quem são eles interpretação de textos

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QUEM SÃO ELES A Funai encontra índios isolados em Rondônia. Foi um encontro emocionante, daquele tipo que faz pensar em tribos perdidas e filmes de Indiana Jones, embora as dúvidas que levante não tenham nada do romantismo fácil do cinema. Uma expedição liderada pelo sertanista Marcelo Santos, da Fundação Nacional do Índio, deparou na semana passada, em plena selva de Rondônia, com um casal que talvez pertença a um grupo indígena desconhecido. Ainda não se sabe se os índios encontrados pela Funai pertencem mesmo a uma nova etnia ou são apenas um ramo de uma tribo já identificada. "Vamos estudar sua língua e costumes e compará-los com os de outros grupos para saber quem são", diz Marcelo. O que se sabe sobre eles é que estavam isolados - o que, no jargão indigenista, indica um grupo sem contato frequente com os brancos. O casal vive em terras de fazendas particulares perto de Corumbiara, cidade a cerca de 800 quilômetros da capital, Porto Velho. Há dez anos Marcelo ouve histórias da existência de índios desconhecidos na região. Na mesma semana em que aconteceu a chacina dos sem-terra em Corumbiara, chegou a seus ouvidos que índios também teriam sido mortos. O sertanista resolveu agir rápido e, como não tinha autorização dos fazendeiros para passar por suas terras, entrou na mata por um caminho alternativo. A expedição de cinco pessoas andou cerca de 10 quilômetros a pé, seguindo sinais deixados pelos índios, até achá-los, no dia seguinte. Como os índios carregavam arcos e flechas, foram evitados gestos bruscos. Aos poucos acabaram estabelecendo um tipo de comunicação por meio de sinais e sorrisos, e até trocaram presentes. O casal de índios levou-os a sua aldeia, que estava deserta, onde ofereceu frutas aos convidados. Em troca, os dois ficaram com o relógio de Marcelo e uma fita com sacos para armazenamento de sementes e colares com enfeites de plástico, de grande efeito visual, especialmente quando combinados com saiote de palha. (Revista Veja de 13/9/95) 1. De acordo com o texto, podemos afirmar que: ( ) A Funai encontrou uma tribo indígena completamente desconhecida. ( ) o encontro com os índios desconhecidos se deu exatamente como nos filmes de Indiana Jones. ( ) talvez a Funai tenha encontrado uma tribo indígena completamente desconhecida. ( ) o encontro com os índios era na verdade, uma cena de filme. ( ) foi um encontro, sem sombras de dúvidas, de cinema. 2. Em relação ao mesmo texto, só não é correto afirmar que: ( ) foi fácil comunicarem-se, pois o sertanista já conhecia a língua dos índios. ( ) a comunicação através de gestos e sorrisos foi suficiente para se entenderem inicialmente. ( ) houve cuidado, por parte da expedição, com os gestos feitos para se comunicarem com os índios. ( ) as vestimentas dos índios também comunicaram alguma coisa à expedição. ( ) marcas deixadas pelos índios serviram como informação para a expedição.

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Page 1: Quem são eles interpretação de textos

QUEM SÃO ELES

A Funai encontra índios isolados em Rondônia.

Foi um encontro emocionante, daquele tipo que faz pensar em tribos perdidas e filmes de Indiana

Jones, embora as dúvidas que levante não tenham nada do romantismo fácil do cinema. Uma

expedição liderada pelo sertanista Marcelo Santos, da Fundação Nacional do Índio, deparou na

semana passada, em plena selva de Rondônia, com um casal que talvez pertença a um grupo

indígena desconhecido. Ainda não se sabe se os índios encontrados pela Funai pertencem mesmo a

uma nova etnia ou são apenas um ramo de uma tribo já identificada. "Vamos estudar sua língua e

costumes e compará-los com os de outros grupos para saber quem são", diz Marcelo. O que se sabe

sobre eles é que estavam isolados - o que, no jargão indigenista, indica um grupo sem contato

frequente com os brancos. O casal vive em terras de fazendas particulares perto de Corumbiara,

cidade a cerca de 800 quilômetros da capital, Porto Velho.

Há dez anos Marcelo ouve histórias da existência de índios desconhecidos na região. Na mesma

semana em que aconteceu a chacina dos sem-terra em Corumbiara, chegou a seus ouvidos que

índios também teriam sido mortos. O sertanista resolveu agir rápido e, como não tinha autorização

dos fazendeiros para passar por suas terras, entrou na mata por um caminho alternativo. A

expedição de cinco pessoas andou cerca de 10 quilômetros a pé, seguindo sinais deixados pelos

índios, até achá-los, no dia seguinte. Como os índios carregavam arcos e flechas, foram evitados

gestos bruscos. Aos poucos acabaram estabelecendo um tipo de comunicação por meio de sinais e

sorrisos, e até trocaram presentes. O casal de índios levou-os a sua aldeia, que estava deserta, onde

ofereceu frutas aos convidados. Em troca, os dois ficaram com o relógio de Marcelo e uma fita com

sacos para armazenamento de sementes e colares com enfeites de plástico, de grande efeito visual,

especialmente quando combinados com saiote de palha. (Revista Veja de 13/9/95)

1. De acordo com o texto, podemos afirmar que:

( ) A Funai encontrou uma tribo indígena completamente desconhecida.

( ) o encontro com os índios desconhecidos se deu exatamente como nos filmes de Indiana Jones.

( ) talvez a Funai tenha encontrado uma tribo indígena completamente desconhecida.

( ) o encontro com os índios era na verdade, uma cena de filme.

( ) foi um encontro, sem sombras de dúvidas, de cinema.

2. Em relação ao mesmo texto, só não é correto afirmar que:

( ) foi fácil comunicarem-se, pois o sertanista já conhecia a língua dos índios.

( ) a comunicação através de gestos e sorrisos foi suficiente para se entenderem inicialmente.

( ) houve cuidado, por parte da expedição, com os gestos feitos para se comunicarem com os

índios.

( ) as vestimentas dos índios também comunicaram alguma coisa à expedição.

( ) marcas deixadas pelos índios serviram como informação para a expedição.

Page 2: Quem são eles interpretação de textos

A partir da leitura do texto abaixo, responda o que se pede:

“A grande guerra” - Paulo Mendes Campos

As árvores sempre amaram os homens, desde o princípio dos tempos. Confessam este amor sem

parar, às horas todas do dia. Mesmo quando a luz se retira e elas desaparecem de nossa vista,

continuam a dizer que nos amam, fazendo perfume para nossa noite e música para os nossos

sonhos.

Mas as árvores não são apenas os maiores artistas que existem; são também os mais sábios

cientistas. Se a gente lotasse o Mineirão de cientistas, os cem mil sábios ali reunidos saberiam muito

menos do que uma árvore. E a mais profunda e indispensável ciência da árvore é transformar veneno

em ar puro.

Poucos homens, por incrível que pareça, entendem a língua das árvores. Um em mil?

Talvez nem isso. Um dia, por causa dessa ignorância, reunidos numa sala fechada, os homens

declararam guerra às árvores. (...)

Foi uma guerra feia e covarde. Todos os homens, quase todos (com exceção das pessoas de ouvido

fino, que entendem a língua dos vegetais ), entraram na luta de extermínio. Quem não pertencia a

um exército regular, punha o machado no ombro e saía de manhã para brigar sozinho. Os mais

humildes, que não dispunham de machadinha, armavam-se de fósforo ou isqueiro. Até as crianças,

as mais assanhadas e menos inteligentes, participavam da guerra, e da maneira mais diabólica:

construíam balões que, levados pelo vento, causavam perdas incalculáveis ao doce e inocente

inimigo. (...)

Foi iniciada e jamais teve trégua, prosseguindo até o dia de hoje, auxiliada agora pelas serras

elétricas e o trator. (...)

No ritmo em que vamos, em pouco tempo não ficará uma floresta em pé.

Há um único problema: estamos enfrentando agora novos inimigos, aqueles que aparecem quando as

árvores morrem: os riachos e os rios estão secando, atormentando os homens; os temporais

adoidados destroem as plantações, atormentando os homens; a terra arrebenta-se e não presta mais

para nada, atormentando os homens; o sol queima as sementeiras e castiga a criação, atormentando

os homens. Em vez de dar música nas ramagens, a ventania dá medo; em lugar de perfume,

aspiramos o fumo das máquinas; em troca de poesia, vamos entrando cada vez mais por uma

paisagem sem flores, sem pássaros, sem verde. E já estamos sentindo falta de ar.

Superpovoada de homens e despovoada de árvores, a própria Terra, a única que possuímos, chega ao

fim e aos poucos morre.

Resultado final: as árvores perdem a guerra, e os homens ganham o inferno.

3. Qual é a principal ciência das árvores?

4. A que grande guerra se refere o texto?

5. Quais foram as únicas pessoas que não

entraram na luta de extermínio?

( ) as crianças

( )as mulheres

( )os homens

( )os cientistas

( )as pessoas que entendem a língua dos

vegetais.

6. Marque a melhor resposta :

“Se as árvores perderem a guerra...”

( ) Ficaremos sem pássaros e sem verde.

( ) A Terra morrerá.

( ) Os cientistas terão trabalhado contra as

árvores.

( ) Os rios e os riachos secarão.

( ) Os temporais adoidados destruirão as

plantações.