ramos, luiz fernando. editorial

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  • 7/29/2019 RAMOS, Luiz Fernando. Editorial

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    revistaSalaPreta chegaao terceiro nmero mantendo a anualidadee ainda bus-cando a possibilidade de se tornar semestral.As dificuldades, no Brasil, de sefazer uma revistaacadmica om rigorosapoltica editorial, no somaioresqueos benefcios que publicaesdesse ipo podem trazer a uma rea de conheci-mento. E foi assim no campo das artes cnicas.As poucas revistasexistentes,entre as quais Sala Preta a mais recente, m representadoum esforo a mais naconsolidaoda pesquisaem artescnicasno pas.Esta edio de 2003 est echeada e destaques a produo acadmica arts-tica no mbito das artes espetaculares, contempla igualmente ensaiose obras, crti-cos e artistas, ilsofos e poetas.De uma certa forma, reflete a riqueza do panoramateatral contemporneono que diz respeitoao entrelaamentoentre prtica e teoria, eao apagamentode linhas fronteirias entre o teatro e as outras artes.A primeira retranca, Teoria,prope o desafio de cobrir o campo da teoria doteatro, tomada tanto nos seusaspectosundadores,conceptuaise institucionais, quan-to nas suas elaes om a produo contemporneae nas respostas ue pode ofere-cer-lhe. Assim, Hans-Thyes Lehmann explicita o j paradigmtico conceito de ps-dramtico como um poderosooperador para se er, e analisarda perspectiva ontem-pornea,o campo espetacular.Patrice Pavis az um balano da produo terica dosltimos trinta anos, avaliando, principalmente, o impacto dos estudos nterculturaisna ltima dcada.Ftima Saadiamplia o foco para o desempenhoda crtica na hist-ria da arte e traz a experincia do dramaturgismo, e da crtica, na atuao unto acriadores.ngela Materno condensaesses lhares numa mirada vertical, que apro-funda a noo de teoria e disseca s ormas de crtica que ela encerra,pinadas anto

    no dilogo com outros pensadores ue trataram do tema como no exameda posturade artistase pesquisadores rasileirosdiante da nebulosa erica.A segunda etranca,Dramaturgia, rene a colaboraode dois dramaturgos n-quietos com asquestes a escritura,sejanos seusaspectos edaggicos, uanto cni-cose cenogrficos. osEduardo Vendramini retoma o tema das enses ntre os pro-cessos riativos do texto e da cena.Felizberto Sabino lumina uma tela de Michelan-gelo emprestandosuasintaxepara exemplificar a dramaturgia no teatro de animao.A terceira retranca mantm a disposioda revista de resgatar ealizaesele-vantesdo teatro brasileiro contemporneo.Dessa ez, apresenta-se m dossisobreoespetculoPaixosegundoG.R., encenadoa partir da colaboraode FauziArap, queadaptou o romance de Clarice Lispector, Enrique Diaz, que encenou a adaptao,eMariana Lima, que encarnou o personagemGH. A revista euniu os trs artistasparauma entrevista em que avaliam todo o processode criao. O dossi raz, tambm,orgulhosamente,a ntegra da adaptao eita por Arap, alm de um artigo do pesqui-sador Fbio Cordeiro, que trabalhou como assistente e direo na montagem, e umencartevisual com fotos e imagensdo espetculo.A quarta retranca,Performance, xpressa crescimentoe a potncia dos estudosque, a partir dos filsofos ps-estruturalistas, em redesenhando mapa conceptualde percepo criaodo fenmeno espetacular.Como presenamais necessria sto recm-falecidoartista e pesquisadorpaulistano, Renato Cohen, o cartgrafo porexcelncia esse ampo de investigao.Ausente hoje no plano material, ele ainda ,e ser sempre, ndice vivo no firmamento dos estudos da performance no Brasil.Ao seu ado, comparecem:Renato Ferracini, com uma elaborao nspirada sobre a

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    "zona de turbulncia" entre o ator/performer e um receptor atualizado; e a artistaiugoslavaMarina Abramovic entrevistadapor Ana Bernstein sobre a recenteperfor-manceA Casacomvistapara o mar.A quinta retranca,Teatro Brasileiro, raz um amplo levantamento extual e ico-nogrfico sobrea prtica dos "ensaiadores" sobrea histria das ormas do espetculono pas. Organizado por Slvia Fernandes,essematerial tem como elemento maisraro o artigo de Eduardo Vitorino sobre "a arte da encenao", escobertopela pes-quisadorana revista lustraoBrasileira.Vitorino foi um ensaiado portugus radica-do no Brasil, que influenciou muito os processos e encenao o pas nas duas pri-meirasdcadas o sculo20. Seuartigo, publicado aqui em fac-smile, crucial numahistria do espetculobrasileiro. Nesse entido, Flvio Aguiar foca em Arthur Azeve-do e sua dramaturgia como fundamental na formao do teatro brasileiro; FilomenaChiaradia, cobre as dcadas e dez e de vinte do ltimo sculo, atravsda Compa-nhia de PachoalSegretto,e Walter Lima Torres mapeia a tcnica e a arte dos ensaia-dores brasileirosentre 1890 e 1954.

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