prova sobre introdução à literatura e adequação linguística

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NOME: SÉRIE: 1º.C DATA:__/___/2013 Prova Bimestral Disciplina: PORTUGUÊS Professora : Adriana Carrion 1º BIMESTRE INSTRUÇÕES: Preencha corretamente todos os dados solicitados no cabeçalho. Resoluções e respostas somente à tinta, azul ou preta. Utilize os espaços determinados para respostas, evite rasuras e o uso de corretivos. Resoluções com rasuras ou corretivo não serão revisadas. Boa prova! Texto 1. O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira Texto 2: (...) Se o processo é tão fácil, por que a reciclagem do lixo não atingiu o seu nível máximo até hoje? A resposta é simples: falta de boa vontade política e social. Em São Paulo, cidade que mais produz lixo no país (12 mil toneladas por dia), durante dois anos – de 1989 a 1991 – a prefeitura se encarregou de fazer coleta seletiva de porta em porta, em 69 000 casas, de 24 bairros. O serviço foi extinto e a prefeitura não pretende voltar a implantá-lo. Hoje, só restam 27 pontos de coleta seletiva voluntária na cidade. (...) (Thais de Oliveira in: Claudia, abril, São Paulo, maio de 1997)

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Page 1: Prova sobre introdução à literatura e adequação linguística

NOME: Nº

SÉRIE: 1º.C DATA:__/___/2013 Prova Bimestral

Disciplina: PORTUGUÊS Professora : Adriana Carrion 1º BIMESTRE

INSTRUÇÕES: Preencha corretamente todos os dados solicitados no cabeçalho. Resoluções e respostas somente à tinta, azul ou preta. Utilize os espaços determinados para respostas, evite rasuras e o uso de corretivos. Resoluções com rasuras ou corretivo não serão revisadas. Boa prova!

Texto 1. O Bicho

Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Texto 2:

(...) Se o processo é tão fácil, por que a reciclagem do lixo não atingiu o seu nível máximo até hoje? A resposta é simples: falta de boa vontade política e social. Em São Paulo, cidade que mais produz lixo no país (12 mil toneladas por dia), durante dois anos – de 1989 a 1991 – a prefeitura se encarregou de fazer coleta seletiva de porta em porta, em 69 000 casas, de 24 bairros. O serviço foi extinto e a prefeitura não pretende voltar a implantá-lo. Hoje, só restam 27 pontos de coleta seletiva voluntária na cidade. (...) (Thais de Oliveira in: Claudia, abril, São Paulo, maio de 1997)

1. Leia e compare os textos, observando as características de um texto literário e do não-literário. Marque: 1 para características relacionadas ao texto 1 e 2 para características relacionadas ao texto 2

a) ______Linguagem conotativa b) ______Linguagem denotativa c) ______Subjetivismo d) ______objetivismoe) ______Intangibilidadef) ______É possível fazer um resumo

do textog) ______Função evasiva = fuga da

realidadeh) ______Função emotiva

i) ______Função referencial: presente no texto informativo

j) ______Preocupação com a informação

k) ______Preocupação com a estética ( a escolha das palavras)

l) ______Plurissignificação m) ______Sentido único n) ______Intertextualidade o) ______Ambiguidade

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2- Comente a citação de João Alexandre Barbosa (1993, p. 23) de acordo com os estudos e o seu conhecimento sobre a Arte Literária.

"...a literatura nunca é apenas literatura; o que lemos como literatura é sempre mais - é História, Psicologia, Sociologia. Há sempre mais que literatura na literatura. No entanto, esses elementos ou níveis de representação da realidade são dados na literatura pela literatura, pela eficácia da linguagem literária.”

3- Relacione

1. Função estética2. Função evasiva 3. Função lúdica 4. Função de “Arte pela arte” 5. Função de literatura “engajada”

a) _______fuga da realidade;b) _______comprometida com a defesa de certas ideias políticas. c) _______jogo de experiências sonoras e de relações surpreendentes;d) _______descompromissada das lutas sociais e) _______preocupação com a escolha das palavras e com o aspecto sensorial do receptor

Parte B – TESTES OBJETIVOS

Canção amigaEu preparo uma canção,em que minha mãe se reconheçatodas as mães se reconheçame que fale como dois olhos.[...]Aprendi novas palavrasE tornei outras mais belas.Eu preparo uma cançãoque faca acordar os homense adormecer as crianças.

ANDRADE, C.D. Novos Poemas. Rio de Janeiro: Jose Olympio, 1948.(fragmesto)

1- ( ENEM – 2009)A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo autor com o objetivo principal dea) transmitir informações, fazer referencia a acontecimentos observados no mundo exterior.b) envolver, persuadir o interlocutor — nesse caso — o leitor, em um forte apelo a sua sensibilidade.c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensações, reflexões e opiniões frente ao mundo real.d) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar sobre o papel da própria linguagem e do poeta.

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e) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor da mensagem, de um lado, e o receptor — de outro.Justifique sua escolha:

2- (Enem – 2010)Gerente — Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?Cliente — Estou interessado em financiamento para compra de veículo.Gerente — Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?Cliente — Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.Gerente — Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:A) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.B) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco.C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais).D) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.E) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.Justifique sua escolha:

3- Marque Verdadeiro ou Falsoa) _____Enquanto a linguagem do historiador, do cientista se define como denotativa, a linguagem do autor literário se define como conotativa.b)______ A literatura não existe fora de um contexto social, já que cada autor tem uma vivência social.c) ______A obra literária não permite aos leitores gerar várias ideias e interpretações, pois trabalha a linguagem de forma exclusivamente objetiva.d) ______ A linguagem poética é constituída por uma estrutura complexa, pois acrescenta ao discurso linguístico um significado novo, surpreendente.e) ______Para o entendimento de um texto literário, é necessário o conhecimento do código linguístico e de uma pluralidade de códigos: retóricos, míticos, culturais, que se encontram na base da estrutura artístico-ideológica do textoJUSTIFIQUE A (S) ALTERNATIVA(S) FALSA (S):

4- Leia, a seguir, o fragmento retirado do livro "Macunaíma", de Mário de Andrade, e responda à questão proposta.

- Meu avô, dá caça para mim comer?- Sim, Currupira fez.Cortou carne de perna moqueou e deu pro menino, perguntando:- O que você está fazendo na capoeira, rapaiz!- Passeando.- Não diga!- Pois é, passeando...Então contou o castigo da mãe por causa dele ter sido malévolo pros

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manos. E contando o transporte da casa de novo pra deixa onde não tinha caça deu uma grande gargalhada. O Currupira olhou pra ele e resmungou:- Tu não é mais curumi, rapaiz, tu não é mais curumi não... Gente grande que faiz isso...

Uma característica importante das línguas é o fato de que elas não são uniformes nem estáticas. Fatores como região, classe social, idade, entre outros, explicam suas variações.Tendo em vista o comentário que você acabou de ler e as particularidades linguísticas do trecho de Macunaíma, julgue os itens em Verdadeiro ou Falso. Justifique o falso.

( ) A construção "dá caça pra mim comer" é típica da linguagem oral, representando, portanto, uma variação de "dê-me caça para eu comer", própria da norma padrão.( ) O emprego de palavras como "rapaiz" e "faiz" revela variação no nível dos sons, indicando pronúncia de um falante, no caso o Currupira, que utiliza a variedade padrão da língua. ( ) O enunciado "Tu não é mais curumi", apesar de ser um exemplo de falar informal, está de acordo com a língua padrão, como se pode verificar pela concordância verbal

05 . (ENEM- adaptado) - Diante da visão de um prédio com uma placa indicando SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA? Levado o problema à sala de aula, a discussão girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acentuação gráfica e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras.Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes conclusões a respeito da palavra PAPALIA:Marque V para verdadeiro e F para falso. Justifique a falsa.I. ______Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveria ser PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona terminada em ditongo crescente.II._____ Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALÍA, pois "i" e "a" estariam formando hiato.III. ______Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALIA, pois não haveria razão para o uso de acento gráfico. 

Justifique a alternativa falsa:

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GABARITO1-

A) 1B) 2C) 1D) 2E) 1F) 2G) 1H) 1

I) 2J) 2K) 1L) 1M) 2N) 1O) 1

2- Comentário pessoal a respeito da definição de literatura.3- a) 2b) 5c) 3d) 4e) 1

Testes1- D

COMENTÁRIO DO LÉS!: O exercício pedia ao candidato que usasse o conteúdo das Funções da Linguagem na resolução. A letra A está falsa, pois se refere à Função Referencial da Linguagem, que em nenhum momento aparece no texto. Da mesma forma, a alternativa B também não deveria ser marcada, pois versa sobre a Função Conativa ou Apelativa, que também não pode ser contemplada. A assertiva C poderia confundir o candidato, pois retoma o conceito da Função Emotiva que até aparece no texto, mas em menor intensidade. É importantíssimo que o candidato atente para o trecho do enunciado que pede o “objetivo principal” da linguagem empregada pelo autor. E este “objetivo principal” aparece na alternativa D, a única que fala da Função Metalinguística, que é a predominante no texto, já que Drummond discorre acerca do fazer poético. A assertiva E também está incorreta, pois se refere à função fática, que tem o objetivo de testar o canal (também chamado de contato).

2- A

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COMENTÁRIO:

A maneira de falar da gerente se altera quando reconhece no cliente um amigo. Esse reconhecimento se dá quando o cliente diz seu nome completo e afirma trabalhar no banco. Assim, para adequar-se ao seu interlocutor, a linguagem da gerente abandona a formalidade inicial e assume o tom descontraído da coloquialidade.

3- V-V-F-V-V JUSTIFICATIVA: PESSOAL4- V- F- V- JUSTIFICATIVA PESSOAL5- V-F-V

A questão exige basicamente o conhecimento das regras de acentuação gráfica e, antes disso, da classificação das palavras conforme a posição de seu acento tônico.Para relembrar essa classificação, confira aqui. As regras de acentuação (atualizadas) você encontra aqui.Vamos, então, analisar cada assertiva.I - Verdadeira, pois, como podemos constatar nas regras de acentuação, paroxítonas terminadas em ditongos recebem acentuação gráfica na sílaba tônica (2º PA). Só se deve ter o cuidado com detalhes. A afirmativa fala em ditongo crescente (vogal+ semivogal) e de fato há esse tipo de ditongo. Caso afirmasse que a palavra termina em ditongo decrescente, a afirmação estaria invalidada.II - Observem que essa afirmativa contradiz a seguinte. Portanto, só as alternativas D e E são possíveis de serem verdadeiras. A conclusão II diz que, sendo LI a sílaba mais forte, haveria acento do I por estar formando um HIATO. FALSA. Cuidado! O “i” (ou “u”), para receber acento no hiato, deve atender aos requisitos:1. Ser a segunda vogal do hiato e ser a vogal tônica; 2. Estar sozinho na sílaba ou junto de S; não estar seguido de NH.O “i” em questão não está sozinho na sílaba nem é a segunda vogal do hiato. Afirmação descartada.III - Correto. Não há razão para acentuar o LI, não se engloba em nenhuma regra. A divisão seria “PA.PA.LI.A” - paroxítona terminada em A. Oxítona terminada em A recebe acento; paroxítona não.

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