reaÇÃo de genÓtipos de batata-doce À isolados

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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal KLEYCIANNE RIBEIRO MARQUES REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS LOCAIS DE Plenodomus destruens Harter, AGENTE CAUSAL DO MAL-DO-PÉ GURUPI - TO 2015

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Page 1: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

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Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

KLEYCIANNE RIBEIRO MARQUES

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

LOCAIS DE Plenodomus destruens Harter, AGENTE CAUSAL DO

MAL-DO-PÉ

GURUPI - TO

2015

Page 2: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

2

Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

KLEYCIANNE RIBEIRO MARQUES

REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

LOCAIS DE Plenodomus destruens Harter, AGENTE CAUSAL DO

MAL-DO-PÉ

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Produção Vegetal da Universidade

Federal do Tocantins como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Orientador: Prof. Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento

Co-orientador: Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos

GURUPI - TO

2015

Page 3: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

3

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

M342r Marques, Kleycianne Ribeiro

Reação genótipos de batata-doce à isolados locais de Plenodomus destruens

Harter, agente causal do mal-do-pé. / Kleycianne Ribeiro Marques. – Gurupi-TO,

2015.

54 f.

Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de

Pós-Graduação em Produção Vegetal, 2015.

Linha de pesquisa: Fitotecnia.

Orientador: Prof. Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento.

1. Ipomoea batatas. 2. Plenodomus destruens. 3. Resistência. I. Nascimento,

Ildon Rodrigues do. II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título.

CDD 576.53

Bibliotecária: Glória Maria Soares Lopes CRB-2 / 592

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou

por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos

do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Page 4: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

4

Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal

Defesa nº 022015

ATA DA DEFESA PÚBLICA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE KLEYCIANNE

RIBEIRO MARQUES, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

PRODUÇÃO VEGETAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

Aos 05 dias do mês de fevereiro do ano de 2015, às 8:30 horas, no(a) Sala 15 do BALA II,

reuniu-se a Comissão Examinadora da Defesa Pública, composta pelos seguintes membros:

Prof. Orientador Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento do Campus Universitário de Gurupi/ Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos do Campus

Universitário de Gurupi/ Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dr. José Magno Queiroz Luz

do Campus Universitário de Umuarama/ Universidade Federal de Uberlândia, Profa. Dra. Valéria Gomes Momenté do Campus Universitário de Palmas/ Universidade Federal do

Tocantins, sob presidência do primeiro, a fim de proceder a arguição pública da

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO de Kleycianne Ribeiro Marques, intitulada "Reação de

genótipos de batata-doce a isolados locais de Plenodomus destruens Harter, agente causal do mal-do-pé”. Após a exposição, a discente foi arguida oralmente pelos membros da Comissão

Examinadora, tendo parecer favorável à aprovação, habilitando-a ao título de Mestre em

Produção Vegetal. Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, foi assinada pelos

membros da Comissão Examinadora.

Dr. Gil Rodrigues dos Santos

Primeiro examinador

Dr. José Magno Queiroz Luz

Segundo examinador

Dra. Valéria Gomes Momenté

Terceiro examinador

Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento Universidade Federal do Tocantins

Orientador e presidente da banca examinadora

Gurupi, 05 de fevereiro de 2015.

Dr. Rodrigo Ribeiro Fidelis Coordenador do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal

Page 5: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

5

A meu pai, João de Deus de Souza Marques (in memorian).

Sem a lembrança, sem o exemplo, sem a saudade, sem esse

amor tão grande que sinto, sem essa admiração tão grande

que nutro, não seria possível seguir em frente.

DEDICO

Page 6: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente á Deus por me permitir chegar até aqui com proteção

e saúde.

A minha mãe, irmãos, sobrinhos, familiares e amigos por terem sido o motivo

pelo qual tenho batalhado.

Ao professor Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento pela oportunidade, confiança,

orientação, incentivo e apoio durante estes dois anos de convivência e principalmente,

pelos ensinamentos transmitidos dos quais permitiram aumentar a minha admiração e

respeito pelo seu trabalho.

Ao professor Dr. Gil Rodrigues dos Santos, pela valiosa co-orientação, pelo

incentivo, confiança, companheirismo e pelas palavras que sempre me faziam acreditar

que eu poderia ir mais além.

Aos professores membros da banca: Dr José Magno Queiroz Luz e Dra Valéria

Gomes Momenté pela valiosa contribuição neste trabalho.

A toda equipe do Núcleo de Estudos em Olericultura (NEO), por terem

dividido este momento comigo, por sonharem juntos, por acreditarem. Sem vocês esta

missão seria bem mais difícil e bem menos divertida. Não há palavras que possam

expressar a gratidão que sinto. Fizemos um grande trabalho!!! Obrigada: Tiago,

Kerolayne, Valdilene, Aline, Samara, Laíla, Danilo, Filipe, Edilson, Prinscilla, Lôla,

Luís, Kellen, João, Daniela, Gabriel, Gerceu, Jânio, Lucas, Eduardo e Edgard.

A equipe do Laboratório de Fitopatologia pela valiosa e generosa contribuição

nas avaliações. Obrigada por tudo: Dalmárcia, Ronice, Jaíza, Emerson, Jhonatan,

Rosângela e Solange.

A Gislaia Amorim (Gi), pela amizade sincera e por sempre se fazer presente

em minha vida. Obrigada por me aturar, por me ouvir, por me permitir ser eu. Obrigada

por tudo!

A companheira e parceira de todas as horas Leila Paula Tonello, por ter

compartilhado os melhores e os piores momentos dessa trajetória. Pelas alegrias, pelas

decepções... Enfim, não há como descrever a sensação de ter compartilhado isto com

você. Essa conquista é nossa!

Ao meu grande amigo Ismael, por ter sido minha referência, meu exemplo,

meu anjo da guarda, meu conselheiro.

Page 7: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

7

A todos os colegas do PPGPV pela amizade e convivência agradável. Em

especial: Álida, Márcio Nikkel, Otávio, Sérgio, Mauro, Gaspar, Antônio Carlos, Carlos

Augusto, André Gonçalves, Marllos e Junior César.

Aos amigos de graduação que ainda se fazem presentes: Gilberto, Evaldo e

Gabriela.

Aos professores Clóvis Maurílio e Marcela da Silveira pelo incentivo e apoio

durante a graduação e pós-graduação. Vocês foram os culpados por eu ter chegado até

aqui. Eu não sei o que seria de mim sem vocês.

Ao Professor Dr. Rodrigo de Castro Tavares pelo apoio incondicional durante a

condução do experimento.

A todos os professores da UFT.

A Universidade Federal do Tocantins pela oportunidade de concluir o

Mestrado em Produção Vegetal e ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho.

Page 8: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

8

RESUMO GERAL

Com o objetivo de avaliar a reação fenotípica de genótipos de batata-doce foram

conduzidos três experimentos que foram divididos em dois capítulos. O primeiro

capítulo é composto pelas avaliações realizadas através de experimentos conduzidos em

laboratório e casa de vegetação. O primeiro experimento foi conduzido no Laboratório

de Fitopatologia da Universidade Federal do Tocantins, onde foram analisados 26

isolados de Plenodomus destruens Harter (Mal-do-pé) e dois genótipos de batata-doce

(BDFMI#40 e 2007HSF1405) que após serem inoculados com todos os isolados, foram

selecionados os isolados mais agressivos. Nesse ambiente, os isolados mais agressivos

foram Gurupi 10, Gurupi 11 e Gurupi 2 para o genótipo BDFMI#40. Os isolados mais

agressivos para o genótipo 2007HSF1405 foram Gurupi 8 e Gurupi 2. Após

selecionados, os isolados mais agressivos foram inoculados em 36 genótipos de batata-

doce (BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#11, BDFMI#14, BDFMI#16, BDFMI#28,

BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#38, BDFMI #40, BDFMI#42, BDFMI#51,

BDFMI#57, BDFMI#58, BDFMI#59, BDFMI#70, BDFMI#78, BDFMI#88,

BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94, BDFMI#106, 2007HSF0128, 2007HSF0613,

2007HSF0906, 2007HSF1031, 2007HSF1035, 2007HSF1105, 2007HSF1405,

2007HSF2210, Princesa, Itajuba, Amanda, Duda, Júlia e Marcela) em casa de

vegetação. De cada genótipo foram obtidas mudas de mini-estacas com dois nós que

foram inoculadas aos 20 dias após plantio utilizando solução com esporos de 1,6x106

conídios mL-1

. Quatro dias após a inoculação, a agressividade foi avaliada. A cultivar

Júlia foi a que apresentou maior suscetibilidade ao mal-do-pé em casa de vegetação. O

isolado Gurupi 11 foi mais agressivo que o isolado Gurupi 10. O segundo capítulo é

composto por avaliações realizadas em campo. Foram avaliados 20 genótipos de batata-

doce (BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#16, BDFMI#31, BDFMI#38, BDFMI#40,

BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#70, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94,

BDFI#106, 2007HSF0128, 2007HSF1405, Amanda, Duda, Itajuba, Marcela e

Princesa). O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 20 tratamentos

e três repetições. Os dados avaliados foram produtividade total de raízes, massa seca da

raiz, severidade e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Na

presença de mal-do-pé, os genótipos mais produtivos foram BDFMI#16, Duda,

BDFMI#04, BDFMI#93 e 2007HSF0128. O teor de matéria seca das raízes variou de

20,39 a 51,97%. Os genótipos com maiores níveis de resistência genética foram

BDFMI#57, BDFMI#40 e Princesa.

Palavras-chave: Ipomoea batatas L. Lam, Patogenicidade, P. destruens, Agressividade,

Isolados, Seleção.

Page 9: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

9

GENERAL ABSTRACT

In order to assess the phenotypic response of sweet potato genotypes were conducted

three experiments which were divided into two chapters. The first chapter consists of

the evaluations carried out by experiments conducted in the laboratory and greenhouse.

The first experiment was conducted in Phytopathology Laboratory of the Universidade

Federal do Tocantins, which analyzed 26 isolates Plenodomus destruens Harter (Foot-

rot) and two sweet potato genotypes (BDFMI#40 and 2007HSF1405). which, after

being inoculated with all isolates, the most aggressive isolates were selected. In this

environment, the most aggressive isolates were Gurupi 10, Gurupi 11 and Gurupi 2 for

BDFMI#40 genotype. The most aggressive isolates for 2007HSF1405 genotype were

Gurupi 8 and Gurupi 2. After selected, the most aggressive isolates were inoculated in

36 sweet potato genotypes in a greenhouse (BDFMI# 04, BDFMI#10, BDFMI#11,

BDFMI#14, BDFMI#16, BDFMI#28, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#38, DFMI#40,

BDFMI#42, BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI# 58, BDFMI#59, BDFMI#70,

BDFMI#78, BDFMI#88, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, 2007HSF1031, 2007HSF1035,

2007HSF1105, 2007HSF1405, 2007HSF2210, Princesa, Itajuba, Amanda, Duda, Julia

and Marcela). Each genotype of mini-cuttings seedlings were obtained with two nodes

that were inoculated 20 days after planting using solution with 1,6x106 conidies mL

-1.

Four days after the inoculation, the aggressiveness was evaluated. The cultivar Julia

showed the greater susceptibility to foot-rot in greenhouse. The isolated Gurupi 11 was

more aggressive than the isolated Gurupi 10. The second chapter consists of evaluations

performed in production field. There were 20 sweet potato genotypes (BDFMI#04,

BDFMI#10, BDFMI#16, BDFMI#31, BDFMI#38, BDFMI#40, BDFMI#51,

BDFMI#57, BDFMI#70, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI# 94, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF1405, Amanda, Duda, Itajuba, Marcela and Princesa). The

experimental design was a randomized block with 20 treatments and three replications.

The data included total yield of roots, root dry mass, severity and area under disease

progress curve (AUDPC). In the presence of foot-rot the most productive genotypes

were BDFMI#16, Duda, BDFMI#04, BDFMI#93 and 2007HSF0128. The dry matter

content of the roots ranged from 20,39 to 51,97%. The genotypes with greater genetic

resistance levels were BDFMI#57, BDFMI#40 and Princesa.

Keywords: Ipomoea batatas L. Lam, Pathogenicity, P. destruens, Aggressiveness,

Isolated, Selection.

Page 10: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

10

LISTA DE TABELAS

Capítulo I:

Tabela 1: Médias para tamanho da lesão (em cm) em dois genótipos de batata-doce

inoculados com isolados locais de P. destruens. Gurupi, UFT, 2014. ........................... 34

Tabela 2: Comprimento médio da lesão (cm) em genótipos de batata-doce à dois

isolados de mal-do-pé. Gurupi, UFT, 2014. ................................................................. 37

Capítulo II:

Tabela 1: Características químicas do solo na profundidade de 0-20 cm do local onde foi

conduzido o ensaio de avaliação dos genótipos de batata-doce em Gurupi, região sul do

estado do Tocantins. UFT, Gurupi-TO, 2014............................................................... 45

Tabela 2: Médias para produtividade e teor de matéria seca (MS) em genótipos de

batata-doce. UFT, Gurupi, 2014. ................................................................................. 47

Tabela 3: Severidade e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) em

genótipos de batata-doce em condições de campo em Gurupi, região sul do estado do

Tocantins. UFT, Gurupi, 2014..................................................................................... 50

Page 11: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura reprodutiva de P. destruens, agente causador do mal-do-pé em

batata-doce. UFT, Gurupi. Santos, G.R., 2013. ............................................................ 17

CAPÍTULO I

Figura 1: Severidade média de mal-do-pé causado por diferentes isolados de P.

destruens em genótipos de batata-doce. UFT. Gurupi, 2014. ....................................... 35

CAPÍTULO II

Figura 1: Curvas de progresso do mal-do-pé em genótipos de batata-doce expressas no

tamanho do tecido vegetal lesionado em função do tempo. UFT, Gurupi-TO, 2014. .... 49

Page 12: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

12

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................... 13

2.REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14

2.1. A cultura da batata-doce ................................................................................... 14

2.2 Mal do pé (Plenodomus destruens) ..................................................................... 16

2.3 Melhoramento genético de batata-doce para resistência a doenças ................. 18

3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 20

CAPÍTULO I

1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 29

2.MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 30

2.1. Experimento 1: Seleção de isolados de P. destruens quanto a agressividade a

batata-doce 30

2.2. Experimento 2: Suscetibilidade de genótipos de batata-doce a isolados locais

de mal-do-pé ............................................................................................................. 32

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33

4.CONCLUSÕES ...................................................................................................... 38

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 38

CAPÍTULO II

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 43

2.MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 44

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 46

4.CONCLUSÕES ...................................................................................................... 51

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 51

Page 13: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

13

INTRODUÇÃO GERAL

A batata-doce (Ipomoea batatas L. (Lam)) é uma planta dicotiledônea,

autohexaplóide, originária da América do Sul e pertencente à família Convolvulacea. É

considerada a espécie economicamente mais importante dessa família (FABRI, 2009).

Apresenta fundamental importância social e econômica para diversos países, devido seu

elevado teor nutricional.

No Brasil, é cultivada em praticamente todos os estados, destacando-se as

regiões sul e nordeste, onde se constitui uma importante fonte de alimento. É a sexta

olerícola mais produzida no país com produtividade média em torno de 11, 9 Mg ha-1

(CNPh, 2013).

É uma espécie perene, resistente a pragas, com custos de produção

relativamente baixos, desenvolve-se bem em solos de pouca fertilidade, com sistemas

de reprodução e plantio por ramas e adaptada às condições tropicais e subtropicais.

ocorrendo a morte natural da planta somente na ocorrência de condições climáticas

severas, como geada e seca prolongada.

De acordo com Peixoto et al. (1999), é uma das plantas de raiz tuberosa mais

cultivada pelo homem, e seu cultivo se destina as mais diversas formas de utilização. É

largamente utilizada na alimentação humana, animal (MASSAROTO, 2008; VIANA et

al, 2011) e como matéria prima nas indústrias de alimento, tecido, papel, cosméticos,

preparação de adesivos (CEREDA et al., 2001) e etanol (ARAÚJO,1978; MENEZES,

1980; CEREDA et al., 1987, MOMENTÉ et al., 2004; CARDOSO et al, 2005;

SILVEIRA, et al., 2007; ZISKA et al.,2009; TIAN et al., 2009).

Mesmo apresentando elevado potencial produtivo, demonstrado por

produtividades experimentais relatadas até 98 Mg ha-1

(GONÇALVES-NETO, 2010),

são comuns no Brasil relatos de baixas produtividades, devidas em parte à utilização de

material genético contaminado com patógenos e/ou obsoleto, na maioria dos casos

suscetível as pragas e doenças, o que é potencializado pelo fato de a cultura ser

propagada através de estacas das ramas, perpetuando a degenerescência (KROTH et al.,

2004). O uso de baixo nível tecnológico por parte dos agricultores, também leva a

produtividades aquém da mínima desejável (SILVA et al., 2004).

Outro fator que também contribui para a baixa produtividade da cultura são as

doenças. Dentre estas, o mal-do-pé, causada pelo fungo Plenodomus destruens Harter é

Page 14: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

14

considerada uma das mais importantes, devido a gravidade dos danos causados

(COELHO et al., 2005). Infecções graves causadas pelo patógeno em cultivares

suscetíveis podem reduzir em até 80% do rendimento da cultura, especialmente em

áreas onde o cultivo da batata-doce é intenso e sucessivo (CLARK et al., 2009).

As alternativas de controle destas doenças envolvem a adoção de tratos

culturais como o plantio de ramas sadias. Entretanto, a medida mais eficiente de

controle das doenças é a resistência genética das variedades. Para isso, programas de

melhoramento genético devem ser preconizados com o objetivo de obter genótipos

produtivos e resistentes. O uso de variedades resistentes é a forma mais econômica e

eficiente de controle de doenças, além de não onerar o custo de produção e serem de

fácil adoção por parte dos produtores.

Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a reação de genótipos de batata-

doce a isolados locais de mal-do-pé em condições de laboratório, casa de vegetação e

campo.

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. A cultura da batata-doce

A batata-doce (Ipomoea batatas L. (Lam)) é originária das Américas Central e

do Sul. É uma espécie dicotiledônea pertencente à família Convolvulacea, que agrupa

aproximadamente 50 gêneros e mais de 1000 espécies, sendo que, somente a batata-

doce tem cultivo de expressão econômica.

Segundo dados da Food and Agriculture Organization – FAO (2008), esta

espécie é cultivada em 111 países, sendo que aproximadamente 90% da produção é

obtida na Ásia, apenas 5% na África e 5% no restante do mundo. É considerada a sétima

cultura de maior produção mundial, sendo a China o país que mais produz batata-doce,

representando 82,8% da produção mundial, com produtividade média de 21,3 Mg ha-1

de raízes.

O Brasil é o principal país produtor da América Latina com uma produção

anual de 544.820 Megagramas, obtidas em uma área plantada estimada em 43.879

hectares (IBGE, 2012). Os estados de maiores produções são Rio Grande do Sul, Santa

Catarina, Bahia e Paraná. Devido à redução da área plantada e ao êxodo rural, têm se

notado uma significativa redução no cultivo desta cultura nas últimas décadas (SILVA

Page 15: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

15

et al., 2004). Apesar desse cenário a cultura ocupa sexto lugar entre as hortaliças mais

plantadas no Brasil.

Apresenta elevado valor nutritivo, sendo fonte de vitaminas A, B, e C e amido.

É uma planta de usos múltiplos, da qual todas as partes são aproveitáveis e, além de seu

uso na alimentação humana in natura ou processada industrialmente, nas formas de

amido, macarrão e farinha. Pode ainda ser utilizada na alimentação animal

(MASSAROTO, 2008; VIANA et al, 2011), contém nutrientes com potencial

terapêutico (GUEDES, 2004) e constitui-se como uma importante alternativa para a

produção de biocombustíveis (MOMENTÉ et al., 2004).

Possui caule herbáceo, sendo de hábito de crescimento rasteiro, com

ramificações que podem variar em tamanho, cor e pilosidade. Apresenta folhas largas,

com formato, cor e recortes variáveis. A parte aérea é constituída por uma vegetação

agressiva, com grande massa foliar, forma boa cobertura do solo e compete

vantajosamente com plantas invasoras.

Possui flores com cinco pétalas e cinco sépalas, são hermafroditas, porém de

fecundação cruzada devido ao mecanismo de autoincompatibilidade, que reforça a

alogamia e aumenta a heterozigosidade genética (THOMPSON et al., 1997; DAROS et

al., 2002). Esta incompatibilidade aparentemente está relacionada a falhas de

germinação e penetração do grão de pólen no estigma, e também a um determinado grau

de esterilidade, provavelmente provocado pelo alto nível de ploidia (2n=2x=90)

(MARTIN, 1970). O gineceu apresenta dois lóculos, com dois ovários em cada um, e o

androceu apresenta cinco estames desiguais.

Os frutos são do tipo cápsula globosa, seca e bilocular medindo cerca de 6 mm

de diâmetro e de cor castanho-claro. São deiscentes e apresentam até 4 sementes. As

sementes são pequenas, arredondadas e de coloração escura. Apresentam tegumento

bastante duro que dificulta a germinação, não apresenta período de dormência, mas

mantém-se viável por até 20 anos (RISTCHEL et al, 1999).

O sistema radicular é formado por raízes fibrosas, responsáveis pela absorção

de água e nutrientes, e as raízes tuberosas, que acumulam reservas e constituem a parte

comercial da planta. Estas raízes podem apresentar formatos, cores da película externa e

cores de polpa distintas (HUAMÁN, 1992). É por causa desse tipo de sistema radicular

que a batata-doce é uma cultura olerácea altamente resistente à seca (FILGUEIRA,

2008).

Page 16: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

16

A propagação desta planta pode ser feita através de mudas, estacas, sementes

botânicas e cultura de tecidos. Porém, as ramas constituem o meio de propagação mais

recomendado para cultivo comercial por ser mais econômico e manter as características

genéticas do material vegetal.

Os espaçamentos mais utilizados variam de 80 a 100 cm dentre leiras e de 25 a

40 cm entre plantas. As ramas ou as mudas são plantadas sobre leiras ou camalhões, de

20 a 30 cm de altura para facilitar a drenagem e aeração do solo, tratos culturais e

colheita.

As necessidades de adubação mineral na cultura da batata-doce são em ordem

decrescente: Potássio, Nitrogênio, Fósforo Cálcio e Magnésio. Vários experimentos

realizados no Brasil e no exterior, indicam que para a produção de 13 a 15 Mg ha-1

de

raízes, a batata-doce extrai do solo cerca de 60 a 113 kg de Nitrogênio; 20 a 45,7 kg de

Fósforo (P2O5); 100 a 236 kg de Potássio (K2O); 31 a 35 kg de Cálcio (CaO) e 11 kg de

Magnésio. Para a produção de 30 Mg ha-1

de raízes, a cultura extrai 129 kg de

Nitrogênio; 50 kg de (P2O5) e 25 kg de (K2O) (MIRANDA et al., 1995; SILVA, 2013).

Contudo deve-se considerar que a extração de nutrientes depende da cultivar, das

características químicas e físicas do solo, do clima e do ciclo da cultura.

Para um bom desenvolvimento vegetativo a planta exige temperatura média

superior a 24 ºC, alta luminosidade e fotoperíodo longo. É uma cultura que não tolera

geada. Quanto ao regime pluvial, a cultura deve ser implantada em locais com

precipitação média de 750 a 1.000 mm anuais ou 500 a 600 mm durante o ciclo.

Os principais tratos culturais são capinas e amontoas. Os plantios devem ficar

livre de plantas daninhas para produzir bem, principalmente até os 45 dias após o

plantio, que é o período em que ocorre maior competição (OLIVEIRA et al., 2005).

2.2 Mal do pé (Plenodomus destruens Harter)

A primeira associação patogênica de Plenodomus destruens Harter em batata-

doce foi relatada por Harter, em 1913 nos Estados Unidos, a partir de observações em

lavouras de batata-doce que apresentavam plantas doentes, onde foi constatada uma

nova doença denominada de Podridão-do-pé ou Mal-do-Pé (Foot rot). Este nome foi

aplicado a esta doença, uma vez que apenas a base ou pé da planta era a parte

comumente atacada. A partir de então, vários relatos desta doença foram feitos.

Page 17: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

17

No Brasil, é considerada uma das mais importantes devido a gravidade dos

danos causados (COELHO et al., 2005), chegando a reduzir em até 80% o rendimento

da cultura (CLARK et a.l, 2009). Ocorre em praticamente todas as regiões de cultivo,

principalmente, nas áreas de cultivo intensivo (MENDES et al., 2012). Temperaturas

superiores a 20º C e alta umidade favorecem a disseminação deste patógeno.

Os sintomas nas mudas e plantas no campo caracterizam-se por cancros

marrons escuros na região do colo e o anelamento da haste próxima à linha do solo,

além do amarelecimento e murcha das folhas da base. Em infecções severas ocorre

destruição do sistema radicular, impedindo a formação de raízes tuberosas. Nas regiões

do caule afetadas, verifica-se o surgimento de várias pontuações escuras,

correspondentes a estruturas de reprodução do patógeno (picnídios). As lesões na haste

podem se desenvolver abaixo do nível do solo e o fungo penetrar na raiz tuberosa,

causando, na extremidade proximal, uma podridão seca e escura de desenvolvimento

lento. Este sintoma tende a evoluir durante o armazenamento, danificando parcialmente

as raízes tuberosas e tornando-as imprestáveis para utilização na produção de mudas.

Figura 1: Cirros conidiais de Plenodomus destruens, agente causador do mal-do-pé em

batata-doce. UFT, Gurupi. Santos, G.R., 2013.

O mal-do-pé tem como agente etiológico o fungo Plenodomus destruens

Harter, que é muito confundido com Phomopsis, estádio sexual do fungo Diaporthe,

agente causal da podridão seca em batata-doce (PEREIRA, 2011). A diferenciação deste

Page 18: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

18

gênero em relação a Phomopsis é feita com base na forma e número de paredes do

picnídio. Picnídios de Plenodomus possuem duas paredes, uma parede externa escura e

uma parede interna transparente, enquanto picnídios de Phomopsis possuem quatro

paredes. A fase teleomórfica não foi ainda descrita para o gênero Plenodomus.

P. destruens pertence à classe dos Deuteromycetes (Fungos Mitospóricos),

ordem Sphaeropsidales, família Sphaeropsidaceae, têm como características

morfológicas picnídios escuros, produzidos de forma isolada ou agrupada, com rostro

alongado. Os conídios são unicelulares, oblongos, medindo 6-10 x 3-4 µm.

Ocasionalmente, pode produzir clamidósporos pigmentados isolados ou agregados.

A disseminação ocorre através de ramas e raízes tuberosas infectadas, ventos

acompanhados de chuva, insetos e outras formas de disseminação passiva indireta. A

sobrevivência do patógeno ocorre em restos de cultura e raízes infectadas durante o

período do armazenamento. A adubação orgânica, promovida pelo esterco de gado,

composto de lixo e, principalmente, cama de frango, pode acentuar a severidade da

doença. Nas infecções do caule, o período entre inoculação e expressão dos sintomas

varia entre 30 e 35 dias. Este fungo tem sido relatado como patogênico somente em

espécies da família Convolvulaceae.

As medidas de controle dessa doença consistem na utilização de cultivares

resistentes e no uso do material de propagação proveniente de plantas sadias. A escolha

do local de plantio (solos não infestados e bem drenados), o arranquio e queima de

plantas doentes e a rotação de culturas por dois ou três anos consecutivos são medidas

de caráter preventivo. Ramas retiradas das partes mais novas das plantas resultam em

menor incidência de doença. É importante também evitar adubação orgânica em campos

onde se verifica a incidência da doença. A adubação nitrogenada em excesso também

predispõe as plantas à infecção pelo patógeno. Atualmente não existem fungicidas

registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o

controle do mal-do-pé.

2.3 Melhoramento genético de batata-doce para resistência a doenças

As doenças constituem os principais fatores limitantes do rendimento e da

qualidade da produção e, também, são as que exigem maior conhecimento técnico para

controle. A estratégia mais eficaz e econômica de controle de doenças é a utilização de

cultivares resistente, que só é permitida graças ao melhoramento genético.

Page 19: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

19

A batata-doce foi uma das hortaliças mais cultivadas em períodos que não se

utilizavam agrotóxicos, fato que comprova sua resistência natural a pragas e doenças.

Essa característica foi comprovada por Muller e Borger (1940) e Woolfe (1992), que

descobriram a presença de fitoalexinas, que funcionavam como antibióticos naturais

quando a planta era atacada por algum fungo patogênico ou por alguma praga. A partir

de então, foi constatado que a planta reagia ao ataque produzindo sesquiterpeno,

tornando o tecido vegetal amargo e com odor forte (SCHNEIDER et al, 1984).

Devido sua grande variabilidade genética, a batata-doce permite a seleção para

vários propósitos, como obtenção de materiais resistentes a pragas e doenças

(AZEVEDO et al, 2002), maior teor de matéria seca e produção de biomassa, que

podem proporcionar maior rendimento para a produção de etanol e maior produção de

ramas para alimentação animal.

De acordo com Hersey e Amaya (1982), a utilização eficiente da variabilidade

genética dessa cultura depende, entre outros fatores, de uma coleção de germoplasma

bem mantida e com a caracterização de cada acesso, além disso, são necessários ensaios

para avaliar os melhores materiais que serão conduzidos em condições representativas

de cultivo.

Devido a sua ampla disseminação nas diversas regiões do Brasil, inclusive em

comunidades indígenas mais isoladas, há um grande número de genótipos espalhados

por todo o território nacional. Muitas vezes, uma mesma cultivar recebe nomes

diferentes de região para região ou cultivares diferentes recebendo o mesmo nome,

encobrindo materiais de diferentes constituições genéticas (CARDOSO et al, 2005).

Nos últimos anos, diversas pesquisas têm sido realizadas no Brasil com o

intuito de se obter cultivares de batata-doce resistente a doenças. Várias cultivares e

clones foram selecionados para resistência a nematoides. As cultivares Palmas e

Canuanã, que foram lançadas a partir de estudos realizados por Silveira (1993) e

Azevedo (1995), apresentaram resistência varietal ao ataque de nematoides e

apresentaram resistência moderada aos insetos de solo. Porém, Charchar & Ritschel

(2004), já descreveram novas espécies de nematoides de galhas com a habilidade de

quebrar a resistência dessas cultivares.

Em 1989, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA),

lançou a cultivar „Princesa‟ como fonte de resistência a P. destruens (Lopes e Silva,

1993; Truta et al., 2000). Mas, estudos desenvolvidos por Cavalcanti et al, (2002) e

Page 20: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

20

Mendes et al., (2012), mostraram resultados contrários, sendo constatada influência do

método de inoculação na reação de resistência desta cultivar.

Para os programas de melhoramento de batata-doce os principais objetivos são

aumentar a produtividade, aumento do teor de amido, resistência a insetos de solo

(SILVEIRA et al., 2009) e resistência a doenças. Sendo assim, busca-se selecionar

genótipos resistentes a P. destruens para o Estado do Tocantins, tendo em vista a

observação de significativas perdas que esse patógeno tem causado nos plantios da

região.

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CAPÍTULO I

AGRESSIVIDADE DE ISOLADOS LOCAIS DE PLENODOMUS DESTRUENS E

RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE AO MAL-DO-PÉ

AGGRESSIVENESS OF ISOLATED LOCATIONS PLENODOMUS

DESTRUENS AND GENOTYPES RESISTANCE SWEET POTATO TO FOOT-

ROT

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi selecionar isolados de Plenodomus destruens mais

agressivos aos genótipos de batata-doce e avaliar a resistência de genótipos de batata-

doce ao mal-do-pé. Foi avaliada a reação fenotípica de dois genótipos experimentais de

batata-doce (BDFMI#40 e 2007HSF1405) a 24 isolados locais de P. destruens em

Laboratório. A inoculação consistiu na fixação de disco micelial através de alfinete

estéril. As avaliações foram feitas a cada dois dias levando-se em consideração o

tamanho da lesão no caule. Os isolados mais agressivos foram utilizados nas

inoculações realizadas em casa de vegetação no setor de Olericultura da UFT-CAUG.

Em casa de vegetação foram avaliados 36 genótipos de batata-doce (Princesa, Itajuba,

Amanda, Duda, Júlia, Marcela, BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#11, BDFMI#14,

BDFMI#16, BDFMI#28, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#38, BDFMI #40,

BDFMI#42, BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#58, BDFMI#59, BDFMI#70,

BDFMI#78, BDFMI#88, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, 2007HSF1031, 2007HSF1035,

2007HSF1105, 2007HSF1405 e 2007HSF2210). Os isolados de P. destruens Gurupi 10

e Gurupi 11 foram utilizados para inoculação em casa de vegetação tomando-se como

base a agressividade destes nos ensaios conduzidos em laboratório. O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 5 repetições, no esquema

fatorial 36 x 2. As mudas de mini-estacas foram inoculadas aos 20 DAP. Quatro dias

após a inoculação, avaliou-se a agressividade através do comprimento da lesão no caule.

Dos 26 isolados avaliados em laboratório, os mais agressivos foram Gurupi 10, Gurupi

11 e Gurupi 2 para o genótipo BDFMI#40. Para o genótipo 2007HSF1405, os isolados

mais agressivos foram Gurupi 8 e Gurupi 2. Dos 36 genótipos avaliados em casa de

vegetação, a cultivar Júlia foi o que apresentou maior suscetibilidade ao mal-do-pé. Os

genótipos que apresentaram maiores reações de resistência foram BDFMI#10,

BDFMI#14, BDFMI#58, BDFMI#106, 2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906,

BDFMI#28, BDFMI#88, BDFMI#57, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#78, Itajuba,

BDFMI#59 e BDFMI#89. O isolado Gurupi 11 foi o mais agressivo em casa de

vegetação.

Palavras-chaves: Ipomoea batatas, Mal-do-pé, Agressividade, Resistência.

Page 28: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

28

ABSTRACT

The aim of this study was to select isolates of Plenodomus destruens more aggressive to

sweet potatoes genotypes and evaluate the reaction of sweet potato genotypes to foot-rot

isolates. Phenotypic reaction of two sweet potato experimental genotypes (BDFMI#40

and 2007HSF1405) the 24 isolates foot-rot in Phytopathology Laboratory of the

Universidade Federal of Tocantins was evaluated. Inoculation was done by injury

method which consisted of the introduction of mycelial disc through sterile pin. The

evaluations were performed every other day. The most aggressive isolates were used in

inoculations carried out in a greenhouse at the Horticulture sector of the UFT-CAUG. In

greenhouse were evaluated 36 sweet potato genotypes (Princesa, Itajuba, Amanda,

Duda, Julia, Marcela, BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#11, BDFMI#14,

BDFMI#16,BDFMI#28, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#38, BDFMI# 40,

BDFMI#42, BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#58, BDFMI#59, BDFMI# 70,

BDFMI#78, BDFMI#88, BDFMI#89 , BDFMI#93, BDFMI#94, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, 2007HSF1031, 2007HSF1035,

2007HSF1105, 2007HSF1405 and 2007HSF2210) and the isolated Gurupi10 and

Gurupi 11 were used for inoculation building on the aggressiveness of these trials

conducted in in the laboratory. The experimental design was completely randomized

with 5 repetitions, in a factorial 36 x 2. The seedlings of mini-cuttings were inoculated

20 DAP. Four days after the inoculation, the aggressiveness was evaluated through. Of

the 26 isolates evaluated in the laboratory, the most aggressive were Gurupi 10, Gurupi

11 and Gurupi 2 for genotype BDFMI#40. For genotype 2007HSF1405, the most

aggressive isolates were Gurupi 8 and Gurupi 2. Of the 36 genotypes in a greenhouse to

grow Julia showed the greater susceptibility to foot rot. The genotypes that showed

greater resistance reactions were BDFMI#10, BDFMI#14, BDFMI#58, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, BDFMI#28, BDFMI#88, BDFMI#57,

BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#78, Itajuba, BDFMI#59 and BDFMI#89. The

isolated Gurupi 11 was the most aggressive in the greenhouse.

Keywords: Ipomoea batatas, Foot-rot, Aggressiveness, Resistance.

Page 29: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

29

INTRODUÇÃO

A batata-doce (Ipomoea batatas L. (Lam)) é uma dicotiledônea originária das

Américas Central e do Sul, da família Convolvulaceae, que agrupa mais de 1000

espécies, sendo ela a única espécie de valor comercial e o único membro hexaplóide

(2n=6x=90). No contexto mundial, 90% da produção concentram-se na Ásia, 5% na

áfrica e 5% no restante do mundo (FAO, 2008). No Brasil, a região sul é responsável

por 48,2 % da produção, seguida pela região Nordeste com 35% e a região Sudeste com

16, 2%.

Esta espécie é considerada rústica, de fácil cultivo, ciclo vegetativo curto e

grande capacidade de adaptação as diferentes condições edafoclimáticas (MOMENTÉ

et al., 2004) e encontra-se difundida em diversas regiões do Brasil. Entretanto, adapta-se

melhor aos locais onde as temperaturas são mais elevadas, pois além de não tolerar

geadas, seu desenvolvimento vegetativo e a produtividade são prejudicados em

temperaturas inferiores a 10ºC (MIRANDA et al., 1995).

A propagação desta espécie pode ser feita através de mudas, ramas, raízes,

sementes ou por cultura de tecidos. Entretanto, a propagação por sementes só tem

importância em trabalhos de melhoramento genético, não interessando para cultivos

comerciais. Trata-se de uma espécie com alta diversidade genética, capaz de atender à

demanda para diferentes aplicações: alimentação humana e animal e matéria-prima para

a indústria (MASSAROTO, 2008; VIANA et al, 2011; GUEDES, 2004; MOMENTÉ et

al. 2004).

Há uma grande variabilidade fenotípica e genotípica nessa cultura, que se

encontra disseminada em todo o Brasil. Praticamente, quase todos os estados e

municípios brasileiros possuem suas próprias cultivares que, em muitos casos, são

meras duplicatas, pois é comum a ocorrência de cultivares iguais com nomes diferentes

e vice-versa (MURILO, 1990; DAROS, 1999; DAROS, et al., 2002; CARDOSO et al.,

2005).

Segundo Amorim et al. (2011), no Estado do Tocantins, a cultura da batata-

doce é cultivada sob diferentes condições edafoclimáticas, ocorrendo grande variação

no rendimento, não só em função dos sistemas de cultivo e níveis de investimento, mas

também em consequência das condições climáticas, resultando em uma significativa

interação de genótipos por ambientes. Estudos desenvolvidos por Silveira et al., (2002)

Page 30: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

30

indicaram resultados promissores no processo de seleção de clones com produtividades

entre 28 e 65 Mg ha-1

de raízes nas condições edafoclimáticas do Estado do Tocantins.

Apesar do grande potencial produtivo, a planta é atacada por diversos

patógenos que são capazes de reduzir significativamente a produção. No Brasil, a

principal doença é o mal-do-pé, que tem como agente etiológico o fungo Plenodomus

destruens, causando diversos prejuízos em todas as etapas de cultivo, desde a produção

de mudas até o armazenamento (LOPES et al., 1994, RUBIN et al., 1994; LOCH et al.,

1997; CAVALCANTI et al.; 2002).

Infecções severas em cultivares suscetíveis podem reduzir em até 80% a

produtividade da cultura. Atualmente esta doença tem sido motivo de preocupação para

técnicos e produtores, principalmente em regiões onde o cultivo de batata-doce é

intensivo, com uma, duas ou até três safras na mesma área em anos consecutivos

(PEREIRA et al., 2011).

O objetivo do presente estudo foi selecionar e identificar isolados de P.

destruens mais agressivos a batata-doce e avaliar a reação de genótipos de batata-doce

ao mal-do-pé.

MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Experimento 1: Seleção de isolados de P. destruens quanto a agressividade a

genótipos de batata-doce

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia da Universidade

Federal do Tocantins - Campus Universitário de Gurupi. Foi avaliada a reação

fenotípica em dois genótipos experimentais de batata-doce pertencentes ao Programa de

Melhoramento genético de batata-doce da UFT, (BDFMI #40 e 2007HSF1405) a 24

isolados de mal-do-pé coletados nas cidades de Palmas e Gurupi. Como testemunhas

foram utilizadas duas ramas, uma recebeu apenas água estéril e outra em que apenas foi

inoculado alfinete estéril.

Inicialmente em campo, foram identificados os genótipos de batata-doce

apresentando incidência de plantas mortas, com ramas secas e folhas murchas ou que

apresentaram lesões escuras no coleto da planta foram coletados e encaminhados para o

Laboratório de Fitopatologia da UFT para diagnóstico, identificação e isolamento do

agente etiológico causador da doença.

Page 31: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

31

Foram retirados fragmentos da lesão com lâmina de bisturi. Em seguida, os

fragmentos coletados submetidos a assepsia, que consistiu na imersão dos fragmentos

em álcool 70%, hipoclorito de sódio a 1% e água destilada e esterilizada. Os fragmentos

foram colocados em placas de Petri contendo o meio de cultura Batata Dextrose Ágar

(BDA).

Após sete dias de incubação foi possível visualizar o crescimento de colônias

fúngicas com características do fungo causador do mal-do-pé. Estas colônias foram

individualmente repicadas para placas de Petri contendo o meio BDA (Batata-Dextrose-

Ágar) para obtenção das colônias puras do fungo. Estas colônias foram mantidas nas

condições do laboratório sendo periodicamente repicadas para manutenção da

viabilidade do fungo e também para os trabalhos de confirmação do agente causal e

posterior inoculação das plantas para avaliação da resistência.

A partir do material infectado trazido diretamente do campo e também das

colônias puras obtidas em meio de cultura foram preparadas lâminas de microscopia

para observação das características micro-morfológica do fungo em microscopia óptica.

A confirmação do patógeno foi baseada nas características específicas do micélio

fúngico, formação de picnídios crescidos em meio de cultura e também foram

caracterizados morfologicamente de acordo com os conídios formados. Utilizou-se a

literatura específica como referência Barnet e Hunter, 1972.

Para o teste de patogenicidade plantas sadias de dois genótipos de batata-doce

(BDFMI#40 e 2007HSF1405) foram inoculadas com o fungo obtido no meio de cultura.

A inoculação consistiu na fixação de disco micelial através de alfinetes estéreis. As

plantas testemunhas não foram inoculadas com o fungo. Posteriormente, as plantas

inoculadas foram mantidas por 48 horas em câmara úmida no escuro, com temperatura

variando de 28 a 33 ºC.

As ramas foram segmentadas (12 cm), em seguida colocadas em caixas de

acrílico transparente (Gerbox), previamente desinfestadas com álcool e hipoclorito de

sódio. Como substrato, foram utilizadas duas folhas de papel-filtro esterilizadas e

umedecidas com água destilada. Após este processo, os segmentos ficaram na sala de

incubação, com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas. Após 48 horas de

incubação, iniciaram as avaliações. Decorridos quatro dias da inoculação, a

agressividade foi avaliada através da medida do comprimento da lesão formada no caule

por meio de uma régua graduada.

Page 32: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

32

As avaliações (visualização de sintomas) foram feitas a cada dois dias. Os

fragmentos de ramas que apresentavam sintomas eram identificados de acordo com o

isolado e mensurados os tamanhos da lesão.

Os dados avaliados foram submetidos á análise de variância aos níveis de 5% e

1% de probabilidade e a comparação das médias foi feita pelo teste de Skoot-Knott

(p=0,05) com a utilização do programa SISVAR (Ferreira, 2010). Os dados originais de

severidade foram transformados para (𝑥 + 1) visando obter homogeneidade das

variâncias.

2.2. Experimento 2: Resistência de genótipos de batata-doce ao mal-do-pé em casa

de vegetação

Foram avaliados 36 genótipos de batata-doce em tubetes de polipropileno preto

com 6 estrias internas, comprimento de 120 mm, diâmetro superior com 35 mm e

volume interno de substrato de 55 cm3, contendo uma mistura de esterco, solo, areia e

substrato comercial Bioflora® esterilizado na proporção de 1:2:1:1. O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 5 repetições, no esquema

fatorial 36 x 2, sendo o primeiro fator constituído por 36 genótipos de batata-doce e o

segundo fator constituído por dois isolados de P. destruens (Gurupi 10 e Gurupi 11).

Os 36 genótipos de batata-doce avaliados foram 6 cultivares (Princesa, Itajuba,

Amanda, Duda, Júlia, Marcela) e 26 genótipos experimentais selecionados com base na

produtividade e teor de amido (BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#11, BDFMI#14,

BDFMI#16, BDFMI#28, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#38, BDFMI #40,

BDFMI#42, BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#58, BDFMI#59, BDFMI#70,

BDFMI#78, BDFMI#88, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94, BDFMI#106,

2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, 2007HSF1031, 2007HSF1035,

2007HSF1105, 2007HSF1405 e 2007HSF2210). Os isolados 10 e 11 foram utilizados

para inoculação tomando como base a agressividade destes nos ensaios conduzidos no

em laboratório.

De cada genótipo foram obtidos mudas de mini-estacas com dois nós que

foram inoculadas aos 20 dias após plantio (DAP) utilizando solução com esporos de

1,6x106

conídios mL-1

. A contagem dos esporos foi feita utilizando-se a Câmara de

Neubauer. Para inoculação foram feitos ferimentos nas ramas das plantas, através de

pequenos cortes transversal e superficial. A parcela consistiu de 5 plantas, sendo que, 4

Page 33: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

33

receberam a solução com conídios e uma testemunha (não recebeu a solução de

conídios). As plantas foram mantidas por 24 horas em câmara úmida no escuro, com

temperatura variando de 28 a 35 ºC.

Quatro dias após a inoculação, a agressividade foi avaliada através da medida

do comprimento da lesão formada na rama por meio de uma régua graduada.

Para atender as pressuposições básicas da análise de variância, os valores

médios do comprimento da lesão de cada tratamento foram transformados para

(𝑥 + 1) e submetidos à análise de variância. Após esse procedimento as médias de

cada genótipo foram comparadas pelo teste de agrupamento de Scott Knott (p=0.05),

utilizando-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Experimento 1: Seleção de isolados de Plenodomus destruens quanto a

agressividade à genótipos de batata-doce

Pelo teste de Scott-Knott foram constatadas diferenças significativas ao nível

de 5% de probabilidade para agressividade dos isolados (Tabela 1). Os maiores valores

de agressividade foram observados nos isolados GURUPI 11, (2,7); GURUPI 10 (2,66),

PALMAS 8 (2,64) e GURUPI 2 (2,37) para o genótipo BDFMI#40. Para o genótipo

2007HSF1405 o isolado mais agressivo foi o GURUPI 8 (2,73) (Tabela 1).

A maioria dos isolados testados foi patogênica aos genótipos de batata-doce,

apresentando os sintomas de mal-do-pé, de modo geral, aos quatro dias após a

inoculação, diferindo apenas quanto a severidade dos sintomas causados. Entretanto os

isolados GURUPI 11 e GURUPI 10 foram os que apresentaram maiores valores de

agressividade. As ramas inoculadas com alfinete estéril e que não foi inoculada alfinete

(Testemunhas) não apresentaram sintomas. O isolado GURUPI 10 foi o mais agressivo.

Os isolados GURUPI 4 (1cm) e PALMAS 5 (1,05) foram os menos agressivos em

ambos genótipos.

Lopes et al. (1994) avaliando 23 isolados provenientes de diversas regiões do

Brasil, confirmaram a patogenicidade de P. destruens na cultivar de batata-doce

Brazlândia Branca mediante a inoculação no solo com a deposição de suspensão de

conídios na região do coleto das plantas, seguido de pulverização das hastes.

Page 34: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

34

Segundo Michereff (2001), agressividade de um isolado de um determinado

patógeno está associada á velocidade no aparecimento dos sintomas da doença. Ou seja,

quanto mais agressivo for determinado isolado, mais rápido será o aparecimento dos

sintomas.

Em estudos de seleção de isolados feitos por Alves (1998), a variação na

patogenicidade foi observada com frequência, sendo relacionada à virulência do isolado,

à especificidade e à tolerância do hospedeiro, consequência da variabilidade genética de

cada isolado.

Tabela 1: Médias para tamanho da lesão (em cm) em dois genótipos de batata-doce

inoculados com isolados locais de Plenodomus destruens. Gurupi, UFT, 2014.

ISOLADOS BDFMI#40 2007HSF1405 MÉDIAS1

GURUPI 1 1,00 Db 1,47 Ca 1,24 D

GURUPI 2 2,37 Aa 2,07 Ba 2,22 A

GURUPI 3 2,15 Ba 1,05 Db 1,60 C

GURUPI 4 1,00 Da 1,00 Da 1,00 D

GURUPI 5 2,57 Aa 1,47 Cb 2,02 A

GURUPI 6 1,40 Ca 1,50 Ca 1,45 C

GURUPI 7 1,99 Ba 1,67 Ca 1,83 C

GURUPI 8 1,55 Cb 2,73 Aa 2,14 A

GURUPI 9 1,92 Ba 1,32 Cb 1,62 C

GURUPI 10 2,66 Aa 2,02 Bb 2,34 A

GURUPI 11 2,70 Aa 1,63 Cb 2,17 A

GURUPI 12 1,24 Db 2,16 Ba 1,70 B

GURUPI 13 2,28 Ba 1,95 Ba 2,12 A

GURUPI 14 1,82 Bb 2,28 Ba 2,05 A

PALMAS 1 1,55 Ca 1,53 Ca 1,54 C

PALMAS 2 1,00 Da 1,35 Ca 1,17 D

PALMAS 3 2,05 Ba 1,00 Db 1,53 C

PALMAS 4 1,11 Db 1,88 Ba 1,49 C

PALMAS 5 1,00 Da 1,10 Da 1,05 D

PALMAS 6 1,46 Cc 1,08 Da 1,27 D

PALMAS 7 1,64 Ca 1,04 Db 1,34 C

PALMAS 8 2,64 Aa 1,09 Db 1,86 B

PALMAS 9 1,63 Cc 1,22 Da 1,43 C

PALMAS 10 2,13 Bb 1,95 Ba 2,06 A

TEST 1,00 Da 1,00 Da 1,00 D

TEST+ALF 1,00 Da 1,00 Da 1,00 D

MÉDIA GERAL 1,79 a 1,52 b 1,62

C.V. (%)

32,25 1Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas na coluna e minúsculas na linha não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). Valores transformados para (𝑥 + 1,0).

Page 35: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

35

Os dados da figura 1 mostram que a severidade foi crescente ao longo dos dias

de avaliação para os dois genótipos avaliados, indicando que a lesão da doença cresceu

progressivamente e que os genótipos não apresentaram mecanismos de resistência a

esses isolados. O genótipo BDFMI#40 apresentou maior valor de severidade média

(2,21), porém, esse valor foi estatisticamente igual ao que apresentou o genótipo

2007HSF1405 (2,15). Houve uma evolução da severidade durante o período de

avaliação, mostrando a virulência do patógeno e a suscetibilidade do hospedeiro.

A virulência de um isolado de determinado patógeno também está associada a

quantidade de doença induzida no hospedeiro, ou seja, quanto maior a intensidade da

doença, mais virulento o isolado.

Figura 1: Severidade média de mal-do-pé causado por diferentes isolados de P.

destruens em genótipos de batata-doce. UFT. Gurupi, 2014.

A severidade é uma medida que expressa a intensidade da doença e necessária

para descrever o progresso da epidemia e sua relação com o clima, medidas de controle

e para validar modelos de previsão ou fazer uso no manejo integrado (AMORIM &

BERGAMIM FILHO, 2011). É um método quantitativo e qualitativo, que determina a

Page 36: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

36

porcentagem da área de tecido doente (sintomas visíveis), através da medição direta ou

indireta. Este método é mais preciso, pois expressa o dano real causado pelos

patógenos, caracteriza o grau de resistência a um patógeno e expressa com maior

fidelidade a intensidade da doença o campo e os danos causados (MORAES, 2007).

Experimento 2: Suscetibilidade de genótipos de batata-doce a isolados locais de

mal-do-pé

Todos os genótipos que apresentaram sintomas da doença tiveram uma lesão

menor que 2 centímetros (Tabela 2). Ao contrário do que ocorreu em laboratório, onde

alguns isolados causaram lesões superiores a dois centímetros em um menor período de

avaliação.

Foram constatadas, pelo teste de Skott-Knott diferenças significativas (P≤

0,05) para avaliação aos quatro dias após a inoculação. Foi possível distinguir que todos

os genótipos apresentaram lesões marrons na haste, indicando assim que todos os

materiais avaliados foram infectados pelos isolados de P. destruens, diferindo

significativamente quanto ao tamanho da lesão (Tabela 2). Nenhum genótipo foi imune

a doença, porém foi possível distinguir níveis diferenciados de resistência. Esses dados

foram confirmados por Pereira et al, (2013) e Mendes et al, (2012) que identificaram

diferentes níveis de resistência nas diferentes cultivares avaliadas.

Os genótipos BDFMI#40 e 2007HSF1405 que manifestaram reação de

suscetibilidade em laboratório, também manifestaram o mesmo comportamento em casa

de vegetação. O genótipo 2007HSF1405 foi o que apresentou maior comprimento da

lesão para o isolado 11 (1,33), comprovando sua suscetibilidade ao patógeno. A cultivar

Duda foi a que apresentou maior média em relação aos dois isolados (1,34).

Analisando o comprimento da lesão com a inoculação dos isolados, verificou-

se que as lesões foram menores que 2,0 cm, contrário ao que apresentou no laboratório,

mostrando que o ambiente influencia na agressividade de P. destruens. Michereff

(2001) afirmou que o ambiente pode afetar a disponibilidade, estádio de crescimento e

suscetibilidade genética do hospedeiro. Pode também afetar a sobrevivência, a taxa de

multiplicação, a esporulação, a distância de disseminação do patógeno, a taxa de

germinação dos esporos e a penetração. Adicionalmente, o ambiente pode também

afetar o número e a atividade de vetores do patógeno.

Page 37: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

37

Tabela 2: Comprimento médio da lesão (cm) em genótipos de batata-doce à dois

isolados de mal-do-pé. Gurupi, UFT, 2014.

GENÓTIPOS Isolados Média

Geral Gurupi 10 Gurupi 11

BDFMI#04 1,07 Ca 1,15 Ba 1,11 D

BDFMI#10 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

BDFMI#11 1,06 Cb 1,32 Aa 1,19 C

BDFMI#14 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

BDFMI#16 1,10 Ba 1,09 Ca 1,09 D

BDFMI#28 1,00 Da 1,02 Da 1,01 E

BDFMI#31 1,06 Ca 1,00 Da 1,03 E

BDFMI#36 1,02 Da 1,04 Ca 1,03 E

BDFMI#38 1,04 Db 1,17 Ba 1,10 D

BDFMI#40 1,08 Ca 1,09 Ca 1,09 D

BDFMI#42 1,09 Ca 1,15 Ca 1,12 D

BDFMI#51 1,08 Ba 1, 07 Ca 1,08 D

BDFMI#57 1,05 Da 1,00 Da 1,02 E

BDFMI#58 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

BDFMI#59 1,09 Ca 1,00 Da 1,05 E

BDFMI#70 1,30 Ba 1,22 Ba 1,26 B

BDFMI#78 1,00 Da 1, 08 Ca 1,04 E

BDFMI#88 1,01 Da 1,01 Da 1,01 E

BDFMI#89 1,01 Da 1,09 Ca 1,05 E

BDFMI#93 1,09 Ca 1,04 Ca 1,06 D

BDFMI#94 1,19 Ba 1,19 Ba 1,19 C

BDFMI#106 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

2007HSF0128 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

2007HSF0613 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

2007HSF0906 1,00 Da 1,00 Da 1,00 E

2007HSF1031 1, 07 Ca 1,04 Ca 1,06 D

2007HSF1035 1,03 Da 1,12 Ba 1,07 D

2007HSF1105 1,09 Ca 1,16 Ba 1,13 D

2007HSF1405 1,09 Cb 1,33 Aa 1,21 C

2007HSF2210 1,04 Da 1, 07 Ca 1,06 D

Duda 1,02 Db 1,19 Ba 1,10 D

Itajuba 1,00 Da 1, 07 Ca 1,04 E

Júlia 1,43 Aa 1,24 Bb 1,34 A

Marcela 1,22 Ba 1,15 Ba 1,18 C

Princesa 1,15 Ca 1, 07 Ca 1,11 D

Média Geral 1,07 b 1,09 a 1,08

C.V. (%) 19,57 Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas na coluna e minúsculas na linha não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

Page 38: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

38

CONCLUSÕES

Dos 26 isolados avaliados em laboratório, os mais agressivos foram os isolados

Gurupi 10, Gurupi 11 e Gurupi 2 para o genótipo BDFMI#40.

Para o genótipo 2007HSF1405 os isolados mais agressivos foram os isolados

Gurupi 8 e Gurupi 2.

Dos 36 genótipos avaliados em casa de vegetação, a cultivar Júlia foi o que

apresentou maior reação de suscetibilidade a P. destruens. Os genótipos que

apresentaram maiores reações de resistência foram BDFMI#10, BDFMI#14,

BDFMI#58, BDFMI#106, 2007HSF0128, 2007HSF0613, 2007HSF0906, BDFMI#28,

BDFMI#88, BDFMI#57, BDFMI#31, BDFMI#36, BDFMI#78, Itajuba, BDFMI#59 e

BDFMI#89.

O isolado Gurupi 11 foi mais agressivo em casa de vegetação.

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Page 42: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

42

CAPÍTULO II

PRODUTIVIDADE, TEOR DE MATÉRIA SECA E REAÇÃO AO MAL-

DO-PÉ DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE

PRODUCTIVITY, DRY MATTER CONTENT AND THE FOOT ROT

REACTION OF SWEET POTATO GENOTYPES

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar a produtividade e a resistência de genótipos de batata-

doce a P. destruens em campo de produção. Foram avaliados 15 genótipos de batata-

doce (BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#16, BDFMI#31, BDFMI#38, BDFMI#40,

BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#70, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94,

BDFI#106, 2007HSF0128 e 2007HSF1405) e 5 cultivares testemunhas (Amanda, Duda,

Itajuba, Marcela e Princesa). O delineamento experimental foi em blocos casualizados

com 20 tratamentos e três repetições. Os dados avaliados foram produtividade total de

raízes, massa seca da raiz, severidade e AACPD. A produtividade média entre os

genótipos variou de 7,98 a 67,45 Mg ha-1

. A média do teor de matéria seca entre os

genótipos variou de 20,39 a 51,97%. Os primeiros sintomas da doença foram

observados aos 120 dias após transplantio (DAT). Na presença de mal-do-pé, os

genótipos mais produtivos foram BDFMI#16, Júlia, BDFMI#04, BDFMI#93 e

2007HSF0128. O teor de matéria seca variou de 20,39 a 51,97%, destacando-se o

genótipo Marcela com teor médio de 51,97%. Em condição de campo, os genótipos

com maiores níveis de resistência genética foram BDFMI#57, BDFMI#40 e Princesa.

Palavras-chave: Ipomoea batatas L. Lam., Mal-do-pé, Resistência, Seleção,

Produtividade de raízes.

ABSTRACT

The objective was to evaluate the productivity and the resistance of sweet potato

genotypes to P. destruens production field. We evaluated 15 sweet potato genotypes

(BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#16, BDFMI#31, BDFMI#38, BDFMI#40,

BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#70, BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94,

BDFI#106, 2007HSF0128 and 2007HSF1405) and 5 cultivars (Amanda, Duda, Itajuba,

Marcela and Princesa). The experimental design was a randomized block with 20

treatments and three replications. The data included harvest, total productivity roots,

root dry mass, severity and AUCPD. The average yield between the genotypes ranged

from 7.98 to 67.45 Mg ha-1

. The average dry matter content between genotypes ranged

from 20.39 to 51.97%. The first symptoms of the disease were observed at 120 DAT. In

the presence of foot-rot the most productive genotypes were BDFMI#16, Julia,

BDFMI#04, BDFMI#93 and 2007HSF0128. The dry matter content ranged from 20.39

to 51.97%, standing out the Marcela genotype with an average grade of 51.97%. In field

Page 43: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

43

conditions, genotypes with greater genetic resistance levels were BDFMI#57,

BDFMI#40 and Princesa.

Keywords: Ipomoea batatas L. Lam., Foot-rot, Resistance, Selection, Roots

productivity.

INTRODUÇÃO

A batata-doce [Ipomoea batatas (L.) Lam.] é uma hortaliça tuberosa, tropical,

rústica, de ampla adaptação, alta tolerância à seca e baixo custo de produção, sendo

cultivada em praticamente todos os Estados brasileiros, constituindo-se na sexta

hortaliça em área cultivada no país (FAO, 2008). Esta hortaliça pertence a família

Convolvulacea, sendo I. batatas o único membro hexaplóide (2n=6x=90).

Embora seja perene, a batata-doce é cultivada como cultura anual e apresenta

característica de armazenar reservas nutritivas em suas raízes, possuindo imenso

potencial alimentício, industrial e na produção de biocombustíveis.

Segundo Filgueira (2008), o ciclo da planta inclui uma etapa vegetativa na qual

as substâncias fotossintetizadas na parte aérea são translocadas para as raízes tuberosas,

que se tornam ricas em amido e açúcares. Na etapa reprodutiva, ocorre o florescimento

com produção de sementes utilizadas pelos fitomelhoristas na obtenção de novas

cultivares.

É uma planta, tradicionalmente, de propagação vegetativa e apresenta grande

diversidade genotípica e fenotípica (VILAS BOAS et al., 1999; OLIVEIRA et al., 2000;

DAROS et al., 2002). As condições de ambiente de cultivo e a variabilidade genética

dos acessos disponíveis na região refletem nos resultados de produtividade da cultura

(CARDOSO et al., 2005).

De acordo com Mano et al (2007) e Kalkmann (2011), considerando os

cultivos que proporcionam alimentos básicos, esta cultura é considerada a 7º mais

importante, atrás apenas do trigo (Triticum aestivum), arroz (Oryza sativa), milho (Zea

mays), batata (Solanum tuberosum), cevada (Hordeum vulgare) e mandioca (Manihot

esculenta).

Apesar do elevado potencial produtivo, no Brasil é comum encontrar baixas

produtividades desta cultura, decorrentes principalmente da utilização de materiais

genéticos obsoletos e degenerados, em sua maioria, suscetíveis a pragas e doenças.

Entre 2000 e 2012 houve uma redução de 2% na produção de batata-doce no Brasil,

Page 44: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

44

passando de 484.443 toneladas para 479.25, mesmo assim, ainda é a sexta hortaliça

mais produzida no país com uma área estimada em 43.789 hectares e uma produção

anual de 544.820 toneladas (IBGE-PAM, 2011).

Esta hortaliça vem demonstrando outra grande potencialidade, que é a

produção de biomassa voltada para a produção de biocombustível, o que pode levar a

um fortalecimento da agricultura familiar. Comparada com outras culturas como o

arroz, banana, milho e sorgo, a batata-doce é mais eficiente em quantidade de energia

líquida produzida por unidade de área e por unidade de tempo. Isso ocorre porque

produz grande volume de raízes em um ciclo relativamente curto, a um custo baixo,

durante o ano inteiro (Silva, 2002; Moulin, 2010).

Na região Norte do Brasil que inclui o Estado do Tocantins, a batata-doce é

bastante disseminada e cultivada principalmente pelos pequenos agricultores, como

cultura de subsistência. As principais regiões produtoras são: Gurupi, Palmas,

Araguatins, Guaraí e Porto Nacional (MAGALHÃES, 2007). Nessa região, esta cultura

vem apresentando uma produção de biomassa altamente viável, pelo baixo custo de

produção e por apresentar boa produtividade em campo (CAMPOS et al., 2002; SILVA,

2010) o que viabiliza o processo de obtenção de etanol a partir dessa fonte de biomassa.

As condições edafoclimáticas do Estado do Tocantins, aliado a facilidade de

escoamento de produção, colocam o estado como uma das unidades federativas com

interesse estratégico na produção agrícola. Entretanto, neste estado, tem sido comum o

relato de uma doença causada por um fungo habitante de solo e favorecido por

condições de alta umidade e temperaturas em torno de 21ºC a 32º. O mal-do-pé tem

como agente causal o fungo Plenodomus destruens e tem sido considerada a doença

mais importante da batata-doce na maioria das regiões produtoras.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produtividade, teor de matéria

seca e a resistência de genótipos de batata-doce ao mal-do-pé em Gurupi, região sul do

estado do Tocantins.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no setor de Olericultura da Universidade Federal

do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, localizada na latitude sul 11º43‟45” e

Page 45: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

45

longitude oeste 49º04‟07” com altitude média de 280 m. Apresenta precipitação média

anual em torno de 1.600 mm ano-1

e temperaturas médias máxima de 26 ºC e mínima de

24 ºC. O clima recebe a classificação de Aw – Tropical de verão úmido e período de

estiagem no inverno, de acordo com a classificação de Koppen. O solo escolhido para a

condução do experimento foi classificado como um Latossolo Vermelho Amarelo

(Tabela 1).

Tabela 1: Características químicas do solo na profundidade de 0-20 cm do local onde

foi conduzido o ensaio de avaliação dos genótipos de batata-doce em Gurupi, região sul

do estado do Tocantins. UFT, Gurupi-TO, 2014.

pH

CaCl2

P K Ca+2

Mg2+

Al3+

H+Al V MO

Mg dm-3

-------------cmolcdm3---------- % dag kg

-1

6,2 26,1

107

2,5

1,4

0,0

1,5

74

1,8

Foram avaliados 15 genótipos experimentais de batata-doce pertencentes ao

Programa de Melhoramento Genético da UFT (BDFMI#04, BDFMI#10, BDFMI#16,

BDFMI#31, BDFMI#38, BDFMI#40, BDFMI#51, BDFMI#57, BDFMI#70,

BDFMI#89, BDFMI#93, BDFMI#94, BDFI#106, 2007HSF0128 e 2007HSF1405) e 5

cultivares testemunhas (Amanda, Duda, Itajuba, Marcela e Princesa).

O experimento foi instalado em junho de 2014, em delineamento em blocos

casualizados com três repetições. O plantio foi feito em canteiros espaçados em 1,5 m e

aproximadamente 0,40 m de altura. Cada parcela foi formada por seis plantas. Foram

utilizadas mudas obtidas em bandejas de 128 células a partir de mini-estacas com duas

gemas retiradas de plantas matrizes. Foi utilizado espaçamento de 0,80 m entre linhas

por 0,45 m entre plantas dentro das linhas. Na adubação de plantio foram utilizados 40

kg ha-1

de N, 80 Kg ha-1

de potássio e 120 kg ha-1

de fósforo, usando como fontes ureia,

cloreto de potássio e super simples, respectivamente. A adubação de cobertura ocorreu

aos 20 e 40 DAP. Os tratos culturais (capinas e irrigação) foram feitos sempre que

necessários. O local do experimento foi definido em função do histórico de ocorrência

de mal-do-pé em experimentos de batata-doce realizados em anos anteriores, existindo,

portanto, inóculo natural de mal-do-pé.

A colheita foi realizada 180 DAP e as características avaliadas foram:

Page 46: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

46

- Produtividade total de raízes (Mg ha-1

): obtida pela pesagem das raízes de das

plantas da parcela útil e o resultado convertido foi convertido em Mg ha-1

.

- Severidade (cm): obtida através da medição do comprimento da lesão com

régua graduada em centímetros, a cada 5 dias após visualização dos sintomas da doença.

- Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD): com os dados de

severidade de cada avaliação foi calculado, para cada genótipo, os valores da Área

Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), conforme Shaner & Finney

(1977), pela fórmula:

𝐴𝐴𝐶𝑃𝐷 =

𝑛

𝑖=1

𝑌𝑖+1 + 𝑌𝑖

2 ∗ [ 𝑇𝑖+1 − 𝑇𝑖 ]

Em que:

n: é o número de observações.

Yi: é a severidade da doença na “i”-ésima observação;

Ti: é o tempo em dias na “i”-ésima observação;

- Matéria Seca (%): Conforme metodologia da AOAC (1985), por meio da

fórmula:

MS=𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 −𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑎

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

Cada característica avaliada foi submetida a análise de variância e a

comparação das médias foi feita pelo teste de agrupamento Scott_Knott (p=0,05%),

utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos resultados das médias de produtividade foram observadas diferenças

estatísticas entre os genótipos (p≤0,05). A produtividade média entre os genótipos

variou de 7,98 a 67,45 Mg ha-1

, destacando-se os genótipos BDFMI#16 e Duda com

produtividades de 67,45 e 55,42 Mg ha-1

, respectivamente. O genótipo que apresentou a

menor produtividade foi o BDFMI#70 (7,98 Mg ha-1

) (Tabela 2).

Page 47: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

47

Tabela 2: Médias para produtividade e teor de matéria seca (MS) em genótipos de

batata-doce. UFT, Gurupi, 2014.

PROD

1

GENÓTIPOS Mg ha

-1 MS (%)

1

BDFMI#04 52,25 A 31,49 B

BDFMI#10 39,46 B 24,66 C

BDFMI#16 67,45 A 28,12 C

BDFMI#31 40,72 B 37,15 A

BDFMI#38 27,22 C 26,91 C

BDFMI#40 33,33 C 33,00 B

BDFMI#51 38,15 B 28,59 C

BDFMI#57 23,57 C 24,20 C

BDFMI#70 7,98 C 33,80 B

BDFMI#89 18,28 C 26,49 C

BDFMI#93 48,06 B 25,61 C

BDFMI#94 28,55 C 32,70 B

BDFMI#106 37,83 B 32,73 B

2007HSF0128 44,17 B 34,59 B

2007HSF1405 18,17 C 26,23 C

Amanda 20,56 C 27,52 C

Duda 55,42 A 28,21 C

Itajuba 37,22 B 38,19 A

Marcela 21,35 B 20,40 C

Princesa 21,39 C 25,76 C

C.V. (%) 28,72 9,58

Média Geral 34,06 29,32 1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-

Knott (p≤0,05).

Silveira (2008), em ensaios realizados no Tocantins durante dez anos com a

cultura da batata-doce, a produtividade média da cultivar Duda foi de 65,50 Mg ha-1

.

Este resultado foi superior ao encontrado no experimento, mostrando que a severidade

da doença no campo acarretou em redução na produtividade desta cultivar.

Comportamento semelhante foi verificado para a cv. Marcela, que apresentou

produtividade de 21,35 Mg ha-1

, mas Silva (2010) e Amorin et al. (2011) relataram

produtividades de 33,04 Mg ha-1

e 29,82 Mg ha-1

respectivamente.

Em estudo sobre identificação agronômica de genótipos de batata-doce em

Palmas-TO, Santana et al. (2013) encontraram valor de produtividade de 55,09 para a

cv. Duda, corroborando com o valor encontrado neste experimento.

Page 48: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

48

Já Gonçalves et al (2010) estudando o potencial produtivo de clones de batata-

doce oriundos de famílias de meio-irmãos, obtiveram produtividade de 82,92 Mg ha-1

,

valor acima dos encontrados nos genótipos avaliados neste experimento.

Nos resultados das médias de matéria seca da raiz foram observadas diferenças

estatísticas entre os genótipos (p≤0,05). A média do teor de matéria seca entre os

genótipos variou de 20,39 a 51,97%, destacando-se a cultivar Itajuba com 51,97% e o

que apresentou menor teor de matéria seca foi a cv. Marcela com 20,39% (Tabela 2).

Em estudos conduzidos por Gonçalves Neto et al. (2011), avaliando 36 acessos

e 3 cultivares de batata-doce no Estado do Tocantins, o maior valor de matéria seca

observado foi de 31,5%. Martins (2010), estudando a variabilidade fenotípica e

divergência genética de batata-doce no Estado do Tocantins, encontrou valores que

variaram de 24,53 a 39,13%.

De acordo com Leonel & Cereda (2002), o teor de matéria seca tem relação

direta na produção de carboidratos e conseqüentemente, no rendimento industrial, o que

ressalta a importância de selecionar genótipos com alto teor de matéria seca.

A percentagem de matéria seca, bem como açúcares, vitaminas e minerais

varia de acordo com a variedade, condições climáticas, tratos culturais, épocas de

colheita e duração de armazenamento (EMBRAPA, 1995).

A severidade da doença foi crescente com o decorrer do tempo após o

transplante (Figura 1). A partir da 5º avaliação já se notava a uma constante redução da

área foliar e surgimento de plantas mortas.

Page 49: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

49

Figura 1: Progresso temporal do mal-do-pé em genótipos de batata-doce no município

de Gurupi, Tocantins.UFT, Gurupi-TO, 2014.

Os primeiros sintomas da doença foram observados aos 120 DAT, coincidindo

com o período de maior precipitação na região. Com o aparecimento de lesões marrons

escuras recobertas por pequenos pontos pretos na haste de todos os genótipos avaliados,

porém com diferença significativa quanto á severidade dos sintomas (Tabela 3).

Alguns dos genótipos que apresentaram menor severidade da doença nas

hastes, aos 140 DAT foram: Princesa (2,55), BDFMI#57 (2,88) e BDFMI#40 (2,91). Já

os que apresentaram maior severidade foram: Duda (4,04), BDFMI#106 (4,03) e

2007HSF0128 (3,93). Esses resultados mostram a alto grau de virulência de P.

destruens e os diferentes graus de resistência dos genótipos avaliados.

Os genótipos BDFMI#106 e Duda apresentaram os maiores valores de

AACPD, 4,04 e 4,03, respectivamente. Os genótipos que apresentaram menores valores

de AACPD foram PRINCESA, BDFMI#40 e BDFMI#57, com 12,10, 11,47 e 11,40,

respectivamente de acordo com o teste de Skott-Knott (p≤0,05).

Page 50: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

50

Tabela 3: Severidade e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) em

genótipos de batata-doce em condições de campo em Gurupi, região sul do estado do

Tocantins. UFT, Gurupi, 2014.

GENÓTIPOS SEVERIDADE AACPD

BDFMI#04 3,55 A 15,82 A

BDFMI#10 3,05 C 12,24 B

BDFMI#16 3,44 B 15,54 A

BDFMI#31 3,57 A 15,94 A

BDFMI#38 3,96 A 16,11 A

BDFMI#40 2,68 E 11,47 B

BDFMI#51 2,91 D 12,66 B

BDFMI#57 2,65 E 11,40 B

BDFMI#70 3,09 C 13,59 B

BDFMI#89 3,42 B 15,36 A

BDFMI#93 3,19 C 14,00 B

BDFMI#94 3,26 B 14,44 A

BDFMI#106 3,74 A 17,10 A

2007HSF0128 3,93 A 16,72 A

2007HSF1405 3,55 A 16,02 A

Amanda 3,29 B 14,57 A

Duda 3,73 A 16,87 A

Itajuba 3,14 C 13,63 B

Marcela 3,34 B 14,84 A

Princesa 2,77 E 12,10 B

Média Geral 3,31 14,52

C.V. (%) 25,72 26,17 1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-

Knott (p≤0,05).

De acordo com Miranda (1989); Lopes & Silva (1994) e Truta et al. (2000), a

cv. Princesa foi considerada como padrão de resistência ao mal-do-pé, contudo, esse

comportamento não foi observado neste trabalho. Esses resultados concordam com os

resultados apresentados por Mendes et al. (2012) e Pereira et al. (2013).

Os genótipos BDFMI#40 e 2007HSF1405 apresentaram comportamentos

distintos em laboratório, casa de vegetação e campo de produção. De acordo com

Carson et al. (2002), a relação patógeno-hospedeiro é distinta entre locais, sendo que,

em campos de produção, frequentemente observa-se significativa interação entre

genótipo e ambiente, podendo haver variação na severidade da doença devido à

instabilidade dos locos de resistência na interação com o ambiente e/ou diferenças na

população do patógeno entre os ambientes

Page 51: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

51

CONCLUSÕES

Na presença de mal-do-pé, os genótipos mais produtivos foram BDFMI#16,

Duda, BDFMI#04, BDFMI#93 e 2007HSF0128.

O teor de matéria seca das raízes variou de 20,39 a 51,97%, destacando-se o

genótipo Marcela com teor médio de 51,97%.

Em condição de campo, os genótipos com maiores níveis de resistência

genética foram BDFMI#57, BDFMI#40 e Princesa.

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Page 56: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

56

ANEXOS

Resumo das tabelas de análise de variância

Variável analisada: Lesão (cm).

Valores transformados para √(x+1).

FONTE DE VARIAÇÃO GL QM1

Isolados 25 4,300*

Genótipos 1 6,337*

Dias 5 14,127*

Isolados*Genótipos 25 2,694ns

Isolados*Dias 125 0,314ns

Genótipos*Dias 5 0,397ns

Isolados*Genótipos*Dias 125 0,218ns

Erro 312 0,275

C.V. (%) 32,25

Média geral 1,62

Variável analisada: tamanho da lesão (cm)

Valores transformados para √(x+1).

FONTE DE VARIAÇÃO GL QM1

Genótipos 35 0,524*

Isolados 1 0,380*

Dias 7 1,025*

Genótipos*Isolados 35 0,163*

Genótipos*Dias 245 0,040ns

Isolados*Dias 7 0,038ns

Genótipos*Isolado*Dias 245 0,015ns

Erro 2304 0,045

C.V. (%) 19,57

Média geral 1,08

SEVERIDADE

Teste: Skott-Knott (p=0,05).

Dados transformados para √(x+1).

Page 57: REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE À ISOLADOS

57

FONTES DE VARIAÇÃO GL QM1

Blocos 2 1,044NS

Genótipos 19 16,762*

Avaliações 7 366,541*

Erro 2995 0,679

C.V. (%) 25,21

MÉDIA GERAL 3,27

Produtividade

Fonte de Variação GL QM

1

PROD AACPD MS (%)

Blocos 2 161,113ns

7,79ns

36,673ns

Genótipos 19 661,326* 59,78* 65,213*

Erro 38 95,679 0,679 7,894

C.V. (%) 28,72 26,17 9,58

Média Geral 34,06 14,52 29,32