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Londrina 2017
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
RAFAEL CAVALLARI PASQUALINOTTI
APLICATIVO DIGITAL COMO GUIA PRÁTICO DE EXERCÍCIOS
DE EQUILÍBRIO UTILIZANDO A CAMA ELÁSTICA
Londrina 2017
APLICATIVO DIGITAL COMO GUIA PRÁTICO DE EXERCÍCIOS
DE EQUILÍBRIO UTILIZANDO A CAMA ELÁSTICA
Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Orientador: Prof. Dr. Eros de Oliveira Junior
RAFAEL CAVALLARI PASQUALINOTTI
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados internacionais de catalogação-na-publicação
Universidade Norte do Paraná
Biblioteca Central
Setor de Tratamento da Informação
RAFAEL CAVALLARI PASQUALINOTTI
APLICATIVO DIGITAL COMO GUIA PRÁTICO DE EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO
UTILIZANDO A CAMA ELÁSTICA
Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, referente ao Curso de Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, Área de Concentração, Métodos e Protocolos relacionados a Prescrição de Exercício Físico em Idades Jovens, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, conferido pela Banca Examinadora:
_________________________________________ Prof. Dr. Eros de Oliveira Junior
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
_________________________________________ Prof. Drª. Christiane de Souza Guerino Macedo
Universidade Estadual de Londrina - UEL
_________________________________________ Prof. Dr. Juliano Casonatto
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
_________________________________________
Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes Coordenador do programa
Londrina, 28 de Abril de 2017.
Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus acima de tudo, por ter me sustentado e
agraciado com coisas que jamais alcançaria sem Ele.
Grato a minha esposa, por tamanho incentivo. Aos meus pais, minha
vida segue pelos caminhos que estou devido à dedicação e apoio de vocês.
Amo minha família incondicionalmente, esposa, pais, irmãs e avós.
Aos meus professores, Eros e Fabiana, vocês marcaram minha vida,
com o caráter que têm, sabedoria e apoio, obrigado por fazerem parte dessa
etapa extremamente importante em minha vida.
Aos demais amigos, grupo de pesquisa, profissionais que comigo
atuam, todos, sem exceção, tornaram a jornada menos árdua.
“Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças
a Deus, não sou o que era antes”.
Marthin Luther King
PASQUALINOTTI, Rafael Cavallari. Aplicativo digital como guia prático de exercícios de equilíbrio utilizando a cama elástica. 69 folhas. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2017.
RESUMO Sabe-se que o equilíbrio estático e dinâmico está relacionado como parte da aptidão física sob o ponto de vista musculoesquelético e recomenda-se, portanto, sob as maiores diretrizes, o treinamento do equilíbrio por meio de exercícios direcionados como forma de aprimorar a saúde e capacidade funcional. Todavia, a insuficiência de exercício físico está relacionada a doenças como o sedentarismo acompanhado de síndromes metabólicas e doenças arteriais, interferindo nas capacidades físicas como a resistência muscular e o equilíbrio. Dados epidemiológicos indicam que no Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não estão envolvidos em um nível suficiente de atividade física. Diante disso, o exercício é uma estratégia capaz de melhorar as diversas capacidades físicas como a resistência muscular e o equilíbrio, de forma que os indicadores etiológicos de doenças associadas ao sedentarismo possam ser reduzidos a ponto de inferir à nível de saúde populacional. Desta forma, a proposta de produção técnica é a criação de um software com a finalidade de promover orientação, métodos de avaliação, demonstração e descrição de exercícios direcionados ao equilíbrio estático e dinâmico, possibilitando aos profissionais do exercício ou meros praticantes ampliar o conhecimento sobre o tema através de um guia prático de exercícios utilizando a cama elástica. Esse software tem o formato de um aplicativo de celular ou tablet, onde o programa foi dividido em três partes. A primeira parte consta de um breve esclarecimento descritivo sobre o equilíbrio, a interação dos sistemas vestibular, visual e somato-sensorial para a obtenção do equilíbrio, como as forças gravitacionais agem no corpo humano, a adaptação necessária para permanecer em constante equilíbrio no espaço e a importância da pratica do exercício de equilíbrio. A segunda parte do aplicativo fornece um método de avaliação do equilíbrio, de forma didática para aprendizado do profissional ou praticante, e na terceira parte contém uma série de exercícios direcionados ao equilíbrio utilizando como ferramenta a cama elástica, divididos em complexidade e associação com movimentos dos segmentos ou relacionado à pratica esportiva ou lúdica. Os exercícios propostos foram descritos detalhadamente e exemplificados através de animações e figuras, baseado em evidências científicas. O resultado deste projeto torna possível a capacitação profissional na tomada de decisão sobre exercícios de equilíbrio, a promoção da saúde dos praticantes por meio de uma tecnologia rápida, inovadora e de fácil acesso, visando prevenir e reduzir déficits de equilíbrio postural melhorando assim a capacidade funcional. Palavras-chave: Equilíbrio postural, exercício físico, cama elástica, promoção da saúde.
PASQUALINOTTI, Rafael Cavallari. Mobile application as a guide for balance exercises using the trampoline. 69 leaves. Technical report. Professional Masters in Physical Activity in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. University of Northern Paraná, Londrina. 2015.
ABSTRACT
It is known that the static and dynamic balance is related as part of the physical fitness from the musculoskeletal point of view and it is recommended, therefore, under the major guidelines, the training of the balance through directed exercises as a way to improve health and functional capacity. However, the insufficiency of physical exercise is related to diseases such as sedentarism accompanied by metabolic syndromes and arterial diseases, interfering in the physical capacities like the muscular endurance and the balance. Epidemiological data indicate that in Brazil, more than 60% of adults living in urban areas are not involved in a sufficient level of physical activity. Therefore, exercise is a strategy capable of improving the various physical capacities such as muscular endurance and balance, so that the etiological indicators of diseases associated with sedentarism can be reduced to the point of inferring at the level of population health. In this way, the technical production proposal is the creation of a software with the purpose of promoting orientation, methods of evaluation, demonstration and description of exercises directed to the static and dynamic balance, enabling practitioners or mere practitioners to expand knowledge about the Theme through a practical exercise guide using the trampoline. This software has the format of a mobile or tablet application, where the program has been divided into three parts. The first part consists of a brief descriptive clarification on the balance, the interaction of the vestibular, visual and somatosensory systems for achieving equilibrium, how gravitational forces act on the human body, the adaptation necessary to remain in constant equilibrium in space and the importance of practicing the balance exercise. The second part of the application provides a method of evaluating the balance, in a didactic way for learning the professional or practitioner and in the third part contains a series of exercises directed to balance using as a tool the elastic bed, divided in complexity and association with movements of the Segments or related to sports or play. The proposed exercises were described in detail and exemplified through animations and figures, based on scientific evidence. The result of this project makes possible the professional qualification in the decision making on balance exercises, the promotion of the health of the practitioners through a fast, innovative technology and of easy access, in order to prevent and reduce deficits of postural equilibrium thus improving the functional capacity. Keywords: Postural balance, exercise, trampoline, health promotion.
Lista de Figuras
Figura 1 – Star Balance Excursion Test Modificado, nas três posições de execução, anterior, póstero-lateral e póstero-medial. Figura 2: Organização dos exercícios em nível de dificuldade. Clarete e Gonçalves et al. 34 Figura 3 – Demonstração dos exercícios citados na figura 2. Exercícios grau I; 1,2, 3, 4 e 5 – Exercícios grau II; 6 – Exercícios grau II e III com resistência variada; 7 e 8 Exercícios grau III. Figura 4 – Logo criada para o aplicativo. Figura 5: Imagem ilustrativa da capa inicial do aplicativo Figura 6 A e B: Imagem ilustrativa de organização do menu do aplicativo Figura 7 – Guia conteúdo, do aplicativo.
Figura 8 – Conteúdo didático da guia Teste de Equilíbrio
Figura 9 – Espaços para preenchimento do Teste de Equilíbrio
Figura 10 – Guia exercícios no aplicativo.
Figura 11 – Layout da guia 1, 2, 3 e Extras, dos exercícios.
Figura 12 – Menu do aplicativo.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................... 14
2.1 EQUILÍBRIO E CONTROLE POSTURAL ............................................... 14
2.1.1 Equilíbrio Estático............................................................................. 15
2.1.2 Equilíbrio Dinâmico .......................................................................... 17
2.2 CONTROLE POSTURAL ........................................................................ 17
2.3 AVALIAÇÃO FÍSICA DO CONTROLE POSTURAL ............................... 18
2.3.1 Star Excursion Balance Test ............................................................ 19
2.4 CAMA ELÁSTICA ................................................................................... 20
2.5 TECNOLOGIA E SAÚDE ........................................................................ 21
3 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 23
3.1 COMPOSIÇÃO DO MANUAL ................................................................. 23
3.2 CAMA ELÁSTICA E EXERCÍCIOS ......................................................... 23
3.3 CÓDIGOS DO DESENVOLVIMENTO .................................................... 27
3.4 CRIAÇÃO DO NOME E LOGO ............................................................... 28
3.5 IMAGEM DE CAPA ................................................................................ 29
3.6 LAYOUT DO APLICATIVO ..................................................................... 30
3.6.1 Conteúdo .......................................................................................... 31
3.6.2 Teste Y ............................................................................................. 34
3.6.3 Exercícios ......................................................................................... 36
3.6.4 Restante do Menu ............................................................................ 41
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 43
REFERENCIAS ......................................................................................................... 44
APÊNDICE A – PRODUÇÃO CIENTÍFICA .............................................................. 49
APENDICE B – PÔSTER APRESENTADO EM CONGRESSO ............................... 65
ANEXO A – CERTIFICAÇÃO DE APRESENTAÇÃO EM CONGRESSO ............... 66
ANEXO B – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ................................................ 67
12
1 INTRODUÇÃO
Na maioria dos países em desenvolvimento, como o Brasil, mais de 60%
dos adultos que vivem em áreas urbanas não estão envolvidos em um nível
suficiente de atividade física. Dados do censo 2000 indicam que 80% da
população brasileira vivem em cidades, estando, portanto, sujeitos a
desenvolver doenças associadas ao sedentarismo.1 No Brasil, a inatividade
física, considerada nos momentos de lazer, é mais prevalente entre mulheres,
idosos e indivíduos de baixo nível socioeconômico, porém pesquisas de base
populacional regionais ainda são escassas.2 Há tempo o equilíbrio estático e
dinâmico foi reconhecido como parte da aptidão física sob o ponto de vista
musculoesquelético. A literatura recomenda portanto o treinamento do
equilíbrio por meio de exercícios direcionados como forma de aprimorar a
saúde e capacidade funcional.3 Porém, da mesma forma que o treinamento
resistido e de flexibilidade, ou o exercício aeróbico cardiovascular, não são
aderidos como pratica regular de forma orientada por grande parte da
população do Brasil, como próprio hábito cultural de nosso país, o treino
especifico de equilíbrio raramente é realizado nas escolas, pelas academias de
ginástica e por profissionais do exercício em geral.
A propriocepção, componente presente na manutenção do equilíbrio, é
um termo utilizado para descrever todas as informações neurais originadas nos
proprioceptores das articulações, músculos, tendões, cápsulas e ligamentos,
que são enviadas por meio das vias aferentes ao sistema nervoso central, de
modo consciente ou inconsciente, sobre as relações biomecânicas dos tecidos
articulares, as quais podem influenciar no tônus muscular, no equilíbrio postural
e na estabilidade articular. O processo para manter a estabilidade articular tem
como componente, além da estabilização dinâmica muscular, o fator estático,
fornecido pelos integrantes articulares (ligamentos, cápsula, cartilagem). Os
mecanorreceptores articulares auxiliam o controle motor notificando
continuamente o sistema nervoso sobre angulação momentânea e velocidade
de movimento articular, detectando alterações mecânicas na articulação.
Estimular os mecanorreceptores de forma a influenciar o controle motor e o
equilíbrio torna-se significativo para a capacidade funcional do indivíduo.
Com o intuito de promover a capacitação profissional, a melhora do
13
equilíbrio e da capacidade funcional, tanto em idades jovens quanto adultos,
este aplicativo de fácil acesso e motivador, disponibiliza para o profissional da
saúde e para a população, subsídios para a prática de exercícios orientados,
elaborados a partir da literatura e das evidencias científicas.
A proposta de produção técnica foi a criação de um software com a
finalidade de promover orientação, demonstração e descrição de exercícios
direcionados ao equilíbrio estático e dinâmico, possibilitando aos profissionais
do exercício ampliar o conhecimento sobre o tema por meio de um guia prático
de exercícios com a cama elástica. Esse software tem o formato de um
aplicativo de celular ou tablet, onde o programa é dividido em três partes. A
primeira parte consta de um breve esclarecimento descritivo sobre o equilíbrio,
a interação dos sistemas vestibular, visual e somato-sensorial para a obtenção
do equilíbrio, como as forças gravitacionais agem no corpo humano, a
adaptação necessária para permanecer em constante equilíbrio no espaço e,
por fim, a importância da pratica do exercício de equilíbrio. A segunda parte do
aplicativo fornece um método de avaliação, o Star Excursion Balance Test
(SEBT), para nivelar e poder avaliar os efeitos decorrentes do treinamento. Na
terceira parte, disponibiliza ao usuário, uma série de exercícios direcionados ao
equilíbrio utilizando como ferramenta a cama elástica. Os exercícios são
divididos em três níveis de dificuldade ou habilidade, grau 1 como nível fácil,
grau 2 como médio, grau 3 como avançado, mesclamos alguns exercícios nas
temáticas de exemplo: Exercícios de equilíbrio associados aos movimentos de
membros superiores, associados aos movimentos de membros inferiores,
associados aos movimentos do tronco, gestos esportivos, equilíbrio como
atividade lúdica, etc.
Os exercícios propostos são descritos detalhadamente e exemplificados
por meio de figuras, em cada categoria.
O aplicativo possibilita a capacitação e atualização profissional na tomada
de decisão sobre exercícios de equilíbrio, a promoção da saúde dos praticantes
por meio de uma tecnologia rápida, inovadora e de fácil acesso, que visa
prevenir e reduzir déficits de equilíbrio postural melhorando assim a capacidade
funcional.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 EQUILÍBRIO E CONTROLE POSTURAL
O equilíbrio é um processo complexo que depende da integração da
visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais e respostas
neuromusculares e, particularmente, da força muscular e do tempo de reação.
As alterações musculoesqueléticas contribuem para acentuar os
comportamentos sedentários que, por sua vez, possuem uma responsabilidade
maior no desenvolvimento da obesidade e do envelhecimento. Para obter um
melhor equilíbrio, um indivíduo procura manter o seu centro de massa corporal
dentro dos seus limites de estabilidade, sendo determinada pela habilidade em
controlar a postura sem alterar a base de suporte.6,7 No alinhamento postural
ideal, espera-se que os músculos e as articulações se encontrem em estado de
equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico, com quantidade mínima de esforço e
sobrecarga, de modo a proporcionar ótima eficiência para o aparelho
locomotor. Em se tratando de equilíbrio, o controle postural é associado aos
mecanismos biomecânicos e neuromusculares durante uma situação dinâmica
ou estática.8 No contexto biomecânico, o equilíbrio pode ser definido como a
capacidade de manter o centro de massa do corpo, referente à projeção do seu
centro de gravidade, sobre a área da base de sustentação do corpo. 9 Durante
a postura estática ou dinâmica, o corpo humano utiliza estratégias posturais
para a manutenção do equilíbrio através de ajustes posturais neuromusculares,
tais como a informação proprioceptiva em feedback, por um sistema já
programado (feedfoward) ou o uso da força de apoio (pressão dos pés), tudo
isto no intuito de preservar o centro de massa do corpo no interior da base de
suporte. 8, 9
O controle postural não é importante apenas para a manutenção do
equilíbrio, mas também como um fator de predição de lesões. Um dos
exemplos é o estudo de Plisky et al.10 que investigaram o equilíbrio dinâmico
como preceptor de lesões nos membros inferiores. Os autores relataram que
indivíduos com um desempenho menor que 94% no teste aplicado, tem três
15
vezes mais risco de terem uma lesão.10 Essas informações dão base a
programas efetivos de prevenção de lesões, através do estímulo ao controle
postural. Como o estudo realizado por McGuine e Keene 11, onde se objetivou
verificar o efeito de um treinamento de equilíbrio sobre a prevenção de
entorses de tornozelo. O treinamento ocorreu três vezes por semana, durante
um período de quatro semanas e as ocorrências de entorses foram registradas
ao longo de uma temporada de competições. Ao final do estudo, os autores
concluíram que a ocorrência de lesões foi menor no grupo que realizou o
treinamento de equilíbrio. Dessa forma, supõem-se que treinamentos de
equilíbrio podem ajudar a manter ou melhorar o controle postural.11
Equilíbrio pode ser definido em duas formas: a forma estática e a
dinâmica. O equilíbrio estático e dinâmico é mantido pelos sistemas vestibular
(labirinto, nervos cocleares, núcleos, vias e inter-relação no sistema nervoso
central), visual e proprioceptivo, sendo os receptores sensoriais localizados em
articulações, músculos e tendões. Distúrbios em um ou mais destes sistemas
podem ocasionar alterações no equilíbrio. O sistema vestibular contribui para a
manutenção do corpo em equilíbrio e para coordenação dos movimentos da
cabeça e do corpo.
2.1.1 Equilíbrio Estático
Para descrever o equilíbrio estático, alguns estudos definem o equilíbrio
postural como a habilidade de manter o centro de massa corporal,
correspondendo à projeção do centro de gravidade, no interior da base de
suporte ou sustentação.8,9,17 Este mecanismo ocorre por meio da integração
dinâmica de forças internas e externas e de fatores que envolvem o
ambiente.18 A manutenção do controle postural e o reconhecimento dos limites
de estabilidade envolvem a coordenação e complexa interação de estratégias
sensóriomotoras (visual, vestibular e somato-sensorial) de ajustamento
postural, as quais estimulam continuamente a correção do sistema muscular
necessária para a manutenção do equilíbrio.19,20 Em outras palavras, o controle
postural, por meio da interação do sistema nervoso central e
musculoesquelético, trabalha na programação de estratégias reativas
(compensatórias) e/ou preditiva (antecipatórias) para as ações musculares
16
adequadas, a fim de preservar o equilíbrio e a postura quando perturbações
externas e tarefas funcionais que exijam o equilíbrio estejam presentes.9,21 O
controle preditivo serve geralmente para minimizar os efeitos de
desestabilização de um distúrbio previsível, enquanto controle reativo é mais
utilizado durante uma perturbação inesperada, por exemplo. Sendo assim, o
controle reativo se torna de suma importância em permitir que a estabilidade
seja mantida em diferentes circunstâncias imprevisíveis do dia-a-dia.
Para manter o corpo em equilíbrio durante uma postura estática, existem
algumas estratégias de movimento compensatórias provenientes do controle
postural, são geralmente, utilizadas dependendo das necessidades decorrentes
da dificuldade da tarefa e da presença ou não da perturbação externa.21,22 A
primeira estratégia é a do tornozelo, que age em pequenas perturbações do
sistema em uma superfície firme e ampla, e os músculos flexores e extensores
do tornozelo produzirão torque articular para controlar o movimento do corpo
como um pêndulo invertido. A segunda estratégia chamada de estratégia de
quadril é realizada por meio da ação dos músculos em torno do quadril, que
produzem o torque necessário nos movimentos de flexão, extensão ou
abdução e adução do quadril para controlar as oscilações posturais. Essa
estratégia é utilizada para grandes perturbações (externas ou da dificuldade na
execução da própria tarefa motora: apoio unipodal) e em situações nas quais a
estratégia do tornozelo é limitada devido aos movimentos rápidos do centro de
massa corporal para fora da base de suporte. Por outro lado, outra estratégia
pode ser caracterizada pelos movimentos do tronco.23 Esse tipo de estratégia
está associada ao desenvolvimento motor da criança entre cinco, sete e nove
anos de idade, em que passa da transição da coordenação dos movimentos
dos olhos e da mão, movendo-se em bloco (estabilização da cabeça no
tronco), para uma habilidade de coordenação dissociada (cabeça estabilizada
no espaço).24 Desta forma, por meio da dissociação do tronco e estabilizando a
cabeça no espaço, a criança adquire a estabilidade durante a marcha,
colocando o seu centro de massa dentro da nova base de suporte ou durante o
equilíbrio numa base estreita. De acordo com Assaiante23, a estratégia de
tronco parece ser um processo dependente durante as atividades de
locomoção e amadurece lentamente e não linearmente com a idade. Outros
estudos trazem essa estratégia também no adulto.25 De fato, associada à
17
estratégia do quadril, o tronco complementa as correções posturais para
diferentes tarefas de equilíbrio, principalmente no uso dos músculos
abdominais e paravertebrais. Também, em ação sinérgica com os extensores
do quadril, os músculos do tronco participam durante todos os movimentos de
extensão do tronco, principalmente nas correções posturais quando o centro de
massa corporal é projetado para frente da linha de gravidade. Ao contrário, os
abdominais ajudam nas correções posturais quando o corpo é projetado
posteriormente a linha da gravidade.26
2.1.2 Equilíbrio Dinâmico
O equilíbrio dinâmico é caracterizado nas tarefas de locomoção e de
mobilidade dinâmica, além dos limites de estabilidade na postura estática.
Nesse contexto, as ações de controle postural, conforme ilustradas
anteriormente são mais amplas, dinâmicas e seletivas, devido às respostas de
diferentes grupos musculares envolvidos como agonistas, antagonistas e
sinergistas durante o movimento humano.8 De fato, isto pode ser visto durante
algumas atividades como a marcha, subir ou descer escadas, trocar de roupa,
nas quais são necessários vários ajustes posturais (anterior, posterior e médio-
lateral) para manter o centro de massa corporal continuamente dentro da base
de suporte durante a dinâmica funcional.8,25 Embora Winter8 propusesse a
avaliação do controle postural durante a marcha, estudos com idosos tem
analisado apenas apoio bipodal.27,28,29 O equilíbrio postural na forma de apoio
unipodal é a condição considerada uma forma preditiva ao fenômeno de
quedas, na qual promove maior desafio para o controle postural durante as
tarefas motoras diárias (como andar, subir/descer escadas, vestir-se, girar),
quando a transição do apoio duplo para um pé só está presente.30,31
2.2 CONTROLE POSTURAL
A postura pode ser compreendida como a configuração das articulações
de um corpo, isto é, o conjunto de ângulos que expressam o arranjo relativo
entre os segmentos de um corpo. Dessa forma, uma infinidade de posturas é
adotada pelo ser humano durante atividades da vida diária, como andar,
18
alcançar um objeto com as mãos, ou mesmo quando se decide ficar parado em
pé. Na verdade, mesmo quando se decide ficar parado na postura em pé,
oscila-se. Nesse sentido, o termo postura ereta estática ou parada, referindo-se
à postura ereta quieta, embora comumente utilizado, é tecnicamente impreciso.
Um termo mais adequado seria postura ereta semi-estática. O sistema nervoso
central (SNC) envia impulsos nervosos ao sistema motor, responsável pela
ativação do músculo e/ou grupo muscular, para que ocorram respostas
neuromusculares, necessárias para manutenção do equilíbrio corporal. Esse
mecanismo é chamado de controle postural (CP) e tendo como função
orientação e o equilíbrio postural.30
2.3 AVALIAÇÃO FÍSICA DO CONTROLE POSTURAL
Em geral, o equilíbrio é avaliado por uma variedade de testes de campo
que envolvem protocolos e metodologias diversas e podem ser classificados
em estáticos, cronometrados, funcionais, observacionais e subjetivos. Dentre
esses testes, os mais utilizados são a escala de equilíbrio e mobilidade
orientada pelo desempenho-POMA, o levantar e caminhar cronometrado-
TUGT, o teste de alcance funcional-AF, a escala de equilíbrio de Berg-BBS e
atualmente testes funcionais como o Star Excursion Balance Test. A maior
parte desses testes tem sido escolhida pela facilidade e baixo custo envolvidos,
e se correlacionam entre si e correlacionam com medidas objetivas
determinadas por testes de posturografia por meio de plataforma de força. Os
testes de posturografia para a avaliação do controle postural baseiam-se na
determinação de variáveis associadas ao deslocamento do centro de pressão
que é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais que agem sobre a
base de suporte. Medidas de equilíbrio em plataforma de força permitem
identificar pequenas modificações na postura e têm sido descritas como
altamente sensíveis e são empregadas como referência para determinar
modificações do controle postural.
Verificou-se também uma relação relativamente alta entre os testes de
campo e o teste considerado como padrão ouro para a avaliação do equilíbrio
(plataforma de força).33 Logo, é possível a utilização de testes simples e de
baixo custo para avaliar a capacidade e o equilíbrio, sendo os testes de BBS e
19
TUGT preferíveis, pois se associaram mais fortemente aos resultados
encontrados na plataforma de força.
2.3.1 Star Excursion Balance Test
Em geral, profissionais da saúde costumam usar as avaliações de
controle postural para avaliar risco de lesões, os déficits iniciais resultantes da
lesão, e nível de melhora após a intervenção de uma lesão. Uma forma rápida
e prática de avaliar o equilíbrio dinâmico é com o Star Excursion Balance Test
(SEBT), conforme descrito por Hertel et al.27 Este teste foi inicialmente utilizado
com oito direções, entretanto foi observado que apenas três direções bastavam
para medir o proposto (Figura 1). O teste deve ser aplicado de acordo com o
método escrito por Pliskyet al., 2009.34
O SEBT modificado deve ser desenhado no solo. O voluntário recebe
instrução verbal e demonstração visual do teste pelo mesmo examinador. O
teste deve ser realizado com o avaliado descalço, em ortostatismo e apoio
unipodal, com o aspecto mais distal do hálux no centro de intersecção entre as
linhas. Um membro inferior permanece no centro de desenho, e o indivíduo
recebe comando verbal para direcionar o outro membro 3 vezes para anterior,
póstero-medial e póstero-lateral, sempre mantendo todo o pé de apoio inteiro
em contato com o solo.
Para marcar a distância alcançada, pode ser utilizada tinta lavável no
hálux do sujeito ou marcar a distância empurrando uma caixinha com o pé. O
teste pode obedecer a seguinte ordem: Direita anterior, esquerda anterior,
direita póstero-medial, esquerda póstero-medial, direita póstero-lateral e
esquerda póstero-lateral a fim de melhorar a reprodutibilidade do teste e
estabelecer um protocolo consistente. O teste deve ser descartado e repetido
quando o sujeito não é capaz de (1) se manter em apoio unipodal, (2) o
calcanhar do sujeito não permanece em contato com o solo, (3) desloca o peso
ou se apoiar sobre o pé de alcance em qualquer uma das três direções, (4) o
pé de alcance não retorne à posição inicial.
Para a pontuação de cada direção do teste devem ser realizadas as
medidas de comprimento dos membros inferiores (CM). Com o voluntário em
decúbito dorsal, o examinador passivamente realiza tração dos membros
20
inferiores para igualar a pelve. Então, o comprimento de cada membro inferior
é medido em centímetros, da espinha ilíaca ântero-superior até a parte mais
distal do maléolo lateral.
O cálculo da pontuação para cada direção deve ser realizado dividindo a
maior distância alcançada pelo comprimento do membro e multiplicando por
100 {[direção/CM] x 100}. A pontuação composta foi calculada, para cada
membro, dividindo a soma do máximo alcance nas três direções por três vezes
o comprimento do membro e, então, multiplicado por 100 {[(A+PM+PL)/(CM x
3)] x 100}.
Figura 1 – Star Excursion Balance Test Modificado, nas três posições de
execução, anterior, póstero-lateral e póstero-medial.
2.4 CAMA ELÁSTICA
Atualmente a propriocepção é definida como o conjunto de informações
aferentes oriundas das articulações, músculos, tendões e outros tecidos
projetados para o SNC para o processamento, influenciando as respostas
reflexas e o controle motor voluntário. Partindo deste princípio a propriocepção
contribui para o controle postural, estabilidade articular e diversas sensações
conscientes.12
O sistema proprioceptivo é de natureza neurológica que recebe
informações provenientes de múltiplos receptores do nosso corpo como a pele,
músculos e articulações, além dos sistemas visual e vestibular, estes sistemas
formam a tríade do equilíbrio, enviando comandos necessários para as fibras
21
musculares de todo o corpo para que realizem uma determinada resposta
motora.13,14 Exercícios proprioceptivos são aqueles que promovem distúrbios
no sistema de feedback sensorial, que através do treinamento de perturbação
promovem respostas reflexas dinâmicas para gerar controle neuromuscular em
uma determinada articulação. Assim, essas respostas dinâmicas, ou seja,
contrações musculares produzem mudanças metabólicas, mecânicas e
mioelétricas no tecido muscular esquelético.14 A cama elástica é um
instrumento de treino de equilíbrio e propriocepção, uma vez que o praticante
utiliza das propriedades elásticas do solo instável para estimular os receptores
corporais e praticar o equilíbrio corporal, seja estático ou em movimentos
programados, de olhos abertos ou fechados.
Atualmente existem poucos estudos realizados com esse instrumento,
porém, sabe-se do valor terapêutico já mostrado em estudos posteriores. 33 Um
programa de intervenção motora com exercícios físicos na cama elástica foi
capaz de promover melhoras no controle postural a partir da redução da
oscilação corporal durante a manutenção da posição quase-estática de
crianças com Síndrome de Down.15 A cama elástica pode ser usada para
execução de exercício por todos os públicos, desde pacientes sobre tratamento
reabilitativo como atletas de alta performance, influenciando positivamente
sobre o controle postural e equilíbrio. 16
Assim como demonstrado eficácia no exercício, e como instrumento de
exercício presente em grande maioria das clínicas e academias, escolhemos a
cama elástica como instrumento de pesquisa e elaboração do produto.
2.5 TECNOLOGIA E SAÚDE
A tecnologia, como expressão do avanço da ciência, acompanha a
evolução histórica da humanidade mostrando-se, sempre, mais extraordinária e
abrangente em diversas áreas do conhecimento.4 Na área da saúde, a
utilização da tecnologia nos remete a uma gama infinita de possibilidades e
negar esta questão seria mero reducionismo de nossa parte. Com a evolução
tecnológica, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) vem
contribuindo no apoio e melhoria do desempenho profissional. Cada vez mais
as TIC’s apresentam contribuições relevantes, ampliam o embasamento
científico e aumentam a qualidade da atuação profissional, otimizando assim a
22
saúde da população em geral. Esse conjunto de ferramentas tecnológicas que
se tornam indispensáveis no cotidiano das pessoas, estão presentes em todos
os momentos do dia, em aparelhos como os celulares, tablets, computadores e
são aliados importantes na prática profissional. Baseando-se na importância
dos recursos tecnológicos, tornam-se importantes as proposições de
ferramentas capazes de disponibilizar recursos e acessibilidade para o
aprimoramento da capacitação de profissionais da área de saúde. O uso das
TIC’s por meio do software, possibilitará o uso de um aplicativo de celular (App)
afim de otimizar o desempenho dos profissionais da área da saúde.
23
3 DESENVOLVIMENTO
Nesta seção do relatório, consta a produção técnica, em que são
descritas informações de formatação do material e os itens que compõem o
aplicativo, com explicações detalhadas sobre a importância de cada tópico e
subtópicos que integraram o documento final.
A cama elástica, material proposto para realização do exercício, contém um aro
de em média 75 centímetros de diâmetro fixado por quatro pés, com um tecido
elástico preso por molas, onde a instabilidade e a capacidade elástica do
material geram a perturbação do equilíbrio e possibilidade de treinamento para
o praticante em cima da cama elástica. O material mais comum, em
observação e comum acordo dos profissionais entrevistados na área do
exercício é a cama elástica, onde consta em clínicas, academias, escolas,
salas de dança, comercio na internet, etc, as vezes com pouco uso devido os
questionamentos do que fazer ou não.
3.1 COMPOSIÇÃO DO MANUAL
Para a formulação do software foi contratada uma empresa
especializada em elaboração de aplicativos e desenho gráfico para o conteúdo
proposto.
A produção técnica foi desenvolvida numa versão de software com a
finalidade de promover orientação, avaliação, demonstração e descrição de
exercícios direcionados ao equilíbrio estático e dinâmico, possibilitando aos
profissionais do exercício e praticantes em ampliar o conhecimento sobre o
tema através de um guia prático de exercícios utilizando a cama elástica. Esse
software tem o formato de um aplicativo que pode ser utilizado através de um
aparelho celular ou tablet.
3.2 CAMA ELÁSTICA E EXERCÍCIOS
Levamos em conta o conteúdo bibliográfico apresentado na revisão,
onde a perturbação do equilíbrio através da instabilidade da cama elástica,
24
estimula o controle e melhora dos ajustes de movimento e controle postural.
Em grande parte das academias, escolas, clínicas fisioterapêuticas, áreas de
academias prediais e domiciliares, estúdios e nas casas em geral, o objeto
mais comum que pode promover o treinamento do equilíbrio é a cama elástica.
Um estudo realizado por Bahman e Hassan et al32, utilizaram exercícios
na cama elástica como estratégia de modificar medidas antropométricas e
desempenho motor em adolescentes de 11 a 14 anos. As medições foram
realizadas nos componentes antropométricos e físicos dos participantes (n =
28) antes e após o programa. Eles treinaram 20 semanas, 1,5 h / sessão com
10 minutos de descanso, em um programa de treinamento de trampolim 4
vezes por semana. Todos os participantes foram instruídos a realizar uma
variedade de movimentos com os olhos abertos, incluindo apoio unipodal em
posição ortostática, salto de dois pés, salto com rotação em direções
diferentes, contatos mão e dedo do pé no ar e alternar sentar e levantar. Como
resultado, parece ter um efeito significativo na redução da gordura corporal e
resultados efetivos em termos de aptidão física anaeróbia. Portanto, sugere-se
que a abordagem do modelo de treinamento diferente, como exercícios de
trampolim pode ajudar os alunos a promover melhor nível de saúde e
desempenho motor.32
Em decorrência da lesão ligamentar do joelho, processo cirúrgico ou
conservador, a perda de informação proprioceptiva no joelho, contribui para o
agravamento da instabilidade devido à diminuição da sensação de posição e
pela ausência do estímulo para a contração muscular reflexa, então como
estratégia de devolver a esses pacientes a habilidade, agilidade e confiança,
através do aumento da velocidade da resposta de defesa e da estabilidade
articular, Clarete e Gonçalves33 apresentaram um protocolo de exercícios
proprioceptivos nas lesões do ligamento cruzado anterior do joelho.33
A organização dos exercícios foi de acordo com o nível de
dificuldade/habilidade de realização, conforme imagem abaixo (Figura 2 e 3):
25
Figura 2: Organização dos exercícios em nível de dificuldade.
Clarete e Gonçalves et al. 34
1. Quadro de dificuldade dos exercícios
2. Exercícios no plano com apoio bipodal
3. Exercícios no plano com apoio monopodal
4. Exercícios no plano inclinado com apoio bipodal
5. Exercícios no plano inclinado com apoio monopodal
6. Exercícios na tábua de equilíbrio com apoio bipodal
7. Exercícios na tábua de equilíbrio com apoio monopodal
8. Exercícios na prancha oscilante de Dotte
9. Exercícios no aparelho de Freeman com apoio bipodal
10. Exercícios no aparelho de Freeman com apoio monopodal
11. Corrida no plano sem mudança de direção
12. Exercícios na cama elástica (mini trampolim) com apoio bipodal
13. Exercícios na cama elástica (mini trampolim) com apoio monopodal
14. Exercícios no skate
15. Exercícios com alternância de pisos, saltos e obstáculos
16. Corrida em circuitos
26
Figura 3 – Demonstração dos exercícios citados na figura 2. Exercícios grau I; 1,2, 3, 4
e 5 – Exercícios grau II; 6 – Exercícios grau II e III com resistência variada; 7 e 8 Exercícios grau III.
Tomando como exemplo o presente estudo, em elaboração com
especialistas da área do exercício, professores e profissionais envolvidos,
adaptamos 24 exercícios de equilíbrio em 3 níveis de dificuldade de execução
em cama elástica, apresentando figuras ou fotos e descrevendo didaticamente
como elaborar de forma correta o exercício, seu nível de dificuldade, aplicação
clínica (idosos, reabilitação desportiva, atividade lúdica, etc…) e os benefícios
dos mesmos, na guia exercícios do App.
27
3.3 CÓDIGOS DO DESENVOLVIMENTO
O processo de programação do App foi feito por uma empresa
especializada, no formato de plataforma de criação online, chamado
GoodBarber, no site http://pt.goodbarber.com/. O desenvolvimento do aplicativo
é feito de acordo com uma App Nativa. Uma App Nativa é uma aplicação
construída com a língua nativa do dispositivo no qual a app foi instalada. Este
tipo de programação permite o acesso a todas as funções do dispositivo e por
isso, proporciona uma experiência ao utilizador otimizada. A GoodBarber
constrói aplicações nativas para iOS e Android, e também oferece a aplicação
web HTML5, que pode ser executada no browser do smartphone de qualquer
dispositivo. A interface visual do aplicativo foi desenvolvida utilizando “HTML5”
(Hypertext Markup Language, versão 5 com funcionalidades responsivas) que
é para estruturação e apresentação de conteúdo dos navegadores. A camada
com as regras de negócio será desenvolvida através de “JavaScript”, uma
linguagem de programação interpretada.
Resumidamente o processo de desenvolvimento ocorre nas seguintes etapas:
Criação de login pessoal no site GoodBarber
Definir o design do material
Agrupar e adicionar todo o conteúdo (artigos, teste e exercícios)
Acompanhar o resultado na Web ou Smartphones
Publicar o App nas plataformas iOS e Android.
28
3.4 CRIAÇÃO DO NOME E LOGO
Inicialmente reunimos um conjunto de palavras, português e inglês, que
remetessem ao conteúdo, como por exemplo: trampolim, cama, elástica,
exercício, fitness, gym, balance, equilíbrio, etc. Mesclamos diferentes palavras
e prefixos para a criação, e o nome provisório, até então, resume-se em
TRAMPEX (TRAMPolim e EXercício). Na logo, consta o material usado, cama
elástica, referenciando exercício (Figura 4).
Figura 4 – Logo criada para o aplicativo.
29
3.5 IMAGEM DE CAPA
A primeira imagem que aparece ao entrar no ícone do App é uma
imagem relacionada à exercício em cama elástica, simples e objetivo, com
design motivador para a pratica (Figura 5).
Figura 5: Imagem ilustrativa da capa inicial do aplicativo
30
3.6 LAYOUT DO APLICATIVO
O aplicativo foi organizado conforme a distribuição metodológica do
material. São basicamente 7 guias iniciais que aparecerão após a capa de
apresentação na guia Menu do aplicativo (Figura 6 A e B):
Figura 6 A e B: Imagem ilustrativa de organização do menu do aplicativo
1) Conteúdo: conteúdo informativo, didático sobre equilíbrio, métodos de
avaliação do equilíbrio, embasamento sobre teste de controle postural,
relação com lesões, etc.
B A
31
2) Estratégia de avaliação do equilíbrio: por meio do método de avaliação
Star Excursion Balance Test em Y (SEBT-Y), detalhando passo a passo
como realizar o teste, por um profissional ou leigo praticante, permitindo
através do método de avaliação identificar déficits do equilíbrio ou
avanços no tratamento com avaliações periódicas.
3) Exercícios para equilíbrio em cama elástica, divididos em três níveis de
dificuldade, e exercício extra para ideia de criação.
4) Vídeos: elaboramos vídeos demonstrando como fazer o teste e
exemplos de como realizar os exercícios.
5) Compartilhamento do conteúdo nas redes sociais, Facebook, para
promover a marca e divulgar conteúdo.
6) Informações: informações do fabricante e da pesquisa sendo elaborada.
7) Contato, por e-mail, para dúvidas, sugestões e críticas.
Disponibilizado nas plataformas iOS® (Apple) e Android®, disponível para o
público.
3.6.1 Conteúdo
Nesta guia, encontraremos conteúdo didático numa linguagem menos
coloquial para acesso da população leiga e aproveitamento do profissional,
acerca do conteúdo proposto em controle postural e exercício. No conteúdo,
destacamos os itens mais importantes com negrito e itálico para enfatizar o
conteúdo.
As referências estão localizadas no trabalho completo orientado o
acesso na guia quem somos nós.
32
Figura 7 – Guia conteúdo, do aplicativo.
No mesmo, constam os seguintes tópicos (Figura 7):
1) Sobre equilíbrio
O equilíbrio é um processo complexo que depende da integração da visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais e respostas neuromusculares e, particularmente, da força muscular e do tempo de reação. No alinhamento postural ideal, espera-se que os músculos e as articulações se encontrem em estado de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico, com quantidade mínima de esforço e sobrecarga, de modo a proporcionar ótima eficiência para o aparelho locomotor.
33
No contexto biomecânico, o equilíbrio pode ser definido como
a capacidade de manter o centro de massa do corpo, referente à projeção do seu centro de gravidade, sobre a área da base de sustentação do corpo.
2) Cama Elástica
Exercícios proprioceptivos são aqueles que promovem distúrbios no sistema de feedback sensorial, que através do treinamento de perturbação promovem respostas reflexas dinâmicas para gerar controle neuromuscular em uma determinada articulação. Assim, essas respostas dinâmicas, ou seja, contrações musculares produzem mudanças metabólicas, mecânicas e mioelétricas no tecido muscular esquelético.
A cama elástica é um instrumento de treino de equilíbrio e propriocepção, uma vez que o praticante utiliza das propriedades elásticas do solo instável para estimular os receptores corporais e praticar o equilíbrio corporal, seja estático ou em movimentos programados, de olhos abertos ou fechados.
Nota-se seu baixo custo, facilidade de acesso e compra (sites, academias, escolas, clínicas, etc) e um recurso a ser utilizado por qualquer praticante em qualquer faixa etária.
3) Relação com Lesões
O controle postural não é importante apenas para a manutenção do equilíbrio, mas também como um fator de predição de lesões. Um dos exemplos é o estudo de Plisky et al; que investigaram o equilíbrio dinâmico como preceptor de lesões nos membros inferiores. Os autores relataram que indivíduos com um desempenho menor que 94% no teste aplicado, tem três vezes mais risco de terem uma lesão.
Essas informações dão base a programas efetivos de prevenção de lesões, através do estímulo ao controle postural. Como o estudo realizado por McGuine e Keene, onde se objetivou verificar o efeito de um treinamento de equilíbrio sobre a prevenção de entorses de tornozelo. O treinamento ocorreu três vezes por semana, durante um período de quatro semanas e as ocorrências de entorses foram registradas ao longo de uma temporada de competições. Ao final do estudo, os autores concluíram que a ocorrência de lesões foi menor no grupo que realizou o treinamento de equilíbrio.
Dessa forma, supõem-se que treinamentos de equilíbrio podem ajudar a manter ou melhorar o controle postural e prevenir lesões.
34
4) Avaliação Física do Equilíbrio
Em geral, o equilíbrio é avaliado por uma variedade de testes de campo que envolvem protocolos e metodologias diversas e podem ser classificados em estáticos, cronometrados, funcionais, observacionais e subjetivos.
Em geral, profissionais da saúde costumam usar as avaliações de controle postural para avaliar risco de lesões, os déficits iniciais resultantes da lesão, e nível de melhora após a intervenção de uma lesão ou um treinamento.
Existe no segundo ícone do App, uma guia sobre o método de avaliação proposto, o Star Excursion Balance Test Modificado (SEBT-M).
Alterações no SEBT-M modificado estão associadas à pobre controle neuromuscular e aumento do risco de lesões nos membros inferiores. Avaliar se há alterações no SEBT modificado pode nos fornecer dados quantitativos do controle neuromuscular, e assim, planejar estratégias para uma pratica adequada de atividades esportivas e laborais, bem como a prevenção de lesões.
3.6.2 Teste Y
Figura 8 – Conteúdo didático da guia Teste de Equilíbrio
35
Inicialmente, nesta guia, propomos um conteúdo didático sobre o teste
(Figura 8), como fazer o teste e, por fim, uma guia para preencher com os
resultados do teste (Figura 9).
Figura 9 – Espaços para preenchimento do Teste de Equilíbrio
36
3.6.3 Exercícios
As escolhas dos exercícios foram por meio de embasamento em artigos
e conteúdo disponibilizado nas plataformas científicas. Reunimos um
determinado número de exercícios e os adaptamos para a cama elástica,
sendo possível a criação a partir da ideia inicial.
Segue tabela contendo a lista de exercícios (Tabela 1):
Exercício Descrito Referência
Praticante em pé, apoio bipodal sobre a cama elástica,
deve-se manter o equilíbrio estático. 33
Apoio unipodal mantendo a posição estática 33,15
Salto bipodal sobre a cama elástica 32
Salto unipodal sobre a cama elástica 32
Em pé sobre a cama elástica o praticante realiza o toque de
uma mão no membro homolateral 32
Salto em profundidade 35
Salto contra movimento 35
Simular corrida 15
Brincar 15
Simular chute (futebol) 33
Simular corrida frontal com resistência, preso posteriormente
por um elástico 33
Em pé, rotacionando tronco segurando bola (carga ou não)
com os membros superiores estendidos 33
Simular corrida com mudança de direção 33
Salto do solo para a cama elástica bipodal 36
Salto do solo para a cama elástica unipodal 36
Exercícios funcionais na cama elástica 36
Coreografia da GR UNOPAR 16
Tabela 1 – Lista dos exercícios de equilíbrio coletados nas evidências
científicas.
37
Referências
33. Sampaio, Tania Clarete F. Vieira S; Souza, José Márcio Gonçalves. Reeducação
proprioceptiva nas lesões do ligamento cruzado anterior do joelho. Rev. bras. ortop;29(5):303-
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36 - Leporace G, Metsavaht L, Sposito MMM. Importância do treinamento da propriocepção e
do controle motor na reabilitação após lesões músculo-esqueléticas. Acta Fisiátr.
2009;16(3):126-131
Seguem os exercícios adaptados e protocolados no aplicativo:
Nível 1 – Iniciante
1 – Praticante em apoio bipodal com olhos abertos sobre a cama elástica,
apenas mantem o controle postural estático.
38
2 – Praticante em apoio unipodal com olhos abertos sobre a cama elástica,
apenas mantem o controle postural estático.
3 – Praticante em apoio bipodal com olhos fechados sobre a cama elástica,
apenas mantem o controle postural estático.
4 – Praticante em apoio unipodal com olhos fechados sobre a cama elástica,
apenas mantem o controle postural estático sobre a cama elástica.
5 – Praticante em apoio bipodal com olhos abertos sobre a cama elástica, com
as mãos cruzadas ao peito reduzindo a base de equilíbrio, apenas mantem o
controle postural estático sobre a cama elástica.
6 – Praticante em apoio bipodal, realiza o toque de mão no membro inferior
contralateral.
7 – Praticante segurando uma bola com as mãos, sem carga, em apoio bipodal
sobre a cama elástica, realiza movimentos de rotação de tronco associando os
membros superiores com a bola.
Nível 2 – Intermediário
8 – Praticante em apoio bipodal na cama elástica, deve simular marcha
retirando minimamente os pés para tomada de peso.
9 – Praticante segurando uma medicine ball com carga, anilhas ou ketbells com
as mãos, gradativamente acrescentando carga, em apoio bipodal sobre a cama
elástica, realiza movimentos de rotação de tronco associando os membros
superiores.
10 – Praticante segurando uma medicine ball com carga, anilhas ou ketbells
com as mãos, gradativamente acrescentando carga, em apoio unipodal sobre a
cama elástica, realiza movimentos de rotação de tronco associando os
membros superiores com a bola.
11 – Praticante segurando uma medicine ball com carga, anilhas ou kettlebells
com as mãos, gradativamente acrescentando carga, em apoio bipodal sobre a
cama elástica, realiza movimentos de elevação da carga acima da cabeça
associando movimentos dos membros superiores.
12 – Praticante simula corrida na cama elástica, elevando os membros
inferiores afim de requisitar mais ação dos membros inferiores na simulação do
movimento de corrida.
39
13 – Praticante em apoio bipodal, realiza saltos da posição estática.
14 – Praticante em apoio bipodal realiza saltos com mudança de direção.
15 – Praticante em pé realiza saltos unipodais sobre a cama elástica.
16 – Praticante realiza salto do solo para a cama elástica, queda em apoio
bipodal.
17 – Praticante realiza salto do solo para a cama elástica, queda em apoio
unipodal.
Nível 3 – Avançado
18 – Praticante em apoio bipodal sobre a cama elástica, envolve o gesto
esportivo de chute em bola, retirando um apoio para interceptar a bola.
19 – Praticante em apoio unipodal, realiza cabeceio/tapa/recepção de uma bola
em apoio unipodal.
20 – Praticante em apoio bipodal simula corrida com resistência multidirecional
de um elástico.
21 – Praticante simulando corrida na cama elástica com resistência, envolve
gesto esportivo (golpe, chute, cabeceio, arremesso, tapa) utilizando recursos
como bola, luvas, sacos, etc.
22 – Praticante realiza exercícios funcionais sobre a cama elástica. Exemplos:
agachamentos, levantamentos de peso, etc.
Extras
23 – Passos de dança sobre a cama elástica. (Ballet, ginástica rítmica, etc)
24 – Brincadeiras com crianças sobre a cama elástica. (Saltar, correr, pegar
objetos, alcançar alvos, etc)
Guia exercícios do aplicativo (Figura 10):
40
Figura 10 – Guia exercícios no aplicativo.
Os tópicos [Inicial e Organização dos Exercícios] estão exemplificados a
organização por níveis de dificuldade e o embasamento teórico para a pratica
dos exercícios. Os ícones dos Exercícios 1, 2, 3 e Extras constam os exercícios
e as imagens ilustrativas dos mesmos (Figura 11).
41
Figura 11 – Layout da guia 1, 2, 3 e Extras, dos exercícios.
3.6.4 Restante do Menu
São as seções Vídeos, Facebook, Quem Somos e Contato. Vídeos,
consta um vídeo explicativo de alguns exercícios e sobre o método de
avaliação, disponibilizado no Youtube, livre para compartilhamento pelo
público. Facebook, é uma ferramenta de divulgação por meio da página
42
TRAMPEX. Quem somos, disponibiliza ao usuário uma breve história sobre a
pesquisa e o grupo que o desenvolveu, assim como o link para acesso á esse
manual. Contato, para que o praticante possa interagir com o autor para
críticas, dúvidas ou sugestões.
Figura 12 – Menu do aplicativo.
43
4. CONCLUSÃO
O presente produto servirá de orientação e embasamento científico aos
profissionais da área do exercício físico como os profissionais de Educação
Física e Fisioterapia que atuam com aplicação e desenvolvimento de
protocolos em que a partir de uma intervenção e/ou aplicação de protocolos de
propriocepção objetivam melhora do equilíbrio, força, agilidade, flexibilidade,
repercutindo diretamente na saúde ou performance dos praticantes, assim
como a prevenção de recidivas lesões musculoesqueléticas e melhora da
estabilidade articular.
O aplicativo está liberado nas lojas para download como aplicativo,
disponibilizado sem custos para Iphones e Androids, para profissionais ou
leigos.
Sugere-se que a partir dos resultados desse trabalho, novos trabalhos
reúnam outras evidências para a pratica de exercício seguro, orientando à
população os benefícios relacionados ao exercício físico na promoção da
saúde.
44
REFERENCIAS
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Física “Agita Brasil”: atividade física e sua contribuição para a qualidade de vida.
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49
APÊNDICE A – PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Obesidade Infantil e Equilíbrio Postural em Crianças de 7 a 13 anos
Eros de Oliveira Juniora, Rafael Cavallari Pasqualinottia, Fabiana Dias Antunesa
a. Centro de Pesquisa em Ciencias da Saúde - Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR
Resumo
Introdução: Nas situações de vida cotidiana a criança é submetida a múltiplas perturbações que lhe obriga a controlar constantemente sua postura e seu equilíbrio. Os efeitos da obesidade nas atividades motoras não são devidamente esclarecidos. Esta realidade nos leva a refletir sobre a maneira pela qual as crianças obesas regulam seu equilíbrio postural e de que maneira uma mudança no centro de gravidade, devido à sobrecarga de peso corporal, poderia ser um fator perturbador do controle postural. Objetivo: Verificar a influencia da obesidade infantil no equilíbrio postural estático. Metodologia: Foram recrutadas trinta crianças de ambos os sexos com idade entre 7 e 13 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos sendo 15 pertencentes ao grupo obeso (GO) e 15 ao grupo não obeso (controle GC). O perfil de obesidade foi avaliado pelo cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC): peso (kg) ÷ altura2 (m). O equilíbrio postural foi avaliado de forma estática com os olhos abertos utilizando a plataforma de força BIOMEC400 em 2 situações: 1) em apoio bipodal durante 60s; 2) em apoio unipodal utilizando o membro inferior dominante durante 30s. A média de 3 tentativas para cada teste foi utilizada para os cálculos estatísticos. Os seguintes parâmetros de equilíbrio baseados no COP foram utilizados: área de elipse do COP (cm2), velocidade média de oscilações do COP (cm/s) e frequência média de oscilações do COP (Hz), nas direções de movimento antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML). Resultados: Os parâmetros de equilíbrio mostraram diferenças significativas entre os grupos em apoio bipodal para a velocidade média AP (GO=3,55; GC=2,34) e frequência média AP (GO=0,77; GC=0,39) e ML (GO=1,45; GC=0,87). No teste em apoio unipodal foram observadas diferenças na frequência média AP (GO=1,06; GC=0,80) e ML (GO=1,15; GC=0,91) Conclusão: A obesidade parece ser um fator influente na performance do equilíbrio postural a partir de uma postura estática, em crianças de 7 a 13 anos.
Palavras-chave: Equilíbrio postural, obesidade, criança
50
Introdução
Estima-se que a obesidade atinja mais de 22 milhões de crianças com menos
de 5 anos e que 10% dos jovens entre 5 e 17 anos são obesos.1-3 No Brasil
observa-se um rápido aumento da obesidade infantil em cerca de 0,6% por ano nos
últimos 20 anos.4 A obesidade pode gerar graves alterações a nível psicológico,
cardíaco, respiratório e musculoesquelético, os quais atuam a favor de uma
degradação do estado geral do indivíduo, além de aumentar a tensão exercida
sobre as articulações e aumentar o risco de quedas e fraturas.5 Em resposta a estes
problemas, numerosas são as crianças obesas que adotam comportamentos
sedentários, levando a falta de condicionamento físico, perda de autonomia e
isolamento social.6
Durante a postura estática ou dinâmica, o corpo humano utiliza estratégias
posturais para a manutenção do equilíbrio através de ajustes posturais
neuromusculares no intuito de preservar o centro de massa do corpo no interior da
base de suporte.7,8 Evidentemente, uma instabilidade postural caracterizada pelo
aumento do peso corporal poderia afetar os sistemas envolvidos na integração do
controle postural. A obesidade altera a mecânica da massa corporal, a qual sofre
movimentos e deve ser estabilizada durante o equilíbrio postural e atividades
motoras diárias.9 Tem sido demostrado que crianças obesas caminham mais
lentamente, e que passam mais tempo na fase de duplo apoio durante o ciclo de
marcha.10 O peso corporal passou a ser estão um forte preditor de estabilidade
postural, e a perda de peso parece estar diretamente ligada a uma melhora no
controle postural e na marcha.11,12 Os resultados do estudo de Colné e
colaboradores9 mostraram que mudanças significativas que afetam o equilíbrio de
adolescentes obesos estão essencialmente relacionadas com a parte dinâmica do
51
controle de equilíbrio. Estas mudanças podem contribuir no desenvolvimento de
impotências funcionais, alterando a postura, diminuindo o equilíbrio e aumentando o
risco de acidentes.
É de comum acordo que a obesidade infantil vem aumentando de forma
significativa e que ela é determinante de várias complicações na infância e na idade
adulta,13,14 porém, poucos trabalhos são direcionados sobre as consequencias de
um excesso de peso sobre o equilíbrio postural. As crianças com sobrepeso ou
obesas podem encontrar problemas durante a marcha devido a diminuição do
controle postural e a falta de equilíbrio.15 Estudos com crianças e adultos obesos
tem observado principalmente uma alteração dos parâmetros temporais, tais como
a velocidade, a cadência e a duração nas diferentes fases durante um ciclo de
marcha.16-18 A fim de aumentar o conhecimento relativo aos impactos funcionais na
obesidade infantil, este estudo tem por objetivo avaliar o equilíbrio postural em
crianças obesas e comparar os resultados aos seus pares não obesos.
Metodologia
Aspectos éticos
O estudo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Norte do Paraná, foi conduzido de acordo com a resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde do Brasil. Depois de convidadas a participar do estudo e serem
informadas sobre os objetivos e a metodologia do estudo, as crianças participantes,
assim como seus responsáveis assinaram um termo de consentimento livre e
esclarecido.
52
Amostra
Trinta crianças voluntárias, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 13 anos,
foram recrutadas por conveniência e divididas em dois grupos: quinze crianças
obesas (grupo GO) e quinze crianças não obesas (grupo controle GC). De acordo
com as recomendações apresentadas pela Organização Mundial da Saúde,19 os
indicadores de obesidade foram definidos a partir do cálculo do Índice de Massa
Corporal (IMC), razão entre as medidas da massa corporal expressa em
quilogramas e da estatura expressa em metros ao quadrado (kg/m2), adotando-se
pontos de corte para obesidade infantil de acordo com o sexo e a idade, como
sugeridos pela Força Tarefa Internacional para Obesidade.20 Para ambos os grupos
os critérios de exclusão foram: história prévia de cirurgia no sistema
musculoesquelético, presença de doenças musculoesqueléticas, respiratórias,
neurológicas e/ou cardiovasculares, portadores de diabetes, uso de medicação
cotidiana ou no período de 30 dias que antecedem o dia da avaliação e ter recebido
ou estar recebendo qualquer tipo de tratamento para alterações posturais ou
problemas de equilíbrio.
Instrumentos de coleta de dados
Afim de avaliar o nível de atividade física do participante o Questionário de
Atividade Física para Crianças21 (PAQ-C) foi aplicado. A medida do peso corporal
foi realizada por uma balança digital (W801-WISO, Florianópolis-SC). A medida da
altura foi obtida por um estadiômetro marca WCS (Cardiomed, Curitiba-PR). Para
avaliar o equilíbrio postural em condição estática, foi utilizada a plataforma de força
BIOMEC400 (EMG System do Brasil, SP Ltda.). Os seguintes parâmetros de
equilíbrio baseados no centro de pressão (COP) foram computados: área de elipse
53
do COP (em cm2), velocidade média de oscilações do COP (em cm/s) e frequência
média de oscilações do COP (em Hz) nas direções de movimento anteroposterior
(AP) e médiolateral (ML). Para todos os testes de equilíbrio, os sinais da força de
reação do solo provenientes das medidas da plataforma de força foram coletados
em uma amostragem de 100 Hz. Todos os sinais de força registrados pela
plataforma foram filtrados com um filtro de segunda ordem Butterworth passa-baixa
á 35 Hz. Para aquisição e tratamento dos parâmetros de equilíbrio associados aos
movimentos do COP, os sinais captados foram convertidos por meio de uma análise
estabilográfica, que foi compilada com as rotinas do MATLAB (The Mathworks,
Natick, MA).
Protocolo experimental
Após familiarização com o equipamento e com o protocolo experimental, os
testes de equilíbrio estático bipodal e unipodal foram realizados sob a plataforma de
força em ordem randomizada com repouso de 5 minutos entre os dois testes. Para
o teste em apoio bipodal foi acordado duas tentativas de 60s com intervalo de
repouso de 30s entre cada tentativa. O teste estático em apoio unipodal foi
realizado sobre o membro inferior dominante durante 30s, sendo acordado 3
tentativas com períodos de repouso de 30s entre as tentativas. O protocolo de
equilíbrio foi realizado com os pés descalços, olhos abertos, braços ao longo do
corpo e olhos direcionados para um alvo (círculo preto colocado na altura dos olhos
do participante) fixado a 2,5 metros de distância à frente da plataforma de força
(Figura 01).
54
Figura 01: A) Teste de equilíbrio estático em apoio bipodal B) Teste de equilíbrio estático em apoio unipodal.
Análise dos dados
Os dados foram analisados de forma descritiva com a média e desvio-
padrão. Foi verificada a distribuição de normalidade da amostra nas diversas
variáveis analisadas por meio do teste de Shapiro Wilk. Depois de estabelecida a
normalidade, os grupos foram comparados por meio do teste-t de Student para
amostras independentes. Correlações r de Pearson foram utilizadas para verificar a
correlação entre os parâmetros de equilíbrio e o IMC. Todas as análises estatísticas
foram realizadas utilizando o programa estatístico SPSS (versão 21.0) com a
significância adotada de 5% (p ≤ 0.05).
Resultados
Fizeram parte deste estudo 30 participantes. Ambos os grupos (GC n=15;
GO n=15) foram representados por 6 meninos e 9 meninas cada. Não foram
observadas diferenças significativas entre os dois grupos com relação a idade,
altura e nível de atividade física. Segundo a classificação de Rosendo da Silva e
Malina,22 os resultados do questionário de atividade física PAQ-C revelaram que os
55
dois grupos foram formados por crianças moderadamente ativas. O grupo GO
apresentou maior peso e mais alto IMC (Tabela 01). O grupo controle apresentou
melhor resultado nos testes de equilíbrio que o grupo obeso, os parâmetros de
equilíbrio baseados no COP mostraram diferenças em apoio bipodal para a
velocidade média AP (GO=3,55; GC=2,34; p=0,02) e frequência média AP
(GO=0,77; GC=0,39; p<0,000) e ML (GO=1,45; GC=0,87; p=0,002) (Tabela 02). No
teste em apoio unipodal foram observadas diferenças na frequência média AP
(GO=1,06; GC=0,80; p=0,004) e ML (GO=1,15; GC=0,91; p=0,005) (Tabela 03).
Grupo obeso
Grupo controle
p-valor
Idade (anos) 8.8±1.9 8.5±2.1 0.65
Altura (m) 1.41±1.10 1.32±1.09 0.61
Score PAQ-C 2.8±0.55 2.9±0.62 0.94
Peso (kg) 53.3±13.6 28.3±9.2 <0.001*
IMC 26.1±2.7 16.3±2.2 <0.001* Tabela 01 - Dados descritivos e nível de atividade física (PAQ-C) IMC = índice de massa corporal;
*Nível de significância p<0.05
Parâmetros do COP Teste Bipodal
Grupo obeso
Grupo controle
p-valor
Área de Elipse (cm²) 4.13±2.4 5.29±3.3 0.56
Velocidade (cm/s)
AP 3.55±1.2 2.34±1.6 0.02*
ML 3.59±1.1 2.79±1.7 0.43
Frequência (Hz)
AP 0.77±0.3 0.39±0.2 <0.001*
ML 1.45±0.6 0.87±0.3 0.002* Tabela 02 - Parâmetros de equilíbrio baseados no COP para o teste bipodal COP= Centro de pressão, AP= Antero posterior e ML= Médio lateral *Nível de significância p<0.05
56
As análises estatísticas mostraram não haver correlação entre os parâmetros
de equilíbrio estudados e o nível de atividade física dos participantes. Entretanto,
em apoio bipodal os coeficientes de correlação de Pearson mostraram uma forte
correlação entre o IMC e a frequência AP (r = 0,79; p<0,001), moderada para
velocidade AP (r= 0,64; p<0,001) e frequência ML (r= 0,63; p<0,001) e fraca para
velocidade ML (r= 0,39; p= 0,03). Em apoio unipodal os resultados mostraram
correlação moderada do IMC com a frequência AP (r= 0,64; p<0,001) e frequência
ML (r= 0,58; p<0,001) (Tabela 03).
Parâmetros do COP Teste Unipodal
Grupo obeso
Grupo controle
p-valor
Área de Elipse (cm²) 20.61±14.5 11.84±8.2 0.34
Velocidade (cm/s)
AP 7.40±4.9 4.25±1.2 0.14
ML 8.05±2.7 4.07±0.8 0.16
Frequência (Hz)
AP 1.06±0.3 0.80±0.2 0.004*
ML 1.15±0.3 0.91±0.1 0.005* Tabela 03- Parâmetros de equilíbrio baseados no COP para o teste unipodal COP= Centro de pressão, AP= Antero posterior e ML= Médio lateral *Nível de significância p<0.05
BIPODAL UNIPODAL
VARIÁVEIS DO COP
MÉDIA IMC MÉDIA IMC
COP (cm²) 4,7±1,3 r = 0,11; p=0,57 16,2±4,7 r = 0,17; p=0,35
VEL_AP (cm/s) 2,9±1,5 r = 0,64; p<0,001* 5,8±2,9 r = 0,29 ; p=0,12
VEL_ML (cm/s) 3,2±2,7 r = 0,39; p=0,03* 6,1±2,7 r = 0,25; p=0,17
FQ_AP (Hz) 0,58±0,28 r = 0,79; p<0,001* 0,93±0,26 r = 0,64; p<0,001*
FQ_ML (Hz) 1,16±0,55 r = 0,63; p<0,001* 1,1±0,25 r = 0,58; p<0,001*
Tabela 03 - Correlação de Pearson Variáveis do COP/IMC (média ± desvio padrão) COP= Centro de oscilação de pressão; VEL_AP= velocidade anteroposterior; VEL_ML= velocidade mediolateral; FQ_AP= frequência anteroposterior; FQ_ML= frequência mediolateral
57
Discussão
Embora os resultados do questionário de atividade física (PAQ-C) tenham
revelado não existir diferença entre os dois grupos, os quais considerados
moderadamente ativos, alguns parâmetros de equilíbrio baseados no COP
apresentaram melhores resultados à favor do grupo de crianças não obesas. Estes
resultados sugerem que simplismente a prática de atividade física regular não
seriam suficiente para que crianças obesas sejam equiparadas às não obesas no
quesito equilíbrio postural. Dentro deste cenário, as prioridades básicas de ação
devem ser vinculadas às estratégias de intervenção potencialmente satisfatórias
com a inclusão de um programa de atividade física voltado especificamente para o
equilíbrio postural, o qual poderá proporcionar um melhor desempenho em crianças
obesas.
O alinhamento ideal do cenro de masssa e do centro de pressão passa entre
os tornozelos, ligeiramente á frente dos eixos das articulações. O excesso de peso
causa o deslocamento anterior do centro de massa, especialmente quando a
gordura se encontra em sua maior parte na região abdominal, modificando assim o
alinhamento dos vetores de força e, consequentemente, as forças musculares
necessárias para manter o equilíbrio.23 A obesidade leva portanto a um risco
considerável de queda, com uma prevalência quando o excesso de gordura está
localizado a nível abdominal. Corbeil e colaboradores24 desenvolveram uma
modelização do controle postural submetido à problemas de obesidade. Para os
autores, a manutenção do equilíbrio é restrita pelos limites de estabilidade que não
são somente determinados pela força muscular que uma pessoa pode produzir
mais igualmente pelo tempo das reações motoras. Eles colocam em evidência que
uma aplicação cada vez mais lenta da perturbação induz um aumento não linear do
58
momento muscular. Portanto, se calcularmos a diferença entre dois momentos
musculares desenvolvidos por duas velocidades de perturbação, o individuo obeso
será sempre mais afetado que o não obeso. A obesidade leva portanto à
modificações significativas das regras de controle com latências motoras
aumentadas, solicitando um esforço superior. Por outro lado, a perda de peso leva a
um comportamento postural mais estável. O estudo de Paquette e colaboradores25
mostrou uma melhora no controle postural após perda de peso significativa em
obesos com predominância de gordura abdominal. O estudo de Li e Aruin26 avaliou
a influência da sobrecarga corporal sobre o controle postural em posição de
desequilíbrio anterior. A tarefa consistia em segurar um peso de 2,7 kg que caia de
uma altura de 10cm na direção das mãos. Este teste foi igualmente executado
adicionando até 40% do peso corporal de uma maneira simétrica nos ombros, no
tronco e nas pernas, com a intenção de reproduzir a obesidade. Os resultados
mostraram que quando houve um acrécimo de peso o controle postural diminuiu e o
desequilíbrio aumentou, representado pelo maior deslocamento do centro de
pressão. O estudo de Colné e colaboradoes9 comparou a trajetória do centro de
pressão de adolescentes obesos e não obesos. Os resultados mostraram que o
deslocamento do centro de pressão é maior nos adolescentes obesos em posição
ortostática e durante o deslocamento para trás. Em outro estudo sobre a
estabilidade postural de crianças obesas e não obesas de 8 a 10 anos foram
encontradas diferfenças nos parâmetros de estabilidade postural entre os dois
grupos. No grupo de crianças obesas foi observado uma maior superficie de
oscilações, maior consumação de energia e uma instabilidade mediolateral mais
acentuada27.
As crianças obesas teriam tendência a deslocar seu centro de pressão mais
59
no plano anterior que as pessoas não obesas, sendo submetidas então à uma
perturbação inicial que implicaria no desenvolvimento de um momento de força
adicional a nível do tornozelo com o objetivo de impedir esta perturbação afin de
manter seu equilíbrio24,28. Portanto, para manter o equilíbrio, os obesos mantêm
uma posição posteriorizada do centro de pressão plantar.28 Esta afirmação aliada a
falta de diferença significtiva entre os dois grupos na área de elipse do COP, sugere
que, em repouso, a perturbação inicial seria compensada de forma eficiente pelas
crianças obesas. Porém, as diferenças na velocidade e na frequência média de
oscilações do COP, sugerem uma menor capacidade de manutenção do equilíbrio
postural em relação as crianças não obesas. Blaszczyk e colaboradores29 avaliaram
o deslocamento do centro de pressão em posição ortostática, com olhos abertos,
com olhos fechados e durante um deslocamento para frente. Os autores notaram
que é mais difícil perturbar o equilíbrio dos obesos, mas que, uma vez perturbados,
se torna mais difícil para os obesos de recuperar o equilíbrio perdido. O aumento do
momento de força inicial, induzido pelo deslocamento anterior do centro de massa
dos obesos, representa um fator adicional ao longo do processo de estabilização do
equilíbrio24, levando as crianças obesas à uma maior dificuldade de controlar
eficazmente sua postura durante os testes. As crianças obesas possuem maior
dificuldade de regular seu equilíbrio de modo eficiente quando submetidas à
influências de perturbações externas,28 diante disso, a estabilidade do tronco e a
tonicidade dos seus músculos parece ser influenciada pela obesidade. O aumento
do volume do abdomem e a hipotonia abdominal provocam uma maior tensão
muscular lombosacra e uma atitude lordótica. O desequilíbrio dessas massas
musculares poderia ser responsável pela diminuição da capacidade de resposta
postural30 e explicaria em partes as diferenças significativas encontradas entre os
60
dois grupos para os parâmetros de equilíbrio estudados.
Cada músculo ou grupo muscular esquelético possui um grande espectro de
fibras musculares que se diferem pelas propriedades biomecânicas e metabólicas.
Essa diversidade de fibras em um mesmo músculo permite a este de responder às
diferentes exigências impostas por uma grande variedade de tarefas motoras31.
Portanto, simplesmente salientar que a atividade física regular é importante não é o
suficiente. Em vista disto, seria importante incentivar as crianças obesas à
realização de atividades físicas não somente no intuito de diminuir seu peso
corporal, mas também, por meio de exercícios específicos, adquirir um melhor
controle postural e reduzir os problemas de equilíbrio.
Nossos resultados de correlação dos parâmetros de equilíbrio com IMC
corroboram com os estudos de Sasidharan e colaboradores32 que mostraram uma
maior dificuldade de equilíbrio com o aumento do IMC em crianças obesas com
idade entre 8 e 13 anos. O excesso de peso reduz a sensibilidade dos
mecanorreceptores no pé, criando áreas de contato plantar maiores e aumentando
a pressão da área distal dos dedos, do médio pé e dos metatarsos. Isso reduz o
envolvimento dos mecanorreceptores dos pés durante reações de controle de
equilíbrio.32,33 Estas limitações funcionais podem representar uma fonte potencial de
inatividade, que parece ser particularmente difundida nas pessoas obesas. O
predomínio de quedas devido ao desequilíbrio durante a marcha e o aumento do
número de fraturas seguido de uma queda, estão estreitamente ligados à
obesidade34. Os problemas que as pessoas obesas podem encontrar durante a
marcha e durante a execução de tarefas que necessitam um certo controle postural
mostram a necessidade de solucionar não somente seus problemas metabólicos,
mas igualmente suas limitações físicas. Sendo assim, o equilíbrio parece ser uma
61
capacidade física básica à realização de outras tarefas, onde o bom desempenho
da função de equilíbrio postural, que traduz a maior ou menor plasticidade do
sistema nervoso central, permite a criança responder à situações de problemas que
ela encontra e sua confrontação com o meio35.
Juntamente com as atividades regulares, um programa de exercícios
específicos para crianças obesas deve ser planejado pelo trabalho coordenado de
uma equipe multidisciplinar, proporcionando assim redução da obesidade, melhora
do equilíbrio e diminuição da frequência de quedas.
Conclusão
A obesidade parece ser um fator participativo na redução da eficiência do
equilíbrio postural a partir de uma postura estática, presumivelmente devido às
restrições exercidas pelo excesso de peso durante o controle postural no
deslocamento anterior e lateral do corpo. Os resultados deste estudo sugerem que
o IMC pode influenciar as respostas dos mecanismos neuromusculares de
ajustamento postural para o equilíbrio corporal. O aumento do IMC afeta o equilíbrio
na infância, o qual sugere não estar exclusivamente relacionado com a parte
dinâmica do controle de equilíbrio. Quanto mais alto o IMC maior a dificuldade de
ajuste postural para manutenção do equilíbrio postural estático.
Agradecimentos
Grupo de Estudos e Pesquisa em Exercício Físico e Reabilitação.
Laboratório de Avaliação Funcional e Performance Motora Humana (LAFUP) da
Universidade Norte do Paraná.
Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular -
FUNADESP.
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APENDICE B – PÔSTER APRESENTADO EM CONGRESSO
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ANEXO A – CERTIFICAÇÃO DE APRESENTAÇÃO EM CONGRESSO
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ANEXO B – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
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