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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | MARÇO 2016 | Nº 187 | ANO 46 | 1,00 € Dias de festa na Aldeia Testemunho de Benvinda Neves em foco a tua voz constrói o futuro Orientar para a Autonomia Um desafio para o Dia da Mãe

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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | MARÇO 2016 | Nº 187 | ANO 46 | 1,00 €

Dias de festa na AldeiaTestemunho de Benvinda Neves

em foco

a tua voz

constrói o futuro

Orientar para a Autonomia Um desafio para o Dia da Mãe

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REVISTA ALDEIAS // Edição Trimestral // Propriedade: Aldeias de Crianças SOS Portugal - Rua José Dias Coelho nº40, R/C Dto 1300-329 LISBOA // Diretora: Joana Brandão

Edição, Coordenação e Paginação: Luís Miguel Sousa // Impressão: Grafisol Artes Gráficas // Tiragem: 4000 exemplares //

Depósito Legal nº3573/83 // Isento de Registo na ERC ao abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6, Artº 12º Nº1 a)

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3Índice

Orientar para a Autonomia

Dias de Festa na Aldeia, por Benvinda Neves

Um desafio para o Dia da Mãe

Uma noite inesquecível para Ljupka

4 EM FOCO

8 OS NOSSOS MOMENTOS

14 A TUA VOZ

16 CONSTRÓI O FUTURO

18 NOTÍCIAS DO MUNDO

20 OS NOSSOS AMIGOS

Visita da Secretária de Estado

Worten e o Código DáVinte

índice

Visita à Kidzania A mensagem que voou até França

Formação em Animação Juvenil

Seminário “Empreender a Vida - caminhos para a autonomia”Os brinquedos da Seleção Nacional de Futsal

Testemunho do Pedro: um jovem sonhador!

Seminário “Empreender a Vida - caminhos para a autonomia”

16

Notícias do mundo“Quando ela chorou, eu sorri!”

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4 Em foco ORIENTAR PARA A AUTONOMIA

Em focoOrientarpara a Autonomia

...uma vida autónoma de forma plena, segura e integradora.

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5Em foco

E depois das Aldeias SOS?Cada vez com mais frequência, o tema dos jovens tem aparecido como motivo de reflexão. Necessariamente, por se situarem numa etapa do desenvolvimento em que o confronto com o receio da impreparação para a vida independente se revela de forma mais dramática.

O desafio que se coloca à comunidade educativa poderá ser formulado como o da intencionalidade da preparação das crianças e jovens para poderem vir a assumir a sua própria autonomia de forma consistente. Trata-se, pois, de um desenvolvimento contínuo que se inicia precocemente e se prolonga para além da finalização do Acolhimento. Embora a temática assuma maior relevância na juventude, deverá ser identificada nos cuidados informais da infância e na previsão de que não se esgotará na formalidade da saída para a vida independente.

É neste entendimento que a política de jovens das Aldeias de Crianças SOS se define. Mais recentemente, o maior investimento tem incidido na criação de uma estrutura específica de organização e acompanhamento das respostas para os jovens, quando deixam as Aldeias SOS e caminham para um futuro autónomo.

Partindo do trabalho realizado em cada Aldeia SOS, tem-se vindo a consolidar uma espécie de plataforma de comunicação que pretende dinamizar novos projetos e metodologias, em resposta às necessidades e aos anseios manifestados, na procura dos melhores caminhos para atingirmos os seguintes objetivos:

- treino de competências de vida;- ampliação das oportunidades de desenvolvimento pessoal;- manutenção dos laços com a família SOS;- continuidade do plano de desenvolvimento das relações com a família de origem;- integração na comunidade e abertura controlada ao exterior;- construção de Projetos de Vida com objetivos pedagógicos claros;- intervenção personalizada e diferenciada para cada jovem;- aumento da qualidade da resposta através de uma ação planificada e avaliada.

Tipos de respostaAs respostas específicas para jovens têm a finalidade de proporcionar um espaço próprio onde os residentes possam continuar a desenvolver competências sociais e pessoais que lhes permitam a transição adequada para uma vida autónoma de forma plena, segura e integradora.

De acordo com as necessidades e a disponibilidade na logística de cada Aldeia, os equipamentos apresentam as seguintes configurações:

• Casas de Transição (pré-autonomia) – com presença de educador ou monitor/ figura de tutor, preferencialmente para menores de 18 anos. Destinam-se a jovens com necessidades de afirmação de um estilo e de rotinas de vida mais autónomos e flexíveis do que os disponíveis nas casas familiares, mas ainda sem condições para assumirem um grau de responsabilidade e de autonomia que lhes permita organizarem-se sem um acompanhamento presencial.

• Apartamento de Jovens – com supervisão à distância por um técnico/ figura de tutor, para maiores de 18 anos. São assumidos como espaços em que os residentes dispõem de condições de maior liberdade de decisão, acordadas através do conjunto de contrapartidas que constam do respetivo contrato de utilização e do Projeto de Vida individual. Assim, têm representado uma resposta diferenciada às necessidades de autonomização em contexto de responsabilização individual, de continuação da aquisição de recursos e de treino de competências para a sua integração plena na sociedade.

Em termos de alternativas fora da zona geográfica das Aldeias SOS, há também que considerar a deslocalização temporária de jovens em apartamentos alugados, residências universitárias ou respostas afins, para fins académicos ou profissionais (ler testemunho da pág.11).

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6 Em foco ORIENTAR PARA A AUTONOMIA

Trata-se de medidas individualizadas, geridas em articulação direta com os responsáveis das respetivas Aldeias SOS, e que poderão não contemplar necessariamente a saída definitiva da casa familiar.

As nossas ações com os jovensA partir dos quinze anos, os jovens (independentemente de residirem ou não em Apartamentos ou Casas de Transição) beneficiarão tendencialmente de um conjunto diversificado de ações destinadas à promoção e ao reforço da autonomia. Considerando as condicionantes da disponibilidade e as dificuldades de mobilização para o trabalho em grupo, será dada prioridade à execução das seguintes ações:

Programas de desenvolvimento de competências pessoais e sociais, como fatores de proteção: - capacidade de planeamento e de decisão; - resiliência, adaptabilidade e autoeficácia na gestão de situações adversas e de crise pessoal; - autoconhecimento e autoajuda; - relacionamento interpessoal (incluindo o namoro); - riscos do abuso do consumo de álcool e de drogas; - cuidados de saúde e hábitos saudáveis (incluindo a saúde sexual e reprodutiva); - competências para a vida independente (execução das tarefas domésticas, gestão dos recursos financeiros).

Formação escolar e profissional de acordo com as aptidões e interesses de cada jovem, na linha da estratégia utilizada para a concretização do percurso educativo definido;

Formação extracurricular de acordo com as necessidades e preferências individuais;

Lançamento de oportunidades de socialização, aproveitando a diversidade de contextos sociais, e assegurando a salvaguarda das responsabilidades assumidas em relação à segurança e ao bem-estar dos jovens acolhidos;

Construção de projetos de integração profissional, tendo em conta as necessidades pessoais: - obtenção de informação acerca das profissões; - realização de visitas a empresas, com aprofundamento de temáticas centradas em testemunhos pessoais dos respetivos profissionais; - expectativas de desempenho; - procura de emprego; - experiência e treino profissional e de trabalho voluntário, tendencialmente obrigatórios para jovens com mais de quinze anos.

Suporte emocional, orientação em situações de dificuldade, acompanhamento e mediação no exercício de direitos e de resolução de problemas do dia-a-dia;

Monitorização após a saída, de acordo com o contratualizado no plano de seguimento.

Acreditamos que os jovens das Aldeias SOS dispõem de melhores condições de acompanhamento que lhes permitirão prepararem-se de forma segura para virem a assumir a independência de vida e a cidadania plena.

Bem hajam todos os que nos apoiam na concretização deste propósito!

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Em Portugal existem Aldeias de Crianças SOS em Bicesse, Guarda e Gulpilhares, que precisam de novas Mães SOS. Em cada Aldeia existem várias casas, onde vive uma Mãe SOS com um grupo de crianças. Com o apoio de técnicos e voluntários, a função da Mãe SOS é garantir um ambiente familiar estruturado e estável para os seus filhos.

Se sente que pode ser uma das nossas Mães SOS, abrace esta missão e mude a sua vida e a destas crianças.

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8 Os nossos momentos NOTÍCIAS DAS ALDEIAS

Que todas as pessoas que gosto, tenham tudo de bom.Os nossos momentos

Notícias das Aldeias SOS

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99Os nossos momentos

Aldeia de Crianças SOS Bicesse

Formação em Animação JuvenilOs jovens são o nosso futuro e é por isso que devemos apostar, valorizar e capacitar, desde cedo, a intervenção dos mesmos na sociedade. Como tal, numa óptica de promover este estímulo nos seus jovens e ir ao encontro do projeto pedagógico desenhado individualmente, a Aldeia

SOS de Bicesse decidiu enquadrar sete jovens, entre os 16 e os 18 anos, num Curso de Iniciação à Animação Juvenil. Esta aposta surge de uma parceria com duas organizações promotoras destes cursos que decorrerá nas férias da páscoa.

Foi com grande entusiasmo que os jovens de Bicesse aceitaram este desafio, pois será um instrumento bastante válido para o futuro de cada um e um contributo para o seu desenvolvimento individual e social de uma forma educativa e cultural.

Festas de aniversário e auto-estimaA celebração do aniversário de uma criança nas Aldeias SOS, é muito mais que um mero festejo. Para todas as crianças que celebram esta data comemorativa, este é um momento de encontro e reunião com os seus amigos, mas também a confirmação de que mais um ano se passou.

O aniversário é sem dúvida uma ocasião especial, pois, estimula a curiosidade e o grande desejo de poder viver um momento único e exclusivo. Para as nossas crianças, esta celebração é sinonimo de grande carga afetiva e como tal, deve ser comemorada com grande motivação e alegria.

Assim, tentamos envolvê-las em todos os pormenores: desde as velas, ao bolo, à música, atividades e até mesmo a elaboração do seu convite, pois afinal, trata-se da sua festa de aniversário, nada melhor para incentivar o sentimento de pertença. Aliado ao facto de estarmos a proporcionar

Assembleia Geral OrdináriaConvocatória

Estimado/a Sócio/a,

Ao abrigo dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal para o próximo dia 30 de Março de 2016, 4ªfeira, pelas 18.00 horas, na Aldeia de Crianças SOS de Bicesse, sita na Estrada do Livramento, n.º 292, Bicesse - Alcabideche, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

- Aprovação da ata da Assembleia Geral Ordinária anterior, realizada a 14 de Novembro de 2015; - Apresentação, apreciação e aprovação do Relatório e Contas do exercício de 2015; - Apresentação, apreciação e aprovação de alterações ao Regulamento Eleitoral; - Apresentação, apreciação e aprovação do Regulamento da Comissão de Admissão e Exclusão de Sócios; - Apresentação e eleição dos membros da Comissão de Admissão e Exclusão de Sócios; - Outros assuntos de interesse geral. Se à hora marcada não se encontrarem presentes mais de metade dos sócios com direito a voto, a Assembleia Geral terá início 30 minutos depois, com qualquer número de sócios presentes. Devido à importância dos temas em discussão na vida futura associativa e no cumprimento da missão da nossa Associação em benefício de um número cada vez maior de crianças que procuramos acolher e educar condignamente e proporcionar uma infância feliz, apelamos à sua participação. Lisboa, 29 de fevereiro de 2016

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Eugénio José da Cruz Fonseca

um momento único, estamos também a trabalhar com valores que se tornam inerentes, como o da partilha, o da participação e colaboração ativa.Com este pano de fundo a criança estará também a trabalhar as relações com os seus pares e a aceitar com mais facilidade as normas e regras estabelecidas.

Como resultado final, teremos uma elevação da sua auto-estima e capacidade cognitiva, este é um dos momentos em que se ampliam as suas relações sociais.

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10 Os nossos momentos NOTÍCIAS DAS ALDEIAS

Visita da Secretária de EstadoNo passado dia 3 de março, recebemos a Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Dra. Ana Sofia Antunes (que tem sobre a sua tutela as respostas sociais de apoio à infância) juntamente com membros do seu Gabinete, o Vice-Pres. da Câmara da Guarda, o Presidente do Centro Distrital da Segurança Social (CDSS) da Guarda e representantes de várias IPSS e entidades locais. A Direção e a equipa da Aldeia SOS da Guarda prepararam com carinho esta receção, que teve a particularidade de selecionar como cicerone da visita uma das crianças da Aldeia, que deu um impressionante testemunho da forma como uma criança com algum grau de deficiência, é acolhida e apoiada nas Aldeias SOS, na escola e em várias instituições de suporte especializado da rede local (nomeadamente pela ACAPO onde a Secretária de Estado foi Presidente Nacional).

A Aldeia SOS da Guarda, que este ano celebra 30 anos, teve também a feliz iniciativa de oferecer à ilustre convidada um texto com a apresentação da missão da nossa Associação,

Aldeia de Crianças SOS da Guarda

em Braille. Durante a visita, entre outros temas, abordámos o ainda inexistente apoio pela Segurança Social aos três Programas de Fortalecimento Familiar, no que fomos secundados pela Presidente do CDSS da Guarda que gostaria muito de poder ver apoiado o seu primeiro Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) na cidade da Guarda. Durante a visita e no almoço que se seguiu, referimos também outras formas diferenciadas de intervenção das Aldeias: iniciativas de formação e integração social de jovens (programas e projetos de autonomia, formação e estágios profissionais e empreendorismo), a Residência Sénior Arco-Íris e a Loja Solidária, ambos no concelho de Cascais.

Visita à KidzaniaNo dia 16 de janeiro, as crianças da Aldeia SOS e do Programa de Fortalecimento Familiar da Guarda, foram até Lisboa visitar a melhor cidade para as crianças, a Kidzania. Saímos da Guarda pelas 7h da manhã, com muita energia e com algum sono à mistura, em direção à Kidzania, onde iriamos realizar alguns sonhos.

Ao longo da viagem, as conversas entre as crianças eram sobre a partilha dos sonhos e de todas as profissões que queriam desempenhar naquela cidade mágica. Uns queriam ser polícias ou talvez bombeiros, as meninas

sonhavam ser cabeleireiras e talvez trabalhar na Pizza Hut ou no McDonald’s, mas o que era transversal a todos era o facto de quererem tirar a carta de condução e ganhar muitos kidzos para poderem conduzir e ir às compras!

Depois de uma viagem de quatro horas, chegámos à cidade dos sonhos. Ouvimos a explicação de uma senhora que nos recebeu muito bem, colocámos uma pulseira para não nos perdermos e lá fomos nós… Assim que entrámos, recebemos um cheque, que trocámos no banco por kidzos, para podermos começar a usufruir de tudo na cidade. A primeira coisa que todos fizemos, foi tirar a carta de condução e depois divididos por vários grupos ou até mesmo sozinhos, viajámos no mundo dos adultos, mas numa cidade à nossa medida. Várias foram as profissões que experienciámos ao longo do dia. Ajudámos bebés a nascer, alguns foram escritores, outros cabeleireiros, bombeiros, pilotos de avião e de Fórmula 1, músicos e como não podíamos deixar escapar, a maioria trabalhou na Pizza Hut e no Mc Donald’s.

As vivências foram bastantes e os sonhos tornaram-se realidade. No regresso à Aldeia, todos trouxemos a carta de condução, alguns kidzos de recordação e histórias para contar!

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11Os nossos momentos

Aldeia de Crianças SOS Gulpilhares

Uma mensagem que voou de Gulpilhares a França“Que todas as pessoas que gosto, tenham tudo de bom.”Foi este o singelo desejo escrito por uma criança num papelinho azul em forma de casa, a convite da Aldeia SOS de Gulpilhares durante a celebração do seu 35º aniversário.

Talvez porque a casinha nos remeta para a ideia de lar e de família. Talvez porque, o facto de nos encontrarmos numa casa de acolhimento, nos faça refletir sobre a importância que assumem as pessoas que nos são mais próximas. Talvez porque o que realmente importa seja isso mesmo e estes momentos nos permitam perceber o quão simples e tangível pode ser a ideia de “felicidade” se conseguirmos perceber a sua simplicidade.

Esta mensagem, que tem tanto de simples como de puro, seguiu num balão juntamente com dezenas de outros balões azuis e brancos, percorreu milhares de quilómetros até chegar à localidade de Vitrac, no sul de França. Não deixa de ser um facto curioso o de esta localidade, maioritariamente arborizada, com reduzida densidade populacional (cerca de 300 habitantes, aprox.15 hab./km2), tornar ainda menor a probabilidade do nosso pequeno balão ser encontrado.

Quis o destino que este fosse parar às mãos de um menino de 12 anos. Foi numa carta expedida a 19 de fevereiro, e recebida por nós dias mais tarde, que o Mattéo explica então como encontrou o balão à frente de sua casa, esperando que o autor da mensagem fique contente com a sua resposta. E porque a felicidade é das poucas coisas que, quanto mais se divide, mais se multiplica, vale a pena partilhá-la com o mundo.

Obrigada Mattéo pela tua resposta! Também nós esperamos que fiques contente com a nossa resposta, e desejamos, a ti e à tua família, as maiores felicidades! (Merci Mattéo, pour votre lettre. Aussi, nous voulons que vous restiez satisfait de notre réponse, et nous voulons vous et votre famille tout le meilleur!)

Testemunho do Pedro: Um jovem sonhador!“Com a minha mudança para o lar masculino muita coisa mudou. Desde fazer as minhas refeições completamente sozinho, lavar, limpar, arrumar, ir ás compras e escolher o produto com melhor relação preço-qualidade, preencher aqueles documentos que por vezes são tão complicados … uma infinidade de tarefas que por vezes nem damos conta.

Graças á minha Tia Maria Angelina Valente, isto não foi assim um susto tão grande, pois ela já me vinha a despertar para essa realidade e tudo se tornou muito mais fácil. Esta foi a tomada de decisão mais difícil na minha vida, mas foi um passo bem dado e do qual não me arrependo. Após ter terminado o 9º ano, refleti e decidi ir estudar para a Escola de Formação Profissional em Turismo de Aveiro, onde estou a tirar o Curso de Cozinha/ Pastelaria. Neste momento estou a acabar o 2º ano do curso e prevejo um futuro muito promissor! No próximo verão vou estagiar para Itália graças ao projeto Erasmus+ no qual consegui entrar em 5º lugar.

A minha vida descomplicou muito com a mudança para o apartamento em Aveiro. Agora, consigo ter um melhor aproveitamento escolar e trabalhar na atividade com que sempre sonhei. Acredito que tudo isto torna possível um futuro brilhante, sem nunca esquecer que o “impossível” é apenas uma das palavras que não entra no meu dicionário.”

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12 Os nossos momentos NOTÍCIAS DAS ALDEIAS

SeminárioNo dia 26 de janeiro decorreu na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, o Seminário “Empreender a Vida – caminhos para a autonomia”. Com a presença de cerca de 200 pessoas, este encontro falou de jovens, sonhos, responsabilidades, atitude, projetos de vida e futuro! Um evento organizado pelas Aldeias de Crianças SOS, que marca o fim do Projeto “Jovens Empreendedores com Futuro” (JEF), financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo EEA Grants, com o objetivo de capacitar jovens para a empregabilidade e empreendedorismo.

Mais de trinta jovens, acompanhados por 5 técnicos e 5 voluntários mentores das Aldeias de Crianças SOS, idealizaram, planearam e executaram projetos de acordo com os seus interesses, paixões e conhecimentos, através de sete atividades formativas. Em parceria com as Lojas Francas de Portugal e Generix Group e com a participação de diversas outras empresas e empreendedores locais, os jovens realizaram visitas, programas de formação em contexto de trabalho, encontros com profissionais e empreendedores. Este projeto-piloto veio reforçar a atenção que as Aldeias de Crianças SOS colocam nos processos de autonomia dos jovens, com particular enfoque no período da adolescência e da juventude. Um destaque importante foi também dado ao desenvolvimento de competências pessoais, auto-estima e auto-confiança, bases de um perfil empreendedor.

A abrir a sessão, o Presidente Filipe Carnall referiu a importância que as Aldeias SOS atribuem à educação e qualificação dos jovens na sua preparação para a integração sócio-profissional e o papel relevante que voluntários e empresas podem ter no acompanhamento, formação,

estágios profissionais, nas oportunidades para o primeiro emprego e no desenvolvimento de projetos empresariais. De seguida, o Dr. Luís Madureira Pires falou sobre o âmbito e os objetivos do programa de financiamento Cidadania Ativa, reforçado pelas palavras inspiradoras da Prof.ª Adília Cabral, Vice-Pres. da Escola Superior de Educação de Coimbra, entidade que apoiou na avaliação externa do Projeto JEF.

Destaca-se a intervenção do Pres. da Câmara de Cascais, Dr. Carlos Carreira, que felicitou os promotores do Projeto JEF e do Seminário, sublinhando a importância de fomentar nos jovens uma atitude empreendedora e inovadora, aproveitar oportunidades, assumir riscos, aspetos essenciais na construção de um novo paradigma de sociedade.Foram apresentados os testemunhos dos jovens que, com entusiasmo, apresentaram os seus projetos. Também os educadores e os voluntários mentores, as empresas parceiras e as avaliadoras externas, Ana Coelho e Paula Neves, expuseram os resultados da sua análise, como um balanço positivo e motivador, a prosseguir.

A parte da tarde foi abrilhantada com a apresentação do Dr. João Catalão, que abordou as principais componentes para uma autonomização ativa e criativa. “Fez-se acontecer” no Auditório Maria Barroso, e todos os presentes foram envolvidos na dinâmica criada. No fecho, a Coordenadora do programa “Cascais – Capital Europeia da Juventude 2018”, Dra. Catarina Vieira e a Dra. Isabel de Almeida, responsável da Segurança Social Oeiras, apresentaram as atividades da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da juventude.

“Como em tudo na vida, o mais importante é sempre querermos e darmos o primeiro passo, podemos depois fazer mais e melhor!” Benvinda Neves, Vice-Presidente do Conselho Diretivo das Aldeias de Crianças SOS.

Jovens Empreendedores com Futuro

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13Os nossos momentos

Programa Fortalecimento Familiar

Os brinquedos da Seleção Nacional de FutsalNo passado mês de janeiro, os atletas e restante staff da Seleção Nacional de Futsal viveram uma noite diferente. No pavilhão polidesportivo de Rio Maior, a comitiva nacional participou numa ação de responsabilidade social, com uma componente de “team-building”, que teve como objetivo doar brinquedos às Aldeias de Crianças SOS, em particular ao Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) de Rio Maior.

A Equipa das Quinas dedicou-se durante hora e meia, à montagem de bicicletas e skates, bem como a pintura de piões, cavalinhos de madeira e capacetes, que foram personalizados a pensar nas crianças.

Para o diretor da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Dias, “este foi um momento muito importante, após quase duas semanas de trabalho intenso”. “Um momento de descompressão, mas sobretudo de colaboração com uma instituição que tem um papel muito relevante na sociedade, demonstrando uma faceta importante das nossas Seleções, que é a de responsabilidade social.

Proporcionámos um momento diferente à equipa e contribuímos para que os jovens que vão receber estes brinquedos tenham um momento especial”, frisou em declarações ao fpf.pt.

“Rio Maior tem sido o nosso centro de treino para a Seleção de futsal e a maioria de momentos de preparação para os grandes momentos têm sido passados aqui. Há uma relação forte com a cidade e a comunidade local”, justificou o responsável da FPF. Para Raquel Vargas, diretora técnica da equipa do CAFAP de Rio Maior das Aldeias de Crianças SOS, “esta foi uma ação muito importante porque algumas destas crianças apenas nestas ocasiões são alvo de ofertas e gestos de amizade e carinho.”

Esta ação vai constituir “uma imensa alegria para as crianças por saberem que estes brinquedos foram feitos por craques do futsal. Certamente que vão ficar radiantes”, concluiu a diretora.

Os nossos agradecimentos a todos os atletas, Federação Portuguesa de Futebol e a todos os que colaboraram nesta iniciativa. Os nossos desejos de grandes sucesso para a equipa das Quinas.

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A tua vozDias de festa na Aldeia SOS

Dias de Festa na Aldeia SOS.. .

...descobri que existiam dias de aniversário quando fiz os meus sete anos.

A tua voz!14

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15A tua voz!

Histórias na primeira pessoaBenvinda Neves, atual membro do Conselho Diretivo, conta-nos algumas das histórias da sua infância e adolescência, na Aldeia SOS de Bicesse. As fotografias publicadas pertencem ao arquivo da Associação.

Na nossa infância SOS, comemorávamos “em grande” o nosso aniversário, o dia de aniversário da Associação, os Santos Populares e as datas comemorativas da Igreja. As melhores roupas e sapatos eram guardados para usarmos na missa aos domingos, onde nos deveríamos apresentar mais cuidados, por sermos “convidados para a casa do Senhor”.

As roupas novas eram uma raridade e eram para usar no Natal ou na Páscoa. Um “pesadelo terrível”, pois quando chegava a altura festiva, muitas vezes já não nos servia. Nunca esqueci o desgosto que tive quando fui finalmente para vestir o meu primeiro vestido novo – cor de laranja com flores minúsculas verdes, gola redonda e saia franzida, enviado por uma Tia da Venezuela. Naqueles três ou quatro meses, que o vestido esperou até à Páscoa, eu já tinha crescido mais um palmo. Derramei lágrimas de desgosto...

Os nossos aniversários eram comemorados em família. A Mãe enchia a mesa de petiscos e convidávamos um ou outro amigo mais chegado, entre os primos SOS, para vir à nossa casa. Era uma verdadeira alegria, recebíamos duas ou três pequenas lembranças, como livros para colorir, lápis de cera ou lápis de cor e sentíamo-nos felizes porque nesse dia eramos o centro do mundo. Apenas descobri que existiam dias de aniversário, quando fiz os meus sete anos e já residia na Aldeia SOS de Bicesse.

O aniversário da Associação era um dia cheio de “pompa e circunstancia”. Os ilustres convidados visitavam as casas, faziam-nos imensas perguntas e liam os nossos jornais de parede. Nestes momentos especiais, procurava-se angariar benfeitores, sócios e padrinhos, para apoiar a Obra.

As festas dos Santos Populares eram sempre muito engraçadas. A Aldeia abria as suas portas à comunidade e com música pela noite adentro, vendiam-se rifas, febras, sardinhas, fogueiras, alcachofras, para angariar dinheiro para a Aldeia SOS. Um ou dois meses antes, fazíamos serões em conjunto. Armados de papel colorido, tesouras, cola e fios, construíamos muitos metros de bandeirinhas, flores e festões com que enfeitávamos o recinto onde se realizava a festa. Adorava aqueles serões a que juntávamos anedotas, risos e cantos. Nos dias que antecediam as festas religiosas estávamos muito atarefados com os preparativos. Antes do Natal, reuníamo-nos na biblioteca, onde fazíamos todos os cartões de Boas Festas que eram enviados para os padrinhos e para os benfeitores SOS. Ensaiávamos teatro e cânticos para o espetáculo de Natal, na casa comunitária.

Na Páscoa, as atividades ao ar livre eram muitas. Pintávamos ovos cozidos, que escondíamos no jardim do pátio. O primeiro prémio era para o ovo mais bonito, o segundo prémio era para quem descobrisse mais ovos em menos tempo. Quem ganhasse, recebia uma tabelete de chocolate. Toda a Aldeia se envolvia em atividades de perícia e mestria. Eram preparadas corridas dentro de sacos de serapilheira, gincana em bicicletas, corridas ao pé-coxinho, corrida com uma bola segura por duas testas, tirar bolas com a boca de dentro de alguidares de água... tudo servia para individualmente ou em equipa, competirmos e nos divertirmos.

Não deixa de ser curioso lembrar-me das atividades e cerimónias da semana Santa, da missa de Páscoa e não me recordar se havia alguma comida típica para este dia. Talvez porque o mais importante da vida são mesmo os laços humanos e os valores que nos são transmitidos.

Foram estas vivências que nos aproximaram uns dos outros e nos fizeram sentir uma grande Família SOS. Haverá sempre razões para comemorar a Vida. Continuo a gostar de descobrir que há sempre motivos para festejar.

Benvinda Neves

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16 Constrói o futuro DIA DA MÃE

Mãe é amiga, protetora, guerreira e uma fonte inesgotável de amor.

Dia da Mãe

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17Dia da Mãe

Nome

Morada

Localidade

Nº Contribuinte

Cod. Postal Tel./ Tlm.

Sim, quero contribuir para a Páscoa das crianças das Aldeias SOS, com um donativo de

e-mail

Outro meio de pagamento Trf.ª Bancária IBAN: PT50 0033 0000 50038495952 05 Numerário Cheque

Contribua em www.aldeias-sos.org ou envie este cupão, acompanhado do comprovativo de transferência para: R. José Dias Coelho nº40 R/c 1300-329 Lisboa

Páscoa Feliz !

No dia 1 de Maio é o Dia da Mãe!Com a sua ajuda, queremos enviar mensagens especiais

às nossas Mães SOS.

As Mães SOS surgem na vida das nossas crianças com uma incrível força para amar, cuidar e proteger, todos os dias e todas as noites…

Com o apoio dos técnicos e voluntários, as Mães SOS cumprem a missão mais difícil: dar Amor e um Lar às cerca de 125 crianças que acolhemos nas três Aldeias SOS no nosso país. Tal como as nossas crianças, as Mães SOS também merecem todo o nosso carinho!

Envie-nos a sua mensagem (coloque o seu nome e idade) até dia 22 de abril, por email para: [email protected] ou por correio para R. José Dias Coelho, 40, R/C Dtº - 1300 329 Lisboa. Na próxima revista vamos partilhar alguns destes mimos!

No dia 1 de maio faremos chegar estas e outras mensagens às nossas Mães das Aldeias SOS de Bicesse, Guarda e Gulpilhares! Obrigado.

Querida Mãe SOS,

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Notícias do MundoUma noite inesquecível para Ljupka

... quando o bebé começou a chorar (...) eu soube que estava tudo bem!

18 Notícias do Mundo INTERNACIONAL

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19Notícias do Mundo

Um parto muito especial!

Ljupka Pavlovic nunca esquecerá a noite de sexta-feira, dia 12 de fevereiro de 2016. A enfermeira de 32 anos, conta que chegou ao trabalho pelas 22h para iniciar o turno da noite no “Espaço Amigo das Crianças” (Children Friendly Space) gerido pelas Aldeias de Crianças SOS, junto à fronteira entre a Sérvia e a Croácia. “Uma hora depois, ouvi um grito de comoção, quase pânico: ela vai dar à luz! Preciso de uma parteira!” - gritava o médico.

Ljupka, uma parteira experiente, não esperou um segundo: “Corri para junto do médico, perguntei se podia ajudar, pois tinha experiência!” O médico, tentando lidar com uma mulher em trabalho de parto, que recusava deitar-se, aceitou prontamente a ajuda. “As águas tinham rebentado. O trabalho de parto estava avançado! Quando conseguimos que a senhora se deitasse (…) eu já conseguia ver a cabeça do bebé! Na contração seguinte, fiz força no seu estômago e o bebé nasceu!”, conta Ljupka.

Ljupka partilhou calmamente e com um sorriso, o que tinha vivenciado naquela noite em que ajudou uma mulher, refugiada do Iraque, a dar à luz. “Trazer bebés ao mundo é uma experiência linda e abençoada!”. Também ela mãe de dois filhos, referiu que de início, assustava-a a ideia de trabalhar com refugiados. “Uma coisa é trabalharmos numa clínica com todas as condições. Aqui, existem muitos desafios. No primeiro sentia-me muito assustada. Mas depois, dia após dia, tornou-se mais fácil. Vejo este trabalho como uma dupla bênção, para a sustentabilidade da minha família mas também para o bem estar destas pessoas, que tanto sofrem.”, confessou a enfermeira. Escapar à guerra e ao terror não significa acabar com os problemas dos refugiados. O Espaço Amigo das Crianças está localizado em Adasevci, Sérvia, servindo refugiados

que aguardam passagem para a Croácia. Este espaço está localizado numa zona sem água corrente. “A higiene é um problema, sobretudo para bebés e mães!”, conta Ljupka. Ali não existe água quente ou sítio para tomar banho. Este espaço das Aldeias de Crianças SOS em Adasevci, Sérvia, acolhe cerca de 500 pessoas. Os Espaços Amigos das Crianças (Child Friendly Spaces) são uma importante forma das Aldeias de Crianças SOS poderem ajudar crianças e famílias nas situações de emergência por todo o mundo.

“Quando ela chorou, eu sorri!Esta bebé é a sexta filha de Naima*, de Sinjar, Iraque. “Quando ela chorou, eu sorri! Foi muito importante quando o bebé começou a chorar (…) aí eu soube que tudo estava bem!”, contou Ljupka.

Maja Simic, colaboradora das Aldeias de Crianças SOS entregou roupa, fraldas e produtos de higiente a esta mãe e ao seu novo bebé. “Maja tratou ainda de contactar o marido de Naima, que se encontrava na Alemanha, para lhe dar a boa notícia.” Naima e o seu bebé encontraram-se depois com os restantes irmãos. “Foi um encontro emotivo!”, contou Maja, acrescentando: “Naima diz que agora só quer continuar e ir para a Alemanha!”. Elogios para a enfermeiraO profissionalismo e coragem de Ljupka foram rapidamente reconhecidos. “Eu não saberia o que fazer se ela não tivesse aparecido”, referiu o médico. Também os colegas e familiares de Ljupka ficaram felizes e orgulhosos. A enfermeira diz que o nascimento desta bebé a deixou ainda mais forte, mas acrescenta que o apoio de seus colegas de trabalho significaram muito para ela. “Nós ajudamo-nos uns aos outros”, explica Ljupka. “Nestas circunstâncias, aprendemos a depender dos colegas de trabalho (…) e estou orgulhosa de fazer parte desta equipa.“ Quanto à noite de 12 de fevereiro, Ljupka reforça: “Para mim, o mais importante é que a mãe e a bebé estão bem e foram capazes de continuar a sua viagem.”* O nome foi alterado por razões de privacidade.

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...foi muito interessante ver, no terreno, o trabalho que desenvolvem...

os nossos amigos

Obrigado!

20 Os nossos amigos OBRIGADO!

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21Os nossos amigos

Código DáVinte angaria 130.000 euros

A 3.ª edição do Código DáVinte, iniciativa da Worten, decorreu até ao passado dia 6 de Janeiro, com a duração de sete semanas e manteve a sua mecânica, que, graças à sua simplicidade, reúne o consenso e a adesão da grande maioria dos portugueses.

Para Inês Drummond Borges, Diretora de Marketing da Worten, “É uma grande satisfação confirmar que os portugueses são, de facto, sensíveis a este tipo de iniciativas, aderindo com facilidade e em força. Durante sete semanas, foram passados mais de 535 mil códigos nas linhas de caixa das lojas Worten de todo o país e, a esse valor, a Worten acresceu mais 20%, o que nos permitiu doar 130.000€ para as crianças das Aldeias SOS”.

Em acumulado, o Código DáVinte já contribuiu com 435.000€ para ajudar três importantes entidades sociais: a Terra dos Sonhos, a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro e, nesta última edição, as Aldeias de Crianças SOS de Portugal.

Inês Drummond Borges refere que “uma das mais-valias do projeto Código DáVinte é ficarmos a conhecer de perto as instituições e as pessoas que apoiamos. No caso das Aldeias SOS, foi muito interessante ver, no terreno, o trabalho que desenvolvem junto de crianças e adolescentes com um passado complexo, integrando-os, o melhor possível, num ambiente familiar saudável. É gratificante comprovar que, para aquelas crianças e jovens, a Aldeia é a sua casa, o local onde recebem ajuda para superar dificuldades e olhar com convicção para o futuro. O papel da Mãe Social é extraordinário. Estamos, de facto, a falar de mulheres fortíssimas e de um imenso altruísmo. Para mim e para todo o universo Worten, foi um prazer poder ajudar as Aldeias SOS através do Código DáVinte, contribuindo para que o dia-a-dia nessa Associação se torne um pouco mais facilitado e para que o pessoal responsável e técnico possa continuar a fazer face a uma missão ambiciosa com sucesso.”

Ana Borges, Vice-presidente do Conselho Diretivo das Aldeias de Crianças SOS “não tem palavras para agradecer” à Worten! O donativo vai permitir às Aldeias continuar a “recriar famílias” em prol de centenas de crianças desprotegidas e em situação vulnerável.

Para Ana Borges, o objetivo principal das Aldeias de Crianças SOS de Portugal é o de “cuidar, em família, de

crianças desprotegidas, ajudando-as a moldar o seu futuro e a inserirem-se positivamente em comunidade”. Quando concretizado esse objetivo, a Associação sabe que cumpriu, com sucesso, aquela que é a sua missão desde 1964. “Nós, como um conjunto de famílias, debatemo-nos diariamente com todos os desafios financeiros e sociais que todas as famílias se debatem. Com uma diferença, somos uma família muito numerosa! E as nossas crianças passaram por disrupções relevantes que dia-a-dia tentamos colmatar. Esta realidade tem vindo também a agravar-se e chegam-nos cada vez mais crianças que necessitam muito de um ambiente familiar estável para resolver estas disrupções. Por isto a importância destas iniciativas”, comenta Ana Borges.

Este donativo da Worten vai, de facto, fazer toda a diferença na forma como as nossas crianças vivem o seu dia-a-dia! Elas precisam de cuidados diários, como alimentação, educação, formação, saúde, atividades extracurriculares e prática de desporto, mas também de cuidados muito específicos e dispendiosos, como acompanhamento psicológico e terapêuticas específicas.

Por tudo isto, não existem palavras para agradecer! Em especial a todos os colaboradores das lojas Worten, que tornam tudo isto possível. Sem a pergunta mágica “Quer contribuir?” nunca teríamos forma de chegar a todo o país da forma como chegamos no passado Natal.

Neste sentido, agradecemos também de forma inequívoca à Worten, que através desta iniciativa, nos deu oportunidade de chegarmos ao público português, através das suas lojas e de inúmeras reportagens. Para nós, é muito importante que todos saibam o que as Aldeias SOS fazem há mais de 50 anos, em Portugal.

À Worten… Muito e muito obrigada é o que conseguimos dizer, muito embora as palavras não possam descrever o quanto estamos agradecidos!

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22 Os nossos amigos OBRIGADO!

As nossas Empresas SOS!

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A felicidade das nossas crianças é a melhor forma de

agradecer a todos aqueles que nos apoiam. Obrigado.

“Foi na Aldeia SOS que eu encontrei uma família e um lar. Aqui sinto-me segura e feliz!”

Testemunho de uma criança da Aldeia SOS de Gulpilhares

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24 Os nossos sabores TESTEMUNHOS

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