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Aventuras dos personagens do grupo Animagia, no facebook.

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19 anos depois da grande batalha...

Essa história conta as aventuras dos

personagens construídos pelos

participantes do grupo Animagia.

O contexto visa dar foco a cada um

deles, mostrando uma maior diversidade

de situações, bem como abordar todas as

casas existentes no castelo, mostrando o

quão encantadoras elas podem ser.

Espero que gostem.

Dan Volfield

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Índice Prólogo..............................................................................4 Capítulo 1 – O Frio que Vem das Masmorras..................8 Capítulo 2 – Regras Quebradas........................................15

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Prólogo

O outono pareceu chegar de repente naquele ano. A manhã de 1º de setembro estava fresca como uma maçã, e muitas famílias se agitavam pela ruidosa rua rumo à grande estação coberta de fuligem, a fumaça do escapamento dos carros e a respiração dos pedestres que reluziam como teias de aranha no ar frio. Muitos pedestres fitavam as corujas nos carrinhos de alguns meninos, estes acompanhados de seus pais trajando vestes pouco comuns. As famílias, que para muitos poderia ser dadas como excêntrica, rumavam para uma ampla pilastra, entre as plataformas nove e dez e de lá não eram mais vistas pelas pessoas comuns, como se estivessem tomado um caminho distinto do normal e, talvez, entrando numa das linhas já posicionadas nos trilhos, ainda que o fato de carregarem animais exóticos não fosse sequer questionado. Era uma rotina anual das famílias bruxas e lá estavam elas se despedindo de seus filhos na estação 9 ¾. Dentre eles, haviam muitos bruxos conhecidos – como o próprio Harry Potter e sua família -, e em meio a tanto burburinho o que se destacava eram as recomendação dos pais para os pequenos; os que iriam iniciar sua longa jornada na maior escola de Magia e Bruxaria do mundo. Depois das repetidas frases de “adeus”, “até as férias”, “se comportem bem”, entre outras, o trem apitou alto, fazendo com que sua fumaça fosse preenchendo o ambiente. O estalido inicial fez a locomotiva mover-se lentamente, até pegar o ritmo constante que só cessaria quando estivesse próxima da estação de Hogsmeade. Nas cabines, a agitação de sempre, onde os veteranos mantinham suas tradições travessas, além das histórias que assustavam ou encantavam os novatos. Para estes, não havia tempo para descanso. Tudo era uma empolgante novidade. No corredor do terceiro vagão, uma jovem passeava com o carrinho de doces e comidas distintas, para que os alunos, que quisessem, pudessem comprar e desfrutar daquelas “delícias mágicas”. Foi então que um dos novatos assentiu ante a oferta da moça e pediu: - Gostaria de suas tortinhas de abóbora. - Aqui estão – disse ela simpática, entregando ao garoto e recebendo dele as moedas de cor acobreada. – Você gostaria de um bolo de caldeirão? – Indagou ela ao outro garoto, entretido com uma revista sobre quadribol. - Não. – respondeu ele sem desviar seus olhos do que estava lendo. – Talvez mais tarde. – Completou. Quando ela sorriu e se despediu dos garotos rumando para outros vagões, o menino que comprou as tortinhas sentou-se de frente para o outro e começou a degusta-la enquanto limpava o vidro embaçado pelo frio, tentando olhar a paisagem. - Vai ser difícil ver alguma coisa com esse tempo. – Comentou o garoto lendo a revista. - É o que parece. – Disse o outro menino, depois de engolir o pedaço de tortinha que mastigava. - Sou John Corvins. – Se apresentou o garoto, fechando a revista e estendendo a mão para o outro. - Frank Shunpike. – Cumprimentou o outro, depois de mudar suas tortinhas para a mão esquerda. – Você... gosta de quadribol? – Tentou iniciar uma conversa, observando a revista na mão de John.

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- Não muito. Na verdade eu estou lendo um artigo sobre esportes mágicos sobre a “Gelada”. – E diante do comentário de John, Frank ficou pensativo, a ponto de indagar o que fora dito. - Gelada? Nunca ouvi falar sobre isso. - É um esporte novo. – Explicou John. – Os jogadores usam luvas especiais para lançar uma bola enfeitiçada com um encantamento congelante. Ganha o time que congelar o outro primeiro. - Caramba! – Exclamou Frank. – Parece ser muito divertido. - Sim. Vou tentar inserir ele na grade de esporte escolar. – Disse John, confiante. – A propósito: Que casa você deseja ser selecionado, Frank? - Eu... Corvinal. – Encurtou a frase e John notou certa ansiedade em Frank para que ele fosse selecionado para a casa de Rowena. - Hm. Eu também. – Respondeu John, antes que fosse questionado, e ambos continuaram conversando sobre suas expectativas naquele ano e de como poderiam ajudar a Corvinal a vencer a Taça das Casas. Não muito longe dali, no quarto vagão, uma menina desenhava sobre o vidro embaçado e antes que o desenho se desfizesse quando a água da umidade escorresse, ela baforava para que ele se mantivesse por mais tempo. No banco a frente dela, um garoto comia um sapo de chocolate às pressas, querendo ver logo a figurinha que estava no encarte. - Uau, tirei a Hermione... – E mal ele terminara a frase para ver, no vidro, um desenho perfeito de um morcego – embora este teimasse em se desfazer, depois de um tempo. – Você é boa nisso. – Comentou em seguida. - Obrigada. – Disse a menina loira, de olhos de um azul tão cinza quanto o tempo lá fora. – Não tenho a Hermione ainda, você troca? – Indagou ela, de repente. - Eu, claro, não, sim. – Atrapalhou-se o rapaz, que esfregou os olhos quando achou que o desenho no vidro estava batendo as asas. – Pode ficar. – Sorriu, sem jeito, estregando a figurinha para ela. - Muito obrigada! – Encantou-se ela, observando a figura que se mexia no cartão colorido. – Me chamo Lucy Carter, mas meus amigos me chamam de Luca. – Olhou para o menino e estendeu, para ele, sua mão. - Wolf Diggory. – Respondeu o garoto todo o seu nome, cumprimentando-a. – Muito prazer, Luca. – Sorriu ele e ela retribuiu o gesto. - Estou muito confiante de que vou para a Lufa-Lufa. – Comentou ela, continuando a conversa. – Também já ouvi falar do seu sobrenome. Você é parente do melhor aluno que Hogwarts já teve. Não é? – Indagou, animada. - É, digo... sou. – Respondeu Wolf, coçando sua nuca, um tanto surpreso com o reconhecimento. Não eram muitas pessoas que ele conhecia que queriam ser selecionados para a Lufa-Lufa, ainda mais com uma animação daquelas. – Eu também pretendo ser selecionado para a Lufa. - Que demais! – Comemorou ela, se levantando do seu banco e quase socando o ar.

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Os dois mantiveram uma conversa amistosa, falando dos seus medos e anseios sobre o castelo, até a menina ser chamada por outras colegas, ao que parecia. Assim que ela deixou o vagão, Wolf se manteve ali, pensativo, pensando sobre as suas futuras amizades em Hogwarts. O desenho do morcego já havia se dissipado. A terceira cabine do sexto vagão era uma das mais agitadas, levando-se em conta que eram duas meninas novatas. Ambas jogavam um jogo de cartas dos bruxos e uma delas parecia estar ganhando de lavada. - Mas você é muito ruim, Maeve! – Riu alto a menina de cabelos vermelhos, depois de vencer mais uma rodada. - Não me chame assim, Ariel. Não quero que estes pestes achem que podem ter intimidade comigo. – Retrucou a outra, embaralhando as cartas de maneira lenta, aparentemente frustrada com seu desempenho. - Eu que não vou te chamar de Helena. E pare de ser tão mal-humorada. – Disse, sorrindo, esperando que a menina à sua frente desse as cartas. - Você sabe que eu prefiro jogar xadrez de bruxo. – Disse Helena, torcendo mentalmente para que lhe saíssem cartas boas. – Não tem nada de inteligente neste jogo. - Ai, você reclama demais. – Disse Ariel, descontraída, pegando suas cartas. – E é muito má perdedora também. - Nós veremos isso, quando a Sonserina vencer. – E Helena jogou uma boa carta, posicionando-a na quina, praticamente fechando as duas colunas próximas. - Eu vou brilhar na Grifinória... – E Ariel jogou uma carta, na sequência, fazendo a boa carta de Helena ser substituída pela última do monte, um elfo doméstico. Depois da menina de cabelos ruivos rir com a cara de desânimo de sua amiga, ela completou. – Você vai ver. E foi nesse momento que a porta do vagão se abriu e outras garotas surgiram ali para conversar com as duas. Dentre elas estava Rose Weasley, prima de Ariel, e todas trocaram conversas sobre como estava indo a viagem. Já eram amigas de longa data e parecia que mesmo as divergências que as separariam pelas casas não fariam com que aquele sentimento de amizade pudesse se alterar. A viagem continuava muito divertida para uns e um tanto frustrante para outros, principalmente para aqueles que entravam na mira dos veteranos. De qualquer modo, o respeito era mantido no final, ainda que com alguns excessos nas brincadeiras. O clima de felicidade contrastava com o ambiente frio do outono e somente no sétimo vagão as coisas pareciam estar mais calmas. Na terceira cabine, quatro garotos estavam em uma conversa que já durava quase uma hora. Eram Scorpius Hyperion, Rony Foster, Thomas Lestrange e Peter Weanglyff – cujo nome do meio, deste último, era extenso demais para uma apresentação rápida. - Ouvi muito falar sobre seu pai, Scorpius Hyperion. – Falou Thomas, à frente do pequeno Malfoy. Sua expressão não era muito simpática, talvez por histórias antigas mal resolvidas.

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- Espero que todos nós sejamos selecionados para a Sonserina. – Descontraiu Rony, tentando livrar o ambiente de um possível desentendimento. – Os Malfoy sempre se destacaram entre os melhores alunos desta casa. – E Rony quase disse “da Minha Casa”. - Certamente. – Respondeu Scorpius, evitando encarar Thomas por muito tempo. – Também espero ser selecionado pela Sonserina. - Todos nós iremos. – Interpelou Peter. – Temos de ser convictos quanto as nossas decisões. Já adianto que sou um grande estudioso de poções e sempre busquei ler muitos livros desta matéria primordial entre as principais. Quais são suas especialidades? E todos os outros três se entreolharam, esperando que alguém se manifestasse para responder àquela pergunta. Na verdade, todos eram muito jovens para ter uma ideia sobre especializar-se em uma matéria, mas Peter era um admirador daquela arte e pretendia se destacar muito em poções. - Eu vou me esforçar no que for preciso. – Adiantou-se Rony, quebrando o silêncio momentâneo, e logo os demais foram dando suas opiniões sobre as prováveis matérias das quais gostariam mais de se dedicar. Dos quatro, Peter era o que mantinha uma postura mais política, talvez por sua linhagem de nobreza. Os outros eram austeros e talvez Rony fosse o que menos se importava com coisas acadêmicas, naquele momento. Scorpius falava muito em manter a tradição de sua família e Thomas era o que geralmente dava sua opinião por último, se mantendo como um grande observador. Se haveria ali uma amizade para o futuro, só o tempo poderia dizer. Enfim, o Expresso Hogwarts chegou à estação em Hogsmeade e os alunos seguiram viagem nas carruagens, aparentemente guiadas sozinhas ou por seres invisíveis. Somente os alunos do primeiro ano que seguiram com o professor Vyncis Maxime Hagrid, que se apresentou como o Guarda-Caça do castelo. Dali, eles partiriam até a borda de um amplo lago, onde tomariam botes para seguir até a casa dos barcos. Como já era de noite, todos os botes tinham lanternas presas na ponta, tornando magnífica a visão do castelo, imponente, refletido sobre a luz pálida da lua nas águas escuras. Os corações dos jovens já se enxiam de expectativas e, cada vez que se aproximavam mais daquela construção magnífica e ancestral, se sentiam pequenos diante toda a história contida ali. Contudo, também se sentiam imensos por estarem, mais uma vez, fazendo parte desta história, fazendo com que cada tijolo, telha, jardins, escada-móvel, dentre todos os outros centímetros daquela propriedade, ganhassem mais um motivo para existir. Logo os pés dos pequenos pisariam no grande salão e o chapéu seletor estaria lá, aguardando-os para fazer com que a mágica nascesse novamente.

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Capítulo 1 O Frio que Vem das Masmorras

Os alunos tiveram uma primeira semana de aulas bem agitadas, sobretudo os primeiranistas, e aos poucos todos iam se acostumando a rotina idealizada pela diretora de Hogwarts – Minerva Mcgonagall. Além disso, a convivência ia criando laços importantes de amizade e, às vezes, de desentendimento. Era visível, mesmo para aqueles recém-chegados, que o clima entre Sonserina e Lufa-Lufa não era dos melhores e isso se dava, principalmente, pelo desentendimento de duas alunas das respectivas casas – Lillian Walker Collin, da Sonserina, e Aline Von Lichtenstein, da Lufa. Curiosamente, ambas eram monitoras, com a diferença de que a lufana era Monitora Chefe e a sonserina era Monitora Auxiliar. Outra curiosidade, clara, era que ambas eram alunas do sexto ano e, para fechar o cerco de afinidades e coincidências, Aline já havia namorado o aluno que, atualmente, namorava Lillian – O sonserino, e monitor chefe de sua casa, Mattew Haward Hamond. Os grifinos também conheceram a sistemática Marisa Cancheski, Monitora Chefe da Grifinória, que exigiu dos alunos um bom empenho, indicando aos novatos um clube de estudos fundado por ela, Lola – Monitora Auxiliar da Lufa – e Corinë – Monitora Chefe da Corvinal. O pedido não fora feito por acaso, já que a Grifinória havia ficado em péssimas posições nos últimos dois anos. O motivo fora revelado de imediato: James Sirius e Teddy Lupin gostavam de aprontar peripécias no castelo e, devido a um regime disciplinar mais rígido, a perda de pontos era uma constante para a casa de Godric. Aos rapazes havia muitos estímulos para as práticas esportivas, sobretudo na dedicação em aulas de voo. Os pequenos também já se viam tendo aulas de Trato com Criaturas Mágicas quando chegassem ao terceiro ano, devido às muitas histórias que rolavam nas mesas do salão principal. Chamavam atenção, também, os primeiranistas Alvo Severo e Scorpius Hyperion nas mesas da Grifinória e Sonserina, mas o status de celebridade era bem evitado por ambos, mas, nem por isso, deixava de ser um assunto bem comentado quando eles estavam presentes em seus respectivos grupos. Contudo, o grande aviso geral era que os novatos – assim como os outros alunos, claro – evitassem qualquer tipo de contato ofensivo e ousado contra uma aluna da Sonserina, chamada Persephone Minx. Este aviso era feito até pelos próprios alunos da casa de Salazar, a pedido da própria diretora, que resolveu acolher a aluna com dons especiais no castelo. Persephone, já no quarto ano, era uma ocluadora rara, que ainda não controlava perfeitamente seus poderes. Era uma aluna bem introspectiva e solitária, mas que apresentava um risco tremendo se confrontada, mesmo pelos mais experientes bruxos. Monitores contavam alguns relatos em que a aluna, quando ofendida ou confrontada, quase congelou um aluno, por completo. Os sonserinos, que tinham um pouco mais de convivência com ela notavam que próximo da garota o ar era, de fato, mais gélido, chegando a incomodar muitos deles e fazendo com que a presença de Persephone se tornasse quase indesejável. Ficava claro, também, que ela tinha que ter uma supervisão extra nas aulas e até mesmo um tratamento diferenciado.

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Como se não bastasse toda a magia que o castelo tinha, por si só, as histórias, as amizades sendo construídas e as intrigas rolando por cada corredor iam criando um universo totalmente novo e intrigante para aqueles jovens alunos. Enquanto uns se divertiam com as lorotas e travessuras de James e Teddy, outros viam como exemplo a história de Pamela Hans Einsenstat, a mais jovem Monitora Auxiliar da história de Hogwarts – estando apenas no segundo ano –, que com carisma, gentileza e dedicação havia vencido o Desafio do Basilísco no ano anterior e ajudado, com muitos pontos, a Corvinal vencer a taça das casas. Aos lufanos, também chamados de texugos – até por eles mesmos –, o orgulho dos últimos anos era o time de Quadribol. Invicto há três temporadas, o time da Lufa era uma das principais fontes de pontos para a casa de Helga. Além de eficiente, o time ainda tinha a apanhadora mais badalada do castelo – Juliana Cancheski, prima em segundo grau da monitora da Grifinória. Além de arrancar suspiros por ser muito bonita, Juliana também deixava clara sua dedicação nas aulas, sempre se empenhando bastante nelas. Aluna do sexto ano, ela fazia parte do grupo conhecido como “A Geração de Ouro da Lufa-Lufa”. Para completar as proezas da aluna, ela também escrevia para o Profeta Diário na coluna “Namoros e Romances Mágicos”. Mas não eram só as garotas que se destacavam em beleza e inteligência. O apanhador da Corvinal, Gerrard Falconheart, era sempre alvo de cochichos entre as meninas. Além de atlético e elegante, seu jeito intelectual e, às vezes, até sério chamava muita atenção. Outro colírio para os olhos das meninas era o segundo Monitor Auxiliar da Sonserina, Danien Von Kraster, que não carregava consigo nenhum traço de arrogância ou distinção de tratamento – comportamento que alguns sonserinos ainda tinham, mesmo depois de tanto tempo. Outros alunos poderiam ser citados, cada um com suas qualidades e defeitos, mas só o tempo e a convivência poderiam revelar todas essas características tão pessoais. Enfim havia chego o segundo final de semana, o primeiro depois de uma semana cheia de aulas. Os primeiranistas, ainda não muito habituados com a imensidão do castelo, tampouco com suas propriedades, buscavam se aventurar nos corredores para ter uma maior compreensão do ambiente em que viviam. Ariel Weasley era uma dessas alunas, que também tinha feito questão de adquirir um Kit-Mata-Aulas de Teddy e James. O conjunto vinha com algumas dicas de salas vazias, próximas à torre da Grifinória, onde os alunos poderiam permanecer tranquilos até que a aula acabasse. Essas salas eram excelentes para treinos ou estudos, até mesmo para aqueles momentos onde um desabafo fosse necessário, longe dos olhos da maioria dos alunos e monitores. Numa dessas salas vazias, ela conversava com seus primos, Alvo Severo e Rose Weasley, juntamente de outra garota que conhecera nesses primeiros dias, Katherine Juliet Waldorf. O garoto parecia um tanto incomodado por estar na presença de três garotas e Ariel tratou logo de deixar o clima mais leve. - Fique tranquilo, Alvo. Não vamos fazer nenhuma brincadeira de ‘Adivinhações ou Desafios’. – E Ariel mostrou a língua para o jovem, um tanto introspectivo, que não conseguiu esconder o sorriso. Depois de a garota dar um breve tapinha em suas costas, ele pareceu ficar mais a vontade.

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- Hoje vamos apenas repassar as coisas que aprendemos nesta semana, primo. – Disse Rose, ajeitando os livros e cadernos-pergaminhos no chão, mas por traz dela Ariel já fazia caretas e Alvo e Kath tinham de disfarçar muito bem para não rirem na cara da menina ruiva. – Que há com vocês? – Indagou Rose, suspeitando daquele comportamento. - Nada. – Falou Kath, rindo por detrás de sua vasta franja castanha e, depois de ajeitá-la para o lado, olhou para Ariel de maneira a enviar-lhe um sinal para que ela deixasse Rose conduzir as explicações, já que a menina parecia seguir os mesmo passos de sua mãe com os estudos, ainda que fosse difícil superar Hermione Granger – Hoje, Hermione Jean Weasley. - Bem, vamos começar com a matéria mais extensa... – Mas antes dela citar “História da Magia”, todos se remexeram de onde estavam sentados e se entreolharam como se pedissem um para o outro para que sugerissem outra coisa. - Vamos treinar algo mais prático, Rose. – E Ariel abriu os braços em comemoração e essa ação foi tão espontânea que pegou a todos de surpresa. Risos vieram logo em seguida, quando ela aproveitou o gesto para concluir com um abraço em sua prima. - Vamos, Rose... – Disse Ariel, já grudada na garota. – A história não vai fugir mesmo. – E Alvo, depois de rir, assim como os demais, se levantou e pediu que as garotas também o fizessem. Todos estavam com suas varinhas em mãos e logo começariam a praticar movimentos e palavras mágicas. Não muito longe dali, na torre da Corvinal, Max Lockhart conversava com os outros dois primeiranistas que havia feito amizade. Embora John Corvins fosse mais reservado e só falasse quando necessário, seu novo amigo, Frank Shunpike, era só animação. Próximos de uma das estantes em meia lua, os três conversavam sobre tentar conhecer melhor as propriedades do castelo no final de semana e tentavam entrar num consenso sobre que lugar conhecer primeiro. Frank sugeriu o campo de quadribol, mas John queria ver o salgueiro lutador. Max tentava se decidir, embora os dois lugares fossem interessantes. - É mais rápido chegar até o salgueiro. – Afirmou John, com o mesmo ânimo de sempre. – Podemos ir lá e depois rumamos para o campo. - Mas seria emocionante ver o campo de quadribol! – E Frank pareceu nem ter ouvido o que John havia dito, mesmo estando ao seu lado. – Quem sabe um dos times não esteja treinando hoje. Seria o máximo! - E poderíamos retornar ao salgueiro depois de passar no campo. – Completou Max, tentando convencer John para que eles não perdessem mais tempo. – Lembrem-se que eu ainda quero passar na sala dos troféus. Acho que será legal conhecermos quem anda se destacando no castelo. E Frank concordou prontamente, embora John Corvins não se interessasse tanto pela ideia. O Ravino não queria passar a impressão de que ele era “o do contra” e vestiu a melhor cara de interessado para sair logo da torre e conhecer o castelo. Ainda teria de andar muito até que eles ficassem próximos do salgueiro lutador.

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O castelo continuava bem movimentado no fim de semana, embora houvesse alunos que adorassem dormir até mais tarde. Era o caso de Wolf Diggory, que aproveitava o ambiente acolhedor do subsolo, onde ficava a casa da Lufa-Lufa, para permanecer relaxado debaixo das cobertas. Fora um dos garotos, que também fazia parte do dormitório dos primeiranistas, que tentou acordá-lo, enquanto mexia em seu próprio malão buscando um agasalho. - Ei Diggory, daqui a pouco irão servir o almoço. – Exagerou Edward Valient, um primeiranista que Wolf conhecera desde o primeiro dia no castelo e que se tornou um de seus amigos desde que fizeram dupla numa das aulas de poções. – Tem um texugo no nosso brasão e não uma preguiça. - Ah Ed, me deixe. Garanto que ainda não são dez horas. – Disse Wolf, quase com o rosto todo coberto, enquanto se virava para o lado oposto de onde estava o outro garoto. - Está corretíssimo. Ainda são onze. – Disse em tom de deboche. – Estou indo aos jardins. Pretendo ir jogar um sicle na fonte, perto do círculo de pedras. – E quando terminou sua frase, vestiu um moletom escuro e depois pegou um gorro e ajeitou-o sobre a cabeça. - Pra quê vai gastar sua moeda? É um poço dos desejos? – Virou-se, retirando a coberta do corpo e começou a se espreguiçar, enquanto esperava a resposta de Edward. - Não. – Respondeu, sem se irritar com a pergunta, e completou. – Você até pode fazer pedidos, mas uma placa no poço diz que as moedas lançadas ali servem de doação para o hospital St. Mungos. – E antes que Diggory pudesse fazer qualquer comentário, Edward já estava saindo do dormitório e fingiu não ouvir o pedido de Wolf para que ele o esperasse. - Bom, hora de levantar. – Pensou alto, se colocando de pé, já procurando uma roupa adequada para trocar. – Antes, preciso de um banho. A fumaça clara e cheirosa saia em abundância da chaminé de pedra da cabana do guarda-caça e Helena Maeve contemplava-a de longe, enquanto fazia anotações em um de seus pergaminhos-diários. Seus planos de sair do castelo, sem ser percebida, precisavam de alguns detalhes finais, já que era difícil não ser notada pelos monitores de sua casa – que eram muito competentes. Precisava pensar numa maneira eficiente de distrair o guarda-caça, que parecia bem precavido ante as prováveis ideias dos alunos em adentrar a Floresta Proibida. Enquanto dava uma pausa em seu rascunho, a garota fazia um pouco de carinho em seu gato que parecia não aprovar aquele local frio e sem proteção alguma do vento. Mesmo o felino estando grudado com Helena, ele demonstrava estar mais mal-humorado do que de costume. - Preciso encontrar um meio de distrair o professor Hagrid, Dievo. Minha mente fervilha com ideias, mas nelas eu ainda encontro prováveis falhas. – E enquanto seu gato ronronava com suas carícias, ainda que desmotivado pela temperatura, a sonserina viu uma menina descer os jardins na direção da cabana. Helena teve de olhar duas vezes para acreditar que a jovem vestia um gorro de pelúcia na cabeça. – Mas será possível? E a jovem, que também parecia ser primeiranista, chegou até a porta da cabana e bateu algumas vezes, como se fosse uma visita muito aguardada. Helena não conseguiu se aguentar de curiosidade e, recolhendo suas coisas, levantou-se às pressas, ainda que discreta, e tentou se aproximar sem ser percebida. Quem não gostou de sua atitude foi seu gato, Dievo, que miou em desaprovação, se sentindo agora com mais frio, mas seguindo-a de perto.

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Próxima de uma cerca, numa horta de brotos gigantes, a sonserina conseguira escutar a pesada porta de madeira se abrindo e aguçava seus sentidos para se concentrar na conversa, já que seu olfato era tomado por um aroma que atiçava sua fome e, posteriormente, a de seu gato também. - Sim? – Perguntou Vyncis para a pequena a sua frente e, para um meio gigante, ela era realmente pequena. - Esse cheiro, maravilhosamente perfeito, seria de pi-tan-ga? – O olhar da menina brilhava, enquanto aguardava a resposta do professor. Suas mãos estavam juntas, próxima ao peito, como se desejasse que ele fizesse a confirmação. - Mas que garota esperta. – Sorriu ele e um largo sorriso cresceu no rosto da menina. – Sim, estou fazendo bolinhos de pitanga... – E ele se inclinou para próximo dela e completou em voz baixa. – São ótimos para atrair esses gnomos que atacam minhas hortas. Um bolinho desses e eu ganho quatro meses de sossego. - Eles estão enfeitiçados? – Perguntou ela, um pouco mais entristecida com a possibilidade. - Haha, não. – Riu Vyncis com a ingenuidade da menina e completou. - Mas para eles isso é como um forte sonífero. – E vendo a feição da jovem mudar, para completa felicidade, ele se adiantou, dizendo cordialmente. – Vou buscar um bolinho para você, só um minuto. E, distante, Helena pensava em aproveitar aquela brecha para ir para trás da cabana do guarda-caça, mas foi nessa hora ela que viu que seu gato estava próximo da porta onde a menina aguardava. Talvez pelo local estar bem quente, com toda aquela atividade culinária. - Olá gatinho, tudo bom? – E a sonserina quase morreu de desgosto quando a menina cumprimentou Dievo, que cinicamente aceitou seus carinhos. Helena imaginou o gato sendo sacrificado em inúmeros rituais celtas, em sua mente, mas manteve-se calma. Podia ser o momento perfeito que ela tanto esperava. Sua decepção foi que, surpreendentemente, o professor Vyncis apareceu atrás dela, como se de alguma forma tivesse saído silenciosamente pela porta dos fundos e viesse em sua direção. Helena não podia acreditar que seu gato pudesse distraí-la tanto, mesmo que por breves instantes, e não conseguiu pensar em nada para dizer ao professor quando olhou para ele. - Bolinho? – Perguntou ele, levantando uma sobrancelha para a sonserina. Mas quem respondeu foi a garota, à porta, que veio muito depressa até onde eles estavam. - Sim! – E quando a menina se deparou com Helena e Vyncis, ela ficou um pouco sem graça. Mas muito pouco, recuperando-se logo e indo até o professor para pegar o bolinho de pitanga que tanto esperava. Depois de dar uma mordida e de quase flutuar de satisfação ao sentir o gosto da sobremesa, ela pareceu voltar a si, como se acordasse de um transe. – Oi. – Acenou ela para Helena e para Vyncis. – Desculpe não me apresentar. Sou Kerol OliveTree. – E estendeu a mão, enquanto a outra levava o bolinho para a boca novamente. Enquanto o professor ria, a sonserina cumprimentava a ravina rapidamente, enquanto tentava organizar seus pensamentos. Sua cabeça fervilhava em meio ao caos, fogo e trevas.

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As engrenagens na torre do relógio se moviam incessantemente e logo doze badaladas anunciaram o almoço no grande salão. Mesmo assim, três alunos estavam na plataforma superior do local, conversando há pelo menos duas horas. O local já havia sido escolhido pelos três outras vezes, pois o barulho das engrenagens era benéfico para uma conversa sigilosa. - É uma ideia ruim, Thomas. – Disse Rony Foster, tentando convencer o sonserino de que implicar com Alvo Severo Potter não seria sensato. – Eu sei que o pai dele prejudicou sua família, a de muitos bruxos até, mas daí a ataca-lo sem motivos. Você poderia ser expulso. - Eu também acho. – Falou Peter Weanglyff. – Seria muito mais proveitoso conseguirmos nos aproximar da ocluadora do quarto ano. Mas acho que vamos precisar de uma garota para nos ajudar e, talvez, uma mais experiente. - Vocês podem não ter rancor algum dos Potter, mas eu tenho. – Concluiu Thomas Lestrange. – E dos Malfoy também, aqueles traidores. – E o sonserino esquivou da mão de Rony, que vinha na direção de seu ombro para acalmá-lo. – Mas, como sempre, vocês conseguem me fazer ponderar. Realmente saber dos segredos de Persephone seria uma grande conquista. - Não precisamos dos segredos dela, ainda, Thomas. – Corrigiu Peter, já esperando que o garoto lhe lançasse um olhar de poucos amigos. – Embora ela seja uma ocluadora do tipo rara, vale-nos mais sua confiança do que qualquer outra coisa. Tente esquecer essa vingança e concentre-se em absorver o máximo de conhecimento que puder. Eu já enviei uma coruja a meu pai e vou tentar saber sobre ela, de maneira discreta. - Lillian nos avisou para não nos metermos com isso. – Relembrou Rony. – E nossa monitora não parece medir esforços para que sigamos suas recomendações. – E depois de ter os olhares dos outros dois recaindo sobre si, o garoto completou. – Bem, não custa nada lembra-los disso. As horas seguintes passaram tão depressa quanto uma Firebolt-EX e a noite logo traria suas surpresas. Os alunos retornavam para seus dormitórios, depois do jantar e, em alguns corredores, os monitores tinham de intervir contra alunos que tentavam resistir às regras do castelo. Geralmente, essas infrações ficavam só no diálogo, mas em alguns casos poderiam render até a perda de pontos. Alguns primeiranistas se adaptavam muito rápido com o toque de recolher, como os alunos da Corvinal, que já estavam em seus dormitórios comentando sobre o passeio nas propriedades do castelo, tentando encontrar motivos para achar um lugar mais interessante que o outro. Para eles, a noite de sábado demoraria a acabar, já que eles gostavam de discutir sobre muitos assuntos e sempre estavam interessados em participar de algo novo. Quanto aos primeiranistas da Grifinória, muitos aderiam fácil ao pedido de retorno dos monitores, mas alguns ainda tentavam buscar salas secretas para se manter por mais tempo longe do salão comunal. Geralmente não dava muito certo, mas o prazer de dar trabalho aos monitores compensava o desafio. Eles só tinham que ter cuidado com os monitores de outras casas. A Lufa-Lufa era tranquila e, com exceção dos veteranos, todos seguiam de maneira ordeira para o salão comunal, no subsolo. Alguns casais ainda permaneciam algum tempo antes de retornarem aos dormitórios, mas tomavam seus cuidados diante dos olhos de terceiros – sobretudo dos monitores da sonserina.

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Talvez a casa de Salazar fosse a que mais desse trabalho a seus monitores, principalmente por haver muitos alunos que não gostavam de regras. O trabalho mais árduo geralmente ficava com o carismático monitor auxiliar, Danien Von Kraster, que sabia que alguns casos eram propositais, somente para chamar sua atenção. Durante a madrugada, numa sala secreta dentro do salão comunal da sonserina, Helena Maeve fazia algumas anotações, enquanto evitava olhar para o seu gato que parecia não ligar para o distanciamento momentâneo da garota. Sua varinha, com a ponta iluminada, mantinha claridade suficiente para que ela terminasse de rascunhar o que parecia ser um mapa dos locais que havia encontrado. Ainda estava muito mal redigido, mas ao menos permitiria a ela refazê-lo com maior perfeição, durante o domingo. Quando estava prestes a terminar, notou seu gato raspando a parede num dos cantos e quando ele miou demoradamente, como se resmungasse com a garota, ela resolveu dar atenção a Dievo. - Fique tranquilo, eu não vou te matar de fome. Já estou terminando. – Mas seu comentário foi seguido de outro miado, que a fez olhar nervosa para o felino. – Mas será possível? – Helena já imaginava que, devido o silêncio da madrugada, alguém já pudesse tê-lo ouvido e por isso não tolerava aquele comportamento de seu animal. Se aproximando dele, viu que ele arranhava um dos tijolos próximo ao rodapé e, iluminando o local com sua varinha, a garota não notou nada de diferente. - O que foi Dievo? – E só quando aproximou a mão de seu gato é que ela sentiu uma leve corrente de ar frio saindo de uma fresta onde seu gato havia arranhado. Como estavam nas masmorras, seria difícil ser uma simples passagem de ar do castelo. - Tem alguma coisa aqui, Dievo. – E ela foi até suas coisas e pegou sua pena, retornando até a passagem mínima de ar para cutuca-la com o objeto. Assim que conseguiu um furo mais profundo, ela notou que sua pena estava endurecendo e, curiosa, puxou-a de volta para olhar o que estava acontecendo. Agora, além da passagem de ar estar um pouco mais forte, fazendo com que o felino deixasse de vez o local, Helena se surpreendia com o fato da ponta de sua pena estar congelada.

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Capítulo 2 Regras Quebradas

Os dias se mantiveram gélidos durante as próximas semanas e Helena não conseguiu fazer novas buscas naquela sala secreta, pois começou a ser vigiada de perto pela monitora mais pegajosa da escola, Lillian Walker Collin. A sextanista deixou bem clara sua aversão por alunos metidos a gênios e deixou explícita sua vontade de enviar Helena Maeve para a detenção. A primeiranista só tinha os intervalos de aulas para fazer algo sem ter os olhos da monitora cravados em seus movimentos e foi num desses momentos, quando ela conversava com Ariel Weasley sobre o que lera no profeta diário, que sentiu vontade de amaldiçoar a aluna veterana. - Eu tenho que achar um meio de me livrar dessa lagarta petulante. – Disse a sonserina, enquanto rumava para os jardins a passos apressados com sua amiga. – E, por favor, Ariel, sem piadas desta vez. Senão eu não conto o que eu descobri. - Ela não me parece tão má. – Disse Ariel, tomando seu suco de abobra por canudo, enquanto olhava na direção de Lillian, que as observava de uma árvore bem distante. – Ela tem até namorado, veja só. – E nesse momento chegava próximo da monitora o namorado, também sextanista, Mattew Haward, e a abraçava com certa ternura. - Ariel, é sério... – E Maeve nem completou o que ia dizer, pois a grifina estava parada, tomando suco, enquanto via Lillian e Mattew se beijarem demoradamente. – Quer prestar atenção! – E a sonserina deu um beliscão em Ariel para que ela saísse do transe. - Ai! – Gritou Ariel, esfregando a mão no braço para conter a dor. – Que mau humor Maeve. Agora eu sei por que está sendo perseguida: Você é uma ameaça ao bem estar desta escola. – E mostrou a língua para a amiga. - Já vi que estou perdendo meu tempo... – Mas a Weasley já havia mudado de expressão e estava puxando a capa de Helena como se aquilo fosse um carinhoso pedido de desculpas. Respirando fundo, a sonserina prosseguiu. – Eu preciso distrair a monitora de alguma forma, só assim vou poder descobrir sobre a câmara próxima da sala secreta. Tenho certeza de que aquela aluna estranha fica lá, só não descobri o motivo ainda. - Coitada da Persephone. Além de ser excluída ainda é tratada como estranha pelos alunos da própria casa... – E Ariel parecia comentar de maneira tranquila, até que encarou sua amiga novamente e notou-a com uma expressão tétrica, podendo imaginar que ela estava próxima de perder a compostura. – Desculpe, continue. – Manteve o sorriso, tentando amenizar a tensão de Helena. - Preciso de novas passagens secretas, desconhecidas por aquela... – E a sonserina evitou falar um palavrão, embora pensasse em algo não muito agradável. – Depois da reconstrução de Hogwarts deve ter existido alguém que as descobriu. Preciso que me ajude a descobri-las ou descobrir se alguém conhece as passagens das masmorras. – E Helena esperou Ariel se pronunciar, pois por mais difícil que fosse para ela pedir ajuda, devido ao seu orgulho titânico, ela sabia que podia confiar em sua amiga.

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- Vou fazer isso por você, porque não quero te ver expulsa de Hogwarts. Já pensou que péssimo seria se isso acontecesse? – E Maeve tentava ignorar os comentários de Ariel, embora ela estivesse falando a verdade. – Tudo bem, me encontre hoje à noite na biblioteca. Mas não precisa convidar esse mau humor não, tá? – E Ariel sabia quando sua amiga ria, mesmo que internamente, se despedindo dela e rumando para se encontrar com Kath e Rose que, certamente, estavam estudando sobre Transfiguração. A grifina deveria estar entre elas, mas não iria negar um pedido de ajuda de sua amiga Helena. Não muito distante dali, no corujal, Peter Weanglyff lia a carta resposta de seu pai em silêncio, enquanto Scorpius Hyperion analisava um pequeno pacote enviado por sua mãe, parecendo não se surpreender com o conteúdo. Havia, também, outros dois alunos quartanistas da corvinal que estavam enviando cartas a seus parentes e, depois de fazê-lo, deixaram o local conversando sobre a primeira partida de Quadribol do ano – ao que parecia, Corvinal versus Grifinória. Peter, que terminara de ler pela segunda vez o conteúdo e guardar a carta num dos bolsos, quebrou o silêncio. - Você ainda me parece preocupado com Thomas, Scorpius. Já o avisei que ele não tentará nada contra você. – Falou enquanto se aproximava do Malfoy, tentando encorajá-lo a ser mais presente entre eles. – Ele tem, sim, um grande rancor contra sua família, mas não é burro. Ele sabe que seu pai é influente e que ele estaria fora do castelo num piscar de olhos se fizer uma besteira. - Eu sei, mas não gosto do jeito dele agir comigo. Mas vamos mudar de assunto... – E seu movimento permitiu Peter ver o conteúdo do pequeno pacote recebido por Scorpius, cujo conteúdo trazia um pequeno frasco triangular armazenando um líquido azul claro e brilhante. – Conseguiu descobrir algo da garota pálida? - Não muito. – Respondeu Peter, contendo sua curiosidade para responder corretamente a pergunta feita por Scorpius. – Ela tem origens irlandesas, mas não se sabe de seus pais ou linhagem. O nome Persephone pode nem ser seu nome verdadeiro, já que ela foi adotada. Sua família de trouxas morreu vítima de seu poder oculto e ela foi acolhida por um reformatório de bruxos até receber sua admissão pela diretora Macgonagall. – E o sonserino ficou um pouco pensativo, até pensar em voz alta. – Mesmo depois de tanto tempo, depois de tudo o que aconteceu, Hogwarts ainda faz péssimas escolhas. - O que quer dizer com isso, Peter? – Indagou Scorpius, sem entender o que o garoto queria dizer, mas Weanglyff apenas fez um gesto com a mão ao mesmo tempo em que discordava dele mesmo, indicando que não era nada. – Acha que devemos segui-la?

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- Não. – Disse com segurança e, de maneira séria, prosseguiu. – Já tem outra pessoa que fará isso por nós e saberemos das consequências disto muito em breve. Observemos, com cautela, tudo o que acontece. Precisamos interagir melhor com os alunos de outras casas para não deixar pontas soltas, se é que elas existem mesmo, e espero que este aluno consiga. – E, pela expressão de Scorpius de assustado, Peter sabia o que ele estava pensando e quase conseguiu rir da situação, acalmando o rapaz. – Calma, eu não pedi para o Thomaz fazer isso. Quem vai nos ajudar nesse intercâmbio será Rony Foster. – E os dois deixaram o corujal, com Scorpius rindo de sua suposição equivocada e Peter acompanhando-o, embora não se esquecesse do que vira com o garoto. “Eu sei que é uma poção que está com você, Scorpius, mas não vou perguntar o motivo de sua mãe ter te enviado. Não é isso que me interessa...”. Enquanto caminhavam pelos corredores entre as estufas, Rony Foster conversava com Kerolenn OliveTree sobre coisas aleatórias. O sonserino teve trabalho para convencer a jovem a fazer aquele percurso, pois alguns alunos ainda viam os sonserinos como alunos problemáticos, que não aceitavam estar na presença de bruxos mestiços ou nascidos trouxas. O rapaz deixava a ravina falar, na maioria do tempo, e o assunto atual era referente aos muitos aromas daquele local, no qual a menina parecia se alegrar com o perfume de crisântemo – nome que até o momento o garoto desconhecia, não fosse pela citação dela sobre a flor que podia ter múltipla coloração. - Eu confesso, não saberia o que é um crisântemo se você não dissesse. – E Rony coçou os cabelos da nuca, parecendo sem jeito, sorrindo envergonhado. – Você é muito boa com aromas, srta OliveTree. Eu dificilmente consigo distinguir aromas discretos como este... – E vendo-a com uma cara curiosa, ele completou como se falasse com a planta. – Sem ofensas ao seu perfume, florzinha. - Não precisa ser tão formal, Rony. Pode me chamar de Kerol. – E o rapaz assentiu, educadamente, permitindo-a prosseguir. – Deveria haver mais sonserinos que gostassem de herbologia. As plantas podem nos ensinar mais coisas do que podemos pensar. – Disse ela com uma voz de quem parecia encantada por abordar aquele assunto. – Entender de aromas e sabores é minha especialidade. Qual é a sua, Rony? – E seus olhos brilharam, aguardando a resposta do rapaz. - Bem... – Ele pensou por alguns segundos. – Acho que nenhuma, sinceramente. – Mas Kerolenn nem pareceu ligar para a primeira resposta, pois seus olhos continuavam brilhando. – Eu acho... – Rony prosseguiu, buscando pensar em algo interessante, já que nunca parara para pensar no que era realmente bom. – Eu gosto muito de voar sabe. Acho que farei parte do time de Quadribol da sonserina. É, é isso. Serei um ótimo artilheiro. - Yei! – Comemorou a garota, deixando o sonserino sem jeito. – Vou torcer pra você marcar muitos gols então. – E ela fez um gesto delicado, como se imitasse um arremesso de goles e um som que parecia indicar que ela voou muito longe.

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- Ahahaha. – Riu Rony, não contendo a surpresa. – Mas eu posso marcar gols contra a Corvinal. Vai torcer mesmo assim? – E esperou curioso pela resposta. - Não. – E a menina pareceu ficar séria. – Nesses dias eu espero que você não jogue... – E ela fez uma pausa, parecendo pensativa. – Mas daí seu time poderia se zangar com você, não é? – E ela mesma respondeu, antes que Rony pudesse, sequer, pensar na resposta. – Sim, eles ficariam muito bravos e poderiam te tirar do time. Mas daí eles perderiam, pois não teriam um bom artilheiro para marcar os gols e iriam reconsiderar sua volta... Hm, mas os sonserinos são orgulhosos e não dariam o braço a torcer. E... – E o garoto tocou sua mão no ombro da menina, indicando que ele estava ali e poderia responder. - Ei, vá com calma. Ahahaha. – Riu, tentando voltar para o assunto o qual ele buscara abordar, mas não havia encontrado brechas. – Fiquei sabendo que a monitora chefe de sua casa fundou um clube de estudos. Poderia me dizer se eu poderia participar do grupo do primeiro ano? – E ele já imaginava que a resposta seria sim, mas aguardou paciente pela confirmação. - Claro, seria ótimo! – Respondeu Keroleen. – Não tem muitos alunos do primeiro ano ainda, talvez por estarmos no início do ano. Mas seria bom que um sonserino participasse, ainda mais um sonserino legal. Você irá se inscrever quando? - Agora, se for possível. – Respondeu prontamente, parecendo muito entusiasmado. – Será muito bom estudar com alunos de outras casas. Irei me esforçar para apagar esse estigma de minha casa. – Terminou sorrindo, parecendo bem amigável. - Ótimo! No caminho eu posso ir falando de outras plantas para você. Quem sabe você não começa a tomar gosto. E Rony assentiu, parecendo concordar com todas as ideias da ravina, embora comemorasse internamente pelo fato de poder estar mais próximo de seus objetivos. No fundo, ele sabia que estava sendo usado no plano de Peter para conseguir informações de outras casas, mas isso era o que menos importava para ele naquele momento. Deixava as estufas satisfeito e ia na direção da passadeira para os andares superiores, tentando responder o melhor que conseguia os assuntos da garota, que parecia animada com tudo, enquanto agora falava sobre as tortas mágicas de sua mãe. Dentro da biblioteca, no quarto andar do castelo, Max Lockhart passeava seus olhos por uma prateleira na sessão oito do local. Buscava um livro sobre poções e, ao encontrá-lo, retirou-o dali e seguiu com ele para uma das mesas onde seu amigo, Frank Shunpike, o aguardava. Os dois ainda precisavam terminar uma extensa tarefa deixada pelo professor Vondervoort, mas pareciam estar obtendo muito êxito. - Você acha que Gerrard vai nos ajudar com o novo esporte? – Perguntou Frank, antes mesmo de Max se sentar à mesa, comentando sobre o pedido dos meninos para a autorização do esporte “Gelada”. – Eu não o vi hoje pela manhã. - Calma Frank. – E Max o tranquilizou, enquanto desejava terminar logo aquela tarefa. – Falamos com ele ontem e acho que ele se mostrou bem favorável ao nosso pedido. Vamos torcer.

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- É eu sei. Só estou ansioso pela resposta. – E o garoto começou a sentir um frio incômodo vindo de próximo dali, fazendo-o esfregar os braços sobre sua capa. – Está frio aqui, não acha. – E Max, sabendo do motivo, disse num sussurro para não chamar nenhuma atenção. - É aquela menina da sonserina. – E antes que Frank se virasse para olhar ele o repreendeu com um puxão na manga de seu uniforme. – Ei, não olhe. Já deve ser difícil para ela ter esse dom e causar tanta aversão. Vamos nos concentrar nos estudos. E Frank concordou, embora se sentisse compelido a dar uma olhada rápida para a direção onde Persephone se encontrava sentada, sozinha, estudando. A jovem de cabelos negros, que pareciam esvoaçar magicamente, usava luvas bem reforçadas que até dificultavam para ela virar as páginas dos livros. De qualquer forma, ela não parecia sentir frio algum e aquilo deveria ser um tipo de medida de precaução. Enquanto Max lia em voz baixa, quase para ele mesmo, as fórmulas pedidas na tarefa do professor de poções, Frank notava uma conversa entre sussurros atrás de uma das estantes a qual eles estavam próximos. - Eu soube que eles estão vindo. – Falou uma voz feminina, talvez de uma terceiranista, parecendo ansiosa. – Devem chegar amanhã, segundo os rumores. - Fiquei sabendo que a diretora Minerva também está bem preocupada. Acho que o assunto é bem grave mesmo. – E dessa vez foi uma voz masculina, também menos infantil, que fez uma breve pausa para depois prosseguir. – Eu vou aproveitar e passar na enfermaria para ver como está a Susan. Cinco dias e nem sinal dela acordar. - Faça isso. Ela ia gostar de saber que você está por perto. – E a jovem pareceu se entristecer e manteve o silêncio, até que se despediu. – Bem, me dê notícias depois. Vou ver se alguém sabe de mais alguma coisa. Mas você sabe o que eu penso: Foi ela... - Eu sei. Mas ela conseguiu convencer a diretoria de que não, então não temos como contestar isso. Bem, até. E os dois se despediram, aparentemente com um abraço, e Frank voltou a prestar atenção no que tinha que fazer, encontrando um Max com um olhar nervoso na direção dele. - Ah, me desculpe Max. – Disse Frank, um tanto sem graça pela situação. – Caramba você já escreveu tudo isso? - Não disfarce. Eu notei que você estava de ouvido atendo em uma conversa. Mas precisamos terminar um metro de pergaminho, então não temos muito tempo pra perder. – Max parecia determinado a terminar logo aquele trabalho e Frank se sentiu um pouco mal por não ter ajudado na pesquisa. - Desculpe Max, vou me esforçar pra te alcançar. – E enquanto começou a escrever com sua pena no pergaminho, ele concluiu. – Mas depois quero conversar sobre o que eu ouvi. Estou um pouco nervoso com essas informações e... Preciso mudar de lugar... – E Frank saiu da cadeira onde estava para dar a volta na mesa, sentando-se do lado de Max, que riu, achando que ele copiaria parte de seu trabalho.

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Enquanto o trânsito de alunos só aumentava na biblioteca, devido ao início dos grandes trabalhos deixados pelos professores, e também da preparação para os N.O.M.s para o bimestre seguinte, Lucy Carter e Wolf Diggory, ambos lufanos primeiranistas, deixavam o local. Depois de algumas horas terminando as tarefas pendentes, a dedicada menina parecia satisfeita em ter ajudado o garoto com as fórmulas básicas de transfiguração. Lucy ouvira de Lola Stark, uma das monitoras auxiliares da lufa, que os primeiranistas deveriam se dedicar mais, já que era deles a pontuação mais baixa. A jovem, então, se esforçava em convencer os alunos que podia a estudarem e terminarem os trabalhos, mesmo que ela tivesse que se desdobrar pra acompanha-los. - Acho que depois desse trabalhão, eu começo a entender os princípios da transfiguração. Obrigado Lucy. – Disse o garoto, um pouco sem jeito, guardando o pergaminho junto a seu material enquanto deixavam o quarto andar. Depois de a garota sorrir como resposta, ele resolveu convidá-la para ir à sala dos troféus, na intenção de tentar saber algo do corredor secreto daquele andar. – Vamos Lucy? Quero que veja os troféus de quadribol que a Lufa venceu nesses últimos dois anos. - Tudo bem. – Respondeu timidamente e seguiu com Diggory até o local. Enquanto passavam pelo corredor da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, eles notaram a professora Dala conversando com o professor de Feitiços. Wolf quis parar para ouvir a conversa por detrás da parede, mas a garota o repreendeu, avisando que eles poderiam nota-lo mesmo que ele estivesse invisível. – Você me convidou para visitar a sala dos troféus e é pra lá que vamos. Wolf concordou, embora a contragosto, querendo saber o que poderiam os professores estarem conversando. Como eles estavam andando um pouco depressa, o garoto nem pode notar a expressão e o tom em que falavam – o que atiçou ainda mais sua curiosidade. Não querendo contestar a menina, os dois chegaram à sala dos troféus. Diferentemente da biblioteca, que àquela hora mais parecia uma estação de trem, o local estava calmo e vazio, mas assim que eles pisaram lá dentro notaram a presença da Dama Cinzenta próxima a uma parede onde um antigo escudo de carvalho servia como adorno de uma pequena placa de zinco. Os dois alunos, aparentemente surpreendidos com a presença do fantasma da Corvinal, se adiantaram até ela, mas a Dama Cinzenta apenas lançou-lhes um olhar enigmático e desapareceu através da parede. - O que será que ela estava olhando? – Perguntou Lucy, curiosa, tentando ler a placa de zinco, notando que as letras estavam gravadas em inglês antigo. – Parece um troféu bem antigo ou alguma homenagem. [Estará ligado à linhagem antiga dos céus para sempre. À vitória sobre os cruéis duendes de Burg Eltz e pela captura de Baobhan Sith] - Achei que essas coisas fossem só lendas. – Comentou Wolf, depois de ler o que estava escrito na placa. – Parece que o mundo é mais mágico do que eu imaginava.

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- Isso é... Incrível! – E o lufano quase levou um susto com a espontaneidade da garota e sorriu em seguida, encabulado. Depois dela também ficar um pouco tímida, ela riu, sem graça, e deu de ombros nele, dizendo: - Ah, vamos lá! Você também não achou o máximo? - Achei. – Respondeu o garoto de forma educada, aparentando nem se recordar do seu interesse na conversa dos professores, momentos atrás. – Mas parece claro que isto está ligado a Corvinal. Deve ser uma placa de gratidão ou algo desse tipo. - Acho a Dama Cinzenta muito enigmática. Acho que vou levar todos os anos que estiver em Hogwarts pra tentar entende-la. – E ela parou de falar por um tempo, fazendo uma expressão que fez Diggory já adivinhar o que se passava na mente da garota. – Quero voltar à biblioteca para saber sobre estes nomes e feitos. Quem sabe descubramos alguma coisa. Vamos? E sabendo exatamente o que a menina diria, ele respirou fundo e tentou fazer a expressão mais animada possível, respondendo: - Claro, porque não. – E em sua mente pensavam em maneiras educadas de dizer “não” de maneira educada, para caso outras situações como esta se repetissem. Assim que saíram da sala dos troféus e seguiram para a passadeira, não encontraram a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas aberta e tampouco parecia que havia alguém lá. Wolf Diggory teria de se contentar em achar que aquela conversa não era nada de mais. O vento gélido pareceu se intensificar lá fora, mas nada que pudesse tirar o humor de John Corvins ao contemplar, mais uma vez, o Salgueiro Lutador. A árvore ainda apresentava marcas da batalha contra o lorde das trevas, Voldemort, e em seus rascunhos imprecisos o ravino buscava fazer um registro de como ele se encontrava no atual momento e, de maneira imaginativa, de como ele deveria ser em seus tempos áureos. John já não se preocupava tanto com o esporte que desejava inserir na escola, já que Frank Shunpike parecia até mais empenhado que ele neste propósito. Assim, sobrava-lhe tempo para buscar outros objetivos – os quais ele já havia traçado, até mesmo antes de pisar no castelo. Um deles era conseguir acesso à passagem sob a árvore e, para isso, precisava que a árvore recuperasse seu vigor e reflexos, abandonando aquela postura retraída que a descaracterizava totalmente. Não querendo arriscar sua integridade, John havia trazido algumas bolas de couro pequenas e usava-as para arremessar na direção da árvore, recolhendo-as posteriormente com o feitiço Carpe Retractum. O exercício ajudava ambos, pois quando a árvore conseguia rebater a bola, o ravino precisava ser muito preciso com o feitiço para atingi-la no ar com o feitiço, antes que ela alcançasse uma distância grande demais para valer a pena busca-la. E foi numa dessas situações, onde ele usou precisamente o feitiço para impedir que a bola voasse para longe que ouviu uma foz suave e delicada às suas costas, aparentemente familiar. - Bela execução. – E quando o garoto se virou percebeu que era Pamela, a mais nova monitora auxiliar da história de Hogwarts. – Dala vai ficar orgulhosa do seu desempenho. – E ela batia palmas de maneira bem delicada e gentil, sorrindo para o garoto, enquanto caminhava para próximo dele.

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- Isso é... Incrível! – E o lufano quase levou um susto com a espontaneidade da garota e sorriu em seguida, encabulado. Depois dela também ficar um pouco tímida, ela riu, sem graça, e deu de ombros nele, dizendo: - Ah, vamos lá! Você também não achou o máximo? - Achei. – Respondeu o garoto de forma educada, aparentando nem se recordar do seu interesse na conversa dos professores, momentos atrás. – Mas parece claro que isto está ligado a Corvinal. Deve ser uma placa de gratidão ou algo desse tipo. - Acho a Dama Cinzenta muito enigmática. Acho que vou levar todos os anos que estiver em Hogwarts pra tentar entende-la. – E ela parou de falar por um tempo, fazendo uma expressão que fez Diggory já adivinhar o que se passava na mente da garota. – Quero voltar à biblioteca para saber sobre estes nomes e feitos. Quem sabe descubramos alguma coisa. Vamos? E sabendo exatamente o que a menina diria, ele respirou fundo e tentou fazer a expressão mais animada possível, respondendo: - Claro, porque não. – E em sua mente pensavam em maneiras educadas de dizer “não” de maneira educada, para caso outras situações como esta se repetissem. Assim que saíram da sala dos troféus e seguiram para a passadeira, não encontraram a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas aberta e tampouco parecia que havia alguém lá. Wolf Diggory teria de se contentar em achar que aquela conversa não era nada de mais. O vento gélido pareceu se intensificar lá fora, mas nada que pudesse tirar o humor de John Corvins ao contemplar, mais uma vez, o Salgueiro Lutador. A árvore ainda apresentava marcas da batalha contra o lorde das trevas, Voldemort, e em seus rascunhos imprecisos o ravino buscava fazer um registro de como ele se encontrava no atual momento e, de maneira imaginativa, de como ele deveria ser em seus tempos áureos. John já não se preocupava tanto com o esporte que desejava inserir na escola, já que Frank Shunpike parecia até mais empenhado que ele neste propósito. Assim, sobrava-lhe tempo para buscar outros objetivos – os quais ele já havia traçado, até mesmo antes de pisar no castelo. Um deles era conseguir acesso à passagem sob a árvore e, para isso, precisava que a árvore recuperasse seu vigor e reflexos, abandonando aquela postura retraída que a descaracterizava totalmente. Não querendo arriscar sua integridade, John havia trazido algumas bolas de couro pequenas e usava-as para arremessar na direção da árvore, recolhendo-as posteriormente com o feitiço Carpe Retractum. O exercício ajudava ambos, pois quando a árvore conseguia rebater a bola, o ravino precisava ser muito preciso com o feitiço para atingi-la no ar com o feitiço, antes que ela alcançasse uma distância grande demais para valer a pena busca-la. E foi numa dessas situações, onde ele usou precisamente o feitiço para impedir que a bola voasse para longe que ouviu uma foz suave e delicada às suas costas, aparentemente familiar. - Bela execução. – E quando o garoto se virou percebeu que era Pamela, a mais nova monitora auxiliar da história de Hogwarts. – Dala vai ficar orgulhosa do seu desempenho. – E ela batia palmas de maneira bem delicada e gentil, sorrindo para o garoto, enquanto caminhava para próximo dele.

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- Ah, obrigado. Na verdade eu não sabia que estava sendo observado. – E John queria dizer que não queria estar sendo observado, mas não era de índole ser mal-educado. Ao menos não grosseiro. – Vigiando alunos problemáticos? – E a pergunta saiu de maneira descontraída, para dar tempo de ele pensar em algo mais interessante para conversar com a garota. - Não me preocupo tanto com isso como a Corinë. – E o sorriso dela era algo realmente cativante. – Quero apenas saber se os primeiranistas estão bem e aproveitando a estadia no castelo. Ao que parece não preciso me preocupar com você. Estou certa? A pergunta pegou o ravino de surpresa, pois John só possuía um “sim” em mente e isso lhe desagradava por demais. Inventivo e de pensamento dinâmico, gostava de antecipar as conversas, além de conduzi-la de maneira quase sistêmica, mantendo o controle. – Está certa. – Ele disse, fazendo as palavras saírem num tom tão neutro e baixo que o vento quase impediu a menina de ouvir. Porém, aproveitando que a situação já tinha ido por um caminho que ele não esperava, John resolveu saber um pouco mais sobre algo que lhe chamou a atenção assim que soube, logo quando foi selecionado pelo Chapéu Seletor. – Pamela, você pode me contar sobre o Desafio do Basilísco? Então, depois de se sentarem sobre a grama, ela começou a falar sobre a competição que encerrava o primeiro semestre. Os professores se reuniam e criavam desafios para os alunos do primeiro ano, como forma de prepara-los para os desafios futuros. Todo ano os locais e as provas mudavam, para que ninguém soubesse de nada antecipadamente, embora Pamela contasse que alguns veteranos buscavam todo o tipo de informação que conseguiam para tentar auxiliar os novatos de suas casas, pois o vencedor contribuía com muitos pontos para a Copa das Casas. Quando John questionou qual foi a prova mais difícil para a garota, ela respondeu que foi descobrir uma combinação de doze símbolos para abrir uma caixa de pedra, antes dos demais, e levar o conteúdo até o círculo de pedras. O garoto pareceu estranhar a resposta, não imaginando tanta dificuldade naquela tarefa, a menos que fossem símbolos realmente difíceis, então questionou sobre o conteúdo e notou que Pamela estremeceu, parecendo não gostar da lembrança. Porém, ela riu em seguida, avisando que havia dentro da caixa de pedra de cada finalista algo do qual ela tivesse muita aversão – no caso dela era um imenso nojo de sapos. Além disto, ela tinha que leva-lo na mão, sem o uso de qualquer feitiço e no final ainda precisou dar um beijo no bicho. - Eca. – Disse ela por fim e riu em seguida, estremecendo novamente. – E ele nem ao menos virou um príncipe para amenizar minha agonia. – E os dois riram, continuando a conversa sobre coisas comuns, até que o relógio anunciou o fim do intervalo e ambos seguiram para suas respectivas aulas. Enquanto as engrenagens se moviam, barulhentas, na torre do relógio, Tomas Lestrange estudava um livro de artefatos mágicos, muito antigo, cujas páginas estavam carcomidas pelo tempo. Já não conseguia ter paciência para as estratégias de Peter Weanglyff, tampouco aplacar sua condescendência para com os Potter e Malfoy. Porém, ele não faria nenhuma besteira a ponto de poder ser expulso – ou coisa pior. Ele precisava evoluir. Precisava aprender o quanto possível e se manter tranquilo para não levantar suspeitas.

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Seu gênio forte certamente o impediria de cultivar amizades, por isso o termo “aliados” era o que mais o permitia se aproximar de alguém. Com exceção de Scorpius, os demais pareciam seguir seu pensamento, cada qual em sua função, e isso era uma das poucas coisas que o tranquilizava. Depois de fechar o livro e meditar um pouco. Thomas foi até seu caderno-pergaminho e rascunhou algumas coisas, procurando olhar para as engrenagens sobre sua cabeça. Ele se moveu para mais próximo delas, parecendo imaginar o combate que ocorrera ali, dezenove anos atrás. Em seguida, ele imaginava seu confronto fictício contra Harry Potter ali, visualizando a morte lenta do homem que havia arruinado sua família. Thomas sorriu ao final da visão e fez outras anotações sobre o local – À distância em passos, os locais para melhor movimentação, altura, provável peso das engrenagens, quantidade de peças, o que conseguiu antes de rumar para a sala de aula. Como aluno do primeiro ano, ele deveria ter paciência até adquirir o “real” conhecimento que ele tanto almejava. No caminho para a aula de Feitiços, Thomas notou uma movimentação grande de alunos na direção do salão principal e não demorou muito para ele ser abordado por Danien, monitor auxiliar de sua casa. O garoto ainda não havia tido o desprazer de conversar com o popular quintanista e fez sua melhor expressão de “poucos amigos” ante sua aproximação. - Devemos todos ir ao salão principal. Acertei? – Adiantou-se Thomas, antes que o veterano se pronunciasse, deixando um sorriso falso escapar pelo canto dos lábios. - Sim. A diretora fará um pronunciamento e precisa que todos estejam presentes. – Disse ele de forma educada, se posicionando próximo do primeiranista de forma a não barrar a passagem dos demais alunos na escadaria, que desciam aos montes. – E espero que você não se junte aos alunos em detenção que se recusaram a ouvir o que Minerva Ross McGonagall tem a dizer. - Isso agora virou uma ditadura? – Retrucou o menino com desdém, se adiantando à fila de gente que descia na direção do local, alguns até um pouco rápido demais. E ele não pareceu querer escutar a resposta de Danien, que parecia não se abalar com nada, mantendo sua postura como uma fortaleza. Thomas pareceu desgostar do monitor ainda mais quando algumas garotas passaram aos suspiros próximos dele, fazendo o garoto se adiantar mais á frente para escapar àqueles comentários “doces demais” para ele. Quando todos conseguiram achar um lugar para se acomodar no salão principal, em suas respectivas mesas comunais, a diretora Minerva ergueu uma das mãos para cessar o burburinho que preenchia o local. Eram muitas as especulações sobre aquele pronunciamento e a maioria apontava para a matéria divulgada no Profeta Diário. Neville Longbottom, o vice-diretor, se mantinha ao seu lado, e os demais professores tomavam suas posições nas duas mesas mais ao fundo. Minerva mantinha o suspense, conversando aos sussurros com Neville como se quisesse ter certeza de ter escolhido as melhores palavras. O professor, por sua vez, tocou-a nos ombros, como um sinal de apoio e ela pareceu mais confiante para começar o pronunciamento. Fazendo, novamente, o sinal para que o cochicho cessasse, em definitivo, ela levou sua varinha até a altura dos lábios para que sua voz chegasse a todos os presentes no salão.

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- Alunos de Hogwarts. Professores. É com muito pesar que eu venha confirmar os fatos relatados no Profeta Diário. – E diante de novos comentários que começavam a voar das mesas, ela manteve o gesto, desejando que os alunos fossem mais respeitosos. Os monitores entraram em ação nesse momento e depois de uma chamada rápida de atenção por parte deles, a diretora pode prosseguir. – Daqui a alguns dias, receberemos alguns alunos da Durmstrang em nosso castelo e eles ficarão em uma área separada no quinto andar, não interferindo na rotina de suas casas comunais. Minerva seguiu o pronunciamento, pedindo calma para os alunos que questionavam sobre o assunto. Muitos queriam saber sobre os responsáveis pelo incêndio e esse era ainda um caso sem resposta. Ao que parecia, alguns alunos já possuíam contatos e informações privilegiadas a cerca do envio de aurores para vigiarem os arredores de Hogwarts e, quando este assunto entrou em voga, houve um rebuliço nas mesas devido à situação poder ser mais preocupante do que muitos imaginavam. Neville tinha um papel importante quando os ânimos estavam exaltados e a presença do professor, quando ele se deslocava para as mesas pedindo calma e respondendo algumas perguntas, que podiam ser respondidas por ele, mantinha o ambiente mais controlado. Todas as ideias sobre um novo lorde das trevas foram refutadas, pois, ao que parecia – ou que se tinham as provas mais contundentes – o ataque era obra de um grupo, que também não remetia a nenhum comensal da morte e nem nenhum bruxo ligado a eles, de alguma forma. Essa ausência de provas mais concretas era o que gerava aquele ambiente de tensão, pois se tratava de algo totalmente novo para o mundo bruxo – ao menos o atual. A paz estava prestes a ser afetada depois de tantos anos. Com o fim da reunião no salão, todos foram voltando a suas rotinas como estudantes e alguns eram repreendidos por seus monitores para que não aproveitassem aquela brecha para matar aula. Claro que sempre havia estudantes que escapavam da vigilância deles, mas também havia aqueles que davam um jeito de relatá-los, só pelo prazer de vê-los na detenção. A noite chegara depressa, junto com tantas especulações que surgiam nos corredores e nas casas comunais. O frio era um mero detalhe, imperceptível diante de tanto alvoroço. Porém, a biblioteca parecia ser o único local que mantinha certo silêncio, preenchido apenas com cochichos e o som de páginas sendo viradas. Numa das mesas estava o setimanista Teddy Lupin, divertindo Ariel com uma de suas histórias engraçadas. A primeiranista fazia um esforço tremendo para não rir alto, o que poderia desagradar a bibliotecária, mas a tarefa não era nada fácil. Já fazia tempo que os dois estavam ali sentados, fingindo folhear alguns livros pegos aleatoriamente. O veterano teve até que se explicar para sua namorada, Victoire Weasley, que se atrasaria para o último encontro amoroso do dia, tudo para atender a um pedido da primeiranista.

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Quando, finalmente, Helena Maeve adentrou o local e foi na direção deles, Ariel fez um gesto espaçoso, como se a criticasse pela demora da garota de forma divertida. Porém, a sonserina pareceu desconfortável com a presença do grifino veterano ali e pensou em dar meia volta e fingir que não os viu ali, mas era tarde demais. Procurando não aparentar nenhuma aversão, Helena sentou-se a mesa com eles, não deixando de lançar um olhar de reprovação para sua amiga. Depois das apresentações, não muito amistosas, Teddy resolveu ir direto ao assunto, pois não tinha intenção de estender aquele clima desconfortável por mais tempo. Afrouxando mais a sua gravata da Grifinória, ele se pronunciou para a sonserina: - Bem, o que você pretende é arriscado até mesmo para mim. Lillian Collin é uma monitora astuta e uma bruxa muito eficiente. Mais do que driblá-la e conhecer novas passagens secretas nas masmorras, você vai precisar ter muita sorte. Qualquer vacilo seu e será expulsa de Hogwarts, sem direito a uma segunda chance. E Helena assentiu, parecendo conhecer os riscos e deixando um pouco de lado o fato de se achar melhor do que a maioria dos bruxos. Teddy tinha razão quando falava das capacidades de Lillian, que pareciam ser mesmo formidáveis, embora ela se mantesse soturna e longe de problemas, mantendo uma postura exemplar como monitora. - Sobre as passagens das masmorras... – Continuou Teddy. – Você só as conhecerá com duas pessoas: Uma delas você já deve ter visto. Sim, a aluna Persephone. – E ele deixou que a sonserina ponderasse sobre a possibilidade de conseguir alguma informação dela, parecendo ser esta uma tarefa quase impossível. Depois o veterano da Grifinória prosseguiu. – A segunda se encontra nesta biblioteca e se chama Helena Prings. Sim, a bibliotecária. – E tanto Helena quanto Ariel se viram surpresas pela revelação. Teddy, sorrindo, advertiu. – Mas você deve esperar o melhor momento para perguntar a ela, pois ela prefere a discrição. Porém, prepare o bolso, pois ela vai tentar arrancar-lhe muitos galeões. – E depois de rir um pouco, num tom bem baixo, ele concluiu. – Mas não há informação mais confiável neste castelo. Posso garantir. “Suborno. Extorsão de alunos por informações”. Pensou Maeve, virando-se para traz e vendo a bibliotecária tomando seu chá, lendo um jornal que flutuava a sua frente. A senhora, com seus mais de quarenta anos, pareceu nota-la pelo canto dos olhos e a sonserina teve a impressão de vê-la “sorrir com os olhos”. - Ah, quase me esqueci... – E Teddy tirou a menina do transe, fazendo-a voltar sua atenção para ele. – Já tentaram relatar esse “comportamento” dela para a diretora e, bem... O aluno acabou sendo expulso e ela ainda está ali, parecendo ser a funcionária mais idônea do castelo. Portanto, não abuse da sorte. Por mais que ela cobre caro, suas informações são precisas. Agora, a última ressalva: Ela jamais revelará nada sobre uma pessoa. Insistir nisto vai causar o desagrado dela e eu não aconselho ninguém a querer isso. E Teddy se levantou de maneira educada e sorriu para as duas primeiranistas, deixando-as a sós para correr para os braços de Victoire, que deveria estar a sua espera já há um bom tempo. Maeve ainda parecia incrédula com todas aquelas informações.

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“Todo esse tempo... E eu só precisava de ouro”. E ela divagava, enquanto buscava olhar novamente para a bibliotecária, que agora falava com um aluno da corvinal que parecia estar entregando alguns livros. Então, quando Helena Prings levitou o pesado livro de registros atrás dela para dar baixa na entrega, a sonserina pareceu notar que ravino deixava uma pequena bolsinha de veludo sobre os livros. - Mas será possível? – Ariel imitou Helena, como se lesse seus pensamentos. Em seguida, riu da cara que sua amiga fazia enquanto olhava para ela, saindo de seus devaneios. – Relaxa Maeve, eu não vou contar nada disso pra ninguém. Mas acho que vou perguntar para Prings a fórmula para vencer o mau humor épico. É uma questão de urgência. – E ela se levantou como se fosse realmente fazê-lo, mas a sonserina se levantou para barrar sua passagem. Foi então que a bibliotecária usou sua varinha para apagar algumas velas, indicando que fecharia o local devido ao horário. – Ah, que pena. – Brincou Ariel, ajeitando os livros para sair da biblioteca junto de sua amiga. Depois do toque de recolher, o castelo, com exceção das casas comunais, permanecia em um silêncio tumular. Ruídos se transformavam em estrondos nos salões e corredores, o que facilitava para o zelador identificar onde estavam os alunos problemáticos ou os casais mais ousados. Os monitores também tinham uma última ronda, antes da meia noite, até eles se certificarem que todos estavam de voltas às suas casas comunais. No corredor do terceiro andar, enquanto a luz da lua atravessava os vitrais em losango das janelas, o que dava um aspecto lúgubre ao local, passos silenciosos eram dados na direção da sala dos troféus. Wolf Diggory quase não respirava, mantendo-se colado à parede, até que finalmente chegou à porta do local. “Droga. Está trancada”. Desanimou o garoto, já preparando sua varinha para praticar o feitiço de abrir fechaduras que aprendera há alguns dias atrás. E, enquanto buscava se lembrar dos movimentos e da sincronia com as palavras, alguém pareceu chamar sua atenção na dobra do corredor. - Psiu. – E o coração de Wolf foi parar na boca, imaginando ser um monitor. Quando ele se virou, trêmulo, percebeu que era Lucy Carter, que aparentemente tinha-o seguido até ali. – O que pensa que está fazendo? – Sussurrou ela, enquanto vinha na ponta dos pés em sua direção. Sentindo a adrenalina passar, o lufano respirou fundo sem responder a pergunta e fez um movimento agudo, suave, na direção da maçaneta com sua varinha, ao mesmo tempo em que girava o pulso devagar, pronunciando: - Alohomora. Depois da porta se destrancar e abrir, Wolf fez um gesto para a menina vir logo até ele e, em seguida, iluminou a ponta de sua varinha, pedindo que ela fizesse o mesmo. - Achei que fôssemos primeiro descobrir mais sobre o que isso significa. – Sussurrou a menina, parecendo um pouco frustrada de o lufano tentar descobrir as coisas sozinho.

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- Eu senti que não deveria te envolver nisso. – Falou ele bem baixo. – Acho que a Dama Cinzenta parecia estar dando um sinal e não contemplando a placa como achávamos. – E ele conduziu a garota até o grande escudo, novamente, tentando achar algo de estranho naquele local. Foi então que os dois ouviram um ruído e deram um salto de susto, tendo Wolf que acalmar a garota que quase gritou. – Deve ser alguém vindo pelo corredor. Vamos nos esconder atrás daquela armadura e apagar nossas varinhas. E os passos foram se aproximando lentamente, até que pararam na entrada do local. Lucy tremia agachada próxima de Wolf, que tentava mantê-la calma, embora ele mesmo suasse frio. Os passos adentraram a sala dos troféus, calmos e tranquilos e em seguida cessaram novamente, como se esperassem que algo se movesse ou fizesse algum ruído. De repente, os primeiranistas ouviram a voz de uma garota veterana sibilar: - Lumos Maxima. E o local inteiro foi inundado por uma luz mágica, que partia da varinha da aluna. Não havia escapatória e Wolf fez um sinal sério para Lucy, para que ela permanecesse quieta ali, atrás da armadura. Em seguida, ele deixou o esconderijo, desejando ficar diante de um monitor da Lufa-Lufa, já esperando receber o sermão. Mas, para o seu completo azar, viu uma garota de cabelos loiros com mechas esverdeadas, sorrindo de uma maneira sombria, enquanto o encarava com seus olhos verdes penetrantes. Era Lillian Collin. - Ora ora. Esperava um aluno da Grifinória ou da Corvinal. Não posso dizer que não estou surpresa. – E ela começou a caminhar para próximo de Wolf, a varinha já preparada para repelir qualquer ameaça que ele imaginasse lançar contra ela, já que tinha a varinha em mãos, mas abaixada. – É realmente uma pena. Se ao menos os alunos tivesse um mínimo de inteligência para se comportar. Tsc tsc. Wolf fechava os olhos, já imaginando ser visto como um aluno problema, fazendo sua casa perder mais pontos e ainda ganhar o descrédito dos professores. A monitora parecia tentar intimidá-lo ou até força-lo a uma atitude precipitada, mas o lufano sabia o momento de ser prudente, ainda mais por Lucy ainda não ter sido descoberta. Foi então que eles ouviram a aproximação de outra pessoa e Lillian pareceu perder o sorriso, pois teria de findar sua tortura psicológica, parecendo desejar que fosse alguém da casa de Salazar a aparecer ali. Porém, para o espanto dela e de Wolf, que já se imaginava sendo humilhado por mais de um monitor, viu surgir sob o batente da porta dupla a monitora chefe de sua casa, Aline Von Lichtenstein. - Ele infringiu as regras, Aline. – E o sorriso de Lillian sumiu, crispando os lábios e semicerrando os olhos na direção da menina de belos cabelos negros, que avançava com elegância para dentro da sala, já com a varinha em mãos. – Você não pode livrá-lo desta. - Posso e vou. – Disse ela num tom calmo, mas desafiador. – É a primeira infração dele e, pelo visto, ele não causou mal algum. Nem ele e nem a garota que está com ele. – E Lillian pareceu ficar ainda mais furiosa, olhando para os lados e notando, agora, a lufana que saía tímida de traz da armadura, indo na direção da armadura. – Falo com vocês amanhã, queridos.

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E Wolf puxou Lucy para fora da sala, mas ao sair ele ouviu um zunido rápido e um brilho branco-esverdeado que clareou todo local por breves instantes. Lillian havia atacado Aline com um feitiço, mas ela conseguiu bloquear com eficácia. - Eu vou adorar te derrubar, sua insolente. – Disse a sonserina. - Estou pagando para ver. – E dessa vez foi Aline que se preparou para o contra-ataque.

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