raça e etnicidade: imposição versus escolha

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Para abordar o tema Imposição Estatal da Etnicidade na União Soviética, iremos enfatizar um ponto, relevante citado pelo autor. O que seria imposição? Para sabermos a resposta recorreremos ao dicionário da língua portuguesa Brasileira que descreve imposição como, “ Ação de determinar, estabelecer, obrigar a aceitar, imposição de condições, de um chefe”. Logo, conclui-se que imposição estatal são medidas tomadas pelo Estado, à nação, e o governo para obrigar uma determinada sociedade ou um certo individuo a aceitar algo que os mesmos consideram ser o mais correto e natural. Segundo a visão do autor Robert J. Brym (2014:P224-226) descrita no texto, o mesmo faz uma analogia sobre a liberdade de escolha étnica e racial entre a Ex-União soviética versus Brasil. De modo que na União Soviética a sociedade era submetida por ordens do governo a fazer parte de certos grupos étnicos que eram classificados como: Grupo étnico titular e não titular. Sendo que o primeiro desse, obtinha certas vantagens sobre o demais por serem numericamente maiores. A diversidade de grupos étnicos e sua grande maioria, tinha medo que o país se dividisse e exigiam que o governo tomasse uma atitude para resolver a situação. Então o governo tomou por estratégia o enfraquecimento das fronteiras entre as repúblicas, de modo que, aumentaria a sua massa populacional, ocasionando numa nova comunidade histórica, que permitiria o surgimento do povo soviético, sendo assim haveria a criação de um sistema educacional que permitiria a propagação da língua Russa. Como segundo plano, houve a criação de um sistema de passaporte interno, que tinha como objetivo beneficiar os grupos étnicos. Para obter tais benefícios o governo obrigava os cidadãos que completavam 16 anos, a adotar a Etnicidade de seus pais, porém, só poderia escolher um tipo de Etnicidade, ou do pai ou a da mãe, não podendo optar pelas duas. Os burocratas adicionaram ao sistema de passaporte as cotas étnicas, que era exclusiva para convocar os cidadãos para estudar em universidades, selecionar profissionais para cargos administrativos e

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Page 1: Raça e Etnicidade: Imposição Versus Escolha

Para abordar o tema Imposição Estatal da Etnicidade na União Soviética, iremos enfatizar um ponto, relevante citado pelo autor. O que seria imposição? Para sabermos a resposta recorreremos ao dicionário da língua portuguesa Brasileira que descreve imposição como, “Ação de determinar, estabelecer, obrigar a aceitar, imposição de condições, de um chefe”. Logo, conclui-se que imposição estatal são medidas tomadas pelo Estado, à nação, e o governo para obrigar uma determinada sociedade ou um certo individuo a aceitar algo que os mesmos consideram ser o mais correto e natural.

Segundo a visão do autor Robert J. Brym (2014:P224-226) descrita no texto, o mesmo faz uma analogia sobre a liberdade de escolha étnica e racial entre a Ex-União soviética versus Brasil. De modo que na União Soviética a sociedade era submetida por ordens do governo a fazer parte de certos grupos étnicos que eram classificados como: Grupo étnico titular e não titular. Sendo que o primeiro desse, obtinha certas vantagens sobre o demais por serem numericamente maiores. A diversidade de grupos étnicos e sua grande maioria, tinha medo que o país se dividisse e exigiam que o governo tomasse uma atitude para resolver a situação. Então o governo tomou por estratégia o enfraquecimento das fronteiras entre as repúblicas, de modo que, aumentaria a sua massa populacional, ocasionando numa nova comunidade histórica, que permitiria o surgimento do povo soviético, sendo assim haveria a criação de um sistema educacional que permitiria a propagação da língua Russa.

Como segundo plano, houve a criação de um sistema de passaporte interno, que tinha como objetivo beneficiar os grupos étnicos. Para obter tais benefícios o governo obrigava os cidadãos que completavam 16 anos, a adotar a Etnicidade de seus pais, porém, só poderia escolher um tipo de Etnicidade, ou do pai ou a da mãe, não podendo optar pelas duas. Os burocratas adicionaram ao sistema de passaporte as cotas étnicas, que era exclusiva para convocar os cidadãos para estudar em universidades, selecionar profissionais para cargos administrativos e políticos. Segundo a colocação do autor ele aborda no texto que “As cotas étnicas eram usadas até para definir onde as pessoas podiam residir e, assim, a Etnicidade tornou-se de fundamental importância para a determinação dos aspectos mais básicos da vida de uma pessoa.”. (Brym, 2014: P224).

É importante salientar que após, o fim da União Soviética em 1991, os cidadãos de cada república sabiam a que grupo étnico pertencia, pois as identidades étnicas tradicionais mantiveram-se resistentes, as mudanças ocorridas.

Portando pode-se afirmar que a identidade dos soviéticos em ditadas pelo governo, ou seja, as autoridades impunham a que grupo os seus cidadãos iriam seguir, por isso considero esta ação muito rigorosa, pois por anos limitou as oportunidades de vida, principalmente dos grupos étnicos não titulares.

Analisando a situação da União Soviética versus Brasil, nota-se que o posicionamento do Brasil é mais favorável e diferente, pois temos liberdade de escolha de identidade étnica e racial no país. Mas, quando dividido em grupos, vemos que, ainda existem os que possuem mais liberdade, comparado aos demais.

O Brasil é um país composto por uma vasta diversidade de pessoas, que através de tradições diferentes buscam as suas “raízes”. E, geralmente se expõe por meio de diferentes manifestações culturais. Essas manifestações baseiam-se em raça, gênero,

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cultura, entre outras. É comum vermos na região sul de Brasil, pessoas comemorando tradições Germânica, isso ocorre porque em séculos passados povos migraram para o Brasil, salvo pela promessa que ganhariam terras e empregos. Atualmente, com intuito de revalorizar e adaptação das identidades regionais originarias da Alemanha. Formando, assim a Identidade Teuto-Brasileira. Para muitos a Etnicidade é considerada uma questão simbólica. Sendo que a maioria dos negros não podem usufruir desta liberdade étnica simbólica

Desta forma surge o famoso termo “racismo” inclui atitudes preconceituosas e comportamentos discriminatórios, ou seja, é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial relativamente aos outros, provocando o isolamento destes no interior de um país (segregação racial) ou até visando o extermínio de uma minoria: o racismo antissemita dos nazistas.

O racismo institucional são ações discriminatórias e preconceituosas, que geralmente ocorre em lugares públicos, por indivíduos de uma instituição, simplesmente por julgarem certas pessoas pela cor de sua pele, que comumente são negros. São ações hostis e inaceitáveis. Para Sérgio Adorno os negros possuem uma enorme desvantagem quando relacionado com os brancos, o autor Adorno observou que “negros tendem a ser mais perseguidos pela vigilância policial, confrontam maiores obstáculos para ter acesso à justiça criminal e tem mais dificuldade de usar o direito dele a sua ampla defesa, assegurada pelas normas constitucionais(1988)”. Vale salientar que brasileiros pode escolher seu grupo étnico, porém, não funciona da mesma maneira para a escolha do seu grupo racial. Indivíduos de grupos distintos possuem a liberdade de se juntarem, portanto não é comum que isso aconteça, pois os grupos minoritários são hostilizados.

Para entender melhor o processo de interação entre os indivíduos, o sociólogo norte americano Robert Park (2014:P227) deu início a teoria ecológica que refere-se à primeira importante tentativa de estudo dos centros urbanos combinando conceitos teóricos, pesquisa e Registro feito com o intuito de descrever a cultura material de um povo, divididos em cinco estágios: invasão, resistência, competição, acomodação e cooperação, assimilação.

Baseado nesses estudos, Donald Pierson (2014:P227) desenvolveu uma pesquisa de doutoramento “Brancos e pretos na Bahia”. O autor analisou a situação dos negros na Bahia, e o contato entre diversas raças e culturas. A intenção do estudo realizado foi analisar um caso particular para depois podê-lo comparar com outros casos. O autor constatou que configuraria como uma sociedade multirracial de classe. Pois na sua concepção os negros estão desaparecendo, ou podemos considerar que os negros no Brasil não têm voz, são invisíveis. Estas pessoas invisíveis além de não ter seus direitos, são tratadas com todo tipo de violência e rejeição. Tudo que elas precisam é serem olhadas por alguém. Alguém que enxergue essas realidades.

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Referência: BRYM, Robert. J. Sociologia: Sua bússola para um um novo mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008. P 223 - 228. (Capítulo 7 - Raça e Etnicidade)