práticas para laboratório de química orgânica...

227
ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas para laboratório de Química Orgânica II São Carlos Instituto de Química de São Carlos 2014

Upload: doanhanh

Post on 06-Feb-2018

250 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

ISBN 978-85-63191-04-5

Agnieszka Pawlicka

Pedro Berci Filho

Práticas para laboratório de Química Orgânica II

São Carlos

Instituto de Química de São Carlos

2014

Page 2: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

2

Ficha catalográfica elaborada pela Seção de Tratamento da Informação do Serviço de Biblioteca e Informação do IQSC/USP

P289 Pawlicka, Agnieszka Práticas para laboratório de química orgânica II /

Agnieszka Pawlicka e Pedro Berci Filho. ─ São Carlos : IQSC, 2014.

Modo de acesso: World Wide Web Texto (livro eletrônico) ISBN 978-85-63191-04-5

1. Química orgânica - laboratório. I. Berci Filho, Pedro. II. Título.

CDD 547

Page 3: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

3

Conteúdo

Abreviaturas ................................................................................... 9

Introdução ..................................................................................... 11

Procedimentos e normas de segurança ......................................... 13

Prática 1 - Síntese de ftalimida ..................................................... 17

Reação geral ......................................................................................................... 17 Procedimento experimental ................................................................................. 17 Reação de confirmação ........................................................................................ 18 Relatório ............................................................................................................... 19 Dados físico-químicos da ftalimida ....................................................................... 19 Espectros da ftalimida .......................................................................................... 20 Mecanismo de reação .......................................................................................... 21 Imagens da aula .................................................................................................... 22

Prática 2 - Síntese de clorometilftalimida .................................... 29

Reação geral ......................................................................................................... 29 Procedimento experimental ................................................................................. 29 Dados físico-químicos de clorometilftalimida ...................................................... 30 Mecanismo de reação .......................................................................................... 30 Espectros da clorometilftalimida .......................................................................... 31 Imagens da aula .................................................................................................... 32

Prática 3 - Síntese de N-benzilftalimida ....................................... 41

Reação geral ......................................................................................................... 41 Procedimento experimental ................................................................................. 41 Dados físico-químicos de N-benzilftalimida ......................................................... 42 Mecanismo da reação ........................................................................................... 42 Espectros de N-benzilftalimida ............................................................................. 43 Imagens da aula .................................................................................................... 44

Page 4: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

4

Prática 4 - Síntese de cetil sulfato de sódio .................................. 49

Reação geral ......................................................................................................... 49 Procedimento experimental ................................................................................. 49 Dados físico-químicos de cetil sulfato de sódio .................................................... 50 Mecanismo de reação .......................................................................................... 51 Espectros de cetil sulfato de sódio ....................................................................... 51 Imagens da aula .................................................................................................... 53

Prática 5 - Isolamento e caracterização do eugenol ..................... 61

Componentes do óleo essencial do cravo-da-Índia .............................................. 61 Procedimento experimental ................................................................................. 61 Dados físico-químicos de eugenol ........................................................................ 63 Questões ............................................................................................................... 63 Espectros de eugenol ............................................................................................ 64 Imagens de aula .................................................................................................... 65

Prática 6 - Síntese e caracterização do acetato de iso-pentila ...... 73

Reação geral ......................................................................................................... 73 Procedimento experimental ................................................................................. 73 Questões ............................................................................................................... 74 Dados físico-químicos de acetato de iso-pentila .................................................. 75 Espectros de acetato de iso-pentila...................................................................... 76 Mecanismo de reação .......................................................................................... 77 Imagens da aula .................................................................................................... 78 Curiosidades ......................................................................................................... 85

Prática 7 - Síntese de ácido maleanílico ....................................... 87

Reação geral ......................................................................................................... 87 Procedimento experimental ................................................................................. 87 Dados físico-químicos de ácido maleanílico ......................................................... 88 Questões ............................................................................................................... 88 Espectros de ácido maleanílico............................................................................. 89 Mecanismo de reação .......................................................................................... 90 Imagens da aula .................................................................................................... 91

Prática 8 - Síntese de N-fenil maleimida ...................................... 95

Reação geral ......................................................................................................... 95 Procedimento experimental ................................................................................. 95

Page 5: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

5

Dados físico-químicos de N-fenilmaleimida ......................................................... 96 Espectros de N-fenilmaleimida ............................................................................. 97 Mecanismo de reação .......................................................................................... 98 Imagens da aula .................................................................................................... 99

Prática 9 - Síntese de ácido sulfanílico ....................................... 107

Reação geral ....................................................................................................... 107 Procedimento experimental ............................................................................... 107 Dados físico-químicos ácido sulfanílico .............................................................. 108 Mecanismo de reação ........................................................................................ 108 Espectros de ácido sulfanílico ............................................................................. 109 Imagens da aula .................................................................................................. 110

Prática 10 - Síntese do corante Orange II .................................. 117

Reação geral ....................................................................................................... 117 Procedimento experimental ............................................................................... 117 Questões ............................................................................................................. 119 Dados físico-químicos de Orange II .................................................................... 119 Espectros de Orange II ........................................................................................ 120 Mecanismo de reação ........................................................................................ 121 Imagens da aula – sal de diazônio ...................................................................... 123 Imagens da aula – Orange II ............................................................................... 128 Curiosidades ....................................................................................................... 132

Prática 11 - Síntese do corante Resorcinol Yellow ..................... 133

Reação geral ....................................................................................................... 133 Procedimento experimental ............................................................................... 133 Questões ............................................................................................................. 134 Dados físico-químicos de Resorcinol Yellow ....................................................... 134 Espectros de Resorcinol Yellow........................................................................... 135 Imagens da aula .................................................................................................. 136

Prática 12 - Síntese de ácido adípico .......................................... 139

Reação geral ....................................................................................................... 139 Procedimento experimental ............................................................................... 139 Dados físico-químicos de ácido adípico .............................................................. 141 Espectros de ácido adípico ................................................................................. 141 Mecanismo de reação ........................................................................................ 143 Imagens da aula .................................................................................................. 144

Page 6: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

6

Prática 13 - Nylon – polimerização interfacial ........................... 151

Reação geral ....................................................................................................... 151 Procedimento experimental ............................................................................... 151 Questões ............................................................................................................. 152 Dados físico-químicos de nylon .......................................................................... 152 Espectros de nylon .............................................................................................. 153 Mecanismo da reação ......................................................................................... 154 Imagens da aula .................................................................................................. 155

Prática 14 - Reação de Diels-Alder ............................................ 163

Reação geral ....................................................................................................... 163 Procedimento experimental ............................................................................... 163 Questões ............................................................................................................. 164 Dados físico-químicos de Diels-Alder ................................................................. 165 Espectros de aduto de Diels-Alder ..................................................................... 165 Mecanismo de reação ........................................................................................ 166 Imagens da aula .................................................................................................. 167

Prática 15 - Preparação do ácido trans-cinâmico ....................... 175

Reação geral ....................................................................................................... 175 Procedimento experimental ............................................................................... 175 Questões ............................................................................................................. 176 Dados físico-químicos de ácido trans-cinâmico ................................................. 176 Espectros de ácido trans-cinâmico ..................................................................... 177 Mecanismo da reação ......................................................................................... 178 Imagens da aula .................................................................................................. 179

Prática 16 - Síntese do éster metílico trans-cinâmico ................ 187

Reação geral ....................................................................................................... 187 Procedimento experimental ............................................................................... 187 Dados físico-químicos de éster metílico trans-cinâmico .................................... 188 Espectros de éster metílico trans-cinâmico ....................................................... 189 Mecanismo da reação ......................................................................................... 190 Imagens da aula .................................................................................................. 191

Prática 17 - Síntese de poli(metil metacrilato) ........................... 199

Reação geral ....................................................................................................... 199 Procedimento experimental ............................................................................... 199

Page 7: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

7

Reação de síntese de poli(metil metacrilato) ..................................................... 200 Procedimento experimental ............................................................................... 200 Dados físico-químicos de peróxido de benzoila ................................................. 201 Espectros de peróxido de benzoila ..................................................................... 202 Mecanismo da reação ......................................................................................... 204 Imagens da aula .................................................................................................. 205

Prática 18 - Síntese de poli(estireno) .......................................... 213

Reação geral ....................................................................................................... 213 Procedimento experimental ............................................................................... 213 Dados físico-químicos de poli(estireno) ............................................................. 214 Espectros de poli(estireno) ................................................................................. 214 Imagens da aula .................................................................................................. 215

Formulário para o relatório ......................................................... 223

Bibliografia ................................................................................. 225

Índice remissivo .......................................................................... 227

Page 8: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

8

Page 9: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

9

Abreviaturas

d – densidade

1H NMR – Nuclear Magnetic Ressonance

1H RMN - ressonância magnética nuclear do proton

FTIR – (Fourier Transfom Infrared Spectroscopy) espectroscopia no

infravermelho com transformada de Fourier

Mw – massa molecular

- índice de refração

p.e. – ponto de ebulição

p.f. – ponto de fusão

Page 10: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

10

Page 11: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

11

Introdução

A síntese de diferentes tipos de compostos orgânicos possui uma

grande relevância na aprendizagem de química orgânica. O estudante de

graduação submetendo diversos compostos orgânicos às reações, aprende

sobre as propriedades químicas e físico-químicas, tanto dos reagentes como

dos produtos formados. Além disso, observando as mudanças que ocorrem

durante as sínteses e aproveitando as informações adquiridas durante os cursos

teóricos o aluno consegue também, entender melhor os parâmetros que

governam as reatividades destes compostos. Assim, as aulas práticas tentam a

aproximação dos aspectos teóricos ensinados nas aulas com a parte prática.

O trabalho nos laboratórios de química orgânica, além de conhecimento

prático de obtenção de alguns compostos orgânicos, também proporciona para

os alunos uma aprendizagem de realização de procedimentos básicos, tais

como a extração, destilação, cristalização etc. Estes métodos aplicados há

muito tempo nos diversos laboratórios químicos de ensino superior,

geralmente são suficientes para obter produtos com rendimento e pureza

razoáveis e também dar as bases para execução da futura profissão como

químicos. Por isso, as sínteses de compostos simples, efetuadas nos

laboratórios de química orgânica de curso de bacharelado, possuem um grande

valor didático.

Com o avanço de meios de comunicação, a informática e a fascinação

dos estudantes pela internet, justificada pela possibilidade de obtenção de

grande quantidade de informações, além do presente material, também foi

elaborado em 2001 o material digital. Durante alguns anos, esse material foi

disponibilizado na página do IQSC-USP e recentemente o seu conteúdo foi

ampliado e atualizado. O principal objetivo foi a modernização deste curso de

laboratório de química orgânica, através de adaptação dos roteiros para o

formato de internet e de e-book.

A ideia deste material didático, tanto na forma digital quanto impressa,

teve como objetivo principal a preparação do aluno de uma maneira mais

eficiente para que possa executar os experimentos de modo consistente

resultando em melhor aproveitamento do curso. Como o curso é prático, a

intenção foi de direcionar a atenção do aluno para os aspectos teóricos das

reações de compostos orgânicos e ao mesmo tempo proporcionar o

conhecimento, além de algumas regras de comportamento e segurança no

Page 12: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

12

laboratório, também de técnicas de preparação e manuseio dos reagentes,

montagem de vidraria, alocação dos termômetros nos sistemas de destilação

etc. A introdução das referências bibliográficas com as informações mais

abrangentes, indicando os materiais didáticos tradicionais, tais como livros

textos são uma complementação para os alunos mais dedicados. Espera-se

também, incentivar os alunos para a busca de outras fontes de informações

além da internet.

Por final, precisa mencionar que as aulas práticas nos laboratórios

didáticos do IQSC já foram ministradas pelos Profs. Dr. Robert Ange Marie

De Groote, Johannes Rüdiger Lechat, Antonio Aprigio da Silva Curvelo,

Marcelo Gehlen. Mais recentemente estão sendo ministradas pelos Profs. Drs.

Pedro Berci Filho, Agnieszka Pawlicka e Carla Cristina Schmitt Cavalheiro

que contam com a ajuda dos técnicos: José Fernando Nascimento, Luiz Carlos

Germano, Yara Jaqueline Kerber Araújo, Altair Aparecido e Reinaldo

Hamaguchi. As normas de segurança e os roteiros dessas práticas foram

preparados pelos docentes do IQSC-USP que ofereceram o curso usando o

material bibliográfico enumerado no final desse livro, anotações próprias etc.

Esses experimentos geralmente antes de serem oferecidos são testados pelos

técnicos do laboratório e se aprovados são introduzidos para a ementa do curso.

O texto dos roteiros é frequentemente corrigido, assim como a escolha das

práticas, portanto durante os anos há alterações e mudanças no sentido de

atualização e melhoramento do curso. Os desenhos e as reações químicas

foram feitos usando programas KnowltAll® Informatic System 2013 da Bio-

Rad Laboratories (licença livre para universidade); as figuras foram adaptadas

usando programa OriginPro 8.6 (licença da universidade); as fotografias foram

tiradas com câmaras digitais particulares e os painéis foram feitos usando

programa PowerPoint 2013 (licença particular do Office). A adaptação do

material para a internet contou com a ajuda do Carlos Alberto Talhati (in

memoriam) e recentemente Alex Donizeti Betez Alberto.

Considerando que esta coletânea de roteiros resultou de material

didático de apoio às aulas práticas de química orgânica, caso identificado erro

de citação e/ou omissão de fonte bibliográfica, será o mesmo prontamente

retificado.

Page 13: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

13

Procedimentos e normas de segurança

para os laboratórios didáticos de química orgânica

A segurança pessoal e coletiva é um assunto de máxima importância num

local de trabalho. O laboratório de Química Orgânica além de conter algumas

substâncias que podem ser nocivas a nossa saúde também é um lugar de certo

risco, portanto é necessário conhecer as principais medidas de segurança que

estão enumerados a seguir.

1. Regras gerais

1.1 Durante a sua permanência no laboratório é obrigatório o uso de avental,

de preferência de algodão, óculos de proteção e luvas. Além disso, é

obrigatório o uso de calças compridas e sapatos fechados e de preferência

de couro1.

1.2 O uso de óculos é preferencial às de lentes de contato2.

1.3 Cabelo comprido deve ser preso3.

1.4 Não fumar, não comer e não tomar nenhum líquido no laboratório4.

1.5 Antes de começar a primeira experiência é necessário conhecer a

localização do chuveiro de emergência, lava-olhos, extintores de

incêndio, registros de gás de cada bancada, chaves elétricas gerais,

telefone e de caixa de primeiros socorros5.

1.6 Nunca brincar no laboratório.

1.7 Não colocar as bolsas, malhas, livros, etc., sobre a bancada, mas apenas

o caderno de anotações, caneta e calculadora.

1.8 Não trabalhar sozinho no laboratório6.

1 Os sapatos abertos como sandálias ou chinelos não protegem de respingos de substâncias

químicas. 2 Os vapores corrosivos podem ficar presos entre a lente e a córnea. 3 Para não correr o risco de pegar fogo ou ficar preso em algum equipamento/mobília. 4 Para evitar o risco de contaminação com os reagentes e provocar a intoxicação. 5 Precisa saber usar estes dispositivos. 6 É preciso haver outra pessoa para ajudar em caso de emergência.

Page 14: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

14

1.9 Nunca testar um produto químico pelo sabor e não é aconselhável testar

um produto químico pelo odor7.

1.10 Evitar o contato de qualquer substância com a pele.

2. Regras detalhadas

2.1 Estar preparado para realizar cada experiência e respeitar as precauções

recomendadas8.

2.2 Seguir rigorosamente os roteiros e consultar o responsável antes de fazer

qualquer modificação na experiência.

2.3 Em caso de qualquer acidente procurar imediatamente o responsável.

2.4 Caindo produto químico nos olhos, na boca ou na pele, lavar rapidamente

e abundantemente com água a parte atingida e logo em seguida avisar o

responsável.

2.5 Em caso de derramamento de mercúrio, chamar o responsável9.

2.6 Limpar a água ou os produtos derramados no chão10.

2.7 Trabalhar nas capelas11.

2.8 Manter a bancada de trabalho limpa e seca.

2.9 Não descartar os materiais sólidos nem os reagentes nas pias. Eles devem

ser colocados em frascos apropriados para posterior tratamento.

2.10 No final de trabalho deixar tudo limpo, lavar sempre as mãos e verificar

se as torneiras de gás e água estão fechadas.

2.11 Vidros quebrados devem ser descartados em depósitos apropriados12.

Aparelhos

2.12 Ler sempre o manual e/ou consultar o responsável sobre o uso de

aparelhos.

7 Se necessário cheirar, desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão em sua

direção. 8 Conhecer os conceitos, o roteiro referente à prática e as informações referentes à manipulação

e cuidados com os reagentes, solventes e produtos. 9 Vapores de mercúrio são muitos tóxicos. 10 Eles podem tornar o piso escorregadio. 11 Principalmente quando efetuar as experiências que envolvem liberação de gases ou vapores

tóxicos. 12 Jogados no lixo comum podem machucar o pessoal da limpeza.

Page 15: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

15

2.13 Não trabalhar com material com defeitos e imperfeito. Verificar e

inspecionar a vidraria a ser utilizada.

2.14 Verificar as conexões, ligações, mangueiras, cabos etc. antes de iniciar

uma reação química.

2.15 Usar a luva de pano durante adaptação de termômetro numa rolha13.

Reagentes

2.16 Antes de usar qualquer reagente verifique o rótulo.

2.17 Anotar as informações contidas nos rótulos dos frascos. Não danificar os

rótulos14.

2.18 Abrir os frascos longe do rosto e evitar aspirar ar naquele momento.

2.19 Nunca recolocar no frasco um produto químico retirado em excesso e

não usado15.

2.20 Preparar as soluções ácidas colocando o ácido concentrado na água e

nunca ao contrário. Ser cuidadoso ao manusear os ácidos e bases

concentradas.

2.21 Para pipetar, usar seringa, pêra de borracha ou pipetador. Nunca aspirar

líquidos com a boca.

Aquecimento

2.22 Não aqueça líquidos inflamáveis em chama direta. Use mantas e chapas

aquecedoras.

2.23 Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis, tais como, acetona,

álcool, éter, etc. próximos a uma chama ou expostos ao sol.

2.24 Não aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para um

colega ou para si mesmo.

2.25 Tomar cuidado com o vidro quente ele tem a mesma aparência do frio.

2.26 Tomar cuidado com as chapas elétricas que podem estar quentes.

2.27 Não deixar bicos de Bünsen acesos desnecessariamente.

2.28 Estar atento quando efetuar as experiências com tempos longos de

aquecimento e/ou reações exotérmicas.

2.29 Usar as luvas térmicas para tirar material quente da estufa.

13 Para facilitar lubrificar o termômetro. 14 Despejar um líquido com o rótulo voltado para a palma da mão ou usar pipetador limpo. 15 Ele pode ter sido contaminado e contaminar o resto.

Page 16: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

16

O laboratório é um lugar de trabalho sério, portanto, é necessário trabalhar

com atenção, método e calma. O comportamento pessoal no laboratório é um

fator determinante para sua segurança e no desenvolvimento eficiente dos seus

experimentos.

O conhecimento dessas normas tem por objetivo prevenir a ocorrência de

acidentes durante as aulas experimentais realizadas nos laboratórios de ensino

de química orgânica.

Page 17: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

17

Prática 1 - Síntese de ftalimida

Reação geral

O

O

O

+ C

O

H2N NH2NH

O

O

+ CO2 + NH3

ftalimidauréiaanidrido ftálico

Procedimento experimental

Montar o sistema reacional numa capela (Figura 1). Em um almofariz

misturar e triturar 10,0 g de anidrido ftálico e 5,2 g de uréia. Transferir esta

mistura para um balão de fundo redondo de 250 mL antes de colocar na manta

aquecedora. Colocar um termômetro numa rolha com um furo central e um

corte lateral16. Vedar a boca do balão com essa rolha com termômetro. A ponta

do termômetro deve chegar até o interior do balão e estar em contato com os

reagentes, mas sem tocar o fundo.

Aquecer o balão usando uma manta de aquecimento até atingir a

temperatura de 135 ºC para que se inicie a reação (p.f. do anidrido ftálico =

130 ºC; p.f. da uréia = 132 ºC). Após a fusão dos reagentes elevar lentamente

a temperatura até 190 - 200 ºC, observando a formação de um sólido poroso

devido a evolução de gases e vapores. Manter a temperatura entre 190 e 200

ºC por 40 min. A temperatura não deve ultrapassar 200 ºC; se necessário,

suspender o balão.

Após 40 min, remover a rolha para que ocorra a sublimação do anidrido

ftálico condensado. Deixar esfriar o sistema, retirar o sólido obtido com o

auxílio de um bastão de vidro ou uma espátula para um béquer e em seguida

adicionar 40 mL de água destilada. Determinar a massa de papel de filtro que

será usado na filtração a vácuo. Filtrar a ftalimida em um funil de Büchner,

16 O corte lateral serve para a saída dos gases e vapores gerados durante a reação.

Page 18: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

18

lavando com água destilada gelada o balão e o produto obtido. Deixar filtrando

até que se observe que toda a água já escoou.

Deixar secar a ftalimida em estufa a uma temperatura de 100 - 110 ºC.

Determinar o rendimento da reação e separar uma amostra para análise de

RMN, IV e análise elementar.

Reação de confirmação

Em um tubo de ensaio adicionar uma pequena amostra de ftalimida e

CaO. Na boca do tubo de ensaio fixar uma tira de papel de tornassol rosa

previamente umedecido com água destilada. Segurar o tubo de ensaio com o

auxílio de uma pinça de madeira e aquecer levemente em um bico de Bunsen.

A reação provocará o desprendimento da amônia, a qual é confirmada pela

mudança de coloração do papel de tornassol rosa para a cor azul.

Tempo de trabalho ~4h.

Figura 1. Sistema reacional para síntese de ftalimida.

Page 19: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

19

Relatório

Usar o formulário de relatório cujo modelo está anexo no final deste

livro e também disponível no sistema TIDIA da USP que contempla:

1. Introdução;

2. Objetivos;

3. Resultados e discussão;

Nos resultados e discussão descrever usando o tempo verbal do passado o

que se observou durante a execução do experimento, colocando as reações, os

mecanismos e as observações pertinentes anotadas durante a execução da

prática.

Não precisa descrever o procedimento experimental.

Incluir os espectros das análises das amostras por FTIR e NMR e fazer sua

interpretação.

4. Conclusão;

5. Bibliografia.

Não serão aceitos relatórios sujos, amassados, a lápis, atrasados e copiados

de outras fontes.

Se disponível usar a submissão on-line via sistema TIDIA-USP ou

Moodle-Stoa.

Dados físico-químicos da ftalimida

Fórmula molecular C8H5NO2; Mw = 147,13 g/mol; p.f. = 233-235 oC; nome

IUPAC isoindole-1,3-dione; número CAS 85-41-6.

Page 20: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

20

Espectros da ftalimida

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 2. Espectro FTIR da ftalimida em nujol17.

0 2 4 6 8 10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 3. Espectro 1H NMR de ftalimida em DMSO-d6 + CDCl318.

17 Imagem adaptada de The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997 p. 405 A. 18 Imagem adaptada de The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed. I, 1993 p.

379 A.

Page 21: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

21

Mecanismo de reação

Page 22: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

22

Imagens da aula

Page 23: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

23

Page 24: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

24

Page 25: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

25

Page 26: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

26

Page 27: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

27

Page 28: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

28

Page 29: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

29

Prática 2 - Síntese de clorometilftalimida

Reação geral

NH

O

O

+ N

O

O

C

H

H

OH + HClC

H

O

H

ftalimida formol clorometilftalimida

N

O

O

C

H

H

Cl

Procedimento experimental

Em um balão de 125 mL de fundo redondo colocar 4,1 g de ftalimida,

2,5 g de formol e 15 mL de água destilada. Adaptar o condensador de refluxo

(Figura 4), e aquecer em refluxo moderado até a completa solubilização e

obtenção de uma solução límpida. Filtrar a solução a quente através de papel

filtro em funil previamente aquecido. Deixar recristalizar a temperatura

ambiente seguido de banho de gelo para maior rendimento de cristais. Filtrar

o sólido em funil de Büchner e lavar inicialmente com pequenas porções de

água destilada gelada, e em seguida com um pouco de etanol gelado. Deixar

secar ao ar.

Colocar ~5,0 g de N-hidroximetil ftalimida em um Erlenmeyer de 250

mL e adicionar com cuidado. 50 mL de HCl concentrado. Aquecer a mistura

suavemente por 15 min com agitação magnética operando em capela. Se não

tiver a capela é necessário adaptar um condensador para evitar a evolução e

contato com os vapores de ácido. Deixar esfriar a mistura reacional e depois

verter-la lentamente e com cuidado sobre 30 mL de água destilada gelada

contida em um outro Erlenmeyer. Filtrar o precipitado formado de N-

clorometil ftalimida em funil de Büchner; lavar com porções de água destilada

gelada e secar. Calcular o rendimento bruto e separar uma amostra para análise

de ponto de fusão, RMN e IV.

Tempo de trabalho ~3h45min.

Page 30: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

30

Dados físico-químicos de clorometilftalimida

Fórmula molecular C9H6ClNO2; Mw=195,61 g/mol; p.f. = 133-134oC; nome

IUPAC 2-(chloromethyl)isoindole-1,3-dione; número CAS=17564-64-6.

Figura 4. Sistema reacional para síntese de clorometilftalimida.

Mecanismo de reação

Page 31: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

31

Espectros da clorometilftalimida

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 5. Espectro FTIR da clorometilftalimida em nujol19.

10 8 6 4 2 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 6. Espectro 1H NMR de clorometilftalimida 20.

19 Imagem adaptada da The Aldrich Library of FT-IR Spectra Ed. II, 1997 p. vol. 2 p.3076 C. 20 Imagem adaptada de The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed. I, 1993 p. 379

C.

Page 32: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

32

Imagens da aula

Page 33: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

33

Page 34: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

34

Page 35: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

35

Page 36: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

36

Page 37: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

37

Page 38: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

38

Page 39: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

39

Page 40: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

40

Page 41: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

41

Prática 3 - Síntese de N-benzilftalimida

Reação geral

N-benzilftalimida

K2CO3NH

O

O

O

O

N

O

O

ftalimida cloreto de benzila

Cl

Procedimento experimental

Destilar o cloreto de benzila em capela (p.e. = 179,3 oC, = 1,5391)

se o mesmo estiver impuro. Para isto, adaptar mangueira no balão de coleta

para a saída de vapores. Este reagente é irritante e lacrimogêneo portanto, é

necessário trabalhar em capela e com a proteção de rosto para evitar o contato

com seus vapores.

Triturar simultaneamente 12 g de ftalimida com 4,2 g de carbonato de

potássio anidro em um gral de cerâmica e transferir a mistura sólida para um

balão de fundo redondo. Adicionar, com cuidado, 20 mL de cloreto de benzila

previamente destilado. Adaptar um condensador de refluxo e aquecer a

mistura, em capela, por aproximadamente 3 horas, usando uma manta com

aquecimento moderado para manter o sistema em refluxo. Depois resfriar a

mistura observando a cristalização da benzilftalimida. O excesso de cloreto de

benzila pode ser retirado por destilação. Uma alternativa é resfriar o balão em

banho de gelo e separar a pequena porção de cloreto de benzila líquido residual

do sólido por decantação, operando sempre em capela. Descartar o resíduo em

local apropriado. Após a separação, filtrar o sólido, N-benzilftalimida por

sucção em funil de Büchner; lavar o mesmo 3 vezes com porções de 10 mL de

etanol 60% frio; escorer e secar bem o sólido obtido. Calcular o rendimento

em base a massa bruta obtida. Recristalizar uma parte da N-benzilftalimida em

ácido acético glacial para obter o produto puro que é um sólido amarelo nata

Page 42: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

42

na forma de agulhas. Determinar o ponto de fusão e caracterizar o produto

pelos espectros de RMN e IV.

Tempo de trabalho ~3h45min.

Dados físico-químicos de N-benzilftalimida

Fórmula molecular C15H11NO2; Mw = 237,25 g/mol; densidade 1.311 g/cm3;

índice de refração 1,66; p.f. = 114-116 oC; p.e. = 393,1 oC; nome IUPAC 2-

benzylisoindole-1,3-dione; número CAS = 2142-01-0.

Mecanismo da reação

Page 43: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

43

Espectros de N-benzilftalimida

Figura 7. Espectro FTIR de N-benzilftalimida 21.

Figura 8. Espectro 1H NMR de N-benzilftalimida 22.

21 Imagem adaptada de http://www.chemdoor.com/cas/ir2/2142-01-0_IR2.gif; acesso em

20/06/14. 22 Imagem adaptada de http://www.chemdoor.com/cas/hnmr/2142-01-0_1HNMR.gif ; acesso

em 20/06/14.

Page 44: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

44

Imagens da aula

Page 45: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

45

Page 46: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

46

Page 47: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

47

Page 48: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

48

Page 49: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

49

Prática 4 - Síntese de cetil sulfato de sódio

Reação geral

n-C16H33OH + HSO3Cl n-C16H33OSO3H n-C16H33OSO3Na-HCl NaOH

-H2O

álcool cetílico ácido clorosulfônico cetil sulfato de sódio

Procedimento experimental

Colocar 2,5g (10 mmol) de álcool cetílico triturado em um balão de 3

bocas de 100 mL, equipado com um funil de adição, um condensador de

refluxo, um tubo de segurança de cloreto de cálcio e um tubo de admissão de

gás (Figura 9). Adicionar gota a gota 1,2 g (10 mmol) de ácido clorosulfônico,

sob agitação, mantendo a temperatura em torno de 25 oC. Após a adição

aquecer brandamente o sistema de modo a obter a fusão (p.f. = 50 oC).

Borbulhar nitrogênio na mistura reacional para retirar qualquer traço de cloreto

de hidrogênio remanescente. Adicionar simultaneamente e com a boa agitação,

a mistura reacional numa solução de NaOH 10% sobre 10 g de gelo picado de

forma que o pH final seja aproximadamente 8,0. É importante verificar o pH e

desfazer os grumos.

A seguir, adicionar ~30 mL de álcool isopropílico para formar uma

solução. Acrescentar 0,1 g de carbonato de sódio e deixar o sistema em repouso

por 24 h na geladeira e/ou uma semana e/ou até a próxima aula.

Após este tempo a mistura reacional se separa em duas fases,

líquido/sólido que devem ser separadas por filtração. Adicionar a solução

saturada de sulfato de sódio evitando introduzir os cristais de sulfato de sódio

ao filtrado; saturar a fase inferior, separar e descartar ela. Concentrar o produto

da fase superior, sob pressão reduzida no rotaevaporador. O sólido obtido, o

cetil sulfato de sódio pode ser purificado por recristalização em acetona, mas

o rendimento cai. Fazer as análises de RMN e IV.

Tempo de trabalho ~3h.

Page 50: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

50

Dados físico-químicos de cetil sulfato de sódio

Fórmula molecular C16H33NaO4S; Mw = 344,49 g/mol; p.f. = 190-192 oC;

nome IUPAC hexadecyl hydrogen sulfate sodium; número CAS = 1120-01-0.

Outros nomes: cetyl sodium sulfate, sodium hexadecyl sulfate; sodium cetyl

sulfate; sodium n-hexadecyl sulfate; sodium n-hexadecyl sulphate;n-

hexadecyl sulfate, sodium salt;n-hexadecylsulfuric acid sodium salt;

cetylsulfuric acid sodium salt.

Figura 9. Sistema reacional para síntese de cetil sulfato de sódio.

Page 51: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

51

Mecanismo de reação

Espectros de cetil sulfato de sódio

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 10. Espectro FTIR de cetil sulfato de sódio23.

23 Espectro obtido da amostra sintetizada.

Page 52: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

52

4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 11. Espectro 1H NMR de cetil sulfato de sódio em DMSO-d624.

24 Espectro de banco de dados SDB-1HNMR no 7772HSP-48-423.

Page 53: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

53

Imagens da aula

Page 54: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

54

Page 55: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

55

Page 56: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

56

Page 57: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

57

Page 58: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

58

Page 59: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

59

Page 60: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

60

Page 61: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

61

Prática 5 - Isolamento e caracterização do eugenol

Componentes do óleo essencial do cravo-da-Índia

OH

OCH3

OAc

OCH3

CH3

H H

eugenol acetileugenol

cariofileno

Procedimento experimental

Em um balão de destilação de 500 mL adicionar 20 g de cravo-da-Índia

triturado e acrescentar 360 mL de água destilada. Não esquecer de colocar

algumas pedras de ebulição no balão. Montar o sistema com aquecimento

conforme a Figura 12. Usar um Erlenmeyer de 100 mL como frasco coletor

para o destilado. Aquecer a mistura e observar a variação de temperatura.

Anotar a temperatura de destilação. Interromper a destilação quando obtiver

60 mL de destilado. Transferir o destilado do Erlenmeyer para um funil de

separação de 125 mL e adicionar 25 mL de éter etílico. Ao transferir o destilado

para o funil de separação lavar o Erlenmeyer com um pouco de éter etílico.

Como se trabalha com as pequenas quantidades, é aconselhável durante as

transferências sempre lavar a vidraria com o éter etílico para evitar as perdas.

Agitar cuidadosamente o funil de separação, soltando o vapor produzido e

esperar a separação das fases orgânica e aquosa. Repetir o processo por mais

duas porções de 25 mL de éter etílico. Reservar a fase aquosa e adicionar à

fase orgânica 25 mL de NaOH 3%.

Agitar e separar a fase aquosa em um Erlenmeyer de 500 mL. Repetir

o processo por duas porções de 25 mL de NaOH 3% em cada extração.

Adicionar à fase aquosa, 140 gotas, i.e., 0,7 mL de HCl 6 mol/L até que a

solução fique permanentemente turva e com pH = 1. Transferir a solução para

um funil de separação e extrair a fase aquosa com três porções de 15 mL de

Page 62: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

62

éter etílico. Reservar a fase aquosa e lavar a fase orgânica com 25 mL de água

destilada. Deixar a fase aquosa rotulada sobre a bancada.

Adicionar 25 mL de solução de NaCl 5% , realizar a extração e

descartar a fase aquosa. Lavar a fase orgânica com 25 mL de água, realizar a

extração e descartar a fase aquosa. Secar o eugenol com sulfato de magnésio

(MgSO4) anidro. Após 5 minutos, filtrar a suspensão usando um funil simples

com um chumaço de algodão. Coletar a solução em um béquer previamente

pesado e evaporar o solvente. Determinar a massa do eugenol, obter e analisar

os espectros IV e NMR.

Tempo de trabalho ~3h30min.

Figura 12. Sistema de destilação por araste a vapor.

Page 63: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

63

Dados físico-químicos de eugenol

Fórmula molecular C10H12O2; Mw = 164,2 g/mol; p.f. = -7.5 oC; p.e. = 254 oC; nome IUPAC 4-allyl-2-methoxyphenol; número CAS = 97-53-0.

Questões

1. Escrever as reações ácido-base envolvendo a extração com NaOH e a

acidificação com HCl.

2. Por que o acetil eugenol e o β-cariofileno não são extraídos na fase aquosa

ao se basificar a solução?

3. Explicar se o NaOH poderia ser substituído por bicarbonato de sódio na

extração do eugenol.

4. Por que se deve saturar a fase orgânica com NaCl?

5. Explicar o porquê da turvação ao adicionar HCl 6 mol/L. Qual composto

é formado?

6. A qual classe de produtos naturais pertencem o eugenol, acetil eugenol e

-cariofileno?

7. Definir a classe de compostos chamados de terpenos.

Page 64: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

64

Espectros de eugenol

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 13. Espectro FTIR de eugenol25.

10 8 6 4 2 0 -2

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 14. Espectro de 1H NMR do eugenol26.

25 Imagem adaptada de http://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?Scan=cob5146&Type=IR,

acesso em 18/06/2014. 26 Imagem adaptada de

http://www.chemistry.mcmaster.ca/~chem2ob3/nhw_temp/old_old_labmanual/expt1/sp_

eugenol.html, acesso em 18/06/2014.

Page 65: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

65

Imagens de aula

Page 66: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

66

Page 67: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

67

Page 68: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

68

Page 69: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

69

Page 70: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

70

Page 71: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

71

Page 72: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

72

Page 73: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

73

Prática 6 - Síntese e caracterização do acetato de iso-

pentila (óleo de banana)

Reação geral

OH+

OH

O

O

H2SO4

+ H2Orefluxo

álcool iso-pentílico ácido acético acetato de iso-pentila

Procedimento experimental

Em um balão de 125 mL adicionar 2,5 mL de álcool isopentílico (3-

metil-1-butanol), 3,5 mL de ácido acético glacial e 0,5 mL de ácido sulfúrico.

Adicionar ao balão pedras de ebulição. Montar o sistema de refluxo de acordo

com a Figura 15. Deixar o sistema em refluxo por 1 hora marcando o tempo a

partir do início da ebulição.

Retirar o balão do sistema com cuidado e deixar esfriar à temperatura

ambiente. Transferir o conteúdo do balão para um funil de separação e

adicionar 10 mL de água destilada e 20 mL de éter etílico. Fazer a extração em

funil de separação. Repetir o processo por mais 2 vezes com 20 mL de éter

etílico e sem a adição de água destilada.

Desprezar a fase aquosa e adicionar à fase orgânica 10 mL de solução

de bicarbonato de sódio 10%. Repetir o processo por mais 2 vezes com 10 mL

de solução de bicarbonato de sódio 10%. Desprezar a fase aquosa e adicionar

à fase orgânica 10 mL de solução saturada de cloreto de sódio (NaCl). Repetir

o processo por mais 2 vezes com solução de cloreto de sódio 10%. Transferir

a fase orgânica para um Erlenmeyer e adicionar sulfato de sódio anidro. Deixar

em repouso por 5 minutos. Filtrar em funil com um pequeno chumaço de

algodão.

Montar o sistema de destilação conforme a Figura 16 usando um

sistema de micro destilação. Caso necessário juntar o filtrado com outros

grupos para a desetilação. Pesar um béquer de 50 mL que será utilizado para a

coleta do destilado. Transferir a fase orgânica para um balão de destilação e

coletar o acetato de isopentila à temperatura entre 139 e 144 ºC. Determinar a

Page 74: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

74

massa do acetato de isopentila obtido e calcular o rendimento da reação.

Determinar o ponto de ebulição do acetato de isopentila. Fazer as análises de 1H RMN, IV, índice de refração e análise elementar.

Tempo de trabalho ~4h.

Questões

1. Demonstre o mecanismo da reação do acetato de isopentila em meio

ácido. Descreva o tipo de reação (adição, eliminação, substituição,

rearranjo)

2. Por que adiciona-se o bicarbonato de sódio na mistura? Mostrar a

equação.

3. Sugerir um outro método para preparar o acetato de isopentila.

4. Algum reagente está em excesso? Por quê?

5. Qual é a aplicação do acetato de isopentila na indústria de alimentos?

6. Qual é a produção anual deste éster?

Page 75: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

75

Figura 15. Sistema de refluxo. Figura 16. Sistema de destilação.

Dados físico-químicos de acetato de iso-pentila

Fórmula molecular C7H14O2; densidade 876.00 kg/m; Mw = 130.19 g/mol;

p.f. = -78 °C; p.e. = 142 °C; nome IUPAC 3-methylbut-1-yl ethanoate; CAS

123-92-2

Page 76: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

76

Espectros de acetato de iso-pentila

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 17. Espectro FTIR de acetato de iso-pentila27.

5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (cm-1)

Figura 18. Espectro 1H NMR de acetato de iso-pentila28.

27 Imagem adaptada de

http://www.helsinki.fi/kemia/opettaja/aineistot/hyonteistenkemiaa/english/isopentyl%20a

cetate_webpage.htm#esiintyminen; acesso em 18/06/2014. 28 Imagem adaptada de http://media.cheggcdn.com/media/b26/b2698dca-b75d-4108-9309-

f78fafad81f6/phpvk7dnO.png ; acesso em 18/06/2014.

Page 77: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

77

Mecanismo de reação

Page 78: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

78

Imagens da aula

Page 79: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

79

Page 80: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

80

Page 81: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

81

Page 82: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

82

Page 83: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

83

Page 84: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

84

Page 85: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

85

Curiosidades

Acetato de iso-pentila – óleo de banana

O “óleo de banana” é um composto químico do tipo éster, chamado de

acetato de iso-pentila. Ele tem um odor característico e agradável parecido ao

cheiro de banana. Ele é pouco solúvel na água e miscível com a maioria dos

solventes orgânicos.

Ele é um produto industrialmente importante e em escala industrial é

obtido via síntese química de esterificação de álcool iso-pentílico e ácido

acético no meio de ácido sulfúrico.

Devido ao seu cheiro ele é conhecido no varejo como “óleo de banana”

e é um ótimo solvente de esmaltes*. Ele também pode ser usado como

removedor de esmalte, mas o processo é mais demorado do que com a acetona,

embora, menos agressivo as unhas.

Page 86: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

86

Além disso, em larga escala industrial ele é utilizado em formulações

base solvente de tintas automotivas, madeira e em formulações de tíners29.

Como solvente de tintas, o “óleo de banana” se destaca pelo fato de

evaporar moderamente permitindo a presença do solvente ativo durante o

período de secagem29.

Ele é usado nas formulações de várias resinas termoplásticas e

termofíxas, entre elas tais como, acrílicas, celulósicas (incluindo a nitro),

epóxis, poliésteres, poliuretanas e outros sistemas híbridos29. Também é usado

nos produtos de limpeza como desengraxante.

O “óleo de banana” é encontrado na natureza nas bananeiras30,31 e

também noferrão das abelhas ervindo como feromônio para provocar outras

abelhas a picar31.

* O aparecimento das pequenas bolinhas durante a secagem do esmalte pode

ser devido ao excesso desse solvente.

29 http://www.oxiteno.com.br/cms/media/29954/bt-_acetato_de_isopentila_port_out_12.pdf;

acesso em 20/05/2014. 30 McGee, Harold. On Food and Cooking. 2003, Scribner, New York. 31 http://en.wikipedia.org/wiki/Isoamyl_acetate; acesso em 20/05/2014. Boch R; Shearer DA;

Stone BC (September 8, 1962). "Identification of isoamyl acetate as an active component

in the sting pheromone of the honey bee.".Nature (England: Nature Publishing Group)

195 (4845): 1018–20. doi:10.1038/1951018b0. PMID 13870346.

Page 87: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

87

Prática 7 - Síntese de ácido maleanílico

Reação geral

OH

OH

O

O

O

O

O

ou +

NH2

N OH

O

OH

Et2O

refluxo

ácido maléico anidrido maléico anilina ácido maleanilico

Procedimento experimental

Adaptar em um balão de três bocas de 150 mL de capacidade um

condensador de refluxo e um funil de adição (Figura 19). Adicionar ao balão

10 g de anidrido maléico e 125 mL de éter etílico tratado. Atraves da agitação

magnética promover a completa solubilização do anidrido maléico.

Adicionar pelo funil de adição uma solução contendo 9,1 mL de anilina

e 10 mL de éter etílico. Deixar sob agitação em refluxo por uma hora. Durante

esse tempo a mistura reacional vai se tornando turva com a formação do

precipitado.

Após este tempo, transferir a mistura com uma espátula ou bastão de

vidro para um béquer e deixar a mistura resfriar em banho de gelo e água a

uma temperatura de aproximadamente 15 ºC. Pesar o papel de filtro e filtrar a

mistura contendo o ácido maleanílico em funil de Büchner a vácuo.

Transferir o precipitado em um vidro de relógio e guardar o sólido em

dessecador a vácuo. Determinar o rendimento da reação e caracterizar o

produto por técnicas espectroscópicas, tais como 1H RMN, IV e análise

elementar. Guardar o ácido maleanílico porque ele será utilizado como

reagente em outras sínteses.

Tempo de trabalho ~1h50min.

Page 88: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

88

Figura 19. Sistema reacional para síntese de ácido maleanílico.

Dados físico-químicos de ácido maleanílico

Fórmula molecular C10H9NO3; Mw = 191,18 g/mol; p.f. = 188-190 oC;

nome IUPAC (Z)-4-anilino-4-oxobut-2-enoic acid; número CAS = 555-59-9.

Questões

1. Descreva o mecanismo da síntese do ácido maleanílico.

2. Comente diferença em se utilizar o anidrido maléico em relação ao ácido

maléico.

Page 89: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

89

Espectros de ácido maleanílico

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 20. Espectro FTIR de ácido maleanílico32.

10 9 8 7 6

0

50

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 21. Espectro 1H NMR calculado de ácido maleanílico33.

32 Imagem adaptada de http://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?ID=C555599&Mask=80 ;

acesso em 18/06/2014. 33 Imagem obtida de simulação no http://www.nmrdb.org/new_predictor ; acesso em

18/06/2014.

Page 90: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

90

Mecanismo de reação

Page 91: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

91

Imagens da aula

Page 92: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

92

Page 93: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

93

Page 94: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

94

Page 95: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

95

Prática 8 - Síntese de N-fenil maleimida

Reação geral

C

C

O

OH

O

N

H

CH3C

O

CH3C

O

O

N

O

O

+

OCH3C

ONa O 2 CH3C

OH+

ácido maleanílico anidrido acético N-fenil maleimida

Procedimento experimental

Em um Erlenmeyer de 125 mL adicionar 35 mL de anidrido acético

puro e 3,3 g de acetato de sódio anidro para 16 g de áacido maleanilico

previamente obtido. Se o rendimento da síntese do ácido maléico for menor,

então reajustar as proporções dos reagentes. Aquecer o banho Maria até em

torno de 70~80 °C; agitar a suspensão e aquecer em banho Maria por 30

minutos na capela (Figura 22).

Após esta etapa, esfriar o produto a temperatura de 10 °C em banho de

gelo e adicionar 20~30 mL de água gelada. Filtrar a vácuo o precipitado e lavar

3 vezes o mesmo com porções de 20 mL de água destilada fria e em seguida

com 20 mL de éter de petróleo. Secar bem o sólido ao ar inicialmente e em

seguida em estufa aberta e/ou dessecador e depois determinar o rendimento

bruto. Recristalizar uma parte da N-fenil maleimida em acetona ou

acetona/ciclohexano obtendo cristais amarelo-canário em forma de agulhas

com ponto de fusão 89~90 °C. Caracterizar o produto final com ponto de fusão

concordante usando técnicas de RMN e IV.

Tempo de trabalho ~1h20min.

Page 96: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

96

Figura 22. Sistema reacional para síntese de N-fenilmaleimida.

Dados físico-químicos de N-fenilmaleimida

Fórmula química C10H7NO2; Mw = 173,17 g/mol; p.f. = 85-87 oC; p.e. = 163 oC; nome IUPAC 1-phenylpyrrole-2,5-dione; número CAS=941-69-5.

Page 97: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

97

Espectros de N-fenilmaleimida

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 23. Espectro FTIR de N-fenilmaleimida34.

10 8 6 4 2 0

0

50

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 24. Espectro H NMR de N-fenilmaleimida35.

34 Imagem adaptada de The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997, vol. 2, p. 3069 D. 35 Imagem adaptada de The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed. I, 1993, vol.

2, p. 1453 C.

Page 98: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

98

Mecanismo de reação

Page 99: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

99

Imagens da aula

Page 100: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

100

Page 101: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

101

Page 102: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

102

Page 103: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

103

Page 104: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

104

Page 105: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

105

Page 106: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

106

Page 107: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

107

Prática 9 - Síntese de ácido sulfanílico

Reação geral

NH2

+ H2SO4

NH2

SO3H

Procedimento experimental

Em um Erlenmeyer seco de 250 mL, colocar 8 mL de anilina e

adicionar cuidadosamente 12 mL de ácido sulfúrico concentrado (Figura 25).

Fazer a adição de ácido em pequenas porções com agitação e mantendo a

mistura reacional fria, o que pode ser conseguido usando um banho de gelo

quando necessário. Nesta etapa ocorre a precipitação do sulfato ácido de

anilina. Adicionar com cuidado 3 mL de ácido sulfúrico fumegante, e colocar

então o sistema em banho de óleo. Aquecer a mistura mantendo a temperatura

entre 180-190oC durante 2 horas, em capela.

Esfriar o sistema em água corrente até em torno de 50 oC; verter

lentamente o líquido viscoso pela parede de um Erlenmeyer de 250 mL

contendo 100 mL de água e gelo, agitando vigorosamente durante a adição.

Deixar o sistema em repouso por 15 minutos e em seguida filtrar o ácido

sulfanílico lavando o sólido com pouco de água gelada, para evitar a perda.

Purificar o ácido sulfanílico por recristalização em água (7% de solubilidade a

100oC), com adição de carvão ativado e filtração a quente. Resfriar para

obtenção dos cristais e filtrar em funil de Büchner; lavar com mínimo de água

gelada e secar ao ar. Guardar o produto para a próxima etapa. Separar uma

pequena quantidade para análise de RMN e IV.

Page 108: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

108

*Manipular o ácido sulfúrico concentrado com extremo cuidado, trabalhando

em capela e usando a proteção.

Tempo de trabalho ~2h.

Figura 25. Sistema reacional para síntese de ácido sulfanílico.

Dados físico-químicos ácido sulfanílico

Fórmula molecular C6H7NO3S; Mw = 173,19 g/mol; p.f. = 188 oC; nome

IUPAC p-aminobenzenesulphonic acid; número CAS 121-57-3.

Mecanismo de reação

Page 109: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

109

Espectros de ácido sulfanílico

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 26. Espectro FTIR de ácido sulfanílico36.

10 8 6 4 2 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 27. Espectro 1H NMR de ácido sulfanílico em DMSO-d6 37.

36 Espectro adaptado do catálogo SDB-1HNM No 1665HSP-02-995. Também disponível no

The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997, vol. 2, p.3227 B 37 Imagem adaptada de The Aldrich Library of 13C and 1H Spectra, Ed. I, 1993, vol. 2, p.

1595 A.

Page 110: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

110

Imagens da aula

Page 111: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

111

Page 112: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

112

Page 113: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

113

Page 114: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

114

Page 115: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

115

Page 116: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

116

Page 117: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

117

Prática 10 - Síntese do corante Orange II via sal de diazônio

Reação geral

NH2

SO3H

N2+

SO3H

NaNO2

HCl

OH

NaOH

SO3H

N

OH

N

NaCl

orange II

ácidosulfanílico

sal dediazônio

Procedimento experimental

Preparação do sal de diazônio

Em um balão de 125 mL, sob agitação magnética adicionar 1,0 g de

ácido sulfanílico, 0,26 g de carbonato de sódio e 10 mL de água destilada

(Figura 28). Aquecer a mistura em banho Maria para obter uma solução

límpida. Após solubilização, remover a mistura reacional do banho Maria e

adicionar 0,4 g de nitrito de sódio dissolvido em 1,0 mL de água destilada.

Com o auxílio de uma pipeta de Pasteur adicionar cuidadosamente 1,0 mL do

ácido hidroclorídrico concentrado e em seguida adicionar 6 g de gelo picado

ao meio reacional. Colocar o balão no banho de gelo, onde deverá formar um

precipitado do sal de diazônio. Esta suspensão será utilizada na etapa seguinte.

Reação de acoplamento

Em um béquer de 100 mL adicionar 0,76 g de 2-naftol (também

chamado de -naftol) e em seguida, adicionar 4 mL de uma solução aquosa de

NaOH 2,5 mol/L (Figura 29). Com o auxílio de uma pipeta de Pasteur transferir

pouco a pouco a mistura do sal de diazônio, preparada na etapa anterior,

Page 118: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

118

mantendo a mistura em banho de gelo sob agitação magnética. Lavar o balão

com 2,0 mL de água destilada e transferir a mistura para o béquer. Manter a

mistura sob agitação magnética e segurar o béquer com a mão para não virar.

Anotar toda a mudança na cor observada durante a formação do produto.

Deixar o sistema por aproximadamente 10 minutos em banho de gelo

agitando ocasionalmente. Em seguida, aquecer a suspensão em uma chapa de

aquecimento e sob a agitação magnética; adicionar 2,0 g de cloreto de sódio e

continuar o aquecimento até a completa dissolução do sal. Resfriar a mistura

até a temperatura ambiente e depois em banho de gelo. Pesar um papel de filtro

e anotar a massa. Fazer uma filtração a vácuo em funil de Büchner, lavando o

sólido com 20 mL de uma solução aquosa cloreto de sódio 20%. Secar e pesar

a massa do produto obtido, determinar o rendimento e fazer a caracterização

espectroscópica por NMR e IV.

Teste do corante Orange II

Dissolver 50 mg do corante em 20 mL da água destilada e aquecer a

mistura até a ebulição. Em seguida submergir uma tira de tecido branco (3 x

10 cm) ou chumaço de algodão e deixar aproximadamente 5 minutos. Retirar

o tecido ou algodão e enxaguar com água destilada e secar. Anotar o que

ocorreu.

Tempo de trabalho ~3h40min.

Page 119: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

119

Figura 28. Sistema reacional para a síntese de sal de diazônio e reação de

acoplamento.

Questões

1. Descrever o mecanismo na síntese do sal de diazônio.

2. Explicar, por ressonância, porque o acoplamento ocorre na posição 1-do

naftol.

3. Qual é a aplicação do corante II ou outros corantes na indústria de tecidos.

4. Como é feito o descarte de resíduos de corantes na indústria têxtil.

5. Discutir a coloração do corante Orange II através do espectro

eletromagnético.

Dados físico-químicos de Orange II

Fórmula molecular C16H11N2NaO4S; Mw = 350,32 g/mol; nome IUPAC

sodium;4-[(2E)-2-(2-oxonaphthalen-1-ylidene)hydrazinyl]benze; número

CAS = 633-96-5.

Page 120: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

120

Espectros de Orange II

9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0

0

1

2

3

4

5

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 29. Espectro 1H NMR de sal de diazônio I38.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 30. Espectro IR calculado de 1-benzeneazo-2-naphthol, composto

parecido ao Orange II39.

38 Espectro obtido de simulação no http://www.nmrdb.org/new_predictor; acesso em

18/06/2014. 39 Imagem adaptada do http://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?ID=C842079&Mask=80;

acesso em 18/06/2014.

Page 121: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

121

9,0 8,8 8,6 8,4 8,2 8,0 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 31. Espectro 1H NMR do Orange II.

Mecanismo de reação

Page 122: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

122

Page 123: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

123

Imagens da aula – sal de diazônio

Page 124: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

124

Page 125: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

125

Page 126: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

126

Page 127: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

127

Page 128: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

128

Imagens da aula – Orange II

Page 129: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

129

Page 130: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

130

Page 131: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

131

Page 132: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

132

Curiosidades

Corante Orange II

É um corante azo também chamado de Sudan-1 ou 1-fenilazo-2-naftol.

Esse corante é encontrado em ceras, óleos e alguns ingredientes

alimentares como temperos curry e chili, contudo em vários países ele foi

retirado dessas formulações devido suas propriedades cancerígeneas40 .

40 http://en.wikipedia.org/wiki/Sudan_I, acessado em 05/08/2014

Page 133: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

133

Prática 11 - Síntese do corante Resorcinol Yellow via sal de

diazônio

Reação geral

NH2

SO3H

N2

SO3H

NaNO2

HCl+

ácido sulfanílico sal de diazônio Resorcinol Yellow

OH

OH

NN

SO3H

OH

OH

Procedimento experimental

Preparação do sal de diazônio

Em um balão de 125 mL, sob agitação magnética adicionar, 1,0 g de

ácido sulfanílico, 0,26 g de carbonato de sódio e 10 mL de água destilada

(Figura 28). Aquecer a mistura em banho Maria para obter uma solução

límpida. Após a solubilização, remover a mistura reacional do banho Maria e

adicionar 0,4 g de nitrito de sódio dissolvido em 1,0 mL de água destilada.

Com o auxílio de uma pipeta de Pasteur adicionar cuidadosamente 1,0 mL do

ácido hidroclorídrico concentrado e em seguida adicionar 6 g de gelo picado

ao meio reacional. Colocar o balão no banho de gelo, onde deverá formar um

precipitado do sal de diazônio. Esta suspensão será utilizada na etapa seguinte.

Reação de acoplamento

Preparar uma solução contendo 1,5 g de resorcina dissolvida em 15 mL

de água e transferir para um funil de adição (Figura 28). Calcular a quantidade

necessária, o volume de solução de sal de diazônio, para reagir

Page 134: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

134

estequiometricamente com a resorcina. Adicionar lentamente, gota a gota a

solução de resorcina sobre o composto de diazônio sob agitação e banho de

gelo. Deixar em repouso em geladeira por algumas horas. Pesar o papel filtro

e filtrar em funil de Büchner; secar ao ar. Obter IV, RMN e calcular o

rendimento de formação do azocorante, sal de sódio - Resorcinol Yellow.

Teste do corante Resorcinol Yellow

Dissolver 50 mg do corante em 20 mL da água destilada e mudar seu

pH entre 11 e 12,7 com ácido e base. Anotar o que ocorreu.

Tempo de trabalho ~3h30min.

Questões

1. Descrever o mecanismo na síntese do sal de diazônio.

2. Explicar, por ressonância, porque o acoplamento ocorre na posição 6-da

resorcina.

3. Qual é a aplicação deste corante ou outros corantes na indústria de

tecidos.

4. Como é feito o descarte de resíduos de corantes na indústria têxtil.

5. Discutir a coloração do corante Resorcinol Yellow através do espectro

eletromagnético.

Dados físico-químicos de Resorcinol Yellow

Fórmula molecular C12H9N2NaO5S; Mw = 316,27 g/mol; nome 4-[(2,4-

dihydroxyphenyl)diazenyl]benzenesulfonic acid, Acid Orange 6, Food Yellow

8, Chrysoine S, Chrysoine resorcinol, Resorcinol Yellow, Tropaeolin O;

número CAS = 547-57-9.

Page 135: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

135

Espectros de Resorcinol Yellow

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 32. Espectro FTIR do Resorcinol Yellow 41.

10 9 8 7 6 5 4

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 33. Espectro NMR calculado para composto similar ao Resorcinol

Yellow 42.

41 Espectro de catálogo SDBS no 126-40. Também disponível em The Aldrich Library of FT-

IR Spectra, Ed. II, 1997 p. 977 B. 42 Imagem obtida de simulação no http://www.nmrdb.org/new_predictor ; acesso em

18/06/2014.

Page 136: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

136

Imagens da aula

Page 137: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

137

Page 138: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

138

Page 139: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

139

Prática 12 - Síntese de ácido adípico

Reação geral

O

HOOH

O

OKMnO4

NaOH

ciclohexanona ácido adípico

Procedimento experimental

Em um Erlenmeyer de 1000 mL adicionar 30 g de permanganato de

potássio e 200 mL de água (Figura 34). Após dissolver 10 g de ciclohexanona,

deixar sob agitação sem aquecimento a temperatura ambiente.

Adicionar lentamente, i.e., gota a gota 2 mL de solução de NaOH 10

%. A reação de oxidação é exotérmica, portanto precisa tomar o máximo de

cuidado para que o sistema não se sobre aqueça devido ao calor liberado. Como

durante a reação pode ocorrer a efervescência, i.e., ebulição de reagente,

precisa usar um banho de gelo auxiliar colocado ao lado para resfriar o sistema

quando necessário e trabalhar com óculos de proteção. Controlar a temperatura

para que fique em torno de 40 °C durante 50 min. Durante a reação a coloração

violeta de permanganato de potássio desaparece formando o precipitado de

MnO2.

Após este período, o sistema é brevemente aquecido a quase refluxo

para consumir por completo o oxidante. Testar a presença de permanganato

por “spot test” em papel de filtro*. Caso ainda tenha resíduos de permanganato,

adicionar uma pequena porção de bissulfito de sódio, e realizar o teste

novamente até a ausência de anel de coloração violeta no papel o que significa

resultado negativo. A mistura é então filtrada, o sólido lavado com pequena

Page 140: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

140

quantidade de água destilada e o filtrado é evaporado até aproximadamente

100 mL.

Se a solução resultante apresentar turvação ou coloração, a filtração

deve ser repetida em charcol, i.e., lã de vidro. Feito isso, adicionar a solução

de HCl concentrado até obter o pH = 1. Ao resfriar lentamente a solução, o

ácido adípico começa a cristalizar como um solido incolor, então resfriar a

solução em banho de gelo para obter maior rendimento. Coletar os cristais em

funil de Büchner e lavar com pequenas porções de água destilada bem gelada.

Pressionar o sólido para retirar o excesso de água e deixar secar a vácuo em

dessecador.

Determinar o ponto de fusão do sólido bruto (P.F. = 150~152 °C) e o

rendimento que deve ser em torno de 60 %. Recristalizar ~1,0 g do produto em

solvente apropriado. Separar uma amostra do produto para a análise de IR e

RMN. Guardar o ácido adípico para uso posterior na aula de polimerização.

Tempo de trabalho ~3h50min.

Figura 34. Sistema reacional para a síntese de ácido adípico.

*Spot test – é um procedimento químico simples para a identificação de

presença de substâncias. Ele pode ser efetuado com pequenas amostras sem

sua previa isolação. Num procedimento típico um reagente químico conhecido

Page 141: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

141

é adicionado ao reagente desconhecido ou vice versa. Se a substância é

presente ela reagira de maneira visível.

Dados físico-químicos de ácido adípico

Fórmula molecular C6H10O4; Mw = 146,14 g/mol; p.f. = 151-154oC; p.e. =

265 oC; nome IUPAC hexanedioic acid; número CAS = 124-04-9.

Espectros de ácido adípico

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 35. Espectro de FTIR de ácido adípico43.

43 Imagem adaptada da The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997, vol. 1, p. 773 C.

Page 142: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

142

14 12 10 8 6 4 2 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 36. Espectro de 1H NMR de ácido adípico44.

44 Adaptado de

http://specdb.wishartlab.com/system/documents/files/000/028/794/original/adipic_acid_(

HMDB00448)20121204-88232-gp21ub.jpg?1354661583; acesso em 19/06/2014.

Disponível também no The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed. I, 1993,

vol. 1, p. 770 B.

Page 143: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

143

Mecanismo de reação

Page 144: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

144

Imagens da aula

Page 145: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

145

Page 146: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

146

Page 147: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

147

Page 148: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

148

Page 149: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

149

Page 150: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

150

Page 151: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

151

Prática 13 - Nylon – polimerização interfacial

Reação geral

H2NNH2

HOOH

O

O

hexametileno diamina

ácido adípico

N

O

O

N

H

H

n

DMF

SO2Cl2

NaOH/H2O

nylon-6,6

Procedimento experimental

Em um Erlenmeyer de 200 mL adicionar 1,l g de 1,6-hexanodiamina

(ou hexametilenodiamina), 0,75 g de NaOH e 25 mL de água destilada. Em

seguida agitar até a completa dissolução.

Na capela, adicionar em um tubo de ensaio 1,l g de ácido adípico, 1 mL

de cloreto de tionila e 4 gotas de dimetilformamida (DMF). Fazer a adição dos

reagentes sem agitação. Tomar muito cuidado porque o cloreto de tionila é

irritante e libera muitos vapores de HCl.

Tampar o tubo de ensaio no qual foi adicionada a mistura com um

tubinho de cloreto de cálcio anidro. Na capela, aquecer cuidadosamente o tubo

em banho Maria por 15 minutos à temperatura de 50 - 60 ºC. Observar que

após 10 - 15 min o desprendimento de bolhas irá cessar e ocorrerá a dissolução

do ácido adípico. Transferir cuidadosamente o conteúdo do tubo de ensaio com

o auxílio de um bastão de vidro para um béquer de 150 mL.

Em seguida, adicionar escoando pela parede do bequer de 30 mL de

tetracloreto de carbono na solução e agitar cuidadosamente esta mistura com

um bastão de vidro. Lavar o tubo de ensaio com 10 mL de tetracloreto de

carbono e transferir para o béquer.

Em seguida adicionar cuidadosamente e sem agitação pela parede do

béquer a solução de diamina preparada anteriormente. Observar a formação de

um filme de nylon na interface. Não agitar esta solução. Com o auxílio de uma

Page 152: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

152

pinça puxar com cuidado uma pequena porção do filme formado na interface

e continuar enrolando em um tubo cilíndrico de papel. Caso necessário pedir

orientação aos técnicos e monitores.

Tempo de trabalho ~3h40min.

Questões

1. Qual a aplicação do hexametilenodiamina?

2. O que significa NYLON?

3. O nylon é biodegradável? Propor um método para a biodegradação para

o nylon.

4. Escrever o mecanismo em detalhes na formação do nylon.

5. Escrever a reação entre o hexametileno diamina e hidróxido de sódio.

6. Escrever a reação, inclusive o mecanismo, entre o ácido adípico e o

cloreto de tionila.

7. Qual é a função do cloreto de tionila e do dimetilformamida (DMF).

8. Escrever o mecanismo da polimerização do nylon.

Dados físico-químicos de nylon

Fórmula molecular variada; Mw = variada.

Page 153: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

153

Espectros de nylon

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

40

50

60

70

80

90

100

110

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 37. Espectro de FTIR de nylon 6,6 45.

10 8 6 4 2 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

CH3(CH

2)

4C(O)N(H)(CH

2)

6H(H)C(O)(CH

2)

4CH

3

Figura 38. Espectro de 1H NMR de pré-polímero nylon 6,6 46.

45 Adaptado de

http://tera.chem.ut.ee/IR_spectra/index.php?option=com_content&view=article&id=92&

Itemid=63; acesso em 19/06/2014. 46 Adaptado de http://leeware.wordpress.com/2010/12/31/adipic-acid-to-nylon-6-6-a-two-

step-process/ ; acesso em 19/06/2014.

Page 154: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

154

Mecanismo da reação

Page 155: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

155

Imagens da aula

Page 156: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

156

Page 157: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

157

Page 158: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

158

Page 159: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

159

Page 160: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

160

Page 161: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

161

Page 162: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

162

Page 163: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

163

Prática 14 - Reação de Diels-Alder

Reação geral

tolueno

refluxo+ O

O

O

O

O

O

antraceno anidrido maléico aduto Diels-Alder

Procedimento experimental

Em um balão de fundo redondo de 125 mL adicionar 0,9 g de antraceno,

0,5 g de anidrido maleico e 20 mL de tolueno. Montar o sistema de refluxo

com aquecimento em banho Maria (Figura 39). Deixar o sistema refluxando

com agitação por 1 hora. Após 1 hora, desligar o aquecimento, retirar o sistema

do banho Maria e esperar resfriar à temperatura ambiente por 10 minutos.

Transferir a solução para um béquer de 100 mL e em seguida transferir o

béquer para um banho de gelo para a completa cristalização do aduto de Diels-

Alder formado. Pesar um papel de filtro que será utilizado na filtração e anotar

sua massa. Filtrar em funil de Büchner lavando os cristais com 10 mL de

hexano.

Reação de confirmação

Adicionar em um tubo de ensaio alguns cristais do produto formado

com água. Observar a acidez da fase aquosa com um papel de tornassol azul.

Adicionar à mistura do tubo 1 gota de solução de bromo 25% (v/v) em ácido

acético 80%. A coloração do bromo deve se manter inalterada, o que indica a

Page 164: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

164

ausência da ligação insaturada presente no anidrido maléico inicial. O conjunto

de resultados confirma a presença do aduto de Diels-Alder.

Rendimento 67%.

Tempo de trabalho ~2h30min.

Figura 39. Sistema reacional para a síntese de aduto Diels-Alder.

Questões

1. Escrever o mecanismo para reação de Diels-Alder envolvendo os orbitais

moleculares de fronteira do dieno e dienófilo.

2. Quais são as características estruturais dos reagentes utilizados na reação de

Diels-Alder?

3. Qual é a importância da reação Diels-Alder para a química orgânica

sintética?

4. Qual categoria inclui a reação de Diels-Alder (eliminação, substituição,

rearranjo ou adição)? Qual a importância da reação de Diels-Alder para a

química ambiental?

5. Quantos centros estereogênicos/quirais possui o aduto formado na reação de

Diels-Alder entre o antraceno e o anidrido maléico?

Page 165: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

165

6. Quantos centros estereogênicos/quirais possuem os reagentes? Quantos

isômeros (adutos) são possíveis de serem formados na reação de Diels-

Alder?

7. Escrever a reação de confirmação do anidrido maléico com bromo.

OBS. Consultar livros didáticos para responder estas questões.

Dados físico-químicos de Diels-Alder

Fórmula química C18H12O3; Mw = 276,29 g/mol; p.f. = 262-264oC; nome

9,10-dihydroanthracene-9,10-alpha,beta-succinic anhydride; número CAS =

5443-16-3.

Espectros de aduto de Diels-Alder

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

10

20

30

40

50

60

70

80

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 40. Espectro de FTIR de aduto Diels-Alder 47.

47 Adaptado de R. Singla MSc. Thesis, Microwave assisted reactions under benign

conditions, disponível no

http://dspace.thapar.edu:8080/dspace/bitstream/10266/887/3/887.pdf acesso em 20/06/2014.

Page 166: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

166

10 9 8 7 6 5 4

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 41. Espectro de 1H NMR calculado de aduto Diels-Alder 48.

Mecanismo de reação

48 Simulado no http://www.nmrdb.org/new_predictor ; acesso em 20/06/2014.

Page 167: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

167

Imagens da aula

Page 168: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

168

Page 169: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

169

Page 170: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

170

Page 171: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

171

Page 172: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

172

Page 173: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

173

Page 174: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

174

Page 175: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

175

Prática 15 - Preparação do ácido trans-cinâmico

Reação geral

H

O

+H3C O CH3

O O AcO-K

+

170-190 0C

OH

O

+ HAc

benzaldeídoanidridoacético ácido trans-cinâmico

Procedimento experimental

Montar o sistema de refluxo usando um balão de 125 mL equipado com

um condensador, um tubo de secagem contendo o cloreto de cálcio anidro,

sistema de aquecimento sob agitação e um banho de areia (Figura 39). Ajustar

um termômetro diretamente no banho de areia.

Adicionar ao balão 2,0 mL de benzaldeído, l,2 g de acetato de potássio

anidro e 2,8 mL de anidrido acético. Aquecer o sistema com agitação durante

1 hora. A temperatura do banho de areia deve ficar entre 170 e 190º C. Desligar

o aquecimento e deixar o sistema esfriar removendo-o cuidadosamente do

banho de areia. Esperar por 5 minutos e ainda quente, transferir lentamente o

conteúdo do balão para um béquer de 150 mL contendo 40 mL de água

destilada. Adicionar uma solução saturada de carbonato de sódio até o pH ficar

entre 8 e10. Ocorrerá o borbulhamento decorrente da formação do CO2 e com

o auxílio de um bastão de vidro quebrar qualquer precipitado que possa se

formar.

Após cessar a formação do CO2, transferir o líquido para um funil de

separação e fazer duas extrações com 20 mL de éter tert-butil metílico.

Descartar a fase orgânica. Transferir a fase aquosa para um béquer de 250 mL

e adicionar HCl 6 mol/L até o pH=2. Resfriar o sistema em banho de gelo,

delicadamente atritando as paredes internas do béquer com um bastão de vidro

para obter precipitação total do ácido trans-cinâmico. Pesar o papel de filtro e

Page 176: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

176

filtrar o sólido usando um funil de Büchner, lavando com água gelada. Deixar

filtrando sob vácuo por 15 minutos.

Recristalizar o produto utilizando uma mistura de metanol e água.

Aquecer separadamente a água e o metanol em dois tubos de ensaio em um

banho de areia. No tubo de ensaio adicionar bolinhas de porcelana. Dissolver

o produto em um tubo de ensaio utilizando o mínimo de metanol a quente e

agitar a solução. Adicionar gotas de água quente até que a solução permaneça

turva. Remover o tubo de ensaio do banho de areia e deixar o produto

recristalizar. Filtrar o produto em funil de Büchner. Pesar o produto formado,

calcular o rendimento, determinar o seu ponto de fusão e obter os espectros IV

e NMR.

Tempo de trabalho ~2h30min.

Questões

1. Por que o composto trans é o produto majoritário da reação?

2. O que aconteceria se ao invés de utilizar o mínimo de metanol quente,

um excesso do solvente fosse utilizado na recristalização?

3. Escrever o mecanismo da reação.

Dados físico-químicos de ácido trans-cinâmico

Fórmula molecular C9H8O2; Mw = 148,16 g/mol; nome IUPAC (E)-3-

phenylprop-2-enoic acid; número CAS = 140-10-3.

Page 177: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

177

Espectros de ácido trans-cinâmico

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 42. Espectro FTIR de ácido trans-cinâmico49.

12 10 8 6 4 2 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 43. Espectro 1H NMR de ácido trans-cinâmico em CDCl350.

49 Adaptado de http://www.hanhonggroup.com/ir/ir_en/B35657.html; acesso em 19/06/2014.

Também, disponível no The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997 vol. 2, p. 2630 A. 50 Adaptado de http://www.hanhonggroup.com/nmr/nmr_en/B35657.html; acesso em

19/06/2014. Também, disponível no The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed.

I, 1993, vol. 2, p. 1043 C.

Page 178: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

178

Mecanismo da reação

Page 179: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

179

Imagens da aula

Page 180: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

180

Page 181: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

181

Page 182: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

182

Page 183: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

183

Page 184: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

184

Page 185: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

185

Page 186: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

186

Page 187: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

187

Prática 16 - Síntese do éster metílico trans-cinâmico

Reação geral

+OH

O

H2O

H2SO4

+CH3O HOCH3

O

ácido trans-cinâmico metanol éster metil trans-cinâmico

Procedimento experimental

Em um balão de fundo redondo de 50 mL adicionar 100 mg de ácido

trans-cinâmico e l,5 mL de metanol (Figura 39). Deixar sob agitação até a

completa dissolução e em seguida adicionar 2 gotas de ácido sulfúrico

concentrado. Deixar a mistura em refluxo e agitação durante 1 hora. Após 1 h

esperar o sistema resfriar e então com o auxílio de uma pipeta de Pasteur

transferir o líquido para um tubo de ensaio etiquetado “orgânico”. Lavar as

paredes do balão com 2,5 mL de éter etílico. Após a lavagem do balão não

adicionar o conteúdo no tubo de ensaio. Reservar ele para ser usado

posteriormente.

Adicionar lentamente no tubo de ensaio l,5 mL da solução de NaHCO3

5% em solução aquosa de NaCl l5%. Ocorrerá um borbulhamento devido a

formação do CO2. Após cessar o borbulhamento, adicionar no tubo de ensaio

o conteúdo do balão (2,5 mL de éter etílico) reservado anteriormente. Agitar

suavemente aliviando a pressão formada retirando lentamente a tampa para

que a solução não derrame. Esperar até a completa separação das fases e com

o auxílio de uma pipeta de Pasteur retirar a fase aquosa e transferir para um

outro tubo de ensaio etiquetado “aquoso”. Reservar a fase orgânica. Fazer uma

extração da fase aquosa com l,5 mL de éter etílico. Extrair a fase orgânica e

juntar com a fase orgânica extraída na etapa anterior. Reservar a fase aquosa

até o fim da experiência para depois descartá-la. Ao aliviar a pressão do tubo,

Page 188: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

188

retire lentamente a tampa para que o líquido não escoe junto com os gases

formados.

Lavar as fases orgânicas com l,5 mL de solução aquosa de NaCl

saturado. Após a separação das fases, extrair a fase aquosa e guardar até o fim

da experiência para depois descartá-la. Secar a fase orgânica adicionando

pouco a pouco MgSO4 anidro. Pesar o béquer de 10 mL e anotar sua massa.

Fazer a filtração da fase orgânica utilizando um funil contendo um pequeno

chumaço de algodão com o filtro. Coletar o filtrado em um Béquer de 10 mL.

Lavar o funil contendo o algodão com 3 mL de éter etílico. Esperar o solvente

evaporar e calcular o rendimento da reação. Obter os espectros de IV e NMR.

Tempo de trabalho ~2h40min.

Dados físico-químicos de éster metílico trans-cinâmico

Fórmula molecular C10H10O2; Mw = 162,19 g/mol; p.f. = 34-38 °C; p.e. =

260-262 °C; nome IUPAC methyl (E)-3-phenylprop-2-enoate; número CAS =

103-26-4.

Page 189: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

189

Espectros de éster metílico trans-cinâmico

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 44. Espectro FTIR de éster metílico trans-cinâmico51.

10 8 6 4 2 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 45. Espectro 1H NMR de éster metílico trans-cinâmico52.

51 Adaptado de

http://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?Spec=C103264&Index=0&Type=IR&Large=on ;

acesso em 19/06/2014. 52 Adaptado de http://www.chemicalbook.com/SpectrumEN_103-26-4_1HNMR.htm ; acesso

em 19/06/2014.

Page 190: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

190

Mecanismo da reação

Page 191: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

191

Imagens da aula

Page 192: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

192

Page 193: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

193

Page 194: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

194

Page 195: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

195

Page 196: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

196

Page 197: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

197

Page 198: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

198

Page 199: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

199

Prática 17 - Síntese de poli(metil metacrilato) usando

peróxido de benzoila

Reação geral

Cl

O

Na2O2 C

O

O O C

O

2 +

cloreto de benzoila peróxido de benzoila

Procedimento experimental

Este procedimento deve ser realizado em capela e utilizando os óculos de

segurança.

Em um Erlenmeyer de 250 mL, em banho de gelo com agitação

magnética, colocar 5 mL de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) a 40

volumes. Adicionar 3 mL de solução de NaOH 4N e no outro 2,5 mL de cloreto

de benzoila redestilado (Figura 46). O cloreto de benzoila é um reagente

agressivo, possui vapor ácido que é irritante. Com o sistema acondicionado,

adicionar gota a gota os dois reagentes alternadamente, tomando o máximo

cuidado para que a temperatura do sistema não ultrapasse a faixa de 5-8oC. É

importante também que a solução seja mantida fracamente alcalina durante a

reação testando com o papel indicador. Após a adição completa dos reagentes,

manter o banho e a agitação por mais 30-40 min. observando a formação de

um precipitado branco floculento. Com o consumo do cloreto de benzoila, seu

odor característico terá desaparecerá.

Pesar o papel de filtro e filtrar o precipitado em um funil de Büchner;

lavar com pouco de água destilada fria e deixar o mesmo secar sobre o papel

de filtro. Não colocar em estufa, pois o peróxido de benzoila se decompõe

facilmente resultando em explosão. Calcular o rendimento da reação. O

Page 200: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

200

produto final pode ser purificado dissolvendo-se o sólido em clorofórmio à

temperatura ambiente e adicionando-se duas vezes o volume de álcool

metílico. O composto funde a 106 oC com decomposição. Com uma fração

purificada, obter os espectros de IR e RMN. Guardar o material em frasco

apropriado para utilização posterior como iniciador térmico em polimerização

vinílica.

Reação de síntese de poli(metil metacrilato)

CH2 C

CH3

C O

OCH3

iniciadorCH2 C

CH3

C O

OCH3

n

metil metacrilato poli(metil metacrilato)

Procedimento experimental

Dissolver 10 mg de peróxido de benzoila em 2 mL de metilmetacrilato.

Verter o monômero com o iniciador no molde de placas e/ou tubos de ensaio.

Tampar o tubo com o filme de PVC. Colocar o sistema adequadamente em um

suporte e aquecer em estufa a 70oC por 48 horas. Após a polimerização, resfriar

o molde e quebrar o de vidro para obter o produto final.

Tempo de trabalho ~3h.

Page 201: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

201

Figura 46. Sistema reacional para síntese de peróxido de benzoila.

Dados físico-químicos de peróxido de benzoila

Fórmula molecular C14H10O4; Mw = 242,23 g/mol; p.f. = 104-106 °C; nome

IUPAC benzoyl benzenecarboperoxoate; número CAS = 94-36-0.

Page 202: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

202

Espectros de peróxido de benzoila

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 47. Espectro de FTIR de peróxido de benzoila53.

10 8 6 4 2 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm)

Figura 48. Espectro de 1H NMR de peróxido de benzoila em CDCl3

54.

53 Adaptado do The Aldrich Library of FT-IR Spectra, Ed. II, 1997 vol. 2, p. 2924 C. 54 De catálogo SDBS 1H NMR No 2070HSP-04-401.

Page 203: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

203

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 49. Espectro de IR de poli(metil metacrilato) 55.

5 4 3 2 1 0

0

20

40

60

80

100

Inte

nsid

ade

Deslocamento químico (ppm) Figura 49. Espectro de 1H NMR de poli(metil metacrilato) em CDCl3

56.

55 Adaptado de https://sites.google.com/site/isumate453lab3group8/data/polymethyl-

methacrylate-pmma; acesso em 19/06/2014. 56 Adaptado de http://www.rsc.org/suppdata/py/c3/c3py00155e/c3py00155e.pdf ; acesso em

19/06/2014.

Page 204: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

204

Mecanismo da reação

Page 205: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

205

Imagens da aula

Page 206: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

206

Page 207: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

207

Page 208: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

208

Page 209: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

209

Page 210: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

210

Page 211: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

211

Page 212: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

212

Page 213: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

213

Prática 18 - Síntese de poli(estireno) usando peróxido de

benzoila

Reação geral

CH CH2 CH CH2

iniciador

estireno poli(estireno)

n

Procedimento experimental

O monômero estireno contêm um estabilizador, geralmente

hidroquinona. A primeira etapa é retirar o estabilizador através de lavagem,

usando um funil de separação, do estireno com solução aquosa de NaOH 10%.

O monômero é então secado com sal anidro de sulfato de sódio. Para a reação

de polimerização, usar 25 mL de estireno, adicionar 0,1 g de peróxido de

benzoila e 3 gotas de óleo mineral (nujol). Colocar esta mistura em um funil

de adição. Em um balão de fundo chato de 3 bocas e 500 mL, colocar 250 mL

de água e nesta dissolver 0,5 g de álcool polivinílico (estabilizador da

suspensão) e 0,05 g de fosfato de cálcio. Adaptar na parte central do balão um

tubo de vidro de escape acima do nível máximo de solução. Aquecer a mistura

até 90 oC e neste período passar um fluxo de nitrogênio borbulhando na solução

para retirada de oxigênio. Mantendo uma agitação muito vigorosa, adicionar a

mistura contendo estireno. Manter aquecimento a 90-95 oC por 1 h e 30

minutos, sendo que a circulação de N2 pode ser interrompida depois de 10

minutos do término de adição do monômero. O poliestireno formando se

separa em forma de pelotas. Se a agitação não for suficiente, pode ocorrer uma

Page 214: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

214

coagulação do polímero. Filtrar e lavar com água/etanol 1:1. Secar o produto

em estufa. Obter o espectro de IV.

Tempo de trabalho ~3h.

Dados físico-químicos de poli(estireno)

Fórmula molecular (C8H8)n; Mw = 242,23 g/mol; p.f. = ~240 °C; densidade

0.96–1.04 g/cm³; nome IUPAC Poly(1-phenylethylene); número CAS = 9003-53-

6.

Espectros de poli(estireno)

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tra

nsm

itância

(%

)

Número de onda (cm-1)

Figura 50. Espectro de FTIR de poli(estireno) 57.

57 Imagem adaptada do catálogo SDBS No 1957.

Page 215: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

215

Imagens da aula

Page 216: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

216

Page 217: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

217

Page 218: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

218

Page 219: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

219

Page 220: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

220

Page 221: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

221

Page 222: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

222

Page 223: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

223

Formulário para o relatório

Page 224: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

224

.

Page 225: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

225

Bibliografia

E. B. Mano, A. P. Seabra, Práticas de Química Orgânica. 2ª ed., Ed. Edart -

São Paulo, 1977.

J. S. Nimitz, Experiments in organic chemistry: from microscale to

macroscale. Englewood Cliffs, N.J. Prentice Hall, 1991.

W. W. Linstromberg, H. E. Baumgarten, Organic experiments, 6th ed. D. C.

Health and Company, 1987.

D. L. Pavia, G. M. Lampman, G. S. Kriz, R. G. Engel, Química orgânica

experimental, técnicas de escala pequena. 2a ed. Bookman, 2009.

A.I. Vogel, Elementary practical organic chemistry, 2th Edition London,

Longman, 1966.

A.I Vogel, B. S. Furniss, Textbook of Practical Organic Chemistry. 5th Edition

London, Longman Scientific and Technical, 1989.

R.M. Silverstein, F.X. Webster, D. Kiemle, Spectrometric identification of

organic compounds, 7th ed., Rio de Janeiro, LTC, 2006.

K. L Williamson, Organic experiments; Boston: Houghton Mifflin, 2004.

R.L. Shriner, R.C. Fuson, D.Y Curtin, T.C Morril, Identificação sistemática de

compostos orgânicos, 6th ed. Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1983.

D. R. Palleros, Experimental organic chemistry, New York: Wiley, 2000.

L. M. Harwood, Christopher J. Moody, Jonathan M. Percy, Experimental

organic chemistry: standard and microscale, Malden, MA, Blackwell Science,

1999.

Page 226: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

226

C. F. Wilcox, M. F. Wilcox Experimental organic chemistry: a small-scale

approach, Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1995.

C. F. Most, Jr., Experimental organic chemistry, New York, Wiley, 1988.

H. G. O. Becker, A. P. Rauter, B. J. Herold, Bernardo, Organikum: química

orgânica experimental, 2a ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

D. Goncalves, E. Wal, R. R. Almeida, Química orgânica experimental, São

Paulo, Mcgraw Hill, 1988.

H. Dupont Durst, G. W. Gokel, Química orgânica experimental, Barcelona,

Reverte, 1985.

The Aldrich Library of FT-IR Spectra Ed. II, 1997.

The Aldrich Library of 13C and 1H FT NMR Spectra, Ed. I, 1993.

Page 227: Práticas para laboratório de Química Orgânica IIgraduacao.iqsc.usp.br/files/Lab_organicaII-apostila_ISBN.pdf · ISBN 978-85-63191-04-5 Agnieszka Pawlicka Pedro Berci Filho Práticas

227

Índice remissivo

Acetato de iso-pentila - 73

Ácido adípico - 141

Ácido maleanílico - 87

Ácido sulfanílico - 109

Ácido trans-cinâmico - 177

Cetil sulfato de sódio - 49

Clorometilftalimida - 29

Corante Orange II - 119

Corante Resorcinol Yellow - 135

Diels- Alder - 165

Éster metílico trans-cinâmico - 189

Eugenol - 61

Ftalimida - 17

N- fenil maleimida - 97

N-benzilftalimida - 41

Nylon - 153

Óleo de banana – ver acetato de iso-pentila

Poli(estireno) - 215

Poli(metil metacrilato) - 201

Sal de diazônio - 119