00 3,00 1,00 3,00 3,20 1,00 3,00 3,13 1,13 3,06 3,31 2,00 3,06 3,31 2,00 3,06 3,31 2,00
INPA-RP1b 3,00 3,00 1,00 3,22 3,13 1,75 3,22 3,13 1,98 3,22 3,13 2,19 3,50 3,06 2,21 4,00 3,00 2,25
INPA-RP1C 3,63 3,00 1,50 4,00 3,00 3,00 4,00 3,00 3,19 4,00 3,00 3,38 4,00 3,00 3,44 4,00 3,00 3,50
INPA-RP2a 2,00 3,00 1.75 2,25 3,13 2,38 2,50 3,23 2,38 2,50 3,31 2,38 2,78 3,31 2,69 3,06 3,31 3,00
INPA-RP2b 4,00 2,70 1,00 4,00 2,90 1,00 4,00 2,80 1,00 4,00 3,19 1,00 4,00 3,19 1,81 4,00 3,20 1,81
INPA-RP2C 1,31 1,50 1,00 2,06 1,50 1,00 3,63 2,00 2,00 3,80 2,25 2,00 3,80 2,25 1,94 3,80 2,25 1,94
INPA-RP3a 3,00 3,38 2,00 3,38 3,25 2,00 3,38 3,38 2,00 3,38 3,50 2,25 3,38 3,50 2,25 3,43 3,50 2,00
INPA-RP3b 4,00 3,44 2,50 4,00 3,44 2,63 4,00 3,53 2,69 4,00 3,88 2,75 4,00 3,94 2,88 4,00 4,00 3,00
INPA-RP3C 4,00 3,50 2,00 4,00 3,63 2,00 4,00 3,50 2,00 4,00 3,38 2,00 4,00 3,38 2,13 4,00 3,38 2,25
INPA-RP4a 3,00 2,19 1,00 3,25 3,44 2,00 3,63 3,44 2,13 4,00 3,44 2,25 4,00 3,44 2,25 4,00 3,44 2,25
INPA-RP4b 3,50 3,20 1,00 3,50 3,20 1,25 3,50 3,50 1,52 3,50 3,50 1,52 4,00 4.0 1,70 4,00 4,00 1,73
INPA-RP4C 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,80 4,00 4,00 2,50 4,00 4,00 2,50 4,00 4,00 2,75 4,00 4,00 2,80
INPA-RP5a 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00
INPA-RP5b 3,38 3,56 2,00 3,44 4,00 2,00 3,50 4,00 2,38 3,50 4,00 2.75 3,53 4,00 2,81 3,56 4,00 2,88
INPA-RPõc 3,35 3,00 1,13 3,63 3,50 1,94 3,63 3,53 2,22 3,63 3,56 2,50 3,63 3,56 2,66 3,63 3,56 2,81
INPA-RP6a 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3.10 4,00 4,00 3,63 4,00 4,00 3.63
INPA-RP6b 3,25 3,00 1,00 3,38 3,44 1,00 3,50 3,50 1,13 3,63 3,56 1,25 3,69 3,47 1,25 3,75 3,38 1.25
INPA-RP6C 4,00 3,00 1,19 4,00 3,25 1.75 4,00 3,38 1,94 4,00 3,50 2,13 4,00 3,50 2,13 4,00 3,56 2,25
50
Tabela 09 Continuação...Dias após a riscagem nas placas
Estirpe 3 Dia 6 Dia 9 Dia 12 Dia 15 Dia 18 Dia
pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4,.5 pH 4,5
+ AI
pH 6,5 pH 4,5 pH 4.5
+ AI
pH 6,5 pH 4,5 pH4,5
+ AI
pH 6,5 PH 4,5 pH 4,5
+ AI
INPA-RP7a 3,31 3,00 2,00 3,38 3,00 2,56 3,41 3,06 2,69 3,44 3,13 2,81 3,44 3,13 2,81 3,44 3,13 2,88
INPA-RP7b 4,00 3,06 1,44 4,00 3,13 2,81 4,00 3,13 2,81 4,00 3,13 2,81 4,00 3,13 2,81 4,00 3,13 2,81
INPA-RP7C 4,00 4,00 1,38 4,00 4,00 2,10 4,00 4,00 2,25 4,00 4,00 2,20 4,00 4,00 2,89 4,00 4,00 2,38
INPA-RP8b 3,00 3,00 1,50 3,00 3,00 2,00 3,00 3,06 2,00 3,00 3,13 2,00 3,38 3,34 2,00 3,75 3,56 2,00
INPA-RP8C 3,25 3,00 2,50 3,31 3,00 2,38 3,50 3,00 2,31 3,69 3,00 2,25 3,84 3,00 2,38 4,00 3,00 2,50
INPA-RP9a 3,00 2,94 1,00 3,00 3,25 1,00 3,00 3,19 1,00 3,00 3,13 1,00 3,00 3,13 1,00 3,00 3,13 1,00
INPA-RP9b 3,25 3,00 1,25 3,38 3,00 1,75 3,34 3,03 1,88 3,38 3,06 2,00 3,38 3,06 2,00 3,38 3,06 2,00
INPA-RP9C 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,06 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00 4,00 4,00 2,00
INPA-RP10b 3,60 3,40 1,25 4,00 4,00 1,20 4,00 4,00 1,19 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 1,00
INPA-RP10b 4,00 2,88 1,00 4,00 2,88 1,00 4,00 2,97 1,00 4,00 3,06 1,00 4,00 3,06 1,00 4,00 3,06 1,00
INPA-RPIOc 1,50 1,25 1,00 4,00 2,38 1,00 4,00 3,19 1,13 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 1,25
INPA-RP11a 3,20 4,00 2,30 4,00 4,00 2,25 4,00 4,00 3,12 4,00 4,00 3,38 4,00 4,00 2,61 4,00 4,00 3,38
INPA-RP11b 3,00 2,63 1,50 3,06 2,75 2,00 3,52 2,75 2,25 4,00 2,75 2,50 4,00 2,75 2,75 4,00 2,75 3,00
INPA-RP11C 1,44 1,06 1,00 2,88 2,75 1,00 3,44 2,75 1,00 3,19 2,75 1,00 3,19 2,75 1,00 3,19 1,75 1,00
INPA-RP12a 3,56 2,50 1,44 4,00 2,50 1,69 4,00 2,53 1,63 4,00 2,75 1,56 4,00 2,97 1,94 4,00 3,19 1.75
INPA-RP12b 3,40 3,00 2,50 3,40 3,00 2,13 3,50 3,50 2,50 4,00 4,00 2,88 4,00 4,00 2,90 4,00 4,00 2,63
INPA-RP12C 3,00 2,00 1,00 3,50 2,69 1,00 3,75 2,75 1,00 4,00 2,88 1,00 4,00 2,94 1,00 4,00 3,00 1,00
51
A modificação da coloração do meio com pH 6,5 de verde azulado para
amarelo por 66% dos isolados (58) do experimento 1, por todos os isolados do
experimento 2 e 3 (Tabela 11) indicou acidificação do meio. Tal fato acontece
devido ao produto final oriundo da metabolização dos compostos de carbono pelas
bactérias. Entre os isolados que acidificaram o meio de cultura pH 6,5 no
experimento 1 (Tabela 8), 38 apresentaram escore de crescimento abaixo de 3
(Tabela 8), indicando que a diminuição do pH pode estar afetando o crescimento
dessas bactérias, embora as mesmas sejam oriundas de solos ácidos (Tabela 1).
No experimento 2 o meio com pH 4,5 apresentou a mudança de coloração
de azul para verde claro, indicando um efeito de acidificação (Tabela 11), com
exceção dos meios com a presença de duas estirpes tolerantes, a INPA-RP8a e
INPA-RP4a, ambas tolerantes á acidez (Tabela 9). Esta capacidade de acidificar o
meio pode ser o indicativo de que essas estirpes estejam muito bem adaptadas ao
hábitat onde essas condições predominam. Este fato também foi confirmado peio
teste em pH 6,5, no qual também houve acidificação do meio (Tabela 11).
Os resultados mostraram que o alumínio foi mais limitante que a acidez
(Tabelas 8, 9 e 10), conforme as observações de Lesueur et al. (1993), Brose
(1994) e Mukherjee & Asanuma (1998). O crescimento dos isolados nos meios
aumentou com o tempo de exposição, sendo que, do total de 88 isolados do
experirmento 1, apenas 23% (20 estirpes) apresentaram escores de crescimento
maiores que três no 18° dia de crescimento, demonstrando-se tolerantes a esse
metal (Tabela 8).
No experimento 2, apenas os isolados INPA-RPIc, INPA-RP6a e INPA-
RPIIa apresentaram crescimento maior que 3 na presença do alumínio tóxico no
52
período de 18 dias, enquanto que 16 apresentaram tolerância média e 17 foram
sensíveis (Tabela 9). No experimento 3, todos os isolados que apresentaram
sensibilidade ao alumínio também se comportaram dessa maneira em relação ao
pH 4,5 isolado (Tabela 10). O isolado INPA-MIOd foi o único entre os tolerantes à
acidez que não apresentou crescimento satisfatório no meio com alumínio. As
estirpes tolerantes ao alumínio em condições de laboratório podem ser
selecionadas para trabalhos em campo onde este fator predomina, pois Hartel &
Alexander (1983) verificaram uma correlação entre a tolerância a este fator no
laboratório e a tolerância no campo. Esta tolerância do rizóbia ao alumínio,
segundo Flis et aí. (1993), parece ser uma característica geneticamente estável,
implicando algumas diferenças fisiológicas, ou bioquímicas, entre as estirpes
tolerantes e estirpes sensíveis a esse cátion.
Usando-se uma seleção mais rigorosa, observou-se que onze isolados entre
os tolerantes ao pH 4,5 +AI no experimento 1 (Tabela 8), e os isolados INPA-M2a,
INPA-M3b e INPA-M3c (Tabela 10), tiveram seu crescimento estabilizado no sexto
dia.
^ Nem todos os isolados dos três experimentos que apresentaram tolerância à
acidez apresentaram tolerância ao alumínio. Isto reforça a idéia de que a tolerância
à acidez não significa tolerância ao alumínio (Marriel, 1984). Resultados
semelhantes foram obtidos por Munns & Keyser (1981), Marriel (1984), Rosanem &
Lindstron (1997), embora Ozawa et aí. (1999) tenham observado uma correlação
entre a tolerância à acidez e tolerância ao alumínio em isolados de rizóbia. Isto
demonstra, ainda, que a identificação de estirpes resistentes à acidez
isoladamente, pode não ser um procedimento adequado para a seleção de
53
isolados de rizóbia para serem utilizados em solos ácidos com elevada
concentração de Al tóxico, como em alguns solos da Amazônia.
Os efeitos prejudiciais do alumínio são citados em diversos trabalhos.
Segundo Flis et ai (1993), este elemento pode interferir no metabolismo do fosfato
das células bacterianas, diminuindo o crescimento celular. Estes mesmos autores
citam, ainda, que há a evidência de que o alumínio, após entrar na célula, se liga
às cargas negativas do grupo fosfato da dupla hélice do DNA, aumentando sua
estabilidade e prevenindo sua replicação. O efeito do alumínio sobre o rizóbia é
semelhante ao efeito da mitomicina C, um antibiótico mutagênico (Wood, 1995). O
alumínio pode interferir no metabolismo do fosfato nas células bacterianas. Há
diminuição do crescimento devido à menor disponibilidade de fosfato pela
complexação com alumínio (Flis et ai, 1993), principalmente em estirpes que
acumulam menos P inorgânico no interior das células (Mukherjee & Asanuma,
1999).
Os isolados INPA-PF5a, INPA-PFõb, INPA-PF5e, INPA-PF19c, INPA-PF15a
e INPA-PF22C (Tabela 8), INPA-RPIc, INPA-RPIIa (Tabela 9), INPA-Mld, INPA-
M2a, INPAM2d, INPA-M3b, INPA-M6a, INPA-M6b, INPA-MIOb, INPA-MIOd e
INPA-MIOe (Tabela 10) considerados como tolererantes ao pH 4,5 + alumínio
foram capazes de alcalinizar esse meio, o que propiciou a neutralização do
alumínio tóxico, diminuindo seu efeito tóxico. Essa elevação do pH do meio é
decorrente do metabolismo da bactéria que, ao atuar sobre o substrato em busca
de energia, libera substâncias básicas que aumentam o pH externo (0'hara et ai,
1989). Os demais isolados que foram capazes de apresentar escore superior a 3,0
e que não alcalinizaram o meio apresentaram alguma adaptação ecoquímica à
54
acidez mais o alumínio. Vários outros mecanismos de tolerância ao alumínio
desenvolvidos por isolados de rizóbias são demonstrados na literatura, tais como
a) diminuição da quantidade de cargas negativas na superfície celular diminuindo a
ligação com o alumínio (Bushby, 1990); b) elevação do pH interno da célula
(0'hara et a/., 1989); c) complexação do alumínio através de polissacarídeos
(Appana, 1988; Flis et ai., 1993); d) acumulação fosfato inorgânico no interior da
célula (Mukherjee & Asanuma, 1999) neutralizando o efeito do alumínio pela
formação de complexo insolúvel biologicamente não tóxico (Blamey et ai ,1983).
Van Veen et ai. (1994), por outro lado, observaram que Acinetobacter johsoníi
utiliza um sistema de fluxo de complexos Al-P para fora da célula, como
mecanismo de tolerância à acidez.
Entre os isolados que alcalinizaram o meio pH 4,5 + Al no experimento 1,
sete apresentaram escores entre 2,06 a 3,00, o que permite caracterizá-los como
de tolerância média (Tabelas 8 e 11).
Cabe salientar que as estirpes tolerantes que não alteraram o pH do meio
como forma de estratégias para sobreviverem na presença do alumínio tóxico,
apresentaram grande produção de goma em placa de Petri, o que é indicativo de
produção de exopolissacarídeos, os quais conferem resistência ao efeito tóxico do
alumínio (Appana, 1988).
55
'2^—
Tabela 10. Tolerância à acidez e ao alumínio tóxico dos isolados de rizóbia oriundas de solos agrícolas do município de Manairão,Amazonas.
Dias após a riscagem
Isolados
0(
b
CO
6°. Dia 9°. Dia 12°. Dia 15°. Dia 18°. Dia
PH4.5
pH6.5
pH4,5 +AI
pH4,5
pH6,5
pH4,5 + Al
pH4,5
pH6,5
pH4.5 +AI
pH4,5
pH6.5
pH4,5 +AI
PH
4,5pH6.5
pH4.5 +AI
pH4,5
pH6.5
pH4,5 +AI
INPA-M1a 1.25 4,00 1,00 1,25 4,00 1,00 1.25 4,00 1,00 1.25 4,00 1,00 1.25 4,00 1,00 1.25 4,00 1,00
INPA-M1b 1,00 1,13 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1,25 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00
INPA-Mlc 1,00 1,13 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00 1,00 1.25 1,00
INPA-M1d 2,00 1,50 2,00 3,50 4,00 3,00 3,88 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M2a 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00 4,00 3,50 4,00
INPA-M2b 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-M2C 1,13 3,50 1,00 1,13 3,50 1,13 1,13 3,50 1,13 1.13 3,50 1,13 1.13 3,50 1,13 1,13 3,50 1,13
INPA-M2d 3,25 2,00 2,75 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M3a 1,75 4,00 3,88 3,63 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00
INPA-M3b 3,69 3,88 4,00 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M3C 3,63 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
1NPA-M3d 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 4,00
INPA-M4a 2,00 3,00 2,00 4,00 3,13 2,88 3,56 3,13 3,25 3,56 3,19 3,63 3,56 3,19 3,63 3,56 3,19 3,63
INPA-M4b 4,00 3,50 3,88 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
!NPA-l\Mc 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00
INPA-M4d 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-M4e 2,50 3,00 2,00 3,44 4,00 3,00 4,00 4,00 3,25 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75 4,00 4,00 3,75
INPA-M5a 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
56
1?
Tabela 10. Continuação.Dias após a riscagem
3°. Dia 6°. Dia 9°. Dia 12°. Dia 15°. Dia 18°. DiaPH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH pH
Isolados 4.5 6,5 4,5 +AI 4,5 6,5 4,5 + Al 4,5 6,5 4,5 +AI 4,5 6,5 4,5 +AI 4,5 6,5 4,5 +AI 4,5 6,5 4,5 +AI
INPA-M5b 1,00 1,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 1,00 1,00 2,00 4,00
INPA-M5C 1,00 3,25 1,00 1,00 3,25 1,00 1,00 3,25 1,00 1,00 3,25 1.25 1,00 3,25 1,25 1,00 3,25 1.25
INPA-M5d 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
INPA-M6a 2,06 2,50 2,00 2,31 4,00 4,00 4,00 3,50 2,75 3,00 4,00 3,25 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M6b 3,38 4,00 3,25 4,00 4,00 3,81 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M6C 1,00 4,00 1,50 1,00 4,00 2,00 1,00 4,00 1,50 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00 1,00 4,00 1,00
INPA-M8a 1,00 3,50 1,69 1,00 4,00 2,00 1,50 4,00 2,00 1,50 2,00 2,75 2,00 4,00 3,00 2,00 4,00 3,00
INPA-M10a 3,81 4,00 4,00 3,81 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
INPA-M10b 2,75 4,00 2,88 3,44 4,00 3,75 3,56 4,00 4,00 3,56 4,00 4,00 3,63 4,00 4,00 3,63 4,00 4,00
INPA-M10C 4.00 3,00 3,63 4,00 3,00 3,69 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00 4,00 3,00 4,00
INPA-M10d 3,25 1.25 2,94 4,00 1,50 4,00 4,00 1,25 4,00 4,00 1.25 4,00 4,00 1,25 1,00 4,00 1.25 1,00
INPA-MIOe 1,50 2,00 2,00 2,13 4,00 2,50 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 1,00 4,00 4,00 1,00
57
A acidificaçáo do pH 4,5 + Al foi verificada com 21 isolados do experimento
1 (Tabela 11), sendo, que entre esses, INPA-PF3a, INPA-PF15c, INPA-PF24a
apresentaram tolerância tanto à acidez como ao alumínio (Tabela 8). Tal fato
também ocorreu na presença do isolados INPA-RP6a (Tabela 9 e 11), INPA-M4a,
INPA-M4b, INPA-M4e, INPA-M3a, INPA-M3c, INPA-M5a, INPA-MlOa e INPA-
MIOc. Tal resultado corrobora aqueles obtidos por Kawai et ai (2000), que também
observaram tolerância e diminuição do pH na presença do alumínio. Segundo
esses autores, pode ser que e sta diminuição de pH tenha causado
%
Tabela 11. Modificação do pH do meio de cultura pelos isolados derizóbia oriundos de solos ácidos dos municípios de PresidenteFigueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão-AM.
Isolados pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5+AI
INPA-PFIa Acidificou -
INPA-PF1b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PFIc Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF2a Acidificou - -
INPA-PF2b Acidificou - -
INPA-PF3a Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF3b Acidificou - -
INPA-PF3C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF4a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF4b Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF4C Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF5a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF5b Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF5d Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF5e Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF6a Acidificou - -
INPA-PF6b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF6C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF7a Acidificou - -
INPA-PF7b Acidificou - -
INPA-PF7C Acidificou - -
INPA-PF9a Acidificou - -
58
Tabela 11. Continuação
Isolados pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5+AIINPA-PF9C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF10a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF10b Acidificou - -
INPA-PF10C Acidificou - -
INPA-PF12a Acidificou - -
INPA-PF12b Acidificou - Acidificou
INPA-PF12C Acidificou Acidificou -
INPA-PF12d Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF13a Acidificou - Acidificou
INPA-PF13b Acidificou Alcalinizou -
INPA-PF13C - - Alcalinizou
INPA-PF13d Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF14a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF15a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF15C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF16a Acidificou - -
INPA-PF16b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF16C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF18a Acidificou - -
INPA-PF18b Acidificou - -
INPA-PF18C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF18e Acidificou - -
INPA-PF19a Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF19b Acidificou Alcalinizou -
INPA-PF19C Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF19d Acidificou Alcalinizou -
INPA-PF20a Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF20b Acidificou - -
INPA-PF20C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF20d Acidificou - -
INPA-PF20e - Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF21a Acidificou - -
INPA-PF21b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF21C Acidificou - Alcalinizou
INPA-PF21d Acidificou - -
INPA-PF22b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-PF22d - Alcalinizou Alcalinizou
INPA-PF23a Acidificou - -
INPA-PF23b Acidificou - -
INPA-PF23C Acidificou - -
INPA-PF24a - Acidificou Acidificou
59
Tabela 11. Continuação
Isolados pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5+AIINPA-PF24C Acid ficou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-RP1a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP1b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP1C Acid ficou Acidificou Alcalinizou
INPA-RP2a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP2b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP2C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP3a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP3b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP3C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP4a Acid ficou - Acidificou
INPA-RP4b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP4C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP5a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP5b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP5C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP6a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP6b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP6C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP7a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP7b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP7C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP8a Acid ficou - Acidificou
INPA-RP8b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP8C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP9a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP9b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP9C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP10b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP10b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP10C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP11a Acid ficou Acidificou Alcalinizou
INPA-RP11b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP11C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP12a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP12b Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-RP12C Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-M1a Acid ficou Acidificou Acidificou
INPA-M1b Acid ficou - -
INPA-M1C Acid ficou --
INPA-M1d Acid ficou Alcalinizou Alcalinizou
60
Tabela 11, Continuação
Isolados pH 6,5 pH 4,5 pH 4,5+AI
INPA-M2a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M2b Acídificou - -
INPA-M2C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M2d Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M3a Acidificou Acídificou Acidificou
INPA-M3b Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M3G Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M3d Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M4a Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M4b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M4C Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M4d Acidificou - -
INPA-M4e>
Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M5a Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M5b Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M5C Acidificou - -
INPA-M5d Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-M6a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M6b Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M6C Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-M8a Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-MlOa Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-MIOb Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-MIOc Acidificou Acidificou Acidificou
INPA-MIOd Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
INPA-MIOe Acidificou Alcalinizou Alcalinizou
Não houve alteração da coloração do meio de cultura
modificação da forma mais prejudicial do alumínio, que é a monomérica (AP^), para
uma outra menos tóxica. No entanto, esse efeito não foi observado para os outros
isolados desse trabalho, que acidificaram o meio na presença do alumínio tóxico,
mas não se comportaram como tolerantes.
Geralmente, os isolados de solos mais ácidos são mais tolerantes à acidez
do que os que não se encontram nesta condição (Cline & Senwo, 1994), conforme
61
foi observado por Graham et ai (1982), Lowendorf & Alexander (1983) e Vargas &
Graham (1988). Ramos et ai (1987) observaram que apenas 17% dos isolados de
solos que sofreram calagem apresentaram tolerância à acidez. Isso reforça as
observações de Van Rossum et al (1994) de que a seleção de isolados para uma
nodulação eficiente em condições adversas do solo é melhor realizada com
isolados que foram naturalmente expostos a esses estresses.
5.1.3.3. Solubilização de fosfato de cálcio e alumínio
A Tabela 12 mostra que, considerando os três experimentos, 77 isolados
(48%) solubilizaram o fosfato de cálcio, sendo que apenas um apresentou alto
índice de solubilização (INPA-PF7a). Dentre os isolados capazes de solubilizar o
fosfato de cálcio, 62 se comportaram como precoces e 15 como tardios. Segundo
Piex et ai (2001), isolados de rizóbia foram efetivos quanto á solubilização de
fosfato de cálcio em laboratório, mas a eficiência de solubilização variou entre as
estirpes.
A capacidade dos isolados de rizóbia em solubilizarem o fosfato de cálcio
está correlacionada com a diminuição do pH do meio pelos ácidos orgânicos
(Mikanova & Kubat, 1999; Starkanova et ai 1999, Mikanova, 2000). Este resultado
de laboratório indica a possibilidade de utilizar os isolados de rizóbia capazes de
solubilizar fosfatos para incrementar a concentração de fósforo solúvel na rizosfera
e promover a nutrição das plantas com esse macronutriente. O ácido 2-
cetoglucâmico envolvido na solubilização de fosfato de cálcio está presente em
alguns isolados de rizóbia (Halder et al. 1990). Alguns trabalhos têm mostrado o
efeito positivo da inoculação com bactérias solubilizadoras de fosfato sobre cultivos
62
agrícolas. Chabot et ai (1988) observaram um incremento no rendimento da
matéria seca do milho, assim como Mikanova et ai (1995), Mikanova & Kubát
(1999) e Piex et ai (2001) detectaram aumento na produtividade de ervilha, soja e
feijão, respectivamente, quando inoculados com bactérias solubilizadoras de
fosfato. Alguns isolados de rizóbia podem sintetizar ácido indolacético (AIA) (Glick
et ai, 2001), hormônio regulador do crescimento vegetal (Taiz & Zeiger, 1991) e,
também, o ácido cianídrico (HCN) (Glick et ai, 2001), metabólito envolvido no
P controle de patógenos (Neihl et ai, 1996).
Entre os isolados avaliados, 77 (48%) apresentaram capacidade de
solubilização de fosfato de alumínio (Tabela 13), sendo que 15 comportaram-se
como tardios, solubilizando o fosfato depois do terceiro dia e 62 como precoces
(Tabela 13). Silva Filho & Vidor (2000) observaram que alguns isolados de fungos
também apresentaram baixa capacidade solubilizadora de fosfato de alumínio, cuja
relação entre o diâmetro do halo e da colônia esteve próxima de 1. Esta proporção
de solubilizadores de fosfato de alumínio é considerada alta e se deve ao fato de
que esta forma de fosfato é predominante nos solos da região (Cochrane et ai,
1985; Raij, 1991).f
Todos os isolados que apresentaram capacidade de solubilizar fosfato de
alumínio apresentaram baixa solubilização (Tabela 13), com índices pouco acima
de 1. É preciso que se desenvolvam estudos com inoculação dessas bactérias,
avaliando como elas podem auxiliar as plantas a utilizar o fósforo solubilizado.
Os dados das tabelas 12 e 13 evidenciam que 62 % dos isolados que
solubilizaram o fosfato de cálcio também solubilizaram o fosfato de alumínio. Este
resultado diverge dos encontrados por Toro et ai (1996) e Silva Filho &
63
Vidor(2000), que identificaram uma baixa ocorrência de solubilizadoras de fosfato
de cálcio que também solubilizem fosfato de alumínio.
n
Tabela 12. Capacidade de solubilização de fosfato de cálcio dos isolados derizóbia dos solos ácidos dos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Pretoda Eva e Manairão, AM.
Isolados Início da
solubilização(Dia)
I. S.
Inicial (mm) Final (mm)
Solubilização
INPA-PF1b 3 1,98 (baixo) 1,21 (baixo) Precoce
INPA-PF1C 3 1,74 (baixo) 1,64 (baixo) Precoce
INPA-PF2a 3 2,60 (médio) 1,45 (baixo) Precoce
INPA-PF3b 3 1,14 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF3C 3 1,92 (baixo) 1,78 (baixo) Precoce
INPA-PF3d 3 2,10 (médio) 1,98 (baixo) Precoce
INPA-PF4b 3 1,16 (baixo) 1,34 (baixo) Precoce
INPA-PF4C 3 1,93 (baixo) 1,67 (baixo) Precoce
INPA-PF5a 3 3,14 (médio) 3,95 (médio) Precoce
INPA-PFSc 6 1,36 (baixo) 1,52 (baixo) Tardio
INPA-PF5d 3 1,20 (baixo) 1,41 (baixo) Precoce
INPA-PF6a 3 1,19 (baixo) 1,25 (baixo) Precoce
INPA-PF6b 3 1,51 (baixo) 1,35 (baixo) Precoce
INPA-PF6C 3 2,18 (médio) 1,97 (baixo) Precoce
INPA-PF7a 3 4,80 (alta) 4.16 (alta) Precoce
INPA-PF7b 3 1,22 (baixo) 1,33 (baixo) Precoce
INPA-PF7C 12 1,21 (baixo) 1,36 (baixo) Tardio
INPA-PF8a 3 1,13 (baixo) 1,29 (baixo) Precoce
INPA-PF12b 3 2,17 (médio) 2,26 (médio) Precoce
INPA-PF12d 3 1,44 (baixo) 1,56 (baixo) Precoce
INPA-PF13d 3 1,46 (baixo) 1,26 (baixo) Precoce
INPA-PF16b 3 2,17 (médio) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-PF16d 15 1,28 (baixo) 1,28 (baixo) Tardio
INPA-PF17b 3 2,08 (médio) 1,48 (baixo) Precoce
INPA-PF17C 3 1,74 (baixo) 1,44 (baixo) Precoce
INPA-PF17d 3 1,26 (baixo) 1,14 (baixo) Precoce
INPA-PF18b 3 2,99 (médio) 3,02 (médio) Precoce
INPA-PF20b 6 1,15 (baixo) 1,02 (baixo) Tardio
INPA-PF20d 3 1,63 (baixo) 1,72 (baixo) Precoce
INPA-PF21b 3 2,16 (médio) 1,57 (baixo) Precoce
INPA-PF22a 3 1,00 (baixo) 1,24 (baixo) Precoce
INPA-PF22C 9 1,10 (baixo) 1,10 (baixo) Tardio
INPA-PF23C 3 1,30 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF24C 12 1,00 (baixo) 1,00 (baixo) Tardio
INPA-RP1a 3 2,8 (médio) 3,2 (médio) Precoce
64
Tabela 12. Continuação.Isolados Início da I. S. Solubilizaçâo
solubilizaçâo(Dia)
Inicial (mm) Final (mm)
INPA-RP1C 3 2,5 (médio) 3,3 (médio) Precoce
INPA-RP2a 3 1,2 (baixo) 1,2 (baixo) Precoce
INPA-RP2C 3 2,7 (médio) 1,3 (baixo) Precoce
INPA-RP3a 3 2,1 (médio) 2,5 (médio) Precoce
INPA-RP3b 3 1,5 (baixo) 1,8 (baixo) Precoce
INPA-RP3C 3 1,4 (baixo) 1,9 (baixo) Precoce
INPA-RP4C 9 1,3 (baixo) 1,1 (baixo) Tardio
INPA-RP5a 3 1,5 (baixo) 1,2 (baixo) Precoce
INPA-RP5b 9 1,3 (baixo) 1,2 (baixo) Tardio
INPA-RP6a 3 2,5 (médio) 2,3 (médio) Precoce
INPA-RP6b 3 2,8 (médio) 3,3 (médio) Precoce
INPA-RP6C 3 1,7 (médio) 1,3 (baixo) Precoce
INPA-RP7a 3 2,9 (médio) 2,7 (médio) Precoce
INPA-RP7b 3 0,6 (baixo) 1,1 (baixo) Precoce
INPA-RP7C 3 1,2 (baixo) 1,1 (baixo) Precoce
INPA-RP8a 3 3,1 (médio) 3,6 (médio) Precoce
INPA-RP8C 3 1,3 (baixo) 1,2 (baixo) Precoce
INPA-RP9a 3 1,3 (baixo) 1,1 (baixo) Precoce
INPA-RP9b 3 2,4 (médio) 2,0 (médio) Precoce
INPA-RP9C 3 2,3 (médio) 1,6 (baixo) Precoce
INPA-RP11a 3 1,2 (baixo) 1,5 (baixo) Precoce
INPA-RP11b 6 0,6 (baixo) 0,8 (baixo) Tardio
INPA-RP11C 3 1,4 (baixo) 1,1 (baixo) Precoce
INPA-RP12a 3 1,4 (baixo) 1,1 (baixo) Precoce
INPA-RP12C 3 3,1 (médio) 1,8 (baixo) Precoce
INPA-M1a 3 1,06 (baixo) 1,21 (baixo) Precoce
INPA-M1b 3 1,05 (baixo) 1,17 (baixo) Precoce
INPA-M1C 3 1,04 (baixo) 1,14 (baixo) Precoce
INPA-M1d 3 1,04 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-M3a 3 1,00 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M3b 3 1,06 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-M3C 3 1,10 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-M4a 3 1,07 (baixo) 1,24 (baixo) Precoce
INPA-M4b 3 1,12 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-M4C 3 1,00 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M4d 3 1,10 (baixo) 1,10 (baixo) Precoce
INPA-M5b 3 1,09 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-Mõc 9 1,15 (baixo) 1,08 (baixo) Tardio
INPA-M5d 3 1,02 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M6b 3 1,10 (baixo) 1,06 (baixo) Precoce
INPA-M8a 3 1,04 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-M10C 3 1,04 (baixo) 1,09 (baixo) Precoce
65
Ilmer & Schinner (1995) citam que a produção de ácidos orgânicos por
microrganismos, bem como a liberação de íons de são importantes
mecanismos para solubilizar o AIPO4. O citrato é o principal ácido orgânico
envolvido na complexação do alumínio (Fulton et ai, 1989). Até onde se sabe, os
trabalhos envolvendo a solubilização de fosfato de alumínio são escassos e
nenhum, até o momento, foi realizado para investigar o papel da população de
rizóbia neste processo, embora nas condições tropicais e subtropicais, sejam as
formas predominantes de fosfato (Raij, 1991).
Após a solubilização, o alumínio é liberado para o meio na forma
monomérica (AP^), o que poderia causar toxicidade nas estirpes. No entanto, o
fósforo oriundo da solubilização do AIPO4 é suficiente para suprimir um incremento
no efeito tóxico do alumínio decorrente da solubilização (Ilmer et ai, 1995).
Tabela 13. Capacidade de solubilização de fosfato de alumínio dos isolados derizóbia dos solos ácidos dos municípios de Presidente Figueiredo, Rio Preto daEva e Manairão, AM.
Isolados Início da
solubilização(Dia)
1. S.
Inicial (mm) Final (mm)
Solubilização
INPA-PF1b 6 1,09 (baixo) 1,01 (baixo) Tardio
INPA-PF2C 3 1,03 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF3a 3 1,11 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF3b 3 1,20 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF3C 3 1,04 (baixo) 1,00 (baixo) Precoce
INPA-PF4va 3 1,04 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF4vb 3 1,10 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-PF4VC 3 1,22 (baixo) 1,07 (baixo) Precoce
INPA-PF5a 3 1,04 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-PF5b 9 1,23 (baixo) 1,07 (baixo) Tardio
INPA-PF5d 3 1,03 (baixo) 1,01 (baixo) Tardio
INPA-PF5e 9 1,17 (baixo) 1,04 (baixo) Tardio
INPA-PF6a 9 1,08 (baixo) 1,08 (baixo) Tardio
INPA-PF6b 3 1,07 (baixo) 1,07 (baixo) Precoce
INPA-PF6C 3 1,24 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
66
Tabela 13. Continuação...Isolados Início da I. S. Soiubilização
soiubilização(Dia)
Iniciai (mm) Finai (mm)
INPA-PF7b 3 1,25 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF7C 3 1,00 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF8a 3 1,15 (baixo) 1,01 (baixo) Precoce
INPA-PF8b 9 1,03 (baixo) 1,05 (baixo) Tardio
INPA-PF8C 9 1,11 (baixo) 1,10 (baixo) Tardio
INPA-PF9a 3 1,13 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF9b 3 1,10 (baixo) 1,06 (baixo) Precoce
INPA-PF9C 3 1,15 (baixo) 1,11 (baixo) Precoce
INPA-PF10a 9 1,14 (baixo) 1,11 (baixo) Tardio
INPA-PF10b 3 1,11 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-PF11a 3 1,05 (baixo) 1,20 (baixo) Precoce
INPA-PF12a 3 1,05 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF12b 12 1,08 (baixo) 1,10 (baixo) Tardio
INPA-PF12C 9 1,19 (baixo) 1,09 (baixo) Tardio
INPA-PF13a 3 1,20 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF13C 3 1,13 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-PF13d 9 1,04 (baixo) 1,06 (baixo) Tardio
INPA-PF14b 3 1,10 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF15b 3 1,03 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF15C 9 1,10 (baixo) 1,04 (baixo) Tardio
INPA-PF16a 3 1,07 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF16d 9 1,11 (baixo) 1,11 (baixo) Tardio
INPA-PF17b 3 1,06 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF17C 3 1,01 (baixo) 1,11 (baixo) Precoce
INPA-PF17d 3 1,04 (baixo) 1,20 (baixo) Precoce
INPA-PF18b 3 1,02 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF19a 3 1,13 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF19C 9 1,05 (baixo) 1,07 (baixo) Tardio
INPA-PF20a 3 1,17 (baixo) 1,07 (baixo) Precoce
INPA-PF20b 3 1,15 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
1NPA-PF20C 9 1,08 (baixo) 1,03 (baixo) Tardio
INPA-PF20d 3 1,00 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-PF20e 3 1,00 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-PF21b 3 1,06 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF21C 3 1,05 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF21e 9 1,12 (baixo) 1,14 (baixo) Tardio
INPA-PF22b 3 1,02 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-PF22C 3 1,07 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
67
Tabela 13. Continuação.Isolados Início da
solubilizaçâo(Dia)
1. S.
inicial (mm) Final (mm)
Solubilizaçâo
ÍNPA-PF22d 3 1,07 (baixo) 1,03 (baixo) Precoce
INPA-PF23a 3 1,11 (baixo) 1,04 (baixo) Precoce
INPA-PF23b 3 1,04 (baixo) 1,09 (baixo) Precoce
INPA-PF23C 3 1,10 (baixo) 1,21 (baixo) Precoce
INPA-PF24b 3 1,04 (baixo) 1,11 (baixo) Precoce
INPA-PF24C 3 1,02 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-RPIb 3 1,50 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-RP1C 3 1,00 (baixo) 1,02 (baixo) Precoce
INPA-RP2a 3 1,00 (baixo) 1,13 (baixo) Precoce
INPA-RP2C 3 1,11 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-RP3a 3 1,06 (baixo) 1,14 (baixo) Precoce
INPA-RP3b 3 1,00 (baixo) 1,13 (baixo) Precoce
INPA-RP4a 3 1,09 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-RP5C 3 1,09 (baixo) 1,09 (baixo) Precoce
INPA-RP6a 3 1,26 (baixo) 1,35 (baixo) Precoce
INPA-RP6C 3 1,08 (baixo) 1,07 (baixo) Precoce
INPA-RP7a 3 1,09 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-RP7C 3 1,06 (baixo) 1,18 (baixo) Precoce
INPA-RP8b 3 1,00 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-RP9a 3 1,00 (baixo) 1,10 (baixo) Precoce
INPA-RP9b 3 1,00 (baixo) 1,06 (baixo) Precoce
INPA-RP9C 3 1,00 (baixo) 1,06 (baixo) Precoce
INPA-RP11a 3 1,00 (baixo) 1,10 (baixo) Precoce
INPA-M1a 3 1,06 (baixo) 1,21 (baixo) Precoce
INPA-M1b 3 1,05 (baixo) 1,17 (baixo) Precoce
INPA-M1C 3 1,04 (baixo) 1,14 (baixo) Precoce
INPA-M1d 3 1,04 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-M3a 3 1,00 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M3b 3 1,06 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-M3C 3 1,10 (baixo) 1,05 (baixo) Precoce
INPA-M4a 3 1,07 (baixo) 1,24 (baixo) Precoce
INPA-M4b 3 1,12 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-M4C 3 1,00 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M4d 3 1,10 (baixo) 1,10 (baixo) Precoce
INPA-M5b 3 1,09 (baixo) 1,15 (baixo) Precoce
INPA-M5C 9 1,15 (baixo) 1,08 (baixo) Tardio
INPA-M5d 3 1,02 (baixo) 1,12 (baixo) Precoce
INPA-M6b 3 1,10 (baixo) 1,06 (baixo) Precoce
INPA-M8a 3 1,04 (baixo) 1,08 (baixo) Precoce
INPA-M10C 3 1,04 (baixo) 1,09 (baixo) Precoce
68
Entre os isolados tolerantes à acidez (n=21) do experimento 1 (Tabela 8),
sete foram capazes de solubilizar o fosfato de cálcio (Tabela 12) e 15 solubilizaram
o fosfato de alumínio (Tabela 13), entre os quais seis solubilizaram as duas formas
e fosfato. Entre os isolados que foram tolerantes ao alumínio (n=19) no
experimento 1 (Tabela 8), seis solubilizaram o fosfato de cálcio (Tabela 12) e 14
solubilizaram o fosfato de alumínio (Tabela 13), sendo que cinco solubilizaram as
duas formas de fosfato. Estes resultados mostram uma tendência de uma haver
^ uma relação entre a capacidade dos isolados em crescerem em meio ácido e álico
com a capacidade de solubilizar o fosfato de alumínio. Este comportamento não foi
observado no experimento 2 e 3.
A capacidade de solubilizar fosfatos insolúveis e de promover o crescimento
das plantas tornam imprescindíveis á utilização dessas bactérias como
biofertilizantes para cultivos agrícolas, tanto para leguminosas, como para não-
leguminosas. Há a necessidade de se aprofundar o estudo do uso dessas
bactérias (rizóbia) como inoculantes, enfocando os mecanismos de sobrevivência
nos solos da região, para que se possa selecionar isolados não só capazes de
tolerar a acidez e alumínio tóxico, mas que também possam solubilizar o P/
insolúvel, além, evidentemente, de fixarem o N2 atmosférico.
É preciso que se desenvolva mais pesquisa enfocando este mecanismo de
sobrevivência em solos da região, para que se possa selecionar estirpes não só
capazes de tolerar a acidez e alumínio tóxico, mas que também possam solubilizar
o P pouco solúvel, para serem utilizadas, futuramente, como inoculante em
leguminosas de interesse agrícola.
69
5.1.4. Conclusões
a) As amostras de solo continham populações de rizóbia capazes de induzir a
nodulação e fixar o N2 em condições de acidez (pH 4,5) e de alta concentração
de alumínio (2 cmolc AI.L"^).
b) O alumínio foi mais limitante que a acidez em relação ao crescimento dos
isolados.
c) Nem todos os isolados tolerantes à acidez apresentaram tolerância ao alumínio
tóxico.
d) Os isolados apresentaram mecanismos distintos de tolerância ao alumínio.
e) A maioria dos isolados (77%) foi capaz de solubilizar o fosfato de cálcio e o
fosfato de alumínio
f) A maioria dos isolados que solubilizaram o fosfato de cálcio apresentou índice
de solubilização de médio a baixo.
g) Todos os isolados capazes de solubilizarem o fosfato de alumínio apresentaram
baixo índice de solubilização desse fosfato.
h) A maioria dos isolados que foram tolerantes ao alumínio solubilizou o fosfato de
alumínio.
70
5.1.5. Referências Bibliográficas
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75
5.2, EFEITO DO CÁLCIO SOBRE A CAPACIDADE DE ISOLADOSDE RIZÓBIA TOLERAREM AO ALUMÍNIO TÓXICO.
RESUMO
O cálcio, em condições ácidas, é essencial para o crescimento e diminuição da
mortalidade de células, para o aumento do número e peso de nódulos e aumento
da atividade da nitrogenase de rizóbias. O presente trabalho teve como objetivo
verificar o efeito da adição de cálcio em meio de cultura sobre o crescimento de
rizóbia na presença de alumínio tóxico e acidez. Os isolados utilizados foram
selecionados baseando-se nos trabalhos de teste de tolerância à acidez e a
elevados teores de alumínio, do Banco de Germoplasma do Laboratório de
Microbiologia do Solo do IMPA, e com isolados oriundos de experimentos com
fontes de inóculos dos municípios do Rio Preto da Eva. Foi utilizado um meio com
2 cmolc AI.L'^ e outro com 2 cmolc AI.L"^ + 2,5 cmolc Ca.L'\ Ambos tiveram o pH
calibrado para 4,5. O cálcio foi capaz de proporcionar aumento no crescimento
bacteriano na presença do alumínio tóxico, indicando aumento na tolerância das
bactérias em relação ao alumínio. A resposta à aplicação do cálcio em relação à
tolerância ao alumínio variou entre os isolados, sendo que 17 não responderam,
apresentando ainda sensibilidade ao alumínio na presença do cálcio, enquanto
nove apresentaram tolerância média e 15, tolerância alta. A maioria dos isolados
tolerantes (média e alta) apresentou, com o tempo, um aumento do crescimento
em placa de Petri. Alguns isolados que apresentaram tolerância alta na presença
do Ca estabilizaram o crescimento no 3° (INPA-PF20b, INPA-PF17b e INPA-Mlb )
ou no 6° dia (INPA-M5c, INPA-M2c e INPA-PF19b). Entre os isolados de tolerância
média (INPA-PF14c e INPA-RP8a), a estabilização do crescimento ocorreu apenas
no 6° dia.
Palavras chaves: fisiologia microbiana, ecologia microbiana, acidez.
76
ABSTRACT
Calcium, under acid conditions, is essential for the cell growth and mortatility
reduction, for the increase the number and dry weight of nodules and increase of
rhizobla nitrogenase activity. The present study had as objective, to verify the effect
of the calcium addition on médium culture on the growth of rhizobia in the presence
of toxic aluminum and acidity. The rhizobia isolates came from the Germoplasm
Bank of the Laboratory of Soil Microbiology, INPA, as well as from experiments with
sources of inocuium from the Rio Preto da Eva county. The médium used had 2
cmolc AI.L'^ and another one, 2 cmolc AI.L"^ + 2,5 cmolc Ca.L'\ Both had the pH
adjusted for 4.5. Calcium increased bacterial growth in the presence of toxic
aluminum, indicating increase in the bactéria tolerance in relation to aluminum. The
response to calcium appiication related to aluminum tolerance varied among
rhizobia isolates: 17 did not respond to Ca, showing sentiveness to aluminium,
while 9 presented médium tolerance and 15 high tolerance. The majority of the
tolerant isolates (average and high) showed increase of the growth with the time.
Some isolates that showed high tolerance stabilized the growth in the 3th (INPA-
PF20b, INPA-PF17b and INPAMIb) or in the 6th day (INPA-M5c. INPA-RP8c and
INPA-PF19b). Among the isolates with médium tolerance (INPA-PF14c and INPA-
RP8a), the stabilization of growth occurred only in the 6th day.
Key-Words: microbial physiology, microbial ecology, acidity.
77
5.2.1. Introdução
A acidez e a alta concentração de alumínio tóxico (Sanchez et ai, 1982),
juntamente com a deficiência de N e P (Nicholaides et al., 1983) e o baixo nível de
capitalização do processo produtivo pela maioria dos agricultores regionais (Noda,
2000), constituem-se em empecilhos para o desenvolvimento da agricultura na
Amazônia. Por isso, há a necessidade de desenvolver sistemas agrícolas
alternativos e sustentáveis.
A utilização da simbiose leguminosa-rizóbia é uma das alternativas mais
promissoras para a agricultura de baixos insumos nas regiões tropicais e
subtropicais, principalmente na região amazônica. Embora a pesquisa tenha
mostrado que os rizóbias podem tornar as plantas menos dependentes da
aplicação de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, fatores do solo como acidez
(Bonetti et a/., 1984; Hungria & Vargas, 2000), alta concentração de alumínio tóxico
(Johnson & Wood, 1990; Octive et ai, 1994; Wood, 1995) podem diminuir a
população desses microrganismos no solo.
Algumas estirpes de rizóbia desenvolvem mecanismos intrínsecos de
adaptação ecoquímica de superação da toxicidez do alumínio, como alcalinização
do meio, liberação de exopolissacrídeos e alteração eletroquímica da parede
celular (Bushby, 1990), elevação do pH interno da bactéria (0'hara et a/., 1989),
complexação do alumínio através de polissacarídeos (Appana, 1988 e Flis et ai,
1993). No entanto, alguns isolado precisam de fatores externos para expressar tal
tolerância, como é o caso da concentração de fósforo e cálcio no solo.
O cálcio, em condições ácidas, é essencial para o crescimento (Krishnan &
Pueppke, 1993; Watkin et ai, 1997) e diminuição da mortalidade de células (Balien
78
et ai, 1998; Dilworth et ai, 1999); para o aumento do número de peso de
nódülos (Ozer & Tursun, 2000) e aumento da atividade da nitrogenase (Vassileva
et ai, 1997). Poucos são os trabalhos que relatam o efeito do cálcio sobre a
tolerância de rizóbia na presença do alumínio tóxico. Richardson et ai (1989)
citam que o cálcio pode aliviar o efeito inibitório do alumínio sobre a indução do
gene nod A em rizóbia. Flis et ai (1993) afirmam que existe pouca evidência sobre
o efeito positivo do cálcio sobre a inibição do crescimento de bactérias fixadoras de
nitrogênio na presença do alumínio, e Keyser & Muns (1979) comentam que o
cálcio oferece pouca proteção ao alumínio para ser biologicamente significante na
fixação biológica do nitrogênio pelo rizóbia. No entanto, poucos trabalhos foram
desenvolvidos para se confirmar tal efeito.
Por tais motivos, o presente trabalho teve como objetivo verificar o efeito da
adição de cálcio em meio de cultura sobre o crescimento de rizóbia na presença de
alumínio tóxico e acidez.
79
5.2.2. Material e Métodos
O presente trabalho foi realizado no laboratório de Microbiologia do Solo da
Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas do IN PA. Os isolados
utilizados foram selecionados baseando-se nos resultados obtido nos testes de
tolerância à acidez e ao alumínio tóxico, usando material biológico do Banco de
Germoplasma do Laboratório de Microbiologia do Solo, e com isolados oriundos
dos experimentos com fontes de inóculos dos municípios do Rio Preto da Eva,
Presidente Figueiredo e Manairão.
Os isolados que se apresentaram como sensíveis ou com tolerância média,
cujo escore de crescimento variou de um até valores logo abaixo de três, foram
escolhidos para este trabalho (Tabela 14).
Tabela 14. Relação dos isolados utilizados para o teste de adiçãode cálcio em meio de cultura, oriundos dos experimentos de testede tolerância à acidez e ao alumínio tóxico, com seus respectivosgraus de tolerância.
Isolados Fonte do Inóculo/local índice de
crescimento/Tolerância
01-563 Banco de Germoplasma 1,22 / Baixa
558-7 Banco de Germoplasma 1,25 / Baixa
CB752 Banco de Germoplasma 1,34 / Baixa
558-5 Banco de Germoplasma 1,25 / Baixa
519-2 Banco de Germoplasma 1,13 / Baixa
651-7 Banco de Germoplasma 2,50 / Média
14CAC Banco de Germoplasma 1,50/Baixa
BAF2 Banco de Germoplasma 1,25 / Baixa
LI6MIR Banco de Germoplasma 1,50 / Baixa
CC6 Banco de Germoplasma 2,69 / Média
02-048 Banco de Germoplasma 1,50 / Baixa
CC7 Banco de Germoplasma 2,94 / Média
43-8 Banco de Germoplasma 1,38 / Baixa
CP12 Banco de Germoplasma 3,50/Alta
80
Tabela 14. Continuação...
Isolados Fonte de Inóculo/Local índice de
crescimento/TolerânciaINPA-PF1a Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF10a Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF14C Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF16a Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF16d Presidente Figueiredo 1,00/Baixa
INPA-PF17a Presidente Figueiredo 1,00/Baixa
INPA-PF17b Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF18e Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
iNPA-PF19b Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF20b Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF20e Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF21e Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-PF22a Presidente Figueiredo 1,00 / Baixa
INPA-RP2C Rio Preto da Eva 1,94 / Baixa
iNPA-RP6b Rio Preto da Eva 1,25 / Baixa
INPA-RP8a Rio Preto da Eva 1,00 / Baixa
INPA-RP9a Rio Preto da Eva 1,00 / Baixa
INPA-RP10b Rio Preto da Eva 1,00/ Baixa
iNPA-RP12a Rio Preto da Eva 1,75 / Baixa
INPA-M1a Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M1b Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M2C Manairão 1,13 / Baixa
INPA-M3d Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M4C Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M4d Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M5b Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M5C Manairão 1,25 / Baixa
INPA-M6C Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M7a Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M10d Manairão 1,00 / Baixa
INPA-M10e Manairão 1,00 / Baixa
81
Os isolados selecionados foram colocados para crescer no meio YMA
(Vincent, 1970) em temperatura de 28°C. Após o crescimento, os isolados foram
repicados para os meios utilizados como tratamentos, os quais foram dois meios
YMA, sendo um com 2 cmolc ALL'"" e outro com 2 cmolc ALL""" + 2,5 cmolc Ca.L"^ de
meio. Ambos tiveram o pH ajustado para 4,5 e receberam bromocresol verde, para
verificar a alteração do pH do meio de cultura pelos isolados. Foram utilizadas
quatro repetições por isolado. Esses valores de Al e Ca usados neste trabalho
correspondem aos valores comumente encontrados nos solos da região. O cálcio
foi acrescentado na forma de CaCb.
O método de avaliação para verificar o efeito do cálcio sobre a tolerância
dos isolados em relação ao alumínio tóxico foi o de riscagem em placa proposto
por Oliveira & Magalhães (1999), utilizado nos testes de tolerância à acidez e ao
alumínio no artigo científico 1 desde documento.
82
5.2.3. Resultados e Discussão
Os dados mostram que a resposta à adição de cálcio variou entre os
isolados, sendo que 17 não responderam à presença do cátion apresentando,
ainda, sensibilidade ao alumínio, enquanto nove apresentaram tolerância média e
15 tolerância alta (Figuras 4 e 5). Bailen et ai. (1998) também observaram
resposta positiva ao cálcio entre isolados de rizóbia. Giraldez-Ruiz et al. (1997)
citam que a adição de cálcio tem proporcionado melhor performance fisiológica
em células de Anabaena sp. De maneira gerai houve uma tendência dos isolados
mais sensíveis ao alumínio (Tabela 14), responderem mais à aplicação do cálcio
no meio, do que aquelas menos sensíveis (tolerância média) (Figura 4 e 5).
Entre os isolados que apresentaram tolerância média, houve, com o tempo,
aumento do crescimento em placa de Petri em sete deles, enquanto que INPA-
PF14c e INPA-RP9a apresentaram estabilização de crescimento no sexto dia
(Figura 4). O isolado CC7 manteve o mesmo crescimento que foi apresentado em
laboratório em testes posteriores (dados não publicados) na ausência do cálcio e
na presença do alumínio tóxico. Entre os isolados que apresentaram tolerância alta
(Figura 5), três apresentaram crescimento estabilizado no terceiro dia de avaliação
(INPA-PF20b, INPA-PF17b e INPA-Mlb), três no 6° dia (INPA-M5c, INPA-M2c e
INPA-PF19b) e em nove isolados o crescimento aumentou com o tempo de
exposição ao cálcio (Figura 5).
Pode ser que a tolerância ao alumínio devido à aplicação do cálcio esteja
relacionada com a diminuição da permeabilidade da membrana plasmática a
prótons (Giraidez-Ruiz et al, 1999), devido à estabilização da superfície celular ou
integridade da membrana (Watkin et ai., 1997) ou agindo intracelularmente,
83
aumentando o pH da bactéria (0'Hara et aí. 1989). O cálcio está envolvido
aparentemente com a estabilidade de lipopolissacarídeos da parede celular (Flis et
ai, 1993), além de aliviar o efeito da inibição do gene nodA pelo alumínio
(Richardson et ai., 1988). Os resultados obtidos neste trabalho diferem dos obtidos
por Wood & Cooper (1984), os quais observaram que o cálcio não diminui o efeito
inibitório do alumínio em Rhízobium trifolii.
Balien et ai. (1998) detectaram maior resistência a agentes antimicrobianos
^ em rizóbia quando na presença de cálcio, reforçando a idéia da capacidade deste
cátion em influenciar a absorção de solutos pela bactéria.
O cálcio estimula a secreção de compostos orgânicos pelas células de
rizóbia (Ruijter et ai., 1998; Dilworth et ai. , 1999), o que pode indicar que o efeito
prejudicial do alumínio sobre a bactéria, esteja sendo reduzido pela sua
complexação junto a esses compostos orgânicos (Appana, 1988), pois a maioria
dos isolados que apresentaram alta tolerância, apresentaram produção de goma
em placa de Petri, embora não tão expressiva como foi apresentado, pela maioria
dos isolados que apresentaram crescimento máximo na presença do alumínio nos
experimentos de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão.
Alguns trabalhos em condições de campo mostram a importância do cálcio
na fixação biológica do N2. A adição de cálcio proporciona aumento na motilidade
do rizóbia, participando do complexo flagelar (Robinson et aí., 1992), maior
aderência da rizóbia à raiz (Smith et ai., 1991, Hovieson et aí. , 1992), aumento no
número e peso dos nódulos (Ozer & Tursun, 2000) e maior atividade da
nitrogenase (Vassileva, 1997).
84
INPA-PF18e
-Al -♦-Al + Ca
INPA-RP9a
-A! —•—Al + Ca
558-5
-Al —•—Al+Ca
o
3.00
2,50
2,00 i
1,50
1,00 -
0,50
0,00
9Dias
12
INPA-M4d
•Al —•-Al+Ca
519-2
-Al -♦-Al+Ca
15 18
14CAC
•Al -•—Al+Ca
3,00
2.50-
E
£üO)
•D<D
2.00
1.50
1,00 -
J 0,50
0,00
3,00
% 2.50 -<D
I 2,00 Ji 1,50(D
S1 0,50
0,00
9Dias
12 15 18
CC7
♦-AI •Al+Ca
CP12 INPA-PF14C
-Al —•—Al+Ca —«—Al —•—Al+Ca
9 12
Dias
15 18
Figura 4. Crescimento dos isolados de rizóbía que apresentaram tolerância médiacom adição de cálcio na presença do Al tóxico.
85
aé
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índice de Crescimento
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p^ -o
© O"
oc
5.2.4. Conclusões
a) O cálcio foi capaz de proporcionar aumento no crescimento bacteriano de alguns
isolados de rizóbia na presença do alumínio tóxico, indicando aumento na
tolerância das bactérias em relação ao alumínio.
b) A resposta à aplicação do cálcio em relação à tolerância ao alumínio variou
entre os isolados, sendo que 17 isolados não responderam, apresentando ainda
sensibilidade ao alumínio, enquanto nove apresentaram tolerância média e 15
tolerância alta.
c) A maioria dos isolados que apresentaram alguma tolerância ao alumínio na
presença do cálcio, apresentou aumento do crescimento em placa de Petri com o
tempo de exposição.
d) Alguns isolados que apresentaram tolerância alta na presença do cálcio
estabilizaram o crescimento no 3° (INPA-PF20b, INPA-PF17b e INPA-Mlb ) ou no
6° dia (INPA-MSc, INPA-I\/I2c e INPA-PF19b). Entre os isolados de tolerância
média, a estabilização do crescimento ocorreu apenas no sexto dia para os
isolados INPA-RP9a e INPA-PF18e
88
5.2.5. Referências Bibliográficas
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91
5.3. AVALIAÇÃO DE ISOLADOS DE RÍZÓBIA NA SIMBIOSE COMO FEIJÃO CAUPI {Vi0na unguiculata L. Walp.) EM UMLATOSSOLO AMARELO AGIDO E ÃLICO.
RESUMO
A baixa concentração de N nos solos agrícolas da Amazônia é um fator limitante
para uma agricultura econômica e ecologicamente sustentável. Neste contexto, a
fixação biológica do N é de fundamental importância, pois é uma entrada natural de
N nos ecossistemas. O presente estudo objetivou avaliar a capacidade infectiva de
isolados de rizóbia e a eficiência na fixação do N em um Latossolo ácido usando o
feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp). Foram selecionados e levados ao campo
os inóculos sensíveis INPA-RP5a, INPA-RP10b e os tolerantes à acidez e ao
alumínio INPA-RP1c, FCAN-01, CP-17 e CP-12. Os tratamentos consistiram nas
inoculações, adubação com N (70 kg.ha-1), adubação com N + CP-17, e a
testemunha (ausência de inoculação e de adubação com N). O uso da adubação
nitrogenada teve como objetivo, verificar se o solo apresentava deficiência desse
nutriente. Os isolados sensíveis tiveram desempenho semelhante aos tolerantes,
sobrevivendo na espermosfera e induzindo a nodulação primária (zona da coroa da
raiz) sem diferença quanto às suas capacidades saprofíticas. A inoculação com
rizóbia se equiparou à adubação com N em termos de rendimento de biomassa e
produção de grãos. O inóculo CP 12 tendeu a apresentar melhor desempenho. A
^ adubação com N e esta prática conjugada com o CPI7 proporcionaram baixa
nodulação, embora a produtividade não tenha sido inferior aos inóculos que
tiveram melhor desempenho. O inóculo CPI7 proporcionou uma menor ocorrência
de bactérias solubilizadoras de fosfato de cálcio (10%), enquanto que os demais
proporcionaram índices que variaram de 39,7% a 66,6%. Não houve diferença
quanto à presença de solubilizadoras de fosfato de alumínio entre os tratamentos.
Os isolados, com exceção da CPI7, proporcionaram aumento de N e P na
biomassa aérea do caupi.
Palavras-chaves: Bradyrhizobium, acidez, alumínio, solubilização de fosfatos.
92
ABSTRACT
The low N concentration in agricultural soils of the Amazon Is a limiting factor for an
economic and ecological sustainable agriculture. In this context, the biológica! N
fixation is of basic importance since it is a natural entrance of N in the ecosystems.
The present study had as objective to evaluate the infective capacity of rhizobia
isolates and their efficiency to fix N in cowpea bean in an acid Amazonian Oxisol
using cowpea bean (Vigna unguiculata (L.) Walp). The sensible inocuium INPA-
RP5a, INPA-RP10b and the acid and aluminum tolerant isolates INPA-RP1c,
FCAN-01, CP-17 and CP-12 were used in a field experiment. The treatments
consisted in the inoculation with these isolates, and with N (70 kg.ha-1), fertilization
with N + CP-17, and the control (absence of inoculation and fertilization with N).
Nitrogen fertilization had as objective, to verify soil nitrogen deficience. The sensible
isolates had similar performance to the tolerants, surviving on the spermosphere
and inducing primary nodulation (crown root zone) without difference about their
saprophitic capacities. Rhizobia inoculation was similar to the N-fertilization in terms
of plant biomass and grain production. The inocuium CP 12 tended to present a
better performance. The fertilization with N and this practice pius inoculation with
CPI7 provided low nodulation, although the productivity had not been lower than
the best inocuium. Inocuium CPI7 provided the lowest presence of Ca phosphate
solubilizing bactéria (10%), while with the others, phosphate solubilizing bactéria
occurrence varied from 39,7% to 66,6%. There was no difference among
treatments for the aluminium phosphate solubilization bactéria. The isolates with
exception of the CPI7, provided an increase in N and P contents in the aerial
biomass of cowpea bean.
Key-words: Bradyrhizobium, acidity, aluminum, phosphates solubilization.
93
5.3.1. Introdução
O crescente aumento da demanda por alimentos em algumas regiões tem
levado à adoção de práticas agrícolas que podem degradar o solo e estimular o
uso de áreas impróprias para os cultivos agrícolas. A situação é mais séria nos
trópicos, devido à fragilidade da estrutura do solo, erosão, baixa matéria orgânica e
tecnologias agrícolas inapropriadas. A diminuição dos nutrientes e a acidificação do
solo são duas das maiores conseqüências do manejo inadequado.
A baixa disponibilidade de nitrogênio nos solos agrícolas da Amazônia tem
tornado a agricultura uma prática econômica e ecologicamente insustentável,
aumentando a pressão para o desmatamento de áreas de vegetação natural e
afetando os ecossistemas regionais. A aplicação de grandes quantidades de
nitrogênio na forma de fertilizantes químicos não está ao alcance da maioria dos
produtores regionais. Além disso, ela é seletiva quanto à população microbiana do
solo (Nuemberg, 1988) e pode resultar em grandes perdas por lixiviação (Sanchez
et a/., 1983), causando poluição ambiental (Amado & Mieiniczuk, 2000). Estes
mesmo autores citam este processo de poluição que se torna mais intenso em
condições de altas precipitações e doses de adubos nitrogenados, sendo a
primeira uma realidade e a segunda, uma necessidade na Amazônia.
Neste contexto, a fixação biológica do N2 é uma atividade chave para o
manejo sustentável, tendo em vista que é um processo natural de entrada de
nitrogênio nos ecossistemas, usando apenas a energia fotossintética. No entanto,
ao se introduzir uma leguminosa no campo, a nodulação e a fixação do nitrogênio
são geralmente baixas, devido á baixa eficiência dos isolados nativos do solo. Isto
torna necessária a utilização da inoculação com isolados de rizóbia previamente
94
selecionados. Não obstante, a acidez e a alta concentração de alumínio tóxico e a
baixa eficiência dos isolados em competirem com os rizóbias nativos são fatores
que prejudicam o estabelecimento da fixação simbiótica do nitrogênio.
A necessidade de selecionar estirpes de rizòbia mais eficazes tem levado ao
interesse pela ecologia da comunidade microbiana, e como conseqüência, tem
gerado uma evolução da diversidade de rizòbia bem como o conhecimento da
distribuição, sobrevivência e adaptabilidade deste importante grupo de organismos.
Sendo assim, são necessários estudos mais apurados no sentido de se obter
melhores condições para o desenvolvimento da bactéria em simbiose com as
leguminosas para se conseguir estirpes selecionadas que possam substituir a
adubação nitrogenada no solo.
Por tais motivos, o presente trabalho teve, como objetivo, avaliar a capacidade
infectiva de isolados de rizòbia e a eficiência na fixação do nitrogênio em um
Latossolo ácido com elevada concentração de alumínio. Foi realizada também,
uma avaliação quanto à ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfates e
colonização micorrízica nas raízes do caupi, visando dar subsídios com relação à
presença da adubação com fósforo aplicada no solo do experimento.
95
5.3.2. Material e Métodos
5.3.2.1. Local do experimento
O experimento foi realizado em uma propriedade da comunidade rural
Brasíleirínho, localizada na zona leste de Manaus-AM. O local de instalação do
experimento foi formado por uma capoeira até 1999, que depois foi derrubada e
queimada, ficando em pousio até a fase experimental no ano de 2001.
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo amarelo, no
qual foi realizada a coleta das amostras na camada de 0-20 cm para análise
química de acordo com a metodologia proposta pela EMBRAPA (1999). As
análises realizadas foram pH (H2O e KCI IN), Al, Ca, Mg (extraídos com KCI IN e
leitura em absorção atômica), P (extraído com Mehlich 1 e leitura por colorimetria),
K, Fe, Zn, Ou, Mn (extração com Mehlich 1 leitura em absorção atômica) e N
(extraído por destilação Kjeldahl e leitura por titulação ácida). Para a coleta do solo,
a área foi dividida em três blocos para que fossem verificadas as características
químicas representativas do local, conforme mostra a Tabela 15.
Tabela 15. Análise química do solo da área experimental. Amostras de solo referentes a 3blocos, correspondentes as subdivisões do local do experimento.
Bloco PH Al Ca Mg K p Fe Zn Ou Mn N
H20 KCI cmol.kg'' mg.kg"
1 4.4 3.9 1.6 0,0 0.1 0.1 4,26 184 1.1 0.3 0.1 0.4
2 4.3 3.9 1.7 0.6 0.0 0.1 3.66 230 1.2 0.6 0.1 1.2
3 4.8 4.0 2.9 0.0 1,45 0.1 21,1 189 1.5 0.2 0.7 1.6
Média 4,5 3,9 2,1 0,2 0,5 0,1 9,69 201 1,3 0,4 0,3 1,1
96
o.
5.3.2.2 .Instalação do Experimento
Isolados utilizados e preparação do inocuiante
Foram usados seis isolados de rizóbia, baseando-se nos trabalhos
anteriores de laboratório (Artigo científico 1, deste mesmo documento e de dados
não publicados de estirpes do banco de germoplasma do Laboratório de
Microbiologia do solo/lNPA). Entre esses isolados, usaram-se dois considerados
como sensíveis à acidez (pH 4,5) e ao alumínio tóxico (2,0 cmolc. L"^), e quatro
como tolerantes a esses fatores. Todos esses isolados ainda foram capazes de
solubilizar fosfato de cálcio e fosfato de alumínio in vitro, características tais que
podem torná-las mais eficazes em suprir P para as plantas. Os isolados sensíveis e
tolerantes utilizados no experimento encontram-se na Tabela 16.
Esses isolados foram colocados para crescer em 50 mL de meio com extrato
de levedura e manitol (YMA, Vincent, 1970) por seis dias, a 28°C, quando atingiram
a concentração de 10®células.mL"\
Tabela 16. Lista dos isolados utilizados no experimento com as respectivas
procedências.
Isolados Fonte do inoculo Local de coleta
INPA-RP5a* Solo agrícola Rio Preto da Eva-AM
INPA-RPIOb* Solo agrícola Rio Preto da Eva-AM
INPA-RPIc** Solo agrícola Rio Preto da Eva-AM
CPI 7** Nódulo de caupi Presidente Figueiredo-AM
CPI 2** Nódulo de caupi Presidente Figueiredo-AM
FCAN-Or* Nódulo de palheteira Campus Universitário/UA-AM
* Sensíveis à acidez e ao alumínio tóxico ** Tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico
97
Preparação dos ínoculantes
Foi utilizado como substrato orgânico para os inoculantes, o esterco de
curral curtido passado em peneira com malha de um mm de diâmetro. Foram
retiradas nove amostras (uma para cada isolado) de 70 g e, em seguida, foram
esterilizadas em sacos de polietileno a 120°C por duas horas em autoclave, para
eliminação de qualquer contaminante que por ventura pudesse influir nos
resultados.
Alíquotas de 25 mL do meio líquido de cada isolado foram passadas para os
sacos de polietileno contendo o substrato orgânico, ficando um isolado por saco.
Fez-se uma agitação leve de forma tal que obteve-se uma mistura homogênea e
pastosa. Em seguida, os inoculantes ficaram incubados a 28°C por sete dias.
Legumínosa hospedeira utilizada
A leguminosa utilizada foi o feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp), que é
uma cultura de subsistência bastante adaptada às condições edáficas da região
amazônica, e muito cultivada pelos agricultores regionais. O caupi constitui-se na
principal leguminosa de grãos na Amazônia, onde é cultivado em rotação com
cereais. Além disso, possui alta capacidade de sobrevivência em condições
climáticas adversas, tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade e resistência á
Rhizoctonia (Bonetti, 1988). A cultivar utilizada foi a IPEAN-V69.
As sementes de caupi, adquiridas junto ao Departamento de Produção
Animal e Vegetal/UFAM, foram esterilizadas em álcool e cloreto de mercúrio
(0,02%), e, em seguida, lavadas com água estéril para a retirada do excesso
desses produtos, para evitar possível diminuição do n° de células ou morte dos
98
isolados. Em seguida, as mesmas foram colocadas por alguns segundos em
recipiente contendo uma solução estéril de água destilada e açúcar (40%), com o
objetivo de facilitar a adesão do inoculante à semente. Retirou-se o excesso da
solução açucarada e, depois, as sementes foram passadas para sacos plásticos
estéreis juntamente com os inoculantes previamente preparados. Fez-se agitação
suave para a obtenção de uma mistura homogênea das sementes com os
inoculantes.
Tratamentos utilizados
Os tratamentos utilizados foram as inoculações com os seis isolados (Tabela
16). Acrescentou-se ainda a adubação nitrogenada, equivalente a 70 kg.ha"^; a
adubação nitrogenada + inoculação com a CPI7 (isolado tolerante) e a testemunha
(ausência de adubação nitrogenada e inoculação), totalizando 9 tratamentos. A
utilização do tratamento conjugado adubação com N + CPI7 foi usado com o
intuito de confirmar a resposta da planta à aplicação do N mineral e veerificar se o
solo apresentava deficiência desse nutriente.
instalação do piantio
O plantio foi realizado em delineamento experimental de blocos ao acaso
com nove tratamentos em quatro repetições, correspondendo a 36 parcelas
experimentais. Cada parcela experimental constituiu-se de quatro linhas de plantios
com cinco m de comprimento, espaçadas em 0,5 m. A distância entre as parcelas
experimentais foi de um metro. O tamanho de cada parcela experimental foi de 20
m^, logo, a área total utilizada no experimento foi de 880 m^.
99
A semeadura foi realizada em sulcos de 20 cm de profundidade por 20 cm
de largura. No entanto, o solo revolvido dos sulcos foi retornado para os mesmos,
nos quais fez-se a semeadura a 5 cm de profundidade. Foram semeadas 35
sementes por metro linear e 10 dias após o plantio fez-se o desbaste deixando-se
20 plantas.m"^
No momento do plantio foi realizada a adubação com superfosfato triplo (100
kg P.ha'^), KCI (80 kg K.ha"^), sulfato de cálcio (5 cmolc.kg"'') e de magnésio (3
cmolc.kg"^). O nitrogênio, em forma de uréia, foi aplicado em dose equivalente a 70
kg.ha"^ apenas nas parcelas referentes ao tratamento com essa adubação. Esta
dose de N foi parcelada em três vezes, sendo um terço no plantio, um terço 20 dias
após o plantio e um terço próximo da floração. Não foi realizada a calagem com o
intuito de não modificar as condições de pH e AF, pois os valores médios desses
dois fatores (Tabela 15) estavam próximos aos quais os isolados foram submetidos
em laboratório nos testes de infectividade (artigo científico 1, deste documento).
5.3.2.2. Parâmetros avaliados
Modulação e rendimento de matéria seca
Foi avaliada a nodulação no período da floração, utilizando-se as fileiras da
bordadura, onde foram coletadas dez plantas por parcela, das quais foi obtido o
número de nódulos por planta (NN). Após a contagem dos nódulos, esses foram
acondicionados em sacos de papel devidamente identificados e levados para
estufa de secagem a 65°C até peso constante para a obtenção dos pesos dos
nódulos secos (PNS) (mg/planta).
100
Nesta mesma fase de desenvolvimento foram coletados os dados de peso
da matéria seca da parte aérea (MSPA) (g/planta) das plantas usadas para a
avaliação da nodulação. As plantas foram cortadas na altura do colo e, em
seguida, foram acondicionadas em sacos de papel, devidamente identificadas e
colocadas para secar em estufa a 65°C até peso constante.
Produção de grãos
A produção de grãos foi obtida a partir de dez plantas coletadas entre as
fileiras centrais de cada parcela, das quais foi eliminado meio metro de cada
extremidade de cada fileira para evitar o efeito de borda. Esse dado foi obtido após
a maturação fisiológica das plantas. As vagens coletadas foram colocadas para
secar, debulhadas e os grãos foram pesados. Os dados obtidos foram
transformados para t.ha'\
Avaliação do estado nutricional das plantas
Para a determinação dos nutrientes na parte aérea utilizou-se amostra
oriunda da matéria seca da parte aérea triturada. A determinação do nitrogênio na
parte aérea (g.kg'^) foi realizada pelo método de Kjeldhal após a digestão suifúrica
(EMBRAPA, 1999). Os teores de P, K, Ca, Mg (g.kg'^), Fe, Mn, Mo e Zn (mg.kg"^)
foram extraídos da matéria seca por digestão nitroperciórica. A leitura do K, Ca,
Mg e dos micronutrientes foi feita em absorção atômica e a do P em
espectrofotômetro, apos a diluição do extrato, enquanto os micronutrientes foram
lidos diretamente nos extratos não diluídos, obtidos após a digestão (EMBRAPA,
1999).
101
Presença de solubilização de fosfates na rizosfera do caupi
Foi avaliado o efeito da inoculação sobre a presença de bactérias
solubilizadoras de fosfatos de cálcio e de alumínio (BSF) na rizosfera das plantas.
Para estas avaliações, foram utilizados fragmentos de raízes finas das plantas das
quais foram obtidos os dados de nodulação e matéria seca. Os pedaços de raízes
usados para avaliar as presenças de BSF foram obtidos fora da zona da coroa da
raiz das plantas, onde poderiam estar presentes os isolados de rizobia dos
inoculantes, que também apresentam a habilidade de solubilizarem fosfatos. Com
isso, procurou-se evitar que os dados positivos de solubilização proviessem dos
isolados de rizobia dos inoculantes e não da população autóctone de BSF do
próprio solo.
Para a observação da ocorrência de solubilização, as raízes foram
separadas do solo no momento da coleta, no campo, por meio de agitação manual,
sem lavagem com água. Em laboratório, foram cortados fragmentos de 1,0 cm de
comprimento, aleatoriamente entre as plantas de cada parcela experimental, e
colocados em placa de Petri. Para cada parcela foram cortados 40 fragmentos,
sendo 20 para a observação da solubilização de fosfato de cálcio e 20 para
solubilização de fosfato de alumínio.
Esses pedaços foram colocados sobre o meio GL sólido com fosfato de
potássio e sobre o meio com fosfato de alumínio. O meio com fosfato de cálcio foi
constituído por 10 g de glicose, 0,5 g de extrato de levedura e 16 g de ágar por
litro, mais o fosfato de cálcio precipitado (10 g CaCb em 100 mL de H2O + 5 g
K2HPO4 em 50 mL de H2O), como citado por Sylvester-Bradiey et al (1982). O
meio com fosfato de alumínio foi constituído por 10 g de glicose, 0,5 g de extrato
102
10 g de manitol, 6 g de K2HPO4 e 16 g de ágar. Foi acrescentada uma solução
contendo 5,34 g de AICI3, para formar o precipitado fosfato de alumínio. O pH dos
meios foi calibrado para 6,5 e 4,5 respectivamente.
Foram utilizadas duas placas por tratamento, com dez pedaços por placa,
tanto para a observação para solubilizadoras de fosfato de cálcio como para fosfato
de alumínio. Em seguida, as placas foram mantidas em câmara de crescimento em
temperatura de 28°C.
A avaliação foi feita por um período de dez dias, mas por garantia, as placas
foram mantidas por mais tempo para avaliar possível crescimento tardio. O
aparecimento de um halo de solubilização do fosfato (Ca e Al) em volta da raiz
amostrada foi indicativo de positividade. A ausência de halo de solubilização em
volta da raiz foi considerada como sem presença visível de solubilização. Para
assegurar que o halo de solubilização era proveniente de bactérias, procedeu-se à
retirada de uma amostra das raízes positivas, usando-se uma alça de platina,
repicando-a em outra placa de Petri que continha o meio GL com ágar. Foram
considerados positivos os fragmentos de raízes que apresentaram bactérias que,
depois de purificadas, ainda solubilizaram os fosfatos de cálcio e de alumínio. Os
dados de ocorrência foram registrados em percentual, considerando-se os 20
fragmentos por repetição de cada tratamento como o valor 100%.
Colonização radicular por fungos micorrízícos arbuscuiares
As plantas das quais foram retirados os fragmentos de raízes de caupi para
a avaliação da colonização micorrízica foram as mesmas utilizadas na avaliação da
nodulação e da solubilização de fosfatos. Para a coloração das raízes do feijão
103
caupi, utilizou-se a metodologia de Kormanick et aL (1980). Adotou-se o método da
lâmina para quantificar os níveis de colonização radicular, segundo a metodologia
de Giovanetti & Mosse (1980), utilizando-se 50 fragmentos de raízes por repetição
de cada tratamento. Os dados da presença de colonização radicular também
foram registrados na forma de percentagem, considerando como positiva, a
presença de hifas, arbúsculos e/ou vesículas.
Análise estatística dos dados
Os dados coletados foram submetidos a uma análise de variância,
considerando-se o modelo estatístico Yi = pi + Bi + ai + si, onde Y corresponde à
variável resposta ou parâmetros avaliados, pi à média populacional, Bi o efeito de
bloco, ai o efeito dos tratamentos e ei o resíduo. As significâncias dos tratamentos
foram verificadas pelo teste F com 1 e 5% e probabilidade. Para os parâmetros que
se mostraram significativos, foi aplicado o teste de Duncan (5%), para o contraste
das médias. Foram realizados estudos de correlação de Rearson (5%) entre alguns
parâmetros e a nodulação. Os dados referentes ao número de nódulos foram
transformados em Raiz (X+0,5) para a análise estatística.
104
5.3.3. Resultados e Discussão
A análise de solo (Tabela 15) permite inferir que o mesmo possui limitações
de acidez e alta concentração de alumínio tóxico, cuja saturação deste elemento
chegou a 71%, condições essas, muito encontradas na maioria dos solos da
região, e que de certa forma exerce pressão seletiva sobre os microrganismos. Nos
experimentos de laboratório e casa de vegetação, foram realizados testes de
tolerância e infectividade, respectivamente em condições muito parecidas (pH 4,5 e
2,0 cmolc. L"^ meio) com estas encontradas no campo (Tabela 15).
Tanto os isolados sensíveis, como os tolerantes à acidez e ao alumínio
tóxico influenciaram os parâmetros avaliados. A análise de variância detectou
efeito significativo dos tratamentos quanto à produção de matéria seca da parte
aérea, número e peso dos nódulos secos, produção de grãos e ocorrência de
bactérias solubilizadoras de fosfato de cálcio. Não houve efeito significativo dos
tratamentos sobre a ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de alumínio
e colonização por fungos micorrizicos no sistema radicular do feijão caupi.
Matéria seca da parte aérea
Não houve diferença significativa entre os isolados de rizóbia utilizados
como inoculantes e os tratamentos que receberm adubação nitrogenada para o
rendimento de matéria seca do caupi (Tabela 17). O tratamento com adubação
nitrogenada resultou em maior desenvolvimento das plantas em relação à
testemunha, indicando que o solo apresentava-se deficiente desse nutriente e que
a cultura do caupi respondeu a essa adubação química. Os isolados INPA-RPIc e
INPA-RPIOb foram os únicos que superaram significativamente a testemunha,
105
resultando praticamente no dobro de rendimento, demonstrado serem eficientes
quanto à fixação do N2 em condições de campo. Diferenças na eficiência de
isolados de rizóbia em promover aumento da matéria seca às plantas são,
freqüentemente, encontradas na literatura (Santiliana et ai, 1998; Carvalho &
Stanford, 1999).
Os isolados INPA-RPIc e INPA-RPIOb são oriundos de um inóculo do
município de Rio Preto da Eva, AM, que em casa de vegetação, proporcionou um
aumento significativo de matéria seca da parte aérea e da nodulação no feijão
caupi usando solução nutritiva com pH 4,5 e alumínio tóxico. É importante frisar
que este isolados comportaram in vitro como tolerantes e sensíveis,
respectivamente, ao alumínio tóxico em pH 4,5, condições essas, muito parecidas
com as encontradas no campo. Pode ser que, no campo, algum fator possa ter
influenciado a capacidade do isolado INPA-RPIOb em superar tais fatores, entre os
quais o teor de cálcio adicionado ao solo, que em laboratório proporcionou alto
crescimento de isolados sensíveis na presença do alumínio tóxico. Outro aspecto a
ser considerado é que os isolados sensíveis atuaram nesse primeiro momento,
apenas na espermosfera das sementes, induzindo a nodulação na coroa da raiz e
fixando o nitrogênio suficiente para atende pelo menos parte das necessidades da
planta. Sua capacidade saprofítica no solo só poderá ser avaliada após serem
liberadas dos nódulos no solo após a senescência dos mesmos e da cultura.
Desse modo, as características de tolerância e sensibilidade á acidez e tolerância
ao alumínio tóxico não puderem ser avaliadas nesse experimento. São necessários
estudos de médio e longo prazo na área experimental para avaliar se esses
106
isolados suportam as condições edafoclímáticas sem a presença da planta
hospedeira, o que ainda não foi feito.
A inoculação proporcionou incremento da matéria seca da parte aérea
estatisticamente iguais à adubação com N, com os isolados proporcionando
rendimento numérico de matéria seca maiores que a adubação nitrogenada
(Tabela 17). Resultado semelhante foi obtido com o feijão guandu (Fernandes &
Fernandes, 2000). Logo, podemos considerar que as estirpes que proporcionaram
rendimento de matéria seca igual ao proporcionado a adubação nitrogenada como
eficientes.
Tabela 17. Efeito de diferentes isolados e da adubação com N sobre o rendimento de
biomassa aérea, nodulação e produtividade de grãos do feijão caupi.
Tratamento MSPA* (g/planta) NN*/planta PNS*(mg/planta) Produtividade (t.há'^)
Testemunha 3.2 b 8.0 b 19,3 bcd 1,13 c
Adubação N 4,8 ab 2.5 b 17,5 Cd 1,28 bc
CP17 + N 4.7 ab 1.8 b 6.5 d 1,27 bc
CP17 4,0 b 1.3b 3.0 d 1,43 bc
CP12 5,1 ab 28.0 a 48,0 abcd 1,88 a
INPA-RP1C 4.5 ab 12.5 b 28,5 bcd 1,61 ab
FCAN-01 6,0 a 33.0 a 103,3 a 1,62 ab
INPA-RPIOb 6,2 a 31,0 a 89,0 abe 1,26 bc
INPA-RP5a 5,0 ab 29.5 a 90,5 ab 1,58 ab
C. V. % 24,0 33,0 67,0 17,0
* MSPA - Matéria seca da parte aérea, NN - Número de nódulos e PNS - Peso dos nódulos secos.** Os dados de NN foram transformados em Raiz (X+0,5) para a análise estatística.Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Esse aumento da biomassa aérea do caupi em função da inoculação é
fundamental para a agricultura de baixo insumo e ecologicamente sustentável,
pois, com a colheita das vagens, o resíduo pode ser incorporado ao solo,
107
aumentando o teor de matéria orgânica e liberando nutrientes, principalmente o
nitrogênio, havendo assim, menos perdas por lixiviação (Alfaia, 1997). A aplicação
do resíduo de caupi ao solo como cobertura pode promover o acúmulo de matéria
orgânica na sua camada superficial, reduzindo as flutuações térmicas e hídricas,
bem como resultando em uma população microbiana maior que a encontrada em
solo cultivado convencionalmente (McCalIa, 1967 apt/d Silva & Vidor, 1984).
O tratamento inoculado com o isolado CP 17 foi ineficiente quanto em
proporcionar aumento de matéria seca da parte aérea, baseando-se numa análise
numérica dos dados.
Número de nódulos
Os dados de nodulação mostram que o caupi apresentou resposta à
inoculação com a maioria dos isolados de rizóbia (Tabela 17). A prática da
adubação nitrogenada isolada, a inoculação com o isolado CPI 7, o uso de ambas,
a testemunha e a inoculação com o isolado tolerante INPA-RPIc não diferiram
estatisticamente e proporcionaram número de nódulos significativamente inferior
aos obtidos com os isolados FCAN-01, INPA-RPIOb e INPA-RP5a (Tabela 17). Os
isolados FGAN-01, INPA-RPIOb e INPA-RP5a não diferiram significativamente
(Tabela 17). Os isolados sensíveis INPA-RPIOb e INPA-RP5a se equipararam aos
isolados tolerantes CPI2, FCAN-01 (Tabela 17). O número de nódulos formado
pelos rizóbias nativos do solo foi muito baixo, assim como o número de nódulos
proporcionados nas plantas adubadas com nitrogênio (Tabela 17). A baixa
nodulação nas plantas não inoculadas em rizóbia (testemunha) sugere que o solo
apresenta baixa população dessa bactéria, pois em solos com populações
108
estabelecidas, a nodulação é elevada (Oliveira & Vidor, 1984a,b: Vargas et
a/.,1991).
A inibição da nodulação pela aplicação de nitrogênio N (70 kg.ha"^) confirma
os resultados obtidos em diversos trabalhos com leguminosas. A adubação
nitrogenada não só diminui o número e o peso dos nódulos (Lopes et a/, 1996),
como também a fixação simbiótica do nitrogênio (Hungria et al., 1975). Stamford &
Neptune (1986) citam que a dose de 100 mg de nitrogênio.kg'^ de solo inibiu por
completo a nodulação em caupi. O retardamento na fixação do N2 em feijoeiro,
causando danos à eficiência simbiótica, é devido à alta eficiência do vegetal em
absorver o nitrogênio mineral em doses elevadas no solo (Hungria et a/., 1985). Os
dados de Lopes et al. (1996) mostram que a aplicação de doses superiores a 25 kgA
N.ha" para a cultura do caupi não só são desnecessárias, como prejudiciais à
formação dos nódulos, embora uma pequena dose seja necessária para
proporcionar o efeito inicial da nodulação e fixação do N.
Peso dos nódulos secos
Os isolados sensíveis também se comportaram como os tratamentos
superiores, não diferindo estatisticamente dos isolado tolerantes CPI2 e FCAN-01
(Tabela 17). A adubação com N, a sua utilização associada com isolados a CP17 e
a inoculação isolada com a CPI7 e com o isolado INPA-RPIc apresentaram
valores baixos de peso dos nódulos secos e se equiparam estatisticamente às
plantas sem inoculação (Tabela 17). Para este parâmetro, FCAN-01, INPA-RP5a e
INPA-RPIOb foram os únicos isolados que superaram a testemunha e a adubação
com nitrogênio (Tabela 17). Segundo Vargas & Graham (1988), a nodulação e o
109
crescimento do feijão foi melhor quando ambos os simbiontes foram tolerantes à
acidez. Os isolados oriundos de solo ácido são eficientes quando testados como
inoculantes em condições parecidas ao local dos quais foram coletados (Van
Rossum et al., 1994).
O aumento do número e peso dos nódulos secos nas raízes do caupi em
função da inoculação é indicativo da eficiência dos isolados utilizados como
inoculantes em induzir a formação de nódulos nas condições experimentais. Outro
fator que pode ter estimulado a nodulação no caupi, foi a baixa concentração do N
no solo (Tabela 15) (Van Rossum et al., 1994).
Baseando-se nos dados de nodulação, percebe-se que os isolados
tolerantes INPA-RPIc e CP 17 apresentaram baixa capacidade de indução de
formação de nódulos na raiz do caupi (Tabela 17). Pode ser que outros fatores,
que não a acidez e o alumínio tóxico do solo, possam ter afetado a capacidade
desses isolados infectarem o caupi, tendo em vista que as tolerâncias à acidez e
ao alumínio são características geneticamente estáveis (Flis et ai., 1993). Segundo
Howieson et al. (1992) e Reeve et al. (1993), pode não haver correlação entre a
habilidade dos isolados em crescerem em meio ácido em laboratório e sua
performance no campo. A nodulação causada pelos rizóbias nativos também foi
muito baixa (Tabela 3). Silvester-Bradiey et al. (1980) encontraram baixa atividade
de nitrogenase e pouca nodulação natural em leguminosas crescendo em solos
argilosos da Amazônia. Esse resultado é sustentado pela observação de Bonetti et
al. (1984), de que o número de Bradyhizobium nativo é muito baixo nos solos de
terra firme da Amazônia, variando de 3 a 200 células/g de solo.
110
Embora o isolado INPA-RP1c tenha apresentado uma nodulação fraca,
proporcionou rendimento de matéria seca e nitrogênio e produtividade mediana
(Tabela 17). Apesar de não se descartar um possível efeito do nitrogênio oriundo
da mineralização da matéria orgânica do solo, é possível que isso se deva a uma
maior eficiência dos bacteriódes presentes no nódulo das raízes da planta em
relação ás suas porcentagens de ocorrência (Singleton & Stockinger, 1983).
Segundo Dobereiner et al. (1979), Neves et ai (1985) e Peres et ai (1993) nem
^ sempre os isolados com maior eficiência fixadora apresentam os maiores valores
de número e peso de nódulos por planta. Os dados obtidos por Ferreira et ai
(1998) mostram que há diferenças entre isolados de rizóbia quanto ao número e o
peso de nódulos secos, e que essas diferenças não se refletiram nos rendimentos
de matéria seca e N-total, mostrando que alguns isolados, mesmo tendo
apresentado uma baixa nodulação, proporcionaram os mesmos resultados obtidos
pelos isolados eficientes quanto á nodulação, compensando a menor nodulação
com uma melhor eficiência nodular.
Foi observada, ainda, uma correlação significativa (p=0,05) entre o peso da
matéria seca da parte aérea e o peso dos nódulos secos (r=0,53). Resultado
semelhante foi obtido por Fernandes & Fernandes (2000), verificando a capacidade
infectiva de isolados de rizóbia em feijão guandu. A correlação obtida neste
trabalho de campo (r=0,53) não foi tão expressiva como a obtida em casa-de-
vegetação (r=0,73). O rendimento de matéria seca esteve, ainda, correlacionado
significativamente com o teor de nitrogênio (r=0,40) e com o de fósforo na parte
aérea (r=0,43).
111
Produção de grãos
Os isolados sensíveis INPA-RP5a e INPA-RP10c e os tolerantes INPA-RP
1c e FCAN-01 apresentaram valores estatisticamente iguais em relação à
produtividade de grãos do caupi, e tenderam a superar, tanto a adubação
nitrogenada como a utilização desta prática conjugada com a inoculação de um
isolado tolerante, embora a estatística não tenha comprovado tal fato (Tabela 17).
Os resultados semelhantes para os parâmetros avaliados (nodulação, matéria
seca da parte aérea e produtividade) entre os isolados tolerantes e sensíveis
pode ser indicativo de que os isolados sensíveis tenham desenvolvido ao nível de
campo alguma adaptação eco-química à acidez e alumínio tóxico (Ozawa et ai,
1999). Trabalhos têm mostrado que alguns isolados conseguem absorver maior
quantidade de fósforo e incorporá-lo no envelope celular na forma de fosfato, o que
proporciona tolerância ao alumínio tóxico. Pode ser que a adubação fosfatada
utilizada neste trabalho, bem como o fósforo oriundo da solubilização do fosfato de
cálcio e fosfato de alumínio na rizosfera, pelas ação das bactérias solubilizadoras
(Tabela 18), tenha sido suficiente para que os isolados sensíveis acionassem tal
mecanismo. A adição de Ca no solo como CaS04 também pode ter favorecido os
isolados sensíveis.
A inoculação do CPI2 foi o único tratamento que superou a adubação
nitrogenada, proporcionando maior rendimento de grãos para a cultura (Tabela 17),
embora ela não tenha diferido estatisticamente da INPA-RPIc, FCAN-01 e INPA-
RP5a. A superioridade da CP12 em relação á testemunha foi de 750 kg.ha"^
(Tabela 17), o que representa uma economia substancial nos gastos com N-
mineral na cultura. Vargas et ai (1991) detectaram resultado semelhante com o
112
feijão comum em solos de cerrado, no qual utilizaram a adubação com nitrogênio
na dose de 150 kg N.ha"^ isolada e com inoculação, as quais não diferiram
estatisticamente dos tratamentos com inoculação. Grattom etal. (1982) citam que a
inoculação com isolados tolerantes à acidez aumentou o rendimento de grãos dos
cultivos em um experimento de campo em solo ácido. A produtividade é o
parâmetro que deve ser o indicador final dos melhores isolados num trabalho de
seleção (Neves et a/.,1985).
Os isolados utilizados como inoculantes foram capazes de sobreviver nas
condições de solo utilizadas nesse experimento. Essas condições referem-se à
acidez e ao alumínio tóxico, que de acordo com a Tabela 15, estão praticamente
nos níveis usados nos testes de tolerância em laboratório. Outro fator do solo é a
população nativa composta por outros microrganismos que não rizóbia, os quais
podem ser competitivos e afetar a capacidade de sobrevivência da bactéria do
inoculante. Um dos processos de competição é a antibiose, na qual alguns
microrganismos do solo produzem antibióticos que podem destruir células de
outros microrganismos. Os dados de Octive et ai (1991) mostraram que um
incremento na resistência a antibióticos tem sido observado em isolados de rizóbia
após a exposição ao alumínio no meio de cultura. Xavier et ai (1998) supõem que
a presença de genes de resistência a antibióticos tem alguma relação com a
capacidade de sobrevivência em solos contendo alumínio ou genes capazes de
manter o crescimento bacteriano na presença do alumínio.
O bom desempenho da maioria dos isolados em proporcionar aumentos na
produtividade de grãos, demonstrou a capacidade em tornarem as plantas menos
dependentes da aplicação de nitrogênio na forma mineral (Tabela 19), para atingir
113
patamares satisfatórios de produtividade (Tabela 17). Isto pode reforçar a idéia de
que a população natural de rizóbia no local do experimento é baixa. Em áreas onde
a população de Bradyrhizobium nativa é baixa ou ineficiente, a inoculação das
sementes de caupi com inoculantes contendo isolados eficientes poderá aumentar
a produção substituindo parcial ou totalmente o uso do nitrogênio mineral
(Bonetti,1988).
Ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de cálcio
Houve efeito significativo dos tratamentos em relação á ocorrência de
bactérias solubilizadoras de fosfato de Ca na rizosfera do feijão caupi (Tabela 18).
Os valores percentuais encontrados estão muito acima do encontrado por Barroso
& Oliveira (2001) em feijão de metro sem inoculação (0,9%). No entanto, observa-
se que houve uma diminuição da solubilização ao se inocular com a CPI 7
comparando-a com o tratamento testemunha e com a adubação nitrogenada.
Todos os inoculantes utilizados superaram a CP 17 em relação a este parâmetro
(Tabela 18). De maneira geral, observa-se uma tendência da adubação com N
proporcionar menor solubilização na rizosfera do caupi em relação á inoculação.
Embora não tenha ocorrido diferença significativa, há uma tendência da FCAN-01
proporcionar maior solubilização do que os demais isolados.
A porcentagem de BSF-Ca na rizosfera do caupi se correlacionou
significativamente com o teor de fósforo na parte aérea (r=0,51; 5% de
probabilidade). Pode ser que, no processo de solubilização do fósforo na região da
rizosfera, haja ocorrido um aumento na disponibilidade deste nutriente para o
114
caupi, o que pode ter proporcionado maior disponibilidade deste nutriente na parte
aérea do caupi (Tabela 19).
Tabela 18. Ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de
cálcio e de alumínio, e fungos micorrízicos arbusculares no sistemaradicular do feijão caupi.
Tratamento BSF-Ca (%) BSF-AI (%) Gol. Micorrízica (%)
Testemunha 51,8 a 43,1 ab 92,5 b
Adubação N 35,5 a 28,9 abo 99.0 a
CP17 + N 41,8 a 45,6 a 99,0 a
CP17 10,0b 33,3 abo 99,0 a
CP12 43,7 a 40,1 ab 100,0 a
INPA-RPIc 55,6 a 28,3 bc 99.5 a
FCAN-01 66,6 a 34,4 abo 99,5 a
INPA-RPIOb 48,6 a 23,3 c 100,0 a
INPA-RP5a 39,7 a 38,8 abo 99,5 a
C V% 25,0 17,0 6,0
Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey(p < 0,05).
A ocorrência de solubilização de fosfato de cálcio se correlacionou
significativamente com o número de nódulos (r=,55; 5% de probabilidade) e com o
peso dos nódulos secos (r=0,52; 5% de probabilidade). Pode ser que a liberação
do fósforo pela solubilização na rizosfera tenha estimulado a formação dos nódulos
Ocorrência de bactérias solubilizadoras de fosfato de alumínio
A análise de variância mostra que houve efeito significativo dos tratamentos
sobre a ocorrência de BSF-AI na rizosfera do caupi, fato este confirmado pelo teste
de Duncan (Tabela 18). Os percentuais de BSF-AI foram relativamente menores
que os de BSF-Ca (Tabela 18), embora o fosfato de alumínio seja a forma
predominante em condições de pH encontradas nos Latossolos da região. No
115
entanto, a ocorrência de um microrganismo dentro de uma faixa de pH no solo não
significa que esteja vivendo e realizando todas as suas atividades apenas nesse
pH, e a reação de um microambiente não é sempre a mesma do macro ambiente,
onde a atividade dos organismos do solo contribuem para as mudanças localizadas
de pH (Gray & Willians, 1971). Geralmente, o tipo de vegetação é que influencia a
atividade das bactérias solubilizadoras e não fatores como o pH, granulometria,
teor de matéria orgânica e fósforo disponível no solo (Tardieux-Roche, 1966).
A diferença estatística entre os isolados não é tão expressiva. Observa-se
na Tablea 4, que a adubação nitrogenada conjugada com a inóculo CPI7 tendeu a
estimular o ocorrência desses solubilízadores.
Colonização radicular por fungos micorrízícos arbusculares
De maneira geral, ocorreu uma taxa de colonização micorrízica muito alta
em todos os tratamentos, apesar de todas as parcelas experimentais terem sido
adubadas com lOOkg de P.ha"^ (Tabela 18), o que normalmente diminui a
colonização micorrízica (Abbott & Robson, 1991; Brundrett, 1991; Saggin-Júnior et
al., 1994). Desta forma, a porcentagem de colonização radicular aparentemente
não foi inibida pelo fósforo disponível. Siqueira (1994) afirma que os níveis de
fósforo no solo interferem na colonização radicular por FMA e, que os efeitos deste
nutriente na colonização diferem entre as espécies, pois atuam via nutrição da
planta. Por isso, segundo o autor, a quantidade de P requerida para inibir a
colonização depende da capacidade de absorção e translocação na espécie
vegetal.
116
A maioria dos solos agricultáveis já contém uma população variada e
numerosa de endófitos nativos (Saito et ai, 1983). O teste de Duncan mostrou
diferença estatística entre os tratamentos. Não houve diferença estatística entre os
isolados e entre os isolados e adubação com nitrogênio (Tabela 18). Os dados
indicam ainda que a testemunha apresentou menor colonização micorrízica em
relação aos demais tratamentos.
Bonetti et ai (1986) verificaram uma alta colonização natural por fungos
micorrízicos arbusculares em caupi. A principal vantagem dessa simbiose é o
aumento na absorção de nutrientes, principalmente fósforo. Estudos sugerem que
para se estabelecer o mesmo crescimento, uma planta com um sistema
micorrízico eficiente necessita de menor quantidade de fertilizantes que uma
planta sem colonização micorrízica ou sem um sistema simbiótico eficiente.
As plantas que foram inoculadas com os isolados CPI2, FCAN-01 e INPA-
RPIOb apresentam valores mais altos de nodulação (Tabela 17) e também valores
elevados de colonização micorríza (Tabela 18). Isto pode ser um indicativo de uma
relação sinergética entre esses isolados e o estabelecimento de fungos
micorrízicos arbusculares nas raízes do caupi. A ralação sinergética entre rizóbia e
fungos micorrízicos pode está relacionado com o aumento da absorção de fósforo
(Mosse, 1981).
No feijão de faba, Elghandour et ai (1996) observaram um aumento de 57%
da matéria seca proveniente da ação conjunta do rizóbia e fungo micorrízico. A
soja apresenta maior taxa de colonização micorrízica quando inoculada com
Bradyrhizobium (Nwoko & Sarginga, 1999). Geralmente os rizóbias mantêm
relação sinergética com os fungos micorrízicos (Siqueira et ai, 1994). As
117
rizobactérias solubilizadoras de fosfato também produzem vitaminas que podem
contribuir para o desenvolvimento da associação micorrízica (Baya,1981), No
entanto, não foi possível observar uma relação muito clara da ocorrência de BSF-
Ca e BSF-AI com as taxas de colonização micorrízica neste trabalho, uma vez que
essas foram bastante elevadas, variando de 92 a 100% (Tabela 18).
Avaliação nutricíonal da parte aérea
Os isolados que proporcionaram maiores teores de nitrogênio na parte aérea
(Tabela 19) também proporcionaram os maiores índices de nodulação (Tabela 17).
A maioria dos isolados utilizados no experimento foi eficiente quanto à fixação do
N, tornando a planta independente da aplicação do N na forma mineral. Isto é de
fundamental importância nos ecossistemas de terra firme da Amazônia, tendo em
vista que a maioria dos solos é pobre em nitrogênio, o que tem limitado a produção
em tais ambientes. Tal prática pode diminuir a aplicação do nitrogênio na forma de
adubo mineral, diminuindo os custos de produção e o impacto da aplicação de
produtos químicos sobre a biota do solo. Observa-se na Tabela 5, que todos os
isolados, com exceção da CP 12, proporcionaram concentrações de nitrogênio
estatisticamente iguais à adubação nitrogenada. Os isolados sensíveis ao alumínio
foram eficientes em fixar nitrogôenio na parte aérea do caupi (Tabela 17) e se
equiparam ao isolado tolerante FCAN-01.
Todos os tratamentos superaram a testemunha com exceção da inoculação
com a CPI2 e CPI7 (Tabela 19). Apesar disso, a CPI2 proporcionou maior
produtividade (Tabela 17), o que pode indicar que ela proporciona maior
translocação de N fixado paraos grãos, indicando maior eficiência econômica.
118
Tabela 19. Efeito dos diferentes inoculantes sobre os teores de macros emicronutrientes na parte aérea do feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp).
Tratamento N P Ca Mg K Fe Mn Zn
-g.kg-1 mg.kg-1 -
Testemunha 25,5 b 5,2 d 6,7 a 8,2 b 18,0 abo 336 a 122 c 36 a
CP17+N 28,5 a 5,9 bcd 5,5 a 7,7 b 21,5 ab 293 a 138 c 38 a
Adubaçâo N 29,5a 5,3 Cd 6,9 a 8,7 b 16,7 abcd 330 a 811 a 36 a
CP17 25,5c 6,1 abcd 6,1 a 7,8 b 22,1 a 354 a 450 b 37 a
CP12 25,0c 6,6 abo 5,1 a 4,1 b 10,2 d 301 a 441 b 35 a
INPA-RP1C 28,9 a 7,0 a 6,5 a 9,4 a 13,2 Cd 342 a 292 bc 39 a
FCAN-01 28,7 a 7,0 a 7.0 a 3,2 b 11,7d 413 a 146 c 38 a
INPA-RP10b 29,3a 6,4 ab 6,0 a 3.7 b 10,6 d 406 a 118c 34 a
INPA-RP5a 29,9a 6,0 abo 9,0 a 7.2 b 15,4 bcd 375 a 130 c 41 a
CV (%) 5.0 10,0 43,0 55,0 25,0 26,0 65,0 12,0
*Médias seguida das mesmas letras na mesma coluna não diferem entre pelo teste de Tukey (p^0,05).
Esta capacidade dos isolados em proporcionarem aumento na concentração
de nitrogênio no caupi é de fundamental importância, pois após a colheita dos
grãos, a parte aérea da cultura poderá ser incorporada ao solo, servido como fonte
de matéria orgânica como também fonte alternativa de nitrogênio para cultivos
subsequentes. O acúmulo de até 30 mg de N/planta na em plantas de caupi foi
observado por Valitcheski et a/.(2001).
A decomposição dos resíduos de caupi libera lentamente o nitrogênio no
solo, diferente dos adubos minerais que possuem rápida solubilização, o que
facilita as perdas por lixiviação, principalmente em regiões onde a precipitação
pluviométrica é muito intensa. Estudos desenvolvidos nos principais solos da
Amazônia Central, utilizando uréia e sulfato de amônio enriquecido com
mostraram que o uso do N proveniente dos fertilizantes pelas culturas é muito
119
baixo (Alfaia, 1993), devido às grandes perdas por lixiviaçâo (Sanchez et ai,
1983). Smyth et ai (1987) e Sisworo et ai (1990) demostraram que na região
tropical úmida, o resíduo de caupi é uma importante fonte de nitrogênio para as
culturas subsequentes. Segundo Smyth et ai (1987), a aplicação de 32 kg N.ha'^
na forma de resíduo de caupi proporcionou uma produção de grãos na cultura do
milho estatisticamente igual à dose de 120 kg N. ha'^ na forma de uréia.
Algumas práticas agrícolas, como rotação de cultura, cultivos múltiplos e uso
de plantas de cobertura têm comprovado ser um atrativo econômico e ecológico,
melhorando a fixação e rendimento do N, principalmente nas condições da
Amazônia, contribuindo para a sustentabilidade da agricultura. Além disso, as
alterações provocadas na disponibilidade de nutrientes, provocadas por adubações
químicas, atuam diretamente sobre a população microbiana através de estímulos
seletivos sobre determinados grupos de microrganismos (Nuemberg, 1983).
Quando se faz o enterrio dos restos culturais do caupi, grandes quantidades de
nutrientes são reincorporadas ao solo (Oliveira & Dantas, 1988), podendo
beneficiar a cultura subseqüente (Anuar et ai, 1995).
O requerimento de nitrogênio pode ser parcialmente suprido biologicamente,
em sistemas agrícolas. A prática da adubação verde com leguminosas tem se
tornado mais aceitável, quando as leguminosas utilizadas em adubação verde
enriquecem o solo e ainda fornece alguma produção de grãos (Anuar et a/., 1995),
como é o caso do caupi. Mas para isso é preciso que se identifiquem isolados
eficientes em infectar as leguminosas, e que sejam capazes de competir
eficientemente com os rizóbias nativos, e que ainda tenham alta capacidade de
fixação do nitrogênio atmosférico.
120
A adubação nitrogenada e a inoculação com o isolado CP17 proporcionaram
concentração de fósforo na parte aérea estatisticamente igual à testemunha. Assim
como para o nitrogênio, a CP 17 foi o inoculante menos eficiente em proporcionar
acúmulo de fósforo na parte aérea do caupi. A CP 17 também proporcionou
nodulação baixa (Tabela 18), talvez seja esta a explicação para o menor estimulo
em proporcionar acúmulos elevados de tais nutrientes (Tabela 19). Observa-se
ainda que não houve diferença estatística entre os isolados tolerantes (com
exceção da CPI 7) e os isolados sensíveis ao alumínio em relação a este
parâmetro.
Pode ser que os teores de fósforo na parte aérea tenham sido também
influenciados pela presença de BSF-Ca na rizosfera da planta, em decorrência da
correlação significativa entre esses dois parâmetros (r=0,53, 5% de probabilidade).
Isto pode ser confirmado pelos trabalhos realizados com milho (Chabot et a/., 1988),
soja (Mikanova & Kubát, 1999), ervilha (Mikanova, 2000) e feijão (Piex, 2001).
Para os teores de cálcio na parte aérea não houve efeito significativo dos
tratamentos (Tabela 19). Em relação ao cálcio a inoculação com o isolado INPA-
RPIc proporcionou concentração deste nutriente estatisticamente superior aos
demais nutrientes. Já para o potássio, parece haver uma tendência desse nutriente
diminuir com o aumento da concentração de nitrogênio (Tabela 19), onde os
isolados CPI2, FCAN-01 e INPA-RPIOb proporcionaram valores de K
significativamente mais baixos que a adubação nitrogenada + CP 17. Há o
indicativo de que o K é pouco requerido para a formação de nódulos (Stamford et
al., 1980). Para o jacatupé. Figueiredo et ai. (1996) não observaram diferença
121
significativa entre plantas inoculadas e não inoculadas em relação ao teor de K na
parte aérea.
Não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação aos
teores de Fe e Zn na parte aérea (Tabela 19), indicando que a inoculação não
estimulou a absorção desses micronutrientes. Para o manganês, a adubação
nitrogenada proporcionou maior concentração deste elemento na parte aérea,
embora não diferindo significativamente da inoculação com a CPI2 e CPI7
(Tabela 19).
122
5.3.4. Conclusões
a) Os isolados sensíveis tiveram desempenho no campo semelhante ao dos
isolados tolerantes, e a inoculação se equiparou à adubaçâo nitrogenada em
termos de rendimento de biomassa e produtividade do caupi.
b) Os isolados tolerantes ao alumínio em condições de laboratório também se
comportaram dessa maneira nas condições de campo.
c) Os isolados sensíveis induziram nodulaçâo primária semelhante à observada
pelos tolerantes à acidez e Al tóxico.
d) A adubaçâo nitrogenada afetou negativamente a nodulaçâo
e) A CP 12 tendeu a apresentar produtividade superior aos demais isolados, com
boa capacidade de translocaçâo de nitrogênio para a parte aérea.
f) A inoculação e a adubaçâo nitrogenada estimularam a colonização micorrízica na
raiz do caupi.
g) Os isolados utilizados, com exceção da CPI 7, proporcionaram aumento de
nitrogênio e fósforo na biomassa aérea do caupi
h) Nâo foi possível identificar alguma relação significativa entre a inoculação e os
teores de Ca, Mg, K, Fe e Zn na parte aérea do caupi.
i) A adubaçâo nitrogenada proporcionou maior concentração de manganês na
parte aérea do caupi.
123
5.3.5. Referências Bibliográficas
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m
130
5.4.CARACTERIZAÇÃO GENETICA DE ISOLADOS DE RIZÓBIAPROVENIENTES DE SOLOS DO ESTADO DO AMAZONAS.
RESUMO
A caracterização genética de isolados de rizóbia através dos métodos moleculares
constitui-se em ferramenta chave para os estudos ecológicos desse simbionte, pois
permite verificar a diversidade genética deste grupo no seu habitat. Além disso,
permite diferenciar estirpes ou isolados que são considerados idênticos pelos
métodos tradicionais. Foram realizados estudos de caracterização genética de
isolados selecionados em laboratório tolerantes à acidez e ao Al tóxico, usando o
método PCR. Os isolados selecionados possuem uma correlação genética de 80%
entre si e de 75% com a espécie Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079).
Esses dados reforçam a idéia de que a maioria desses isolados pertence ao
gênero Bradyrhizobium. Embora não se possa afirmar com certeza, pode-se supor
a existência de uma nova espécie relacionada a esse gênero.
Palavras chaves: Bradyrhizobium, Variabilidade genética. Tolerância ao alumínio
ABSTRACT
The genetic characterization of rhizobia isolates through the molecular methods
constitute a key tool for the ecological studies of this simbyont, since it permit to
verify the genetic diversity of this group in his habitat. Moreover, it allows to
differentiate isolates or strains that are considered identical by the traditional
methods. Studies of genetic characterization of rhizobia chosen in laboratory
tolerant to the acidity and the Al had been carried out, using the PCR method. The
isolates chosen presented a genetic correlation of 80% among them, and of 75%
with Bradyrhizobium Japonicum (SEMIA 5079). These data strengthen the idea of
that the majority of these isolates belongs to the genus Bradyrhizobium. Although it
cannot be affirm with certainty, the existence of a new species related to this genus
can be assumed.
Key words: Bradyrhizobium, Genetic variability, Tolerance to aluminum
131
5.4.1. Introdução
A caracterização genética de microrganismos é de extrema importância para
estudos taxonômicos e para conhecer melhor suas características fisiológicas,
ecológicas e econômicas, quando a identificação dos genes funcionais é obtida.
Esta prática constitui-se numa ferramenta fundamental para o estudo da ecologia
de microrganimos do solo, pois permite o conhecimento sobre a diversidade dos
mesmos. Aspectos práticos podem ser elucidados pelo estudo da caracterização
genética de microrganismos do solo, como é caso do efeito do manejo do solo
(Hungria et ai, 2001) e da aplicação de herbícidas (Barbosa et ai, 2001) sobre a
diversidade dos mesmos.
Os métodos modernos de biologia molecular têm permitido um grande
avanço nos estudos sobre genética e texonomia do rizóbio, incrementando a
velocidade de obtenção dos resultados e um nível de precisão dos mesmos
(Hungria, 1996). Para o estudo de rizóbio tem-se observado o uso crescente da
técnica de PCR (Hungria et a/., 1997). O uso de ferramentas moleculares têm se
difundido muito na área da microbiologia ambiental, contribuindo para solucionar
novos desafios (Santos et ai, 2001).
A caracterização de isolados de rizóbio nativo do solo é condição essencial
para o desenvolvimento de estudos de copetitividade que indicarão a possibilidade
de sucesso de inoculação das leguminosas. O conhecimento da ecologia dos
isolados de rizóbio presentes nos solos das regiões tropicais é ainda bastante
restrita (Sá & Vargas, 1997), principalmente na Amazônia, onde poucos estudos
sobre ecologia e genética microbiana têm sido desenvolvidos.
132
Considerando a limitação das informações atuais sobre a ecologia do rizóbio
nos solos da Amazônia, a utilização de técnicas de biologia molecular poderá
aumentar não só o conhecimento sobre a diversidade desse microrganismo no
solo, mas também, ajudar nos estudos de competição e persistência dos isolados
inoculados no campo. Além disso, a engenharia genética pode ainda diferenciar
isolados que se mostram idênticos.
Por tais motivos o presente trabalho teve como objetivo fazer a
caracterização genética de isolados de rizóbios tolerantes ao alumínio tóxico.
133
5.4.2. Material e Métodos
Foram realizados estudos de caracterização genética dos melhores isolados
selecionados em laboratório em relação à tolerância à acidez e ao Al tóxico,
usando o método PCR (Polymerase Chain Reaction) (Gardner et ai, 1991), que se
baseia na ampliação do DNA a partir de uma pequena seqüência de
oligonucleotídeos ou "primer" do microrganismo a ser estudado, com a ação da
DNA-polimerase. No caso, utilizou-se o "primer" Box com seqüências conservadas
e repetitivas do DNA. A amplificação de DNA de bactérias de rizóbia tem-se
mostrado como uma ferramenta útil no estudo de populações nativas ou
introduzidas, e em análises de relações genéticas de isolados nativos. Este estudo
de caracterização genética visa a verificação da variabilidade genética entre os
isolados estudados, aplicando-se o método de agrupamento UPGMA, com o
coeficiente de Pearson (Programe Bionumerics, Appiied Mathematics, Bélgica).
134
5.4.3. Resultados e Discussão
Os isolados possuem uma correlação genética de 75% com a espécie
Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079) (Figura 6). Há também uma correlação
genética entre os isolados selecionados de 80%. Esses dados reforçam a idéia de
que a maioria desses isolados pertence ao gênero Bradyrhizobium. Embora não se
possa afirmar com certeza, pode-se supor a existência de uma nova espécie
relacionada a este gênero. Estes resultados estão muito próximos ao encontrado
por Zilli et ai. (1998), os quais citam que entre 14 isolados estudados que
nodularam o feijão caupi, todos possuem pelo menos 75% de homologia genética
com o gênero Bradyrhizobium, sendo que 11 dos isolados apresentam até 85% de
homologia com este gênero. Estes mesmos autores sugerem ainda a existência de
uma outra espécie de Bradyrhizobium que não B. Japonicum e B. elkani. O trabalho
de Kuykendall et ai. (1992) relata a possibilidade que uma a duas espécies de
Bradyrhizobium podem ser descritas, além das espécies existentes, a 6. elkani e a
B. Japonicum.
A análise genética de 58 isolados de rizóbia isoladas em regiões topicais,
verificado por Moreira et ai. (1993) mostrou que alguns isolados característicos do
gênero Bradyrhizobium não mostraram similaridade genética com as espécies B.
elkani e B. Japonicum.
As comparações genéticas (Figura 6) mostram que entre os isolados foram
formados vários subgrupos de clusters, dentro dos quais os isolados mantiveram
correlações genéticas entre 90 e 100%. No entanto, a maioria dos subgrupos pode
ser agrupada em grupos de clusters com homogeneidade genética abaixo de 90 e
135
acima de 80% (Figura 6). O isolado P2Abab foi o que apresentou menor correlação
genética com os demais.
O aumento do interesse na ecologia da comunidade microbiológica está
levando ao isolamento de vários isolados de rizóbia; isto tem levado à evolução da
diversidade de rizóbia bem como ao conhecimento da distribuição, sobrevivência e
adaptabilidade desse importante grupo de organismos. Embora a engenharia
genética seja uma ferramenta promissora para a produção de isolados de rizóbia
eficientes, o solo ainda continuará sendo um importante reservatório de isolados
eficientes, competitivos e tolerantes a fatores estressantes (Anuar et a/., 1995)
136
#
Pearson correlation (0pt:0.50%) (0.0%-100.0%]
Box Box
1020 30 40 50 60 70 80 90
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.6
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.1
.2
.7
.18
.11
.20
.23
.14
.21
.8
.13
.10
.16
.17
.15
.12
.22
.27
.25
.28
B. japonicumB. elkanii
B. elkanii
B. japonicum•P1- R. tropici IIB.P1. R. etii
INPA-PFIa
INPA-PF7C
INPA-RP12b
INPA-PFIc
CP 17
INPA-PFIIb
INPA-PF22d
INPA-PF17C
INPA-RPIIa
01-657
FCAN-01
558-5
2-855
558-1
INPA-MIOb
iNPA-PF3d
INPA-PF2b
INPA-RP6a
INPA-PFlOa
CP 23
INPA-PF23a
INPA-PF14C
CP 12
01-511
01-517
INPA-RP6b
SEMIA 5079
SEMIA 587
SEMIA 5019
SEMIA 5080
CIAT 899
CFN 42
Figura 6. Caracterização genética dos isolados tolerantes à acidez e ao Al tóxico,coletadas em solos da Amazônia, e suas correlações com estirpes de espécies derizóbia conhecidas.
137
5.4.4.Conclusão
A análise genética mostrou que os Isolados considerados como tolerantes à
acidez e ao alumínio tóxico apresentaram correlação significativa com o gênero
Bradyrhizobium, e que há a possibilidade da existência de uma ou mais espécies
relacionadas a este gênero, diferentes das espécies B. japonicum e B elkanii.
138
V»,
5.4.5. Referências Bibliográficas
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139
6.Discussões e Conclusões Gerais
Este trabalho corroborou com duas hipóteses: a primeira é de que isolados
de rizóbia tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico são facilmente encontrados em
solos onde esses fatores predominam, e a segunda é de que a tolerância à acidez
não significa, necessariamente, tolerância ao alumínio tóxico. Nem todos os
isolados extraídos dos solos ácidos e álicos dos três municípios (Presidente
Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manairão) apresentaram tolerância a esses fatores
estressantes em condições de laboratório, mas os resultados indicam que o solo
continua sendo a principal fonte de isolados de rizóbias com potencial para serem
utilizados como estirpes para a produção de inoculantes em leguminosas regionais.
O alumínio foi o fator mais limitante para os isolados do município de Presidente
Figueiredo (8% tolerantes) e Rio Preto da Eva (23% tolerantes). Nas amostras de
solo do município de Manairão foi detectada maior proporção de estirpes tolerantes
ao alumínio (63%) em relação as tolerantes à acidez (52%).
Características importantes, como a solubilização de fosfatos de cálcio e
fosfatos de alumínio, apresentadas por alguns isolados, podem ser melhor
exploradas, tendo em vista a baixa disponibilidade de fósforo na maioria dos solos
regionais. Isolados de rizóbia solubilizadores de fosfatos podem não só aumentrar
a dipsopnibilidade do fósforo para si, como também para a planta hospedeira.
Isolados com dupla aptidão (boa capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico e
de solubilização de fosfatos pouco solúveis no solo) podem ser de fundamental
importância para os ecossitemas amazônicos. Todos os isolados capazes de
solubilizar o fosfato de cálcio, entre as amostras de solos dos três municípios,
apresentaram baixa capacidade de solubilizar o fosfato de cálcio, com exceção do
140
isolado INPA-PF7a oriundo de Presidente Figueiredo, que apresentou alto índice. A
proporção de estirpes capazes de solubilizar o fosfato de cálcio foi maior que a das
estirpes capazes de solubilizar o fosfato de alumínio entre as estirpes dos
muicípios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. No município de Manairão
a proporção não se diferenciou.
A expressão da tolerância também pode ser desencadeada por fatores
externos, como é o caso da concentração do cálcio. Os resultados mostraram que
a aplicação de cálcio tornou alguns isolados de rizóbia capazes de tolerar a acidez
e o alumínio tóxico. O cálcio foi capaz de proporcionar aumento no crescimento
bacteriano de alguns isolados de rizóbia na presença do alumínio tóxico. Entre os
isolado submetidos à aplicação do cálcio, 17 de 45 isolados não responderam,
apresentando, ainda, sensibilidade ao alumínio. No entanto, a maioria dos isolados
que responderam ao cálcio em relação à tolerância ao alumínio, foram
consideradas como sensíveis em testes de tolerância sem este nutriente.
As amostras de solos coletadas nos três municípios continham populações
de rizóbia capazes de induzir a nodulação, no entanto as amostras coletadas nas
propriedades rurais no município de Manairão não proporcionaram aumento na
biomassa aérea do caupi. Nas amostras de solo do município de Presidente
Figueiredo, o inóculo INPA-PF22 foi a que mais se destacou, induzindo boa
nodulação, o que resultou em incremento de matéria seca da parte aérea. Em
relação a esses dois parâmteros foram selecionados, no município de Rio Preta da
Eva, os inóculos INPA-RP1, INPA-RP7, INPA-RP9, INPA-RP10, INPA-RP8.
141
A importância dos estudos dos microrganismos dos solos da Amazônia em
especial a rizóbia, com dupla aptidão (fixar o N2 e solubilizar fosfatos pouco
solúveis) é relevante não só para compreendermos melhor as relações solo-planta-
microrganismos, mas também pelas possibilidades que os mesmos proporcionam
em termos de economia de adubos nitrogenados e fosfatados e menor aplicação
de produtos químicos na natureza.
Os resultados obtidos no campo contribuem para o desenvolvimento da
agricultura sustentável nas codições dos solos da Amazônia, principalmente nos
Latossolos. As estirpes avaliadas no campo, que se mostraram eficientes na
indução da nodulação com conseqüente aumento de biomassa aérea e de
produção de grãos do caupi, podem ser um alternativa promissora para serem
utiizadas em inoculantes comerciais. Neste aspecto, a estirpe CP12 se destacou
entre os isolados utilizados pois, além de ser tolerante aos fatores químicos
estressantes anteriormente citados, contribuiu de maneira satisfatória para a
produção de biomassa e de grãos na cultura do caupi, mesmo que a estirpe não
tenha proporcionado acúmulo de nitrogênio na parte aérea superior às outras
estirpes.
O suprimento das plantas com nitrogênio através da fixação biológica,
constitui-se uma prática bastante promissora para os ecossistemas agrofiorestais,
em função de que a aplicação deste nutriente pelos agricultores locais é uma
prática bastante difícil, devido principalmente aos elevados custos de aquisição dos
fertilizantes, e pelo fato de que as condições climáticas regionais favorecem as
perdas desse nutriente através da lixiviação e volatilização, Além disso, a aplicação
de fertilizantes nitrogenados interfere seletivamente nas populações microbianas
142
do solo, conforme mostrou o trabalho desenvolvido por Nuemberg (1983). Sendo
assim, a utilização de leguminosas associadas com estirpes de rizóbia que sejam
tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico, dois fatores predominantes nos
Latossolos, e com alta capacidade de induzir à alta nodulação, que resulta em
maiores rendimentos de biomassa e produção de grãos, pode contribuir, para a
sustentabilidade ecológica e econômica das práticas agroflorestais. A incorporação
e/ou aplicação de resíduos de leguminosa como cobertura do solo são práticas que
contribuem para um manejo adequado dos solos da Amazônia, pois é uma forma
de retornar nutrientes ao solo, principalmente o nitrogênio, que nos solos da região
encontra-se em baixa concentração.
Alguns isolados selecionados nos experimentos de infectividade extraídos
das amostras dos três municípios apresentaram alta correlação genética com o
gênero Bradyrhizobium. Existe, ainda, a possibilidade da existência de uma ou
mais espécies relacionadas a este gênero, diferentes das espécies já conhecidas,
como a B. Japonicum e B. elkanii. Isto reforça a hipótese de que o solo ainda é uma
grande fonte de microrganismos benéficos de interesse agrícola.
143
ANEXOS
Tabela 20. Análise de variância dos dados referentes à matéria seca da parte aéreado caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do município dePresidente Figueiredo. Amazonas.
Causa de
VariaçãoGl SQ QM F
Blocos 2 0,211 0,0105 0,20 NS
Tratamentos 24 4,8533 0,2022 3,80**
Resíduos 48 2,5523 0,0532
Total 74
** Significativo a 1% de probabilidade. NS -Não significativo
Tabela 21. Análise de variância dos dados referentes ao número de nódulos no
sistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de soloagrícola do município de Presidente Figueiredo, Amazonas.
Causa de
VariaçãoGl SQ QM F
Blocos 2 1,2009 0,6005 0,49 NS
Tratamentos 24 90,3242 3,7635 3,09 **
Resíduos 48 58,5079 1,2189
Total 74 150,0330
** Significativo a 1% de probabilidade, NS -Não significativo
Tabela 22. Análise de variância dos dados referentes ao peso dos nódulos secosdo sistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de soloagrícola do município Presidente Figueiredo, Amazonas.Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 2 3030,9067 1515,4533 1,64 NS
Tratamentos 24 70964,7467 2956,8644 3,20 **
Resíduos 48 44343,0933 923,8144
Total 74 118338,7467
Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo
144
Tabela 23. Análise de variância dos dados referentes à matéria seca da parteaérea do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do
Causa de
VariaçãoGl SQ QM F
Blocos 2 0,1689 0,845 0,14 NS
Tratamentos 12 70.5397 5.9285 9,51 **
Resíduos 24 14.95413 0.6231
Total 38 86.2649
Significativo a 1% de probabilidade, NS - Nâo significativo.
Tabela 24. Análise de variância dos dados referentes ao número de nódulos no
sistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo
Causa de
VariaçãoGl SQ QM F
Blocos 2 0,7928 0,3964 0,26 NS
Tratamentos 12 114,0572 9,5048 6,23 **
Resíduos 24 36,6383 1,5266
Total 38 151,4884
** Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo.
Tabela 25. Análise de variância dos dados referentes ao peso dos nódulos secosdo sistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de soloagrícola do município Rio Preto da Eva, Amazonas.
Causa de
VariaçãoGl SQ QM F
BLCOS 2 2,0021 1,0010 0,22 NS
Tratamentos 12 293,3430 24,4452 5,35 **
Resíduos 24 109,7534 4,5731
Total 38 405,0984
Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo.
145
Tabela 26. Análise de variância dos dados referentes à matéria seca da parteaérea do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de solo agrícola do
Causa de Variação Gl SQ QM F
BLCOS 2 0,0428 0,0214 0,58 NS
Tratamentos 10 1,2922 0,1292 3,50**
Resíduos 20 0,390 0,369
Total 32 2,0740
** Significativo a 1% de probabilidade. NS- Não Significativo.
Tabela 27. Análise de variância dos dados referentes ao número de nódulos nosistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de soloagrícola do município de Manairão.Causa de Variação Gl SQ QM F
BLCOS 2 9,5647 4,7824 1,37 NS
Tratamentos 10 104,5434 10,4543 2,99**
Resíduos 20 69,9354 3,4968
Total 32 184,0435
** Significativo a 1% de probabilidade. NS- Não Significativo.
Tabela 28. Análise de variância dos dados referentes ao peso dos nódulos secosdo sistema radicular do caupi em função das fontes de inóculos oriundas de soloagrícola do município de Manairão.Causa de Variação Gl SQ QM F
BLCOS 2 1137,512 568,7576 0,79 NS
Tratamentos 10 40328,7273 4032,8727 5,61**
Resíduos 20 14389,8182 719,4909
Total 32 55586,0606
Significativo a 1% de probabilidade. NS- Não Significativo.
146
Tabela 29. Análise de variância dos dados referentes à matéria seca da parteaérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de camooCausa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 43,4431 14,4810 10,74**
Tratamentos 8 26.1150 3,2644 2,42*
Resíduos 24 32,3494 1,3479
Total 35 101,9075
Sígnííicatívo a 1% de probabilidade. * Significativo a 5% de probabilidade.
Tabela 30. Análise de variância dos dados referentes ao número de nódulos nosistema radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho decampo.
Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 3,7280 1,2427 0,85 NS
Tratamentos 8 113,2540 14,1568 9,72**
Resíduos 24 34,9639 1,4568
Total 35 151,9459
** Significativo a 1% de probabilidade, NS -Não significativo
Tabela 31. Análise de variância dos dados referentes ao peso dos nódulos secosdo sistema radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho decampo.
Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 3947,2222 1315,7407 1,47 NS
Tratamentos 8 49384,3889 6173,0486 6,87**
Resíduos 24 21554,2778 898.0949
Total 35 74885,8889
** Significativo a 1% de probabilidade.
147
Tabela 32. Análise de variância dos dados referentes à produtividade de grãos docaupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de namnnoausa ae variação Gl SQ QM F
Blocos
Tratamentos
Resíduos
3
8
24
0,2462
1,7894
1,4556
0,0821
0.2237
0.0606
1,35 NS
3,69**
Total 35 3,4911
üigniTicaiivo a l% de probabilidade, * NS -Não significativo
Tabela 33. Análise de variância dos dados referentes à soiubiiização de fosfato decaicio na raiz do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho rio oamr.ouausa ae variação Gl SQ QM F
Blocos
Tratamentos
Resíduos
Total
3
8
24
35
150,4138
3461,8114
2619,0912
50,1379
432,7264
109.1288
0.46 NS
3,97**
Significativo a 1% da probabilidade, NS — Não significativo
Tabela 34. Análise de variância dos dados referentes à ocorrência de solubilizaçâode fosfato de alumínio no sistema radícular do caupi em função dos tratamentos
Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 49,5856 16,5285 0.43 NS
Tratamentos 8 672,9646 84,1206 2,20 NS
Resíduos 24 915,9646 38,1620
Total 35 1638,4380
NS - Nao signiticativo
148
TsbGlâ 35. Análís6 d© vsríâncí© dos dados rBferontss à infscção micorrízíca nosistema radicular do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de
Causa de Variação Gí SQ QM F
Blocos 3 43,8865 14,6288 0,59 NS
Tratamentos 8 439,5799 54,9475 2,23 NS
Resíduos 24 591,3498 24,6396
Total 35 1074,8162
NS - Não significativo
Tabela 36. Análise de variânoia dos dados referentes à concentração de ferro naparte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de camooCausa de Variação G1 SQ QM F
Blocos 3 51698,6667 17232,8889 2,09 NS
Tratamentos 8 56130,0 7016,25 0,85 NS
Resíduos 24 197891,3333 8245,4722
Total 35 305720,0
NS - Não significativo
Tabela 37. Análise de variância dos dados referentes à concentração demanganês na parte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados notrabalho de campo.Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 44110,75 14703,5833 0,40 NS
Tratamentos 8 1789333,5 223666,6875 6,13**
Resíduos 24 875498,5 36479.1042
Total
** Sianificativo a 1% de oroba
35
bílidarlp N.Q —
2708942,75
MSo einnifir^flfit/n
149
Tabela 38. Análise de variância dos dados referentes à concentração de zinco naoarte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo.Causa de Variação GI SQ QM F
Blocos 3 228,7778 76,2593 3,84*
Tratamentos 8 136,2222 17,0278 0,86 NS
Resíduos 24 476,2222 19.8426
Total 35 841,2222
* Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo.
Tabela 39. Análise de variância dos dados referentes à concentração de zinco naparte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo.Causa de Variação GI SQ QM F
Blocos 3 3,8475 1,2825 0,60 NS
Tratamentos 8 121,1250 15,1406 7,05**
Resíduos 24 51,5550 2,1481
Total 35 176,5275
Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo.
Tabela 40. Análise de variância dos dados referentes à concentração de cálcio naparte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de campo.Causa de Variação Gi SQ QM F
Blocos 3 53,1790 17,7263 2,22 NS
Tratamentos 8 44,7507 5,5938 0,70 NS
Resíduos 24 191,3626 7,9734
Total 35 289.2924
NS - Não significativo.
150
Tabela 41. Análise de variâncla dos dados referentes á concentração de magnésio
na parte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho de
campo.
Causa de Variação Gl SQ QM F
Blocos 3 84,1208 28,0403 2,13 NS
Tratamentos 8 174,6330 21,8291 1,65 NS
Resíduos 24 316,6455 13,1936
Total 35 575,3993
NS - Não significativo.
Tabela 42. Análise de variância dos dados referentes à concentração de potássiona parte aérea do caupi em função dos tratamentos utilizados no trabalho decampo.
Causa de Variação Gl SQ QM
Blocos
Tratamentos
3 26,3618 8,7873 0,56 NS
8 637,1490 79,6436 5,11**
Resíduos 24 373,7352 15,5723
Total 35 1037,2460
Significativo a 1% de probabilidade, NS - Não significativo.
151
5 2. EFEITO DO CÁLCIO SOBRE A CAPACIDADE DE ISOLADOSDE RIZÓBIA TOLERAREM AO ALUMÍNIO TÓXICO.
resumo
O cálcio, em condições ácidas, é essencial para o crescimento e diminuição damortalidade de células, para o aumento do número e peso de nódulos e aumento
da atividade da nitrogenase de rlzóbias. O presente trabalho teve como objetivoverificar o efeito da adição de cálcio em melo de cultura sobre o crescimento derlzóbla na presença de alumínio tóxico e acidez. Os Isolados utilizados foramselecionados baseando-se nos trabalhos de teste de tolerância à acidez e aelevados teores de alumínio, do Banco de Germoplasma do Laboratório deMIcroblologla do Solo do INPA, e com Isolados oriundos de experimentos comfontes de Inóculos dos municípios do Rio Preto da Eva. Foi utilizado um melo com2 cmolc AI.L"' e outro com 2 cmolc AI.L"^ + 2,5 cmolc Ca.L"V Ambos tiveram o pH
brado para 4,5. O cálcio foi capaz de proporcionar aumento no crescimentoterlano na presença do alumínio tóxico. Indicando aumento na tolerância das
bactérias em relação ao alumínio. A resposta à aplicação do cálcio em relação àlerâncla ao alumínio variou entre os Isolados, sendo que 17 não responderam,
entando ainda sensibilidade ao alumínio na presença do cálcio, enquanto^ apresentaram tolerância média e 15, tolerância alta. A maioria dos IsoladosI antes (média e alta) apresentou, com o tempo, um aumento do crescimento
He PetrI. Alguns Isolados que apresentaram tolerância alta na presença
nove a
to
placaestabilizaram o crescimento no 3° (INPA-PF20b, INPA-PF17b e INPA-M1b )
jlg (INPA-M5C, INPA-M2C e INPA-PF19b). Entre os Isolados de tolerância" ooA PF14C e INPA-RP8a), a estabilização do crescimento ocorreu apenas
média
no 6° dia.
palavras haves' fisiologia microbiana, ecologia microbiana, acidez.
76