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ANO 64 - NQ708/709

It\Q~QUiMICA INDUSTRIAL

SETEMBRO/DEZEMBRO 1996

~

Indice

. XXXVICongresso Brasileiro de Química.

. IVJornada Brasileira de RessonânciaMagnética

3

9

. Localização de livrose periódicosde tecnologia química

. Mercado de hidrocoJóides no Brasil

1 1

14

.. Potencialidade e perspectivas do.LCCobtido na agroindústria do caju. 19

SEÇÕESACONTECENDO 2EMPRESAS .: .~ 24PROCESSOS, PRODUTOS,SERViÇOS 26íNDICEREMISSIVO , 27AGENDA ...... ... ......28

Impressa em Janeiro de 1997Capa: Aplicação do LLC (colagem de W. Milfont sobre aquarela de Guita Charifker)

I ACONTECENDO IFIRJAN lança livro sobre aindústria química

A Federaçãodas Indústriasdo Estado do Rio de Janeiro(Firjan) foi palco, de importan-te lançamento editorial: o livro,A Indústria Química e o Desen-volvimento do Brasil, dos enge-nheiros Ernesto Carrara Jr. eHélio Meirelles éhega às livra-rias com o selo da EditoraMetalivros, ao preço 5le R$ 80.

Literalmente,. a obra é o que sepode chamar de edição de peso: osdois tomos, em embalagem de lu-xo-: reúnem 1. 124 páginas de in-formações, estatísticas, leis, tabe-las, quadros, ilustrações, fotogra-fias e tudo mais que se possa ima-ginar sobre a história e desenvol-vimento do setor químico do país.Fruto de 15 anos de pesquisas dosautores, a edição, com tiragem li-mitadRa 2 mil exemplares, foi pa-trocinada por 32 dos maiores gni-pos que atuam no mercado da quí-mica eda petroquímica, entre elesPetrobrás, Shell. Bayer, Dow, Rho-dia, Hoechst, Ipiranga, Copene,Copesul e Nortox. (PR) .

A Universidade de São Pauloéa grande vencedorado "Global DesignChallenge'96"

Alunos da engenharia conquista-ram oprimeiro lugar da competição

Qs alunos de engenharia daUSP de são Carlos conquistaramo primeiro lugar noGlobaJ DesignÇhallenge'96; um concurso queteve a participação de estudantesuniversitários do mundo inteiropara desenvolver a World Bike,uma bicicleta prática, com preçofinal em torno de US$ 100, um va-lor acessível.a 80% da populaçãomundial.

O concurso foi promovido pelaOwens Corning, e a bicicleta bra-sileira, batizada de "Kangaroó", foiescolhida entre 25 outros projetospor sua aerodinâmica, posiçâo er-gométrica correta e um planeja-mento de marketing criativo. Osestudantes da USP jSão Carlos re-

2

ceberam pela primeira colocaçâoum prêmio no valor de US$10mil.São eles: Monica DuarteAprtlante,Emiliano Martus Barelli, CarlosAugusto Magnani Fantinate,Glaucia N. Gonçalves, FernandoM.M. Ribeiro, Marcelo Uller e Vâ-nia Regina Velloso.

tico, realizada de 5 a 7 de agos-to último, em Sâo Paulo, indicaque o evento superou expecta-tivas de expositores, visitantese organizadores. Uma das de-monstrações desses êxito é ofato de que, logo após seu en-cerramento, a Miller Freeman,empresa organizadora, come-çou a fechar as participaçõespara 1997, e, até o final de agos-to, jâ registrava um crescimen-to de 15% na área que será ocu-pada. A visita de executivos etécnicos de empresas comoJohnson & Johnson, Aché La-boratórios Farmacêuticos, Gla-xoWellcome, Procter & Gamble,Natura, O Boticârio, Avon, en-tre outras, assegurou para osexpositores o sucesso dessa

(A partir da esquerda) Ernesto Garrara Jr. e Hélio Meírelles.

A segunda colocada foi a Uni-versidade de GesamthochschuledeEssen, Alemanha, que recebeuUS$ 8 mil, com sua "SLLEVie". AEscola Nacional de Criaçâo Indus-trial de Paris, França, e seu mode-lo "Velo", ficou com o terceiro lu-gar, recebendo um prêmio no va-lor de US$ 6 mil. (PR)

FCE Latin American 96supera expectativas

O balanço da FCE Latin Ame-rican 96, primeira exposiçâotécnica de. empresas fornecedo-ras de matérias-primas eequi-pamentos laboratoriais para ossetores farmacêutico e cosmé-

primeira edição da FCE.A abrangência latino-americana

do evento ficou evidenciada pela re-presentativa participação de profis-sionais de outros países do continen-te, que alcançou 15% do total de4.185 empresários, executivos e téc-nicos que circularam durante os trêsdias do encontro. O país que contri-buiu com mais visitantes foi aArgen-tina, com 9% do total de público, vin-do a seguir o Chile, com 4%.

Outro indicador de sucesso foia participação de mais de 500 pes-soas no 10QCongresso daABC-As-sociaçâo Brasileira de Cosmetolo-gia, realizado paralelamente commais de 60 conferências técnicas,debates e palestras. (PR)

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ708/709- SET/DEZ 1996

XXXVI Congresso Brasileiro de. Química

"A Química no Mundo em Transformação"José S.T. Coutinho*

Mais uma vez a Associação Brasileira de Química brilha TIOcenário da química no Brasil.O XXXVI Congresso Brasileiro de Química foi um sucesso. Cerca de 1.300

congressistas tiveram a oportunidade de desfrutar de uma vasta programaçãocientífica apresentada por técnicos e cientistas brasileiros e estrangeiros.

INTRODUÇÃO

o XXXVI Congresso Brasileirode Química foi realizado na Facul-dade de Arquitetura e Urbanismo(FAU), no campus da Universida-de de São Paulo (USP), na cidadede São Paulo, na semana de 1 a 5de setembro de 1996.

SOLENIDADEDEABERTURA

Na seção deabertura, os con-gréssistas fo-ram premiadoscom uma audi-

ção da Orques-tra Sinfônica daUniversidadede São Paulo,realizada no dia1Q de setembrono Anfiteatro Ca-margo GUar-nieri. O pro-grama constoude W.A. Mozart,G.P.H. Telemann, A. Borodin, P.I.Tchaikovsky e A. Copland, sob aregência do llÍaestro Ronaldo Bo-

. logna e com Estela Ortiz como so-lista de violino.

(*)Editorda RQI

A seção inaugural teve lugar noauditôrio da FÁU, sendo a mesa deabertura composta pelas seguintespersonalidades (foto a partir da es-querda): Dr. Fernando S. Lopes (Pre-sidente do Sindicato dos Químicosde São Paulo), Dr. Paulo S. Santos~kerordomstillirodeQuímicadaUSP1, Dr. Eduardo M. Torres (Presi-

Orquestra Sinfônica da USP.

dente da Associação Brasileka deQuímica). Prof. Ornar EI Seoud (Pre-sidente da ABQ - Seção Regional S.Paulo), Prof. Geraldo Vicentini (Vice-Presidente do CRQ-lVRegião). Prof.Ivano G.R. Gutz (Presidente da Co-missão Organizadora do Congres-so) e Dr. Hans Viertler (representan-

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ708/709 -SET/DEZ 1996

te da Sociedade Brasileka de Quí-mica-SBQ).

Após um breve pronunciamen-to de cada um dos membros da

mesa, o Prof. Ornar agradeceu no-minalmente a todos aqueles quese envolveram com os trabalhos da

organização do congresso.Seguindo a programação, o

Prof. Ornar convi-dou o Prof. JoséAtílio Vapin (IQ-USP) a fazer a suaconferência sobreo tema do congres-so, "A Química noMundo em Trans-formação", trans-crita nesta repor-tagem. Em seguidao Prof. Heprique E.Toma (IQ-USP) dis-cursou em home-

nagem ao ProL Er-nest Giesbrecht (inmemorian), e fina-lizando, oProf. Lu-ciano do Amaral

fez entrega de umaPlaca de Prata a .

esposa do Dr. Emesto, Prof'!. As-trea Giesbrecht. Encerrando as so-lenidades de abertura os congres-sistas foram convidados a partici-par de um coquetel de confrater-nização patrocinado pelo Sindica-to dos Químicos do Estado de SãoPaulo.

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CONGRESSO DE QUíMICA

4 REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

CONGRESSO DEQUíMICA

PROGRAMAÇÃO DOCONGRESSO

o XXXVI Congresso Brasileiro deQuimica ofereceu uma programaçãobastante variada, constituída dos se-guintes eventos:

- IX Jornada Brasileira de Inicia-ção Científica em Química

- N Maratona Científica em Quí-mica

Tabela 1Conteúdo do Livro de

Resumos.

Coquetel de confraternização

Mesa de abertura do congresso.

- III Encontro Nacional de AnáliseTérmica e Calorimetria

~ II Encontro Nacional de QuímicaIndustrial

- I Workshop sobre Análise de Flu-xo

- I Workshop sobre Sensores Quí-micos e Bionsensores

- I Workshop sobre Meio Ambiente:Oportunidades para pesquisa inter-disciplinar .

Todos esses eventos foram resumi-

dos em 389 trabalhos escritos, colo-cados a disposição dos congressistasatravés de um Livro de Resumos, cujoconteúdo é mostrado na Tabela 1.

Um dos grandes destaques da pro-gramação foram as mesas-redondas,que embora realizadas diariamente-após intensa atividade, sempre con-taram com um número elevado de par-ticipantes.

A visão empresarial e acadêmicada quimica no mundo em transforma-

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709 - SETjDEZ1996 5

CONGRESSO DE QUíMICA

ção, a preparação dos químicos paraenfrentar essas transformações e opapel da química no meio ambienteem transformação foram os temas dis-cutidos nas mesas redondas.

Os 28 cursos de aprimoramento eatualização contaram com a presen-ça de cerca de 486 congressistas. Umaanálise da freqüência dos cursosmostrada na Tabela 2 evidencia trêstendências saudáveis: claro interes-se do público pelo ensino da quími-ca, maior procura pelos cursos decunho aplicado e destaque dos cur-sos relacionados com o meio ambien-te, inclusive os sobre as aplicações dequímica analítica' nos problemasam-bientais.

A seção deposters foi também mui-to visitada. Foram exibidos cerca de400 posters. ,

A IV Maratona Científica em Quí-mica foi coordenada pelo Prof. Reikolsuyama (IQ- USP) e contou com a par-ticipação de cerca de 40 estudantesdo 2Q grau.' Os cinco primeiros colo-cados e suas respectivas escolas fo-ram premiados e os classificados de6Q a 10Q lugar (Tabela 3) ganharamlivros didáticos e material de labora-tório doados pelos expositores daExpoquímica. -

AIX Jornada Brasileira de Inici-ação Científica em Química contoucom a participação de 95 trabalhos.A comissão de avaliação foi compos-ta pelos Profs. Álvaro Crispin (URFJ) ,Ana M. Felicíssimo (USP), EduardoNeves (UFSCar-Presidente),' MagdaBeretta (UFBA), Paulo C.lsolani(USP), PeterW. Tiedemann(USP), Síl-via M. Leite (USP), Wanda de Oliveira(USP) e Zelma R. da Silva (UFRN). Ostrabalhos em forma de posters foramexaminados pela comissão e os auto-res dos 20 melhores foram convida-

dos a fazer umaapresentação oraldos seus respecti-vos trabalhos. Oscinco primeiros co-locados foram pre-miados e os classi-ficados do 6Qao 10Qlugar receberammenção honrosa(Tabela 4).

A premiàção foicoordenada peloProf. Eduardo F.A.Neves (UFSCar). Oprimeiro lugar coubea estudante Va-léria Gomes da Ro-cha (UERJ) quealém da premiaçãonormal feita peloProf. Eduardo A. Ne-ves, recebeu tambémdo Prof. Arikeme Su-cupira (ABQ)um prê-mio de R$ 1.000,00 patrocinado pelaUnion Carbide. .

O trabalho da Valéria baseou-se nasíntese e estudo do copolímero bigraf-tizado de poliestireno com polióxidos.- Um copolímero graftizado é aqueleconstituído de uma molécula linear depolímero (cadeia principal), a qual sãoligados em intervalos, longos ramos desegmentos poliméricos (cadeia gra-ftizada) diferentes entre si que se indi-ca como P-g-C, onde P é a cadeia prin-cipal ec, a graftizada. Quando as ca-deias graftizadas são compostas pordois tipos de polímeros, o copolímeroé dito bigrafitizado e é indicado comoP-g-(CI; C2). ,

Neste trabalho foi sintetizado ocopolímero bigraftiza'do de nome: PS-g-(PEO; PPO), onde o poliestireno (PS)é cadeia principal e poli (óxido de

Tabela 2Cursos com maior freqüência.

Tabela 3Nomes e escolas de origemdos primeirosdez

classificados em maratona de química.

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etileno) (PEO) e poli (óxido de propi-leno) (PPO) são cadeias graftizadas.

Quanto à síntese, utilizou-se ométodo de poliadição, via macromo-nômeros onde, da reação entre osmacromonômeros metacrilato de poli(óxido de etileno) emetacrilato de poli(óxido de propileno), tendo como ini-ciador o AlBN, com o comonômeroestireno foi obtido o copolímero PS-g(PEO;PPO). Este copolímero foi sub-metido a caracterização por Resso-nância Magnética Nuclear (RMN) , es-pectro C 13,onde foi analisada sua es-trutura, Espectroscopia de lnfra-Vermelho comTransformada de Fou-rier (FTlR), onde se avaliou a estru-tura do copolímero, dos macromo-nômeros, e dos homopolímeros (PS,PEO, PPO). Cromatografia de Per-meação em Gel (GPC), onde se podeavaliar os pesos moleculares e a poli-dispersão do copolímero e Microsco-pia Eletrônica de Varredura (MEV)com detector BEl, onde se pode ob-servar os domínios dos polióxidos.

Das 41 conferências apresenta-das, uma que nos chamou atençãopela grande participação de congres-sistas foi a doProJ. RonaldJ. Gillespieda McMaster University, Canadá sobtítulo ReforminG General Chemis-try. Na conferência o Prof. Gillespiefaz alguns comentârios sobre ospro-blemas do ensino da: Química Geralnos dias de hoje, apontando inclusi-ve cinco fatores que em sua opiniãotêm u,ma contribuição bastante ne-gativa para o ensino:

REVISTADE QUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

Tabela 4Vencedores da IX Jornada Brasileira.

1. Grande volume de matéria

2. Maior enfoque nas necessidadesdo químico já formado do que nas ne-cessidades dos estudantes

3. Ênfase em físico-química emdetrimento da química inorgánica equímica orgánica

4. Muita teoria difícil e abstrata

5. Ênfase, na solução de problemasnuméricos

Após comentários sobre cadaitem o Proj. Gillespie encerrou apalestra, distribuindo a todos ospresentes cópias do seu artigoWhat is wrong with the GeneralChemistry Course?, publicado noJournal oJChemical Education, vol.68, page 192, March 1991.

Outro aspecto marcante do con-gresso foi a presença de grande. nú-mero de técnicos e cientistas estran-

geiros conforme mostrado na Tabela5, no final da reportagem.

Valéria G. Rocha sendo premiada peloProt. Eduardo A. Neves.

ExpoauíMICAOutro evento de sucesso foi a Ex-

poquímica'96, que contou com aparticipação de cerca de 38 exposito-res conforme mostrado na Tabela 6.

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CONGRESSO DEQUíMICA

ORGANIZAÇÃO DOCONGRESSO

A Comissão Organizadora (Tabe-la 7), presidida pelo Prof. Ivano G.R.Gutz contou com 15 integrantes. Apósum ano de exaustivos trabalhos todospodem se considerar orgulhosos poisa missão foi cumprida. O XXXVI Con-gresso Brasileiro de Química foi umsucesso em todos os aspectos.

ENCERRAMENTO DPCONGRESSO.

A mesa de encerramento do XXXVICongressó Brasileiro de Química cpn-tou com a presença (foto a partirda esquerda) dos Profs. Harry Ser-ruya (Vice- Presidente- ABQ Nacional),Eduardo M. Torres (Presidente-ABQNacional), Ornar EI Seoud (Presiden-te-ABQ-RegionaIS. Paulo), Ivano G.R.Gutz (Presidente Comissã,o Organi-zadora) e Dulce MeIo.. (PresidenteAf3Q-Regional Rio Grande do Norte).

Tabela 6 .Expositores da .

ExpoauíMICA'96.

7

CONGRESSO DEQUíMICA

Tabela 7Comissão organizadora.

Após breve discurso de cada umdos éomponentes da Secretaria doCongresso Prof. Omar.finalizoufazen-do uma rápida avaliação do congres-so. .

Após a v:ibrante cerimônia de pre-miação da TV Maratona Científica é'mQuímica e da IX Jornada Brasileira deIniciação Científica em Química, o con-gresso foi considerado encerrado, às20: 30h do dia.5 de setembro de 1996.

PATROCINADORESCNPqFINEPFAPESPCRQ-IVRegião'Sindicato dos Químic:~s,do Estado de

São Paulo '. . .

APOIOInstituto de Química -USP

.Instituto de Estudos Avançados - USPUniversidade de São Paulo

Secretaria do Congresso. Prot. Omar (a esquerda) e Prat. Ivano (sentado).

Mesa de encerramento do congresso.

Tabela 5Relação de professores estrangeiros e títulos de suas respectivas palestras.

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IV Jornada Brasileira deRessonância Magnética

A Associação de Usuários deRessonância Magnética Nuclear(AUREMN) voltou a promover maisum evento de repercussão na co-munidade científica brasileira -nosdias 5, 6 e 7 de agosto reuniu noSheraton Rio Hotel um grupo sele-to de pesquisadores de todo oBra-'sil e alguns do exterior. Durante osdias 5 e 6 foi realizada a IVJornadaBrasileira de Ressonância Magné-tica, e em seguida participantes doevento assistiram ao curso, Avan-ços em Ressonância Magnética Nu-clear, ministrado pelo Prof. Dr.Richard Ernst (ETH - SUiça), Pré-mio Nobel de Química de 1991.

O professorErnst tambémcom pareceu aum jantar ofere-cido pela comuni-dade na Casa daSuiça no dia 4 deagosto, para oqual foram convi-dados os maiseminentes repre-sentantes da co- ,munidade cientÍ-fica do país, comoo Secretário de Ci-ência e Tecnologiado Estado do Riode Janeiro, Sr.Eloy Fernandez yFernandez, o Di-retor Superinten-dente da Funda-ção de Amparo àPesquisa do Esta-do do Rio de Janeiro, Dr. CarlosValois Maciel Braga, o Consul Ge-ral da Suíça no Rio de Janeiro, Sr.J ean Pierre Ballaman, reitores deuniversidades, representantes deempresas, centros de pesquisa, as-sociações, órgãos de classe, etc. OProfessor Ernst foi saudado pela

presidente daAUREMN, Dra. SoniaM.C. Menezes, pelo secretário deCiência e Tecnologia do Estado doRio de Janeiro, e pelo representan-te da FAPERJ.Na oportunidade foilembrada acriação da AUREMN e asua atuação na área da ressonân-cia magnética nuclear, que ao pro-mover eventos, cursos e reuniõescientíficas despertou maior interes-se pela técnica na comunidade.

Na abertura da Jornada oProfes-sor Ernst apresentou a conferêncialhe rise ofNMR towards profit andglory" em sessão coordenada pelapresidente da AUREMN. Após um

Elisabeth E.C. Monteiro*

R. Seidl (EQfUFRJ). Nesta últimainicialmente foram apresentados ostrês trabalhos selecionados entre osque concorreram ao prêmio de me-lhor trabalho - "Estudo do LiMgPO4através de RMN", de autoria de M.A.Silva, T.J. Bonagamba, E.L.G. Vi-doto, H. Panepucci, G.E. Barberis,A. Gonis e T. Rojo (USP /S. Carlos);"Quantun dynamical echoes, in-terference between polarizationpathways and attenuation of pola-rization echoes in mesoscopicsystems", apresentado por GonzaloUsaj e tendo como' co-autoresHoracio M. Pastawski e Patricia R.Levstein (Universidad Nacional de

. Córdoba/Córdo-ba); e "NMR struc-tural and, kineticstlidies ou ligandexchange reac-tions in the dime-tal complex [Ru2(p-°2CCH3)2(4 - P i c o l-ina) ]" ,apresentado porJoana M. Santos(UFRJ) , cujos co-autores são CeciliaCipriano e RobertoB. Faria da UFRJ eJ.D. Figueroa- Vi-Uar do IME.

Na manhã dodia 6 foram àpre-sentados os traba-lhos inséiitos co-mo painéis, sob acoordenação' daProf. Maria Inês B.

Tavares (UENF fRJ) e após um in-tervalo foi realizada a mesa-redon-

, da "O ensino da RMN", sob a coor-denação do Prof.J.D, Figueroa.Villar (IMEfRJ). O tema foi apresen-tado por professores experientes na '

área que pertencem a instituiçõesbastante conhecidas: Anita Mar-saioli (UNICAMP), Peter R. Seidl(EQfUFRJ) , e Tito Bonagamba(*)IMAlUFRJ

Participantes assistem as apresentações da IVJornada.

breve intervalo foram iniciadas asapr:esentações orais dos trabalhosinscritos no evento sob a coordena-ção da Prof. Elisabeth E. C. Monteiro(IMAfUFRJ). Após o almoço foramrealizadas mais duas sessões comapresentação oral de trabalhos: aprimeira sob a coordenação da Prof.DorilaPiló Veloso (IQ/UFMG) ease-gunda coordenada pelo Prof. Peter

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- N2708/709-SET/DEZ 1996 9

ENCONTRO DE RMN

(USPIS. Carlos). Seguiu-se um de-bate, que contou com expressivaparticipação da platéia, e a sessãoterminou com o encerramento daJomada e a divulgação do vencedordo prêmio de melhor trabalho de es-tudante de pós-graduação, conce-dido a Joana M. Santos, da UFRJ.Os demais receberam menção hon-rosa, e os certificados foram entre-gues pelo Professor Emst. .

Na parte da tarde o Prof. ErnstministrQu a primeira parte do cur-

. so "Avanços em ressonância mag-nética. nuclear" que consistiu naabordagem dos tópicos

. IExploring Biomolecular Dyna-" mics by NMR

1.1. General principies andmethods - backbone dynamics inantamanide1.2. Sidechain. dynamics inantamanide1.3. Water bindirig dynamics inantamanide

~.: Exploring solid m~terials, by, .NMR, 2.1 :Advílnced techniqlles for po-, .1arization transfer in solids. 2:~o.,Study oflocal order in disor-

dered pólymers QYNMR .. 7.3. Hydrogen dynamics in solid.investigatedby NMR '

que tomou a manhã e a tarde do dia'7. Após'o encerramento do curso ospClrti~ipID1tesrecebe~ cert:ifi~ados.

Prof. Etnst dá início à sua conferência na cerimônia de abertura.

O evento realizado foi impor-tante tanto pela participação depesquisadores de reconhecidacompetência na área como o prê-mio Nobel (Praf. Emst) e o Prof.BruceAdams (VarianAssociates),que propiciarà.m discussões infor-mais muito proveitosas para osparticipantes, e que contribuírampara abrilhantar a reunião, quan-to pelo nível dos 56 trabalhos apre-sentados. Entre os temas aborda-dos podem ser citados isomerismoconformacional em compostosfluorados, emprego de reagentes

Prof., Ernst premiando a estudante de pós-graduaçãQ Joana M. Santos. (Esquerda)

10

de deslocamento químico na elu-cidação de sinais, aplicação detécnicas especiais em produtosnaturais, polímeros e complexosinorgãnicos, além de implementa-ção de sequências de pulso, utili-zação de métodos in vitro e in vivo,desenvolvimento de novos méto-dos e construção de ímãs. A evo-lução qu~ foi observada nos tra-balhos apresentados mostra queos pesquisadores brasileiros estãoacompanhando o desenvolvimen-to da técnica e correspondem ple-namente aos recursos que têmsido aplicados no pais.

Outro aspecto relevante que me-rece destaque foi o ensino daRMNno Brasil, tema da mesa-redondarealizada no dia 6. Os componentesda mesa mostraram a, uma platéiaatenta como atuam em suas insti-tuições, como funcionam os cursosque ministram, e apresentaram ametodologia e critérios adotadospara a realização de espectros e uti-lização do equipamento por alunosde pós-graduação. Seguiu-se umdebate eao fmal ficou decidido queseria apoiada a sugestão apresen-tada pelaAUREMN, que consiste naformação de um cadastro de cur-sos sobre RMN no país. No cadas-tro irão constar entre outros itens,a ementa do curso, os pontos for~tes e tracos serão apontados eain-da qual o potencial atual e futuroda instituição.

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Localização de Livros e P,eriódicosde Tecnologia Química

INTRODUÇÃO

Em artigo recentel abordamos asfontes de informações para o desen-volvimento de tecnologia química,enfatizando aspectos ligados à lite-ratura técnica, dados econõmicos,e bancos de dados, além de formasde busca. O presente trabalho estávoltado para as fontes bibliográfi-cas que contêm as informações bá-sicas para o desenvolvimento detecnologia e as facilidades (ou obs-táculos) no seu. acesso.

A partir de um núcleo de livrose periódicos de alta incidência decitação como fonte de interessel-5foram localizados 21 livros ou co-leções (incluídos entre estas duasenciclopédias - Tabela 1) e 41 pe-riódicos (Tabela 2) em um conjun-to limitado de bibliotecas escolhi-das segundo a sua localizaçào (Es-tado do Rio de Janeiro, São Pauloe Minas Gerais), acervo, facilida-de de acesso, entre outros fatores.Estas pertencem às seguintes ins-tituições: CENPES,INT, UFMG,UFRJ, UNICAMP e USP.

MÉTODO UTILIZADO

Tendo em vistá o pequeno nú-mero de lugares a serem pesqui-sados e o fato de metade destes selocalizarem na Cidade do Rio deJaneiro, este levantàmento foi ini-cialmente feito através de umabusca direta que consiste em con-sultar diretamente o acervo da bi-blioteca no local. Para as bibliote-cas situadas fora do Estado estabusca foi feita através de acesso"on line" via Internet e bases dedados em CD- ROM e também emrede. Dentro deste processo a con-sulta aos bibliotecários foi impor-tante para o direcionamento da

pesquisa melhorando sua qualida-de e principalmente diminuindo otempo gasto em sua realização.

Inlcialment-e foram consultadasdiretamente as 'bibliotecas . doCENPES, INT e NFRJ. Para]ocali-zar as fontes de informação em ou-tros estados foram. usadas as ba-ses de dados que supriram quasetodas as necessidades deste traba-lho. Deve-se notar que a localiza-ção das fontes é diferenciado paralivros e periódicos necessitando,portanto, de abordagens diferentesque dependem das respectivas ba-ses de dados, existindo uma paralivros e outra para periódicos.

ARTIGOS EM PERiÓDICOS

A abordagem usada para a lo-calização dos periódicos foi a basede dados do IBICT em CD-ROM,denominada Catálogo Coletivo Na-cional de Publicações, Seriados ePeriódicos. Através desta base épossível localizar um período emqualquer biblioteca de acesso pú-blico no país inteiro. O manuseiodesta base é bastante simples jáque ela contém todas as informa-'ções acerca de periódicos e dasbibliotecas que possuem tais co-leções (Tabela 3). Esta base estáatualizada até o ano de 93,masuma consulta à mesma base emmicroficha atualizada até 95 veri-ficou que não houve nenhuma mu-dança que alterasse qualquer re-sultado no levantamento dando- -se preferência, portanto, para ouso da base em CD-ROM pela fa-cilidade de acesso às informações.

Como se pode verificar pela Ta-bela 1, os principais 'periódicos daárea estão disponíveis em númerorazoável de bibliotecas. Mesmo al-guns periódicos menos comuns são

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Jacques Fernandes DiasPeter Rudolf SeidlVera Lellis

encontrados em alguma bibliotecado país. Os artigos de interesse queconstam desses periódicos podemser encomendados através do sis-tema de comutação bibliográfica(COMUT) com rélativa facilidade; otempo de resposta depende da agi-lidade da biblioteca consultada,sendo 15 dias emmédiamaspoden-do levar d~ dois a 60 dias.

LIVROS E COLEÇÕE$

No caso dos livros foi encontra-da uma dificuldade maior; já quenão há uma única base que possafornecer informações acerca dasbibliotecas restantes (neste casoUSP, UNICAMP e UFMG). Existeuma base de dados da FundaçãoGetúlio Vargas (Bibliodata Calco)através da qual é possível locali-zar um certo livro em um conjun-to de aproximadamente 90 biblio-tecas associadas, espalhadas portodo o.país dentre as quais estãovárias universidades, centros depesquisa, empresas e outros ór-gãos. Essa base confirmou os da-dos obtidos nas bibliotecas doCENPES, INT e UFRJ permitindotambém o acesso aos livros e cole-ções na UFMG e UNICAMP. Nocaso da USP foi tentado um aces-so direto via Internet que não tevesucesso devido a problemas de co-municação e pI1ncipalmente por--que lá verificou-se. haver dificul-dade de interação entre o usuárioe a base (interface não amigável)sendo mais viável ir diretamente àUSP. Tornou-se então possível,com a ajuda de uma bibliotecária,consultar a base interna da facul-dade(Dedalus) que permite loca-lizar qualquer livro dentro dassuas várias bibliotecas, comple-tandoassim a coleta de informa-ções para concluir o trabalho.

11

LOCALIZAÇÃO DE LIVROS E PERiÓDICOS

CONCLUSÃO pIes, pode tornar-se uma tarefa bas-tante complexa. Os processos debusca são diferenciados para os pe-riódicos e livros. Os periódicos sãomais .fáceis de encontrar se os da-

dos do Catálogo Coletivo do IBICTestiverem atualizados. O número delivros e coleções é bem menor (mes-mo sem incluir as coleções de inte-resse mais científico como Beilstein,

Alocalização de uma informaçãopara o desenvolvimento de tecnolo-gia química, apesar de parecer sim-

Tabela 1Localização de periódicos.

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LOCALIZAÇÃO DE LIVROS E PERiÓDICOS

Tabela 2Localização de livros e coleções.

Tabela 3Fontes de informação sobre acervo.

Gmelin. Organic Synthesis etc...) do que o deperiódicos. A sua localização é limitada pela di-ficuldade de indexação e até a consulta é maisdificil visto que pouca (quase nenhuma) possi-bilidade de consulta à distância é possível. Esteproblema tende a ser equacionado com o tem-po já que quase todas principais coleções estãosendo comercializadas sob a forma de CD- ROMe poderãÓser consultadas através de redes embibliotecas equipadas para tanto.

SIGLASCENPES - Centro de Pesquisas da'PetmbrásCENPES* - Outra biblioteca da e1l1preSa Petrobrás po-dendo-se localizar através do CENPES. '

'INT - Instituto Nacional de Tecnologia.MARA - Ministério de Agricultura e

Reforma Agrária.PUC-RJ - PontificiaUniversidade Católica doR1o deJaneiroSF -Senado FederalUFMG - Universidade Federal de

Minas GeraisUFPR - Universidade Federal do ParanáUFRJ - Universidade Federal do

R1o de JaneiroUNICAMP-Universidade Estadual de

CampinasUSP -Universidade de São Paulo

AGRADECIMENTOS ,

Bibliotecárias do INT pelo importante apoio.

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REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709 -SET/DEZ1996 13

Mercado de Hidrocolóides no BrasilLuis C. FreitasAdriana D.M.O. MonteThais ,A. CavalcanteCristina T. Andrade

Utilizados em concentrações baixas, os hidrocolóides exercem funções importantes emdiversos produtos, provenientes de indústrias tão variadas como a petrolífera,

farmacêutica, alimentícia e de papel. Pesquisa de mercado mostra que a demandabrasileira é elevada e que há potencial para novos produtos.

INTRODUÇÃO

Por definição, as substãncias ma-cromoleculares que; em meio aquoso,fornecem soluções viscosas ou disper-sões, são denominadas de hidroco-lóides. Devido ã suaaplicabilidade in-dustrial, são também chamadas degomas industriais. Quimicainente, amaioria desses mat~riais são polis-sacarídeos; proteínas, como a gel~Üi-na e a caseína podem também ser in-cluídas nesta classe.

Em sistemas biológicos, os po-lissacarídeos desempenham, entreoutras, funções mecãnico-estrutu-rais, de reserva alimentar ou de pro-teção celular. ,

Inicialmente, seu emprego indu~-trial se deveu à grande disponibilida-de e ao custo reduzido. Atualmente,o conEiumo de hidrocolóides vem au-mentando devido a sua capacidade qemodificar o comportamento reológicoda àgua e de sistem,as aquosos, mes-mO'quando usados em concentraçõespequenas. Como conseqüência de suaalta massameHecular e de sua estru-tura linear, características de políme-ros espessantes, a adição de polis-sacarídeos acarreta o aumento da vis-cosidade de sistemas aquosos. Alémda função espessante, os hidro~colóides podem ainda atuar comoagentes de suspensão, de floculação,como estabilizantes ou emulsifican-teso Dependendo de suanaturezaquí-mica, podem apresentar propriedadesadesivas ou ainda produzir géis. To-das as propriedades acima citadasencontram aplicação em segmentosindustriais tão variados como o petro-lífero, farmacêutico, alimentício,microbiológico, odontológico, de coS-méticos, de tintas e de papel 1.2.

Na indústria petrolífera, os chama-dos métodos químicos de recuperação

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secundária de pet:róleo utilizam polis-sarídeos como o amido, as gomasxan-tana e guar2, e a escler6glucana3.

Na indústria: alimentícia, as gomassão usadas em concentrações baixas,que variam de 0,5 a 5%, e usualmen-te não contribuem para o arQma, pa-ladar ou valor nutritivo do produt04.Porém, os hidrocolóides 'exercem umpapel importante no controle da tex-tura 'e na estabilização de muitos ali-mentos industrializados. Eles previ-nem ou retardam'uma;série de fenô-menos fisicos. A sedimentação de par-tículas sólidas suspensas no meiocomo as de chocolate e de frutas, acristalização da àgua ou do açúcar, aagregação ou desagregação de partí-culas dispersas, a sinérese "de siste-mas gelificados são alguns dos fenô-menos que ocorrem em produtos ,es-tocados, e que são evitados pelo usodehidrocolóides. '

Os hidrocólóides estão associadosa uma vasta gama de funções, inc1u~indo as de agentes de ligação (salsi~chas), c1arificantes(cervejas e vi-nhos), emulsificantes (maionese), es-pessantes (sucos e geléias) e gelifi-cantes (pudins e outras sobremesas).No caso de dispersões e emulsões, aação estabilizante dos hidrocolóidesrequer a manutenção de textura eestrutura aparentemente, homogê-nea, sem sedimentação de partícu-las e sem a formação de suspensãooleosa. O controle de estabilidade, atextura e a estrutura, conferidos pe-los hidrocolóides estabilizantes á umsistema, resultam de interações coma água, íons e outras'moléculas, pre-sentes no meios.

O ritmo acelerado de inovações emprodutos, a partir da intensificação doconsumo de alimentos com baixos te-ores de gordura, açúcar e sal, temcontribuído para impulsionar ainda

mais o consumo de hidrocolóidesnaturais6. Atualmente, existe umatendência irrrefutável na utilizaçãode biopolímeros em áreas tradicio-nalmente dominadas pelos políme-ros sintéticos. Isto porque se sabeda necessidade do uso de materiaisbiodegradáveis e o'riundos de fontesrenováveis. Deve-se ainda destacara importáncia de países tropicais,como o Brasil, como depositários deuma grande variedade de fontes co-nhecidas e de outras ainda não ex-ploradas de polissacarídeos vege-tais, com grande potencial em apli-cações industriais, em particularem alimentos ena medicina?

O objetivo do presente trabalho é ode avaliar qualitativa e quantitati-vamente o mercado brasileiro de hi-drocolóides. Para ta1;aspectos comoa multiplicidade de'segmentos consu-midores' a capacidade de as grandesempresas fornecedoras em criar: mer-cados e a influência do nível e perfilda renda nacional foram analisados.

METODOLOGIA

O levantamento de dados e infor-mações sobre a produção de gomas noBrasil foi realizado através de con-sultas ao Anuário de Empresas Produ-toras' publicado pela ABIQUIM e aoAnuário das Indústrias de QuímicaFina no Brasil, publicado pela ABI-FINA. Os dados estatísticos relativosao comércio exterior durante o perío-do 1989 a 1995 foram coletados jun-to à Secretaria do Comércio Exterior(SECEX-MIC), em duas etapas. Naprimeira, o período 1989 a 1992 foicoberto. Em dezembro de 1995, foi so-licitado à SECEX -MIC as informaçõesrelativas ao período 1993 a 1995. Deacordo com as informações da Secre-taria, os dados de 1993 não mais es-

REVISTADEQUíMICAINDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

tariam disponíveis. As informaçõesreferentes ao período 1989 a 1992são dados de importações efetivas,enquanto que aquelas referentes aoperíodo 1994-1995 dizem respeitoàs importações autorizadas. Os va-lores totais citados nos diagramasestão em US$ FOB.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a fonte, os polis-sacarídeos podem ser classificadoscomo de origem animal, vegetal, mi-crobiana ou, ainda, como polissaca-rideos modificados. Embora muitosprodutos, principalmente polissacarí-ôeos de origem vegetal, constem dalista de importações, procurou-seanalisar neste trabalho os dados re-lativos àqueles de uso mais consoli-dado pelo mercado nacional, tendo-se em vista os volumes importantes.Assim é que os polissacarídeos de ori-gem microbiana não foram incluídos.Agoma dextrana, de uso mais antigo,tem consumo muito pequeno no país,em relaçào às demais gomas de ori-gem vegetal.

Teoricamente, a maioria das go-mas hidrossolúveis podem ser per-mutàveis entre si. Na prãtica, cadahidrocolóide possui característicasúnicas, que garantem a sua aplica-ção comercial.

1. Polissacarídeos deorigem vegetal

1.1. Goma arábica

A goma arábica, assim como as go-mas caraia e a1catira, é um exsudatovegetal. Os exsudatos de árvores cons-tituem-se nas gomas de utilizaçãomais antiga. Eles podem ser facilmen-te recolhidos dos cauleS, após açãomecánica. Seu custo está diretamen-te relacionado à coleta e ao processode purificação que, dependendo douso final, toma-se necessário. Perío-dos de seca nas regi<ges produtorasafetam sensivelmente os preços demercad08.

A goma arábica é oéxsudato de" Acaciasenegal. Ela é produzida prin-

cipalmente em países tropicais afri-canos, mas seu beneficiamento é rea-lizado por indústrias européias ouamericanas.

No Brasil, a goma arábica é impor-tada por inúmeras indústrias quími-cas, farmacêuticas, de alimentos ebebidas e, em menor escala, por in-

MERCADO DE HIDROCOLÓIDES NO BRASIL

Figura 1Evolução das importações de goma arábica.'

dústrias de papel. Apesar da previsãode diversos analistas, que há algumtempo sugerem o retraimento dapro-dução da goma arábica, e apesar daelevação progressiva-dos preços'mé-dios em mais de 60%, o volume im-portado manteve-se dentro de umafaixa razoável e a tendência de aumen-to é significativa (Figura 1). Enq"lJantoque nos dois primeiros alios do perío-do pesquisado as empresas dos seto-res alimentícios e debebidas çiomina-vam o mercado com mais de 70% dototal importado, a partir de 1992 osdemais setores, liderados pelaindús-tria fannacêutica,passaram a respon-der pela maioria das aquisições no ex-terior. Os dados mostram tambémque, além de empresas do setor ali-mentos e bebidas, como a Nestlé e aCoca -Cola, manterem-se fiéis ao pro-duto, a goma arábica continua comoum hidrocolóide de aplicação garan-tida no país. .

1.2. Goma alfarroba

Galactomanana é a denominaçãodada a polissacarídeos neutros, en-contrados como material de reservaem sementes de plantas, particular-mente da famíliaLeguminosae. Comoo próprio nome indica, esses políme-ros constituem-se de um esqueletoformado por unidades repetidas de D-manose, ao qual unidades simplesde D-galactose encontram-se ligadas.As galactomananas apresentam pro-porções diferentes de D-galactose e

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ 708/709- SET/DEZ 1996

D-manose. Mesmo galactomananas de-rivada~'.de uma única espécie podemapresehtar composições diferenciadas,dependendo da origem e da técnicausada na sua extração.

Desse grupo de polissacarídeos,apenas três deles são disponíveis co-mercialmente:' a goma alfarroba, agoma guar e a goma tara9. As pro-

, priedades dessas gomas são diferen-ciadas pela massa molecular e pelarazão manosejgalactose, que são osfatores determinantes da solubilida-de relativa das galactomananas. Emgeral, quanto maior o teor em galac-tose, maior a sua solubilidade emágua. Na indústria de alimentos, agoma alfarroba e também,a goma guarsão utilizadas na fabricaçào de quei-jos e de sorvetes.

Em 1940, devido a escassez de go-maalfarroba, aplantaguar(CYÇLmop-sis tetragonolobus) foi aclimatida nosEstados Unidos. A guar permite co-

'lheita anual mecanizada e, atualmentea produção de sua goma ultrapassa ade alfarroba. No Brasil, o grupo Ultratentou o plantio desta leguminosa,alavancado na época pela utilização dagoma pela indústria petrolífera.

A goma alfarroba, extraída de Ce-ratonia siliqua, árvore nativa da regiãomediterrânea, é,a galactomanana decomercialização mais antiga, e à quala maioria dos autores atribui umacomposição maior em manose.

Os dados de importação da gomaalfarroba (Figura 2) estão incom-pletos em relação aos das outras

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MERCADO DE HIDROCOLÓIDES NO BRASIL

gomas; apenasaqueles correspon-dentes aos dois primeiros e aos doisúltimos anos da pesquisa foram ob-tidos. Mesmo assim, devido à impor-tância da goma alfarroba a nível in-ternacional, julgou-se apropriadoincluí-laneste trabalho.

Em 1989, empresas produtoras decosméticos e de artigos de higiene pes-soal, assim como empresas farmacêu-ticas' foram responsâveis por grandeparte da quantidade importada de go-ma alfarroba. Naquele ano" o setoralimentos importou apenas 21 % dovolume total. No período 1994-1995;as indústriaf3 alimentícias, dentre elasa Nestlé, passaram a contribuir comvolumes superio-resàs demais.

De acordocom os dados co-lhidos, cJpreço dagoma alfarrobavinha, apresen-tando. um au-mento mqdestoaté 1994. Em1995, o preçomé-dio subiu a US$.17,177kg, o~querepresenta u!llaumento supe-rior a 250%. Ocusto alto, po~réin, não pareceter impedido oaumento do con-su.mo nacional degómaalfarroba.

utilizadas no processo de extração,como tempo e temperatura, o grau demetoxilação pode variar entre 55 e75%. Tanto o teor como ,a distribui-ção dos grupos àcido carboxílico afe-tam as propriedades funcionais daspectinas13.14.

A matéria-prima utilizada comerci-almente paraa extração de pectina tan-to pode ser a polpa de maçãs como cas-cas de frutas cítricas. Além da indús-tria de alimentos, onde é empregada nafabricação de musses, geléias, sorve-tes, sucos e doces em geral, as pectinastambém são utilizadas pela indústriafârmacêutica, em defensivos animaise em medicamentos humanos.

1.4. k-Carragenana

As carragenanas são heteropolis-sacarídeos sulfatados, extraídos dealgas vermelhas. Dependendo do teorem sulfato e da posição à qual estegrupo encontra-se substituído ao es-queleto polimérico, três tipos de car-ragenanas podem ser identificadas:l-carragenana, k-carragenana e À-carragenana. As duas primeiras sãogelificantes, enquanto a última agecomo espessante. A k-carragenanaforma géis fortes, em presença de íonspotássio. No Brasil, a alga Hypneamusciformis, encontrada no litoral

nordeste, é a princi-pal fonte de k-car~ragenana. Durantemuitos anos, a Cial-gas, que foi sediadaem Taboão da Serra,SP, produziu grandeparte da k-carrage-nana consumida nopaís.

Com preços médi-os em declínio nomercado internacio-nal, tendo alcançadoo máximo de US$13,lOjkg em 1991 eo mínimo de' US$9,89, em 1995 as im-portações de k-car-ragenana apresenta-ram um aumentoacentuado nos últi-mos anos (Figura 4).

No início do período pesquisado,as principais indústrias importado-ras eram empresas químicas re-vendoras, ligadas a grandes produ-tores mundiais, e empresas produto-ras de artigos para a higiene pessoal.Dentre as empresas químicas reven-doras, destacaram-se a Sanofi, aGrindsted e a Hercules. No setor hi-giene pessoal, ao menos até o final de1995, a Colgate Palmolive foi a res-ponsável pelos maiores volumes im-portados, destinados à fabricação dedentifrícios.

A partir de 1991, houve uma ex-pansão dos valores das importaçõesde k-carragenana para o setor de ali-mentos (carnes, laticínios e sobreme-sas prontas), do qual empresas comoaCeval, Chapecó, Perdigão, Nestlé eLeco são destaque.

. Figura 2 .

Evolução das importações de goma alfarroba.

1.3. Pectinâs

As pectinas formam um grupo depolissacarídeos, presentes nas pare-des celulares de plantas: Particular-mente abundantes em frutos e emtecidosjovens, elas estão associadasà celulose, hemiceluloses e lignina.Na natureza, elas contribuem para "aadesão entre as células e para a re-sistência mecânica da párede celu-larlO. São também importantes paraa textura de frutos e vegetais em ge-ral, durante o seu crescimento, ama-durecimento, armazenagem e proces-sament011, 12. '

Basicamente, as moléculas depectina consistem de unidades repe-tÚias de D-ácido gétlacturõnico, sen-do que a maior parte destas unida-des apresenta-se esterificada, comoéster metílico. Dependendo da espé-cie, tecido e cpndições experimentais

16

No Brasil, a Braspectina, empre-sa do grupo inglês Citrus Colloids,produz pectinas de diversas especi-ficações. Localizada em Limeira, SP,município dedicado à cultura de fru-tas cítricas, atualmente a empresasupre as necessidades de grande par-te do mercado nacional. Mesmo as-sim, o volume importado de pectinasé significativo. Com preços médios emtomo de US$ 8,50jkg, os dados rela-tivos às importações (Figura 3) mos-tram que, no período 1989-1992, em-presas químicas efarmacêutlcas,como a Hercules e a Sanofi, supera-ram as indústrias alimentícias, queresponderam por uma parcela bemreduzida do produto. Por outro lado,nos dois últin,lOS, o setor alimentício,liderado pela Nestlé, mostrou uma ex-pansão marcante, com mais de 75%do volume total importado.

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709-SET/DEZ1996

1.5. Agar-agar

Certas espécies de algas mari-nhas vermelhas, como Gelidiumcar-tilagineum, Gracilaria confervoides epteroclaia capillacea, comuns no li-toral de país<;:s como o Japão, Méxi-co e África do Sul, são as principaisfontes do Agar-agar ou, simplesmen-te. agar. Utilizado desde o século pas-sado como meio de cultura, o agartambém apresenta qualidades comomaterial de moldagem para finscriminalísticos, artísticos ou odon-tológicos.

O agar é constituído de diversasfrações, das quais a agarose é aquelaque possui características gelificantes .mais acentuadas. Uma das razões daescolha do agar como gelificante en-contra-se na diferença entre as tem-peraturas de formação degel (35C) ede sua fusão (85C) , isto é. na estabili-dade térmica do gel.

No Brasil. a alga Gracilaria verru-cosa é a principal fonte de agar, pro-duzido pela Agar em João Pessoa, PB,e até há pouco tempo pela Cialgas. Os

. volumes importados de agar não atin-gem os correspondentes ã k-carra-genana, muito provavelmente devidoao seu custo mais alto, que pode al-cançar US$ 40.00jkg.

A Figura 5 mostra que. no períodoinicial pesquisado, as importações deagar foram efetuadas principalmentepor empresas de setores outros que oalimentício (empresas químicas e far-macêuticas). No setor alimentos ebe-bidas,a Inbasa. a Confeitaria Colom-bo. ambas atualmente da Arisco, a

MERCADO DE HIDROCOLÓIDES NO BRASIL

'. Figura 3Evolução das importações de pectinas.

própria Arisco. a Cica e a Sofruta im~portaram o agar em 1989. A partir de1991, apesar da participação de umnúmero razoável de empresas de ou-tros setores no mercado de agar, oquadro mais uma vez inverteu-se, como desenvolvimento da indústria ali-menticia. De J992 para cá. poqe-sedizer que a AÍisco foi a responsávelpelos maiores volumes importados deagar. ..

2. Polissacarídeo~ modificados

2.1. Carboximetilcelulose (ÇMC)

Dentre os derivados de celulose, acarboximetilcelulose, CMC, é o demaior consumo.N este trabalho , o co-

Figura4Evoluçãodas importaçõesde.k-carragenana~

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- N° 708/709 - SET/DEZ 1996

mércio de CMC de teor ativo maior doque 74% é analisado. Seus preçosmédios sofreram uma queda no mer-cado internacional e parecem estabi-lizados:porvolta de US$ 3,50jkg. NoBrasil, 'ela.é produzida pela Oxiteno,no Estado do Rio de Janeiro, e pelaAqualon. no Estado de São Paulo.

A CMC vem sendo importadaprincipalmente pelas indústrias quí-

, micas e farmacêuticas. de alimentose bebidas, de cosméticos, d~papel e

.-de higiene pessoal e, em proporçõesmenores, por indústriás têxteis. detintas. de cerámicas e de prodL\tosde limpeza. Devido á maiordiversi-

. dade dos setores consumidores deCMC, o diagrama relativo aos dadosde importação (Figura 6) foi amplia-do, de modo a representar melhor asvariações .ocorridas.

J>j'operíodo de 1989 a 1992, .obser-vou-se uma ligeira queda nas impor-tações de CMC pelo segmento ligadoa alimentos e bebidas. na faixa 16a. 13% do total., Apesar d.as'por-centagens menores, registradaspara. os dois últimos anos, a Ariscoquase triplicou súas importações deCMC. A GC Hahn manteve-se no mer-cado. enqú<;mto duas outras empre-sas fabricantes de ingredientes ali-mentícios passaram a contribuir comparcelas significativas.

Empresas do ramo de higiene pes-soalprovavelmente vinham substi-tuindo a CMC por outras gomas, ten-do em vista a diminuição do volumeimportado no decorrer dos anos 1989a 1992. Entretanto, em 1995, a im-portação de CMC foi autorizada paraum número bem maior de indústrias

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MERCADO DE HIDROCOLÓIDES NO BRASIL

do setor, e em quantidades bem maiselevadas.

A quantidade de CMC importadapor indústrias químicas e farmacêu,-ticas mostrou um aumento expressi-vo em divisas, responsável por 76%das importações do produto em 1992,73% em 1994 e 60% em 1995. Essesdados revelam a entrada de diversasempresas desses setores no mercadoconsumidor de CMC.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Progra-ma RHAE-CNPq~ pela Bolsa ITI con-cedida à A.D.M. Oliveira Monte, e àSra. Glória Maria da Silva Fernandes,pela ajuda prestada na identificaçãoda natureza da produção de inúme-ras empresas.

Figura 5Evolução das importações de Agar-agar.

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Figura 6Evolução das importações de CMC.

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REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

Potencialidade e Perspectivas doLCC obtido naAgroindústria do Caju

Cheila Gonçalves MothéSimone Moreira de CastroMarcela GanemTatiana Carestiato da Silva

Excelente matéria-prima para a produção de resinas de condensação, oLCC é exportado abaixo preço, em grandes quantidades. Seu uso merece ser incentivado junto aos

produtores de resina, com' óbvios benefícios para o país.

Tab~la l' ,

Produção mundial de castanha de 'caju (1.000 t)6./'c

INTRODUÇÃO

o caju é planta nativa do Bra-sil, encontrada no litoral do Nor-deste,nos cerrados e na Am.azô-nia. Foi levado no século XVII, pro-vavelmente pelos portugueses, aoutros países tropicais tais como:Índia, Moçambique, Quênia, Ni-géria, Filipinas, Ceilão e outros,onde o cultivo prosperou muito.Atualmente, o Brasil e a Índia sãoos maiores produ-tores mundiais decaju - responsáveispOr cerca de 80% daprodução totall.

O produto demaior valor dó ca-jueiro é a casta-nha, com 10% dopeso do caju, queorigina por bene-ficiamento aamên-doa (grande valorde exportação) e,como subprodutonobre, o Líquidoda Casca de Casta-nha de Caju (LCC).

A produção mun- 'dial de castanhasde caju atingiu umpatamar superior a 400 mil tone-ladas em 1994, sendo o Brasil omaior destaque com uma produ-ção de 195 mil toneladas (o quesignifica US$ 140'milhões em ex-portaçôes).

Os processos modernos de ob-tenção da amêndoa baseiam-se no

cozinhamento da castanha a altastemperaturas para a extração doLCC>~posterior separação entre a ,

amêndoa e a casca.Como o beneficiamento da cas-

tanha iÍnplica em produção deLCC, este é produzido em largaescala no país. A maior parte des-te líquido é exportada devido ãbaixa demanda decorrente da fal-ta de investimentos em tecnologiasvoltadas para seu uso.

'Com. o LCC é possível obter re-sinas de policondensação que, namaioria dos casos, apresentammelhor desempenho que as deri-vadas de fontes petroquímicas. Es-sas resinas encontram aplicaçõesnas indústrias de tintas, vernizese esmaltes, materiais de fricção,

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ 708/709 - SET/DEZ 1996

plásticos, adesivos, impermeabi-lizantes, materiais eletrônicos ,eisolantes, fungicidas, detergentese desinfetantes entre outras2.

Já que o LCC é um insumo ex-tremamente barato no Brasil (e nomundo) devido à sua qualidade d,esubproduto, há vantagens em su-bstituir o fenol das resinas con,-vencionais por esse líquid03. '

Este trabalho tem por objeti-vo caracteriiar àimportãncia

,agroindustrial docaju com enfoquerias vantagens e riocreScimento da uti-lização do LCC nomercado mundiaL

PRODUÇÃO"MUNDIALDECASTANHADECAJU

Os cajueiros,cres-cem abundante-mente em muitasregiôes tropicaismas as castanhas(denominação po-puli.u das amên-doas de castanha

de caju) ~ão colhidas principal-mente na India, Brasil, Tanzãnia,Quênia e Moçambique. Esses pa-íses se beneficiam do expressivomercado consumidor das casta-nhas, que vem se mantendo a ele-vados patamares nos últimos anos(Tabela 1), e aumentam suas divi-sas exportando suas produções.

19

LCC

. A castanha é um alimentomui-to apreciado no exterior como tira-gosto ou para manufaturacte do-ces e exerce uma grande competi-tividade com a produção de nozes,amendoins, avelãs, pistaches, etc.,dos EUA e da Europa.

Da produção total de castanhasno Brasil, superior a 190 mil ti ano,90% se destinam à exportação, apreços acima de US$ 4.000 It FOB.Os EUA são os principais impor-tadores da castanha, consumindocerca de 77% do total exportado,seguido do Canadá (10%), PaísesBaixos (4%), Líbano e França (am-bos com 1%) entre outros.

EXPORTAÇÕES EIMPORTAÇÕESBRASILEIRAS f

Entre os produtos brasileiros delavoura permanente, a castanhade caju ocupa o 3Qlugar em quan-tidade de área cultivada no país,com 736.871 ha destinados à co-lheita, ficando somente atrás daárea cultivada do.café (2.273.874ha) e da laranja (802.ú57 ha)4.

Nos últimos 10 anos, o Brasilmanteve-se como importante pro-dutorde castanhas e a partir de1994 tornou~se o maior produtordo mund06. O nordeste brasileiroé a região onde se encontra a mai-

Figura 1Participação dos estados brasileiros na produção de

castanha de caju, em relação à quantidade. produzidaem 19834.Fonte:IBGE.

or concentração de cajueiros dopaís, sendo que os dois estadoscom maior produção são o Piauíe o Ceará, respectivamente com243.106 ha e 327.560 ha de áreasdestinadas à colheita. Apesar demenor área destinada à colheita,o Piauí possui maior produtivida-de e tornou -se o maior produtor decastanhas do país, produzindo29.941 t/ano enquanto o Ceará22.427 t/an04.

Cómparando a Figura 1 com aFigura 2, percebe-se que nos últi-

. Figura 2Participação dos estados brasileiros na produção de

. castanha de caju, em relação à quantidadeproduzida em 19934. Fonte IBGE.

20

mos anos houve um grande cres~cimento da produção de castanhade caju no Maranhão e, principal-mente, no Piauí, em relação aosoutros estados brasileiros.

O preço médio de exportação dacastanha de caju brasileira podevariar devido a vários fatores como,por exemplo, a qualidade da cas-tanha. O Líbano importa castanhaa um preço de US$ 7,64/kg FOBenquanto os EUA US$ 4,87/kgFOB e a Itália US$ 2,42/kg FOB5.

Observando-se o gráfico de ex-portação (Figura 3) e na Tabela 2os exportadores de castanha, ve-rifica -se a extensão deste merca-do que vem estimulando o cresci-mento da agroindústria do caju e,paralelamente, a produção de LCC.

OBTENÇÃO ECOMERCIALlZAÇÃO DO LCC

Os processos de beneficiamen-to da castanha de caju contam comuma etapa de extração doLCCmediante fritura em LCC aqueci-do o 180-200°C. O líquido extraí-do sofre um tratamento químicopara seu aproveitamento indus-trial, enquanto a amêndoa sofre osprocessos necessários a sua co-mercialização.

Como o LCC é pouco utilizadono Brasil, o destino principal des-ta grande quantidade produzida é

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- N2708/709- SET/DEZ1996

o mercado externo. Reino Unido,Japão e EUA são os grandes impor-tadores, pois desenvolvem, proces-sos para sua utilização, com umnúmero expressivo de patentes2.

O preço de exportação do LCC éconsiderado irrisÓrio se compara-do ao valor que deveria atingir nomercado uma vez que possui com-posição nobre - uma mistura decompostos fenÓlicos, utilizados nafabricação de resinas de larga apli-cabilidade. O baixo preço é a causaprincipal do desperdício do LCC noBrasiljá que para algumas empre-sas a exportação não é lucrativa.

A Figura 4 apresenta o gráficode exportação de LCC. Os princi-pais exportadores deste produtoestão listados na Tabela 3.

UTIlIZAÇÃ9 DO LCC EMRE-SINAS FENOllCAS

O LCC é composto de cardanol,cardol, ácido anacárdico e 2-metilcardol (todos compostos fenólicosapresentando uma cadeia alifáticade 15 carbonos na posição para-emrelação à hidroxila). Este líquido po-

LCC

Tabela 2Principais exportadores de castanha de caju

sem casca, em 19955.

Fonte: SECEX-DPPC

de substituir o fenol petroquímicona síntese de resinas fenÓlicas.

As resinas fenÓlicas (sintetiza-das a partir de fenol e formaldeído)se destacam das Qutras resinaspelo fato de apresentarem qoa re-sistência mecânica, estabilidadetérmica e resistência ao impacto.

Essas resinas encontram vas-to campo de aplicação industrial.As principais áreas de utilizaçãosão a indústria madeireira, iso-

, Figura 3Exportação brasileira de castanha de caju sem càsca5.

Fonte: SECEX-DPPC

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ708/709 - SET/DEZ 1996

lamento térmico' e compostos demoldagem. '

Com o constante aperfeiçoa-mento destas resinas, seu uso temse expandido e, hoje, encontram-se aplicações na indústria elétri-co-eletrónica, fibras especiais, re-sinas de troca iônica, etc...

A indústria de resinas brasilei-ra tem conquistado importânciasignificativa na economia do país,apesar da produção nacional serainda baixa quando comparadacom a .dos grandes produtores:Observando o gráfico de importa--ção (Figura 5), percebe-se que aprodução nacional de resinas:fe-nÓlicas aindaué insuficiente parasuprir a demanda.

Em 1995, a quantidade de re-,sina exportada foi de 1.046 tone-ladas, como mostra a Figura 6,sendo Chile, Peru, Argentina e

-Uruguai os prinCipais comprado-res desse produto. As principaisempresas exportado'ras' estãq, lis-tadas na Tabela 4.

VANTAGENS DASUBSTITUiÇÃO DO FENOLPOR LCC NA SíNTESEDE RESINAS

Na síntese das resinas fenÓ-licas, 68% do custo de produçãocorrespondem aos insumos - fe-nole formaldeído. Assim sendo, asubstituição do fenol por LCC quecomo já foi citado, possui um bai-xo preço, reduziria consideravel-mente os custos.

21

LCC

Segundo dados da Rhodia,empresa que detém o monopó-lio da produção do fenol no Bra-sil, o pre<;o do fenol, em março de1996, encontrava-se em torno deUS$ i.l00/t FOB. Ó preço doLCC, também neste períodoaproximava-se de US$ 150/t, deacordei com a CAISA (grande pro-dutora de castanha de caju).Observa-se, assim, uma diferen-ça de aproximadamente 700%entre o preço do fenol e o do LCC.

Desta forma, as resinas produ-zidas a partir d,o LCC conseguematingir preços inferiores aos dasresinas de fenol. Enquanto as re-sinas de fenol do tipo novalac sãovendidas, em média, por US$2,50/kg e as do tiporesolporUS$2,40/kg, as resinas de LCC sãoproduzidas, ainda em pequenaescala, por US$ 0,90 /kg as em póe as em forma líquida por US$O,72/kg (Fontes: Alba Química eCaisa) .

Além do aspecto econômico,. éimportante salientar que, em con-seqüência da presença de uma ca-deia lateral na molécula de todosos componentes do LCC, observa-se aumento da flexibilidade resul-tando em maior processabilidadee melhores características de fric-ção da resina de LCC, quandocomparada com a de fenol.

Outro aspecto relevante é ofato de que, enquanto o fenol pro-vémde' fontes petroquímicas e

Figura 4Exportação brasileira de líquido da casca de castanha

de cajus. Fonte: SECEX- DPPC.

minerais, que envolvem proces-sos poluentes e onerosos, o LCCé extraído de fonte vegetal, por-tanto renovável, de uma impor-tante indústria, a de castanha decaju. Acrescente-se que as quan-tidades de LCC produzidas atu-almente, mesmo sem preocupa-ção de maximizar seu aproveita-mento, devido ao baixo preço devenda, já são suficientes parasuprir indústrias de resinas deporte econômico no Brasil.

Tabela 3Principais exportadores de líquido da casca de castanha

de caju, em 19955.

Fonte: SECEX - DPPC

22

s . u

REFERÊNCIAS

1. Mothé, C.G. e MilfontJr., W.N. - Revis-ta de Química Industrial, 695; 15-19:1994.

2. Mothé, C.G. - "Síntese, caracterízaçãoe estudo termo analítico de resinas fecnólicas obtidas a partir do Líquido daCasca de Castanha de Caju" (Tese dedoutoramento). Universidade de SãoPaulo, Instituto de Química, São Paulo1992.

3. Martins, M.A., Mothé, C.G., Tavares,M.LB. PolymerTesting, 15; 91-97: 1996.

4. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística

5. SECEX- DPPC - Secretaria de Comér-cio Exterior.

6. FAO - Food and Agriculture Organi-zation ofthe United Nations.

AGRADECIMENTOS

Ao Sr. Quirino Rodrigues,CAUCAIAIndustriaIS.A. (CAISA),à Alba Química e à Rhodia pelogentil fornecimento de dados demercado. -.

Ao Prof. Wilson Milfont Jr.,DPO/EQ/UFRJ, pelas sugestões.

Ao IBGE, a FAO e à SECEX-DPPC pela solicitude no forneci~mento de informações referentesa produção e comércio exterior.

Ao CNPq-UFRJ-SR-2 pelo apoiofinanceiro.

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

LCC

Figura 5Importações de resinas fenólicas (fenol-formaldeído)5.

Fonte: SECEX - DPPC.

Tabela 4Principais exportadores de

resina fenólica(fenol-formaldeído) em 19955.

. Figura 6Exportações de resina fenólica (fenol-formaldeído).

Fonte: SECEX - DPPC

Fonte: SEqEX-DPPC

.(*)Bolsíta do CNPq-SR-2

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709 - SET/DEZ 1996 23

I EMPRESAS IGrupo Degussa ampliandoassistência técnicainternacional

A fim de fortalecer sua presen-ça no mercado internacional, ogrupo Degussa contratou recente-mente cinco gerentes de serviçostécnicos, para atender a diferen-tes regiões do mundo.

A introdução desses consulto-res técnicos permitirá à Degussaalinhar suas operações na área deaditivos para alimentação com osinteresses dos clientes.

Em adição às informações dosprodutos,asrecomendaçõessobreaminoácidos, os procedimentosanalíticos e recomendações sobreo manuseio de' produtos, essesserviços refletem o esforço da De-gussa em vero cliente como o cen-tro de todas as atividades.

Segue uma breve descrição dosgerentes 'contratados:

Dra. Elizabeth de Olivêra ,.-;

Graduada em Zootecnia pela Uni-versidade de Lavras e Mestrado emNutrição Animal pela Universida-de de São Paulo. Dra. Olivera seráresponsável pela região da Améri-ca do Sul. Contato: Fax: (0055-11)601-3280. ,

Dr. Hans Gerhard MannSchmidt- Mestrado emAgricul-tura e Produção Animal pelo Ins-tituto 1'ecnológico e de CiênciasSuperiores de Monterrey, Méxi-co. Atende à América Central.Fax: (00502,2) 945635.. .

Dr. Weijun Zhang - Doutoradoem Nutrição de Aves Domésticaspela Universidade de Manitoba,Canadá. É responsável pela regiãoda China. Fax: (0086-21) 4729065.

Dr. Shian Ne Li - Mestrado emCiência Animal pela North DakotaState University e Doutorado emNutrição AiÜmal pela MississippiState University. Seu escritórioestá localizado em Ta1pei/Taiwan.Fax: (00886-2) 717-2106.

Dr. Salim M. Bootwalla- Mes-trado em Ciências das Aves pelaUniversity 01 Karachi, Pakistan eDoutorado pela Oregon State Uni-versity. Contato com Dr. Bootwallaem Sharjah/UAE. Fax (00971-6)366685. (PR)

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(Esquerda para direita): Dr. Salim M. Bootwalla, Dr. Shian Ne Li, Ora. Elizabeth de Ofivera,Dr. Hans G.M. Schmidt, Dr. Weijum Zhang.

Copene destaca empresasna área de segurança

Quatro. empresas que prestamserviços à Copene Petroquímica doNordeste S.A. foram destacadas naprimeira edição do Prêmio Copenede Segurança, diploma anual re-servado às contratadas com osmelhores desempenhos nas áreasde segurança, higiene industrial eproteção ambiental.

Iniciativa pioneira no Pólo Pe-troquímico de Camaçari, o prêmiocontemplou destaques em quatrocategorias. No subgrupo de pres-tadoras de serviços com envolvi-mento direto no processoindus-trial da Copene, venceram a CoreI,com mais de 50 empregados e aCooinsp, entre as de menor porte.A Promon e a Kurita respectiva-mente acima e abaixo da faixa de50 empregados foram as empresasmelhor pontuadas entre as contra-

tadas sem envolvimento no pro-cesso.

A seleção foi feita por uma co-missão formada porrepresentan-tes da Divisão de Engenharia eSegurança Industrial da Copene.Em vistorias trimestrais, a comis-são verificou o desempenho dasempresas a partir das exigênciasda Copene e da legislação em vi-gor. Ganharam pontos empresasque apresentaram processos maisconsistentes de melhoria contí-nua, além de menores taxas deacidentes no trabalho. (PR)

Bayer quer faturarUS$ bilhão por ano

o presidente mundial da Bayer,Manfred Schneider, em visita aoBrasil, anunciou os planos de au-mentar o faturamento das fábricasno país, dos US$ 800 milhões noano passado, para US$ 1bilhão no

REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ 708/709- SET/DEZ 1996

ano 2000. Os projetos do grupoincluem o aumento da produçãoda Tibrás, na Bahia, que fazdióxido de titânio, usado na pin-tura de veículos. (JB)

ABB fornece serviços demanutenção para Noruega

A ABB maior empresa de enge-nharia elétrica do mundo assinoudois contratos de cerca de US$ 200milhões para fornecer serviços demanutenção e modernização dasinstalações marítimas de gás e pe-tróleo no setor norueguês do Mardo Norte. Os contratos com a Sta-toil, estatal norueguesa de petróleo,prevêem não só a manutenção mastambém o planejamento, a enge-nharia, a fabricação e a instalaçãodos equipamentos. Além disso aABB vai fornecer tecnologia para amodernização dos sistemas doscampos de petróleo Troll e Sleipner.

As obras estão programadaspara começarem em novembrodeste ano e podem se estender porseis anos. A ABB estima que essenegócio gere emprego para mais de300 pessoas.

No setor de gás, petróleo e pe-troquímica a ABB emprega apro-ximadamente 8.000 pessoas emtodo o mundo e, em 1995 assinouvários contratos que totalizam ovalór de US$ 2 bilhões. O objetivodos negócios é desenvolver e mo-demizar as instalações de gás epetróleo, refinarias e instalaçõesquímicas e petroquímica. (PR)

Irundi Edelweiss é O novopresidente do Cofic

O engenheiro Irundi SampaioEdelweiss, diretor-superinten-dente, da Deten Química S/A, é onovo presidente do Conselho deAdministração do Comitê de Fo-mento Industrial de Camaçari -Cofic. Ele assume em lugar deFernando Paes de Andrade, queformalizou seu pedido de renún-cia ao cargo. A substituição é pre-vista nos estatutos do Cofic, ondeIrundi Edelweiss ocupava a Vice-presidência do Conselho deAdministração, Fernando Paes deAndrade foi presidente do Coficdesde 1985, função que acumula-va com a de diretor-superinten-

dente da Copene Petroquímica doNordeste S/ A. O Cofic é uma as-sociação privada, que reúne 46empresas no Pólo Petroquímico deCamaçari, Candeias e Maceió (AL).Desenvolve ações de interesse co-letivo de suas associadas em vá-rios campos de atividade, den-tre as quais se destacam meioambiente, saúde, segurança in-dustrial e patrjmonial, treinamen-to e comunicação social. (PR)

OUo Vicente Perrone é OnovoSuperintendente da Copene

O atual presidente da Norquisae membro do ConselhQ de Admi-nistração da Copene, Otto VicentePerrone, é o novo Diretor Superin-tendente da empresa, em substi-tuição ao engenheiro químicoFernando Paes Andrade. O seunome foi escolhido durante reu-nião realizada pelo Conselho, noRio de Janeiro. '

Otto Vicente Perrone, que atébem pouco tempo atrás exercia ocargo de Diretor Presidente daCopene, é engenheiro químico, for-mado pela Escola Nacional deQuímica do Rio de Janeiro (1955),com especialização em refinaria dePetróleo (1956). '

Chefiou, de 65 a 68, a Divisão dePetroquímica da Petrobrás e, de 71a 82, foi Diretor e depois Vice-Pre-sidente daPetroquisa S/A. Aindanesse período, fez parte da Direto-ria ou do Conselho de Administra-ção de um grande número de em-presas petroquímicas brasileiras.

Atualmente, além da presidên-cia da Norquisa, Perrone é mem-bro do Conselho de Administraçãodas seguintes emp'resas: Petroflex,Norcel e Acrinor. E também presi-dente do Instituto Brasileiro dePetróleo - IBP e Vice- Presidente daAssociação Brasileira deIndústriaQuímica e de Produtos Derivados- Abiquim, da qual foi presidenteno período de 85/86. (PR)

Windmõeller do Brasilconquista a ISO 9002

AWindmõeller & Hoelscher doBrasil, instalada em Diadema(SP), é a primeira fábrica de má-quinas para a produção de em-balagens flexíveis a implantar

REVISTADE QUíMICA INDUSTRIAL- N2 708/709- SET/DEZ 1996

I EMPRESAS Ium sistema de qualidade dentrodas normas da ISO 9002 o quepermitirá à empresa aumentarsua atuação no' mercado exter- .no. O Instituto Carlos AlbertoVanzolim, de São Paulo, e a DQSda Alemanha, acabam de confir-mar a certifica -ção. conseguidaem 15 de julho último.

Atualmente, a empresa fabricauma linha completa de máquinaspara a produção de sacos' de ráfiacom ou sem plastificação, utiliza-dos para ensacar adubos, semen-tes, fertilizantes e produtos quími-cos em geral. Também faz máqui-nas especiais como extrusoraspara fios de fundo de carpete. (PR)

SGSe PASA/PAC criamcentro de Tecnologia parainspeção de equipamentos

A Divisão IndustriciJ./END daSGS do Brasil aliou-se a PASA -

subsidiária sul americana daPhysical Acoustics Corporation(PAC) - para criar o Centro de Tec-nologia SGS/PASA. O Centro ,deTecnologia oferece serviços deinspeção em equipamentos in-dustriais e surgiu da parceira desuas empresas com tradicional ex-periência mundial na área de ins-peção e verificação da qualidade.

O' Centro pode realizar avalia-ções precisas da integridade 'dereatores, fomos, caldeiras, tubu-lações, entre outros equipamen-tOs. O investimentos previsto paraimplantação do projeto é de US$500 mil. (PR)

UDa volta a operar

A Unipar Divisão Química vol-tou a funcionar no mês de agosto,após dediçar quase 50 dias à ma-nutenção preventiva dos equipa-mentos e a introdução de melhoriasnas unidades de produção. ,

Neste período, a UDQ mobilizounada menos que US$ 2 milhões,visando garantir o sucesso dasatividades.

Para se ter uma idéia da dimen-são dos trabalhos, cerca de 300pessoas realizaram não apenasmanutenções rotineiras, comoinovações tecnológicas. (PR)

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I. PROCESSOS,PRODUTOS,SERViÇOSIFesto Didactic lança kit decontrole de processos

A Festo Didactic lança seu kitpara ensino em automação e con-trole de processos contínuos.

De acordo com o gerente da FestoDidactic, Mãrio Borin, o novo kit, ex-clusivo no Brasil, supre a necessi-dade de treinamento de profissio-nais que atuam nas indústrias deprocessos, como siderúrgicas, quí-micas, plásticas, alimentícias etc.

O kit básico desenvolvido pelaFesto na Alemanha foi lançadona Europa em outubro de 1995 e écomposto de três subsistemas:subsistema de controle de tempe-ratura, de controle de filtragem e osubsistema de controle de nível. Ostrês subsistemas são monitoradospor um Controlador Digital Univer-sal e todo o processo pode sermonitorado através de um softwarede visualização, o que facilita oaprendizado. O sistema ainda per~mite ao aluno a simulação de qual-quer situação de manobra com vi-são global de todo o processo, po-dendo ser ampliado para outrosprocessos, de acordo com as neces-sidades de cada cliente. (PR)

Setor de etiquetas cresce.12% em 1996

o setor de etiquetas adesivasdeverá apresentar este ano um cres-cimento de 12% na produção, o querepresenta 200 milhões de metrosquadrados de material auto-adesi-vo. Apesar deste bom desempenho,as indústrias de etiquetas lançamestratégias para aumentar o consu-mo per capita no mercado nacional,que atualmente é de 0,9 m2 por ha-bitante, um índice ainda baixo secomparados aos 12 m2 por habitan~te apresentado pelos .Estados Uni-dos. (PR)

'. Fosfertil e Ultrafertil investemem aplicação

O Conselho de Administração daFosfertil e Ultrafertil aprovou a exe-cução de dois projetos de grandeporte que visam a implantação deuma nova planta industrial de áci-do fosfórico no complexo industri-

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Kit de controle Festa

aI da Fosfertil em Uberaba, MinasGerais, e a ampliação e moderni-zação do terminal marítimo daUltrafertil em Santos, São Paulo.Para viabilizar os projetos serãonecessários recursos de US$ 80milhões que, somados aos investi-mentos já realizados nos últimosanos, totalizam US$ 190 milhões.Para a implantação da nova unida-de de ácido fosfórico, prevista paraentrar em operação no segundosemestre de 1998, a empresa des-tinará US$ 55 milhões. O objetivoé ampliar em 20% a capacidadeprodutiva do complexo industrialde Uberaba, representando mais83 mil toneladas de P205 em ácidofosfórico que serão transformadosem fertilizantes fosfatados solú-veis, ou seja, fosfato de monoa-mônio (JYIAP)e superfosfato triplo(TSP). "Nossa meta é produzir 175mil toneladas adicionais de MAP eTSP, ampliando a oferta de fertili-~antes e acompanhando o cresci-mento do mercado" explica LairAntônio de Souza, ressaltando quea planta de ácido fosfórico contarácom sistema de automação indus-trial.e equipamentos de avançadatecnologia, permitipdo alta produ-tividade e qualidade dentro das

mais rigorosas normas de preser-vação ambiental. (PR)

Siegling lança esteira empoliolefina para indústriado fumo

A Siegling GmbH, de Hannover,Alemanha, líder mundial na fabri-cação de esteiras transportadorase de transmissão em materiais sin-téticos, está lançando as esteirastransportadoras em poliolefina es-pecíficas para uso no processamen-to de fumo e industrialização de ci-garros, com o propósito de substi-tuir os remanescentes componentesde borracha, PVC e poliuretano.

No Brasil, a tendência de substi-tuição do PVC e PU por poliolefinaem esteiras transportadoras deveacontecer rapidamente, de acordocom o gerente-geral da Siegling Bra-sil' Raul Gollmann, já que hoje ofumo brasileiro é imprescindível no"blend" de alguma das mais famo-sas marcas internacionais, comoMarlboro, Lucky Strike e Camel, porexemplo, e, no mundo inteiro', asfábricas de cigarro e de fumo lutampara não atrair indesejáveis aten-ções da opinião pública. (PR).

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SET/DEZ 1996

índice Remissivo dos trabalhos publicados em 1996

Reportagens"Lei das Patentes: O que está em jogo?"Peter Rudolf Seidl"Monitoramento do risco de poluição do meio ambiente provocado pela armazenagem edistribuição de petroquímicos".Cláudio Drehmer

"A necessidade de redução da geração de resíduos nos processos de fabricação"Eduardo McMannis Torres .

Artigos Técnicos"Sistemas aquosos para formação de imagem"Hélcio O. Rocha, Leila L.Y. Visconte, Cristina T. Andrade

Reportagens"A perda dá capacitação da química fina após 1990"Ricardo Isidoro da SilvaArtigos Técnicos"Polímeros biodegradáveis"Ronilson V. Barbosa"Catálise"Cláudia Inês Chamas

Reportagens"Tintas -vernizes, lacas, esmaltes, primers"Eloisa B. Mano, Walker S. Drumond"Reciclagem de garrafas de PET"Christine R. Nascimento, Élen B.A. V. Pacheco, MarcosL. Dias"Plastificantes: alguns aspectos da produção nacional"Victor J. Pita, Carlos A. Hemais

Reportagens"Localização de livros e periódicos de tecnologia química"Jacques F. Dias, Peter R. Seidl, Vera Le/Jis"Mercado de hidrocolóides no Brasil"Luis C. Freitas, Adriana D.M.O. Monte, Thais A. Cavalcante, Cristina T. Andrade"Potencialidade e perspectivas do LCC obtido na agroindústria do caju"Cheila G. Mothé, Simone M. Castro, Marcela Ganem, Tatiana C. Silva

REVISTA DEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708j709-SETjDEZ 1996 27

Agenda1997

JANEIRO

INTERNATIONALSYMPOSIUM ON

CHEMICALAND BIOLOGICALTHERMODYNAMICS

Amritsar, India - 5 a 8 de janeiro de 1997Info.: Prof. D.V.S. JainFax:91172541409

Dep. of Chemistry, Panjab UniversityChandigarh 160014, India

V ENCUENTRO DE EDUCACIONQUíMICA

Valparaiso, 6 a 8 dejaneiro de 1997Info.: Prof. MarcelaArellanoJohnsonTel.: 32251024, Fax: 32239254Valparaiso

INTERNATIONAL CONFERENCES ONPOLYMER CHARACTERIZATION

Univ. North Texas, USA - 8 a 10 de janeirode 1997Info.:Fax: 001 (817) 565-4824polychar marta.pHys.untedu;web httpllwww-lon.untedu/POLYCHART

MARÇO

PITTCON'97: 48th. PITTSBURGHCONFERENCE ONANALYTICALCHEMISTRY ANDAPPLlEDSPECTROSCOPY ,

Atlanta, Georgia, USA - 17 a 21 de marçode 1997Info.: Linda Briggs, Pittsburgh Conference300 Penn Center Boulevard, Suite 332Fax: 14129253224Pittsburgh, Pennsylvania 15235, USA

MAIO

191st MEETING OFTHEELECTROCHEMICAL SOCI ETY

Montreal, Canadá - 4 a 9 de maio de 1997Info.:Tel.:OO1 (609)737-1902;Fax: 737-2743

ecs eletrochem.org ou http://www.electrochem.org

JUNHO

4th INTERNA TIONAL SYMPOSIUM ONBIOORGANIC CHEMISTRY

Biarritz, France - 1 a 6 de junho de 1997Info.: Prof. A. MarquetUniversité Paris URA CNRS 493

Lab. de Chemie Organique BiologiqueTour 44/45-4 PI. Jussien75252 Paris Cedex 05 France

.:JULHO

38thMICROSYMPOSIUM ON

MACROMOLECULES RECYCLlNG OFPOLYMERS

Prague, Czech Republic -14 a 17 de julhode 1997

28

Info.: Dr. B. Valter

Institute of Macromolecular ChemistryAcademy of Sciences of the CzechRepublicHeyrovského nám. 216206 Prague 6 - Petriny, Czech Republic

17th DISCUSSION CONFERENCE ONMACROMOLECULESSURFACEANDINTERFACIAL PHENOMENA INMACROMOLECULAR SYSTEMS

Prague, Czech Republic - 21 a 24 de julhode1997Info.: Dr. B. Valter

Institute Macromolecular ChemistryAcademy of Sciences of the CzechRepublicHeyrovského nám. 2,16206 Prague 6 - Petriny, Czech Republic

8th INTERNATIONAL CONFERENCE ONBIOINORGANIC CHEMISTRY

lokohama, Japan - 27 de julho a 1Q deagosto de 1997Info.: Prof. M.ldai

Dep. of Chemistry& BiotechnologyGraduate School of Engineering,The University of TokioBunkyoku, Tokyo 113, Japan

AGOSTO

36th IUPAC CONGRESS

Geneva, Switzerland - 17 a 22 de agostode1997Info.: 36 tf IUPAC CONGRESS

cio AKM Congress ServiceP.O. Box37, Fax: 41227611662CH - 1218 Le Grand - Saconnex,Switzerland

5th INTERNATIONAL SYMPOSIUM ONMOL TEN SAL T CHEMISTRY AND

TECHNOLOGY ,

Dresden, Germany - 24 a 29 de agosto de1997Info.: Dr. H.W. Siesler

Dep. of Phisical Chemistry, Univ. of EssenFax: 49 201 1833967 .

D 45117 Essen, Germany

XXXIIINTERNATIONAL CONFERENCE ONCOORDINA TION CHEMISTRY

Santiago, Chile - 24 a 29 de agostode 1997 ,Info.: Dr. Juan ConstamagnaFac. de Ciência Univ. de Santiago de ChileAvda. B. O Higgins 3363-Fax: 5626812108

Caso 307-2, Santiago 2.

8th INTERNATIONAL CONFERENCE ON

BIOINOR<3.ANIC CHEMISTRYY okohama, Japan - 2717 a 1 de agostode1997 -

Info.: Prof. M. Hidai, Dep. Chemistry&BiotechnologyGraduate School of Engineering,Univ. TokyoBunkyoku, Tokyo 113, Japan

SETEMBRO

8th INTERNATIONALCONFERENCE ONNEARINFRAREDSPECTROSCOPY:SENSOR AND CHEMOMETRICS

Essen, Germany - 15 a 19 de setembrode1997Info.: Dr. H. W. SieslerDep. of Phisical Chemistry, Univ. of EssenFax: 492011833967D 45117 Essen, Germany

XXX COLLOQUIUM SPECTROSCOPICUMINTERNATIONALE

Melbourne, Australia - 21 a 26 de setembrode1997Info.: Dr. Neil W. BarnettSch. of Biological and Chemical Scs.Deakin Univ. Fax 6152271040e-mail: [email protected], Victoria 3217,Âustralia

XJORNADASARGENTINAS DE CATALlSIS

Buenos Aires, Argentina -22 a 25 desetembro de 1997

Info.: Dr. Miguet LabordeDepto. Ingenieria Quimica, Facultad deEngenieriaFacultad de Ciencias Exactas y Naturales,UBAPab. de Industrias, Ciudad UniversitariaFax: 54 1 7888964miguel @ pin matedu.ar1428 - Buenos Aires, Argentina

OUTUBRO

24th ANNUAL MEETING OFD THEFEDERA TION OF ANAL YTICAL CHEMISTRYAND SPECTROSCOPY SOCIETIES

Providence, Rhode Island, USA -25 a 31de outubro de 1997Info.: Bonnie A. SaylorFeder. of Analytical Chemistry andSpectroscopy Societese-mail: [email protected]: 301 6946860

201 B Broadway StrFrederick, Maryland21701-6501, USA

NOVEMBRO

II CONGRESSO INTERNACIONAL DEPLANTAS AROMATICAS Y MEDICINALESPARA EL BIENESTAR DE LA HUMANIDAD,WOCMAP II

Mendonza, Argentina -1 Oa 15 deNovembro de 1997Info.: Prof. Dr. Arnaldo L. Bondoni ISociedad Argentina para Ia Investigacionde Productos: Aromaticos: SAIPAFax: 541 3832360Auda de Mayo 1234, ler, piso. oficina 36e-mail: [email protected] Buenos Aires, Argentina

OXIGENATED FUELS AND URBAN AIRQUALlTY IN THE AMERICAS

Cancun, México - 11 a 15 de novembrode1997 .Info.: Prof. Humberto BravoCentro de Ciências de Ia AtmósferaUniversidad Nacional Autonoma de MéxicoC.P. 04510, Fax 52 5 6224052México D.F., México

REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- NQ708/709- SETjDEZ1996

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REPORTAGEM ESPECIAL

Bayer assume controle da CPBe aquece mercado de plásticos

de engenhariaWilson Milfont Jr.

Líder mundial no segmento de resinas de alta performance,a empresa dá o grande P;;lSSOpara estabelecer no Brasil

sua base de negócios para a América Latina

-u m importante aconteci-:mento abriu o ano de 1997

sacudindo o mercado de plás-ticosde engenharia. A BayerS.A. sacramentou em coletivaà imprensa, dia 8 de janeiro,a compra do controle acio-nário da CPB - Central de Po-límeros da Bahia, tornando-'seo maior prÇ)dutor brasileiro deresinas ,ABS (poli(acriloni-trila-butadieno-estireno)) econsolidando no país sua basede negócios em termoplásti-cos para a América Latina.

A Bayer pagou US$ 51,6 mi-lhÔes ao gnmo Unigelpelaaquisição de dois terços dasaçoesda CPB, que produz.resi-nas ABS e SAN (poli(estireno-acrilonitrila) em sua fábrica deCamaçari,BAe possui instala-çÔes decompostagem em SãoBernardo âoCampo, SP, tam-bém incluídas na transação. Ogrupo Unigel permanece com oterço restante das açÔes. A CPBtem cerca de 200 funcionáriose produziu 25 mil t de resinasem 1996, metade de sua capa-cidade instalada, obtendo umfaturamento da ordem de US$65 milhÔes.

"É importante ressaltar queeste é apenas um começo,poisestão previstos investimentosque deverão triplicar este- fa-turamento nos próximos qua-tro anos", disse Theunis Mari-nho, executivo da Bayer S.K.que assumiu a presidência daCPB e também o negÓcio de

plásticos do Grupo Bayer naregião.

PENETRAÇÃO NO MERCADO -Embora líder mundial em plásti-cos de engenharia, faltava'à Bayeruma base dé operaçÔes para am-pliar sua participação no merca-do latino-americano, que ultra-passou 100 mil t dessas resinasem 1995, metade das quaisABS.O segmento vem,crescendo na re-gião ataxas bem superiores às domercado mundial.de plásticos,que experimentou crescimentomédio de 5% a.a. no período 1985-1995.

O mercado brasileiro de ABS éhoje da ordem de 50 mil tçllluais,englobando as aplicaçÔes comoplástico de engenharia e "com-modity" . A CPB lidera a oferta com50% etem como único concorren-te a Nitriflex, em Duque de Ca-xias, RJ, com 35%. Os 15% res- >-

, ztantes são cobertos por importa- eçÔes. Sua primeira meta será do- ~brar a produção, atingindo a ple- :s:na carga nos próximos dois anosmediante incre:rp.ento das expor-taçÔes. O objetivo maior deveráser alcançado em quatro anos econtempla a introdução, no Bra-sil ,e na região, deoutros plásti-cos de performance da Bayer'nosquáis ,o grupo é lider, como PC(policarbónato), PA (poliainidas),blendasPCjABS e outros. "Osplásticos de engenharia são o ne-gócio central da nossa empresa",,afirmou Klalis Seeger, diretormundial para o negócio de plásti-cos, e "é' nossa intenção chegar-

RQI- REVISTADEQUíMICA INDUSTRIAL- N° 708j709~ SETjDEZ1996

mos a ser o número um na Améri-ca Latina".

PARCEIRO COMPETITIVO - Se-gundo Henri Slezynger, diretor~pre-sidente da Unigel e que permane-cerá no conselho de administraçãoda CPB, a empresaproduz resinasdesde 1979 e é competitiva, aponto de ter se mantido lucrativamesmo Operando a 50% dá capa-cidade. ' ,- ,

A CPB ampliou a escala comvistas ao mercado de exportaçãomas,teve seus objetivos frustra-dos devido à queda dos preços daresina ABS no m'ercado interna~donal, a níveis abaixo domerca-do interno (o preço externo hojese situa entre US$ 1,8 e US$'2,Ojkg). A busca de maior compe-titiVidade levou à parceria com aBayer. '

Theunis Marinho:em buscada liderança nomercado latino-americano

IA

PLÁSTICOS DEENGENHARIA

Slezynger: parceria com a Bayerem busca de competitividade

PRESENÇA INTERNACIONAL-ABayeré uma empresa diversifi-cada, com atuação internacionalno ramo químicq-farmacêutico,,em uma ampla gama de produtos e

serviços nos segmentos de saúde,

'agropecuário, materiais de cons-

trução, especialidades químicas e

sistemas fotográficos e gráficos.

Na área dos plásticos de enge-

nhariéi, ocupa o primeiro lugar na

Europa, com 33%dqmercado eose- ,

gundo nos EUA, com 25%. Possuifábricas nà Alemanha, EUA, Índia,

Tailândi;;le,agora, no Brasil.A em-

presa se destaca em policarbo-natos, com 500 mil tde capacidade

instatada, ABS e suas misturas cOI])

capacidade superior a 450 mil t,e

poliamidas. Nos Estados Unidos,

começou a produzir há dois anos

após adquiriras operações de ABS

da Monsanto, e acaba de reforçar

sua posição com aquisição dafábri-

ca de estireno do mesmo grupo, que

responde,porum volume de negóci-os de US$600 milhões anuais e for-

nece uma das matérias-primas daresinaABS.

O Grupo Bayer obteve uma re-

ceita líquida de US$ 31,5 bilhões

em 1996 e um resultado, após os.

impostos, de US$ '1,7 bilhão~ O

grupo emprega mundialmente143.000 pessoas. Presente no

Brasil há um século, ,-aBayer al-

cançou no país uma receita líqui-'dade US$ 912 milhões em 1996 e

investiu, nesse ano, US$ 92 mi-

lhões. O grupo emprega noBrasil,

4.000 pessoas.

O Brasil responde por 3% do

faturamentomundial daBayere pormetade do latino-americano.

2A

>--zg~3i

Mercado aquecido e competitivo

R esinas de engenharia ouplás-ticos de engenharia na desig-

nação mais corrente, são polímerossintéticos que representam uma al-ternativa aos materiais tradicionais

de engenharia, tais como aço e outrosmetais. Dada sua menor densidade emaior versatilidade face a esses ma-teriais' criaram novas alternativasde "design" e vêm substituindo osmesmos em ritmo acelerado numsem número de aplicações nos maisdiferentes setores, destacando-se oeletroeletrônico e o automotivo.

A principal característica que di-ferencia os plásticos de engenhariadas resinas de uso geral, considera-das "commodities" (polietileno, poli-propileno, PVC, acrílica, etc.) são asespecificações de desempenho, rígi-das e exigentes para cada aplicação.Devido a esses requisitos se situamem faixas de preços mais elevadas(ver "Resin,as de Engenharia", RQI695,jan/mar 1994, pp. 7-10).

PORTE E TENDÊNCIASDOMERCADO - Omerca-do mundial dessas resi-

nas ultrapassa hoje osseis milhões de toneladas

anuais, registrados em

BA VER - DIVULGAÇÃO

1995, e atende principalmente os seg-mentos eletroeletrônico, que lidera com

. 38% da demanda, e automotivo, com23% (ver quadro abaixo).

No Brasil, com um mercado da or-dem de 65 mil t em 1995, a liderançase inverte, O segmento automotivoresponde por mais de 50% da deman-da, secundado pelos eletroeletrônico ede eletrodomésticos. Impulsionadapelo Plano Real, a indústria automobi-lística produziu mais de 1,8 milhão deveículos em 1996, volume quase 73%superior ao'de 1992, e deverá crescer39% chegando aos 2,5 milhões no ano2000, caso se concretizem os investi-mentos de US$ 10,7 bilhões previstospelas inontadoras.

, A demanda de resinas no segmentopoderá então mais que dobrar, casoacompanhe a tendência d6 mercado in~temacional, onde o nível mêdio de con-sumo subiu de 3 kgporveículo em 1991para 6,5 kgporveículo em 1995 "e podechegara 11 kgem2000", devidoà"com-pactação cada vez maior dos novos mo- ,

PLÁSTICOS DE ENGENHARIAMERCADO MUNDIAL -1995

Tótal aprox.: 6,0 milhões de tValor: US$ 14,6 bilhões

Módulos de montar"Lego"em Novodur@(ABS). Exigem boaresistência à pressãoe devem ser facilmen-te desmontáveis

NQ708/709- SET/DEZ 1996 - REVISTA DE QUíMICA INDUSTRIAL - RQI

SETOR DE PARTlCI-APLICAÇÃO PAÇÃO (%)Eletroeletrônico 38Automotivo 23Lazer 4Construção Civil 4Embalagens 4Engenharia 2Outros 25Total 100

'delos e a conseqüente exigência de ma-teriais resistentes a temperaturas maiselevadas", segundo avaliação da revis-taPlásticoModemo(junho 1996, p. 35).

O mercp.do de eletrodomésticostambém experimentou grande cresci-mento, elevando o volume em 53% noperíodo 1994-96, e promete manter astaxas elevadas.

Os prognósticos para estes doissegmentos, que cQmal1dàmÓ merca-do, perinitementão prever uma de-manda no ano 2000 superior a 100 miltanuais para as resinas de alto desem-penho no ,mercado brasileiro.

PADRÃo DE COMPETIÇÃO - A resi-na ABS respondeu por metade da de-manda mundial nos segmentosautomotivo e eletroeletrônico em

1995, seguida pelas poliamidas epolicarbonato que, juntas, somaram

PLÁSTICOS DE ENGENHARIA

PLÁSTICOS DE ENGENHARIAMERCADO AUTOMOTIVO E ELETROELETRÔNICO -1995

Totalmundial:3,6milhõesde t. Valor:US$9,13bilhões

Fonte:BAYERAG.

um terço do mercado (ver quadroacima) .

No Brasil, estas trêsçlasses de resinas fo"ram as mais utiliza-das, secundadas peloPOM (poli(oximetile-no)). Vem ganhando es-paço o uso de PP com-posto, principalmenteem pára-choques e pai-néis de veículós, devi~do ao alto dese'mpenhoe custo inferior ao das

resinas de performance propria-mente ditas.

Uma característica inerente ao'

setor é a competição constanté en-tre as distintas classes de resinas em

cada aplicação, podendo qualquerganho sensível em desempenho ejou custo deslocar-um competidor.. Jã outra caracteristica que ganhaespaço é a globalização do mercadode produtos insumidores das resi-nas, em especial o automotivo. As-sim, o lançamento' dos modelos decarros mundiais é acompanhado dapreferência, pelas montadoras, deutilizar os mesmos componentes emtodos os países onde o carro é fabri-'cado, geralmente com fonnulaçõesJá homologadas na matriz.

A globalização favorece os grandesprodutores mundiais de resinas', nãosó pelos maiores volumes comer-cializados que barateiam os preços,como também por demandar uma,constante inovação tecnológica" qliedita novos produtos e aplicações numritmo não acompanhado pelos fabri-cantes menores. É assim que Bayer,Hoechst, General Electric, Du Pont,Dow Químicà e outras poucas empre-sas ocupam a maior fatia do setor. Aparceria com a CPB ,se insere nestecontexto. " ,

EIetroeletrônicos emMakrolon@(PC) e,Bayblend@(blenda PC/ABS). (ao lado)

Painel dianteiro da BMW850 em resina. Construçãoleve, moldada em doisminutos com precisãodimensional

RQI- REVISTADE QUíMICA INDUSTRIAL - NQ708/709 -SETIDEZ 1996 3A.

RESINA ' PARTlCIPAÇAOMilt %

ABS- POIi(acrilonitrila/butadieno/estirerio) 1.730 48

PA -Poliamidas(6/6.6) 790 22

PC- Policarbonato 470 13

PC/Ai3S- Policarbonato/ ABS 360 10

PBT-Poli(tereftalato de butileno) 180 5

PC/PBT- Policarbonato/Poli(tereftalato de butileno) 70 2

Total 3.600 1,00