quinta parte - a bíblia e a fé cristã
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RESUMO DO CONTEÚDO BÍBLICOTRANSCRIPT
RESUMO - MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA
QUINTA PARTE – A BÍBLIA E A FÉ CRISTÃ - P. 855-952
A FÉ E A COMUNIDADE CRISTÃS
O ministério de Jesus com os seus discípulos seguia princípios gerais de ensino do primeiro
século. Os discípulos ouviam, faziam perguntas, aprendiam e imitavam o mestre.
De igual modo, as epístolas enfatizam a importância de ensinar e de viver “de acordo com
a sã doutrina”. A verdade cristã deve ser formulada e articulada para informar e moldar
crenças, valores e estilos de vida.
A teologia cristã reflete e articula idéias a respeito de Deus, baseada em sua revelação
para nós. A teologia cristã deve envolver-se no mundo acadêmico, na sociedade como um
todo e na igreja e causar impacto sobre todos esses segmentos.
O DEUS TRINO E UNO: EXISTÊNCIA, NATUREZA E ATRIBUTOS
O estudo de Deus é a doutrina fundamental da teologia cristã.
Formas de estudar a Deus
Existem dois métodos fundamentais de abordagem do estudo de Deus:
1) a abordagem filosófica
2) a abordagem bíblica.
Refletindo sobre Deus
O Breve Catecismo de Westminster descreve Deus como Espírito, infinito, eterno e
imutável em ser, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.
A Confissão de Fé Belga afirma que todos nós cremos com o coração e confessamos com a
boca que há um ser único e espiritual a quem chamamos Deus.
A Fé e Mensagem Batista confessa que há um e somente um Deus vivo e verdadeiro.
No entanto, os seguintes princípios fundamentais podem ser úteis para a nossa reflexão
sobre Deus:
1. Deus falou a homens e mulheres, e a Bíblia é a sua Palavra.
2. Deus é senhor e rei sobre este mundo, governando todas as coisas para a sua própria
glória.
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3. Deus é Salvador, e agiu em amor soberano por meio do Senhor Jesus Cristo.
4. Deus é trino e uno; há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A piedade significa uma resposta à revelação de Deus em confiança e obediência, fé e
adoração, oração e louvor, submissão e serviço.
A natureza pessoal de Deus
Deus é pessoal e também distinto de outros seres, da natureza e do universo. A Bíblia
proclama Deus como Espírito, vivo, inteligente, que age com propósito, ativo e livre.
Os atributos de Deus
Quando falamos sobre os atributos de Deus, estamos afirmando verdades a respeito de
Deus reveladas na criação, nas Escrituras e em Cristo.
Os teólogos distinguem os atributos de Deus de maneira diversa. A distinção feita envolve:
a constituição de Deus e a personalidade de Deus; atributos absolutos e atributos relacionais;
atributos naturais e atributos morais; amor divino e liberdade divina; atributos incomunicáveis
e atributos comunicáveis; santidade e amor.
Atributos de grandeza
Auto-existente. Ele é totalmente autosuficiente, independente de tudo que há fora dele
mesmo.
Infinito. É infinito em relação ao tempo, ao espaço, ao conhecimento e ao poder. A
infinitude e a eternidade (infinitude temporal) de Deus: Deus é eterno, e a sua existência não é
medida pelo tempo. A infinitude e a onipresença (infinitude de espaço) de Deus: Deus criou o
espaço e não pode ser localizado espacialmente. A infinitude e a onisciência de Deus (infini-
tude de conhecimento): Deus sempre age em todos os acontecimentos. A infinitude e a
onipotência de Deus (infinitude de poder): Deus pode fazer tudo que é coerente com a sua
natureza.
Soberano. Deus é o ser supremo e o soberano do universo.
Constante e Coerente. Alguns teólogos referem-se à coerência divina com o termo
imutabilidade. Preferimos chamar Deus de coerente porque o termo imutabilidade é muitas
vezes entendido, incorretamente, como imobilidade.
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Atributos de bondade
Santidade. Afirmar que Deus é santo equivale a dizer que ele é absolutamento singular e
puro.
Justiça. A aplicação de sua justiça e a administração de justiça aos outros definem o que
chamamos de justiça divina. Porque Deus é justo, ele tem de punir o pecado.
Verdade. Deus sempre é digno de confiança porque ele se conforma exatamente ao seu ser
e ao mais alto ideal do que ele deve ser.
Fidelidade. A fidelidade de Deus está intimamente relacionada com a sua coerência.
Amor. O amor de Deus inclui benevolência paternal, cuidado maternal e disciplina de
ambos porque seu amor é um amor santo.
Graça. Deus lida com os seres humanos, homens e mulheres, com base em sua bondade e
em seu altruísmo; ele o faz, não baseado em nenhum mérito humano, mas sim em nossa
necessidade.
Misericórdia. Deus é também compassivo e mostra terno amor para com o seu povo.
O Deus trino e uno
As Escrituras revelam a unidade de Deus. Elas asseveram ou subentendem a divindade das
três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Podemos afirmar que Deus é um em sua
natureza e três em pessoa.
A doutrina da Trindade é incompreensível. É verdade para o coração. O fato de que ela não
pode ser explicada satisfatoriamente, de modo nenhum a refuta, antes a valoriza.
Conclusão
Deus não é material, mas sim espiritual; não está morto, mas é vivo; não é passivo, mas
sim ativo; não é impessoal, mas sim um ser pessoal.
A PALAVRA DE DEUS:
A DOUTRINA DA REVELAÇÃO E DA INSPIRAÇÃO
Todos os cristãos reconhecem que Deus agiu e falou na história, revelando-se assim às suas
criaturas. A revelação é a automanifestação de Deus à humanidade de forma que homens e
mulheres possam conhecê-lo e ter comunhão com ele.
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A revelação
A revelação geral. Podemos dizer que a revelação geral é o autodesvendamento de Deus
de forma geral a todas as pessoas de todas as épocas em todos os lugares. Deus revelou-se
não somente na natureza, mas também naquilo que pode ser chamado revelação interna. Essa
revelação interna envolve razão humana, experiência e consciência humanas.
Deus revelou-se a todos, em todos os lugares, em todas as épocas; assim, em toda parte o
ser humano expressa necessidade de Deus.
A revelação especial. Em contraste com a revelação geral de Deus, disponível a todos, a
revelação especial de Deus está disponível a pessoas específicas, em épocas específicas, em
lugares específicos, disponível agora apenas pela consulta às Escrituras Sagradas.
A revelação geral é inferior à revelação especial na clareza e em diversos aspectos. A
insuficiência da revelação geral exige a revelação especial.
A inspiração
A Palavra inspirada de Deus. Quando a Palavra de Deus chega a nós por meio de autores
humanos, o aspecto humano instrumento escolhido por Deus pode ser visto no produto.
Podemos de fato ver diferentes personalidades quando observamos os diversos livros da
Bíblia. O estilo, vocabulário e os propósitos particulares do apóstolo João são distintos dos de
Lucas. Todavia, o produto final de ambos os escritos é igualmente a Palavra Inspirada de
Deus.
A Bíblia afirma sua própria inspiração em 2Timóteo 3.16-17: “Toda a Escritura é inspirada
por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a
fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
Podemos afirmar que a inspiração estende-se à escolha das palavras, ainda que o
significado das Escrituras esteja no nível das frases e também além dele.
A Palavra inerrante de Deus. A inerrância decorre necessariamente da inspiração. É uma
doutrina importante não porque seja necessária para a salvação, mas porque é importante
continuar afirmando uma confissão bíblica e ortodoxa da salvação e também de outras
doutrinas.
Conclusão
A revelação de Deus tornou possível que homens e mulheres conhecessem a Deus,
recebendo sua verdade e sua salvação.
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Por causa das necessidades básicas de homens e mulheres de todas as idades e raças em
todas as épocas e culturas, a mensagem central das Escrituras pode ser conhecida como
normativa e detentora autoridade.
O MUNDO DE DEUS:
CRIAÇÃO E PROVIDÊNCIA, ANJOS E DEMÔNIOS
A criação
Declaramos que Deus trouxe à existência tudo o que há, sem o uso de nenhuma matéria
preexistente. A doutrina bíblica da criação afirma Deus como Criador, Redentor e Soberano.
O Deus Criador não é distinto do Deus que efetua nossa salvação em Jesus Cristo através do
seu Espírito Santo.
A doutrina da criação também afirma que Deus é distinto de sua criação e que todas as
suas criaturas dele dependem e são boas. Sustenta também que Deus é um Deus que possui
propósitos e que cria livremente.
Preservação e providência
Preservação. A obra de Deus de preservação inclui sua intervenção nas questões da
história.
Providência. A providência envolve a obra contínua do Deus trino e uno por meio da qual
todas as coisas no universo são dirigidas e controladas, levando a efeito seguramente seu
plano repleto de sabedoria.
Os desígnios de Deus
Deus é um Deus de aliança, cheio de amor, que cuida de seu povo e o sustenta. Para os
salvos do Antigo Testamento era quase inconcebível que alguma coisa pudesse acontecer
independentemente do plano de Deus e de seu desfecho.
Os desígnios de Deus existem desde toda a eternidade sendo, portanto, livres de qualquer
seqüência cronológica; são definidos por liberdade e por propósito; existem pela sua boa
vontade.
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Os anjos, Satanás e os demônios
Os anjos. Os anjos são os mensageiros de Deus, seres poderosos que habitam as regiões
celestiais. São seres inteligentes que possuem entendimento e curiosidade.
Satanás e os demônios. O diabo é uma criatura angelical elevada que, antes da criação da
raça humana, rebelou-se contra o Criador e tornou-se o principal adversário de Deus e da
humanidade. Satanás é um ser inteligente e poderoso.
Na queda, muitos anjos (demônios) caíram com ele. Alguns deles perambulam livremente
enquanto outros estão presos.
Conclusão
Tem sido afirmado que Deus, como Senhor transcendente de todo espaço e tempo, em
nada depende deste mundo nem está preso a ele. Deus não precisa deste universo para ser
Deus.
O plano de Deus possui propósito, eficácia e é agradável ao próprio Deus. Ainda que haja
mal no mundo, a bondade de Deus finalmente triunfará sobre o mal e o seu cuidado
providencial pode usar para o bem o que pretendia favorecer o mal, fazendo avançar o reino
de Deus e trazendo eterna glória ao nome de Deus.
O FILHO DE DEUS: A PESSOA E A OBRA DE JESUS CRISTO
Jesus Cristo, que é eternamente a segunda pessoa da Trindade e compartilha de todos os
atributos divinos, tornou-se plenamente humano.
A PESSOA DE JESUS CRISTO
Quando olhamos para Jesus, vemos o pleno homem Jesus e também afirmamos que ele é
Deus.
A humanidade de Jesus
A humanidade de Jesus é um pressuposto nos evangelhos sinóticos. Ele é humano de fato,
mas é sem pecado e diferente de qualquer outro ser humano. Seu significado não se encontra
na comparação dele com outras pessoas, mas sim no contraste com elas.
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O nascimento virginal. O nascimento de Jesus resultou de uma concepção miraculosa.
Isso de modo nenhum ensina a perpetuidade da virgindade de Maria nem envolvimento
biológico-divino algum na encarnação que negue a virgindade da mãe de Jesus.
A impecabilidade de Jesus. Os evangelhos apresentam Jesus tomando parte no batismo
de João, que era um batismo de arrependimento. Jesus foi batizado não para arrependimento
do pecado, mas para cumprir a justiça e para identificar-se plenamente com a humanidade
caída.
A divindade de Jesus
Jesus possuía internamente a própria natureza de Deus e a demonstrava exteriormente.
A unidade das duas naturezas
É necessário que Cristo seja tanto Deus como homem. Somente como homem, ele poderia
ser redentor da humanidade; somente como homem sem pecado, ele poderia morrer
devidamente por nós.
Cristo possui uma natureza humana, mas ele não é uma pessoa humana. A pessoa de Cristo
é o Deus-homem, a segunda pessoa da Trindade.
Podemos aprender de Jesus a partir de seus títulos tais como: Cristo, Senhor e outros que
lhe são dados nas Escrituras. Veja o artigo “Os Títulos de Cristo”: Servo, Profeta / Mestre,
Último Adão, Deus.
A OBRA DE CRISTO
A cruz de Cristo
A vida e a morte de Cristo foram um exemplo de amor divino e exerceram uma benéfica
influência, provendo um modelo de serviço e de sacrifício.
A expiação. A idéia da expiação é o ponto principal do conceito neotestamentário da
pessoa salvadora de Cristo. Tal compreensão da obra de Cristo na cruz diz respeito ao
realizar-se da satisfação em Deus e ao mesmo tempo da satisfação da culpa do pecado.
A redenção. A idéia de redenção está relacionada de modo vital com temas como
livramento, libertação e resgate. A idéia de redenção é a de tirar os pecadores de um cativeiro
hostil para uma liberdade autêntica.
A reconciliação. Reconciliar significa tirar a humanidade caída da alienação e levá-la a um
estado de paz e de harmonia com Deus. A reconciliação não é um processo pelo qual homens
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e mulheres tornam-se mais aceitáveis diante de Deus, mas um ato pelo qual somos libertados
da condição de estranhos no que diz respeito à comunhão com Deus.
A ressurreição de Cristo
A ressurreição é o âmago da mensagem cristã, o que mostra que a esperança do evangelho
é escatológica em sua natureza, é a promessa e também a garantia do juízo final.
A ascensão e a exaltação de Cristo
Depois da ressurreição, Cristo subiu aos céus, onde está exaltado, à destra de Deus, em
uma posição de honra.
Conclusão
Com toda convicção confessamos e afirmamos que Jesus Cristo, como Deus-homem,
revelou Deus plenamente a homens e mulheres. Nele pomos nossa confiança e esperança,
oferecendo-lhe nossa gratidão pela salvação que nos concedeu.
O ESPÍRITO DE DEUS:
O ESPÍRITO SANTO E A VIDA ESPIRITUAL
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO NO ANTIGO TESTAMENTO
Nos primeiros livros do Antigo Testamento, o Espírito de Deus aparece como um poder
intermitente que vinha sobre uma pessoa e a capacitava a realizar os propósitos de Deus. Em
Gênesis 1.2 o Espírito pairava sobre a face das águas como o faz a mãe sobre os seus filhos.
Durante o período dos juízes e da monarquia incipiente, o propósito do Espírito pode ser
entendido como a capacitação de uma pessoa para cumprir a vontade de Deus.
O aspecto mais importante do Espírito no ministério do profeta ocorre num contexto ético.
Espírito é a promessa que será derramada na era vindoura, a era messiânica.
O Espírito no judaísmo rabínico e no período interbíblico
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O ambiente do pensamento do Novo Testamento é mais bem localizado no judaísmo da
Palestina, quando a atividade do Espírito era vista basicamente como fenômeno passado da
história de Israel, mas que havia cessado com o encerramento do ofício profético.
O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
Jesus e o Espírito
O Espírito Santo estava presente no início da era messiânica. Isso é comprovado pelo
ministério do Espírito na vida de João Batista bem como com a manifestação do Espírito a
Maria e a Simeão.
Quando atentamos para o ministério de Jesus, podemos fazer as seguintes observações:
1. O Espírito estava presente no batismo de Jesus.
2. O Espírito estava presente na tentação de Jesus.
3. O Espírito era o poder que aparece no exorcizar dos demônios.
4. O Espírito ungiu Jesus para pregar e deu ao ministério messiânico um sentido de
urgência e de prioridade.
5. O Espírito é a fonte da autoridade do ensino de Jesus.
6. Jesus alegrou-se no poder do Espírito, o que lhe possibilitou concentrar-se em sua
missão messiânica.
O Espírito e a missão da nova igreja
Com a vinda do Espírito no Pentecostes, houve uma universalização do ministério e da
missão de Jesus. Jesus era a palavra final de Deus para a humanidade, e o papel do Espírito
não era dar alguma nova revelação de si mesmo, mas sim dar testemunho de Jesus, e
interpretar e ressaltar todas as implicações últimas da palavra final de Deus.
Depois do Pentecostes, o Espírito começou a agir em muitos aspectos da comunidade
cristã. O Espírito usou vários meios para fazer prosperar a nova missão.
A postura de Paulo quanto ao Espírito e à vida espiritual
A ação do Espírito permeava tão amplamente o pensamento do apóstolo que praticamente
não havia nenhum aspecto da experiência cristã fora da esfera da ação do Espírito.
A obra do Espírito no indivíduo convertido. Os apóstolos, especialmente Paulo,
sustentavam algumas expectativas que acompanhariam a vinda da era do Espírito.
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O Espírito leva os cristãos a uma nova maneira de pensar e dá-lhes novos valores: “Os que
se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito,
das coisas do Espírito”.
Paulo falou do Espírito em contraste com a vida controlada pela carne.
A obra do Espírito na nova comunidade. Paulo via o Espírito Santo como a base da ver-
dadeira unidade no corpo de Cristo. A comunidade da fé deve manter a unidade do Espírito. A
base da unidade é identificada por Paulo como o batismo no Espírito. O batismo do Espírito é
o meio de entrada na nova vida em corpo na comunidade.
A tensão na vida espiritual. A vida no Espírito deve ser vivida na tensão entre o que foi
realizado pelo feito histórico de Jesus e o que ainda há ser plenamente cumprido na segunda
vinda.
Conclusão
Observamos que quase qualquer aspecto da experiência cristã é influenciado pela ação do
Espírito. O Espírito era principalmente visto como a fonte de capacitação no Antigo
Testamento e executava função semelhante no ministério de Jesus.
Em Pentecostes, o Espírito veio em sua plenitude para universalizar o ministério de Cristo e,
ao mesmo tempo, exaltá-lo na expansão da nova missão da igreja.
A SALVAÇÃO DE DEUS:
AS DOUTRINAS DO HOMEM, DO PECADO E DA SALVAÇÃO
O ser humano, homem e mulher, é a forma suprema da criação de Deus na terra, tendo sido
criados para servir a Deus.
O HOMEM
A posição e a natureza do homem
Homens e mulheres são criaturas de Deus complexas, compostas não somente de um corpo
físico, mas também de um eu imaterial, conhecido por alma ou espírito. A principal razão da
importância do ser humano, homem e mulher, na criação, acima de todo o restante da criação
de Deus, está relacionado com a sua criação à imagem de Deus.
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A imagem de Deus
Pelo fato de terem sido criados à imagem de Deus, o homem e a mulher possuem
racionalidade, moralidade, espiritualidade, e personalidade.
Macho e fêmea
Na criação há plena igualdade entre o homem e a mulher; nenhum dos sexos recebe
proeminência sobre o outro.
O PECADO E A QUEDA
Embora o homem e a mulher sejam criados à imagem de Deus, a entrada do pecado no
mundo teve grande influência negativa sobre a criação de Deus, especialmente sobre o ser
humano, criado à imagem de Deus. Essa imagem não se perdeu, mas foi severamente
prejudicada.
Somos, portanto, totalmente depravados, mas não podemos afirmar que somos totalmente
corrompidos. Outros fatores, tais como, o ambiente, a constituição emocional, a herança, e,
naturalmente, o efeito permanente de termos sido criados à imagem de Deus influencia o grau
de corrupção.
A SALVAÇÃO
A graça
A salvação é um dom gratuito de Deus e não pode ser merecida pelo bom comportamento.
A graça alcança-nos quando ainda estamos em nossos pecados e traz transformação
espiritual com base na obra consumada da cruz de Jesus Cristo. Ela vem de Deus e não está
baseada na receptividade humana; mesmo assim homens e mulheres têm de responder à graça
de Deus.
A fé
A Bíblia sustenta que a fé é o meio pelo qual recebemos e conquistamos a salvação
comprada em nosso favor pela obra da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé envolve pleno
compromisso de alguém com o Senhor Jesus, compromisso que envolve conhecimento,
confiança e obediência.
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A conversão e o arrependimento
Converter-se significa voltar-se para Cristo por iniciativa de Deus. É uma grande obra do
poder de Deus que muda o coração e infunde vida em nosso espírito morto.
Voltar-se do pecado, renunciá-lo e mudar de mente sobre o pecado e sobre Cristo é o que
entendemos por arrependimento. Não é apenas ficar triste conosco, mas sim abandonar o
pecado.
Metáforas da salvação
Há temas bíblicos importantes e algumas metáforas e figuras que descrevem a salvação.
Regeneração. É uma mudança espiritual pela qual o Espírito Santo confere vida divina.
Santificação. A santificação envolve diferentes aspectos da salvação; é, de certo modo, um
termo abrangente.
Glorificação. A justificação é a declaração de justiça; a santificação é o processo de
tornar-se justo; e a glorificação é a consumação definitiva de nossa justiça.
Perdão. O retirar do pecado e de sua pena chama-se perdão.
União com Cristo. O resultado dos conceitos de adoção, de perdão e de justificação é
visto como uma nova esfera de união com Cristo.
A segurança eterna
Nossa salvação está assegurada em Cristo, e nada pode separar-nos do amor de Cristo. A
segurança eterna é uma verdade objetiva, nossa resposta, porém, é experimental e subjetiva.
Conclusão
O homem, criado à imagem de Deus, pecou e está alienado de Deus. Por sua graça, Deus
toma a iniciativa de levar os pecadores a Cristo e, como resultado dessa graça, os cristãos
experimentam a salvação pelo pecado. A Bíblia expressa tais verdades com várias metáforas,
sempre enfatizando que Deus é o autor e o consumador de nossa salvação.
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A IGREJA DE DEUS:
A NATUREZA E A MISSÃO DA IGREJA
A igreja é a comunidade de homens e mulheres que atenderam à oferta divina de salvação.
Ela fornece ordem, organização e diretrizes missionárias para o povo de Deus.
A NATUREZA DA IGREJA
O início da igreja
A idéia bíblica de igreja deve ser compreendida pelo uso de ekklesia (a palavra grega
traduzida por igreja) no Novo Testamento. A idéia básica significa um grupo reunido de
pessoas. A igreja foi inaugurada no Pentecostes como a nova sociedade divina.
Características da igreja
Aquilo que a comunidade de crentes é precede o entendimento daquilo que a igreja faz. A
igreja é, tanto em origem como em fim, igreja de Deus.
O Novo Testamento apresenta vários modelos ou imagens da igreja, refletindo uma
herança mais judaica que helenista.
A igreja é multifacetada como demonstram várias figuras encontradas na Bíblia. A idéia da
igreja como povo de Deus retrata sua universalidade, ou seja, crentes que atravessam todos os
segmentos da sociedade estão em contato uns com os outros.
Juntando-nos à igreja ao longo dos séculos, sustentamos que a igreja é una, santa,
universal e apostólica.
A ordem e a organização da igreja
A igreja deve fazer tudo com decência e ordem (1Co 14.40). Para a igreja funcionar desse
modo, há necessidade de liderança, que inclui dois ofícios: supervisores e diáconos.
O primeiro grupo de líderes é responsável pela supervisão, administração, ensino e
pastoreio gerais. O segundo grupo de líderes tem responsabilidades de serviço, auxílio,
cuidado com famílias e visitação.
A MISSÃO DA IGREJA
A igreja em louvor e culto
O culto é central na existência e continuação da igreja conforme apresentada no Novo
Testamento. O propósito último da igreja é o culto e o louvor daquele que lhe deu existência.
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A igreja em serviço
Todo membro da igreja local é um crente-sacerdote diante de Deus, em favor mútuo. Jesus
Cristo é a cabeça da igreja, bem como seu Sumo Sacerdote.
Paulo deu listas dos dons, mas seguiu adiante, para o caminho mais excelente do amor
cristão.
A igreja em comunhão
A igreja é uma comunidade de homens e mulheres que se relacionam entre si por causa de
seu relacionamento com Jesus Cristo.
As ordenanças da igreja
As ordenanças da igreja são duas: o batismo e a ceia do Senhor.
O batismo. O batismo cristão tem como antecedente o ato veterotestamentário de
purificação ritual, o batismo de prosélitos e o batismo de João. Está essencialmente ligado à
morte e ressurreição, não à purificação. O batismo significa sepultamento com Cristo em sua
morte, mas o batismo também significa nova vida, participar da vida ressurreta de Cristo.
A ceia do Senhor. Quando a igreja celebra a ceia e consome o pão e o vinho, a presença
do Senhor deve ser lembrada em sua memória.
A disciplina da igreja
Talvez a prática mais negligenciada na comunidade cristã contemporânea seja a disciplina
da igreja. A disciplina repousa no fato de que o próprio Deus disciplina seus filhos. Ela deve
ser praticada com grande cuidado.
Conclusão
Deus criou a igreja para comunhão com ele e com os outros crentes. A igreja possui um
propósito duplo no mundo; ela deve exercer um sacerdócio santo e declarar os atos
admiráveis de Deus que tirou a comunidade de crentes das trevas para sua maravilhosa luz.
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O GOVERNO E O REINADO DE DEUS: A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
ESCATOLOGIA INDIVIDUAL
A escatologia individual examina o fenômeno da morte como uma experiência individual e
a questão do estado intermediário, ou seja, o estado dos mortos no período entre a morte e a
ressurreição final.
A morte
Não há escapatória. Cedo ou tarde, a menos que o Senhor Jesus Cristo volte, todos
morreremos. De acordo com as Escrituras, a morte não é um mero fenômeno biológico, mas
uma conseqüência da desobediência ao mandamento de Deus.
O estado intermediário
A idéia do estado intermediário refere-se ao estado dos mortos no período compreendido
entre a morte e a ressurreição final.
ESCATOLOGIA COLETIVA
A história só conhecerá a verdadeira paz quando o governo e o reinado de Deus chegarem
à sua manifestação plena. A escatologia coletiva trata dos fatos que ocorrerão no final da
história humana.
A volta de Cristo
Cristo veio primeiro em forma de servo. Ele voltará como Juiz de toda a humanidade. Na
primeira vinda, ele inaugurou seu reino; na segunda, ele o consumará.
O reino de Deus, o governo e o reinado de Deus, será consumado e plenamente
consolidado na volta de Cristo.
O milênio
O termo milênio deriva da referência aos mil anos de reinado de Cristo com os santos em
Apocalipse 20.4-6. Há várias concepções milenistas:
O pós-milenismo. De acordo com essa concepção, Cristo voltará após (pós) um longo
período de expansão e prosperidade espiritual da igreja, desencadeado pela pregação do
evangelho, a bênção do Espírito e o empenho da igreja em favor da retidão, justiça e paz.
O amilenismo. O amilenismo crê que não haverá um reinado milenar de Cristo com os
santos na terra.
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O pré-milenismo dispensacionalista. Esse sistema ensina que Cristo voltará antes do
milênio, compreendido como um período literal de mil anos, e antes do período de sete anos
conhecido como a grande tribulação
O pré-milenismo histórico. Essa posição ensina que Cristo voltará antes do milênio, que
pode ser ou não compreendido como um reinado milenar literal de Cristo; mas ocorre após a
grande tribulação (pós-tribulacionista).
Todas as posições concordam que Cristo voltará de modo físico e visível, e a esperança de
igreja concentra-se nele. Quando ele voltar, consumará o reino de Deus. O governo e o
reinado de Deus, completamente expresso como a vitória de Deus sobre o pecado, o mal e a
morte.
A ressurreição
As Escrituras ensinam que na volta de Cristo os mortos serão ressuscitados. Será uma
ressurreição física semelhante à de Cristo.
O julgamento final
O ensino da ressurreição leva ao trono do julgamento final (de novo a cronologia e os tipos
de julgamento divergem de acordo com a posição sobre o milênio).
Satanás e os demônios serão julgados e os crentes comparecerão diante do tribunal de
Cristo para serem julgados por suas obras.
O estado eterno
O estado final é ou de angústia e separação eterna de Deus ou de bem-aventurança eterna.
No estado final, os perversos são destinados ao lugar de condenação chamado inferno, um
lago eterno de fogo. O estado final dos crentes será precedido pelo julgamento do mundo
presente e estabelecimento da nova criação.
Conclusão
O governo e reinado final de Deus trará vitória quando Cristo voltar para estabelecer e
consumar seu reino. Isso leva ao julgamento, que leva ao estado eterno: condenação para os
ímpios e gozo eterno para os crentes, quando a glória eterna de Deus for manifestada em seu
governo e reinado vitorioso.
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A BÍBLIA E A VIDA CRISTÃ
A Bíblia como um livro para a vida
O propósito da Bíblia como guia para a vida cristã pode ser visto na natureza da própria
Bíblia. A mensagem da Bíblia é voltada para todas as pessoas, não só para os cultos. A igreja
da Idade Média tendia a obscurecer esse apelo comum da Bíblia, restringindo seu uso ao
clero.
Uma abordagem responsável da Bíblia
A fé e a devoção pessoal. Conforme aprendeu Nicodemos, a Bíblia é primeiro um livro de
fé, não de ensino.
A honestidade pessoal e a auto-avaliação. Uma abordagem reverente da Bíblia exige um
reconhecimento honesto de forças psicológicas. É correto quando se diz que se alguém abre a
Bíblia honestamente e pergunta o que ela é, a pergunta volta: A Bíblia pergunta quem é o
leitor!
A preocupação cultural. A pessoa também vai para a Bíblia rodeada por um ambiente,
uma cultura que ajudou a moldar sua vida e que a continua moldando. Ela pode incentivar a
negligência ou o ceticismo para com a Bíblia.
Um entendimento responsável da Bíblia
O segundo pré-requisito para o uso adequado da Bíblia está relacionado com a natureza e
função da Bíblia em si.
O livro da igreja. A leitura bíblica e a devoção pessoais estão implicadas nas Escrituras,
mas o pleno entendimento é com freqüência ligado à leitura e à explicação coletiva.
O livro de crescimento. Jesus descreveu as próprias palavras como “espírito” e “vida”
porque é o alimento que nutre o espírito. A Bíblia está para a vida cristã como o alimento para
a vida biológica.
Um livro de sabedoria. A imersão na Bíblia capacita os cristãos a pensarem de modo
cristão. A Bíblia também fornece direção. Ela insta os crentes a se firmarem nas verdades
ensinadas claramente nas Escrituras.
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A BÍBLIA E O CULTO CRISTÃO
Pelas palavras que proferem, pelo ministério que exercem e pelos símbolos que criam, os
cristãos declaram que Deus é digno de honra, louvor e devoção. Declarar a dignidade de Deus
por meio de palavras, atos e símbolos é a essência do culto.
O culto e a Bíblia no Antigo Testamento
O culto judaico girava principalmente em torno de duas instituições: o templo e a sinagoga.
Cada uma dessas instituições possuía o próprio centro no culto e cada uma delas forneceu
elementos significativos ao culto cristão.
O ato central de culto no templo era o sacrifício de animais. Junto com os sacrifícios, o
culto no templo também incluía orações, cântico de salmos, leitura da Lei e ensinos rabínicos.
O culto na sinagoga incluía louvor, orações, leitura da Lei e dos Profetas e exposição das
Escrituras.
O culto e a Bíblia no Novo Testamento
A primeira igreja foi estabelecida em Jerusalém. O ambiente inicial de culto entre esses
primeiros cristãos foi o templo judaico.
Os cristãos judeus por fim tiveram de se afastar da sinagoga. Essa separação não ocorreu
de maneira uniforme quanto ao tempo e espaço, e sabemos que na vida de Paulo ele pregou
tanto em sinagogas como em igrejas nos lares.
O uso das Escrituras no culto cristão é confirmado na Bíblia, quando Paulo admoestou
Timóteo a se dedicar à leitura pública das Escrituras.
O culto e a Bíblia na igreja primitiva
Um dos documentos mais antigos que detalham o culto cristão no período após o Novo
Testamento é a Apologia de Justino Mártir. De acordo com Justino, a reunião da comunidade
de fé incluía as leituras das “memórias dos apóstolos [os evangelhos] ou os escritos dos
profetas”.
O culto e a Bíblia na Reforma
Na igreja primitiva, é bem provável que o ofício da palavra e o ofício da ceia do Senhor
formassem duas partes da mesma reunião.
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Na época da Reforma (século XVI), a missa tornou-se o centro do culto católico romano. A
missa centrava-se principalmente no “sacrifício exangue de Cristo”.
Nesse ambiente Deus levantou reformadores, três dos quais tiveram importância especial:
Martinho Lutero, João Calvino e Ulrich Zwínglio.
Tanto Lutero como Calvino criam que o ofício da Palavra devia ocorrer junto com o da
ceia do Senhor. Ainda que houvesse indícios de que a igreja primitiva celebrava a ceia do
Senhor toda vez que se reunia, Zwínglio separou os dois.
O culto e a Bíblia hoje
Como resultado da influência da Reforma, a maioria da congregações evangélicas faz da
Palavra de Deus o centro do culto.
A ceia do Senhor é uma representação dramática e simbólica do evangelho. Ela incorpora
ao culto mais que a mente, apelando aos sentidos da visão, olfato e paladar.
Conclusão
No culto que prestamos a Deus por meio da Palavra e do símbolo, nossa vida torna-se
“sacrifício vivo”.
A BÍBLIA NA FAMÍLIA E NA SOCIEDADE
Na sociologia, uma “instituição” é um padrão estabelecido da vida social. Os sociólogos
costumam identificar cinco instituições: (1) o governo, (2) a economia, (3) a educação, (4) a
religião e (5) a família. Mas, em maior grau que qualquer outra instituição, a família incorpora
todas as funções de uma sociedade.
As famílias são necessárias na vida pessoal e social. As pessoas precisam de famílias para
desfrutar de intimidade, relacionamento estreito e segurança.
Um modelo bíblico de família
A Bíblia reconhece que todas as culturas necessitam da família. O interesse principal da
Bíblia, porém, é fazer com que a família tenha o devido relacionamento com Deus.
A prioridade do casamento. A Bíblia confirma com veemência a primazia do casamento
como a unidade básica da vida social. Isso é feito de pelo menos três maneiras:
Psicologicamente, Sociologicamente, Teologicamente.
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A família como unidade funcional. A Bíblia usa dois grupos de palavras para descrever
uma família. De longe, o mais comum dentre os dois é “casa” ou “família” (grego oikos;
hebraico bayit).
O oikos (bayit) é uma unidade social a que Deus atribui algumas responsabilidades.
A família como unidade relacional. O segundo grupo de palavras que denotam “família” é
patria (e outra afim, genos), no Novo Testamento (em hebraico, mispahah). Essas palavras
destacam as relações que mantêm as famílias juntas, ou seja, o parentesco.
A Bíblia e as questões familiares
Como a unidade social básica, cada questão social atinge de algum modo a família. É
claro, porém, que algumas questões chegam mais perto do centro da identidade e do bem-
estar familiar.
A Bíblia e a sexualidade humana. O primeiro princípio bíblico da sexualidade humana é
que o sexo é legítimo exclusivamente dentro da aliança do casamento.
A Bíblia e o divórcio e o novo casamento. Assim como ocorre hoje, o divórcio era comum
em todo o mundo greco-romano e em Israel após o exílio. Isso explica os severos alertas a
respeito do divórcio e novo casamento em Malaquias e em todo o Novo Testamento.
A Bíblia como recurso para edificação da família
A conhecida passagem de 2Timóteo 3.16 sobre a inspiração é uma declaração não só da
origem da Bíblia, mas de sua utilidade “para o ensino, para a repreensão, para a correção, para
a educação na justiça”.
A edificação bíblica da família, porém, depende da devoção familiar. Os estatutos e os
mandamentos de Deus devem ser constantemente ensinados.
A Bíblia incentiva a família a criar uma atmosfera de devoção, onde a Palavra de Deus seja
ensinada e haja uma obediência contínua a ela.
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A FÉ CRISTÃ NA HISTÓRIA
O primeiro verdadeiro historiador da igreja foi Eusébio de Cesaréia, bispo da igreja no quarto
século. A história da igreja é um vínculo vital entre as raízes bíblicas da fé cristã e suas
expressões contemporâneas. É a história do povo de Deus, recordada e repetida em suas
muitas variações da perspectiva da fé
O historiador da igreja, portanto, identifica-se com a comunidade da fé que ele descreve.
Ele nem sempre tem uma história amável e confortante para contar. O historiador deve
enfrentar com honestidade os dados disponíveis do passado e expor a igreja em todo o seu
esplendor e também em todo o seu orgulho e intolerância egoístas.
A história da igreja mostra aos cristãos de hoje que somos parte de um povo, membros de
um corpo, súditos de um reino chamado à existência por Deus e sustentado por sua graça
divina através dos tempos. Pertencemos à comunhão do santos, à igreja, à família de Deus,
que vive da memória e da esperança e anda pela fé e não por vista.
A IGREJA PRIMITIVA
A igreja de Jesus Cristo nasceu em Jerusalém em uma chama de poder no dia de Pentecostes.
Saulo, mais tarde Paulo, de Tarso, foi o maior teólogo da igreja primitiva e a figura-chave
na transformação do cristianismo de uma pequena seita judaica numa religião mundial.
Os apologistas
O Novo Testamento admoesta os cristãos a estar prontos para fazerem uma apologia a
qualquer um que lhes perguntar a razão de fé que possuem. “Apologia” nesse sentido é uma
expressão de defesa da fé, um vigoroso discurso de defesa.
Ortodoxia e heresia
Desde os seus primeiros dias o cristianismo foi forçado a definir-se contra certos desvios
doutrinários que, se levados às últimas conseqüências, teriam minado o próprio evangelho.
Por isso 1João equipara a negação da encarnação com o “espírito do anticristo”, enquanto que
Judas incentiva os crentes a batalharem pela “fé que de uma vez por todas foi entregue aos
santos”.
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Cânon e credo
Teólogos como Ireneu e Tertuliano defenderam o cristianismo contra o gnosticismo. Em
parte eles o fizeram, revelando quão inusitadas eram as idéias dos hereges em contraste com a
reconhecida tradição da verdade apostólica transmitida por sucessão ininterrupta de mestres
autorizados dentro da igreja.
A igreja chegou a um consenso sobre o conteúdo principal do cânon, embora vários livros
como Hebreus e Apocalipse continuavam a ser questionados em alguns círculos.
Perseguição e martírio
Durante os três primeiros séculos de sua existência, a igreja cristã sujeitou-se aos surtos de
violência e de perseguição das autoridades romanas. Posteriormente, os cristãos lembravam-
se das “dez grandes perseguições” iniciadas pelo imperador Nero no primeiro século e
culminadas na época de Diocleciano, no quarto século.
Trindade e cristologia
A palavra Trindade não aparece na Bíblia. Foi cunhada por Tertuliano para se referir à
natureza trino e una do verdadeiro e único Deus que detém sabedoria e se revela a si mesmo
como Pai, Filho e Espírito Santo.
Bem semelhante à doutrina da Trindade é a questão da cristologia, a relação entre as
naturezas divina e humana do Cristo encarnado.
Agostinho
A vida de Agostinho marca o final da igreja primitiva e o início da Idade Média. Depois de
tornar-se cristão Agostinho escreveu um livro de Confissões no qual mostra os passos que o
levaram à fé recém-encontrada.
Agostinho viveu numa época em que os cristãos foram obrigados a lidar com novos
desafios para a fé. Ele é conhecido como “doutor da graça” por causa de sua ênfase na
soberania de Deus na salvação. Embora a salvação envolva genuína resposta humana à graça
mediada pelos sacramentos, pelo arrependimento e pela fé, sua base última é apenas o bene-
plácito de Deus.
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A IGREJA MEDIEVAL
O início da Idade Média viu a queda do velho Império Romano, a invasão dos bárbaros e a
emergência gradual de uma nova política e ordem social chamada feudalismo.
A igreja oriental
Em 330, Constantino escolheu uma nova capital para o império e deu-lhe um nome
baseado no seu: Constantinopla. A partir dessa “nova Roma” o imperador, visto como “a
imagem viva de Cristo” exerceu grande influência sobre a vida da igreja..
Em certo sentido a igreja oriental nunca entrou na “Idade Média”, já que Constantinopla
resistiu a todas as invasões até 1453.
A Igreja Ortodoxa aceita as decisões dos primeiros sete grandes concílios da igreja,
concluindo com o segundo de Nicéia em 787, como declarações definitivas que resumiam o
dogma cristão.
O surgimento do islamismo firmou-se como uma tremenda ameaça tanto para o império
como para a igreja. A fé muçulmana se baseia nos ensinos de Maomé.
Embora a igreja oriental estivesse cercada de forças hostis em todo esse período, ela
desenvolveu uma vida espiritual vigorosa e mostrou preocupação missionária. Quando
Constantinopla caiu perante os invasores turcos em 1453, Moscou emergiu como a “terceira
Roma”, isto é, o novo centro e o baluarte do cristianismo oriental. Anteriormente, em 1054, a
igreja oriental havia rompido a comunhão com os cristãos do ocidente. Até hoje o cisma
permanece como uma das principais divisões do corpo da cristandade.
O monasticismo
Depois da conversão de Constantino, quando o martírio já não era uma possibilidade,
muitos cristãos fervorosos retiraram-se para o deserto para abraçar o “martírio branco” da
vida monástica. Como sucessores dos mártires, os monges registraram um protesto incisivo
contra a frouxidão e a indiferença do cristianismo “dominante.
No oriente os monges seguiram a regra de Basílio, que enfatizava obediência, oração e
uma vida de serviço. Benedito é chamado o “patriarca do monasticismo ocidental”. Na Idade
Média houve muitas formas de monasticismo.
O surgimento de ordens mendicantes no século treze marca um novo estágio da
espiritualidade medieval. A ordem dominicana foi fundada pelo espanhol Domingos de
Guzmán (1170-1221). Sua missão era ganhar hereges e pagãos para a verdadeira fé pela
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pregação incisiva e por um estilo de vida de pobreza e de simplicidade. Por se preocuparem
em garantir a ortodoxia da igreja, os dominicanos foram chamados “cães do Senhor”.
Legado bem distinto veio de Francisco de Assis, que fundou a ordem dos frades (irmãos)
menores em 1209. Filho de um rico mercador de tecidos, Francisco abandonou a vida
confortável para identificar-se com os miseráveis. Ele foi um grande promotor da paz e fez
uma viagem missionária ao oriente, onde compareceu perante um sultão muçulmano e
procurou convertê-lo a Cristo.
O escolasticismo
Com o estudo intenso da Bíblia e a preservação de manuscritos antigos, os monges muito
fizeram para manter vivo o espírito de erudição na Idade das Trevas.
Anselmo (1033-1109) é conhecido como o “pai do escolasticismo”. Monge devoto e
homem de igreja, tornou-se arcebispo de Cantuária em 1093. Com base na obra anterior de
Agostinho, Anselmo propôs três níveis de conhecimento teológico: a fé; nela se inicia todo
pensamento cristão; o entendimento, o esforço de pensar e de falar com clareza sobre aquilo
que cremos; e a visão, a comunhão face a face com Deus, alvo supremo de toda a teologia.
Pedro Abelardo (1079-1142) foi um erudito brilhante que enfatizou o papel da razão na
compreensão da fé cristã. Sua obra mais famosa, Sic et Non (sim e não), era uma coleção de
excertos aparentemente contraditórios tirados das Escrituras e dos pais da igreja sobre muitas
questões.
Tomás de Aquino (1225-1274) era conhecido como o “boi mudo” quando jovem, pois
raramente falava em classe. No entanto, provou ser um dos mais brilhantes eruditos de todos
os tempos e o maior teólogo que surgiu entre Agostinho e Martinho Lutero.
Os sete sacramentos
Uma das contribuições mais eruditas da teologia escolástica foi a sistematização dos sete
sacramentos do catolicismo medieval. Pedro Lombardo foi o primeiro teólogo a insistir em
que havia sete sacramentos.
Dois dos sacramentos aplicavam-se a um grupo restrito da cristandade: a ordenação dos
que foram chamados para o ministério sacerdotal na igreja e o casamento. Os outros cinco
sacramentos —batismo, confirmação, eucaristia, penitência e extrema unção— estendiam-se a
todos.
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A questão da igreja verdadeira
Os últimos dois séculos da Idade Média foram tempos de efervescência e de levantes. Os
papas e os imperadores lutavam entre si pelo controle da Europa; as Cruzadas introduziram
novas idéias e novas condições sociais no mundo feudal; epidemias como a peste negra
devastaram as zonas rurais; e a igreja foi assediada por novas formas de nacionalismo, heresia
e divisão.
Além disso, seguiu-se a confusão do grande Cisma Ocidental (1378-1417), que encerrou-
se no Concílio de Constância com a escolha de um novo papa, Martinho V, e a afirmação da
supremacia do concílio geral sobre o papado. No final do século quinze o papado entrou de
novo em grande decadência moral e tornou-se incapaz de iniciar uma reforma.
Na Inglaterra, João Wycliffe atacava os abusos na igreja. Seus seguidores, os lolardos,
traduziram partes da Bíblia para o inglês a divulgaram as idéias de seu líder por todo o
território inglês.
A IGREJA DA REFORMA
A Reforma do século dezesseis chegou no fim da Idade Média e no início dos tempos
modernos. A Reforma foi tanto um avivamento quanto uma revolução.
Lutero e o luteranismo
Já foram escritos mais livros sobre Martinho Lutero (1483-1546) do que sobre qualquer
outro personagem da história com exceção de Cristo. Ele estava inteiramente interessado em
reformar a si mesmo e a ninguém mais. “Como posso encontrar um Deus gracioso?”,
perguntava. Como saber se Deus é por mim e não contra mim? Ele se entregou totalmente à
rotina monástica de orações, de jejuns, de confissão e de boas obras.
Lutero entrou em conflito com a igreja romana por causa de sua postura pública contra o
abuso das indulgências, por ele atacadas em suas noventa e cinco teses em 1517.
Embora preferisse que seus seguidores fossem chamados cristãos e não luteranos, logo
Lutero achou-se num movimento eclesiástico carente de direção e de apoio. As igrejas
luteranas na Alemanha eram estabelecidas pela autoridade dos príncipes territoriais.
No final do século dezesseis o luteranismo havia se espalhado pela Alemanha e
conquistado toda a Escandinávia. Em 1555 as igrejas luteranas já haviam adquirido direito
legal na paz de Augsburgo, que estabeleceu o princípio “cada região com sua religião”.
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Zuínglio e a Reforma suíça
Enquanto a reforma de Lutero se enraizava principalmente nos territórios governados por
um único príncipe, no sul da Alemanha e na Suíça a Reforma surgiu primeiro nas cidades.
Ulrico Zuínglio (1484-1531) foi um sacerdote suíço que servira como capelão das tropas no
campo de batalha.
Para Zuínglio a Reforma era essencialmente um movimento que deixava a idolatria para
servir o único e verdadeiro Deus. “Chamo isso de profundidade da impiedade”, afirmou,
“quando se aceita o homem em lugar de Deus”.
Zuínglio sempre teve mais preocupação com a reforma da sociedade do que Lutero. Ele via
a igreja cristã como o novo Israel de Deus, a santa comunidade que devia moldar sua estrutura
social a partir da vontade de Deus definida na Bíblia.
Calvino e a tradição reformada
Zuínglio e João Calvino foram os pais da tradição reformada que se espalhou para muito
longe das fronteiras de seu contexto natal na Suíça e tornou-se a forma mais internacional do
movimento protestante. Calvino, um advogado e erudito francês, abraçou o evangelho
protestante no início da década de 1530, tornando-se assim um reformador de segunda
geração.
O nome de Calvino está relacionado com a Reforma de Genebra, onde trabalhou como
pastor e mestre desde 1536 até sua morte em 1564, exceto pelo breve período de exílio em
Estrasburgo. Calvino, como Zuínglio, procurou expurgar do culto os elementos que não
edificavam. Encorajou a celebração freqüente da ceia do Senhor, a leitura pública do Antigo e
Novo Testamentos e o cântico sincero dos salmos como a forma paradigmática de louvor a
Deus.
A Reforma inglesa
A Reforma inglesa é vista muitas vezes como um ato do estado, visto que teve início em
1534 com o rompimento de Henrique VIII com Roma sobre a questão do seu próprio divórcio
e novo casamento.
Depois da morte de Henrique em 1547, seu jovem filho, Eduardo VI, procurou instaurar
uma forma mais definida de protestantismo entre os ingleses.
Com a ascensão de Elizabeth, a outra filha de Henrique, em 1558, começa uma nova era na
história da igreja da Inglaterra. O novo livro de oração foi aprovado e a teologia anglicana foi
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definida nos Trinta e Nove Artigos da Religião. Richard Hooker defendeu tal abordagem em
sua famosa obra: Tratado sobre as Leis do Governo Eclesiástico. Mas havia muitos súditos
insatisfeitos com a morosidade da reforma. Tal sentimento deu início a um movimento
separatista nacional conhecido como Puritanismo.
Os anabatistas
Todos os reformadores das principais igrejas, inclusive Lutero, Zuínglio, Calvino e
Cranmer, dependiam das autoridades civis para estabelecer e fazer valer sua obra
reformadora; podiam ser príncipes, ou o conselho de uma cidade ou reis.
Contrários às igrejas apoiadas pelo estado, os reformadores radicais tentaram restaurar a
igreja primitiva do Novo Testamento como uma sociedade voluntária de convertidos.
Os anabatistas pacíficos da Holanda encontraram um líder forte em Menno Simons. Ainda
como sacerdote católico, Menno questionou tanto a missa romana como a prática do batismo
infantil. Deixou a igreja para assumir um ministério itinerante entre os anabatistas perseguidos
dos Países Baixos.
A renovação católica
O termo Reforma normalmente refere-se ao movimento protestante; mas houve um grande
avivamento da vida religiosa e um zelo reformador entre os que permaneceram leais à igreja
de Roma nos séculos dezesseis e dezessete
Os jesuítas logo tornaram-se uma grande força no esforço do papado de reconquistar o
espaço perdido para os reformadores protestantes. Os jesuítas foram pioneiros na educação.
O movimento reformador na igreja católica foi definido e consolidado pelo Concílio de
Trento, que se reuniu em três diferentes períodos de 1545 a 1563. Uma das principais
preocupações do concílio era responder ao desafio da Reforma Protestante.
A IGREJA MODERNA
Enquanto a igreja católica consolidava sua posição com base nas decisões do Concílio de
Trento, os protestantes desenvolviam a teologia dos reformadores em novos sistemas de
pensamento e reuniram suas igrejas em torno das novas confissões de fé.
A teologia pós-reformada é às vezes chamada “Escolasticismo Protestante”. A expressão
lembra o rigor lógico e a organização racional da verdade que marcou as várias teologias
sistemáticas da época.
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Os séculos dezessete e dezoito também viram um grande despertamento intelectual,
geralmente conhecido por Iluminismo. O Iluminismo definiu-se pela convicção de que com a
luz da razão o homem pode achar a verdadeira felicidade sem nenhum auxílio dos “adereços”
da religião revelada. O deísmo foi a expressão inglesa da religião do Iluminismo.
Os avivamentos evangélicos
O maior desafio ao ceticismo do Iluminismo, porém, não veio dos tratados eruditos nem
dos debates fundamentados. Ao contrário, procedeu de um grande avivamento espiritual que
estancou a onda de incredulidade e trouxe genuíno avivamento à igreja de Deus.
Em 1675 Philipp Jakob Spener publicou o manifesto do movimento pietista, Pia Desideria
(isto é, desejos piedosos). Spener enfatizou a importância do novo nascimento e de uma vida
de fé marcada por atos de amor e misericórdia.
Tanto João como Carlos Wesley, líderes do movimento metodista na Inglaterra, foram
profundamente influenciados pelos morávios. Depois da experiência do “coração aquecido”
na rua Aldersgate, em 24 de maio de 1738, João Wesley dedicou-se ao ministério de pregação
fervorosa e à obra evangelística.
Apesar de sua tremenda influência, Wesley foi substituído por pregador de sua época ainda
maior: George Whitefield. Os dois eram bons amigos, embora Whitefield fosse calvinista
convicto e debatesse com Wesley sobre a doutrina da predestinação.
Seitas e denominações
A era do grande despertamento viu a expansão das principais denominações coloniais
transplantadas de seu local de origem na Europa.
Algumas denominações protestanes/evangélicas nos Estados Unidos da América
ANGLICANOS Virgínia e das colônias do sul
PRESBITERIANOS New Jersey e nas colônias centrais
CONGREGACIONAIS Nova Inglaterra
CATÓLICOS INGLESES Maryland
BATISTAS Nova Inglaterra e Filadélfia
QUACRES (SOCIEDADE DOS AMIGOS) Pensilvânia
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Os Estados Unidos não foram um solo fértil apenas para as grandes denominações
protestantes, mas também um solo que gerou muitas seitas e grupos afins.
Missões e a modernidade
Em 1792 o sapateiro inglês William Carey pregou um sermão poderoso numa reunião de
pastores de Londres, motivando-os a “esperarem grande coisas de Deus e tentarem fazer
grande coisas para Deus”. No mesmo ano a sociedade missionária batista foi fundada.
No final do século dezenove, o esforço de cristianizar o mundo teve tanto sucesso que
parecia que cada parte do globo seria evangelizada num futuro previsível.
A igreja da mundo moderno tem sido assediada por muitas ideologias seculares e filosofias
mundanas que minam seu testemunho e integridade.
No início do século vinte, os cristãos americanos entraram em um amargo debate sobre os
fundamentos da fé. As doutrinas básicas pareciam ameaçadas por uma teologia descrente
baseada numa acomodação acrítica à prevalecente cosmovisão científica e filosófica.
Embora os cristãos americanos lutassem com questões internas, as igrejas européias
estavam se atracando com os regimes estatais autoritários e com perseguições religiosas. Na
Alemanha nazista um grupo de cristãos, chamados igreja confessante, uniu-se para resistir aos
esforços de Hitler de suprimir-lhe a fé.
Tendências do futuro
À medida que a igreja de Jesus Cristo entra no terceiro milênio, enfrenta enormes desafios
e grandes oportunidades. Em quatro áreas específicas ela deve lutar para ser genuína em sua
própria identidade:
1. Correntes teológicas.. O mais duradouro monumento deste movimento teológico,
incorreta e freqüentemente chamado neo-ortodoxia, é a extensa Dogmática da Igreja de
Barth. Ele enfatizou a transcendência de Deus e o caráter do cristianismo como divina
revelação em vez de mero exemplo de religiosidade humana.
2. Ação social e evangelização. A verdadeira evangelização implica numa preocupação
social genuína. A Teologia do Evangelho Social de Walter Rauschenbusch carecia de bom
fundamento teológico, enquanto muitos evangelistas desprezavam as implicações sociais da
mensagem que proclamavam.
3. Novas formas de comunidade cristã. Muito do crescimento fenomenal da igreja no
século vinte teve lugar fora das estruturas institucionais tradicionais. Esse entusiasmo de fé e
adoração trouxeram de volta ao elemento da alegria para muitas comunidades cristãs.
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4. Escatologia. Quase dois mil anos depois que Jesus disse para seu pequeno grupo de
discípulos: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, os cristãos são chamados a viver
sua fé em um mundo marcado por violência, guerra, fome, males sociais terríveis e a
possibilidade de uma autodestruição nuclear.
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A FÉ CRISTÃ
RELIGIÕES MUNDIAIS MISSÕES CRISTÃS
A fé cristã coloca-se à parte de todas as outras, mesmo as monoteístas. O evangelho cristão é
único, completo, efetivo e final.
Muitos argumentos podem ser (e são) apresentados em defesa da verdade do cristianismo,
da veracidade da Bíblia e da eficácia do evangelho cristão. Em última análise, nenhum
argumento é mais convincente que a vida e ministério, as obras e ensinos, e a morte e
ressurreição de Jesus Cristo.
O Deus da Bíblia é, pela própria natureza dele, justo e também amoroso. Como tal, ele
condena o pecado e aprova a justiça. Dessa forma, o Antigo e o Novo Testamento
evidenciam o coração missionário de Deus.
A história da igreja é uma história de indivíduos heróicos e humildes agindo com fé para
cumprir a comissão de Cristo, vivendo o amor de Cristo e proclamando seu evangelho de
salvação.
AS RELIGIÕES MUNDIAIS
A religião é a tentativa de relacionar-se com algo ou alguém além da própria consciência
imediata. Em alguns casos aquilo que está “além” é um princípio governante, tal como no
materialismo dialético marxista. Em outros casos, tem-se em vista um ou mais deuses
pessoais, como na maioria das religiões tradicionais.
A origem da religião
Qual a origem da religião? Logicamente, há quatro respostas possíveis à pergunta sobre a
origem. As religiões encontram sua origem nos homens, em Deus, em Satanás ou em alguma
combinação desses três.
A humanidade como a origem. Com o surgimento de disciplinas como antropologia,
sociologia, psicologia e religiões comparadas no século XIX, deu-se muita atenção à origem da
religião. Muitos teóricos localizaram a origem da religião nos próprios seres humanos.
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Deus como a origem. Em oposição a essas idéias, Wilhelm Schmidt e Andrew Lang
surgiram no século XIX como dois dos proponentes mais enérgicos da idéia de que o próprio
Deus é a origem da verdadeira religião.
Satanás como a origem. A maioria dos estudiosos que subscrevem a singularidade da fé
cristã atribuem as fé concorrentes à raça humana e a Satanás.
O animismo
O animismo é a religião praticada por inúmeros adeptos das religiões mais desenvolvidas.
Falando de modo estrito, o animismo não pode ser classificado como uma religião
propriamente dita, porque não é um sistema unificado. Mas o animismo tende a apresentar
cercas características básicas, onde quer que se encontre.
O hinduísmo
O hinduísmo desenvolveu-se na Índia ao longo de muitos séculos, especialmente a partir
das invasões arianas de cerca de 1000—1700 a.C. Em sua forma primitiva, era politeísta,
cultuando várias deidades naturais.
Vários movimentos de reforma insuflaram nova vida no hinduísmo no século XIX.
Entretanto, idéias e práticas hinduístas destacam-se em outras religiões orientais e na Nova
Era e em outros movimentos semelhantes no mundo ocidental.
O budismo
Sidarta Gautama nasceu no nordeste da Índia, talvez em 560 a.C. Aos vinte e nove anos
empreendeu uma busca religiosa. Gautama aceitou a maior parte das idéias básicas do
hinduísmo, mas pouco ou nada dizia de seus deuses e demônios, além de substituir seus
rituais pela “conduta correta”.
Os ensinos de Gautama foram transmitidos oralmente pelos discípulos dele até serem
incorporados na Tripitaka, ou Três Cestos, alguns séculos mais tarde.
Taoísmo e confucionismo
Lao-tse (nascido em cerca de 600 a.C., embora alguns estudiosos duvidem de que tenha
sido uma pessoa histórica) é considerado o fundador do taoísmo na China, apesar de seus
ensinos serem mais filosóficos que religiosos.
Também com freqüência considerado filosofia, o confucionismo é, porém, tratado como
uma religião em grande parte da literatura. Confúcio estava mais interessado em
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relacionamentos humanos que na relação com o divino, ainda que reconhecesse Ti-en
(Providência, céu) e abrisse um espaço à religião.
A devoção aos ancestrais e a piedade filial eram proeminentes em seu ensino e prática.
O judaísmo
Historicamente, o judaísmo encontra seu centro religioso em um Deus, o Criador, o Deus
de Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi e os profetas do Antigo Testamento.
O judaísmo contemporâneo divide-se em três escolas distintas. O judaísmo ortodoxo
destaca os ensinos e práticas tradicionais. O judaísmo reformado é em grande parte um
sistema ético baseado em interpretações dos ensinos e tradições. O judaísmo conservador
permite várias interpretações da lei, mas procura manter a centralidade da religião na vida
judaica em todo o mundo.
O islamismo
Das grandes religiões, a última a se desenvolver foi fundada por Maomé (570-631 d.C.).
Nascido em Meca, na Arábia, Maomé rebelou-se contra as crenças e práticas politeístas que o
cercavam. Sem dúvida, ele foi influenciado tanto pelo judaísmo como pelo cristianismo, mas
em formas truncadas e heréticas.
Judeus, cristãos e muçulmanos são considerados os “povos do Livro”. Diz-se que Alá
enviou 104 livros dos quais só restam quatro: o Pentateuco de Moisés, os Salmos de Davi, o
Injul (Evangelho) de Jesus e o Corão. O Corão sobressai aos outros, sendo considerado o
único livro santo que existe de forma incorrupta, uma réplica da Mãe do Livro, que está no
céu. Ditada a Maomé por Gabriel numa série de visões, diz-se que não foi criado e é eterno.
Outras religiões
Algumas outras religiões, ainda que muito significativas, estão geograficamente mais
circunscritas ou têm menor importância internacional.
Outras Religiões
Japão xintoísmo(junto com o confucionismo e o budismo)
Índia e no Irã Zarathustra (fundada por Zoroastro)
Índia hinduísmo com o islamismo
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MISSÕES CRISTÃS CONTEMPORÂNEAS
A natureza missionária da igreja faz surgirem questões fundamentais ligadas à necessidade de
povos não-cristãos ouvirem o evangelho e crer nele, relacionadas ao contato com os povos de
outras culturas e crenças, ao progresso do empreendimento missionário e à condição atual do
cristianismo.
O universalismo e o limitarismo
O universalismo do tipo que afirma que Deus é o Criador (e, nesse sentido, o Pai) de toda a
humanidade e que em Cristo ele providenciou um caminho de salvação para todos é bíblico e
aceito por todos os cristãos. Mas surge um problema quando se afirma que todos serão
salvos,independentemente de ouvirem e crerem no evangelho de Cristo. Essa doutrina recebe
o nome de universalismo.
O universalismo: fontes e tipos
A antiga filosofia do Logos ensinada por Justino, o Mártir, e Clemente de Alexandria
sustentava que o Logos (a Palavra, Razão ou Cristo) e, portanto, a salvação, opera em todas as
religiões.
O limitarismo é a doutrina de que algumas pessoas são salvas e algumas perdidas agora e
que essa divisão também marcará o estado eterno delas.
A abordagem cristã de pessoas de outras religiões e culturas
Por toda a era de missões modernas —e, decerto, em períodos anteriores— tem-se dado
muita atenção aos modos adequados e eficientes de comunicar o evangelho e estabelecer
igrejas viáveis por todo o mundo.
O século XX tem testemunhado uma reavaliação da estratégia missionária da igreja
autóctone por quatro motivos.
1) concepções sub-ortodoxas têm levado muitos a questionarem se a missão deve ter
alguma descrição em termos de pregação do evangelho e estabelecimento de igrejas.
2) as missões devem agora serem vistas como auxílio inter-igrejas ou devem dar lugar às
próprias igrejas que possam ser centros de atividade divina no mundo.
3) questiona-se se o conceito de igreja autóctone - igrejas não-ocidentais que se tornaram
autônomas quanto ao sustento, governo e propagação – chegou suficientemente longe.
4) Recentemente, no entanto, a palavra-chave para essa abordagem de outras religiões e
culturas é a palavra contextualização.
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A contextualização. Os teóricos sempre insistem na importância do contexto na
comunicação. A contextualização, como uma palavra e plano de ação, foi adotada no início
dos anos 70 como parte da missão de reformar.
O continuum da contextualização.
1) A ortodoxia bíblica toma a posição histórica de que a Bíblia é uma revelação autêntica
da natureza e vontade de Deus. Para aqueles que abraçam essa idéia, contextualizar significa
tornar o conteúdo imutável do evangelho bíblico significativo nas várias culturas e situações
existenciais.
2) A neo-ortodoxia sustenta que a autoria humana implica imperfeições na Bíblia,
empregando, portanto, métodos de alta crítica na interpretação bíblica e na formulação
doutrinária.
3) O literalismo clássico tende a considerar legítimos todos os esforços em busca da
verdade e nenhuma declaração de verdade como algo que tenha validade final.
4) O neoliberalismo leva a Bíblia mais a sério que o liberalismo clássico. Como a
contextualização neo-ortodoxa, ela defende a contextualização profética pelo método
dialético.
A contextualização e o “embate de poderes”. O encontro com pessoas de outras religiões
e culturas é agora visto como algo que envolve um “embate de verdades” e um “embate de
poderes”.
A presente situação do cristianismo, das religiões mundiais e da evangelização mundial
No final do século XIX e início do XX, muitos líderes de missões sentiram que religiões
falsas enfraqueceriam gradualmente ou até morreriam devido ao impacto do cristianismo e da
cultura ocidental.
1) no século XX, o cristianismo tornou-se a primeira religião universal, no sentido de
possuir representantes em todas as partes do mundo e em quase todas as nações.
2) ainda que a vasta maioria dos cristãos professos estivesse no mundo ocidental no início
do século XX, essa situação mudou de maneira expressiva.
3) as igrejas do mundo não-ocidental têm-se envolvido cada vez mais em missões
transculturais nas últimas duas décadas.
4) se definirmos “evangelizados” como as pessoas que ouviram um anúncio inteligível do
evangelho, a porcentagem da população mundial já evangelizada subiu de um pouco mais de
50% em 1900 para cerca de 75% hoje.
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As igrejas e suas missões depois da Segunda Guerra Mundial
O progresso dos vários segmentos da igreja e suas missões é variado. As igrejas ortodoxas
pouco têm contribuído para a expansão mundial do cristianismo em anos recentes por causa
de fatores internos, do poder islâmico e de pressões comunistas.
Em termos gerais, as igrejas protestantes e suas missões têm experimentado crescimento
desde a Segunda Guerra. Os evangélicos conservadores e os pentecostais, por sua vez, têm
experimentado um crescimento bem constante, em especial na América do Norte.
O crescimento do movimento carismático em comunidades tanto católicas como
protestantes tem sido uma característica significativa dos últimos anos.
Elementos que devem ser buscados
Tendências recentes na igreja e em suas missões (inclusive as indicadas acima) alertam os
cristãos para possíveis desdobramentos futuros.
1. o crescimento das igrejas do Terceiro Mundo e suas missões
2. mudanças em todos os ramos da cristandade exigirão cada vez mais que todos os
cristãos que queiram ser fiéis às Escrituras e aos credos históricos da igreja reconsiderem a
base da fé verdadeira
3. a penetração crescente de religiões e idéias não-cristãs no mundo ocidental forçará
os cristãos verdadeiros a reafirmarem as implicações da singularidade de Cristo e da fé cristã,
diante do relativismo e do inclusivismo religioso.
4. o interesse justificável e crescente pelo alívio da injustiça, pobreza e sofrimento
torna mais difícil para os cristãos que levam a sério a Grande Comissão manter a prioridade
na pregação do evangelho e o desenvolvimento de igrejas neotestamentárias em todo o
mundo.
5. o antagonismo por parte de governos estrangeiros para com empreendimentos
missionários que almejam a conversão de não-cristãos a Cristo significará que os cristãos
terão de elaborar meios alternativos de trazer para Cristo o mundo necessitado.
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