pscopedagogia a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na escola regular

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FACULDADE DE CONCHAS (FACON) FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PÓS-GRADUAÇÃO Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica CAROLINE LETICIA SPADÃO PASSARI CELLA A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR. RESUMO

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Page 1: Pscopedagogia   a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais na escola regular

FACULDADE DE CONCHAS (FACON)FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

PÓS-GRADUAÇÃO

Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica

CAROLINE LETICIA SPADÃO PASSARI CELLA

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR.

RESUMO

Este artigo fala sobre a importância de alunos com Necessidades Educativas

Especiais, quando incluídos na rede regular de Ensino.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, Escola, Aluno, Intervenção.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente os alunos que demonstram em suas práticas atitudes que

designam o saber que diagnosticam as Necessidades Educativas Especiais tem o

direito de ter acessibilidade à Educação nas escolas Regulares, portanto inclusos

junto aos demais alunos. Sendo assim este presente artigo propões como objetivo o

estudo de teóricos como também pesquisa de campo, ressaltar os princípios e os

benefícios que a inclusão oferece para os alunos que apresentam Necessidades

Educativas Especiais.

2 DESENVOLVIMENTO

Para falar sobre a Inclusão de alunos que apresentam Necessidades

Educativas Especiais é necessário resgatas um pouco da trajetória desses alunos

ao longo da história, sendo denominados no passado como “doentes, marginais”,

indivíduos incapazes de aprender, sendo excluídos pela sociedade.

A partir do Século XVI, depara – se com a preocupação voltada a

educação dos então considerados excepcionais ou deficientes. Médicos passaram a

acreditar que os indivíduos que possuíam deficiência, poderiam ter possibilidades de

desenvolver-se. Porém, o direito, acesso à Educação para os portadores de

deficiências era muito lento, foi sendo conquistado aos poucos.

“Ainda que se observem algumas escassas experiências inovadoras desde o século XVI, de fato, o acesso à educação por parte dos portadores de deficiência vai sendo muito lentamente conquistado, e essa conquista vai correndo paralelamente à ampliação das oportunidades educacionais para a população em geral”. (PALHARES & MARINS, 2002 p. 62).

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No século XIX segundo Rafael Bautista (1994, p.22), “inicia – se o período

da institucionalização especializada de pessoas com deficiência, sendo a partir de

então que podemos considerar ter surgido a Educação Especial”.

Nessa época a sociedade começa a se conscientizar da importância de

oferecer apoio a essas pessoas, embora sendo um apoio assistencialista. Também

entendiam que as pessoas deficientes seriam melhores cuidadas, longe da

sociedade, pois esses eram considerados um perigo para a sociedade.

“(...) caracteriza essa fase como paradigma da institucionalização, o qual se fundamentava na crença de que a pessoa diferente seria melhor cuidada e protegida se fosse confinada em ambiente segregado e construído à parte da sociedade”. (Aranha apud PALHARES & MARINS, 2002 p. 62):

No início do século XX, passou – se a contatar casos de criança que nãos

conseguiam ter progressos na escola regular, devido a isso, nesta época surge uma

pedagogia diferente, uma educação institucionalização, baseada nos níveis da

capacidade intelectual e diagnosticada em termos de quociente intelectual.

Diante disso Bautista (1993), ressalta que Binet cria um método e instrumento

para poder retirar da escola aqueles que tinha um desempenho inferior aos demais,

aos mais fracos, os atrasados, perante o desenvolvimento dos demais, ou seja, o

tão conhecido teste de quociente mental (QI).

Somente na metade do século XX, conforme, Palhares & Marins (2001, p. 63)

“surge um corpo teórico conceitual, algumas propostas metodológicas de ensino e

uma organização de serviços educacionais”.

Sendo assim, na década de 50, surgiram algumas inciativas sobre os

princípios da inclusão, mas ainda na base da “Normalização e Integração” que

surgiu diante de alguns movimentos de pais de crianças que não podiam ter acesso

à Educação na escola comum. Portanto, como essas crianças não eram aceitas na

escola regular, esses movimentos alavancaram o surgimento das escolas especiais.

A integração era associada à noção de normalização, ou seja, que consistia

em no proposito que as pessoas portadoras de deficiências teriam direito a ter vida

comum, portanto vida “normal”.

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Nesse momento passa o sistema educacional a contar com dois subsistemas,

pois que funcionam paralelamente, ou seja, a educação comum e a educação

especial.

Já na década de 70, as escolas comuns começaram a aceitar a possibilidade

de educação integrada, que consistia na hipótese de, crianças e adolescentes que

possuíam alguma deficiência pudessem ter acesso em classes especiais.

“A educação pública, em uma perspectiva mais avançada, criou as chamadas “classes especiais”, que embora estivessem dentro das escolas regulares, eram destinadas a alunos portadores de deficiência, sobretudo de aprendizagem”. (RAMOS R. p. 7, 2005)

Portanto os alunos tidos como “diferentes”, “deficientes” tinham o mesmo

direito de conviver socialmente com os demais alunos e pessoas da comunidade.

Desde de conviver socialmente com os demais alunos e pessoas da comunidade.

Desde fossem preparados para isso.

Só era possível integrar na escola os alunos que se adaptassem na classe

regular, sem causar modificações no sistema. Os alunos que não conseguiam se

adaptar à classe comum e acompanhar os demais alunos eram excluídos.

Detecta – se também que a partir dessa questão passou – se a denominar

aos “alunos excepcionais” como alunos portadores de Necessidades Educativas

Especiais.

Na Resolução SE n.º de 21 de novembro de 2000, diz:

Artigo I: “São considerados alunos com Necessidades Educativas Especiais aqueles

que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais

decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente ou temporário,

que resultem em dificuldades ou impedimentos no desenvolvimento do seu processo

ensino – aprendizagem”.

Na metade da década de 80, e início dos anos 90, surge a educação

inclusiva, em que era necessário, reestruturas a sociedade para que as pessoas

“aceitassem” conviver com as pessoas “diferentes”, ou seja, “deficientes.

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“A inclusão estabelece que as diferenças humanas são normais, mas ao mesmo tempo reconhece que a escola atual tem provocado ou acentuado desigualdades associadas à existência de diferenças de origem pessoal, social cultural e política, e é nesse sentido que ela prega a necessidade de reestruturação do sistema educacional para prover uma educação de mudança de qualidade a todas as crianças”. (PALHARES E MARINS, 2002 p. 64).

Em 1994, realizou se em Salamanca, na Espanha a Conferência Mundial

sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, que foi organizada

pelo governo da Espanha em Cooperação com a UNESCO, resultando na

Declaração de Salamanca, baseada em discussões teóricas e politicas inclusivas.

Na Declaração de Salamanca (1994, p. 10) fica estabelecido:

“Todas as crianças de ambos os sexos, tem direito fundamental à educação e

que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de

conhecimento”;

“Cada criança tem características, interesses, capacidade e necessidades de

aprendizagem que lhes são próprios”;

“Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de

modo que tenha em vista toda a gama dessas diferentes características e

necessidades”;

“As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso as

escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança,

capaz de atender a essas necessidades”;

“As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio

mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades

acolhedoras, construí uma sociedade integradora e dar educação para todos; além

disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a

eficiência e certamente, a relação custo-benefício de todo o sistema educativo”.

Fica evidente a partir da Declaração de Salamanca que as escolas devem

receber todas as crianças, independentemente de suas Necessidades Educativas

Especiais.

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Bautista, 1993 sintetiza os benefícios da inclusão:

1. “AOS ALUNOS portadores de deficiências – QUE APRENDEM MELHOR EM

INTERAÇÃO COM OUTRAS CRIANÇAS/ JOVENS, e que através de

condutas de observações/imitações melhoram tanto aspectos cognitivos

como sócio – afetivo;

2. AOS ALUNOS NORMAIS – os quais desenvolvem atitudes de respeito e

solidariedade e igualmente participam da individualização do ensino e dos

apoios que ajudam – auxiliam a interação;

3. AOS PROFESSORES do ensino regular e do ensino especial – já que seu

contato – a interação entre eles – aumenta os níveis de competência

profissional.

4. AO SISTEMA EDUCACIONAL – pois a necessidade de atender ao alunado

portador de deficiência, em âmbito regular, atua como fator de INOVAÇÃO E

RENOVAÇÃO EDUCACIONAL;

5. A SOCIEDADE EM GERAL – que através da integração escolar se converte

em uma sociedade MAIS ABERTA E TOLERANTE.

Se entendemos que a escola é o reflexo da sociedade na qual está inserida e

que por sua vez a escola deve e pode avançar, para criar na população atitudes

diferentes, não pode dúvida, em nós, sobre a necessidade de que na escola, se dê a

resposta ao amplo leque social desta nossa sociedade tão plural e com uma

diversidade tão ampla.

Portanto, os alunos que apresentarem Necessidades Educativas Especiais

deverão ser inclusos em classes regulares, para que esses possam ter

oportunidades, “igualitárias” educacionais.

“Em um sentido mais amplo. O ensino inclusivo é a pratica da inclusão de todos – independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos são satisfeitas”. (STAINBACK, 1999, p. 21).

Nessa direção é possível identificar os princípios que devem ser considerados

como base a inclusão. Sendo, assim é importante ressaltar o papel de inclusão na

modificação da sociedade, com pré-requisito para que essas possam buscar seu

desenvolvimento e exercer o direito à cidadania.

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Conforme Nunes Sobrinho (2003, p. 14):

“A UNESCO define a Educação Inclusiva como a melhor forma de combater

atitudes discriminatórias. Inclusão significa possibilitar a participação das pessoas

portadoras de alguma deficiência nas atividades educacionais, de emprego, de

consumo, de lazer, enfim em todas as atividades da sociedade”.

A educação inclusiva propicia aos alunos portadores de Necessidades aos

alunos portadores de Necessidades Educacionais Especiais o acesso as classes

comuns, na rede regular de ensino, embora tendo objetivos e processos diferentes

tenham o aprendizado em conjunto com os demais alunos.

Conforme o Conselho Estadual de Educação, a Lei 9.394/96, estabelece:

Art. 58. “Entende – se por Educação Especial, para os feitos desta lei, a

modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

ensino, para educandos portadores de Necessidades Especiais. ”

Art. 59: “Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com

Necessidades Especiais”

I. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização

específicos, para atender as suas necessidades;

II. Terminalidade especifica para aqueles que não puderem atingir o nível

exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas

deficientes, e aceleração para concluir em menos tempo o programa escolar

para superdotados;

III. Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para

atendimento especializado, bem como professores do ensino regular

capacitados para a integração desses educando nas classes comuns;

IV. Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida

em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem

capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os

órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma

habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora.

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V. Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares

disponíveis para o respectivo nível do ensino regula.

Conforme Resolução SE nº 95, de 21 de novembro de 2000:

“Em função das condições especificas dos alunos, sempre que não for

possível sua integração em classes comuns da rede escolar, a classe especial deve

ser mantida na rede regular ou, ainda, quando necessário, deverá ser oferecido

atendimento por meio de parcerias com instituições privadas especializadas sem fins

lucrativos; ”

“Em conformidade com o parecer emitido pelo Conselho de

Classe/Ciclo/Série, o aluno poderá ser encaminhado para a classe comum, com

atendimento de apoio em sala de recursos ou permanece na classe especial”

“A permanência de cada aluno na classe especial deve ser discutida

continuamente pela equipe escolar, com os pais e conselhos de escola ou similares,

visando dar-lhe oportunidade de prosseguimentos de estudos na classe comum”.

“As escolas devem garantir oportunidade aos alunos que estiverem

frequentando classes especiais de participarem, com todos os demais alunos, de

atividades extraclasses esportivas, recreativas e culturais”.

“A avaliação do desempenho escolar dos alunos com necessidades

educacionais especiais atendidos nas classes comuns, nas classes especiais e nas

escolas especiais, deverá ser contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos”.

“Para dar suporte e complementar o processo pedagógico nas classes

comuns, o trabalho educacional com os alunos com necessidades educacionais

especiais pode incluir ensino itinerante, serviços de apoio de outras instituições

especializadas e do próprio sistema de ensino”.

Um dos passos para preparar uma escola inclusiva é sensibilizar todos os

funcionários da escola, ou seja, diretores, professores, orientadores, etc. O papel do

diretor da escola é de fundamental importância frente ao processo de inclusão, pois

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é ele quem deverá tomar decisões, estabelecer relação entre a família, comunidade,

professores, escola, visando uma educação de qualidade para todos os alunos.

Cabe também ao diretor definir, com a participação da comunidade escolar,

através de projetos pedagógicos, planejamento do currículo, para que todos os

alunos possam adquirir aprendizados e habilidades, dentro da diversidade de cada

um.

O professor também exerce um papel muito importante na educação de seus

alunos frente ao processo de inclusão, estando ciente que cada qual aprende de sua

maneira e que a aprendizagem é um processo individual. Também deverá o

professor desenvolver atividades que despertem interesse, a vontade de aprender,

propondo tarefas de forma lúdica, criativa e interessante.

Todos são capazes de aprender, é preciso valorizar, conhecer, perceber e

entender os alunos num todo, levando em consideração os seus interesses e suas

potencialidades.

É preciso elaborar o plano didático não mais mediante parâmetros preestabelecidos, mas levando em conta a realidade dos alunos da classe. Cabe ao professor a tarefa de se adequar ao seu “público e não esperar para que este se ajuste a determinações alheias a sua condição presente” (RAMOS, Rosana 2005, p. 14).

É de fundamental importância para o professor estar sempre auto avaliando

sua pratica, sua maneira de ensinar, sua maneira de mediar e buscar novos

conhecimentos.

É necessário que os professores tenham uma formação de qualidade, para

que esses que atuam em classe regular, possam adquirir conhecimentos, se

apropriando de conteúdos e competências para que possam desenvolver um bom

trabalho com alunos que apresentam Necessidades Educacionais Especiais.

Também para que de fato haja realmente a inclusão é de fundamental

importância da aceitação frente as diferenças e diante da importância da

participação deles junto à escola.

“Conscientizar a comunidade – alunos e pais, sobretudo, sobre o fato de que o “deficiente” não vai atrapalhar a aprendizagem dos outros alunos, e sim ajuda-los a vivenciar uma nova experiência com ser humano solidário e respeitados das diferenças”. (RAMOS, 2005 p. 54).

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Ao pais e a comunidade num todo, precisam de fato fazer parte da escola,

para que de forma coletiva, desenvolvam junto à escola ações pedagógicas para

que possam participar das atividades escolares para benefícios dos alunos diante da

inclusão.

Segundo Nunes Sobrinho (2003, p. 54), “Importante se faz que alunos,

professores, dirigentes e funcionários, pais e comunidade estabeleçam esforços

para um objetivo comum, tomando o espaço escolar inclusivo, assumindo o desafio

de abrir caminhos que nos conduzam à construção de um sistema educacional de

qualidade para todos, rejeitando qualquer forma de segregação”

Todos devem “trabalhar” de forma ativa no processo de inclusão, como diz o

velho ditado “a união faz a força”. Conforme as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial básica (2001, p. 28).

“A política de inclusão de alunos que apresentam Necessidades Educativas

Especiais na rede regular de ensino não consiste apena na permanecia física

desses alunos juntos aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever

concepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas,

respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades”.

Porém, não basta apenas integrar o aluno com Necessidade Educativas

Especiais na escola, mas sim incluir de fato, e para que haja a inclusão é preciso

que se faça a reformulação dos currículos, das formas de avaliar, da formação de

professores, da conscientização dos pais e da sociedade, e que se tenha uma

política educacional com mais democracia.

“Aranha apud Palhares e Marins (2002, p. 64, 65), aponta essa fase como

paradigma de suporte, enfatizando a necessidade de prover apoios físicos,

pessoais, materiais, técnicos e sociais a fim de viabilizar o processo de inclusão

nesse sentido, a reestruturação no sistema educacional em todos os seus níveis:

políticos administrativos, escolar e na própria sala de aula”.

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A inclusão também só é possível quando a educação escolar tem como

objetivo fundamental proporcionará a cultura igualitária para todos os inseridos no

contexto escolar, estimulando a inclusão e findando a exclusão e desigualdade

social, respeitando as características as necessidades individuais de cada aluno.

A escola inclusiva é aquela onde todos os alunos são aceitos como são, sem

discriminação. Considerando que Stainbeck (1999, p. 10) afirma, “que a escola

inclusiva é um lugar do qual todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde

todos ajudam e são ajudados por seus colegas e por outros membros da

comunidade escolar, para que suas necessidades educacionais sejam satisfeitas. ”

Cabe aos gestores, professores, funcionários da escola, permearem

estratégias para uma escola justa, sem discriminação e preconceito, sabendo

trabalhar com as diferenças de cada aluno.

Na escola inclusiva é onde todos os alunos devem aprender juntos, sem

discriminação independente de qual seja a necessidade, dificuldade que os alunos

apresentam.

Conforme as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica (2001, p. 28, 29). É no projeto pedagógico que a escola se posiciona em

relação a seu compromisso com uma educação de qualidade para todos os seus

alunos. Assim, a escola deve assumir o papel de propiciar ações que favoreçam

determinados tipos de interações sociais, definindo em seu currículo, uma opção por

práticas heterogêneas e inclusivas.

É preciso que tenha sensibilidade para compreender que não é o aluno que

tem que se adaptar à escola, mas é essa que deve se amoldar para o aluno, ter a

percepção de agir de acordo com sua função, que é a de proporcionar a inclusão de

todos os alunos.

Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica (p. 54, 2001), afirma: “A escola regular de qualquer nível ou modalidade de

ensino, ao visibilizar a inclusão de alunos com necessidades especiais, deverá

promover a organização de classes comuns e dos serviços de apoio pedagógico

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especializado. Extraordinariamente, poderá promover a organização de classes

especiais, para atendimento em caráter transitório.

Portanto, nas diretrizes está evidente que as crianças também carregam

consigo questões emocionais, sociais e culturais próprias de cada um. Diante disso

a escola deverá saber trabalhar com todas essas especificidades e particularidades

de cada aluno, sendo ele possuidor de Necessidades Educativas Especiais ou não.

Conforme as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica (2001, p. 41, 42)

“A Educação especial de ocorrer em todas as instituições escolares que

ofereçam os níveis, etapas e modalidades da educação escolar previstos na LDB,

de modo a propiciar o pleno desenvolvimento das potencialidades sensoriais,

efetivas e intelectuais do aluno”.

“A educação especial deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede

regular de ensino, com base nos princípios da escola inclusiva. Essas escolas,

portanto, além do acesso a matricula, deve assegurar as condições para o sucesso

escolar de todos os alunos. Extraordinariamente os serviços de educação especial

podem ser oferecidos em classes especiais, escolas especiais, classes hospitalares

e em ambiente domiciliar. “É importante salientar o que se entende por serviços de

apoio pedagógico especializado: são os serviços educacionais diversificados

oferecidos pela escola comum para responder as necessidades educacionais do

educando”.

A Secretária do Estado de São Paulo, através da Resolução SE nº 95, de 21

de novembro de 2000, Artigo 8º, parágrafo único, assim específica os serviços de

apoio pedagógico.

I. Turmas com caráter suplementar, para atividades especializadas,

desenvolvidas em sala de recursos específicos, com atendimento por

professor especializado, em horários programados de acordo com a

necessidade dos alunos, em período diverso daquele em que frequentarem

as classes comuns da própria escola ou de unidade diversa

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II. Turma em classes especiais para aqueles alunos que, em virtude de

condições especificas, não puderem ser integrados as classes comuns do

ensino regular.

A escola tem o dever de reconhecer e dar conta de todas as diversidades de

seus alunos, buscando e proporcionando uma educação de qualidade para todos os

alunos, através de currículo apropriado, diferentes estratégias de ensino, diferentes

recursos materiais, modificações organizacionais, trabalhar em conjunto com

diretores, professores, funcionários, pais e a comunidade, para que juntos possam

trabalhar com a inclusão de todos os alunos.

Conforme a Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica (2001, p. 40):

“Inclusão postulada uma reestruturação do sistema educacional, ou seja, uma

mudança estrutural no ensino regular, cujo objetivo é fazer com que a escola se

torne inclusiva, um espaço democrático e competente para trabalhar com todos os

educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais,

baseando se no princípio de que a diversidade deve ser não só aceita com

desejada”.

Portanto, as Diretrizes propõem como novas concepções a modificação do

sistema educação em busca da inclusão escolar, visando o aprendizado das

crianças Portadoras de Necessidades Especiais.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui – se através dos estudos teóricos realizados o quanto é benéfico

para os alunos que apresentam Necessidades Educativas Especiais o processo de

inclusão. Porém as observações realizadas demonstraram que é um processo difícil

e que exige muitas mudanças.

Contudo, foi possível perceber que a inclusão ainda tem seu olhar voltado

de forma diferenciada, distorcendo o seu real sentido, pois infelizmente há

profissionais que confundem inclusão com integração, sendo que as vezes

acarretam a exclusão.

Também, muito profissionais não se esforçam para as mudanças que a

inclusão exige, preferindo excluir e segregar alunos que apresentam necessidades

educativas especiais, muitas vezes rotulando – os de “incapazes” e retirando os de

sua classe regular ou até mesmo da própria escola, achando que atrapalham o

desenvolvimento dos demais alunos.

Portanto, conclui – se que o trabalho foi valido, pois os estudos realizados

acrescentaram novos conhecimentos como também proporcionou desenvolver um

trabalho sobre um tema muito importante, de grande relevância para nós

profissionais da educação e para a sociedade de um modo geral.

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REFERÊNCIAS

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