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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
JULIANE RODRIGUES DE MELO
QUALIDADE DE VIDA E ASSOCIAÇÃO DO WHOQOL-BREF COM O PERFIL DOS IDOSOS
BARRA DO GARÇAS – MT
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
JULIANE RODRIGUES DE MELO
QUALIDADE DE VIDA E ASSOCIAÇÃO DO WHOQOL-BREF COM O PERFIL DOS IDOSOS
ORIENTADOR: Prof.º Dr.º Marcílio Sampaio dos Santos
Assinatura da Orientador: _______________________________________
BARRA DO GARÇAS – MT
2019
Monografia apresentada à banca examinadora do Curso de Farmácia do Campus Universitário do Araguaia/UFMT, como requisito parcial, para a obtenção do título de Bacharel em Farmácia.
III
DEDICATÓRIA
Aos meu pais, que me deu o maior apoio, incentivo, amor, carinho e fizeram de
tudo para não me faltar nada.
A minha irmã, pois sempre esteve ao meu lado, apoiando em todas as minhas
decisões.
IV
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.
Aos meu pais, Antonio Gomes e Isabel Rodrigues, pelo apoio incondicional, fizeram
de tudo para dá a melhor educação, e total incentivo.
À minha irmã Dayanne Rodrigues e minha avó Noêmia Gomes que acreditaram e me
incentivaram sempre.
Ao meu orientador Marcílio Sampaio, pelo acolhimento em seu projeto, total paciência
em construção desse trabalho e incentivo.
À Universidade Federal de Mato Grosso, e o corpo docente do curso, pela
oportunidade da graduação e contribuição para experiências acadêmicas.
Aos idosos que dedicou seu tempo e paciência para participar da pesquisa, em
finalidade de fonte de conhecimento.
Aos professores participantes da banca examinadora Karina da Silva Chaves e Flávia
Lúcia David, pelas colaborações, sugestões e o valioso tempo.
Aos amigos, em especial à equipe do projeto, Denise Dorneles, Leidiane Rezende,
Luana Arruda, Natalia Caroline, Rafaela Cristina e Thaisa Cimardi. Obrigado pelo
incentivo, suporte, e por fazerem dos meus dias ruins os de melhores risadas.
Também, Caroline Maranhão, Aleidiana de Oliveira, Rayane Campos, Klis Macleiton,
Jhulle Eveni, Andiara Luiza, Katharine Pires, Weslane Sobrinho, Lindamara Carvalho,
Claudia Polita e todos aos meus familiares que não me deixaram desistir. A vocês
deixo minha maior gratidão.
Aos meus animais de estimação, que sempre demonstraram amizade e lealdade
incondicionais, em especial Nina e Thor que já passou pela minha vida durante a
graduação, e a Lily e Mel que hoje é a alegria da casa. “Um cão é um anjo que vem
ao mundo para ensinar amor, alguns anjos não possuem asas, possuem quatro patas
e um corpo peludo. ” (Autor desconhecido)
V
RESUMO
Objetivou-se conhecer o perfil e a qualidade de vida dos idosos em seguimento das unidades básicas de saúde. Estudo epidemiológico prospectivo, transversal de base populacional, exploratória, de caráter quantitativo, que incluiu 235 idosos, com alguma doença crônica não transmissível (DCNT), residentes na cidade de Barra do Garças – MT. Os dados foram coletados entre abril e setembro de 2017. Para coleta de dados aplicou-se quatro questionários mediante visitas domiciliares. A análise estatística foi realizada com o auxílio do pacote estatístico SPSS versão 23, adotando nível de significância de 5% (p < 0,05). O instrumento WHOQOL-Bref relacionou quatros domínios: físico, psicológico, social e ambiental. No físico obteve-se positividade nas categorias de atividade física. O psicológico influenciou na pratica de atividade física, predisposição para transtornos mentais em mulheres e correlação entre baixa escolaridade. Já os domínios ambiental e social demonstraram relação com escolaridade, pratica física e condições de saúde. É necessário a ampliação do foco de atenção aos idosos, desenvolvimento de estratégias de planejamento, implementação e melhorias de programas de promoção de saúde, assegurando melhores condições de vida de modo a possibilitar um envelhecimento saudável e qualidade de vida.
Palavras-chave: Qualidade de vida; WHOQOL-BREF, Idoso; Saúde do Idoso
VI
ABSTRAT
The objective was to know the profile and the quality of life of the elderly in follow-up
of the basic health units. A prospective, cross - sectional, population - based,
exploratory, quantitative study that included 235 elderly individuals with some chronic
non - transmissible disease (CNCD) living in the city of Barra do Garças - MT. Data
were collected between April and September 2017. Four questionnaires were used for
data collection through home visits. Statistical analysis was performed using the
statistical package SPSS version 23, adopting a significance level of 5% (p <0.05). The
WHOQOL-Bref instrument related four domains: physical, psychological, social and
environmental. In the physical, we obtained positivity in the categories of physical
activity. Psychological factors influenced the practice of physical activity, predisposition
for mental disorders in women and correlation between low educational levels. On the
other hand, the environmental and social domains showed a relationship with
schooling, physical practice and health conditions. It is necessary to expand the focus
of attention to the elderly, develop strategies for planning, implementation and
improvements of health promotion programs, ensuring better living conditions in order
to enable healthy aging and quality of life.
Key words: quality of life; WHOQOL-BREF, elderly; health of the elderly.
VII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BEP – Bem-esta psicológico
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística
OMS – Organização Mundial da Saúde
QV – Qualidade de Vida
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SUS – Sistema Único de Saúde
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização do perfil sócio demográfico e estilo de vida dos idosos (N =
235). .......................................................................................................................... 19
Tabela 2. Caracterização do perfil econômico dos idosos (N = 235). ....................... 21
Tabela 3. Resultado da comparação do WHOQOL-bref com o perfil dos idosos. ..... 23
IX
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 10
2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 13
3. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 16
3.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................................... 16
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 16
4. METODOLOGIA ............................................................................................................................ 17
4.1 Análises estatísticas ................................................................................................................. 18
5. RESULTADOS ............................................................................................................................... 19
6. DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 25
6.1 Perfil Sócio demográfico ..............................................................................................25
6.2 Escolaridade/Estado civil ........................................................................................................ 25
6.3 Prática de atividades física ..................................................................................................... 25
6.4 Religião e engajamento em grupo social ............................................................................ 26
6.5 Perfil econômico dos idosos .................................................................................................. 26
6.6 WHOQOL-bref/ perfil dos idosos ........................................................................................... 27
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 30
8. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 31
9. ANEXOS ......................................................................................................................................... 36
10
1. INTRODUÇÃO “Se a juventude soubesse, se a velhice pudesse”
Henri Estienne
França 1531 // 1598
Humanista
O termo qualidade de vida foi utilizada pela primeira vez pelo presidente dos
Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, que declarou que “os objetivos não
podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos
através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas’’. O empenho para
desenvolver o conceito “qualidade de vida” surgiu de cientistas sociais, filosóficos e
políticos. Este termo vem sendo utilizado na medicina quanto na avaliação de
condições de saúde, quanto para avaliação subjetiva do paciente (FLECK et al.,
1999).
A dimensão “qualidade de vida” pode fornecer importantes parâmetros sobre
os aspectos pessoais e sociais, condições psicológicas, o foco é centrado no
tratamento e no processo avaliativo (HIGGINSON, 2001), o relevante e considerado
um diferencial importante – a opinião do paciente é levada em conta (WOOD-
DAUPHINEE, 1999).
A questão da qualidade de vida muitas vezes está relacionada com a saúde,
tendo este conceito englobado e podendo ser aplicado em várias situações. Apesar
de não possuir um consenso, ainda existe grande necessidade em mencionar a
qualidade de vida em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) juntou
especialistas da área da saúde para definir alguns termos como: “a percepção do
indivíduo na sua colocação de vida na situação da cultura e sistema de valores nos
quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações” (GIL, 2018). Refere-se a conceito abstrato, complexo e que inclui
fatores positivos e negativos (FLECK, 2000).
A avaliação quanto os cuidados de saúde em uma sociedade avançada,
conectada aos meios de comunicação em multimídia é exigente quanto a qualidade
dos cuidados prestados pelos serviços de saúde. Considera-se não apenas os custos
dos serviços, mas também os benefícios de tratamentos específicos.
11
Os promotores de saúde (pessoal médico em todas as áreas) estão à procura
de métodos mais amplos para avaliar os resultados do ponto de vista do paciente.
Não mais se considera os benefícios apenas em termos médicos, mas também ao
enfoque do paciente no qual se leva em conta questões como a qualidade de vida
referente à saúde (AARONSON et al.,1992).
O enfoque central ou essencial da questão é definir o que é importante para o
indivíduo, envolvendo os fatores doença, dor e cultura. Avaliar a qualidade de vida é
complicado pois a compreensão varia de pessoa a pessoa e o processo é diferente a
cada situação em particular (CARR et al., 2001).
Três aspectos foram considerados referentes ao construto qualidade de vida:
(1) subjetividade; (2) multidimensionalidade; (3) presença de dimensões positivas (ex.
mobilidade) e negatividade (ex. dor) (FLECK, 2000).
O reconhecimento da multidimensionalidade do construto foi reproduzido no
instrumento: domínio físico, domínio psicológico, nível de independência, relações
sociais, meio-ambiente e espiritualidade/religião/crenças pessoais (FLECK, 2000).
O uso de um instrumento passível de ser aplicada em culturas diferentes foi
desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), um projeto colaborativo em
15 centros resultou na elaboração do “World Health Organization Quality of Life- 100”
(WHOQOL-100; FLECK, 2000; FLECK, 1999; GROUP,1998).
O WHOQOL-100 para muitas situações não se mostrou um instrumento prático
devido à sua extensão. Uma versão menor, mais curta e de rápida aplicação, foi, então
desenvolvida, o WHOQOL-bref, cuja versão final ficou composta por 26 questões
(FLECK, 2000). Um instrumento capaz de ser utilizado tanto para populações
saudáveis como para populações acometidas por agravos e doenças crônicas
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006; FLECK, 2000).
Fleck (2000) esclarece que as questões do WHOQOL foram formuladas para
uma escala de respostas do tipo Likert, com uma escala de intensidade (nada –
extremamente), capacidade (nada – completamente), frequência (nunca – sempre) e
avaliação (muito insatisfeito – muito satisfeito; muito ruim – muito bom).
12
A presente investigação pretende trazer esclarecimentos quanto a qualidade
de vida dos idosos com doenças crônicas não transmissíveis em seguimento de saúde
nas unidades de estratégia de saúde da família na cidade de Barra do Garças, Mato
Grosso, Centro Oeste do Brasil. Dado a importância da temática para a melhoria das
condições de atendimento a esta parcela da população e, considerando a
possibilidade de melhorias no atendimento da parte dos profissionais da saúde após
a divulgação dos achados da investigação, entendemos que se justifica todo o esforço
no presente estudo.
Para os idosos (e cuidadores), população alvo de nossa investigação,
orientação, esclarecimentos quanto aos fatores que mais impactam na qualidade de
vida dos idosos: atividades de vida diária, atividades de vida instrumental, mobilidade,
alimentação, higiene dentre outros. Fez-se também a aferição da glicemia e pressão
arterial.
13
2. REVISÃO DE LITERATURA
A pessoa idosa apresenta limitações quanto as condições físicas, a restrição
na capacidade para realizar as atividades do dia-a-dia, havendo ainda uma maior
vulnerabilidade das condições de saúde (ALVES, 2004 apud SPIRDUSO, 1995).
Aires (2015) afirma que o envelhecimento é caracterizado pelo declívio lento
das propriedades funcionais em níveis celulares, teciduais e orgânicas. Para Souza e
Reis (2017) o corpo da pessoa idosa está em uma fase degenerativa progressiva,
limitando-o de realizar muitas atividades do dia a dia, tornando cada vez mais incapaz.
O envelhecimento traz em si o desgaste, diminuição e o enfraquecimento nas
atividades funcionais desses idosos (FERNANDES & JULIETA CRISTINA, 2001).
Os remédios que se toma todos os dias são afetados quanto a farmacocinética
e farmacodinâmica, isso se dá em decorrência das alterações fisiológicas. As doenças
crônicas e degenerativas são comuns e, frequentemente, são utilizados muitos
medicamentos para o tratamento de suas manifestações. A maioria dos idosos
consome, pelo menos, um medicamento e cerca de um terço deles consome cinco ou
mais simultaneamente (MARTINS, 2017). O uso de vários medicamentos,
polifármacos, traz comumente interações medicamentosas e pode ser contraindicado
dado aos efeitos adversos (COLLEY, 1993).
O uso simultâneo de múltiplas drogas possibilita a interação entre elas. Essa
prática pode levar a efeitos indesejáveis ou resultados adversos, ou seja; aqueles que
não são desejados e também não esperados. O risco inerente a esta prática é a
intoxicação medicamentosa o que pode levar o idoso à internação hospitalar
(ROMANO-LIEBER, 2002).
Nos estudos avaliados por Souza & Reis (2017) a importância do trabalho na
vida dos idosos é claramente perceptível. O sentimento de se sentir útil, responsável
e produtivo numa sociedade extremamente capitalista e que valoriza a lucratividade é
detectado praticamente em todos os estudos.
14
A pessoa idosa sente-se valorizada socialmente no exercício de uma atividade
produtiva. Há a percepção de permanecer ativo em contraposição à percepção de
inatividade que por sua vez está fortemente associada à incapacidade. Essa
independência de trabalho é importante para eles, pois socialmente não serão
considerados velhos e obsoletos.
A pessoa idosa sofre quando se sente dependente do auxílio de outros para
manter-se, quando se percebe que não há o reconhecimento pelo muito que se fez,
tem-se a autoestima abalada em função da inabilidade em retribuir a ajuda que os
familiares e cuidadores lhe proporcionam. Situações assim, podem levar a
insatisfação, estresse e depressão dos idosos, sendo considerada uma depressão
associada a algum sentimento negativo, por se sentirem a carga daquelas pessoas
que eles amam (CIRELLI, 1990).
Poder contribuir com a renda da família oriunda de alguma atividade laboral
contribui para a sensação de bem-estar (SOUZA & REIS, 2017). O Bem-Estar
Psicológico (BEP) é um construto baseado na teoria psicológica, agregando
conhecimentos de áreas como psicologia do desenvolvimento humano, psicologia
humanista-existencial e saúde mental, a respeito do funcionamento psicológico
positivo ou ótimo (RYFF, 1989). As dimensões do bem-estar psicológico são
convergentes com auto aceitação, relações positivas com outros, autonomia, domínio
sobre o ambiente, propósito na vida e crescimento pessoal (RYFF & SINGER, 2008;
RYFF & KEYES, 1995; RYFF,1989).
O senso de bem-estar psicológico é definido pela interação de oportunidades e
condições de vida, modo como as pessoas organizam o conhecimento sobre si e
sobre os outros. Adultos e idosos com elevado bem-estar psicológico tendem a ter um
nível mais alto de escolaridade do que adultos mal-estar psicológicos (QUEROZ et al.,
2005).
Diversos estudos têm demonstrado a convergência entre bem-estar psicológico
com a qualidade de vida, condições de saúde que refletem dimensões positivas da
saúde mental (RYFF & SINGER, 2008). Em consonância com estudos publicados por
Queroz et al. (2005), o bem-estar psicológico está alicerçado no senso de se ter ou
não qualidade de vida e crenças em um Deus.
15
O bem-estar psicológico ainda apresenta convergência com o sentimento de
religiosidade presente em quase todos os idosos. De acordo com o estudo de Soares
et al. (2015) a espiritualidade dos idosos é bastante significativa. No entanto, são
pessoas com mais crenças do que esperança, ou seja, as crenças
religiosas/espirituais, a relação com a fé e com o transcendente são mais valorizadas
pelos idosos.
O Brasil está localizado no continente mais urbanizado do mundo, a América
Latina, e se configura atualmente como o País mais urbanizado da região. Dados do
último censo, realizado em 2010, indicam que 84,4% da população brasileira é urbana.
A previsão é que, em 2030, esse índice chegue a 91,1% e que, em 2050, toda a
América Latina seja 86% urbana. Mais de 90% da população brasileira viverá em
cidades no ano de 2030, segundo previsão feita pelo Programa da Organização das
Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (VALOR ECONÔMICO, 2018).
Em contexto de concentração populacional nas grandes cidades, o Brasil é
considerado um país saudável do ponto de vista da Q.V dos idosos, quando há boas
condições na mobilidade urbana por quanto o idoso precisa deslocar-se para buscar
a assistência, dentre outras necessidades. A mobilidade, a acessibilidade e a
segurança no trânsito são elementos necessários para a circulação de pessoas,
principalmente da população idosa, no espaço urbano (BARRETO, 2016).
Segundo Wright (2001), a qualidade de vida durante o envelhecimento está
fortemente ligada ao grau de mobilidade desfrutada. O termo mobilidade relaciona-se
com a condição das pessoas se deslocarem entre as diferentes zonas de uma cidade,
a qual depende dos níveis de acessibilidade aos meios de transporte e das
necessidades do próprio indivíduo. Evidencia-se que a capacidade de deslocamento
para cada indivíduo é influenciada pela idade e outras condições, sociais e
econômicas. As oportunidades de acessibilidade, está associada a disponibilidades
pelo o espaço urbano, sendo fundamental para o idoso conseguir fazer o uso dos
meios de transporte porque naturalmente tende a ter mais dificuldades para se
locomover.
16
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Conhecer o perfil e a qualidade de vida dos idosos em seguimento das
unidades básicas de saúde na cidade de Barra do Garças através da aplicação
do WHOQOL-Bref.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer fatores sociais, socioeconômico, demográficos dos idosos;
Verificar a qualidade de vida dos idosos.
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4. METODOLOGIA
Foi-se um estudo prospectivo, transversal de base populacional, exploratória,
de caráter quantitativo. O universo da pesquisa é composto por pessoas idosas, com
alguma doença crônica não transmissível (DCNT), residentes na cidade de Barra do
Garças, estado de Mato Grosso, com idade igual ou superior a 60 anos de ambos os
sexos nos meses de abril a setembro de 2017. A cidade de Barra do Garças tem 5.452
pessoas idosas (universo da pesquisa), segundo o censo do Tribunal Regional
Eleitoral.
A amostra (N=235) foi constituída pelas pessoas idosas acompanhados nas
quinze (15) Unidades de Saúde da Família na cidade de Barra do Garças tendo
diagnóstico médico para DCNT e suas comorbidades. A identificação dessas pessoas
deu-se através do prontuário das famílias cadastradas nas unidades de saúde. Uma
vez identificadas e de posse de seus endereços, foram visitados pelo pesquisador e
auxiliares, acompanhado pelo agente comunitário de saúde da área adscrita à
unidade de saúde. A seleção para visita domiciliar deu-se de forma aleatória
(randomização) a fim de assegurar a representatividade da amostra (N), desta forma
foi garantida que cada elemento da população tivesse exatamente a mesma
probabilidade (p) de ser selecionado (KARA, 2014).
Foi realizado pelo menos uma visita domiciliar para que as pessoas idosas
pudessem responder a 04 questionários: (1) Termo de Consentimento livre e
esclarecido; (2) – Identificação do Idoso na Unidade de Saúde da Família; (3) –
Caracterização do perfil social e demográfica; (4) - WHOQOL-bref (Anexos 5,6,7 e 8).
Esses questionários foram testados em estudos prévios e apresentaram
propriedades psicométricas satisfatórias na investigação da Q.V em idosos brasileiros
(FLECK, 1999, 2000). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados não tiveram
necessidade de ser aplicado enquanto teste piloto porque já é validado pela
comunidade científica (WHO Quality of Life-BREF).
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Todos as pessoas idosas e familiares foram informados sobre os objetivos da
pesquisa e confidencialidade dos dados, convidados a assinar o consentimento de
participação avaliado pela Comissão de Ética em Pesquisa. Aprovada pelo Comitê de
Ética da Universidade Federal de Mato Grosso, nº CAAE: 51585115.1.000.5587,
tendo o parecer de nº 1387492.
Considerou-se os requisitos quanto a confidencialidade e sigilo das
informações, de acordo com as determinações da Resolução n.466/12 do Comitê de
Ética em Pesquisa-CEP. Os entrevistados não foram submetidos a qualquer tipo de
intervenção. Os resultados, após publicação em revistas especializadas, ficarão à
disposição dos entrevistados e das Instituições. Os dados obtidos serão utilizados
exclusivamente para este projeto e arquivados por cinco anos. Após este período,
incinerados, conforme orientação da Resolução CNS 466/1216 22.
4.1 Análises estatísticas
Os dados foram analisados com o auxílio do pacote estatístico SPSS versão
23, adotando um nível de significância de 5% (p < 0,05). A caracterização do perfil
demográfico, econômico, social foi realizado por meio de frequência absoluta (n) e
relativa (%). Para as variáveis de natureza qualitativas usou-se a estatística descritiva.
Para as variáveis quantitativas calculou-se a mediana, média, desvio padrão, mínimo
e máximo. A normalidade dos dados foi verificada utilizando o teste de Shapiro-Wilk.
19
5. RESULTADOS
Observou-se que 68,1% dos idosos de ambos os sexos tinha apenas a
alfabetização, sendo constatado que 160 idosos tinha escolaridade inferior a cinco
anos, o que evidência a falta de acesso à escola. Com relação à prática de atividades
físicas predomina os idosos que não possuíam esse hábito. Mais de 90% dos idosos
possuem alguma religião, a maioria participa de algum grupo de lazer, porém 16,2%
não tem condições financeiras para exercer essas atividades ou disposição física.
(TABELA 1).
Tabela 1. Caracterização do perfil sócio demográfico e estilo de vida dos idosos (N = 235).
N %
Faixa etária
60 a 69 121 51,5
70 a 98 114 48,5
Sexo
Feminino 150 63,8
Masculino 85 36,2
Escolaridade
Alfabetizado 160 68,1
Ensino fundamental 40 17,0
Ensino médio 31 13,2
Ensino superior 4 1,7
Estado civil
Casado/Juntado 123 52,3
Divorciado 27 11,5
Solteiro 19 8,1
Viúvo 66 28,1
20
Composição Família
Agregados 7 3,0
Cônjuge 70 29,8
Cônjuge/agregados 146 62,1
Mora só 12 5,1
Pratica atividade física
Não 135 57,4
Sim 100 42,6
Possui religião
Não 17 7,2
Sim 218 92,8
Participa de algum grupo
Não 88 37,4
Sim 147 62,6
Atividade de lazer
Não 38 16,2
Sim 197 83,8
21
De acordo com o perfil socioeconômico desses idosos, os que não trabalham
são predominantes na amostra, isso é esperado pois a maioria é aposentada. Os
pensionistas são da ordem de dois terços. Dedicam-se às atividades de natureza
doméstica. A renda varia entre 1 a 2 salários mínimos. Constata-se que a maioria
recorre aos conjugues ou agregados quando à necessidade de ajuda. No entanto
ainda existem aqueles que não possuem nenhuma renda e não tinham a quem
recorrer na hora da precisão (TABELA 2).
Tabela 2. Caracterização do perfil econômico dos idosos (N = 235).
N %
Profissão
Agropecuária 5 2,1
Não trabalha 182 77,4
Outros 4 1,7
Profissional do comércio 19 8,1
Serviços gerais 25 10,6
É aposentado
Não 43 18,3
Sim 192 81,7
Origem da renda
Aposentadoria 186 79,1
Aposentadoria do cônjuge 4 1,7
Pensão/ajuda de familiares 11 4,7
Trabalho 26 11,1
Não tem renda 8 3,4
Renda familiar
1 salário mínimo 125 53,2
De 1 a 2 salários 95 40,4
22
De 2 a 5 salários mínimos 15 6,4
A quem recorre ajuda
Agregados 165 70,2
Cônjuge 25 10,6
Cônjuge e agregados 32 13,6
Outros 13 5,5
23
O domínio psicológico nos homens (62,5 ± 14,9) sobressaem-se em relação às
mulheres (57,3 ± 15,1), essa correção é positiva (p<0,05%). O nível de escolaridade
impacta positivamente (p<0,05%) nos domínios psicológico, social e meio ambiente.
Quanto maior o nível de estudo mais significativa e relevante. As atividades físicas,
desportivas são positivas e significativas (p<0,05%) praticamente para todos os
domínios, melhorando substancialmente a qualidade de vida. O mesmo pode ser
afirmado com relação à categoria saúde. A participação ou não em um grupo social
não apresentou correlação significativa (TABELA 3).
Tabela 3. Resultado da comparação do WHOQOL-bref com o perfil dos idosos.
Físico Psicológico Social Ambiente Escore total
Faixa etária* p = 0,09 p = 0,47 p = 0,09 p = 0,27 p = 0,10
60 a 69 53,0 ± 18,5 59,9 ± 15,2 53,7 ± 18,8 46,7 ± 16,8 53,3 ± 14,9
70 a 98 48,2 ± 17,5 58,4 ± 15,2 49,8 ± 18,4 44,3 ± 16,1 50,2 ± 13,6
Sexo* p = 0,21 p = 0,006 p = 0,10 p = 0,14 p = 0,05
Feminino 49,3 ± 17,7 57,3 ± 15,1 50,7 ± 18,7 44,3 ± 16,1 50,4 ± 13,9
Masculino 53,1 ± 18,7 62,5 ± 14,9 53,8 ± 18,5 47,8 ± 17,0 54,3 ± 14,9
Escolaridade** p = 0,06 p = 0,04 p = 0,007 p = 0,009 p = 0,01
Alfabetizado 51,5 ± 18,6 59,7 ± 14,8 52,9 ± 17,2 47,2 ± 15,4 52,8 ± 13,5
Ensino fundamental 46,5 ± 15,3 55,7 ± 14,0 44,4 ± 19,6 40,3 ± 14,2 46,7 ± 13,0
Ensino médio 49,4 ± 17,9 59,1 ± 18,2 54,3 ± 23,2 42,0 ± 22,0 51,2 ± 18,2
Ensino superior 71,4 ± 14,6 75,0 ± 10,2 62,5 ± 8,4 59,4 ± 14,2 67,1 ± 10,8
Estado civil** p = 0,20 p = 0,09 p = 0,47 p = 0,25 p = 0,18
Casado/Juntado 48,8 ± 16,6 58,3 ± 14,2 52,0 ± 18,1 44,0 ± 16,4 50,8 ± 13,7
Divorciado 55,4 ± 18,9 63,9 ± 15,4 54,0 ± 19,5 51,1 ± 17,1 56,1 ± 15,0
Solteiro 53,6 ± 15,1 63,2 ± 10,8 52,6 ± 13,0 46,2 ± 14,2 53,9 ± 10,0
Viúvo 51,5 ± 21,0 58,0 ± 17,7 50,3 ± 20,9 46,1 ± 16,8 51,4 ± 16,1
Pratica atividade
física* p = 0,004 p = 0,02 p = 0,02 p = 0,03 p = 0,005
24
Não 47,9 ± 18,5 57,2 ± 16,1 49,8 ± 19,4 43,5 ± 16,5 49,6 ± 14,4
Sim 54,4 ± 17,0 62,0 ± 13,6 54,5 ± 17,4 48,3 ± 16,1 54,8 ± 13,8
Participa de algum
grupo* p = 0,19 p = 0,83 p = 0,79 p = 0,72 p = 0,53
Não 48,2 ± 18,3 59,1 ± 15,1 51,5 ± 19,3 44,7 ± 15,6 50,9 ± 14,0
Sim 52,2 ± 17,9 59,3 ± 15,4 52,0 ± 18,3 46,1 ± 17,0 52,4 ± 14,6
Sua saúde é** p = 0,001 p = 0,001 p = 0,001 p = 0,001 p = 0,001
Má 43,4 ± 17,6 51,6 ± 13,4 46,3 ± 18,5 38,1 ± 11,6 44,8 ± 12,8
Regular 47,4 ± 15,9 57,3 ± 13,5 49,0 ± 15,8 41,8 ± 15,5 48,9 ± 12,1
Boa 58,9 ± 16,3 65,3 ± 15,7 58,0 ± 20,7 54,6 ± 15,7 59,2 ± 14,3
Excelente 63,6 ± 30,1 70,8 ± 18,5 65,0 ± 20,3 59,4 ± 17,4 64,7 ± 17,4
Fonte: Pesquisa de campo
*Mann-Whitney; **Kruskal-Wallis
25
6. DISCUSSÃO
6.1 Perfil Sócio demográfico
Na análise do perfil sócio demográficos desses idosos observou-se que a
maioria é do sexo feminino, com relevância de 63,8%, o que está de acordo com o
estudo de Fernandes (2010), que encontrou 61,5%. Esse predomínio de mulheres
pode ser levado em consideração a menor taxa de mortalidade, sendo realidade de
muitos países desenvolvidos.
A mortalidade masculina é cerca de 50% maior, levando em conta 3 mortes
masculinas para cada feminina. Essas taxas de mortalidade são resultantes por
doenças circulatórias, doenças relacionadas ao tabagismo, alcoolismo e causas
externas como morte violentas ou por acidentes (FERNANDES, 2010; LAURENTI et
al., 2005).
6.2 Escolaridade/Estado civil
A qualidade de vida e o bem-estar envolve outros aspectos além da saúde pois
é influenciada pela escolaridade e fatores relacionados. Nesta pesquisa (Tab.1) 85,1%
têm menos de 11 anos de estudos, é mulher (63.8%) e casada/juntada (52.3%).
Constata-se igualmente em uma análise no estudo de Fernandes (2010) a maioria
dos idosos pesquisados possui até quatro anos de estudo, resultando em uma
dificuldade dos entendimentos das orientações de saúde. Infere-se que quando menor
a escolaridade maior é a dificuldade na compreensão/entendimento da patologia. A
consequência dessa desinformação está na gênese de condutas de risco que podem
agravar o estado clínico das DCNTs com repercussão na qualidade de vida.
6.3 Prática de atividades física
Estudos demonstram que idosos praticantes de atividades físicas têm melhores
escores de qualidade de vida se comparados a sedentários (ALENCAR et al., 2010;
ALENCAR et al., 2009). Da população entrevistada (N=235) 57,4% não fazem
atividades física (Tab.1). A realização de atividades físicas de modo regular e habitual
pode contribuir para a melhoria na percepção de saúde e bem-estar.
26
Já nos estudos de Oliveira et al. (2017) a relação ao nível de atividade física,
dos 343 idosos avaliados, 38 (11,1%) foram classificados como sedentários, enquanto
305 (88,9%) encontram-se classificados como ativos. Ao analisar a associação do
nível de atividade física com as variáveis sociodemográficas, encontrou-se uma
significativa associação apenas com a faixa etária, indicando que a menor faixa etária
(60 a 69 anos) esteve significativamente associada ao maior nível de atividade física.
Em relação aos resultados de Coelho e Burini (2009), destacou-se que a prática
de atividade física pode prevenir o surgimento precoce de doenças, auxiliar no
tratamento de diversas disfunções metabólicas e impactar positivamente na
capacidade funcional de adultos e idosos. Mas também vale ressaltar, que as
comorbidades ou limitações desses idosos afetam a capacidade da realização dessas
atividades físicas. Coelho e Burini (2009) relata benefícios na redução da adiposidade
corporal, na queda da pressão arterial, a melhoria do perfil lipídico e da sensibilidade
à insulina.
6.4 Religião e engajamento em grupo social
Evidencia-se que 92,8% (Tab.1) possuem religião e 62,6% está associado a
algum grupo social. Os indicadores de suporte social mostraram uma importante
participação da família e da comunidade no cuidado aos idosos. A família (cônjuge e
filhos), amigos e vizinhos destacam-se como os principais apoiadores sociais seguido
dos membros de grupos religiosos e grupos afins (NORIEGA et al., 2005). Monteiro
(2004) certifica que o aumento da espiritualidade na velhice é fonte importante de
suporte emocional, com impactos nas áreas da saúde física e mental. Práticas e
crenças religiosas parecem contribuir expressamente para o bem-estar na velhice.
6.5 Perfil econômico dos idosos
No exame do perfil econômico (Tab.2) constatou-se que muitos idosos eram os
principais responsáveis pela renda da família e supriam a necessidade de filhos e
netos. O fator econômico determina alguns parâmetros relacionados à saúde e
doença, tendo em vista que indivíduos que possuem uma renda mais elevada tem
mais condições de ter uma vida saudável e monitorar a saúde frequentemente, tendo
mais chances de prevenir o aparecimento de doenças e controlar as que ele já possui
(DRUMMOND, 1999).
27
Quanto a origem da renda, a maior parte das respostas foi de aposentadoria
por idade (79,1%). Esse rendimento é compartilhado com toda a família
(multigeracional). Resultados aproximados foram encontrados na pesquisa de Davim
et al. (2004) onde 91% recebiam aposentadoria de 1 salário mínimo e 20% de uma
das instituições pesquisadas ressaltaram receber auxílio financeiro de familiares.
Sabe-se que a aposentadoria por idade na maioria das vezes não chega a três
salários mínimos, evidenciando que sobra pouco dinheiro para cuidar da saúde, visto
que, é o idoso que supre as necessidades do lar e quase não sobra para si próprio.
Em situação de necessidades financeiras os idosos pesquisados não conseguem
seguir adequadamente ao tratamento médico e ter uma dieta apropriada. Fica
prejudicado o autocuidado.
Neste estudo foi constatado que o perfil socioeconômico da população interfere
tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças crônicas, pela dificuldade de
acesso à saúde, baixo grau de informação, entre outros fatores.
6.6 WHOQOL-bref/ perfil dos idosos
O questionário aplicado do WHOQOL-bref em relação ao perfil do idoso
(Tab.3), consta de quatros domínios, o físico, psicológico, social e o ambiental. Os
resultados obtidos de relevância e que mais se aproximam da realidade investigada
foram os que tiveram o valor de (p<0,05). Em outras palavras diz-se que determinado
evento tem uma chance muito pequena der ter acontecido por acaso/aleatório. E os
valores de escores totais compara-se entre as respectivas categorias.
Ao se fazer a correlação entre físico/psicológico/social e o meio ambiente com
a faixa etária não se identifica influência nenhuma, ou seja, não há impacto na
qualidade de vida dos idosos.
28
Quanto ao sexo e sua associação com o domínio psicológico (p=0,006)
apresentou-se o único com relevância, expõe-se assim o maior controle do sexo
masculino quanto a este domínio. Almeida-Brasil (2017) ressalta que o sexo feminino
apresenta dificuldades quanto aos aspectos psicológicos, interfere assim negativa no
modo como vive e enfrenta as dificuldades da vida, pois apresenta uma pior percepção
da QV do que os homens. Estar associado essa menor saúde psicológica em relação
ao trabalho, sentimentos negativos, baixa autoestima e depressão (GHOLAMI et al.,
2013).
Já na escolaridade, nos domínios psicológicos, social e ambiental demostrou-
se todos com alta relevância, ou seja, o nível de instrução, estudos tem importante
repercussão na qualidade de vida, quanto maior for a escolaridade (ensino superior)
maior o impacto positivo na qualidade de vida em diferentes domínios.
Os indivíduos com baixa escolaridade apresentaram correlação negativa
quando associada aos domínios psicológico e meio-ambiente e o social. Pode-se
inferir que esses domínios são impactados negativamente a partir do baixo nível de
escolarização. Esta correlação é semelhante aos achados da presente pesquisa. Os
idosos pertencentes ao extrato social “mais baixo” demonstraram pior qualidade de
vida nos quatro domínios (PASKULIN et al., 2009).
É relevante destacar que, no Brasil, a desigualdade na distribuição de renda, o
analfabetismo, o baixo grau de escolaridade, as condições de habitação e o ambiente
precário causam impactos negativos sobre a qualidade de vida e a saúde dos
indivíduos (MINAYO et al.,2000).
O estado civil não correlacionou positivamente com os quatro domínios do
WHOQOL-Bref, ou seja, não está associada à qualidade de vida. Resultados
semelhantes foram constatados na investigação conduzida por Trentini (2004).
Na prática de atividade física todos os domínios foram significativos, isto é,
idosos que tem atividade física frequente, melhora no seu desempenho físico,
psicológico, social e até mesmo no ambiental. Pode-se asseverar melhoria no quesito
saúde.
29
O estudo de Braga et al. (2011) relata que existe diversos estudos que a
capacidade funcional é um importante fator de impacto na qualidade de vida em
idosos, resultando em maior influência do domínio físico. Porém, no estudo com
idosos de Juiz De Fora - RS esse domínio não contribuiu de forma estatisticamente
significativa e apresentou boa média e nível de satisfação. Isso pode ser explicado
pelo fato de que a maioria das pessoas entrevistadas (80%) apresentava entre 60-74
anos, sendo assim, dispunham de boa capacidade funcional, não sendo possível
detectar diferenças significativas com relação a um grupo com idade mais avançada.
A capacidade para desempenhar as atividades básicas de vida diária são
pontos básicos para prolongar a independência, a capacidade funcional. A
manutenção e preservação da capacidade funcional pode ter importantes implicações
na QV, estando diretamente relacionada a desenvolver atividades cotidianas e
atividades prazerosas, intervindo no nível de satisfação (REIS et al., 2008).
30
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo permitiu a compreensão sobre os aspectos sócio
demográficos e socioeconômico dos idosos acompanhados nas quinze Unidades de
Saúde da Família na cidade de Barra do Garças, indicando predominância de
indivíduos do sexo feminino, com idades variando principalmente entre 60-69 anos.
Em comparação à hipótese, conclui-se que os resultados esperados foram
verdadeiros em seguimento das dificuldades que os idosos possuem em relação à
renda e baixo nível de escolaridade, no qual dificulta no entendimento de patologia
que os acomete e até mesmo no cotidiano. Em relação à qualidade de vida, o
instrumento WHOQOL-Bref evidenciou uma avaliação em quatro domínios físico,
psicológico, social e ambiental.
No físico obteve-se avaliação positiva apenas nas categorias de atividade
física com repercussão boa/positiva na saúde. Destaca-se que a maioria respondeu
que praticava alguma atividade física.
O domínio psicológico influencia positivamente para a prática de atividade
física. O sexo feminino apresenta mais predisposição para transtornos mentais.
Também há correlação entre baixa escolaridade e baixa saúde psicológica.
No que toca ao domínio ambiente e social há correlação com a escolaridade,
prática física e condições de saúde. Constata-se que o nível de escolaridade é
altamente positivo para a saúde, envolvimento com as práticas sociais na comunidade
com repercussão significativa na Q.V.
Vale enfatizar a necessidade de ampliar o foco de atenção aos idosos e
desenvolver estratégias de planejamento, implementação e melhorias de programas
de promoção de saúde do idoso, assegurando melhores condições de vida e saúde,
de modo a possibilitar um envelhecimento saudável e, consequentemente, melhorar
a QV.
31
8. REFERÊNCIAS
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WRIGHT, C. L. (Ed.). Facilitando o transporte para todos. IDB, 2001.
36
9. ANEXOS
Anexo - 1
SARCOPENIA CHECK LIST
IMC = Peso (massa corporal) Altura 2
IMC =
Velocidade da marcha (VM)
VM =
Circunferência da panturrilha (CP)
CP =
Cruz-Jentoft et al.(2010)
Instrução:
O IMC foi calculado pela razão massa corporal e estatura elevada ao quadrado,
sendo considerada a classificação da Organização Pan-Americana de Saúde.
Velocidade da marcha (VM):
A velocidade da marcha (VM) será avaliada em percurso retilíneo e plano de 06
metros. O tempo para percorrer o percurso de seis metros (ida e volta) será registrado
(s). Será considerado velocidade adequada, sem risco de quedas, 10 segundos, par
ir –fazer o giro – retornar – sentar-se.
Fonte: http://fisioterapiageriatrica3.blogspot.com.br/2014/05/avaliacao-funcional-do-
idoso-timed-up.html
Circunferência da panturrilha (CP)
A circunferência da panturrilha (CP) será mensurada com fita métrica contornando a
maior curvatura da panturrilha e será considerada valores menores que 31 cm como
indicativo de depleção de massa muscular e associação com incapacidade. (COELHO
FM, et al.,2010)
37
Anexo - 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS DO ARAGUAIA
COMPROVANTE DE ENVIO DO PROJETO
Título da Pesquisa:
Fatores de Risco Associados às Doenças Cardiovasculares e Repercussão na
Qualidade de Vida em Idosos
Pesquisador: Marcílio Sampaio dos Santos
Instituição Proponente: Universidade Federal de Mato Grosso
Versão: 1 CAAE: 51585115.1.0000.5587
DADOS DO COMPROVANTE:
Número do Comprovante: 123936/2015
Patrocionador Principal: Financiamento Próprio
Endereço: Rod. MT100 Km 3,5-ICBS Bairro: Campus do Araguaia. CEP: 78.698-000
Telefone: (66)3402-1121. E-mail: [email protected]
38
Anexo - 3
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/CEP
OBTENÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Após o parecer favorável do CEP/CUA - Campus Universitário do Araguaia -
Universidade Federal de Mato Grosso, será apresentado pelo pesquisador
responsável, o estudo aos participantes, nas instituições coparticipantes, e após o
aceite, serão separados os grupos, e marcados data, local e horário para o
conhecimento do instrumento de coleta dos dados. Na coleta dos dados será mais
uma vez explicitado sobre o objetivo do estudo e o participante será convidado a
assinar o termo de consentimento e em seguida a responder as questões dos
questionários: escala de conformidade de pressão arterial de “Hill-Bone”, escala de
confiabilidade e validade da avaliação da escala de diabetes, escala de avaliação dos
fatores de risco Psico biológicos, Escala de avaliação aderência ao tratamento,
WHOQOL-OLD com a orientação e intervenção do pesquisador. Manterei o sigilo e a
confidencialidade dos dados, bem como zelarei pela privacidade dos participantes.
Carimbo constando nome/tel.:
____________________________________________
Marcílio Sampaio dos Santos
39
Anexo - 4
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO
GROSSO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/CEP
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS PESQUISA
ACADÊMICA
NAS UNIDADES DE ESTRATÉGIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Barra do Garças, ___ de outubro de 2015.
À Unidade de Saúde da Família:
Nome do Gestor da USF:
Eu, Marcílio Sampaio dos Santos, responsável principal pelo projeto de Pesquisa em
nível de Pós-doutoramento o qual pertence à Faculdade Medicina da Universidade
Federal de Goiás–UFG, vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde-
ICBS, da Universidade Federal de Mato Grosso, venho pelo presente, solicitar,
autorização da Chefia de Enfermagem/Médica da Unidade de Saúde da Família
(nome da unidade de saúde), para realizar coleta de informações para o trabalho de
pesquisa sob o título “Fatores de Risco Associados às Doenças Cardiovasculares e
Repercussão na Qualidade de Vida em Idosos”, com o objetivo “Avaliar as condições
de saúde dos idosos na atenção primária do ponto de vista cardiovascular e
metabólico”. Orientado pelo Professor (a) Dr. Celmo Celeno Porto, Médico
Cardiologista, Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal
de Goiás–UFG. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, a coleta de dados
deste projeto será iniciada, atendendo todas as solicitações administrativas,
exigências e requisitos quanto à confidencialidade e sigilo das informações, de acordo
com as determinações da Resolução n.466/12 do Comitê de Ética em Pesquisa-CEP.
Os resultados, após publicação em revistas especializadas, ficarão à disposição dos
entrevistados e das Instituições. Os dados obtidos serão utilizados exclusivamente
para este projeto e arquivados por cinco anos. Após este período, incinerados,
conforme orientação da Resolução CNS 466/12 (BRASIL, 2012). O projeto antes do
seu início será submetido ao CEP-Universidade Federal de Goiás em Goiânia e da
Universidade Federal de Mato Grosso. Contando com a autorização da Secretaria de
Saúde do município de Barra do Garças, coloco-me à disposição para qualquer
esclarecimento. Li e compreendi este termo de consentimento e todas as minhas
dúvidas foram sanadas. Estou ciente que esta Unidade de Saúde da Família receberá
os resultados desta pesquisa. Portanto, concordo e permito a coleta de informações
necessárias para o bom andamento da referida investigação acadêmica.
Barra do Garças, ____/___/____.
Assinatura: ____________________________________________
40
Em caso de dúvidas, o(a) Sr.(a) poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Barra do Garças
pelo telefone (66) 0744.
Professor Doutor Marcílio Sampaio dos Santos, telefones: (66) 3405.21.53 e (66)
8153.7640. E-mail: [email protected]
Atenciosamente,
____________________________________________
Marcílio Sampaio dos Santos
Universidade Federal de Mato Grosso
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
41
Anexo - 5
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/CEP
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLAREDIDO
Prezado Senhor (a),
O Senhor (a) está sendo convidado a participar como voluntário(a) em uma pesquisa.
Meu nome é Marcílio Sampaio dos Santos. Sou o pesquisador responsável, e minha
área de atuação é Enfermagem. O estudo tem como título: “Fatores de Risco
Associados às Doenças Cardiovasculares e Repercussão na Qualidade de Vida em
Idosos”, tem por objetivo “avaliar as condições de saúde dos idosos na atenção
primária do ponto de vista cardiovascular e metabólico”. Será conduzido pelo
Departamento de Medicina Comunitária e Cardiologia da Universidade Federal de
Goiás –UFG.
Como já foi dito, sua participação é voluntária. Você não tem qualquer obrigação de
participar desta pesquisa. Sua participação no estudo não trará despesas para o
Senhor (a), assim como não receberá pagamento. O (a) Sr. (a) pode perfeitamente se
recusar a participar desse estudo, ou mesmo depois de ter concordado em participar,
desistir de continuar, sem que isso atrapalhe os seus direitos de ter atendimento nas
unidades de saúde.
As perguntas poderão trazer algum constrangimento para o Senhor (a) durante a
entrevista. O estudo não trará riscos à sua integridade física. A pesquisa poderá trazer
melhorias para a qualidade de vida do idoso, pois ajudará a aumentar os
conhecimentos na área de saúde do idoso e a melhorar o cuidado prestado através
do conhecimento dos fatores relacionados à continuidade do tratamento para a
criação de grupos educativos. Além disso, durante a entrevista o Senhor (a) poderá
fazer perguntas e esclarecer suas dúvidas sobre o tratamento. Solicitamos a sua
colaboração nesta investigação para que, no futuro possamos melhorar a assistência
das pessoas com mais de 60 anos. Se for do seu interesse poderá tomar
conhecimento dos resultados ao final da pesquisa. Em qualquer situação, será
mantido sigilo absoluto quanto à sua identidade. O tempo estimado para duração da
pesquisa é de 30 minutos.
As informações deste estudo serão armazenadas em um banco de dados onde será
mantido total sigilo, o seu nome não aparecerá em nenhuma publicação e as
informações serão utilizadas apenas pelos pesquisadores, podendo ser utilizadas em
publicações para fins científicos.
Os pesquisadores que estão te abordando responderão qualquer dúvida que você
tenha sobre o assunto e que seja relacionada ao estudo.
Caso tenha algum problema ou dúvida favor entrar em contato com o Professor
Dr.Marcílio Sampaio dos Santos do Curso de Enfermagem da UFMT (66) 3405.5317
ou 7204 ou 7203 no período da manhã, Ramal: 0721 na Coordenação do Curso de
Enfermagem.
42
CONSENTIMENTO
Eu _________________________R.G nº ______________________
Abaixo assinado, li e compreendi este termo de consentimento e todas as minhas
dúvidas foram sanadas. Portanto, aceito participar voluntariamente desta pesquisa
sob a responsabilidade do Professor Dr. Marcílio Sampaio dos Santos. Fui
devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador, sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios
decorrentes de minha participação. Foi me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve á qualquer penalidade ou
interrupção de meu acompanhamento na instituição. Em caso de dúvidas, o(a) Sr.(a)
poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Mato Grosso-UFMT, Campus-II de Barra do Garças pelo telefone/Fax;
(66) 3401-5317.
Após a leitura do documento e esclarecida as dúvidas que julgo necessárias sobre o
estudo, declaro que concordo em participar voluntariamente do mesmo.
Barra do Garças, ____/___/2017.
___________________________________________
Ass. Participante ou acompanhante
Testemunha. __________________________________________________________
Ass. Entrevistador
Ass. do Responsável pela Pesquisa TCLE – pg. N.º _______________
Carimbo constando nome/tel.:
43
Anexo - 6
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO Registro de nº _________ Pesquisador: ____________________________________________________________________ Nome do Idoso___________________________________________________________________ Idade registrada no prontuário ______ / ______ /19___ – ______ anos. (Idade atual) Endereço residencial. Rua. ___________________________________________________________________________________________ Bairro: ___________________________________________________________________________________________ Complemento do endereço:__________________________________________________________________________________ Tel. (residencial e/ou Cel.) ( ) ____________________________________________________________________________________
DIAGNÓSTICO (doença base): _______________________________________________________________________________________
Pressão Arterial: _________________________________________________________________________ Peso:__________________ Kg. Altura-1,____________centímetro. IMC=__________________________
Fatores de Risco e Doenças Associadas
FATORES DE RISCOS E DOENÇAS CONCOMITANTES: Antecedentes familiares cardiovasculares ( );
Hipertensão arterial ( ); Sedentarismo ( ); Sobrepeso/Obesidade ( ); Diabetes tipo 1 ( );. D. tipo 2 ( ); Tabagismo ( ); Etilismo ( ). PRESENÇA DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS: Infarto agudo do miocárdio ( ); outras coronariopatias ( );
AVC ( ); Pé diabético( );. Amputação do pé diabético ( ); Doença renal ( ). Outras, descrever:___________________________________________________________________________________. Comorbidades (processos mórbidos diretamente associados à doença de base ou não):_______________________________________________________________________________________ QUEIXAS do paciente:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ MEDICAMENTOS DE USO MAIS COMUM PRESSÃO ALTA/DIABETES: Hidrocloretizida 25 mg.( ); Propanolol 40 mg. ( ) Captopril 25 mg. ( ); Glibenclamida 5 mg. (diabetes) ( ); Metformina 850 mg (diabetes) ( ). OUTRAS MEDICAMENTOS: (nome do remédio, dosagem, vezes ao dia):________________________________________________________________________________________ EXAMES (Laboratoriais) SOLICITADOS (resultados):Glicemia: _______________mg/dl. HGT: __________________mg/dl.emjejun.Colesterol total (CT): ______________________ mg/dl. Triglicerídeos: Lipídios total= Outros exames:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________ Anotações do pesquisador:
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Anexo – 7
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO SOCIAL EM IDOSOS
Nome do entrevistador:____________________________________________
Nome-idoso: ____________________________________________________
Endereço: Rua:__________________________________n°_________Bairro:______________________Cidade:____________Telefone: ( )_____________________
Sexo: Masc ( ) Fem ( ) Idade: ___________________ __________________
Data de nascimento: ____/_____/______.Resposta correta ( ) incorreta ( )
Escolaridade: Analfabeto ( ) Alfabetizado ( ) Grau de instrução: ___________
Estado Civil: Solteiro(a) ( ) Casado(a)/juntado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Desquitado(a) ( ) Viúvo(a) ( )
Qual a composição de sua família (pode marcar mais de uma opção):
Esposo/ marido/ companheiro(a) ( ); Filhos(as)/ genros /noras ( );
Netos(as) ( ) Irmãos(ãs) / cunhados(as) ( )
Tios (as) ( ) Sobrinhos(as) ( )
Outra (descreva)_________________________________________________
Trabalha: Sim ( ) Não ( )
Se sim. Em que? _______________________________________________________________
Se não trabalha: é aposentado? Sim ( ) Não ( )
Qual a atividade que exercia antes de parar de trabalhar? _________________
Qual a origem da sua renda: (permite mais de uma alternativa)
Aposentadoria por idade / Funrural ( ) Aposentadoria por tempo de serviço ( )
Aposentadoria por doença / invalidez ( ) Pensão ( )
Poupança ( ) Aluguéis ( )
Aplicação financeira ( ) Ajuda de familiares ( )
Não sabe ( )
Outra (descreva):____________________________________________
Renda mensal:
Até 1 salário mínimo ( ) De 1 a 2 salários ( ) De 2 a 3 salários ( )
De 3 a 4 salários ( ). De 4 a 5 salários ( ) + de 5 salários ( )
45
Você diria que sua saúde é?
Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Má ( ) Não sabe informar ( )
Porque classifica a sua saúde dessa forma?__________________________________________________________
Possui alguma doença? Sim ( ) Não ( ) Se sim. Quais? _______________________________________________________________
Sente dor em alguma parte do corpo? Sim ( ) Não ( )
Se sim. Onde? _______________________________________________________________
Características da dor? _______________________________________________________________
Faz uso de alguma prótese? Ocular ( ) Auditiva ( ) Ortopédica ( ) Outras ( ) Quais?__________________________________________________________
Toma algum medicamento prescrito pelo médico? Sim ( ) Não ( ) Se sim. Quais e para quê? _______________________________________________________________
Faz uso de automedicação? Sim ( ) Não ( ) Se sim. Quais e para quê?
_______________________________________________________________
Quando você precisa de ajuda a quem procura?
Conjugue ( ) Filhos ( ) Netos ( ) Vizinhos ( ) Amigos ( ) Outros ( ) Quem? _______________________________________________________________
Participa de grupos (religioso, na UBS, no clube etc)? Sim ( ) Não ( ) Se sim Quais? _______________________________________________________________
Como você ocupa seu tempo? (lazer) _______________________________________________________________
O Senhor(a) faz alguma atividade física?
( ) Sim ( ) Não
Se, SIM quais:
( ) Caminhadas ( ) Ginástica ( )
( ) Fisioterapia ( ) Hidroginástica
( ) Baile ( ) Outra. Descreva:
_______________________________________________________________
Como utiliza o seu tempo? (Permite até 3 alternativas, numerando por ordem de importância)
46
( ) Não faz nada ( ) Realiza atividades domésticas
( ) Realiza trabalhos manuais (croché, tricô, desenho, pintura, bordado, jardinagem e outros)
( ) Assiste TV ( ) Conversar com amigos
( ) Jogos ( ) Ouve rádio/ música
( ) Leitura de livros, revistas, jornais ( ) Outras opções. Descrever:
_______________________________________________________________
Como você se sente atualmente em relação a: Própria a própria vida:________
_______________________________________________________________
Família:_________________________________________________________
Comunidade:_____________________________________________________
Serviços de saúde:________________________________________________
Possui alguma religião?
( ) Sim ( ) Não
Se a pergunta anterior for SIM: Qual a sua religião?
( ) Católica ( ) Evangélica
( ) Espírita ( ) Outra (descrever)
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Anexo - 8
Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida
The World Health Organization Quality of Life – WHOQOL-bref
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e
outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem certeza
sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe
parece mais apropriada.
Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores,
aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida,
tomando como como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas
duas semanas, uma questão poderia ser:
Nada Muito
pouco Médio Muito Completamente
Você recebe dos outros o apoio de que
necessita? 1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de
que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você
recebeu "muito" apoio como abaixo.
Nada Muito
pouco Médio Muito Completamente
Você recebe dos outros o apoio de que
necessita? 1 2 3 5
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio. Por favor, leia cada questão,
veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.
Muito ruim Ruim Nem ruim nem
boa Boa Muito boa
1
Como você avaliaria
sua qualidade de
vida?
1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem satisfeito
nem insatisfeito Satisfeito
Muito
satisfeito
2
Quão satisfeito(a)
você está com a sua
saúde?
1 2 3 4 5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas
semanas.
48
Nada Muito
pouco
Mais ou
menos Bastante Extremamente
3
Em que medida você acha que sua
dor (física) impede você de fazer o
que você precisa?
1 2 3 4 5
4
O quanto você precisa de algum
tratamento médico para levar sua
vida diária?
1 2 3 4 5
5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5
6 Em que medida você acha que a sua
vida tem sentido? 1 2 3 4 5
7 O quanto você consegue se
concentrar? 1 2 3 4 5
8 Quão seguro(a) você se sente em sua
vida diária? 1 2 3 4 5
9
Quão saudável é o seu ambiente
físico (clima, barulho, poluição,
atrativos)?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer
certas coisas nestas últimas duas semanas.
Nada Muito
pouco Médio Muito Completamente
10 Você tem energia suficiente para seu
dia-a- dia? 1 2 3 4 5
11 Você é capaz de aceitar sua aparência
física? 1 2 3 4 5
12 Você tem dinheiro suficiente para
satisfazer suas necessidades? 1 2 3 4 5
13
Quão disponíveis para você estão as
informações que precisa no seu dia-a-
dia?
1 2 3 4 5
14 Em que medida você tem oportunidades
de atividade de lazer? 1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários
aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
Muito ruim Ruim Nem ruim
nem bom Bom
Muito
bom
15 Quão bem você é capaz
de se locomover? 1 2 3 4 5
49
Muito
insatisfeito Insatisfeito
Nem
satisfeito
nem
insatisfeito
Satisfeito Muito
satisfeito
16 Quão satisfeito(a) você
está com o seu sono? 1 2 3 4 5
17
Quão satisfeito(a) você
está com sua capacidade
de desempenhar as
atividades do seu dia-a-
dia?
1 2 3 4 5
18
Quão satisfeito(a) você
está com sua capacidade
para o trabalho?
1 2 3 4 5
19 Quão satisfeito(a) você
está consigo mesmo? 1 2 3 4 5
20
Quão satisfeito(a) você
está com suas relações
pessoais (amigos,
parentes, conhecidos,
colegas)?
1 2 3 4 5
21
Quão satisfeito(a) você
está com sua vida
sexual?
1 2 3 4 5
22
Quão satisfeito(a) você
está com
o apoio que você recebe
de seus amigos?
1 2 3 4 5
23
Quão satisfeito(a) você
está com
as condições do local
onde mora?
1 2 3 4 5
24
Quão satisfeito(a) você
está com o
seu acesso aos serviços
de saúde?
1 2 3 4 5
25
Quão satisfeito(a) você
está com
o seu meio de
transporte?
1 2 3 4 5
A questão seguinte refere-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas
últimas duas semanas.
Nunca Algumas
vezes Frequentemente
Muito
frequentemente Sempre
50
26
Com que freqüência
você tem sentimentos
negativos tais como mau
humor, desespero,
ansiedade, depressão?
1 2 3 4 5
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?
.....................................................................................................
Quanto tempo você levou para preencher este questionário?
......................................................................................................
Você tem algum comentário sobre o questionário?
.......................................................................................................
OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO.
51
Anexo - 9