redação científica

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  8 TÉC\/Cl DE REDAÇ.,[Q ti) A art e literária - fu  ção poética Encontramos a função poética da linguagem qua ndo a in - t enção do a utor de u m tex to é extra ir da l i nguagem a s suas n~t~ossÜ?i1i.çIªçI~Le.~pressi\'as, jogar com as potenciali- dades latentes nas palavras e criar combinações novas c origi- na is. Essa elaboração pro v oca no le it or um a esp écie d e expe- riênc ia es tética..prazcfQsa, dcesrranhamento.agradáxel.nn.seja, Chilll lª a a tenç Q_par- organização e estruturacào r i o jexro , mais que p ara a informação, o apelo ou a confissão. Dizem os, então, que o texto é opaco. em oposi ção à trans- parên cia do t exto i nformat ivo, pois chama a atenção para si mes mo, p ara sua elaboraç~1QJ~~peciaLe i~H~rlciQ.I:lJl:. \ essesa - sos, t emos a ar t e que ut iliza a linguagem \ C r D 2 1  a palavra, como materiaL5t~.criação: a lit eratura,._ o FI\ I D .\S UJ S.\S ;  FECHIDO O C  N L \  . · t ()f)EOY r: ru a deiBuhia. Fec hado par a sempre.  Y r lO é possiv l. niinl ia mo cidaile fecha C O Ill e l e 111 1 P OII CO, N r I  ) amadurec i aind a bast ante  }(II Y , aceitar a mort e das coisas que minh as co isas sà », sendo de  ,,;; '~ I/, e at é aplaudi-las, If / W I l L  O fo r o caso, (Amadurecerei UII/ dia ) A lI O ace ito. p orenquanto, o cin ema ( ;/,;;-io. mai o r. II/{I i s americano, mais isso-e- quilo. Qu ero é o derrotad o Cin ema Odeon, o miúdo, fora-de-moda CinemaOilecn. A esp ra n a sala d e espe ra. A i natiné com Buck Jones. tombos, riras. tramas. A prim e ira sessão e a segunda sessãoda n oite . A divina orquestra, mesmo n ã o div in a, costumeira. O jornal da Fox. wntu » . S, H art. As meninas-de-famil ia na p latéia.  ;  

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  • 68 TC\/Cl DE REDA.,[Q

    ti) A arte literria - fu 11o potica

    Encontramos a funo potica da linguagem quando a in-teno do autor de um texto extrair da linguagem as suasn~t~oss?i1i.II~Le.~pressi\'as, jogar com as potenciali-dades latentes nas palavras e criar combinaes novas c origi-nais. Essa elaborao provoca no leitor uma espcie de expe-rincia esttica..prazcfQsa, dcesrranhamento.agradxel.nn.seja,Chillll a aten!Q_par~- organizao e estruturaco riojexro,mais que para a informao, o apelo ou a confisso.

    Dizemos, ento, que o texto opaco. em oposio trans-parncia do texto informativo, pois chama a ateno para simesmo, para sua elabora~1QJ~~peciaLe i~H~rlciQ.I:lJl:."\"essesca-sos, temos a arte que utiliza a linguagem \CrD21. a palavra, comomateriaL5t~.criao:a literatura,._

    o FI\I D.\S UJ!S.\S

    ; !

    FECHIDO O C!NL\!.t ()f)EOY r: rua deiBuhia.Fechado para sempre.'YrlO possivel. niinlia mocidailefecha COIll ele 11111POIICO,NrI!) amadureci ainda bastante!}(IIY, aceitar a morte das coisasque minhas coisas s, sendo de ",,;;'~!I/,e at aplaudi-las, If/WIlL!O for o caso,(Amadurecerei UII/ dia")AlIO aceito. por enquanto, o cinema (;/,;;-io.maior. II/{Iis americano, mais isso-e-cquilo.Quero o derrotado Cinema Odeon,o mido, fora-de-moda Cinema Oilecn.A espera na sala de espera. A inatincom Buck Jones. tombos, riras. tramas.A primeira sesso e a segunda sesso da noite.A divina orquestra, mesmo no divina,costumeira. Ojornal da Fox. wntu. S, Hart.As meninas-de-familia na platia.

    ! ; . j.,,

    ----I

    IIi

  • DECISES PREU\/lNARES SOBRE O TEXTO A PRODUZIR

    A impossivel (sonhada) bolinao,pobre stira em potencial.Exijo em nome da lei oufora da leique se reabram as portas e volte o passadomusical, waldeniarpissilndico, sublime agoraque para sempre submerge em funeral de sombrasneste primeiro lutulento de janeirode 1928.

    Carlos Drummond de Andradc _.Boitcntpo

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    o poema de Drumrnond exemplifica essa opo pela es-crita de forma especial: a disposio das frases 110 papel, a as-sociao entre as idias, a escolha das palavras, a elaboraooriginal e nica para a expresso ele uma interpretao sobreos fenmenos do mundo. Quando citamos um poema no po-demos resumi-lo, altr-lo ou transform-to. como fazemoscom um texto de jornal, por exemplo. A cstruturuco do texto to importante que qualquer substituio cUl1:;lit:.:iria L:::1:lagresso autoria do poeta. Nos versos 'FECI/:JDO'O CI-NEMA ODEON, na rua do Babia.Pcchado para sempre .". ojogo de palavras intencional e no pode ser modificado semque se modifique o efeito dessa escolha sobre a interpretaodo poema como um todo.

    O relato da experincia pessoal, apresentado (")1110 umanarrativa no poema, demonstra como as funes se sobrepem,so simultneas. O poema prioritariarncntc uma elaboraoespecial da linguagem, mas tambm, ao mesmo tempo, expres-so do EU e informao sobre fatos e acontecimentos.

    Assim, o poema plurissignificativo, polissrnico, j quepermite vrias formas de leitura, e abre caminho para que osleitores empreendam uma reflexo que pode desdobrar-se emvrias camadas: lrica, crtica social, crtica da cultura, depoi-mento social de costumes de uma poca, crtica poltica, anli-se psicolgica ...

    No exemplo, voc pode observar muitas das caractersti-cas da literatura que constituem meios para a elaborao espe-cial da linguagem:

  • 70 TCNICA DE REDAO

    Ritmo Repetio de palavras Repetio de sons Repetio de idias Jogos de palavras Ironias, duplo sentido, humor Criao de novos vocbulos (neologismos) Frases nominais Estrutura sinttica predominantemente justaposta Uso da primeira pessoa do singular

    A literatura assume, por sua vez, diversas formas e dife-rentes objetivos. A prosa e o verso se desdobram em outrasespcies literrias. O romance, o conto, o teatro, a poesia nar-rativa pica so feies diferentes para um mesmo fenmeno:a arte da palavra. E cada uma dessas formas tem subgncros.Por exemplo, o romance pode ser: histrico, de amor, de costu-mes, policial, de terror, de guerra, de humor. ..

    Nosso objetivo principal neste livro no o estudo da lite-ratura, entretanto, () conhecimento da natureza do texto artsti-co imprescindvel para que se compreenda como funcionamos textos no-literrios. A leitura freqente de textos literrios.: t~W;b'211lmuito importante na formao de uma pessoa, por-que a obra de arte oferece interpretaes do mundo que cstimu-lam ~lreflexo c o conhecimento. Alm de proporcionar cxpc-rinria esttica, o convvio com a literatura constitui um cxcr-cicio privilegiado de habilidades cognitivasc ele familiaridadecom as estruturas e possibilidades da lngua escrita.

    e) Funo referencial

    Quando a Ingua. usada p~lra~e.sc.rtte4.de.fi.Q.s..E..2.!}cei-tu~r. informar, dizemos que se evidencia a funo rcfercncial,pois se rcfr pfiiiirdialmente a uma noo ou fenmeno.

    O exemplo a seguir um caso em que a funo rcfcrenciall: preponderante:

  • DEClS(JES PREU\tINARES SOBRE O TEXTO ,I PRODUZIR 71

    O CINEMA

    o cinema nasce mudo e CIIl preto-c-branco. Os primerosfil-ines so rudimentares, de curta durao (U/11 011 dois minutos),que mostram cenas do cotidiano captadas ao ar livre por 1lI1l0cmara [ixa. A primeira exibio pblica de um [ilme. A chegadado trem estao de Ciorat, realizada em 20 de dezembro de/895. ('/11 Paris, pelos innos Auguste (!86J-/ 954) e l.ouis Lumic-rc (l864-/948j. Os doisjrancescs haviam criado o cil/emo!gra,JfJ, aparelho capa: de exibir imagens em movimento. e selo consi-dcrados os inventores do cinema.

    ofrancs Georgcs ,\klie;s (/86/-/(38) Cjl/(' introdu: afie-'iio no cinemo usando recursos COI/lO cenrios cfigurinos. atri-buida a ele a rcalizuo dos primeirosfilmes C/II cores. em excm-pio di! sua ficn colorida (;Viagem ij LUJ III.)Ol). O ;!J"ill/dc' avan-(D. porm, (; ("'!!I/ o nortc-umericano Duvi! War): (jrif/ilh (/875-!9'/.\1. Ele cri" () corte (' a tnontugcnt, o (/1/(' /'('l"Il!ilc' contar a("l)csnarulclas intercalando' IIS i11I(/:..'.L'IlS, Tanilwnt il/III'(; co c/eslocar aCII!l!1"iI parajitmor doses. Suas inovues ('.\ti;o rcuni.la-: ('11I O nas-cimento de LI!11J nao (/1.)05), [ilni sobre a Gucrr.: da S,'resse/()nortc-americanu (/86/-/865) q:u: surpreende I/a ,'(:rica pela IOIi-v dU;'U"(/O: mais ele duas horas .

    .\"asddo n: Frana, o cinema logo Se' ,1,'SCIIIU{'c'II()\ ru,,/. {I,i (;:1(' se ("OIlCC'J:[I"U a /JI"IJdll\"