quem emprega quem?

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46 revista deforma 47 revista deforma Em um recente artigo, Tim Brown lista cinco novas carreiras de design para o século 21. Entre elas, destaca a Pesquisa Híbrida de Design, uma prática para quem gosta tanto de pessoas quanto de dados, como ele mesmo descreve. O uso de métodos tradicionais de pesquisa em design ainda se mantêm importantes, mas agora passam a ser combinados com pesquisa de dados quantitativos e auxílio de tecnologia e ciências exatas na formação de inteligência de projeto. O uso de diferentes recursos de design em setores da indústria no Brasil QUEM EMPREGA QUEM? Por DUCO www.cbd.org.br www.ducontact.com Gestão de Design - DUCO Este tipo de pesquisa em design tende a funcionar como base de decisões para gerentes de design ou gestores em suas organizações, do privado ao público. Nesta prática, os desafios vão bem além da coleta de dados. Para que sejam úteis, dados precisam ter significado. O desafio para designers reside na habilidade de analisar os dados, ratificar, cruzar referências, comprovar e apresentar a informação de maneira a torna-la valiosa na tomada de decisão. Os gráficos a seguir são parte de um estudo complexo solicitado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), onde este trabalho de pesquisa com coleta e análise de dados é demonstrado. O Diagnóstico do Design Brasileiro foi publicado em 2014 e traça uma panorama do uso de design pela indústria no Brasil, além do perfil do setor de design no país. O projeto foi realizado pelo Centro Brasil Design e contou com uma equipe de mais de 10 pesquisadores envolvidos, entre eles a equipe da DUCO. A compilação de fatos e dados estatísticos neste projeto tem como um dos objetivos informar a tomada de decisões em programas e políticas públicas ligados à incorporação do design nos setores industrial e de serviços no Brasil. O gráfico acima ilustra o uso dos diversos recursos de design em diferentes setores da indústria brasileira. Cada ícone representa um recurso diferente sendo o tamanho do ícone representativo da frequência de uso (em porcentagem) pelo setor. Por exemplo, todas as empresas do setor Têxtil e Confecção da amostra contam com uma equipe de design interna, comparando, por exemplo, com o setor Médico- odonto-hospitalar que tem apenas 31% de suas empresas com uma equipe de design interna. Em destaque, o setor de Cerâmica de Revestimento faz uso de diversos recursos de design. Esta diversidade de práticas garante uma riqueza de ideias e inovação em uma empresa, mas também exige grande habilidade em gestão de design. Em um mercado competitivo como o de Revestimentos, é necessário possuir essa habilidade a fim de criar vantagens competitivas. No portfólio do setor HPPC destaca-se claramente o uso de designers freelancers. O uso de designers freelancers pode ser uma indicação da capacidade limitada das equipes de design das empresas em lidar com diferentes demandas. Pode ainda ser um indicativo de falta de planejamento quando freelancers são chamados para o cumprimento de demandas repentinas. O único setor que utiliza com mais frequência consultorias de design externas do que um departamento interno é o Médico-odonto- hospitalar. Como característica, este setor investe muito em pesquisa e desenvolvimento, mas apenas trabalha com designers externos no final de processo de desenvolvimento, para envolver suas novas tecnologias, desperdiçando oportunidade de acúmulo de know-how e potencial de inovação em seus produtos. Fonte: Diagnóstico do Design Brasileiro, 2014. Disponível para download: www.cbd.org.br/downloads 46 revista deforma

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Em um recente artigo, Tim

Brown lista cinco novas

carreiras de design para o

século 21. Entre elas, destaca a

Pesquisa Híbrida de Design, uma

prática para quem gosta tanto

de pessoas quanto de dados,

como ele mesmo descreve. O

uso de métodos tradicionais de

pesquisa em design ainda se

mantêm importantes, mas agora

passam a ser combinados com

pesquisa de dados quantitativos

e auxílio de tecnologia e

ciências exatas na formação de

inteligência de projeto.

O uso de diferentes recursos de design

em setores da indústria no Brasil Q U E M

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DUCO

Este tipo de pesquisa em design tende a funcionar

como base de decisões para gerentes de design ou

gestores em suas organizações, do privado ao público.

Nesta prática, os desafios vão bem além da coleta

de dados. Para que sejam úteis, dados precisam

ter significado. O desafio para designers reside na

habilidade de analisar os dados, ratificar, cruzar

referências, comprovar e apresentar a informação de

maneira a torna-la valiosa na tomada de decisão.

Os gráficos a seguir são parte de um estudo complexo

solicitado pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e comércio Exterior (MDIC) e a Agência

Brasileira de Promoção de Exportações e

Investimentos (Apex-Brasil), onde este trabalho

de pesquisa com coleta e análise de dados é

demonstrado. O Diagnóstico do Design Brasileiro foi

publicado em 2014 e traça uma panorama do uso de

design pela indústria no Brasil, além do perfil do setor

de design no país. O projeto foi realizado pelo Centro

Brasil Design e contou com uma equipe de mais de

10 pesquisadores envolvidos, entre eles a equipe da

DUCO. A compilação de fatos e dados estatísticos

neste projeto tem como um dos objetivos informar

a tomada de decisões em programas e políticas

públicas ligados à incorporação do design nos setores

industrial e de serviços no Brasil.

O gráfico acima ilustra o uso dos diversos

recursos de design em diferentes setores da

indústria brasileira. Cada ícone representa

um recurso diferente sendo o tamanho do

ícone representativo da frequência de uso (em

porcentagem) pelo setor. Por exemplo, todas as

empresas do setor Têxtil e Confecção da amostra

contam com uma equipe de design interna,

comparando, por exemplo, com o setor Médico-

odonto-hospitalar que tem apenas 31% de suas

empresas com uma equipe de design interna.

Em destaque, o setor de Cerâmica de

Revestimento faz uso de diversos recursos de

design. Esta diversidade de práticas garante uma

riqueza de ideias e inovação em uma empresa,

mas também exige grande habilidade em gestão

de design. Em um mercado competitivo como

o de Revestimentos, é necessário possuir essa

habilidade a fim de criar vantagens competitivas.

No portfólio do setor HPPC destaca-se

claramente o uso de designers freelancers.

O uso de designers freelancers pode ser

uma indicação da capacidade limitada das

equipes de design das empresas em lidar

com diferentes demandas. Pode ainda ser um

indicativo de falta de planejamento quando

freelancers são chamados para o cumprimento

de demandas repentinas.

O único setor que utiliza com mais frequência

consultorias de design externas do que um

departamento interno é o Médico-odonto-

hospitalar. Como característica, este setor

investe muito em pesquisa e desenvolvimento,

mas apenas trabalha com designers externos

no final de processo de desenvolvimento, para

envolver suas novas tecnologias, desperdiçando

oportunidade de acúmulo de know-how e

potencial de inovação em seus produtos.

Fonte: Diagnóstico do Design Brasileiro, 2014. Disponível para download: www.cbd.org.br/downloads

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