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O AMPARO DO ALTO Um Espírito Amigo obra psicografada por Hur-Than de Shidha 1

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O AMPARO DO ALTO

Um Espírito Amigoobra psicografada por Hur-Than de Shidha

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VOZES DO UNIVERSOpsicografada por

HUR-THAN DE SHIDHA

No preloSABEDORIA DA CRIAÇÃO

psicografada porHUR-THAN DE SHIDHA

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O AMPARO DO ALTO

Um Espírito Amigoobra psicografada por Hur-Than de Shidha

AutoculpaLéon Denis

A violência que se verifica na Terra não é apenas fruto da ação de homens voltados para o mal. Ela decorre também da inconseqüente omissão daqueles que poderiam contribuir para reduzi-la e não o fazem.

Os homens têm por hábito serem omissos na prática do bem e ativos na prática do mal, gerando resultados desastrosos que se transformam em conflitos.

É muito fácil criticar a ignorância de terceiros; o difícil é ajudá-los a combatê-la. É muito fácil ridicularizar os anseios dos menos favorecidos que lutam por uma vida melhor; o difícil é ter coragem de combater a corrupção que desvia recursos destinados à pobreza. É muito fácil falar da paz; difícil é parar de produzir e de vender armas. É muito fácil dizer que se está combatendo o crime; difícil é enfrentar quem de fato o sustenta. É muito fácil classificar criminosos de irrecuperáveis; o mais difícil é fazer algo para tentar reabilitá-los, dando a eles e à própria sociedade uma esperança de paz. É fácil cri-ticar e acusar; difícil é a autocrítica e o reconhecimento de que se precisa mudar.

Enquanto os homens tentarem se esconder por trás das facilidades, a Terra será um lugar muito difícil para se viver. Se já são responsáveis pelas provações que têm de suportar, originárias de faltas encarnatórias, agravam ainda mais a própria situação, derrotando-se pela omissão e agredindo-se com a indiferença.

Não há o que reclamar da vida e de Deus, pela autoculpa não reconhecida que se perpetua pelo receio da verdade. Que Deus os ilumine para que a encontrem!

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INDICE

Prefácio: Árdua tarefa

1. A anacrônica modernidade do livre-arbítrio2. A arte de curar3. A caridade anônima de preservar a natureza4. A competição5. A contrapartida interna6. A cronologia da discriminação7. A deficiência, no corpo e no espírito8. A emergência da cromoterapia9. A escolha do Himalaia10. A esperança que supera a vingança11. A força da humildade12. A fronteira da emoção13. A fronteira do impossível14. A importância da humildade15. A incompreensão16. A inconsistência das magias de amor17. A inteligência como solução18. A intolerância19. A memória do Espírito20. A missão de Pedro21. A multiplicação das missões22. A neutralidade de Deus23. A normalidade dos acertos24. A palavra como arma25. A incompreensão26. A memória do Espírito27. A proteção angelical28. A qualidade das escolhas29. A recompensa máxima30. A sabedoria de viver 31. A simbologia das entidades femininas: o Espírito tem sexo?32. A sintonia correta33. A solução34. A verdade da verdade35. A verdade e meias verdades36. A vida na Terra37. Aborto38. Abrir o coração39. Agentes da provações40. Agressões contra crianças41. Aguardar42. Alavancas da evolução

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43. Além de sua época44. Amor próprio: a base dos relacionamentos45. Ancorando a própria vida46. Ânsia de poder47. Apresentando-se48. Aquarela Divina49. Armas e poder50. Arqueologia do Espírito51. As cores da omissão52. As cores do microcosmo53. As duas frentes da obsessão54. As palavras de Jesus55. As primeiras horas de uma nova era56. As raízes das emoções57. As sementes do Bem58. As verdadeiras cores da natureza59. Até a fronteira da esperança60. Atenção e meditação para entender61. Atitudes infantis62. Atos e sentimentos63. Atos impensados64. Atos sinceros65. Por meio da fé66. Autoculpa67. Autoestima feminina Autoproteção e autocura.68. Dificultando a ação de obsessores69. Caminhada lenta70. Caminhada71. Caminhos similares, ensinamentos diferentes72. Cargas pesada73. Caridade e autocaridade74. Caridade, forçada e espontânea75. Causas e culpados76. Cegueira espiritual e material77. Cegueira, daltonismo e cromoterapia 78. Chacra laringeo e problemas na tireóide:Um enfoque exorcista79. Chacras desproporcionais: as cores ajudam?80. Com outros olhos81. Combate silencioso82. Compartilhando os sentimentos83. Competição84. Conflitos familiares85. Confundir por não conhecer86. Conhecimento87. Conquistando o inatingível88. Conquistas compartilhadas89. Construindo a relação afetiva90. Construindo o equilíbrio91. Contradições sobre Deus

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92. Corações partidos93. Cores, arcanos a desvendar94. Crer em Deus95. Criação, transformação, transmutação96. Crueldade contra os animais97. Cultivando a razão98. Cura99. Cura da mente e não dos olhos100. Decifrando o axioma101. Descoberta102. Desconfianças recíprocas103. Descuidar da vida material?104. Desenhando o futuro105. Despertando o inconsciente106. Despertando para conquistar Deus107. Deus é tirano?108. Deus109. Diplomatas de Deus110. Disciplina mediúnica111. Discussões edificantes112. Durante e após as crises113. Em todos os momentos114. Encarnação como escola115. Encarnação especial116. Entendendo Deus117. Entendendo o livre-arbítrio118. Eremitas do ego119. Espírito e Alma120. Espiritualizando a existência121. Eternamente a humildade122. Evitar a autodestruição123. Expandindo a mente124. Falsa percepção125. Falsas verdades e verdades ocultas126. Falso paradigma127. Falta de personalidade e doença espiritual128. Fé e serenidade129. Futuro irreversível130. Guerras pessoais131. Heróis de paz132. Homem do futuro133. Humildade e personalidade134. Humildade para aprender135. Incertezas educativas136. Início da estrada137. Inquisidores modernos138. Insistir139. Interpretações indevidas140. Investir no Espírito141. Isolacionismo forçado

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142. Jesus: exemplo ou intimidação?143. Jovens e idosos144. Ler, aprender e assimilar145. Levar a cruz até o fim146. Liderança responsável147. Livre-arbítrio coletivo e cientificismo148. Livre para construir o Reino de Deus149. Lutar pelo mérito150. Magia, alquimia, religião: as cores do bom senso151. Mantendo a consciência152. Maturidade terrena e maturidade espiritual153. Mediunidade e mediunidades154. Mediunidade racional e os falsos magos155. Menosprezando Deus156. Mentalização colorida e luzes coloridas157. Mente saudável158. Mérito Divino159. Momentos eternos160. Morada mais aprazível161. Multiplicando o carma162. Mundo de provas163. Natureza humana164. O aprendiz165. O ateu166. O Bem vence167. O caminho do meio168. O conhecimento que liberta169. O crime político170. O despertar da caridade171. O dia dos inversos172. O estático dinamismo de deus173. O estigma das drogas174. O eterno conhecimento175. O eterno perdão Divino176. O dábito de ser feliz177. O humilde silêncio de Deus178. O inefável valor das cores179. O joio e o trigo180. O mestre181. O passado como futuro182. O Rei dos reis183. O significado da paz184. O som do amor Divino185. O tempo na senda da evolução186. O Universo em expansão187. O uso da simbologia188. O valor da penitência189. O valor do dinheiro190. O vazio criador191. O oásis de paz Observações precipitadas:

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192. O holocausto e a humanidade193. Obsessão física194. Ocupando espaços195. Orar contra a violência196. Orar pelos inimigos197. Orientando-se198. Os códigos da aura199. Os dois predicados200. Otimismo201. Pais são filhos de Deus202. Parcimônia Divina203. Pedido204. Pensamentos205. Perdão e reencarnação206. Pontes da maledicência207. Por que fora da caridade não há salvação?208. Porque os violentos perdem209. Programando a eternidade210. Projetando o infinito211. Quando as imperfeições afloram212. Quando o obsediado é o próprio obsessor213. Quando se deve construir a fé214. Querendo ser Deus215. Racionalizar a liberdade216. Razão e amor217. Reforçando as injustiças218. Religião e radicalização219. Respeito Divino220. Responsabilidade perante o futuro221. Responsabilidades222. Respostas do nada223. Revivendo um erro224. Sabendo decidir225. Sabendo utilizar a Luz226. Saber chegar a Deus227. Saber ouvir228. Saber pedir229. Salvando-se230. Sentimentos humanos231. Seriedade espiritual232. Serviço e humildade233. Servir fielmente234. Sob outro enfoque235. Sobre a corrente branca do Himalaia236. Sobre a mediunidade237. Sobre a paciência238. Sobre o apóstolo Pedro239. Solidão do Espírito240. Suicídio241. Temer a morte e a vida

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242. Tempo perdido

243. Teoria e prática244. Trabalhar humildemente245. Traição e culpa246. Transformar dificuldades em ensinamentos247. Transmutar o ego248. Um bem intangível249. Um convite à Deus250. Um universo de seres251. Valorizar a vida252. Ver e compreender253. Vida e encarnação254. Vidas ao vento255. Viver o presente

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Apresentação

Árdua tarefa

Dr. Bezerra de Menezes

As instruções que são enviadas à Terra, como parte do trabalho de esclarecimento ao planeta, constituem uma árdua tarefa.

A começar pela dificuldade de encontrarmos obreiros aplicados a serviço da espiritualidade. Passando, então, por aqueles que recebem as comunicações e as escondem, com receio de sofrerem críticas dos céticos, muitos dos quais se dizem espiritualizados. E soma-se também a isso, a indiferença de muitos ao lerem as instruções, não as avaliando devidamente pela meditação construtiva.

O que mais nos entristece, no entanto, é quando alguns dos que já praticam há anos o trabalho espiritual, não assimilam as diretrizes que recomendamos. São aqueles que falam repetidamente sobre o amor e a caridade, porém adotam posturas de vida diferentes desses princípios. Pois apenas participam de reuniões mediúnicas com o intuito de demonstrarem conhecimento doutrinário, dando expansão à vaidade e ao interesse por cargos superiores em suas instituições.

Por essa razão existem tantas comunicações que enviamos sobre poder e humildade. Pois irmãos que se dizem espiritualistas estão comprometendo nossos trabalhos com seu despreparo, que afasta das sessões aqueles que se decepcionam com os comportamentos inadequados de certos médiuns.

Portanto, digo-lhes que nossa tarefa é árdua. E esperamos que vosso livre-arbítrio seja sábio o bastante para cultivar não somente o amor e a caridade, mas também a humildade de que tanto necessitamos. Pois é dessa forma que, sinceramente, se afastarão de novas provações, cumprindo suas missões na obra de Deus.

Que as bênçãos de Jesus e de Maria atinjam todos.

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1. A anacrônica modernidadedo livre-arbítrio

Embora cada homem tenha o livre-arbítrio desde o momento de sua criação, ele não entende, no início, essa liberdade como sendo uma dádiva concedida por Deus.

Os passos embrionários são no sentido de seguirem os instintos e emoções, agindo de forma animalesca, a exemplo do que ocorreu com os chamados seres pré-históricos na Terra. Porém, a medida que se vai adquirindo conhecimento e utilizando mais a razão, a liberdade se torna também mais ampla, embora não necessariamente respaldada pela sabedoria. E prosseguindo dessa forma através das diversas encarnações, cada homem tem então dois tipos de caminhos a trilhar em relação ao seu livre-arbítrio.

O primeiro deles é aquele em que o livre-arbítrio é dinamizado pela contínua convergência entre emoção e razão, na busca do equilíbrio, fundamentado em Deus. É o crescimento espiritual, que tem a razão plena como meta, embasado pelos valores que retratam a perfeição da alma.

O segundo caminho continua, tal qual nos primórdios, apoiado nos instintos e emoções, apenas alicerçado não na razão divina, mas naquela que possibilita a organização dos desejos. O amor que vem da perfeição continua adormecido em sua essência, e as manifestações do ego suplantam os parcos indícios da razão plena. O homem se torna moderno na matéria, porém anacrônico na espiritualidade.

Como a vida na Terra tende a recompensar aqueles que investem mais no âmbito material, o planeta se torna um campo fértil para homens com amplo espectro de atitudes emocionais e que usam a razão apenas para justificar, defender e fortalecer essas emoções. E como a vida planetária os premia, acham-se encorajados a prosseguir nessa seara, que os afasta cada vez mais de Deus.

Nesse momento cria-se o poder temporário, que não possui raízes na eternidade. Faz do homem uma criatura embrutecida pela matéria, a qual continua ampliando o campo de ação de seu livre-arbítrio, mas de forma equivocada. Quanto mais age dessa forma, menos entende a sua natureza intrínseca.

Por esse motivo, vemos na Terra os desvarios que são cometidos, em função do livre-arbítrio mal utilizado. Os homens nunca poderão dizer que Deus não lhes concedeu liberdade. Eles esquecem é que essa liberdade deve ser fundamentada na razão, para que seja exercida conforme os mais sutis gestos conseqüentes de amor e de caridade. É o livre-arbítrio que constrói a leveza do espírito, e não aquele que destrói uma existência na matéria, por não ter sido convenientemente utilizado.

A modernidade material está, assim, criando homens cada vez mais livres para exercerem indevidamente a liberdade. Fazendo-os esquecer que sua origem parte de Deus, o verdadeiro Criador dos homens.

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2. A arte de curar

Todas as dificuldades pelas quais os homens passam são frutos de suas próprias imperfeições. Decorrem das faltas que praticaram em vidas anteriores ou daquelas promovidas na vida atual, não importa quando. O importante é que tais faltas são causas de sofrimentos pela lei do carma.

Sofrimentos decorrem, portanto, de doenças espirituais. E enquanto existir a doença existirá o sofrimento. Essa é uma lei imutável promulgada pela justiça divina, que a utiliza como meio de ensinamento.

Assim, para estarem livres de sofrimentos, os homens precisam curar o espírito. E a cura requer disciplina, resignação, humildade e a aceitação de que os remédios muitas vezes são amargos. A cura, na prática, é um exercício de tolerância com a própria evolução.

O Pai, quando criou seus filhos, concedeu-lhes o livre-arbítrio, e lhes deixou em aberto a opção de desenvolverem a doença do espírito. Mas também lhes concedeu a dádiva de encontrarem a cura na mesma fonte das doenças.

Isso significa que os remédios para os males do espírito estão na capacidade de cada um transmutar as imperfeições. Essa tarefa não necessita ser longa e penosa. Isso depende de cada um. Depende principalmente da autoestima, do desejo sincero de não mais sofrer, de encontrar o caminho para um universo pessoal iluminado pela sabedoria divina.

Eu não pretendo aqui lhes dizer como devem agir para aceitar a cura, pois isso resulta da experiência que cada um adquire. Posso apenas recomendar que estejam atentos, vigilantes com relação a seus atos e pensamentos. Lembrem-se que atos podem ser tolhidos, não manifestados, por diversas razões, entre as quais o processo de autocrítica ou o medo e a vergonha das conseqüências. Mas que pensamentos são livres, e se constituem nas sementes dos atos. Se conseguirem transmutar pensamentos, estarão eliminando do espírito as raízes dos maus sentimentos.

A cura, dessa forma, é um exercício de amor próprio. É a arte de encontrar a luz na escuridão, fato plenamente possível, considerando que Deus está à disposição de todos em qualquer lugar. Quem deseja O encontra.

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3. A caridade anônimade preservar a natureza

Inúmeras falanges espirituais de luz atuam sobre o ambiente terrestre. Enviam à Terra as vibrações necessárias para o equilíbrio eletromagnético do planeta, com o objetivo de despertar nos encarnados as manifestações divinas que são onipresentes no Univérso.

Sem esse trabalho contínuo, a Terra, além de ficar fisicamente isolada no espaço, estaria também isolada espiritualmente. Seria entregue à própria sorte, em virtual ambiente caótico.

Com as vibrações enviadas, ocorre a conexão eletromagnética das energias telúricas com as energias cósmicas, proporcionando aos homens a possibilidade da escolha entre as manifestações espirituais e materiais, entre o bem e o mal, entre a razão e a inconseqüência, entre outras possibilidades evolutivas. De modo algum é afetado o livre-arbítrio, apenas são concedidos os meios para a realização das escolhas, que são justamente funções do livre-arbítrio.

Esse trabalho requer grande esforço conjunto das falanges, que enviam calor, som, cores, símbolos, inclusive muitos dos quais originários de outras galáxias. Os elementos da Natureza também são trabalhados para que seja mantido o equilíbrio entre eles, bem como o intra-equilíbrio entre seus diversos agentes.

Mas pouco adiantam todos esses cuidados, se os próprios encarnados não ajudam. A indiferença pela Natureza tem resultado em modificações significativas para pior na vida do planeta. Testes com artefatos atômicos desvirtuam a atmosfera e as energias enviadas do Cosmo. A difusão de poluentes no ar e os químicos que afetam a camada de ozônio trazem conseqüências muito mais funestas do que imaginam. E tudo isso contribui para que as manifestações cósmicas sejam amortecidas por muitas nuvens de negatividades e de detritos que envolvem não somente a periferia do planeta, como a própria intimidade etérica.

Aqueles que defendem as propostas ecológicas não estão fazendo apenas um bem ao meio em que vivem. Estão fazendo bem à própria natureza pessoal, tendo em vista que quanto mais limpa a atmosfera e menor a poluição, cada indivíduo receberá com maior intensidade as manifestações eletromagnéticas do Cosmo, podendo desenvolver a percepção sobre Deus com maior acuidade. Considere-se ainda que a atmosfera mais limpa e elementos da Natureza em equilíbrio, significam raios solares na medida adequada para a propagação do prana, do fohat e do kundalini, as energias vitais do planeta.

Assim, a defesa e a preservação da natureza são atos de caridade, tendo em vista que a humanidade é beneficiada. Cada um que se propõe a atitudes compatíveis com a preservação ambiental estará praticando a caridade anônima. Pois a Natureza não é apenas o cenário vital para a permanência do homem na Terra, ela se constitui também no principal veículo da integração do homem com Deus, na forma de expressão máxima da vida.

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4. A competição

A competição pode e deve ser uma atividade saudável, em que os homens não precisam se ver necessariamente como inimigos. E sentir inveja pelo sucesso alheio é o prin-cípio de derrotas ainda maiores, se esse problema não for corrigido. O sucesso alheio deve ser visto como uma alavanca, que nos incentiva e estimula a continuarmos lutando por vitórias futuras.

Mas lembrem que nem sempre a derrota em uma atividade se configura como um fracasso na vida. Deus, em sua infinita sabedoria, sempre nos orienta para o melhor e, sendo assim, derrotas passageiras podem ser o encaminhamento para rumos vitoriosos em nossas vidas.

Confiem nos desígnios do Pai. Mas, acima de tudo, tenham fé e confiança na própria força de vontade para vencer. Estarão, assim, formando a base para pensamentos e ações que os fortalecerão em lutas vindouras.

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5. A contrapartida interna

Os homens são livres para agir e para falar o que desejam. E essa liberdade que decorre do livre-arbítrio sabiamente concedido pelo Criador, implicitamente traz as marcas da justiça divina.

Atos mal intencionados que provocam agressões a terceiros, ou palavras impróprias que ferem, têm de imediato a contrapartida interna no espírito de quem os formulou. As vibrações respectivas não são apenas registradas externamente, mas conservam cópias exatas no invólucro espiritual do faltoso, marcando implacavelmente sua história. São símbolos vivos do perfil evolutivo daquele homem, que por onde andar os levará como partes do próprio corpo.

E, quanto mais faltas, mas obscuro será seu espírito. Mais cego ele estará por culpa própria, não podendo se queixar ou acusar outros pelo que ele mesmo fez. E aí já começa a operar a justiça divina. Ao contrário do que muitos pensam ela não tarda, ela é instantânea. Apenas o faltoso descobre aos poucos o mal que fez, pela cópia desse mal que ele plantou instantaneamente no próprio espírito.

Cabe aos homens de bem seguirem o sentido inverso. Entender a justiça divina, os ensinamentos que ela promove, e plantar no espírito as marcas do amor, da paz, e da caridade. Da compaixão e da paciência. Pois serão os símbolos que os conduzirão através dos caminhos da vida, dando-lhes a luz de que precisam para ter a verdadeira visão espiritual. Estarão plantando o Reino de Deus no próprio interior; consolidando a contrapartida de seus atos de amor.

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6. A cronologia da discriminação

Quem está encarnado na Terra periodicamente projeta mentalmente o próprio ciclo de vida. A partir da idade que tem, estima quantos anos ainda deverá viver, considerando a expectativa de vida derivada de bases estatísticas conhecidas.

Entretanto, essa análise é permeada de equívocos. Subjetivamente, fronteiras de juventude e de velhice são estabelecidas, como que tais limites fossem o mais importante da vida. Pessoas com pouco mais de vinte anos se dizemvelhas, pelo fato de terem saído da adolescência, e ingressado em fase de maiores responsabilidades. Planejam como utilizar o tempo que ainda lhes resta.

A rotulagem cronológica decorrente desse comportamento ajuda então que inúmeras pessoas sejam discriminadas, provocando injustiças e agressões morais. E como se não bastasse os seres humanos se agredirem por meios físicos e por palavras, conseguem também se agredirem devido à idade.

Essa é uma demonstração clara de que valores morais e espirituais não são levados em conta. Os homens estabelecem critérios para a vida na Terra, que são desprovidos de amor e de caridade, conduzindo na essência a discriminação e o desrespeito. São fatores que lhes atrasam ainda mais a evolução espiritual.

Esquecem que sob o ponto de vista espiritual, todos os homens são filhos de Deus, que não tem preferidos. Se Deus tivesse preferências entre seus filhos, então não seria Deus. O que demonstra que todos precisam se olhar como seres humanos, independente de raça, de credo e, principalmente, de idade.

Por outro lado, também esquecem, que o espírito vivendo em um corpo material jovem, pode ser mais velho na esfera da criação divina do que aquele que habita um corpo material de mais idade.

Além do que, a idade cronológica da Terra não determina o estado de espírito em termos do ânimo de cada um.

Pois velhos e irracionais são aqueles que discriminam, determinando parâmetros espúrios, que revelam ignorância e considerável atraso espiritual.

A humanidade faria um grande favor a si mesma, se lembrasse que o jovem de hoje é o velho de amanhã. E como o amanhã é inevitável, então o velho de amanhã já vive no jovem de hoje. E ele será discriminado ou não conforme a sabedoria de quem o conduz. A sabedoria de não discriminar a própria evolução.

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7. A deficiência, no corpo e no Espírito

Os deficientes físicos e mentais que se encontram sobre a Terra passam por grande provação, fruto do que fizeram em outras vidas. Mas essa provação também é extensiva aos seus parentes mais próximos, que muitas vezes colaboraram no passado com o deficiente de hoje na formação de seu karma.

A deficiência, entretanto, não impede o espírito encarnado de levar adiante seu aprendizado. Porque, embora limitado pelo mal que o atinge na matéria, durante o sono o espírito se desprende do corpo denso, mantendo seu estado original de liberdade. Tanto que não são raros os casos em que o espírito encarnado, em corpo que sofre sérios problemas mentais, se comunica mediunicamente durante o sono, expressando suas necessidades e angústia no plano físico.

Mas os deficientes também têm grande importância no desenvolvimento espiritual daqueles que não apresentam esses problemas. Pois, como foi dito antes, eles alavancam provações familiares, ensinando parentes a serem pacientes e dedicados, bem como despertando nos homens em geral o senso da compaixão e da solidariedade.

Entretanto, um dos principais ensinamentos que os deficientes proporcionam está no desejo deles de vencerem seu mal, num esforço elogiável que pouco se vê naqueles que não têm problemas. Estes deveriam se espelhar nos deficientes e demonstrarem a mesma força de vontade, para vencerem suas deficiências morais e espirituais.

Após o desencarne, o corpo espiritual de um deficiente físico se recompõe. Mas o espírito de um indivíduo fisicamente perfeito conservará suas imperfeições morais. Espírito que não depende de formas, mas de valores elevados, que nem sempre ele consegue alcançar.

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8. A emergência da cromoterapia

A concepção correta das cores é um estado que não se verifica na Terra. Para que determinada cor seja visualizada em toda a sua luminosidade, e vibração cósmica correspon-dente, ela precisa ser veiculada através de planos sutis, isentos de imperfeições e de interferências que provoquem as chamadas contracores.

Assim, quanto mais imperfeito e denso for determinado plano, menores serão as vibrações originárias das cores. Porém, por outro lado, maiores serão seus benefícios, tendo em vista que elas surgem como focos de luz onde mais são necessárias.

Na Terra, as cores não são plenamente utilizadas com propósitos de integração do homem com a natureza, mas mesmo assim elas possuem importantes funções terapêuticas. Embora não com a intensidade desejada, por força da extrema materialidade planetária. E esse fato é facilmente constatado.

Percebam que ocorre profundo desgaste das cores pintadas em casas, veículos, objetos em geral, que não conservam o estado original das tonalidades. Como a matéria é perecível, as cores acompanham essa tendência. É preciso que regularmente sejam realizadas novas pinturas, porém enquanto não ocorrem, podem verificar o forte desgaste das tonalidades em todos os ambientes.

O mesmo acontece com a natureza, após os incêndios em matas, quando o verde se mescla com a fumaça que contaminou o local. Os oceanos, rios e lagos, com poucas exceções, costumam apresentar águas turvas. E a atmosfera, com partículas metálicas em suspensão, parece sustentar um véu que reduz a intensidade das cores. Dessa forma, a maior parte do planeta é dotada de cores desbotadas perante a realidade divina.

Assim, apesar de toda a beleza natural, a vida na Terra apresenta cores pálidas, se comparadas com aquelas que brilham nos planos mais evoluídos, em outras esferas do Universo. Esse fato não permite que os homens tenham noção exata sobre cores e as respectivas derivações em termos de tonalidades.

Essa falta de percepção, agravada pela depreciação do meio-ambiente, impede que a humanidade aproveite as cores como deveria.

E o uso da cromoterapia é fundamental em vários aspectos. Inicialmente, ela concentra no tratamento as cores de que o paciente necessita, e que normalmente estão dispersas nos ambientes embaçados da Terra. Além disso, através das cores o homem também recebe o eletromagnetismo para alcançar Deus.

A cromoterapia, dessa forma, não é modismo ou fetichismo que agrada mentes influenciáveis. Ela é de fundamental importância para a vida, em termos de cura da matéria e do espírito. Pois ela traz, para o homem, uma aproximação das cores que Deus emana através do éter.

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9. A escolha do Himalaia

A cadeia de montanhas do Himalaia é mencionada com freqüência nos compêndios do espiritualismo oriental. Muitos leigos comentam que isso se deve à energia existente na região, a mais alta do planeta em termos físicos.

Embora a altura seja de fato relevante, a questão mais importante é a dificuldade dos homens de chegarem até o local. O que reduz a poluição e conserva a pureza das energias naturais, tão importantes para a distribuição na Terra das vibrações eletromagnéticas a partir do Cosmo. O local foi, por isso, escolhido desde os primórdios da civilização.

Face a esse aspecto favorável, diversas falanges espirituais concentram suas atividades nos vários picos do Himalaia. As vibrações dali canalizadas envolvem a Terra com mais facilidade do que se fossem emitidas de outros pontos, mesmo que fisicamente elevados.

Falanges orientais habitualmente utilizam o mantra UM como propagador das energias dos Tattwas distribuídos através do planeta. Esse mantra não significa apenas a integração das mentes de todos os Budas 1, mas também a energização do mal, integrando-o às forças do bem, sem combate-lo, porém transmutando-o. Por essa razão, o mantra UM é conhecido entre as falanges como o mantra do Himalaia.

A posição do Himalaia também explica o porquê de tantas correntes religiosas terem surgido nas proximidades daquela região da Ásia muito antes de Cristo, como o zoroastrismo e o budismo, entre outras. Dando partida ao surgimento de diversas religiões no Oriente Médio, que esotericamente se constitui na fronteira do Ocidente com o Oriente. Tanto que a vinda de Jesus naquela região contribuiu para a difusão do espiritualismo no Ocidente. E, após a morte de Jesus, os apóstolos não foram pregar na índia, tampouco no Nepal ou no Tibet, pois lá já estava plantado o espiritualismo reencarnatório. Dirigiram-se ao Ocidente, que carecia dos valores espirituais. Pode ser visto que as viagens missionárias de Paulo se concentraram através do Mediterrâneo.

Porém, surgiram vários conflitos devido às idéias diferenciadas sobre as religiões, devido a interpretações subjetivas e marcadas muitas vezes pelo interesse mundano, advindo a intransigência. As religiões, de fato, deveriam se unir em torno do bem do planeta e não se guerrearem entre si, como aconteceu e vem acontecendo.

O Himalaia, assim, cerca-se de enorme praticidade para o trabalho das falanges espirituais de luz no exercício da telecinésia sobre a Terra. E uma das atividades mais impor-tantes é a distribuição de cores ao planeta, no que denominamos de macrocromoterapia, em conjunto com as tempestades magnéticas do Geocorôneo Boreal 2.

1 — Budas - Os seres que atingiram a Iluminação.

2 — Geocorôneo Boreal - Região do norte magnética da Terra.

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10. A esperança que supera a vingança.

As agressões, as ofensas, as calúnias, são práticas comuns na Terra, exercidas por aqueles que ainda não encontraram a paz de espírito. Precisam se valer de elementos impróprios para afirmarem seus pontos de vista, ou concretizarem seus objetivos nem sempre imbuídos de virtudes.

Justamente por lhes faltar a razão é que utilizam meios inadequados, pois esse é o instrumento dos fracos de espírito, que só entendem a força da matéria.

E os agredidos que se cuidem. Que saibam se defender com inteligência e desprezem os vestígios da vingança. Porque, com a vingança, além de perderem a razão, estarão se posicionando no mesmo nível dos que optaram pela ignorância no agir. Será permitir que esses fracos de espírito se tornem fortes para impor o mal, pois estarão despertando o desejo de retaliar naqueles a quem já fizeram sofrer.Vingança, assim, é se deixar dirigir pelos fracos, tornando-se um deles.

O exemplo de Ghandi, que após ser agredido pediu demência para seu executor, e o de Jesus, que rogou a Deus que perdoasse seus carrascos, precisam estar presentes no íntimo de cada homem. Essa é a verdadeira força de espírito.

O Cristo, em seus últimos momentos, ainda concedeu uma luz à humanidade. Ao perguntar "Deus por que me abandonaste", indagando ao Pai por que foi abandonado à dor, ele repetiu uma frase do futuro. A mesma frase que tantos homens ainda dizem, quando se sentem injustiçados ou sem esperança.

Mas, a exemplo de Jesus, que não foi abandonado, Deus não abandona nenhum de seus filhos. Ele lhes permite encontrarem a força em seu próprio íntimo, concedendo-lhes a eterna esperança de que poderão vencer suas imperfeições e dificuldades, através de sentimentos puros, voltados para o bem. Atitudes que não plantarão desejos de vingança em outros, nem no próprio ser. Concede-lhes a esperança que supera qualquer sinal de vingança.

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11. A força da humildade

A vaidade se confunde com a inabilidade de viver. Porque o vaidoso acredita que suas virtudes são fruto de seu poder e inteligência, acima dos demais seres humanos.

Inicialmente, deve-se lembrar que todo poder e conhecimento vêm de Deus. Depois, que as virtudes desenvolvidas por cada homem, por seu próprio mérito, decorrem basicamente de ensinamentos enviados através da didática divina, que é a provação. Sendo assim, o homem constrói sua evolução estruturada na presença de Deus.

Caso não reconheça essa premissa, o homem estará destruindo o que alcançou após tantas lutas. Pois a vaidade o fará sentir-se superior, o que, por si só, já o afasta de Deus. Já pensaram se Jesus, com todo o conhecimento que demonstrou em sua curta passagem pela Terra, fosse vaidoso? Todo o seu trabalho teria sido em vão, pois seria essencialmente direcionado pela imperfeição. O que significa que os verdadeiros vitoriosos são aqueles que primaram pela humildade. Eles é que deixaram marcas de exemplos que são passados de geração a geração, como o exemplo de Gandhi.

A prova maior de que a humildade deixa marcas relevantes é que, em sua breve peregrinação de apenas três anos, Jesus conseguiu não só distinguir-se em sua época, como também fez com que os homens delimitassem o calendário com datas antes e depois dele.

A humildade é uma das chaves do progresso espiritual.

Exercitem-na silenciosamente em seu interior, e terão o reconhecimento de Deus.

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12. A Fronteira da Emoção

Homens e mulheres têm o hábito de entregar suas próprias vidas a quem não os merece, ou a quem não compartilha com seus estilos de viver. Como numa luta inglória pela transformação do livre-arbítrio alheio, procuram moldar o perfil de seus parceiros afetivos, conforme conveniências que não se justificam. Tentam adequá-los aos seus interesses e desejos estritamente pessoais, que nem sempre comportam adaptações serenas.

Assim, parceiros comprovadamente não correspondidos perdem muito de suas vidas tentando modificar suas contra-partes. O que os torna cansativos, e em débito quanto à interferência no livre-arbítrio alheio. São situações que podem perdurar anos, e até mesmo uma existência inteira.

Homens e mulheres precisam compreender que uma relação afetiva deve ser caracterizada pela entrega mútua, e não apenas de um só parceiro. Do contrário, estarão culti-vando raízes inadequadas, que além de os fazer perder tempo, poderão no futuro gerar frutos amargos de separações traumáticas.

A tática de convencimento, portanto, tem um limite, que estabelece a fronteira da emoção com a razão, de perceber que mesmo sentimentos nobres se tornam inócuos, se partem apenas de uma parte da relação. Ultrapassar esse limite, se constitui numa afronta ao livre-arbítrio alheio, gerando conquistas desarmadas pela inexistência do amor recíproco.

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13. A Fronteira do Impossível

Os olhos humanos, limitados pelo irrisório alcance da matéria, conseguem visualizar apenas o que a própria matéria lhes apresenta. A grande maioria dos encarnados, dessa forma, vive em torno do palpável, tendo necessidade de formas bem definidas para realizar as devidas identificações.

Ultrapassar isso, é entendido como tentar atravessar a fronteira do impossível. Seria admitir a clarividência, fato que para muitos é inconsistente e até, em certos casos, ino-portuno.

O que os homens, em grande parte, ainda desconhecem,é que na própria matéria existem diversas formas de focalização. Os objetos trazem estruturas ocultas, cujas formações e interatividade podem demonstrar, por analogia, fatos similares aos da vida cotidiana, os quais por sua vez não são palpáveis, mas abstratos.

Conscientizando-se de que Deus é onipresente, manifestando seus ensinamentos inclusive através da matéria, a visão fica ampliada. E o lado perceptivo aflora pelo desen-volvimento da inteligência, ultrapassando a fronteira do impossível, que os homens julgam intransponível.

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14. A importância da humildade

A força de um homem também está na sua humildade perante Deus. Isso não somente reflete seu reconhecimento de que o Criador é absoluto e onipresente, mas também o aceite da própria condição de eternamente imperfeito, o que o torna ciente de suas responsabilidades quanto à evolução do espírito.

Mas a força de um indivíduo também está na humildade diante seus irmãos, aceitando que todos são iguais perante Deus, e que todos precisam evoluir. E mesmo estando em patamares cármicos diferentes, a evolução de cada um será o dínamo da evolução dos demais, pois é através da solidariedade e da caridade que se conquista o amor divino.

A humildade, portanto, é o terreno fértil que possibilita a colheita de gestos sinceros de amor que partem do fundo do nosso espírito. Gestos que nos recompensam, por termos escolhido Deus, que ao nos proporcionar o livre-arbítrio, concede-nos a prova infinita de sua humildade.

Assim, cultivem a humildade, para que, de modo inequívoco, aceitem a presença de Deus em seus espíritos.

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15. A incompreensão

A incompreensão é um dos caminhos que conduzem os homens à discriminação. A incompreensão é fruto muitas vezes da ignorância, daqueles que não entendem e que não desejam entender.

Os homens precisam lembrar que vivem na Terra. São imperfeitos e ainda têm muito que aprender. Caso contrário, não estariam mais vivendo em um mundo material de provas e de sofrimentos. Adotarem rótulos de superioridade e de grande sabedoria é se afastarem da humildade que Jesus Cristo ensinou em sua vida sagrada. E, sem humildade, não aflora o reconhecimento de que pouco se sabe, e que muito ainda existe para aprender e ser assimilado.

Infelizmente, a vaidade toma conta da humanidade. E os grandes sábios, que tudo criticam e que determinam códigos e regras baseados em seus próprios perfis, nem sempre convenientes, esquecem que também vivem duras provações no planeta. E que um dia, assim como os demais homens que consideram inferiores, da mesma forma deverão deixar a Terra. Portanto, adotem a autocrítica antes de julgarem ou criticarem, para que não discriminem, por serem ignorantes frente ao que não entendem.

As leis de Deus são claras e sábias. Porém os homens criam leis que favorecem minorias, discriminando hipocritamente aqueles que julgam inferiores, mas seriam julgados de outra forma se fossem compreendidos. Lembrem que a busca da compreensão também é caridade. Ela é que aproxima os homens, que devem se unir pelas leis de Deus, e não pelos imperfeitos juízos e princípios criados para satisfazer vaidosos.

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16. A inconsistência das magias de amor

Por mais positiva que possa ser alguma coisa, ela em excesso se torna negativa. O amor é necessário, porém em excesso se torna obsessão. A crença religiosa é necessária, porém em excesso se traduz como fanatismo. Sendo assim, a bipolaridade é uma constatação, pois coisas, atitudes, entre outras, possuem seus lados positivo e negativo. Um bisturi é utilizado positivamente quando serve para a realização de cirurgias curativas, porém é mal utilizado quando é o instrumento de um crime.

Tal situação não é diferente quando vocês utilizam mecanismos da chamada magia. Esta é necessária quando usada na cura, na transmutação das imperfeições e das negatividades, ou como instrumento de defesa psíquica. Porém, também pode ser usada para o mal, na tentativa de prejudicar outras pessoas ou lhes inibir o livre-arbítrio.

Desejo aqui me prender à questão do livre-arbítrio, tendo em vista que tem aumentado consideravelmente o número de irmãos que utilizam práticas condenáveis, quanto ao livre-arbítrio de terceiros.

Uma dessas práticas é a chamada magia de amor. Através dela, alguns irmãos trabalham para conquistar a afeição de outros, acreditando assim estar gerando um benefício para ambos, seja em interesse próprio ou não.

Esse tipo de magia, também denominada de magia vermelha, é uma das maiores agressões que se comete ao livre-arbítrio de alguém e, por isso, deve ser condenada de forma veemente.

Quem a realiza acredita estar conquistando o coração de alguém, ou mesmo promovendo a união ou a separação afetiva de terceiros. Mas, lhes pergunto, como essa conquista ou união pode ser positiva, se ao menos uma das partes não decidiu livremente sobre ela? Qual a validade disso, ou mesmo a durabilidade?

A tendência nesses casos é a uma relação pseudofeliz, com contornos puramente artificiais, marcada pela efemeridade. Ela se desgasta rapidamente, levando os parceiros ao cansaço, advindo conflitos e desavenças. Portanto, é uma ilusão temporária. E quando se desperta dessa ilusão, muitas vezes é em momentos não propícios, quando crises ocorrem no lado profissional, ou mesmo envolvendo filhos ainda crianças.

O que no início parecia um grande sentimento de amor, surge na verdade como uma doentia obsessão, que culmina invariavelmente com eventos traumáticos.

Esse fato ainda se agrava quando, para manter a relação, são realizados novos trabalhos de reforço da magia vermelha, o que pode causar, além de novos carmas no lado espiritual, sérias enfermidades em algum dos parceiros no plano físico. A vibração que receber estará lhe comprometendo o organismo e, por ser negativa, lhe despertando interesses mundanos, como

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obsessão sexual, tendência a jogos de azar, descontrole quanto ao ego, compulsões variadas, envolvimentos financeiros ilícitos, entre outras imperfeições. Imperfeições latentes no corpo etéreo, mas que não haviam ainda sido manifestadas.

Mas isso não é tudo. Para a realização desses trabalhos de magia de amor, recorre-se a forças espirituais. E posso lhes garantir que nenhuma entidade espiritual elucidada e de luz compartilhará dessa atividade. Abre, assim, caminho para que espíritos sem luz possam ser os tutores da magia vermelha.

Esses irmãos, ainda vivendo em esferas sem luz, operam estritamente ligados à matéria. Dessa forma, são incentiva-dores de prazeres e desvios carnais, dando o mal de graça e vendendo o que consideram ser o bem. Tão logo atendem pedidos sobre a magia vermelha, cercam quem os pediu, vibrando para que essa pessoa entre em sintonia com eles, incentivando a realização de práticas que lhes proporcionem satisfação vibracional, principalmente o desvario sexual e o alcoolismo. É a cobrança pelo que fizeram.

Portanto, entendam que a magia vermelha não é apenas uma simples interferência no livre-arbítrio alheio. Ela também desencadeia inúmeras conseqüências para as pessoas com ela envolvidas. Desde problemas psíquicos, até doenças físicas, tendo como fundamento fatores espirituais, que se não forem tratados a tempo, podem ser guardados para encarnações subseqüentes.

Quando quiserem conquistar um grande amor, tenham em mente que nunca serão felizes pela magia vermelha. Um grande amor pode ser conquistado sim, mas através da autoestima. No momento em que se preocuparem em transmutar as imperfeições, praticarem a caridade e tiverem bons pensamentos, farão com que suas auras se iluminem, revelando a bondade e a beleza de seus espíritos, atraindo parceiros com os mesmos sentimentos. E então encontrarão a resposta para a pergunta que fazem muitas vezes. O porquê de pessoas tão bonitas fisicamente sentirem atração por outras nem tanto. Aí pode estar o verdadeiro amor, que respeita o livre-arbítrio e tem como fundamento básico os sentimentos equilibrados, e não os obsessivos.

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17. A inteligência como solução

O convívio afetivo na Terra sofre inúmeros dissabores, tendo em vista as grandes dificuldades que envolvem o relacionamento humano. Na prática do cotidiano as pessoas tendem a querer moldar seus parceiros, para que tenham comportamentos mais afinados com o perfil que julgam representar o casal.

Considerando que a coexistência pacífica exige diálogo constante, e tranqüila exposição de motivos, torna-se uma necessidade que as partes envolvidas procurem o entendimento, que também exige renúncias e deveres. Requer a autocrítica, que nem sempre é aceita de bom grado.

A falta de diálogo e de consenso, assim, levanta animosidades rígidas, que dificultam a convivência em suas várias fases.

Surge então outro questionamento. De onde parte realmente a inflexibilidade? De quem deseja a mudança ou de quem se apresenta como conservador? Pois tanto mudanças imediatas quanto posições inabaláveis podem representar comportamentos imaturos. Certamente, numa situação dessas, pelo menos uma das partes sofrerá.

O conflito, visando à solução, pode incorporar contornos desagradáveis, se for levado ao extremo. Surgem assim os queixumes típicos da situação, que passam a envolver terceiros fora da relação, na esperança de conselhos e de remédios morais. Essa via, entretanto, tende a agravar o problema, porque normalmente as opiniões alheias carecem dos insumos necessários para a formalização de sugestões adequadas, com as pessoas limitando-se a apresentar super-ficiais soluções definitivas, em vez de levantarem apenas os possíveis instrumentos de reflexão, fortalecendo partes que nem sempre têm razão.

O ideal, dessa forma, é que os descontentes substituam o tempo dedicado ao sofrimento e à magoa, pelo tempo disponibilizado à meditação construtiva, e ao exercício da própria inteligência.

Não devem esquecer que todos os acontecimentos se estruturam em raízes que podem ser analisadas. E nesses parâmetros podem estar não somente os argumentos mais fortes sobre determinada posição, como a melhor compreensão do comportamento alheio, gerando o clima para a adaptação e o entendimento, ou até mesmo para o reconhecimento de que o erro é de quem reclama, por ser severamente insensível.

As respostas poderão ser muitas, porém o importante é agir com calma e inteligência, sem atitudes compulsivas ou precipitadas, que colham, no futuro, o dissabor do remorso.

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18. A intolerância

A intolerância assume aspectos diversos na Terra, e cresce de modo assustador. Em geral, ela é a arma daqueles que se vêem ameaçados em suas posições sociais e não sabem como enfrentar a questão. Não procuram trabalhar para manter ou conquistar seus espaços. Escolhem o caminho mais fácil, que-é o de perseguir e tentar destruir os que se destacam pela eficiência e pelo conhecimento, ou mesmo aqueles que simplesmente desejam participar da vida.

Os argumentos que os intolerantes utilizam são contra a cor, a religião, a idade ou o sexo, os quais na verdade são apenas pretextos inconsistentes sem qualquer fundamento. Assim, a intolerância se caracteriza como sendo o véu transparente que cobre sutilmente a ignorância e a acomodação.

O que os intolerantes esquecem é de usar a intolerância contra seus próprios defeitos. Deveriam parar de perder tempo perseguindo a apontando defeitos nos outros, para se preocuparem em construir a própria evolução. Caso o fizessem, seriam mais felizes e mais tolerantes, pois não se sentiriam ameaçados. Seriam confiantes quanto às próprias potencialidades.

Portanto, sejam fortes, e tolerantes com a verdade. Avaliem, de modo sereno e isentos de vaidade, a posição que assumem. Descobrirão que a intolerância é fruto do medo e da apatia que não conseguiram superar.

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19. A memória do Espírito

Quando o espírito inicia uma nova fase reencarnatória, ele perde a memória no que concerne às encarnações anteriores, existindo motivos para que isso aconteça.

Inicialmente, se ele recordasse das desavenças que teve em outras vidas, poderia, ainda não evoluído, tentar praticar vinganças contra seus oponentes, dando assim continuidade ao problema. Por outro lado, ao lembrar de faltas anteriores, poderia também sentir profunda vergonha pelo que realizou, abstendo-se de participar da vida atual, além de muitas vezes não ter a força necessária para suportar o peso do remorso. Seriam eternos conflitos e fugas.

Seja qual for o motivo, o esquecimento proporcionado pela reencarnação é providencial. Ele se coaduna com a chance do renascimento, de modo que o espírito reencarnado tenha a possibilidade de novo começo para aprendizados a atividades reparadoras.

O importante, no entanto, é que estando encarnado, o espírito nunca esqueça que suas imperfeições da vida presente derivam de erros cometidos em vidas anteriores. E muitas vezes traz enorme bagagem desses erros, tão pesada, que, se pudesse contabilizá-los, sentiria ser impotente para lhes dar solução. Ele os encararia como uma dívida impagável.

Dessa forma, a bondade divina se faz presente através do esquecimento. Pela reencarnação imemoriada, o espírito encarnado poderá conviver com antigos inimigos transformados agora em parentes e amigos próximos, bem como participar da vida, sem o trauma do peso que traz em sua história.

E essa é a razão pela qual devem sempre evitar confli tos pessoais, cultivar a paz interior e desenvolver de maneira sincera a humildade. Isso não só evitará que dêem conti-nuidade, inconscientemente, a problemas passados, como ajudará a construírem uma nova vida, tendo como raízes o amor e o entendimento.

Deus lhes concede a chance da evolução, para que não perpetuem o erro, e consigam apagar o ônus que trazem na consciência, em função de faltas passadas que não souberam eliminar.

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20. A missão de Pedro

Pouco antes de ser preso, ao dizer a Pedro que este o negaria três vezes até o galo cantar, Jesus concedeu ao seu apóstolo um direito a muitas obrigações.

Ao lhe dar conhecimento de que suas negações eram um fato consumado do futuro próximo, manteve a serenidade de sempre, demonstrando a Pedro que o perdoava pelo que estava por fazer. E com as negações tendo ocorrido, justificadas pelo temor do apóstolo perante a iminência da prisão, mesmo sem saber conscientemente, Pedro já havia recebido de Jesus o direito de agir como agiu. Foi respeitado o seu livre-arbítrio.

Mas, ao conceder-lhe esse direito à sobrevivência, Jesus também o preparou para as inúmeras obrigações relacionadas à permanência e à difusão dos ensinamentos cristãos. Pois a sobrevivência de Pedro, e dos apóstolos, era fundamental para a sobrevivência do legado de Cristo.

E da mesma forma que Pedro recebeu de Jesus o direito de se apegar à vida, bem como as obrigações para conservar e germinar as raízes do cristianismo, cada homem recebe de Deus um direito a muitas obrigações.

A vida é o direito que o homem recebe de Deus. As obrigações são as tarefas que cabem a ele realizar, no sentido de conquistar o próprio progresso e o desenvolvimento espiritual.

A missão de Pedro, assim, está presente em cada homem sobre a Terra, constituindo-se uma dádiva do Pai, para que seus filhos aprendam sobre o amor-próprio e o amor ao próximo.

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21. A multiplicação das missões

Ao encarnar, o espírito leva em sua bagagem missões e provações, que atenderão ao que ele mesmo decidiu para sua evolução, fruto do livre-arbítrio.

Qualquer que seja o conteúdo dessa bagagem, no entanto, destina-se ao aprendizado. A provação ensinará pela dor, mostrando o caminho para se chegar à humildade e ao senso de compaixão, enquanto a missão, pelo despertar da observância do quanto a solidariedade enriquece a vida.

Muitas vezes, também, o caminho para se chegar à missão passa pela provação, tendo em vista que seu acatamento só se verificará após a dor, que determina a importância de se estender a mão para quem padece. Essa assimilação de valores se constitui em cura de enfermidades do espírito, considerando que, no caso, a dor é que se torna o remédio que demonstra a emergência da missão.

De qualquer forma, o despertar da missão, seja pela provação ou pela inteligência construtiva do bem, é apenas o início de processo que se constitui de várias etapas. Porque a missão pode ser una em termos de compromissos encarnatórios, mas também pode e deve ser composta de inúmeros encargos, que são as raízes de missões não programadas pelo espírito ao encarnar.

O que significa que quanto mais ele trabalhar e descobrir novas missões, mais ele se engrandecerá junto a Deus. Anulando muitas das provações, vendo outras como detalhes naturais de quem se encontra encarnado, e algumas como insignificantes perante os sofrimentos que vagam pelo planeta.

Assim, a multiplicação das missões alimenta o espírito, deixando-o forte perante a vida, tanto nos trabalhos edificadores quanto frente às provações, tornando sua encarnação responsável e resignada. Valores que ele mesmo constrói, além da proposta inicial ao renascer, os quais lhe concedem o mérito perante Deus, e perante todos os que nele acreditaram, quando o ajudaram na chance de reencarnar.

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22. A neutralidade de Deus

A disposição de Deus quanto à vontade de seus filhos, permitindo o exercício do livre-arbítrio, revela de modo franco a neutralidade que caracteriza o Criador.

A não interferência nas decisões tomadas pelos homens, respeitando-lhes o direito de escolher, é uma demonstração de que a sabedoria também está no silêncio e na abstenção do agir. E a neutralidade divina tem o poder de deixar manifestar, para depois julgar e promover o ensinamento, se necessário. Assim, ela é sábia, porque concede a liberdade e a correção de rumo.

Essa razão estava também presente nas palavras de Jesus, quando confiou ao apóstolo Pedro a tarefa de comandar a continuidade do cristianismo. Que na realidade não I i n ha esse nome, mas o de "fraternidade onde cada um é o que é", ou em outras palavras, onde cada um deve dizer "eu sou o que sou", na busca da evolução do espírito.

Jesus, dessa forma, deu início à generalização da sabedoria que caracteriza a neutralidade. Mostrando aos homens que eles são livres para escolher o próprio destino, porém lhes colocando Deus nó caminho como o remédio para o mau uso da liberdade. Mas também lhes deixando como herança a própria neutralidade divina, para que através desta possam respeitar o livre-arbítrio de seus irmãos. Ensinando-os a que se amem, da mesma forma que Deus ama seus filhos.

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23. A normalidade dos acertos

As vitórias morais que o homem conquista em sua vida devem ser vistas não com os olhos da vaidade, mas sob o enfoque tranqüilo da normalidade. Isso o habilitará, de modo sistemático, a buscar o equilíbrio e a razão, assimilando continuamente a necessidade de ser responsável por seus atos.

Por que ser orgulhoso dos bons atos que realizar? A maior recompensa por eles deve ser a felicidade interna, de não ter faltado perante a própria consciência. É o caminho que conduz à humildade e à compreensão de que a elevação moral é decorrente de um dever do homem perante Deus.

Dessa forma, combater as próprias imperfeições e praticar a caridade exigem severa observância do silêncio, com que agradece a Deus as oportunidades concedidas. Assim é que age o homem de bem. Preocupado em ser anônimo em sua elevação, e vigilante para fazer de seus erros ensinamentos que orientem a paz em sua vida.

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24. A palavra como arma

Muitas palavras são proferidas sem que aqueles que as emitem saibam o que estão dizendo. Como um ato mecânico, livre de qualquer resquício de sabedoria, os homens se precipitam no linguajar, sem muitas vezes até saberem o porquê dessa atitude.

Assim, palavras magoam e ferem, causam males difíceis de curar em certas personalidades, são instrumentos de vingança e de ódio. A expressão verbal é, dessa forma, uma arma que pode causar males profundos de ordem moral. Os quais, no futuro, tendem a gerar violências físicas, até inexplicáveis para quem não conhece as raízes da história a elas associadas. Porque, pelo simples fato de serem parentes ou amigos de quem ofendeu por palavras, tornam-se vítimas de vinganças.

E, por outro lado, também são poucos os homens que sabem orar. A maioria repete palavras que lhe são ensinadas, mas que não lhe toca o coração. Fala sem saber o que está dizendo.

O que se percebe, portanto, é que tanto para agredir, quanto para expressar a religiosidade ou o amor, os homens aproveitam o dom da oratória de modo inadequado. Seria preferível que ficassem calados. Em silêncio profundo, porém reflexivo. Deixando que as palavras ecoem antes em seus espíritos de modo crítico, para que saibam se devem ou não ser externalizadas.

Mas, na dúvida, fiquem em silêncio. Perceberão com o tempo que estão se tomando responsáveis pelas palavras que emitem, devido à autocrítica tão necessária nos momentos de desequilíbrio ou de indecisão. Estarão se habituando à linguagem do silêncio, que lhes proporcionará atos de amor.

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25. A incompreensão

A Incompreensão é um dos caminhos que conduzem os homens à discriminação. Pois a incompreensão é fruto muitas vezes da ignorância, daqueles que não entendem e que não desejam entender.

Os homens precisam lembrar que vivem na Terra. São imperfeitos e ainda têm muito que aprender. Caso contrário, não estariam mais vivendo em um mundo material de provas e de sofrimentos. Adotarem rótulos de superioridade e de grande sabedoria é se afastarem da humildade que Jesus Cristo ensinou em sua vida sagrada. E, sem humildade, não aflora o reconhecimento de que pouco se sabe, e que muito ainda existe para aprender e ser assimilado.

Infelizmente, a vaidade toma conta da humanidade. E Os grandes sábios, que tudo criticam e que determinam códigos e regras baseados em seus próprios perfis, nem sempre convenientes, esquecem que também vivem duras provações no planeta. E que um dia, assim como os demais homens que consideram inferiores, da mesma forma deverão deixar a Terra. Portanto, adotem a autocrítica antes de julgarem ou criticarem, para que não discriminem por serem ignorantes frente ao que não entendem.

As leis de Deus são claras e sábias. Porém os homens criam leis que favorecem minorias, discriminando hipocritamente aqueles que julgam inferiores. Mas que seriam julgados de outra forma se fossem compreendidos, lembrando que a busca pela compreensão também é caridade, porque ela é que aproxima os homens. Que devem se unir pelas leis de Deus, e não pelos imperfeitos juízos e princípios criados para satisfazer vaidosos.

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26. A memória do Espírito

Quando o espírito inicia uma nova fase reencarnatória, ele perde a memória no que concerne às encarnações anteriores, existindo motivos para que isso aconteça.

Inicialmente, se ele recordasse das desavenças que teve em outras vidas, poderia, ainda não evoluído, tentar praticar vinganças contra seus oponentes, dando assim continuidade ao problema. Por outro lado, ao lembrar de faltas anteriores, poderia também sentir profunda vergonha pelo que realizou, abstendo-se de participar da vida atual, além de muitas vezes não ter a força necessária para suportar o peso do remorso. Seriam eternos conflitos e fugas.

Seja qual for o motivo, o esquecimento proporcionado pela reencarnação é providencial. Ele se coaduna com a chance do renascimento, de modo que o espírito reencarnado tenha a possibilidade de novo começo para aprendizados a atividades reparadoras.

O importante, no entanto, é que estando encarnado, o espírito nunca esqueça que suas imperfeições da vida presente derivam de erros cometidos em vidas anteriores. E muitas vezes traz enorme bagagem desses erros, tão pesada, que, se pudesse contabiliza-los, sentiria ser impotente para soluciona-los. Ele os encararia como uma dívida impagável.

Dessa forma, a bondade divina se faz presente através do esquecimento. Pela reencarnação sem memórias, o espírito encarnado poderá conviver com antigos inimigos transformados agora em parentes e amigos próximos, bem como participar da vida, sem o trauma do peso que traz em sua história.

E essa é a razão pela qual devem sempre evitar conflitos pessoais, cultivar a paz interior e desenvolver de maneira sincera a humildade. Isso não só evitará que dêem conti-nuidade, inconscientemente, a problemas passados, como ajudará a construírem uma nova vida, tendo como raízes o amor e o entendimento.

Pois, assim, Deus lhes concede a chance da evolução. Para que não perpetuem o erro, e consigam apagar o ônus que trazem na consciência, em função de faltas passadas que não souberam eliminar.

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27. A proteção angelical

As falanges angelicais se constituem no exército de paz e de amor que percorre o Universo a serviço de Deus.

Elas atuam em diversos momentos na vida de um indivíduo, ou mesmo sobre multidões, levando proteção e harmonia para que caminhos fiquem livres de obstáculos espi-rituais negativos.

Esse trabalho, no entanto, não se faz de forma aleatória e momentânea. Quando ele é realizado, os anjos recebem a devida autorização para executá-lo, em função do mérito de quem recebe as graças, e da necessidade real de manutenção de uma ambiência pacífica em eventos populares. Pois somente quem se mantém no caminho da evolução espiritual, cultivando fé e amor, mas principalmente praticando a caridade, estabelecerá vínculos de luz com as falanges angelicais.

E como guardiões do progresso cósmico, os anjos trabalham anonimamente, de modo a levar benefícios que muitas vezes são interpretados por quem os recebe como sendo sorte ou milagres. Entretanto, não existem sorte e milagres, mas a mão de Deus, orientando os caminhos daqueles que precisam da ajuda Dele e que humildemente sabem recebe-la através de bons pensamentos, e agradecidos por entenderem que todas as graças partem do Pai.

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28. A qualidade das escolhas

O direito de escolha é um atributo que Deus permite a todos os seus filhos, denominado livre-arbítrio. Sendo este, porém, uma qualidade que cada um desfruta, deve-se avaliar de modo contínuo se a qualidade das escolhas é tão elevada quanto a que Deus nos proporciona.

Isso requer de cada um a reflexão sobre os resultados. Pois todas as atitudes devem ser consideradas como premeditadas, sejam elas conscientes ou inconscientes.

Refletindo sobre cada escolha, vocês estarão exercitando de maneira adequada o livre-arbítrio, visto que isso se toma um hábito incorporado em suas mentes. Utiliza-se cada vez mais a razão no lugar do acaso.

A busca qualidade das decisões é, assim, um procedimento contínuo e eterno. Pois, a cada situação que enfrentarem, perceberão existir nela uma riqueza de momentos inéditos. E aí se conscientizarão do alcance do livre-arbítrio, bem como da exímia qualidade que ele representa, a qual só podia mesmo ter advindo de Deus.

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29. A recompensa máxima

O trabalho espiritual precisa ser conduzido dentro dos mais nobres valores morais. Deve-se ter em mente que ele se constitui numa chance que Deus nos concede para desenvol-vermos em nosso ser o amor e a caridade.

Entretanto, é comum que muitos acreditem que, ao praticarem desinteressadamente o serviço espiritual, estão recebendo recompensas no plano astral. E que, após o desencarne, essas recompensas lhes serão atribuídas por força do mérito. Embora isso em parte seja legítimo, pois o mérito é o resultado do esforço consciente, mais importante ainda é denominar o prêmio como sendo realmente chance.

Todos devem notar que já recebemos tudo o que podíamos receber. Ao nos conceder a vida, Deus já nos proporcionou o prêmio máximo que alguém pode obter. E ainda fez mais, como lhe é habitual, ao nos criar à sua imagem. Pois o Pai tem a eterna capacidade de superar os mais inimagináveis limites, dada a sua eternidade e o seu infinito.

Assim, o homem já recebeu a sua recompensa máxima, a vida. E não soube utilizar devidamente essa riqueza, resultando nas imperfeições que atingem a todos, fruto do livre-arbítrio mal desempenhado.

Dessa forma, ao realizar o trabalho espiritual, o homem não deve pensar que está conquistando recompensas no astral superior. Ele deve, antes de tudo e a bem da humildade, se conscientizar de que já recebeu o máximo que podia, a vida. E tudo de bom que fizer será no sentido de remover as máculas que ele mesmo plantou, devido as suas imperfeições. E essa é a chance que Deus nos proporciona, de reconduzirmos nosso espírito ao estágio inicial da criação, quando existia a pureza absoluta.

O trabalho espiritual, portanto, deve ser visto como patrocinador do mérito. Mas do mérito de recebermos as devidas chances, para que, humildemente, trabalhemos na estrada que nos conduz de volta ao Criador.

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30. A sabedoria de viver

Os homens não sabem viver. Acham que saber viver é aproveitar os prazeres mundanos que a matéria oferece, tendo em vista que a vida na Terra é curta. Isso não é saber viver, mas atender a uma necessidade real, porém provisória.

A sabedoria de viver está em buscar continuamente o aperfeiçoamento do espírito, em termos de eternidade, não se contentando com o que já foi obtido. Pois o muito alcançado sempre será pouco no infinito divino.

Sabedoria, assim, significa trabalho. O serviço em prol do amor e da caridade, de forma que cada momento da vida se torne uma vibração de luz. Feliz de quem alcança esse modo de saber viver.

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31. A simbologia das entidades femininas:o espírito tem sexo?

Quando os encarnados falam a respeito de entidades espirituais, costumam atribuir sexo a essas entidades. Mas qual a razão disso, tendo em vista que o espírito não tem sexo?

Inicialmente, deve-se lembrar que inúmeras entidades marcaram a história terrena durante o período em que estiveram encarnadas. E o corpo material que utilizaram serve-lhes como referência. Assim, costumam ser evocadas conforme o sexo que apresentaram durante essa mesma encarnação. É o modo mais fácil de serem visualizadas por aqueles que se encontram na Terra, considerando a dificuldade de entender o processo energético que as envolve, depois da ascensão.

Além disso, deve também ser considerado o livre-arbítrio de cada uma delas. Algumas dessas entidades encarnaram como mulheres e sentiram forte atração por manter esse status energético. Não por apego sexual, mas pelo fato de sentirem-se mais participativas da evolução terrena, através da maternidade e de outras missões, relativas ao bem estar das mulheres em geral e da própria espécie humana.

Isso significa que essa mesma entidade não tem sexo, mas apenas um estado vibratório feminino, com a finalidade de auxiliar mais intensamente os espíritos encarnados na forma de mulher. Agindo assim, pela integração vibratória, a comunicação e a sintonia se tornam mais fortes e rápidas, entre encarnadas que solicitam o auxílio, e as entidades espirituais que promovem o socorro. É a manifestação do poder Sakti criativo, da Natureza, inclusive através da dinâmica do kundalini.

Esse é o motivo pelo qual as entidades dos planos ascensionados costumam ter contrapartes masculinas e femininas. Esses atributos funcionam não como sexo, do modo como é conhecido na Terra, mas como um atributo qualitativo daquelas entidades, no que tange ao conhecimento sobre o sexo dos encarnados. E sobre as respectivas fases evolutivas que esses encarnados atravessam, a partir do momento em que estão vivendo a realidade daquele sexo, havendo assim, interação e sintonia, o que facilita o auxílio espiritual.

Também é uma demonstração de que Deus se manifesta através das energias masculina e feminina, esta representada pela Natureza, através do Logos. Caso contrário, have-ria a predominância ou a existência de apenas uma das energias vibratórias, despertando a idéia de supremacia de uma delas. Fato este que até mesmo os homens encarnados já começam a abominar, por considerarem imperfeição e desequilíbrio.

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32. A sintonia correta

Os sete raios não determinam nem especificam fronteiras a respeito da ação dos espíritos ascensionados. Pelo fato, por exemplo, de nosso irmão Saint-Germain dirigir o raio violeta, não significa que seu trabalho se resuma a tarefas apenas pertinentes ao sétimo raio.

O trabalho nas esferas de luz do Cosmo é uma atividade sinérgica, onde todos colaboram uns com os outros no aperfeiçoamento das ações em benefício da Terra. A evolu-ção planetária é vista por todos com o mesmo interesse e a mesma preocupação, independente do raio cósmico que dirigem ou com o qual trabalham por carma ou afinidade.

Desse modo, no momento em que alguém na Terra está orando e invocando o raio azul, mas ficar constatado que esse irmão precisa do suporte de outra cor, imediatamente será prestado o auxilio conforme a necessidade e o merecimento.

As esferas que abrangem as falanges, portanto, não se constituem em feudos ou áreas de exclusividade. O que acontece é que a divisão das atividades faz com que seja facilitado o trabalho de emissão energética para a Terra. Em cada raio os estudos são incessantes, tendo em vista que o aprendizado é eterno, e isso permite o aprimoramento das tarefas pertinentes a cada falange, e a cada entidade individualmente.

No tocante ao ponto de vista de quem está encarnado, recorrendo ao auxílio espiritual, a divisão das cores favorece a mentalização. Devemos lembrar que a vida na Terra sendo bastante atribulada e cercada de atividades de obsessores, bem como de imperfeições diversas, dificulta a mentalização daqueles que necessitam de amparo espiritual. O direcionamento mental para cada cor é um meio de acelerar a comunicação, considerando as características que envolvem cada raio e a afinidade em relação à cor ou à falange correspondentes.

Assim, não existe o que poderíamos chamar de sintonia correta, pois seria o mesmo que colocar a mentalização, e mesmo a fé, numa camisa-de-força. A essência da invocação deve ser a liberdade da escolha proporcionada pela intuição. E a resposta enviada do espaço será envolvida pela sabedoria de que nem sempre o que se pede é o melhor, mas sim o que cada um realmente precise receber pelo merecimento que conquistou.

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33. A solução

A insistência com que os homens procuram associar Deus ao fim dos infortúnios na Terra, demonstra que pouco eles conhecem a respeito do Criador.

Uma pergunta, feita freqüentemente, coloca em dúvida o porquê de Deus, com todo o seu poder, não impedir os sofrimentos pelos quais os homens passam no planeta. Deus, assim, não poderia ser a solução?

Inicialmente, cabe compreender que os sofrimentos verificados na Terra são provocados pelos próprios homens, fruto de suas ações no passado, em outras encarnações. Eles trazem em suas bagagens as enfermidades e estigmas que plantaram em outras vidas, ou mesmo na encarnação presente. Deus apenas lhes concede os ensinamentos necessários, através das provações, para que não errem novamente, evitando tornar essa bagagem ainda mais pesada.

Dessa forma, os infortúnios na Terra são os resultados do que os próprios homens plantaram, decorrentes do livre-arbítrio que lhes foi concedido, porém mal utilizado. E as provações são os ensinamentos enviados por Deus. Que se apresenta assim como a solução, tão reclamada pelos homens que não O entendem.

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34. A verdade da verdade

A verdade nem sempre agrada e nem sempre se torna conveniente para algumas pessoas. Existe forte tendência à mentira, ou se quiserem à distorção da verdade. Mas também existe o hábito de se contar apenas parte da verdade.

Esse último caso reflete a preocupação do homem de se proteger, ou mesmo de acusar, ao omitir a verdade em toda a sua extensão. O que pode prejudicar alguns, pelo fato de não estarem protegidos pela narrativa completa dos acontecimentos.

A exatidão do que acontece, deve ser, assim, motivo de reflexão. Ao se abster de expor a completa fidelidade dos fatos, pode-se comprometer terceiros, mesmo involuntariamente. Pois acontecimentos têm causas e conseqüências, que também fazem parte da verdade completa. Que, em certas ocasiões, precisa ser totalmente omitida, ao invés de ser exposta com parcialidade inconseqüente.

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35. A verdade e meias verdades

A doutrina espírita é grande demais para que caiba em um livro. Aliás, os homens se iludem com freqüência, achando que livros possam conter toda a verdade. Eles retratam apenas parte da verdade, ou indícios de como procurá-la.

A verdade suprema e eterna, queiram ou não, é Deus. E Ele sintetiza a verdade que jamais será alcançada em sua plenitude. Pois, caso contrário, seria afirmar que qualquer um poderia, um dia, ser igual a Ele. E mais do que blasfêmia, seria uma atitude infantil, carregada de traços de pretensão.

Dizer que toda a verdade está contida em um livro é afirmar que os homens têm sabedoria para condensar a palavra de Deus, colocando-a por escrito. Mas, como seria isso possível, como os homens teriam condição de conhecer e entender toda a verdade, sendo ela o próprio Deus?

Os livros apenas trazem parte da verdade, para que o livre-arbítrio seja desperto, no sentido de caminhar na eternidade do amor divino. Meu trabalho foi realizado nesse sentido.

O próprio Jesus ao aconselhar aos homens que amem Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo, não nos revelou a verdade em sua totalidade. Tampouco em suas preleções, ricas em parábolas, o que prova que o Cristo deixou para cada um a tarefa de interpretar o que dizia. E até hoje muitos não entendem e até deturpam o que foi dito, colocando na frente interesses pessoais ou institucionais. Basta verificar as acusações recíprocas entre as religiões, e as guerras que são iniciadas em nome de Deus.

Jesus apenas deu a entender sobre o caminho a ser seguido na direção da verdade. Amar Deus, encontra-Lo em nós mesmos e em cada um de nossos irmãos. Tornando o Universo uma fraternidade única, porém individualizada pelo livre-arbítrio. É apenas o início de uma caminhada eterna, sustentada pelo amor e pela caridade incondicional.

E aqueles que defendem verdades eternas, tendem a se acomodar em torno delas, ancorados por livros e afirmações categóricas de virtudes. É um meio, muitas vezes, de justifi-car a inércia frente às imperfeições, alegando que basta aceitar um credo, decorar textos ou atravessar a porta de um templo para estar a salvo.

Se isso fosse uma norma, seria desprezar a revolução interna preconizada por Jesus para cada homem, a qual requer enorme esforço moral e luta constante contra as

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imperfeições, substituindo-a por mecanismos automáticos de salvação.

Esquecem os homens que nunca chegarão à verdade total, porque simplesmente ela é infinita. Apenas a terão como objetivo perene. Para que possam realmente trabalhar pela própria edificação espiritual, aceitando, assim, os ensinamentos de Jesus. Não o Jesus fabricado pelos homens, mas aquele que vive dentro de cada um de nós.

36. A vida na Terra

As condições que os homens encontram na Terra para viver; por um lado são adequadas para que eles cumpram suas provações. Pois elas retratam fielmente o que a própria humanidade plantou como carma.

Assim, os ensinamentos que Deus permite através das provações, são estruturados nas imperfeitas criações humanas, que provocaram os desequilíbrios morais que atingem o planeta.

Por outro lado, as condições criadas por Deus para que o homem viva na Terra, estão abalizadas pela Natureza, que promove a renovação permanente, cuja harmonia esses mesmos homens quebram em inúmeras ações inconseqüentes.

O que demonstra que o homem entristece a Terra ao negar e retardar a evolução moral, e contribui com o desequilíbrio ecológico ao ser displicente com a Natureza.

A vida na Terra foi criada por Deus. Porém, as desastrosas condições dessa vida foram criadas pelos homens, que levados pela soberba do orgulho e da arrogância, ainda não descobriram que são os maiores predadores da própria vida.

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37. Aborto

Algumas mulheres defendem a tese de que o aborto se constitui no direito feminino de rejeitar a gravidez. Embora a decisão de abortar seja fruto do livre-arbítrio, deve-se lembrar que as decisões muitas vezes carecem de uma constituição legítima perante a Lei de Deus.

Foi concedido à mulher o direito de conceber uma vida, e também o direito de evitar a concepção, porém como prevenção da gravidez, utilizando bom senso e equilíbrio. Mas a autoridade sobre uma vida já formada ou em formação permanece irreversivelmente nas mãos de Deus.

A grande questão que surge nesses momentos é a discussão, inútil, de que no início da gravidez o feto ainda não forma um ser humano, como se a vida inteligente não existisse.

Trata-se de equívoco lastimável. Pois, no momento exato da concepção, as falanges do espaço já destinam um espírito para aquele feto recém-formado, conforme o pedido desse mesmo espírito em seu programa reencarnatório. Trata-se de procedimento instantâneo, considerando que o espírito precisa acompanhar a formação de seu corpo denso desde o início, como parte do desenvolvimento da nova encarnação. A vida inteligente, portanto, já existe desde os primórdios do feto, através da mente do espírito.

O aborto, assim, constitui crime segundo a Lei de Deus. E a sua prática, com toda certeza, trará graves problemas para a mulher que o realizar.

Esses problemas podem ocorrer na mesma encarnação, advindo sérias questões de saúde muitas vezes não ligada ao aborto em si, mas em decorrência carmática dele.

Podem também acontecer em encarnações subseqüentes, quando o espírito daquela mulher reencarna em outra que também pratique o aborto, impedindo-a de renascer. Ou venha mesmo a ser de novo mulher, desejosa de ter filhos, sem conseguir. Uma das provações mais freqüentes é aquela em que ela gera um filho, porém é obrigada a abortar, devido ao risco de vida que lhe proporciona o feto doente.

E quando um aborto é realizado, não é apenas a mulher que leva o estigma da provação. Mas todos aqueles que a incentivaram, seja o pai da criança, parentes, e o médico que realizou a cirurgia. Todos serão abordados pela justiça divina.

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O caso mais grave, entretanto, é quando o aborto é incentivado ou realizado, sempre ocultamente, por religiosos que já conhecem o alcance desse gesto. E isso ocorre para protegerem ato ilícito que os exporia perante suas congregações e público, quando engravidaram e desejam abafar possíveis escândalos. Trata-se de verdadeiro desafio à pre-sença de Deus.

Não esqueçam, portanto, que somente Deus, que criou a vida, possui o direito de tirá-la. O aborto é, e sempre será, incluído no rol de crimes praticados por aqueles que ignoram as leis irreversíveis do Universo. Pois elas são irreversíveis justamente por serem perfeitas. Tanto que regulam o infinito e a eternidade.

38. Abrir o coração

Aquele que deseja abrir seu coração deve ter em mente que os princípios básicos desse ato são o amor, a compaixão e a caridade. Sem esses atributos haverá somente hipocrisia e falta de humildade.

Pois abrir o coração é saber ouvir e ter cuidado ao falar, é se esforçar para entender e melhor servir, manter a fé perante o desconhecido, e ter a iniciativa de ser solidário no auxílio aos pobres e enfermos. Também assimilar que muitas vezes a verdade precisa ficar oculta, pois se for dita de modo inoportuno, fatalmente se transformará em sofrimento ou em mentira para quem não a compreende. E procurar traduzir a verdade de cada um, como sendo um atributo da respectiva evolução espiritual.

Abrir o coração não é um ato mecânico de caráter exibicionista, ou apenas um simples desejo da autojustificativa de que precisa auxiliar. É, antes de tudo, entender o próximo, a partir da compreensão do próprio ser.

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39. Agentes da provações

As encarnações possibilitam que antigos inimigos se reencontrem como amigos ou parentes, interrompendo estigmas de divergências que se prolongavam por séculos. Esta é uma das formas pelas quais os ensinamentos divinos permitem o exercício do perdão, que apesar de parecer involuntário, depende na realidade do modo como cada um veja o convívio com antigos inimigos, mesmo inconscientemente, e para isso emerge o livre-arbítrio.

Por outro lado, quando exercido de modo consciente, o perdão também incorpora em sua estrutura um componente racional. O de que o praticante do mal, que nos ofendeu, foi o agente de uma provação necessária à nossa evolução, além de nos possibilitar o exercício do perdão, pois o agressor foi colocado em nosso caminho em função da didática divina.

Nesse caso, deve-se assimilar os ensinamentos do evento, sem que se fique mencionando o nome do agressor de forma repetida, ligando-o a carmas recíprocos e situando-se como uma vítima perseguida, porque isso renova a negatividade do ocorrido.

Assim, o homem deve sempre se defender das agressões, preservando-se ao máximo, pois caso contrário poderia estar se entregando ao martírio desnecessariamente. Mas também deve ser racional quando for agredido, defendendo-se sem o desejo de retaliar. Para que não se torne a causa de suas próprias provações futuras, nesta ou em encarnações vindouras.

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40. Agressões contra crianças

Quando Deus concede o direito à reencarnação, está proporcionando a chance para que, através de renascimento material, um espírito possa, pelos sofrimentos esclarecedores e missões de caridade, entender melhor o que tem como responsabilidade evolutiva.

O renascer se constitui assim, na possibilidade do espírito, esquecido de seu passado secular, estabelecer novos parâmetros qualitativos para sua vida futura, aprendendo antes de tudo a se perdoar e amar. A autoestima opera como uma alavanca para as boas ações e pensamentos, possibilitando o entendimento sobre como os outros também desejam ser tratados. Ela imprime sutilmente no espírito a máxima de Jesus, sobre amar ao próximo como a si mesmo.

Por essa razão, o cuidado a ser dispensado às crianças é de fundamental importância na consecução da didática divina. Porque além da inocência natural, provocada pelo esquecimento reencarnatório, o espírito ainda se encontra em fase inicial de novos aprendizados, que além de estabelecerem as bases de seu futuro, também formatam a real essência da própria encarnação.

Em outro sentido, isso significa que agressões, de qualquer natureza, cometidas contra crianças, representam junto à justiça divina um crime muito mais sério do que se imagina. Tais agressões abalam de modo sistemático a autoestima dos pequenos, comprometendo seriamente um dos pilares do sucesso reencarnatório. Elas se traduzem não somente como covardia, aplicada a seres indefesos física e mentalmente, como ainda em desmonte da estrutura da reencarnação, moldada pelo amor divino.

Os homens que menosprezam as crianças devem, para o próprio bem, avaliar o que fazem. Pois estão cometendo uma falta que os coloca contra Deus, contra os seus semelhantes, contra os valores nobres da humanidade e, muito mais, contra eles mesmos. Porque, além de destruírem a encarnação alheia nas raízes, estão destruindo a própria encarnação, assinando perante Deus a confissão de uma culpa inafiançável.

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41. Aguardar

Não julgue sem saber, porque quando souber poderá se arrepender. E o remorso costuma ser tardio, devido ao atraso corri que chega a sabedoria. O melhor, assim, é aguardar, e descobrir que poderia ter cometido muitas injustiças, porém soube, através do silêncio, conservar a paz na consciência.

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42. Alavancas da evolução

O processo ascensional do espírito não tem limites quanto ao espaço de conhecimento e de luz a serem conquistados. Porém, a caminhada daqueles que ascendem está sujeita a restrições.

A ascensão é conquistada com base na razão adquirida. Sendo Deus infinito, não cabe a seus filhos serem limitados, pois o Pai lhes concede o direito de evoluírem nesse infinito. Apenas lhes permite, conforme o melhor momento para cada um, a hora realmente certa para que recebam novas orientações e ensinamentos.

Esse processo envolve todos os filhos de Deus, pois todos, sem exceção, estão sujeitos à Lei da Evolução Eterna.

Desse modo, por mais elevado um espírito seja, ele sempre terá muito pela frente para aprender e evoluir, conhecendo novos universos e horizontes no infinito do Pai.

Mas, à medida que essa evolução ocorre, existem contrapartidas em planos inferiores. Entidades do baixo astral possuem lideranças negativas correspondentes aos mestres ascensionados que trabalham com a Terra. São mestres negros, que organizam falanges para destruir o trabalho específico de evolução que é realizado por cada mestre ascensionado. Para isso, chegam a se apresentar na forma de entidades de luz, como Jesus, Saint-Germain, Sanata-Kumara, e outros, com a finalidade de enganarem e promoverem o caos. Isso, inclusive, pode abalar a fé de quem invoca essas entidades de luz. Todo cuidado é pouco, estejam atentos.

Porém, a existência desses mestres negros aumenta a responsabilidade dos ascensionados junto ao planeta Terra, considerando que as forças do mal têm os espíritos evoluídos como alvos diretos. Estes últimos sabem que qualquer descuido pode destruir os trabalhos de luz que realizam. E a existência do mal lhes mostra o que devem fazer de bem, da mesma forma que a existência do mal ensina aos encarnados o que não devem fazer, para que consigam conquistar o bem. Representa a eterna vigilância que devemos cultivar para

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alcançarmos Deus.

43. Além de sua época

O senso de responsabilidade exige, de cada um, o exame sobre conseqüências dos atos praticados. E não é necessário ser futurólogo para entender que certas ações podem resultar em desfechos impróprios. Basta pensar antes de praticá-las. Pois agir por agir, conforme as evidências do momento, pode tornar o homem um ser totalmente tomado pela rigidez do imediatismo, escravo das emoções, distanciado dos aprendizados do pretérito.

O senso de responsabilidade torna o homem um ser do futuro. Aquele que antecipa o porvir para evitá-lo ou confirmá-lo, circunstanciado pela mente que acredita em Deus e no amor. Um homem além de sua época, compreendendo não existir o tempo, quando se deseja ser honesto com a própria consciência. Impondo a si mesmo o respeito de quem sabe atender os compromissos com a razão, tendo desperto o amor ao próximo.

Porque, ao agir inconseqüentemente, o homem não apenas descarta o seu presente. Ele acaba por não viver em qualquer época, pois a inteligência é substituída pela limitação do acaso.

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44. Amor próprio: a base dos relacionamentos

As decisões que envolvem uma relação afetiva devem ser conduzidas sob a égide do amor próprio. Pois somente quando alguém tem capacidade de gostar de si mesmo é que pode avaliar convenientemente o que recebe de terceiros em termos afetivos.

O critério de legitimidade do amor recebido deve ser a auto-realização que ele desperta, em termos de corpo e de espírito . Se uma relação se caracteriza por uma pretensa troca de amor mas deixa dúvidas freqüentes, mágoas, ciúmes exacerbados, incertezas e a preocupação de provas constantes, então se trata de uma relação regida pelo desinteresse ou pela indefinição, mesmo que só de uma das partes. Marcada por fatos que extingüem a tranqüilidade, que deveria reger uma troca pautada pelo equilíbrio.

Na maior parte das vezes, as pessoas dizem amar, quando na realidade apenas gostam ou simpatizam. Além do que, paixão deve ser vista com cautela, porque pode repre-sentar o exagero descabido do amor, ou mesmo a ilusão do pseudo-amor, frutos de obsessões que nem o próprio apaixonado explica. Mas que podem ocultar carmas encarnatórios a serem vencidos, carências marcantes, ou o medo de perder. De perder não apenas quem se acha estar amando, mas também de perder no sentido de ser derrotado pela competição que existe na Terra entre os homens.

E amor real requer sinceridade de sentimentos com relação ao parceiro, havendo reciprocidade dessa sincerida- . de. Sem imposições, mesmo quanto ao que se julga ser amor; pois, caso contrário, estaria ferindo o livre-arbítrio alheio. Lembrando que o entendimento processa-se pela paz, que supera a dúvida e a rigidez de sentimentos inconseqüentes, não permitindo naturalmente a ocorrência do hiato afetivo entre as partes. É um bálsamo que atinge os dois, que passam a formar o todo.

Assim, o amor próprio é a primeira condição para que realmente se ame alguém. Em termos afetivos, ame quem realmente o ama. Pois só você pode verdadeiramente avaliar o que

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recebe, sem opiniões de terceiros e sem a preocupação de se justificar perante o mundo. E sua decisão deve ser pautada pela honestidade com a própria consciência, equilibrando razão e emoção, porque, além de estar em questão seu próprio futuro, amor é um bem extremamente precioso a ser doado.

45. Ancorando a própria vida

Quando alguém tem sentimentos de inveja, é porque no íntimo não confia na própria capacidade de progredir.

Sente-se incapaz de alcançar o que os outros obtiveram e dessa forma emana vibração de despeito. No fundo é uma confissão de impotência.

Fica mais fácil para esse tipo de indivíduo permanecer indefinidamente no patamar em que se encontra, tentando impedir que outros cresçam ou desejando derrubar os bem-sucedidos. É a fórmula que encontram para manterem a superioridade, que na prática é fictícia.

Se os homens que pensam assim avaliarem bem, refletindo sobre o que fazem, descobrirão que são as maiores vítimas dos próprios atos. O tempo que gastam para atingir negativamente os demais, poderia ser orientado na construção de alicerces mais sólidos na vida, além de, simultaneamente, elevarem seus espíritos com esta busca de valores mais nobres.

Portanto, considerem a inveja como a autoflagelação do espírito. Pois, além de praticarem o mal por atos e pensamentos contra os irmãos bem-sucedidos ou em ascensão, estarão, também, impedindo o próprio desenvolvimento em prol da acomodação. Ancorados em pleno rio da vida, cujo fluxo de progresso é irreversível.

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46. Ânsia de poder

Uma das mais notórias doenças espirituais que se abate sobre a Terra é a ânsia de poder. Ela se manifesta de modo incontrolável, em termos de ambição, sendo grotesca e inconseqüente. A sua raiz encontra-se em dois fatos primordiais, a insegurança e a falta de humildade.

A insegurança, no que diz respeito à incapacidade do indivíduo de conviver na sociedade em bases igualitárias. E a falta de humildade, por ele se julgar com o direito adquirido de estar sempre acima dos demais, por sentir-se superior.

Seja qual for o motivo, o desejo de poder levado aos extremos, como em geral ocorre, é o primeiro passo para a grande queda daquele que o exercita. Pois, com toda certeza, quem age assim, não tem capacidade de exercer esse poder, sendo levado a atos inconseqüentes que o arruínam material e moralmente. Torna-se um indivíduo bajulado, porém infeliz, cercado de falsos amigos, de invejosos e de amores interessados em seus bens. Por mais que passe a sentir-se seguro na vida material, pelas riquezas advindas do poder na Terra, estará sempre desconfiado e inseguro com aqueles que convivem com ele, que na realidade são espelhos de sua índole. É uma vida aparentemente feliz, porém estabelecida no terreno da melancolia, da dúvida e da eterna suspeição.

O poder na Terra pode e deve ser conquistado, mas por aqueles que trabalham honestamente para consegui-lo, tendo em mente que esse poder não é apenas uma conquis-ta pessoal, mas também uma maneira de exercitar a caridade. Pois o poder exercido por homens de bem, com amor e compaixão, terá sempre por trás as bênçãos divinas, que se traduzem no poder eterno além da vida material.

Amor e humildade são as principais qualidades que precisam conquistar antes de atingirem o poder. Caso contrário, estarão caindo na vulgaridade de muitos que despencaram na

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infelicidade, por terem sido insensíveis e arrogantes perante as chances que Deus lhes concedeu.

47. Apresentando-se

Procure atingir seus objetivos na vida, como uma forma de aprendizado do espírito. Desfrute de suas conquistas sob a ótica da razão, desenvolvendo seu conhecimento espiri-tual. Tenha a parcimônia de inibir os exageros, que pouco acrescentarão ao que você realmente precisa. E anule-se perante a ambição ilimitada, para que seus desejos sejam caminhos de paz. Não esqueça que seus ganhos na Terra serão deixados no passado, menos o enriquecimento do seu espírito. Este será sua eterna carta de apresentação, em lugares onde a verdade é a base da vida.

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48. Aquarela divina

A vida se apresenta aos olhos dos homens de várias formas. Desde as mais profundas dores, até as mais expressivas manifestações da Natureza, que promovem a descoberta da paz.

O importante, em cada caso, é ilustrar sua vida com as inúmeras visões que ela proporciona. Com as cores dos bons acontecimentos deve-se desenhar no íntimo o amor que adorna a caridade. Ter a sabedoria de delinear a razão, para que seus atos sejam equilibrados, plantando as sementes da paz imperturbável. E entender que os traços desbotados e cinzentos das provações, podem ser coloridos por sua inteligência, ao descobrir os ensinamentos que eles trazem.

A aquarela divina está à disposição dos homens para que eles sublimem a essência da vida. Permitindo que o sorriso do espírito seja constante, mesmo atravessando tempestades. Pois ele conduzirá, no íntimo, o oásis de paz que ninguém tem o direito de profanar. Preservem-no, porque ali se encontra o Reino de Deus.

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49. Armas e poder

As armas foram construídas pelos homens com o propósito de defesa contra animais e de facilitar a atividade de caça. Mas logo os primitivos perceberam que podiam usar essas mesmas armas também com o propósito de ataque e de agressão contra outros seres humanos. Isso estimulou instintos terríveis.

E as mesmas armas foram aos poucos sendo aprimoradas, de modo que muitas vezes impressiona. A tecnologia envolvendo arsenais de todas as espécies é dotada de profunda criatividade e avanço. As armas assumem um papel de referência tecnológica no planeta.

Por que, então, essa disparidade entre o avanço observado na produção de armas e o atraso marcante entre seu uso e decisão de fabricar novas armas? Claro que a resposta não é difícil, pois se vincula ao desejo dos homens de imporem regras aos demais pela força. Quem possui as armas também manipula medo e chantagem.

Resumindo, é uma questão antiga que corrói a humanidade, chamada de desejo de poder. E até as nações que se dizem democráticas e liberais utilizam armas para impor seus critérios, nem sempre adequados ao resto da humanidade.

É uma prova de que, assim como os credos religiosos não são determinantes do comportamento moral de um homem, os regimes políticos também não são necessariamente provas de virtude.

Tudo depende do interior de cada homem, independente do credo religioso ou da rotulagem política.

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O uso inadequado das armas, portanto, é uma herança do primitivismo do homem. Ser moderno, contemporâneo, por outro lado, é reconhecer que não se tem o direito de utilizar armas para obrigar e chantagear. Deve-se, sim, utilizar a arma da razão, para destruir do espírito o desejo ardente e arcaico de atingir o poder a qualquer preço. Pois é da irra-cionalidade que surge a busca pelas armas, irracionalidade que detona a destruição e o sofrimento desnecessários. Contrariando tudo o que Deus espera de seus filhos, que acabam se tornando contemporâneos do primitivismo.

50. Arqueologia do Espírito

A inabilidade de viver atinge um número sem fim de encarnados na Terra, que comprometem a própria existência, por se tratar de seres desprovidos de autocrítica, e muitas vezes também carentes de valores referenciais que os orientem.

A lógica, que envolve o despertar da autocrítica, não é tão simples assim de ser formulada para muitos. Pois, de costume, a autocrítica aflora após situações de sérias contrariedades, quando o homem procura identificar razões que o levaram ao insucesso. A tendência, entretanto, na fase inicial, que pode se prolongar por muito tempo, é acusar ter-ceiros. Não é reconhecido o erro praticado, e conseqüentemente a própria culpa.

A carência de juízo sobre si mesmo leva então ao estado de autopiedade, que patrocina a falsa vertente de alguém que foi vítima de erros alheios. Busca-se culpados onde eles não existem, descartando-se o mais importante que é a busca interior.

Mas o ego não permite essa procura. Ele se fecha numa couraça impenetrável, que o torna uma contínua máquina de produzir imperfeições, ficando mesmo irreconhecível, pois não é admitida sua função como gerador latente de erros.

À medida, entretanto, que o homem vai convivendo com pessoas diferentes em lugares diferentes, porém tendo os mesmos resultados desastrosos, ele passa a ter o referencial de que ele mesmo é a única raiz dos problemas que vive. E quando não consegue mais achar culpados, percebe, a contragosto, a necessidade de mudar seu comportamento.

E vem a luta contra o ego. Primeiro, a de reconhecer que ele existe e é atuante.

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Segundo, abrir a couraça em torno dele, expondo as mazelas ali contidas. E, depois, pesquisar em suas entranhas as relações distorcidas existentes, com todas as interações que conduzem às imperfeições. Essas tarefas, principalmente a última, precisam ser conscientes, não forçadas. Porque obrigar a si mesmo a mudar sem sentir ou reconhecer o porquê, é comprometer o futuro com a reincidência dos erros.

Assim, a vida na Terra se apresenta como um trabalho muito mais amplo do que os homens imaginam, no que tange à evolução do espírito. Exige humildade onde foi plantada a prepotência, paciência onde a pressa é vista como iniciativa, e inteligência onde o acaso é exaltado como saber viver. O homem precisa entender que trabalha como arqueólogo do espírito. Descobrindo, explorando, reconstruindo, ou reconstituindo com novas cores, que substituirão as antigas. Caso contrário estará, por livre vontade, conduzindo no espírito um museu de sentimentos arcaicos, com os quais nem ele mesmo suportará conviver, sobrevindo o sofrimento, devido à inconsciência de não atentar para as conseqüências dos próprios atos.

51. As cores da omissão

As missões mediúnicas na Terra exigem concessões para que sejam cumpridas. Não no sentido de troca entre Deus e quem deverá cumprir a missão, mas no sentido da doação promovida pelo Criador para que o médium possa exercer seu trabalho.

Essa doação se constitui em permitir que estejam despertas no médium certas habilidades, as quais lhes são concedidas para a execução das tarefas pertinentes à sua missão, e poderão ser retiradas caso ele faça mau uso delas, com sérias conseqüências posteriores.

Mas existem também os casos em que o médium não faz nem bom uso nem mau uso de suas qualidades, porque ele é omisso. E nessa situação ele permanece com um instru-mento de trabalho ocioso, o que não condiz com as responsabilidades assumidas antes de reencarnar.

Todos sabem na Terra que máquinas paradas enferrujam, desgastam com grande rapidez, além de se tornarem anacrônicas pela falta de manutenção. O mesmo acontece com a mediunidade não desenvolvida.

Devido à constituição física de seu corpo denso, preparado devidamente para o exercício da mediunidade, o médium tende a produzir grandes fluxos de endoplasma, que ao ser utilizado nos trabalhos espirituais se transforma em ectoplasma. Entretanto, como

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não usa essa energia, ela fica retida em seu corpo, causando problemas.

Esses problemas surgem na forma de intensas dores de cabeça, vermelhidão freqüente nos olhos, problemas respiratórios, tendência à surdez, zumbidos nos ouvidos, tonturas, disfunções hepáticas e intestinais, taquicardias, entre outros.

Quando vive esses problemas, o médium omisso recorre inicialmente à medicina da Terra, o que é o passo correto. Entretanto, após exaustivos exames, nada é diagnosticado. O passo seguinte é então procurar uma instituição de cura espiritual, e isso ocorre em geral através de conselhos de terceiros.

Ao receber passes nessas instituições, ele não estará resolvendo o problema, mas apenas adiando a solução. Os passes funcionam não como redutores de endoplasma, mas na doação de energias que despertem no médium a conscientização de suas responsabilidades. O mesmo acontece com o tratamento pela chama violeta, que não queima o endoplasma, porém certas vibrações negativas existentes no corpo denso e na aura.

A tentativa via cromoterapia tem os mesmos efeitos dos passes, sendo uma solução provisória. Além do que, é comum a coloração verde aparecer junto com manchas escuras, próximas de partes do corpo do médium onde são verificados problemas. É um indício, quando observado por videntes, de que o paciente precisa se tratar pelo exercício da missão mediúnica.

Por outro lado, a insistência do médium de não cumprir suas responsabilidades, que ele mesmo aceitou antes de reencarnar, faz também com que sejam atraídas regularmente entidades em busca do socorro espiritual. E como elas necessitam muitas vezes do binômio endoplasma-ectoplasma para serem acudidas, são imantadas pelo médium que oferece em excesso esses fluídos vitais.

E, assim, misturam-se os problemas do médium com as dificuldades trazidas por esses irmãos em sofrimento, agravando a situação do médium que passa a ter problemas também na vida cotidiana.

O perigo dessa situação é que o médium desenvolva doenças graves, que podem se manifestar na mesma encarnação ou ficar armazenadas para as seguintes. Serão as cores infaustas da omissão, as quais ele plantou no próprio espírito.

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52. As cores do microcosmo

À medida que uma entidade espiritual evolui, ela recebe de Deus maiores conhecimentos para que possa dar continuidade ao seu progresso.

Na prática, esse conhecimento adicional nada mais é do que desenvolver no próprio espírito uma nova percepção sobre a divindade, o que permite a realização de tarefas que antes não eram possíveis. É o que na Terra chamam de maior poder, e que nós preferimos classificar como sendo maior discernimento, que deriva da razão.

O conhecimento proporciona, assim, a ampliação do espectro de atuação da entidade, que se aproxima mais de Deus. O que significa o uso da força da mente com maior intensidade, como meio de auxiliar no processo de equilibrio e de desenvolvimento dos planos de evolução.

Nesse quadro, o uso das cores é uma das atividades fundamentais para a realização das novas atribuições. E cores são invocadas da Luz Divina. Seja através do direcionamento realizado pela mente a partir de pontos no espaço, ou pelo despertar das cores que partem do próprio espírito, tendo como raiz o maior conhecimento adquirido sobre a divindade. De qualquer modo, a mente age, sob os auspícios divinos.

Por essas razões, é comum que entidades se apresentem envoltas em determinadas

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luzes coloridas, representativas de suas falanges. E essas luzes não possuem apenas o aspec-to cor envolvido, mas também outras energias não conhecidas na Terra, provenientes da manipulação dos Tattwas. Explicar o sentido de muitas dessas energias e como elas são utilizadas no planeta, fugiria à compreensão de encarnados, ainda não preparados para esse conhecimento. Com toda certeza a explicação será mal interpretada, podendo mesmo cair no âmbito do ceticismo. Coisas muito mais simples ainda são debatidas na Terra como grandes incógnitas.

Desse modo, quando o espírito canaliza luzes do próprio ser, o seu microcosmo, ele pode emanar tons e freqüências distintos, conforme os objetivos a que se propõe. Restringindo nossa abordagem ao aspecto cores, significa que ele pode decompor uma luz de determinada cor em outras necessárias ao seu trabalho. Exemplificando, se a falange trabalha com o verde, ele pode emanar o verde que vai se dissipando como azul e amarelo, com uma dessas cores em intensidade diferente, conforme a necessidade de quem recebe. Da mesma maneira que o amarelo e o azul podem continuar sendo decompostos em tonalidades e intensidades vibratórias distintas.

Isso explica o porquê de falanges que são identificadas por uma cor emitirem outras diferentes. A cor primária da falange é apenas uma forma de trabalhar com a especialidade da cor. A capacidade mental, associada ao conhecimento permitido por Deus, possibilita então a exploração contínua do microcosmo, para o despertar de novas forças espirituais, com o uso inclusive de cores diferentes da cor primária.

53. As duas frentes da obsessão

Quando um espírito reencarna traz no corpo etéreo uma série de patologias adquiridas em outras encarnações. São indícios de fragilidade do espírito com relação a carmas ainda a serem resgatados.

Com o tempo, essas patologias podem ou não ser transferidas para o corpo denso, em função da necessidade de que as provações ocorram. Muitas delas podem até ser com-pletamente apagadas do espírito, fruto do mérito adquirido em missões e trabalhos de caridade. Porém, de qualquer forma, elas durante algum tempo permanecerão no corpo etéreo, como marcas legadas por ações dolosas praticadas no passado.

Isso implica, também, em dizer que o corpo etéreo apresenta inúmeros pontos vulneráveis, que são passagens de imperfeições para o corpo denso. Mesmo latentes, elas estão ali presentes. E se tornam fortes atrativos para obsessores que desejam atuar sobre o corpo denso do indivíduo.

Assim, obsessores que o acompanham desde encarnações anteriores, por motivo de vingança, por apego exacerbado àquele indivíduo, bem como obsessores que lhe são canalizados por trabalhos de magia negra, procuram atuar justamente sobre esses pontos vulneráveis do corpo etéreo.

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As conseqüências não são difíceis de prever. Porém, o mais importante, é a maneira pela qual esses irmãos obsessores agem, começando por se ocultar. Inicialmente, em geral, procuram recrutar entidades sofredoras nos planos inferiores, e até aquelas que estão há pouco tempo desencarnadas sem orientação, para fazerem o trabalho sujo. Quando esse recrutamento não é realizado pela pura e simples escravidão, ele ocorre com promessas de uma vida melhor com poder e riquezas. Como muitos irmãos ainda são ignorantes, acreditam nessas promessas, desconhecendo que, no plano espiritual, caminhar naquele sentido lhes trará mais sofrimento.

Sendo assim, eles começam a trabalhar sob a orientação dos obsessores, cercando o obsediado de forma contínua, agindo nos ambientes doméstico, de trabalho, na vida afetiva, entre outros, porém, de forma direta sobre o corpo denso. Procuram os centros vitais do corpo, principalmente o fígado, os rins, o pâncreas e o baço, retirando desses órgãos a energia vital para se manterem atuando no trabalho que executam.

Por outro lado, o obsessor ou obsessores, mais experientes nessas questões, agem de forma oculta sobre os chacras e patologias do corpo etéreo. Essa é a razão pela qual trabalhos de exorcismos e outros similares conseguem muitas vezes afastar os que agem sobre o corpo denso, mas não aqueles que continuam o trabalho sobre o corpo etéreo, à distância, de forma latente.

Isso demonstra que a principal forma de atuação dos obsessores se faz de maneira dissimulada. Pois, como não têm força suficiente para enfrentar vibrações de luz, procuram agir com o raciocínio, que lhes permite atuar escondidos por períodos mais longos, sem serem descobertos.

Por essa razão, quando o sensitivo vidente encontra casos de obsessão, deve exercitar o alongamento de sua visão espiritual. Ele deve entender sobre a existência de pós-planos de atuação de obsessores, os quais são os planos onde trabalham os chamados lideres do processo. São eles que, escondidos, agem sobre os centros de força do corpo etéreo do obsediado, além de orientarem os irmãos que aluam negativamente sobre o corpo denso. Esses irmãos, convém registrar, quando realizam a obsessão sobre o corpo denso do obsediado, passam a apresentar aspectos de grande sofrimento, assumindo ainda formas horrendas. Eles automaticamente vão incorporando o mal que provocam.

Na maioria das vezes, os planos onde se escondem os líderes da obsessão são escuros ou apenas contém pequena luz de aspecto artificial, como a luz de uma vela, ou luz elétrica como a conhecida na Terra. Se o sensitivo exorcista mentalizar nesses planos forte luz astral, poderá gerar algo similar a um refletor, na identificação do que ocorre às ocultas.

De qualquer maneira é preciso a conscientização de que o mal age também com inteligência, embora irracionalmente. E para combatê-lo, deve-se aprimorar a inteligência que deriva da razão plena, que cresce a partir de atos de amor e de caridade.

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54. As palavras de Jesus

Quando Jesus pregava, suas palavras eram tão fortes, e ao mesmo tempo comoventes e singelas, com alcances tão profundos, que os que o ouviam calavam-se para ficar em momentos de introspecção por vários minutos.

Através da meditação, tentava-se interpretar suas parábolas. Mas era um caminho quase que perdido. Grande era a dificuldade para se chegar a um determinado ponto de entendimento. Cada um conseguia alcançar uma parte, e dali em diante a compreensão fugia da mente. Se dias depois tentássemos meditar novamente, podíamos ir um pouco mais além, porém percebíamos que se tratava de verdades estruturadas em palavras.

Alguns desistiam, alegavam nada entender, e acusavam Jesus de louco, que os fazia perder tempo. Cochichavam em grupos, como que impondo ao Cristo a culpa que eles mes-mos traziam em seus espíritos ignorantes.

Os que insistiam em seguir as palavras de Jesus, por sua vez, apenas alcançavam parte de seu significado. E esse era um fato que dificultava substancialmente o povo levar adiante essas palavras. Como explicar a outros o que não se conseguia entender bem? Como passar

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adiante os sentimentos de Jesus, os quais não podíamos interpretar devidamente?

Era preciso ver Jesus, estar com ele para tentar entende-lo. E esse também foi um dos motivos pelos quais poucos ficaram com ele até o fim. Os demais desistiam, por estarem ainda muito longe dos sentimentos do Cristo.

Passados dois mil anos da chegada de Jesus, suas palavras continuam incompreensíveis para muitos. Não porque elas sejam incompreensíveis, mas porque elas tocam em assuntos que os homens não desejam ouvir. Temas que quando analisados demonstram o quanto os homens são imperfeitos, mas também o quanto desejam continuar imperfeitos por não desejarem ouvir.

A grande diferença entre o entendimento sobre as palavras de Jesus, quando de sua passagem pela Terra e atualmente, é que há dois mil anos os homens ainda não estavam preparados para entende-las devidamente. Atualmente, os homens as compreendem mas não as seguem. Porque, ao contrário da ignorância de outrora, que era de fundo cultural, a ignorância atual emerge de espíritos desvirtuados por um ego que não deseja se curvar à verdade.

55. As primeiras horas de uma Nova Era

Quando a noite caiu, algumas horas depois do desencarne de Jesus, entregávamos novamente nosso tempo às tarefas domésticas, pois a vida continuava.

O sofrimento daquele homem, o qual eu havia presenciado momentos antes, parecia mais um entre os muitos que as autoridades promoviam para impor a lei do Império. Inúmeros outros homens tinham sido crucificados anteriormente, apesar de que, no caso de Jesus, houve maior participação pública, pois ele representava uma forte ameaça para as classes políticas e religiosas dominantes.

De qualquer forma, os dias que antecederam a execução foram extremamente tensos. O ar era dominado pela sensação de que algo muito grave estava por ocorrer. O julgamento, o martírio e a crucificação vieram como um ponto final àquela questão, que tanto incomodava. Jesus, o problema de até então, estava, finalmente, morto.

Problema findo, veio o alívio de que tudo retornava ao normal. Havia a impressão de leveza na noite. O mau tempo que sucedeu a passagem do Cristo parecia ter lavado a

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atmosfera, apesar de tudo.

Meus dois filhos já se encontravam no leito, quando meu marido, tomado de inexplicável irritação, também se retirou, deixando-me sozinha em meus afazeres.

Cheguei até a entrada de nossa casa e, olhando para um ponto qualquer no Céu, ainda nublado, fui tomada pela sensação de que, ao contrário do que todos pensavam, não havíamos presenciado o final de um acontecimento. Tive a impressão de estar vivenciando o início de algo, no entanto, não sabia bem do que se tratava.

A sensação, apesar de inicialmente estar no ambiente, aos poucos revelava-se de maneira expansiva dentro de mim mesma. Era uma combinação de certeza, com a dúvida perante a imensidão do infinito. Era como se o eterno me aguardasse, e eu não sabia como caminhar através dele. Na verdade, temia ter essa responsabilidade. Fechei meus olhos por alguns momentos e depois fui me juntar aos filhos e esposo.

Até o meu desencarne, anos mais tarde, periodicamente tive aquela estranha sensação, que sempre mantive em segredo. Temia ser acusada de louca.

Hoje, quando relembro esses momentos, sou tomada de imensa felicidade por ter sido contemporânea de Jesus. Pois, o que senti após a morte do Cristo, era a grande promessa que ele trouxe para a humanidade. De estar presente em todos através de Deus.

Jesus não foi apenas crucificado. Ele também renasceu dentro de cada homem naquele dia, pois foi essa sua grande ressurreição. Mais do que aparecer fisicamente perante os homens, ele derramou seu amor dentro de todos.

E isso também explicou a irritação de meu marido após a crucificação. Era a luta de alguém ainda ignorante, para derrotar a sutileza do amor que ele não conhecia. Temia ser fraqueza, interpretava como covardia.

Jesus foi, assim, a grande semente de amor de que a humanidade precisava. Infelizmente, na ocasião eu não soube regar essa semente e colher seus frutos. Precisei de várias encarnações para entender isso. E temo por muitos homens que hoje ainda não entenderam a mensagem do Cristo. Não porque este os ameace. Mas porque manterão em seus espíritos a aridez da solidão e das limitações, inerentes àqueles que não conhecem Deus.

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56. As raízes das emoções

Ao exercer tarefas voltadas para seu desenvolvimento espiritual, a mulher precisa cercar-se de todos os cuidados para não corromper e distorcer o seu trabalho. Pois, como representante legítima da criação na Terra, ela deve sempre entender que sua missão não se limita à maternidade, mas também a outros aspectos que a caracterizam como exemplo a ser seguido.

Por esse motivo é muito importante que ela saiba buscar o equilíbrio emocional. Lembrar que suas emoções não devem se constituir no leme da vida. Caso contrário, ela estará enfraquecida perante suas obrigações espirituais, e vulnerável quanto às más intenções alheias através do cotidiano.

O entendimento das emoções passa ainda pela verificação de que elas não se

constituem em sentimentos isolados, mas que têm profundas raízes na razão. E ali estão explicações para muitas das emoções que desequilibram. Pois identificando as causas dos problemas em nós mesmos, estaremos aptos a buscar o equilíbrio e as soluções.

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A mulher, assim, deve acionar os valores de sua razão para fortalecer suas emoções. Tornando-as não fontes de desequilíbrios, mas sentimentos de auto-estima e de amor-próprio, que lhe proporcionarão sabedoria, confiança, tranqüilidade, e liberdade para decidir o que deseja em sua vida.

57. As sementes do bem

A bondade divina não está apenas em desejar o melhor para seus filhos, mas também em perdoar, e reconhecer o que seus filhos têm de melhor.

O que já sabemos é que, através das encarnações, Deus permite que todos tenham acesso ao aprendizado, para que possam efetivamente combater as imperfeições. São as chances que Ele concede, baseadas no perdão.

Mas, sendo perfeito, o Pai também exalta as pequenas sementes do bem que seus filhos conduzem no espírito. Assim, todos os atos de amor, de caridade, de perdão e de elevação moral, são suficientes para que sejam o ponto de partida de grandes transmutações. Pois a sabedoria divina reconhece que qualquer indício de luz, por menor que seja, é uma semente do bem.

Isso deve ser visto como uma grande lição por aqueles que não acreditam que homens possam ser recuperados, retirados do fundo sombrio das imperfeições. Opinião daqueles

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intransigentes que só conseguem enxergar o que existe de pior em seus irmãos. Deus, ao contrário, vê o que existe de pior para conceder o ensinamento, e o que há de melhor para oferecer sua benção evolutiva. Em qualquer circunstância, Ele está ali presente, vibrando para que o melhor seja construído.

Os homens podem ser críticos ao perceberem atos negativos serem cometidos. Porém, devem, antes de tudo, aproveitar essa crítica no sentido de aprender o que não deve ser feito. E entender que também devem procurar o que existe de melhor naqueles que praticam o mal, para que possam conceder os ensinamentos devidos. Se tiverem paciência e sabedoria, muitas vezes poderão encontrar nos piores criminosos as sementes do bem. Pois até neles Deus está presente, embora desprezado, mas está ali.

Conscientizem-se de que a construção da verdadeira humanidade está em agir como o Pai age, quanto à escala de valores de cada homem: reconhecendo os esforços dos que lutam por melhorar e despertando as sementes do bem naqueles que ainda precisam melhorar. É assim que se ama o próximo como a si mesmo.

58. As verdadeiras cores da natureza

Os animais, embora irracionais, muito podem ensinar aos homens. E o principal ensinamento vem da capacidade com que esses seres interagem com a natureza, sobreviven-do com o que podem alcançar no meio-ambiente.

Mesmo irracionais, eles possuem a sabedoria necessária para preservar a natureza. Até mesmo seus hábitos instintivos fazem não só que as espécies sejam multiplicadas e pre-servadas, como que muito seja reciclado, através dos detri tos e dos restos de alimentos vegetais que abandonam por onde passam, com o propósito da renovação.

Se considerarmos que a inteligência dos animais é o instinto, e este decorre de sua capacidade de interagir com a natureza, vamos perceber que os animais aproveitam irra-cionalmente a força de Deus. E a força de uma espécie não está no seu tamanho físico, mas na sua faculdade de sobrevivência e de preservação através dos séculos. Assim, as cores da natureza para os animais são as cores da realidade, da verdade.

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Os homens, por sua vez, embora capacitados de inteligência, e convencidos de que são a força motriz do planeta, são os primeiros a desrespeitar o próprio meio-ambiente onde vivem. Agridem a natureza em nome do poder econômico, não reativam os ciclos naturais que foram danificados e se tornam as maiores vítimas desse descuido. O envenenamento dos alimentos, dos rios, dos oceanos e do ar é uma realidade. Ou seja, as cores da natureza para muitos homens silo as cores da irresponsabilidade, do embuste.

Os irracionais, portanto, aproveitam a força de Deus, enquanto que os racionais não a conhecem. Lamentável contradição.

Entre os homens, os indígenas que são considerados ignorantes e atrasados frente à modernidade, a exemplo dos animais, sabem aproveitar Deus a partir da natureza, com a vantagem de serem racionais. Enquanto que os homens das grandes nações, intelectuais e modernos, continuam sem conhecer Deus. Novamente, uma lamentável contradição.

Observa-se assim na Terra uma inversão de valores. Os irracionais e os selvagens conhecem Deus através da natureza. Os sábios e doutos não conhecem Deus nem a natureza. Pois, se conhecessem Deus, não fariam o que fazem com a natureza.

É uma lógica deprimente, que precisa ser revista e analisada por todos aqueles que desejam realmente trabalhar a espiritualidade, assim como o uso das cores no sentido da cura e do bem estar.

Preservando a natureza, estarão ajudando a preservar as cores da realidade, como fazem os animais e os selvagens. E estarão incorporando essas cores curativas em seus pró-prios corpos densos e espirituais. Serão cores límpidas e despojadas de toxidade, permitindo que o meio ambiente seja diáfano, capaz de conduzir com mais intensidade e eficiência as vibrações divinas.

59. Até a fronteira da esperança

Costuma-se afirmar na Terra que as soluções dos problemas sentimentais são muitas vezes óbvias, porém difíceis de ser colocadas em prática.

Essa constatação decorre da dificuldade das pessoas modificarem seus comportamentos, e adaptarem-se a novas atitudes, que exigem humildade, bem como a sabedoria do equilíbrio entre razão e emoção. E a resistência de não mudar recai na insistência de encontrar soluções por vias que já provaram ser ineficazes.

Surge, assim, a necessidade da autocrítica, para avaliar até quando a esperança determina certas ações. Ou se a fronteira da esperança já foi ultrapassada, conduzindo para o vazio das insistências sem resposta.

Existe nas relações sociais e afetivas um intenso jogo de interesses, que atua

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fundamentalmente sobre o livre-arbítrio de cada um. E as vezes descobre-se, tarde demais, que se perdeu muito tempo na tentativa de conquistar o sentimento de alguém inatingível. Não por este estar fisicamente longe, mas por ser de presença distante em termos de reci-procidade, marcado pela indiferença. E que a contínua insistência deixa de ser ato de convencimento, para perigosamente tentar dobrar o livre-arbítrio alheio.

E o insucesso gera a mágoa e o sofrimento, que se não forem combatidos imediatamente, conduz homens e mulheres à angústia e à desolação pelo senso de carência, prejudicando suas vidas de modo amplo.

Cabe, dessa forma, a reflexão; de entender quando a esperança deixa de ser esperança para se tornar uma questão de interesse ferido, que incita à continuação da luta, pelo orgulho que não se dobra à realidade, mas que deseja dobrar o livre-arbítrio de outros.

A vida oferece muitas oportunidades. Deus as renova a cada instante. E muitas portas se abrem em lugares onde nada era visto, indicando caminhos melhores do que antesse, trilhava. Sem precisar interferir no livre-arbítrio de quem quer que seja. E concedendo à própria vida um novo alento, onde a fronteira da esperança sempre brilhará, por se confundir verdadeiramente com o infinito do horizonte.

60. Atenção e meditação para entender

Uma das maiores dificuldades que se apresenta na vida está relacionada à questão do entendimento entre as pessoas. Os diálogos nem sempre são motivo para o bom enten-dimento, dando margem a inúmeras dúvidas, que se tornam raízes de problemas futuros.

Em geral, esses problemas ocorrem pelo fato das partes compreenderem mal o que lhes é dito, fortalecendo a construção de interpretações distorcidas, que com o tempo passam a ser pré-julgamentos frente a novos diálogos. E o pré-julgamento é uma forma de distorcer os fatos e sofrer por antecipação.

Portanto, entendimento entre as partes está condicionado à isenção de preconceitos, e à real interpretação do que está sendo falado. E isso passa pela boa vontade, e pela empatia, canalizadas pela máxima de Jesus, de amar o próximo como a si mesmo.

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O principal ensinamento disso é que ao se sentir ofendido ou contrariado pelo que os outros falaram, não tome decisões precipitadas e tampouco julgue por antecipação. Medite sobre o que ouviu e verifique se de fato entendeu bem o que foi falado. Caso contrário, sua própria mente estará criando o desentendimento, por não saber avaliar com parcimônia e abnegação as palavras que foram proferidas.

61. Atitudes infantis

Inúmeras vezes os homens se defrontam com opções na vida que os conduzirão a problemas sérios. Eles sabem do risco que correm e mesmo assim insistem na aventura.

Quando o contorno dos problemas começa a ser desenhado, correm para pedir ajuda, rogando a proteção divina como se tivessem sido desamparados, ou traídos por terceiros.

Esse comportamento, que se caracteriza pela pseudo-inocência, é a forma que muitos encontram de praticar atos ilícitos e condenáveis, isentando-se depois de responsabilidade. A inocência, no caso, diz respeito à ingenuidade de acreditarem que não são observados por Deus e pela espiritualidade. Na verdade, tudo que se passou em seu íntimo e os levou ao que praticaram já é do conhecimento de Deus.

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Assim, lembrem-se de que ao agirem de modo dissimulado, como se não conhecessem as conseqüências de seus atos, estão enganando a si próprios. Deus nunca será enganado, muito menos por atitudes tão infantis, conduzidas pela irresponsabilidade de decisões inconseqüentes.

62. Atos e sentimentos

A elevação moral de um indivíduo ocorre quando ele assimilou conhecimentos que o induzem a agir, naturalmente, conforme as premissas do amor e da caridade. Isso significa que ele já incorporou tais ensinamentos, de modo que passam a ser habituais em seu cotidiano.

Isso difere daquele que age também externalizando valores morais, porém contrariando desejos e pensamentos. Apenas pratica tais atos porque sabe que, do contrário, seria punido ou criticado pela sociedade. Qual a diferença, então, entre esses dois indivíduos?

Em termos de sociedade, de vida terrena, os dois são elogiados e respeitados porque apresentam comportamentos dignos. Porém, considerando-se o lado da evolução espiritual, o segundo indivíduo precisa promover a reforma interior, de modo a transmutar os valores

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negativos que ainda lhe são presentes. Apesar de já ter dado um grande passo ao saber controlar esses instintos, não os exteriorizando.

Isso requer de todos os homens uma reflexão sobre o tema. Se realmente não praticam atos ilicitos por convicção natural, ou se não os praticam com receio de serem socialmente punidos.

Esconder sentimentos negativos da sociedade é um ato simples. O impossível é tentar escondê-los de Deus, e mais ainda da própria consciência. É tentar mentir para a própria razão.

Dessa forma, avaliem sentimentos, mesmo que pratiquem atos considerados normais e adequados ao meio em que vivem. De nada adiantará se não extirparem do espírito as raízes e sementes da negatividade ali existente. Se as mantiverem, estarão se afastando de Deus ao invés de cultivá-lo.

63. Atos impensados

Minha vida na Terra foi pautada pelo que em geral é classificado de bon vivant. Sempre fui visto como uma pessoa amiga e companheira, sendo solicitado para fazer parte de grupos que se reuniam com freqüência. Meu nome era sempre lembrado nos convites para festas e outros eventos.

Sendo jovem, por vezes olhava para o futuro e calculava que muito faltava para o final de minha vida, pois, aos 24 anos de idade, a impressão que me vinha era que a juventude era eterna. Não conseguia me imaginar idoso.

E, assim, conduzi minha vida, permitindo-me deixar para mais tarde certas modificações que sentia serem necessárias em meu caráter. Afinal, parecia ter todo o tempo

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do mundo à minha disposição. O meu relógio havia parado na juventude.

Numa das festas a que compareci, entretanto, apesar dos avisos constantes, descuidei-me, ingerindo quantidade de bebida alcoólica que parecia reduzida. E mesmo essa pequena quantidade foi suficiente para afetar meus reflexos, $ causar o desastre de automóvel que me tirou a vida. A minha e a de minha namorada, que me acompanhava.

Após o desencarne, passados os momentos de confusão mental, fui conduzido por alguns irmãos para umbrais inferiores, acreditando em promessas que, além de não poderem ser cumpridas, na verdade encobriam outros interesses que prefiro não revelar aqui. Até que fui socorrido por um grupo de auxilio espiritual, que me conduziu para o local onde me encontro, preparando-me para nova vida na matéria.

Apesar de toda ajuda que tenho recebido, conservo, entretanto, o remorso pelo que ocorreu. Minha namorada também desencarnou no acidente, e não soube mais dela. Na colônia onde estou não me informaram sobre seu destino, pois os irmãos preferem deixar essa revelação para mais adiante. E que eu fique tranqüilo quanto a isso.

Mas, por outro lado, quando tenho recordações do acidente, percebo o quanto um simples gesto de fraqueza pode alterar vidas, e até acabar com elas, como foi o meu caso. E como também nos enganamos, acreditando que a sorte sempre superará a imprudência. A responsabilidade sobre nossas vidas precisa ser grande, nunca podemos abrir mão dela. Infelizmente só agora percebo isso.

Nas aulas que venho freqüentando na colônia está Carlos, outro rapaz que teve desencarne similar ao meu. E sempre comentamos sobre a quantidade de outros que aqui surgem com o mesmo problema.

Fica então a minha experiência. Não apenas com relação ao meu caso específico, do modo como ocorreu, mas de um modo geral. Que vocês na Terra pensem antes de agir frente ao perigo. Porque, como disse antes, não poderão contar eternamente com a sorte. Pois esta, muitas vezes, não significa proteção recebida, mas estímulo de entidades negativas à continuidade do risco. Até que o pior aconteça.

64. Atos sinceros

Cada um de vocês realmente pratica tudo aquilo que afirma ser o correto? Depois que falaram sobre o amor, lembraram de entender e de perdoar as falhas alheias? Depois de falarem sobre caridade, souberam manter o silêncio para não humilhar, e fingiram não ver para não envergonhar? Depois de louvarem a compaixão, estenderam a mão para Os necessitados que clamam por orientação na vida? E após abençoarem a humildade, souberam se comportar de modo adequado em relação àqueles que dependem de vocês?

Até quanto conseguiram doar anonimamente? Ou de responder com paciência às agressões que sofreram de parentes? Foram pacíficos frente às intransigências de estranhos? Souberam se comportar evitando o adultério que destrói famílias? Ou se atiraram na senda da traição e da corrupção, sob o pretexto de estarem lutando por algo que na verdade não lhes

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pertence?

Façam diariamente essas perguntas. Façam-nas a cada momento de suas vidas. Porque enquanto precisarem questionar os próprios atos é porque estão praticando o que não deveriam. E, enquanto perdurar essa situação, a didática divina se fará presente através da provação.

Portanto, antes de se queixarem do destino, de blasfemarem contra Deus, de se dizerem vítimas de obsessores, ou de lamentarem a falta de sorte, questionem a própria consciência. Talvez descubram porque estão sofrendo.

65. Por meio da fé

Impossível é uma palavra que não existe para Deus. Os homens nunca encontrarão a verdade definitiva, pois ela está em Deus. Nunca atingirão a razão absoluta, pois ela vem de Deus. Nunca estarão de posse consciente do infinito do conhecimento, pois ele pertence a Deus. E nunca serão capazes de sentir o amor na plenitude máxima da vida, pois ele é Deus.

Mas cada homem poderá ter a certeza de consagrar Deus no próprio espírito de modo perene. E, através da fé, e da assimilação da razão, a evidência de encontra-Lo a cada momento da vida. Fazendo Dele conquistas permanentes, que transformarão o impossível do presente em eternas realizações espirituais no futuro.

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A permanente prática da caridade concede ao homem a elevação do espírito, e o habitua a trabalhar na seara do Bem. No entanto, o homem não pode confiar que apenas a caridade para com terceiros seja a chave de sua evolução.

É muito comum que o trabalho da caridade proporcione a sensação de dever cumprido, mas não esqueçamos que existe também o dever para com a própria consciência, o qual não se renega. E esse dever é aquele que faz do homem um crítico severo de suas imperfeições e negatividades, lutando para eliminá-las em todas as formas.

Essa é uma das razões que exigem na vida a eterna vigilância. Não se deve pensar que basta praticar a caridade para evoluir, esquecendo de cuidar do próprio progresso moral. E essa também é uma das razões que demonstram como é importante a constante autocrítica através da meditação.

Assim, o homem precisa praticar a caridade, porém sem negligenciar a auto-caridade, que promove a eliminação de seus males espirituais. Caso contrário, ele fará o papel de um enfermo que freqüenta hospitais para auxiliar quem neles se encontra, mas sem cuidar da própria saúde.

Pois a vida na matéria, instrumento primordial da didática divina, sempre demonstrou que só conseguimos amar o próximo quando sabemos o que é amor-próprio. E, mais do que isso, quando sabemos o que é amar a Deus, que nos conduz ao amor-próprio. Assim ensinou nosso querido Jesus.

66. Autoculpa

A violência que se verifica na Terra não é apenas fruto da ação de homens voltados para o mal. Ela decorre também da inconseqüente omissão daqueles que poderiam contribuir para reduzi-la e não o fazem.

Os homens têm por hábito ser omissos na prática do bem e ativos na prática do mal, gerando resultados desastrosos que se transformam em conflitos.

É muito fácil criticar a ignorância de terceiros, o difícil é ajudá-los a combatê-la. É muito fácil ridicularizar os anseios dos menos favorecidos, que lutam por vida melhor, o difícil

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é ter coragem de combater a corrupção que desvia recursos destinados à pobreza. É muito fácil falar da paz, o difícil é parar de produzir e de vender armas. É muito fácil dizer que se está combatendo o crime, o mais difícil é enfrentar quem de fato o sustenta. É muito fácil classificar criminosos de irrecuperáveis, o mais difícil é fazer algo para tentar recuperá-los, dando a eles e à própria sociedade uma esperança de paz. É muito fácil criticar e acusar, o mais difícil é a autocrítica e o reconhecimento de que se precisa mudar.

Enquanto o homem tentar se esconder atrás de suas facilidades, a Terra será um lugar muito difícil de se viver. Diversos sofrimentos que ocorrem no planeta poderiam ser evitados. Se os homens já são responsáveis pelas provações por que passam, originárias de faltas encarnatórias, eles agravam sua situação, derrotando-se com a omissão e agredindo-se com a indiferença. Não há o que reclamar da vida e de Deus, pela autoculpa não reconhecida, que se perpetua pelo receio da verdade. Que Deus os ilumine para que a encontrem.

67. Autoestima feminina

Certas mulheres enfrentam problemas graves com seus parceiros, problemas esses que as fazem radicalizar suas posições perante a vida como um todo.

Como que respondendo à própria consciência, na busca de soluções, algumas perdem o sentido de autocrítica, e se expõem em atitudes desabonadoras, pensando assim estar adquirindo a liberdade de ação. Outras, pelo contrário, entregam-se a um imobilismo desgastante, não encontrando forças para agir construtivamente.

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Essas posições extremas decorrem da necessidade de resultados imediatistas, na esperança de eliminarem o foco do problema.

Com toda a certeza, agindo dessa forma, não encontrarão soluções. Apenas tendem a adiar o problema, abafando causas e sintomas, além de estarem, pela radicalização, adquirindo novas dificuldades, que vão desde a aforia até a exaltação inconseqüente.

Assim, quando os problemas surgirem em seus relacionamentos, tenham a sabedoria de inicialmente manter a estabilidade emocional. Procurem antes de tudo confiar na própria razão, na própria capacidade de conversar com Deus. Cuidado quando levarem o problema adiante, pois muitos daqueles que as ouvirem não estarão interessados em ajudar na solução, mas em se beneficiar do problema. Sejam homens ou mulheres os seus interlocutores.

O mais importante nessas horas críticas é a autoestima. Pois ela as ajudará a se defender das adversidades, a ser sábias para encontrar soluções, bem como inteligentes para reconstruírem a própria vida, mesmo que seja com o mesmo parceiro.

Em qualquer situação, o pânico e a radicalização se constituem em gestos inconseqüentes. Cultivem a paz interior, encontrada na meditação que conduz a Deus, e que lhes possibilitará respostas pacíficas. Peçam ajuda ao Pai, e ouvirão o que Ele tem a lhes dizer, mesmo que estejam no centro da tempestade. Porque o interior de seus espíritos estará saben-do contemplar a paz e a razão, imune às agressões externas.

68. Autoproteção e autocura.Dificultando a ação de obsessores

A força da mente possibilita, quando bem direcionada e intensificada, a realização de eventos decorrentes da vontade. Assim, se um indivíduo mentaliza desejos sistematicamente, estes são plasmados no plano astral, com enormes chances de retornar sob a forma de realização efetiva.

Por outro lado, se alguém desenvolve hábitos durante a vida, estes se tornarão verdadeiros símbolos desse mesmo indivíduo, como portas abertas que permitem o conheci-

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mento a respeito de suas atitudes de modo geral. Dessa forma, se um indivíduo tem o hábito de ingerir grandes quantidades de bebidas alcoólicas, o alcoolismo será um de seus símbolos.

Como podem observar, tanto pensamentos quanto ações manifestam perfis espirituais, além da previsibilidade de inúmeros atos sob o ponto de vista da evolução espiritual. E isso é uma arma que, colocada ao alcance de obsessores, passa a ser utilizada para reforçar atitudes negativas.

Obsessores são inteligentes. Conhecendo fraquezas e deficiências do obsediado, eles desenvolverão estratégias compatíveis com tais centros de desejos, de modo que o indivíduo seja seu próprio agressor. Assim, o alcóolotra será incentivado a beber sempre mais, o fumante a ficar cada vez mais dependente do vício, aquele que pratica jogos de azar ti investir mais nessa área, o obsecado pelo sexo a atuar mais nesse aspecto, daí em diante com outros tipos de fraquezas e atitudes perniciosas.

E como o próprio nome diz, obsessões por vícios fazem COM que o indivíduo se torne, de início, o seu próprio obsessor. E isso atrai os obsessores de fato, para que estes fortaleçam essas imperfeições.

Da mesma forma, um indivíduo carente de nutrientes vitais para a manutenção de seu organismo, costuma ser atacado por obsessores exatamente naqueles órgãos enfraquecidos pela carência desses nutrientes. Como disse antes, obsessores são inteligentes.Por essas razões, é aconselhável ter bons pensamentos, bons hábitos, fugir de vícios e manter a integridade da saúde. Pois, caso contrário, serão obsessores da própria existência, abrindo as portas para que irmãos de planos inferiores venham auxiliar e reforçar esse terrível processo kármico.

69. Caminhada lenta

O progresso da humanidade faz com que as velocidades aumentem e os locais tenham suas distâncias reduzidas. Veículos se locomovem com imensa rapidez para atravessar o planeta. São máquinas dinâmicas e modernas.

A vida não pode parar, pois os meios que a sustentam alavancam a energia humana. Tudo é rápido e veloz. As transmissões de imagens, de dados, de som. Os homens podem se comunicar em poucos minutos, tomando decisões tão rápidas quantos os meios que conduzem suas mensagens. E grandes quantias monetárias circulam ao redor do planeta com

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agilidade nunca vista antes.

Mas o homem permanece perto de onde sempre esteve. Caminha ao redor de um mesmo lugar, do qual pouco se afasta. Seus passos são lentos, de modo que tal situação lhe confere sinais de estagnação. Ele ainda não percebeu que comanda tudo de um ponto inalterado através do tempo, e muda os meios sem sair do lugar. Chama isso de avanço e de modernidade. Mas seu espírito permanece dormente, omisso na missão para com ele mesmo

E acaba sendo a grande vítima de seus meios. Pois a velocidade destes suplanta sempre a lentidão moral dele. E ele se torna anacrônico perante a dinâmica da vida material. É o preço que paga, por ter esquecido de ser um homem de Deus, que devia trabalhar para a própria evolução, e para a humanidade à qual ele pertence.

70. Caminhada

Eleve seu pensamento para chegar a Deus, mas O encontre em você mesmo. Sublime Deus para chegar ao amor, que deve ser desenvolvido por você mesmo. Expanda o amor para praticar a caridade, e a cultive em seu espírito. Abone o seu próximo com a caridade, e entenda que você está presente nele. Então agradeça a Deus, por permitir que você seja parte de seus irmãos, pois é assim que também O alcançamos.

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71. Caminhos similares,ensinamentos diferentes

A vida costuma lhes apresentar caminhos que muitas vezes parecem repetitivos. Tal qual um filme que já foi exibido, inúmeros fatos ocorrem como se fossem retratos do passado, renovados no presente. Concentra-se no ar a idéia de que a monotonia se instalou naqueles momentos.

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Mas a vida, sendo uma escola que espelha a metodologia divina de ensino, projeta ciclos aparentemente similares com objetivos didáticos. Um desses objetivos está relacionado à chance concedida por Deus para que os erros cometidos em eventos anteriores sejam transmutados em eventos presentes e futuros, através do aprendizado. Outro objetivo está na assertiva de que esses ciclos podem ser similares, porém nunca serão iguais, de modo que aqueles que já aprenderam no passado, possam descobrir acontecimentos novos dentro do próprio aprendizado.

Numa análise mais pragmática, podem ver que o mesmo trajeto que realizam diariamente, para suas casas ou locais de trabalho, apresenta sempre a mesma direção, mas nunca registra os mesmos acontecimentos. Cada dia ocorrem eventos novos, sobre os quais poderão assimilar algum aprendizado.

E o mesmo ocorre na vida, que se apresenta como uma síntese dos ensinamentos divinos. Através da chance da reforma espiritual, da contínua renovação do aprendizado, e da eterna demonstração de amor, que é concedida a todos pela perseverante paciência de Deus para com seus filhos.

72. Cargas pesadas

Ao eliminar o rancor de sua vida, você a tornará mais leve, por não ter de suportar carga tão pesada na bagagem do espírito. E o mesmo ocorrerá quando ficar despojado da mágoa, da inveja, da vingança e de muitas outras imperfeições que reconhecer existirem.

Eliminando-as gradualmente, você chegará a uma raiz chamada ego doentio. Lute para curar essa patologia, e também perceberá que suas ansiedades diminuirão. Você estará mais

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tranqüilo para viver, sem a necessidade premente de aparecer. A sua trajetória será de naturalidade no agir, respondendo ao questionamento de sua consciência, pois seu compromisso será com você mesmo.

A naturalidade, assim, será o teor de sua existência. Marcada pela segurança dos seus atos, balizados pela consciência equilibrada entre razão e emoção. Conduzindo no espírito o leve espaço da sabedoria, que conquistou o vazio das imperfeições, o qual tanto pesava em sua caminhada.

73. Caridade e autocaridade

A prática da caridade possui muitas vertentes. Em todos os momentos da vida podemos praticar a caridade. Ao socorrer um necessitado materialmente, ao visitar um enfer-mo, ao ficar em silêncio para não humilhar ou ao fingir não ter visto o que pode envergonhar. A vida é um imenso campo para cultivarmos a caridade.

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Assim, a caridade depende muito de sabermos exercitar o silêncio, tendo em vista que quanto menos se fala, menos se agride. Também, ninguém precisa saber que praticamos a caridade. Por isso, o silêncio é fundamental. Ele se torna sinônimo de humildade.

E, ao praticar a caridade, o homem acaba sendo o maior beneficiário de seu gesto. Pois ele estará fortalecendo no espírito os melhores sentimentos de amor ao próximo e de bondade. Estará, no íntimo, praticando a autocaridade, ato típico daqueles que conhecem a força do amor próprio.

74. Caridade, forçada e espontânea

A caridade pode ser praticada de inúmeras formas, porém o despertar dela pode ser espontâneo ou forçado. O despertar forçado é aquele em que o homem a pratica induzido pelas opiniões alheias, ou mesmo pela necessidade de demonstrar que faz algo por alguém.

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Já a caridade espontânea é aquela tomada pela compaixão, partindo de sentimentos de paz, de luz interior e de amor ao próximo.

Entretanto, quanto ao mérito, elas se equivalem, pois a boa ação está sendo exercida, e isso é o bastante.

Porque pior do que ela ser forçada é a omissão. O ato de não fazer. Aquele que renega o homem ao círculo da indiferença e do egoísmo. Espontaneidades que fazem dele um ser inerte na estrada da vida.

75. Causas e culpados

Perante as dificuldades da vida, os homens tendem, antes de buscar soluções, a identificar culpados entre as causas. Esse procedimento assume um caráter desprovido de equilíbrio, considerando que entre as causas não somente existem pessoas, mas também

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acontecimentos de certa forma aleatórios. Buscar só os culpados é distorcer a verdade.

Além disso, apontar culpados de nada adianta, pois o importante do momento é trabalhar para encontrar soluções. As causas devem ser observadas como ensinamentos para que o problema não se repita, não como fonte de acusações e de vinganças.

Mas o homem não deve esquecer que, ao procurar ide,tificar as causas, precisa ainda considerar aspectos latentes, que muitas vezes lhe incomodam a consciência. Aqueles aspectos que também o apontam como culpado e, talvez, o maior deles. Por não ter tido a experiência necessária de agir de modo conveniente, perante decisões que exigiam de sua parte o equilíbrio da razão.

Sendo sincero com a própria consciência, ele não somente evitará novos problemas,

como deixará de adulterar a verdade, que tanto interessa para suas ações no futuro.

76. Cegueira espiritual e material

Em certas ocasiões, durante missões que realizamos na esfera do planeta, deparamos com encarnados afirmando veementemente que não existe vida após a morte do corpo denso.

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Estamos ali ao lado desses irmãos, naturalmente sem sermos vistos por eles, procurando instrui-los sem que percebam. Mas como não temos o direito de mudar suas opiniões, pois devemos respeitar o livre-arbítrio, afastamo-nos indo à procura de outros, mais receptivos à conversa mental que patrocinamos.

Situação similar ocorre diariamente entre os encarnados. Alguns, mais elucidados quanto às responsabilidades do espírito e os deveres reencarnatórios, presenciam outros irmãos divagando sobre temas nocivos e discorrendo sobre questões que prejudicam eles mesmos ou terceiros, sem que nada possa ser feito, tendo em vista que não querem dialogar nem aprender. E o livre-arbítrio deles também precisa ser respeitado. Tentativas insistentes de dobrá-los à razão somente causarão mal estar e divergências. Então é preciso ter paciência e deixar que Deus se encarregue de instrui-los. Não nos cabe essa tarefa, tampouco aos encarnados, que devem se afastar como a melhor política do momento.

Da mesma forma que aqueles irmãos não nos vêem quando estamos ao lado deles, e ainda descartam a nossa existência, também atraem o mal para perto sem que percebam o que estão fazendo.

Resta-nos orar por eles, para que aprendam sobre suas responsabilidades na vida. Deixarem de nos ver é explicável, considerando que nem todos possuem vidência. Mas deixar de enxergar o óbvio e suas conseqüências, ao optarem por erros e imperfeições, é desprezar a própria capacidade intelectual. E esta será desenvolvida, à medida que Deus proporcione os ensinamentos que lhes cabem.

77. Cegueira, daltonismo e cromoterapia

A cegueira se constitui numa provação que pode ter várias origens. Entre elas,

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prover ao espírito encarnado o ensinamento sobre o mal que ele proporcionou a outros em vidas passadas, através de agressões ou de omissões propositais. Mas também pode ser para que seja facultado um novo sentido à sua evolução, fazendo-o caminhar por vias de luz, que seriam evitadas se seus olhos fossem perfeitos.

Qual seria, então, em casos assim de cegueira, a utilidade da cromoterapia se o homem sem visão não pode ver as cores?

Em primeiro lugar, deve-se recordar que a cromoterapia vem como um instrumento auxiliar exógeno de um processo endógeno de cura. As cores são aplicadas para o fortale-cimento do estado de espírito, que esteja coerente com as necessidades fundamentais da procura de Deus.

Depois, sendo um processo que aborda o estado de espírito, com evidentes resultados sobre a matéria, a visão se apresenta como desnecessária. Não é imprescindível ver para sentir, considerando que o eletromagnetismo das aplicações cromoterápicas é que atua sobre vibrações similares internas do paciente que deseja a cura. Os olhos seriam apenas instrumentos adicionais, para o entendimento e o uso mais freqüente das cores pelo próprio paciente.

Tanto que inúmeras pessoas que têm visão perfeita não aproveitam o magnetismo das cores, desprezando ou desconhecendo as finalidades curativas do tratamento.

Outro exemplo pode ser dado com os daltônicos. A provação que trazem, embora mais branda do que a cegueira, decorre do fato de que a observação correta de determinadas cores, principalmente o vermelho, lhes causaria estímulos além do necessário, de modo a prejudicar-lhes a encarnação. A visualização do verde, por outro lado, teria caráter depressivo para alguns, pois é uma cor calmante sobre o corpo emocional. Assim, o daltonismo funciona como um filtro, para o equilíbrio cromático daqueles que já trazem problemas relativos a certas cores.

Isso não significa, no entanto, que tais cores não possam ser aplicadas em indivíduos daltônicos, quando necessárias. Apenas a visualização correta e freqüente delas traria o dese-quilíbrio. O que demonstra que, para os pacientes, os olhos da matéria funcionam mais como instrumentos auxiliares da cromoterapia do que como ferramentas indispensáveis.A sintonia principal, assim, está na capacidade do espírito trabalhar sua cura com apoio da cromoterapia. Pois os olhos do espírito são os que realmente interessam, para a autocura de todos os encarnados, cegos ou não.

78. Chacra Laríngeo e problemas na tireóide:Um enfoque exorcista

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Algumas entidades que habitam planos inferiores, sejam demoníacas ou não, possuem grande inteligência, porém infelizmente voltada para o mal. O que na prática pode ser questionado como sendo realmente inteligência, pois se assim fosse, estariam trabalhando para o bem e não para o mal.

De qualquer forma, convém esclarecer sobre a profunda criatividade que fica desperta nesses irmãos, quando praticam trabalhos de obsessão e cumprem os de magia negra.

Em geral, trabalhos voltados para o mal agem com grande intensidade sobre os chacras, principalmente sobre o plexo da coróide, na nuca, por onde vários chacras podemser atingidos.

Entretanto, ações maléficas concentradas sobre o plexo da coróide podem ser identificadas com certa facilidade, e, assim, também logo desfeitas. Pois, a partir de vibrações corretas, os nervos locais voltam ao seu estado original de equilíbrio eletromagnético.

Mas quem pratica o mal não deseja que sua atuação seja descoberta, e, dessa forma, procura utilizar toda sorte de subterfúgios para ocultá-la. Uma dessas ações é agir sobre o cha-era laríngeo, muitas vezes chamado de chacra do poder, por ser o determinante da voz, o som de comando, embora na verdade seja apenas o canal de outros centros de força.

Anulando funções do chacra laríngeo, estará também sendo comprometida a glândula tireóide, que atua sobre o metabolismo. Quando atingida, inúmeras complicações são registradas através do corpo físico, incluindo aí efeitos nocivos sobre o fígado, sobre o sistema cardiovascular com vaso-dilatação e débito cardíaco, dificuldades com o sono, inchações em diversas partes do corpo, tremores, entre outros.

Entretanto, as conseqüências também ocorrem sobre o sistema nervoso_ central, com ação danosa sobre neurônios. O paciente passa a se sentir inseguro, pensa estar com sérios problemas de raciocínio, além de outros sintomas que perturbam seu equilíbrio mental. Em casos mais graves, pode até ocorrer o suicídio, tendo em vista que o indivíduo entra em depressão e, em uma das crises, pode ser levado a atitudes extremas, se não tiver amparo espiritual.

Isso significa que o trabalho de magia negra ao invés de atuar diretamente sobre determinado ponto chave, como o plexo da coróide, ou diretamente sobre qualquer órgão físi-co, ele é dissimulado pela ação indireta que provoca. Ou seja, age simultaneamente sobre hormônios essenciais, provocando insegurança e desespero no obsediado, que por estar desequilibrado, passa a agredir o próprio corpo, com pensamentos que geram hormônios patogênicos.

E, além desses hormônios, são gerados anticorpos que atingem a própria tireóide. A seqüência se faz da seguinte maneira: O chacra laríngeo é enfraquecido por vibrações negativas, bem como pela inserção, muitas vezes, na paratireóide, de um nódulo etéreo de cor bastante escura. A tireóide é atingida e passa a apresentar os problemas anteriormente citados. Embora o indivíduo não saiba conscientemente o que ocorre, sua mente, num instinto natural, começa a comandar em larga escala a produção de anticorpos para combater esse nódulo etéreo, agredindo a própria tireóide e agravando o problema. A mente detecta

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o corpo estranho e a vibração negativa, ambos etéreos, mas segrega hormônios e anticorpos materiais, atingindo a tireóide, em clara encefalopatia.

Como em geral os indivíduos demoram a identificar problemas de tireóide, bem como demoram a consultar um médico, começam a achar que esses problemas mentais decorrem exclusivamente de crises neurológicas, desconhecendo que estas não determinam o diagnóstico de doenças específicas. São conseqüências, não causas.

Por essas razões, os tratamentos espirituais em geral, notadamente os exorcismos, devem levar em conta que sintomas em determinado local do corpo não representam necessariamente problemas naquele local. Podem ser, simplesmente, a causa de outros distúrbios, provocados por magias negras dissimuladas.

79. Chacras desproporcionais:as cores ajudam?

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Embora não seja comum, acontece: por questões cármicas, um indivíduo encarna num corpo físico, porém desenvolvendo na infância e na adolescência um dos chacras no mesmo tamanho utilizado em encarnação anterior.

Isso quer dizer que se ele for na encarnação atual fisicamente maior ou menor, o que certamente ocorrerá, então aquele chacra estará desproporcionalmente alotado no novo corpo.

Por exemplo, digamos que alguém numa encarnação anterior utilizou o corpo de um

homem alto e forte, que exigiu um chacra coronário proporcional àquela vestimenta física. Pelo fato de não ter sabido usar devidamente seus predicados físicos, sendo violento, ele pode reencarnar em corpo menor, até raquítico, porém desenvolvendo o chacra coronário nas mesmas proporções anteriores. É uma provação com a qual ele terá de conviver, da mesma forma que pessoas nascem com defeitos físicos, ou os desenvolvem durante a vida, como a cegueira, a surdez ou a paralisia.

O chacra, embora com rotação bem direcionada, tem suas pétalas afetadas pelo pouco espaço que lhe foi destinado. É o mesmo que ocorre com a hélice de um aparelho, a qual ao girar toca nas bordas que a circundam, fazendo com que a rotação seja interrompida momentaneamente, com o problema voltando a ocorrer de forma sistemática. Assim, para que possa girar corretamente mantendo suas funções, o chacra desloca-se naturalmente um pouco para fora do corpo, ficando em suas proximidades, fazendo com que suas funções energéticas sejam subotimizadas.

Casos como esse fazem com que o individuo sinta-se doente. Quando o problema é no coronário, são inclusive levantadas suspeitas de loucura ou de retardamento mental.

Como Deus, entretanto, sempre concede novas chances a seus filhos, poderá permitir que através de tratamento espiritual as dimensões do chacra sejam normalizadas. E nesse caso a cromoterapia se apresenta como fundamental.

Identificado o problema pela análise espiritual dos chacras, cabe o uso de luz azul naquele chacra durante cerca de dez minutos, acompanhado, ao final do tratamento, pelo mantra OM, pronunciado três vezes em nota musical mi, que gera a cor amarela do equilíbrio. Não é necessário ser em voz alta, pode ser mental. Percebam que a interação do azul com o amarelo proporcionará ainda gradualmente o verde da cura.

O mantra OM funciona como o som primordial, o aspecto supremo causal de tudo o que existe no Universo, a manifestação divina. É uma forma de invocar o criador para que ele restabeleça as funções vitais daquele chacra, adequando-o à perfeição e ao equilíbrio, o que significa, no caso, o posicionamento e a rotação corretos, e a sincronização com os demais chacras.

Tais tratamentos não costumam ser rápidos. Requerem bom tempo, chegando a meses com duas sessões semanais. Mesmo assim, recomenda-se acompanhamento posterior.

80. Com outros olhos

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A convivência com pessoas enfermas em hospitais e ambulatórios pode assumir visões distintas. Uma delas é aquela em que o indivíduo interage com o sofrimento dos doentes, sintonizando as vibrações que deles partem e, por conseguinte, também assimilando energias impróprias para sua condição.

A outra, é a capacidade desse mesmo indivíduo de olhar os doentes como seres carentes de amor e de paz. E entender que sua presença ali se constitui em períodos de alegria e de tranqüilidade para os enfermos, mesmo que sejam breves momentos, porque ele estará distribuindo a todos a sua vontade de auxiliar e de aliviar.

A prática da caridade junto a enfermos, portanto, também obedece às regras da inteligência construtiva, alem da compaixão. Pois o pensamento estará voltado para a cura, que tanto serve àquele que a distribui quanto ao que recebe, fazendo da convivência com os doentes períodos de paz interior; e não horas perdidas de angústia por vê-los sofrer

81. Combate silencioso

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A vida não se resume apenas à questão da sobrevivência no plano físico. Ela também se constitui no período necessário à transmutação das imperfeições do espírito. Ela é o palco onde cada homem se toma um campo de batalha, lutando para eliminar a própria negatividade.

Não entender a vida sob esse prisma não é apenas perder tempo, mas principalmente ser derrotado. O homem que se acomoda perante suas imperfeições, sem luta, assume a derrota sem mesmo ter iniciado o combate. É um ato de covardia contra o próprio ser.

Todos sabem que vida é luta. Muitas vezes cruel e desumana. Porém a principal luta. é aquela que os homens conduzem silenciosamente, onde quer que estejam no planeta, em lugares de paz ou de guerras. É uma luta que deve ser permanente, pois somente serão vitoriosos quando derrotarem a fraqueza perante as imperfeições. Serão muitos os combates na batalha da vida, para que obtenham a evolução do espírito.

82. Compartilhar os sentimentos

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A complementaridade que existe entre o homem e a mulher nas relações afetivas é muito mais ampla do que habitualmente se imagina na Terra. Ela não se limita ao óbvio dos corpos densos, expandindo-se também às esferas da razão e da emoção.

E justamente nessas faculdades, quase sempre ignoradas e mal utilizadas, é que se encontram chaves importantes que fortalecem a aproximação de um casal.

O espírito, esteja ele encarnado em um homem ou numa mulher; não tem sexo. E por isso mesmo possui a habilidade infinita da compreensão sobre os sexos, dependendo apenas de seu livre-arbítrio no desenvolvimento do cerne divino que nele existe.

Assim, ele pode, e deve, permear para o corpo denso a sensibilidade que envolve os sentimentos mais nobres de cada um dos sexos, sem perder, em momento algum, as características psíquicas e físicas desse mesmo corpo denso que ele habita.

Em outras palavras, se o homem através de sua parte feminina, presente em seu espírito desde a criação, decifra os enigmas existentes em sua parceira, sobrepondo-se ao corpo emocional dela, ele tende a ser mais sensível, verdadeiro, compreensivo e sereno, qualidades que cativam sobremaneira. E isso estará ampliando o seu envolvimento com a parceira, tor-nando-o, em termos físicos, ainda mais masculino, sem a necessidade de gestos embrutecidos para demonstrar condições de virilidade. A maior virilidade dele estará no amor, equilibrada pela razão e pela emoção, de suas partes masculina e feminina atuando simultaneamente.

E o mesmo acontece com a mulher quando através da sensibilidade masculina, congênita do próprio espírito, procura compreender os anseios do homem.

Dessa forma, os seres humanos precisam entender que Deus, que é o amor e a perfeição em suas respectivas essências inatingível e absoluto, também está presente nos relacionamentos afetivos. E, através Dele, até o sexo perde qualquer caráter de vulgaridade, para se tornar uma relação de amor sincero entre um homem e uma mulher. Marcando os relacionamentos com sentimentos nobres e equilibrados, essenciais em um mundo tão pouco espiritualizado como a Terra.

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83. Competição

As características que envolvem a sobrevivência na Terra, com extremo senso de competição, conduzem os homens a ações impensadas e inconseqüentes, porque se prendem ao imediatismo do ganho material.

A apropriação de riquezas nunca pode esperar, é urgente, inadiável, e dificilmente satisfaz, pois tais valores serão os instrumentos para tempos de autorealização quanto ao dinheiro. E, este, por sua vez, a chave do ego, que permite o acesso ao prazer generalizado, se recordarmos que valores monetários são no mínimo admirados, quando não fonte de desvirtuamento. Compra-se praticamente tudo, e por essa razão o dinheiro é tão louvado. O apego a ele faz da luta pela acumulação de riquezas algo que supera o que poderíamos considerar exagero, muito além de uma ambição saudável.

E acontece de aqueles que já possuem muito conseguirem mais ainda, visto serem decididamente fortes, numa competição que não se direciona ao bem estar do ser humano, mas ao hipócrita endeusamento de poucos seres humanos. E a competição não cessa, sendo muitas vezes cruel, imoral, corrupta, desprezando o que existe de mais nobre na Terra, que é o homem.

Aqueles que se preocupam exageradamente com riquezas e bens materiais esqueceram, no entanto, de conduzir uma competição vital para suas existências, aquela que devem travar contra eles mesmos. No sentido de vencer a ganância, a arrogância, o descaso, a omissão social e a luta contra as imperfeições que maculam o caráter, na conquista de virtudes que engrandeçam o espírito.

Tais homens poderão sempre ser os vencedores na competição injusta que vinga sobre a Terra, objetivando riquezas, até o dia em que deixarem o planeta, caminho irreversível determinado pela irreparável justiça divina. Quando constatarão serem grandes perdedores, porque não foram hábeis para vencer a competição moral contra si mesmos.

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84. Conflitos familiares

Os conflitos familiares são fatos comuns na Terra. Eles derivam de acontecimentos ocorridos em outras encarnações, quando inimigos ferrenhos em vidas anteriores se encontram posteriormente como parentes próximos, vivendo sob o mesmo teto.

Essa é uma das formas para que esses irmãos se vejam realmente como tais, transmutando os conflitos do passado em prol de uma convivência pacífica e harmoniosa. Mas sabemos que na prática isso é difícil, apesar da reencarnação apagar da memória consciente esses conflitos.

A pretensa harmonia, no entanto, pode ser bastante prejudicada pela memória secular,

inconsciente, do espírito encarnado, de modo que essa memória se manifeste na forma de agressões mútuas, verbais e até físicas. Muitas vezes alavancada por entidades espirituais de umbrais inferiores, que se aproveitam do estado de animosidade existente. Sendo mais preciso, do estado pré-existente, que elas sabem existir.

Nessas horas cabe o freio dos impulsos, face à sabedoria da razão. Pois um homem elucidado sabe que discussões grosseiras, agressões verbais e físicas somente agravam pro-blemas, principalmente quando se trata de familiares envolvidos. É a hora em que a razão deve trazer a paz. De ouvir sem responder, de ser inerte perante à agressão, de ser sábio frente à irracionalidade. Essas serão as melhores atitudes, sempre, nos conflitos familiares.Com esse comportamento, sentirão aos poucos que a paz interior os conquista. Com o tempo será difícil abalá-la. É o jeito de fazer sua parte no entendimento familiar. Transmutando conflitos de eras passadas, que podem ter sido causados por você mesmo.

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85. Confundir por não conhecer

Pelo tamanho da Terra, habitada por bilhões de homens que não se conhecem, e muitos dos quais trazendo carmas interativos uns com os outros, desde encarnações passadas, não é difícil perceber os problemas morais e espirituais que se abatem sobre o Planeta.

Não é preciso buscar exemplos complexos. Basta reunir algumas pessoas para determinada atividade profissional, ou mesmo religiosa, e logo se verificam as intrigas, maledicências e ironias. Os homens precisam viver em sociedade, porém têm grande dificuldade de fazê-lo.

Isso ocorre porque existe na cabeça das pessoas enorme confusão entre respeito e fragilidade, entre amor e sexualidade, entre força e violência, entre honestidade e ingenuida-de, entre paciência e inoperância. Os homens não se respeitam porque não se entendem, e não se entendem porque não conhecem a si mesmos. Se conhecessem suas necessidades espirituais, estariam com o compromisso de atende-las com boa vontade e auto-estima, o que lhes possibilitaria também melhor compreender o próximo.

As reformas moral e espiritual, que cada homem aporta em seu próprio ser, são, assim, as chaves da vida em sociedade. Pois, ao curar seus males do espírito, o homem se toma mais tranqüilo e afetuoso. E, se todos agirem dessa forma, estarão criando as bases de uma real convivência pacífica, mesmo em um planeta habitado por bilhões.

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86. Conhecimento

Não seja vaidoso por achar que o conhecimento de seu interesse está limitado ao seu conhecimento. Não se tome um presunçoso que afirma não existir o que você não conhece. Não tolere a ignorância de desprezar o conhecimento infinito que se encontra oculto no desconhecido. Não renegue aqueles que aparentemente sabem menos que você, mas que por humildade escondem o saber, que pode ser maior do que o seu. Entenda que todo o conhecimento do homem é insignificante frente à grandeza de Deus, que representa a eternidade da gnose universal. Pois, desse modo, você estará conquistando sempre algo novo em sua vida, por admitir não saber.

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87. Conquistando o inatingível

Sendo Deus inatingível, tendo em vista representar a perfeição absoluta que equilibra o Universo, isso não seria um desestímulo para quem procura alcançá-Lo?

Embora à primeira vista pareça uma contradição, lutar por algo que nunca será conquistado, a busca por Deus se constitui mais do que em um objetivo longínquo. Na práti-ca, lutar por Ele é o mesmo que lutar pela perfeição, ou seja, adquirir de forma contínua os conhecimentos necessários para o eterno aperfeiçoamento. É saber que, através Dele, hoje somos melhores do que no passado e, no futuro, seremos melhores do que hoje.

É viver, em suma, sob a égide da esperança, que não conquista apenas um objetivo, mas inúmeros, através da eternidade. E a cada sucesso obtido, estamos reconstruindo nosso espírito conforme os contornos da gênese divina, edificando valores que nos engrandecem através da auto-realização.

Por essas razões, não é contraditório lutar pelo inatingível que Deus representa. Contraditório seria ser omisso, tornando Deus uma ilusão carente de esperança, a qual se constituiria em enorme vazio, deixando-nos ao capricho da ignorância, que não permitiria entender a existência Dele, tampouco a nossa própria realidade.

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88. Conquistas compartilhadas

A dinâmica da vida é patrocinada pela nossa vontade, e quando transmutamos essa vontade na direção do bem realizamos conquistas notáveis.

Mas nunca encarem essas conquistas como meros instrumentos particulares de bem-estar. Dividam-na com seus entes queridos e com aqueles que precisam de vocês. Assim, sempre receberão as graças de Deus e serão seus representantes na solidariedade com nossos irmãos.

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89. Construindo a relação afetiva

A busca que homens e mulheres desenvolvem, na procura pelo parceiro afetivo ideal, por natureza apresenta inúmeras dificuldades.

A começar pela constatação de que a Terra, por ser um plano de imperfeições, abriga seres que na maioria são desprovidos de controle das emoções, e de pouco empenho no exercício da razão. Além de que Deus criou seus filhos únicos, o que os torna diferentes uns dos outros, com opções próprias quanto ao estágio evolutivo em que se encontram.

Acrescenta-se ainda o fato de os homens terem a necessidade premente da liberdade, não somente física, quanto no que toca ao exercício pleno do livre-arbítrio, advindo também as questões de gosto quanto à atração física, hábitos e desejos.

Como podem ver, as barreiras que impedem o entendimento adequado entre as partes assumem dimensões significativas nos campos espiritual, social e psíquico.

Por fim, considera-se a dificuldade de as pessoas interagirem por não se conhecerem, ou porque existem desconfianças mútuas diversas nas aproximações e nos pré-julgamentos.

A rigor, se todas essas barreiras forem consideradas, pode-se entender que relacionamentos afetivos se constituem em verdadeiras obras de arte a serem erguidas. E cada um que deseja encontrar sua outra parte deve aceitar o compromisso inicial de que nunca encontrará o ser perfeito.

Isso, então, exige paciência de uns com os outros e o bom senso de se analisar o parceiro. Enxergá-lo sob os olhos das virtudes nele presentes, sabendo também que as tentati-vas de contornar as imperfeições devem ser fundamentadas no diálogo e na razão, nunca nas imposições e ameaças. Assim, deve-se saber criticar, mas também receber a crítica de modo natural e pacificamente.

O mais importante, entretanto, é a hora da decisão definitiva a respeito de um parceiro. Sabe-se na maioria das vezes, com antecedência, que aquele não é o ideal, dados os sinais emitidos pela convivência constante, os quais confutam sobremaneira com o que se deseja. Mas insiste-se, pensando no tempo que pode ser perdido, nas dificuldades de uma nova busca, na esperança de promover mudanças no parceiro, no que outros dizem, e em diversos fatores que são duvidosos quanto à decisão a ser tomada. Se os atributos realmente sérios fossem considerados, muito seria evitado quanto à consumação do casamento ou de uma união, pois estes simplesmente teriam sido racionalmente evitados ou confirmados. A insistência do erro na escolha decorre da emoção que supera perigosamente a razão, sem contar com indesejáveis ingerências de terceiros.

Deve-se, desse modo, dialogar, questionar racionalmente e pesar honestamente as conclusões, sem interferências alheias, pois relação afetiva é decisão absolutamente pes-

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soal. Para que as relações deixem de ser fantasias momentâneas de pessoas ansiosas, para se tornarem o encontro real daqueles que se amam. Pois são os próprios parceiros que constroem a vida afetiva, com base na sinceridade recíproca e respeito à individualidade, que incluem o equilíbrio entre razão, emoção e espiritualidade.

90. Construindo o equilíbrio

O que o homem pode desejar mais para ele, além da própria vida, senão estabelecer as bases de um progresso contínuo de duração eterna? Esse progresso, em termos de mate-rialidade, se constitui na transmissão do conhecimento através das gerações, tendo evidentemente um futuro incerto, devido à perecibilidade de tudo o que é material no planeta.

O outro progresso, de ordem espiritual, também pode ser transmitido através das gerações, da mesma forma que o progresso material, mas com a possibilidade de ser levado individualmente por cada homem através da eternidade, dada a qualidade do espírito.

Assim, a dedicação exclusiva ao progresso material faz com que o homem estabeleça o conforto para a humanidade corno um todo, descuidando, entretanto, do alento espiritual. É investir no passageiro, em detrimento do que clama pelo conforto na imortalidade. Mas, por outro lado, dedicar-se somente ao espírito, causaria sérios transtornos às gerações que encarnam na Terra, necessitadas do cenário material para evoluírem, o que torna indispensável o homem ser comedido, mantendo o equilíbrio entre espírito e matéria.

Apenas um cuidado precisa ser estabelecido: o de como cada homem, que tem uma parcela de responsabilidade perante os demais, deve conduzir esse processo, o verdadeiro equilíbrio do progresso.

Investindo inicialmente na matéria, ele corre o risco de se prender em demasia ao que lhe é palpável, descuidando-se do lado etéreo que precisa despertar em sua inteligência. Buscar depois o espiritual, pode ser tardio. Talvez anos de vida sejam consumidos sem o necessário despertar, o que pode ocorrer somente nos estágios finais da encarnação, e até mesmo nem se manifestar.

Porém, se o homem souber, desde cedo, iniciar sua busca por Deus, paralelamente ao seu trabalho junto à matéria, então ele fará descobertas muito além do que imagina. Aprenderá, guiado pelo desenvolvimento espiritual, como estabelecer bases realmente humanísticas em termos de seu trabalho para o progresso na Terra. Ele se dedicará à medicina e à cura e não à fabricação de armas, ele investirá na natureza e não na exaustação irracional dos recursos naturais, ele se preocupará com a pobreza e com a solidariedade e não com a especulação improdutiva. Ele deixará de ser tirano, para ouvir o que seus irmãos desejam dialogar, e descobrirá que está presente, através de Deus, em cada um deles. Ele será, antes de tudo, um homem preocupado em ser instrumento da humanidade que ele representa, e não em se afastar dela no próprio interesse.

A vida requer equilíbrio, mas de forma razoável e sábia, o que patrocina os aperfeiçoamentos da matéria e do espírito, vendo o progresso material como resultado do progresso espiritual, conquistado pelo eterno desejo de amar.

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91. Contradições sobre Deus

Duvidar da existência de Deus é um direito inalienável de cada homem. O próprio Pai Celestial concede esse direito através do livre-arbítrio. Mesmo porque a sua existência não deve ser imposta, mas aceita como fato natural assimilado pela inteligência do espírito.

O que é de se estranhar, no entanto, são as contradições criadas pelos homens quando dizem acreditar ou não acreditar Nele.

Alguns afirmam serem ateus, porém não deixam de freqüentar locais classificados como de baixa espiritualidade, para pedirem proteção quando cometem atos escusos. Outros O classificam como uma farsa criada pelos próprios homens, mas temem cometer o mal para que não venham a pagar no futuro, fugindo de uma possível justiça natural. Será que não percebem que, nesses dois exemplos, estão sendo contraditórios quanto ao ceticismo que afirmam?

Por outro lado, existem também aqueles que crêem em Deus e querem impor sua crença aos demais. Para isso, fazem de Deus uma figura temida e pronta a castigar. Será que também não percebem que estão se contradizendo, ao tentar rotular o Criador, que se confunde com o amor eterno, como um ser que amedronta ao invés de ser amado? Com isso estão desautorizando as palavras de meu querido Mestre Jesus, que sempre mostrou Deus como um Pai cheio de amor e que respeita o livre-arbítrio de seus filhos.

Uma coisa é certa. A humanidade não pode conviver sem Deus, esteja contra ou a favor Dele. Mas, a partir de contradições como as que foram mencionadas é que os homens precisam examinar suas posições, no que tange à idéia de Deus. Caso contrário, estarão fragilizados frente às próprias crenças, que além de não os conduzirem a lugar algum, farão deles indivíduos espiritualmente inseguros, com conseqüências impróprias para a vida como um todo.

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92. Corações partidos

O senso de amor, de fidelidade e de sinceridade está Cada vez menos presente nos

relacionamentos afetivos. A Intensidade dos desejos se concentra na carne e na matéria, em detrimento dos valores elevados do espírito, renegados a patamares inferiores. E como a carne é perecível, o desejo por ela percorre o mesmo caminho, tornando os relacionamentos efêmeros e enfadonhos.

Sofrem parceiros, sofrem filhos, sofrem famílias. Casais se separam, porque os parceiros cansam-se uns dos outros. E depois partem na busca de alternativas, que se apresentam como esperançosas, mas que na realidade, quando ocorrem, produzem conquistas que se constituem em sucessos fracassados. Isso porque o início da relação já vem com o estigma do interesse na carne e na matéria, repetindo erros anteriores, que desprezaram as virtudes espirituais.

O ser humano carece, assim, do companheirismo ideal, pois as decepções superam a alegria de um início aparentemente promissor. O tempo passa, deixa todos ansiosos, porém não os torna racionais, porque continuam investindo substancialmente em dois corpos emocionais: o próprio e o do parceiro. E quando a razão é necessária, não a encontram, pois não a cultivaram.

E isso se repete, como numa procura sem fim, no decorrer de uma vida que tem fim, tornando o estigma do erro numa cansativa busca. Para que os sucessos fracassados se renovem, fazendo homens e mulheres infelizes com a felicidade passageira. Até quando?

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93. Cores, arcanos a desvendar

As cores expressam a pluralidade da beleza divina. Tentar decifrar as origens de suas funções nos colocaria frente a grandes enigmas. Sabemos que, pelos resultados obtidos, determinada cor possui efeitos curativos ou tranqüilizadores. Porém, explicar por que isso acontece traz à tona a questão dos arcanos.

Para quem está vivendo a encarnação na Terra, a percepção das cores é ainda extremamente primária, dada a sutileza que envolve o infinito número de tonalidades de cada uma delas. Diversos trabalhos espirituais, quando são realizados por irmãos do Cosmo, utilizam prismas plasmados, que recebem a luz divina, fracionando-a em inúmeras cores e respectivas tonalidades necessárias àquele trabalho curativo específico.

Os cálculos realizados quanto à inclinação desses prismas, bem como as cores que serão refratadas a partir dessa inclinação, decorrem de computações mentais reguladas pelos irmãos de luz, que se valem de instrumentos similares à matemática védica. São procedimentos de elevado conhecimento e sabedoria, cercados dos cuidados mais nobres para que o tratamento seja eficaz.

Isso requer contrapartida daqueles que operam na Terra esse mesmo trabalho, fornecendo o ectoplasma e as vibrações necessárias. E a primeira delas deve ser o comporta-mento isento de mistificações.

Um dos maiores problemas ocorre quando, em trabalhos espirituais, são vibradas cores escolhidas no momento pelos participantes encarnados, as quais não fazem parte do trabalho, não sendo necessárias ao mesmo. São meros preciosismos de certos médiuns que acreditam estar ajudando no instante que vibram uma cor de sua preferência e que julgam ser de utilidade. Essa prática pode desfigurar o tratamento. A interferência de cores não recomendáveis naquele momento reduz o potencial do caudal emitido a partir do prisma cósmico, ou mesmo a partir da vibração canalizada por algum irmão do espaço.

Por essa razão, é fundamental que médiuns vibrem exatamente a cor que lhes foi recomendada para aquele tratamento. Ou então, no caso de não terem instruções quanto à cor específica, vibrarem apenas sem estabelecer cores, quando muito apenas uma luz cristalina incolor.

Esses procedimentos facilitarão sobremaneira a realização de tratamentos, sem a interferência de energias que podem ser úteis em alguns casos, porém não naquele momento. Os encarnados precisam saber que ainda têm muito a aprender sobre cores, que somente deixarão de ser enigmas à medida que Deus divide seus conhecimentos Nu

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premos com aqueles que galgam os planos ascensionados.

94. Crer em Deus

A dúvida entre os encarnados a respeito da existência de Deus poderia ser facilmente resolvida por Ele mesmo, no momento em que desejasse aparecer de modo claro para aqueles que só percebem corpos materiais.

Como se sabe, entretanto, o Pai, em sua infinita bondade e humildade, deixa que seus filhos desfrutem do livre-arbítrio de decidirem sobre Ele. E isso faz com que muitos simplesmente não acreditem na existência de Deus

Outros, no entanto, dizem acreditar em Deus, porém agem como se Ele não existisse. A começar por terem pensamentos inadequados, bem como ações dissimuladas, como se Deus não fosse capaz de ver e de sentir o que fazem. Esses simplesmente subestimam Deus.

E, finalmente, existem aqueles que oram com freqüência, são freqüentadores regulares de instituições religiosas, estudam livros considerados sagrados, porém não assimilam os objetivos de todo esse esforço. Apenas perdem tempo, quando na prática do viver, nos atos do dia a dia, têm comportamento tão condenável quanto daqueles que, consciente ou inconscientemente, desprezam as máximas divinas.

Do que se conclui que acreditar em Deus não é um exercício cultural ou social, destinado a dar provas de sabedoria e de elevação moral. Acreditar em Deus é, antes de tudo, despertar as forças latentes que se encontram na alma, tendo pensamentos construtivos, agindo com amor e praticando a caridade, tudo sem alardes. Desse modo, estarão unindo crença e fé, num sentimento uno de verdade, de sinceridade com a própria consciência.

Deus sendo a verdade, o amor, a paz, o conhecimento, o eterno e o infinito, será cada vez mais sentido por aqueles que buscam esses fundamentos básicos da vida. E acreditar em Deus será apenas a consciência primária, sobrepujada pela certeza de conviver com Ele.

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95. Criação, transformação, transmutação

Uma das principais responsabilidades que devem ser assumidas por todos os espíritos, encarnados ou não, é a consciência de que todos têm parcela de participação no que é criado no Universo.

Se a criação parte de Deus, então o dever é no sentido de preservar e aprimorar. Se, no entanto, ela vem através de outras vias, cabem reflexões a respeito.

Inicialmente, tudo o que é gerado no Universo permanece. O que muitas vezes se imagina ter sido destruído, na realidade se transforma ou é transmutado, porém não desaparece da forma que muitos acreditam. O que significa dizer que bem e mal são criados a todo o momento, ficando à deriva nos diversos planos, à mercê de serem sintonizados por quem se encontra na mesma freqüência.

Se, por exemplo, alguém comete um crime, além do mal em si que foi praticado, é gerada também a energia cromática correspondente, com todos os seus atributos negativos. Esse plasma, material, então, vaga pelos planos inferiores ou ainda em evolução primária, e toda vez que o evento é mencionado, reconstituído, ou recontado, aquela energia é atraída imediatamente. Dependendo do estado físico e mental dos que participam naquele momento, problemas sérios de ordem espiritual e material podem ocorrer, com conseqüências imediatas ou mesmo futuras.

A contrapartida também é verdadeira. Atos nobres, de paz, de amor, atraem vibrações do mesmo nível e despertam bons sentimentos. Servem até de exemplo, para que sejam praticados por aqueles que desejam, de alguma forma, contribuir para a evolução do plano onde vivem.

Assim, tanto o bem quanto o mal praticados, que no Buindo são criações dos agentes participativos, estarão de alguma forma ou de outra sempre presentes no Universo.

O problema principal decorre do período que envolve a consecução de um ato, até o momento em que ele é transformado, transmutado, e até mesmo esquecido.

Essa é uma das razões pelas quais não devemos prender-nos a acontecimentos negativos ocorridos no passado. Muitos irmãos têm esse hábito, de recordar fatos que lhes marcaram negativamente a encarnação, colocando-se como vítimas que necessitam de piedade. Isso, na verdade, lhes atrasa ainda mais a evolução, pois estão sintonizando vibrações negativas ocorridas no passado, mas que são novamente atraídas. É como se, simbolicamente falando, fosse perpe-tuada a sensação do sofrimento.

Para que isso não aconteça é necessário o esvaziamento da mente através da meditação. Deixando a mente isenta dessas vibrações inferiores, ela se apresentará como um terreno fértil

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pronto para serem plantados novos pensamentos, que irão gerar bons frutos. E isso é criação, voltada para o bem, para o progresso, para a evolução.

Além disso, deve-se lembrar que os fluidos positivos e negativos tendem a direcionamentos específicos. Por sintonia, os fluidos negativos são atraídos para umbrais inferiores, habitados por demônios, elementais diversos do mal, e por outros irmãos em evolução, como um verdadeiro depósito de detritos cósmicos. Isso significa que quando atraídos novamente para perto de quem os criou, ou para lugares em que foram gerados, atraem junto alguns irmãos sofredores do baixo astral, os quais se apegaram àquela vibração. Esse é o motivo pelo qual muitos lugares como prisões, campos de concentração e locais onde ocorreram sofrimentos são tidos pelos encarnados menos esclarecidos como sendo mal- assombrados. Esses locais são ligados interativamente a planos inferiores, através de verdadeiros dutos, por onde são canalizados vibrações e espectros negativos de toda espécie.

O mesmo acontece quando em trabalhos de limpeza espiritual são afastadas obras de magia negra e similares. Elas são desfeitas de modo que quem as produziu no plano espiritual é levado a conduzi-Ias para umbrais inferiores, onde devem ficar, aumentando a carga de sofrimento local. Por essa razão, esses irmãos infelizes depois procuram quem os invocou e encomendou a magia, para lhe entregar a carga que pediu para ser plasmada. Essa carga por vezes é tão densa e pesada, que costuma acompanhar quem a invocou por várias encarnações, tornando-se um estigma.

Em termos de como ocorrem os movimentos espirituais em ambas as direções, superiores e inferiores, o movimento em direção a umbrais inferiores se dá através de espirais para baixo, no sentido anti-horário, provocando enorme fricção que produz elétrons. Estes, em excesso, acabam por acrescentar vibrações negativas em planos onde vivem entidades ignorantes voltadas para o mal, reforçando aquele estado crítico.

É a pura dinâmica da negatividade, não sendo aceitas as influências positivas que poderiam quebrar esse círculo vicioso, sendo mantida acesa a chama do caos. Pois nem todo fogo é sagrado, nem toda salamandra é um espelho do bem. O fogo está presente em todos como ato da criação divina, porém no momento em que não é reconhecido como tal, apresenta-se sob a forma de fogo negro. É a incapacidade do indivíduo, encarnado ou não, de se deixar levar pela razão, sendo inconseqüente e prendendo-se à agnosia de sentimentos inferiores.

E a chama do fogo negro apresenta-se realmente nessa cor. De aspecto repugnante, pesado, ela se manifesta como espectro resultante de cargas negativas, sendo a ignorância o seu estopim.

Já o movimento em direção ao Cosmo apresenta-se no sentido horário e para cima. Esse movimento eleva no espírito a quantidade equilibrada de prótons tão necessários ao processo ascensional. É gerado aí o verdadeiro fogo criador, fruto da consciência eletromagnética do espírito, que se traduz como razão evolutiva ou razão plena. O fogo passa a ser utilizado não só em sua essência única, como também através da manipulação dos demais elementos da natureza, tendo em vista a sua presença em todos os elementos. Isso visa a transformação e a transmutação do Universo, em seus vários aspectos e moradas.

É também o fogo criador que provoca a clareza das mentes obscuras, transmutando o fogo negro. Por essa razão, o fogo criador não deve ser e nem nunca será destruidor, mas como o seu próprio nome diz, será sempre criador. No sentido de fazer com que a ignorância, o mal e a negatividade se transmutem, pois ele traz a luz.

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De modo mais simples, quem deseja realmente ser um instrumento de Deus necessita desenvolver a consciência da criação. E essa passa pelo inevitável da contínua transformação da matéria no Universo, e na necessária transmutação dos espíritos através do amor, da paz e da luz. E isso se chama caridade. Conceder aos outros as mesmas chances que nos foram dadas por Deus.

96. Crueldade contra os animais

Quando alguém pratica crueldades contra animais está direcionando sentimentos de agressão e de ódio. Como não pode extravasar esses sentimentos para outros seres humanos, por respeito ou até por covardia, então os concentra em animais que se tornam indefesos por estarem geralmente em cativeiro.

Não pensem que é raro o fato de pequenos animais domésticos sofrerem os mais terríveis tratos, verdadeiras torturas. Sob o argumento de que precisam ser treinados, seus donos destilam neles verdadeiras cargas de hostilidade e de violências.

Mas, nesse comportamento, é que os homens precisam perceber o soar de um alarme. O de que concentram em seus espíritos maus sentimentos que necessitam ser urgentemente extirpados, transmutados. Caso contrário, estarão agindo como animais irracionais, espelhando as pobres criaturas que padecem sob suas torturas.

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97. Cultivando a razão

O homem, mesmo coberto de razão, derrota todos os seus argumentos quando se torna violento. Pois argumentos qualificados pela violência perdem seu valor, desqualificando a razão.

Os homens foram munidos com a inteligência para que aprendam a não utilizar a violência, que se constitui na essência da inutilidade. Que exercitem a inteligência como um hábito de quem se considera de fato racional.

Assim, quando levantar a mão para cometer uma violência física, ou abrir a boca para praticar uma violência moral, pare e pense. Além de perder a razão, você mesmo se incluirá, no futuro, no rol dos inúteis. Que não sabem utilizar a própria inteligência.

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98. Cura

Os doentes clamam pela cura. Rogam a Deus que sejam curados, ou para que eu interfira em seu favor na busca da cura. Mas será que sabem o que é cura?

A cura possui espectro muito mais amplo do que imaginam, muito além da mera extinção de uma doença no plano físico. A cura é um processo contínuo a ser desenvolvido por todos os homens, porque as imperfeições e a negatividade que os atingem são doenças do espírito. As faltas que cometeram em suas diversas encarnações, e outras fal tas que ainda cometem, são doenças do espírito. São doenças que precisam ser irreversivelmente curadas. E isso se faz através da transmutação.

Cura, portanto, é um dever de cada homem com relação ao seu próprio progresso. E, sendo assim, não esqueçam que as doenças físicas que enfrentam na Terra são conseqüências das doenças espirituais que plantaram no passado, mas também acabam se tornando a cura destas. Pois Deus, em sua infinita sabedoria, permite que a doença seja a alvorada da cura. Concede aos homens a chance de transmutarem a doença, revelando-a como cura. Isso depende de cada um entender a mensagem do Pai. Depende de cada um ser o médico do próprio espírito.

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99. Cura da mente e não dos olhos

O homem procura ver o que lhe causa prazer e bem-estar. A fixação de imagens se constitui no meio que ele encontra de reviver fatos ocorridos, ou de gravar cenas estáticas que presenciou em fotografias e pinturas.

Ele absorve, então, fatos com os quais se encontra sintonizado, que podem ser revividos através do exercício mental da recordação.

Seja qual for o assunto, para o bem ou para o mal, fica fazendo parte do seu arquivo de cenas disponíveis, que pode ser acessado a qualquer momento. E isso significa que tais imagens, pintadas nas mais diversas cores e sintonias vibratórias, estão ali plasmadas à sua disposição.

Em outras palavras, ainda quer dizer que se esse mesmo homem se concentra excessivamente em sexo, o arquivo plasmado à sua disposição estará contendo enorme gama de informações sobre esse assunto. O que acontece também se ele se realiza em admirar cenas de sangue e de violência, ou exercita sua mente na produção de atividades que só visem o proveito próprio. Tudo ficará gravado.

Da mesma forma que se utiliza na Terra álbuns de fotografias para guardar lembranças dos momentos vividos,cada homem possui um verdadeiro álbum etérico de imagens que sintonizou. E cabe, então, em benefício do próprio equilíbrio, regularmente fechar os olhos e folhear esse álbum, examinando as imagens que conserva.

Essa prática de meditação costuma ser reveladora. Ela mostra o que os olhos procuram ver regularmente. E caso as imagens assustem ou não agradem, o que fazer? Fechar os olhos para esse tipo de imagens, quando deparar com elas na vida? Será esse o melhor caminho, culpar os olhos pelo que eles possam ver, mesmo que acidentalmente?

Ou tentar entender que a mente é que sintoniza e guarda essas imagens, por compatibilidade vibratória ?

Os homens costumam culpar qualquer coisa ou terceiros por suas faltas, menos a si próprios. É muito mais fácil continuar fugindo da responsabilidade, do que admitir erros e

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imperfeições. É muito mais fácil culpar os olhos do que a mente.

Nesse caso, devem educar a mente, no sentido de que ela é que necessita ser curada. Se a mente se encontra equilibrada, os olhos poderão ver as mais desagradáveis cenas, ou aquelas que antes pareciam agradáveis mas que hoje perturbam, sem que haja alterações emocionais. E a razão entende o porquê de muitos acontecimentos adversos, vendo-os com mais naturalidade sob a ótica da sabedoria divina. Mesmo que sejam estimulantes ou tentadores, a mente controlará os excessos e o que for desaconselhável.

A força do homem, assim, está na mente equilibrada pela razão, que saberá discernir sobre o que é melhor para o corpo a para o espírito. Deixando de culpar os olhos, pelo que a mente sempre deseja ver.

100. Decifrando o axioma

Devido à característica de ser uma verdade que se explica por si mesma, Deus se torna para os homens a referência do absoluto e da ordem no Universo. O aspecto de unidade que O envolve passa a ser percebido como uma forma consistente, muitas vezes confundida com a própria figura humana, que os homens tentam visualizar de longe quando O invocam ou quando oram.

Torna-se inviável, assim, explicar o axioma Deus em sua plenitude. Principalmente se for considerado que, para explicar algo de modo preciso, é necessário conhecer todas as nuances que envolvem o objeto analisado. E nunca Deus será totalmente entendido, visto seus atributos infinitos. 'Trata-se, portanto, de processo agnóstico.

Deus, assim, é para ser conquistado pela eternidade, não como um ser uno e indecifrável, mas como um axioma constituído por infinito número de informações imutáveis, quanto à verdade que representam. E essas informações são ensinamentos que seus filhos adquirem, à medida que assimilam os princípios perenes da razão.

O significado disso é que a evolução se faz pela progressão sistemática do aprendizado, e pela assimilação sobre a essência divina. E sendo contínua, a evolução soma dinamicamente atributos qualitativos ao espírito, em cálculo integral que não estabelece limites perante a ausência de tempo ou frente à indefinição de espaço.

E por esse motivo, quando se diz para não tomar o nome de Deus em vão, não significa apenas um sinal de respeito pelo Criador. Mas também uma questão de renovação, voltada para o progresso espiritual. Os homens devem se preocupar mais em incorporar os sinais da perfeição, contidos nas diversas situações da vida, em vez de ignorarem a relatividade divina, mencionando e invocando inconscientemente o nome do Criador, sem desperta-Lo no espírito e tratando-O como um ser distante de todos.

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101. Descoberta

Os desejos do espírito encarnado voltam-se em grande parte para a matéria, mais fácil de ser visualizada e tocada.

Ela se torna prioridade porque pode ser alcançada. Está próxima.

Já os desejos quanto aos valores do espírito são despertos mais tarde. É um processo natural, tendo em vista que qualidades e atributos não podem ser tocados, são valores intangíveis.

Sendo assim, a grande percepção espiritual está em fazer das qualidades morais, principalmente do amor e da caridade, valores tão próximos quanto a matéria. Desenvolve-los de maneira intensa, para que passem a fazer parte do espírito, como uma riqueza invisível, mas que pode ser vista através dos gestos de amor de quem a possui.

Cultivando esses bens divinos, o homem sentirá que eles não são frutos do desejo. Mas da descoberta de que eles sempre fizeram parte de seu ser, à espera de serem aflorados. E que o desejo foi apenas o instrumento da imperfeição, para se alcançar o caminho eterno em busca da perfeição.

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102. Desconfianças recíprocas

A paz na Terra poderia ser facilmente atingida se os homens acabassem com as desconfianças recíprocas, pois sempre alguns estão achando que outros têm más intenções.

Esse estado de ânimo piora as relações já tão abaladas entre povos, religiões e mesmo indivíduos. Quase sempre acreditam que quem não pertence ao seu grupo ou esfera de amizade é porque é inimigo ou potencial adversário.. Os homens ainda não descobriram que ninguém detêm a verdade a não ser Deus. E que, por isso mesmo, a união de todos é necessária para que haja a busca pela compreensão dessa verdade.

Ao destruírem os pretensos inimigos que não aceitam o seu pensamento, os homens estão caminhando no sentido inverso da história e da real verdade, pois estarão destruindo parte dela.

Esse é o motivo que faz com que o uso da violência tire a razão de qualquer um. A razão não permite a violência, mas o diálogo e o entendimento. E é através da inteligência e da compreensão que partes antagônicas chegam ao acordo, que por sua vez será o patamar para novos entendimentos. E, com o tempo, elas verão que não são tão antagônicas quanto pensavam antes, pois à medida que evoluírem na paz, descobrirão que a verdade é uma só. Será o momento em que deixarão de falar sobre Deus, para senti-lo em seus atos e pensamentos, como sendo a verdade eterna.

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103. Descuidar da vida material?

Devido ao grande número de problemas relacionados à vida material, os homens tendem a descuidar dos valores espirituais, que acabam não sendo prioritários e ficam esquecidos.

O raciocínio que justifica esse comportamento fundamenta-se na emergência da solução material, tendo em vista a necessidade de se manter em um mundo onde o corpo denso vive da matéria, e para isso depende de dinheiro e de outros bens tangíveis, cuja falta pode conduzir ao desespero irascível, doenças, e à própria morte física.

Não se pode mesmo, portanto, descuidar da matéria, pois ela é o veículo de que o espírito necessita para seu período de provas na Terra.

A questão que surge, por outro lado, é a do total abandono, ou a minimização dos aspectos do desenvolvimento espiritual. O fato da vida exigir do homem atenção redobrada quanto à matéria, não significa que ele tenha de desprezar integralmente sua espiritualidade.

E isso requer a dedicação habitual à descoberta de valores da alma, pensando e meditando.

Muitos devem perguntar quando encontrarão tempo para isso, se estão vivendo tantos problemas. O que não percebem, entretanto, é que os homens dedicam muito dó seu tempo pensando nos problemas, reciclando-os na mente, quase não pensando nas soluções. Pois os problemas não costumam ter apenas uma solução, mas várias, e se não forem resolvidos, renovam as dificuldades do passado, sem que se perceba que são situações com as quais se convive há muito tempo. Parecem novas, porém não são.

Ao dedicar algum tempo à meditação construtiva, o homem presta dois favores a ele mesmo. Inicialmente, esvazia sua mente de mágoas, de autopiedade e de irritações, substituindo-as pelo encontro frontal com o problema, enfrentando-o como alguém decidido a resolve-lo e não como uma eterna vítima. E, além disso, na procura da resolução, pode-se descobrir imperfeições sérias no espírito, as quais conduziram àquele estado.

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Lembremos que as provações ocorrem, justamente, para despertar no homem o encontro com a verdade que eleva seu espírito. Se ele consegue alcançar esse entendimento, reforçando sua autoestima, muitas provas certamente serão contornadas pelo próprio esforço, cortando o mal pela raiz. Além de iniciar o processo de pacificação existencial, que permite à mente trabalhar com inteligência, em vez de se perder no emaranhando de problemas onde não consegue desatar o nó das adversidades.

Portanto, dedicar-se à matéria é vital, caso contrário Deus não a colocaria no caminho do homem para sua evolução. Mas deve-se também entender que para bem utilizar a matéria cabe o exercício habitual da espiritualidade. Ela é que apresenta ao homem a dimensão do vazio em que ele vive por desprezá-la. Orientando-o em muitas soluções, que lhe trarão a auto-realização, fazendo de inúmeros problemas barreiras deixadas definitivamente no passado.

104. Desenhando o futuro

A continuidade do espírito após a morte do corpo físico é inevitável. A grande dúvida, no entanto, está relacionada com qual o destino dele.

O espírito reencarna sem memórias, vindo de cenários que ele mesmo construiu. A

reencarnação refletirá os seus atos do passado, concedendo-lhe sinais e percepções a respeito de suas imperfeições e fraquezas. Períodos mesmo curtos, de observação atenta, lhe conferirão provas insofismáveis de suas condições reais, sobre o que traz de negativo do pretérito. Deus, assim, lhe concede os alicerces para que através da própria reforma interior, sejam erguidas construções mais firmes, verdadeiras e confiáveis, sobre as quais ele edificará o seu futuro.

Ao atravessar a vida, com seus atos estará registrando a sua história. Mas, também, estará desenhando essa história em imagens que permanecerão. E que darão um retrato de seu destino, que se tornará verdade, por sua própria vontade.

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105. Despertando o inconsciente

Nossa função é trabalhar para Deus, ajudando nas radiações que são enviadas à Terra para o progresso espiritual da humanidade. Porém, de nada adianta a intensidade das vibrações, se os homens, usufruindo de seu livre-arbítrio, não desejam recebe-las.

Quando digo que não desejam recebe-las, não me refiro apenas ao exercício do livre-arbítrio de forma consciente, no sentido de que rejeitam qualquer auxílio. Refiro-me, tam-bém, àqueles que por terem comportamentos inadequados, afastam-se de Deus sem mesmo notar a sua existência. E, por isso, também acabam por rejeitar, inconscientemente, as dádivas enviadas sob várias formas. Em ambos os casos, o livre-arbítrio deve ser respeitado.

O importante é que, ao trabalhar na prática da caridade, com amor no coração, consciente ou inconscientemente o homem abre seu espírito para Deus, aceitando assim as vibrações de luz e de progresso que lhes são enviadas.

Nesse caso, houve o bom uso do livre-arbítrio. Que se tomou instrumento para a religação do homem a Deus, através da caridade, a ética tão necessária ao desenvolvi -mento do espírito.

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106. Despertando para conquistar Deus

O despertar de um homem em relação a Deus é o despertar da própria consciência sobre suas potencialidades. Essa iniciação é que demonstra que o homem não é apenas parte do Criador, mas que também tem a permissão de conquistar o conhecimento e a grandeza de Deus através da eternidade.

Esse caminho, no entanto, não é reto e tampouco fácil. Ele é sinuoso e cheio de obstáculos, que vão conceder ao homem ensinamentos de que ele precisa ter paciência, resignação e fé para prosseguir em sua jornada. Porém, mais do que isso, ele precisa praticar a caridade, pois esta reforça o amor, em interação recíproca que promove o crescimento do espírito.

Como podem ver, despertar para Deus é como acordar em uma manhã radiante. As atividades do restante do dia ficam por conta do livre-arbítrio de cada um. Mas é preciso iniciativa. Ter iniciativa de caminhar, de remover obstáculos, de participar da vida. Ter a iniciativa de amar e de ser solidário. Pois, assim, serão edificados e fortalecidos os seus caminhos na conquista de Deus.

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107. Deus é tirano?

Muitos devem perguntar se não existe forte contradição no que é propagado a respeito de Deus. Por um lado, afirma-se ser Ele o grande patrocinador do .livre-arbítrio, dando aos Seus filhos plena liberdade de ação. Por outro lado, aqueles que não atendem aos desígnios divinos acabam sendo condenados a pesadas penas carmáticas, advindo o sofrimento. Deus não seria assim um tirano, que pune quem não O obedece?

A resposta para essa questão passa pelo conhecimento a respeito da evolução dos espíritos através das encarnações, que se constituem nos degraus evolutivos do caminho ascensional.

Deus realmente concede a todos os seus filhos o livre-arbítrio, inclusive a liberdade de praticarem o mal. Além disso, permite outras atitudes que comprometem sobremaneira a posição de cada um frente aos demais, advindo o conflito generalizado, o qual gera vibrações negativas, e profundas tristezas, nos espíritos envolvidos em tais situações. E são essas vibrações negativas, formadas por conflitos e atos impróprios, que causam nos espíritos os maiores dolos.

Percebendo ser esse um caminho não recomendável e sofrido, muitos recorrem então ao Pai para que lhes abrande o padecimento. É quando Deus, através das falanges angelicais e de irmãos elucidados pela Luz, permite àqueles sofredores o ensinamento de como devem agir em prol da própria felicidade. E esse caminho passa pela escola das encarnações, as quais, pelo carma, produzem nos sofridos pelo mal que praticaram, um outro tipo de sofrimento, o redentor, o esclarecedor.

Portanto, Deus não é um tirano, Ele apenas atende a súplica de seus filhos, concedendo-lhes o remédio de que necessitam para alcançarem o equilíbrio e a felicidade. E só Ele pode ter plena consciência desse remédio, pois, como Criador, acompanha cada um desde o nascer cósmico. Só Ele sabe o que realmente necessitamos para evoluir. Sugere, e podemos aceitar ou não.

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Assim, explica-se a função primordial das encarnações, a escola que funciona a pedido daqueles que, sem esperança, desejam aprender. Rebelar-se contra Deus, contra o carma e mesmo contra as missões reencarnatórias é que representa a verdadeira contradição. Sofrerem antes pelo mal que praticaram, de pedir auxilio ao Pai para que os ensine a afastarem-se desse mal e, depois, rebelarem-se contra o que lhes é ensinado! Continuar nesse procedimento seria renunciar à solução tão desejada, retornando, por vontade própria, ao estágio dos sofrimentos anteriores. E Deus, mesmo sabendo o que isso significa, permitirá que o façam. Sempre lhes concederá o direito do livre-arbítrio, por não ser um tirano.

108. Deus

Sendo a expressão máxima do amor, Deus o divide com seus filhos, sem nada pedir em troca. Sendo o tutor da perfeição, Ele não impossibilita a difusão do conhecimento, apenas o guarda para que seus filhos o alcancem pelo mérito. Como artífice maior do perdão, Ele não castiga nem pune, apenas ensina falando a linguagem que seus filhos entendam. Sendo um Pai zeloso com o merecimento e a evolução de seus filhos, Ele não concede prêmios, mas chances. Em Sua infinita simplicidade, Ele cultiva a humildade de ficar oculto perante aqueles que O desprezam. Como Pai caridoso, Ele deseja despertar em seus filhos o que sempre teve, e faze-los entender o que sempre foi. Mas, ser como Ele é, traduz-se como impossível. E tentar ser como Ele é, apresenta-se como uma necessidade. De modo que todos vejam na eternidade um momento único de liberdade e de paz, amparados pela gratidão de conduzirem o próprio Pai no íntimo.

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109. Diplomatas de Deus

Instituições que promovem e praticam a religiosidade são embaixadas de Deus na Terra. Sua função é a de mostrar aos homens os caminhos que levam ao Altíssimo, os quais devem ser iluminados o suficiente para que possam alcançá-Lo.

O que se vê, entretanto, é que os homens plantam, nessas instituições, os mesmos problemas que são observados nas atividades profanas do cotidiano terrestre. As disputas pelo poder, as manifestações de vaidade, a inveja e os interesses materiais vingam com a mesma intensidade com que ocorrem em outros lugares.

Esse território, então, que deveria ser sagrado, torna-se maculado pelas imperfeições dos homens, que deixam de lado a polidez religiosa. Para eles, Deus pode esperar, até que resolvam suas respectivas pendências contaminadas pela vaidade.

Esquecem, assim, que estão renegando a plano secundário o objetivo máximo da religião, e da própria vida, que é a busca por Deus. E esse objetivo não pode esperar, pois ele é prioritário. Por outro lado, esquecem também que sendo uma embaixada de Deus, a instituição é ainda um local destinado a serem permeados bons exemplos, exigindo retidão moral e responsabilidade daqueles que dela participam.

A não observância dessas premissas resulta na desmoralização, acompanhada pelo ceticismo e decepção dos que freqüentam o local. E a pretensa embaixada de Deus passa a transmitir uma imagem que em nada se coaduna com seus propósitos, tornando a imagem dos homens, desequilibrados, sobreposta a Deus.

Mas, será essa a verdadeira representação que pode ser interlocutora das manifestações divinas? Que tipo de embaixada defende mais seus próprios interesses do que os direitos do país que representa? Caberia manter funcionando uma embaixada cuja

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atuação compromete a imagem que deveria difundir como atraente e agradável?

Casos assim tornam a embaixada apenas rotulada com esse nome, porém abrigando a incoerência dos desacordos. E, sendo uma instituição religiosa, atrai para seu campo vibratório as mais desaconselháveis energias, que serão a ruína local.

O importante é a freqüente conscientização de cada participante da instituição de que ele é potencialmente um diplomata de Deus, com a necessidade de toda a elegância e versatilidade moral que o cargo exige.

Caso contrário, a exemplo de Jesus expulsando os mercadores do templo, esses pseudodiplomatas também serão expulsos da embaixada de Deus. Com o agravante de quepoderão ser expulsos não por mãos caridosas como as do Cristo, mas por mãos insensíveis em conflito, que acabam por colocar em risco a existência do próprio templo.

110. Disciplina mediúnica

A disciplina é um dos requisitos primordiais para que o trabalho espiritual seja desenvolvido de maneira eficiente e pacífica.

Ela requer dos iniciados não somente o estudo metódico e o respeito às normas de suas respectivas instituições, mas também o controle elucidativo e construtivo.

Classifico esse controle de duas formas. A primeira, o autocontrole, no sentido de que cada indivíduo, através da meditação e da autocrítica, estabelece conscientemente seus próprios limites. Já o segundo, o controle fundamentado na caridade, onde irmãos procuram alertar os demais sobre possíveis desvios de rumo. Trata-se de caridade porque ao receberem o alerta, deverão retomar o caminho da disciplina, evitando assim a prática de atitudes impróprias.

A disciplina, portanto, deve ser difundida tanto na forma de meditação, quanto na forma de diálogo. Esse perfeito entendimento, regado pela consciência cósmica e pela humil-dade, é que faz dos homens verdadeiros praticantes da espiritualidade, pois estarão vibrando na mesma sintonia dos planos superiores, sendo exemplos a serem seguidos.

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111. Discussões edificantes

Discussões entre as partes de um casal se constituem em fato comum na Terra. A convivência, seja residindo juntos ou separados, abre a janela inexorável da realidade de cada um, mostrando cenários que nem sempre uma das partes deseja ver.

Os desentendimentos surgem, assim, como tentativas individuais de ser construída nova realidade, pautada em gostos nem sempre convergentes. Na prática, eles nunca serão totalmente convergentes, mas apenas aproximados, de modo que as pendências fiquem minimizadas.

Se o casal não entender que forma um par de indivíduos, que primam pela liberdade de um construir para o outro, a partir de individualidades ricas em qualidades únicas no Universo, pouco será atingido de gratificante. Pois, a rigor, um convida o outro a participar continuamente de seu mundo particular, formando-se aprendizados que despertam a compreensão, a paciência, bem como estimulam as forças da colaboração.

Embora, pelo menos à primeira vista, se apresente como paradoxal, é o todo construído pela fusão das individualidades do par. Mas que se enriquece com a crescente divisão de esforços, sendo solidificado pelo respeito recíproco à expansão dessas mesmas individualidades.

Discussões, desse modo, devem ser vistas como a busca natural de crescimento do todo, através do entendimento sobre as novas conquistas que cada um realiza, ou na busca de acertos que abrilhantam a relação. A partir daí é que surgem os indícios de criatividade, que edifica a cumplicidade entre as partes. Mas de modo sereno, honesto, sem mentiras ou pré-julgamentos, para que o conhecimento mútuo aflore sem hipocrisia, bem como resgate sentimentos de bons

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momentos já vivido pelos dois.

E para que sejam realmente edificantes, essas discussões devem ficar no âmbito do casal. Se levadas a terceiros, certamente cairão no rol das críticas e das intrigas, acendendo manifestações infundadas, sem bases adequadas de apreciação, podendo se transformar em brigas e separações.

O casal, assim, deve entender que suas discussões e comentários recíprocos precisam estar desvinculados de brigas. Discussões constroem e unem, brigas devastam e separam.

A espiritualidade, embora não pareça, também é construída nas relações de um casal, quando formado por seres humanos inteligentes, e não por indivíduos egoístas e agressivos, que usam a individualidade para dominar ao invés de amar. Trata-se, por conseguinte, de um grande exercício de convivência, de sabedoria de vida, que desperta no espírito inúmeros sinais para'sua evolução.

O convívio freqüente, em bases íntimas e estritamente pessoais, concede a homens e mulheres a possibilidade de arquitetarem valores para a própria evolução espiritual. Podem manter a relação em consenso tácito de paz e de discussões sadias. Ou, por outro lado, na forma de brigas constantes, que destroem a relação. E que comprometem o espírito, com o envenenamento proveniente de retaliações e de disputas, as quais provocam o afastamento um do outro, de si mesmos individualmente quanto à paz interior, de Deus, e da própria evolução na Terra.

112. Durante e após as crises

A vida na Terra apresenta diversas contrariedades, algumas bastante sérias, que marcam profundamente as pessoas que as sofrem. Nesses momentos difíceis, em geral também ocorrem interpretações a respeito de como será o futuro após a crise.

É comum que, sofridos, alguns tenham posicionamento no sentido de passarem a olhar a vida com desânimo, e até questionarem a existência de Deus. E nesse ponto é que devem, a bem da razão, interpretar melhor esses sentimentos.

Em primeiro lugar, ao olharem a vida com desânimo, já demonstram o sentimento de que esse mundo não lhes oferece o melhor, sendo um planeta de provas e de expiações. Por outro lado, se renegarem Deus, estarão acreditando que após a vida terrena nada lhes será acrescido. É um comportamento que conduz ao abatimento e à insensatez.

Nessas horas, devem lembrar, é que precisam mais do que nunca se apegar a Deus. Justamente por passarem pela provação, redimindo faltas passadas e recebendo ensinamentos diversos, estão purificando seus espíritos e sendo condenados à felicidade. Essa é a sentença final que o Pai reserva a todos os seus filhos.

Assim, mantenham-se fortes de espírito, tendo fé e amor no coração. E saberão desse modo iluminar o próprio caminho, cada vez mais livre de obstáculos, que sernao deixados para trás à medida que resignadamente aceitarem os desígnios divinos.

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113. Em todos os momentos

É preciso que o trabalho espiritual seja visto como atividade permanente, sem formalismos que tirem a liberdade de um indivíduo, porque em todos os momentos da vida a espiritualidade pode ser demonstrada.

Os irmãos não podem esquecer que o comportamento humano é reflexo do grau de evolução de cada um e, sendo assim, os sentimentos e atos praticados na vida qualificam a espiritualidade manifestada.

Não importa o momento que vivem, no trabalho, dia-adia, no convívio social, nas relações afetivas ou no próprio trabalho religioso. Todos os momentos podem ser aproveitados para o exercício do bem, do amor e da caridade de modo natural, sem formalismos artificiais.

Ajam desse modo, para que possam assistir a um grande filme onde vocês são os protagonistas. E, ao assisti-lo, poderão ser críticos de seus próprios atos. Dirão se foram bons atores, ou se desempenharam papéis sem expressão, nos cenários grandiosos que a vida lhes oferece com a eterna presença de Deus.

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114. Encarnação como escola

Os irmãos que se encontram encarnados estão desfrutando de apreciável chance para reduzirem suas provações. A vida terrena é uma escola, para que aprendam, através do sofrimento e de missões, como serem realmente filhos de Deus. Nnão basta a condição natural que os envolve, mas, principalmente, a assimilação consciente dessa condição.

No contexto de disputas e de conflitos em que vivem, é freqüente enorme quantidade de irmãos se deixarem levar pelo rio das inconseqüências. Acham que a vida só recompensa a esperteza e a ambição, ignorando que os prêmios obtidos através dessas condições não são prêmios, mas novos carmas no futuro.

Aliás, ainda não perceberam que a vida pertence a Deus, e cabe a Ele decidir quem deve ou não receber benefícios, conforme o mérito de cada um. E os ganhos obtidos ilicita-mente, em detrimento de outros irmãos, não são ganhos, mas penas adquiridas. São meras ficções de benefícios.

Dessa forma, nunca esqueçam que o verdadeiro senhor da vida é Deus. Trabalhem junto dele, e serão recompensados de modo consistente, a começar pela redução de seus carmas. Substituam a esperteza pelo amor ao próximo, e a ambição extrema pela solidariedade. Estarão, assim, praticando a caridade, cujo prêmio maior é o amor divino, que se exprime também na forma de amor próprio.

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115. Encarnação especial

A vida na matéria se constitui numa mescla de exercícios e de provas, objetivando o desenvolvimento espiritual. Sendo assim, cada encarnação se assemelha, por analogia, a um ano letivo escolar, findo o qual o aluno poderá ou não ser aprovado.

Ao fim de inúmeras encarnações, entretanto, cada indivíduo terá adquirido conhecimentos necessários para que possa assumir nova postura moral, e transmutar a negatividade. É quando lhe é concedida uma encarnação especial, para que através dela ele se conscientize a respeito de todo o conhecimento adquirido, dando-lhe chance de ascender. Corresponde a uma espécie de porta aberta, pela qual ele decidirá, por vontade própria, se atravessa ou não. E essa vontade própria é o livre-arbítrio.

Caso vença suas imperfeições nessa encarnação especial, ou encarnação-chave, assimilando de fato os ensinamentos divinos, e os traduzindo em ações iluminadas voltadas para o amor e a caridade, ele deverá subir degraus na espiritualidade.

Caso contrário, desprezando os ensinamentos e sendo omisso, ou os utilizando indevidamente, deverá ingressar em novo ciclo de inúmeras encarnações, para que adquira conhecimentos adicionais e os assimile convenientemente. Até que, no futuro, venha a viver uma nova encarnação-chave.

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A questão que emerge, portanto, é a seguinte: Que encarnação é considerada como encarnação-chave? O homem inteligente perceberá que deve encarar cada encarnação como sendo encarnação-chave. Pois, se ela assim for, ele estará cumprindo sua missão que o conduzirá a planos superiores. E, caso não seja uma encarnação-chave, ele, através do comportamento adequado estará reduzindo a duração do novo ciclo, podendo antecipar sua ascensão após um número menor de encarnações no futuro.

O principal, assim, é sempre procurar encarar a encarnação presente como a chance definitiva, pois só obterão benefícios para o próprio espírito. Além de premiar todos aqueles que, da esfera espiritual, trabalham e oram para que vocês aprendam a caminhar na estrada do amor divino.

116. Entendendo Deus

Os olhos que só enxergam a matéria costumam ver Deus como tal, dotado de uma forma física. Um ser limitado pela própria constituição, porém com poderes mentais extremos.

Um ser que concede o livre-arbítrio, mas que castiga quem não o obedece, tornando-se assim um déspota. Um ser que condena ao inferno sem volta todos aqueles que em vida o desafiam. Um ser impassível e insensível perante as dores humanas, por permitir que elas aconteçam. Os homens vêem Deus como se fosse Ele um deles. Autoritário, vingativo e omisso.

Na verdade, Deus nunca será compreendido por completo, porque é impossível entender o infinito. Porém, um mínimo de entendimento sobre Ele é necessário, para que os homens possam ser felizes.

Ele lhes concede o livre-arbítrio para escolherem entre o bem e o mal, mas não será responsável pela escolha que fizerem. Se optarem pelo mal, sofrerão as conseqüências dos próprios atos, advindo o sofrimento. E Ele lhes trará a cura, que são as provações, para que entendam e assimilem os ensinamentos, de modo que não mais errem. As dores do mundo,

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assim, são os resultados das escolhas indevidas de cada um, para as quais Deus, por não ser impassível e insensível, concede a cura.

E após uma vida de atribulações e de práticas desafiadoras, cada um escolhe o seu umbral inferior para habitar. E quando pedirem por socorro, serão enviadas falanges de auxílio para que lhes seja mostrado o caminho da luz. Ninguém ficará condenado à eternidade do inferno, a menos que assim deseje por vontade própria, pois Deus não é um Pai que abandona seus filhos à própria sorte.

117. Entendendo o livre-arbítrio

Sendo a perfeição absoluta, eterna e imutável, Deus é a referência maior que existe no Universo. Ele se constitui na meta a ser alcançada pelos seres inteligentes, mesmo sabendo-se que se trata de uma força inatingível. Deus será sempre o balizador das ações praticadas, o modelo passivo das atitudes.

Muitos perguntarão por que classificar Deus de referência passiva, sendo Ele o Criador do Universo. Condição que O classifica, implicitamente, como sendo a expressão máxima da atividade e da iniciativa construtora.

Devido ao livre-arbítrio concedido a seus filhos, Ele nunca poderia determinar a opção deles. Caso contrário, não seria livre-arbítrio. Por essa razão, possibilita o livre-arbítrio e se coloca como referência passiva, dando a todos a chance da escolha.

Caso a opção de alguém seja se afastar do caminho que leva a Deus, ou não aceita-Lo como referencial, estará automaticamente optando pelos caminhos da imperfeição, sendo um direito que lhe assiste. Mas que também o conduzirá às conseqüências da imperfeição, que como se sabe, não são nada agradáveis.

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Deus poderia muito bem criar os seres que habitam o Universo, dar-lhes o livre-arbítrio e não deixar qualquer referência sobre Ele mesmo, tornando-se uma abstração completa, que não permitiria qualquer alusão à sua existência. Entretanto, se isso acontecesse, o caos dominaria o Universo, com cada um impondo as próprias regras, havendo disputas cruéis, que não resultariam em qualquer solução de equilíbrio e de convivência pacífica. Existiria um número incalculável de paradigmas e de referências conflitantes, ao gosto de cada um, impossibilitando a noção precisa de ordem, ou em outro sentido, de Cosmo.

Seria o mesmo que projetar para o restante do Universo as relações humanas imperfeitas que existem na Terra. Não haveria planos em evolução, mas o mesmo nível de desordem, tornando os homens cada vez mais imperfeitos, nunca saindo dessa condição, por não conhecerem a perfeição referencial.

Dessa forma, se apresentando como Ele é, em sua plenitude universal, Deus gera a ordem, a unificação dos paradigmas. Autoriza seus filhos a alcança-Lo como lhes convém, e até despreza-Lo. Dando ao livre-arbítrio um caráter de liberdade, mas também de direcionamento: em direção Dele, ou afastando-se Dele.

Caso seja na direção Dele, nunca o alcançarão, para que as identidades e individualidades sejam mantidas. E se forem no sentido contrário, estarão optando pelas imperfeições, que mais do que nunca destroem as individualidades,pelas submissões e imposições recíprocas entre irmãos.Assim, Deus concede o livre- arbítrio e se coloca como referencial passivo nos caminhos da vida. Tornando-se, desse modo, o âmago da liberdade de cada um.

118. Eremitas do ego

A vida na Terra é um permanente risco calculado. Os perigos que rondam o planeta, como crimes, desastres, entre outros, bem como os problemas enfrentados pelos indivíduos no dia-a-dia, fazem com que muitas vezes as pessoas mantenham-se afastadas do convívio social, mesmo que este seja ameno e regado pelas normas do cotidiano.

Se, por um lado, essa é uma forma de se proteger de contrariedades e dos problemas de ordem pessoal, também é, por outro lado, uma maneira de não exercitar o desenvolvimento espiritual. O homem só pode perceber seu grau de evolução se participar das relações sociais, tanto para aprender quanto para saber receber as contrariedades.

O indivíduo, quando sempre ausente, não será agredido de várias maneiras, mas também não saberá se tem a capacidade de perdoar. Ele fechará os olhos para a miséria, mas não saberá como praticar a caridade. Não encontrará doentes, mas também não oferecerá palavras de esperança ou realizará visitas acalentadoras. Será apenas um eremita no seu ego, omisso para resgatar carmas.

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Vejam o exemplo de Siddartha Gautama, que deixou para trás uma vida de riquezas e de ausência de problemas, para se dedicar ao encontro da sabedoria interior. Mas, para isso, antes viu a pobreza, a doença e as imperfeições que atormentam a vida real.

Assim, tanto perdem aqueles se omitem completamente, quanto aqueles que só participam da vida em lugares onde são bem recebidos, elogiados e reverenciados. E no dia em que perderem esse status como reagirão? Deixarão a paz habitual para ingressarem no âmbito das intrigas e das vinganças?

Portanto, a ausência total do convívio social, ou aquela presença que apenas exalta seu ego, são comportamentos infrutíferos para a evolução espiritual. Pois não permitem o exercício da razão, tão necessária ao desenvolvimento exigido pelas chances concedidas por Deus.

119. Espírito e Alma

A força de um espírito está na sua capacidade de se identificar cada vez mais com a própria alma. Pois, a dinâmica do conhecimento e do poder está na forma como estes atributos serão utilizados, alicerçados pela razão plena que cada um adquire pela prática contínua do amor e da caridade. A razão plena decorre da assimilação das manifestações do Logos, representados fielmente pela alma. Se cada um pudesse retratar seu próprio espírito e alma, comparando depois essas duas imagens, veriam de um lado um corpo marcado por imperfeições e provações, o espírito, e do outro um corpo imaculado e sem carmas, a alma. No momento que o homem reconhece o quanto se distanciou da própria alma, reconhece também o quanto é imperfeito. E quando luta para reduzir essa distância, ele vai adquirindo a razão de que necessita para ser mais perfeito e desfrutar da consciência cósmica, atributos que lhes são permitidos por Deus.

Assim, a razão evolui a medida que as imperfeições do espírito são contornadas. Pois é dessa forma que Deus, sabiamente, ajuda os homens para que estes evitem cometer erros, desassociando a razão da imperfeição.

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120. Espiritualizando a existência

A mente humana em geral orienta- se conforme os impulsos externos que despertem interesses e vantagens. Tal qual uma máquina permanentemente ligada, ela rapidamente identifica benefícios que podem ser obtidos em lugarés que o homem freqüenta.

Esse senso de oportunidade, com o ego direcionando interesses, faz com que cada homem ligue seus anseios específicos às manifestações tangíveis da vida, na busca incessante por valores que a enriqueçam primeiro materialmente e, de forma secundária, espiritualmente. O próprio juízo sobre a sobrevivência e a competição na Terra determina essa seqüência de utilidades.

A propensão, assim, é de que o homem mantenha sua mente norteada para essa escala de valores, sendo regido pela emoção das paixões e pela para-racionalidade dos desejos. Entretanto, sua existência corre o risco de ser conduzida nesses termos, não permitindo que manifestações de equilíbrio aflorem. Mas se isso sempre acontecer terá uma existência perdida, pois se trata da negativa do existir numa vida limitada.

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A existência voltada apenas para os próprios interesses limita, dessa forma, a confiabilidade do homem perante seus semelhantes. Que, por sua vez, tendem a priori a não serem parte integrante do rol de suas conveniências, a não ser que sua mente veja nelas alguma vantagem, não havendo interatividade construtiva, bem como advindo a desconfiança recíproca.

Considerando que existência significa presença, ativa e passiva, ele é ativo para a materialidade de sua vida, adotando a passividade de não agir no benefício de outros, des-cartando a espiritualidade da própria existência. E isso faz com que sua vida se torne parcialmente inútil, pois ele assim deixa de cultivar o lado ativo que favoreceria interesses alheios, e o seu lado passivo no que concerne ao aprendizado obtido com outros. É a inexistência da troca de valores, que poderiam enriquecer a vida pela convivência solidária e evolver o espírito.

A mente humana, dessa forma, deve-se ajustar ativamente para seus próprios interesses, bem como para os interesses de terceiros, pois é assim que se identifica a possibili-dade da caridade e o desprezo pela omissão. Sendo ainda simultaneamente passiva para aprender, e ativa para admitir imperfeições, pela dinâmica da autocrítica.

121. Eternamente a humildade

O exercício da humildade não é apenas um dever de cada um, mas principalmente uma necessidade básica para o desenvolvimento do espírito. É pela humildade que admitimos estar longe do conhecimento, sempre dispostos a aprender mais. É devido a ela que reconhecemos o quanto somos imperfeitos, e o quanto precisamos evoluir. E por ela perdoamos os erros de nossos irmãos, compreendendo que eles refletem nossos erros, por sermos todos iguais.

A humildade é, assim, uma das raízes do nosso crescimento espiritual. E precisamos regá-la diariamente, com o reconhecimento de que nosso caminho em busca da perfeição é eterno.

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122. Evitar a autodestruição

Instituições espiritualistas devem ser erguidas para promover o amor a a caridade. Estes são as grandes missões delas, pois o amor a Deus tanto poderá ser a causa de ambos, quanto poderá ser despertado por eles, no coração daqueles que ainda não acreditam no Pai Celestial.

Porém, dentre os vários ângulos por que a instituição pode ser vista, o principal é que ela seja um hospital de encarnados e de desencarnados. Quem ali ingressa estará trabalhando para a própria cura do espírito, além de auxiliar os carentes de paz, que procuram o local em busca de socorro.

E, da mesma forma que na terra os hospitais devem ser preservados, pois salvarão muitas vidas, as instituições espiritualistas devem ser resguardadas para que cumpram sua finalidade de orientar sobre os caminhos em direção a Deus. E, nesse caso, ninguém melhor do que aqueles que ali trabalham para defender a existência da instituição.

Quando digo defender, não me refiro às agressões externas, mas às internas que em geral ocorrem. São aquelas que crescem a partir de lutas internas visando poder e superiori-

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dade, e que tanto desgastam o trabalho espiritual. Não deve ser confundido o exercício da hierarquia com despotismo, e o acesso ao topo da hierarquia como obsessão de poder.

O comportamento daqueles que participam da instituição deve ser pautado pela humildade, na eterna vigilância sobre o próprio espírito, e também com chances concedidas aos novos participantes que desejam aprender.

O trabalho desvirtuado pelas brigas internas muito entristece os irmãos de luz no Espaço. É uma situação que além de desperdiçar energias que deviam estar unidas, torna-se um foco de patologias e de provações.

E, da mesma forma que um doente internado no hospital corre o risco de adquirir infecções oportunistas, devido a seu estado de saúde, o cumprimento das missões mediúni-cas gera provações, adquiridas justamente no local onde elas deveriam ser tratadas, abrindo as portas para espíritos oportunistas, que se divertem em trazer o caos e a incompreensão.

123. Expandindo a mente

Pelo fato de estar encarnado, o homem acaba convivendo com a idéia do início e do fim, por serem os momentos cruciais que delimitam a sua presença na Terra. Mas esse dimensionamento, embora sendo provisório, nem sempre é percebido como tal.

Ao invés de entender que seu tempo na Terra se constitui em mero lugar geométrico,de uma linha cujo início é anterior ao da encarnação, e tem continuidade após o desencarne, permanece viva a idéia de que tudo precisa ter início e fim. Ele simplesmente generaliza o conceito que envolve a sua experiência corpórea.

Assim, seu enfoque sobre o Universo o conduz à dificuldade de imaginar o eterno e o infinito. A concepção do infinito é vaga, ou estabelece fronteiras inexistentes, enquanto que a da eternidade muitas vezes é encarada como duvidosa.

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Determinando esses limites, ele perde a clareza sobre a essência de Deus. E, pior do que isso, ele impõe parâmetros inconsistentes para a própria vida, tornando sua existência um foco de dúvidas, que o levam a desconhecer as próprias possibilidades.

Por outro lado, Deus não estabelece limites para a evolução, pelo simples fato de Ele mesmo não ter limites. Também não estabelece limites para o conhecimento, pois, Ele, sendo a raiz e a essência do conhecimento, é infinito. Além de não estabelecer limites para a vida, pois os seres que Ele cria são frutos de sua eternidade. É quando se chega à conclusão de que o homem costuma impor, para ele mesmo, limites e restrições que não partem de Deus.

Essa autopunição decorre não somente da ignorância perante o desconhecido, como também da inoperância frente a esse desconhecido. Seja por impaciência, por acomodação, por descaso ou mesmo por orgulho, o homem termina por minimizar sua importância, ao desprezar a divindade que vive em seu interior.

Se ele conseguir, através do amor-próprio, despertar sua consciência para Deus, entenderá de forma mais sutil a essência do amor e da humildade, conduzindo de maneira crescente e tranqüila essas qualidades. E perceberá o quanto é pequeno perante a grandeza de Deus, mas também o quanto Deus se diminui para que seus filhos se engrandeçam pela evolução.

O homem, assim, passará a entender o Cosmo sem fronteiras, o eterno, e a verdadeira dimensão do ser, desvinculando-o da idéia de tamanho. Entenderá melhor as palavras de Jesus, de que a casa do Pai tem muitas moradas, e verá que a criação divina é ilimitada e perene. Mas também deixará de ser seu próprio carcereiro, pois estará descobrindo o quanto pode ser livre e feliz, por contribuir para o trabalho divino, tarefa que o Pai sempre lhe permitirá.

124. Falsa percepção

As diferentes esferas espirituais que circundam o planeta apresentam estados muito próximos à matéria. Descartando-se aquelas de profunda materialidade, que se constituem nos níveis inferiores, os planos um pouco mais evoluídos ainda registram similaridades com a vida terrena, para que recém-desencarnados se habituem aos poucos à suas novas condições.

Dessa forma, alguns desses planos oferecem essências vibratórias de alimentos e de outros itens para a manutenção dos que acabaram de desencarnar, bem como existem colônias cujas estruturas sociais se assemelham às existentes na Terra, nas quais existem moradias, roupas, salários por horas de trabalho, entre outros.

À medida, no entanto, que o espírito evolui, e vai se desapegando de suas vontades quanto à matéria, as roupas e alimentos, por exemplo, são substituídos pela luz plasmada pela

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mente. A movimentação entre dois pontos é feita com crescente rapidez, em processo quântico, e a liberdade muito maior.

Como podem ver, estando ainda encarnado na Terra, o espírito deve exercitar sua capacidade para participar de um mundo espiritual mais evoluído. Isso inclui abandonar certos vícios como o fumo, o álcool, drogas e certas compulsões alimentares. Deve praticar a meditação freqüente e exercitar o controle da mente. E encerrar o conformismo de que encontrará no espaço vida igual à da Terra em termos de trabalho e de habitação. Pois isso, na verdade, é apego à matéria, e não evolução do espírito.

A encarnação, assim, além de suas várias finalidades, tem também a de preparar o espírito para uma vida cada vez menos material. Descuidar- se disso é não aproveitar totalmente a chance concedida por Deus. É preciso ter em mente essa preparação, para que o imediatismo pós-encar-natório seja o mais breve possível em colônias ainda materializadas, com a possibilidade de deslocamento para níveis superiores como a meta maior.

Caso contrário, estarão cultivando um eterno círculo vicioso de que a vida na espiritualidade é a continuação da vida na Terra, quando, em verdade, ela é e sempre será o caminho para o afastamento definitivo das imperfeições da matéria.

125. Falsas verdades e verdades ocultas

A Terra, que abriga seres em evolução espiritual, encon-Lra-se em estado ainda de ignorância. Apesar de acobertada pelo rótulo da modernidade, situa-se longe do conhecimento universal, como também distante do conhecimento sobre sua própria história.

Muitos fatos que ocorreram na história da humanidade tiveram seus registros deturpados, para preservar interesses e aparências. Homens, religiões e países foram assim protegidos pelos anais dos acontecimentos, de modo que pudessem passar incólumes pelas narrativas oficiais ou oficiosas.

Da mesma forma que pessoas encobrem suas falhas e erros, contando versões diferenciadas sobre eles, grupos e nações fazem o mesmo. A verdade falseada é assim transformada na versão verdadeira dos eventos. E os homens mentem, a humanidade mente.

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Por essa razão, também, a Terra se encontra muito afastada do conhecimento universal a respeito dela. Não porque informações falsas sejam divulgadas, mas porque simplesmente elas devem ser ocultadas. Pois, como poderia uma civilização, que não está habituada à verdade dos fatos cotidianos, conseguir entender e propagar a verdade que envol-ve a sua história cósmica, que foge ao seu entendimento?

Os homens precisam antes de tudo ser verdadeiros com eles mesmos. Se quiserem mentir para os outros, é um problema de consciência. Mas lutem pela verdade própria, mesmo que esta machuque. Pois ela é que lhes permite começarem a entender a verdade universal.

126. Falso paradigma

A força física tem sido interpretada na Terra como sendo paradigma do respeito. Na verdade, ela é o modelo da imposição imatura, que representa tudo o que não deve ser realizado pelos homens. Pois nesse caso, a força física é o caminhar do homem no sentido inverso do progresso, indo em direção à própria história, quando as lutas e duelos substituíam o diálogo, e a ignorância desconhecia a razão.

Ao usar a violência contra seus semelhantes, o homem, ao contrário do que pensa, não está se afirmando como um homem. Está apenas utilizando um método arcaico, que o coloca no rol dos impulsivos incapazes de viver seriamente em sociedade.

E uma existência assim é cercada de infelicidades. Ele será rejeitado por onde andar, temido na forma de ódio, ignorado pelos que desejam paz e isolado entre falsos amigos. E

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verá um dia que sua força física de nada vale contra um simples vírus que o atacar, ou uma doença grave que o atormentar com grande sofrimento. E toda sua propagada força será consumida através do tempo que o conduzirá inexoravelmente ao túmulo. Muitas vezes, por não entender isso, o desencarne poderá ser antecipado, pois o seu nível de exposição ao ódio e às vinganças o tornará um alvo certo daqueles que pensam como ele.

O homem forte, portanto, não é aquele que agride e promove violências, mas sim o que usa a inteligência e a paz para argumentar e dialogar, pois sabe que essas qualidades são os verdadeiros paradigmas do além-túmulo, que lhe conferem a real condição de homem do futuro.

127. Falta de personalidade e doença espiritual

Os sintomas clássicos da doença espiritual começam com o desrespeito ao próprio ser, quando o indivíduo, sob o argumento de exercer a identidade comportamental que escolheu, entrega-se a práticas que, além de flagelar o corpo, o conduzem à confusão mental.

Essa busca que aparenta ser pela individualidade, representa uma total falta de personalidade, pois ele está aceitando o que lhe causa o mal, sem ter o bom senso de avaliar o que faz, e quais as outras opções. Só poderá realmente dizer que encontrou sua verdadeira identidade, quando sua mente for bastante forte para discernir sobre os rumos de sua vida, mas de forma equilibrada, saudável e pacífica.

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Assim, a confusão mental sobre o que decidir e admitir para a própria vida, bem como outros sintomas que conduzem a vícios e a práticas obsessivas, se constituem em patologias notórias, muitas vezes transferidas de outras vidas para a atual.

Se forem inteligentes, pois a inteligência está acima da confusão mental, lembrem-se disso; perceberão que podem curar-se duplamente. Não só das mazelas da vida atual, como também interrompendo ou reduzindo o estigma que os atormenta, pois o direito de escolha passa pela reflexão sobre conseqüências. Isso é que os capacitará, de forma tranqüila e consciente, a exercerem o livre-arbítrio. Para o bem de suas vidas, e não para o mal que confunde e destrói.

128. Fé e serenidade

A calma não é apenas necessária nos momentos mais difíceis da vida. Ela precisa estar incorporada em cada um como um estado de espírito permanente. Ela retrata a tranqüilidade daqueles que vêem as adversidades como eventos naturais que fazem parte da evolução.

Serenidade é a qualidade da fé, a possibilidade de alcançar Deus pelo sentimento, pois essa é a grande estrada que nos conduz ao Criador. Quanto mais nobres os sentimentos, mais sutis os pensamentos, e mais isentos estivermos do ego deturpado, mais catalisaremos a divindade em nosso ser. É uma interação cujo fortalecimento se traduz por independência, por liberdade e por engrandecimento do livre- arbítrio.

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Incorporem, dessa forma, a leveza do Universo e da Natureza. Não permitam que as contrariedades da vida desviem suas trajetórias em direção a Deus. Mantendo-se imper-turbáveis, alcançarão a paz. E, junto dela, a certeza de estarem amparados e protegidos pela própria escolha que fizeram.

129. Futuro irreversível

Tudo que o homem pode desejar para seu futuro está em Deus. Não lhes falo do futuro na Terra, onde a visão sobre os bens materiais é efêmera, pois rapidamente esse futuro se transforma em passado.

O futuro real se encontra na eternidade, percebido pela visão cósmica do homem, que entende cada vez mais que depende cada vez menos da matéria.

Assumindo gradualmente sua condição de espírito, ele sente que a integração ao Pai é uma via sem retorno, porque recuar será trocar a certeza pela dúvida, a perfeição pelo caos, e a luz pelas trevas.

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Recuar, entretanto, não significa andar para trás, mas parar na estrada, sem acompanhar o progresso que se concretiza rapidamente. É como se o homem, parado, visse a vida passar, e ele ficando para trás, sendo qualificado pelo anacronismo.

A caminhada em direção ao futuro, portanto, é dinâmica. Requer a autoestima, a conquista do amor e o trabalho em prol da caridade. É essa a estrada que os leva a Deus, o futuro irreversível e eterno de todos os homens.

130. Guerras pessoais

As relações pessoais, quando marcadas por ódios e grandes discórdias, fazem de indivíduos inimigos ferrenhos, Lornando-os freqüentemente preocupados em atingir o opo-nente, tal qual uma guerra particular sem fim.

E, por esse motivo, casais, colegas de trabalho e vizinhos entregam-se muitas vezes à febril atividade de se agredirem moralmente, além de provocarem entre si situações de contínuo desgaste. Uns tencionam prejudicar os outros.

Acontecimentos dessa natureza devem ser encerrados para o bem de todos. O difícil é como interromper essa cadeia de insanidades, tendo em vista que, no caso, o ódio é mais forte que a razão.

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Como já foi dito várias vezes, o coração de alguém não pode bater igual para uma pessoa que ama e para outra com quem tem divergências. E, por conseguinte, não é muito fácil desligar-se rapidamente de alguém que lhe endereça o mal. Mas o segredo para que isso aconteça está na boa vontade, e não é por acaso que se deseja paz aos homens de boa vontade.

A boa vontade começa com o esquecimento do que aconteceu até então, o que significa deixar o passado para trás, sem renová-lo no presente. E este é o grande passo inicial para a paz, porque além de anular na memória o pretérito de agressões mútuas, cria-se a expectativa de recomeçar, a partir de um presente que proporcione a tranqüilidade do futuro. Da mesma forma que já foi dito várias vezes, quando um não quer dois não brigam.

Em outras palavras, interrompendo o circuito de agressões, embora somente de uma parte, a tendência, mesmo que um pouco demorada, é a paz. E cabem os exercícios da boa vontade, da paciência, e do orar pelo inimigo. Pois ele precisa de luz, que o próprio oponente estará sendo o primeiro a conceder, numa forma que demonstra perdão. Isso faz bem ao espírito, de quem doa e de quem recebe.

O que demonstra que lutar pela paz é muito difícil. É outra luta que se inicia, embora pacífica. E é aquela regida não pelo ódio e pelo desejo de vingança, mas pela boa vontade, que traz a tranqüilidade. Através do esquecimento e da compreensão, além do desejo de não se expor mais ao ridículo das agressões mútuas.

131. Heróis de paz

A tarefa de transmutar imperfeições é difícil e demorada. Porém recompensadora pela sua própria essência, porque ao sentir que está caminhando na senda do amor-próprio, o homem começa a perceber a diferença entre o que ele era antes e o que conseguiu conquistar por seu próprio esforço. Só quem vive essa situação sabe o que isso significa, o quanto, aos poucos, sente a felicidade chegar. E nada como estar feliz e tranqüilo com a própria consciência.

O mais importante é que se trata de uma felicidade conquistada, pois Deus nos oferece os instrumentos necessários para a grande luta pacífica que a vida exige. Cabe a cada um utilizar esses instrumentos, a inteligência e a razão, que vão construir a fé de que só com o

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amor e a caridade podemos vencer. É uma luta, como disse, pacífica, que gera heróis de paz. Heróis sempre a serviço de Deus, trabalhando pelo progresso da humanidade.

132. Homem do futuro

Jesus foi um homem que se expressava através de palavras e de exemplos vivos. Porque sabia ser uma referência para todos que o seguissem, em sua época ou na posteridade.

Suas manifestações não somente ficaram registradas na História, como também se tornaram legítimas aulas de virtuosismo e de amor ao próximo. O que significa ter sido ele moderno e compatível com qualquer época da humanidade, por ser homem do futuro em todas as épocas.

Jesus na verdade é a realidade do futuro. Não se concentrem em suas vestes arcaicas, tampouco relembrem a época remota em que viveu. A riqueza de seus atos é que o revela como o futuro do homem que se dedica a Deus. Tal homem não tem época, por saber que

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Deus se encontra em Iodas as épocas. E as Leis Divinas são perfeitas, justas e imutáveis. Advoga-las é ter muitas batalhas pela frente, mas ser um eterno vencedor perante a própria consciência

Mas ele soube ser responsável o bastante para manter a seqüência dos fatos. Não faltou com Deus naquele momen-lo, em que sua vida estava em risco.

No entanto, vemos na Terra até hoje tantos homens se desvirtuarem em questões simplórias, que não lhes ameaçam a vida ou despertam a dor. Não atendem às pequenas missões que Deus lhes envia para edificarem o próprio ser, com a finalidade de melhorarem seus espíritos. O que os faz se transformarem em homens do passado em qualquer época. De um passado que não conhecia Deus nem o amor ao próximo, e que precisou da presença de Jesus para trazer esperança para o futuro.

Pobre humanidade. Continua no passado, enquanto Jesus atravessa o futuro. Escolham a época com a qual desejam se sintonizar.

133. Humildade e personalidade

Os passos dados, na caminhada que conduz à evolução do espírito, devem estar condicionados a um profundo exame de consciência, pois, a sua verdade nessa busca pode não estar condizente com a verdade suprema e absoluta, representada por Deus.

Do que se depreende que atos e palavras devem ser medidos, bem como as conseqüências avaliadas. Se assim não fizerem, estarão banalizando suas caminhadas, tornan-do o futuro cada vez mais longe de seus objetivos.

A caminhada pela evolução, dessa forma, atravessa obrigatoriamente o terreno da meditação e da autocrítica. E para admitirem que estão errados, quando for necessário, é preciso a humildade.

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Isso faz lembrar que evolução espiritual exige serenidade e vigilância sobre o próprio comportamento. Para que vocês espelhem no espírito marcas imperturbáveis de seus atos, independente do que outros façam ou comentem.

134. Humildade para aprender

A observação de que somente Deus possui a totalidade do conhecimento, e que estamos sempre infinitamente aquém Dele, não é apenas um ato de humildade. É, também, uma forma de admitirmos que, na verdade, pouco sabemos a respeito do Universo e da Vi da.

Ser humilde perante o conhecimento é aceitá-lo como plausível, é enriquecer nosso espírito de forma contínua. Existe a constatação premente de estarmos sempre necessitados de saber, reconhecendo a eterna lacuna de nossa mente, a qual precisa ser sistematicamente preenchida.

Que haja então humildade. Que haja o reconhecimento eterno de que somos pobres de espírito perante o Pai, carentes de sua luz esclarecedora, ignorantes frente à infinita sabedoria que Ele representa.

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Devemos, assim, encarar todo o conhecimento que temos de forma simples, cientes de que mesmo sendo tudo que conseguimos obter, trata-se de pouco na eternidade. Estamos sempre aprendendo, pois Deus é onipresente. E a humildade é a chave que abre as portas do conhecimento. Sem ela, precisamos enfrentar o vazio da ignorância, além do desprezo pelo nosso próprio espírito. Que o Pai nos ilumine com a sabedoria da humildade, clareando nossos caminhos até Ele.

135. Incertezas educativas

As incertezas da vida fazem parte do carma de cada um, como exercícios diários do livre- arbítrio. São inúmeras possibilidades permitidas por Deus para que o aprendizado ocorra, alimentando, assim, a experiência e a sabedoria na tomada de decisões.

E justamente pela grande gama de incertezas, o homem tem chances de enfrentar situações similares em várias ocasiões. Pois, desse modo, as repetidas situações, mesmo não sendo exatamente iguais, revelam-se como instrumentos educativos que acabam por ensinar sobre a decisão correta. E o que na Terra denomina-se experiência de vida ou maturidade, e o que denominamos de crescimento espiritual.

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A extrema bondade de Deus revela-se, desse modo, mais uma vez, mesmo dentro das incertezas. Transformando o homem em um ser racional, e seguro para expressar atitudes equilibradas.

136. Início da estrada

O percurso que conduz o homem desde a sua criação até o reconhecimento de Deus, costuma ser longo. Trata-se de uma via de provações e de tormentos, por culpa do próprio homem que a escolheu, utilizando de forma inadequada o seu livre- arbítrio.

Porém, a aceitação de Deus não é o fim da estrada, mas apenas o começo. A partir daí é que o homem ingressará na segunda etapa de sua caminhada, descobrindo aos poucos o infinito que Deus representa. Será o modo também de ver o quanto é inferior a Deus e o quanto este o ama, por querer dividir com ele a eternidade da vida e do conhecimento.

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Aceitar Deus, portanto, é iniciar a caminhada em direção à felicidade, após conhecer o que é viver sem Ele. É o despertar da inteligência, abafada e limitada anteriormente por opção própria.

137. Inquisidores modernos

A história da humanidade registrou perseguições terríveis de caráter religioso, as quais trouxeram para os homens a realidade da intransigência.

Homens fizeram leis contra a vida deles mesmos, alegando estarem a serviço de Deus ou de causas nobres e justas. Esquecendo que o princípio básico que regula a humanidade é o bem do próprio homem, livre para determinar suas crenças no que se refere ao caminho para Deus. E assim aconteceram as perseguições aos cristãos logo após a morte de Jesus, ele mesmo uma vítima da perseguição religiosa, culminando com as apavorantes e irreparáveis des-truições causadas pela Inquisição e pelas intolerâncias com os judeus.

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Em nome da defesa de credos, justifica-se ter a verdade ao lado. Como se Deus tivesse escolhidos por defenderem determinada religião, desprezando seus outros filhos pelas preferências diferenciadas que manifestam.

A demência humana nesse sentido coloca a defesa da religião sob o manto da irresponsabilidade. Em vez de serem exaltados os aspectos sadios de determinada religião, seus defensores esmeram-se em acusar e a deturpar outras crenças, impondo o medo, ameaças, e tentando destruir moralmente aqueles que com eles não concordam.

São os inquisidores modernos, que não se utilizam mais da fogueira porque as novas leis dos homens não permitem. Mas que continuam a utilizar suas regras arcaicas, tentando causar a ruína moral e espiritual, a fogueira dos tempos modernos.

Isso é uma falta gravíssima perante Deus, pois os atingidos, muitas vezes acabam por abandonar sua escolha, por sentirem o peso de uma culpa desnecessária, desiludindo-se também com outras opções. Mata-se a fé, onde ela já estava sendo construída.

Inquisidores modernos, atentem. A Terra já sofreu muito pela ação de seus antecessores, que hoje são desprezados como homens que causaram o terror e a destruição. Afastando-se de Deus e afastando a muitos, que sentiram-se desprezados pelo Pai, barbaramente representado por homens irracionais e emocionalmente desequilibrados.

138. Insistir

Durante a vida na Terra desenvolvemos vários projetos pessoais, visando à prestação da caridade e ao amparo aos necessitados.

Embora se trate de um serviço que tende a gerar frutos benéficos à sociedade, os próprios homens são os primeiros a tentarem impedir a concretização de trabalhos dessa natu-reza. E isso, em primeira instância, gera a decepção e o desânimo de se prosseguir.

Minha experiência mostrou que não devemos nos abater perante essas barreiras. Que a insistência edifica o esforço de quem realmente luta pela ação de auxílio aos necessitados, fazendo, portanto, também parte da prática da caridade.

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Mesmo ações infrutíferas não serão em vão, perdidas no tempo. Algum dia, a idéia será herdada por alguém com condições melhores de desenvolve-la. Além do que você exercitou, em sua tentativa: o amor que o levou a lutar pelo próximo.

Assim caminha a vida, que os próprios homens fazem questão de dificultar, por não entenderem a força e o significado da caridade.

139. Interpretações indevidas

O progresso material que se verifica na Terra só ocorre com a permissão de Deus, que possibilita aos homens os meios de promoverem a evolução espiritual.

Os meios são, assim, concedidos, porém nem sempre utilizados com a finalidade de atender o progresso do espírito, fazendo com que matéria e espírito sejam desvinculados, em função da interpretação dada pela humanidade, que vive na matéria, da matéria e para a matéria.

O ideal é que houvesse, para cada progresso registrado na matéria, um progresso muito maior registrado quanto à espiritualidade do homem. Esse fato, entretanto, ocorre com

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pouquíssimos encarnados, pois a grande maioria está aquém da meta espiritual desejada, ou simplesmente interrompeu os esforços nesse sentido, pela omissão e desleixo.

Grande parte dos homens tende a associar o progresso material à inexistência de Deus, não compreendendo que justamente esse progresso ocorre porque Deus assim o permite, como vimos antes. E mesmo que aceite Deus, não apresenta comportamento adequado perante as questões relacionadas à matéria, desprezando-a como instrumento da evolução espiritual.

Existe, dessa forma, na Terra, um grande divisor de águas chamado interpretação, que por sua vez também decorre do conhecimento adquirido sobre a espiritualidade, o qual depende de estudo e disciplina.

Mas se o conhecimento alimenta a interpretação, e subordina-se à disciplina do estudo, deve-se recordar que disciplina e estudo são também desfigurados quanto à sua real natureza.

Disciplina é vista como falta de liberdade e o estudo como algo cansativo que não compensa. E isso remonta à velha história de que a vida é para ser vivida em termos de prazeres carnais, com a desculpa de que ela é curta e precisa ser aproveitada.

E, então, o homem caminha no sentido contrário à evolução, desprezando a disciplina que racionaliza o tempo, não permitindo que o estudo seja seu despertar espiritual, e impedindo que a matéria tenha sua função devida. Em suma, alegando estar em busca da liberdade, o próprio homem se aprisiona em sua ignorância.

São poucos os que entendem que aproveitar a vida é aceitar a plenitude de Deus e os ensinamentos que ele promove no cotidiano. Esse entendimento é a chave da evolução e da real liberdade do espírito, desvinculando-o das limitações materiais.

E a vida na Terra, assim, em vez de emanar um pensamento uníssono em louvor de Deus, acaba segmentada pelas discrepâncias resultantes de interpretações inadequadas. Klas decorrem da falta de disciplina e de estudo, por descaso do homem perante Deus, que não é reconhecido como o caminho da liberdade e da evolução.

140. Investir no Espírito

Estando encarnado, o espírito vive ao sabor da matéria, que se constitui para ele na realidade que pode ser vista e locada. E a mente estabelecerá os critérios no que concerne a qualidade dos atributos do corpo denso.

Sua percepção quanto ao próprio comportamento é fundamental para a evolução espiritual, percepção essa que, entretanto, muitas vezes fica restrita aos limites da matéria. A vida se torna um exercício da matéria para a matéria, mantendo latentes as questões relacionadas aos atributos abstratos.

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Isso revela a pouca importância dada aos valores da evolução espiritual, inclusive no que tange à transmutação de imperfeições. Estas, em geral, são desprezadas, porque simplesmente não são identificadas.

Mesmo quando há interesse, o processo da identificação c complicado, piorando a situação quando ele não é exerci-lado ou fica renegado a plano secundário.

E o determinismo psíquico que envolve certos problemas e imperfeições pode estar na mesma encarnação, em la/.ão de traumas de infância e outros, como também enraizado em encarnações anteriores. Seja qual for a origem, a meditação constante se apresenta como fundamental para que a identificação das imperfeições ocorra, e que estas sejam eliminadas.Cabe ao homem, assim, estar atento à sua imperfeição de não atentar para as imperfeições. Se isso não for trabalhado, ele investirá na matéria perecível, enfraquecendo e empobrecendo o espírito que é eterno.

141. Isolacionismo forçado

Sendo infinito e rico em moradas diversas, o Universo é palco das mais diferentes formas de vida inteligente. Tanto nos ambientes materiais, quanto nos níveis espirituais, existem seres não conhecidos na Terra. São incontáveis, sobre os quais os homens não têm qualquer idéia.

Cada um desses seres evolve em planos específicos, que são mais apropriados para seu respectivo crescimento espirituais. E se desejarem saber o que possuem de diferente uns dos outros perante Deus, posso lhes dizer que nada. Porque o Pai olha para seus filhos com o mesmo interesse e amor, independente da forma que tomam, seja por força da ignorância ou da luz que adquirem. Todos são, na essência, rigorosamente iguais para Deus.

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Entretanto, os homens na Terra, devido ao estágio em que se encontram, não saberiam corresponder-se com seres que assumem formato diferente do que se conhece no planeta. Qualquer contato em larga escala provocaria discriminações e agressões. Para que tenham uma idéia, vejam o que ocorre entre as raças, cujos indivíduos são segregados pelo simples fato de serem de etnias diferentes.

Agora imaginem a humanidade em contato com seres diferentes. O início de boa receptividade e amorosidade se transformaria em pouco tempo em focos de disputas pessoais, advindo posteriormente conflitos em maior escala. Se a Terra ainda não está preparada para o convívio pacífico entre as raças, muito menos está preparada para o convívio com seres universais.

Esse é o principal motivo do isolacionismo imposto à Terra. Somente quando os homens souberem se compreender é que terão condições de conhecer seus irmãos de outros planetas. Mas aí já saberão, também, que o diálogo se faz em nome de Deus, presente em cada um, e não na defesa dos interesses de formas materiais, que em nada contribuem para a evolução do espírito.

142. Jesus: exemplo ou intimidação?

O período em que Jesus esteve na Terra marcou a passagem de um homem cujo

comportamento foi um exemplo para os demais. Não somente por suas palavras e ensina-mentos, como também pelo próprio modo de agir, prestando a caridade sem receber compensações.

Jesus foi um exemplo de como os homens devem se conduzir em sociedade e, mais do que isso, na própria intimidade, quando estão sozinhos com a consciência.

O Cristo, entretanto, não exigiu que os homens fossem cópias dele. Pelo contrário, ao difundir a idéia do livre-arbítrio, transmutado pela razão na busca de Deus, mostrou que os

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homens precisam alcançar a evolução sem imposições externas. Mas pela própria força de vontade e pela assimilação de que o desenvolvimento espiritual depende de cada um por em prática o contínuo combate às imperfeições que lhe afloram.

Isso foge a qualquer idéia de que Jesus intimidou os homens para que o seguissem. Nunca ele fez isso. Da mesma forma que palavras de intimidação ditas em nome de Jesus devem ser abominadas. Elas não correspondem à verdade da real pregação cristã, que se fundamenta, inclusive, no respeito à opinião do próximo, embora muitas vezes não a compartilhando.

Vejam, desse modo, que Jesus foi o exemplo sobre o qual os homens devem se espelhar. Ao faze-lo, estarão seguindo os passos do Cristo, não na via crucis, mas na estrada de um livre-arbítrio de luz, conduzido pela razão divina.

143. Jovens e idosos

Alguns jovens desprezam a companhia de idosos, abs-tendo-se inclusive de conversar com eles, como se fossem ser contaminados por alguma doença contagiosa.

Se por um lado o choque de gerações é algo notório na Terra, por outro a discriminação imposta pelos jovens não é justificável. Os idosos são seres humanos iguais a eles, que não só podem ensinar como aprender, mesmo em silêncio e através dos atos.

Essa discriminação ocorre pela vergonha do jovem de ser visto por seus amigos na companhia de idosos, despertando contra ele críticas veladas de deboche. Como se para ser jovem, alguém precisasse sempre andar junto a jovens. A frase"dize-me com quem andas e te

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direi quem és", é considerada nesse caso. Quando ela devia ser observada quanto aos valores morais e não cronológicos.

O jovem não se torna idoso por andar com idosos. Ele será visto como um ser humano voltado para seus semelhantes, de qualquer idade, demonstrando que, no futuro, ele também terá maior condição de ser um bom companheiro na velhice. Na verdade, ele poderá ser um bom amigo em qualquer fase de sua vida, e deve cultivar intensamente isso, pois trata a vida de modo amplo, preenchendo todas as fases com a sua presença. Porque, queiram ou não, cada um de vocês está presente nos seus semelhantes de qualquer idade.

Já aquele que só anda com jovens está construindo uma vida limitada, que não ocupa espaços futuros. Ele cultiva o vácuo da velhice, de modo que será desprezado tanto quanto desprezou, pois foi sua opção. Para ele será uma longa vida curta, porque foi aproveitada somente na juventude, tendendo a ser solitário na velhice mesmo cercado de conhecidos.

Assim, dize-me com quem andas e te direi quem és. Se és um jovem que assim permanecerá por toda a vida, ou se és um jovem que cultivou a velhice e a solidão a partir da própria juventude.

144. Ler, aprender e assimilar

Existe enorme curiosidade entre os homens sobre o que ocorre nos planos espirituais.

Dedicam-se a leituras e estudos sobre o assunto, para entenderem melhor como se vive lauto nos níveis inferiores de sofrimento, quanto nos superiores de luz.

Embora se trate de um interesse natural, nós observamos que os homens se apegam às imagens que constróem sobre a vida espiritual, esquecendo de desenvolver, na Terra, atitudes que lhes permitam o melhor entendimento da espiritualidade.

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Ela somente será melhor compreendida quando os homens investirem mais em seus valores morais, promovendo a revolução interna preconizada por Jesus, tão necessária no combate às imperfeições.

Assim, a leitura e o estudo são fundamentais para a compreensão básica do mundo espiritual, mas precisam ser rigorosamente acompanhados da assimilação dos ensinamentos. E isso requer autocrítica e força de vontade, para que o amor e a caridade sejam eleitos como pilares da vida. caso contrário, a curiosidade sobre a vida espiritual será tão grande quanto a distância até ela.

A leitura e o aprendizado, bem como a participação nos cultos espíritas e espiritualistas, são importantes. Porém, o mais importante é aceitar que o homem é imperfeito, e necessita, pelo seu próprio esforço, cultivar e edificar o méri-l.o para atingir a espiritualidade a partir da Terra.ele deu sinais de extremo cansaço e parou algumas vezes, porém mesmo assim levou a cruz nos ombros até o fim. Foi forte o bastante, moral e fisicamente, para isso. Tal martírio foi uma das exigências de seus algozes, insistentemente reforçada por aqueles que o humilhavam durante o trajeto.

145. Levar a cruz até o fim.

Assim fez Cristo, apesar de ter sido por instantes auxiliado, por ordem dos próprios guardas que o acompanhavam. Foram breves momentos de ajuda, para que renovasse forças e retomasse o peso da cruz.

Na Terra, cada homem também carrega a sua própria cruz, que deriva das imperfeições não subtraídas do espírito, as quais pesam sobre seus atos através da existência. É a cruz das provações, fruto das sementes nocivas que plantam pelo caminho.

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Essa cruz, a exemplo da cruz de Jesus, será levada até o fim. Até que saibam que precisam plantar melhores sementes e colher bons frutos. Mas isso depende do livre-arbítrio de cada um.

E, durante o trajeto, da mesma forma que Jesus recebeu humildemente o auxílio dos homens, os homens também receberão a todo o momento o amparo de Deus, ensinando-os e fortalecendo-os, para que levem a cruz até o fim. Resignados e conscientes de que cumprem uma tarefa imposta pelos próprios atos.

146. Liderança responsável

A presunção e a arrogância fazem com que certos homens se considerem paradigmas de virtudes a serem seguidas e contempladas. Assumem naturalmente uma liderança que, no entanto, é desprovida de autocrítica, o que os leva a cometer duas faltas graves.

Uma delas é com a própria evolução. Pois, ao sentirem-se protótipos da perfeição, descuidam-se sobremaneira dos ensinamentos que a vida proporciona, desligando-se da interação com Deus.

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A outra falta decorre da primeira e atinge terceiros. A miopia sobre a realidade faz com que esses líderes, que descuidam da própria reforma moral, conduzam seus seguidores para o mesmo caminho da insensatez, por não terem instrumentos elevados que sirvam de referência evolutiva.

Por essa razão, todo aquele que exerce algum tipo de liderança na Terra, oficial, ou natural, por ser admirado, precisa estar atento para a necessidade da contínua busca da evolução, aplicando à vida a humildade e a responsabilidade, sabendo que estará conduzindo o destino de muitos que o ouvem e que lhe dão crédito.

Isso faz, principalmente, com que o espírito que caracterizou o Flautista de Hamelin deva ser evitado. Que o líder deixe de ser um pólo de atração cega e inconsciente, para se tornar referência de liberdade conseqüente. Desprovido de vaidades, porém enriquecido de responsabilidades, sobre a própria vida e a dos seguidores que nele se espelham, cons-lituindo-se no verdadeiro líder, que ama seus discípulos como a si mesmo. Da mesma forma que Jesus soube liderar seus seguidores, ensinando-lhes como serem livres para buscarem respostas no próprio espírito.

147. Livre-arbítrio coletivo e cientificismo

O conhecimento espiritual é infinito. A humanidade, entretanto, desconhece que seu acesso a esse conhecimento c limitado pela fronteira da razão que ela mesma detém, em virtude da evolução que conquistou. E esta, por sua vez, é IViito do livre- arbítrio coletivo.

Deus permite que as portas do conhecimento espiritual se abram gradualmente, à medida que a vida no planeta apresente indícios de evolução, os quais apenas Ele tem con-dições de interpretar, por ser o melhor juiz sobre o compor-lamento humano.

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Em muitas ocasiões, a humanidade já conta com a permissão divina para ingressar em novos patamares evolutivos, que irão gerar também ganhos materiais, porém os homens não identificam essa possibilidade. Ocorre, portanto, o hiato entre onde se está e onde se pode chegar, causado pelo processo agnóstico que delimita quase que integralmente o conjunto das liberdades individuais, bem como as iniciativas, e conseqüentemente o movimento da sociedade como um todo. A percepção fica por conta de poucos, que podem usar as novas conquistas para o bem ou para o mal, dependendo do respectivo livre-arbítrio.

Uma das causas dessa situação é o apego exagerado às idéias elevadas já difundidas, mas que não se constituem no ponto final da evolução espiritual. Mesmo porque esse ponto não existe. Aceita-lo, seria compartilhar da idéia de que Deus tem fim, o que se constitui no cúmulo do absurdo, contrariando o infinito e a eternidade. Seria a antítese de Deus, fundamentada na síntese da matéria, admitindo-se como impossível o que não se conhece.

Esse apego extremado ao que já existe revela a inibição, ou a omissão do homem frente ao desconhecido sobre seu próprio espírito. Ao invés de procurar também o conheci-mento novo na área espiritual, o qual ele julga inexistente, finca alicerces em idéias nobres e edificantes, porém já devidamente propagadas e debatidas.

E isso é mais freqüente do que se imagina, confundindo-se, regular e equivocadamente, os novos conhecimentos com tentativas de abalar antigos paradigmas, já provados como de grande valor. Ao invés de as inovações serem entendidas como riquezas adicionais à vida, o homem percebe o novo como uma ameaça.

Os homens não entendem que a função dessa gama de verdades já construídas, é justamente permitir que ele ala-vanque vôos mais altos. Mas, para isso, é necessário com-preender melhor as manifestações divinas a seu favor, na abertura de novos portais de conhecimento. É vital ter essa percepção. Olhar exageradamente o passado, mesmo buscando exemplos edificantes e já provados como fundamentais, desperta também um caráter cientificista. Trabalha-se sobre parâmetros que não estão vinculados às novas chances de conhecimento permitidas por Deus. Prova-se e repele-se o que já se sabe ou no que se acredita, acoplado ao passado, e o que não se conhece é desprezado por não se acei-lur ou não se poder provar.

Esses fatos deixam a humanidade perante um campo aberto impenetrável, muitas vezes por longo tempo, até que o livre-arbítrio de alguns, com mais iniciativa, desperte o livre-arbítrio coletivo, entendendo o novo que deve ser avaliado.

É importante para o homem estar atento para o fato de que ele não pode viver apenas de provas científicas cabais ou de pré-julgamentos sobre o que é ou não possível, mas Lambem das evidências presentes, para entender o que Deus lhe coloca à frente. E isso decorre da inteligência que analisa a verdade dos fatos, e não do medo do novo que entende o desconhecido como mentira ou farsa.

Caso contrário, os homens continuarão distantes dos caminhos que os conduzem em definitivo para longe da Terra. Porque estarão desprezando a percepção antrópica, que se constitui numa das formas de entender a linguagem divina. E que se baseia na mente do espírito, muito mais próxima de Deus do que as provas de caráter material ou de normas espirituais já constituídas, as quais nunca serão capazes de aglutinar evidências exatas sobre a presença de Deus no homem. Isso cada um descobre a seu modo, através da liberdade

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ensinada por Jesus, e que norteia o homem a encontrar a eternidade criativa em seu próprio espírito.

148. Livre para construir o reino de Deus

A morada espiritual de um homem é construída pela sua responsabilidade perante o Criador. Consciente disso, ele se eleva na espiritualidade. E, tendo a sabedoria de se liber tar das próprias imperfeições, estará erguendo o que chamam de Reino de Deus. Este, na realidade, não é um lugar fixo, mas um estado de espírito que pode ser conduzido para qualquer lugar, fazendo parte do indivíduo.

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Essa vibração é que fundamenta as colônias espirituais de luz no Espaço, onde irmãos com os mesmos propósitos, em torno do amor e da prática da caridade, encontram-se sintonizados para a formação desses cenários.

Sendo assim, o homem ao vencer suas imperfeições, cuidando das enfermidades morais que o maculam, está também sendo o arquiteto de sua morada espiritual. Pois é dessa forma que Deus deseja ver seus filhos. Fortes para praticarem a autocura e livres o suficiente para construírem o próprio futuro.

149. Lutar pelo mérito

Esperar acontecer o que desejamos pode ser indício de paciência e de resignação. Porém, é preciso que lutemos pelos nossos propósitos, tendo em vista que o mérito é o canal que nos leva à conquista.

A vida exige de todos a sabedoria de agir. Saber esperar, sim, quando os acontecimentos parecem contrariar tudo o que pleiteamos. Mas nunca desistir da luta, pois, se

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não for assim, estaremos nos acomodando perante o que Deus nos envia, sem que saibamos aproveitar essas oportunidades.

As conquistas, portanto, são traduzidas como reflexos de nossa inteligência de saber esperar e de saber agir, com resignação e luta, mas principalmente, com a certeza de que o Pai nunca nos abandona.

150. Magia, alquimia, religião: as cores do bom senso

Desde os primórdios da vida na Terra o homem procura parâmetros que lhe concedam maior interação com a natureza e com seu próprio destino.

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Essa busca, entretanto, a exemplo do que ocorre nos dias atuais, varia conforme a cultura de cada um, pela capacidade de percepção dos fenômenos em geral e da progressiva compreensão sobre Deus. Assim, a humanidade foi capaz de assistir ao desfile das mais variadas correntes na tentativa de integração homem-natureza, abrangendo também objetivos diversificados, situação que proporcionou a instituição de inúmeros rituais, que na prática simbolizam o pensamento de cada corrente religiosa.

Cabe então aqui uma observação. Devemos recordar que posições críticas, sobre o que é certo ou errado, devem ser externalizadas com cuidado. Hoje alguém pode ser crítico em relação a certas posições ou comportamentos de terceiros, porém amanhã, mais informado e menos discrimina-dor, poderá ser crítico da própria posição que vinha assumindo até então, ou seja, a de ser crítico de fatos que não lhe cabia julgar.

Por essa razão, religiões, seitas e rituais, desde que movidos pelo amor e pela caridade na busca sincera por Deus, devem ser respeitados. Não devem ser julgados simplesmente pelo fato de adotarem livros sagrados, normas místicas, simbologia ou rituais distintos uns dos outros. O importante são os propósitos.

Assim, um grupo de índios que cultive valores de sua cultura pode ser mais civilizado espiritualmente do que algumas seitas religiosas, manifestas nas urbes consideradas modernas do Planeta. Seus rituais, desprezados por muitos intelectuais como sendo primitivos, podem conter virtudes profundas, constituindo-se em formas de comunicação com Deus, as quais registram a herança cultural de seus antepassados.

O mesmo acontece quando os homens utilizam termos como magia e alquimia. Eles foram instituídos na antigüidade quando o homem iniciava mais seriamente sua busca de Deus, e os conhecimentos espirituais estavam dispersos. Entretanto, muitos deles continuaram enraizados em algumas culturas, sendo exteriorizados e aplicados até os dias atuais. Os homens estão errados ao agirem assim? Sim e não.

Se considerarmos que a base do comportamento humano, principalmente religioso, deve ser o amor e a caridade, e tais correntes chamadas de magia, xamanismo e alquimia estão voltados para esses objetivos, então que se manifestem. Por outro lado, se utilizam objetos ritualísticos como velas, incensos e outros itens, para rituais que não incentivem a transmutação da negatividade de seus participantes, então caem no ridículo do desnecessário. O mesmo acontece quando rituais obedecem a práticas grotescas ou monstruosas, que em nada justificam sua observância.

Deve ser lembrado que a grande magia é aquela que faz o homem cair em si para eliminar do espírito as imperfeições, o mesmo acontecendo com a alquimia. A vida é uma grande magia divina, pois ensina através da provação e da missão. E eu prefiro ver a Terra habitada por indígenas com amor no coração, fazendo suas fogueiras e empenhados em cânticos, do que por pseudocivilizados com falsos sentimentos e que se agridem continuamente através de guerras e de assassinatos.

É preciso combater urgentemente a hipocrisia religiosa. Aqueles que desejam se impor por aparências elegantes e notáveis, carentes entretanto de conteúdo quanto a sentimentos de fato religiosos, estão mentindo para a sociedade, não para Deus.

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Por isso, antes de criticarem outras religiões, seitas e seus respectivos rituais, procurem ter autocrítica de combater suas próprias faltas. Vejam como estão tratando seus familiares, subalternos no trabalho e amigos. Avaliem se enveredaram pelo caminho da mentira, principalmente aquelas que fazem para a própria consciência. Apreciem seus sentimentos e pensamentos, sejam caridosos no agir, fujam da arrogância da supremacia que entendem desfrutar na esfera religiosa. Quando conseguirem eliminar muitas dessas imperfeições, se tornarão também complacentes e afetuosos perante a escolha de terceiros. Entendam que cada um tem o aval de Deus para escolher a forma de se expressar, através de cores, de símbolos ou de orações. A escolha religiosa é livre e deve ser sempre respeitada.

() mais importante de tudo é o processo interno, a grande revolução que Jesus nos ensinou. Praticar a verdadeira irln;ião, que engrandece o espírito através do amor e da raridade, que são as cores do bom senso, frutos do livre-arbítrio de cada um.

Que as bênçãos de Jesus e de Maria alcancem a todos.

151. Mantendo a consciência

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Nenhum homem pode fugir do fato de que um dia terá de deixar a vida terrena. É um processo irreversível. Kutretanto, devem se perguntar se estarão preparados para esse dia.

Imaginem chegar a uma idade avançada, olharem pata l rãs e descobrirem que seu passado foi vazio, voltado para um egoísmo ímpar. Que não souberam acudir os que preci-savam e que não foram solidários. Que enganaram, mentiram, traíram seus amigos e entes queridos. Que sempre cultuaram os ricos em detrimento da pobreza. Que não souberam, no mínimo, cultivar Deus em suas vidas.

Essa rua sem saída poderá lhes causar problemas, lendo em vista a manutenção da consciência na volta ao mundo espiritual.

O ateu, por exemplo, achará que ainda está vivo na matéria, porque continua pensando. E muitos talvez sejam tomados pela confusão mental, que costuma caracterizar a passagem daqueles realmente despreparados.

Os acontecimentos seguintes podem incluir diversos tipos de sofrimentos e alucinações, devido à falta de referencial físico, bem como pela ação de entidades espirituais negativas, que se aproveitam daquele momento para atormentar e subjugar.

Por esses motivos, é fundamental que cada um exercite a consciência, para que seja mantido o equilíbrio no mundo espiritual. E não tenham dúvidas de que o primeiro passo para isso é aceitar Deus, praticando o amor e a caridade na Terra.

Quando sentirem que deixaram o corpo físico para trás, percebendo uma situação

inusitada de solidão, confusão de cores e extrema insegurança, então orem. Peçam ajuda ao Pai, porque vocês já O conhecem. Solicitem auxílio para que sejam acudidos por irmãos de luz. Mas, principalmente, orem. E Deus os ajudará, porque vocês souberam manter-se ao seu lado durante a vida na Terra, fortalecendo a consciência cósmica, pelo desenvolvimento do amor e a prática da caridade.

152. Maturidade terrena e maturidade espiritual

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O amadurecimento humano não decorre da idade cronológica de um indivíduo, mas da sua capacidade de avaliar de modo sensato as conseqüências de seus atos. Porque, se assim não fizer, estará agindo tal qual uma criança, ainda incapaz de estabelecer parâmetros para atitudes equilibradas.

A idéia de que a idade está associada à experiência tem valor em alguns casos, mas não significa que isso seja um fato inquestionável.

Um dos problemas que mais observamos na Terra é a insistência de certos adultos em persistir no erro, como se cada vez que renovassem seus equívocos não lembrassem de problemas passados causados por esses mesmos equívocos. Como costumam dizer, errar é humano, mas persistir no erro é abraçar a ignorância.

Cabe, dessa forma, ao adulto, comportar-se como tal, revendo constantemente seus atos e conseqüências. Nunca pensem que já atingiram o âmago da maturidade ou da ine-fabilidade, porque ainda estão longe disso. Trata-se de pura vaidade.

Meditem e sejam críticos de seus atos e pensamentos. A autocrítica contínua é fundamental para uma vida moralmente saudável, digna de seres em crescimento espiritual, que não se conformam em estacionar no tempo.

153. Mediunidade e mediunidades

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A mediunidade e a dedicação ao trabalho espiritual são vistas como um dever a ser cumprido, o qual faz parte do carma estabelecido antes da reencarnação.

No entanto, embora possam ser programadas certas modalidades de mediunidade, para favorecer a missão na Terra, isso não coloca o médium numa camisa-de-força, que o caracteriza apenas com aquela qualificação precisa.

Na prática, a mediunidade, qualquer que seja seu tipo, é uma porta aberta para o aperfeiçoamento de outros atributos espirituais. E aí surge a dedicação ao trabalho. Pois esta é que dará ao médium a possibilidade de desenvolver seu potencial, no alcance de outras faculdades mediúnicas que não a primária ou congênita.

Em sua infinita sabedoria, Deus concede a possibilidade do desenvolvimento mediúnico com parcimônia, para que os ensinamentos dele advindos possam ser assimilados, fazendo com que a mediunidade primária origine outras mediunidades, tão necessárias ao progresso do homem comprometido com a espiritualidade.

154. Mediunidade racional e os falsos magos

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Durante a vida na Terra todos os homens recebem sinais da existência da espiritualidade. Por essa razão, todos os homens são médiuns.

Entretanto, devido ao estado mediúnico de cada um, esses sinais são mais ou menos percebidos. Assim, quando um espírito reencarna, ele transfere, de seu corpo etéreo para o corpo físico, a capacidade receptora desses sinais.

Isso significa que seu sistema nervoso, principalmente na medula e cérebro, contará com inúmeros neurônios e componentes, que poderão ser mais ou menos alongados, ou existir em maior ou menor quantidade, dependendo do grau de sensibilidade mediúnica.

De qualquer forma, seja qual for a capacidade receptora desses sinais, sempre o homem terá a possibilidade de colocá-la em funcionamento. Vai depender do seu interesse e força de vontade.

Logicamente, em estado mediúnico primário, independente do status social na Terra, ele captará um número reduzido de sinais, e nem sempre terá capacidade de processar todos de forma eficiente. À medida que o fizer, estará unindo esses sinais através de inúmeros vetores, construindo um espaço n-dimensional que delimita seu conhecimento espiritual.

Outros, por sua vez, tendo a inteligência espiritual mais desenvolvida, terão certa facilidade de construir áreas de conhecimento mais amplas, devido também à maior capacida-de de identificar os sinais etéreos e processa-los devidamente.

Entretanto, não significa que ter maior ou menor capacidade de identificar sinais e processa-los, seja indício claro de que o conhecimento é bem administrado e aplicado. A inteligência, devido à bipolaridade, pode ser aplicada para o bem ou para o mal, considerando-se ainda a omissão e a inoperância como estados letárgicos, que atrasam o espírito, portanto sintomas do mal.

Isso explica porque tantos homens com profunda inteligência e erudição muitas vezes praticam o mal, enquanto outros considerados ignorantes e incultos deixam marcas de bondade e de amor solidário. Não é o nível de mediunidade nem de cultura que classifica o grau de evolução, mas a capacidade de desenvolver a razão na aplicação da mediunidade.

E esse também é o motivo pelo qual homens com elevado grau de mediunidade, têm permissão divina para trabalhar todo esse conhecimento de forma ampla. É porque justamente em encarnações anteriores falharam nas suas missões, recebendo novas chances para aplicar de forma racional esse conhecimento espiritual, resgatando e transmutan-do faltas passadas. Do que se depreende que ter mediunidade desenvolvida não significa ser espiritualmente

evoluído, mas sim que esse médium precisa de todo seu potencial para resgatar carmas.

Tal fato derruba o mito, tão difundido na Terra, de que homens com mediunidade desenvolvida sejam seres especiais e evoluídos. Nada disso. Essa constatação só é aplicada para casos especiais como o de Jesus, e alguns poucos que vieram à Terra em missão esclarecedora. E a humanidade precisa estar atenta para não glorificar e exaltar os falsos profetas e os falsos magos.

A seqüência que cada homem necessita administrar para evoluir na espiritualidade passa pela mediunidade e pela inteligência. Porém, o que vai determinar o bom uso desses

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valores é a razão plena, derivada da conscientização a respeito de Deus, que é o caminho reto da evolução, e da simplicidade que caracteriza os seres realmente evoluídos.

155. Menosprezando Deus

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Afirmar que o homem que não segue os ensinamentos de Jesus está fadado ao irreversível destino de viver no inferno, pela eternidade, é menosprezar Deus.

Inicialmente, tal afirmação seria uma ameaça, significando que Deus impõe sua vontade através de ameaças. Anularia assim os conceitos básicos do livre-arbítrio, que como o próprio nome diz, está relacionado à liberdade de ação pela vontade exercida do homem, sem ameaças envolvidas.

Depois, dizer que o homem será condenado à eternidade do inferno, é afirmar que Deus não tem a capacidade de perdoar. Pois, se após verificar que errou, o homem arrepen-dido desejasse deixar o tal inferno, encontraria em seu caminho um Deus irredutível, incapaz de perdoar, mantendo-o infinitamente confinado à égide dos demônios. Mais uma vez o livre-arbítrio não seria respeitado.

Dessa forma, não menosprezem Deus, fazendo ameaças em seu nome e dando-Lhe o caráter irresponsável de um ser que não sabe perdoar. Como Pai dedicado e que não abandona nenhum de seus filhos, Ele estará sempre de braços abertos, pronto a receber aqueles que passam a reconhece-Lo, mesmo que tardiamente. Sendo perfeito, Ele sempre respeitará o livre-arbítrio de todos, perdoando e ensinando sempre que necessário. Por não ser um tirano insensível, mas por ser, simplesmente, Deus, o Pai que ama seus filhos incondicionalmente.

156. Mentalização colorida e luzes coloridas

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A realização de tratamentos através da cromoterapia pode utilizar luzes coloridas assim como a formulação mental de cores, a cromoterapia mental. Ambos os casos têm seu espaço garantido na eficiência das aplicações.

A diferença que pode ocorrer refere-se apenas à intensidade que envolve cada instrumento utilizado. Por ser um objeto material, a lâmpada colorida tende a emitir ondas vibratórias com a mesma frequência em cada aplicação, com pequenas variações decorrentes da alternância da corrente elétrica. Seu tempo de utilização deve ser previsto com cautela, considerando que períodos de dois a dez minutos são mais recomendados. A lâmpada deve ser colocada a uma distância de aproximadamente quarenta centímetros do corpo do paciente, tendo em vista a facilidade com que a luz se aprofunda, ao mesmo tempo em que evita o desconforto causado pelo calor da lâmpada.

Por sua vez, a eficiência da cromoterapia mental está vinculada à capacidade do aplicador na hora do tratamento. Dependendo do seu estado emocional e espiritual, sujeito a diversas imperfeições, a frequência das ondas vibratórias tende a apresentar variância significativa, com desvios tão profundos a ponto mesmo de anular o tratamento. Mas, em estado de equilíbrio emocional e espiritual, o médium pode fazer com que a cromoterapia mental supere em muito a ação da luz elétrica, pois sua mente é livre o bastante para alcançar esferas do Espaço, invocando a luz cósmica, cuja pureza e intensidade são insuperáveis.

O importante é que o médium aplicador esteja preparado para realizar o tratamento. Não somente em termos de conhecimento a respeito da função em si, e na facilidade com que mentaliza determina cor, como também na própria preparação física. É recomendável, a princípio, ser não-fumante, pois as toxinas do fumo ficam cerca de oito meses presas ao c.ndoplasma, mesmo o endoplasma renovado. Ao ser canali-/ado para o tratamento, gera ectoplasma de péssima qualidade, com toxinas. Depois, ainda se recomenda a abstinência de sexo, de bebidas alcoólicas, de carnes, de alimentos gordurosos, incluindo frutas gordurosas, bem como evitar ao máximo discussões e aborrecimentos, isso tudo 48 horas antes do tratamento. O motivo é simples. Todas as contra-indicações aqui mencionadas também interferem na qualidade do ectoplasma a ser doado, diminuindo a eficiência do tratamento. Se possível, o paciente deve seguir os mesmos cuidados, para que possa receber e assimilar as vibrações.

Por essa razão é muito importante que, se o médium aplicador não estiver bem para realizar o seu trabalho, se ahslenha de fazê-lo, pois o paciente poderá ser prejudicado. Ou pela incidência de vibrações não recomendáveis no momento, ou mesmo pela ausência de vibrações curadoras.

Sugere-se ainda que as aplicações de cromoterapia mental sejam realizadas por no mínimo três médiuns. A tendência nesse caso é que as vibrações somadas atinjam o mínimo de benefícios necessários ao paciente. Não esquecendo que o trabalho é conjunto, de aplicadores encarnados cm associação com aplicadores do Espaço. Se a vertente encarnada reduzir sobremaneira seu ritmo, as vibrações emanadas do plano espiritual poderão ser prejudicadas.

Vale a pena lembrar também que a cromoterapia é de extrema utilidade para auxiliar na cura espiritual, considerando esta como complemento de tratamentos realizados pela medicina da Terra.

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157. Mente saudável

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Quando se fala sobre a saúde da mente, está se falando não apenas de uma mente saudável em termos clínicos, ou da mente voltada para o equilíbrio emocional. Muito mais do que isso, refere-se também à mente que exercita a autocrítica.

Se considerarmos a mente do corpo denso, por um lado, e a mente do espírito, por outro, ambas somente serão saudáveis e equilibradas se as imperfeições em ambas, ou de ambas, forem contornadas pelo esforço que promove a reforma moral.

De nada adianta alguém dizer que concilia intelectualidade com o culto ao físico, na propagada idéia da mente sã e do corpo são, se tudo isso se volta para o mal. Ou para o exercício de práticas que não acrescentam a sabedoria do viver, do amar e do perdoar. Isso não é equilíbrio, mas profunda disfunção espiritual e imaturidade, que tendem a provocar doenças e desequilíbrios futuros no corpo denso.

Saibam, então, que mente saudável, antes de tudo, é aquela que condiciona alguém à eterna procura de Deus, no exercício pleno do amor ao próximo e da caridade. Pois é a partir daí que ocorre o equilíbrio do corpo e do espírito, na verdadeira mente sã em corpo são.

158. Mérito divino

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Olhe com amor mesmo que não seja visto, e fale com o coração mesmo sem ser ouvido. Pois estará vibrando a paz para o interior daqueles que nem sabem que você existe. Conservando o anonimato, ao se ocultar em Deus.

159. Momentos eternos

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A prece, mais do que simples palavras coordenadas se exterioriza através dos sentimentos daquele que ora. Palavras não são necessárias para se chegar a Deus, e sim pensamentos.

Porém, devem também assumir que os pensamentos determinam o comportamento de um homem. Eles se constituem nas raízes da ação, e, por isso, devem ser manifestados de forma pura, de modo sincero, plenos de amor, para alcançarem Deus. Esse também é um meio de se manterem ligados a Deus em todos os momentos.

Se assim fizerem, não só estarão incorporando o amor ao cotidiano, estarão também tornando seus atos momentos demos de orações.

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160. Morada mais aprazível

Quando alguém fala em repensar a vida, deve ter em mente identificar os parâmetros básicos que regem as inicia-l.ivas tomadas no cotidiano.

Esses parâmetros são essencialmente valores intrínsecos do indivíduo, os quais alimentam suas reações diárias aos impulsos que recebe de várias origens.

Assim, de nada adianta mudar de residência, de trabalho ou de cidade. Pode até mudar de país. Mas tudo isso será inócuo, se continuar insistindo em manter no seu espírito o mesmo rol de imperfeições que existia anteriormente. A mudança física representará apenas um novo cenário, para os mesmos atos praticados pelo mesmo ator.

A mudança físico-geográfica poderá ocorrer, mas é imperativo que seja acompanhada de transmutação do espí-nlo. Pois esse é o caminho para desenvolverem a capacidade do. eliminar imperfeições, tornando a própria vida uma morada mais agradável.

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161. Multiplicando o carma

A Terra está povoada de homens que não cansam de interferir no livre-arbítrio alheio. Não somente através de ações, mas também de palavras, pois se julgam criteriosos o bastante para atitudes sábias, que impõem a sua vontade sobre os demais.

Inicialmente, entretanto, cabe lembrar que o verdadeiro sábio não se considera como tal, pois a conquista da sabedoria divina que elucida surge através da humildade. Depois, o verdadeiro sábio tem consciência de que seus desejos se tornam vontades, que quando postas em prática pelo carma, a ação concretizada, geram acontecimentos com conseqüências reais.

Em termos pragmáticos, deve-se dizer que se o homem já encontra dificuldades quanto ao carma da própria vida, o que dizer caso seu carma se estenda por outras vidas que não a sua, as quais sofreram com sua interferência?

O auxílio fundamentado em palavras amigas ou orações pode ser bem-vindo, porém nunca imposições sobre a vida alheia, ou conselhos desprovidos da razão necessária que os justifique, voltados para interesses unilaterais de caráter suspeito. O carma gera reações, que poderão ser multiplicadas, originando retornos de todas aquelas vidas que sofreram com a ingerência indevida.

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162. Mundo de provas

A vida na Terra seria desprovida de valores profícuos, e inócua em sua essência, se não trouxesse no imo o compromisso com a evolução do espírito.

O que concede ao tempo de vida no planeta a característica de compromisso inadiável. Não pensar dessa maneira, é atravessar a vida material, com todos os sofrimentos que a caracterizam, sem o devido aproveitamento de seus objetivos primordiais. Significa sofrer com o mínimo de aprendizado.

A inteligência do homem, por conseguinte, deve ser acionada para perceber a importância das provações em um mundo de provas. Entendendo que cada provação pode despertar inúmeros ensinamentos, tornando sua razão incrementai um parâmetro expressivo, na relação funcional com a evolução do espírito (no caso, evolução espiritual = a função das provações vividas). Acresce que a própria vida, em si, já sinaliza não se constituir no futuro do homem. E essa é a constante que completa a equação, cujos erros deverão ser minimizados pela assimilação do que se aprende.

Os homens devem encarar a vida material sob o ângulo das responsabilidades que ela exige. Para não sofrerem inutilmente, com parcos progressos, por imaginarem a vida na Terra como a luta pelo descanso e por riquezas inúteis, desprezando os ensinamentos das provações em um mundo de provas.

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163. Natureza humana

A natureza de um indivíduo está associada na Terra ao jcilo desse indivíduo encarar o cotidiano da vida. Timidez, l'alla de iniciativa, apego exagerado ao estudo, dificuldades de ix-lacionamento, entre outras deficiências ou qualidades, são apontadas como frutos da natureza específica de cada um.

Entretanto, a verdadeira natureza humana em nada se assemelha ao que é entendido na Terra, pois como o nome já diz, trata-se de natureza, algo que vem de Deus. Assim, a natureza do homem está na alma, a perfeição absoluta, valor que não foi devidamente assimilado devido ao mau uso do livre-arbítrio.

Considerando então todas as imperfeições dos homens, cada um deve entender que estas não se constituem, portando, em suas respectivas naturezas. Mas que eles precisam, na realidade, transmutar essas imperfeições e caminhar no sentido da verdadeira natureza, fruto da criação divina. E a alma de cada um é a orientadora, a referência dessa caminhada.

Desse modo, a interação com a alma deve ser realizada através da meditação, do diálogo permeado pela própria consciência, que assume para muitos a idéia de monólogo, pois é uma conversa com o próprio ser. É por essa autocrítica que a perfeição da alma os guia na caminhada em direção a Deus, o estado incontestável da pureza.

Portanto, não se contentem com a idéia da pseudonatureza observada na Terra. Tenham a certeza de não se acomodarem, e que sempre e sempre terão condições de crescer no caminho do amor e da perfeição. Pois esse é o futuro de cada homem: o encontro com Deus, na eterna conquista da sabedoria.

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164. O aprendiz

O homem fala sobre um Deus que ele pouco conhece. Apegou-se à idéia de que Deus existe, e limita-se a esse parco conhecimento. Ainda não entendeu que acreditar em Deus representa apenas o ponto de partida, para uma caminhada infinita de descobertas eternas.

E sinto pelos homens que não acreditam em Deus, ou apenas dizem crer numa força suprema no Universo, orde-nadora, sem identificá-Lo como tal. Porque eles se encontram aquém do início, vagando em circunstâncias que lhes trazem escassos progressos espirituais, investindo no progresso material, que é o que desejam. Mas também é o que rapidamente desaparece com a curta duração da vida. São homens que cultivam os valores externos, e perdem tempo ainda por cultivarem a pobreza do espírito.

Por outro lado, muitos daqueles que dizem acreditar em Deus repetem frases e recomendações que não observam na prática. Enquanto outros estão presos às preocupações sociais de serem vistos como homens de bem. No fundo, ambos também não conhecem Deus. A humanidade não se preocupa em conhecer Deus, mas apenas em saber de sua existência ou não. Como se isso fosse o bastante.

Por esses motivos sou cauteloso e um tanto pessimista quanto ao progresso da humanidade como um todo. Mas sou otimista com relação a cada homem individualmente. l 'ois a luta e a fé de cada homem é que lhe permitirá encon-Irar Deus no próprio íntimo. Esse é o caminho. Em vez de seguir a maioria sem entender, e sem desejar entender, é necessário traçar o caminho de compreensão através da própria razão. Pois a humanidade, do jeito que se encontra, dificilmente chegará a Deus. Porém cada homem dessa mesma humanidade, poderá chegar a Ele. Porque é a valorização das contínuas descobertas internas que faz do homem um aprendiz sobre Deus.

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165. O ateu

A escolha feita por um ateu, ao desprezar Deus, é atitude i H u- o leva a ser um homem sem esperança. Para ele a vida se K 'si unirá ao breve momento em que se encontra na Terra, marcado por profundas injustiças, doenças e finalmente a morl.e do corpo físico. É uma autocondenação à penitência, pois, para ele, a vida não apresenta futuro reversível.

Essa escolha de admitir uma só vida, na prática marcada por sofrimentos, em geral faz do ateu um homem insensível c às vezes violento, indiferente aos problemas humanos, pois em sua mente ele não se importa em praticar o mal, bastando que os homens não saibam.

Entretanto, o mais nobre em um ateu é quando ele tem amor verdadeiro no coração, praticando a caridade de modo sincero, e combatendo as imperfeições que incomodam sua consciência.

Certamente ele não deve perceber, mas o grito de sua consciência é o clamor da própria alma, é um chamado de Deus. Por isso, a exemplo dos demais que buscam Deus, será orientado pelo Pai. Deus lembrará sempre a ele que nunca o abandonou, apesar de ter sido esquecido em troca de uma vida sem perspectivas.

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166. O bem vence

Por que, seja no início, seja no fim, o bem sempre vence o mal? O mal deriva da ignorância de quem o pratica, e, por isso mesmo, está condicionado à carência de luz. Quando a luz se faz presente, ela ilumina a escuridão da ignorância, suplantando o mal, que passa a não ser mais praticado. O bem vence.

Todos aqueles que escolhem o mal, assim o fazem por não conhecerem o bem. Quando passam a saber o que o bem representa, deixam de praticar o mal, que fica derrotado por não ser mais exercitado. O bem vence.

Os que hoje se dedicam ao bem, escolheram essa opção porque já praticaram o mal, e sabem as conseqüências dele. Dessa forma, preferem o bem, que se tornou vitorioso sobre o mal. O bem vence.

E todos que praticam o bem, optando por esse caminho, algum dia já praticaram o mal, conhecendo então as estratégias do mal. E conhecendo os passos do oposto, também sabem como derrota-lo. O bem vence.

Por outro lado, aqueles que praticam o mal não conhecem o bem, pois, se o conhecessem, não praticariam o mal. Assim, não conhecendo os passos do oposto, não podem suplanta-lo, advindo a derrota. O bem vence.

Tal qual uma vacina que é produzida com o próprio vírus que ela deve combater, o mal é um vírus inativo dentro do bem, sendo sua própria vacina. Ela deve ser desenvolvida por cada homem disposto a realizar a escolha correta, que produz os anticorpos vitais à evolução do espírito.

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167. O caminho do meio

O livre-arbítrio permite aos homens manifestarem inúmeras índoles, dependendo da situação que vivem. Existe, entretanto, a propensão para que, face ao fortalecimento do malerialismo, os indivíduos que se opõem a esse caminho se inclinem em demasia para o espiritualismo e a religiosidade.

E preciso que lembrem que o espiritualismo é fundamental, porém tudo em excesso é prejudicial, ainda mais considerando que vivem em um mundo material. Dessa Inrma, é importante que estabeleçam o equilíbrio em suas vidas, procurando definir critérios para que possam ser espi-nlnalizados, sem comprometerem o lado material tão necessário no momento.Escolham assim trilhar o caminho do meio, tendo a habilidade de não serem religiosos fanáticos, tampouco MTCS embrutecidos pela matéria.

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168. O conhecimento que liberta

Quando o homem passa a entender seu estágio na Terra e os valores que envolvem o desenvolvimento espiritual, ele adquire u m elevado nível de responsabilidade sobre seu destino.

Porque de posse do conhecimento, não estará mais '.cndo conduzindo através da vida pela intensidade dos cnos e tentativas, mas pela excelência que caracteriza a consciência atuante e comprometida com a razão.

Assim, determinados erros, se cometidos, terão peso maior em sua vida do que antes, quando ainda não sabia sobre eles, pois já terá o discernimento de avaliar conseqüências, e os frutos que delas colherá.

Deus, ao permitir o acesso ao conhecimento, estará tam-bcm concedendo ao homem o direito de reger parte do próprio destino. Liberdade essa que deve ser exercida com a seriedade da razão, na busca inclusive de novos atributos, que ampliem sua eficiência e dimensão.

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169. O crime político

O ato de tirar uma vida baseado em justificativas politicas, é um procedimento tão grave quanto o de um assassinato ou de um latrocínio.

A história da humanidade, entretanto, é rica em exemplos de crimes que foram cometidos sob os mais variados argumentos amparados por questões ideológicas. Todos esses exemplos se constituem em assassinatos abomináveis, cujos autores tiveram de prestar conta a Deus sobre seus atos. Não escaparam da justiça divina.

Portanto, os atentados cometidos contra ditadores e outras figuras sinistras que marcaram a história são da mesma forma condenáveis. Ninguém tem o direito de tirar a vida alheia, mesmo sendo a de um tirano, tarefa que cabe exclusivamente à sabedoria de Deus.

Mais uma vez devemos ver o exemplo de Ghandi, nosso querido irmão que sempre usou a inteligência para alcançar seus objetivos. Comandou uma revolução sem precisar atirar em seus oponentes. E quando sofreu um atentado mortal, ainda pediu clemência para seu assassino, pois tinha no coração a sabedoria de que a pena de morte é um ato inadmissível.

É nesse exemplo que todos devem se pautar. Pois, do contrário, estarão através da vingança cometendo o mesmo erro cometido por aqueles que classificam de tiranos. E, novamente, deve-se lembrar que um erro não justifica outro.

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170. O despertar da caridade

A dedicação ao trabalho da caridade é um dos principais meios de percebermos o quanto precisamos uns dos outros. O que no início parece uma via de sentido único, se transforma com o tempo numa interação difícil de ignorar.

Quanto mais exercitamos a caridade, mais sentimos o quanto ela nos inunda de paz, ao vermos rostos agradecidos por esperanças renovadas. Trata-se de retorno intangível, que nos ensina que estamos presentes em cada um de nossos irmãos. A felicidade deles passa a ser também a nossa.

E a esperança deles torna-se também a nossa, mas no sentido de que ainda conseguiremos ser melhores do que somos.

A prática da caridade, assim, não é apenas uma doação que fazemos a terceiros. Ela é, principalmente, uma doação que fazemos ao nosso próprio espírito, pois abre nossa mente ao amor divino.

Quando praticarem a caridade, lembrem-se que pres-lam enorme auxílio, a todos que a recebem e a vocês mesmos. Esse foi o ensinamento de Jesus, nosso grande Mestre, (|ue nos mostrou como amar Deus e nos encontrarmos através Dele em cada um de nossos irmãos.

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171. O dia dos inversos

Cada vez que levantávamos o braço brandindo o chicote, cumpríamos uma missão rotineira. Naquela manhã assim fazíamos para afastar a turba, que por vezes se colocava no caminho do condenado, que era ofendido com cscárnios e desacatos. Era uma tarefa normal para impor a ordem, porém num dia anormal que marcou a história.

Durante o trajeto, o que parecia rotina nos cansou. Um peso estranho inundava aos poucos nossos corpos, de modo que em certo momento o chicote pesava. Nossos braços, apesar de continuarem o trabalho, já não eram tão ágeis e firmes. Como se algo nos impedisse de colocar a força necessária nas vezes que atingíamos o condenado. Este, continuava seu caminho apesar de tudo. Por vários momentos pensávamos que não chegaria ao seu destino. Pois se aqueles chicotes pesavam tanto em nossas mãos, como alguém carregando uma cruz de madeira poderia agüentar?

Sentíamos como se fosse o dia dos inversos. O dia em que o peso levado pelo condenado era suportável, enquanto o leve peso que os algozes carregavam endurecia os braços.

Ao chegar ao destino, enquanto o resto da guarda se encarregava do ato final, sentei-me para descansar, tomado pela dor muscular e um peso cuja origem desconhecia. À distância, fixei meu olhar naquele homem que, apesar de tudo que havia passado, ainda dava sinais de vida. Pensei: como alguém pode ser tão forte?

Mas aquele era realmente o dia dos inversos. Foi o dia em que Jesus provou que o poder do homem está na leveza do espírito, e que o peso da matéria se multiplica quando não se conhece Deus.

E nesse dia eu senti também que algo devia ser modificado em mim. Que a maior coragem não está na violência, mas em aceitar a paz. E que a força não se encontra na agressão, mas no olhar piedoso que partia daquele condenado. Foi o dia em que o sofrimento do condenado condenou nossos atos. Foi o dia em que senti ser a maior vítima de meus próprios atos. Foi o dia dos inversos.

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172. O estático dinamismo de Deus

Deus, sendo eterno e infinito, representa a perfeição e a verdade imutáveis. Suas qualidades são, assim, estáticas, porque nunca serão alteradas. Sempre existiram e sempre existirão no mais profundo equilíbrio.

Mas, também sendo onipresente e imanente, Deus revela sua dinâmica através da contínua criação que se processa no Universo, agenciada pela Natureza e por seus próprios filhos. O que revela ainda o conceito de intensa atividade que o caracteriza.

Deus é, portanto, estático e dinâmico, pois a sua estática é revelada por qualidades eternas e imperturbáveis. Sua dinâmica está no uso das qualidades para manter a vida e suas devidas adaptações.

Isso é um grande ensinamento para os homens. No sentido de que para chegar a Deus precisam cuidar de duas vertentes, ambas dinâmicas, porém tendo os referenciais divinos da estática e da dinâmica como exemplos.

O homem se espelha na estática divina para exercitar sentimentos condizentes com a sua evolução, através do entendimento e da assimilação de qualidades, que fluem em seu espírito como um aprendizado que não cessa. E, de posse desse aprendizado, que se traduz como qualidades incorporadas em definitivo ao espírito, ele direciona a dinâmica de seus gestos para a construção de atos edificantes, que permanecem vivos em sua história devido ao amor e à caridade que envolvem.

A diferença, entre o estático dinamismo de Deus e a dinâmica edificante dos homens, está na conscientização de que Deus sempre será o referencial maior. E que a cada estática atingida pelos gestos que pratica, o homem estabelecerá um degrau na escala de seu crescimento, sendo necessários, então, novos gestos de amor, para que prossiga na evolução espiritual. Eterna e incansavelmente.

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173. O estigma das drogas

O ato de consumir drogas se constitui, como todos sabem, em caminhar na estrada do suicídio. Pois, mesmo que a morte demore a ocorrer, ela se dará antes do que deveria realmente acontecer, o que significa reduzir o tempo de vida. E isso é caracterizado como suicídio.

O usuário de drogas, portanto, não apenas destrói a própria vida, como a daqueles que o cercam. Pois ao ficar evidente seu vício, seus entes queridos sofrerão o impacto da dor e da angústia. Mesmo que isso ocorra após sua morte.

Indo mais adiante, após o desencarne, o drogado se vê frente a situações terríveis. Ele é direcionado a planos de sofrimentos por aqueles espíritos que o circundavam na Terra e que lhe incentivavam o vício. E assim ficará até que, por força de seu livre-arbítrio, resolva aceitar o socorro das falanges de caridade que percorrem esses planos.

Mas, se pensam que a partir daí está tudo resolvido, enganam-se. O tratamento realizado em um espírito que consumiu drogas irá prepará-lo para uma nova encarnação, porém não irá retirar de seu corpo etéreo as marcas deixa-das pelo vício. Esse é um trabalho que cabe a ele mesmo definir.

Ao reencarnar, trará assim as marcas presentes do vício, que podem se transformar em doenças no corpo denso, ou mesmo renovar o apelo às drogas. Tudo vai depender do seu comportamento em termos de amor próprio, do exercício da caridade e do pedir que aconteça na nova vida para que aprenda pela provação.

Do que fica entendido que quem ingressa no mundo das drogas está jogando fora a encarnação atual, gerando problemas pós-desencarne e ainda comprometendo a encarnação seguinte. Uma cadeia de sofrimentos inúteis.

Ao abraçar as drogas, o homem abraça também o estigma que elas proporcionam, o qual poderá se prolongar por várias encarnações. Até que reconheça que o maior estímulo à vida se encontra dentro dele mesmo, e se chama Deus.

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174. O eterno conhecimento

Existem homens na Terra que são incansáveis na busca do conhecimento. Registram feitos notáveis, alcançando tecnologia que produz melhorias significativas na qualidade de vida do planeta.

Todo conhecimento obtido pela humanidade, entretanto, é apenas uma ínfima parte do conhecimento que se identifica com Deus. Tudo o que já aprenderam e ainda aprenderão sempre existiu. O que para vocês é uma fantástica novidade tecnológica ou científica, sempre esteve presente na imensidão do Universo, à espera de ser descoberta. Da mesma forma que hoje existem informações que ainda levarão milhões de anos para serem identificadas.

O moderno, dessa forma, se constitui em emanações que ainda não haviam sido percebidas pelo homem na essência divina. Pois Deus nada mais é, sob esse prisma, do que a fonte primária e infinita do conhecimento universal, seja em qualquer época, em qualquer lugar. Quando o homem encarnado, ou o espírito desencarnado, descobrem algo que l lies enriqueça o conhecimento, estão apenas descobrindo uma parte desse infinito. Uma parte que sempre existiu, revelada ao mérito do esforço, e difundida entre muitos que precisarão dela para evoluir.

Isso significa que o homem necessita compreender dois preceitos básicos para sua evolução. Primeiro, através de Deus, entender e conquistar o universo de conhecimento que existe no próprio espírito. Segundo, cultivar a humildade, aceitando sua magnânima insignificância perante Deus. E o ato supremo de se engrandecer com Deus, porém sabendo exercer eternamente a humildade.

Entendam, assim, que sempre haverá muito a ser descoberto. Mas, também, sempre haverá muito para ser melhorado em nosso espírito. E se souberem amar Deus, serão sábios para plantarem, em definitivo, a plenitude de suas vidas.

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175. O eterno perdão divino

A vida na Terra representaria uma enorme perda de tempo, se não estivesse condicionada a inúmeras encarnações de cada indivíduo. Já imaginaram alguém nascer, adquirir as mais variadas experiências e conhecimentos, para depois envelhecer, advindo a morte e tudo isso sendo perdido? Ou qual o sentido de uns nascerem perfeitos fisicamente, enquanto outros com defeitos congênitos, muitas vezes atingindo expressões terríveis, com enormes sofrimentos?

Se a vida terrena fosse a origem de tudo, sem a devida vida pré-matéria, Deus estaria, além de cometendo injustiças por favorecer alguns em detrimento de outros, fazendo com que todos perdessem tempo, num processo carnal de sofrimentos desnecessários.

Por outro lado, se Deus abandonasse seus filhos na vida pós-matéria, devido aos erros que cometeram na Terra, c.nLão estaria se admitindo que Deus é caracterizado pela imperfeição, por não saber perdoar e não permitir que aprendam através de novas chances. Seria admitir que o tão apregoado livre-arbítrio não existisse, e Deus classificado de tirano, por obrigar a total subserviência à sua vontade. Pois, quem aceitaria desobedecer a Deus e ser condenado eternamente às trevas, sem ter a chance de aprender, ou de não receber do Pai a complacência na concessão de novas oportunidades? O Universo seria um caos marcado pela intransigência divina, pela intolerância e pelo eterno rancor daqueles renegados à eternidade da provação, sem poderem exercer o livre-arbítrio em busca do aprendizado. Seria o ápice da injustiça.

Felizmente, em sua infinita sabedoria, Deus concede o livre-arbítrio, perdoa e ensina. Permite que seus filhos encarnem e reencarnem tantas vezes quanto desejarem ou for necessário, com a finalidade de aprenderem através do carma, mas, também, pelo desenvolvimento da própria inteligência, dando, assim, sentido à vida, que de mero período efêmero para muitos, passa a ser vista e trabalhada como a rica continuação de uma existência infinita, marcada pelo amor divino.

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176. O hábito de ser feliz

A busca da felicidade é um direito de todos. As próprias orientações divinas sinalizam no sentido de que o destino de cada homem é encontrar a bem-aventurança no próprio íntimo.

Mas durante a permanência na Terra, os homens se deparam com dois tipos de felicidade. Aquela que lhes permite desfrutar dos prazeres e das conquistas na matéria, e a outra, comportamental, de senürem-se naturalmente felizes.

Inicialmente, deve-se recordar, as conquistas na matéria podem tornar o homem realizado quanto ao resultado de seu esforço, porém não necessariamente feliz. A felicidade pode ser incompleta, restrigindo-se somente à concretização de um ato em si, e não às conseqüências dele, as quais podem ser perniciosas.

Por outro lado, a felicidade natural decorre de um estado de espírito, não derivado de conquistas na matéria, mas da sabedoria de se encarar a vida, permitindo que cada um veja a vida e seus acontecimentos sob prismas diferentes.

Isso significa que um esforço realizado, independentemente de seus resultados, pode trazer grande felicidade. Pois o ganho não é somente obtido pelo sucesso, mas também pela consciência de que não houve omissão, e de que muito foi aprendido durante o empenho. E que se ocorre o insucesso, é porque o sucesso não seria o melhor naquele momento, pois o triunfo final é construído pela sabedoria de se entender o porquê dos fracassos.

Olhando-se a vida sob o ângulo dos sucessos concretizados que recompensam, bem como através dos insucessos que ensinam, grande parte do que ocorrer nela trará felicidade. Porque o conceito será outro também para diversos acontecimentos, quando não ficarão registradas mágoas, desejos de vingança, e ligações obsessivas ao passado. Mesmo agressões e ofensas serão vistas como atos de indivíduos infortunados, que não possuem o juízo e o equilíbrio para se expressarem de forma civilizada. Haverá a compreensão de sentir-se feliz, por não ser assim como eles.

A vida é uma escola, cujos ensinamentos permitem várias interpretações. Entretanto, quando se procura assimilar todos eles pelo aspecto positivo, a derrota se transforma em fé, o otimismo em realização e o sucesso em renovação, fazendo do homem um ser habitualmente iluminado pela felicidade, por entender que seu tempo é ocupado com inteligência e sabedoria.

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177. O humilde silêncio de Deus

Os sentimentos podem ser demonstrados de várias maneiras. Através de um simples olhar, ou por palavras e gestos. Porém, o mais importante sentimento, que é o amor divino, manifesta-se discreta e silenciosamente.

Deus se apresenta como a expressão máxima da humildade. Ele não fala para chamar seus filhos, não aparece para provar sua existência. Tampouco responde com palavras a quem o invoca. Mas seu amor, silencioso, assume as formas mais singelas dentro de cada um de nós. Aparece nos gestos de caridade, que se ocultam no sigilo para não humilhar. Ou na tranqüilidade da paz. Revela-se na calma da paciência, e na solidão dos que cultivam a fé. Mesmo nos mais remotos pontos do Universo, ali está Ele latente à espera de ser descoberto e amado.

Deus, dessa forma, demonstra ter a sabedoria de se exprimir silenciosamente. Um simples silêncio que retrata a totalidade da criação, a qual Ele deixa de herança viva a seus filhos, como um Pai que cultiva o esplendor da sensatez.

Que o amor, assim, cresça nos sentimentos de cada homem, para que possam entender a modéstia que envolve Deus, cuja humildade se revela no silêncio de sua obra.

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178. O inefável valor das cores

A pluralidade de cores não torna o Universo apenas mais atraente. As cores são símbolos vivos de energias, de vibrações, de pensamentos plasmados, de doenças e de curas. Elas têm função primordial na dinâmica da criação, na construção do bem e do mal. Pelas cores da aura podemos ver o estado emocional de alguém, da mesma forma que as cores tornam ambientes mais, ou menos, atraentes.

Na maioria das vezes, quem está encarnado na Terra enxerga as cores sob o prisma da beleza aparente, como que admirando rapidamente uma obra de arte que todos os dias pode ser encontrada. Pelo fato de ser presença permanente na vida, as cores passam também pelo inevitável crivo do ilimitado, cujo valor é discutível. Sua importância na maioria das vezes está relacionada ao lazer, pela simples visualização e admiração.

As cores, porém, possuem um valor inestimável. É aquele que possibilita ao homem interagir com a natureza através delas. Ao ver o céu azul, que traz tranqüilidade, ao invés de somente admira-lo, absorva esse azul divino para sua aura, para seu corpo. Se um campo verde lhe provoca lembranças agradáveis, envolva-se com esse verde. E mesmo ao vislumbrar pássaros coloridos, permita que as cores das penas caiam sobre você num ritual xamânico.

Não se limite apenas a ver as cores da natureza, mas busque atrai-las, senti-las, respirar a essência delas para seu interior. Admita que está sendo beneficiado por elas, que estão trazendo a cura, a presença de Deus para sua vida.

A aplicação da cromoterapia começa pela força da nossa mente. E a natureza fornece a matéria prima necessária para o enriquecimento do espírito. Cabe a cada um saber aproveitá-la, compreendendo melhor o inefável valor das cores.

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179. O joio e o trigo

Um dos principais motivos que impede a espiritualidade de ser devidamente desenvolvida na Terra é a incredulidade. A falta de fé é evidente, e deriva muitas vezes da falta de conhecimento.

Os homens não estudam como deveriam. Limitam-se a poucas obras sobre a espiritualidade, batendo em temas repetitivos que circulam de maneira pouco evolutiva, porém extremamente conservadora e fundamentalista. Isso impede, então, que novos conhecimentos sejam adquiridos, dificultando o entendimento sobre instruções enviadas ao planeta.

Embora as limitações ocorram em parte devido ao cuidado, louvável, de se distinguir a verdadeira origem do conhecimento, bem como seus reais objetivos, deve-se lembrar que negar tudo que é recebido também não é boa prática. Tanto está errado aceitar a mistificação, como negar o que de fato foi enviado pela Espiritualidade.

Daí a necessidade do estudo, para que se tenha cada vez mais a possibilidade de separar o joio do trigo. E quanto mais estudarem, perceberão que muitos dos que se intitulam trigo estão ali para impedir a retirada do joio, e por essa razão são tão críticos e intransigentes. Muitas vezes, sem saber, agem sob influências de entidades negativas, que não desejam a evolução planetária. São levados pelo orgulho, arrogância e medo de perder posições de poder frente ao desconhecido.

Não esqueçam que desenvolver a espiritualidade passa inexoravelmente pela prática, incondicional, do amor e da caridade. Mas, também, pela prática do estudo constante, da disciplina, e da retidão moral, de admitir certas ocasiões que se está errado. Porque assim agem os homens de bem, pouco preocupados com o próprio ego, e mais servidores da Espiritualidade.

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180. O mestre

O verdadeiro mestre vê a própria imagem em cada um de seus discípulos. Ele tem a paciência de ensinar quantas vezes forem necessárias, porque foi desse modo que ele também aprendeu. Mais do que paciente, ele sente amor pelo que faz, contribuindo para que vidas sejam construídas. E por lidar com vidas, ele conserva a humildade para não humilhar. Sabe que tudo de bom que aprendeu veio de Deus. E tudo o que ensinar de bem levará até Deus. Entende que sua tarefa, que promove a liberdade de cada aluno, é um eterno aprender a doar.

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181. O passado como futuro

Quando o homem olha o passado, na realidade focaliza duas vertentes de futuro. Uma delas é aquela que lhe fornece os ensinamentos necessários para que erros não se repitam, e que as vitórias alcançadas sejam raízes de novas realizações.

A outra está em se prender aos problemas ocorridos, como grandes traumas, além de

reviver mágoas e frustrações que lhe despertem sensações de impotência e de rancor, mantendo-as atualizadas.

Naturalmente não é difícil estabelecer qual o futuro desejável. O grande problema é que a mente humana não consegue estabelecer decididamente essa diferença, quando reage aos impulsos da vida. O desejo é um e a prática outra.

Dificilmente o ser humano percebe que o passado se confunde com o futuro através de suas percepções sobre a vida. E dependendo do direcionamento que estabelece, presente e futuro se tornam a mera continuidade de um passado nem sempre agradável.

No caso da visão do passado que ensina sobre o bem e o mal, ela constitui um espectro que auxilia na construção do futuro. O passado se torna um ritual de orientações para o tempo vindouro.

Mas se os problemas do passado são constantemente relembrados, cercados de ódio, amarguras, e sentimentos de fraqueza, então o passado deixa de ser um espectro para se tornar a realidade futura. É o modo do homem renovar seus próprios infortúnios, por não querer interromper seus laços emocionais com as dificuldades do pretérito. Ele não só as relembra, como as vive e constrói com elas o próprio futuro.

Esse é o motivo pelo qual muitos alegam não ter sorte na vida, pois renovam os próprios contratempos, além de sofrerem por antecipação, acreditando não haver saída para os problemas.

Tal situação os coloca em dívida com a própria existência, pois geram provações que não lhes foram enviadas por Deus, não se constituindo assim em ensinamentos. São provações que eles mesmos criam pela inabilidade de viver e pela imaturidade espiritual. E que serão renovadas no futuro, desta e de outras encarnações, até que aprendam a não martirizar a própria mente.

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182. O rei dos reis

No auge do escárnio que o atingiu, Jesus foi chamado por seus oponentes ironicamente de rei dos reis, título que coroava a humilhação que estava sofrendo.

Sem entenderem o que Jesus lhes havia dito, os homens da época interpretaram o Reino de Deus como sendo a tentativa de ser implantada uma instituição na Terra, dirigida pelo Cristo, a qual ameaçaria as condições sócio-políticas então vigentes.

Não compreenderam os ensinamentos de Jesus, e nem que o Reino de Deus não está na Terra, porque em verdade ele fica dentro de cada homem, sendo descoberto através da prática contínua do amor, o que possibilita a cada um ser rei desse reino interior.

A humanidade ainda vai demorar muito a entender que todos os homens são reis no Reino de Deus. E levará tempo para descobrir que Deus é o Rei dos reis. Foi o que Jesus tentou mostrar e que até hoje poucos compreenderam.

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183. O significado da paz

O conceito de paz entre os homens está muito aquém daquele que se costuma ver na Terra como paradigma. Para os homens a paz significa que nações não estão em guerra, que indivíduos não brigam, ou que alguém está materialmente satisfeito, de posse de bens e de riquezas. Sem dúvida, tudo isso também é paz, porém trata-se de uma concepção limitada.

A paz, em seu sentido mais amplo, está inicialmente voltada para a busca promovida pelo próprio indivíduo em seu íntimo. Pois, como muito já se disse, a luta do homem contra suas imperfeições é que o faz entender melhor a paz.

No momento em que ele desperta no íntimo os valores divinos que conduz desde a criação, estará também assimilaudo a paz, com a própria consciência. Estará conhecendo l )eus, que é a paz dos homens de boa vontade. Tendo boa vontade, será um homem de paz no mundo em que vive.

A paz sobre a qual se fala na Terra, envolvendo nações e outros casos de espectro mais coletivo, é mero resultado da paz que se encontra oculta em cada homem. Pois, é a partir dela, e do conjunto de decisões individuais, que nações, raças, religiões e indivíduos, pobres ou ricos, terão condições de encontrar a verdadeira paz. E esse é o modo de fazer da Terra um lugar realmente de paz, e não de palavras vazias que encobrem as turbulências internas de cada homem.

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184. O som do amor divino

Os sentimentos que partem de um homem representam a forma como ele se comunica através do Universo. Simbolizam, pelo silêncio, as palavras que muitas vezes ele deixa de proferir.

Alguns de seus irmãos, entretanto, não o ouvirão, porque não entendem nada mais do que palavras verbais. Mas todos aqueles que entendem as vibrações do silêncio, conseguirão traduzir o que esses sentimentos significam.

Portanto, procure sempre vencer os maus sentimentos, transmutando-os, para que sejam palavras silenciosas de luz proferidas através do éter. Que elas possam atrair ouvintes que respondam na mesma sintonia, num diálogo franco e aberto de paz, de harmonia e de equilíbrio. E que todos, através do pensamento, tenham a sabedoria de vibrar, onde estiverem, o som silencioso do amor divino.

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185. O tempo na senda da evolução

A vida na Terra está sujeita à dinâmica do tempo. Ele passa desapercebido e cada momento se torna rapidamente passado.Imaginemos então olhar para um relógio. À medida que ele funciona, os ponteiros movimentam-se no destrogiro, acompanhando a trajetória do tempo, retrato do presente que segue adiante.

Quando corretamente norteada pela razão plena, a evolução espiritual coincide com a dinâmica do tempo, fazendo com que o presente prossiga adiante, conduzindo a luz do futuro.

Mas imaginem também a inobservância do aproveitamento do tempo. O presente passa a ser o passado vazio em movimento. Apresenta-se como o levogiro, com a luz dos acontecimentos deturpada pela química da omissão. O pretérito desarma o agora, que se enfraquece na construção do porvir.

Assim, uns caminham conscientes no presente que edi-fica o futuro, enquanto outros retardam seus passos presos ao presente anacrônico. Decorrência do livre-arbítrio de cada homem, que pode ou não perceber o tempo, e aproveitá-lo na senda da evolução do espírito.

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186. O Universo em expansão

O Universo é infinito e eterno. O que os cientistas na terra classificam de fronteira do Universo, nada mais é do que o limite máximo que os instrumentos de visualização alcançam. O dia em que desenvolverem instrumentos mais poderosos observarão o que não haviam visto antes. E pensarão que a fronteira se moveu. Afirmam que o Universo está em expansão.

Na prática, o Universo não está em expansão em termos de limite, embora isso seja difícil para um homem encarnado compreender. Ele está em expansão em termos de criação, pois a criação divina se processa indefinidamente.

Mas os indivíduos também podem participar da criação, com o uso adequado da mente no momento em que alcançam a razão plena. Podem interagir de modo mais intenso com a natureza, fortalecendo o próprio microcosmo. E é isso que Deus deseja para seus filhos. A liberdade de ação, sábia o suficiente, para, continuamente, praticarem o ;unor e a caridade a partir do próprio ser. Ajudando a expandir o Universo.

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187. O uso da simbologia

Símbolos são importantes canais de comunicação com a Espiritualidade. Por intermédio deles pode-se solicitar auxílio a irmãos de planos superiores, bem como serem plasmados verdadeiros escudos de proteção. Isso implica dizer que a utilização do símbolo não precisa ser necessariamente através de talismãs materiais, mas também através do exercício de projeção mental.

Mesmo porque, a rigor, quando é utilizado um talismã material, quem comanda sua energia é a força da mente. Por essa razão, certos indivíduos através da fé fazem de determi-nados símbolos um instrumento de poder, enquanto que outros, simplesmente, não sabem como empregá-lo.

Em geral, as falanges de luz no espaço possuem símbolos para facilitar a comunicação no próprio éter com outras falanges, assim como com encarnados nos planos físicos. A simbologia é uma das várias manifestações do Logos, facilitando principalmente o intercâmbio vibratório entre a vida material e a espiritual.

O relevante, no entanto, está na conscientização de que a mente, fortalecida pela fé no caminho do amor e da caridade, se torna o dínamo da vontade e da aplicação prática da simbologia. Sempre em direção a Deus, para que se consolidem obras perenes, e não aquelas que se autodestruirão devido a inconseqüências cometidas.

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188. O valor da penitência

Quando o homem é tomado pelo remorso, entendendo que cometeu faltas graves, muitas vezes procura restabelecer sua dignidade espiritual através da penitência. Essa decisão pode ser concretizada por períodos de orações ou por promessas das mais diversas naturezas.

Seja qual for o caminho escolhido, pois se trata do foro íntimo de cada um, a penitência não deve ser vista como castigo pelas faltas cometidas. Mas sim como uma forma de avaliação sobre o que ocorreu, além de ser um modo de autoaler-ta e de vigilância, para que outras faltas não aconteçam.

Essa assertiva deriva da constatação de que a função primordial da penitência é fazer com que o homem assimile o ensinamento, a respeito do que praticou. A reflexão leva ao aprendizado, considerando que faltas devem ser julgadas na busca de soluções construtivas, e não de castigos arrasadores sobre a moral do homem.

De nada adianta repetir uma oração cem vezes, se dias depois os mesmos erros se renovam na prática, na esperança de que novas orações e penitências apagarão suas marcas. Pensar assim é persistir no erro, transformando a penitência no amargo remédio receitado para uma doença, que se apresenta como incurável por descuido do próprio paciente.

A penitência, desse modo, deve ser vista como uma alavanca que estimula a força do espírito. Para prevenir, através da meditação, desvios morais que o homem reconheceu já ter praticado no passado.

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189. O valor do dinheiro

A utilização do dinheiro na Terra é de suma importância, tendo em vista que as

relações sociais e profissionais assim exigem. No caso dos infortúnios causados, o problema não é o dinheiro, mas o uso que se faz dele. Porque a mesma moeda que compra um remédio ou paga um salário ganho honestamente, também pode contratar um assassino ou ser instrumento de suborno.

O dinheiro conduz a energia das pessoas que o utilizam, bem como a vibração do objetivo a que se propõe. Por essa razão, quantias que são ganhas desonestamente se esvaem rapidamente, tal qual água entre os dedos, ou seus proprie-lários são vítimas de provações severas.

O dinheiro funciona ainda como meio para que se exercite a razão. Pois, além do uso que lhe será dado, proporciona Lambem a possibilidade de ensinar que o amor e a caridade não dependem dele. O amor que se vende e é comprado não é amor, mas falsidade, enquanto que a caridade pode se.r exercida por qualquer um, mesmo sem dinheiro, mas com amor verdadeiro no coração.

Assim, entendam que o dinheiro é apenas um meio de facilitar trocas materiais, pouco valendo em relação ao que cada homem pode doar. Porque as doações em dinheiro auxiliam, mas são fáceis de ser realizadas por quem o possui, e as doações em amor são difíceis de ser concretizadas, pois poucos homens o possuem.

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190. O vazio criador

Quando elevamos nossos pensamentos até Deus, devemos ter a mente vazia de imperfeições, pois a comunicação com Ele se faz por sentimentos.

Como poderíamos entender as vibrações da perfeição absoluta, estando ligados em ressentimentos, sensações de superioridade, de orgulho ou de inveja? Seria o mesmo que cobrir os olhos com um véu negro e tentar ver a luz. Dessa forma, ela estaria impedida de chegar até nós, não por ausência dela, mas por incapacidade nossa de permitir que ela nos alcance.

A interação com Deus requer, assim, o esvaziamento da mente para permitir que seja ocupada pela Divindade. Pois não devemos esquecer que sendo onipresente, Ele habita até o que aparentemente se apresenta como o nada. A presença de Deus, por conseguinte, depende da capacidade de cada um percebe-Lo, de senti-Lo, e para isso é necessário inundar o próprio ser de amor e de paz.

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191. Oásis de paz

A humanidade, com seu comportamento por vezes mesquinho e egoísta, produz grandes desertos, cuja aridez não permite a prática da caridade. Não venho aqui lhes falar da caridade que abrange dinheiro ou bens materiais, mas da caridade moral.

Trata-se daquela caridade de dar importância aos humildes e de mostrar aos idosos o quanto eles são necessários. De conceder palavras amigas aos doentes e de ouvir os aflitos. De ter paz frente aos desequilibrados e não levantar a voz levianamente contra terceiros. De não servir de ponte para intrigas e tomar apenas para si as falhas alheias, como ensinamentos necessários. De entender o quanto suas atitudes podem ser veículos de amor.

Essa é a verdadeira caridade, que até pode se traduzir também em doações materiais. Mas a verdadeira caridade parte do fundo de nosso espírito. Pois é uma caridade sincera, e não cercada de alardes que buscam elogios e admirações. É aquela que transforma os desertos da humanidade em oásis de paz, que tanto lhes serão úteis no futuro de suas caminhadas.

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192. Observações precipitadas:O holocausto e a humanidade

Espiritualistas que abordam a perseguição aos judeus, ocorrida na primeira metade do século XX no Leste Europeu e na Europa Central, principalmente durante a ditadura alemã, muitas vezes fazem conjecturas errôneas.

É de hábito associar o sofrimento dos judeus ao sofrimento de Jesus, como se o povo judeu carregasse a culpa pelo martírio do Cristo. E que os assassinatos em massa sofridos pelos judeus decorreram do carma coletivo da raça, numa insinuação de que os judeus se constituem em inimigos históricos do cristianismo, o que se torna uma afirmação envolta pela acusação e pela intolerância.

Deve-se lembrar, no entanto, que todos os credos e raças possuem elementos de grande imperfeição moral, o que não justifica associar o credo ou a raça a esses elementos. Além do que todos que se encontram na Terra estão sujeitos às provações, coletivas ou individuais, que como se sabe são ensinamentos divinos. Portanto, dar ao holocausto o cunho de castigo divino que se abateu sobre os judeus, é perpetuar o ódio e a discriminação.

O acontecimento deve ser visto por seu real prisma. Evidentemente houve carma coletivo envolvendo os judeus. Mas ali entre eles não estavam encarnados somente espíritos que em outras encarnações foram judeus. Estavam também aqueles de inúmeras outras raças e credos, que durante séculos promoveram barbáries de várias espécies, coletivas e individuais. O holocausto não foi uma provação apenas para o povo judeu que o viveu, mas principalmente uma provação para a humanidade desprovida de clemência e de amor. A humanidade, que estava ali representada por muitos que em outras encarnações nunca haviam sido judeus, mas que naqueles momentos cruciais estavam encarnados no povo perseguido, sofrendo suas respectivas provações.

Por essa razão, apresentar o holocausto como uma severa provação imposta aos judeus pode ter fundamento na história da Terra. Mas, nos registros da espiritualidade, a provação teve um sentido muito mais amplo. Todas as raças e credos estavam ali representados como judeus. Desconhecer isso é acusar somente os judeus pela culpa coletiva da humanidade.

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193. Obsessão física

A prática da obsessão é muitas vezes interpretada como a ação de uma entidade espiritual sobre alguém encarnado. Embora isso realmente seja bastante freqüente, deve-se lembrar que a recíproca também pode ocorrer, quando encarnados prendem-se de forma monomaníaca a determinados espíritos, inclusive prejudicando-lhes a evolução no plano astral.

Desejo, entretanto, falar-lhes agora sobre outro tipo de obsessão, aquele que ocorre entre encarnados. Os motivos são os mais variados, em geral trazidos de encarnações ante-riores. Mas existem também aqueles que têm início na presente encarnação, originários de comportamentos que decorrem de problemas afetivos e de solidão.

Nascem do desejo de pessoas que se acham com o direito de receber o amor carnal e a atenção de outras, que, por sua vez, simplesmente não experimentam os mesmos sentimentos. Cria-se, assim, um vínculo obsessivo que atormenta, chegando mesmo à paranóia e delírio de ciúme. De ter ciúmes, denegrir e arrenegar alguém, pelo simples motivo de ter sido indiferente aos caprichos manifestados, comportamento que em muitas ocasiões se caracteriza por sentimentos de vingança. Ataca-se o outro por não lhe ter correspondido com atenção afetiva.

Trata-se de falta grave, por ser uma infeliz interferência no livre-arbítrio alheio. Além da perda de tempo precioso, que poderia estar sendo ocupado pelo entendimento de que todos têm o direito de escolha, o que inclui responderem sim ou não à escolha de terceiros.

Pensem bastante sobre isso. Se devem investir em dobrar a vontade de outros pela obsessão, ou se preferem ter a sabedoria de usar a vida de maneira mais tranqüila, pedindo a Deus que os oriente sobre rumos mais adequados. Pode ser que essa via, pacífica, os conduza a dias melhores, que os farão esquecer, e afastarem-se de momentos em que não souberam respeitar o livre-arbítrio alheio.

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194. Ocupando espaços

O espaço que o homem ocupa na Terra não se restringe apenas ao seu corpo físico. Ele também ocupa diversos outros espaços que decorrem de seus pensamentos e atitudes, que se traduzem em vibrações plasmadas no meio em que vive.

Por essa razão, quando alguém esteve presente em algum lugar, mesmo já tendo se retirado, é comum que pessoas que ali chegarem tenham sensações ou recordações sobre a sua presença.

As vibrações ficam. Ocupam lugar nos ambientes, deixando marcas irrefutáveis de quem as plasmou. Para o bem ou para o mal.

Dessa forma, cabe a cada homem saber ocupar seus espaços, de modo que recordações a seu respeito sejam de afetivida-de e de bons desejos. Que as marcas deixadas por onde passar sejam de respeito, amorosidade e leveza. Sendo sempre alguém que, além de saber ocupar seus espaços, permite também que seus irmãos desfrutem das boas vibrações que plantou.

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195. Orar contra a violência

Frente à violência devemos sempre nos defender. Trata-se não somente de um direito nosso, como também de uma questão de autoestima. Mas quando a violência persiste e nos vemos cercado? por ela, então devemos orar, nos refugiando em nosso próprio interior à procura de Deus. Precisamos mais do que nunca abraçá-lo, clamando por abrigo em seu amor. Ele com toda certeza nos atenderá, por estarmos respondendo com paz à agressão que sofremos.

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196. Orar pelos inimigos

A prática do perdão não está apenas em esquecer o mal que nos fizeram, mas também em pedir a Deus que oriente aquele que errou contra nós.

O próprio Jesus, enquanto crucificado, deixou claro isso quando disse sobre seus algozes "Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem". Assim, Jesus não só pediu clemência para aqueles que o torturavam, como também para que Deus os orientasse, ao dizer "eles não sabem o que fazem".

A sabedoria do Cristo decorreu da sua ciência de que o mal é fruto da ignorância sobre as leis do Criador. E quando alguém é agredido, além de estar sofrendo uma provação, também é vítima da ignorância.

Dessa forma, rezar pelos inimigos é mostrar nobreza espiritual, por entender que eles são os que mais precisam de orações, que se traduzem no futuro em ensinamentos divinos.

E, por essa razão, muitas vezes são proferidos cultos religiosos em benefício de indivíduos que foram marginais ou políticos sanguinários. Apesar de diversos protestos dos que não vêem sentido nisso, deve-se recordar que aqueles infelizes são os que mais precisam de orações. E, pedir a Deus que interceda por um assassino, tem mais efeitos positivos do que pedir que Deus interceda por um espírito elevado, que não se encontra mais na esfera da ignorância.

O que não se deve é transformar o culto religioso em apologia ao que os faltosos fizeram. Ele deve ser apenas conduzido no esforço para que seus espíritos sejam iluminados.

Assim, ao rezar por seus inimigos, não está apenas pedindo a Deus que os tire da ignorância. Mas também reafirmando, junto ao Pai, na prática, a continuidade do legado de Jesus. O legado do perdão.

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197. Orientando-se

Cumpra sua parte no exercício da caridade, independente do que falem sobre você. E construindo seus atos com amor e respeito ao próximo, estará acima das críticas levianas que orientam os céticos. Pois eles estarão sempre lhe mostrando qual o caminho a não ser seguido.

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198. Os códigos da aura

As cores são códigos que estão presentes na vida. Elas representam vibrações específicas, bem como fortalecem e purificam homens e coisas, porque elas partem da luz da criação divina.

Mas, devido à bipolaridade que caracteriza o Universo, suas funções podem ser de cura ou de sofrimento, conforme o uso que lhes é dado. O bem e o mal também se encontram presentes nas cores.

O espírito, fruto da criação divina, e contendo o infinito de Deus, participa intensamente da emanação das cores. Sua mente é o grande artífice desses códigos que são distribuídos pelos locais onde passa, ou na doação a semelhantes que encontra. E doação, tanto pode ser voluntária quanto involuntária.

Isso significa que estados emocionais das mais variadas características emitem cores correspondentes, as quais são doadas e transmitidas onde o indivíduo se encontra. Tanto o bem quanto o mal são rapidamente difundidos, através de cores que surgem na aura de cada um, como códigos de doação e de interação.

Estados de irritação, inveja e desamor emitirão seus códigos específicos, através de cores turvas, cinzentas ou negras. A mentira e a arrogância também possuem suas respectivas cores. Assim como o amor, a paciência e a solidariedade.

Alguém que se encontre carente de autoestima, irritado com reveses que enfrenta, revelará uma aura conturbada, marcada pela confusão de cores, que passa a ser percebida no meio onde vive. Embora a maioria não identifique de que modo a percepção ocorre, alguns falem em sexto sentido ou intuição, a realidade é que a aura se comunica com o meio em que está presente, como uma apresentação do estado emocional daquele indivíduo.

E da mesma forma que pessoas se aproximam de lugares que exalam perfumes agradáveis, ou os rejeitam por não possuírem odores atraentes, o indivíduo será aceito ou não em função de sua aura. Pois a codificação de cores do estado emocional através da aura representa o perfume do espírito.

Por essa razão é importante cada um procurar transmu-tar imperfeições e desenvolver a autoestima. Pois esse sentimento trará cores equilibradas para a Aura, transmitindo códigos de paz, de amor, de confiança. E, mais ainda, de tranqüilidade interior, que permite ao indivíduo entender que se é rejeitado, deve-se ao fato de pessoas não compartilharem aquele estado de

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espírito transmitido pela aura. Mesmo que isso decorra de vibrações ainda originárias de outras encarnações.

Assim, quando forem rejeitados por alguém, não entrem em conflito nem em depressão. Meditem para ver como anda seu estado de espírito e o que pode mudar, para emiti rem códigos atraentes. Pois a rejeição nem sempre é para o mal, muitas vezes significa proteção, o afastamento de pessoas que não seriam convenientes. O pior é quando o próprio indivíduo se rejeita, por não saber contornar as imperfeições que o afligem.

199. Os dois predicados

Quando um espírito nasce, fruto da criação divina, ele já nasce com dois predicados fundamentais que serão os balizadores de sua evolução. Assim, o livre-arbítrio e a essência divina da alma se constituem, respectivamente, na capacidade de decidir sobre que rumo tomar e na referência que permite avaliar a escolha realizada.

Afastando-se das eternas, imutáveis, qualidades da alma, esse espírito estará se afastando de Deus e da própria origem. Para retomar o caminho que o conduz de volta ao divino, ele precisará então, através da mente, comparar o que construiu frente ao que a alma lhe oferece. Um procedimento contínuo, infinito, realizado pela consciência via meditação.

Pergunta-se, então, o porquê de Deus não ter conferido ao homem os predicados da alma desde o nascimento. Seria uma maneira pragmática de evitar a dissociação do ego em relação à alma, que é o retrato da perfeição, poupando a ocorrência de sofrimentos derivados de escolhas impróprias. Mas, por outro lado, se isso ocorresse, estaria também dando a Deus um título a que ele mesmo renuncia em sua humildade, o de déspota. Pois, ao não conferir o livre-arbítrio, Deus estaria impondo sua vontade.

Acrescenta-se a isso, o fato de que se Deus criasse um ser já o dotando de todas as qualidades da alma, ele automaticamente se identificaria com a própria divindade, não tendo, assim, identidade própria. Ocorreria a total ausência de vontade e de identidade, o que significaria que nada na realidade teria sido criado.

E foi para gerar filhos independentes uns dos outros e independentes do próprio Pai, em termos de escolha, que Deus concedeu a todos o livre-arbítrio e o esplendor da alma. Dessa forma, ele proporciona a cada um o direito de pensar e de escolher, bem como o de construir o próprio caminho, mesmo que seja para rejeitar o Criador.

Exemplo maior de amor, de humildade e de respeito nunca será encontrado em qualquer época. Aquele em que o Criador concebe a vida, mas dá ao filho o direito de cons-truir essa mesma vida. De construí-la com humildade por saber que é imperfeito, com estudo constante por saber que sempre terá algo novo a aprender, mas, também, sabendo estender aos seus irmãos o mesmo amor que recebeu do pai.

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200. Otimismo

Não desanime perante as dificuldades da vida, pois elas é que o ensinam a viver. Ignore a ingratidão daqueles que ajudou, pois a sua recompensa já veio com o auxílio presta-do. Não se curve frente às acusações levianas, porque o curso da vida se encarrega de confirmar a verdade. E não se permita ser dominado pelo derrotismo, pois você não o merece. Olhe sempre para a frente, tranqüilo com a sua consciência e lembrando de Deus. E construa seu caminho com o otimismo próprio de quem cultiva a paz interior.

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201. Pais são filhos de Deus

Inúmeros pais procuram educar seus filhos mostrando-lhes a necessidade de serem indivíduos de iniciativa, para que aprendam a não depender de outras pessoas de forma sistemática durante a vida.

Essas orientações apresentam diversas vertentes, como estudar para vencer profissionalmente, saber controlar impulsos negativos e ser ativo na preservação de valores, que vão desde a higiene até o autocontrole emocional. E se trata de atitude louvável dos genitores, que desejam o melhor para seus filhos.

O que esses pais não devem esquecer é que eles mesmos são filhos de Deus. E este, como bom genitor, também deseja deles atitudes sóbrias e racionais perante a vida, não somente a da Terra, como principalmente a vida espiritual.

Porque se concentrarem sua dedicação apenas à vida material, serão filhos de Deus que não souberam cuidar da evolução do espírito. E dependerão sistematicamente de tercei-ros, e de provações, fatos que aconselham seus filhos a evitar.

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202. Parcimônia divina

Os procedimentos que regem as encarnações assumem os mais diversos traços, tendo em vista que cada caso é um caso especial.

Essa é a razão pela qual o homem que cometeu faltas encarnação somente resgatará esses carmas muitas encarnações adiante. É preciso que o ensinamento seja ministrado parcimoniosamente, para que o espírito entenda e assimile o porquê de suas provas.

Isso explica porque alguém que tem comportamento exemplar e atravessa certas dificuldades, pergunta-se sobre :i causa de estar vivendo tais situações, que nunca praticou, ou até abomina ver outros sofrerem. A reposta a essa pergunta está no passado, não necessariamente na encarnação imediatamente anterior, mas numa mais longínqua.

A didática divina se processa muitas vezes da seguinte forma. A falta é praticada pelo espírito em determinada encarnação. Nas encarnações posteriores ele recebe vários ensinamentos que nada têm com aquela falta, porem abrandam e purificam a sua mente. Até que, muitas encarnações depois, ele recebe o carma referente àquela falta praticada muitas encarnações antes. E quando isso acontece, ele já não tem grande percepção sobre o que havia ocorrido, devido ao grande intervalo que percorreu através de encarnações diversas. A provação vem, assim, de forma parcimonio-sa, para que o espírito aprenda a extirpar, de vez, a tendência que trazia há muito de cometer aquela imperfeição.

Isso demonstra que provação não é castigo e que Deus não é opressor. Seu objetivo é ensinar aos homens o caminho para o bem, mesmo que isso seja desenvolvido de forma parcimoniosa, através de várias encarnações, que permitem ao espírito suportar as dificuldades das provas e assimilar gradualmente os ensinamentos.

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203. Pedido

Pai, conceda-me força para que eu sempre me encontre com o Universo que habita em mim. Conceda-me a razão para que eu seja a continuidade de Sua sabedoria. Perdoe-me se erro, porque procuro eternamente Sua perfeição. Que os méritos de meus acertos, sejam apenas reconhecimentos de gratidão e de amor pelo que me ensinou. E que meu espírito seja um símbolo de Sua luz, para que eu possa ter a felicidade de levar a felicidade por onde andar.

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204. Pensamentos

Os pensamentos plasmam a nossa vontade. Portanto, se tiverem bons pensamentos, voltados para o amor a Deus e seguindo os ensinamentos deixados por Jesus, estarão cons-truindo em suas vidas um véu de vibrações de luz e de paz. Estarão edificando os pilares de uma mente sadia, sábia o bastante para impedir que impulsos negativos aflorem.

Trata-se assim, de educar a vontade, de saber controlá-la, não permitindo que ela os escravize. Ter o discernimento de permitir que somente bons pensamentos sejam produzidos, pois esses é que realmente libertam. Com o tempo, descobrirão que estão senhores de seu livre- arbítrio. Que ele será realmente livre por não se curvar à vontade de praticar o mal, e de ser naturalmente espiritualizado quanto ao modo de agir. E, desprovidos de maus pensamentos, estarão plasmando a estrada da evolução, da ascensão, quando poderão sentir que, além de libertos, são inteligentes o bastante para merecerem a confiança de Deus.

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205. Perdão e reencarnação

A encarnação é, na essência, o perdão que Deus concede a seus filhos. Pois a cada nova vida na matéria, o homem recebe a possibilidade de novas chances para evoluir.

Isso não implica, entretanto, que deva haver o descaso consciente. Muitos podem pensar que como as chances se renovam, sendo o perdão divino infinito, então porque não agir despreocupadamente quanto aos atos e pensamentos? Falhas e imperfeições atuais serão mesmo compensadas no futuro, com as oportunidades renovadas.

Mas o problema não reside aí. Quem não aproveita as chances, automaticamente as concede no futuro a outros ansiosos pela reencarnação, que cada vez é mais limitada na Terra. Limitada pelos controles anticoncepcionais, muitos dos quais desprovidos de equilíbrio ou de ética, bem como pelo crescente desejo de casais não terem filhos.

Chances assim, não aproveitadas, poderão ser renovadas apenas muitas encarnações adiante, deixando o espírito em compasso de espera, em planos nem sempre adequados à sua evolução.

Por conseguinte, da mesma maneira que Deus concede, através do perdão, uma chance a seus filhos, estes precisam também conceder uma chance a si mesmos. Entendendo que a contrapartida ao perdão divino é a responsabilidade quanto à própria evolução espiritual. Agradecendo a Deus, pelo ato de misericórdia que Ele lhes proporciona para que encontrem a paz interior.

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206. Pontes da maledicência

Falar requer sabedoria. Muito mais do que pensam. Pois o que se forma com palavras verbalizadas também pode construir ou destruir. E os homens, em sua maioria, gostam de falar. Falam muito. E, em geral, falam mal dos outros. Podendo construir a mentira e destruir a verdade.

Quando ouvirem algo que deprecie alguém, sejam reservados. Porque muito do que ouvem carece de verdade, sujeitando-os a depreciar pessoas de bem, que se tornam vítimas inocentes da maledicência.

E se resolverem passar adiante o que ouvem sobre seus irmãos, talvez estejam pulverizando a maldade, sendo pontes da maledicência. É um triste papel para quem deseja ser espiritualizado.

Por isso, pensem antes de falar e de propagar. Porque mesmo que seja verdade o que se fala dos outros, não lhes cabe serem porta-vozes da fraqueza alheia. É um meio de praticarem a caridade, comprometendo-se com o silêncio edificante.

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207. Por que fora da caridade não há salvação?

O desenvolvimento do espírito, despertando valores que antes a mente não conseguia atingir, costuma provocar a sensação de amplitude das opções, quanto ao exercício da vontade.

Embora na prática isso se constitua numa realidade, o impulso inicial nessa direção também parece levar o homem além dos limites que a própria razão dele consegue atingir. E como se fosse um contato prévio, de curta duração, com patamares que ele poderá alcançar no futuro, desde que estabeleça devidamente a compreensão e o equilíbrio de seus vários estados momentâneos.

E a cada uma dessas breves visitas ao futuro mental, que já está sendo estruturado no presente, ocorre a percepção, consciente ou não, de que Deus está infinitamente mais próximo, e que precisa indubitavelmente ser conquistado.

Isso vem ao encontro da afirmação, que as vezes se faz na Terra, de que o homem vai se tornando Deus. Pois ela apresenta o senso dinâmico, do movimento em direção a Deus, que se constitui numa caminhada infinita. Assim, o homem não é nem nunca será Deus, ele se torna Deus através da eternidade.

E a medida que o espírito imanta, por intermédio da razão, as vibrações da essência divina, sua vontade se organiza com objetivos mais amplos em relação aos seus semelhantes. Vai aos poucos desprezando as manifestações de egoísmo, tendo em vista que seus propósitos passam a convergir para a realidade de Deus, que é a verdade absoluta e o equilíbrio perene que regulam a vida. Sua compreensão, em relação à coletividade de seus irmãos e às carências deles, fica mais aguçada, substituindo aos poucos o primarismo de seus desejos pessoais pela

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grandeza de olhar com mais intensidade as necessidades globais, nas quais ele também se inclui. Ele vive e sente de forma mais aprimorada os sentimentos alheios.

Assim, sendo menos voltado para os valores do ego, o espírito encarnado tende a cada vez mais dividir seus bens tangíveis e intangíveis com terceiros, principalmente os intangíveis, através da prática da caridade. E, desse modo, ele participa mais da vida de forma contributiva, incorporando em definitivo valores que passou a entender em Deus.

Portanto, ao se afirmar que fora da caridade não há salvação, não se deve assumir um enfoque simplesmente automático, repetido como palavras nobres ou como frase de efeito. Antes de tudo, o termo deve ser compreendido. E salvação, no caso, precisa ser vista como evolução, no que Lange a caminhar para Deus. Lembrando que evolução, nada mais é do que vida na plenitude, porque faz do homem, aos poucos, um coadjuvante das virtudes do Pai. Sem isso, ele se perderá nos ambientes da matéria, ou nos planos espirituais de sofrimentos, onde dolorosamente aprendem a sobreviver aqueles que ainda não entenderam que fora da caridade não há salvação.

208. Porque os violentos perdem

A violência, em qualquer uma de suas vertentes, representa a carência total de argumentos justificáveis. Situando-se aquém da racionalidade dos fatos, ela penaliza o homem com a perda da razão em termos de motivos, bem como o condena como um ser desprovido de equilíbrio mental.

Assim, o violento perde em dois sentidos no julgamento dos homens.

Na arbitragem de Deus, entretanto, cabe outro vetor a ser considerado. O de que esse homem não poderá ascender aos planos sutis da espiritualidade, enquanto não aprender sobre o real significado da violência. Pois nesses planos não existe espaço para ela ser exercitada. O que mantém, forçosamente, o homem em planos de evolução primária, em diversas encamações, sofrendo até que aprenda sobre sua imperfeição.

O que significa que o violento perde na Terra e perde na espiritualidade, derrotando-se continuamente, enquanto não souber superar a própria fraqueza que o consome.

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209. Programando a eternidade

Se avaliarem o interior de um corpo humano de forma contemplativa, podem verificar a obra de extrema perfeição que ele representa. Nunca poderia ser fruto do acaso, ou da mera evolução natural através dos tempos. Suas milhares de artérias, que se traduzem em quilômetros, distribuem-se harmonicamente entre os diversos órgãos vitais, em processo sinérgico de rara eficiência. E se forem mais além, perceberão que os corpos do homem e da mulher se constituem em complementos perfeitos para a preservação humana.

O grande palco da vida é o Universo, em profundo equilíbrio, apesar de sua complexidade e extensão infinita.

Por trás dessa obra gigantesca está Deus. Por mais que o neguem, Ele está presente em toda essa perfeição. Por mais que não o desejem ver, Ele é onipresente na natureza, de modo que o vivemos permanentemente e Ele continuamente em nós.

Entretanto, não aceitá-lo é um direito de qualquer um. Ele mesmo não nos obriga à sua presença. Concede-nos o direito do livre-arbítrio.

A diferença, portanto, entre aceitá-lo ou não, está na nossa expansão da mente. Conhecendo Deus, temos a possibilidade de entender melhor nossas responsabilidades atuais e nosso futuro após a vida terrena. Podemos nos programar para a eternidade. Ao contrário daqueles que o desprezam, os quais fazem da vida terrena um breve momento de consciência sem futuro, abominando toda a riqueza do conhecimento e da eternidade que Deus deseja dividir com seus filhos.

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Sendo assim, não percam a paciência com aqueles que renegam Deus e tampouco discutam com eles. Apenas aproveitem o que o Pai lhes oferece todos os momentos. Pois quem o rejeita, está escolhendo conviver com a infelicidade d;i ignorância sobre as próprias possibilidades.

210. Projetando o infinito

Os olhos humanos são incapazes de perceber que o infinito se projeta em várias direções simultaneamente, e está presente nos objetos mais insignificantes. E da mesma forma que o Universo não tem fim, renovando-se dinamicamente, pequenos objetos também apresentam estrutura infinita, sobre a qual o homem está impossibilitado de discernir.

A seqüência infinita ocorre assim não somente no sentido do que se denomina de maior, mas também no sentido do menor, sem que se caracterize como positiva ou negativa por ser através do maior ou do menor. Em todos os lugares e objetos o infinito estará presente, pulsando a vida através da forma divina, pois Deus é onipresente.

Isso permite uma interpretação a respeito da capacidade que o homem tem em seu espírito. Da capacidade de um espaço aparentemente limitado conter um infinito de conhe-cimento, conter Deus em toda a sua essência. Para Deus tamanho não importa, mas sim o que pode ser criado em qualquer dimensão. E a criação que harmoniza com Deus é a prática do amor e da caridade. Através dela, o homem, como matéria ou espírito, conhecerá o infinito e suas eternas possibilidades.

Assim, quando meditarem, procurem na própria mente a porta que Deus lhes abre. Porém, não esqueçam de autoa-firmarem a humildade. E de pedirem ao Pai que lhes conceda forças para continuarem sempre humildes. Afirmem e reafirmem esse objetivo. Pois, dessa forma, além de encontrarem a felicidade no próprio íntimo, através do eterno e do infinito, sentirão a felicidade da contemplação. No perene reconhecimento de que toda conquista que

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alcançaram decorreu do mérito premiado pelo amor divino. Sejam gratos, sejam humildes. Sejam eternamente humildes.

211. Quando as imperfeições afloram

O cotidiano na Terra exige dos homens um mínimo de equilíbrio para manter o convívio social. Não somente para serem bem aceitos uns pelos outros através dos códigos de ética, como também pelo receio natural de desconhecerem as reações alheias.

Isso faz com que os homens escondam sobremaneira suas imperfeições, bem como limitem e abrandem seus perfis de comportamento.

Quando, entretanto, participam de atividades religiosas, embora devam continuar existindo os mesmos códigos de conduta que regulam a vida social, é dada maior importância ao conhecimento e desempenho da prática religiosa. Estes passam a ser, então, os principais balizadores do comportamento individual de muitos homens, no momento que estão trabalhando na instituição.

À medida que vão sentindo-se confiantes com o seu desempenho, sendo vistos como figuras importantes dentro da instituição que freqüentam, alguns passam a se descuidar dos demais códigos de ética, necessários a uma vida social equilibrada. Em outras palavras, se conhecem bem os preceitos religiosos e os caminhos da evangelização, bem como as práticas místicas adequadas, acabam se descuidando um pouco de outras exigências sociais, aparentemente não tão importantes para o exercício religioso. É assim que agem muitos, até mesmo inconscientemente.

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Isso provoca então o afloramento de muitas imperfeições que estavam escondidas. E surgem a luta pelo poder, intrigas, críticas desnecessárias, vaidades, inveja e várias outras imperfeições que se intensificam naquele ambiente religioso. Do mesmo modo que a reação dos demais é intensificada, para fazer frente às imperfeições dos que iniciaram o processo. E, assim, ocorre dentro da instituição o que evitam fazer fora dela.

O exercício da atividade religiosa deve ser baseado nos mesmos princípios éticos que regem a sociabilidade da vida profana. Acrescidos da sabedoria de que o conhecimento adquirido deve ser utilizado para o próprio desenvolvimento espiritual, bem como para o exercício da humildade, e não para bravatas e manifestações de superioridade.

Essas são as exigências mínimas para que uma instituição religiosa faça jus a seu nome. E não se torne um teatro, onde as vaidades lhe tirem a característica de lugar sagrado.

212. Quando o obsediado é o próprio obsessor

Os pensamentos plasmam a casta de desejos que envolvem os seres encarnados. E esses desejos muitas vezes se originam de imperfeições, que à medida que são renovadas e intensificadas tornam o homem mais dependente delas.

Mais do que um círculo vicioso, trata-se de espiral ascendente, fortalecida pelos pensamentos, que arquitetam no plano astral a forma viva dessas imperfeições.

Em outras palavras, o homem cria sua própria imagem através de forma-pensamento, porém uma imagem que pode ser para seu bem ou para seu mal, dependendo do que ela reflete. Uma imagem viva, porem inconsciente e inconseqüente, a qual representa apenas o depósito de condições vibratórias que esse homem, seu criador, plasma.

A interação contínua, assim, faz com que as vibrações plasmadas circulem ininterruptamente entre criador e criação, mantendo o estado permanente da sua qualificação. Tratando-se de imperfeições, como em geral ocorre, o homem terá no espaço sua contrapartida negativa agindo tal qual um conselheiro, que se manifesta por vibrações daqueles sentimentos plasmados.

O homem então sentirá desejos de repetir faltas ou situações corrompidas, com base em recordações que seu pensamento fornece, e que ao mesmo tempo recebe do que foi plasmado no astral, dentro da mecânica interativa. Ele ouvirá, mentalmente, vozes que lhe

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parecem alheias, porém que se constituem no eco de sua própria voz. Ele entenderá estar sendo orientado pela consciência, desconhecendo, entretanto, que ele também criou seu próprio orientador, que não pensa, não julga, não avalia conseqüências. Ele criou um obsessor à sua própria imagem, plasmando pensamentos que eram frutos de suas vontades inconseqüentes. É a situação em que o obsediado é o próprio obsessor.

A interrupção dessa cadeia vibratória passa pelo desmonte da contrapartida etérea. E isso ocorre quando a mente do homem deixa de renovar as imperfeições, para avaliar as conseqüências de seus atos e pensamentos. À medida que ele vai reduzindo e eliminando o fluxo das imperfeições plasmadas, ele apenas receberá de sua criação a carga ali acumulada, que, por sua vez, tende à extinção pelo enfraquecimento da forma-pensamento.

Nesse ponto, o homem estará se aproximando mais do seu corpo mental, na busca de uma equivalência com seu corpo emocional, que o havia dinamizado até então.

Situações como essa podem provocar diagnósticos espirituais espúrios. Pois, quando o homem ainda se encontra na situação de desejar quebrar a corrente vibratória, porém não consegue, e leva o problema para ser tratado com o auxílio espiritual, a avaliação do caso pode ser interpretado de formas distintas.

Inicialmente, considera-se mesmo a existência de um obsessor, tendo em vista o paciente dizer que ouve vozes e tem imagens projetadas em sua mente. Trabalhos de exor-cismo, assim, não surtirão os efeitos desejados, levando a crer até que se trata de patologia mental do indivíduo, dada a inexistência de obsessores. Mas também não se trata de loucura clássica como qualificada pela medicina da Terra.

Pois a obsessão existe, mas a partir da forma-pensamento do paciente.

O tratamento requerido, dessa forma, deve ser visto como o de doutrinar o próprio paciente, instruindo-o quan-l.o à necessidade de reavaliar seu modo de vida. Somente ele poderá alterar o fluxo vibratório do que plasmou. Isso depende de sua conscientização e livre-arbítrio. E no caso real de o paciente querer combater suas imperfeições, recomenda-se ainda a aplicação de passes e de outras manifestações energéticas de suporte espiritual.

O tratamento de casos espirituais, por conseguinte, é de caráter muito mais complexo do que na Terra imaginam. Daí a necessidade contínua de estudo, para que o lado científico seja desperto, em detrimento de avaliações superficiais que não superam os problemas. Estudar, assim, também é caridade, em benefício próprio e daqueles que receberão os frutos da aplicação do conhecimento.

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213. Quando se deve construir a fé

Os irmãos que recorrem a casas religiosas com o intuito de receber conforto espiritual, devem ter em mente que não encontrarão nesses lugares a solução para seus problemas do modo que muitas vezes imaginam.

O remédio espiritual, ao contrário dos remédios utilizados pela medicina na Terra, não age de modo instantâneo e mecânico. Trata-se de auxílio que se caracteriza pela subjetividade de quem o recebe. De nada adianta terem os caminhos da vida limpos e sem obstáculos, se não caminharem. A iniciativa de caminhar pertence a quem procura o socorro espiritual, sendo, dessa forma, uma questão subjetiva.

Esse é o motivo pelo qual, em muitos casos, irmãos com graves problemas observam profunda melhora em suas vidas, logo no início do tratamento religioso. Porém, com o decorrer do tempo, a melhora estaciona, não ocorrendo progresso e nem soluções definitivas.

O que em geral abala a fé de quem procurou esse tipo de tratamento, por achar que não recebeu o socorro desejado.

Surgem então algumas perguntas. O socorro ocorreu, mas será que os fundamentos básicos desse socorro foram observados pelo paciente? Ele fez um reexame de sua vida, através da meditação, procurando identificar suas falhas, negatividades e imperfeições? E se concluiu esse reexame, colocou em prática as ações necessárias para eliminar e transmutar

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essas falhas? E lhes pergunto ainda, quando perdeu a fé por não ter alcançado soluções que desejava, avaliou se realmente a perdeu ou se nunca teve fé?

Portanto, é importante que se conscientizem da missão e da responsabilidade que têm em relação à própria vida. O socorro espiritual lhes será sempre concedido graciosamente pelo amor divino. Porém, ele será apenas o início da cura. A verdadeira e única cura decorre do desejo de cada um de ser curado. Fato que só ocorre quando se caminha por iniciativa própria, transmutando conscientemente as imperfeições.

214. Querendo ser Deus

Muito do que parece impossível na Terra é perfeitamente realizável a partir dos conhecimentos existentes na espiritualidade.

Os homens têm por hábito, apesar dos parcos conhecimentos de que dispõem, afirmar categoricamente o que é ou não plausível, tentando impor o que acham ser. Como se fossem donos de uma verdade que eles nem sabem ao certo avaliar.

Inicialmente, devem lembrar que vivem em um planeta de provas e de expiações, que os limita pelas condições naturais da matéria. Depois, justamente por essa condição, o conhecimento que lhes é transmitido é extremamente circunscrito, pois não teriam condições de utilizar a erudição cósmica de modo propício.

Finalmente, deve ser lembrado que só quem tem pleno conhecimento da verdade é que pode determinar o que é possível, onde e quando. E o homem não dispõe dessa pree-minência, principalmente encarnado em um plano espiri-lualmente atrasado como a Terra.

Determinar o que é possível acontecer ou não, é uma prerrogativa de Deus, que é a verdade e o conhecimento definitivos, e para quem nada é impossível. Pois Ele é quem determina os acontecimentos que possam elevar as condições espirituais de seus filhos. O homem, ao tentar fazer esse papel, afirmando o que é ou não possível, cai no ridículo da

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arrogância, que demonstra não estar ele preparado para a espiritualidade. Necessita de novas encarnações reformado-ras, até que aprenda, humildemente, que não é Deus.

215. Racionalizar a liberdade

Deus criou os homens dando-lhes o direito da liberdade. Entretanto, é preciso não confundir liberdade com predomínio, considerando que todos os homens têm o mesmo direito perante o Pai. Cabe então a cada um promover a própria liberdade, no sentido amplo de se desvincular de atitudes impróprias e negativas, que não permitam a evolução do espírito. Assim, usar a liberdade não é dominar, mas se deso-primir, permitindo a ascensão do espírito, deixando para trás as barreiras impostas pela imperfeição.

O conceito de liberdade está, dessa forma, associado à conquista da sabedoria e da razão. Somente quando souberem de fato utilizar a liberdade é que serão realmente livres. Essa é a forma por que Deus divide seu conhecimento com os homens através da eternidade: dando-lhes a oportunidade do crescimento através da liberdade, que não restringe as fronteiras da evolução, porém racionaliza os limites de seu exercício.

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216. Razão e amor

Abrir o coração a Deus não representa somente aceitar a Sua existência ou a Sua presença. Simboliza muito mais do que isso. Trata-se de entender que temos deveres concer-nentes à nossa própria evolução.

No momento em que nos dispomos a encontrar Deus, tranformando-O num convívio habitual, estamos abdicando da irracionalidade dos atos. Renunciamos às ações inconse-qüentes, para que possamos dispor de uma mente livre de pensamentos impróprios, evitando gerar atitudes doentias. As decisões que tomamos refletem o estado de nosso espírito, a realidade viva de nossa saúde moral.

Aceitar Deus é fruto da inteligência e da razão, porém saber conviver com Ele é um ato contínuo de amor-próprio. Exigirá a sabedoria de desenvolver de forma incondicional a autocura, e a prática da caridade que também é causa e efeito de nossa evolução.

Assim, aqueles que dizem estar com Deus, porém permanecem alheios às suas obrigações com a própria evolução, na verdade não O encontraram. Estarão vivendo em função de artifícios que apenas dão continuidade aos erros passados. Não conseguiram ainda demonstrar nem amor próprio, tampouco amor a Deus. A realidade de Deus só será

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concretizada no momento em que a busca por sua existência se encerra na esfera da razão, e tem início a busca do amor, já abalizado pela razão. O amor que é forte o suficiente para identificar as próprias faltas e expurga-las em definitivo do espírito, em processo continuado de autoestima. É o amor que cura, na busca eterna da verdade, que nos permite olhar o Pai como a razão da vida, mantendo nossa cabeça erguida e a mente em paz.

217. Reforçando as injustiças

Ao ser acusado injustamente para que fosse executado, Jesus se tomou um símbolo dos muitos seres humanos que padecem do mesmo modo na Terra. Os argumentos encontra-dos contra ele não se fundamentavam em fatos concretos, mas em especulações absurdas desprovidas de valores morais.

A ética e a verdade foram crucificadas com Jesus, abrindo um precedente não para que novos casos ocorressem, mas para fortalecer aqueles que sempre ocorreram no mundo dos homens. Pois, até hoje, muito se ouve dizer que se nem Jesus conseguiu superar a injustiça que o martirizou, por que então outros conseguiriam? E esse tipo de acomodação, lastreada pela desvirtualização de um fato que clama pelo senso de justiça, reintegra os homens no passado da injustiça sem remorso. O mesmo que conduziu o Cristo ao martírio, para satisfazer aos que desejavam manter o poder, e que eclipsa a liberdade que Deus representa.

Os homens esquecem, assim, que a acomodação e a omissão prosseguem sendo grandes armas das injustiças na Terra, as quais para se manter usam também mentiras e leviandades como argumentos, daqueles que continuam defendendo o agravo do desamor, que condena inocentes à própria sorte.

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218. Religião e radicalização

A radicalização costuma ser fruto da carência de bom senso. Pois ela está ligada intimamente à intransigência, colocando quem a defende no rol dos inconseqüentes.

O planeta já sofreu e sofre muito com as idéias radicais. São elas que patrocinam o racismo e as guerras, as vinganças e as perseguições. Os homens que as representam deixam na história marcas de destruição, pois não estão abertos ao diálogo e tampouco à moderação. A herança desses homens são o ódio, a intolerância, o medo e a infelicidade, que através dos tempos se traduzem como períodos negros da humanidade, plantando a descrença e o remorso.

O mais triste, no entanto, é quando a radicalização origina-se dos meios ditos religiosos. Sob a desculpa de manter a disciplina de seus adeptos, bem como o rigor doutrinário, os líderes religiosos ameaçam e falam em nome de Deus, prometendo provações e castigos. Esquecem que as provações fazem parte da didática divina quanto aos bons ensina-

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mentos, não se constituindo em castigos. Assim, estão vendo as manifestações divinas sob a pior ótica.

Líderes religiosos devem entender que têm substancial responsabilidade perante seus seguidores, principalmente no sentido de lhes apresentar Deus como um Pai pacífico, justo e amoroso. E não como sendo desprovido da razão, que castiga seus filhos pelos erros que cometem. Na verdade, esses líderes que assim agem, desejam ver Deus sob esse prisma, o que se constitui em grande equívoco.

Ver Deus como um déspota que castiga quem não O obedece é o melhor meio de cometer dois graves erros. O primeiro, desvirtuar a imagem divina, e o segundo desvirtuar a própria religião, que deve levar o homem a Deus. São meios de descaracterizar o livre-arbítrio que o Pai concede a seus filhos. Deixando de mostrar as relações de causa e efeito pertinentes aos atos e conseqüências.

Dessa forma, deve-se sempre ter um voto de desconfiança à radicalização e à intransigência. Os homens precisam estar habitualmente abertos ao diálogo e ao bom senso, principalmente quando abraçam uma religião. O caminho até Deus é o do amor, e não o da imposição, do medo e das ameaças.

Mas aqueles que aprovam a radicalização e a intransigência, podem utilizar esses atributos que defendem, aplicando-os contra as próprias imperfeições e negatividade, contra o próprio orgulho e arrogância, contra o próprio senso de superioridade. Entendendo que religião deve ser praticada desprovida de interesses pessoais de poder ou de críticas a terceiros, para que sejam homens de bem e de equilíbrio, capazes de entender o Deus que dizem defender, e não transformá-Lo num ser irracional que pune e castiga. Os homens maltratam através do castigo por não saberem ensinar. E Deus ensina por saber amar.

219. Respeito divino

Você será sempre o médico de seu próprio espírito, na cura das patologias morais. Você será sempre o arquiteto que edificará a sua estrutura espiritual. E você será sempre o artífice que minuciosamente vai elaborar a sua formação em prol do amor e da caridade. Nunca ninguém fará o que você deve fazer por sua própria vida. Pois é assim que Deus respeita o seu livre-arbítrio.

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220. Responsabilidade perante o futuro

Momentos da vida podem ser marcados pela descoberta de que até então se errou muito. E muitas vezes essa descoberta não é fácil de encarar, pelo fato dela revelar que o que parecia óbvio e correto, na realidade se constituiu em erros que atormentaram e feriram.

A conscientização desse fato pode levar ao desespero. Como se não houvesse saída para o problema, pela incapacidade de se reconstruir o passado.

A primeira constatação pode ser essa. Porém, se tiverem um breve momento de consciência, perceberão que deram um grande passo reconhecendo erros que cometeram. Pois a simples decisão de não mais praticá-los, já se constitui em significativo avanço. E, assim, o desespero e o remorso precisam ser substituídos pelo desejo de avaliarem melhor suas ações no futuro. Em linguagem mais objetiva, fazer de cada momento presente um ato de responsabilidade perante o futuro.

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Remorso e desespero podem ocorrer, como um alarme que soa de forma oportuna. Mas não devem ser de modo algum contínuos, pois isso de nada ajudará. E o desejo firme de reconstruir soa também como alarme, de que a vida confia que aprenderão a amar. É a chance que Deus lhes concede de, com base nos erros do passado, renovarem suas vidas nessa e em outras encarnações.

221. Responsabilidades

A Terra vem se tornando um local carente de responsabilidades. Fica mais fácil transferir responsabilidades do que assumi-las. Em muitos casos, este comportamento apresenta traços de covardia. Para não assumirem atos escusos que praticaram conscientemente, alguns irmãos dizem ter agido a mando de terceiros. Isso, de modo algum, os exime de culpa.

A grande responsabilidade de um homem começa com a própria consciência. É através dela que ele precisa refletir sobre as conseqüências de seus atos. Porque responsabilidade não pode ser independente de conseqüências. Assim, reflitam e meditem para que possam realmente adotar posturas racionais.

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Entretanto, precisam estar cientes de que responsabilidades não estão vinculadas a apenas alguns momentos da vida, mas a toda a sua existência. É uma vigília permanente, que com o tempo se torna um hábito, uma atitude natural em seus espíritos.

É assim que agem os homens de bem, que desejam viver em paz com a própria consciência, certos de que seus erros são fruto da imperfeição humana e não de atos impensados.

222. Respostas do nada

Não entrem em desespero frente às adversidades da vida. O desespero cega, corrói o pensamento, e impede que as soluções sejam encontradas. Em muitas ocasiões perceberão que a falta de perspectiva é substituída por respostas surgidas do nada. E a crise fica no passado, esquecida, como se não tivesse acontecido, mostrando que soluções brotam muitas vezes de onde não se espera. E isso acontece provando que o nada é apenas uma aparência. Pois Deus é onipresente.

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223. Revivendo um erro

A indiferença faz com que adultos que não conseguiram estudar sejam apontados como incapacitados de progredir na vida. Isso, além de ser indiferença, é também falta de caridade, pois os homens precisam ter chances de aprender em qualquer fase de suas vidas.

Quem pode oferecer a chance e a renega, julgando à sua maneira, está reafirmando um erro cometido no passado. Pois o adulto de hoje, inculto, é a criança de ontem que também não teve chance.

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Ademais, muitos que são vistos nas ruas como ignorantes e exercendo profissões humildes, podem ter enorme potencial para contribuir com a sociedade, se tivessem chances de estudar. A grande maioria é ávida por isso, e sofre em silêncio, por não ver perspectivas.

Em geral, aqueles que poderiam oferecer as chances, as concedem a quem menos precisa, visando favores futuros, esperando elogios e bajulações, devido a um ego carregado de patologias. Sabem que aqueles que realmente precisam pouco lhes poderão dar algo em troca.

E nesse caso, mais uma vez os caminhos de Deus serão infalíveis. Da mesma forma que a criança de ontem continua hoje como o adulto sem chance, o omisso de hoje poderá ser o omisso da próxima encarnação. Não por não conceder chances a terceiros, mas por nada poder fazer, porque também não lhe darão oportunidades naquela nova vida. E é dessa forma que ele aprenderá sobre o valor da ajuda.

224. Sabendo decidir

A humanidade convive com a insegurança. E esse é um dos seus grandes carmas. Além de ter de suportar os problemas que surgem no dia-a-dia, precisando tomar decisões nem sempre de conseqüências precisas, o convívio, na maioria das vezes, se faz entre indivíduos carentes de espiritualidade.

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Isso quer dizer que, além de não confiar plenamente nos próprios atos, cada indivíduo precisa enfrentar a desconfiança em relação a seus semelhantes. O que significa isso então em termos de carma?

Inicialmente, devemos lembrar que a palavra carma está associada à provação. Entretanto, carma significa ação. E, como tal, está vinculada mais precisamente à sabedoria de agir.

Se voltarmos ao início do presente texto, veremos que estamos falando de insegurança no agir, considerando que os fatos cotidianos, acessórios do processo decisório, são instáveis. E, dessa forma, os indivíduos clamam por segurança, recorrendo a opiniões de terceiros e, algumas vezes, ao aconselhamento espiritual.

Embora tais procedimentos também sejam recomendáveis, quando existe boa vontade das partes envolvidas, o que é desejável nesses momentos é a ação que parte do livre-arbítrio. E esta deve ser independente, baseada na razão adquirida com o conhecimento na busca por Deus.

O carma, assim, resume-se na ação para a conquista da razão. Pois, à medida que o indivíduo assimila os ensinamentos advindos das provações, ele faz do carma o princípio real de suas decisões na vida, de forma independente, baseada em seu livre-arbítrio.

Se o indivíduo, entretanto, se predispuser à acomodação, sempre pedindo auxílio a outros para tomar decisões, ele não estará aproveitando os ensinamentos da vida. As provações ocorrerão e serão renovadas, até que ele assimile esses ensinamentos e saiba progredir através de seus próprios atos, condicionados a um libre-arbitrio de fato independente

Deus criou os homens para serem livres e inteligentes. E tal condição só é alcançada mediante a evolução espiritual, da qual o carma é o princípio ativo fundamental e intransferível.

225. Saber utilizar a luz

A disposição com que muitos encarnados realizam o l mbalho espiritual na Terra, sem nada pedir em troca financeira ou materialmente, demonstra que o senso de amor ao próximo e de caridade se fazem presentes nas missões de auxílio.

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A dedicação plena e consciente é gratificante por si só, c pelos resultados obtidos, que se tornam a maior paga que alguém pode receber por exercitar o amor divino. Ela vem na forma de luz e de paz com a própria consciência.

É preciso também, entretanto, que esses trabalhadores incansáveis não esqueçam de si mesmos. A prática do socorro espiritual, doando ao próximo o amparo desejado, consti-l.ui-se em apenas parte da tarefa. A outra parte, cabe ao trabalhador desenvolver para o próprio crescimento espiritual. A autocaridade também lhe permite entender mais sobre as carências alheias, bem como desenvolver em seu espírito aquilo que vem plantando no espírito de seus irmãos. Não devemos esquecer que somos parte de um todo, bem como devemos estar sempre atentos às manifestações divinas.

Da mesma forma que alguém com pouco conhecimento pode perder uma fortuna por não saber administrá-la, o mesmo ocorre com a luz que se recebe de Deus pela caridade prestada. Ela poderá ser melhor utilizada se houver a busca do conhecimento de como aproveitá-la para o próprio bem e para a continuidade das doações de amor. Para que o trabalhador possa mantê-la acesa em seu interior, tal qual ocorre com o homem comedido, que sabe administrar sua fortuna na matéria.

Agindo dessa forma, o homem anula gradualmente sua tendência ao egoísmo, porém sem esquecer de si mesmo. Entendendo que o equilíbrio entre doar e receber faz parte de sua decisão, de se posicionar de modo gratificante entre Deus e os homens a quem ajuda, alimentando sua mente com a razão que Deus lhe permite.

Devemos trabalhar, trabalhar incondicionalmente, pela caridade. Nunca é tarde para começar, e sempre será tempo de nos aprimorarmos. E lembro, a todo o momento, que a porta da casa de meu Pai é muita estreita.

226. Saber chegar a Deus

O encontro com Deus não deve ser realizado sob o falso manto da sabedoria, pois um dos primeiros passos em direção a Deus é a humildade.

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A maior sabedoria está em ser humilde, reconhecer que quanto mais se aprende mais descobrimos o quanto não sabemos. E que não é apenas a cultura e a erudição que nos fazem evoluir, mas sim como utilizar essa cultura e essa erudição.

De nada adianta ao homem decorar evangelhos, se não aplica os ensinamentos à sua vida. Se continua a cultivar o cinismo da mentira, se pratica a caridade como demonstração de virtude humilhando quem beneficiou, e diz que ama apenas para obter vantagens junto a terceiros. Ou se critica sem conhecer o objeto integral da crítica, e tampouco reconhece que precisa se modificar quando erra.

Os homens acham que seu apego aos livros religiosos ou participação em cultos são suficientes para a evolução espiritual. Estão enganados. Desprezam o mais importante de tudo, que é a inabalável reforma interior.

Portanto, despertem para a realidade. Não cometam, além de seus erros, o erro profundo de se enganar, pois estarão esquecendo que a autocrítica depende da humildade. E, sem esta, nunca chegarão a Deus.

227. Saber ouvir

Paciência não é apenas saber esperar, mas também, entre muitas qualidades, saber ouvir. Pois, ao prestar atenção no que outros dizem, o homem está adquirindo a experiência alheia, podendo, em silêncio, avaliar o aprendizado.

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O mais importante, no entanto, é que ao ter paciência de ouvir, o homem também exercita a sua capacidade de ouvir a própria consciência, a voz da sua experiência. Embora isso pareça o óbvio, não é tão simples assim. Se fosse, tantos erros não seriam repetidos por um mesmo indivíduo, que carrega pela vida imperfeições que poderiam ser evitadas e eliminadas. O planeta está povoado deles, que não têm paciência de ouvir.

Se nos aprofundarmos na questão, a sabedoria de ouvir revela também ao homem o caminho para melhor aproveitar o seu corpo mental. Os encarnados não têm por hábito utilizar essa dádiva que possuem, agindo na maior parte das vezes precipitadamente, conduzidos pela emoção. O mental fica esquecido.

O silêncio refletivo que denota a paciência de ouvir, ainda se constitui numa via para o aperfeiçoamento espiritual. Pois, saber ouvir, denota a vontade de aprender, e esta, quando levada a sério, fortalece a humildade. Sem humildade não se tem paciência, e sem paciência não se aprende. Tudo parece muito óbvio, porém os homens em sua maioria não exercitam esses conceitos.

Paciência, assim, é desenhada pela força da humildade, que leva os homens ao aprendizado, por admitirem que são imperfeitos. E saber ouvir é coroar a humildade com a sabedoria da paciência. Tudo muito óbvio, desde que praticado.

228. Saber pedir

A sabedoria de pedir está em rogar a Deus que faça o melhor para nossa vida, pois só quem nos criou e nos acompanha pela eternidade sabe o que nos convém.

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Portanto, quaisquer que sejam os resultados de nossos pedidos, devemos sempre agradecer a Deus, pois Ele assim o fez em prol da nossa felicidade.

229. Salvando-se

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Jesus é visto pelos homens como Salvador da humanidade.. Essa interpretação, embora possa assumir um caráter simbólico, também é entendida por muitos como sendo a fórmula da virtude, que após ser aceita coloca os homens no caminho da redenção espiritual.

Os ensinamentos do Cristo, sem dúvida, são orientações consistentes para todos os que desejam chegar a Deus, não importando qual religião. Sua filosofia não estabelece rituais específicos, mas sim a questão de dotar os homens de qualidades que os tornem elevados pela maturidade do espírito. E, justamente por isso, não sendo um ritual a ser seguido, é preciso entender que qualidade se adquire com o próprio esforço.

Nunca é demais repetir que seguir Jesus não significa segui-lo mecanicamente, mas entender e assimilar seus ensinamentos. A grande herança do Cristo na Terra foi o despertar do livre-arbítrio, para que cada homem alcance o Deus único, Pai Criador, conforme seu modo de vê-lo, mas tendo como sustentação o amor e a caridade. Portanto, a tarefa de Jesus foi na prática ensinar ao homem como salvar a si mesmo, mostrando-lhe que a fórmula de salvação encontra-se, na realidade, dentro de cada um.

Não existem prescrições rápidas, rótulos ou rituais para o homem atingir a própria libertação, preconizada por Jesus, a qual é vista como salvação. É necessário não apenas eliminar em definitivo as mazelas do espírito, como também edificar uma mente de magnitude divina, que construa um novo ser através da eternidade. E isso é descobrir Deus no próprio íntimo.

Portanto, se desejam ver Jesus como Salvador, o vejam do jeito que querem. Mas,

lembrem-se de que cada homem c salvador e libertador de si mesmo. Foi isso que o Cristo ensinou, fruto de seu amor pela humanidade.

230. Sentimentos humanos

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A história de cada vida humana sobre a Terra reflete fatos em comum com as demais. Muito mais do que vocês pensam, fobias, anseios, desejos, ambições, sentimentos de um modo geral, embora em situações diferentes de época e de lugar, se identificam por analogia, constituindo-se em interseções entre vidas, mesmo que não contemporâneas.

O que significa, em outras palavras, que os sentimentos humanos são idênticos. Não há quem não tenha fraquezas e medos, por mais que negue isso. Todos os seres humanos são passíveis de toda gama de sentimentos, de modo que, por isso mesmo, são conduzidos à igualdade. O que os pode fazer sentirem-se diferentes, decorre da posição social que ocupam, ou do conhecimento de que desfrutam.

Devo lembrá-los, no entanto, de que tais posições sociais são breves momentos de uma vida passageira, e que todo conhecimento é uma ínfima parte da grandeza de Deus. Por isso, utilizar tais argumentos para ser superior é enganar a própria consciência, além de se apropriar indebi-tamente do que não lhe pertence.

Quanto à maioria da humanidade, que padece de sentimentos de inferioridade, pensando estar muito aquém de seus irmãos considerados superiores, lembro também que não se deixe abater, pois os mesmos problemas psíquicos que ocorrem numa casa simples e pobre também ocorrem nas grandes mansões. Mais uma vez lhes afirmo que os sentimentos são idênticos, independentemente da classe social.

Poderão ver, assim, que não vale a pena deixar-se abater por sentimentos de inferioridade, tampouco se entregarem ao desvario da superioridade. Sejam equilibrados, sempré recordando que somos todos iguais perante Deus, que nos concede as mesmas chances espirituais. Os homens é que em geral não sabem aproveitá-las por sentirem-se pes-simistamente inferiores ou arrogantemente superior.

231. Seriedade espiritual

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O compromisso que alguém assume com a Espiritualidade não diz respeito apenas ao trabalho realizado em instituições e grupos que promovem a caridade. O maior compromisso está relacionado à própria vontade de transmutar as imperfeições, e isso ocorre quando repele o orgulho, a prepotência, a arrogância, a inveja e outras deficiências que atingem o espírito.

Trabalhar com a espiritualidade é se integrar a ela. É reconhecer que somos todos iguais perante Deus e devemos permanecer unidos para que o trabalho frutifique. Sempre colhendo o amor e a caridade, pois esses são os verdadeiros alimentos do espírito.

Assim, aqueles que se utilizam do trabalho espiritual para atingir objetivos de poder e de superioridade, não sabem o que fazem. No âmago da ignorância, estão cometendo um equívoco injustificável, prejudicando a própria evolução. Desprezam a chance que Deus lhes concede, em troca de efêmeros momentos de glória na Terra, satisfazendo o ego doentio. O objetivo do trabalho passa a ser apenas proveito próprio, contrariando as normas fundamentais do amor e da caridade desinteressados.

Isso implica em necessidade da contínua postura de autocrítica. Não brinquem com a Espiritualidade. Pois, se o fizerem, serão abandonados pelos que a levam a sério, abrindo caminho para a aproximação de irmãos pouco esclarecidos, que os conduzirão por caminhos de decepções e de tormentos.

232. Serviço e humildade

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Se o trabalho espiritual requer estudo e disciplina, ele requer muito mais humildade. Por mais sensitivo que alguém possa ser, nunca estará trabalhando sozinho, mas em conjunto com vários irmãos anônimos dos planos de luz.

Assim, todo serviço espiritual voltado para o bem é uma ação sinérgica, pois utiliza vibrações de luz que partem dos níveis superiores, bem como o ectoplasma doado pelo médium e por outros irmãos presentes no momento. E essa é a razão pela qual o médium não trabalha sozinho, porém participando de um esforço coletivo.

Se o médium, mesmo em pensamento, advoga para si o mérito da realização, estará desprezando todos aqueles que silenciosamente o ajudaram, o que seria uma injustiça além de achar que tem os méritos do serviço, o que seria pretensão.

Portanto, a humildade é fundamental. Nenhum dos participantes deve se preocupar com sua cota de colaboração, pois o mais importante é que o sucesso seja alcançado na consecução do bem. Esse é o maior prêmio. Quanto ao mérito de cada um, será decidido por Deus, que é o único capaz de julgar perfeitamente cada homem.

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233. Servir fielmente

Se um homem deseja servir a Deus, necessita estar ao lado do Criador. De nada adianta afirmar em público que é um fiel servidor, se de forma dissimulada esconde grandes imperfeições canalizadas por atos e pensamentos. Servir também significa servir a si mesmo, controlando e eliminando os impulsos negativos, mesmo na obscuridade, longe das vistas alheias. Caso contrário, o servir será sufocado pela dor da deslealdade cometida contra o próprio espírito, onde Deus reside mais do que em qualquer outro lugar.

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234. Sob outro enfoque

Durante a vida na Terra ninguém alcançará a felicidade completa. A vida na matéria torna os homens prisioneiros no próprio corpo denso, incapazes de alçarem vôos livres, característicos do espírito liberto do plano físico.

É uma vida de provas, de sofrimentos, frutos colhidos de atos praticados no passado. A provação surge como o ensinamento para que esses atos, maus atos, não se repitam. Fazendo, assim, com que a vida na matéria seja uma escola destinada a formar homens de bem.

E como tal, é preciso que todos saibam encarar a provação como alavanca da evolução e do progresso espirituais. Que a vejam não sob a ótica da pura negatividade, como quem cumpre uma pena, mas sob o prisma da edificação construtiva. O lado negativo da provação não está nela em si, mas nos componentes relacionados às faltas passadas cometidas, e que a justificam. Sintam na provação uma vitória que alcançaram, pois estão tendo a chance dada por Deus, bem como a força para enfrentá-la.

Lembrem que procurando assimilar os ensinamentos proporcionados pelo carma, estarão também compreendendo melhor a sábia didática divina, fazendo de suas vidas na Terra um período de crescimento espiritual. Mas, principalmente, deixando no passado as faltas que cometeram.

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235. Sobre a corrente branca do Himalaia

As entidades espirituais que trabalham em planos regados pela Luz Divina compreendem a importância da cooperação e do entendimento. Conhecem perfeitamente o valor do trabalho individual, bem como o do trabalho em conjunto, observado entre várias falanges espirituais.

Pelo fato de ninguém possuir o poder e a verdade absolutos, pois somente Deus os possui, os esquemas cooperativos são sempre bem recebidos e utilizados. Cada falange ministra conhecimentos específicos, construídos pela experiência de seus membros, através do estudo constante e de carmas reparadores que viveram no passado. Assim, ocorre a troca permanente de conhecimentos enriquecedores.

Quando, por exemplo, se fala na Corrente Branca do Himalaia, não se refere apenas a uma determinada falange espiritual, mas a diversas falanges que ali trabalham pelo bem planetário. Elas se concentram em torno do Himalaia, por ser a região mais elevada da Terra, em termos físicos e espirituais. Dali, as vibrações fluem de modo contínuo e sinérgico, tendo em vista a sublime conscientização dos espíritos de que as falanges devem trabalhar em conjunto pela evolução do planeta, conforme foi explicado anteriormente.

Sendo assim, a Corrente Branca do Himalaia é formada por inúmeras falanges espirituais, como a Falange Hebraica, a Ordem Xamânica, a Falange Egípcia, a Falange Branca da Paz, a Falange da Cashemira, a Ordem Astral de Shidha, a Falange Branca do Nepal, os Monges Cósmicos Orientais, a Falange Dourada Chinesa, o Círculo de Luz Indiano e muitas outras que operam solicitamente em conjunto, mesmo que não atuando permanentemente no local.

Cada uma dessas falanges, entretanto, possui características específicas, com seus membros contando com símbolos próprios de canalização quando assim o desejam, além da simbologia que identifica a própria falange. O uso de símbolos e de cores faz com que a comunicação se efetive com mais rapidez no plano terrestre, de modo que encarnados e desencarnados, ainda vivendo na 5a Lei da Evolução, possam identificar seus interlocutores, em termos de vibrações e de mensagens com vários significados.

Por outro lado, deve-se também lembrar o respeito mútuo que existe entre as falanges, no sentido de que cores, símbolos, sons e fragrâncias sejam devidamente escolhidos por cada irmão ou falange, sem a interferência dos demais. Cada um utiliza tais manifestações para repassar aos encarnados a perfeição do Logos. Existe total respeito ao livre-arbítrio de cada irmão nessa escolha individual, e também às decisões tomadas coletivamente, em termos de representações da falange.

O mais importante é que a cooperação é firme e consciente. Todos se auxiliam e trabalham em conjunto pelo bem da humanidade. Pois é assim, com respeito mútuo, amor e caridade, que se dinamiza a obra de Deus.

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236. Sobre a mediunidade

A mediunidade é uma dádiva que Deus concede aos encarnados, para que eles possam, através de diversas e contínuas iniciações, compensar faltas cometidas em encarna-ções passadas. Em outras palavras, é um instrumento para o exercício do amor e da caridade.

Isso significa que quanto mais conhecimento e desenvolvimento mediúnico alguém tem, maior sua responsabilidade no tocante às conseqüências de seus atos. E quanto mais intensa for essa mediunidade, maior a necessidade de se trabalhar na seara do bem. Deus justamente concede mais àqueles que mais precisam. Os que têm mais são aqueles que também mais devem.

Conhecendo essas particularidades, encarem a mediunidade pela ótica correta: a de que ela é um importante instrumento para a transmutação dos males do espirito. Usem-na dessa forma, pois, do contrário, estarão utilizando o remédio não para a cura, mas para o desenvolvimento de novas doenças.

Sendo assim, quando o orgulho ou o sentimento de superioridade os testarem, sejam firmes em combaterem tais anomalias. Essa será uma das formas de agradecerem a Deus, pela chance que Ele lhes concede de reconstruírem suas vidas.

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237. Sobre a paciência

Quando conseguimos desenvolver a paciência, estamos também tendo a tranqüilidade necessária para observar fatos que antes não conseguíamos ver. O que nos possibilita, ainda, ampliars as chances de encontrar respostas alternativas para nossos problemas.

Tendo paciência, diminuímos o risco de decisões precipitadas que, no futuro, podem causar arrependimentos. Muitas vezes, através da paciência, verificamos que nós mesmos somos a causa dos problemas que nos afligem.

Sendo assim, sendo pacientes, estamos colaborando com a paz de espírito em nossos ambientes de convivência. Mas, principalmente, com a nossa própria paz, o que nos capacita a tomarmos decisões mais sábias sobre nosso futuro.

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238. Sobre o apóstolo Pedro

A missão de Jesus na Terra só pôde ser coroada de êxito tendo o apoio dos apóstolos. Pois foram eles que, nos momentos mais duros que sucederam à crucificação do Cristo, conseguiram guardar os ensinamentos com sabedoria, para depois difundi-los.

Pedro, que herdou a tarefa primordial de administrar a herança de Cristo em seu primeiro estágio após Jesus, cumpriu a tarefa com profunda dedicação, paciência e conheci-mento de causa, apesar de ser um homem iletrado.

Toda sua força estava na cultura espiritual, que ele cultivou através de diversas encarnações, preparando-se para o trabalho junto a Jesus. E aí incluiam-se a honestidade de princípios, a lealdade, e a cooperação com aqueles que o ajudavam, numa troca recíproca de conhecimentos, sem os sentimentos de superioridade. E, por isso mesmo, Pedro era um líder nato, que pregou a imagem de Deus sem coagir. Assim agem os verdadeiros líderes, que comandam pela inteligência, sem o uso da força ou da violência. Propagam seus pontos de vista pela razão e pelos bons argumentos, descartando a arrogância, a parcialidade e a vaidade.

Mas um dos principais ensinamentos que o apóstolo deixou para a humanidade foi no sentido de ser fiel, porém independente. Pedro não era subserviente a Jesus, tampouco este desejava isto de seus seguidores. Ele entendeu bem o que herdou de Jesus, como sendo o trabalho de difundir entre os homens o conceito de que todos formam uma comunidade, que se apresenta como única perante Deus, mas cujos membros são individualmente livres para realizarem suas respectivas escolhas.

E Pedro realizou sua escolha: a de receber Jesus em seu espírito, porém mantendo a própria individualidade. Aceitando a razão, sem ser escravo dela. Dizendo quem era, sem negar Cristo nele.

Sendo assim, foi crucificado na posição contrária a de Jesus, com a cabeça para baixo. Contrários que se complementavam, independentes entre si, porém dependentes do amor a Deus.

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239. Solidão do Espírito

A inveja resulta da incapacidade de se conviver com o sucesso alheio. A raiva decorre da impossibilidade de se alcançar a paz interior. A vingança sobressai como a habilidade de se repetir erros de terceiros. A arrogância emerge como fruto de um suposto poder, que na realidade pertence a Deus. E a ambição exagerada desponta da conquista que nunca poderá deixar a vida material, resumindo-se ao perecível.

Os homens precisam avaliar seus sentimentos, para ver o quanto se afastam da própria razão, caminhando nas trevas da ignorância. Pois a omissão de autocrítica os conduzirá fatal-mente a uma vida perdida, cuja conseqüência será a triste solidão, que eles mesmos cultivaram para a sua vida espiritual.

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240. Suicídio

Quando o homem encarna na Terra, aproveitando mais uma chance que o Criador lhe concede, tem como objetivo maior a própria reforma espiritual. E o veículo de que dispõe para essa tarefa é o corpo denso.

Através da forma física é que ele entenderá os ensinamentos proporcionados pelas provações, bem como o valor das missões de caridade em seus vários aspectos. Da mesma maneira, o corpo denso será uma referência comparativa com o estado espiritual latente, demonstrando que a vida na matéria tem única e exclusivamente como finalidade o aprendizado, não sendo a morada definitiva do espírito.

Alguns homens, entretanto, não suportando o peso das provas que são colocadas em seu caminho, preferem cometer suicídio, pensando estar terminando assim com seus sofrimentos em definitivo, por não crerem na continuação da vida, ou por acharem que deixando a Terra encontrarão na vida espiritual um oásis de paz. Outros chegam a se suicidar como forma de vingança, desejando provocar remorsos nos que ficam. Trata-se de um modo de agredirem outros destruindo a própria vida.

Seja qual for o motivo, o suicídio é um crime cometido contra o próprio ser. Ele prova a capacidade de alguém não entender o amor-próprio, e, por conseguinte, não entender sobre o amor ao próximo. Prova abalizada ainda pelo desejo do suicida, muitas vezes, de provocar remorsos, o que não é, definitivamente, uma atitude de amor.

De qualquer forma, o suicídio é um ato tão perverso quanto assassinar alguém, pois está se destruindo voluntariamente um corpo denso emprestado por Deus.

Além disso, o suicida engana-se ao imaginar que se livra de seus problemas. Está agravando-os e postergando-os. Seu reingresso no mundo espiritual o deixa em meio ao turbi-lhão das imperfeições que ele não conseguiu vencer na Terra, envolto em vibrações terríveis de dor e de solidão, as quais foram funestamente aumentadas pelo suicídio. Traz a necessidade de novas encarnações, para que a consciência da vida material passe a convergir para a inconsciência momentânea trazida da vida espiritual. Somente ocorrendo a crescente integração das mentes do corpo e do espírito, através da consciência cósmica, o homem estará devidamente preparado para deixar a Terra na direção de paramos mais elevados. E isso em processo natural, não pelo suicídio.

Por conseguinte, a consciência cósmica se adquire aprendendo com as provações e missões, bem como sabendo desenvolver o autoperdão. E para aprender necessita-se do corpo denso. Matar o corpo denso, para fugir das provações, é o desprezo total pela consciência cósmica. E isso leva à necessidade de novas encarnações e novas provações, solicitadas pelo próprio espírito em sofrimento, postergando os problemas que ele achava ter solucionado com o suicídio.

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Assim, tanto quem comete o suicídio quanto quem o incentiva, afastam-se de Deus. Afastam-se do amor ao próximo e renunciam ao espírito de luta que engrandece a própria existência. Mas o pior, é destruir a autoestima, anulando-se para a vida e deixando para trás um rastro de infelicidade e de tristeza entre aqueles que o amam; pois o homem é, e sempre será, amado na Terra e na Espiritualidade, mesmo sem saber. Isso ele poderá descobrir através do amor-próprio, que é o caminho que o conduz a Deus.

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241. Temer a morte e a vida

O homem atravessa a vida na Terra sabendo que um dia deverá deixa-la. A convivência com essa expectativa já é uma provação, pois as circunstâncias que envolvem o desencarne são vistas como associadas à dor, além da perda da própria vida, conflitando frontalmente com o tão necessário instinto de conservação.

E a tendência, quando o fato vem à tona, é a concentração sobre o instante preciso da morte física, sendo desprezado o momento posterior.

O que fica esquecido, portanto, são as conseqüências da vida na matéria. O homem vive pensando na vida terrena e na morte, mas não pensa, em sua maioria, na vida espiritual. E esta se constitui nas conseqüências dos atos praticados na vida material.

O momento da morte, por conseguinte, não é uma porta aberta para a fuga das imperfeições terrenas, mas, pelo contrário, o encontro com a realidade delas. E, sendo assim, cada um deve não somente encarar a morte física como a hora marcada com a verdade, como avaliar o que vem depois dela, fruto do que foi plantado na Terra. E isso leva, indubitavelmente, ao temor com relação ao próprio presente, porque a partir das imperfeições e comportamentos atuais, surgirão os indícios claros do futuro espiritual.

Que o homem deva temer a morte, conseqüência de seu instinto de conservação, é natural. Entretanto, mais do que nunca, ele deve se preocupar com o presente e temer as suas próprias imperfeições, pois elas é que poderão marcar a morte física com os sinais que tanto amedrontam. E fazer dela um encontro com a realidade que assusta, mas que o homem oculta durante a vida material, quando despreza a evolução do próprio espírito.

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242. Tempo perdido

Antipatias e divergências levam inúmeros seres humanos a promover contínuos conflitos, cercados pela preocupação de sobrepujar seus semelhantes a qualquer preço.

Forma-se então a indústria da intriga e da maledicência, onde provas e afirmações são forjadas pela mentira dos que não sabem argumentar, ou não sabem perdoar e esquecer. Isso é muito próprio entre casais separados, que não conseguiram superar suas divergências durante o matrimônio e, mesmo após o fim da união, continuam se agredindo e prejudicando.

Esse é o comportamento típico de homens e mulheres que se entregam à irracionalidade, querendo punir ex-parceiros com a interpretação de uma justiça criada por eles mesmos, que se caracteriza pela vingança. E não entendem que se há vingança não há justiça, pois o objetivo desta é promover precisamente a prevenção de um mal, o equilíbrio e o entendimento, bem como o ensinamento de que o mal não deve ser mais praticado.

As atitudes assim, de caráter punitivo, se enquadram no âmbito da hipocrisia e do anacronismo moral e espiritual. Antigos parceiros se tornam inimigos ferrenhos, prejudican-do-se mutuamente, criando problemas sérios entre as famílias envolvidas e arrasando a vida dos filhos.

É o extremo da perda de tempo, pois, em vez de reconstruírem suas respectivas vidas pacificamente, entregam-se a uma guerra pessoal interminável, que também lhes envenena o organismo. O que dá margem a que seus novos parceiros desconfiem desse comportamento, pois imediatamente se vêem como as próximas vítimas de uma relação que venha a ser fracassada.

Entende-se ainda que a disposição de ex-parceiros de se prejudicar, amorosa e profissionalmente, revela a forte incapacidade deles de realmente amarem alguém. Atitudes desse porte são típicas de pessoas vazias, que não conseguem se encontrar, sendo carentes de equilíbrio e de autoestima.

Sendo assim, abandonem a vida de ódio e de vingança. Trilhem em paz seus respectivos caminhos na vida, para que possam reconstruí-los também com a mesma paz que trazem no coração. Esse é o sentimento para que encontrem parceiros similares, e não aqueles que apenas os enganarão por algum tempo com falsas promessas, por temerem a companhia de alguém que se deixa levar pelo ódio e pela frustração.

Sigam em paz. Vocês precisam disso, a Terra precisa disso.

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243. Teoria e prática

Teoria e prática assumem aspectos bem diferenciados quando se fala sobre o ideal de comportamento na Terra, e o que se observa nos atos cotidianos.

As pessoas se comovem com palavras doces que falam sobre Deus, muitas vezes atendem com interesse o que se apresenta quanto à espiritualidade, e aconselham a partir de ensinamentos recebidos.

O homem, entretanto, não deve se tornar um simples repassador de frases de efeito ou de relatos edificadores. Ele precisa se conscientizar de que o aprendizado que eleva o espírito deve ser assimilado, fazendo parte habitual de suas ações na vida, deixando assim de ser um teórico de paradigmas, para se tornar o prático que exercita com amor a simplicidade divina. E, para isso, ele necessita sublimar a humildade e reconhecer que carece manifestamente da autocrítica que a teoria desperta.

O encontro com Deus está na prática que condena as imperfeições ao passado, e na valorização de gestos que contrariam o orgulho de se achar superior e sábio, fazendo da própria prática o reforço da teoria da evolução, que outros desejarão aprender.

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244. Trabalhar humildemente

A humildade deve ser uma qualidade do ser humano, principalmente daqueles que trabalham com a espiritualidade. Quanto mais importância tiverem em suas instituições de trabalho espiritual, mais devem manter a vigilância sobre os próprios atos, de modo que nunca descuidem da humildade.

É com profunda decepção que encontramos, em muitas instituições, irmãos impacientes com os que ali freqüentam, sendo mesmo grosseiros e agressivos, esquecendo que alguns dos que lhes pedem socorro estão em sério desequilíbrio espiritual. E o dever da ajuda se impõe à impaciência.

Da mesma forma, outros são costumeiros críticos de terceiros com quem não concordam, usando o trabalho espiritual como tribuna para seus discursos carregados de vaidade e de desconfiança. Misturam trabalho tão digno com exa-cerbações do ego, distanciando-se do princípio básico de servir sem recompensas, afastando-se dos ensinamentos de Jesus, que deseja que nos amemos da mesma forma que Ele nos amou.

Assim, meus irmãos, cultivem a humildade. É por ela que assinarão o compromisso de que precisam evoluir, reconhecendo e vencendo as imperfeições, que são incompatíveis com os que dizem amar e servir a Deus.

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245. Traição e culpa

A traição é uma atitude tão comum na vida terrena, que aos poucos vai sendo incorporada ao cotidiano como um ato normal. Ela pode ser constatada em todos os ambientes, cercada pelas justificativas mais diversas, porém sempre obscuras. Assim, o trair é considerado como contingência da vida, plenamente justificável, e até mesmo incentivado.

A cultura da traição se expande com tal velocidade, que aqueles que são traídos entendem isso de maneira tranqüila, não por saberem perdoar, mas por sentirem-se motivados a agir da mesma forma quando desejarem.

Percebendo bem, essa é uma forma de nivelarem suas atitudes por baixo, procurando nos maus exemplos alheios os argumentos para agir de maneira inconseqüente. E o mais grave, é que a traição pode conduzi-los em direção de seus objetivos pessoais, mas em bases sempre suspeitas, enfraquecidas e efêmeras.

O trair apresenta ainda uma característica mais nociva do que imaginam. É o ato de trair, de enganar, a própria consciência. Pois, mentindo para a própria razão, o homem ingres-sa no caminho do desgaste pessoal e da insatisfação, com tudo e com todos. Principalmente, insatisfeito com o próprio ser, porém sem identificar o porquê da insatisfação. Não encontra respostas, iludido pelo labirinto da própria culpa.

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246. Transformar dificuldades em ensinamentos

Minha passagem pela Terra foi marcada por sofrimentos de ordem moral, tendo em vista que não pactuava com atitudes extremas e violentas, que caracterizavam os homens de minha época. Na sociedade de então, o homem valia pelo seu ímpeto agressivo e participação em duelos.

A humilhação e o desprezo foram fatos marcantes em minha vida. Entretanto, recebia esses dissabores com paz no coração, porque o mais importante para mim era seguir os ensi-namentos de Jesus, nutrindo forte amor pelo Cristo Salvador.

Com base nesses ensinamentos foi que consegui, pela meditação, ter paciência e resignação, que se transformavam em doutrinação sobre a sabedoria de viver. A cada gesto de desprezo e de ofensas que recebia procurava entender o comportamento do agressor, ficando assim mais fácil perdoá-lo. E por esses gestos absurdos aprendia ainda o que não se deve fazer na vida, agradecendo a Deus a oportunidade de freqüentar escola tão frutífera.

Assim, meus irmãos, tenham a sabedoria de transformar as dificuldades da vida em ensinamentos. Além de eles lhes proporcionarem paz e resignação, os fortalecerão para novos combates do espírito. Mas não tenham dúvidas de que agindo assim estarão sendo amparados por Deus, porque mais do que uma relação entre mestre e aluno, haverá o apego entre Pai e filho. Uma relação com responsabilidade e amor.

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247. Transmutar o ego

Os homens devem ter em mente a necessidade de se elevar espiritualmente. Em vez de cultivarem o orgulho associado ao ego, devem, por amor próprio, transmutar o ego no sentido de que ele seja dínamo da evolução. Se o ego se constitui na força de que precisam, para se defenderem das imposições negativas externas, ou mesmo das imperfeições, que já descobriram existir em seus espíritos, utilizem-no como tal.

Trabalhem na direção de criarem enérgica relação entre o ego e a autoestima, com a finalidade de gerar em suas mentes a exigência de atos e pensamentos corretos, em sintoma com Deus. Somente quando associarem o ego ao crescimento da razão e da espiritualidade, como fator precípuo do amor próprio na busca da evolução, é que se sentirão fortalecidos. Do contrário, se o utilizarem em tom de superioridade e de arrogância, estarão carregando um fardo muito difícil de suportar durante a vida, e que os enfraquecerá devido ao peso.

Como todas as coisas, o ego também apresenta sua bipolaridade, na escolha entre o bem e o mal. Saibam desenvolvê-lo para o bem e sentirão a leveza de Deus inundar suas mentes, pois estarão compreendendo a própria alma.

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248. Um bem intangível

O esforço do homem na procura do progresso espiritual é muitas vezes abalado pela inexistência de resultados visíveis. Por não conseguir avaliar os ganhos obtidos, ele enfrenta a dúvida de se deve ou não continuar seu trabalho para eliminar imperfeições.

A grande maioria que inicia esse esforço o interrompe no meio do caminho. E as razões são várias. Vão desde a permanência das dificuldades no plano material, até a percepção de que, apesar de seu empenho, outros que não demonstram o mesmo interesse parecem ser agraciados com a sorte. Então, vem a pergunta: por que continuar com isso, se outros que não se preocupam recebem tanto ou mais do que eu?

Quando abandonei a casa de meu pai, onde possuía todas as riquezas imagináveis, conforto e saúde, para me entregar à realidade do mundo exterior, fiz uma pergunta com sentido contrário: por que eu que nada faço tenho tanto, e aqueles que muito fazem nada têm? Tentei entender a escala de valores do mundo real, que me parecia, à primeira vista, inversamente proporcional aos ensinamentos que havia recebido até então. Naturalmente algo devia estar errado, ou os ensinamentos que recebi ou o mundo.

Misturando-me aos pobres, e infiltrando-me nos locais onde podia sentir realmente a vida pulsar, percebi que não havia contradição em minha dúvida, porém a mais pura certeza de que no fundo poucos fazem durante a vida. Pobres e ricos, doentes e sadios, cultos e incultos, nobres e plebeus, sábios e ignorantes conservam enormes contradições, não somente entre eles, como também em seus respectivos ambientes de vida. E a grande contradição está em não agir e querer receber.

Os homens tendem a seguir os caminhos mais fáceis da matéria para atingir seus objetivos, esquecendo que muitas vezes essa vida proporciona ganhos a uns fazendo com que outros percam. Esquecem que, além de ser a opção do conflito, tais ganhos se tornam efêmeros, pois não somente a vida, em seu final, um dia terminará destruindo-os, como alguém poderá chegar antes, se apropriando deles, porque foram alcançados sem o esforço de uma inteligência construtiva e criativa, que não conseguiu trazer para o espírito o mesmo ganho em termos proporcionais.

E um dos aspectos mais interessantes estava relacionado justamente à falta de conscientização quanto ao ganho intangível. E na medida em que o homem se esforça na direção da cura do espírito que ele alcança a leveza que só pode ser constatada pela

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meditação, e não pelos parâmetros materiais do que ele não recebeu e outros receberam, ou vice-versa.

Sentindo a leveza do espírito e a paz com a própria consciência, ele não se importará mais se está ganhando muito ou pouco na matéria comparando-se com os demais. Isso será fruto de sua inteligência, trabalho e honestidade. O que lhe faculta afirmar que esforço espiritual não está atrelado ao ganho material, mas ao desejo inequívoco de encontrar Deus nele mesmo. Essa é a riqueza determinante que pode despertar os homens ricos e pobres, retirando-os de suas vidas de contradições.

A humanidade precisa estar atenta para desvencilhar a matéria do espírito, no momento de avaliar sobre sua posição conflitante. E a pergunta deve ser: o que tenho feito pelo bem de meu próprio espírito, se consigo ver apenas os bens que possuo, ou os que tento possuir na matéria? Só a consciência, credenciada pelo equilíbrio entre razão e emoção, responderá a essa pergunta.

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249. Um convite à Deus

A sabedoria deve fazer do homem um eterno insatisfeito sobre sua posição perante Deus. Ele não deve se contentar com o que já obteve no que tange ao desenvolvimento de sua espiritualidade, e precisa ter a consciência de que deve evoluir de forma contínua e eterna. A busca por Deus é um trabalho incessante, incansável, envolto pela conquista da felicidade.

Agindo assim, os homens estarão abrindo seus espíritos para receber o que existe de mais nobre no Universo. É a forma de incorporarem a luz e a paz, que se manifestam em detrimento das imperfeições e da ignorância.

Ao abrir o espírito para Deus, não estarão, assim, apenas preenchendo lacunas existentes no próprio ser, mas também, gradualmente, expulsando tudo o que os afasta da perfeição.

Dessa forma, irmãos, esvaziem seus espíritos das imperfeições que os consomem. Sejam firmes de pensamento para que possam, com o espírito livre delas, ter a moral elevada para conversarem com Deus através das orações. Será uma forma de O convidarem, continuamente, a ocupar os espaços que se abrem em seus espíritos. Uma forma de com-preender que essa é a expressão máxima da auto-realização.

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250. Um universo de seres

A vivência será mais equilibrada se ela se alimentar com a experiência adquirida, voltada para a melhor compreensão sobre o próprio ser.

E isso ocorre quando se passa a conscientizar a própria existência como de alguém único no Universo, convivendo em todos os momentos com seres também únicos. E o padrão de comportamento naturalmente exige que cada um seja o responsável pela própria evolução. De nada adiantam ajudas externas se elas forem recusadas pelo livre-arbítrio.

Assim o homem poderá entender que, mesmo sendo único perante os demais, ainda convive com a multiplicidade de perfis que habitam seu espírito. E que conflitam com seus desejos e anseios, pela força do desequilíbrio, pautado na falta de conhecimento e de experiência sobre si mesmo.

Caso não haja essa constatação, a vida poderá passar como um período de lutas sem conquistas, reclamações inúteis sem soluções claras, e acusações contra terceiros mas que deveriam ser feitas contra o próprio ego. O homem não descobrirá que seu micro-universo é rico em seres formados pela sua vontade, e que muitas vezes o agridem sem resposta. Ele olha a individualidade alheia, porém esquece de sua própria pluralidade.

Deus criou os homens à sua própria imagem e perfeição. E os homens, desequilibrados pela própria vontade, criam seres imperfeitos que os habitam, os quais se constituem em manifestações de suas várias facetas psíquicas. A convivência corajosa com eles é que traz o enriquecimento da vida, resultado da transmutação voltada para o equilíbrio. Isso impede os conflitos formados pela própria mente, que aponta outros homens indevida e levianamente como culpados.

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251. Valorizar a vida

Se uma única vida deve ser considerada como patrimônio inestimável da humanidade, muito mais ela deve ser considerada pelo espírito que a encarna.

E o valor da vida não deve ficar restrito à sua preservação, cabendo a Deus o momento de retirá-la. É necessário também compreender o seu valor intrínseco, que envolve a justificativa da sua existência.

E essa justificativa é o aprendizado, que se verifica de várias formas, conforme o que cada um precisa.

Não assimilar os ensinamentos divinos, e deixar de promover a revolução interna preconizada por Jesus, representa a desvalorização da vida. E considerando que muitos homens têm passado por diversas encarnações, não sabendo o porquê dessa trajetória, e tampouco assimilando o significado delas, pode-se imaginar o desperdício de vidas que cada homem registra em sua história espiritual.

Lembrem-se, portanto, de que a vida atual deve ser valorizada, para que não venha a ser mais uma no rol do desperdício.

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252. Ver e compreender

Grande parte do que a vida oferece não é bem vista pelos olhos do homem. Isso ocorre por várias razões, a começar pelo fato de que o estágio na matéria é um período curto, destinado a ensinamentos, não sendo a morada perfeita e definitiva do espírito.

Sendo assim, é natural que o descontentamento seja uma realidade na Terra. Nunca os encarnados sentirão felicidade integral vivendo num plano tão desconfortável, cercado de imperfeições, de guerras e de doenças.

Mas, por outro lado, é preciso também reconhecer que nem tudo que se apresenta na Terra como inútil e desagradável deve ser desprezado. Inicialmente, deve-se lembrar que o inútil ensina o que é útil. Depois, muitas vezes classifica-se de inútil o que ainda não é compreendido.

Recordem da missão de Jesus na Terra. Seu martírio decorreu daqueles que temiam perder o poder das armas para o poder das palavras de paz. E por isso o Cristo se tornou um inútil para as autoridades da época. Da mesma maneira que os cristãos foram por muito tempo perseguidos e executados, acusados de subverter a ordem. Também foram considerados inúteis pelo discricionário regime romano.

Isso mostra, a exemplo de muitos outros acontecimentos, que nem tudo que aparentemente é inútil deve ser desprezado. A utilidade surge com a sabedoria de interpretar de forma humilde e consciente.

Portanto, tenham sempre em mente que a vida terrena é uma grande escola, que lhes ensina a sabedoria de discernir, de ver e de compreender, para que no futuro não fiquem constrangidos por terem praticado injustiças, ao julgar erradamente o que haviam classificado de inútil.

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253. Vida e encarnação

A encarnação é muito mais do que uma nova vida para aqueles que desejam renascer para o aprendizado. Ela também é, na essência, um trabalho artesanal no sentido de que constrói um novo ser voltado para o amor divino.

Isso requer responsabilidades, tanto de quem renasce, quanto daqueles que, do plano espiritual, vão acompanha-lo no novo período na Terra. Trata-se de tarefa que exige os mínimos cuidados, para que cada encarnado encontre Deus não pela imposição, mas pelo exercício de seu livre-arbítrio.

E, o que se deseja, é que durante a encarnação, cada um tenha a capacidade de atingir seus objetivos quanto ao crescimento espiritual. Essa é uma vitória não somente do encarnado, mas um momento de júbilo para todos aqueles que no espaço desejam o melhor para ele.

Por essa razão, pedimos que sejam responsáveis quanto ao que fazem durante a encarnação. A inoperância e a omissão frente às exigências que se apresentam para o desenvolvimento espiritual, dificultam ou destroem um trabalho conduzido com tanto amor e esperança. Pois todo esse esforço pode ser anulado ou corrompido por gestos e palavras de desamor. Um simples ato, num momento de desequilíbrio, pode subverter uma encarnação construída com tanta dedicação.

Assim, ao trilharem os caminhos da vida, lembrem-se de que não estão apenas vivendo, mas também trabalhando para a reconstrução de seus espíritos. E esse trabalho é que realmente os orienta nos caminhos da vida, cujo destino é o infinito do amor divino.

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254. Vidas ao vento

Os esforços objetivando amparar as crianças se constituem em uma das missões mais importantes da humanidade.

Esses seres inocentes estão morrendo aos milhares, ou tomando rumos dentro da marginalidade, porque os homens são incapazes de destinar verbas e ações para a edificação de seres humanos. Os poucos programas para isso projetados carecem de vitalidade, porque em grande parte atendem apenas a uma satisfação à sociedade.

São palavras ao vento que deixam vidas ao vento. A criança sente a necessidade da ajuda, mas não sabe clamar por socorro. Ela ainda não sabe expressar sua angústia através das palavras, o que a torna muitas vezes violenta com o intuito de chamar a atenção. E isso a faz ser mais renegada pelos adultos, que não a compreendem. Sofre e amarga a dor do desamparo.

Os homens não deviam esquecer que se vivem na Terra, ainda se encontram na infância do espírito. Deveriam deixar de lado a arrogância e a inoperância, e olhar as crianças do mesmo modo com que Deus olha seus filhos. Assim como são omissos, e sabem punir com rigor crianças revoltadas pelo sofrimento, Deus também sabe educar seus filhos. Principalmente aqueles que ainda estão na infância do espírito e ainda não compreenderam que a prática da caridade também é uma forma de autoaprendizado.

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255. Viver o presente

A luta que conduzi na índia, sem a utilização de armas de destruição, costuma ser descrita na Terra como um evento que teve em mim suas raízes. Trata-se de enorme equívoco.

Tal luta foi apregoada há séculos por Siddartha Gautama em seus ensinamentos de luz, e na prática por Jesus, ao promover a grande revolução pacífica, fundamentada no amor a Deus acima de tudo.

Mas é preciso não esquecer todos aqueles irmãos que habitaram e habitam a Terra, muitos dos quais sofreram inúmeras agressões de cunho moral, padeceram perante torturas, fome e desprezo, porém sempre se mantiveram altivos perante Deus. Nunca foram capazes de levantar uma simples arma contra seus agressores. Mantêm-se ou mantiveram-se humildes, tendo as orações e a fé em Deus como suas grandes armas.

E, por isso, mais uma vez os conclamo a não esquecerem dos irmãos sofridos que se encontram atualmente na Terra. Ao desprezá-los, estão também negando todos os grandes mestres das religiões que despertaram os homens para Deus. Estarão vivendo a contemplar o passado, elogiando os grandes eventos de paz, porém alimentando a omissão do presente.

Esse é o meu apelo. Vivam muito mais o presente. Incomodem-se com a pobreza, a miséria e a fome. Despertem para a realidade atual. Sejam meus herdeiros, dando continuidade à idéia de que nunca haverá paz na Terra enquanto houver injustiça contra irmãos oprimidos e marginalizados.

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