queimando o palÁcio dos bandeirantes - lÉo pimentel (jun-2013)
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7/28/2019 qUEImAndO O pAlcIO dOs bAndEIrAntEs - lO pImEntEl (jUn-2013)
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qUEimAndO O pAlcIO dOs bAndEIrAntEslO pImEntEl (jUn-2013)
nico:
h dois modos de se estar emmanifestaes, um modo simbitico,
outro simblico. o primeiro se d
enquanto partcipe de uma sociedade
civil organizada, enquanto ao indireta
do agir. o segundo modo se d enquanto
autenticidade no agir, ao direta.
o modo simbitico, organizado e indireto
supostamente revolucionrio, j que
reside na habilidade de assimilar papeise desempenha-los com maestria de acordo com normas oficiais. por exemplo, avisar secretaria
de segurana da cidade para garantir a preservao da ordem, a livre manifestao e o direito de
ir e vir das pessoas. simbitico por manter e zelar os papis e as funes preconcebidas,
garantindo a especificidade de cada um/a na manifestao: o/a lder, a massa, o/a policial, o/a
reprter, o/a ativista, etc. organizado por distribuir os papis e funes preconcebidas como
modo consciente de preparar uma retrica revolucionria para ocultar o que se pretende
conservar, uma poltica cega e estril. e, indireto por agir apenas em prol de um futuro que se
pretende viver dentro de um dever de rotina no presente. para o modo simbitico de se estar em
manifestaes, cada pessoa deixa de substituir a ordem social vigente em prol do mesmoordenamento s que, desta vez, pelo o que se manifesta, torna-se agenda demaggica de
governantes, mdia corporativa e carreiristas polticos de todo tipo que assumem que as outras
pessoas nada esto fazendo para mudar suas vidas.
o modo simblico, autntico e direto insurrecional, j que sua morada a habilidade da
desobedincia civil e da ampliao da radicalidade. simblico por que no pretende uma
mudana quantitativa (mais pessoas, mais causas), mas sim, pretende uma mudana qualitativa:
ir alm da reforma e desabilitar os modos normais de agir. por exemplo, queimar o palcio dos
bandeirantes em so paulo, significa reapropriao dos smbolos de luta: o fogo foi o modo de
manifestao mais utilizado por indgenas no sculo xix, tanto que passaram a ser chamados dekayap 1, o que traz fogo nas mos; o palcio o smbolo da coroa portuguesa que invadiu
estas terras; e bandeirante foi a personalidade genocida privilegiada da instaurao dessa nao.
autntico por no personificar nenhuma grande causa de nenhuma cosmologia religiosa-
poltica, como a neoliberal ou a marxista. e, direta por agir sem se auto substituir por um grupo
poltico, partido, ou pela melhor das causas possveis; no se deixa ter representantes; ser
ingovernvel. para o modo de agir simblico de se estar numa manifestao, cada pessoa e cada
pequeno grupo de afinidades, destri para abrir caminho para o fim do imprio da mercadoria e
para a desestabilizao do terrorismo de estado; destri para que no haja nada que
governantes, mdia corporativa e carreiristas polticos de todo tipo, possam utilizar em suas
agendas oportunistas e despolitizantes.
1silveira bueno (1967) em seu l ivro vocabulrio.