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REGRAS PARA CONSTRU˙ˆO E CLASSIFICA˙AO DE EMBARCA˙OES DE A˙O QUE OPERAM NA NAVEGA˙ˆO INTERIOR 2001 BUREAU COLOMBO BRASIL Av. Presidente Vargas, 446 - Grupo 1203 / Centro - CEP.: 20085-900 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Telefones: (0xx21) 2233-7428 - 2516-1965 Fax. : (0xx21) 2518-2086 E-mail: [email protected] Home page: http://www.bcolombo.com.br

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REGRAS PARA CONSTRUÇÃO ECLASSIFICAÇAO DE EMBARCAÇOES DE AÇOQUE OPERAM NA NAVEGAÇÃO INTERIOR

2001

BUREAU COLOMBO BRASIL

Av. Presidente Vargas, 446 - Grupo 1203 / Centro - CEP.: 20085-900 - Rio de Janeiro - RJ - BrasilTelefones: (0xx21) 2233-7428 - 2516-1965Fax. : (0xx21) 2518-2086E-mail: [email protected] page: http://www.bcolombo.com.br

Carlos
Regras criadas pelo Bureau Colombo Brasil. Documento eletrônico criado por Marcelo de Freitas e Carlos Corrêa ([email protected])
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Esta edição das REGRAS PARA CONSTRUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DEAÇO QUE OPERAM NA NAVEGAÇÃO INTERIOR data de 2001, e constituiu em uma revisão completadas Regras anteriores, emitidas em 1985 e revistas, pela última vez, em 1999.

Outras publicações do Bureau Colombo:

1. �Regras para construção e classificação de embarcações de aço para navegação em maraberto�. Abrange as antigas Regras para navegação costeira, de alto-mar, de apoio marítimo ede pequena cabotagem, emitidas em 1992. Totalmente revisada em 2001.

2. �Regras para construção e classificação de embarcações de aço que transportam GLPna navegação interior�. Emitida em 1989. Totalmente revisada em 2001.

3. �Regras para construção e classificação de embarcações de fibra de vidro�. Emitida em1995.

4. �Regras para classificação de conteiners�. Emitida em 1987.

5. �Regras para construção e classificação de balsas para serviço off-shore�. Emitida em2002.

6. �Regras para construção e classificação de embarcações de alumínio�. Emitida no ano2000.

7. �Manual para classificação de sistemas de mergulho�. Emitido em 1999.

8. �Regras para construção de embarcações que transportam combustíveis líquidos,inflamáveis, derivados de petróleo e álcool a granel na navegação interior�. Emitida noano de 2002

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REGRAS PARA CONSTRUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE EMBARCAÇÕES DEAÇO QUE OPERAM NA NAVEGAÇÃO INTERIOR

ÍNDICE

TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO I CONDIÇÕES GERAIS

SEÇ.1 DEFINIÇÕES ..............................................................................................................

SEÇ.2 CONDIÇOES DE CLASSIFICAÇÃO E SIMBOLOS DE CLASSE .......................2.1 Propósito do BC ....................................................................................................2.2 Classificação .........................................................................................................2.3 Responsabilidade .................................................................................................2.4 Prazo de validade da classificação .........................................................................2.5 Aplicabilidade das Regras ....................................................................................2.5.1 Proporção entre as dimensões da embarcação ...................................................2.5.2 Tipos de embarcações ..........................................................................................2.5.3 Materiais .................................................................................................................2.5.4 Mão-de-obra .........................................................................................................2.6 Símbolos de Classe ...............................................................................................2.6.1 Símbolo de supervisão durante a construção ........................................................2.6.2 Símbolos indicativos do local de navegação ..........................................................2.6.3 Símbolos indicativos do tipo de embarcação ..........................................................2.6.4 Símbolos indicativos do material do casco.............................................................2.6.5 Símbolos de classificação de máquinas e equipamentos ....................................2.6.6 Símbolos eventualmente utilizados em Certificados e relatórios ........................

SEÇ.3 VISTORIAS ............................................................................................................3.1 Generalidades .....................................................................................................3.2 Classificação Durante a Construção ....................................................................3.2.1 Classificação Durante a Construção ....................................................................3.2.2 Análise de planos de embarcação sem propulsão .............................................3.2.3 Análise de planos de embarcação com propulsão ................................................3.2.4 Plano de Carga da embarcação ...............................................................................3.2.5 Vistorias ................................................................................................................3.3 Vistoria para Classificação Inicial ....................................................................................3.3.1 Classificação Inicial ..................................................................................................3.3.2 Análise de planos de embarcação sem propulsão ..............................................3.3.3 Análise de planos de embarcação com propulsão .................................................3.3.4 Vistorias .................................................................................................................3.4 Vistorias extraordinárias ou adicionais ....................................................................3.5 Vistorias para a Manutenção de Classe ...............................................................3.6 Vistorias para Reclassificação ...................................................................................3.7 Alternativas para os prazos das vistorias a seco ...................................................3.7.1 Adiamento das vistorias em seco ..........................................................................

TOMO II MATERIAISSEÇ.1 MATERIAIS PARA O CASCO E PARA EQUIPAMENTOS DE CASCO ..............1.1 Fabricação e ensaios .............................................................................................1.1.1 Materiais .................................................................................................................1.1.2 Processos de fabricação do aço ............................................................................1.1.3 Composição química ...........................................................................................1.1.4 Ensaio de tração ...............................................................................................1.1.4.1 Critério de aceitação para a resistência à tração ..................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO II1.1.4.2 Limite de escoamento mínimo admissível ..........................................................1.1.4.3 Alongamento mínimo admissível .........................................................................1.1.4.4 Relatório ...............................................................................................................1.1.4.5 Corpos de prova padrão para ensaio de tração ...................................................1.1.5 Ensaios de dobramento (flexão) ...........................................................................1.1.5.1 Método ..................................................................................................................1.1.5.2 Dimensões do corpo de prova para ensaio de dobramento .................................1.1.6 Ensaio de impacto (Charpy) ...............................................................................1.1.6.1 Método de ensaio .................................................................................................1.1.6.2 Dimensões do corpo de prova para ensaio de impacto .....................................1.1.6.3 Relatório ...............................................................................................................1.2 Aço fundido .........................................................................................................1.2.1 Fundidos de aço para o casco .............................................................................1.2.1.1 Atuação do Vistoriador .........................................................................................1.2.1.2 Processo de fabricação .........................................................................................1.2.1.3 Tratamento térmico (recozimento total ou normalização) ........................................1.2.1.4 Composição química .........................................................................................1.2.1.5 Ensaio de tração .................................................................................................1.2.1.6 Propriedades mecânicas relativas à tração ...........................................................1.2.1.7 Ensaio de dobramento .........................................................................................1.2.1.8 Ensaio de impacto .................................................................................................1.2.1.9 Ensaios não destrutivos .........................................................................................1.3 Aço forjado para o casco ........................................................................................1.3.1 Atuação do Vistoriador .........................................................................................1.3.2 Processo de fabricação .........................................................................................1.3.3 Tratamento térmico ............................................................................................1.3.4 Composição química .........................................................................................1.3.5 Propriedades mecânicas relativas à tração ........................................................1.4 Aços estruturais ....................................................................................................1.4.1 Especificação .......................................................................................................1.4.2 Composição química .........................................................................................1.4.3 Propriedades mecânicas .........................................................................................1.4.4 Testes no material .................................................................................................1.4.4.1 Verificação da composição química ..................................................................1.4.4.2 Ensaio de tração .................................................................................................1.4.4.3 Ensaio de impacto ...............................................................................................1.4.4.4 Teste dimensional e de acabamento ..................................................................1.4.5 Dimensões e tolerâncias dimensionais...............................................................1.4.6 Defeitos na superfície .........................................................................................1.4.6.1 Reparo por esmerilhamento ........................................................................................1.4.6.2 Reparo por solda ..................................................................................................1.4.7 Identificação ..........................................................................................................1.4.8 Certificados ..........................................................................................................1.5 Âncoras ...............................................................................................................1.5.1 Recomendações gerais .........................................................................................1.5.2 Numeral do equipamento .........................................................................................1.5.3 Quantidade e peso das ancoras ........................................................................1.5.4 Materiais ...............................................................................................................1.5.5 Testes dos materiais .........................................................................................1.5.6 Requisitos de qualidade .........................................................................................1.5.7 Testes nas âncoras ............................................................................................1.5.7.1 Atuação do Vistoriador .........................................................................................1.5.7.2 Teste de dobramento .........................................................................................1.5.7.3 Teste de queda .....................................................................................................1.5.7.4 Teste de percussão ............................................................................................1.5.7.5 Testes de carga ....................................................................................................1.5.8 Marcação ..............................................................................................................1.5.9 Reparos e testes de âncoras danificadas ........................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO II1.6 Amarras ...............................................................................................................1.6.1 Características .....................................................................................................1.6.2 Carga de ruptura ..................................................................................................1.6.3 Dimensões ..........................................................................................................1.6.4 Material ................................................................................................................1.6.5 Marcação ..............................................................................................................1.7 Ensaios e inspeção .............................................................................................1.8 Inspeção visual .....................................................................................................1.9 Certificado do fabricante ...........................................................................................

TOMO III SOLDAGEM

SEÇ.1 SOLDAGEM DA EMBARCAÇAO .....................................................................1.1 Soldagem na construção e na reparação da embarcação ....................................1.2 Classificação das estruturas, máquinas, equipamentos e acessórios .....

construídos com solda ..............................................................................1.2.1 Grupos de solda ...................................................................................................1.2.2 Aplicabilidade destas Regras .............................................................................1.3 Planos e especificações .........................................................................................1.3.1 Plano de Solda .....................................................................................................1.3.2 Terminologia e simbologia de solda .....................................................................1.4 Procedimentos de soldagem ................................................................................1.5 Qualidade da mão de obra de soldadores e operadores de soldagem .................1.6 Preparação e limpeza das juntas de solda ...........................................................1.6.1 Geometria dos chanfros das juntas de topo de chapas ou tubos .........................1.6.2 Geometria das juntas de ângulo em �T� para soldas de filete ................................1.6.3 Limpeza da junta de solda e pontos de solda ........................................................1.6.4 Dispositivos de montagem .........................................................................................1.7 Armazenagem e recuperação por secagem dos consumíveis de solda ...........1.8 Execução da soldagem .........................................................................................1.8.1 Pré-aquecimento e temperatura entre os passes .................................................1.8.2 Dimensão das soldas de filete em juntas de ângulo ............................................1.8.3 Martelamento ........................................................................................................1.8.4 Pós-aquecimento para alívio de tensões ............................................................1.9 Inspeção da superfície das soldas .........................................................................1.10 Solda na estrutura da embarcação (Grupo H) .......................................................1.10.1 Penetração total em juntas de topo .......................................................................1.10.2 Solda de filete dupla contínua em junta de ângulo ...............................................1.10.3 Solda de filete intermitente em junta de ângulo ....................................................1.10.4 Solda de filete contínua em juntas sobrepostas .....................................................1.10.5 Inspeção radiográfica .........................................................................................1.10.6 Inspeção por líquido penetrante e ultra-som .......................................................1.11 Soldas nos sistemas de redes da embarcação (Grupos P1 e P2) ......................1.11.1 Solda nas tubulações do Grupo de Solda P1 .......................................................1.11.2 Solda nas tubulações do Grupo de Solda P2 .............................................................

SEÇ. 2 QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM .................................2.1 Terminologia .........................................................................................................2.2 Necessidade de qualificação ................................................................................2.2.1 Atuação do Vistoriador .........................................................................................2.2.2 Grupos de Solda ...................................................................................................2.3 Etapas da qualificação de um procedimento de soldagem .................................2.3.1 Especificação do Procedimento de Soldagem (EPS) ..........................................2.3.2 Realização da solda de teste .............................................................................2.3.3 Inspeções e testes na solda .........................................................................................2.3.4 Procedimento de Soldagem Qualificado (PSQ) ......................................................2.3.5 Procedim. de soldagem emitidos e/ou qualificados por outras entidades ............2.4 Prazo de validade ..................................................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO III2.5 Componentes e validade do procedimento ............................................................2.6 Realização da solda de teste .........................................................................................2.7 Inspeções na solda ................................................................................................2.8 Ensaios mecânicos ..............................................................................................2.8.1 Obtenção dos corpos de prova .....................................................................................2.8.2 Ensaio de tração em corpo de prova de seção reduzida .....................................2.8.3 Ensaio de dobramento guiado ...............................................................................2.8.4 Ensaio de quebramento .........................................................................................

SEÇ.3 OUALIFICAÇÃO DE SOLDADORES E OPERADORES DE SOLDAGEM ..........3.1 Terminologia ..........................................................................................................3.2 Necessidade de qualificação .........................................................................................3.2.1 Atuação do Vistoriador .........................................................................................3.2.2 Grupos de Solda ....................................................................................................3.3 Etapas da qualificação de um soldador ou operador de soldagem ......................3.3.1 Especificação de procedimento de soldagem para qualificação de soldador ......

ou operador de soldagem .........................................................................................3.3.2 Realização da solda de teste .........................................................................................3.3.3 Inspeções e testes na solda .........................................................................................3.3.4 Certificado de Qualificação de Soldador ou de Operador de Soldagem ............3.3.5 Certificados de Qualificação emitidos por outras entidades e/ou qualificado ....

em outros construtores .........................................................................................3.4 Prazo de validade ................................................................................................3.5 Componentes e validade do procedimento ...............................................................3.6 Realização da solda de teste .........................................................................................3.7 Inspeções na solda ................................................................................................3.8 Ensaios mecânicos ..............................................................................................3.9 Repetição das soldagens .........................................................................................3.10 Manutenção dos registros .........................................................................................

TOMO lV ESTRUTURA

SEÇ.1 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA .................................................................1.1 Generalidades ......................................................................................................1.2 Utilização das Regras .........................................................................................1.2.1 Aplicabilidade das Regras .........................................................................................1.2.2 Estanqueidade ao tempo ou à água .......................................................................1.2.3 Compartimentagem ..............................................................................................1.2.4 Escolha do tipo de cavernamento e da distância entre cavernas ou

longitudinais ...........................................................................................................1.2.5 Definição dos escantilhões .........................................................................................1.2.6 Resistência da viga-navio .........................................................................................1.2.7 Detalhamento ..........................................................................................................1.3 Chapa do convés resistente a meia nau ...............................................................1.4 Chapa do convés resistente fora de meia nau .........................................................1.5 Chapa de convés situado no casco entre o convés resistente e a chapa

do fundo - Chapa do teto do fundo duplo .................................................................1.5.1 Espessura mínima em qualquer caso ......................................................................1.5.2 Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo estanque a

água .....................................................................................................................1.5.3 Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo que é o fundo

de um tanque de carga (específico para embarcação-tanque) ..........................1.5.4 Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo que é o fundo de

um tanque não de carga .........................................................................................1.5.5 Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo que receberá

carga que não sobre rodas l.E ...............................................................................1.5.6 Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo que receberá

carga sobre rodas ................................................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO IV1.6 Elementos estruturais ..............................................................................................1.6.1 Elementos estruturais fixados às chapas da embarcação .....................................1.6.2 Específico para embarcação-tanque: valor de �h� para os elementos

estruturais fixados às chapas limites de tanques de carga ....................................1.6.3 Elementos estruturais fixados à chapa de convés resistente, conveses

intermediários e fundo duplo que receberão carga uniformemente distribuída...1.6.4 Contraventamentos ..............................................................................................1.6.4.1 Travessas horizontais superior e inferior ................................................................1.6.4.2 Pilar vertical ..........................................................................................................1.6.4.3 Pilares inclinados .................................................................................................1.7 Arranjo e união de elementos estruturais ................................................................1.7.1 Borboletas ................................................................................................................1.7.2 Arranjo de elementos estruturais da proa e da popa com fundos

chatos e inclinados ..................................................................................................1.8 Chapas do fundo, do bojo e do costado ................................................................1.8.1 Chapa do fundo ......................................................................................................1.8.2 Chapa do costado ...............................................................................................1.8.3 União entre o fundo e o costado. Chapa do bojo. União entre o

costado e o convés resistente ..............................................................................1.9 Anteparas limites de tanques ............................................................................1.9.1 Chapas das anteparas limites de tanques .............................................................1.9.2 Elementos estruturais das anteparas limites de tanques ......................................1.10 Chapas das anteparas estanques a -água que não são

limites de tanques ...................................................................................................1.10.1 Chapas das anteparas estanques a água que não são

limites de tanques .................................................................................................1.10.2 Elementos estruturais das anteparas estanques a água que não

são limites de tanques .........................................................................................1.11 Quilhas horizontal e vertical ............................................................................1.11.1 Quilha horizontal ou chapa-quilha .......................................................................1.11.2 Quilha vertical ......................................................................................................1.12 Escotilhas e tampas de escotilha .........................................................................1.12.1 Escotilhas ...............................................................................................................1.12.2 Escotilhas de expansão (apenas para embarcação-tanque) ...............................1.12.3 Braçolas ................................................................................................................1.12.4 Tampas de escotilha ............................................................................................1.13 resistência da viga-navio .........................................................................................1.13.1 Momento fletor longitudinal em águas tranqüilas .................................................1.13.2 Módulo da Seção Mestra .........................................................................................1.13.3 Tensão normal no fundo e no convés ....................................................................1.14 Aberturas no chapeamento externo .......................................................................1.14.1 Generalidades ........................................................................................................1.14.2 Vigias e olhos de boi (NORMAM 02, artigo 0610) ................................................1.14.3 Requisitos técnicos para as embarcações que navegarão na Área 1

(NORMAM 02, artigo 0611) .....................................................................................1.14.4 Requisitos técnicos para as embarcações que navegarão na Área 2

(NORMAM 02, artigo 0612) ....................................................................................1.15 Superestrutura e casaria .........................................................................................1.15.1 Resistência mecânica .........................................................................................1.15.2 Anteparas externas da superestrutura ou casaria ................................................1.15.3 Convés da superestrutura ou casaria .................................................................1.16 Roda de proa .........................................................................................................1.17 Estrutura da popa .................................................................................................1.17.1 Cadaste da clara do hélice ..................................................................................1.17.2 Cadaste de barra .................................................................................................1.17.3 Chapa do costado na região do hélice .................................................................1.17.4 Pés de galinha ......................................................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO IV1.18 Lemes ...................................................................................................................1.18.1 Materiais .............................................................................................................1.18.2 Generalidades ....................................................................................................1.18.3 Madre do leme ..................................................................................................1.19 Borda falsa dos conveses .........................................................................................1.20 Tanques de combustível .........................................................................................1.21 Verdugos ..........................................................................................................1.22 Forração dos porões .........................................................................................1.23 Aceitação de chapas e de elementos estruturais de

embarcação já existente .........................................................................................

SEÇ.2 EXIGENCIAS ADICIONAIS PARA EMBARCAÇÕES-TANQUE .........................2.1 Sistemas de carga e de incêndio ......................................................................2.2 Dispositivos para assegurar igualdade de pressão .................................................2.3 Suspiros e ventilação .........................................................................................2.4 Aquecimento de tanques de carga de líquidos inflamáveis ...............................2.4.1 Independência .....................................................................................................2.4.2 Válvulas e acessórios para aquecimento dos tanques de carga .......................2.4.3 Recirculação do condensado ................................................................................2.4.4 Aquecimento de tanques por meio de fluidos especiais .....................................2.5 Redes de vapor para desgaseificação dos tanques de

carga de líquidos inflamáveis ..................................................................................2.6 Ventilação e desgaseificação de sistemas associados à carga de

líquidos inflamáveis 2.3 .........................................................................................2.6.1 Ventilação de praças de bombas, tanques de carga e espaços de ar

(�cofferdams�) situados na área de carga ............................................................2.6.2 Ventilação de tanques de carga de líquidos inflamáveis .......................................2.7 Alagamento e drenagem de espaços de ar (�cofferdams�) em

embarcação destinada ao transporte de líquido inflamável ......................2.8 Tubos de sondagem e aberturas de observação .................................................2.9 Proteção contra centelhas de descargas de motores e caldeiras para

embarcações destinadas ao transporte de líquidos inflamáveis .........................2.10 Observações importantes sobre o carregamento de tanques ..........................2.10.1 Início do carregamento .........................................................................................2.10.2 Durante o carregamento .........................................................................................2.10.3 Descarga .............................................................................................................2.11 Superestruturas ....................................................................................................2.12 Tanques de combustível .........................................................................................

SEÇ.3 EXIGÊNCIAS ADICIONAIS PARA EMBARCAÇÃO DE PESCA .....................3.1 Planos a serem submetidos .........................................................................................3.2 Dimensionamento do casco ........................................................................................3.2.1 Costado e borda falsa .........................................................................................3.2.2 Convés ................................................................................................................3.2.3 Armação da estrutura do casco ............................................................................3.2.4 Cadaste .................................................................................................................3.3 Equipamento de fundeio e amarração ....................................................................3.4 Escotilha de descida dos peixes .........................................................................3.5 Dispositivo para ejeção de detritos e águas acumuladas ...................................3.6 Cimentação .............................................................................................................

SEÇ.4 PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO E PINTURA ........................................4.1 Marcação de nomes e cores ..............................................................................4.2 Marcas de borda livre e do Disco de Primsoll ......................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO V MÁQUINAS

SEÇ. 1 REQUISITOS GERAIS ..........................................................................................1.1 Generalidades .....................................................................................................1.1.1 Aplicação das Regras .........................................................................................1.1.2 Condições de classificação .........................................................................................1.2 Documentação técnica .........................................................................................1.3 Normas e regulamentos .........................................................................................1.4 Supervisão da fabricação e da instalação .............................................................1.5 Redes e acessórios ............................................................................................

SEÇ.2 INSTALAÇÕES DE MÁQUINAS PROPULSORAS, AUXILIARES EALTERNATIVAS A VAPOR ....................................................................................

2.1 Linhas de eixo ......................................................................................................2.2 Manivela ...............................................................................................................2.2.1 Dimensionamento .................................................................................................2.3 Pressões de provas ...............................................................................................2.4 Sobressalentes .....................................................................................................

SEÇ.3 TURBINAS A VAPOR .........................................................................................3.1 Definições ...........................................................................................................3.2 Documentação técnica para a classificação de fabricação de turbinas .............3.2.1 Especificações de materiais .........................................................................................3.2.2 Desenhos ...........................................................................................................3.3 Peças fundidas .....................................................................................................3.4 Palhetas ...............................................................................................................3.5 Rotores e discos ...................................................................................................3.6 Carcaças ..............................................................................................................3.7 Controle de contato das engrenagens ...................................................................3.8 Reguladores de velocidade .........................................................................................3.9 Ligações de vapor ................................................................................................3.10 Dispositivos de segurança .........................................................................................3.11 Eixos .....................................................................................................................3.12 Teste de velocidade ............................................................................................3.13 Sobressalentes ....................................................................................................

SEÇ. 4 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA ............................................................4.1 Requisitos gerais ...................................................................................................4.2 Planos de detalhes .............................................................................................4.3 Acessórios de partida .........................................................................................4.4 Pressão dos cilindros .........................................................................................4.5 Pressões de teste ................................................................................................4.6 Equipamentos auxiliares .........................................................................................4.7 Cárter ...................................................................................................................4.8 Regulador de velocidade .........................................................................................4.9 BASE ........................................................................................................................4.10 Sistemas de refrigeração e de descarga de gases dos motores .........................4.11 Compressor de ar ................................................................................................4.12 Eixos de manivelas ..............................................................................................4.13 Manivelas ..............................................................................................................4.14 Braços do eixo de manivelas .................................................................................4.15 Eixo do hélice .......................................................................................................4.16 Sistema de óleo combustível e óleo lubrificante ...................................................4.17 Peças sujeitas a ensaios, testes e provas ..........................................................4.18 Precauções na Praça de Máquinas .......................................................................4.19 Precauções com os motores .........................................................................................4.20 Sobressalentes ......................................................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO VSEÇ. 5 HELICES ...........................................................................................................5.1 Requisitos gerais ...................................................................................................5.2 Desenhos a serem submetidos ..............................................................................5.3 Fixação .................................................................................................................5.3.1 Hélices de pás removíveis .................................................................................5.3.2 Chavetas .............................................................................................................5.3.3 Proteção contra a corrosão .................................................................................5.3.4 Dimensionamento dos estojos ...........................................................................5.4 Sobressalentes .....................................................................................................

SEÇ.6 LINHAS DE EIXO ..................................................................................................6.1 Requisitos gerais ..................................................................................................6.2 Eixos intermediários ..................................................................................................6.3 Eixo de propulsão ..................................................................................................6.4 Mancais ..................................................................................................................6.5 Camisas de proteção ..................................................................................................6.7 Parafusos para ligação de eixos .........................................................................6.8 Chavetas .................................................................................................................

SEÇ.7 TUBULAÇÃO E BOMBAS ........................................................................................7.1 Requisitos gerais ..................................................................................................7.2 Desenhos a serem submetidos ............................................................................7.3 Materiais ...............................................................................................................7.4 Pressões de teste ..................................................................................................7.5 Instalação das redes ..................................................................................................7.6 Embarcações de transporte de óleo de carga .....................................................7.6.1 Bombas de óleo de carga ...........................................................................................7.6.2 Rede de carga ......................................................................................................7.6.3 Suspiros .................................................................................................................7.6.4 Outras redes .........................................................................................................7.6.5 Sistema de inertização ........................................................................................7.7 Suspiros, sondagens e transbordamento ..............................................................7.7.1 Requisitos gerais ..................................................................................................7.7.2 Suspiros ................................................................................................................7.7.3 Sondagens ...........................................................................................................7.7.4 Transbordamento ..................................................................................................7.8 Sistema de esgoto e lastro ..................................................................................7.9 Embornais e descargas sanitárias e de lixo ..........................................................7.9.1 Embornais .............................................................................................................7.9.2 Descargas sanitárias e de lixo ...........................................................................7.10 Sistema de óleo combustível .............................................................................7.11 Sistema de óleo lubrificante ................................................................................7.12 Tubos de aço, cobre, latão e plástico .................................................................7.13 Válvulas ...................................................................................................................7.14 Conexões .............................................................................................................

SEÇ.8 REFRIGERAÇAO ...................................................................................................8.1 Projeto ...................................................................................................................8.2 Gases de refrigeração .........................................................................................8.3 Capacidade de refrigeração ...............................................................................8.4 Bombas de circulação ...........................................................................................8.5 Válvula de descompressão .................................................................................8.6 Ventilação das praças ..................................................................................................8.7 Isolamento das câmaras ............................................................................................8.8 Forro de madeira ..................................................................................................8.9 Termômetro ..........................................................................................................8.10 Drenagem ............................................................................................................8.11 Classificação de equipamentos ..........................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO V8.12 Rede de salmoura ..................................................................................................8.13 Pressões de provas ..................................................................................................8.14 Sobressalentes ..................................................................................................

SEÇ.9 SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIO ..................................................................9.1 Princípios básicos ..................................................................................................9.2 Requisitos gerais ..................................................................................................9.3 Bombas de incêndio ..................................................................................................9.3.1 Quantidade de bombas .......................................................................................9.3.2 Tipo e capacidade das bombas ..............................................................................9.3.3 Válvulas de alívio ..............................................................................................9.4 Tomadas e mangueiras de incêndio ................................................................9.4.1 Tomadas de incêndio ......................................................................................9.4.2 Mangueiras ......................................................................................................9.5 Extintores portáteis ..........................................................................................9.5.1 Tipo, capacidade, quantidade e localização ...................................................9.5.2 Substância extintora ..........................................................................................9.6 Sistema fixo de combate a incêndio ...................................................................

SEÇ 10 MÁQUINA DE LEME E MOLINETE ............................................................................10.1 Máquina de leme ...............................................................................................10.2 Molinetes ............................................................................................................

SEÇ. 11 CALDEIRAS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO .............................................11.1 Instalação ..........................................................................................................11.2 Especificações de fabricação ............................................................................11.3 Indicadores de nível de água ............................................................................11.4 Indicadores de pressão ......................................................................................11.5 Válvulas de segurança ............................................................................11.6 Válvula de extração ...........................................................................................11.7 Válvulas de passagem de vapor ............................................................................11.8 Válvulas de alimentação ...................................................................................11.9 Superaquecedores e economizadores ................................................................11.10 Sobressalentes ...............................................................................................11.11 Prova hidrostática .................................................................................................11.12 Caldeiras para máquinas auxiliares ....................................................................

TOMO VI ELETRICIDADESEÇ.1 EQUIPAMENTOS E INSTALAÇOES ELETRICAS ...............................................1.1 Generalidades ...................................................................................................1.2 Sistemas de distribuição ....................................................................................1.2.1 Tensão constante, em paralelo ............................................................................1.2.1.1 Corrente contínua ............................................................................................1.2.1.2 Corrente alternada ............................................................................................1.2.2 Corrente constante, em série ....................................................................................1.3 Localização e instalação dos equipamentos elétricos ...................................1.4 Condutores e cabos ..........................................................................................1.5 Bitola padrão dos condutores ....................................................................................1.6 Fator de serviço ..................................................................................................1.7 Marcação de cabos ..........................................................................................1.8 Escolha do condutor .........................................................................................1.9 Corrente admissível em regime permanente ....................................................1.10 Corrente de curto-circuito ....................................................................................1.11 Capas e isolamentos dos condutores e cabos ...................................................1.12 Aplicação dos cabos .......................................................................................1.12.1 Cabos com isolamento de algodão envernizado ou de algodão de

amianto envernizado .......................................................................................1.12.2 Fios e cabos de comunicação interior .............................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.TOMO VI

1.12.3 Condutores de aparelhos portáteis ....................................................................1.12.4 Cabo com isolamento mineral, revestido de metal ...........................................1.13 Instalação dos condutores e cabos .................................................................1.14 Máquinas elétricas rotativas ....................................................................................1.15 Quantidade e tamanho dos geradores ..............................................................1.16 Geradores de emergência ....................................................................................1.17 Fusível / disjuntor ................................................................................................1.18 Ligação à terra ......................................................................................................1.19 Limitação de velocidade de geradores ..............................................................1.20 Limitação da temperatura ....................................................................................1.21 Reguladores de tensão ....................................................................................1.21.1 Requisito geral ...................................................................................................1.21.2 Gerador �shunt� ou gerador �shunt� estabilizado ..............................................1.21.3 Geradores �compound� ....................................................................................1.21.4 Alternadores ......................................................................................................1.21.5 Operação em paralelo ....................................................................................1.21.6 Excitatrizes ..............................................................................................................1.22 Arranjos de terminais .......................................................................................1.23 Motores na Praça de Máquinas .........................................................................1.24 Bombas ...............................................................................................................1.25 Espaços refrigerados .........................................................................................1.26 Motores de corrente alternada ...........................................................................1.27 Quadros elétricos � localização .........................................................................1.28 Acessórios dos quadros ....................................................................................1.29 Proteção elétrica ...................................................................................................1.29.1 Corrente contínua ...............................................................................................1.29.2 Corrente alternada ...............................................................................................1.29.3 Proteção para geradores � CC ..........................................................................1.29.3.1 Tipo �shunt� .......................................................................................................1.29.3.2 Tipo �compound� equilibrado ....................................................................................1.29.4 Proteção para alternador - CA (para cada alternador) ....................................1.29.5 Proteção de circuitos .........................................................................................1.29.5.1 Geradores de corrente contínua ........................................................................1.30 Proteção dos quadros ....................................................................................1.31 Aparelhos de medida nos quadros elétricos ...........................................................1.31.1 Corrente contínua ..............................................................................................1.31.2 Corrente alternada ............................................................................................1.32 Distribuição ........................................................................................................1.33 Transformadores ...............................................................................................1.34 Baterias ...............................................................................................................1.35 Fogões, fornos e aparelhos de aquecimento .....................................................1.36 Comunicações interiores ....................................................................................1.37 Retificadores ......................................................................................................1.38 Aparelhos de controle ......................................................................................1.39 Acessórios .......................................................................................................1.40 Exigências especiais para embarcações-tanque ..................................................1.41 Exigências especiais para embarcações de passageiros .................................1.42 Provas de máquinas elétricas rotativas ..............................................................1.42.1 Prova de aquecimento ....................................................................................1.42.2 Prova de funcionamento ....................................................................................1.42.3 Prova de dielétrico ...............................................................................................1.42.4 Prova de isolamento ...........................................................................................1.42.5 Provas abreviadas ..............................................................................................1.43 Provas de máquinas elétricas estáticas ..............................................................1.43.1 Prova de aquecimento .....................................................................................1.43.2 Prova de dielétrico ..............................................................................................1.43.3 Prova de tensão induzida ....................................................................................1.44 Provas dos quadros elétricos ..........................................................................1.44.1 Prova dielétrica .................................................................................................

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TOMO ITEM ASSUNTO PÁG.

TOMO VI1.44.2 Prova de resistência de isolamento .................................................................1.45 Prova dos cabos elétricos ....................................................................................1.45.1 Prova de dielétrico ............................................................................................1.45.2 Medida de resistência de isolamento ...............................................................1.46 Testes finais .........................................................................................................1.46.1 Circuito de luz e força ......................................................................................1.46.2 Circuitos de comunicações interiores ..................................................................1.47 Sobressalentes .................................................................................................

TOMO VIl SEGURANÇA DA NAVEGAÇAO

SEÇ.1 REQUISITOS GERAIS ....................................................................................1.1 Transporte de cargas perigosas ............................................................................1.2 Transporte de carga no convés ..........................................................................1.3 Lotação de passageiros e peso máximo da carga ...........................................1.4 Documentação e equipamentos de navegação .................................................1.5 Equipamentos de comunicação ...........................................................................1.6 Proteção e combate a incêndio ...........................................................................1.7 Equipamentos de salvatagem ....................................................................................

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TOMO I - CONDIÇÕES GERAIS

SEÇÃO 1

DEFINIÇÕES

A menos que especificado de maneira diferente em um determinado local, as seguintes definiçõesserão utilizadas nestas Regras:

Arqueação Bruta (AB): medida de volume dos compartimentos da embarcação, de acordo com métodoe unidades convencionadas internacionalmente e definidas na NORMAM 02, Capítulo 7.

Abaulamento do convés: curvatura ou inclinação do convés, de tal maneira que a sua distância ao fundoda embarcação é maior no Plano Diametral que na sua união com o costado. É mais utilizado emembarcações-tanque.

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Aquisição de normas na Av. Treze de Maio, 13 28oandar - CEP 20003-900 - Rio de Janeiro (RJ) - tel.: (21)-2210-3122 ramal 125, 127 ou 131 - fax: (21)-2240-8249. e-mail: [email protected]. Consulta sobre normas: http://www.abnt.org.br.

Altura do abaulamento do convés: distância, medida na direção vertical, entre a chapa do convés, nasua união com o costado, e a chapa do convés na Linha de Centro da embarcação.

Área 1 de navegação: compreende áreas abrigadas, tais como lagos, lagoas, baías, rios e canais, onde,normalmente, não sejam verificadas ondas com alturas significativas que apresentem dificuldades aotráfego de embarcações (NORMAM 02, artigo 0605).

Área 2 de navegação: compreende áreas parcialmente abrigadas, onde, eventualmente, sejam observadasondas com alturas significativas e/ou combinações adversas de agentes ambientais, tais como vento,correnteza ou maré, que dificultem o tráfego de embarcações (NORMAM 02, artigo 0605). A NORMAM02, Anexo 6-N, relaciona as localidades do Brasil consideradas como Área 2.

ART/CREA: Anotação de Responsabilidade Técnica, emitida pelo Conselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia

ASTM: American Society for Testing Materiais

AWS: American Welding Society

Bacia do Sudeste: região do Brasil que compreende as Lagoas dos Patos e Mirim, os Rios Guaíba, Jacuí,Caí, Taquari, dos Sinos e Gravataí, e o Canal de São Gonçalo (NORMAM 02, artigo 0330)

Barcaça: é qualquer embarcação que possui, geralmente, as seguintes características:a) não é tripulada;b) não possui sistema de propulsão próprio;c) possui relação entre boca e calado de projeto superior a 6; ed) possui relação entre a boca e o pontal superior a 3 (NORMAM 02, artigo 0603, alínea v).

BC: Bureau Colombo

Boca (B): é a maior largura moldada da embarcação.

Calado de projeto da embarcação (D): é a medida, tomada na direção vertical, na metade do comprimentoda embarcação, da face superior da quilha horizontal até a linha d�água de carga máxima ou de mínimaborda livre.

Casaria: construção sobre o convés resistente que não se enquadra como superestrutura

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Cavernamento: sistema de perfis estruturais paralelos e soldados a uma determinada chapa daembarcação. Pode ser transversal, longitudinal ou misto, conforme os perfis estejam dispostos,respectivamente, transversalmente à embarcação (de uma borda para outra, ou verticalmente),longitudinalmente a ela (direção de proa para popa) ou em ambas as direções. O cavernamento é definidopela direção dos perfis não gigantes soldados à chapa, ou seja, os de menor espaçamento entre eles.

Certificado de Classificação de Casco & Estrutura: certificado emitido pelo BC atestando que o projetoe a construção da estrutura da embarcação obedecem a estas Regras (ver 2.2).

Certificado de Classificação de Máquinas, Equipamentos & Eletricidade: certificado emitido pelo BC,atestando que os sistemas de propulsão, sistemas auxiliares e sistemas elétricos da embarcação obedecema estas Regras.

Chapa colaborante: parte da chapa à qual o perfil estrutural está soldado, com comprimento entre apoiosigual ao do perfil e largura igual à metade da distância do perfil ao perfil vizinho (i.e., metade do espaçamentoentre elementos estruturais), tanto para um lado como para outro (ver Figura 1 -1)

Coeficiente de Bloco (Cb): é a divisão do volume correspondente ao deslocamento moldado daembarcação, em metro3, pelo produto L x B x D, conforme mostrado abaixo:

DBLCb ××∇= / onde: ∇ = volume, em metro3 e L, B e D em metros

Comprimento entre Perpendiculares (Lpp): distância horizontal, em metros, medida na Linha de Centroda embarcação, desde a PPAV até a PPAR.

Figura 1-1 Largura da Chapa Colaborante

Comprimento (L): é o comprimento máximo da embarcação, utilizado para verificar se ela pode seratracada a um cais ou docada em um dique seco. É a dimensão normalmente utilizada para o cálculo dasespessuras e módulos de seção das chapas e elementos estruturais da embarcação. Coincide com oComprimento Total da embarcação(Lt).

Comprimento de Borda Livre: é utilizado na NORMAM 02 com a denominação de Comprimento deRegra. Significa 96% do comprimento total na linha d�água correspondente a 85% do menor pontalmoldado (menor distância vertical entre o topo da quilha e o topo do vau do Convés de Borda-Livre) ouo comprimento compreendido entre a roda de proa e o eixo da madre do leme, medido na mesma linha

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d�água, se este for maior. Em embarcações projetadas com inclinação de quilha, a linha d�água na qual ocomprimento de Regra deve ser medido será paralela à linha d�água de projeto. Na determinação doComprimento de Borda Livre de uma embarcação sem propulsão e de convés corrido, será considerado96% do comprimento total da linha de flutuação paralela, situada a uma altura acima da face superior daquilha igual a 85% do pontal moldado.

Contraventamento (�truss�): conjunta de vigas ou perfis entrecruzados, utilizados para transmitir cargasverticalmente. Normalmente, é composto por um pilar vertical, pilares inclinados e travessas horizontaisna sua parte superior e inferior (Figuras 1.6 e 1.8 do Tomo IV). Pode ser plano (�singre laced truss�),quando os pilares inclinados se situam em um único plano vertical (transversal ou longitudinal à Linha deCentro da embarcação), ou em dois planos (�double laced truss�), quando os pilares inclinados de ummesmo conjunto se situam em dois planos (longitudinal e transversal).

Convés de borda livre: convés contínuo, dotado de meios permanentes de fechamento ou de proteçãode todas as suas aberturas expostas ao tempo, e a partir do qual é medida a borda livre da embarcação.Poderá ser um convés de superestrutura.

Convés resistente: convés que compõe a aba superior da viga-navio e se estende, continuamente, pelaregião de meia nau.

CSN (Certificado de Segurança na Navegação) certificado emitido pelo BC em nome do GovernoBrasileiro, atestando que a embarcação atende aos requisitos de segurança na navegação definidos nasNORMAM.

DPC: Diretoria de Portos e Costas

Elementos estruturais: adota-se esta denominação, neste Tomo, para designar todos os perfis, vigas,cantoneiras e barras utilizados na estrutura. Dentre os que são soldados às chapas estão os transversaisgigantes (vau, no convés; cavernas gigantes do costado, do fundo, do fundo duplo e das anteparassehastilhas, no fundo), as longitudinais gigantes (sicorda; no convés; escoas, no costado; longarinas, nofundo e fundo duplo; e longitudinais gigantes, nas anteparas), e as cavernas e longitudinais, que sãoelementos estruturais não-gigantes. Dentre os não soldados às chapas estão os contraventamentos e ospés-de-carneiro.

Embarcação de carga seca: denominação aplicável, para efeitos deste livro de Regras, às embarcaçõesgraneleiras, destinadas ao transporte de granéis sólidos (minérios, cereais, areia, etc.) e as destinadas aotransporte de carga geral, incluindo carga solta, carga sobre paletes (�pallets�), contêineres, carretas eveículos. Pode ser dotada ou não de propulsão própria.

Embarcação de passageiros: é a destinada ao transporte de 12 ou mais passageiros. Passageiro é todapessoa que não seja o Comandante da embarcação, nem um membro da tripulação, nem outra qualquerpessoa empregada ou ocupada em serviços que dizem respeito à embarcação, nem uma criança commenos de um ano de idade (NORMAM 02, artigo 0603, alíneas q, r). Normalmente, a embarcação depassageiros é dotada de propulsão própria.

Embarcação-tanque: é a embarcação, dotada ou não de propulsão própria, destinada ao transporte delíquidos em granel, independentemente do valor de seu ponto de fulgor (�flash point�), exceto os produtosquímicos perigosos a granel, gás liquefeito de petróleo (GLP) a granel e gás natural a granel, que não sãoabrangidos por estas Regras.

Embarcação tipo A: é a embarcação de casco metálico que não apresenta abertura de escotilha,sendo o acesso ao interior do casco (ou dos tanques) proporcionado através de pequenas aberturas,tais como escotilhões, agulheiros, portas ou portas de visita, fechadas e tornadas estanques à água(�watertight�) por tampas de aço ou material equivalente, caracterizando, desta forma, alta resistênciaao alagamento (NORMAM 02, artigo 0604).

Embarcação tipo B: é a embarcação de casco metálico que possui aberturas de escotilha, que podemser fechadas e tornadas estanques ao tempo (�weathertight�), e cujas aberturas de acesso ao interior docasco (abaixo do convés de borda livre) também são estanques ao tempo (�weathertight�) (NORMAM 02,artigo 0604).

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Embarcação tipo C: é a embarcação de casco metálico que apresenta aberturas no convés principal(incluindo as aberturas de escotilha) ou nos costados que não podem ser fechadas e tornadas estanquesao tempo (�weathertight�) (NORMAM 02, artigo 0604).

Embarcação tipo D: é a embarcação de casco não metálico cujas aberturas no convés de borda livrepodem ser fechadas e tornadas estanques ao tempo (�weathertight�) (NORMAM 02, artigo 0604).

Embarcação tipo E: é a embarcação de casco não metálico cujas aberturas no convés de borda livre nãopodem ser fechadas e tornadas estanques ao tempo (weathertight�) (NORMAM 02, artigo 0604).

Empurrador: embarcação dotada de propulsão própria destinada a empurrar outras embarcações, formandoum comboio.

Líquidos inflamáveis: para os efeitos destas regras, são considerados líquidos inflamáveis aqueles componto de fulgor igual ou inferior a 100OC.

Meia nau: região da embarcação centrada na metade do comprimento L, e com extensão de 0,2.L paravante e 0,2.L para ré.

Metros = m: metros (unidade de medida de comprimento)

mm. = mm: milímetros

NORMAM: Normas da Autoridade Marítima, emitidas pela Diretoria de Portos e Costas, da Marinha doBrasil

NORMAM 02: Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na Navegação Interior.

Perpendicular à ré (PPAR): é uma linha vertical que passa pela face de ré do cadaste ou, quando estenão existe, pelo eixo da madre do leme.

Perpendicular à vante (PPAV): é uma linha vertical passando pelo ponto de interseção da linha d�águacarregada com a roda de proa.

Plano Diametral: é o plano vertical que contem a Linha de Centro da embarcação.

Pontal moldado da embarcação (P): é a medida, tomada na direção vertical e na metade do comprimentoda embarcação (L), entre a face superior da quilha horizontal e a face inferior do trincaniz (ou a faceinferior do perfil trincaniz para embarcação sem convés). A NORMAM 02, artigo 0606 apresenta osprocedimentos para a determinação do pontal moldado em situações especiais.

Ponto de fulgor (�flash point�): é a temperatura mais baixa na qual, sob a pressão barométrica de 760mm de coluna de mercúrio, o líquido começa a emitir vapores inflamáveis. Nesta Regras, o ponto de fulgorse refere sempre ao obtido pelo método de cadinho fechado (�closed-cup test�).

Regularização de embarcação: certificação de que a embarcação obedece às NORMAM.

Superestrutura: construção sobre o convés resistente, se estendendo de bordo a bordo da embarcaçãoou, no máximo, afastada do bordo de 0,4.B.

t : toneladas-força

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TOMO I - CONDIÇÕES GERAISSEÇÃO 2

CONDIÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO E SÍMBOLOS DE CLASSE

2.1 � PROPÓSITO DO BC

a) O Bureau Colombo tem como propósito a classificação de embarcações e estruturas navais, novasou em serviço, desenvolvendo regras e padrões para o projeto, construção e a manutenção declasse, e expedindo o registro de classificação conforme as regras.

b) Para verificar se a estrutura, materiais, equipamentos e máquinas estão de acordo com as regrase padrões do Bureau, serão efetuadas análises de planos e vistoria local por Vistoriadoresqualificados, durante e depois da construção, com a conseqüente emissão de certificados erelatórios.

c) O BC passou a representar o Governo Brasileiro, desde 1998, na certificação do cumprimento dosregulamentos internacionais ratificados pelo Brasil. Sendo assim, além da Classificação deembarcações, passou também a ser responsável pela Regularização da sua situação perante oGoverno Brasileiro, emitindo as Licenças de Construção e de Alteração, o Documento deRegularização e os Certificados de Arqueação, de Borda-Livre, de Segurança da Navegação (CSN)e de Tração Estática.

2.2 � CLASSIFICAÇÃO

A Classificação é o atestado de que a capacidade estrutural e mecânica da embarcação ou estruturanaval para um uso ou serviço específico está de acordo com o preconizado nas Regras e padrões do BC.Este atestado é materializado através de dois documentos: o Certificado de Classificação do Casco &Estrutura e o Certificado de Classificação de Máquinas, Equipamentos & Eletricidade. As Regras do BCnão significam um substituto para o trabalho profissional de projetistas, arquitetos e engenheiros navais,nem um substituto para os procedimentos de controle de qualidade dos estaleiros, construtores de máquinas,fabricantes de aço, fornecedores, fabricantes e vendedores de embarcações, materiais, máquinas ouequipamentos. Sendo uma sociedade técnica, o BC pode somente atuar através de técnicos e inspetoresdevidamente credenciados.

2.3 � RESPONSABILIDADE

Todos os que se utilizarem, de qualquer forma, dos serviços do BC, deverão entender e concordarque este não se responsabilizará ou obrigar-se-á, legalmente, em quaisquer circunstâncias, por qualquerato ou omissão, negligente ou não, dos seus Vistoriadores, agentes, empregados e representantes, nempor relatório, certificado ou outro documento expedido por seus Vistoriadores, agentes ou empregados.

2.4 � PRAZO DE VALIDADE DA CLASSIFICAÇÃO

a) A Classificação da embarcação, seja a Classificação Durante a Construção ou a ClassificaçãoInicial (realizada em embarcação já pronta e que, anteriormente, não era classificada, ou eraclassificada por outra Sociedade Classificadora), terá validade por um prazo de quatro anos, desdeque: a) anualmente, seja ratificada (atividade denominada Manutenção de Classe), através deuma vistoria na embarcação; b) as características da embarcação não sejam modificadas, tantopor acidente como por vontade própria de seu proprietário; e c) os estados do casco, das máquinase dos equipamentos de casco e elétricos atendam às plenas condições de operação, de acordocom estas Regras.

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b) A cada período de quatro anos, a embarcação deverá ser submetida à Reclassificação, ou seja, àrenovação da Classificação original, após o que se realizarão, novamente, as vistorias anuais paraa Manutenção de Classe e serão válidas todas as condições anteriormente definidas.

c) Os serviços necessários à Manutenção de Classe e à Reclassificação deverão ser realizados emum período compreendido entre três meses antes e três meses após a data de aniversário daClassificação, baseada na data constante dos Certificados de Classificação.

d) Faltando quinze dias para o término do período concedido para a permanência na classe, o Armadorserá contatado pelo BC, com a finalidade de programar uma nova vistoria.

e) Quando casco, máquinas, equipamentos ou instalação elétrica sofrerem avaria, a embarcaçãoperderá automaticamente a classe, cujo restabelecimento só será possível depois que uma VistoriaEspecial de Avaria, executada pelos Vistoriadores do BC nos reparos executados, indicar que elesforam considerados satisfatórios.

f) O Armador deverá comunicar ao BC quando pretender modificar as características da embarcação.Tendo em vista a amplitude das modificações, o BC decidirá manter a embarcação com a mesmaClassificação, ou efetuar uma Reclassificação por Alteração, quando poderão ser modificados osSímbolos de Classe e a data de aniversário da classificação.

g) As embarcações desativadas, para que mantenham a sua classe, deverão observar todos osprocedimentos aplicáveis às embarcações em atividade, devendo o Armador notificar a desativaçãoao BC.

2.5 � APLICABILIDADE DAS REGRAS2.5.1 � Proporção entre as dimensões da embarcação

Estas Regras são válidas, apenas, para embarcações com o comprimento L igual a, no máximo,30 vezes o pontal P, e com a boca B de, nó máximo, 6 vezes o pontal P.

2.5.2 � Tipos de embarcações

a) Estas Regras se aplicam, basicamente, aos seguintes tipos de embarcações: embarcação tanque,embarcação de carga seca, embarcação de passageiros e empurrador.

b) As Regras aplicáveis a apenas um tipo, ou a alguns tipos, de embarcação recebem uma observaçãoindicando que são específicas para aquele tipo. A Regra que não explicitar a que tipo de embarcaçãose aplica será aplicável a todos os tipos. Embarcações que se enquadrem em mais de um tipo, talcomo uma embarcação de carga seca destinada a transportar, também, 12 ou mais passageiros,deverão cumprir as Regras pertinentes de cada tipo.

c) Estas Regras também poderão ser utilizadas no projeto da estrutura de outros tipos de embarcação,com as adaptações adequadas. Tomando-se, como exemplo, a classificação estabelecida pelaNORMAM 02, artigo 0215 e Anexo 3-A, os seguintes tipos poderiam utilizá-las:

d) Embarcações com características diferentes das acima poderão ser classificadas, a critério doBC.

e) Estas Regras não se aplicam a embarcações destinadas a transportar produtos químicos perigososa granel nem gases liquefeitos a granel, incluindo gás liquefeito de petróleo (GLP) e gás natural agranel.

1 � Balsa 7 - Chata 16 - Graneleiro (ore-oil) 26 - Passageiro2 � Barcaça 8 - Cisterna 23 - Outros granéis líquidos 27 - Pesqueiro5 � Carga geral 12 - �Ferry Boat� 24 - Passageiro/carga geral 29 - Petroleiros6 � Carga Refrigerada 13 - Flutuante 25 - Passageiro/roll-on roll-off 31 - Porta contentor

15 - Graneleiro 34 - Rebocador/empurrador 35 - Roll-on roll-off

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2.5.3 � Materiais

Estas Regras são válidas para embarcações fabricadas no aço especificado no Tomo lI, e deconstrução soldada. A utilização de aço diferente do especificado, bem como de uniões não realizadas porsolda, deverá ser submetida à aprovação do BC. A utilização de liga de alumínio devera obedecer àsRegras específicas do BC.

2.5.4 � Mão-de-obra

A qualidade da mão-de-obra utilizada na construção e na reparação da embarcação deveráobedecer às exigências do Vistoriador do BC. Os procedimentos de soldagem e os soldadores e operadoresde processos de solda automáticos deverão estar de acordo com o especificado no Tomo III. Osresponsáveis pela realização e pela interpretação dos resultados dos ensaios não destrutivos deverãoestar qualificados por uma empresa certificadora reconhecida, tal como a ABENDE (Associação Brasileirade Ensaios Não-Destrutivos) ou a ASNT (�American Society for Non-Destructive Testing�).

2.6 � SÍMBOLOS DE CLASSE

2.6.1 � Símbolo de supervisão durante a construção

a) Classificação durante a construção:A embarcação cuja construção do casco tiver sofrido a supervisão dos Vistoriadores do BC, e cujo

projeto e construção do casco estiverem de acordo com estas Regras, receberá um símbolo + antes dosímbolo indicativo do local de navegação.

b) Classificação especial:Embarcações não construídas sob a supervisão do BC, mas submetidas, posteriormente, a

classificação, serão sujeitas a uma inspeção para classificação especial, recebendo os símbolos descritosa seguir, mas sem a marca +.

2.6.2 � Símbolos indicativos do local de navegação

Embarcação destinada à navegação interior receberá o símbolo NI. Embarcação destinada ànavegação em mar aberto receberá o símbolo MA

2.6.3 � Símbolos indicativos do tipo de embarcação

Sim- Sim-Bolo Significado Bolo SignificadoPAS Embarcação de passageiros EDR Embarcação para dragagemREB Rebocador EMP EmpurradorEGR Embarc. p/ transp. de granéis sólidos GLP Embarcação para transporte de GLPEPC Embarc. de passageiros e carga EQM Embarc. p/ transp. de produtos químicosFRB Ferry-boat EES Embarcação de ensinoECG Embarc. p/ transporte de carga geral EPS Embarcação de pescaEGL Embarcação tanque / granéis líquidos EAP Embarcação de apoioOFF Embarcação off-shore TBR TransbordadoresEPQ Embarcação de pesquisa COM Embarc. de transporte de contêineresARE Embarcação de transporte de areia OEM Outras embarcaçõesCBR Cábrea

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2.6.4 � Símbolos indicativos do material do casco

Embarcações de casco de aço não possuirão qualquer símbolo adicional. Embarcações de cascofabricado em ligas de alumínio receberão o símbolo EAL em adição ao indicativo do tipo de embarcação,e as de casco fabricado em fibra de vidro receberão o símbolo EFV.

2.6.5 � Símbolos de classificação de máquinas e equipamentos

A notação ME significa que sistemas elétricos, máquinas e equipamentos estão de acordo com asprescrições do BC.

As máquinas construídas e instaladas de acordo com estas Regras, conforme constatação dosvistoriadores do BC, após as provas de mar, se aprovadas, serão classificadas recebendo o símbolo +ME.

As máquinas construídas e instaladas sem a supervisão do Bureau, que forem submetidas àclassificação, estarão sujeitas à vistoria especial. Quando os resultados forem satisfatórios, serãoclassificadas e receberão o símbolo ME.

2.6.6 � Símbolos eventualmente utilizados em Certificados e Relatórios

Os símbolos abaixo não se referem à classificação do navio, e sim à sua situação de classificaçãoe, portanto, são utilizados apenas em relatórios, certificados e relações de controle da situação declassificação de embarcações.

Símbolo Significado Símbolo SignificadoCI Classificação Inicial de Embarcação MC Manutenção de Classe de EmbarcaçãoDR Documento de Regularização LA Licença de Alteração / ReclassificaçãoEM DIA Situação de Vistoria em Dia LC Licença de ConstruçãoN.APL. Não Aplicável RE Reclassificação de EmbarcaçãoP.VIST. Programar Vistorias

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TOMO I - CONDIÇÕES GERAIS

SEÇÃO 3

VISTORIAS

3.1 � GENERALIDADES

a) As embarcações classificadas ficam sujeitas a vistorias anuais, vistorias de Reclassificação evistorias extraordinárias ou adicionais. As vistorias deverão ser realizadas conforme o diagramade ciclo básico para classificação de embarcação mostrado na Figura 3-1.

b) Os Armadores deverão permitir aos Vistoriadores livre acesso às embarcações classificadas ou aclassificar. Os Armadores deverão comunicar ao BC as ocasiões em que as embarcações poderãoser vistoriadas.

c) Sempre que os Vistoriadores recomendarem reparos ou requeiram uma vistoria adicional dentrode um certo prazo, os Armadores deverão mandar executar os reparos recomendados ouprovidenciar para que a vistoria adicional possa ser feita dentro do prazo estipulado, para que nãohaja cancelamento ou suspensão dos Certificados.

Data Base (Classificação Durante a Construção ou Classificação Inicial)a) Análise de planos, emissão da Licença de Construção ou Licença de AIteraçãob) Termos de vistoriasc) Emissão do(s) Certificado(s) de Classificação e do Documento de Regularização

Vistorias Flutuando para Manutenção de ClassePeríodo de1 ano

Período de 1 ano

Vistorias Flutuando para Manutenção de Classe

Períodode 1 ano

Flutuando para Manutenção de Classe

Período de 1 anoReclassificação - Vistorias em Seco Flutuandopara renovação do certificado de Classificação.

Figura 3-1 � Ciclo básico da classificação de embarcações (período total de quatro anos)

d) Os Armadores deverão comunicar aos Vistoriadores, durante as vistorias, quaisquer avarias nasmáquinas, casco, estrutura, equipamento ou sistema elétrico que possam prejudicar a segurançada embarcação e que ainda não tenham sido comunicadas ao BC.

e) As recomendações, contidas no termo de vistoria dos inspetores ou relatório de análise de planos,deverão ser observadas e executadas pelos Armadores, e o reparo aprovado pelos Vistoriadores.

f) Nenhuma alteração estrutural que possa afetar a segurança da embarcação, sua classificação,arqueação ou marca de borda livre poderá ser executada em seu casco, máquina ou equipamentode convés ou elétrico, sem que os planos da alteração tenham sido submetidos à aprovação doBC. Somente após essa aprovação os trabalhos de alteração poderão ser iniciados e, no seutérmino, aprovados pelos Vistoriadores. Os Vistoriadores deverão vistoriar as embarcações

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embarcações classificadas sempre que tais vistorias sejam solicitadas pelos Armadores. Quandopossível, os Vistoriadores deverão aproveitar as ocasiões das vistorias solicitadas, em caso deavaria, para estendê-las, de modo a torná-las vistorias anuais ou periódicas especiais, evitando,assim, a duplicação de trabalho e a paralisação dispensável da embarcação.

g) Os Armadores serão notificados pelo BC das datas das Vistorias, mas a responsabilidade detorná-las possíveis, pela presença da embarcação no local adequado, cabe inteiramente aosArmadores.

h) Quando uma vistoria não for completada por motivo de força maior, os Vistoriadores comunicarãoao BC e aos Armadores, para que estes fiquem cientes das partes ainda sujeitas a vistoria adicional.

i) Eventualmente, se fará menção à atividade de Regularização da embarcação, apenas para facilitaro entendimento do seu inter-relacionamento com as atividades relacionadas à classificação daembarcação. Deve-se ressaltar, no entanto, que estas Regras são destinadas apenas àclassificação da embarcação, e que as que deverão ser obedecidas para a sua Regularizaçãoserão as definidas nas NORMAM.

3.2 � CLASSIFICAÇÃO DURANTE A CONSTRUÇÃO3.2.1 � Classificação Durante a Construção

Refere-se à atividade de classificação da embarcação executada no decorrer de sua construção.

3.2.2 � Análise de planos de embarcação sem propulsão

a) Para a Classificação Durante a Construção, os seguintes desenhos e documentos deverão sersubmetidos à aprovação do BC, em três cópias:

Memorial descritivo (1) Plano de capacidades (1) Arranjo de luzes de navegação (1)Arranjo geral (1) Curvas hidrostáticas (1) Folheto de trim e estabilidade preliminar (1)Plano de linhas (1) Estimativa de peso leve (1) ART/CREA do responsável pelo projeto (1)Perfil estrutural (1) Plano de segurança (1) Curvas Cruzadas de Estabilidade (1)Expansão do chapeamento (1) Seção Mestra (1)

Expansão de chapeamento Cálculo da borda livre Curva - altura de carga x caladoEstrutura dos conveses Cálculo de arqueação Verificação do módulo da Seção MestraAnteparas estanques Lista de equipamentos Cálculo de momento fletor e força cortanteEstrutura da proa Arranjo das acomodações Arranjo do sistema de amarração e fundeioBraçolas de escotilha Forração das acomodações Estudo de estabilidade em avaria (*)Tampas de escotilha Rede de Iluminação Folheto de trim e estabilidade definitivo

Diagrama de tubulações (**) Relatório da prova de porte brutoDutos sonda e suspiros Plano de solda (***) Diagrama de instalação elétrica

Observações:(1) Após a análise e aprovação dos documentos assinalados com (1), o BC emitirá a Licença de Construção da

embarcação (NORMAM 02, artigos 0308 e 0311.a);(*) Só será obrigatória a apresentação do Estudo de estabilidade em avaria para embarcações destinadas ao

transporte a granel de combustíveis líquidos, derivados de petróleo e de álcool, na Bacia do Sudeste (NORMAM02, artigo 0330 e Anexo 3-L);

(**) Diagramas descritos na Seção 7 (Tubulação e bombas) do Tomo V � Máquinas(***) O Plano de Solda só será obrigatório nas condições definidas na Seção 1 do Tomo III

b) A NORMAM 02, Anexo 3-F, define o conteúdo dos planos e documentos previstos para a obtençãoda Licença de Construção. A NORMAM 02, artigos 0325, 0326, 0327 e 0517, estabelece requisitosadicionais para os planos. A NORMAM 02, Anexo 3-G, define as informações mínimas que deverãoconstar no Memorial Descritivo.

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c) Deverão, ainda, ser apresentados para o BC, para informação, os Procedimentos de Montagem eSoldagem do Estaleiro Construtor, em três vias.

d) No caso em que uma série de embarcações, utilizando o mesmo projeto, for construída pelomesmo estaleiro, somente para a primeira embarcação da série (protótipo), deverão ser submetidasà aprovação do BC três cópias dos planos definidos na alínea a), e enviadas para informação doBC três cópias dos documentos definidos na alínea c). Para cada uma das demais embarcações,só deverão ser submetidos à aprovação do BC três cópias dos planos que forem alterados emrelação ao protótipo, e mais três cópias dos seguintes documentos (NORMAM 02, artigo 0313):

Memorial descritivo (1) ART/CREA do responsável pelo projeto (1)Relatório da prova de porte bruto Folheto de trim e estabilidade definitivoDeclaração do responsável técnico, caracterizando as condições de carregamento (&)

Observações:(1) Após a análise e aprovação dos documentos assinalados com (1), o BC emitirá a Licença de Construção da

embarcação (NORMAM 02, artigos 0308 e 0311.a);(&) A declaração do responsável técnico, caracterizando as condições de carregamento nas quais a embarcação

operará, deverá obedecer ao modelo apresentado na NORMAM 02, Anexo 3-H.

3.2.3 � Análise de planos de embarcação com propulsão

a) Para a Classificação Durante a Construção, os seguintes desenhos e documentos deverão sersubmetidos à aprovação do BC, em três cópias:

Memorial descritivo (1) Plano de capacidades (1) Arranjo de luzes de navegação (1)Arranjo geral (1) Curvas hidrostáticas (1) Folheto de trim e estabilidade preliminar (1)Plano de linhas (1) Estimativa de peso leve (1) ART/CREA do responsável pelo projeto (1)Perfil estrutural (1) Plano de segurança (1) Curvas Cruzadas de Estabilidade (1)Expansão do chapeamento (1) Seção Mestra (1) Arranjo da Praça de Máquinas (1)

Estrutura dos conveses Jazentes do MCP Curva - altura de carga x caladoAnteparas estanques Tubo telescópico (estrutura) Verificação do módulo da Seção MestraEstrutura da proa Hélice Cálculo de momento fletor e força cortanteBraçolas de escotilha Mancal do pé-de-galinha Arranjo do sistema de amarração e fundeioTampas de escotilha Arranjo das acomodações Estudo de estabilidade em avaria (*)Dutos sonda e suspiros Forração das acomodações Folheto de trim e estabilidade definitivoEstrutura da popa Cálculo da borda livre Diagrama da instalação elétricaPés de galinha Cálculo da arqueação Arranjos e cálculo da ventilaçãoTubo telescópico Lista de equipamentos Relatório da Prova de InclinaçãoLeme e madre Rede de iluminação Diagramas de tubulações (**)Linha de eixo Balanço elétrico Quadro Elétrico PrincipalPlano de Solda (***) Sistema de governo

Observações:(1) Após a análise e aprovação dos documentos assinalados com (1), o BC emitirá a Licença de Construção da

embarcação (NORMAM 02, artigos 0308 e 0311.a);(*) Só será obrigatória a apresentação do Estudo de estabilidade em avaria para embarcação destinada ao

transporte a granel de combustíveis líquidos, derivados de petróleo e de álcool, na Bacia do Sudeste (NORMAM02, artigo 0330 e Anexo 3-L);

(**) Diagramas descritos na Seção 7 (Tubulação e bombas) do Tomo V � Máquinas;(***) O Plano de Solda só será obrigatório nas condições definidas na Seção 1 do Tomo III;

b) A NORMAM 02, Anexo 3-F, fornece uma descrição sumária das características dos planos edocumentos previstos para a obtenção da Licença de Construção, e das informações mínimasque cada um deverá conter. A NORMAM 02, artigos 0325, 0326, 0327 e 0517, estabelece requisitosadicionais para os planos. A NORMAM 02, Anexo 3-G, define as informações mínimas que deverãoconstar do Memorial Descritivo.

c) Deverão, ainda, ser apresentados para o BC, para informação, os Procedimentos de Montagem eSoldagem do Estaleiro Construtor, em três cópias.

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d) No caso em que uma série de embarcações, utilizando o mesmo projeto, for construída pelomesmo estaleiro, só para a primeira embarcação da série (protótipo) deverão ser submetidas àaprovação do BC três cópias dos planos definidos na alínea a), e enviadas para informação do BCtrês cópias dos documentos definidos na alínea c). Para cada uma das demais embarcações, sódeverão ser submetidos à aprovação do BC três cópias dos planos que forem alterados em relaçãoao protótipo, e mais três cópias dos seguintes documentos (NORMAM 02, artigo 0313):

Memorial descritivo (1) ART/CREA doresponsável pelo projeto (1)Relatório da prova de inclinação Folheto de trim e estabilidade definitivoDeclaração do responsável técnico, caracterizando as condições de carregamento (&)

Observações:(1) Após a análise e aprovação dos documentos assinalados com (1), o BC emitirá a Licença de Construção da

embarcação (NORMAM 02, artigos 0308 e 0311.a);(&) A declaração do responsável técnico, caracterizando as condições de carregamento nas quais a embarcação

operará, deverá obedecer ao modelo apresentado na NORMAM 02, Anexo 3-H.

3.2.4 � Plano de Carga da embarcação

a) A embarcação deverá ser projetada para atender às exigências mínimas de estabilidadeestabelecidas pelas NORMAM. Para as embarcações-tanque, o BC exige que, além das condiçõesde carga apresentadas na NORMAM 02, artigo 0635.c, seja também estudada a estabilidade com100% de carga, acrescida do efeito da superfície livre. Alternativamente, o construtor poderáapresentar a seqüência detalhada da operação de carregamento que comprove a estabilidadedurante todos os seus estágios.

b) Deverão, assim, ser submetidos à aprovação do BC os Cálculos de Estabilidade e Critérios deEstabilidade. Quando se desejar prover condições excepcionais de carregamento, além dos cálculose critérios de estabilidade, deverá ser fornecido o detalhamento completo do carregamento.

c) Não serão de responsabilidade do BC a estabilidade e o trim e/ou banda para manobra e,carregamento, bem como sobre o resultado que pode advir de má distribuição da carga ou docarregamento de cargas não descritas e analisadas no estudo de estabilidade, e que venham acausar fortes tensões na estrutura.

3.2.5 � Vistorias

No decorrer da construção, serão realizadas vistorias por parte dos Vistoriadores do BC. Oseventos de construção, inspeção, teste e provas a serem testemunhados pelo Vistoriador deverão serestabelecidos a critério deste, em vista do planejamento da construção.

3.3 � VISTORIA PARA CLASSIFICAÇÃO INICIAL3.3.1 � classificação Inicial

A Classificação Inicial é aquela realizada em embarcação já pronta e que, anteriormente, ou nãoera classificada, ou era classificada por outra Sociedade Classificadora.

3.3.2 � Análise de planos de embarcação sem propulsão

Deverá ser obedecido o item 3.2.2, com a seguinte diferença: os planos marcados com o símbolo(1) se destinam à emissão do Documento de Regularização, em lugar da Licença de Construção.

3.3.3 � Análise de planos de embarcação com propulsão

Deverá ser obedecido o item 3.2.3, com a seguinte diferença: os planos marcados com o símbolo(1) se destinam à emissão do Documento de Regularização, em lugar da Licença de Construção.

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3.3.4 � Vistorias

a) A embarcação deverá ser vistoriada, com a finalidade de verificar a sua conformidade com osplanos aprovados e o seu estado de conservação e manutenção.

b) Ficará a critério do Vistoriador, para as embarcações em uso, em função do grau de conservaçãoda embarcação, a realização de testes e inspeções adicionais, dentre os quais:

- Provas de Cais e Mar;- Teste de estanqueidade dos tanques;- Teste de estanqueidade das redes;- Teste hidrostático das ampolas do sistema fixo de CO2;- Medição da espessura do chapeamento em geral; e- Vistoria em seco da embarcação.

3.4 � VISTORIAS EXTRAORDINÁRIAS OU ADICIONAIS

a) As vistorias extraordinárias serão realizadas quando solicitadas pelo Armador, nos seguintes casos:a. Quando a embarcação sofrer qualquer avaria no casco, máquinas, equipamentos ou

instalação elétrica, que possa prejudicar a segurança da embarcação.b. Quando o Armador desejar fazer alterações ou modificações no casco, nas máquinas, em

equipamentos ou na instalação elétrica, que possam afetar a segurança da embarcaçãodurante o serviço. Neste caso todos os certificados ficam cancelados e deverá ser emitidouma Licença de Alteração / Reclassificação com a prévia análise dos planos que deverãoser alterados e um novo cicio de classificação e regularização será iniciado após aaprovação de todos os serviços executados.

b) Quando qualquer vistoria não tiver sido concluída, os Vistoriadores poderão permitir um prazo,não superior a 3 meses, para a sua conclusão, mediante uma vistoria adicional..

3.5 � VISTORIAS PARA A MANUTENÇÃO DE CLASSE

a) As vistorias para Manutenção de classe ou anuais, consideradas as peculiaridades de cadaembarcação, serão realizadas flutuando, e os seguintes componentes serão verificados:

- Guinchos, molinetes, tamancas, cunhos, rodetes, olhais, rolos de popa e escovéns;- Âncoras, amarras e cabos de aço empregados como amarra;- Portas de visita, escotilhões, gaiútas, vigias, portas estanques, elípses e outros dispositivos

de fechamento / acesso;- Escadas, estrados, balaustradas, corrimãos e pés de carneiro;- Verdugos, borda falsa, dalas, descargas para o mar e bolinas;- Mastros e turcos;- Soldas e estado do chapeamento e dos elementos estruturais;- Ventiladores, cachimbos e suspiros;- Forros, pisos, anteparas divisórias e isolamento acústico;- Câmara frigorífica, sistema de ventilação e aparelho de ar condicionado;- Paióis, tanques e porões;- Tubos de enchimento, de sondagem e seus dispositivos de fechamento;- Duplo fundo;- Cavernas, vaus, longarinas e anteparas;- Sistema de propulsão e geração de energia;

b) Os Vistoriadores deverão verificar, em cada vistoria, se foi feita alguma alteração que possa afetara segurança da embarcação. Caso seja constatada alteração, o Armador deverá ser notificado aalterar adequadamente os planos. Após a análise desses planos alterados, será emitida a Licençade Alteração / Reclassificação da embarcação, uma cópia da qual será enviada à autoridademarítima onde a embarcação estiver inscrita.

c) Os itens abaixo serão verificados em função das NORMAM:- Extintores de incêndio, sistema fixo de CO2 e equipamentos de combate a incêndio;- Botes de serviço, balsas, aparelhos flutuantes, coletes salva-vidas e bóias salva-vidas;- Artefatos pirotécnicos e rações de abandono;

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- Agulha magnética, agulha giroscópica, ecobatímetro, radar e indicador de ângulo do leme;- Equipamentos de comunicações, antenas e isoladores;- Luzes de navegação, luz de manobra e advertência conjugada e apito de manobra; e- Marcas da borda livre e de calado.

3.6 � VISTORIAS PARA RECLASSIFICAÇÃO

3.6.1 � A embarcação deverá ser docada em dique seco ou em carreira. O casco raspado e limpo paraexame do chapeamento, da roda de proa, da quilha e do cadaste. Se o Vistoriador considerar necessário,poderá solicitar que sejam medidas as espessuras nos locais houver sinais de desgaste excessivo, depreferência através de ultrassom. Deverá ser usado o critério de aceitação definido no item 1.50 da Seção1 do Tomo IV (Estrutura).

3.6.2 � As partes da estrutura que apresentarem defeito ou redução substancial dos escantilhões deverãoser reparadas de modo a torná-las novamente iguais, em material e dimensões, aos escantilhões originaisou ao estabelecido nos planos aprovados.

3.6.3 � Todas as aberturas deverão ser cuidadosamente examinadas. O casco, até a linha d�água carregada,deverá ser pintado. As marcas de borda livre e de calado deverão ser vistoriadas e pintadas, nas dimensõesespecificadas no Certificado de Borda Livre da embarcação.

3.6.4 � O leme deverá ser examinado, levantado, quando for necessário, para a medida de folgas, ereembuchado se necessário.

3.6.5 � Os porões de carga, tanques verticais, piques, porões outros que não de carga, espaços de máquinasou tanques de combustíveis deverão ser limpos. As superfícies do cavernamento e chapeamento deverãoser limpas para exame, e pintadas onde for necessário. No caso em que a superfície interna das chapasdo fundo for coberta com cimento, asfalto, etc., a remoção desse revestimento poderá ser dispensada,desde que seja cuidadosamente examinada por martelagem ou picagem para verificar se o dito revestimentoestá perfeito e aderente ao aço.

3.6.6 � Todas as anteparas estanques deverão ser examinadas.

3.6.7 � Nas embarcações sem duplo fundo, pelo menos duas fiadas em cada borda, de vante para ré, daschapas do piso deverão ser removidas, para permitir o exame do cavername da chapa do fundo. Todas asforrações portáteis, nos porões, e as chapas dos pisos nos espaços de máquinas, deverão ser removidaspara exame do cavernamento e do chapeamento.

3.6.8 � Nas embarcações com fundo duplo, os tanques e espaços de ar deverão ser limpos e examinadosinternamente. As chapas do piso acima do duplo fundo deverão ser removidas em número suficiente parao exame das chapas de topo do fundo duplo. Todos os tanques e cofferdames do duplo fundo deverão serlimpos e examinados internamente.

3.6.9 � Todos os duplos fundos, espaços de ar e outros tanques deverão ser limpos perfeitamente e, ondehouver óleo, desgaseificados, para que sejam examinados internamente. Para tanques que tiverem sidousados exclusivamente para óleo combustível, a limpeza interna e a desgaseificação poderão serdispensadas (exceto para os pique-tanques), sempre que o Vistoriador, após um exame externo dos tanques,julgar que os mesmos estão em condições satisfatórias.

3.6.10 � Quando todos os tanques do duplo fundo são usados exclusivamente para óleo, um deles, omaior, deverá ser limpo, desgaseificado e examinado internamente. Se as condições forem satisfatórias, oVistoriador poderá dispensar a desgaseificação dos demais tanques de óleo do duplo fundo.

3.6.11 � Os conveses deverão ser examinados e, quando revestidos, o revestimento não necessitará serremovido, desde que o Vistoriador esteja certo de que está em perfeitas condições e satisfatoriamenteaderente às chapas dos conveses.

3.6.12 � A mastreação, o massame, os escovéns, as âncoras, a máquina de suspender e o equipamentoem geral deverão ser examinados.

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3.6.13 � Nos porões isolados para carga refrigerada, as calhas, cobros, ou dalas e escotilhas deverão serretirados para inspeção.

3.6.14 � O equipamento de combate a incêndio será inspecionado e posto em funcionamento de modo aser certificada a sua completa eficiência.

3.6.15 � As amarras deverão ser arriadas no fundo do dique ou carreira, e examinadas. Serão substituídasas seções, ou a amarra em sua totalidade, quando os elos apresentarem redução excessiva de diâmetro,de acordo com a Tabela 3.1.

Diâmetro Diâmetro médio mínimo Diâmetro Diâmetro médio mínimoOriginal aceitável original aceitávelPolegada = mm Polegada = mm Polegada = mm Polegada = mm3/8 = 9.5 5/16 = 7.9 1+1/16 = 27.0 15/16 = 23.87/16 = 11.1 3/8 = 9.5 1+1/8 = 28.6 1 = 25.41/2 = 12.7 7/16 = 11.1 1+3/16 = 30.2 1+1/16 = 27.09/16 = 14.3 1/2 = 12.7 1+1/4 = 31.8 1+1/8 = 28.85/8 = 15.9 9/16 = 14.3 1+5/16 = 33.4 1+3/16 = 30.211/16 = 17.5 5/8 = 15.9 1+3/8 = 35.0 1+1/4 = 31.83/4 = 19.1 21/32 = 16.8 1+7/16 = 36.6 1+5/16 = 33.413/16 = 20.6 23/32 = 18.3 1+1/2 = 38.1 1+3/8 = 35.07/8 = 22.2 25/32 = 19.8 1+9/16 = 39.7 1+7/16 = 36.615/16 = 20.8 27/32 = 21.4 1+5/8 = 41.3 1+15/32 = 37.31= 25.4 29/32 = 23.0

Tabela 3-1 - Diâmetro médio mínimo aceitável dos elos de amarra

3.6.16 � A superfície interna e externa do chapeamento, a estrutura, incluindo cavernas, vaus, hastilhas,borboletas, sobrequilhas, escoas, longitudinais, sicordas, teto dos tanques, fundações de caldeiras emáquinas, túneis dos eixos, fundações dos mancais de escora e de sustentação dos eixos, anteparasestanques, rebites, costuras soldadas e os conveses deverá ser examinada e reparada, se necessário.

3.6.17 � Se o Vistoriador achar conveniente, deverão ser realizadas medições de espessura das chapasdos conveses, anteparas, etc., principalmente nos locais sujeitos à corrosão acentuada e, sempre que aredução dos escantilhões for julgada excessiva, as partes defeituosas deverão ser removidas e substituídaspor novos materiais, de dimensões e qualidade adequadas.

3.6.18 � Nas embarcações-tanque, deverão ser medidas as espessuras das chapas dos conveses,anteparas e membros estruturais principais.

3.6.19 � A critério do Vistoriador, o revestimento de camarotes e acomodações, principalmente junto àsvigias e janelas, poderá ser removido, em parte ou no todo, para exame das chapas por ele cobertas.

3.6.20 � Nos porões isolados para carga refrigerada, calhas, cobros, dalas e escotilhas devem ser removidospara exame. A critério do inspetor, o revestimento, em parte ou no todo, deve ser também removido.

3.6.21 � Todas as cunhas dos mastros devem ser renovadas. As condições dos mastros, paus de carga,etc. devem ser verificadas por percussão ou furos para determinar a espessura.Em cada vistoria, as seguintes partes devem ser examinadas:

3.6.22 � A eficiência das bombas manuais deverá ser verificada.

3.6.23 � Todas as máquinas à vapor, se existirem, quer sejam principais, auxiliares ou especiais, deverãoser abertas, a fim de serem inspecionados os empalhetamentos móveis e fixos das turbinas, os rotores, osextratores, os cilindros, as válvulas, os êmbolos, as molas de segmento, as conectoras, as

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cruzetas, os paralelos, os patins, as hastes de êmbolos, os mancais de sustentação, fixos e móveis, osmancais de escora, as caixas de válvulas de distribuição, os mecanismos de comando de válvulas, oseixos de manivelas, os pinos, as válvulas de garganta, de contorno, etc., e as bombas principais e auxiliares,diretamente servindo à máquina propulsora.

3.6.24 � Os equipamentos de transferência de calor (condensadores, vaporizadores, aquecedores deágua de alimentação, aquecedores de óleo combustível, refrigeradores de óleo lubrificante e outros) serãoinspecionados em funcionamento, e posteriormente abertos para rigorosa inspeção. Serão tambéminspecionadas todas as válvulas de admissão, de descarga, de contorno e outras dos citados equipamentos.

3.6.25 � As engrenagens redutoras das maquinas principais e auxiliares deverão ser abertas e inspecionadosos eixos, acoplamentos, mancais, engrenagens, pinhões, sistemas de lubrificação, catracas e seusmecanismos, aparelhos de travamento, etc.

3.6.26 � Todas as bombas principais ou auxiliares, de propulsão elétrica, mecânica ou a vapor, serãoabertas para a inspeção das distribuições, êmbolos, hastes, cilindros, válvulas, mancais, turbinas,impelidores, pratos, eixos, bem como das suas válvulas, torneiras, redes, raios, filtros, dispositivos desegurança, sistemas de lubrificação e instrumentação, etc. e de outra qualquer parte, a critério do inspetor.

3.6.27 � Todos os eixos (exceto os propulsores) deverão ser inspecionados, bem como os seus mancaisde escora e de sustentação.

3.6.28 � Todas as redes (principais e auxiliares), e especialmente a rede de vapor principal, serãoinspecionadas e, a critério do vistoriador, serão removidas e submetidas a teste hidrostático a 1,5 vezes apressão de trabalho, para as redes cuja temperatura de trabalho seja inferior a 427OC.

3.6.29 � Os motores de combustão interna, principais ou auxiliares, serão abertos para inspeção doscilindros, cabeçotes, válvulas, molas de segmento, comando de válvulas, camisas, jaquetas, êmbolos,hastes, conectoras, eixo de manivela, pinos, cambotas, cruzetas, mancais fixos e móveis, mancais deescora, bomba de ar de lavagem, supercarregadores, bomba de combustível, injetares, bomba delubrificante, sistema de lubrificação, bomba de refrigeração e seus sistemas, engrenagens de inversão demarcha, acoplamentos, sistema elétrico de ignição, válvulas de segurança e dispositivos de segurançacontra explosão no cárter, muflas, todas as bombas dependentes e independentes servindo diretamenteao motor e a outras partes que o inspetor julgar necessário. Os motores serão ainda examinados operandoem condições normais de serviço.

3.6.30 � Os reservatórios de ar serão examinados externa e internamente, bem como suas válvulas edispositivos de segurança. Se não se dispuser de meios para o exame interno dos reservatórios, estesserão testados a uma pressão hidráulica de 2 vezes a pressão de trabalho.

3.6.31 � Os eixos propulsores, quando revestidos completamente com camisas de bronze, ou que trabalhemdentro de buchas lubrificadas a óleo, serão retirados de 4 em 4 anos para inspeção.

3.6.32 � Os mancais dos eixos propulsores serão abertos para inspeção e serão tiradas as folgas dosmesmos.

3.6.33 � Os compressores deverão ser abertos e inspecionados os cilindros, êmbolos, válvulas, hastes desegurança, conectores, mancais, sistema de refrigeração e outras partes, a critério do inspetor.

3.6.34 � As instalações de caldeiras principais e auxiliares serão anualmente examinadas interna eexternamente. Serão examinados cuidadosamente os tubos d�água do gerador de vapor, cortina d�água,tubulões, tubos coletores, superaquecedores, economizadores, dessuperaquecedores, carcaças, tubosde gás, tubos estais das caldeiras flamatubulares, estais da conduta, condutas, fornalhas, espelhos, painéisdo invólucro, isolamentos térmicos, válvulas de segurança, válvulas de comunicação a vapor, válvulas deextração de fundo, válvulas de contorno, válvulas de retenção, torneiras de rova, indicadores de nível,aparelhos de ramonagem, portas de visita de tubulões e coletores, bujões dos tubulões e

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coletores, aquecedores de ar, controles automáticos, manômetros, pirômetros, periscópio de fumaça, redede queima, maçaricos, tijolos refratários, juntas de expansão dos refratários, barro, plástico, paredesdivisórias, máquinas de ventilação, tubos ventiladores e outros aparelhos ou acessórios, a critério doinspetor. Sempre que for julgado necessário, serão dadas provas hidráulicas de 1,5 a pressão de trabalhoe, dependendo dos vazamentos encontrados, serão tirados blocos exploratórios para exame das paredesdos tubos e posterior retubulação total ou parcial. Nas caldeiras flamatubulares, será dada especial atençãopara rachaduras nas carcaças, avarias nos espelhos e empeno nas fornalhas, os quais deverão ser medidoscom calibres para se constatar os que deverão ser corrigidos. Nas caldeiras aquatubulares, especialatenção será dada para a corrosão interna e externa dos tubos e qualquer flexamento. As paredes refratáriasdeverão ser substituías quando atingirem um desgaste de 25% ou quando apresentarem formação internade escória.

3.6.35 � As chaminés, caixa de fumaça e juntas de expansão serão examinadas.

3.6.36 � As fundações das máquinas principais e auxiliares e especiais, caldeiras, mancais do propulsor,condensadores e engrenagens redutoras serão cuidadosamente inspecionadas, bem como os dispositivosde fixação das citadas máquinas, ou equipamentos e as respectivas fundações.

3.6.37 � Equipamentos elétricos auxiliares. Todos os geradores serão testados sob carga, funcionandoseparadamente ou em paralelo. Todas as conexões, aparelhos, medidores, quadros de manobra, quadrode distribuição, seccionadoras, caixas de distribuição, relés, disjuntores, chaves e etc. serão inspecionados.Todos os equipamentos serão inspecionados com o objetivo de serem localizadas avarias ou deteriorações.A fixação será examinada. Serão evitadas, no entanto, ao máximo as desmontagens. A resistência deisolamento dos circuitos será medida entre condutores e dos condutores para terra, sendo estes valorescomparados com os previamente medidos. Qualquer discrepância nos valores deverá ser examinada, etomadas medidas corretivas, de modo a ser restabelecida a resistência ao seu valor admitido. Nostransformadores, ou equipamentos associados com circuitos vitais que forem imersos em óleo, deverãoser retiradas amostras do óleo para serem testadas quanto à rigidez dielétrica, acidez e umidade ou, serfor mais conveniente, substituir por óleo novo devidamente certificado. Todos os geradores e motoresassociados a circuitos vitais deverão ser abertos para inspeção rigorosa. A resistência de isolamento, emmegohms, deverá ser, no mínimo, igual a: 100 E / (W5 x 10), onde: E = Tensão nominal do gerador oumotor, em volts; e W = Potência nominal, em KVA. A resistência de isolamento mínimo do campo dosmotores ou geradores excitados separadamente com tensão menor que a tensão nominal deverá variarde 1/2 a 1 mega-ohm.

3.6.38 � Equipamentos elétricos de propulsão. Serão inspecionados cuidadosamente os anéis de frenagem.Serão inspecionadas todas as canalizações de ventilação do enrolamento do estator e as aberturas dasventilações do rotor, e certificado se estão perfeitamente limpos e desobstruídos. Serão examinados osisoladores das barras de distribuição de alta tensão, os quais deverão estar livres de poeira ou graxas demodo a evitar centelhamento para a massa. Serão inspecionados todos os cabos, verificados os suportesdos mesmos e as conexões das armaduras para a massa. A resistência de isolamento de cada unidadepropulsora deverá ser, no mínimo, igual à resistência exigida. Tais leituras deverão ser registradas ecomparadas com as anteriores, e qualquer discrepância deverá ser objeto de análise e correção.

3.6.39 � Lemes e Aparelho de Governo. Serão inspecionados os lemes interna e externamente. Serãoinspecionados os mancais e tiradas as folgas. Serão inspecionados máquinas do leme, transmissões,timão, pilotos automáticos e agulhas magnéticas e giroscópicas.

3.6.40 � Alarmes. Serão testados o funcionamento do alarme geral, de incêndio, de câmara frigorífica,etc..

3.6.41 � Deverão ser inspecionados o Telégrafo da Máquina, quadros elétricos, painéis de distribuição deenergia e demarradores, o sistema de iluminação e as luzes de navegação e mastro.

3.6.42 � Serão inspecionados os termômetros, tacômetros, manômetros, pirômetros, amperímetros,voltímetros, wattímetros, frequencímetros, sincronoscópios, lâmpadas de sincronização, lâmpada de terrae demais instrumentos indicadores.

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3.6.43 � Após cada vistoria será realizado um teste de operação chamado teste de mar, quando, sob aorientação do Vistoriador do BC, serão analisados todas as máquinas, equipamentos e sistemas elétricosem funcionamento.

3.7 � ALTERNATIVAS PARA OS PRAZOS DAS VISTORIAS EM SECO3.7.1 � Adiamento das vistorias em seco

As vistorias em seco de uma embarcação só poderão ser adiadas nas seguintes condições:

a) Caso a embarcação já tenha sido vistoriada em seco anteriormente por alguma condição especial,seja por reparos, alteração de vulto ou avarias, a data de aniversário da vistoria em seco passaráa ser em função dessa vistoria ocorrida.

b) Caso não exista uma carreira ou dique que comporte a embarcação a ser vistoriada em seco, naregião de operação desta, essa embarcação sofrerá uma vistoria especial flutuando para verificaçãodo seu estado atual, que poderá, a critério do Vistoriador, ser prorrogada a respectiva docagem noperíodo de até 1 (um) ano, desde que o Armador possa confirmar a data e local apropriado paraessa docagem em outra região para.onde deslocará a embarcação. Ficará a critério do Vistoriadora verificação da necessidade de vistorias sub-aquáticas, para que seja programado o prazo máximoda respectiva prorrogação. Em caso do Armador não cumprir o prazo estipulado para a prorrogação,todos os certificados ficarão suspensos automaticamente.

c) Se, na época do aniversário da vistoria em seco, o Armador não solicitar a devida prorrogação,todos os certificados ficarão suspensos até que a vistoria especial flutuando seja realizada. O BCse eximirá de qualquer responsabilidade que venha a ocorrer nesse período.

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TOMO II - MATERIAIS

SEÇÃO 1

MATERIAIS PARA O CASCO E PARA EQUIPAMENTOS DE CASCO

1.1 � FABRICAÇÃO E ENSAIOS1.1.1 � Materiais

Os materiais empregados na construção e reparos das embarcações classificadas pelo BC deverãosatisfazer aos requisitos desta Seção. Materiais não constantes desta Seção poderão ser utilizados, desdeque sejam adequados ao uso naval e obtenham prévia aprovação do BC.

1.1.2 � Processos de fabricação do aço

O aço deverá ser produzido por fabricante reconhecido pelo BC e ser fabricado por um dos seguintesprocessos: Siemens-Martin (open-hearth), oxigênio-básico, forno elétrico, conversor LD, ou outro processoequivalente, previamente aprovado pelo BC.

1.1.3 � Composição química

A composição química, quando não for especificamente definida nesta Seção, deverá estar deacordo com os requisitos de composição química para os graus A, B, D, E, AH 32, AH 36, DH 32, DH 36,EH 32, EH 36, conforme a norma ABNT NBR 7241 - �Chapas de aço estrutural para o uso naval�.

1.1.4 � Ensaios de tração

Os ensaios de tração deverão ser realizados de acordo com a norma da ABNT NBR-6152�Materiais Metálicos - Determinação das propriedades mecânicas à tração�.

1.1.4.1 � Critério de aceitação para a resistência à tração

Para todos os graus : 41-50 kg/mm2

Perfis e barras para grau A : 41-56 kg/mm2

Para conformar a frio : 39-46 kg/mm2

1.1.4.2 � Limite de escoamento mínimo admissível

Para todos os graus : 24 kg/mm2

Para grau A, acima de 25mm de espessura : 23 kg/mm2

Para conformar a frio : 21 kg/mm2

1.1.4.3 � Alongamento mínimo admissível

Para todos os graus : 21 % em 200 mm ou 24% em 50 mm ou 22% em 5,65 . S1/2

(S = área da seção da amostra de ensaio ou teste)Para conformar a frio : 23% min. em 200 mm.

1.1.4.4 � Relatório

No relatório deverá constar o seguintea) número da Norma da ABNT utilizada;b) identificação do material ensaiado;c) critérios de amostragem;d) características e quantidades dos corpos de prova;e) tensões convencionais determinadas, arredondadas a 0,1 kg/mm2

f) módulo de elasticidade, quando determinado, arredondado a 1 % de seu valor;

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g) alongamento percentual determinado, arredondado a 0,1 %, quando menores que 10%, ea 1 %, quando maiores ou iguais a 10%;

h) coeficiente de estricção determinado, arredondado a 1 %;i) condições divergentes das estabelecidas na Norma;

1.1.4.5 � Corpos de prova padrão para ensaio de tração

a) Dimensões do corpo de prova retangular para o ensaio de tração. A resistência à tração ealongamentos para chapas, perfis, tubos e outros, deverão ser determinados por corpos de provausinados, conforme dimensões estabelecidas abaixo:

1. espessura �e � igual à do elemento a testar.2. largura igual a 25 mm, no mínimo (normal = 40 mm).3. comprimento inicial (I0) dos pontos de referência igual a 200 mm ± 0,25 mm.4. comprimento da Seção reduzida paralela Ir igual a 230 mm (no mínimo 10% maior que I0);5. os pontos de referência com 200 mm de distância servirão para medir o alongamento

após a ruptura.6. elementos a testar, de pequenas dimensões, não necessitam de usinagem.7. raio de concordância da Seção reduzida com a extremidade mais larga (garra), em torno

de 12 mm.

b) Dimensões do corpo de prova cilíndrico, para ensaio de tração (para aço fundido, forjado, perfis eoutros), deverão ser usinados conforme dimensões estabelecidas abaixo:

1. diâmetro igual a 12,5 mm ± 0,25 mm.2. comprimento inicial I0 dos pontos de referência igual a 50 mm ± 0,10mm, ou 5,65 . S1/2 ;3. os pontos de referência servem para medir alongamento após ruptura.4. o comprimento da Seção reduzida paralela, Ir deve ser igual a 60 mm (no mínimo 10%

maior que I0).5. raio de concordância com a extremidade mais larga (garra) deve ser igual a 10 mm.6. os extremos poderão ter as formas (paralela, cônica, roscada ou outra) adaptável à maquina

de ensaio disponível.7. barras redondas (vergalhões), tubos e outros poderão ser ensaiados em suas formas

(sem usinagem).

c) Corpos de prova para ensaio de tração, com dimensões diferentes das definidas nas alíneas a) eb) acima poderão ser adotados, desde que com prévia autorização do BC.

1.1.5 � Ensaios de dobramento (flexão)1.1.5.1 � Quando o alongamento medido estiver muito próximo do mínimo de segurança, o Vistoriadorpoderá exigir o ensaio de dobramento. Os ensaios de dobramento deverão ser de acordo com a norma daABNT NBR 6153 - �Produtos metálicos - Ensaio de dobramento semi-guiado - Método de ensaio�

1.1.5.2 � Dimensões do corpo de prova para ensaio de dobramento

As dimensões do corpo de prova serão:a) largura mínima de 30 mm

b) mesma espessura do material a ser ensaiado, com a superfície de laminação original.

c) arestas deverão ser arredondadas com lima ou usinadas com raio não superior a 1,5 mm

1.1.5.3 � Quando for requerido ensaio de dobramento para forjados e fundidos, a seção usinada deverápossuir 25 mm x 12,5 mm, nunca inferior a 12,5 mm x 12,5 mm, vide item 1.2.1.7.

1.1.5.4 � O comprimento do corpo de prova deverá ser suficiente para a operação de dobramento, queconsiste em dobrar a frio até 180O, em torno do cutelo de diâmetro igual a 3 vezes a espessura do corpo deprova, sem apresentar fraturas na superfície externa.

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1.1.6 � Ensaio de impacto (Charpy)1.1.6.1 � Método de ensaio

O ensaio de Impacto deverá estar de acordo com os requisitos das norma da ABNT NBR-6157 -�Materiais metálicos - Determinação da resistência ao impacto em corpos de prova entalhados,simplesmente apoiados - Método de ensaio�.

1.1.6.2 � Dimensões do corpo de prova para ensaio de impacto

Deverão ser cumpridos os requisitos da norma da ABNT definida em 1.1.6.1.

1.1.6.3 � Relatório

No relatório de ensaio deverão constar:a) número da norma ABNT;b) identificação do material;c) critérios de amostragem;d) tipos e quantidade de corpos de prova;e) energia de impacto utilizada, em joules;f) perda de energia do pêndulo por atrito, em joules;g) temperatura do corpo de prova, em graus Celsius;h) a energia absorvida (Ea), em joules, ou a resistência ao impacto (Ri), em joules por centímetro

quadrado;i) para o corpo de prova não rompido no ensaio, deve ser mencionado �corpo de prova não rompido

por tantos joules�;j) quando solicitado, o aspecto da fratura e/ou temperatura de transição;l) nome do responsável pelo ensaio;m) local e data do ensaio.

1.2 � AÇO FUNDIDO1.2.1 � Fundidos de aço para o casco

1.2.1.1 � As peças fundidas destinadas à construção da embarcação, deverão ser aprovadas pelo BC. OVistoriador do BC organizará um programa de testes necessários para a aprovação das fundições. Aspeças aprovadas serão marcadas pelo Vistoriador em locais apropriados, de fácil visualização.

1.2.1.2 � Processo de fabricação - Conforme item 1.1.2.

1.2.1.3 � Tratamento térmico (recozimento total ou normalização)

Todos os fundidos deverão ser submetidos a tratamento térmico para refinar o grão da estrutura.Se o fundido, após o tratamento térmico, tiver aquecimento localizado ou operação de deformação, umsubseqüente tratamento térmico de alívio de tensões deverá ser efetuado, como, por exemplo, após asoldagem.

1.2.1.4 � Composição química

Uma análise de corpo de prova de cada corrida de aço deverá ser feita pelo fabricante. Acomposição química deverá estar nos seguintes limites: carbono 0,23 % máx.; silício 0,60 % máx.; manganês1,60 % máx.; enxofre 0,040% máx.; fósforo 0,040% máx; elementos residuais: cromo, níquel, molibdênio ecobre, poderão perfazer um total de 0,8% máx.

1.2.1.5 � Ensaio de tração

Os ensaios dos corpos de prova deverão ser conforme o item 1.1.4.5.b. e

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1.2.1.6 � Propriedades mecânicas relativas à tração

Resistência à tração min. : 42 kg/mm2

Limite de escoamento min. : 21 kg/mm2

Alongamento em 5,65 S1/2 min. : 25%Redução de área min. : 40%

1.2.1.7 � Ensaio de dobramento

Conforme o item 1.1.5.1, em torno de cutelo, com diâmetro máximo de 50mm, com um ânguloexterno de dobramento de 120O.

1.2.1.8 � Ensaio de impacto

Fundidos de aço ferrítico ou martensítico, não corrosível, deverão possuir energia média de 20 Jmínimo, a 0OC, obtida pelo ensaio de impacto Charpy-V.

1.2.1.9 � Ensaios não-destrutivos

Deverão ser examinados, pelos métodos de ultra-som e partículas magnéticas, os fundidos docadaste, dos suportes do leme e do eixo propulsor.

1.3 � AÇO FORJADO PARA O CASCO

1.3.1 � As peças forjadas, destinadas à construção do navio, deverão ser aprovadas pelo BC. O Vistoriadororganizará um programa de testes necessários para aprovação dos forjados. As peças aprovadas serãomarcadas pelo Vistoriador em locais apropriados, de fácil visualização.

1.3.2 � Processo de fabricação - Conforme item 1.1.2.

1.3.3 � Tratamento térmico

Os forjados deverão ser submetidos a recozimento total, ou normalização seguida de têmpera, atemperatura não menor que 560OC.

1.3.4 � Composição química

a) Para forjados a serem ligados por solda à estrutura do navio, uma análise de cada corrida de açodeverá ser feita pelo fabricante. A composição química deverá estar nos seguintes limites: Carbono0,23% máx.; Silício 0,45% máx.; Manganês 0,30 - 1,70%; Enxofre 0,045% máx.; Fósforo 0,045%máx., elementos residuais: cromo, níquel, molibdênio e cobre, poderão perfazer um total de 0,8%máx. Em corpo de prova obtido de forjados, o conteúdo de carbono não deve ser superior a0,26%.

b) Para forjados não ligados por solda à estrutura do navio, a percentagem de carbono poderá chegaraté 0,30%, no máximo, e os elementos residuais a um total de 1,15%.

1.3.5 � Propriedades mecânicas relativas à tração

Resistência à tração : 42 kg/mm2 min.Limite de escoamento : 21 kg/mm2 min.Alongamento em 5,65 . S1/2 no corpo de prova : 24% min.Alongamento transversal prova longitudinal :Alongamento em 5,65 . S1/2 : 25% min. longitudinalAlongamento em 5,65 . S1/2 : 20% min. transversalRedução de área : 38% min. longitudinalRedução de área : 29% min. transversal

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1.4 � AÇOS ESTRUTURAIS1.4.1 � Especificação

a) Os aços empregados na estrutura da embarcação deverão obedecer à normas da ABNT NBR-7241 - �Chapas de aço estrutural para o uso naval� , cujo conteúdo, para espessuras de até 50mm, está resumido nos itens 1.4.1 a 1.4.8. A tabela 1.1 mostra os graus destes aços, o seutratamento final de fabricação e as condições de seu fornecimento.

Notas: 1 - Aços diferentes daqueles contidos na Tabela, quanto a tratamento térmico, propriedadesmecânicas, etc. poderão ser usados, desde que previamente aprovados pelo BC.

2 - Os aços, como os da nota anterior (nota 1), deverão ser identificados claramente.

Tabela 1.1 - Aços para construção naval

b) Os elementos estruturais deverão ser fabricados dos mesmos tipos de aço especificados na alíneaa). Para a sua padronização dimensional e para critérios de aceitação de suas soldas, quandofabricados por soldagem, poderão ser obedecidas as seguintes normas da ABNT:

NBR - 5884 - �Perfis estruturais soldados de aço - Padronização�;NBR - 6657 - �Perfil de estruturas soldadas de aço�; eNBR - 6352 - �Cantoneiras de abas desiguais, de aço, laminadas a quente.�

1.4.2 - Composição química

Os aços com os graus especificados na tabela 1.1 deverão apresentar composição química, comomostrada na tabela 1.2 � na página seguinte.

Grau Tratamento Grão Fino Espessuramm

Condição de FornecimentoTratamento Térmico

A xxxxxxxxx todas xxxxxxxx

B xxxxxxxxx todas xxxxxxxx

D xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

com tratamento

<25>35>25

>35

xxxxxxxxxxxxxxxx

- normalizado, conformadotermo-mecanicamente

- normalizado, conformadotermo-mecanicamente

E com tratamento todas - normalizado, conformadotermo-mecanicamente

A 32D 32

A 36D 36

Com Nióbio ou Vanádio

< 12,5> 12,5

< 12,5> 12,5

xxxxxxxx- normalizado, conformado

termo-mecanicamentexxxxxxxx

- normalizado, conformadotermo-mecanicamente

A 32D 32

A 36D 36

sem Nióbio ou Vanádio

< 20> 20

< 20> 20

xxxxxxxx- normalizado, conformado

termo-mecanicamentexxxxxxxx

- normalizado, conformadotermo-mecanicamente

E 32E 36 com tratamento todas

xxxxxxxx- normalizado, conformado

termo-mecanicamente

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Notas1: Para aços de espessura superior a 25mm, a desoxidação deverá ser feita com tratamento de

grão fino.2: Para os aços de graus A, B, D e E, a soma da percentagem de carbono, com 15% da percentagem

de Manganês, deve, no máximo, ser igual a 0,40.

Tabela 1.2 - Composição química dos aços para construção naval

1.4.3 � Propriedades mecânicas

a) Os valores requeridos no teste de tensão para resistência à tração, limite de escoamento ealongamento, são dados pela Tabela 1.3.

Tabela 1.3 - Propriedades mecânicas dos aços para construção naval

b) Se houver exigências de requisitos de resistência ao impacto, os valores deverão ser motivo deacordo prévio, e devidamente aprovados pelo BC.

GRAU

ABD

A 32D 32E 32A 36D 36E 36

Resistência àTração(kg/mm2)

41 a 50

45 a 60

50 a 64,3

Limite de Escoamento(kg/mm2)

24

32

36

Alongamento%

22

25

21

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1.4.4 � Testes no material1.4.4.1 � Verificação da composição química

O fabricante deverá determinar a composição de cada corrida, bem como fornecer o respectivocertificado, contendo a composição química correspondente ao grau do aço.

1.4.4.2 � Ensaio de tração

As propriedades mecânicas serão verificadas pelo Ensaio de Tração. Para fins unicamente deteste, os produtos serão agrupados por corrida, em lotes de 50t. Será testado, no mínimo, um exemplarde cada lote. As chapas não ensaiadas do lote rejeitado poderão ser testadas individualmente, e serãoaceitas as que apresentarem os resultados aprovados.

1.4.4.3 � Ensaio de impacto

Todos os aços serão submetidos a este teste, exceto os de grau A.

1.4.4.4 � Teste dimensional e de acabamento

O acabamento superficial e as dimensões de todos os produtos deverão ser verificados pelofabricante. Qualquer defeito na superfície poderá ser removido por esmeril, dentro das tolerânciaspermitidas. Todas as chapas serão submetidas ao Vistoriador do BC para uma verificação final, excetoquando previamente acordado com o BC.

1.4.5 � Dimensões e tolerâncias dimensionais

a) Quando medida à 25 mm das arestas, a espessura nominal das chapas de aço deverá obedecerà tolerância definida na Tabela 1.4.

Tabela 1.4 - Tolerâncias na espessura

b) Outras tolerâncias nas demais dimensões são aquelas previamente aprovadas pelo BC.

1.4.6 � Defeitos na superfície

Os defeitos isolados na superfície dos produtos poderão ser removidos, ou por esmerilhamento,ou por esmerilhamento e posterior preenchimento com solda.

1.4.6.1 � Reparo por esmerilhamento

a) O fabricante poderá reparar qualquer defeito da superfície, por esmeril, desde que:1. não seja retirado mais de 3mm da espessura nominal do material;2. que a espessura, na região onde havia o defeito, após o esmerilhamento, não seja inferior

a 93% da espessura nominal.

b) Dever-se-á providenciar para que, após o esmerilhamento, a transição entre a zona esmerilhadae o restante da superfície seja bem suave.

Espessura Nominal em mm5 < e < 88 < e < 15

15 < 5 e < 2525 < 5 e < 40

e > 40

Tolerância na espessura em mm- 0.4- 0.5- 0.6- 0.8- 1.0

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1.4.6.2 � Reparo por solda

Desde que haja aprovação do Vistoriador do BC, os defeitos da superfície que não puderem serreparados apenas por esmeril, poderão ser reparados por esmeril e solda, observando os seguintesprocedimentos:

1. após esmerilhar a região defeituosa, a espessura da região esmerilhada deverá ser igual a, nomínimo, 80% da espessura nominal.

2. os soldadores deverão ser bem treinados, e o processo de soldagem utilizado deverá serpreviamente aprovado pelo BC. Os eletrodos usados deverão possuir baixo teor de hidrogênio.Pelo menos uma camada de solda em excesso deverá ser depositada para posterioresmerilhamento, o que possibilitará o nivelamento com o restante da superfície.

3. quando o produto for normalizado, qualquer reparo com solda deverá ser efetuado antes dotratamento térmico, para evitar a repetição do mesmo após a solda.

4. para cada reparo com solda, o fabricante deverá preparar um memorial descritivo contendo alocalização dos defeitos, a extensão do defeito, o método usado para a solda e qualquer tratamentotérmico que tenha sido feito.

1.4.7 � Identificação

1.4.7.1 � Todos os produtos deverão ser identificados pelo fabricante de forma bem nítida. A identificaçãodeverá conter:

- Nome do fabricante (ou sigla)- Grau do aço- Número de série- Número do modelo

1.4.7.2 � As chapas e perfis deverão ser identificados com marcas, geralmente feitas por punção. Quandoa espessura de chapas for menor que 10 mm, a identificação poderá ser feita através de pintura com tintaconveniente.

1.4.7.3 � No caso de perfis de dimensões pequenas, assim considerados os de peso menor que 30 kg/m,a identificação por punção poderá ser substituída por etiqueta.

1.4.7.4 � Quando uma chapa for subdividida em várias barras, cada barra deverá ser identificadaindividualmente, tomando-se o cuidado, porém, de que a identificação de cada barra indique a relaçãocom a chapa origem.

1.4.8 � Certificados

O fabricante deverá entregar um certificado contendo os seguintes dados:- Número da Ordem de Compra.- Número do projeto usado pelo construtor (quando possível).- Número, tamanho, forma e peso dos produtos.- Grau do aço.- Composição química.- Resultados dos testes realizados.

1.5 � ÂNCORAS1.5.1 � Recomendações gerais

Estas normas aplicam-se às âncoras usadas em embarcações construídas de acordo com asRegras do BC. São aplicadas às âncoras feitas de aço fundido, aço forjado ou feitas com componentessoldados. O fabricante de âncoras deverá satisfazer os requisitos do BC no tocante a testes e empregodo material. O projeto das âncoras deverá ser previamente aprovado pelo BC.

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1.5.2 � Numeral do equipamento

O numeral do equipamento será dado por:

AhBBZ ++∆= ..2.3/2

BZ = numeral do equipamentoB = boca da embarcação, em metrosh = altura da superfície vélica, em metros, ou seja, altura medida desde a linha d�água do

calado de projeto até o mais alto convés de superestrutura∆ = deslocamento carregado (t). Para empurradores, considerar �∆� como o deslocamento

total do maior trem de balsas que ele pode empurrar. Excluir o próprio deslocamento doempurrador.

A = área, em metro2, do perfil longitudinal do casco, acima da linha d�água, no calado deprojeto. No cálculo de A deverão ser levadas em conta todas as superestruturas e casariasde largura maior que 25% da boca.

= 0 para balsas destinadas à navegação interior = 0, para empurradores

1.5.3 � Quantidade e peso das âncoras1.5.3.1 � O peso total das ancoras será obtido da Tabela 1.5, entrando-se com o numeral do equipamentocalculado de acordo com o item 1.5.2. Quando forem usadas âncoras reconhecidas pelo BC como degrande poder de unhar, o peso da âncora obtido pela Tabela 1.5 poderá ser reduzido em 25%.

1.5.3.2 � As embarcações com propulsão deverão ser equipadas com duas âncoras de leva, excetoquando previamente acordado e aprovado pelo BC, quando usarão apenas uma.

a) As balsas deverão ser equipadas com uma âncora de leva, exceto durante a operação dereboque/empurra, quando tal equipamento é prescindível.

b) Quando forem instaladas duas âncoras de leva, é desejável que ambas tenham o mesmo peso.Como tolerância, o peso da âncora mais leve poderá ser inferior a 45% do peso total.

1.5.3.3 � As embarcações com propulsão deverão ser equipadas com uma âncora de popa, cujo pesoserá obtido na Tabela 1.5, sujeito às seguintes observações:

a) O peso da âncora de popa não deverá ser inferior a 25% do peso das âncoras de leva.

b) Quando o comprimento total do navio exceder 80 metros, ele deverá ser equipado com duasâncoras de popa, tendo peso total de, no mínimo, 50% do peso total das âncoras de leva.

1.5.3.4 � Os empurradores deverão ser equipados com, pelo menos, uma âncora de popa, cujo pesonão deverá ser inferior a 35% do peso total das âncoras de leva.

1.5.4 � Materiais

Os aços forjados e fundidos, usados na fabricação de âncoras e seus respectivos componentes,deverão ser enquadrados como aço-carbono-manganês. Os aços forjados deverão possuir um teormáximo de carbono de 0,22%, e o teor máximo de carbono para o aço fundido será de 0,23%. Emambos os casos, todas as peças da âncora deverão ser submetidas a um cozimento pleno.

a) O aço laminado, usado na fabricação de âncoras feitas de elementos soldados, deverá atenderaos requisitos do BC.

b) Os anetes deverão ser de ferro batido ou aço forjado sem solda.

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1.5.5 � Testes dos materiaisa) Todos os materiais deverão ser testados de acordo com o exigido pelo Vistoriador do BC. Aços

fundidos deverão ser testados na presença do Vistoriador do BC. Serão considerados válidos ostestes realizados pelo fabricante no caso de aço forjado ou laminado.

b) O fornecedor do material deverá entregar um certificado contendo a composição química domaterial, o tratamento térmico aplicado ou condições de fornecimento, quando não for fabricante,e os resultados de testes, quando estes forem realizados por ele.

Numeral deEquipamento

(BZ)

5010015020025030040050060070080090010001100120013001400150016001700180019002000220024002600280030003200340036003800400042004400460048005000

Âncora de LevaPeso total

(kg)

901802703604505406707909201040117012801390149015801670175018201870193019902050211022002290238024702560265027402830292030103 1003190328033703460

Embarcações auto-propelidas

Âncoras de popa -peso individual (kg)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx110140170200230260290320350370400420440460470480500510530550570600620640660690710730750780800820840870

Embarcações sempropulsão própria e

embarcações depassageiros.

Âncoras de popa -peso total (kg)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx110140170200280310350380420520550580610640940970990

10201050110011501190124012801330137014201460151015501600164016901730

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1.5.6 � Requisitos de qualidade

a) As âncoras não deverão apresentar defeitos, tais como rachaduras, bolhas de fundição etc. queimpeçam seu funcionamento.

b) As âncoras, depois de testadas com a carga de teste, não deverão apresentar deformaçãopermanente. No caso de âncoras feitas de componentes soldados, após o teste não deveráhaver alteração no movimento dos braços ao longo do ângulo total, em função de deformação nosmancais.

1.5.7 � Testes nas âncoras1.5.7.1 - As âncoras só serão testadas após estarem completamente montadas, e ainda sem pintura, esem qualquer outro tipo de proteção superficial. As âncoras com peso total maior ou igual a 75 kg deverãoser testadas na presença do Vistoriador do BC, com o emprego de equipamento para teste devidamentecalibrado e aprovado pelo BC.

1.5.7.2 � Teste de dobramento

Os testes de dobramento deverão ser realizados em cada peça de âncora de aço fundido;sujeitando-se um corpo de prova (CP), padronizado pela ABNT, de dobramento a frio, até um ângulo de120O, em torno de um cutelo com raio de 25 mm, sem que se tenha fratura.

1.5.7.3 � Teste de queda

Cada peça de âncora de aço fundido será elevada a uma altura de 3,7 metros, e deixada cairsobre uma chapa de aço, não devendo apresentar fraturas.

1.5.7.4 � Teste de percussão

Os testes de percussão serão executados em cada peça de âncora de aço fundido, a qual deveráser suspensa e afastada do chão, e, em seguida, bem sondada com martelo, para que seja verificada ainexistência de falhas de material.

1.5.7.5 � Testes de carga

a) Os testes de carga serão efetuados em todas as âncoras, depois de sua montagem provisória.as cargas de testes estão estabelecidas na Tabela 1.6.

b) Para as âncoras com peso total superior a 10.000 kg, o teste de carga poderá ser substituído poroutro tipo de teste, desde que previamente aprovado pelo BC.

c) Nas âncoras com cepo, a carga de teste deverá ser aplicada no braço. Nas âncoras sem cepo, acarga de teste deverá ser aplicada simultaneamente nos dois braços, para cada posição relativados braços e da haste.

d) Antes do teste de carga, as âncoras deverão ser inspecionadas pelo fabricante, e todos os defeitoscorrigidos. Após a aplicação da carga de teste, a âncora deverá ser desmontada, e suas peçasnão deverão apresentar deformações que prejudiquem o seu funcionamento normal. Deverãoser bem observados os braços das âncoras compostas, que deverão continuar se movendolivremente.

1.5.8 � Marcação

As âncoras, depois de testadas e aprovadas, deverão ser marcadas com as seguintes informações,gravadas com punção, pelo fabricante, em local bem visível: nome do fabricante, número do certificadode teste do BC e respectiva data, peso total, e peso do cepo no caso de âncora com cepo.

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1.5.9 � Reparos e testes de âncoras danificadas

As âncoras danificadas poderão ser reparadas por desempeno e/ou solda, desde que o Vistoriadordo BC aprove o método usado. O desempeno será executado com calor. Soldas, sempre que possível,serão feitas na posição horizontal e executadas por soldadores qualificados e usando procedimentospreviamente aprovados. Após a execução das soldas, deverá ser, sempre, providenciado um alívio detensões. As âncoras reparadas deverão ser re-testadas.

Tabela 1.6 - Cargas de teste de âncoras

PESO

(Kg)

CARGATESTE

(kN)

PESO

(Kg)

CARGATESTE

(kN)

PESO

(Kg)

CARGATESTE

(kN)

PESO

(Kg)

CARGATESTE

(kN)

50 23 1.200 231 4.800 645 11.000 1.070

55 25 1.250 239 4.900 653 11.500 1.090

60 27 1.300 247 5.000 661 12.000 1.110

65 29 1.350 255 5.100 669 12.500 1.130

70 31 1.400 262 5.200 677 13.000 1.160

75 32 1.450 270 5.300 685 13.500 1.180

80 34 1.500 278 5.400 691 14.000 1.210

90 36 1.600 292 5.500 699 14.500 1.230

100 39 1.700 307 5.600 706 15.000 1.260

120 44 1.800 321 5.700 713 15.500 1.270

140 49 1.900 335 5.800 721 16.000 1.300

160 53 2.000 349 5.900 728 16.500 1.330

180 57 2.100 362 6.000 735 17.000 1.360

200 61 2.200 376 6.100 740 17.500 1.390

225 66 2.300 388 6.200 747 18.000 1.410

250 70 2.400 401 6.300 754 18.500 1.440

275 75 2.500 414 6.400 760 19.000 1.470

300 80 2.600 427 6.500 767 19.500 1.490

325 84 2.700 438 6.600 773 20.000 1.520

350 89 2.800 450 6.700 779 21.000 1.570

375 93 2.900 462 6.800 786 22.000 1.620

400 98 3.000 474 6.900 794 23.000 1.670

425 103 3.100 484 7.000 804 24.000 1.720

450 107 3.200 495 7.200 818 25.000 1.770

475 112 3.300 506 7.400 832 26.000 1.800

500 116 3.400 517 7.600 845 27.000 1.850

550 125 3.500 528 7.800 861 28.000 1.900

600 123 3.600 537 8.000 877 29.000 1.940

650 140 3.700 547 8.200 892 30.000 1.990

700 149 3.800 557 8.400 908 31.000 2.030

750 158 3.900 567 8.600 922 32.000 2.070

800 166 4.000 577 8.800 936 34.000 2.160

850 175 4.100 586 9.000 949 36.000 2.250

900 182 4.200 595 9.200 961 38.000 2.230

950 191 4.300 604 9.400 975 40.000 2.410

1.000 199 4.400 613 9.600 987 42.000 2.490

1.050 208 4.500 622 9.800 998 44.000 2.570

1.100 216 4.600 631 10.000 1010 46.000 2.650

1.150 224 4.700 638 10.500 1040 48.000 2.730

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1.6 � AMARRAS1.6.1 � Características

As amarras deverão possuir dimensões e características previamente aprovadas pelo BC. Poderãoser usadas amarras de e/os curtos ou elos com malhetes.

1.6.2 � Carga de ruptura

A carga de ruptura de uma amarra não deverá ser menor que 30 vezes o peso total da respectivaâncora. Quando a âncora for reconhecida pelo BC como de grande poder de unhar, a carga de ruptura daamarra não poderá ser menor que 40 vezes o peso da âncora. Quando previamente acordado e aprovadopelo BC, as amarras poderão ser substituídas por cabos de aço de mesma resistência à ruptura que asamarras.

1.6.3 - Dimensõesa) O diâmetro das amarras será obtido da Tabela 1.7, em função da carga de ruptura. O comprimento

das amarras de âncoras de leva será dado por:

C = L + 10 metros

C = comprimento da amarra, em metros, mas limitado a 40 < C < 60;L = comprimento do navio, em metros

b) Quando forem usados cabos de aço em substituição às amarras, o comprimento do cabo serádado por:

C = L + 30 metros, mas limitado a 60 < C < 80.

Tabela 1.7 - Diâmetros de amarras

ELOS COM MALHETES ELOS CURTOS

Diâmetrode amarra

(mm)

Cargade

prova(kg)

Carga deruptura

nominal (kg)

Diâmetrode amarra

(mm)

Cargade

prova(kg)

Carga deruptura

nominal (kg)

12.5 6.700 9.400 8 2.500 3.50014 8.400 11.800 10 4.000 5.6001.6 10.900 15.300 13 6.400 9.00017.5 13.000 18.300 16 10.000 14.00019 15.300 21.500 18 12.600 17.600

20.5 17.800 24.900 20 16.000 22.40022 20.400 28.600 23 20.000 28.00024 24.200 33.900 26 25.900 35.30026 28.300 39.700 28 30.000 42.00028 32.700 45.800 30 34.000 47.60030 37.500 52.500 33 40.000 56.00032 42.500 59.400 36 50.000 70.00034 47.700 66.800 39 56.000 78.40036 53.300 74.600 42 68.000 95.20038 59.200 82.800 45 76.000 106.00040 65.300 91.400 48 84.000 118.00042 71.700 100.00044 78.400 110.00046 85.300 119.00048 92.600 130.000

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1.6.4 � Material

a) A composição química do aço com o qual a amarra será fabricada será determinada pelo fabricantee previamente aprovada pelo BC.

b) As amarras deverão ser normalizadas e revenidas, ou temperadas e revenidas, sendo que osdetalhes do tratamento térmico serão de responsabilidade do fabricante.

1.6.5 � Marcação

Cada elo de quartelada deverá ser marcado com a marca do fabricante e a data do teste.

1.7 � ENSAIOS E INSPEÇÃO

Todos os materiais que serão agregados à embarcação classificada, na sua construção ou noreparo das suas partes, deverão estar de acordo com requisitos desta seção. O material consideradoinsatisfatório durante sua aplicação, deverá ser rejeitado, apesar de qualquer eventual certificado deensaio satisfatório antes obtido.

1.8 � INSPEÇÃO VISUAL

Deverá ser verificado se o material apresenta defeitos superficiais, trincas ou outros similares.Lingotes, placas, chapas acabadas, perfis, peças fundidas e forjadas deverão ser marcados com umaidentificação que possibilite verificar a corrida original do material.

1.9 � CERTIFICADO DO FABRICANTE

Deverão ser apresentados para aprovação do Vistoriador os relatórios de usina, sendo uma cópiapara o comprador e três cópias para o BC. O fabricante deverá fornecer, também, um certificado de queo material foi ensaiado dentro das exigências. O Vistoriador, após examinar os corpos de prova, colocaráum sinete de identificação.

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TOMO III - SOLDAGEM

SEÇÃO 1

SOLDAGEM DA EMBARCAÇÃO

1.1 � SOLDAGEM NA CONSTRUÇÃO E NA REPARAÇÃO DA EMBARCAÇÃO

A soldagem para a construção e o reparo da embarcação deverá obedecer aos requisitos destaSeção. Deverão, sempre, ser usados procedimentos de solda e material de adição de solda que produzamsoldas perfeitas e que possuam resistência mecânica e tenacidade similares às do metal de base.

1.2 � CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS, MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOSCONSTRUÍDOS COM SOLDA

1.2.1 � Grupos de Solda

As estruturas, máquinas, equipamentos e acessórios construídos com o uso da soldagem sãoclassificados nos Grupos de Solda definidos na Tabela 1.1, tendo em vista que as regras para a soldagemvariam para cada Grupo.

1.2.2 � Aplicabilidade destas Regras

Este livro de Regras só se aplicará à soldagem dos Grupos de Solda H, P1 e P2.

1.3 � PLANOS E ESPECIFICAÇOES1.3.1 � Plano de Solda

a) Os planos da embarcação deverão indicar claramente a extensão em que se pretende soldar, ageometria do chanfro, o processo de soldagem (manual com eletrodo revestido, arco submerso,MAG, etc.), o consumível de soldagem e as dimensões da solda de filete. Como uma alternativa,o construtor poderá emitir um Plano de Solda, contendo aquelas informações para as principaissoldas da estrutura e das tubulações.

b) As soldagens deverão obedecer aos procedimentos de soldagem (ver item 1.4)

1.3.2 � Terminologia e simbologia de solda

Deverão ser obedecidas as orientações das seguintes normas ou, alternativamente, o construtorpoderá utilizar uma terminologia e uma simbologia para indicar os tipos e dimensões das soldas, desdeque informe os seus significados previamente ao BC:

ABNT NBR 5874 - �Soldagem elétrica - Terminologia�; eABNT NBR 7165 - �Símbolos gráficos de solda para a construção naval e ferroviária�

1.4 � PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM

a) Deverão ser estabelecidos procedimentos de soldagem para todos os tipos de combinação devariáveis essenciais, conforme mostrado na Tabela 2.1 da Seção 2 deste Tomo.

b) Quando exigida a qualificação de procedimentos de soldagem pelo Vistoriador do BC, ela deveráser executada de acordo com a Seção 2 deste Tomo.

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Observações:(1) Gases e líquidos letais deverão ser armazenados somente em recipientes do Grupo B1. Gases e

líquidos letais são os venenosos de tal natureza que uma pequena quantidade de gás ou vapor dolíquido, misturado ou não com o ar, oferece perigo de vida quando respirada. Para fins de aplicaçãodestas Regras, esta classe abrange substâncias desta natureza que sejam armazenadas sobpressão, ou que possam gerar uma pressão quando armazenadas em recipientes fechados;amônia, gás natural ou manufaturado, propano ou butano não são considerados letais. Algumassubstâncias letais são ácido cianídrico, cianogênio, cioreto de carbonilo, gás de mostarda e brometode xilol.

(2) A pressão limite não se aplica à pressão hidráulica à temperatura atmosférica(3) Vasos de pressão não submetidos à chama destinados a operar abaixo de -29OC estarão sujeitos

à consideração especial

Tabela 1.1 � Grupos de Solda

1.5 � QUALIDADE DA MÃO DE OBRA DE SOLDADORES E OPERADORES DE SOLDAGEM

a) O Vistoriador do BC deverá se certificar que todos os soldadores (responsáveis por executar assoldas manuais e semi-automáticas) e operadores de soldagem (responsáveis por executar assoldas automáticas) empregados na construção ou na reparação da embarcação estejamhabilitados a executar soldas de boa qualidade.

GRUPODE

SOLDATÍTULO

COMPOSIÇAO DO GRUPO DE SOLDA

Equipamento .................................. Pressão ..... Temperatura ....... Máxima (kg/cm2) (CO) espessura (mm)

H Estrutura Soldas na estrutura da embarcação

B1Caldeiras e vasos

de pressão doGrupo 1

a) Caldeiras: todas as partessob pressão...................................acima de 3,5.........todas..................nenhumab) Vasos de pressão não submetidos à chama para:b. 1- Vapores ou gases..............acima de 42,2...acima de 371.......nenhumab. 2- Líquidos ...............................acima de 42,2...acima de 204.......nenhumab. 3- Gases e líquidos letais(1) .........todas................todas.................nenhuma

B2 Vasos de pressãodo Grupo 2

Vasos de pressão não submetidos à chama para:a) Vapores ou gases....................2,1 < p < 42,2.....135 < t < 371..................38,1b) Líquidos (2).............................14,1 < p < 42,2......121 < t < 204..................38,1

B3 Vasos de pressãodo Grupo 3

Vasos de pressão não submetidos à chama para:a) Vapores ou gases........................p < 2,1.................t < 135......................15,9b) Líquidos(3)....................................p < 14,1...............t < 121......................15,9

P1Tubulações dos

sistemas doGrupo 1

Inclui toda a tubulação destinada a pressões e temperaturas de trabalho emvários serviços, como mostrado abaixo: Serviço Pressão (kg/mm2) Temperatura (0C)Vapores e gases........................acima de 10,5.............................acima de343Água..............................................acima de 15,8.............................acima de 177óleo lubrificante...........................acima de 10,5.............................acima de 204óleo combustível..........................acima de 10,5.............................acima de 66óleo hidráulico.............................acima de 15,8.............................acima de 204ases e líquidos letais(1)....................todas............................................ todas

P2Tubulações dos

sistemas doGrupo 2

Inclui toda a tubulação destinada a pressões e temperaturas de trabalho iguais ouinferiores às definidas para o Grupo P1, alem de óleo transportado como carga,tubulações para a limpeza de tanques e tubos de extremidade aberta, tais comodrenos, suspiros, tubos de transbordamento e tubos de escape de caldeiras.

E1 Máquinas doGrupo 1

Inclui carcaças de turbinas, trocadores de calor, coletores, corpos de válvula econstruções similares que seriam enquadrados normalmente como vasos depressão do Grupo B1.

E2 Máquinas doGrupo 2

Inclui carcaças de turbinas, trocadores de calor, coletores, corpos de válvula econstruções similares que seriam enquadrados normalmente como vasos depressão dos Grupos B2 e B3, bem como estrutura de motores, bases e outraspartes de máquinas não expostas a pressões internas.

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b) Quando exigida a qualificação de soldadores e operadores de soldagem pelo Vistoriador do BC,ela deverá ser executada de acordo com a Seção 3 deste Tomo.

1.6 � PREPARAÇÃO E LIMPEZA DAS JUNTAS DE SOLDA

1.6.1 � Geometria dos chanfros das juntas de topo de chapas ou tubos

a) A altura do nariz do chanfro não poderá exceder 3 mm, e a abertura da raiz não poderá exceder5 mm (Figura 1.1), ou 6 mm, caso haja um cobre-junta. No caso da abertura da raiz exceder 6mm, a extremidade de uma das chapas ou tubos a serem soldados deverá sofrer um depósito dematerial, usando cobre-junta, e posteriormente ser esmerilhado, de modo a diminuir a aberturaaté o máximo de 6 mm (Figura 1.2).

b) O desalinhamento entre as partes não poderá exceder 1,5 mm (Figura 1.3).

c) No caso de soldagem de duas peças de espessuras diferentes, a diferença de 3 mm entre elasnão exige qualquer preparação adicional. Uma diferença superior a 3 mm, no entanto, exige quea peça de maior espessura seja espalmada, ou seja, tenha a sua espessura reduzida até o valorda espessura da peça mais fina (com a tolerância de +3 mm), na proporção de 4 para 1 (Figura1.4).

d) Na soldagem com penetração total por apenas um lado, poderão ser utilizados passes de raizcom eletrodo de menor diâmetro, ou mesmo usando o processo TIG (�Tungsten Inert Gas�) paratubulações ou, alternativamente, utilizando um cobre-junta como o mostrado na Figura 1.2. Parasoldas de penetração em tubulações, a espessura do cobre-junta deverá ser a menor possível, ecom espalmos, como mostrado na Figura 3.5 (Seção 3), de modo a criar um menor obstáculo aofluxo do fluido para o qual o tubo se destina. A união por solda entre partes do cobre-junta deverápossuir penetração total.

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e) Na soldagem com penetração por ambos os lados, o material não homogêneo depositado nospasses de raiz pelo primeiro lado deverão ser retirados por goivagem e esmerilhamento antes doinício da soldagem pelo segundo lado.

1.6.2 � Geometria das juntas de ângulo em � T� para solda de filetea) A abertura na raiz da solda, decorrente do afastamento entre as peças a serem soldadas, deverá

ser de, no máximo, 2 mm. (Figura 1.5). Será tolerada uma abertura de até 5 mm, mas, neste caso,a dimensão do cordão de solda deverá ser aumentada conforme definido no item 1.8.2.

Figura 1.5 - Junta de ângulo para solda de filete

1.6.3 � Limpeza da junta de solda e pontos de soldaAs superfícies de soldagem deverão estar sem umidade, graxa, carepa de soldagem, ferrugem,escória, tinta ou outros materiais estranhos, inclusive até 15 mm da borda. Será permitida a soldagemde peças pintadas com �primer� ou revestidas com película de galvanização.

a) Pontos de solda de mesmo material utilizado na soldagem final, e realizados por soldadoresqualificados, poderão ser agregados à solda final.

1.6.4 � Dispositivos de montagema) As partes a serem soldadas deverão se manter em alinhamentos corretos, podendo ser usados

dispositivos de montagem, tais como �cachorros� e grampos, dispostos de maneira que possibilitema expansão ou contração, sem que haja um desalinhamento fora da tolerância.

1.7 � ARMAZENAGEM E RECUPERAÇAO POR SECAGEM DOS CONSUMÍVEIS DE SOLDAa) Quando não estiverem acondicionados em embalagens estanques ao tempo, os eletrodos

revestidos (principalmente os de baixo hidrogênio), os fluxos e os arames de solda deverão serarmazenados em um ambiente com temperatura e umidade controladas, para evitar a absorçãode umidade pelo fluxo e pelo revestimento dos eletrodos e a corrosão dos arames. Este ambientepoderá ser fornecido por estufa portátil. Os valores mínimo de temperatura e máximo de umidadedeverão ser obtidos com os fabricantes dos consumíveis ou nas normas AWS, tais como asmencionadas no item 2.6.d da Seção 2.

b) Eletrodos e fluxos que foram armazenados em condições impróprias poderão ser recuperadospor um procedimento de secagem em estufa, cujas temperaturas e tempo de secagem deverãoser obtidas com os fabricantes dos consumíveis, ou nas normas AWS, tais como as mencionadasno item 2.6.d da Seção 2.

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1.8 � EXECUÇÃO DA SOLDAGEM1.8.1 � Pré-aquecimento e temperatura entre os passes

a) O uso de pré-aquecimento deverá ser considerado na soldagem de aços carbono de espessurasuperior a 25 mm, de outros materiais de grande espessura, de aços de alta resistência e nassoldagens sob condições de alta umidade ou de temperaturas inferiores a 0OC.

b) O controle da temperatura entre os passes deverá ser considerado, especialmente, na soldagemde aços temperados e revenidos.

c) Poderão ser utilizados lápis térmicos para a verificação das temperaturas, desde que haja o cuidadode não passar o lápis em local onde será depositado metal de solda, para que a solda não sejacontaminada.

1.8.2 � Dimensão das soldas de filete em juntas de ânguloa) Quando não for especificada, o valor da garganta da solda de filete em juntas de ângulo (Figura

1.5), para soldas contínuas por ambos os lados, deverá ser, no mínimo, igual à metade da espessurada peça de menor espessura que está sendo soldada, desde que a abertura na raiz seja igual ouinferior a 2 mm. A garganta não poderá ser inferior a 0,7 do valor da perna; esta recomendação sebaseia na relação geométrica entre os valores da garganta e da perna, que deverão ser,respectivamente, a hipotenusa e o cateto de um triângulo retângulo, como mostrado na Figura1.6, e evita os defeitos denominados �concavidade na solda�, �perna insuficiente� e �pernasdesiguais� mostrados no item 1.7. Para aberturas situadas entre 2 e 5 mm, o valor da gargantaacima definido deverá ser aumentado do valor de abertura que exceder 2 mm, dividido por 0,7.

1.8.3 � MartelamentoO martelamento da solda com martelo de ponta esférica (martelo de bola) poderá ser usado para

aliviar as tensões residuais ou corrigir os empenos decorrentes da soldagem, apesar de não ser tãoeficiente quanto o pós-aquecimento. Neste caso, deverá ser efetuado imediatamente após a deposiçãode cada passe e a limpeza para retirada da escória. Não se recomenda o uso de martelamento parasolda de passe singelo ou para os passes de raiz ou de acabamento em soldas de passes múltiplos.

1.8.4 � Pós-aquecimento para alívio de tensõesO pós-aquecimento poderá ser usado para as soldas de materiais de grande espessura, ou para

soldas de estruturas que possuem tolerâncias dimensionais muito pequenas, e onde uma distorção muitogrande devido à solda poderá causar a não obediência de tais tolerâncias, tal como na soldagem do túneldo eixo, do cadaste, dos pés-de-galinha, etc.

1.9 � INSPEÇÃO DA SUPERFÍCIE DAS SOLDASAs soldas deverão ser inspecionadas visualmente ou por líquido penetrante ou partícula magnética.

O critério de aceitação para defeitos superficiais deverá ser o seguinte (Figura 1.6):- trincas: não é aceitável qualquer trinca;- mordedura: não serão aceitáveis mordeduras de profundidade superior a 0,8 mm; não

serão aceitas mordeduras de profundidade igual ou inferior a 0,8 mm cujos comprimentos,somados, excedam 10% do comprimento da solda.

- porosidade superficial: solda em ângulo: não serão aceitos poros de qualquer dimensão;junta de topo: não serão aceitos poros de diâmetro superior a 2,4 mm; não será aceitomais de um poro de diâmetro igual ou inferior a 2,4 mm em cada 100 mm de comprimentoda solda.

- reforço: não será aceito reforço superior a 1,5 mm, em cada face, para peça de espessuraaté 15 mm, ou a 3 mm, para peças de espessura maior que 15 mm.

- canto vivo no reforço: não serão aceitos ângulos α superiores a 60O.- concavidade: não será aceita concavidade- perna insuficiente: não será aceita perna inferior a 90% do valor especificado.

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- pernas desiguais: a diferença entre os valores das pernas não poderá ser superior a 10%do valor especificado para a perna.

Figura 1.6 � Defeitos superficiais em soldas

1.10 � SOLDA NA ESTRUTURA DA EMBARCAÇÃO (GRUPO H)1.10.1 � Penetração total em juntas de topo

Deverão ser soldadas com penetração total todas as juntas de topo de chapas, vigas e perfis cujocolapso poderá colocar em risco a embarcação, a tripulação, os passageiros ou o meio ambiente Destemodo, no casco resistente, deverão ser soldadas com penetração total as juntas de topo das chapas dofundo, do bojo, do costado, dos conveses, do teto do duplo fundo e das anteparas estanques, bem comoas emendas de topo de vigas e perfis afixadas a estas chapas. Nas superestruturas e casarias, deverãopossuir penetração total, pelo menos, os conveses e anteparas estanques.

1.10.2 � Solda de filete dupla contínua em junta de ângulo

Deverão ser de filete duplo contínuo, e dimensionadas conforme definido no item 1.8.2, as soldas que nãoconstam da Tabela 1.2 como intermitentes, alem dos 150 mm de comprimento (pelo menos) da extremidadedas vigas e perfis à chapa na qual estão soldados por solda intermitente,

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considerando como extremidades tanto a parte final da viga ou perfil sempre que sua continuidadefor interrompida, como também as regiões onde ele, apesar de contínuo, atravessar outra viga, perfil ouchapa.

1.10.3 � Solda de filete intermitente em junta de ânguloPoderão ser utilizadas soldas de filete intermitente, em cadeia ou em escalão (ou zig-zag) nos

locais e dimensões definidos na Tabela 1.2 (ver Figura 1-7). Poderão ser usados valores diferentes dosindicados na Tabela 1.2, desde que o espaçamento entre as soldas seja modificado para que a resistênciamecânica seja equivalente à da Tabela.

Figura 1-7 - Tipos de solda intermitente

1.10.4 � Solda de filete contínua em juntas sobrepostasa) As juntas sobrepostas, tais como as de união de prumos e contraventamentos a cavernas e

longitudinais e as de união de borboletas a cavernas e longitudinais, deverão ser soldados comfilete contínuo.

b) A união a topo de duas partes de um pé de carneiro tubular poderá ser realizada através de umaluva, feita com um pedaço de tubo de diâmetro interno igual ou ligeiramente superior ao diâmetroexterno do pé de carneiro, ou soldando as partes a topo; neste último caso, a solda não necessitaser de penetração total, mas deve ter espessura de, pelo menos, 90% da espessura do pé decarneiro.

1.10.5 � Inspeção radiográfica

a) Deverão ser obtidas radiografias das soldas de topo com penetração total das chapas do fundo,bojo, costado e convés resistente, em uma quantidade não inferior à obtida pela fórmula abaixosimilar à definida na norma ABNT NBR 9360 - �Inspeção radiográfica em soldas na estruturado casco de embarcações - Procedimento�

Quantidade = L . (B + P) / 60

L = comprimento da embarcação, em metros;B = boca da embarcação, em metros;P = pontal da embarcação, em metros.

b) A localização de 80% da quantidade de radiografias calculada pela fórmula anterior poderá serplanejada pelo construtor e registrada em um Plano de Radiografias. A localização das demais20% será definida no momento da obtenção das radiografias pelo Vistoriador do BC.

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Observações: + A solda deverá ser em escalão (zig-zag)1 - Longitudinais deverão possuir 150 mm de filete duplo contínuo nas suas extremidades e na passagem portransversais.2 - A área de solda de prumos e diagonais de contraventamentos, nas suas extremidades, não poderá ser inferior a,respectivamente, 75% da área dos prumos e 50% da área das diagonais. Para se obter estes valores, poder-se-áaumentar o tamanho da garganta.3 - As soldas de enrijecedores, sem borboletas, às chapas do costado e de anteparas, deverão possuir um décimo docomprimento do enrijecedor, em cada extremidade, no mínimo, com filete duplo contínuo.4 - Quilha vertical estanque deverá ser soldada com filete contínuo às demais chapas por um lado, pelo menos.5 - Hastilhas situadas em extremidades de tanques deverão ser soldadas às chapas do costado, quilha vertical efundo duplo da mesma maneira que exigido para anteparas de tanques profundos.6 - Comprimento da solda = 75 mm

Tabela 1.2 - Dimensões das soldas de filetes intermitentes

Menor espessura a ser soldada (mm)5 6,5 8 9,5 11 12,5 14

Comprimento da solda de filete 40 65Valor da perna (p) 5 5 7 7 8 8 10Valor da.garganta (g) 3,5 3,5 5 5 5,5 5,5 7Partes da estrutura Espaçamento entre soldas (S)Gigantes do convés (transversais ou longitudinais) +300 +300 300 300 300 300 300Antepara estanque limite de tanque Primeiro lado solda contínua Segundo lado - 250 250 250 250 contínuaDe elementos estruturais de anteparas (obs. 3) Na antepara de tanque profundo - 250 250 250 250 250 250 Na antepara estanque - +300 300 300 300 300 300 Na antepara não estanque +350 +350 +350 +350 +350 +350 +350Da quilha vertical (obs. 4) Na chapa do fundo duplo sob MCPs ou do fundo (obs.6) - 150 150 150 150 150 150 Na chapa do fundo duplo fora da região dos MCPs - 150 150 150 150 150 150Das cavernas e hastilhas (obs. 3 e 5) Na chapa do costado nos tanques e pique tanques - - 250 250 250 250 250 Na chapa do costado em outros locais +300 +300 300 300 300 300 300Das cavernas e hastilhas muito espaçadas Nas chapas do costado, fundo duplo, convés e antep. onq. - 150 150 150 150 150 150Das hastilhas em embarcação de fundo singelo Na quilha vertical Solda contínuaDas hastilhas em embarcação de fundo duplo (obs. 5) Hastilha cheia à quilha vertical sob Praça de Máquinas Solda contínua Hastilha cheia à quilha vertical em outros locais - +250 +250 250 250 250 250 Hastilha com furos de alívio (vazadas) à quilha vertical - +250 +250 250 250 250 250 Hastilhas cheia e vazada à chapa de antepara longitudinal Solda contínua Na chapa do fundo duplo sob a Praça de Máquinas Solda contínua Na chapa do fundo duplo em outros locais +300 +300 300 300 300 300 300De jazentes e bases de máquinas Nas chapas do costado, fundo duplo.ou plataformas Solda contínuaDos gigantes long. e transversais e contraventamentos Nas chapas do costado, convés e anteparas, em tanques - 200 200 200 200 200 200 Nas chapas do convés e anteparas em outros locais - 250 250 250 250 250 250 Alma à barra de face em gigantes fabricados por solda +250 +250 300 300 300 300 300De longitudinais e cavernas não contínuas Na chapa do costado e fundo duplo - região de máquinas - 150 150 150 150 150 150 Na chapa do costado e fundo duplo, em outros locais +275 +275 275 275 275 275 275 Nas hastilhas +275 +275 275 275 275 275 275

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a) A maioria das radiografias deverá ser localizada na faixa de 0,6.L a meia nau, e nos cruzamentosde uma junta longitudinal com uma transversal (ou vertical); de preferência, deverão se localizarna quilha horizontal, no cintado, no trincaniz e no convés resistente.

b) O procedimento para a inspeção radiográfica e o critério de aceitação dos resultados deverãoobedecer à norma ABNT NBR 8420 - �Solda para construção naval - Identificação dedescontinuidades radiográficas�, considerando aceitáveis as soldas com grau dedescontinuidade até o grau 3, para radiografias tipo A, e até o grau 4, para radiografias tipo B.

c) As soldas que não forem consideradas aceitáveis deverão ser desfeitas, em um comprimento de,pelo menos, o equivalente ao comprimento de três radiografias, e a soldagem deverá ser refeita.Posteriormente, deverá ser repetida a inspeção radiográfica no local, alem de serem obtidasradiografias das regiões adjacentes à anteriormente reprovada, totalizando, assim, cincoradiografias nos cruzamentos de solda e três nas demais juntas de topo. A cada nova reprovação,este critério deverá ser repetido.

1.10.6 � Inspeção por liquido penetrante e ultra-som

a) Quando solicitado pelo Vistoriador, deverão ser realizadas inspeções em soldas da embarcação,inclusive nas soldas de filete em juntas de ângulo. Deverão ser obedecidas as seguintes normas:

ABNT NBR 10685 - �Soldas em partes estruturais do casco de embarcações - Ensaio porultra-som - Método de ensaio� (define o método de calibração para a inspeção)

ABNT NBR 10686 - �Inspeção de solda por ensaio de ultra-som em partes estruturais docasco de embarcações - Procedimento� (define os critérios de aceitação)

ABNT NBR 8407 - �Ensaio por líquido penetrante� (define o procedimento de ensaio)

1.11 � SOLDA NOS SISTEMAS DE REDES DA EMBARCAÇÃO (GRUPOS P1 E P2)1.11.1 � Solda nas tubulações do Grupo de Solda P1

As soldas de topo nas tubulações pertencentes ao Grupo de Solda P1 deverão ser de penetraçãototal.

1.11.2 � Solda nas tubulações do Grupo de Solda P2

As soldas de topo nas tubulações pertencentes ao Grupo de Solda P2 poderão ser de penetraçãoparcial, ou através de luva sobreposta, ou ainda pelo processo de brasagem.

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TOMO III - SOLDAGEM

SEÇÃO 2

QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM

2.1 � TERMINOLOGIA

Deverá ser usada a terminologia da norma da ABNT NBR 10474 - �Qualificação em soldagem- Terminologia�. O construtor poderá utilizar uma terminologia diferente da especificada, desde que elaseja previamente informada ao BC.

2.2 � NECESSIDADE DE QUALIFICAÇAO

2.2.1 � A necessidade de qualificação de procedimento de soldagem será decidida pelo Vistoriador doBC, a seu critério. A qualificação deverá ser executada de acordo com estas Regras.

2.2.2 � Grupos de Solda

a) Estas Regras definem requisitos apenas para à qualificação dos procedimentos de soldagem dosGrupos de Solda H, P1 e P2, conforme definido no item 1.2.1 da Seção 1. A qualificação dosprocedimentos dos demais Grupos não constam destas Regras.

b) Para as soldas dos grupos H e Pl, deverão ser qualificados os procedimentos de soldagem depenetração total em juntas de topo e os procedimentos de soldagem em juntas em ângulo comsolda de filete. Para as soldas do grupo P2, bastarão as qualificações de procedimentos desoldagem em juntas em ângulo com solda de filete.

2.3 � ETAPAS DA QUALIFICAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO DE SOLDAGEM

2.3.1 � Especificação do Procedimento de Soldagem (EPS)

Inicialmente, o construtor deverá submeter à aprovação do BC uma EPS, isto é, um procedimentoescrito onde constarão todos os parâmetros da soldagem descritos no item 2.5.

2.3.2 � Realização da solda de teste

Após aprovado o EPS pelo BC, o construtor executará a soldagem em uma peça de teste,obedecendo às especificações do EPS, e utilizando um soldador (no caso de solda manual ou semi-automática) ou operador (no caso de processo automático de soldagem) qualificado ou não. Caso osoldador ou operador não seja qualificado, a qualificação do procedimento o qualificará, dentro dos limitesdefinidos na Seção 3 - �Qualificação de Soldadores e Operadores de Soldagem�. A realização da soldagemdeverá ser testemunhada, no todo ou em parte, por um Vistoriador do BC. Deverão ser registrados osparâmetros de soldagem, tais como, para cada passe de solda, a amperagem, o tipo de corrente elétrica(CC ou CA), a polaridade da corrente, o diâmetro do eletrodo e/ou do arame consumível, a vazão do gásde proteção, a temperatura de pré-aquecimento e a velocidade de avanço na soldagem.

2.3.3 � Inspeções e testes na soldaA seguir, a solda produzida será inspecionada visualmente e, em alguns casos, por inspeção

radiográfica. Em seguida, ou a peça de teste será submetida a teste destrutivo, ou dela serão retiradoscorpos de prova, que serão submetidos a ensaios mecânicos (tração, dobramento, etc.). O Vistoriador doBC deverá testemunhar, no todo ou em parte, as inspeções e testes.

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2.3.4 � Procedimento de Soldagem Qualificado (PSQ)

Após a solda ter sido aprovada em todos os testes e inspeções, o construtor elaborará, e submeteráà aprovação do BC, um documento, denominado Procedimento de Soldagem Qualificado (PSQ), queconterá o EPS, os resultados das inspeções e testes e a aplicabilidade do procedimento, baseada naslimitações definidas na Tabela 2.1. O construtor deverá manter arquivados os laudos das inspeções etestes.

2.3.5 � Procedimentos de soldagem emitidos e/ou qualificados por outras entidades

a) O BC, a seu critério, poderá endossar os PSQ aprovados por outras Sociedades Classificadorasou outras entidades certificadoras.

b) O BC, a seu critério, poderá endossar, para um construtor, os PSO aprovados para outrosconstrutores.

2.4 � PRAZO DE VALIDADE

Os PSQ serão válidos para sempre, a menos que as soldas produzidas de acordo com a suasespecificações, na construção ou no reparo de embarcações, venham a apresentar defeitos ou baixaeficiência freqüentes.

2.5 � COMPONENTES E VALIDADE DO PROCEDIMENTO

A Tabela 2.1 define os parâmetros que deverão ser especificados em uma Especificação deProcedimento de Soldagem (EPS), e as amplitudes admissíveis de variação nestes parâmetros, nassoldas produzidas na construção ou no reparo de embarcações. Apenas as variáveis ou parâmetrosdenominados essenciais estabelecem limitações para a aplicabilidade de um procedimento qualificado.

2.6 � REALIZAÇÃO DA SOLDA DE TESTE

a) As peças de teste a serem soldadas para a qualificação do procedimento deverão possuir asdimensões definidas nas Figuras 2.3, 2.4 e 2.5. A solda de ângulo (Figura 2.5) deverá ser realizadaem apenas um dos lados da peça de teste.

b) Será soldada uma peça de teste para cada posição de soldagem a ser qualificada. A chapa deteste, portanto, deverá ser movimentada de modo que todas as soldas nela realizadas o sejam namesma posição de soldagem (plana, horizontal, vertical ou sobrecabeça).

c) Deverão ser utilizados como peças de teste metais de base com números de corrida conhecidose com o certificado fornecido de que atendem a uma especificação definida, tais como as constantesda Tabela 2.2.

d) Deverão ser utilizados consumíveis de soldagem, eletrodos, arames e fluxos qualificados poruma entidade certificadora de produtos, tais como os que atendem às seguintes especificações:ABNT NBR 10615 - �Eletrodos revestidos de aço carbono para a soldagem a arco elétrico -especificação�

ABNT NBR 10618 - �Eletrodos de aço carbono e fluxos para a soldagem a arco submerso -especificação�

ANSIIAWS A 5.17 - 89 - �Specification for carbon steei electrodes and fluxes for submerged-arc welding�

ANSUAWS A 5.18 - 93 - �Carbon steei electrodes and rods for gas shieided arc welding�

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Tabela 2.1 - Parâmetros que deverão constar da EPS e limitações que impõem à aplicabilidadedo procedimento aprovado

PAR ÂME TR O VAL ID AD E D O OP S

Meta l de base O p roced imento qua lificado pa ra o aço de um dete rm inado g rupo da Tabe la 2 .2 ,qua lifica , também, para so ldar todos os meta is de base do m esmo grupo.

Tipo de junta

a) Juntas de topo com penetração to ta l em tubos qua lificam, também, juntas de topocom penetração to ta l em chapas.b) Juntas em ângulo com so lda de fi le te em tubos qua lificam, também, juntas emângulo com so lda de fi le te em chapas.

P rocesso de so ldagem Vale apenas para o próprio processo de so ldagem (e le trodo revestido, arcosubm erso, e tc.) qua lificado.

Me ta l de ad ição

a) P ara e le trodos revestidos destinados à so ldagem m anual de aço carbono , op ro c e d im e nto q ua li fica d o co m um e le tro d o q ua li fica , ta m b é m , o p ro ce d im e ntoutilizando outro e le trodo do mesm o grupo na Tabela 2 .3 , independente da sua m arcacom ercia l.b ) Nos dem a is casos, va le apenas pa ra o m e ta l de ad ição (ou com b inaçã o dem e ta i s d e a d i ç ã o , ta l c o m o f lu xo e a r a m e d e a r c o s ub m e r s o ) d e m e s m aespecificação (ex.: AW S E 7018 , A B NT E 7016 , e tc.), independente da sua marcacom ercia l

P osição de so ldagemUm a peça de teste so ldada na posição sob recabeça e outra na posição vertica lqua lificam , automaticam ente, as so ldagens nas posições p lana e horizonta l (F iguras2.1 e 2 .2 ).

E spessura do meta l debase (peça de tes tecom espessura "e")

a ) " e " m e no r q ue o u i g ua l a 9 ,5 m m q ua li f i c a , ta m b é m , p a ra s o ld a g e ns d eespessuras situadas na fa ixa de metade de "e" a té o dobro de "e", inclusive ;b) "e" entre 9 ,5 mm e 19 mm quali fica , tam bém , para so ldagens de espessurassituadas na fa ixa de metade de "e" a té 19 mm;c) "e" ma ior que 19 mm: qua lifica para so ldagens de espessuras superiores a 19mm

D iâm etro exte rno dotubo

P eça de teste com d iâ m etro exte rno "d " qua li fica pa ra so ldagens de d iâm etrossituados na fa ixa de "d" a té três vezes "d", inclusive .

D iâm etro do e le trodoconsumíve l ou nãoconsumíve l ou doarame consum íve l

O p ro c e d im e nto q ua li fi c a d o p o d e rá s e r a p li c a d o na c o ns truç ã o o u re p a ro d ae m b a rc a ç ã o , a p e na s p a ra a fa ixa d e d i â m e tro s re a lm e nte us a d o s d ura nte aso ldagem de qua lificação.

Temperatura de pré-aquecim ento

O p ro c e d im e nto q ua li fi c a d o p o d e rá s e r a p li c a d o na c o ns truç ã o o u re p a ro d aem barca çã o , apenas pa ra a fa ixa de tem pera tura s rea lm ente usada s durante aso ldagem de qua lificação.

Temperatura de pós-aquecim ento paraa livio de Tensões

O p ro c e d im e nto q ua li fi c a d o p o d e rá s e r a p li c a d o na c o ns truç ã o o u re p a ro d aembarcação , apenas pa ra a fa ixa de tem pera turas rea lm ente usadas durante a ,so ldagem de qua lificação.

Ve locidade de avançona so ldagem

O p ro c e d im e nto q ua li fi c a d o p o d e rá s e r a p li c a d o na c o ns truç ã o o u re p a ro d ae m b a rca çã o , a p e na s p a ra a fa ixa d e ve lo c id a d e s re a lm e nte usa d a s d ura nte aso ldagem de qua lificação.

S o ldagem por umaface (unila tera l) ou porduas faces

O proced im ento qua lificado com so lda uni la tera l, com ou sem o uso de cob re junta ,qua lifica , também, a so ldagem por am bas as faces da chapa (ou por fo ra e pordentro do tubo ).

Geometria da junta Não é variáve l essencia l, desde que se jam obedecidas as lim itações definidas naS eção 1 do Tomo III

E specificação do gásde pro teção

No s p ro ce sso s d e so ld a g e m q ue re q ue re m p ro te çã o g a so sa , ta is co m o M A G("M eta l A ctive Gas"), a especificação do gás de pro teção usado na qua li ficação nãopoderá se r m od ificada pa ra as so ldas rea lizadas na construção e no reparo daem barcação .

S entido de so ldagem A so ldagem no sentido descendente qua li fica , tam bém , a so ldagem no sentidoascendente , e vice-versa .

A m peragem dacorrente e lé trica doe le trodo

Não é variáve l essencia l, ou se ja , o p roced imento qua lificado com o uso de um aa m p e r a g e m q ua l i f i c a , ta m b é m , p ro c e d i m e n to s us a nd o o u t ro s va lo re s d eamperagem, desde que se jam obedecidas as recomendações do fab ricante doe le trodo ou aram e.

Tipo de corrente(contínua ou a lte rnada)e po la ridade

Vale , apenas, para o tipo de corrente e a po la ridade rea lmente usadas durante aso ldagem de qua lificação , exce to para os e le trodos da mesma a línea na Tabela 2 .3 ,onde o tipo de co rrente e a po laridade poderão ser modificadas pa ra a tender àscaracterísticas de cada tipo de e le trodo

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Tabela 2.2 - Grupos de metais de base

GRUPO DISCRIMINAÇÃO

1 Aços carbono

2 Aços liga com teor de cromo menor que ou igual a 0,75% e cuja soma de todos oselementos da liga não seja superior a 2%

3 Aços liga com teor de cromo compreendido entre 0,75% e 2% e cuja soma de todos oselementos da liga não seja superior a 2,75%

4 Aços liga cuja soma de todos os elementos da liga não seja superior a 1 0%5 Aços liga martensíticos cuja soma de todos os elementos da liga seja superior a 10%

6 Aços liga ferríticos cuja soma de todos os elementos da liga seja superior a 1 0%

7 Aços liga austeníticos cuja soma de todos os elementos da liga seja superior a 1 0%

8 Aços liga com níquel, cuja soma dos teores de todos os elementos de liga não sejasuperior a 3,5%

9 Aços liga com níquel, cuja soma dos teores de todos os elementos de liga não sejasuperiora 1 0%

GRUPO EXEMPLOS

1

ABNT NBR 7241 -"Chapas de aço estrutural para uso naval - Especificação"- graus A, B, D e EASTM A7 -"Aços carbono para fins estruturais,chapas,perfilados e barras"ASTM A53 - "Aços carbono para a fabricação de tubos soldados ou sem costura, pretos ou galvanizados pelo processo de imersão a quenteASTM A106 - "Aços carbono para tubos sem costura e que devem trabalhar em altas temperaturasASTM A120 - "Aços carbono para tubos pretos ou galvanizados pelo processo de imersão a quente, soldados ou sem costura.ASTM A135 - "Aços carbono para a fabricação de tubos soldados por resistência elétrica, de até 30 polegadas de diâmetroASTM A216 "Aço fundido para condições de alta temperatura de trabalho, válvulas, flanges e acessóriosASTM A266 - "Aços para a fabricação de recipientes forjados sem costura, tampos de caldeira, vasos de pressão, bem como seus acessóriosASTM A283 - "Aços para chapas de uso estruturalASTM A333 - "Aços para tubos soldados ou sem costura para trabalhar em temperaturas baixas e com paredes de espessura média

2

ABNT NBR 7241 - "Chapas de aço estrutural para uso naval - Especificação'- graus AH39, AH36, DH32, DH36, EH32 e EH36ASTM A182 - "Aços liga destinados à fabricação de flanges laminados ou forjados, acessórios e válvulas, bem como peças que trabalhem em condições de alta temperatura"ASTM A217 - "Aços liga para fundição, destinados à alta pressão e temperatura, como válvulas, flanges e acessórios, tendo, também, boas características anti-corrosivasASTM A299 - "Aços liga contendo carbono, manganés e silício para a fabricação de caldeiras e vasos de pressãoASTM A335 - "Aços liga ferríticos destinados à fabricação de tubos sem costura que trabalhem em condições de alta temperatura

3

ASTM Al 82 (já descrito no grupo 2)ASTM A217 (já descrito no grupo 2)ASTM A335 (já descrito no grupo 2)ASTM A336 - "Aços liga para reservatórios forjados sem costura, tampos de vasos de pressão e acessórios"

4

ASTM A161 - "Aços de baixo teor de carbono e carbono- molibdênio para a fabricação de tubos sem costura de destilação em refinarias"ASTM A182 (já descrito no grupo 2)ASTM A217 (já descrito no grupo 2)

5 ASTM A182 (já descrito no grupo 2)

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O plano horizontal de referência é tomado de forma a estar sempre abaixo da solda considerada.A inclinação do eixo é medida a partir do plano horizontal de referência em direção ao plano vertical.Oãnguloderotaçãodafaceémedidoapartirdeumalinhaperpendicularaoeixodasoldaesituadano mesmoplano vertical que contem este eixo.A posição de referência (0O) de rotação da face aponta, invariavelmente, na direção oposta àquela naqual o ângulo do eixo aumenta. O ângulo de rotação da face da solda é medido no sentido horário, apartir desta posição de referência (0O), quando observado o ponto P.

Figura 2.1 Posições de soldagem para soldas em ângulo

Tabulações das posições de soldagem

Posição Diagrama dereferência

Inclinação doeixo (graus)

Rotação deface (graus)

Plana A 0 a 15 150 a 210

Horizontal B 0 a 15 125 a 150210 a 235

Sobrecabeça C 0 a 75 0 a 125235 a 360

Vertical DE

15 a 7576 a 90

125 a 2350 a 360

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O plano horizontal de referência é tomado de forma a estar sempre abaixo da solda considerada.A inclinação do eixo é medida a partir do plano horizontal de referência em direção ao plano vertical.Oânguloderotaçãodafaceémedidoapartirdeumalinhaperpendicularaoeixodasoldaesituadano mesmoplano vertical que contem este eixo.A posição de referência (0O) de rotação da face aponta, invariavelmente, na direção oposta àquela naqual o ângulo do eixo aumenta. O ângulo de rotação da face da solda é medido no sentido horário, a partirdesta posição de referência (0O), quando observado o ponto P.

Figura 2.2 - Posições de soldagem para soldas em juntas de topo

Tabulações das posições de soldagem

Posição Diagrama dereferência

Inclinação doeixo (graus)

Rotação deface (graus)

Plana A 0 a 15 150 a 210

Horizontal B 0 a 15 125 a 150210 a 235

Sobrecabeça C 0 a 75 0 a 125235 a 360

Vertical DE

15 a 7576 a 90

125 a 2350 a 360

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2.7 � INSPEÇÕES NA SOLDA

a) Após cada passe de solda, ele deverá ser inspecionado visualmente, de modo a permitir que osdefeitos sejam corrigidos antes do passe seguinte. O critério de aceitação é o definido no item 1.9da Seção 1.

b) No caso de solda em junta de topo realizada em ambas as faces da chapa (ou por fora e prodentro do tubo), após a goivagem e/ou esmerilhamento da raiz da solda realizada pela primeiraface, e antes de iniciar a soldagem pela segunda face, o chanfro deverá ser inspecionadovisualmente e, caso se considere necessário, por líquido penetrante ou partícula magnética, demodo a permitir que sejam eliminados todos os defeitos antes de se prosseguir com a soldagem.

c) Após a soldagem estar concluída, as suas superfícies deverão ser inspecionadas visualmente,usando como critério de aceitação o definido no item 1.9 da Seção 1. Poderão ser trabalhadas poresmerilhamento ou outro processo, de modo a eliminar todos os defeitos superficiais. Poder-se-á radiografar a solda, de modo a evitar a usinagem dos corpos de prova e a realização dosensaios mecânicos em soldas com alta probabilidade de não serem qualificadas. Adotar comopadrão de aceitação para a radiografia o grau 3 da norma ABNT NBR 8420 - �Solda paraconstrução naval Identificação de descontinuidades radiográficas - Método de ensaio�.

Observação: XX deverá ter o mesmo valor em todos os eletrodos da mesma alínea. Exemplo: E7010 éequivalente ao E7011, mas não é equivalente ao E6010 nem ao E6011; o E6010, no entanto, é equivalenteao E6011.

Tabela 2.3 - Grupos de eletrodos revestidos para solda manual a arco elétrico de aço carbono

2.8 � ENSAIOS MECÂNICOS

2.8.1 � Obtenção dos corpos de prova

a) Não serão retirados corpos de prova da peça de teste usada para a qualificação de soldas defilete em juntas em ângulo, pois o único ensaio mecânico a que esta peça será submetida será ode quebramento, especificado no item 2.9.4.

b) Serão retirados tantos corpos de prova quantos os indicados nas Figuras 2.3 e 2.4, e nas posiçõesindicadas nestas figuras.

2.8.2 - Ensaio de tração em corpo de prova de seção reduzida

a) As dimensões do corpo de prova deverão obedecer às indicadas nas Figuras 2.6 e 2.7.

b) Procedimento para o ensaio: poderá ser seguida a norma ABNT NBR 6152 - �Materiais metálicos- Determinação das propriedades mecânicas à tração�

c) Critério de aceitação:1 - O limite de resistência de cada corpo de prova, quando quebrado na região da solda, não deverá

ser inferior ao limite de resistência mínimo especificado para o metal de base.2 - O limite de resistência de cada corpo de prova, quando quebrado no metal de base, e quando a

solda não apresentar sinais de falha, não deverá ser inferior a 95% do limite de resistência mínimoespecificado para o metal de base.

GRUPO ESPECIFICAÇÃO CONFORME ABNT NBR 10615

4 EXX15, EXX16, EXX18

3 EXX10, EXX11

2 EXX12, EXX13, EXX14

1 EXX20, EXX24, EXX27, EXX28

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Figura 2.3 - Peça de teste para a qualificação de procedimento de soldagem a topo em chapas

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Figura 2.5 - Peça de teste para a qualificação de procedimento de soldagem em ângulo comsolda de filete

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Observações:1 - Ambas as superfícies da solda deverão ser usinadas resvés com a superfície da chapa.2 - W = aproximadamente 38 mm, quando a espessura �e� for igual a, ou menor que, 25,4 mm.

W = 25,4 mm quando �e� for superior a 25,4 mm.3 - Quando a capacidade da máquina de ensaio não for suficiente para ensaiar um corpo de prova naespessura original, o corpo de prova poderá ser cortado com uma serra fina em tantas partes quantonecessário, cada uma das quais deverá atender aos critérios de aceitação.

Figura 2.6 - Corpo de prova de seção reduzida para ensaio de tração, retirado de peça deteste de junta de topo de chapas

Observações:1 - Ambas as superfícies da solda deverão ser usinadas resvés com a superfície da chapa. A critériodo laboratório de ensaio, poderão ser usinadas as superfícies, no mínimo necessário para que ambasas faces fiquem planas e paralelas ao longo da seção reduzida de 19,1 mm.2 - Quando a capacidade da máquina de ensaio não for suficiente para ensaiar um corpo de prova na

espessura original, o corpo de prova poderá ser cortado com uma serra fina em tantas partes quantonecessário, cada uma das quais deverá atender aos critérios de aceitação.

Figura 2.7 - Corpo de prova de seção reduzida para ensaio de tração, retirado de peça deteste de junta de topo de tubos

2.8.3 � Ensaio de dobramento guiado

a) As dimensões do corpo de prova deverão obedecer às indicadas nas Figuras 2.8 e 2.9.

b) Procedimento para o ensaio: utilizar o aparelho mostrado na Figura 2.10. Poderá ser seguida anorma ABNT NBR 6153 - �Produtos metálicos - Ensaio de dobramento semi-guiado - Métodode ensaio�.

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c) Critério de aceitação: após o dobramento, o corpo de prova não poderá mostrar qualquer rachaduraou outro defeito de abertura que exceda 3,2 mm, na face convexa, exceto nas arestas.

2.8.4 � Ensaio de quebramento

a) O ensaio será realizado pela aplicação de uma força na peça de teste, conforme mostrado naFigura 2.5, até que se rompa a solda.

b) Critério de aceitação: a superfície fraturada deverá estar livre de rachaduras, porosidade visívelou falta de fusão na raiz da soldas, exceto no caso de fusão incompleta dos cantos da raiz dasolda; neste caso, a solda poderá ser aprovada, desde que o comprimento total das áreas defusão incompleta seja inferior a aproximadamente 1 0% do comprimento total da solda.

Observação: Ambas as superfícies da solda deverão ser usinadas resvés com a superfície da chapa outubo.

Figura 2.8 - Corpo de prova para ensaio de dobramento guiado para raiz e face, retiradode peça de teste de junta de topo de chapas ou de tubos

Quando a espessura �e� da peça de teste estiver entre 19 mm e 38 mm: W = e

Quando a espessura �e� for maior que 38mm: W = 38 mm

Observação: Ambas as superfícies da solda deverão ser usinadas resvés com a superfície da chapa outubo.

Figura 2.9 - Corpo de prova para ensaio de dobramento guiado lateral, retiradode peça de teste de junta de topo de chapas ou de tubos

Quando a espessura �e� da peça de testeestiver entre 19 mm e 38 mm: W = e

Quando a espessura �e� for maior que38mm: W = 38 mm

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Observações:1 - Para metal de base aço carbono (grupo 1 da Tabela 2.2), o corpo de prova deverá ser dobrado nesteaparelho em torno de um mandril de 19 mm de raio.2 - Para metal de base aço liga com teor de cromo menor que ou igual a 0,75% e cuja soma de todos oselementos da liga não seja superior a 2% (grupo 2 da tabela 2.2), o aparelho acima poderá ser modificadopara permitir que o dobramento do corpo de prova seja feito em torno de um mandril de 24 mm de raio.

Figura 2.10 - Aparelho para dobramento guiado

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TOMO III - SOLDAGEM

SEÇAO 3

QUALIFICAÇÃO DE SOLDADORES E OPERADORES DE SOLDAGEM

3.1 � TERMINOLOGIA

Deverá ser usada a terminologia da norma da ABNT NBR 10474 - �Qualificação em soldagem -Terminologia�. O construtor poderá utilizar uma terminologia diferente da especificada, desde que elaseja previamente informada ao BC.

3.2 � NECESSIDADE DE QUALIFICAÇÃO3.2.1 � A necessidade de qualificação de soldadores (para processos de solda manual ou semi-automáticos)e de operadores de soldagem (para processos de solda automáticos) será decidida pelo Vistoriador doBC, a seu critério. A qualificação deverá ser executada de acordo com estas Regras.

3.2.2 � Grupos de Solda

a) Estas Regras definem requisitos apenas para a qualificação dos soldadores e operadoresdestinados às soldagens dos Grupos de Solda H e Pl, conforme definido no item 1.2 da Seção 1.Para a qualificação dos soldadores e operadores destinados às soldas dos demais Grupos, oconstrutor deverá obter instruções específicas com o BC.

b) Os soldadores e operadores não necessitam ser qualificados para realizarem.as soldas deconstrução e de reparação da embarcação do Grupo P2.

3.3 � ETAPAS DA QUALIFICAÇÃO DE UM SOLDADOR OU OPERADOR DE SOLDA3.3.1 � Especificação do Procedimento de Soldagem para Qualificação de Soldador ou

Operador de Soldagem

Inicialmente, o construtor deverá submeter à aprovação do BC um procedimento escrito ondeconstarão todos os parâmetros da solda de teste, conforme descritos no item 3.5, que o soldador ou ooperador de soldagem deverá obedecer quando estiver soldando a peça de teste. Este procedimentodeverá se basear em um Procedimento de Soldagem Qualificado, conforme definido na Seção 2 desteTomo 111.

3.3.2 � Realização da solda de teste

Após aprovada pelo BC a Especificação mencionada em 3.3.l, cada soldador ou operador executaráa soldagem em uma peça de teste, obedecendo às determinações daquela Especificação. A realizaçãoda soldagem deverá ser testemunhada, no todo ou em parte, por um Vistoriador do BC. Deverão serregistrados os parâmetros de soldagem, tais como, para cada passe de solda, a amperagem, o tipo decorrente elétrica (CC ou CA), a polaridade da corrente, o diâmetro do eletrodo e/ou do arame consumível,a vazão do gás de proteção, a temperatura de pré-aquecimento e a velocidade de avanço na soldagem.

3.3.3 � Inspeções e testes na solda

A seguir, a solda produzida será inspecionada visualmente, usando o critério de aceitação definidono item 1.9 da Seção 1 e, em seguida, ou por inspeção radiográfica (no caso de juntas de topo), ou serásubmetida a teste de quebramento (no caso de soldas de filete em juntas em ângulo). O Vistoriador doBC deverá testemunhar, no todo ou em parte, as inspeções e testes.

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3.3.4 � Certificado de Qualificação de Soldador ou de Operador de SoldagemApós a solda ter sido aprovada em todos os testes e inspeções, o BC emitirá um Certificado de

Qualificação de Soldador ou de Operador de Soldagem, que conterá as limitações da certificação, baseadanas limitações definidas na Tabela 3.1. O construtor deverá manter arquivados os laudos das inspeções etestes.

3.3.5 � Certificados de Qualificação de Soldador ou de Operador de Soldagem emitidos poroutras entidades e/ou qualificados em outros construtores

a) O BC, a seu critério, poderá endossar os Certificados de Qualificação de Soldador ou de Operadorde Soldagem emitidos por outras Sociedades Classificadoras ou outras entidades certificadoras,observando as limitações estabelecidas em 3.4 e 3.5.

b) O BC, a seu critério, poderá endossar, para um determinado soldador ou operador de soldagemque seja contratado para trabalhar para um determinado construtor, os Certificados de Qualificaçãode Soldador ou de Operador de Soldagem que aquele soldador ou operador tenha obtido emoutros construtores, observando as limitações estabelecidas em 3.4 e 3.5.

3.4 � PRAZO DE VALIDADEO Certificado de Qualificação de Soldador ou de Operador de Soldagem será válidos para sempre,

a menos que ocorra um ou mais dos fatos abaixo:a) Modificação de uma ou mais das variáveis essenciais estabelecidas na Tabela 3.1;b) Existam razões específicas para se duvidar da habilidade do soldador ou operador, tal como as

soldas por ele produzidas, na construção ou no reparo de embarcações, venham a apresentardefeitos ou baixa eficiência freqüentes;

c) O soldador ou operador ficar mais de seis meses contínuos, ou o total de seis meses intercalados,ao longo de um ano, sem executar o tipo de solda para a qual está qualificado;

d) Se transferir ou ser transferido de empregador, observado o item 3.3.b.

3.5 � COMPONENTES E VALIDADE DO PROCEDIMENTOA Tabela 3.1 define os parâmetros que deverão ser especificados em uma Especificação de

Procedimento de Soldagem para a Qualificação de Soldador ou de Operador de Soldagem, e as amplitudesadmissíveis de variação nestes parâmetros, nas soldas produzidas na construção ou no reparo deembarcações. Apenas as variáveis ou parâmetros denominados essenciais estabelecemlimitações para a utilização de um soldador ou operador qualificado.

PARÂMETRO VALIDADE DO CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO

Metal de baseA qualificação usando uma peça de teste de um determinado aço como metal de basequalifica para soldar todos os aços do mesmo grupo, conforme a Tabela 2.2 da Seção2 - Tomo III

Tipo de junta eposição desoldagem

a) Juntas de topo com penetração total em tubos (Figura 3.1): A qualificação naposição 6GR também qualifica em todas as demais. A qualificação na posição 6Gtambém qualifica em todas as demais, exceto 6GR. A qualificação em ambas asposições, 2G e 5G, também qualifica na posição 1 G.b) Juntas de topo com penetração total em chapas (Figura 3.2): A qualificação emuma das posições 2G, 3G ou 4G, também qualifica na posição 1 G.c) Soldas de filete em juntas em ângulo (Figura 3.3): A qualificação em uma dasposições qualifica, também, a mesma posição para soldas de filete em juntas emângulo de tubos. A qualificação em uma das posições 2F, 3F ou 4F, também qualificana posição 1 F.d) Correlação entre as juntas de topo com penetração total em tubos e em chapas(Figuras 3.1 e 3.2): A qualificação em uma das posições, 6GR ou 6G, tambémqualifica em todas as de chapas. A qualificação na 5G (tubo) também qualifica a 3G ea 4G (chapa). A qualificação na 2 de um (tubo ou chapa) qualifica na 2G do outro. Aqualificação na 1G de um (tubo ou chapa) qualifica na 1G do outro.e) Correlação entre as juntas de topo com penetração total em chapas e as soldas defilete (Figuras 3.2 e 3.3): A qualificação em 4G qualifica, também, em 4F-1 em 3Gqualifica, também, em 3F; em 2G qualifica, também, em 2F; e em 1 G qualifica,também, em 1F.

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Tabela 3.1 - Parâmetros que deverão constar da Especificação do Procedimento deQualificação do Soldador ou Operador de Solda e limitações impostas ao uso do soldador ou

operador qualificado

Processo de soldagem A qualificação vale apenas para o próprio processo de soldagem (eletrodorevestido, arco submerso, etc.) usado na peça de teste.

Metal de adição

a) Para eletrodos revestidos destinados à soldagem manual de açocarbono, a qualificação usando um eletrodo qualifica, também, para o usode outro eletrodo do mesmo grupo, ou de grupo numericamente inferior, naTabela 2.3 da Seção 2, independente da sua marca comercial (ex.:qualificação com eletrodo do grupo 4 também qualifica para usar os demaiseletrodos do grupo 4, e os eletrodos dos grupos 3, 2 e 1).b) Nos demais casos, vale para quaisquer metais de adição (oucombinação de metais de adição, tal como fluxo e arame de arco submerso)

Espessura do metal debase (peça de teste comespessura "e")

a) "e" menor ou igual a 9,5mm qualifica, também, para soldagens deespessuras situadas na faixa de 1,6 mm até o dobro de "e", inclusive;b) "e" entre 9,5 mm e 19mm qualifica, também, para soldagens deespessuras situadas na faixa de 4,8 mm a 19 mm;c) "e" maior que 19mm qualifica para soldagens de espessuras superioresa 19mm

Diâmetro externo do tubo Não é variável essencial

Diâmetro do eletrodoconsumível, do eletrodonão consumível ou doarame consumível

Não é variável essencial

Temperatura de pré-aquecimento Não é variável essencial

Temperatura de pós-aquecimento para aliviode tensões

Não é variável essencial

Velocidade de avanço nasoldagem Não é variável essencial

Soldagem por uma face(unilateral) ou por duasfaces

A qualificação usando solda unilateral, com ou sem o uso de cobrejunta,qualifica, também, a soldagem por ambas as faces da chapa (ou por fora epor dentro do tubo) e a solda unilateral com cobrejunta. A qualificaçãousando solda unilateral com cobrejunta qualifica, também, para a soldagempor ambas as faces e vice-versa.

Geometria da junta Não é variável essencial, desde que sejam obedecidas as limitaçõesdefinidas na Seção 1 do Tomo III

Especificação do gás deproteção Não é variável essencial

Sentido de soldagem asoldagem na posiçãovertical, 5G, 6G ou 6GR

A soldagem no sentido descendente qualifica, também, a soldagem nosentido ascendente, e vice-versa.

Amperagem e tipo dacorrente elétrica doeletrodo

Não são variáveis essenciais, desde que sejam obedecidas as

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3.6 � REALIZAÇÃO DA SOLDA DE TESTE

a) As peças de teste a serem soldadas para a qualificação do procedimento deverão possuir asdimensões definidas nas Figuras 3.4, 3.5 e 3.6. Poderão ser cortadas com maçarico oxi-acetilênicoe esmerilhadas, ou preparadas por outro método. As superfícies do chanfro não poderão conternenhum entalhe com profundidade excedendo 0,3 mm.

b) Será soldada uma peça de teste para cada posição de soldagem a ser qualificada, levando emconsideração as observações sobre a validade do certificado de qualificação relativas a ¨tipos dejuntas e posições de soldagem� da tabela 3.1. A solda de filete em junta em ângulo (Figura 3.6)deverá ser realizada em apenas um lado da junta. Observar que todas as peças de teste para aqualificação de soldadores em juntas de topo de tubos, exceto a 1G (Figura 3.1), permanecemfixas no decorrer da soldagem; deste modo, o soldador soldará em todas as posições (horizontal,plana, vertical e sobrecabeça) ao soldar cada peça de teste na posição 5G, ou 6G ou 6GR

c) Deverão ser utilizados como peças de teste metais de base com números de corrida conhecidose com o certificado fornecido de que atendem a uma especificação definida, tais como as constantesda Tabela 2.2 da Seção 2 - Tomo III.

d) Deverão ser utilizados consumíveis de soldagem, eletrodos, arames e fluxos qualificados poruma entidade certificadora de produtos, tais como os que atendem às seguintes especificações:

ABNT NBR 10615 - �Eletrodos revestidos de aço carbono para a soldagem a arco elétrico -especificação�

ABNT NBR 10618 - �Eletrodos de aço carbono e fluxos para a soldagem a arco submerso -especificação�

ANSLIAWS A 5.17-89 - �SpecWecation�for carbon steei electrodes and fluxes for submerged-arc welding�

ANSVAWS A 5.18-93 - �Carbon steei electrodes and rods for gas shieided arc welding�

3.7 � INSPEÇÕES NA SOLDA

a) Após cada passe de solda, ele deverá ser inspecionado visualmente, de modo a permitir que osdefeitos sejam corrigidos antes do passe seguinte.

b) No caso de solda em junta de topo realizada em ambas as faces da chapa (ou por fora e prodentro do tubo), -após a goivagem e/ou esmerilhamento da raiz da solda realizada pela primeiraface, e antes de iniciar a soldagem pela segunda face, o chanfro deverá ser inspecionadovisualmente e, caso se considere necessário, por líquido penetrante ou partícula magnética, demodo a permitir que sejam eliminados todos os defeitos antes de se prosseguir com a soldagem.

c) Após a soldagem estar concluída, as suas superfícies deverão ser inspecionadas visualmente, epoderão ser trabalhadas por esmerilhamento ou outro processo, de modo a se poder eliminartodos os defeitos superficiais. O critério de aceitação é o definido no item 1.9 da Seção 1.

d) Após concluída a soldagem, as juntas de topo (Figuras 3.4 e 3.5) deverão ser radiografadas.Adotar como critério de aceitação para a radiografia o grau 3 da norma ABNT NBR 8420 - �Soldapara construção naval - Identificação de descontinuidades radiográficas Método de ensaio�.

3.8 � ENSAIOS MECÂNICOS

3.8.1 � Ensaio de quebramento

a) As peças de teste para qualificação para a solda em ângulo, com solda de filete (Figura 3.6),deverão ser submetidas ao ensaio de dobramento, pela aplicação de uma força na peça de teste,conforme mostrado na Figura 2.5 da Seção 2, até que se rompa a solda.

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b) Critério de aceitação: a superfície fraturada deverá estar livre de rachaduras, porosidade visívelou falta de fusão na raiz da soldas, exceto no caso de fusão incompleta dos cantos da raiz dasolda; neste caso, a solda poderá ser aprovada, desde que o comprimento total das áreas defusão incompleta seja inferior a aproximadamente 10% do comprimento total da solda.

3.9 � REPETIÇÃO DAS SOLDAGENS

Caso um soldador não seja aprovado em um teste de qualificação, este poderá ser executadonovamente, através da soldagem de nova peça de teste.

3.10 � MANUTENÇAO DOS REGISTROS

O construtor deverá manter os certificados de qualificação emitidos pelo BC, os registros dasvariáveis de soldagem utilizadas e os laudos das inspeções e testes arquivados de maneira que sejapossível verificar, a qualquer momento, o relacionamento entre eles. As peças de teste soldadaspoderão ser descartadas.

Figura 3.4 - Peça de teste para qualificação de soldador ou operador de soldagem em juntade topo de chapas

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Figura 3.5 - Peça de teste para a qualificação de soldador e de operador de soldagem emsolda de topo em tubos

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Figura 3.6 - Peça de teste para a qualificação de soldador ou de operador de soldagem emsolda de filete em junta de ângulo

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TOMO IV � ESTRUTURA

SEÇAO 1

DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA1.1 � GENERALIDADES

As presentes Regras contêm indicações para a determinação da resistência do casco e dascaracterísticas básicas de seus elementos, para a concessão da mais alta classe do BC. As dimensõesdos elementos estruturais, obtidas pela aplicação destas Regras, deverão ser consideradas como valoresbásicos. Serão permitidas diferenças em relação aos valores dados pelas Regras, desde que plenamentejustificados e aceitos pelo BC.

1.2 � UTILIZAÇÃO DAS REGRAS

1.2.1 � Aplicabilidade das RegrasEstas Regras são válidas apenas dentro das condições definidas na Seção 2 do Tomo 1.

1.2.2 � Estanqueidade ao tempo ou à águaUm dispositivo poderá ser considerado estanque à água, ou ao tempo, se obedecer ao especificado

na NORMAM 02, artigo 0607.

1.2.3 � Compartimentagema) Inicialmente, o projetista deverá definir, preliminarmente, a localização das anteparas estanques

transversais e longitudinais no casco, levando em conta os critérios de estabilidade em váriascondições de carregamento, inclusive os definidos pela NORMAM-02, bem como as observaçõesabaixo

b) Esta observação é aplicável, somente, a embarcações-tanque. Nas embarcações destinadas aotransporte de líquidos inflamáveis ou combustíveis, com ponto de fulgor (�flash point�) igual ouinferior a 60,C (método do cadinho fechado), deverá ser previsto um �espaço de ar� (�cofferdam�)entre os tanques de carga, ou seja, os que transportam aqueles líquidos, e qualquer compartimentohabitável, ou destinado a carga geral ou a granel, ou ainda qualquer compartimento contendomáquinas ou equipamentos que possam causar ignição no gás evaporado da carga. Podem serconsiderados �espaços de ar� os compartimentos que só contém bombas, equipamentos acionadosa vapor ou os destinados a transporte de líquidos com ponto de fulgor superior a 6OoC, desdeque, neste último caso, as tubulações e as bombas utilizadas para o líquido transportado nesteespaço sejam distintas das utilizadas para o líquido de ponto de fulgor igual ou menor que 6OoC,e sem qualquer possibilidade de serem conectadas a estas. No caso do �espaço de ar� ser umcompartimento contendo bombas de carga, o acionador das bombas poderá ser instalado nomesmo compartimento apenas no caso de ser movido a vapor ou a óleo (acionamento hidráulico);caso não o seja (por exemplo: motor elétrico ou de combustão), deverá ser separado docompartimento de bombas por uma antepara estanque a gás, inclusive nas aberturas para apassagem dos eixos de acoplamento das bombas aos acionadores.

c) Esta observação é aplicável, somente, a embarcações-tanque. As autoridades brasileiras exigemque as embarcações destinadas ao transporte a granel de combustíveis líquidos, derivados depetróleo e álcool, e que navegam na Bacia do Sudeste, possuam fundo e costado duplos naregião dos tanques de carga. O teto do fundo duplo deverá estar afastado da chapa do fundo de,no mínimo, 760 mm. ou B/15 (o maior dentre os dois valores), medido perpendicularmente àchapa do fundo. A antepara interna do costado duplo deverá estar distante da chapa do costadode, no mínimo, 1 000 mm., medido perpendicularmente à chapa do costado. Os pocetos destinadosà sucção da carga poderão avançar dentro dos limites estabelecidos para a altura do fundo duplo,desde que sua capacidade volumétrica seja inferior a 100 litros e que o referido avanço nãoresulte em redução do afastamento em relação ao fundo, maior do que 25% (NORMAM 02, artigo0330 e Anexo 3-L).

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b) Embarcações tripuladas e embarcações de passageiros de Arqueação Bruta (AB) superior a 30deverão cumprir os requisitos de habitabilidade estabelecidos na NORMAM 02, artigo 0331 eAnexo 3-M.

c) Esta observação é aplicável, somente, a embarcações de passageiros. As autoridades brasileirasexigem que toda embarcação de passageiros com arqueação bruta (AB) superior a 50 ecomprimento de borda livre superior a 20 metros possua uma antepara de colisão de vante, naproa, e uma antepara de colisão de ré, na popa (NORMAM 02, artigo 0647). O posicionamentodestas anteparas deverá obedecer aos seguintes regulamentos (NORMAM 02, artigo 0648):

Antepara de Colisão de Vante1. A antepara de colisão de vante deverá estar localizada a uma distância não inferior a 5% do

Comprimento de Borda Livre da embarcação, ou 1 O metros, tomando-se o menor desses valores,a partir do ponto de interseção da roda de proa da embarcação com a linha de flutuação onde foideterminado o Comprimento de Borda Livre.

2. A antepara de colisão de vante não deverá, a princípio, ser instalada a uma distância a partir doponto de interseção da roda de proa da embarcação com a linha de flutuação onde foi determinadoo Comprimento de Borda Livre superior a:

a) 13% do Comprimento de Borda Livre, em embarcações do tipo barcaça com essecomprimento menor ou igual a 90 metros; ou

b) 8% do Comprimento de Borda Livre, para as demais embarcações.3. Poderão ser aceitas distâncias maiores do que as apresentadas no item anterior desde que, a

critério da DPC, o alagamento do Pique Tanque de Vante na condição de carregamento máximonão �acarrete na imersão do convés de borda livre, na emersão do hélice ou em uma condiçãopotencialmente perigosa à embarcação

Antepara de Colisão de Ré1. Para as embarcações propulsadas, essa antepara deverá ser posicionada de forma que limite o

tubo telescópico em um espaço (ou espaços) estanques à água, de volume(s) moderado(s).2. Nas embarcações do tipo barcaça que apresentem formas simétricas de proa e popa, essa

antepara deve ser posicionada de forma análoga ao estabelecido na alínea anterior para a anteparade colisão de vante.

3. Para as demais embarcações do tipo barcaça, a antepara de colisão de ré poderá coincidir coma antepara de ré dos espaços destinados à carga.

c) As autoridades brasileiras exigem a seguinte quantidade mínima de anteparas transversaisestanques para embarcações de casco metálico (NORMAM 02, artigo 0647) :

1. Anteparas de colisão para as embarcações de passageiros: como mostrado na alínea e)

2. Anteparas da Praça de Máquinasa) As embarcações com Praça de Máquinas ao centro deverão apresentar duas anteparas

transversais estanques, uma imediatamente a vante e outra imediatamente a ré da Praça deMáquinas, que separem esse compartimento dos espaços destinados à carga ou aos passageiros.

b) As embarcações com Praça de Máquinas a ré deverão apresentar uma antepara transversalestanque imediatamente a vante da Praça de Máquinas, que separe esse compartimento dosespaços destinados à carga ou aos passageiros.

3. Anteparas nos Espaços de Carga e/ou Passageirosa) Adicionalmente ao prescrito nos itens anteriores, deverão ser instaladas anteparas transversais

estanques subdividindo os espaços destinados ao transporte de carga e/ou passageiros.adequadamente posicionadas, de acordo com o estabelecido na Tabela 1-1.

b) A distância entre as anteparas que subdividem os espaços destinados ao transporte de carga e/ou passageiros não deverá ser superior a 30 metros.

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1.2.4 � Escolha do tipo de cavernamento e da distancia entre cavernas ou entre longitudinaisa) O cavernamento poderá ser longitudinal, transversal ou misto, conforme mostrado naS Figuras 1-

6 a 1-18. Estas figuras poderão servir de orientação para o projetista escolher o tipo de arranjoestrutural. A localização das anteparas transversais auxiliará na definição preliminar doespaçamento entre cavernas. No cavernamento transversal, as cavernas deverão ser suportadaspor anteparas longitudinais ou por elementos longitudinais gigantes regularmente espaçados, taiscomo sicordas (nos conveses), escoas (no costado) e longarinas (no fundo). No cavernamentolongitudinal, os longitudinais deverão ser suportados por anteparas transversais ou por elementostransversais gigantes regularmente espaçados, tais como vaus (nos conveses), cavernas gigantes(no costado) e hastilhas e cavernas gigantes (no fundo).

b)

Tabela 1-1 - Quantidade de anteparas transversais estanques da embarcaçãob) Em embarcações de caga seca com cavernamento transversal, deverão ser instalados

contraventamentos na direção longitudinal; nas com cavernamento longitudinal, deverão serinstalados contraventamentos se estendendo longitudinalmente ou transversalmente à linha decentro da embarcação. Os contraventamentos deverão unir a estrutura do fundo da embarcação(ou do fundo duplo, se houver) à do convés resistente.

c) Em embarcações-tanque com cavernamento transversal, deverão ser instaladoscontraventamentos na direção longitudinal, de modo a limitar em 4 metros, no máximo, a distânciaentre os apoios das cavernas. Em embarcações-tanque com cavernamento longitudinal, deverãoser instalados contraventamentos se estendendo longitudinalmente ou transversalmente à linhade centro da embarcação. Os contraventamentos deverão unir a estrutura do fundo da embarcação(ou do fundo duplo, se houver) à do convés resistente.

d) Em embarcações-tanque com o valor da divisão de L por (B + 1/2 altura de abaulamento do convés)excedendo 20, pelo menos uma linha de contraventamentos planos deverão ser instalados,longitudinalmente, em cada bordo da embarcação. Se aquele valor exceder 25, pelo menos duaslinhas de contraventamentos planos (ou, alternativamente, uma linha de contraventamentos emdois planos) deverão ser instaladas em cada bordo da embarcação. Os contraventamentos deverãounir a estrutura do fundo da embarcação (ou do fundo duplo, se houver) à do convés resistente.

e) Em empurradores e embarcações de passageiros, deverão ser instaladas linhas decontraventamentos longitudinais, ou anteparas longitudinais não-estanques, na linha-de-centroda embarcação (ou próximo à linha-de-centro da embarcação) e uma em cada bordo daembarcação. Os contraventamentos deverão unir a estrutura do fundo da embarcação (ou dofundo duplo, se houver) à do convés resistente. Deverão ser associados a sicordas e longarinas,de modo a evitar que a distancia entre os apoios das cavernas do fundo exceda 4 metros. Parafacilitar o arranjo, cada antepara poderá ser interrompida em algum ponto, desde que outra anteparaseja instalada paralelamente a ela, continuando ambas instaladas por um comprimento tal queassegure a continuidade longitudinal para efeitos da embarcação como uma viga.

1.2.5 � Definição dos escantilhõesa) Em seguida, as regras apresentam as formulações para a definição das espessuras das

chapas e dos módulos de seção dos elementos estruturais, em cada localização daembarcação. �A meia nau� significa que aquele valor obtido para a espessura ou para omódulos de seção deverá ser mantido ao longo de um comprimento da embarcação igual a0,4.L, com centro na

Numero de Anteparas

Comprimento de Borda Livre Máquinas ao centro Máquinas a Ré

Até 65m 0 0

65m < L = 85m 0 1

85m < L = 105m 1 1

105m < L = 115m 2 2

115m < L = 145m 3 3

Acima de 145m 4 4

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b) meia nau. Para outros locais, serão definidos valores diferentes, como, por exemplo, a 0,1.L napopa e na proa (significa que o valor obtido para a espessura ou para o módulos de seção deveráser utilizado desde a roda de proa até 0,1.L a ré da roda de proa, e desde o espelho de popa até0,1.L a vante do espelho de popa). Quando nada for especificado para a parte da embarcaçãosituada entre a meia nau e a popa ou proa, deverão ser usados valores intermediários entre osespecificados para a meia nau e os especificados para a popa ou proa.

c) Quando for explicitamente definido, o módulos de seção de um elemento estrutural incluirá o dachapa colaborante, ou seja, de uma parte da chapa à qual o elemento está soldado, comcomprimento igual ao do elemento e largura igual à metade da distância do elemento ao elementovizinho (i.e., do espaçamento entre elementos), tanto para um lado como para outro (ver Figura1.1, no Tomo 1). No caso dos elementos estruturais gigantes, a distância será a medida entre umgigante e outro, para cada lado, mas não serão incluídos os módulos de seção dos elementosnão-gigantes situados entre aqueles dois (ver Figura 1 -1, no Tomo 1). Quando for utilizado perfil�U� , como mostrado nas Figuras 1-6, 1-11, 1-13 e 1-15, o modulo da seção mínimo exigido serefere apenas ao perfil, sem a chapa colaborante.

1.2.6 � Resistência da viga-navioa) Esta etapa só se aplicará a embarcações com comprimento superior a 40 metros. Embarcações

menores, portanto, deverão ir direto para a etapa seguinte.

b) Serão calculados o momento fletor máximo atuando na viga-navio, devido aos esforços decorrentesdo empuxo e da carga, e o módulo da Seção Mestra no convés e no fundo (caso a braçolalongitudinal de escotilha seja computada no cálculo do módulo, também se calculará o modulo naextremidade superior da braçola). Obtém-se, assim, as tensões normais atuando no convés e nofundo (e, eventualmente, também na braçola). Caso todas as tensões possuam valor inferior aovalor admissível, o projeto da embarcação à meia nau estará concluído. Em caso contrário, oprojetista deverá executar um novo ciclo de projeto, redefinindo escantilhões que continuemobedecendo as exigências do item 1.2.4, mas que resultem em um módulo tal que as tensõesresultantes venham a ser inferiores ao valor máximo admissível.

1.2.7 � Detalhamento

Finalmente, o projetista definirá as espessuras e momentos de inércia fora da região de meia nau,e detalhará as uniões entre elementos estruturais, as borboletas, as aberturas no convés e no costado, asescotilhas, etc.

1.3 � CHAPA DO CONVÉS RESISTENTE A MEIA NAU1.3.1 � A espessura do convés resistente a meia nau deverá ser, no mínimo, igual ao maior dos seguintesvalores:

e = 0,066. L+ 3,5 mm (para cavernamento transversal)e = 0,066. L + 2,5 mm (para cavernamento longitudinal)e definido em 1.6.5 (caso o convés vá receber carga que não seja sobre rodas)e definido em 1.6.6 (caso o convés vá receber carga sobre rodas (carretas, veículos, etc.)

L = comprimento da embarcação, em metros

1.3.2 � Se a embarcação for uma balsa com proa e/ou popa com fundos chatos e inclinados, a espessuradefinida em 1.4.1 deverá ser utilizada em todo o convés resistente, fora das regiões onde o fundo éinclinado.

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1.4 � CHAPA DO CONVÉS RESISTENTE FORA DE MEIA NAU1.4.1 � A espessura do convés resistente, fora da região de meia nau, deverá ser, no mínimo, igualà maior das abaixo:

e = 0,01 . s mm (em qualquer caso)e definido em 1.6.5 (caso o convés vá receber carga que não sobre rodas)e definido em 1.6.6 (caso o convés vá receber carga sobre rodas: carretas, veículos,

empilhadeiras, etc.)s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés, em mm.

1.5 � CHAPA DE CONVÉS SITUADO NO CASCO ENTRE O CONVÉS RESISTENTE E A CHAPA DOFUNDO - CHAPA DO TETO DO FUNDO DUPLO

1.5.1 � Espessura mínima em qualquer caso

A espessura de qualquer convés intermediário ou teto do fundo duplo, em qualquer dos casosmostrados a seguir, deverá ser, no mínimo, igual à obtida pela fórmula abaixo. A espessura de convesesintermediários e do teto do fundo duplo que não se enquadrarem nos casos específicos definidos em 1.6também deverá ser, no mínimo, igual à obtida pela fórmula abaixo.

e = 0,01 . s mms = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés intermediárioou do teto do fundo duplo, em mm.

1.5.2 � Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo estanque a água

A espessura do convés intermediário ou teto do fundo duplo estanque a água (mas que não é ofundo de tanque de carga, em embarcação-tanque, ou fundo de tanque, em todos os tipos de embarcação)deverá ser, no mínimo, igual à espessura requerida em 1.15.1 para antepara estanque a água que não élimite de tanque e cuja extremidade inferior se situaria na mesma altura do convés, acrescida de 1 mm.

1.5.3 � Chapa de convés intermediário ou do teto do fundo duplo que é o fundo de um tanque decarga (específico para embarcação-tanque)

A espessura do convés intermediário ou teto do fundo duplo que é o fundo de tanque de cargadeverá ser, no mínimo, a calculada pela fórmula para a espessura das chapas das anteparas limites detanques de carga, definida em 1.14.1, com as seguintes diferenças:

a) s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés ou do tetodo fundo duplo, em mm; e

b) não é permitido o uso de chapa corrugada para o convés.

1.5.4 � Chapa de convés intermediário ou teto do fundo duplo que é o fundo de um tanque nãode carga

A espessura do convés intermediário ou teto do fundo duplo que é o fundo de tanque não decarga deverá ser, no mínimo, a calculada pela fórmula para a espessura das chapas das anteparas limitesde tanques que não são de carga, definida em 1.14.1, com a seguinte diferença:

s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés ou do teto do fundo duplo, em mm

1.5.5 � Chapa de convés intermediário ou teto do fundo duplo que receberá carga que não sobrerodas

a) A espessura deverá ser, no mínimo, igual à obtida pelas seguintes fórmulas:

e = 0,01 . s + p / 0,81 - 1,78 mm (para s < 620 mm.)e = 0,005 . s + p 1 0,81 + 1,32 mm (para s > 620 mm.)

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s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés ou do tetodo fundo duplo, em mm.

p = carga distribuída que o convés ou teto do fundo duplo deverá suportar, em t/m2; valor mínimode 0,7 t/m2..

b) Caso a carga a granel vá ser embarcada ou desembarcada por intermédio de pá de guindasteou caçamba (�grab�) ou por dispositivo semelhante, deverá ser previsto um aumento deespessura nos locais onde a pá poderá colidir freqüentemente com o convés ou teto do fundoduplo.

1.5.6 � Chapa de convés intermediário ou teto do fundo duplo que receberá carga sobre rodas

Caso o convés ou teto do fundo duplo seja projetado para resistir à operação e/ou estocagemde veículos sobre pneus (automóveis, carretas, empilhadeiras, etc.), a sua espessura deverá ser, nomínimo, igual à obtida pela fórmula abaixo:

e = 29 . N . K1 . (W) 1/2 mm

N = 1,0 quando f / s > 2,0 , onde:

f = a maior dimensão do painel de chapa, em mm (considerar como painel a parte da chapado convés intermediário ou do teto do fundo duplo limitada por dois elementos estruturaistransversais consecutivos e por dois elementos estruturais longitudinais consecutivos);

s = menor espaçamento entre elementos estruturais não-gigantes, transversais ou longitudinais,do convés ou do teto do fundo duplo, em mm

N = 0,85 quando f / s = 1 = obtido por interpelação, para valores intermediários de f/s

K1 = obtido na figura 1.1, onde:a = a dimensão da área de contato do pneu com a chapa, medida na mesma direção em que

foi medido f, em mm;b = a dimensão da área de contato do pneu com a chapa, medida na direção perpendicular à

em que foi medido f, em mm.

W = carga estática transmitida por cada pneu do veículo à chapa, em t.

Observações:a) Quando o veículo possuir dois ou mais pneus colocados lado-a-lado, na posição normalmente

ocupada por apenas um pneu, a carga �W� será a transmitida pelo conjunto de pneusjustapostos, assim com �b� e �a� serão as dimensões da área de contato deste conjunto com achapa.

b) No caso em que o veículo necessitar manobrar, executando curvas sobre o convés ou fundoduplo, calcular �e� nos dois casos seguintes. No primeiro, considerando �a� no sentido transversalà embarcação e �b� no sentido longitudinal, e no segundo invertendo as direções. Deverá ser,então, adotado o maior valor de �e�.

1.6 � ELEMENTOS ESTRUTURAIS

1.6.1 � Elementos estruturais fixados às chapas da embarcação

A Regra deste item se aplica a todos os elementos estruturais fixados a chapas, quando nadadiferente for especificado. O elemento estrutural, gigante ou não, juntamente com a chapa colaborantena qual está fixado, deverá possuir um módulo de seção, no mínimo, igual ao valor obtido da seguintefórmula:

W = 8 . K . h . s . f 2 . cm3

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K = coeficiente adequado ao elemento estrutural, e obtido nas Figuras 1-6 a 1-20; quando nada forespecificado, deverá ser considerado igual a 2 (dois);

h = distância vertical do meio do vão �f� até o convés resistente (medido ao lado, caso oconvés tenha abaulamento), em metros (exceto para os elementos estruturais de conveses,de limites de tanques e de limites de tanques de carga); as Figuras 1-6 a 1-20 mostram osvalores adequados;

= 1,2 metros, para os elementos estruturais do convés resistente, inclusive fora da regiãode meia nau, quando não receberá carga sobre ele (exceto para embarcação de passageiros),exceto para os elementos estruturais do convés resistente que é o limite superior de tanquede carga ou de tanque;

= conforme definido em 1.8.2, para os elementos estruturais do convés resistente, dasanteparas, do costado ou do costado interno, e do fundo ou fundo duplo, quando foremlimites de tanques de carga (específico para embarcação-tanque);

= distancia vertical do meio do vão �f� até a altura do transbordo ou do suspiro do tanque(das duas a menor), mas não inferior a 1,2 metros, para os elementos estruturais do convés,das anteparas, do costado, e do fundo ou fundo duplo, quando forem limites de tanques quenão os de carga (ver, também, 1.8.3.b); em metros:

= 0,01 . L + 0,61 metros, quando for elemento estrutural de convés resistente de embarcaçãode passageiro (ver, também, 1.8.3.b);

= 0,67 metros, para elemento estrutural de convés de superestrutura ou casaria (ver, também,1.8.3.b);

= distância vertical da metade de �f� até a altura do convés, medida no costado, em metros,para os elementos estruturais do fundo da proa e da popa com fundos chatos e inclinados;

s = espaçamento entre os elementos estruturais, em metros;f = o comprimento do elemento situado entre dois apoios, em metros. Quando o elemento tiver

suas extremidades ligadas a outros elementos por borboletas cuja espessura obedece aoitem 1.10.1.a, �f� poderá ser medido até um ponto situado a 25% do comprimento do catetoda borboleta, a contar de seu vértice do ângulo agudo.

Figura 1-1 - Coeficiente K1 para o cálculo da espessura da chapa do convés ou do fundoduplo que receberá carga sobre rodas

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1.6.2 � Específico para embarcação-tanque: valor de �h� para os elementos estruturais fixadosàs chapas limites de tanques de carga

O valor de �h� a ser utilizado em 1.8.1, para os elementos estruturais fixados às chapas de tanques(convés que é o limite superior do tanque - normalmente o convés resistente - , convés ou fundo duploque é o fundo do tanque e anteparas longitudinais e transversais; não se aplica a pés-de-carneiro ou acontraventamentos) não pode ser inferior a qualquer um dos valores abaixo:

h = hE indicado nas Figuras 1-9 e 1-10, para cavernas gigantes e hastilhas em balsas decostado duplo e fundo duplo

= (2/3). (p. hs + 10. ps) metros (caso sejam utilizados válvulas de transbordo ou bujões deruptura em lugar de alarmes de nível alto de líquido)

= p.hT + 1,2 metros (caso a pressão de ajuste da válvula de vácuo seja menor ou igual a0,12 kg/cm2);

= p.hT +10.p metros (caso a pressão de ajuste da válvula de vácuo e pressão seja maiorque 0,12 kg/cm2);

p = 1 t/m3 se o peso específico do líquido a ser armazenado no tanque for igual ou inferior a1,05 tlm3

= peso específico do líquido a ser armazenado no tanque, quando for superior a 1,05 tlm3

hs = altura até o local onde estiverem instalados a válvula de transbordo ou o bujão de ruptura,caso existam, em metros;

ps = pressão de alívio da válvula de transbordo ou o bujão de ruptura, caso existam, em kg/cm2

hT = distância vertical do centro da área suportada pelo elemento estrutural, ou da extremidadeinferior da chapa, até o convés resistente, medido ao lado (para tanques não situados emtroncos), ou até o topo do tronco, ao lado (para tanques situados em troncos)

p = pressão de ajuste da válvula de vácuo e pressão, em kg/cm2

1.6.3 � Elementos estruturais fixados à chapa de convés resistente, conveses intermediários efundo duplo que receberão carga uniformemente distribuída

a) O elemento estrutural, gigante ou não, juntamente com a chapa colaborante na qual estáfixado, deverá possuir um módulo de seção, no mínimo, igual ao valor obtido da seguintefórmula:

W = 8 . K . Pc . hc . s . f 2 . cm3

K = coeficiente adequado ao elemento estrutural, e obtido nas Figuras 1-6 a 1-20; quando nadafor especificado, deverá ser considerado igual a 2 (dois);

Pc = peso específico da carga, em t l m3;hc = altura prevista para a carga, em metross = menor espaçamento entre os elementos estruturais, em metros;f = o comprimento do elemento situado entre dois apoios, em metros. Quando o elemento tiver

suas extremidades ligadas a outros elementos por borboletas cuja espessura obedece aoitem 1.10.1.a, �f� poderá ser medido até um ponto situado a 25% do comprimento do catetoda borboleta, a contar de seu vértice em ângulo agudo.

b) Caso o convés seja, também, o limite superior de um tanque, ou um convés resistente deembarcação de passageiro, ou um convés de superestrutura ou casaria, deverá ser escolhido omaio, valor de W entre os obtidos em 1.8.1 e 1.8.3.

1.6.4 � Contraventamentos

1.6.4.1 � Travessas horizontais superior e inferior

As travessas horizontais superior e inferior deverão obedecer ao definido em 1.8.1, com os valores de Ke h adequados, em função da localização das chapas onde estiverem fixados.

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1.6.4.2 � Pilar vertical

a) Recomenda-se que o espaçamento entre os pilares verticais não seja maior que a altura do pilar.b) A área da seção transversal do pilar vertical deverá ser calculada pela fórmula abaixo. A carga GA

deverá ser obtida, pelo projetista, a partir do carregamento e do peso próprio da estrutura que opilar deverá suportar, considerando todos os conveses acima do pilar. G, não poderá ser inferioraos valores das cargas G definidas na alínea c) e nas Figuras 1-1 6 e 1-1 7.

A G,, 1,232 - (0,00452 . f / r) cm2

A = área da seção transversal do pilar vertical, em cm2.G, = carga que o pilar vertical deverá suportar, em toneladas-forçaf = comprimento do pilar entre os apoios, em cm;r = menor raio de giração da seção transversal do pilar, em cm;

c) A carga calculada para cada pilar vertical não deverá ser menor que a obtida pela seguintefórmula:

G = 1,07 . b . h . s toneladas-força

b = largura média da área suportada pelo pilar (normalmente medida na direção transversalda embarcação), em metros;

h = distância vertical, em metros, desde a chapa do fundo, no centro da área suportada, atéa superfície inferior da chapa do convés, medida ao lado (ver, Figuras 1-6 a 1-20); = alturada carga, mas não menor que 1,2 , para pilar que suporta convés projetado para armazenarcarga sobre ele, em metros;

s = espaçamento entre os pilares verticais (normalmente medido na direção longitudinal daembarcação), em metros.

1.6.4.3 � Pilares inclinados

Cada pilar inclinado deverá possuir uma seção transversal de área aproximadamente igual 50%da área da seção transversal do pilar vertical que com ele forma um contraventamento.

1.7 � ARRANJO E UNIÃO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS

1.7.1 � Borboletas

a) Os escantilhões das borboletas deverão ser, no mínimo, os definidos na Figura 1-2.

b) A Figura 1-3 mostra exemplos de borboletas.

1.7.2 - Arranjo dos elementos estruturais da proa e da popa com fundos chatos e inclinadosa) Um arranjo típico da proa e da popa com fundos chatos e inclinados é mostrado n- a Figura 1-12.

O convés e o fundo possuem cavernamento longitudinal e cavernas gigantes em perfil ..U.. (ou�C�) . Pilares inclinados unem uma caverna do convés à caverna de fundo imediatamente à vante.O costado poderá possuir cavernamento transversal ou longitudinal. Caso seja transversal, ascavernas verticais do costado deverão ser fixadas, nas suas extremidades superior e inferior, porborboletas que se estendam até a primeira longitudinal do costado e do fundo.

b) Onde for utilizado perfil �U� como transversal gigante no convés e no fundo, e não se desejarsoldá-lo diretamente à chapa do convés ou do fundo, poder-se-á utilizar o arranjo alternativomostrado na Figura 1-3.c , que também aparece nas Figuras 1-6 e 1-8, entre outras.

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1.8 � CHAPAS DO FUNDO, DO BOJO E DO COSTADO

1.8.1 � Chapa do fundoa) A espessura da chapa do fundo deverá ser, no mínimo, igual à maior dentre as obtidas pelas

seguintes fórmulas:

e = (s 1 500) x (0,06. L + 0,006. s) mm = [s . (h)� 254 + 1,78 mm = 5 mm = �e� obtida em 1.14.l, para antepara de chapa plana de tanque, caso a chapa do fundo seja

limite de tanque (tanque de carga ou não)

L = comprimento da embarcação em metross = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do fundo, em

mm.h = P (pontal da embarcação), em metros, caso o fundo não seja limite de tanque. = altura, medida desde a linha de base até a parte mais alta do transbordo (�ladrão�) ou do suspiro do tanque, das duas a de menor valor, em metros; caso o fundo seja limite de tanque que não é de carga. = altura obtida em 1.8.2 , para anteparas dos tanques de carga, em metros (específico para embarcações-tanque)

Figura 1-2 - Dimensionamento de borboletas

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Figura 1-3 - Formatos de borboletas

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1.8.2 � Chapa do costado

A espessura da chapa do costado deverá ser, no mínimo, igual à maior dentre asobtidas pelas seguintes fórmulas:

e = (s / 500) x (0,06 . L + 0,006. s) 0,5 mm= [s . (h)112 254 + 1,78 mm= �e� obtida em 1.14.1, para antepara de chapa plana de tanque, caso a chapa do costado

seja limite de tanque (tanque de carga ou não)

L = comprimento da embarcação em metross = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do costado, em mm.h = P (pontal da embarcação), em metros, caso o fundo não seja limite de tanque que não é

de carga.= altura, medida desde a linha de base até a parte mais alta do transbordo (�ladrão�) ou do

suspiro do tanque, das duas a de menor valor, em metros; caso o fundo seja limite detanque que não é de carga.

= altura obtida em 1.8.2 , para anteparas dos tanques de carga, em metros (específico paraembarcações-tanque)

1.8.3 � União entre o fundo e o costado. Chapa do bojo. União entre o costado e o convés resistente.

a) Onde a união da chapa do fundo com a chapa do costado formar uma quina, as chapas do fundoe do costado deverão possuir espessuras de, no mínimo, as exigidas em 1.12.1 e 1.12.2,respectivamente, acrescidas de 1,5 mm. Poder-se-á soldar uma cantoneira sobreposta às duaschapas, com espessura mínima de 2 mm a mais que a chapa de maior espessura, e colocada pordentro ou por fora do casco. Para L igual ou inferior a 30 metros, poder-se-á, em lugar da cantoneira,soldar um vergalhão de aço de seção reta circular, ou um tubo de aço, entre as duas chapas.

b) Onde for instalada uma chapa de bojo curvada, ela deverá ficar a topo com a chapa do fundo ecom a chapa de costado, e a espessura da chapa do fundo deverá se prolongar até 1 00 mmacima da parte superior da curvatura. O raio da curvatura não poderá ser inferior a cinco vezes aespessura real da chapa do bojo. No caso do raio de curvatura exceder 300 mm, a espessura dachapa do bojo deverá ser, no mínimo, a requerida para a chapa do costado, em 1.12.2, acrescidade 1,5 mm.

c) Específico para embarcações-tanque e embarcações de carga seca. Quando a chapa do bojolimitar tanques de carga ou porões de carga seca, e seu raio de curvatura exceder 300 mm, asborboletas do bojo, que unem as cavernas do fundo e do costado, deverão possuir a mesmacurvatura da chapa do bojo, e a sua união com as cavernas deverá ser como mostrado na Figura1-3-parte a. Caso o cavernamento do bojo seja longitudinal, dever-se-á colocar uma borboleta acada 0,9 metros no mínimo, como mostrado na Figura 1.3 - parte b, ou, alternativamente, instalarmais um longitudinal no bojo.

d) Onde a união da chapa do convés resistente com a chapa do costado formar uma quina, aschapas do convés resistente e do costado deverão possuir espessuras de, no mínimo, as exigidasem 1.4 (ou 1.5) e 1.12.2, respectivamente, acrescidas de 1,5 mm. Poder-se-á soldar uma cantoneirasobreposta às duas chapas, com espessura mínima de 2 mm a mais que a chapa de maiorespessura, e colocada por dentro ou por fora do casco. Poder-se-á, também, exigir borboletascomo as mostradas na Figura 1-3 - parte d.

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1.9 � ANTEPARAS LIMITES DE TANQUES

1.9.1 � Chapas das anteparas limites de tanques

A espessura da chapa da antepara limite de tanque deverá ser, no mínimo, igual à maior entreas obtidas pelas seguintes fórmulas:

e = [s (h)112 254 + 1,78 mm = 5 mm

s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa da antepara, paraanteparas de chapa plana, em mm. Válido para tanques de carga ou que não são decarga.

= a maior das dimensões �a� ou �c� , como mostrado na Seção B-B das Figuras 19 e 1 -1 0, para anteparas corrugadas; o ângulo O da antepara deverá ser igual ou superiora450 ;

h = altura, medida desde a borda inferior da antepara, até a parte mais alta do transbordo(�ladrão�) ou do suspiro do tanque, das duas a de menor valor, em metros. Válido paratanques que não são de carga. = altura obtida em 1.8.2, para anteparas dos tanquesde carga, em metros (específico para embarcações-tanque)

1.9.2 � Elementos estruturais das anteparas limites de tanques

a) O elemento estrutural, gigante ou não, juntamente com a chapa colaborante na qual estáfixado, deverá possuir um módulo de seção, no mínimo, igual ao valor obtido da seguintefórmula:

W = 8 . K . h . s . f 2 . cm3

K = 1h = altura, medida desde a metade do vão �f�, até a parte superior do tubo de transbordo

(�ladrão�) ou do suspiro, das duas a menor, para os elementos estruturais de anteparasdos tanques que não são de carga; em metros;

= altura obtida em 1.8.2 , para elementos estruturais de anteparas dos tanques de carga,em metros (específico para embarcações-tanque);

s = espaçamento entre os elementos estruturais, em metros, para os elementos estruturaisfixados a anteparas de chapa plana;

= a + b, para anteparas corrugadas; �a� e �b� são mostrados na Seção B-B da Figuras 1-9 e1-10;

f = o comprimento do elemento estrutural situado entre dois apoios, em metros, para elementosestruturais de anteparas de chapa plana. Quando o elemento tiver suas extremidadesligadas a outros elementos por borboletas cuja espessura obedece ao item 1.10.1.a, �f�poderá ser medido até um ponto situado a 25% do comprimento do cateto da borboleta,a contar de seu vértice do ângulo agudo;

= a distância entre os apoios horizontais da antepara, situados no seu topo e no seu pé, emmetros, para antepara corrugada.

b) O módulo de seção da antepara corrugada poderá ser obtido pela seguinte equação, onde �a�, �e�e �b� são mostrados na Seção B-B das Figuras 1-9 e 1-10;

W = (e. d 2 / 6) + (a . d . e / 2)

c) As extremidades dos elementos transversais gigantes do costado deverão estar efetivamenteunidas às extremidades dos vaus do convés de tronco e das cavernas gigantes do costado,conforme mostrado nas Figuras 1-9-Seção C-C e 1-10-a

d) Deverão ser abertos escalopes nos elementos estruturais, de modo a permitir o esgotamento dotanque e o escapamento de ar para o suspiro durante o enchimento.

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1.10 � CHAPAS DAS ANTEPARAS ESTANOUES A ÁGUA OUE NÃO SÃO LIMITES DE TANOUES

1.10.1 � Chapas das anteparas estanques a água que não são limites de tanques

A espessura da chapa da antepara estanque a água que não é limite de tanque deverá ser, nomínimo, igual à maior entre as obtidas pelas seguintes fórmulas:

e = [ s . (h)112 1/ 290 + 1,0 mm= 4,5 mm

s = Menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa da antepara, emmm, para antepara de chapa plana;

= a maior das dimensões �a� ou �c� , como mostrado na Seção B-B das Figuras 1-9 e 1 -1 0, para anteparas corrugadas (específico para embarcações-tanque); o ângulo O daantepara deverá ser igual ou superior a 450

h = altura, medida desde a borda inferior da antepara, até o convés resistente, medida naLinha de Centro da embarcação, em metros

1.10.2 � Elementos estruturais das anteparas estanques a água que não são limites de tanques

a) O elemento estrutural, gigante ou não, juntamente com a chapa colaborante na qual está fixado,deverá possuir um módulo de seção, no mínimo, igual ao valor obtido da seguinte fórmula:

W = 8. K. h. s. f 2 . cm2

K = 0,45h = altura, medida desde a metade do vão �f�, até o convés resistente, medida na Linha de Centro

da embarcação, em metros;s = espaçamento entre os elementos estruturais, em metros, para os elementos estruturais fixados

a anteparas de chapa plana;= a + b, para anteparas corrugadas; �a� e �b� são mostrados na Seção B-B da Figuras 1-9 e 1-10

(específico para embarcações tanque).f = o comprimento do elemento estrutural situado entre dois apoios, em metros, para elementos

estruturais de anteparas de chapa plana. Quando o elemento tiver suas extremidades ligadas a outroselementos por borboletas cuja espessura obedece ac item 1.10.1.a , �f� poderá ser medido até um pontosituado a 25% do comprimento do cateto da borboleta, a contar de seu vértice do ângulo agudo;

= a distância entre os apoios horizontais da antepara, situados no seu topo e no seu pé, emmetros, para antepara corrugada (específico para embarcações tanque).

b) Caso o elemento estrutural da antepara tenha as extremidades terminando em bisel, ou seja, nãorigidamente fixadas às extremidades de outros elementos estruturais ou a outras chapas, o valorde W deverá ser o de 1.15.2.a, acrescido de 25%.

c) O módulo de seção da antepara corrugada poderá ser obtido pela seguinte equação, onde �a�, �e�e �b� são mostrados na Seção B-B das Figuras 1-9 e 1 -10: e são medidos em cm.;

W = (e.d2 /6)+(a.d.e/2) c�

1.11 � QUILHAS HORIZONTAL E VERTICAL1.11.1 � Quilha horizontal ou chapa-quilha

A espessura da chapa da quilha horizontal deve ser, no mínimo, a requerida para a do fundo daembarcação.

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1.11.2 � Quilha verticalQuando o projetista decidir utilizar quilha vertical, as suas altura e espessura deverão ser, no

mínimo, as obtidas pelas fórmulas abaixo:

h = 1,06. L+ 94,5 mm

e = 0,4.L + 10 mm

h = altura da quilha vertical, em mm;e = espessura da quilha vertical, em mm;L = comprimento da embarcação, em metros.

1.12 � ESCOTILHAS E TAMPAS DE ESCOTILHA1.12.1 � Escotilhas

a) Deverão ser instaladas escotilhas no convés resistente para permitir o acesso aos compartimentosdo casco. Quando instaladas próximo ao costado, dever-se-á duplicar a espessura da chapa doconvés na região, ou implantar outra maneira de compensar a resistência perdida devido à aberturano convés. Adicionalmente, as aberturas deverão ser reforçadas por elementos estruturais, demodo a tentar manter a continuidade dos reforços longitudinais e transversais do casco.

b) Nas embarcações de carga seca são abertas escotilhas de grandes dimensões, principalmentenas embarcações que transportam granel, conforme mostrado nas Figuras 1-16 e 1-17. As braçolaslongitudinais de comprimento maior que 0,14 L que são suportadas por anteparas longitudinais oupor longitudinais gigantes do convés resistente poderão ser computadas no cálculo do módulo daSeção Mestra da embarcação.

c) As escotilhas situadas no convés resistente deverão possuir tampas que impeçam o embarquede água no casco.

d) Para as embarcações destinadas à navegação na Hidrovia Paraná-Paraguai, as escotilhas deverãoobedecer ao especificado na NORMAM 02, Anexo 6-L.

1.12.2 � Escotilhas de expansão (apenas para embarcação-tanque)a) As embarcações-tanque destinadas ao transporte de líquidos inflamáveis deverão possuir uma

escotilha de expansão, pelo menos, em cada tanque de carga, com um volume igual a, no mínimo,1 %do volume do tanque.

b) A tampa da escotilha de expansão deverá possuir uma abertura de controle, de 150 mm dediâmetro, no mínimo, protegida por vidro de espessura não menor que 15 mm, em moldura estanquea óleo. Esta abertura deverá ser montada na tampa de tal maneira que, em qualquer momento,seja possível a leitura do nível de preenchimento completo.

c) A marca do preenchimento total do tanque deverá ser visível e colocada no limite da escotilha deexpansão. A marca de preenchimento total deverá determinar 98,5% da capacidade do tanque,contando com o volume da escotilha de expansão.

1.12.3 � Braçolasa) As braçolas deverão possuir espessura e altura de valores, no mínimo, iguais aos obtidos pelas

seguintes fórmula e tabela:

e = 8. s + 0,027. L mm

s = menor espaçamento entre elementos estruturais do convés, em metros;L = comprimento da embarcação, em metros.

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Caso não seja possível obedecer o exigido na tabela anterior para a altura da braçola, a área da suaseção transversal, resultante do produto da altura x espessura, deverá ser superior à área obtida comos valores exigidos.

b) As autoridades brasileiras exigem as seguintes alturas mínimas de braçola, para escotilhas eescotilhões, a menos que a DPC autorize de outra maneira, em casos especiais (NORMAM 02,artigos 0611 e 0612, transcritos em 1.26.3 e 1.26.4, e Anexo 6-L):

1 - 150 mm, para as braçolas situadas no convés de borda livre, para embarcação quenavegará na Área 1, exceto para embarcação do Tipo C;

2 - 380 mm, para as braçolas de escotilha situadas no convés de borda livre, paraembarcação que navegará na Área 2;

3 - 150 mm, para as braçolas de escotilha situadas em outro convés que não o de bordalivre, para embarcação que navegará na Área 2;

4 - 260 mm, para as braçolas de escotilhão situadas no convés de borda livre, paraembarcação que navegará na Área 2;

5 - 150 mm, para as braçolas de escotilhão situadas em outro convés que não o de bordalivre, para embarcação que navegará na Área 2; e

6 - 300 mm, ou 500 mm, respectivamente, para embarcações abertas ou fechadasprojetadas para navegar na Hidrovia Paraná-Paraguai, e para @as quais se desejarreduzir o valor da borda livre.

As braçolas poderão se prolongar para baixo do convés, e poderão possuir barras de face nassuas arestas inferior (caso haja o. prolongamento mencionado) e superior. Caso se prolonguem parabaixo do convés, deverão fazê-lo por uma altura mínima de 150 mm, de modo a serem fixadas aos vause sicordas por intermédio de borboletas.

b) Braçolas longitudinais de comprimento superior a 0,14.L deverão ser computadas no cálculo domódulo da seção mestra.

c) A braçola deverá ser reforçada por esteios (enrijecedores transversais), espaçados de, no máximo,4 metros (ou 3 metros, para embarcação de carga seca destinada a ser carregada ou descarregadaatravés de caçamba - �grab�)

1.12.4 � Tampas de escotilhaa) Específico para embarcações-tanque: as tampas das escotilhas que dão acesso aos tanques de

carga deverão ser estanques a gás, a água e a óleo.

b) Tampas de escotilha situadas dentro descasaras ou superestruturas deverão ser projetadaspara uma carga uniformemente distribuída de 0,22 @, multiplicada pela altura do compartimento,em metros, considerando um coeficiente de segurança de 3,0 aplicado à tensão de escoamentodo material utilizado.

c) Específico para embarcações de carga seca: tampas de escotilha situadas no convés expostoao tempo deverão ser estanques ao tempo. Quando forem receber carga sobre elas, deverãoser projetadas com base no peso específico da carga e na altura prevista para ela, alem do pesopróprio da tampa, utilizando coeficiente de segurança mínimo de 3,0 sobre a tensão de escoamentodo material empregado. Quando não forem receber carga, deverão ser projetadas da mesmamaneira, mas considerando uma carga de peso específico 0, 1 71 t/m3 e com a altura de 1 metro.

d) Tampas de escotilha que receberão carga sobre rodas deverão ter a espessura da chapa, nomínimo, conforme definido pela fórmula do item 1.6.6, utilizando Kl = 23,8. Nas regiões próximasdas bordas da escotilha, esta espessura mínima deverá ser acrescida de 15%.

menor ou igual a 4 250 maior que 4 e menor ou igual a 8 300 maior que 8 350

Comprimento da escotilha (metros) Altura da braçola (mm)

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a) As tampas de escotilha fabricadas de madeira deverão ser vedadas com material impermeável,tais como lona impregnada ou cola à prova d�água.

b) As tampas deverão possuir olhais ou outros dispositivos adequados para a sua retirada oucolocação.

1.13 � RESISTÊNCIA DA VIGA-NAVIO

1.13.1 � Momento fletor longitudinal em águas tranqüilas

Para embarcações com L > 40 metros, possuindo ou não propulsão própria, deverá ser calculado omomento fletor de projeto, em águas tranqüilas, que atuará na viga-navio, pela fórmula abaixo. Paraembarcações com L menor que 40 metros, não serão necessários os cálculos definidos em 1.24.

M 24 x 10 -9. L2 . B . D � 10 � 6.(L 4 . B / P) toneladas-força x metros

L = comprimento da embarcação, em metrosB = boca da embarcação, em metros;D = calado de projeto da embarcação, em metros;P = pontal da embarcação, em metros.

1.13.2 � Módulo da seção mestra

Os módulos resistentes da seção mestra para o convés e para o fundo deverão ser calculados, apartir do cálculo do momento de inércia da seção mestra, tomando-se todas as chapas e elementosestruturais contínuos na região de meia nau. Braçola longitudinal de escotilha, de comprimento maior que0,14.L e que é suportada por antepara longitudinal ou por sicorda, poderá ser computada no cálculo domódulo. Neste caso, dever-se-á analisar o módulo no convés em separado do módulo na braçola. ATabela 1.2 fornece um.modelo para estes cálculos.

1.13.3 � Tensão normal no fundo e no convés

Obtêm-se as tensões normais que atuam no fundo e no convés da embarcação pela divisão domomento fletor obtido em 1.24.1, respectivamente, pelos módulos da seção mestra no fundo e noconvés, conforme mostrado na fórmula abaixo. Caso a braçola de escotilha tenha sido consideradapara o cálculo do módulo, deverá ser, também, calculada a tensão normal atuante na aba superior dabraçola, pela divisão do momento fletor pelo módulo da seção mestra no ponto superior da braçola.

σσσσσL = 10 M / W kg/mm2

M = momento fletor, em t.m;W = módulo da seção (no convés, no fundo ou na braçola), em cm2.m

a) A tensão normal no fundo, no convés e na braçola, não pode ser superior ao maior dos valoresobtidos pelas seguintes fórmulas:

σσσσσL = 16 - [12 / (0,015. L + 1)] kg / mm2

= 14 kg / mm2

b) Caso a tensão normal atuante no fundo, no convés ou na braçola exceder o maior valor obtido em1.24.3.b, o projetista deverá modificar as espessuras de chapa e os escantilhões dos elementosestruturais, de modo a que passem a não exceder, mas sem deixar de cumprir o restante dasRegras.

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1.14 � ABERTURAS NO CHAPEAMENTO EXTERNO1.14.1 � Generalidades

De maneira geral, as aberturas circulares deverão ter bordos reforçados com barra face, para osdiâmetros maiores de 300mm. A área da seção da barra deve ser igual a

A = 0,26. e. d cm3

d = diâmetro da abertura, em cm (d > 30 cm)e = espessura da chapa do convés, em cm

a) A distância de uma abertura para outra não deve ser menor que 05 (cinco) vezes a diâmetro damenor abertura, e a distância entre uma abertura no convés e o costado da embarcação nãodeve ser menor que o diâmetro da abertura.

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VERIFICAÇÃO DO MODULO DA SECAO MESTRA

L (m) = B (m) = P (m) = DESL. LEVE (t) =D (m) = TPB(t) = DESL. CARREG.(t) =

INSTRUÇÕES:

1 - PREENCHER A TABELA, ONDE:

n = QUANTIDADE DE PEÇAS IDÊNTICAS E DE MESMO �d � a = n x b x h (QDE. PEÇAS x ÁREA DA SEÇÃO DA PEÇA)

b = MEDIDA DA PEÇA NA DIREÇÃO HORIZONTAL d2 = d ELEVADO AO QUADRADO

h = MEDIDA DA PEÇA NA DIREÇÃO VERTICAL i = MOMENTO DE INÉRCIA DA PEÇA EM RELAÇÃO AO

d = DISTANCIA VERTICAL DO CENTRO GEOMÉTRICO SEU BARICENTRO [ PARA RETÂNGULO i = (b x h3) /12 ]

DA ÁREA ( b x h ) DA PEÇA (BARICENTRO DA PEÇA) Σ = SOMA DOS VALORES DA COLUNA [ EXEMPLO:

À LINHA DE BASE DA EMBARCAÇÃO Σ a = A = SOMA DOS VALORES DE a ]

2 -CALCULAR A DISTÂNCIA VERTICAL, EM metros, DA LINHA NEUTRA DA SEÇÃO A LINHA DE BASE DA EMBARCAÇÃO ( x )

x = Σ a . d / A A LINHA NEUTRA SERÁ UMA LINHA HORIZONTAL (OU SEJA, PERPENDICULAR AO PLANO DIAMETRAL) PASSANDO PELO BARICENTRO DA SEÇÃO MESTRA

3 - CALCULAR O MOMENTO DE INÉRCIA DA SEÇÃO MESTRA EM RELAÇÃO À LINHA DE BASE DA EMBARCAÇÃO (G)

G = Σ a. d2 + Σ n . i

4 - CALCULAR O MOMENTO DE INÉRCIA DA SEÇÃO MESTRA EM RELAÇÃO À SUA LINHA NEUTRA ( I )

I = G � x 2 . A

5 - O MODULO DA SEÇÃO MESTRA NO FUNDO ( W f ) SERÁ OBTIDO PELA DIVISÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA DA SEÇÃO MESTRA EM RELAÇÃO À SUALINHA DE BASE PELA DISTÂNCIA DO FUNDO AO BARICENTRO DA SEÇÃO MESTRA.

O MODULO DA SEÇÃO MESTRA NO CONVÉS ( W c ) SERÁ CALCULADO DE MANEIRA SEMELHANTE

W f = I / x

PARA CONVES SEM ABAULAMENTO: Wc = I / ( P � x )

Tabela 1.2 - Formulário para a verificação do modulo da seção mestra

NOME DA PEÇA n b (cm) h (cm) d (m) n.b a(cm2) d2(m2) a.d(cm2.m) a.d2(cm2m2) n.i(cm2.m2)

CHAPA CONVES PRINCIPAL

CHAPA COSTADO

CHAPA ANTEPARA LONGIT.

CHAPA FUNDOLONG. CONVES (FLANGE)

LONG. CONVES(ALMA)LONG. FUNDO (FLANGE)

LONG. FUNDO(ALMA)

LONG. COSTADO (FLANGE)

LONG. COSTADO (ALMA)

LONG. ANTEPARA LONG (FL)

LONG. ANTEPARA LONG (AL)

LONG. COSTADO (FLANGE)LONG. COSTADO (ALMA)

QUILHA VERTICAL

BRAÇOLA LONG (ABA)

BRAÇOLA LONG. (ALMA)

CH TETO FUNDO DUPLO

LONG TETO FDO DUP. (FL)LONG TETO FDO. DUP. (ALM)

CH BOJOSOMATÓRIO Σ a=A= Σ a.d= Σ a.d2= Σ n.i=

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1.14.2 � Vigias e olhos de boi (NORMAM 02, artigo 0610 e Anexo 6-L)

a) As vigias e olhos de boi existentes nos costados abaixo do convés de borda livre da embarcaçõesdos tipos �A�, �B� ou �D� deverão apresentar as seguintes características:

1 - ser estanque à água, ou apresentar meios de fechamento estanque à água;2 - ser dotada de tampa de combate;3 - ser de construção sólida e;4 - ser provida de vidros temperados de espessura compatível com seu diâmetro.

b) Para as embarcações projetadas para navegar na Hidrovia Paraguai-Paraná, deverá ser cumpridoo especificado na NORMAM 02, Anexo 6-L.

1.14.3 � Requisitos técnicos para as embarcações que navegarão na Área 1 (NORMAM 02,artigo 0611)

a) Soleiras de portasAs portas externas de acesso ao interior de qualquer compartimento deverão ter uma soleira mínima

de 150 mm.

b) Aberturas no convés de borda-livre.1 - Os escotilhões e as aberturas de escotilhas, deverão possuir braçola de pelo menos 150 mm

de altura e, também, ser dotados de tampas que possam ser fixadas às braçolas. As embarcações dosTipos �C� e �E� estão dispensadas da obrigatoriedade de possuírem tampas de escotilha ou dos escotilhões.

2 - As tampas das aberturas de escotilha, dos escotilhões e seus respectivos dispositivos defechamento, quando existentes, terão resistência suficiente que permita satisfazer as condições deestanqueidade previstas para o tipo de barco considerado e deverão apresentar todos os elementosnecessários para assegurar a estanqueidade.

3 - A altura das braçolas mencionadas no item 1) poderá ser reduzida ou até suprimida, a critérioda Diretoria de Portos e Costas, desde que a segurança da embarcação não seja comprometida por estemotivo em qualquer condição de mar. Portas de visita e aberturas para retiradas de equipamentos,fechadas por intermédio de tampas aparafusadas e que sejam estanques à água (�watertight�) não estãosujeitas a qualquer requisito de altura mínima de braçola.

c) Aberturas no costado

1 - As aberturas no costado de embarcações dos tipos �A�, �B� ou �D� deverão possuir tampasestanques à água ou vigias e olhos de boi que atendam aos requisitos constantes no artigo 0610 (transcritono item 1.26.2 destas Regras).

2 - As aberturas no costado de embarcações dos tipos �A�, �B� ou �D� deverão estar posicionadasde forma que sua aresta inferior esteja a pelo menos 300 mm acima da linha d�água carregada, emqualquer condição esperada de trim. Para as embarcações dos tipos �C� ou �E� essa distância nãodeverá ser inferior a 500 mm.

d) Suspiros

1 - Os suspiros externos, situados acima do convés de borda-livre, deverão apresentar meios defechamento estanques ao tempo (�weathertight�) em suas extremidades, através de dispositivospermanentemente fixados, exceto quando possuírem, simultaneamente, as seguintes características:

(a) extremidade do suspiro em forma de �U� invertido;(b) distância vertical entre a parte mais elevada do suspiro e a sua abertura maior ou igual a

300 mm para suspiros instalados no convés de borda-livre; e(c) distância vertical entre o ponto mais baixo do fundo do �U� ( �pescoço� do -suspiro) o

convés onde o mesmo se encontra instalado maior ou igual a 450 mm.(d) procedimentos alternativos poderão ser aceitos, a critério da DPC.

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2 - Os suspiros dos tanques de armazenamento de água doce, de óleo diesel, de óleo lubrificantee dos tanques de lastro profundo, com altura maior que a largura, bem como de caixas de mar, queapresentam efeito de superfície livre desprezível, estão isentos do cumprimento dos requisitos de alturaacima especificados, desde que também apresentem sua extremidade com a forma de �U� invertido.

a) Dispositivos de ventilação ou exaustão

1 - Os dutos de ventilação ou exaustão destinados aos espaços situados abaixo do convés deborda-livre deverão apresentar a borda inferior de sua extremidade externa com pelo menos 450 mm dealtura acima do referido convés. Os dutos de ventilação e exaustão dos espaços abertos de embarcaçõesdos tipos �C� ou �E� poderão ser dispensados do atendimento desse requisito, a critério da Diretoria dePortos e Costas.

2 - Dispositivos de iluminação e/ou ventilação natural (alboios) de compartimentos situados àbaixo do convés de borda-livre, situados imediatamente acima do referido convés, deverão:

(a) ser estanques ou dispor de meios de fechamento estanque à água;(b) ser dotados de vidros de espessuras compatível com sua área e máxima dimensão linear, sem

necessitam, contudo, de serem providos de tampas de combate; e(c) apresentarem braçolas com pelo menos 150 mm de altura.

b) Descargas no costadoAs extremidades no costado dos tubos de descarga de águas servidas deverão ser dotadas de

válvulas de retenção e fechamento (combinadas ou não) facilmente acessíveis, exceto nos casos em quea descarga se dá por gravidade e a distância vertical entre o ponto de descarga no costado e a extremidadesuperior do tubo seja maior ou igual a 1,20.metros, quando as válvulas poderão ser de fechamento semretenção.

c) Passagem de proa a popaDeverá ser prevista uma passagem permanentemente desobstruída de proa a popa da embarcação

com pelo menos 80 cm de largura, e que não poderá ser efetivada por cima de tampas de escotilhas.

1.14.4 � Requisitos técnicos para as embarcações que navegarão na Área 2 (NORMAM 02, artigo0612)

a) Tipos de embarcações permitidas

1 - A embarcação deverá ser do Tipo �A�, �B� ou �D�. Embarcações dos Tipos �C� poderão serdesignadas para navegação na Área 2, desde que apresentem características de construção e/ou operaçãoespeciais que, a critério da DPC, possibilitem:

(a) condições de flutuabilidade e estabilidade satisfatórias, mesmo com os porões alagados;e/ou

(b) eficiente esgoto dos porões, impossibilitando o alagamento.

b) Soleiras das portasAs portas externas de acesso ao interior de qualquer compartimento deverão apresentar uma

soleira mínima de 150 mm, com exceção das portas de acesso às superestruturas fechadas que deverãoapresentar uma soleira com pelo menos 380 mm.

c) Aberturas no convés de borda-livre1 - Os escotilhões existentes no convés de borda-livre deverão apresentar uma braçola com pelo

menos 260 mm de altura, enquanto que em qualquer outro convés deverão possuir uma braçola mínimade 150 mm. O fechamento de um escotilhão existente no Convés de Borda-Livre deverá sernecessariamente efetuado por intermédio de tampas com atracadores permanentemente fixados.

2 - As braçolas de escotilha existentes no convés de borda-livre deverão apresentar uma alturade pelo menos 380 mm, enquanto as braçolas de escotilha em qualquer outro convés deverão apresentaruma altura de pelo menos 150 mm.

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3 - As tampas das aberturas de escotilha, dos escotilhões e seus respectivos dispositivos defechamento terão resistência suficiente que permitam satisfazer as condições de estanqueidade previstaspara o tipo de navio considerado e deverão, ainda, apresentar todos os elementos necessários paraassegurar essa estanqueidade.

4 - A altura das braçolas mencionada nos itens 1) e 2) poderá ser reduzida ou até suprimida, acritério da Diretoria de Portos e Costas, desde que a segurança da embarcação não seja comprometidapor este motivo em qualquer condição de mar. Portas de visita e aberturas para retiradas de equipamentos,fechadas por intermédio de tampas aparafusadas e que sejam estanques à água (�watertight�) não estãosujeitas a qualquer requisito de altura mínima de braçola.

a) Aberturas no costadoAs aberturas no costado deverão possuir tampas estanques à água ou vigias e olhos de boi que

atendam aos requisitos constantes no item 3.26.2 e deverão estar posicionadas de forma que sua arestainferior esteja a pelo menos 500 mm acima da linha d�água carregada, em qualquer condição esperada detrim.

b) Suspiros1 - Os suspiros externos, situados acima do convés de borda-livre, deverão apresentar meios de

fechamento estanques ao tempo em suas extremidades, através de dispositivos permanentemente fixados,exceto quando possuírem, simultaneamente, as seguintes características:

(a) extremidade do suspiro em forma de �U� invertido;(b) distancia vertical entre a parte mais elevada do suspiro e a sua abertura maior ou igual a

500 mm para suspiros instalados no convés de borda-livre ou 300 mm para suspiros instaladosnos demais conveses e;

(c) distância vertical entre o ponto mais baixo do fundo do �U� ( �pescoço� do suspiro) e oconvés onde o mesmo se encontra instala do maior ou igual a 760 mm, quando o convés foro convés de borda-livre ou 450 mm nos demais casos.

(d) Procedimentos alternativos poderão ser aceitos, a critério da DPC.

2 - Os suspiros dos tanques de armazenamento de água doce, de óleo diesel, de óleo lubrificantee dos tanques de lastro profundo, com altura maior que a largura, bem como de caixas de mar, queapresentam efeito de superfície livre desprezível, estão isentos do cumprimento dos requisitos de alturaacima especificados, desde que também apresentem sua extremidade com a forma de �U� invertido.

c) Dispositivos de ventilação ou exaustão1 - Os dutos de ventilação ou exaustão destinados aos espaços situados abaixo do convés de

borda-livre, deverão apresentar sua extremidade superior externa dotada de meios de fechamento deestanques ao tempo (�weathertight�), através de atracadores permanentemente fixados.

2 - Esses dispositivos de fechamento poderão ser dispensados se a distância vertical entre aborda inferior de abertura exposta e o convés de borda-livre (hl) for, no mínimo, igual a obtida por intermédioda seguinte expressão:

h1 > 1,20 + 0,56. y

h1 = distância vertical entre a borda inferior da abertura exposta do duto de ventilação/exaustãoe o convés de borda-livre, em metros; e

y = distancia do local de instalação do duto de ventilação/exaustão até a Linha de Centro daembarcação, em metros.

3 - Venezianas instaladas em anteparas ou portas externas, destinadas à ventilação decompartimentos situados sob o convés de borda-livre ou superestruturas fechadas, e que não possuammeios efetivos de fechamento que as tornem estanques ao tempo (�weathertight�), deverão atender aosrequisitos de altura mínima dos dutos de ventilação especificados no item anterior.

4 - Dispositivos de iluminação e/ou ventilação natural (alboios), situados imediatamente acima doconvés de borda-livre e que se destinem a compartimentos sob o referido convés deverão:

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(a) ser estanques, ou dispor de meios de fechamento estanque à água;(b) ser dotados de vidros de espessuras compatível com sua área e máxima dimensão linear,

sem necessitam, contudo, de serem providos de tampas de combate; e(c) apresentarem braçolas com pelo menos 380 mm de altura.

a) Descargas no costadoA extremidade no costado dos tubos de descarga de águas servidas deverá ser dotada de válvulas

de retenção e fechamento (combinadas ou não) facilmente acessíveis, exceto nos casos em que a descargase dá por gravidade e a distância vertical entre o ponto de descarga no costado e a extremidade superiordo tubo seja maior ou igual a 2,00 metros, quando então as válvulas poderão ser de fechamento sem aretenção.

b) Passagem de proa a popa

1 - Deverá ser prevista uma passagem permanentemente desobstruída de proa a popa daembarcação com pelo menos 80 cm de largura, a qual não poderá ser efetivada por cima de tampas deescotilhas.

2- Quando essas passagens forem externas, deverão ser instaladas bordas falsas ou balaustradas,que poderão ser removíveis, ao longo de todo o seu comprimento.

c) Requisitos Adicionais para embarcações do Tipo BAs embarcações do Tipo B que operam na Área 2 deverão, adicionalmente, atender aos seguintes

requisitos:

1 - Os troncos e os conjuntos braçolas / tampas de escotilhas deverão obrigatoriamente apresentarresistência estrutural e estanqueidade equivalentes à de uma superestrutura fechada, conformeestabelecido nas alíneas a), b), c) e 9) do artigo 0608 da NORMAM 02.

2 - A extremidade mais próxima da proa da aresta superior do tronco ou da braçola de escotilha,no local onde se dá a interface com as tampas de escotilha, deverá se situar a uma distância verticalacima da linha d�água correspondente ao calado máximo da embarcação de pelo menos 2,00 metros.

1.15 � SUPERESTRUTURA E CASARIA

1.15.1 � Resistência Mecânica

Superestruturas ou casarias de muitos conveses deverão possuir resistência suficiente parasuportar o vento e a carga sobre elas, normalmente devido a passageiros ou carga seca, bem comodeverão possuir pilares verticais, anteparas e elementos estruturais também verticais, para transmitir osesforços para os elementos estruturais do convés resistente e do casco.

1.15.2 � Anteparas externas da superestrutura ou casaria

a) A chapa da antepara externa da superestrutura ou casaria deverá possuir uma espessura de, nomínimo, o maior dentre os valores obtidos pelas seguintes fórmulas:

e = 3.s.(h)1/2 + 2,5 mm = 4 + 0,01. L mm

s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa da antepara, em metros;h = 0,0224. L - 0,56 metros;L = comprimento da embarcação, em metros; não pode ser tomado menor do que 50 metros.

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b) Cada elemento estrutural da antepara, juntamente com a sua chapa colaborante, deverá possuirum módulo de seção de, no mínimo, o valor obtido pela seguinte fórmula:

W = 35 . h . s . f 2 . cm3

h = 0,0224 . L - 0,56 metros; não poderá ser inferior a 1,4 metros;s = espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa da antepara, em metros;f = altura entre os conveses (para elementos estruturais verticais) , em metros; = distância entre pilares fixados à antepara (para elementos estruturais horizontais), em

metros.

c) No caso de serem usados elementos estruturais horizontais, deverão ser utilizados prumos verticaispara transmitir para o convés resistente os esforços que agem sobre a superestrutura ou casaria.Deverão possuir alma de altura não inferior a 0,125 . f, ou seja, de 0,125 metros por cada metro deseu comprimento situado entre apoios (vão), e espessura da alma de, no mínimo, 10 . f + 3,5 mm(mas não superior a 14 mm), com � f � em metros. Cada prumo vertical da antepara, juntamentecom a sua chapa colaborante, deverá possuir um módulo de seção de, no mínimo, o valor obtidopela seguinte fórmula:

W = 35 . h . s . f 2 . cm 3

h = 0,0224 . L - 0,56 metros-, não poderá ser inferior a 1,4 metros;s = soma da metade do comprimento dos elementos estruturais horizontais suportados pelo

pilar e situados de um lado do pilar, com a metade do comprimento dos elementos situadosdo outro lado, em metros;

f = altura entre os conveses (para elementos estruturais verticais) em metros.

d) As aberturas nas anteparas externas das anteparas ou casarias deverão possuir meios efetivosde fechamento. Os acessórios de abertura e fechamento de aberturas deverá ser de tal modoreforçado que, quando fechados, a antepara recupere a resistência que possuiria caso nãohouvesse a abertura. Deverão ser obedecidas as normas da NORMAM 02, artigos 0610, 0611 e0612 (transcritos em 1.26.2, 1.26.3 e 1.26.4, respectivamente), 0608, 0609 e, para embarcaçõesque navegarão na Hidrovia Paraguai-Paraná, o Anexo 6-L.

e) As portas situadas nas anteparas externas da superestrutura ou casaria deverão ser estanquesao tempo, e garantir esta estanqueidade à antepara quando estiverem fechadas. Deverão poderser abertas ou fechadas tanto do exterior como do interior da superestrutura ou casaria. Deverãoser obedecidas as normas da NORMAM 02, artigos 0610, 0611 e 0612 (transcritos em 1.26.2,1.26.3 e 1.26.4, respectivamente), 0608, 0609 e, para embarcações que navegarão na HidroviaParaguai-Paraná, o Anexo 6-L.

1.15.3 � Convés da superestrutura ou casaria

a) A chapa de um convés de superestrutura ou casaria deverá possuir a espessura de, no mínimo,igual à maior das abaixo:

e = 0,0063. s + 1,0 mm= 4,5 mm= obtido em 1.6.5, caso o convés vá receber carga que não sobre rodas;= obtido em 1.6.6, caso o convés vá receber carga sobre rodas.

s = menor espaçamento entre os elementos estruturais fixados à chapa do convés, em mm.

b) Os elementos estruturais de cada convés deverão obedecer 1.8.1 ou 1.8.3, respectivamente,caso o convés vá receber ou não carga sobre ele, respectivamente.

c) Aberturas em conveses expostos ao tempo deverão possuir braçolas de, no mínimo, 150 mm dealtura (NORMAM 02, itens 0611 e 0612, transcritos em 1.26.3 e 1.26.4, respectivamente).

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Caso esta abertura leve a uma área de passageiros situada abaixo que, caso venha a ser alagada,não vá causar a perda de estabilidade da embarcação, aquela altura poderá ser diminuída, ou mesmonão instalada, desde que os meios de fechamento da abertura garantam a sua estanqueidade ao tempoquando fechada.

1.16 - RODA DE PROAa) Caso seja usada uma chapa como roda de proa, as suas largura e espessura deverão ser, no

mínimo, os valores obtidos pelas fórmulas abaixo:

t = 1,09. L + 80 mm

e = 0,27. L + 10 mm

t = largura da roda de proa, em mm;e = espessura da roda de proa, em mm;L = comprimento da embarcação, em metros.

1.7 � ESTRUTURA DA POPA1.17.1 � Cadaste da clara do hélice

a) Cadaste interior. Caso seja usado um cadaste em forma de moldura da clara do hélice (verFigura 1.4), o que normalmente ocorre em embarcação com um único hélice, as largura eespessura.do cadaste interior deverão ser, no mínimo, os valores obtidos pelas fórmulas abaixo:

w = 0,9. L + 67 mm

e = 0,8. L + 11 mm

w = largura do cadaste, em mm;e = espessura do cadaste, em mm;L = comprimento da embarcação, em metros.

b) Cadaste exterior. Caso seja usado um cadaste em forma de moldura da clara do hélice (verFigura 1.4), as largura e espessura do cadaste exterior deverão ser, no mínimo, as obtidas no itemanterior para o cadaste interior. As fêmeas do leme deverão possuir uma espessura de parede euna altura de, no mínimo, 28% e 75% do diâmetro da madre do leme, respectivamente.

1.17.2 � Cadaste de barra

a) Caso seja usada uma barra como cadaste (ver �Figura 1.4), o que normalmente ocorre emembarcação sem propulsão ou com dois hélices, as suas largura e espessura deverão ser, nomínimo, os valores obtidos pelas fórmulas abaixo:

W = 1,09. L + 80 mm

e = 0,5 . L + 10 mrn

w = largura da barra, em mm;e = espessura da roda de proa, em mm;L = comprimento da embarcação, em metros.

1.17.3 � Chapa do costado na região do hélice

A espessura da chapa do costado na região que abrange o túnel do eixo e os locais sujeitos aoschoques da água impulsionada pelo hélice deverá possuir espessura de, no mínimo, a mínima exigidapara a chapa do costado a meia nau, acrescida de 1,5 mm.

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1.17.4 � Pés de galinhaa) Para pés de galinha de dois braços, o ângulo a entre os braços não poderá ser superior a 90O

(Figura 1-5). A área da seção transversal de cada braço deverá ser, no mínimo, 55% da área daseção transversal do eixo propulsor (para pé de galinha de um único braço, a área da sua seçãotransversal deverá ser, no mínimo, igual à área da seção transversal do eixo propulsor). Osbraços deverão ser fixados em caverna gigante ou hastilha.

b) O comprimento do bosso deverá ser de, no mínimo, 3 vezes o diâmetro do eixo propulsor, e aespessura de sua parede deverá ser de, no mínimo, 35% do diâmetro do eixo propulsor.

c) Os pés de galinha poderão ser de aço fundido, ou fabricados a partir de peças de aço forjado oude chapas. O material deverá obedecer ao especificado nestas Regras.

Figura 1.4 - Estrutura de popa

1.18 � LEMES1.18.1 � Materiais

A madre, os pinos e as fêmeas dos pinos deverão ser fabricadas de aço fundido ou forjado, ouainda dos materiais especificados nestas Regras.

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1.18.2 � Generalidades

As Regras aqui estabelecidas para lemes são aplicáveis aos lemes compensados ou semi-compensados, possuindo um mancal eficiente da madre na sua parte superior, e possuindo, ou não,mancal inferior (mancal na soleira). Outros arranjos de leme deverão ser submetidos à análise do BC etestados em prova de mar.

Figura 1-5 - Pé de galinha

1.18.3 - Madre do leme

a) Parte superior da madre. A parte da madre situada acima do mancal superior deverá possuir umdiâmetro igual a, no mínimo, o resultado da seguinte fórmula:

S = 100. (v / 16) . (A . R)1/3 mm

v = velocidade da embarcação, em km/hora; o valor mínimo a ser utilizado na fórmula é 16 km/hora, que corresponde a 10 nós;

S1 = diâmetro da parte superior da madre, em mm;R = distância, em metros, da linha de centro da madre ao centro da área da porta do leme

situada a vante ou a ré da linha de centro da madre;A = área, em metro2, da porta do leme situada a vante ou a ré da madre (usar os valores de R

e de A que resultarem na maior raiz cúbica do produto R . A).

b) Parte inferior da madre. A parte da madre situada abaixo do mancal superior deverá possuir umdiâmetro igual a, no mínimo, o resultado da seguinte fórmula:

S1 = 100. (v / 16) . ( A . R)1/3 mm

v = velocidade da embarcação, em km/hora; o valor mínimo a ser utilizado na fórmula é 16 km/hora, que corresponde a 10 nós;

S1 = diâmetro da parte superior da madre, em mm;A = área, em metro2, da porta do leme situada a vante ou a ré da madre (usar os valores de R e de

A que resultarem na maior raiz cúbica do produto R . A).R = 0,25 . [a + (a2.+ b2) 1/2 ], em metros, para leme balanceado com mancais superior e inferior; = a + (a2 + b2) 1/2 , em metros, para leme balanceado com mancal superior e sem mancal inferior;a = distancia, medida na direção vertical e em metros, do mancal superior ao centro da área A;b = distancia, medida na direção horizontal e em metros, da linha de centro da parte inferior da

madre ao centro da área A;

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Observações: 1- A parte inferior da madre de leme que possui mancal inferior deverá possuir umdiâmetro de, no mínimo, igual a S1 nos dois terços superiores da distância entre osmancais superior e inferior, podendo, a partir daí, ir diminuindo o diâmetro até atingir,no mancal inferior, um diâmetro igual a, no mínimo, 0,75.S1 A madre deverá penetrarno mancal inferior de, no mínimo, 0,75.S1.

2 - A parte inferior da madre de leme que não possui mancar inferior deverá possuir umdiâmetro de, no mínimo, igual a S1 no trecho desde o mancal superior até a partesuperior da porta do leme. Daí para baixo, poderá ir diminuindo o diâmetro até atingir,na sua extremidade inferior, um diâmetro igual a, no mínimo, 0,33.S1. A altura do mancalsuperior não necessita ser superior a 1,5.S1.

3 - A parte inferior da madre poderá não existir na parte interna da porta do leme, desdeque esta porta seja projetada para possuir uma resistência à torção e à flexãoequivalente às das partes da madre definidas pelas fórmulas anteriores.

1.19 � BORDA FALSA DOS CONVESES

a) Os conveses das embarcações de passageiros deverão possuir bordas falsas de altura mínimade 900 mm. Se for em forma de balaustrada, esta deverá ser construída de tubos de aço e adistância entre os tubos horizontais deverá ser de, no máximo, 230mm. Se a balaustra for emforma de borda falsa, deverá possuir, na parte inferior, local para escoamento de água, cuja áreamínima deverá ser de 10% da área total da borda falsa.

b) Nas embarcações de outros tipos, caso exista borda falsa, a sua altura mínima deverá ser de450mm.

1.20 � TANQUES DE COMBUSTÍVEL

a) Os combustíveis destinados à propulsão das embarcações deverão possuir tanques próprios,separados dos tanques de carga por meio dos espaços de ar (�cofferdams�).

b) Os suspiros, sondas e ladrões destes tanques deverão ser equipados com dispositivos contrapenetração de chamas (por dentro) para os tanques. Não há restrições em utilizar telas de aramefino.

1.21 � VERDUGOS

a) Os verdugos, de madeira ou outro material não térmico, deverão ser fixados ao chapeamento pormeio de barras ou outros perfis soldados ao costado. A barra inferior pode ser contínua ou emseções. A madeira do verdugo deverá ser fixada entre apoios por meio de parafusos com porcasou parafusos para madeira. É proibida a fixação direta de verdugo com o chapeamento por meiode parafusos. Como barra de fixação superior, poderá ser utilizada a parte exposta da chapatrincaniz.

1.22 � FORRAÇAO DOS PORÕES

a) Nos porões de carga poderá ser instalado um piso de tábuas de madeira (cobros), de espessuramínima de 35 mm. Em embarcações destinadas ao transporte de minério ou outra carga pesada,a espessura deverá ser aumentada em 50%. Em lugar de madeira, poderá ser utilizado ou materialde igual resistência. O piso deverá ser posicionado acima das hastilhas. Deverá ser facilmenteremovível, de modo a permitir a inspeção da chapa do fundo do porão.

b) Nos porões destinados ao transporte de carga geral, poderá ser instalada uma forração, nosbordos, feita com sarrafos de madeira de espessura mínima de 25mm; a distância entre: 5 sarrafosnão deverá ser superior a 150 mm.

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1.23 � ACEITAÇÃO DE CHAPAS E DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE EMBARCAÇÃO JÁEXISTENTE

a) Para a primeira Classificação de embarcação já colocada em operação, ou para a Manutençãode Classe ou Reclassificação da embarcação, o Vistoriador do BC deverá verificar a espessuramédia de chapas e de elementos estruturais, que será a média aritmética dos seguintes valores:

1 - Para chapas, duas medidas de espessura, no mínimo, a cada metro quadrado; e2 - Para elementos estruturais, duas medidas de espessura por metro linear da alma e duas por

metro linear da barra-de-face (ou do flange), no mínimo.

b) As medidas deverão ser tomadas em pontos razoavelmente bem distribuídos ao longo da área dachapa ou do elemento estrutural, mas procurando sempre os pontos onde tenha ocorrido a maiorperda de espessura em cada região.

c) Será aceitável uma espessura média igual ou superior a 75% da espessura nominal originalespecificada nos planos aprovados pelo BC. Chapas e elementos estruturais com espessuramédia inferior àquela deverão ser substituídos. Alternativamente, no entanto, o Vistoriador poderáaceitar que uma chapa ou um elemento estrutural não seja substituído, desde que a substituiçãode apenas algumas partes resulte em uma espessura média aceitável, ou seja, igual ou superioraos 75% da espessura original mencionados.

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Figura 1-7 - Seção transversal do casco de embarcação-tanque sem fundo duplo

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Figura 1-9 - Seção transversal do casco de embarcação-tanque de casco duplo

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Figura 1-12 - Seção longitudinal da proa ou popa com fundo chato e inclinado

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Figura 1-13 - Seção transversal do casco de embarcação de carga seca sem fundo duplo

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Figura 1-15 - Seção tranversal do casco de embarcação de carga sea sem fundo duplo

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TOMO IV - ESTRUTURASEÇÃO 2

EXIGÊNCIAS ADICIONAIS PARA EMBARCAÇÕES-TANQUE

2.1 � SISTEMAS DE CARGA E DE INCÊNDIO

a) As redes de carregamento dos tanques de carga e as redes de incêndio deverão ser colocadassobre o convés. A ligação das redes com o casco deverá ser estanque (solda) e sem juntas.Todas as válvulas das redes deverão possuir marcação de direção de abertura e de fechamento.

b) Os tubos para enchimento dos porões devem ser conduzidos até o fundo dos tanques.

c) As bombas de carga poderão ser instaladas em uma praça de bombas ou sobre o convés resistente.Caso instaladas em uma praça de bombas, se esta for contígua aos tanques de carga, deverãoser obedecidos os requisitos de 1.2.2.b. Caso instaladas sobre o convés resistente, deverão serinstaladas em ambiente protegido do tempo.

d) Os acionadores das bombas de carga de líquidos inflamáveis, caso sejam de um tipo que possaa ocasionar incêndio nos gases desprendidos da carga, como por exemplo, motores de combustãoou motores elétricos, deverão ser colocados em compartimentos estanques a gás tanto para ocompartimento das bombas quanto para o meio ambiente. Da mesma forma, as bombas decarga de líquidos inflamáveis deverão ser instaladas em compartimentos, separados por anteparasestanques a gás, de outros compartimentos, tal como a Praça de Máquinas, onde estão instaladosequipamentos que poderiam ocasionar um incêndio nos gases desprendidos da carga.

e) As bombas de carga de líquidos inflamáveis deverão ser equipadas com dispositivo de alívio depressão, normalmente com descarga para o lado de aspiração das bombas. Deverão, também,poder ser paradas, bem como ter a sua vazão controlada, de fora do compartimento de bombasde carga; no local de controle remoto das bombas, deverão ser instalados manômetros quepermitam controlar as pressões de admissão e de descarga de cada bomba. O compartimento debombas de carga de líquidos inflamáveis deverá possuir saída de emergência e alarme de níveldos porões.

f) As redes de carga de líquidos inflamáveis deverão ser instaladas de modo que a cargaremanescente na tubulação possa ser drenada para os tanques de carga. As bombas e os filtrosde carga de líquidos inflamáveis deverão conter dispositivos que permita drená-los para os tanquesde carga.

g) As válvulas de interceptação do sistema de carga de líquidos inflamáveis deverão possuirindicadores para mostrar o quanto estão abertas: As hastes de operação de dispositivos defechamento dentro de tanques de carga deverão passar através do teto do tanque através depassagem estanque a óleo. Os seus dispositivos de fechamento operados hidráulica oupneumaticamente deverão ser providos com meios de operação de emergência. Bombas manuaise tubulações diretas das válvulas individuais podem ser reconhecidos como meios de operaçãode emergência.

2.2 � DISPOSITIVOS PARA ASSEGURAR A IGUALDADE DE PRESSÃO

Cada tanque deverá ser equipado, no mínimo, com um dispositivo para igualar a pressão interna com apressão do ar, de modo que o vácuo não atinja um valor superior a 0,7 metros de coluna d�água relativo,e a pressão no interior do tanque não atinja valor superior a 1,4 metros de coluna d�água relativa, recomenda-se utilizar �válvulas de pressão e vácuo� de uso já

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a) comprovado. Se o dispositivo servir para mais de um tanque ( dispositivo conjunto ), através deuma única rede, cada tanque deverá possuir uma válvula cortante com posições �aberta� e �fechada�adequadamente identificadas.

b) Os dispositivos para igualdade de pressão deverão ser protegidos contra a penetração de chamaspara dentro dos tanques. Caso seja adotado o dispositivo conjunto, deverá ser prevista umaproteção que não permita a passagem de chamas de tanque para tanque.

2.3 � SUSPIROS E VENTILAÇAO

a) Os suspiros e a ventilação dos tanques (troca de ar dentro dos tanques) deverão existir somentecom dispositivo para igualdade de pressões.

b) Os espaços de ar (�cofferdams�) deverão possuir, no mínimo, 2 suspiros equipados com proteçãocontra chamas. Um dos suspiros deverá alcançar o fundo do espaço de ar e passar de 2,5 metrosacima do convés. Na parte inferior do suspiro deverá ser montada uma cesta de sucção, e, naparte superior, uma proteção contra a penetração de chamas. Nas embarcações para transportede líquidos de ponto de fulgor superior a 60OC, a proteção contra chamas nos suspiros de espaçosde ar é desnecessária.

c) Nas embarcações para transporte de líquidos com ponto de fulgor igual ou inferior a 60OC (métododo cadinho fechado), todos os suspiros existentes nos compartimentos deverão ser equipadoscom protetores contra chamas.

d) Todas as aberturas dos suspiros devem ser equipadas com meios de fechamento estanque.

2.4 � AQUECIMENTO DE TANQUES DE CARGA DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS2.4.1 � Independência

Os sistemas de aquecimento de tanques de carga de líquidos inflamáveis deverão ser separadosdos outros sistemas de aquecimento da embarcação. Isto poderá ser obtido, por exemplo, por um trocadorde calor na área de carga.

2.4.2 � Válvulas e acessórios para aquecimento dos tanques de carga

As redes de vapor em tanques de carga individuais deverão ser equipadas com válvulas deinterceptação roscadas. Isto não se aplica a tanques de carga com aquecimento por uma fonte de vaporexterna à embarcação.

2.4.3 � Recirculação do condensado

O condensado das serpentinas de aquecimento deverá ser re-circulado para o sistema de águade alimentação, através de tanques de observação. Os tanques de observação de condensado deverãoser providos com suspiros suficientes. Os tubos de suspiro em embarcações para o transporte de líquidosinflamáveis com ponto de fulgor inferior a 60OC deverão ser equipados com corta-chamas.

2.4.4 � Aquecimento de tanques por meio de fluidos especiais

Os sistemas de aquecimento que utilizem líquidos especiais para troca de calor estarão sujeitosà aprovação do BC.

2.5 � REDES DE VAPOR PARA DESGASEIFICAÇÃO DOS TANQUES DE CARGA DE LÍQUlDOSINFLAMÁVEIS

As redes de vapor para desgaseificação dos tanques de carga de líquidos inflamáveis deverãoser equipadas com válvulas de interceptação roscadas.

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2.6 � VENTILAÇÃO E DESGASEIFICAÇÃO DE SISTEMAS ASSOCIADOS À CARGA DE LÍQUIDOSINFLAMÁVEIS

2.6.1 � Ventilação de praças de bombas, tanques de carga e espaços de ar (�cofferdams�) situadosna área de carga

a) Praças de máquinas e cofferdams deverão ser providos com meios efetivos de ventilação. Estessistemas não poderão ser conectados com sistemas de ventilação de outros espaços do navio.

b) A ventilação das praças de bombas deverá ser efetuada por ventiladores de extração. O arnatural poderá ter suprimento natural e deverá ser introduzido por cima da praça de bombas.

c) As praças de bombas-de-carga deverão possuir ventilação forçada (ventiladores de descarga)assegurando, pelo menos, 20 trocas de ar por hora. O duto de aspiração deverá se estender atépróximo ao fundo da praça de bombas. As tomadas de ar deverão estar localizadas o maisdistante possível das descargas de ar, e tanto estas como aquelas deverão estar o mais-distantepossível dos suspiros dos tanques de carga; deverão se estender acima do convés, a uma alturasuperior à dos suspiros, e ser providas de arranjos que permitam que o suprimento de ar para apraça de bombas seja efetivamente interrompido do convés, em caso de incêndio. As aberturasno convés devem ser equipadas com uma tela.

d) As aberturas para ar de espaços de ar (�cofferdams�), deverão ser equipadas com corta-chamase situadas dentro da área de carga.

2.6.2 � Ventilação de tanques de carga de líquidos inflamáveis

a) O suspiro de tanques de carga deverá ser efetuado apenas por meio de dispositivos limitadoresde pressão e vácuo aprovados, que sirvam para as seguintes funções:

1 - Suspiro de grandes volumes de ar durante o carregamento, evitando, assim, pressão ouvácuo, inadmissíveis; e

2 - Passagem de pequenos volumes de ar ou gás, durante a viagem, através de válvulas depressão / vácuo.

b) Poderão ser usados ventiladores portáteis para a desgaseificação dos tanques.

2.7 � ALAGAMENTO E DRENAGEM DE ESPAÇOS DE AR (�COFFERDAMS�) EM EMBARCAÇÃODESTINADA AO TRANSPORTE DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL

Os espaços de ar deverão ser equipados com uma válvula de fundo operável do convés, por meioda qual eles possam ser alagados. Eles deverão também poder ser alagados por meio de um sistema detubulação fixo no �cofferdam�, derivado da rede de incêndio, ou usando uma mangueira.

2.8 � TUBOS DE SONDAGEM E ABERTURAS DE OBSERVAÇÃO

a) Os tanques de carga e de lastro deverão ser providos com tubos de sondagem. Estes deverãoatravessar o convés de modo estanque a óleo e deverão ter sua extremidade superior, no mínimode 600 mm acima do convés, para assegurar que a carga não se derrame durante as sondagens.

b) Deverão ser montadas aberturas de observação, com visores de vidro, na tampa do tanque decarga. Elas deverão poder ser fechadas de modo estanque à água.

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2.9 � PROTEÇAO CONTRA CENTELHAS DE DESCARGAS DE MOTORES E CALDEIRAS PARAEMBARCAÇÕES DESTINADAS AO TRANSPORTE DE LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

a) As redes de descarga dos motores diesel, caldeiras e da cozinha de embarcação destinada aotransporte de líquido inflamável deverão ser equipadas com meios adequados para evitar a saídade centelhas. Também neste caso estarão os empurradores destinados a operar em comboios debarcaças destinadas ao transporte de líquidos inflamáveis.

2.10 � OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O CARREGAMENTO DE TANQUES

2.10.1 � Início do carregamentoa) O carregamento deverá ser iniciado a uma vazão baixa, até que se verifique se a carga está

sendo instalada nos tanques de carga apropriados. Os outros tanques de carga também deveráser inspecionados após o início do carregamento, para verificar se há vazamento e para se aseguir que as válvulas da praça de bombas estão estanques e não existe escapamento do produtopara fora da embarcação. Após essas verificações estarem satisfatórias, a vazão de carregamentopoderá ser aumentada até que a vazão desejada seja alcançada.

2.10.2 � Durante o carregamento

a) Deverão ser realizadas as seguintes verificações durante o carregamento:- Verificar o peso especifico da carga;- A leitura da temperatura deverá ser feita ao mesmo tempo da verificação do peso especifico;- Verificar, constantemente, se a amarração da embarcação está adequada ao movimento das

águas.

2.10.3 � Descarga

a) Se a embarcação possui sistema de gás inerte, deverá ser verificada a pressão para que não caiaao nível de vácuo. Se a embarcação não possui sistema de gás inerte, deverá ser verificada atemperatura para que não caia bruscamente, para evitar a contração da carga.

2.11 � SUPERESTRUTURAS

a) As superestruturas das embarcações que transportam líquidos de ponto de fulgor igual ou inferiora 60,C deverão estar localizadas atrás do espaço de ar (�cofferdam�) de ré. Em casos especiais,as superestruturas poderão se estender por cima do espaço de ar de ré e, às vezes, por cima dostanques de carga, desde que sejam obedecidas as seguintes condições:

1) Haja a autorização específica do BC para a embarcação;2) O convés sob esta superestrutura seja estanque a gás; e3) O piso da superestrutura seja instalado em uma altura tal que permita a entrada de água

e de ar entre o convés resistente e a superestrutura (normalmente 1,0 metro acima doconvés).

b) As superestruturas das embarcações destinadas ao transporte de líquidos de ponto de fulgorsuperior a 600C poderão estar situadas diretamente sobre o espaço de ar de ré. Em casos especiais,poderão se estender por cima dos tanques de carga, desde que sejam obedecidas as três condiçõesestabelecidas na alínea a).

c) As portas externas da superestrutura deverão ser estanques a gás.

2.12 TANQUES DE COMBUSTÍVEL

a) Os combustíveis destinados à propulsão das embarcações deverão possuir tanques próprios,independentes dos tanques de carga. Os suspiros, sondas e ladrões dos tanques de combustíveldeverão possuir as suas aberturas equipadas com dispositivos contra a penetração de chamasnos tanques. Não há restrições em utilizar telas de arame fino.

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TOMO IV � ESTRUTURA

SEÇÃO 3

EXIGÊNCIAS ADICIONAIS PARA EMBARCAÇAO DE PESCA

3.1 � PLANOS A SEREM SUBMETIDOS

O Plano de Arranjo Geral deverá mostrar os equipamentos relativos à pesca, como mastro,molinete ou guincho de cabo, braços de arrasto, etc.

3.2 � DIMENSIONAMENTO DO CASCO

3.2.1 � COSTADO E BORDA FALSA

a) Em todos os navios pesqueiros, a espessura do chapeamento do costado na fiada do bojo, deveráser acrescida de 0,5mm, além da espessura exigida pelas Regras, porém não deverá ser inferiora 7,5 mm.

b) Para pesqueiros de arraste lateral, os seguintes reforços são exigidos:

1. Cintado - Na região dos braços de arraste, deverá ser acrescido de 3 mm. Na região entrebraços de arraste de vante e de ré, o acréscimo será de 1,5 mm.

2. Costado - Na região dos braços de arraste de ré e de vante, deverá ser feito um reforçode 40 % no chapeamento, acima da curvatura do bojo.

3. Borda falsa - Na região de operação, as chapas deverão ser acrescidas de 2 mm, e, sobos braços de arraste, acrescidos de 3 mm. Na região do gato de desarme, a espessura dachapa deverá ter, no mínimo, 10 mm.

4. Costuras de solda - Na borda inferior do cintado e borda superior do bojo deverão serprotegidas por perfis meia cana. Entre o braço de arraste de ré e o de vante, deverá serinstalado um arranjo com perfis meia cana, podendo ser diagonalmente às primeiras, comfinalidade de proteger os cordões de solda contra o desgaste do roçar dos cabos de arraste.

5. Bolinas - Deverão ser previstas, de altura e comprimento adequados, soldadas sobre umreforço de barra chata soldada ao longo do bojo.

3.2.2 � CONVÉS

a) A espessura da chapa do convés deverá ser calculada como definido na Seção 1. No entanto,deverá possuir, no mínimo:1 - no convés resistente a meia nau, sem forro de madeira: 6,5 mm;2 - no convés resistente a meia nau, com forro de madeira: 5,5 mm;3 - no convés do castelo, sem forro de madeira: 7 mm;4 - no convés do castelo, com forro de madeira: 6 mm; e5 - sob os guinchos de arraste, braços de arraste e cabeços centrais, com ou sem forro de madeira:7,5 mm

b) A rampa, nos navios pesqueiros de arraste de popa, deverá possuir resistência suficiente parasuportar a carga com rede, recomendando-se, para isso, chapa com espessura mínima de 11mm. As laterais das rampas deverão possuir espessura igual à do costado nas extremidades,acrescidas de 10 %.

3.2.3 � ARMAÇAO DA ESTRUTURA DO CASCO

a) As chapas reforçadas sob os braços de arraste de ré deverão receber cavernas intermediáriascom o módulo de seção igual a 70 % do módulo de seção das cavernas entre ás quais se situam.Estas cavernas serão ligadas ao convés e escoas, na parte inferior das chapas, quando

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b) não houver hastilhas. Os reforços da rampa de popa deverão possuir modulo de Seção W calculadopor:

W=0,018.s.f2 cm3

s = menor espaçamento entre os reforços, em mmf = comprimento não apoiado dos reforços, em metros

c) As laterais das rampas deverão possuir cavernas com escantilhões iguais ao requeridos para ospique tanques, devendo ser reforçadas por cavernas gigantes quando necessário.

3.2.4 � CADASTE

Tanto o cadaste maciço como o fabricado de chapas deverão ter seus escantilhões aumentadosde 10 % do valor das Regras.

3.3 � EQUIPAMENTO DE FUNDEIO E AMARRAÇÃO

a) Amarras com diâmetro inferior a 16mm não precisam ter elos malhetados.

b) As âncoras e amarras e cabos deverão ser determinados de acordo com. o Torno 1. Paraembarcações de comprimento L < 30m, as amarras poderão ser substituídas por cabos de aço1,5 vezes mais compridos, com resistência de ruptura igual à da amarra. A carga de rupturaadotada para cabo de aço é válida para fibras naturais (cabos de manilha) ou fibras sintéticas deigual diâmetro dos cabos de manilha.

c) Cabos de guincho de traineiras poderão ser utilizados como cabos de âncora.

d) As regras para os guinchos da traineira são semelhantes às dos molinetes (Tomo V).

3.4 � ESCOTILHAS DE DESCIDA DOS PEIXESa) As braçolas das escotilhas deverão possuir altura de 600 mm acima da superfície do convés da

borda livre, e 300 mm no convés da superestrutura, e espessura mínima de 7mm.

3.5 � DISPOSITIVO PARA EJEÇÃO DE DETRITOS E ÁGUAS ACUMULADASa) Dever-se-á observar para que detritos e águas acumuladas no processo de captura e/ou

processamento não ponham em perigo a segurança da embarcação. Para isto, dever-se-á provera embarcação de bombas de esgoto adequadas, com transportadores helicoidais para a descargadesses elementos por aberturas com dispositivo de fechamento, como válvula de retenção deportinhola.

b) Nos porões de peixe à ré, deverão existir pocetos de esgoto de tamanhos suficientes. eabsolutamente estanques, cobertos com chapas perfuradas seguramente fixadas. As sucçõesde esgoto deverão possuir dispositivos de lavagem seguros contra acionamento não intencional.

3.6 � CIMENTAÇÃOa) Para embarcação de fundo singelo, o fundo deverá ser cimentado até ao topo das hastilhas,

depois de receber um tratamento anti-corrosivo. Para embarcação de fundo duplo, o fundo duplo,quando não destinado ao armazenamento de óleo combustível ou lubrificante, deverá levar umacamada de argamassa com aproximadamente 100 mm de espessura, a partir da linha de centro.decrescendo gradualmente até zero na chapa-margem ou bojo.

b) Outras partes do fundo duplo deverão receber cimentação para assegurar um bom escoamentode água evitando, assim, o acúmulo de água nas juntas ou obstáculos (chapa-margemperpendicular ao costado, pique tanques, cavidades nas extremidades do navio e chapa trincanizdo convés, deverão ser cimentadas de maneira usual)

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TOMO IV - ESTRUTURA

SEÇÃO 4

PROTEÇAO CONTRA A CORROSAO E PINTURA

4.1 � MARCAÇÃO DE NOMES E CORES

a) Toda embarcação deverá ser marcada de modo visível e durável com letras e algarismos detamanho apropriado às dimensões da embarcação, com as seguintes informações:1) Nome da embarcação;2) Porto de inscrição;3) Escala de calado;4) Placa com dados (apenas para as embarcações de passageiros).; e5) Desenho indicativo da existência de propulsor lateral (�bow thruster� ou �stern thruster�)

b) As cores a serem utilizadas na parte externa do casco, da superestrutura e da -chaminé, bemcomo o distintivo do Armador, deverão ser previamente aprovados pela DPC.

c) As Marcações de nomes e cores deverão obedecer as exigências da NORMAM 02, artigos0216, 0217 e 0218.

4.2 � MARCAS DE BORDA LIVRE É DO DISCO DE PLIMSOLL

a) As marcas de borda livre e do disco de Plimsoli deverão obedecer às normas constantes daNORMAM 02, artigos 0621 a 0624.

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TOMO V � MÁQUINAS

SEÇAO 1

REQUISITOS GERAIS

1.1 � GENERALIDADES

1.1.1 � Aplicação das Regras

a) As Regras aqui apresentadas se aplicam às instalações de máquinas de propulsão, auxiliares eequipamentos de casco de embarcações destinadas à navegação interior.

b) A construção e a instalação deverão ser feitas de acordo com os requisitos de classificação e soba supervisão dos Vistoriadores do BC.

1.1.2 � Condições de Classificação

a) As embarcações deverão obedecer às condições estabelecidas na Seção 2 do Tomo 1.

b) O BC deverá receber por escrito, com antecedência, solicitação para supervisão e vistoria defabricação dessas máquinas. O pedido de supervisão deve ser feito com antecedência, antes dese iniciar a fabricação e de se fazer os pedidos de material necessário.

c) A vistoria de fabricação compreende tanto os ensaios e testes quanto as inspeções dos materiaiscomponentes, que deverão ser devidamente identificados.

d) Para motores de propulsão ou auxiliares a diesel, com linha de fabricação seriada e de qualidadejá reconhecida no mercado, o fabricante deverá efetuar a sua instalação ou supervisioná-la eemitir um Certificado de Responsabilidade.

1.2 � DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA

a) Para a classificação da fabricação da máquina ou do equipamento, deverão ser apresentadospelo fabricante, em 3 (três) vias, desenhos das partes mais importantes da máquina ou equipamentotais como: base de máquina, cilindros, camisas, bielas, hastes, conectoras, mancais e eixos depropulsão, parafusos de fixação, etc., além dos Pedidos de Compra dos materiais que serãoagregados.

b) Deverão ser apresentados, ainda, os seguintes dados e informações:- potência indicada (em HP e kW);- velocidade em rotações por minuto (rpm);- pressões médias indicadas (em kglcm2 ou MPa);- dados de velocidade crítica;- peso das partes móveis (em kg);- especificações dos materiais a empregar; e- instruções para desembalagem e movimentação.

1.3 � NORMAS E REGULAMENTOS

Sempre que possível, a especificação dos materiais deverá obedecer às Normas Brasileiras(NBR).

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1.4 � SUPERVISÃO DA FABRICAÇÃO E DA INSTALAÇÃO

a) Para as máquinas a vapor, a supervisão compreenderá a da fabricação e a da instalação damáquina de propulsão.

b) Os materiais utilizados na fabricação serão ensaiados conforme as normas estabelecidas noTomo 11.

c) De um modo geral, todos os forjados para fabricação de eixos serão controlados. Para máquinascom cilindros de alta pressão, de diâmetro superior a 500 mm, serão controlados os seguintesforjados: haste de êmbolo e válvulas, acoplamento de eixo e seus parafusos, parafusos dosmancais, cruzetas e hastes do excêntrico. Para máquinas com cilindros de alta pressão e diâmetrosacima de 350 mm, serão controlados os forjados para conectoras e para hastes de êmbolo.

d) Para os casos de substituição de peças forjadas por peças fundidas, estas serão controladasapenas quando substituírem peças já controladas.

e) Serão controlados os tubos para vapor que trabalhem acima de 10 kg/cm2 ou 1 MPa.

f) Todas as peças de máquinas sujeitas a esforços deverão ser de material adequado e deverão teras folgas condizentes com o serviço a executar, dentro da melhor técnica de construção naval.

g) No caso de cárter fechado com volume superior a meio metro cúbico, é obrigatório o uso deválvula de segurança.

h) O embasamento da máquina deverá ser rígido e ter parafusos, em quantidade suficiente, parafixação do jazente à estrutura da embarcação.

i) Os êmbolos, cilindros e outros elementos da máquina sujeitos a temperaturas e pressões detrabalho elevadas deverão ser fabricados com material adequado.

j) O teste final de funcionamento da máquina deverá ser feito na presença de Vistoriador do BC,com todo o equipamento montado e com as válvulas de segurança reguladas.

1.5 � REDES E ACESSÓR[OS

a) As autoridades brasileiras exigem que, em embarcações propulsadas e com Arqueação Bruta(AB) maior que 500, somente poderão ser utilizadas redes de aço e acessórios de material resistenteao fogo nos seguintes locais (NORMAM 02, artigo 0425):

1 - junto ao casco;2 - embornais;3 - descargas sanitárias; e4 - outras descargas situadas abaixo do convés estanque e em locais onde a falha de material,

em caso de incêndio, possa provocar risco de alagamento.

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TOMO V � MÁQUINAS

SEÇÃO 2

INSTALAÇÕES DE MÁQUINAS PROPULSORAS, AUXILIARES E ALTERNATIVAS A VAPOR

2.1 � LINHAS DE EIXO

a) O diâmetro mínimo das linhas de eixo, deverá ser determinado pela seguinte fórmula, considerandoo aço de resistência à tração de 4.200 kg/cm2 , ou 420 MPa.

307,0

1 DHPA

d = cm

d = diâmetro mínimo da linha de eixo, em cm;D = diâmetro do cilindro de baixa pressão, em cm;H = curso do êmbolo, em cm;P = pressão de trabalho, em kg/cm2R = relação de áreas entre as seções circulares do pistão de alta pressão e do pistão de

baixa pressão; eA = valor obtido por interpelação linear, na tabela seguinte:

b) Para eixos de transmissão, reduzir de 5% o valor obtido em 2.1.a

c) No caso de eixos que suportem simultaneamente torque e esforços axiais, aumentar de 5% ovalor obtido em 2.1.a

d) No caso de eixos com duas pontas de transmissão, poderá ser considerado 80% de �d� obtido em2.1.a. O diâmetro do eixo de manivelas, entretanto, deverá ser igual a �d�.

e) A expressão de �d� acima, para o cálculo do diâmetro mínimo dos eixos, não considera as tensõesadicionais devidas às vibrações torsionais.

2.2 � MANIVELA

2.2.1 � Dimensionamento

a) O dimensionamento das manivelas em eixos maciços deverá obedecer às seguintes relações:

1 - O produto da largura dos laterais da manivela, pelo quadrado da espessura dos laterais damanivela, deverá ser igual ou maior do que 0,4 vezes o cubo do diâmetro do eixo de manivelas.

2 - O produto da espessura, pelo quadrado da largura, deverá ser igual ou maior do que o cubo dodiâmetro do eixo de manivelas.

três (03) manivelas à 1200R 0.20 0.14 0.12 -

A 24.60 26.80 28.70 -

duas (2) manivelas em ângulo retoR 0.33 0.20 0.17 -

A 21.20 23.70 24.80 -

quatro manivelas eqüidistantesR 0.14 0.12 0.09 0.08

A 26.90 28.60 30.40 31.00

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a) A espessura da cambota de manivela mais a ré, no caso de eixos constituídos de partes montadas,deverá ser, no mínimo, de (1/1,82) do diâmetro do eixo de manivelas, e sua largura mínima permitidaserá de 1,8 vezes o diâmetro dos furos na lateral da manivela.

b) Para as manivelas subseqüentes (partindo de ré) sujeitas a esforços menores, a espessura poderáser reduzida de 5% em cada manivela. Caso seja usada chaveta para fixação das peças, odiâmetro deverá ser devidamente aumentado para compensar o enfraquecimento devido ao rasgoda chaveta.

2.3 � PRESSÕES DE PROVAS

a) O conjunto de válvulas, o cilindro de alta pressão e camisa, serão testados a uma pressãocorrespondente à pressão da caldeira com sobrecarga de 50%.

b) A pressão para teste dos cilindros, válvulas e reservatórios de média pressão será, no mínimo, de3 kg/cm2, devendo, também, resistir à pressão de suas válvulas de escape com excesso desobrecarga de 50%.

c) A pressão mínima de teste do condensador, com tubos e ferragens no lugar, será de 1,5 kg/cm2 (=0.15 MPa)

2.4 � SOBRESSALENTES

a) A lista de sobressalentes recomendada será:- um jogo de anéis para êmbolos;- uma quarta parte do número das molas de êmbolo;- dois conjuntos de parafusos de mancais de cruzeta, completos; - dois conjuntos de parafusos

do pé da conectora, completos;- seis parafusos da tampa do cilindro, completos, com porca;- um conjunto de válvulas para bomba de alimentação;- um conjunto de válvulas para uma das bombas de fundo duplo; - um conjunto de parafusos

para um hélice;- seis parafusos completos para a caixa de válvulas;- dois jogos completos de parafusos para mancais principais; - chapas e barras de aço em

diferentes bitolas;- um calibre de folgas para mancais;- chapa fina para calços; e- parafusos diversos, com porcas.

b) Além dos sobressalentes acima, outros serão requeridos sempre que a natureza da embarcaçãoassim o exigir.

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TOMO V - MÁQUINASSEÇAO 3

TURBINAS A VAPOR3.1 � DEFINIÇÕES

a) Velocidade de regime é aquela em que a turbina pode, pelo projeto, operar continuamente emserviço. É a velocidade em regime máximo contínuo, e deverá ser usada no cálculo de resistência.

b) Limite de sobre-velocidade é a velocidade máxima permitida em serviço, e não poderá exceder avelocidade de regime em mais de 15%. É o ajuste máximo do regulador de velocidade.

3.2 � DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA PARA A CLASSIFICAÇÃO DE FABRICAÇÃO DE TURBINAS3.2.1 � Especificações de materiais

a) Deverão ser remetidas ao BC cópias dos Pedidos de Compra e da especificação dos materiaispara informação dos Vistoriadores, em três vias. O material deverá estar de acordo com asespecificações aprovadas quando da apresentação prévia do projeto.

b) Todas as partes de turbinas e engrenagens deverão ser de material sem defeitos e deverão terfolgas e ajustes de acordo com a melhor técnica de construção naval.

c) No caso de materiais destinados a instalações onde a temperatura na saída do super aquecedorseja superior a 4200C, as especificações deverão incluir a sua Composição química.

d) Exceto materiais de turbinas auxiliares, os seguintes materiais deverão ser aprovados einspecionados pelos Vistoriadores, em conformidade com as regras do Tomo II:

- forjados em aço, como rodas de turbinas, tambores de rotor, eixos de acoplamentos eparafusos de acoplamento, pinhões e coroas;

- peças de aço fundido que tenham seu uso aprovado em substituição aos forjados acimarelacionados, ou para carcaças de turbinas;

- barras de aço, laminadas a quente, de até 180 mm de diâmetro, poderão ser usadasquando tenham seu uso aprovado em substituição a qualquer dos forjados acima;

- chapas de aço para carcaças de turbinas, quando a pressão na carcaça for acima de 40kg/cm2 ou a temperatura for maior do que 350,C;

- tubos de vapor para pressões acima de 1 O kg/cm2 ; e- material das palhetas das turbinas.

e) Os Vistoriadores do BC inspecionarão e testarão a peça fabricada sob outras especificações quenão as destas Regras, desde que tais especificações tenham sido aprovadas por ocasião daapresentação do projeto e que tenham sido claramente indicadas nos Pedidos de Compra.

f) Pinhões, rodas dentadas e acoplamentos flexíveis para a redução, serão aceitos com base nainspeção superficial e na verificação de dureza.

g) Eixos, rodas dentadas, pinhões, acoplamentos e seus parafusos, serão aceitos por inspeçãosuperficial e prova de dureza, dependendo de aprovação em cada caso particular, levando-se emconta o tamanho da unidade, a técnica de fabricação e o controle do fabricante.

h) A construção e montagem de turbinas a vapor destinadas à propulsão e turbinas auxiliares de 135HP ou mais de potência, em embarcações classificadas, deverão ser feitas de acordo com asregras a seguir e sob a fiscalização de Vistoriadores do BC. Turbinas auxiliares menores

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i) deverão ser de projeto aprovado e equipadas seguindo a boa técnica. O material empregado nafabricação não necessitará ser aprovado e nem a inspeção será feita na fábrica. A garantia dofabricante será aceita desde que, no teste após a montagem, o seu funcionamento seja satisfatório.

j) Antes de iniciar a fabricação e de serem feitos os pedidos e compra material a inspecionar, o BCdeverá ser avisado, por escrito, de que é desejada sua vistoria durante a fabricação. Deverão sertransmitidas todas as informações necessárias para a perfeita identificação do equipamento a serinspecionado.

3.2.2 � Desenhos

a) Os desenhos deverão ser apresentados em três vias e deverão conter em detalhes: seçõestransversais, carcaça, rotor, redutora, eixo e mancais do hélice.

b) Todos os dados necessários relativos a material, peso, velocidade das peças giratórias. velocidadescríticas e a potência a ser transmitida, deverão ser apresentadas para verificação dos cálculos doprojeto.

c) O desenho da engrenagem redutora deverá conter os diagramas de cargas nos mancais. detalhesdos eixos, rodas dentadas, formato de dentes e os dados necessários para a revisão do projeto.

d) No caso em que seja necessário alterar a técnica de fabricação de engrenagens, em virtude deaumento de potência transmitida, de comprimento dos dentes, das tensões nos dentes, etc., oprojeto receberá estudo especial do BC. Mudanças de material, técnica de soldagem, tolerânciade contração, perfis de dentes, construção da carcaça, lubrificação e distribuição de óleo, ou itemsemelhantes, deverão ser apresentados para efeito de revisão.

3.3 � PEÇAS FUNDIDAS

a) Carcaças de turbinas e outras peças fundidas, submetidas a pressão, deverão sw fabricadas dematerial adequado às temperaturas e pressões usadas. O ferro fundido poderá se,, aceito paratemperaturas abaixo de 2300C. O aço fundido só poderá ser usado onde a temperatura nãoultrapasse a 4000C.

b) Todas as peças fundidas deverão ter suas tensões internas eliminadas por tratamento térmico.

3.4 � PALHETAS

a) As palhetas deverão ser projetadas, de modo a se ter uma rigidez que diminua a deformação e avibração. Deverão ser evitadas mudanças bruscas de seção.

b) A área mínima na base da palheta deverá ser de:

S = 45,4 . Q . (F / M) . R2 cm2

S = área mínima na base da palheta, em cm2;F = peso de uma palheta, em kg;Q = raio do centro de gravidade da palheta, medido até o eixo, em cm;M = resistência mínima à tração do material, em kg/cm2;R = rotações por minuto / 1.000.

c) A expressão acima considera apenas tensões. A instalação deverá prever a presença de vibraçõesnas velocidades de serviço.

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3.5 � ROTORES E DISCOS

a) As regras a seguir não levam em conta o problema do deslizamento molecular ou relaxaçãodevido à temperatura elevada, o que deverá ser previsto pelo fabricante.

b) Serão consideradas especiais as máquinas em que a temperatura máxima na saída dosuperaquecedor exceda a 4000C.

c) Os rotores e discos deverão ser fabricados de forma a que não haja vibração excessiva na faixade velocidade de serviço. Todos os rotores deverão ser balanceados em máquinas de balancearreconhecidas a uma velocidade igual à combinação da freqüência da máquina e do rotor.

d) Para o cálculo da seção do disco, será considerado um fator de segurança de 2,5, para a tensãoradial, e de 3, para a tensão tangencial média. Para a tensão tangencial, o fator será 2, para rotorinteiriço e de 2,5, para não inteiriço, sempre considerada a tensão de escoamento. A tensãotangencial média não deve exceder o limite de rutura com um fator de segurança igual a 4.

e) Para calcular as tensões elásticas, considerar a tensão radial igual a zero no broqueado, emrotores maciços. Se o furo de inspeção for maior do que 25% do diâmetro básico dos discos nofundo do rasgo de chaveta, supor no broqueado para os discos separados.

f) Considerar tensão igual à tangencial no centro de rotores maciços, se os furos de inspeção nãoexcederem 0,25 do diâmetro básico de apoio dos discos.

3.6 � CARCAÇAS

a) As carcaças das turbinas deverão ser testadas a 1,5 vezes a pressão de serviço, e para isso ascarcaças poderão ser divididas por paredes provisórias para a repartição correta das pressões deprova. Antes da instalação, a turbina deverá ser posta a girar no limite de sobrevelocidade paraoperar o regulador de velocidade.

b) As provas acima deverão ser feitas na presença do Vistoriador do BC para as turbinas principaise para as auxiliares acima de 135 HP.

3.7 � CONTROLE DE CONTATO DAS ENGRENAGENS

Para as unidades de propulsão deverá ser verificado o contato dos dentes da engrenagem redutora.Para facilitar a verificação da área e uniformidade do contato dos dentes, parte dos dentes dos pinhõesou rodas dentadas será pintada com pigmento de cobre ou outra tinta adequada. Recomenda-se verificaro contato dos dentes dentro de seis meses de operação.

3.8 � REGULADORES DE VELOCIDADE

Todas as turbinas deverão ter reguladores de velocidade para impedir que excedam a velocidademáxima de projeto em mais de 15%. Quando a lubrificação forçada for empregada, o regulador deveráter um dispositivo que corte a alimentação de vapor à turbina, no caso de falha no sistema de lubrificação.Será também exigido que o regulador possa ser disparado manualmente. Para turbinas de acionamentode geradores, ver o Tomo VI.

3.9 � LIGAÇÕES DE VAPOR

a) No caso em que o vapor é extraído da turbina, deverá haver um dispositivo que não permita apassagem de vapor através da ligação do extrator.

b) A alimentação de vapor para a turbina de marcha a ré deverá estar à disposição assim que aalimentação de vapor da turbina de marcha a vante seja cortado. Isso não impede o uso de umaválvula na linha, ao alcance do local de manobra.

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c) O vapor de emergência da turbina de baixa pressão deverá ser saturado. Para uso de vaporsuperaquecido, a instalação deverá receber uma aprovação especial do BC.

3.10 � DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA

As carcaças deverão possuir drenos nos locais onde possa haver acúmulo de água e deverão tervedação adequada. Em todas as descargas das turbinas deverá haver uma válvula vigia de descarga.Cada caldeira auxiliar deverá dispor de um disparo de contra-pressão ou outra proteção.

3.11 � EIXOS

a) Para o dimensionamento das linhas de eixo ver a Seção 6 deste Tomo.

b) O dimensionamento do eixo de propulsão e de transmissão, no caso de ser usada turbina nasaída da máquina alternativa a vapor, deverá ser de acordo com a Seção 2 deste Tomo,considerando �P� igual a 90% da potência indicada da máquina alternativa, quando emfuncionamento com a turbina, somados a 95% da potência no eixo da turbina.

c) O diâmetro mínimo dos eixos de rodas dentadas, rotores e para máquinas auxiliares, considerandoaço de 4200 Kglcm2 de resistência à tração, deverá ser obtido da seguinte expressão:

30645,0 FGd += cm

d = diâmetro mínimo do eixo na seção considerada, em cm;G = (1 / 13,7 + 1946 / R) Mr2 ;F = [M / (1 / 2,86 + R / 12) ]2 ;R = resistência de escoamento, em kg/cm2

Mr = momento de torção em regime máximo para serviço contínuo, em kg.cm, eM = momento fletor na seção considerada, em kg.cm.

d) O diâmetro obtido deverá ser multiplicado por 1,10 ou mais, quando rodas ou outras peças sãofixadas por prensagem, por contração ou por chaveta. No caso de propulsão à ré, deverá serconsiderado o momento de torção correspondente.

e) A expressão acima não considera a ocorrência de esforços adicionais devido a vibração ou decondições perigosas decorrentes da velocidade crítica.

3.12 � TESTE DE VELOCIDADE

Antes da aceitação final da instalação completa, deverá ser realizada a prova de velocidade napresença do Vistoriador do BC, para demonstrar sua operação adequada nas condições de serviço e aausência de vibrações.

3.13 � SOBRESSALENTES

Os sobressalentes e o material necessário dependerão do tipo da máquina, como também dadisposição e do serviço da embarcação. Deverá ser elaborada a lista de sobressalentes, de acordo coma recomendação do fabricante e apresentada para aprovação do BC.

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TOMO V � MÁQUINAS

SEÇÃO 4

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

4.1 � REQUISITOS GERAISa) As autoridades brasileiras não permitem a utilização de combustível com ponto de fulgor inferior

a 60,C, tais como gasolina e álcool, nas embarcações com Arqueação Bruta (AB) superior a 20,por motivos de segurança na navegação. (NORMAM 02, artigo 0418)

b) O pedido de vistoria durante a fabricação deverá ser encaminhado ao BC por escrito, em duasvias. Essa solicitação deverá ser feita antes do início da fabricação e da expedição de pedidos decompra de material e deverá conter todas as informações necessárias para a perfeita identificaçãoda máquina a ser vistoriada.

c) Os pedidos de compra de material deverão ser encaminhados, em duas vias, para aprovação domaterial, de acordo com o Tomo II

d) A princípio, todos os motores de combustão interna, para propulsão de embarcações classificadas,e motores auxiliares de 130 HP ou mais, deverão ser construídos e montados, em conformidadecom as regras aqui estabelecidas, e com o acompanhamento dos Vistoriadores do BC-.

e) Os motores auxiliares menores, construídos e equipados de acordo com as boas normas técnicas,não demandarão inspeção na fábrica e a garantia do fabricante poderá ser aceita, desde que sejaconfirmado, após a montagem, o bom funcionamento e desempenho do motor, na presença doVistoriador do BC.

f) Para motores auxiliares acionando geradores, deverão ser atendidos, também, os requisitosconstantes do Tomo VI.

4.2 � PLANOS DE DETALHESa) Deverão ser apresentados, em três vias, além dos desenhos de arrân16@ás equipamentos, eixos,

mancais de popa, conexões de descarga e sucção das bombas, como requerido em outras Seções,os seguintes desenhos: de conjunto e corte do motor; base; cárter mostrando a ventilação e asválvulas de segurança; cilindros com as camisas e refrigeração; cabeçote; êmbolos e bielas;eixos; tirantes; tubulação; ampolas de ar comprimido e compressor de ar; bomba de lavagem;sopradores e supercarregadores, se acionados pelo motor. No caso de propulsão indireta, deverãoser fornecidos, também, desenhos de: embreagens, caixas de engrenagens, geradores e motores,conforme exigido nas Seções correspondentes.

b) Os desenhos de motores auxiliares deverão mostrar um corte do conjunto, eixos, hastes, bielas econectores, tubulação, ampolas de ar e, caso aplicável, tipo de ventilação e válvulas de segurançado cárter.

c) Para todos os motores, deverão ser apresentadas as seguintes características: tipo, potênciamáxima contínua ao freio, rotações por minuto, pressão máxima de ignição, pressão média indicada,dados para a velocidade crítica, pesos das peças com movimento alternativo, peso e diâmetro dovolante, além das especificações de material.

d) As presentes. Regras não levam em consideração os esforços adicionais devidos a vibraçõestorsionais, que deverão ser devidamente analisados e considerados pelo fabricante, de acordocom os elementos de velocidade crítica necessários.

e) Deverão ser seguidas, onde aplicáveis, as normas para os tipos de equipamento instalados naembarcação, como máquinas elétricas, caldeiras, bombas, etc.

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4.3 � ACESSÓRIOS DE PARTIDA

a) Os reservatórios de ar de partida do! motores de propulsão deverão permitir, no mínimo, asseguintes quantidades de partidas consecutivas do motor, sem que sejam recarregados: 12 (doze)para motores reversíveis ou 6 (seis) para motores não diretamente reversíveis.

b) As baterias elétricas para a partida de motores principais de propulsão deverão ser dimensionadasde forma a atender à mesma quantidade de partidas exigidas para as ampolas de ar.

4.4 � PRESSÃO DOS CILINDROS

a) Cilindros, camisas, tampas de cilindro, êmbolos e outras peças sujeitas a temperaturas e pressõeselevadas, deverão ser fabricados de material adequado para essas pressões e temperaturas.

b) Em motores reversíveis, em motores com injeção de ar ou em motores com partida a ar comprimido,com diâmetro de cilindro igual ou superior a 230 mm, cada cilindro deverá ser dotado de umaválvula de segurança regulada para operar a não mais de 1,40 vezes a pressão de ignição. Emmotores auxiliares, poderá ser aceito o indicador de pressão com alarme de sobrepressão, comomeio de acusar a pressão máxima dos cilindros.

4.5 � PRESSÕES DE TESTE

a) Os cilindros e as camisas serão testados à pressão máxima especificada pelo fabricante. Casoseja possível obter uma comprovação direta por medição de espessura dessas peças, a pressãopoderá ser reduzida para 4 kg/cm2.

b) As câmaras de água serão testadas a uma pressão de 4 kg/cm2.

c) Os cilindros dos compressores de ar e a tubulação de resfriamento serão testados a 1,5 vezes apressão máxima.

4.6 � EQUIPAMENTOS AUXILIARES

a) Deverão ser previstos, pelo menos, os seguintes equipamentos auxiliares, para motor principalcom 130 HP ou mais de potência, exceto para motor de embarcações de serviços limitadosembarcações a vela com propulsão auxiliar a motor:

- duas bombas de transferência de óleo combustível, sendo uma delas de acionamentoindependente;

- um ou mais compressores de ar para partida, com capacidade para carregar as ampolas de arem uma hora;

- um compressor de ar, de emergência, com acionador não dependente de ar de partida:- pelo menos um soprador alternativo ou rotativo de lavagem de motor, para cada motor de

propulsão de dois tempos; e- pelo menos, dois meios de fornecimento de água ou óleo de refrigeração para w motores principais

e auxiliares, compressores, resfriadores, etc.. Um deles deverá ser de acionamento independente.Poderão ser usadas para tal fim, bombas de serviços gerais, bombas de água doce, etc. desdeque atendam às necessidades requeridas.

b) Poderá ser usada a solda de estanho branca na fixação de conexões, flanges, etc., & materialnão ferroso, a tubos da mesma classe de material para temperatura até 9000C, pressão até 7 kg/cm2. O ferro fundido nodular poderá ser usado sob cuidados especiais para temperatura até3400C.

c) O uso de plásticos só será permitido em conexões e válvulas para redes de plástico pau pressãode 10 kg/cm2 e sob aprovação especial.

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4.7 � CÁRTER

a) Um cárter fechado deverá ser ventilado por um respirador ou por meio de uma sucção de, nomáximo, 25 mm de coluna d�água, sem, entretanto permitir entrada livre de ar no cárter.

b) Cárter fechado de motores, com diâmetro de cilindro maior do que 200 mm, deverá ser dotado deválvulas de segurança. Deverá haver uma em cada extremidade do cárter e, de um modo geral,uma na região de cada manivela, devido ao efeito abafado do cárter. A área livre total das válvulasdeverá ser de 12 mm2 , para cada decímetro cúbico de volume do cárter.

c) As válvulas de segurança deverão ser do tipo de retorno, de descarga rápida e de fechamentoimediato para evitar a entrada de ar. Os perigos de emissão de chamas deverão ser evitados.

d) Junto a cada motor, em local visível, deverão ser colocadas placas de aviso desaconselhando aabertura do cárter quente, antes de decorridos, pelo menos, 10 minutos da parada do motor. Essetempo poderá variar de acordo com o porte do motor. Deverá, ainda, ser desaconselhado religarum motor superaquecido sem antes eliminar a causa do superaquecimento.

4.8 � REGULADOR DE VELOCIDADE

Todos os motores deverão ser dotados de reguladores de velocidade para não permitir que avelocidade exceda ao valor de regime em mais de 15%. Para geradores, ver a Seção correspondente noTomo VI destas Regras.

4.9 � BASE

A base do equipamento deverá ser de construção rígida, estanque ao óleo e com um número deparafusos suficiente para sua fixação à estrutura da embarcação. Os projetos estruturais do apoio e dafixação dos motores principais deverão ser apresentados para aprovação.

4.10 � SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO E DE DESCARGABE GASES DOS MOTORES

a) Deverá ser instalado um indicador de temperatura no retorno da água de circulação do motor.Deverão ser previstos drenos, na parte inferior de todas as câmaras de refrigeração, e uma válvulade descarga na alimentação, para evitar excesso de pressão.

b) As autoridades brasileiras exigem, como itens de segurança, um alarme de alta temperatura deágua de resfriamento e um alarme de baixa pressão de óleo lubrificante nos motores utilizadospara a propulsão da embarcação (MCPS) ou para a geração de energia (NORMAM 02, artigo0401)

c) Deverão ser previstos, pelo menos, dois meios de fornecimento de água ou óleo de refrigeraçãopara as câmaras de refrigeração ou ao refrigerador do motor. Um deles deverá ser de acionamentoindependente. Na refrigeração por água, deverão ser instalados filtros, entre as válvulas de fundoe a admissão das bombas, de modo que possam ser limpos sem interromper o fluxo de água.Esta regra se aplica também ao sistema de circulação de água em emergência.

d) Os dutos de descarga de gases dos motores deverão ser adequadamente isolados ou refrigeradose conduzidos diretamente à atmosfera. Os dutos, no caso de mais de um motor, não deverão serinterligados, porém caso seja inevitável, deverá haver um sistema ou dispositivo que evite o retornode gases para um dos motores que esteja parado. O duto de descarga de gases lançados próximoà linha d�água porém, acima dela, deverá ser protegida contra a entrada da água.

e) No caso de caldeiras que se utilizam de calor da descarga de gases de motores, seu arranjodeverá receber aprovação especial. Os dutos de descarga de gases de caldeiras e de motoresnão deverão ser interligados.

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4.11 � COMPRESSORES DE ARa) A descarga de cada estágio dos compressores de ar para injeção deverá ser dotada de resfriador,

de separador de água/óleo e de válvulas de descarga, adequadamente dimensionadas.

b) A temperatura de ar na saída de cada resfriador não deverá ser superior a 650C.

c) Deverá haver registros que permitam que alguns cilindros operem quando outros estiverem forade operação.

d) A tubulação da rede de ar comprimido deverá ser de aço, sem costura, ou de cobre também semcostura. Deverá ser provida de purgadores.

e) Mesmo em caso de trim pronunciado, os drenos deverão estar em condições de operar.

f) Todo o sistema deverá ser protegido por válvulas de descarga, e as ampolas de ar comprimido quepuderem ser isoladas por meio de válvulas de passagem deverão ter, obrigatoriamente, umaválvula fusível de descarga, para caso de incêndio.

g) Deverão ser instaladas, no mínimo, duas ampolas de ar de partida para os motores-principais. Acapacidade total das ampolas deverá ser suficiente para proporcionar, sem recarregar as ampolas,pelo menos, seis partidas consecutivas em cada motor, se for do tipo não reversível e de dozepartidas, se do tipo reversível.

4.12 � EIXOS DE MANIVELAS

a) O diâmetro dos pinos e munhões do eixo de manivelas não deverá ser menor que:

d = 0,0815 . 3 2163 10,3 KLK ++

L = 102 (P/N);K = A . D2 . I / 0,54; onde

D = diâmetro interno do cilindro, em mm;I = pressão máxima de ignição, em kg/cm2;A = afastamento entre mancais, em mm;P = potência no freio, em HP, eN = rotações por minuto.

A expressão acima é válida para:- motores com mais de seis cilindros; e- aço com resistência à tração de 4200 kg/cm2.

Para motores de:- seis cilindros, aumentar de 2%;- cinco cilindros, aumentar de 4%;- quatro cilindros, aumentar de 7%;- três cilindros, aumentar de 10%@- dois cilindros, aumentar de 13%; e- um cilindro, aumentar de 16%.

Para aço com resistência à tração de:- 5300 kg/cm2, poderá ser reduzido de 15%; e- 6000 kg/cm2, poderá ser reduzido de 18%.

b) A pressão máxima de ignição e a potência ao freio serão medidas, pelo Vistoriador durante oteste do motor. Entretanto, para motores de fabricação em série, caso seja demonstram pelofabricante, por meio de testes num motor piloto (protótipo), que o valor previsto de �i� não éultrapassado dentro das tolerâncias de fabricação e de regulagem, não será necessária a verificaçãodo valor de �i�, desde que o motor forneça a potência de regime.

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c) Alterações no projeto para obtenção de maior potência ou pressões máximas maiores não deverãoser feitas sem a aprovação do BC.

4.13 � MANIVELAS

a) O dimensionamento das manivelas em eixos maciços deverá obedecer às seguintes relações:1 - o produto da largura dos laterais da manivela pelo quadrado da espessura dos laterais deverá

ser maior ou igual a 0,4 . d3., sendo �d� o diâmetro do eixo de manivelas.2 - o produto da espessura pelo quadrado da largura deverá ser igual ou maior do que d3, sendo �d�

o diâmetro do eixo de manivelas.

b) Para o caso de eixos constituídos de partes montadas a espessura da cambota de manivela,mais a ré, deverá ser, no mínimo, de (1/1,82) do diâmetro do eixo de manivelas e sua largura nãodeverá ser menor do que 1,8 vezes o diâmetro dos furos no lateral da manivela.

c) Para as manivelas subseqüentes (partindo de ré), sujeitas a esforços menores, a espessura poderáser reduzida de 5% em cada manivela. Caso seja usada chaveta para fixação das peças, o diâmetrodeverá ser devidamente aumentado para compensar o enfraquecimento ocasionado pelo rasgode chaveta.

4.14 � BRAÇOS DO EIXO DE MANIVELAS

a) O dimensionamento dos braços deverá ser feito de forma que o momento fletor não seja menor doque 60% do momento resistente, proporcionado pelo diâmetro mínimo dos pinos e munhões naflexão, ou seja, deverá ser atendida a relação:

Ied .86,2

23

d = diâmetro mínimo dos pinos e munhões, em cm;1 = largura efetiva do braço, em cm; ee = espessura do braço, em cm.e = distância mínima em diagonal através do braço de manivela, no caso em que as proporções

são tais que os pinos e munhões se interceptam.Para eixos de manivela não inteiriços, �e� não deverá ser menor do que 0,55.d, e �I� não menor do

que 1,8 vezes o diâmetro dos furos dos braços. Essas proporções valem para emprego de mesmo materialpara eixos e braços, e poderão ser modificadas conforme o tipo do material.

b) Os braços deverão ser fixados, por aquecimento ou por prensagem, ao eixo e ao pino e, casoseja contrapinado ou enchavetado ao eixo, este deverá ter um diâmetro aumentado junto aobraço para compensar o rasgo da chaveta.

4.15 � EIXO DO HÉLICE

a) A extremidade interna do eixo do hélice poderá ser feita cônica no acoplamento, para ficar com omesmo diâmetro do eixo a que ele é ligado. Os eixos do hélice deverão ter um cônico preciso naligação do hélice, em especial no diâmetro maior do cônico. A chaveta deverá ajustar-se firmementeno rasgo e deverá ser de tamanho suficiente para transmitir o momento de torção, mas não deveráse estender até o broqueado da luva ao lado de vante do bosso do hélice. A extremidade de vantedo rasgo da chaveta deverá se elevar gradualmente do fundo do rasgo até à superfície do eixo.Todos os cantos do rasgo deverão ser arredondados e evitados, sempre, a concentração detensões. Ver também a Seção 6 - �Linhas de Eixo�

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4.16 � SISTEMAS DE ÓLEO COMBUSTÍVEL E ÓLEO LUBRIFICANTE

a) As autoridades brasileiras estabelecem as seguintes restrições ao sistema de combustível dasembarcações com Arqueação Bruta (AB) superior a 20, por motivos de segurança na navegação.(NORMAM 02, artigo 0418):

1 -não permitem a utilização de combustível com ponto de fulgor inferior a 600C, tais como álcool ougasolina;

2 -nenhum tanque ou rede de óleo combustível poderá ser posicionado em local onde qualquerderramamento ou vazamento dele proveniente venha a constituir risco de incêndio pelo contatocom superfícies aquecidas ou equipamentos elétricos; e

3 -na saída de cada tanque de combustível deverá haver uma válvula de fechamento capaz deinterromper o fluxo da rede.

b) O arranjo da rede de óleo combustível deverá atender aos requisitos desta Seção e da Seção 7.

c) O óleo combustível de transbordamento de tanques, de bandejas coletoras de bombas e tanquesde óleo combustível, deverá ser conduzido a um tanque de dreno próprio, provido de suspiro,sondagem e tomada de aspiração para a bomba de transferência de óleo combustível.

d) As tomadas de enchimento de tanques de armazenamento de óleo combustível deverão estarlocalizadas no convés principal e os tanques deverão estar ligados à atmosfera por suspiros.

e) Tanques não estruturais de óleo combustível deverão ser providos de bandejas coletoras devazamentos, de suspiros e indicadores de nível que poderão ser de vidro desde que sejam dotadosde proteção mecânica e de válvula em cada extremidade. Nos tanques de gasolina não poderãoser utilizados indicadores de nível de vidro.

f) Os tanques de serviço deverão estar localizados a uma altura que permita alimentação do motor,por gravidade.

g) Caso o combustível seja a gasolina, toda tubulação da rede deverá ser de cobre recozido. semcostura, com curvas flexíveis e uniões de metal, e deverão ser de tipo aprovado pelo BC.

h) A tubulação de combustível, entre o tanque de serviço e o carburador, deverá ser protegidamecanicamente, ser visível em todo o seu comprimento e ser provida de uma válvula, em cadaextremidade.

i) Deverão ser instaladas telas metálicas, entre os cilindros e o carburador, ou na admissão de ar esobre todas as bandejas coletoras de óleo.

j) Deverão ser instalados filtros na aspiração da bomba de injeção de óleo combustível e, no caso dosmotores principais de propulsão, a operação de limpeza desses filtros não devera interromper osuprimento de óleo ao motor.

k) Nos tanques de serviço deverão ser instaladas válvulas de fechamento manobradas localmenteda praça de máquinas ou, se necessário, remotamente de um local fora da praça de máquinas.

l) A tubulação de injeção de combustível deverá ser de tubo sem costura e as conexões de tipo extra-reforçado, fabricados em aço ou metal não ferroso aprovado pelo BC.

m) Deverá ser evitada pressão excessiva no ar de lavagem.

n) Todos os motores deverão possuir filtros de óleo lubrificante. Nos motores principais x propulsão,deverá ser prevista a filtragem completa do óleo lubrificante. A operação de limpeza dos, filtrosnão deverá interromper o fluxo de óleo para o motor.

o) A tubulação de óleo lubrificante deverá ser inteiramente separada das tubulações outros sistemas.

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p) Em caso de lubrificação forçada o sistema deverá ser provido de um dispositivo de segurançaque desligue automaticamente o motor, em caso de falha na lubrificação.

4.17 � PEÇAS SUJEITAS A ENSAIOS,TESTES E PROVAS

a) Os seguintes itens de peças deverão ser ensaiados e testados, conforme Seções aplicáveis doTomo II:

- peças fundidas e forjadas para todos os motores, eixos de manivela, eixos de engrenagensredutoras e eixos de propulsão, de porta hélice, de geradores e de motores;

- para motores de 300mm, ou mais, de diâmetro dos cilindros, os seguintes itens: conectoras,bielas e tirantes de estrutura;

- para motores de 450mm, ou mais, de diâmetro dos cilindros: cabeçotes, acoplamentos de eixos,parafusos de acoplamentos, parafusos de bielas e parafusos dos mancais principais;

- vergalhões de aço faminado a quente, de até 200mm de diâmetro, quando aprovada sua utilizaçãoem substituição às peças forjadas acima relacionadas;

- tubos sem costura de cobre e de latão, para resfriadores intermediários e finais, e tubos de cobrepara ar de injeção e de partida;

- tubos para pressões acima de 10 kg/cm2; e- ampolas de ar comprimido para partida de motores.

b) As peças de fabricação em série, dependendo da técnica e do controle de qualidade utilizados nasua fabricação, poderão ser aceitas pela comprovação da dureza e exame superficial.

4.18 � PRECAUÇÕES NA PRAÇA DE MÁQUINAS

Nas praças de máquinas de motores de combustão interna, toda construção em madeira, localizadaa menos de 1,80 metros acima dos cilindros e a menos de 1,20 metros dos cilindros sem refrigeração, dostubos de descarga de gases e dos silenciosos, deverá receber isolamento térmico e revestimento metálico.A camada de isolamento deverá ter, pelo menos, 12,5 mm de espessura.

4.19 � PRECAUÇÕES COM OS MOTORES

a) As normas a seguir são aplicáveis a todos os motores a óleo, para propulsão e para auxiliares.

b) Todas as peças sujeitas a esforços deverão estar isentas de falhas e suas folgas e ajustes deverãoobedecer à melhor técnica de construção naval.

c) As redes de circulação de água de resfriamento e de óleo lubrificante deverão estar limpas deareia e de oxidação.

d) As porcas dos mancais principais e das bielas, bem como de todas as outras partes móveis,deverão ser fixadas por contrapino ou por outro meio adequado. Antes da aceitação final dainstalação completa, será feita a experiência para a verificação de seu funcionamento.

4.20 � SOBRESSALENTES

a) Os sobressalentes e os materiais necessários dos motores dependerão do tipo da máquina, doseu arranjo e do serviço da embarcação.

b) A lista de sobressalentes deverá ser submetida à aprovação do BC.

c) Para embarcações com motores de 130 HP ou mais de potência, a lista de sobressalentes seráconstituída, de um modo geral, de:

- uma tampa de cilindro completa, com válvulas, molas, etc;

- um pistão completo, com anéis, etc;

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- um jogo de peças do sistema de resfriamento do pistão, correspondentes a um cilindro e aquelassujeitas a desgastes;

- um jogo de ferramentas para mancal principal de escora, do tipo de colar;- um jogo de parafusos especiais, para um hélice;- um jogo de mancais para compressor de ar de lavagem, caso haja apenas um único compressor;- uma quarta parte do número total de agulhas dos injetares,- um jogo de anéis de pistão, para um pistão;- um jogo de casquilhos dos mancais principais, com parafusos e porcas;- um jogo de casquilhos dos mancais das manivelas, com parafusos e porcas;- um jogo de casquilhos para o mancal da cruzeta completa, com parafusos e porcas, se usado, ou

embuchamento de pino, no caso de pistões de tronco;- um jogo de peças, sujeitas a desgastes, das bombas de óleo combustível;- um jogo de anéis, para cada tamanho dos pistões do compressores de ar;- 50% das válvulas completas, para os compressores de ar;- um jogo de parafusos e prisioneiros, de cada tamanho, para lima tampa completa de motores e

compressores;- um jogo de parafusos e porcas, para um acoplamento;- uma quarta parte das gaxetas especiais usadas ou, no mínimo, uma de cada tipo e tamanho;- um jogo de suportes e calibres, para alinhamento do eixo principal;- um comprimento da seção mais longa de cada tubo de óleo ou de ar comprimido;- variedade de parafusos, porcas, flanges para tubos, etc;- um jogo de válvulas, de cada tamanho e modelo, das bombas de porão, de óleo lubrificante, de

óleo combustível e de refrigeração;- um jogo completo de ferramentas necessárias.

b) No caso em que o equipamento auxiliar disponha de �kits� para uso como sobressalentes nãoserá necessário manter, em estoque, correspondentes peças sobressalentes.

c) Para os demais equipamentos da embarcação, os sobressalentes deverão seguir exigênciasapresentadas nas Seções correspondentes.

d) Farão parte da lista de sobressalentes necessários, para embarcações destinadas a percursosmaiores em regiões remotas, visando a maiores reparos, os seguintes itens:

- uma camisa de cilindro completa, com acessórios;- um eixo de hélice;- um hélice;- um hélice, para cada sentido de rotação, ou um jogo de pás de hélice, para cama sentido

de rotação;- um jogo de parafusos especiais, para um hélice completo;- uma bucha de rodas dentadas de comando do eixo de válvulas, com uma roda de cada

modelo e tamanho; e- um vinte avos dos tubos do resfriador (trocador de calor) completos, com virolas se houver.

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TOMO V � MÁQUINAS

SEÇÃO 5

HÉLICES

5.1 � REQUISITOS GERAIS

a) Hélices de embarcações a motor, com 130 HP ou mais de potência instalada, deverão ser fabricadosde acordo com os requisitos estabelecidos a seguir e deverão ter seu projeto previamente aprovado.

b) Quanto ao emprego de matérias primas para a fabricação dos hélices deverão ser seguidas asindicações da Seção correspondente no Tomo 11 destas Regras.

c) Para o caso de hélices com pás removíveis, os ensaios de material se aplicam a cada pá.

d) Para hélices inteiriços, maiores do que 2 metros de diâmetro, fabricados em aço ou bronze, serãofeitos dois ensaios de material pertencente a pás opostas, e para hélices menores, bastará umúnico ensaio.

e) Todos os hélices serão submetidos à inspeção e deverão estar suspensos para exames de defeitossuperficiais e de percussão por martelo.

f) O material dos estojos de fixação das pás removíveis ao cubo do hélice deverá ser de aço de tipoadequado e devidamente submetido a ensaio de material pelo Vistoriador do BC.

g) Os hélices deverão ser balanceados de forma a evitar vibração em decorrência de distribuiçãodesequilibrada de massa.

h) O critério de aceitação para as dimensões e balanceamento do hélice deverão ser os definidospela norma ISO R-484.

5.2 � DESENHOS A SEREM SUBMETIDOS

a) Deverão ser submetidos à aprovação os desenhos dos hélices, inclusive dos sobressalentes. Afim de permitir a verificação das medidas na seção a 0,25 do raio, os desenhos deverão apresentar,também, os seguintes dados e informações:

- tipo do motor de propulsão;- potência transmitida ao hélice;- rotações do hélice, compatível com a potência acima;- empuxo desenvolvido pelo hélice;- natureza e características do material do hélice; e- características geométricas do hélice:

- número de pás;- diâmetro;- passo;- espessura e largura em várias seções; e

- inclinação.

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5.3 � FIXAÇÃO

5.3.1 � Hélices de Pás Removíveis

a) A face do flange da pá do hélice deverá se apoiar no cubo do hélice e a folga, entre o pino-guia eo furo e entre a borda do flange e o seu rebaixo, deverá ser a menor possível.

b) Os estojos de fixação das pás removíveis deverão ter ajuste sem folga no cubo do hélice. edeverão ser providos de meios efetivos de travamento. As porcas deverão possuir roscas ajustadassem folga e fixadas através de parafusos ou outros meios de travamento eficiente. É obrigatória autilização de um ressalto no estojo, sob o flange da pá.

5.3.2 � Chavetas

a) A chaveta deverá ajustar-se perfeitamente ao cubo do hélice.

b) Quando os hélices forem instalados sem o uso de chavetas, deverão ser apresentados os cálculosdetalhados das tensões e as instruções de instalação, ao BC para revisão.

5.3.3 � Proteção contra a corrosão

a) Em embarcações que operam em água salgada, as partes dos eixos em aço em contato com aágua salgada deverão receber proteção contra corrosão por meio de enchimento de todos osespaços entre a tampa do cubo, cubo e eixo, com material apropriado.

b) Na parte de vante do hélice deverá ser instalado um retentor de borracha macia. Quando o retentorfor colocado externamente, o broqueado do cubo deverá ser preenchido com material adequado.A folga entre a camisa do eixo e o broqueado do cubo deverá ser mínima. Quando o retentor forinstalado pelo lado de dentro, deverá ser prevista uma boa folga entre a camisa de proteção doeixo e o cubo. O retentor deverá apoiar firmemente sobre a camisa.

5.3.4 � Dimensionamento dos estojos

a) A área mínima da seção dos estojos de fixação, na raiz da rosca, deverá ser a dada pela seguinteexpressão:

S =f3 . L (3,64 . A . c . P . p) cm2

S = área mínima da seção, em cm2 ;f = diâmetro mínimo calculado do eixo de propulsão, acrescido de 5% mais 0,00697.L, em cm;L = diâmetro do hélice, em cm;A = passo do hélice, em cm;c = raio da circunferência dos centros dos estojos, em cm;P = número de pás do hélice; ep = número de estojos no lado de acionamento da pá.

5.4 � SOBRESSÁLENTES

Para o material sobressalente necessário, seguir as indicações contidas na Seção referente aotipo de propulsão em uso.

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TOMO V - MÁQUINAS

SEÇAO 6

LINHAS DE EIXO

6.1 � REQUISITOS GERAIS

a) Para diâmetro da linha de eixo de embarcações com máquinas alternativas a vapor, considerar aformulação constante da Seção 2 destas Regras.

b) Especificamente, para eixos de rodas dentadas, rotores e para máquinas auxiliares, comacionamento a turbinas a vapor, ver Seção 3 destas Regras.

c) As expressões a seguir consideram o emprego de aço de resistência à tração de 4.200 kg/cm2, ou420 MPa O emprego de outros materiais será especialmente considerado pelo BC

d) As fórmulas não consideram a ocorrência de esforços adicionais devido a vibração ou de condiçõesperigosas decorrentes da velocidade crítica.

e) Os eixos ocos deverão ser projetados de forma que sua resistência seja equivalente à necessáriapara eixos maciços.

6.2 � EIXOS INTERMEDIÃRIOS

a) O diâmetro mínimo dos eixos intermediários deverá ser determinado pela seguinte fórmula:

d = 9,35 k 3nP cm

P = potência do freio, na velocidade de regime, em HP;n = rotação por minuto, na velocidade de regime; ek = 1,0 para eixos com flange de acoplamentok = 1.1 para eixos enxavetados.

b) A expressão anterior será válida para eixos de embarcações para serviços portuário ou fluvial.No caso de embarcações que eventualmente mudam de porto ou local de operação, o diâmetrodeverá ser aumentado de 4% e, no caso de eixo de apoio, aumentar de 1 0%.

c) O diâmetro dos eixos intermediários, nos locais das buchas, deverá ser, no mínimo, 10% maior doque o diâmetro �d� calculado em 1.5.1. No caso de não receber luvas de proteção, este acréscimodeverá, no mínimo, ser de 15%.

6.3 � EIXO DE PROPULSÃO

a) O diâmetro mínimo do eixo de propulsão deverá ser de:

P = 0.007H + (d/0.95) mm - para eixos com camisa de proteção contra água salgada ou eixospara água doce; ou

P = 0.10H + (d/0.95) mm - para eixos não protegidos;

H = diâmetro do hélice, em mm; ed = diâmetro do eixo intermediário, em mm, como calculado em 1.5.

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b) A extremidade interna do eixo de propulsão poderá ter seu diâmetro reduzido de forma cônica, naregião do acoplamento, até ficar com o mesmo diâmetro do eixo a ele ligado. O eixo de propulsão,na parte cônica de ligação do hélice, deverá ter ajustagem precisa, em especial na extremidadede maior diâmetro.

6.4 � MANCAIS

O comprimento do mancar suporte do hélice, não deverá ser menor do que quatro vezes o diâmetromínimo do eixo de propulsão, a não ser para mancais metálicos, cuja aprovação será feita medianteapresentação do projeto.

6.5 � CAMISAS DE PROTEÇÃO

a) As camisas de bronze, quando utilizadas, deverão ser de boa qualidade, livres de porosidades ede outros defeitos. Deverão ser submetidas ao teste hidrostático à pressão de 1 kg/mm2.

b) A espessura das camisas para eixos de propulsão ou de tubos telescópicos expostos à águasalgada, na região dos mancais, não deverá ser menor do que:

e 0,04. d + 0,5cm

d diâmetro mínimo do eixo, em cm.

c) A espessura da camisa contínua, entre mancais, não poderá ser menor do que 75% da espessura�e�. A camisa contínua deverá ser fundida em uma única peça, Caso seja fundida em duas oumais peças, a união das peças deverá ser feita através de método de fusão aprovado e que,alcance, pelo menos, dois terços da espessura da camisa. Poderão ser utilizados retentores deborracha.

d) Se a camisa não se ajustar com folga, não garantindo estanqueidade, entre os mancais, o espaçoentre o eixo e a camisa deverá ser preenchido, sob pressão, com um composto insolúvel em águanão corrosivo.

e) Todas as camisas deverão ser cuidadosamente instaladas a quente ou sob pressão. Não deverãoser fixadas por pinos.

6.7 � PARAFUSOS PARA LIGAÇÃO DE EIXOS

a) O diâmetro mínimo �p� dos parafusos de acoplamento de eixos deverá obtido da seguinteexpressão:

P = NRP

3

3

mm

P = diâmetro do eixo, em mm;N = número de parafusos; eR = raio da circunferência dos centros dos parafusos, em mm.

Os parafusos de acoplamento deverão ser ajustados com precisão e onde o acoplamento não éparte do próprio eixo, deverá ser prevista a ação da força de propulsão em marcha à ré.

6.8 � CHAVETAS

A chaveta deverá ajustar-se firmemente no rasgo da chaveta e deverá ser dimensionada para transmitir omomento de torção (torque), não devendo estender-se até o bloqueado da camisa ao lado de vante dobosso do hélice.

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TOMO V - MÁQUINAS

SEÇAO 7

TUBULAÇÃO E BOMBAS

7.1 � REQUISITOS GERAISa) Bombas e sistema de tubulação deverão ser verificadas quanto à operação eficiente e segura em

conformidade com os serviços a que se destinam.

b) Os materiais deverão ser inspecionados e deverão estar de acordo com as regras do BC.

7.2 � DESENHOS A SEREM SUBMETIDOSa) Deverão ser submetidos para aprovação os seguintes desenhos diagramáticos mostrando

claramente o arranjo e detalhes, em três vias:

- Arranjo Geral de Bombas e Tubulações;- Sistema Sanitário;- Sistema de Esgoto e Lastro;- Tubos de Suspiros, Sondagens e de Transbordamento;- Sistemas de Enchimento, Transferência e de Serviços de óleo Combustível;- Sistema de óleo Lubrificante;- Sistema de Bombeamento de óleo de Carga;- Sistema de Tubulação de Força Hidráulica;- Sistema de Água Doce;- Sistema de Combate a Incêndio;- Sistema de Tubulação da Máquina do Leme,- Sistema de Ar de Partida; e- Sistema de Descarga de Gases.

b) Cada desenho deverá ser acompanhado de sua respectiva lista de material contendo, paratubulações: dimensões, espessuras de parede, pressões máximas de trabalho, materiais, etc. epara válvulas e acessórios: diâmetro nominal, tipo, pressão máxima admissível, materiais, etc.

7.3 � MATERIAISa) Deverão ser seguidos os requisitos de materiais estabelecidos nas Seções aplicáveis do Tomo II

destas Regras. Caso sejam empregados materiais ainda não aprovados, estes serão objeto deestudo prévio.

b) Os pedidos de compra deverão ser apresentados, em duas vias, para materiais sujeitos a ensaiosdurante a fabricação.

7.4 � PRESSÕES DE TESTEa) Os testes serão aplicados após o encurvamento que seja necessário e após a colocação dos

flanges.

b) No caso de tubulação de óleo combustível de serviço, a pressão de teste será aplicada com 50%de sobrecarga, com um mínimo de 36 kg/cm2 .

c) Em tubulação de transferência de óleo combustível, a pressão de teste será de 36 kg/cm2.

d) Em tubulação de óleo de carga, a pressão de teste será aplicada com 50% de sobrecarga.

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7.5 � INSTALAÇAO DAS REDES

a) Onde necessário, deverá haver proteção mecânica adequada nos sistema de tubulações, incluindoos acessórios como válvulas, volantes, indicadores, etc. A proteção deverá ser do tipo removívelpara permitir inspeção e manutenção de rotina.

b) Nenhuma tubulação de água doce deverá atravessar tanques de óleo e vice-versa.

c) Deverá ser dada atenção especial para que o sistema de água doce não seja contaminado pelaágua salgada.

d) Deverá ser evitada a possibilidade de vazamento de fluidos nas proximidades de quadros elétricos.

e) Juntas deslizantes para expansão de tubulação não poderão ser usadas no interior de porões decarga ou em locais de difícil acesso.

f) No caso de tubos atravessarem conveses ou tampas estanques, os tubos deverão ser soldadosem ambos os lados. No caso de ligações aparafusadas, a chapa também deverá se, roscada,para garantir a estanqueidade.

g) Tubo atravessando a antepara estanque do tanque de colisão, deverá possuir válvula defechamento, no lado do tanque de colisão. A válvula deverá ser manobrada acima do convés dasanteparas e deverá ser instalada com o corpo fixado junto à antepara. Deverá haver uma indicaçãode válvula aberta ou fechada. Não será permitido o emprego de válvulas tipo gaveta na anteparaestanque do tanque de colisão. Válvulas tipo gaveta só serão permitidas em passagens poroutras anteparas estanques e desde que sejam sempre acessíveis.

h) Compartimentos localizados a ré da embarcação e acima de fundos estanques, poderãodescarregar seus drenos no túnel do eixo ou outros espaços abaixo desde que a tubulação dedrenagem não tenha diâmetro nominal maior do que 80mm, possua válvula automática defechamento rápido e acesso ao compartimento para onde será feita a drenagem.

i) Toda tubulação que possa ser submetida a pressões maiores do que aquelas para as quais foiprojetada, deverá ser protegida por válvulas de alívio. Em redes de incêndio e de óleo, ondesejam empregadas somente bombas centrífugas e onde a pressão não ultrapasse a pressãoadmissível tubo, não será necessária o emprego de válvulas de alívio. Em nenhum caso, redesde sistemas diferentes não poderão ter descarga comum.

j) No caso de válvulas de fundo e tomadas d�água aparafusadas no chapeamento do casco, osparafusos deverão ter a cabeça embutida e escarrada na chapa, ou estojos fixados em chapareforço, em conformidade com a Seção aplicável, no Tomo IV destas Regras.

k) As tomadas d�água no casco deverão ser projetadas e dimensionadas de forma a @,1 provocarperdas de aspiração. Deverão possuir filtros com área livre de passagem 1,5 vezes a área daválvula nela instalada.

l) Deverão ser instaladas válvulas na descarga das bombas da caldeira e do evaporados

m) Abaixo do convés da borda livre não será permitido o uso de ferro fundido nas ligações com ocasco da embarcação.

n) As conexões entre válvulas deverão ser robustas e mais curtas quanto possível.

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7.6 � EMBARCAÇÕES DE TRANSPORTE DE ÓLEO DE CARGA

7.6.1 � Bombas de Óleo de carga

a) As embarcações que transportam derivados de petróleo deverão ter suas bombas de cargaprojetadas de forma a evitar centelhamento.

b) Deverá ser dada atenção para que seja evitado vazamento de óleo pela caixa de gaxetas. Quandoeixos atravessarem anteparas estanques a gás, deverão ser instalados acoplamentos flexíveisnos eixos, entre as bombas e seus acionadores e nas anteparas deverão ser instaladas caixas degaxetas.

c) Bombas, incluindo as de carga, de lastro e de resto de tanque, instaladas em praças de bombasde carga e cujos eixos atravessam suas anteparas, deverão ser instaladas com sensores detemperatura nas peças de passagens de anteparas, nos mancais e nas carcaças das bombas.Temperaturas excessivas deverão disparar alarmes visuais e audíveis instaladas no compartimentode controle de carga ou na estação de controle das bombas.

d) Na descarga de cada bomba deverá haver uma válvula de alívio de tipo adequado ligada à aspiraçãoda bomba. Deverá ser prevista uma conexão, em paralelo, contornando a bomba, empregadadurante a operação de enchimento dos tanques através da tubulação de aspiração.

e) Em cada bomba deverá ser previsto um indicador de pressão, no lado da descarga. No caso emque o acionador da bomba esteja localizado fora da praça de bombas, deverão ser previstosindicadores adicionais visíveis do compartimento dos motores acionadores.

7.6.2 � Rede de carga

a) O sistema de rede de carga deverá ser totalmente separado dos demais sistemas de redes e nãodeverão atravessar tanques de óleo combustível nem através de espaços de máquinas, ondenormalmente fontes de combustão de vapor estão presentes. As tubulações de óleo de cargadeverão ser conduzidas tão próximas do fundo dos tanques quanto possível.

b) Quando for utilizada água para lastro, deverão ser previstos dispositivos de limpeza de tanque ououtros meios para isolar as bombas da tomada d�água. Um dos meios para isolar as bombaspoderá ser a instalação de duas válvulas, entre a admissão da água e a rede de óleo.

7.6.3 � Suspiros

Em cada tanque de carga deverá ser instalada uma válvula de alívio, do tipo vácuo-pressão, ouum tubo de suspiro ligado a um coletor comum que por sua vez deverá ser conduzido até a uma alturaadequada acima do convés e dotado de dispositivo detetor de chama ou válvula de alívio vácuo-pressão,na saída para a atmosfera.

7.6.4 � Outras redes

a) Deverá ser previsto meio adequado para a retirada do esgoto das praças de bombas e decompartimentos adjacentes. Poderão ser utilizados, para esse fim, uma bomba de esgotoindependente, um edutor ou, um ramal de aspiração de uma bomba de carga ou de resto. Abomba não deverá estar localizada e nem a tubulação passar através de compartimento demáquinas onde normalmente fontes de combustão de vapor estão presentes.

b) No caso de utilizar, para esgoto, um ramal de aspiração de uma bomba de carga ou de umabomba de resto, deverá ser instalada uma válvula de retenção no ramal de aspiração de esgoto.Se o ramal de aspiração de esgoto está sujeita à pressão de óleo da linha de enchimento, deveráser instalada uma válvula de fechamento adicional.

c) Redes sanitárias e de despejos poderão atravessar tanques de carga a uma altura acima da linhad�água. A quantidade de tubos deverá ser mínima, combinando-se o maior número possível deramais. A espessura de parede da tubulação, dentro dos tanques de carga, deverá ser de, pelo

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d) menos, 15 mm e as conexões deverão ser soldadas. Na tubulação de descarga, acima do tanque,deverá ser prevista uma válvula de retenção. Todos os aparelhos sanitários e de despejos deverãopossuir uma vedação hidráulica conduzida à atmosfera.

7.6.5 � Sistema de lnertização

No caso de ser provido um sistema de inertização nos tanques de carga, para proteção contraincêndio, seu projeto deverá ser previamente aprovado.

7.7 � SUSPIROS, SONDAGENS E TRANBORDAMENTO

7.7.1 � Requisitos gerais

a) Todos os tubos de suspiro e de transbordamento deverão terminar em curva de 1809.

b) No dimensionamento dos tubos de suspiros e de transbordamento, independentemente do expostoa seguir, deverão ser levados, sempre, em consideração a capacidade e a pressão da bomba queserve o tanque.

7.7.2 � Suspiros

a) Em todas as embarcações, o arranjo estrutural de fundos duplos e de tanques deverá permitirpassagem livre de ar e de gases para tubos de suspiros.

b) Tanques com superfícies comparativamente pequena, como tanques de decantação de óleocombustível, deverão ser dotados de um único tubo de suspiro, entretanto, aqueles com superfíciegrande deverão possuir, pelo menos, dois tubos de suspiros, um deles localizado na parte maisalta do tanque.

c) Os suspiros deverão estar dispostos de modo a prover drenagem adequada sob todas as condiçõesnormais de operação da embarcação.

d) Todos os suspiros deverão possuir dispositivos de fechamento, para o caso de mau tempo ou deemergência.

e) Os suspiros de tanques de fundo duplo e de outros compartimentos que se estendem até ocostado da embarcação, deverão ser conduzidos acima do convés das anteparas. Os suspirosde tanques de lastro e de óleo combustível deverão, ainda, terminar em convés exposto.

f) Suspiros de tanques que não se estendem até o costado poderão terminar no interior cia praçade máquinas, entretanto, deverão ficar afastados de equipamentos elétricos, para evitarderramamento de fluidos sobre os mesmos.

g) Suspiros de tanques de água doce, no interior da praça de máquinas, deverão terminar acima dalinha de carga máxima.

h) Os suspiros de tanques de óleo combustível deverão ser dotados de telas antichamas de materialresistente à corrosão, com área de passagem livre não inferior a área requerida para o suspiro. Osuspiro deverá ser localizado em área onde a possibilidade de combustão dos gases emanadosdo suspiro seja remota. Recomenda-se ver também as normas da ABNT aplicáveis.

i) Suspiros de tanques de óleo lubrificante, no interior da praça de máquinas, deverão estar afastadosde equipamentos, de forma a evitar o derramamento de óleo sobre superfícies quentes ou sobreaparelhos que poderão ser danificados pela ação do óleo derramado.

j) A altura dos suspiros, acima do convés da borda livre deverá ser, no mínimo, de 1,0 metros. Nocaso de convés da superestrutura deverá ser de, pelo menos, 0,5 metros e no caso de, convéselevado a ré, de 0,80 metros.

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k) De um modo geral, o diâmetro dos tubos de suspiro deverá ser de, no mínimo, 60mm para tanquesde óleo e de 50mm para tanques de água.

7.7.3 � Sondagens

a) Os tanques de água doce ou de óleo combustível deverão possuir um dispositivo de sondagemmanual, mesmo quando sejam dotados de indicadores aprovados.

b) O diâmetro dos tubos de sondagem deverá ser de, no mínimo, 35 mm, para todos os tanques quenão sejam acessíveis a qualquer instante.

c) Tubos de sondagem que terminam abaixo da borda-livre, deverão possuir dispositivos defechamento por válvulas ou tampa bujão preso ao tubo por meio de corrente resistente à corrosão.No caso de sondagem de tanques de óleo, deverão ser usadas válvulas automáticas de fechamentorápido.

d) No fundo dos tanques, sob os tubos de sondagem deverá ser soldada uma peça reforço paraevitar que o choque da sonda danifique o chapeamento do casco da embarcação.

e) Indicadores de nível de vidro poderão ser usados em tanques, desde que providos de válvulasem cada extremidade e adequadamente protegidos contra. danos mecânicos.

7.7.4 � Transbordamento

a) Os tubos de transbordamento descarregando pelo costado deverão ser lançados bem acima dalinha de carga máxima e providos dê válvulas de retenção.

b) Em tanque de fundo onde possa, eventualmente, ser transportada carga seca, o tubo detransbordamento deverá receber um flange de fechamento, instalado de modo a não prejudicar aventilação do transporte de carga líquida.

c) Quando o tanque não dispor de transbordamento, a seção combinada dos tubos de suspiro dotanque deverá ser igual a 125% da seção da tubulação de enchimento, quando a transferência éfeita por bombeamento. Caso o tanque seja provido de tubo de transbordamento, a seçãocombinada dos tubos de tubos de transbordamento de cada tanque deverá ser de, pelo menos,125% da rede de enchimento e os suspiros não precisam ter diâmetro maior do que o mínimoacima estabelecido.

7.8 � SISTEMAS DE ESGOTO E LASTRO

a) Os sistemas de bombeamento de esgoto e de lastro deverão ser capazes de esgotar qualquersubdivisão da embarcação, mesmo com inclinação de 52.

b) Todas as embarcações com comprimento de 50 metros e acima, deverão ser dotadas de duasbombas de esgoto independentes, de acionamento a motor. No caso de embarcações menoresdo que 50 metros, uma das bombas poderá ser substituída por duas bombas manuais ou ejetoresa vapor.

c) A capacidade de cada uma das bombas a motor deverá ser tal que a velocidade de escoamentona tubulação principal de esgoto seja de 2,0 metros/segundo, sendo o diâmetro da tubulaçãoobtido de acordo com a formulação apresentada neste item.

d) Bombas de serviços gerais, de esgoto sanitário ou de lastro poderão ser consideradas comobombas de esgoto, desde que estejam dimensionadas para atender aos requisitos aplicáveis àsbombas de esgoto aqui estabelecidos.

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e) O esgoto de paióis de amarras, tanques de colisão e coberta acima, poderá ser feito através debombas de esgoto manuais.

f) O fundo da praça de máquinas deverá possuir, obrigatoriamente, uma boca de aspiraçãodiretamente ligada a uma das bombas de esgoto, de maior capacidade e que opereindependentemente do restante da rede.

g) O arranjo dos sistemas de esgoto e lastro deverá ser tal que seja evitada a possibilidade de águaou óleo vazar para o interior de compartimentos de máquinas ou de carga, ou de um compartimentopara outro.

h) As redes de lastro e de esgoto deverão ter válvulas de controle independentes nas bombas.

i) As redes de óleo e de lastro deverão ser fechadas quando tanques profundos forem utilizadospara transporte de cargas secas. Quando for transportado óleo ou lastro, a rede de esgoto deveráser bloqueada.

j) A tubulação de esgoto ou de lastro que atravessa tanques profundos, deverá ser protegida porum túnel estanque a água ou óleo, ou ser do tipo reforçada. Caso não seja adotado o túnel,deverão ser previstas válvulas de retenção nas extremidades abertas da rede.

k) Todos os coletores (pianos de válvulas), torneiras e válvulas do sistema de esgoto deverão estarlocalizados em áreas de acesso fácil, em quaisquer condições de serviço da embarcação. Todasas válvulas das redes de esgoto, controladas do interior da praça de máquinas, deverão ser deretenção.

l) As redes de esgoto da praça de máquinas deverão ser dotadas de raios de fácil acesso, peloestrado. Deverão ser instalados, ainda, filtros, em locais acessíveis, entre os coletores de esgotoe as bobas.

m) As extremidades das redes de esgoto de outros compartimentos deverão ser providos de raioscom área de passagem livre não menor do que três vezes a área da tubulação de aspiração.

n) O diâmetro mínimo da tubulação de aspiração da rede principal de esgoto deverá ser obtido pelaseguinte expressão:

d = 25 + ( )PBC +×82,2 mm

d = diâmetro interno do tubo, em mm-C = comprimento da embarcação, na linha da borda - livre, em metros;B = boca da embarcação, em metros; eP = pontal da embarcação, em metros.

7.9 � EMBORNAIS E DESCARGAS SANITÁRIAS E DE LIXO

7.9.1 � Embornais

a) Deverão ser instalados embornais de dimensões adequadas, em quantidade suficiente em todosos conveses da embarcação. Deverão ser localizados de modo a prover a drenagem eficiente daágua embarcada.

b) A drenagem de conveses expostos ao tempo deverá ser conduzida para fora da borda, e aquelaproveniente de espaços abaixo do convés principal deverá ser conduzida para pocetos de esgoto.Poderá, entretanto, descarregar pelo costado, desde que sejam instalados meios eficientes e defácil acesso que impeçam a entrada de água na embarcação.

c) Não é permitido o emprego de embornais fabricados de ferro fundido.

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7.9.2 � Descargas sanitárias e de lixo

a) As descargas sanitárias, provenientes de compartimentos situados abaixo do convés principal,deverão ser providos de meios efetivos e acessíveis que evitem o refluxo da descarga sanitária.

b) As descargas de lixo, localizadas abaixo da linha d�água, deverão ser dotadas de tampas estanquese meios que evitem o retorno do material para o interior da embarcação.

7.10 � SISTEMA DE ÕLEO COMBUSTÍVEL

a) O sistema de bombeamento de óleo combustível deverá ser distinto, tanto quanto possível, dosoutros sistemas de bombeamento. Quando existirem interligações, o sistema deverá dotado demeios que evitem ligações perigosas em serviço.

b) As bombas de serviço de óleo combustível deverão ser independentes, cada motor, e cada bombadeverá ter capacidade de fornecer combustível necessário para o motor a plena carga. As bombasdeverão ser instaladas em duplicata.

c) Os filtros, na aspiração e na descarga de óleo, deverão ser instalados de modo a possibilitar alimpeza de um sem interromper o fornecimento de combustível ao motor.

d) Não é permitida a instalação de tanques de serviço de óleo combustível sobre o espaço ocupadopelos motores.

e) A rede de óleo combustível, entre as bombas de serviço, deverá ser visível e possuir uma válvulana descarga para permitir que o óleo retome ao tanque ou à aspiração das bombas.

f) A tubulação de óleo, sob pressão, deverá ser fabricada em aço reforçado e sem costura.

g) Os drenos dos aquecedores de óleo deverão ser feitos da mesma maneira que os drenos dasserpentinas de aquecimento, se necessário.

7.11 � SISTEMA DE ÓLEO LUBRIFICANTE

a) A rede de óleo lubrificante deverá ser totalmente separada das redes dos demais sistemas.

b) O sistema de lubrificação deverá operar de modo eficiente, mesmo com trim permanente de 5o ebanda permanente de 15o

c) Quando a lubrificação do motor for do tipo forçada (sob pressão), deverão ser instaladas duasbombas de óleo lubrificante, podendo ser acionadas pelo próprio motor ou serem independentes,e uma delas será de reserva.

7.12 � TUBOS DE AÇO, COBRE, LATÃO E PLASTICO

a) Todos os tubos para uso em sistemas de redes com pressão de trabalho acima de 10 kg/cm2

serão testados e inspecionados pelo BC.

b) Tubos de aço, sem costura, poderão ser empregados, de um modo geral, para todas as finalidades,sendo seu uso obrigatório em redes pressurizadas de óleo combustível, exceto pequenos trechos,em conexões flexíveis para queimadores ou para injetores de motores diesel.

c) Em redes de ar comprimido para motores diesel poderão ser usados tubos de cobre sem costuraou de aço soldados por resistência, para pressões até 23 kg/cm2 e temperaturas até 3400C.

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d) Tubos de latão, sem costura, de um modo geral, poderão ser empregados para temperaturas quenão excedam 2000C.

e) Tubos de plástico rígido não poderão ser usados em redes de óleo combustível, óleo lubrificante,incêndio e esgoto. Seu emprego está restrito para pressões inferiores a 10 kg/cm2 .

f) A pressão máxima de trabalho do tubo deverá ser dada pela expressão a seguir, porém deveráser no mínimo de 4 kg/cm2 para tubos de metal não ferroso e de 12 kg/cm2, para tubos de

P = T ( )

( ) ( )deCEde−−−

−×× 2 kg/cm2

P = pressão máxima de trabalho, em kg/cm2

T = tensão máxima permissível, em kg/cm2;e = espessura mínima do tubo, em cm;d = 0, 1 7 para tubos de aço sem rosca e tubos roscados de diâmetro até 10 mm;d = profundidade da rosca, para tubos acima de 10 mm de diâmetro;C = compensação para perdas, como corrosão, rebaixamento e rosca; valores, conforme tabela

abaixo;C = 0, para tubos de metal não ferroso e sem rosca.

g) Para tubos plásticos rígidos, a pressão de serviço será de 20% da pressão hidrostática de ruptura.

7.13 � VALVULAS

a) Os eixos, discos e redes das válvulas deverão ser fabricados de material resistente à[ corrosão eadequado ao serviço.

b) Todas as válvulas deverão fechar com o movimento da válvula no sentido horário, para quem olhade frente a extremidade da haste, e ser de haste tipo ascendente ou possuir um indicador paramostrar se a válvula está aberta ou fechada. No caso de embarcações-tanque que disponha msistema de válvula com controle remoto, não será necessário o indicador.

c) Todas as válvulas de ferro fundido deverão ter os castelos aparafusados, bem como todas asválvulas de diâmetro maior de 55 mm, sujeitas a pressões acima de 10 kg/cm2. As demais,poderão ter os castelos aparafusados.

d) As válvulas deverão ser submetidas a um teste de pressão, de acordo com as normas da ABNT.

e) No corpo da válvula deverá, obrigatoriamente, haver indicação da pressão de trabalho, da pressãomáxima e o nome do fabricante.

7,14 � CONEXÕES

a) Nas redes sujeitas a pressão de trabalho acima de 10 kg/cm2, as conexões de diâmetro superiora 55 mm deverão ser flangeadas, a não ser que sejam soldadas. As conexões flangeadas deverãosempre receber juntas de vedação apropriadas.

Temperatura em 0C C

30 até 300 0.8

400 0.8

440 0.8

480 0.8

510 1.0

540 1.4

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TOMO V � MAQUINAS

SEÇAO 8

REFRIGERAÇÃO

8.1 � PROJETOO projeto de instalação de refrigeração deverá ser apresentado antes da fabricação, contendo:

especificações detalhadas, redes de tubulações e de dutos, ventiladores, radiadores, termômetros, esgotos,temperatura mínima de projeto, lista de sobressalentes, elementos do sistema de condensação, esquemaselétricos, disposição dos elementos, etc.

8.2 � GASES DE REFRIGERAÇÃOOs gases de refrigeração, de uso autorizado são: dióxido de carbono e freon. A amônia, somente

para sistemas indiretos.

8.3 � CAPACIDADE DE REFRIGERAÇÃOa) Deverão ser instaladas, pelo menos, duas unidades completas de refrigeração. A capacidade

total das máquinas de refrigeração deverá ser tal que possa refrigerar convenientemente, notempo adequado, toda a carga a bordo.

b) Cada unidade de refrigeração, operando 24 horas/dia nas piores condições climáticas, deveráser capaz de manter a temperatura de projeto no interior dos compartimentos de carga, mantendo-se sempre uma unidade parada, como reserva.

c) Caso o compartimento refrigerado tenha menos de 400 m3 de capacidade, poderá ser usada umaúnica unidade de condensação, acompanhada de um estoque de peças sobressalentes.

d) Todos os componentes do sistema de refrigeração deverão atender aos requisitos aplicáveisapresentados em Seções de outros Tomos destas Regras.

8.4 � BOMBAS DE CIRCULAÇÃO

As bombas de circulação deverão ser instaladas aos pares, com ligações independentes para asbombas auxiliares. Deverá haver, pelo menos, duas aspirações de água salgada.

8.5 � VÁLVULA DE DESCOMPRESSÃO

a) Cada recipiente sob pressão com gás refrigerante liquefeito, e que possa ser isolado do sistema,deverá ser dotado de uma válvula de alívio regulada para operar na pressão de projeto. A válvulapoderá aliviar a pressão, primeiramente, para a parte de baixa pressão, antes de descarregarpara a atmosfera.

b) No caso de aliviar diretamente para a atmosfera, a perda de gás poderá ser evitada, utilizando-sedisco de ruptura em série com a válvula de descarga. A pressão de ruptura do disco e o ajuste daválvula de alívio não poderá ser maior do que a pressão de projeto.

c) Cada compressor deverá possuir, no lado da descarga, uma válvula de alívio ou um disco deruptura.

d) A montante de cada válvula de expansão e solenóide, deverá ser instalado um filtro com tubulaçõesem derivação, para permitir a limpeza do filtro, sem interrupção de serviço.

e) Todas as válvulas motorizadas deverão também possuir acionamento manual para emergência.

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8.6 � VENTILAÇAO DAS PRAÇAS

a) A sala das máquinas de refrigeração deverá ter boa ventilação e provida de sistema de esgoto.No caso de instalação de refrigeração utilize a amônia, como elemento refrigerante, a sala deverápossuir plena comunicação com a atmosfera, a fim de que qualquer vazamento de amônia escapepara a atmosfera.

b) O compartimento deverá ser ainda provido de um sistema de borrifo d�água, com comando remoto,de fora da sala das máquinas.

8.7 � ISOLAMENTO DAS CAMARAS

a) Todos os conveses, anteparas, tampas, etc. dos compartimentos refrigerados deverão receberisolamento térmico integral e eficiente. O isolamento deverá ser protegido mecanicamente contraavarias, onde necessário.

b) Toda rede de tubos e acessórios, em compartimentos refrigerados, deverá ser protegidamecanicamente contra avarias e deverá ser, de preferência, instalada junto à face quente doisolamento térmico.

c) Cada aspiração de dreno de compartimento refrigerado deverá possuir uma válvula de pé na suaextremidade aberta e deverão ser adequadamente isolados. O isolamento deverá ser removívelpara permitir a inspeção da rede.

d) As anteparas estanques a óleo, de construção rebitada, de compartimentos adjacentes acompartimentos refrigerados, deverá haver uma separação mínima de 50 mm, entre a antepara ec isolamento, e deverá ser ainda ventilado mecanicamente. Qualquer vazamento que houver,para dentro desse espaço, deverá ser drenado para o poceto da praça de máquinas.

e) No caso de dutos de ventilação atravessarem anteparas estanques, os dutos deverão dispor demeios de fechamento operados de um local acima do convés da borda-livre.

8.8 � FORRO DE MADEIRA

a) As sarretas de madeira deverão ser adequadas ao carregamento. A carga não deverá tocar nosilamento de compartimentos, nem nas serpentinas. Deverá haver folga suficiente entre a,: sarretase o isolamento, para uma boa circulação do ar.

b) Quando a carga é transportada suspensa, não é necessário o uso de estrado de madeira sobre opiso.

8.9 � TERMÓMETRO

a) Todos os tubos para termômetro e os de refrigeração deverão ser isolados eficientemente do ladode fora dos compartimentos refrigerados, exceto nos compartimentos com tanques salmoura ouevaporadores.

b) Todos os flanges para tubos de termômetro deverão ser de metal não ferroso.

c) Os tubos para termômetro não deverão ter diâmetro interno menor do que 50 deverão dispor demeios para impedir a entrada de água, evitando-se dessa maneira, congelamento no interior dotubo.

d) Serão aceitos sistemas de leitura e de registros à distância de temperatura, sendo, entretanto,obrigatório também o uso de termômetros de bulbo, onde necessário, para efeito de comparaçãoperiódica.

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8.10 � DRENAGEM

a) Todos os compartimentos refrigerados deverão ser eficientemente drenados e deverão possuirválvulas de retenção na rede de drenagem.

b) No caso de drenagem de diferentes compartimentos refrigerados descarregar num único coletor,cada ramal deverá ser dotado de um purgador automático.

c) Não será permitida a drenagem de compartimento não refrigerado para dentro dos compartimentosrefrigerados.

d) Os tubos para verificação do nível dos drenos de compartimentos refrigerados abaixo de 0OCdeverão ter, pelo menos, 60mm de diâmetro nominal.

8.11 � CLASSIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

a) Desde que a instalação tenha sido classificada pelo BC, serão expedidos Certificados após vistoriae verificação de desempenho do equipamento.

b) A vistoria anual, a partir da instalação, será constituída de:- verificação do isolamento térmico, do estrado e do esgoto dos compartimentos;- verificação das condições de limpeza dos fundos duplos correspondentes;- verificação das tubulações;- verificação de vazamentos;- teste do fechamento dos coletores de ar que atravessam os compartimentos;- inspeção e operação das serpentinas de refrigeração;- inspeção das tubulações, condensadores, evaporadores, recipientes, etc; e- verificação da rede de salmoura, bombas, válvulas, etc.

c) As vistorias de reclassificação serão mais minuciosas e consistem, além do previsto na vistoriaanual:- abertura das máquinas de acionamento, seja a vapor ou diesel;- desmontagem e medição da resistência de isolamento dos equipamentos elétricos de

acionamento e auxiliar;- comprovação do desempenho do equipamento através da verificação da temperatura do

compartimento antes do desembarque da carga;- verificação dos registros de bordo;- abertura e inspeção dos compressores;- verificação das válvulas;- verificação cuidados do cárter e de todos os demais equipamentos; e- verificação da existência dos sobressalentes exigidos.

d) As vistorias de reclassificação incluem ainda, testes gerais do equipamento:- teste de estanqueidade na rede de refrigeração;- teste de pressão na serpentina de salmoura, com, pelo menos, 6,5 kglcm2; e- desmontagem e verificação da parte mecânica do compressor e do acionador.

e) Todos os reparos no equipamento de refrigeração e seus acessórios deverão ser previamentecomunicados ao BC, e serão acompanhados e aceitos com a aprovação dos peritos.

8.12 � REDE DE SALMOURA

a) A rede de salmoura será testada, após a montagem estar completa, à pressão de serviço comsobrecarga de 100%, porém não menor do que 10 kglcm2.

b) O teste de desempenho da instalação será feito pela refrigeração simultânea dos compartimentosatendidos pela instalação, até a temperatura especificada no projeto previamente apresentado.

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a) O comportamento do isolamento térmico dos compartimentos refrigerados será verificado,desligando as máquinas de refrigeração e registrando-se as temperaturas internas e externas, dehora em hora, num período de seis horas.

b) As redes de salmoura, os tanques, etc. não deverão ser galvanizados ou receber proteção a basede zinco, a não ser que sejam dotados de sistema de ventilação ligado à atmosfera.

c) A instalação de refrigeração deverá ser constituída de, no mínimo, duas bombas de salmoura,sendo uma reserva da outra.

d) As válvulas para salmoura deverão estar em lugares permanentemente acessíveis.

8.13 � PRESSÕES DE PROVAS

a) O fabricante do equipamento deverá submeter a teste de pressão, no lado de menor pressão,todos os tubos, compressores, controles, recipientes e material condutor do fluido refrigerante. Apressão de teste deverá ser igual à pressão de projeto, com sobrecarga de 50%. As conexões eválvulas deverão obedecer às Normas da ABNT registradas no Instituto Nacional de Metrologia,Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) ou de outra entidade reconhecidamente idônea.

b) As pressões de projeto, no lado dê baixa, deverão ser as seguintes:- para diclorodifluormetano (CCI2F2), 10 kglcm2;- monoclorodifluormetano (CHCIF2), 10 kglcm2;- para amônia (NH3), 10 kglcm2;- para triciorotrifluoretano (C2CI3F3), 2 kglcm2;- para tricioromonofluormetano (CCI3F), 2 kglcm2;- para o dicioromonofluormetano (CHCI2F), 28 kglcm2;- para o diclorotetrafluoretano (C2CI2F4), 3,5 kglcm2;- para o dióxido de carbono (CO2), 70 kglcm2;

c) As pressões de projeto, no lado de alta, deverão ser as seguintes:- para diclorodifluormetano (CCI2F2), 19 kglcm2;- monociorodifluormetano (CHCIF2), 20 kglcm2;- para amônia (NH3), 20 kglcm2;- para triciorotrifluoretano (C2CI3F3), 2 kglcm2;- para o dicioromonofluormetano (CHCI2F), 5 kglcm2;- para o diciorotetrafluoretano (C2CI2F4), 3,5 kglcm2;- para o dióxido de carbono (CO2), 105 kglcm2;

d) Os testes de pressão do recipiente deverão ser sempre presenciados pelo Vistoriador. E teste deestanqueidade dos sistemas primarmos de refrigeração, deverá ser feito após completada amontagem à pressão de teste igual a de serviço.

e) O gás para teste de estanqueidade poderá ser o próprio gás refrigerante. Não serão permitidostestes com ar, gás inflamável ou oxigênio. Não será permitido o uso de CO2 para o ensaio emunidades já trabalhadas com NH3.

f) Durante os ensaios, as válvulas de descarga e outros dispositivos de segurança, exceto os discosde ruptura, deverão estar em condições de funcionamento perfeito.

8.14 � SOBRESSALENTES

a) Deverão fazer parte do estoque de sobressalentes:- um conjunto de válvulas de descarga e de aspiração, para o compressor de maior potência

de cada tipo existente, mais metade do número das válvulas com molas ou retentores;- um regulador de refrigeração completo, com acessórios para cada tipo usado;

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- um termômetro de cada tamanho e tipo usado para cada oito instrumentos;- um manômetro de cada tipo;- um conjunto de parafusos de acoplamento e de mancais de compressor, bomba e

ventilador, um de cada tipo e tamanho;- um jogo completo de ferramentas especiais para reparo de todas a partes do equipamento

usado;- um dispositivo completo para verificação de vazamento;- duplicata de todas as gaxetas dos evaporadores;- uma quarta parte de cada tipo de gaxeta dos eixos, retentores dos cabeçotes dos

compressores;- um jogo de válvulas de cada tipo de compressor;- duplicatas de todos os discos de ruptura, de cada tipo;- um conjunto de cada mancal para cada cinco ventiladores ou fração;- um jogo de ferramentas para alargamento e corte de tubos, para todos os tamanhos

usados;- bujões para fechamento da décima parte dos tubos de um condensador;- sobressalentes da parte elétrica da instalação, de acordo com as respectivas normas,- um motor do ventilador de circulação, para cada tipo e tamanho; e- sobressalentes necessários para as unidades motoras da instalação.

a) De acordo com a quantidade de unidades de refrigeração e de bombas de salmoura instalados,deverão fazer parte da lista de sobressalentes dos compressores alternativos, os seguintes itens:

- até 4 unidades de refrigeração - um jogo de gaxetas para o eixo;- até 7 unidades de refrigeração - dois jogos de gaxetas para o eixo;- para mais de 7 unidades de refrigeração - três jogos de gaxetas para o eixo;- 1 sobreposta de gaxeta;- 3 jogos de substituição dos componentes das válvulas de manobra de partida;- até 7 unidades de refrigeração - um eixo de manivelas completo com os mancais;- para mais de 7 unidades de refrigeração - dois eixos- metade do número de camisas do cilindro, sendo, no mínimo, duas;- metade do número de pistões completos com anéis, pino e válvula de aspiração, com

mínimo de três pistões;- metade do número de anéis de pistão, com um mínimo de três jogos completos;- metade do número existente de conjuntos de válvulas dos compressores, no mínimo, três

jogos completos;- metade do número de bielas completas com mancais, buchas e parafusos, com um mínimo

de três;- até 7 unidades de refrigeração - um conjunto de dispositivo de alívio e carga;- para mais de 7 unidades de refrigeração - dois conjuntos de dispositivo de alívio e carga;- até sete unidades de refrigeração - uma bomba de óleo com filtro, uma cesta do ralo de

aspiração, um conjunto completo de válvulas de passagem para aspiração e descarga,um conjunto de válvulas de descarga, um nível visual de óleo e suas gaxetas, um jogo dechaves de controle de alta e baixa pressão, um conjunto de bóia;

- para mais de 7 unidades de refrigeração - duas bombas de óleo com filtro, duas cestas doraio de aspiração, dois conjuntos completos de válvulas de passagem para aspiração edescarga, dois conjuntos de válvulas de descarga, dois níveis visuais de óleo e suasgaxetas, dois jogos de chaves de controle de alta e baixa pressão, dois conjuntos de bóia;

b) Para compressores centrífugos, deverão fazer parte da lista de sobressalentes os seguintes itens:- um jogo de retentor de eixo completo e o retentor de labirinto, sendo dois de duas unidades,

mais um de cada mancal de apoio, anel de proteção do retentor, mancais, bombas deóleo, jogo de gaxetas, um conjunto de bóia completa de filtro.

c) Para condensadores:- prover a quinta parte dos tubos de um condensador e um jogo completo de gaxetas.

d) Para bombas:

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- uma roda de pás com mancais, retentor, etc.- um jogo de válvulas completo, para cada tipo e tamanho,- um jogo de engaxetamento e de anéis de vedação, para cada tamanho e tipo, para até 4

bombas;- dois jogos de engaxetamento e de anéis de vedação, para cada tamanho e tipo, para até

10 bombas;- três jogos de engaxetamento e de anéis de vedação, para cada tamanho e tipo, para

acima de 10 bombas.

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TOMO V - MÁQUINAS

SEÇAO 9

SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIO

9.1 � PRINCÍPIOS BÁSICOS

Os requisitos desta Seção, que se aplicam visando a proteção, detecção e extinção de incêndios,tem como base os seguintes princípios básicos:

1 - divisão da embarcação em zonas principais verticais, com separações térmica e estrutural;2 - separação térmica e estrutural dos compartimentos habitáveis, do resto do navio;3 - uso restrito de materiais combustíveis;4 - detecção de qualquer incêndio em sua zona de origem;5 - contenção e extinção de qualquer incêndio no compartimento de origem.6 - proteção dos meios de escape ou de acesso, para o combate a incêndio;7 - pronta disponibilidade dos equipamentos de combate a incêndio; e8 - minimização da possibilidade de ignição de vapores inflamáveis provenientes da carga;

9.2 � REQUISITOS GERAIS

a) Todas as embarcações deverão ser dotadas de sistemas de extinção de incêndio e de equipamentosde proteção contra fogo, conforme apresentados nesta Seção.

b) Deverão ser, ainda, obedecidas as especificações da NORMAM 02, artigos 0418 e 0419 que,prevalecerão sobre estas Regras no caso de definições contraditórias.

9.3 � BOMBAS DE INCENDIO9.3.1 � Quantidade de bombas

Todas as embarcações de propulsão mecânica deverão possuir, pelo menos, duas bombas deincêndio acionadas por unidades de força independentes. sendo cada uma capaz de fornecer os doisjatos de água exigidos em 8.3.1. Estas bombas de incêndio deverão ser capazes de alimentar a redeprincipal de incêndio com valor máximo de pressão tal que não exceda o valor da pressão para o qual ocontrole efetivo da mangueira de incêndio possa ser demonstrado.

9.3.2 � Tipo e capacidade das bombas

a) As bombas de incêndio deverão ser de acionamento independente. Bombas sanitárias, de lastro,de esgoto ou de serviços gerais poderão ser aceitas como bombas de incêndio, desde que nãosejam normalmente utilizadas para bombeamento de óleo e, se eventualmente o forem, o arranjodeverá ser tal que permita sua desconexão da rede de óleo após a sua operação.

b) A capacidade total das bombas de incêndio, excluindo a de emergência (se existente), não deveráser inferior a 4/3 da capacidade requerida para cada bomba de esgoto. Quando as bombas deincêndio são empregadas no bombeamento de esgoto, a capacidade total das bombas nãonecessita ser maior do que 180 m3/h.

c) Cada bomba de incêndio, exceto a de emergência, deverá ter capacidade não menor do que 80%da capacidade total exigida, dividida pelo número requerido de bombas e em qualquer situação,deverá ser capaz de fornecer dois jatos d�água conforme item 9.4 abaixo. Quando forem instaladasmais bombas do que o requerido, suas capacidades serão objeto de consideração especial.

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9.3.3 � Válvulas de alívio

a) Deverão ser instaladas válvulas de alívio, em conexão com todas as bombas de incêndio, desdeque haja possibilidade de a pressão desenvolvida pelas bombas exceder a pressão de projeto datubulação servida, das tomadas e das mangueiras. As válvulas de alívio deverão ser ajustadasde maneira a evitar pressão excessiva em qualquer ponto da rede principal de incêndio.

9.4 � TOMADAS E MANGUEIRAS DE INCÊNDIO9.4.1 � Tomadas de incêndio

a) A quantidade e a localização das tomadas de incêndio, em compartimentos habitáveis, de serviçoe de máquinas, deverão ser tais que, pelo menos, dois jatos d�água, não oriundos de uma mesmatomada e um dos quais seja proveniente de um único comprimento de mangueira, atinjam qualquerparte da embarcação na condição navegando. Os arranjos, ainda, deverão permitir que, pelomenos, dois jatos d�água atinjam qualquer compartimento de carga, quando estes estiverem vazios.

9.4.2 � Mangueiras

A quantidade de mangueiras a ser instalada, cada uma completa com união e bocal, deverá serde uma para cada 30 m de comprimento da embarcação e um sobressalente, mas não menos do que umtotal de 5. Esta quantidade não inclui as mangueiras exigidas para as praças de máquinas ou de caldeiras.

9.5 � EXTINTORES PORTATEIS9.5.1 � Tipo, capacidade, quantidade e localização

Os tipos, capacidades, quantidade e localização dos extintores portáteis de incêndio deverãoestar em conformidade com NORMAM 02, artigo 0419.

9.5.2 � Substância Extintora

Não deverão ser usados extintores de incêndio que, quando armazenada ou quando em uso,desprendam gases nocivos à saúde.

9.6 � SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIO

a) Deverão ser cumpridos os requisitos da NORMAM 02, artigos 0421, 0422 e 0423.

b) Um sistema fixo de espuma para combate a incêndio deverá ser capaz de descarregar umaquantidade de espuma suficiente para cobrir com 15 cm de espessura a maior área sobre a qualo óleo possa espalhar-se. O sistema deverá ser controlado de uma posição ou de posições, forado compartimento protegido, que sejam facilmente acessíveis e que não sejam prontamenteisoladas pelo irrompimento do incêndio.

c) Em embarcações de transporte de petróleo e seus derivados a granel, as praças de bombas decarga, deverão ser dotadas de um sistema fixo de combate a incêndio, controlado de convés.Caso seja instalado um sistema de abafamento de tanque, para combate a incêndio, deverá serdisposto de tal forma que os gases sejam impedidos de passar para os compartimentos secos.Quando do transporte eventual de cargas mistas, as redes de carga deverão ser dotadas deválvulas de retenção e de interceptação, a fim de evitar a contaminação da carga de um tanquepor outro.

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TOMO V - MÁQUINAS

SEÇAO 10

MÁQUINA DE LEME E MOLINETE

10.1 � MÁQUINA DE LEME

a) Todas as embarcações deverão ser providas de meios efetivos de governo que sejam capazes demanobrar o leme de um bordo a outro.

b) De um modo geral, a máquina de leme deverá ser de acionamento por força motriz, sendo estaobrigatória quando o momento de torsão for maior do que 300 kg.metro.

c) As máquinas de leme deverão ser testadas na presença do Vistoriador do BC. A máquina deleme deverá ser capaz de movimentar o leme de 35O de um bordo a 35O de outro, com a embarcaçãono calado carregado de verão, navegando para vante e o eixo de propulsão desenvolvendo arotação máxima contínua.

d) A máquina de leme deverá ser capaz de levar o leme de 35O de um bordo a 30O de outro, em nãomais do que 30 segundos, com a embarcação nas condições estabelecidas na alínea anterior.

e) Em acionamento manual, para operar o leme de 35O BB e 35O BE e vice-versa, a força na roda doleme não deverá ser superior a 15 kg e o.número de voltas não superior a 25.

f) Deverá ser instalado um indicador de posição angular do leme, na casa de comando e no própriocompartimento da máquina de leme, quando o acionamento da máquina de leme for através deforça motriz. No caso de máquina de leme de acionamento manual, recomenda-se tal instalação.

g) O acionamento da máquina de leme deverá ser através de duas fontes de energia, sendo uma dereserva, que deverá entrar em operação imediatamente após a parada da primeira. Esta últimapoderá ser manual, para momento torsor de até 1000 kg.metro.

10.2 � MOLINETES

a) Para manobras com âncoras de peso superior a 400 kg, o equipamento de manuseio da âncoradeverá ser do tipo motorizado. Recomenda-se o uso das seguintes normas ABNT- NBR 8551 -�Molinete e cabrestante para construção naval� e NBR 10800 - �Molinete e cabrestante deâncora para navegação interior�.

b) A velocidade de recolhimento das amarras não deverá ser inferior a 0,15 metroslsegundo, paraoperação com máquinas de suspender motorizadas.

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TOMO V - MÁQUINAS

SEÇAO 11

CALDEIRAS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO

11.1 � INSTALAÇÃO

a) A instalação das caldeiras e dos recipientes (vasos) de pressão deverá ser de forma que todas assuas partes externas sejam prontamente acessíveis para exame e reparo.

b) As caldeiras e os vasos de pressão deverão ser montados sobre bases e fixados na embarcaçãosobre jazentes devidamente projetados e aprovados.

c) A distância entre a caldeira e o piso ou o teto do fundo duplo não deverá ser inferior a 200 mm,medida na parte mais baixa de uma caldeira cilíndrica e nem inferior a 450 mm, em relação àsbandejas de caldeiras aquatubulares. A distância entre as caldeiras e tanques de óleo deverá sertal que seja possível a execução dos serviços de manutenção da estrutura local e, ainda, que atemperatura do óleo nos tanques não chegue próximo do seu ponto de fulgor.

d) As bandejas de caldeiras aquatubulares a óleo deverão ser dispostas de modo a evitar vazamentosde óleo para os pocetos, e deverão ser revestidas com tijolos refratários ou outro material refratárioaprovado.

e) No caso de queima de óleo combustível pulverizado, não é aconselhável o uso de registros defechamento, em chaminés ou condutos. Caso sejam usados, não deverá, na condição fechada,reduzir a menos de um terço a seção de escoamento, e deverão possuir dispositivos para suafixação na posição aberta, com as caldeiras em operação. Em qualquer instalação de registro, aposição do registro e seu grau de abertura deverão estar claramente indicados.

11.2 � ESPECIFICAÇÕES DE FABRICAÇÃO

a) O material utilizado na fabricação de recipientes de pressão, para líquidos e gases não venenosos,com uma pressão maior do que 7 kglcm2 e menor do que 40 kglcm2, e cuja temperatura nãoultrapasse 200OC, não necessitará ser testado, devendo, entretanto, seguir os requisitos demateriais conforme o Tomo lI, destas Regras. Serão aceitas as garantias do fabricante, quanto àspropriedades físicas e à adequabilidade para o uso previsto. O mesmo critério será aplicado aosrecipientes, sob pressão de até 7 kglcm2 e volume interno maior do que 140 litros.

b) A fabricação das caldeiras com pressões superiores a 2 kglcm2, dos recipientes para transportede líquidos ou gases com pressões superiores a 7 kglcm2, dos recipientes para transporte defluidos não venenosos com pressões superiores a 40 kglcm2, ou com temperaturas acima de200OC, e dos recipientes necessários à propulsão da embarcação, deverão ser supervisionadaspelos Vistoriadores do BC e os desenhos deverão ser previamente aprovados. Os materiais aserem utilizados na construção dos recipientes deverão obedecer às recomendações constantesdo Tomo II destas Regras.

11.3 � INDICADORES DE NÍVEL DE ÁGUA

a) Cada caldeira deverá possuir, pelo menos, 2 indicadores de nível d�água, sendo um deles devidro. Em caldeiras flamatubulares de duas frentes deverão ser previstos os indicadoresmencionados, em ambas as extremidades.

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b) Os indicadores deverão possuir válvulas de fechamento, em cima e em baixo, e válvulas dedreno. As válvulas de fechamento deverão ser do tipo de passagem direta e as usadas paracolunas d�água deverão ser fixadas diretamente nas caldeiras, e os tubos fixados nas colunasnão deverão passar por caixas de fumaça ou condutos, a não ser que estejam completamenteenvolvidos por tubos de extremidades abertas, de diâmetro suficiente para garantir uma boaventilação em volta dos tubos.

c) Os indicadores de nível de água de vidro deverão ser instalados de modo que a parte mais baixavisível do vidro não esteja a menos de 50 mm acima do nível mínimo de água permitido.

d) As torneiras de prova, quando usadas, deverão ser fixadas diretamente à frente ou ao invólucroda caldeira. Em caldeiras aquatubulares, as torneiras de prova poderão ser fixadas à colunad�água. A torneira inferior deverá estar a, no máximo, 50 mm acima da parte mais baixa visível doindicador de vidro. As torneiras de prova não deverão ser consideradas como um dos dois meiosrequeridos para a indicação de nível d�água.

e) O nível d�água mais baixo permitido é definido como o seguinte:

1. caldeiras aquatubulares: o nível d�água mais baixo permitido, determinado por ocasião daaprovação dos desenhos;

2. caldeiras horizontais de chama invertida: 50 mm acima da camada superior de tubos;3. caldeiras flamatubulares aquecidas internamente, com câmaras de combustão integral com a

caldeira: 50 mm acima da parte mais alta da câmara de combustão;4. caldeiras verticais de tubos submersos: 25 mm acima do feixe de tubos mais alto; e

caldeiras verticais flamatubulares: metade do comprimento dos tubos, medido acima do feixe de tubosinferior.

11.4 � INDICADORES DE PRESSÃO

Cada caldeira deverá ter um indicador de pressão de vapor que deverá medir pressões até, pelomenos, 50% acima da pressão de descarga das válvulas de segurança. Caldeiras de duas frentes deverãoter um indicador de pressão em cada frente. Os indicadores de pressão deverão ser instalados em locaisde fácil visualização e a pressão de trabalho permitida deverá estar identificada com uma marcaçãoespecífica.

11.5 � VALVULAS DE SEGURANÇA

a) Cada caldeira deverá ter uma válvula de segurança e, se a superfície de aquecimento de água formaior do que 46 metros2, deverão ser instaladas duas ou mais válvulas de segurança. Tantoquanto possível, as válvulas deverão ser de igual tamanho e sua capacidade de descarga, emconjunto, não deverá será menor do que a capacidade de vaporização da caldeira sob condiçõesmáximas de operação. Os diâmetros do lado de entrada das válvulas de segurança não deverãoser menores do que 38 mm e nem maiores do que 100 mm. Deverá ser prevista também, umaválvula de segurança de capacidade adequada, na saída do superaquecedor.

b) As válvulas de segurança deverão ser ajustadas com vapor, na presença do Vistoriador do BC.

c) No caso de caldeiras sem superaquecedores, as válvulas de segurança deverão ser ajustadaspara descarregar a uma pressão não mais do que 3% acima da pressão máxima permitida dacaldeira. Em nenhum caso, a pressão de descarga poderá ser maior do que aquela para a qualfoi prevista a tubulação e o equipamento.

d) No caso de caldeira com superaquecedor incorporado, a válvula de segurança de superaquecedordeverá ser ajustada para uma pressão que não ultrapasse a pressão permitida para a tubulaçãoe equipamentos instalados em seguida ao superaquecedor.

e) As válvulas de segurança da caldeira deverão ser ajustadas para uma pressão não abaixo dapressão da válvula de segurança do superaquecedor, acrescida de 0,4 kglcm2 e mais a queda

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f) de pressão no superaquecedor, em condições de carga normal. Em nenhum caso, a pressão deajuste da válvula de segurança deverá ser maior do que a aquela para a qual os superaquecedoresforam projetados.

g) No caso em que a pressão máxima de trabalho permitida seja menor do que aquela previstaoriginalmente, no projeto para a caldeira e válvulas de segurança, a capacidade de descarga dasválvulas sob a pressão menor deverá ser confrontada com a capacidade de vaporização da caldeira.Para tanto, poderá ser aceita uma declaração do fabricante de que a capacidade da válvula ésuficiente para as novas condições, ou deverá ser demonstrado, através de teste, que a pressãodo vapor não se elevará mais do que 6% acima da pressão de trabalho especificada, com queimaforçada durante 15 minutos para caldeiras flamatubulares e 7 minutos para caldeiras aquatubulares.Durante o teste, todas as saídas de vapor deverão estar fechadas, a não ser as necessárias parao funcionamento da caldeira.

h) Na ausência de comprovação da capacidade de vaporização da caldeira, nas condições máximasde operação, pelo fabricante da caldeira, a capacidade mínima de descarga das válvulas desegurança deverá ser determinada em função do peso de vapor produzido por hora e por metroquadrado de superfície de aquecimento da caldeira e da superfície de aquecimento da cortinad�água. Para caldeiras a óleo deverá ser considerado o valor de 50 kg/h.m2 para a superfície deaquecimento da caldeira e de 80 kg/h.m2 para a superfície de aquecimento da cortina d�água.

i) Quando um superaquecedor faz parte integrante de uma caldeira sem válvula entre osuperaquecedor e a caldeira, a capacidade mínima de descarga da válvula de segurança dosuperaquecedor, baseada na pressão reduzida, deverá ser incluída na obtenção da capacidadede descarga total das válvulas de segurança da caldeira, como um todo. Entretanto, a capacidadede descarga da válvula do superaquecedor não deverá ser maior do que 1,25 vezes a capacidadetotal requerida.

j) As válvulas de segurança da caldeira deverão ser fixadas diretamente à caldeira ou poderão serinstaladas numa conexão comum, mas neste caso, não deverão ser instaladas em conexõescomuns à saída de vapor principal ou auxiliar. Isto não se aplica à válvula de segurança dosuperaquecedor, que poderá ser instalada na conexão de saída do vapor superaquecido.

k) O tubo de descarga deverá ter a área de seção, no mínimo, igual à soma das áreas de descargade todas as válvulas de segurança ligadas ao ele e deverá ser disposto de modo a evitar pontosde acúmulo de condensado. Deverá haver drenagens, partindo acima das sedes das válvulas,para um tanque apropriado. Os tubos de descarga deverão ser instalados de forma que o corpoda válvula de segurança não fique sujeito a esforços consideráveis.

l) Cada válvula de segurança de caldeira deverá ser dotada de meios mecânicos eficientes, pelosquais, o disco da válvula possa ser levantado da sede com firmeza. Esse mecanismo deverápermitir que as válvulas sejam operadas da praça de máquinas ou da praça de caldeiras,manualmente ou por outro dispositivo adequado e aprovado.

m) As válvulas de segurança deverão ser dimensionadas de forma que, ao descarregarem, quantidadesuficiente de vapor seja enviado ao superaquecedor para evitar danos ao aquecedor.

n) As válvulas do superaquecedor de descarga completa, operadas à distância, com comando pelacaldeira, poderão ser usadas seguindo normas especiais.

11.6 � VÁLVULA DE EXTRAÇÃO

a) Cada caldeira deverá ter, pelo menos, uma válvula de extração instalada na parte mais baixa dacaldeira ou instalada com um tubo interno ligando à parte mais baixa da caldeira. Quando aextração é feita na superfície, a válvula deverá ficar dentro da faixa do nível d�água ou deverá teruma bandeja coletora ou tubo nesse nível.

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b) No caso de válvulas de extração, de duas ou mais caldeiras, estarem ligadas a uma descargacomum, deverá ser prevista uma válvula de retenção na tubulação de cada caldeira.

c) Os tubos de extração sujeitos a receberem calor direto da chama deverão ser adequadamenteprotegidos.

11.7 � VÁLVULAS DE PASSAGEM DE VAPOR

a) Válvulas de passagem de vapor, principais e auxiliares deverão ser instaladas em dada caldeira.

b) Em uma caldeira com superaquecedor, as válvulas de passagem de vapor, principal e auxiliar,deverão ser instaladas na saída do superaquecedor, de forma a assegurar um fluxo constantede vapor pelo superaquecedor. No caso em que a temperatura de superaquecimento sejabaixa, o arranjo será especialmente considerado.

c) Deverá ser considerado um arranjo de desuperaquecimento, no caso em que os equipamentosauxiliares não tenham recebido, em sua construção, nenhum tratamento especial para operarcom vapor superaquecido. As válvulas de passagem com diâmetro maior do que 150 mm deverãoser instaladas com válvulas de desvio (�by pass�).

11.8 � VÁLVULAS DE ALIMENTAÇÃO

a) Deverá ser instalada uma válvula de alimentação na rede de alimentação de água de cada caldeira.Deverá ser fixada diretamente na caldeira ou no economizador se este fizer parte da caldeira.Poderá, contudo, localizar próximo à plataforma de operação, desde que seja ligada aoeconomizador por tubo de aço sem costura que poderá possuir juntas soldadas porém seminterposição de flanges.

b) A rede de alimentação deverá ser dotada de uma válvula de retenção, do tipo haste com rosca,adjacente à válvula de passagem ou tão. próximo quanto possível. Um regulador de água dealimentação, de tipo aprovado, poderá ser instalado entre essas válvulas, desde que seja previstoum desvio.

c) Para caldeira com pressão de projeto igual ou superior a 28 kglcm2, a ligação da água dealimentação ao tubulão deverá ser feita utilizando uma luva- ou outro dispositivo adequado parareduzir os efeitos dos diferenciais de temperatura de metais, entre os tubos de alimentação e acarcaça ou a tampa do tubulão.

d) A água de alimentação não deverá ser descarregada para dentro da caldeira, diretamente sobresuperfícies expostas a gases quentes, ao calor radiante de fogo, ou junto a uma união rebitada.

e) Caldeiras dotadas de economizadores deverão ser providas de uma válvula de retenção localizadana tubulação de alimentação de água, entre o economizador e o tubulão da caldeira. Esta válvuladeverá ser instalada tão junto, quanto possível, do bocal de admissão de água de alimentação dotubulão da caldeira. Em economizador provido de desvio, a válvula de retenção deverá ser dotipo haste com rosca.

f) Quando o economizador possuir um desvio, deverá ser instalada uma válvula de alívio noeconomizador, a não ser que a concepção de arranjo do desvio impossibilita a subida da pressãono economizador.

11.9 � SUPERAQUECEDORES E ECONOMIZADORES

a) Superaquecedores ou economizadores instalados em conjunto com caldeiras aquatubularespoderão ser considerados como partes das caldeiras, desde que estejam conectados às caldeirasatravés de tubos de aço sem costura e conexões de aço adequadas ao uso com tubos para vapor.Nesse caso, as válvulas de comunicação de vapor poderão ser instaladas na saída

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b) do superaquecedor e as válvulas de alimentação, na entrada do economizador, e não diretamenteno tubulão da caldeira.

c) Os superaquecedores deverão possuir válvulas ou torneiras para fazer a drenagem das tampas.

d) O arranjo do superaquecedor deverá prever meios para sua ventilação e permitir a circulação devapor pelo superaquecedor por ocasião do acendimento da caldeira.

11.10 � SOBRESSALENTES

a) Deverá ser apresentada para aprovação, uma lista de sobressalentes, sendo obrigatório constarda relação os seguintes itens:

- 1 jogo de molas, para cada válvula de segurança, para cada tamanho;- 12 tubos para indicador de nível de vidro, com gaxeta, para cada caldeira;- 2 indicadores de nível de vidro, para cada caldeira, e um suporte, para cada duas caldeiras,

se o indicador for do tipo de lâminas planas;- 1 filtro de cada tamanho, do sistema de. óleo combustível;- 1/4 do conjunto de pulverizadores de queimador, para caldeira a óleo;- 1 manômetro, para caldeira;- 5% dos tubos de cada tamanho e tipo, para caldeira flamatubular;- 5% dos tubos para caldeira aquatubular;- 24 bujões para tubo, para cada tamanho e tipo de tubo, para caldeira, superaquecedor ou

economizador;- ferramentas apropriadas.

11.11 � PROVA HIDROSTATICA

a) As provas hidrostáticas das peças que trabalham sob pressão deverão ser presenciadas peloVistoriador do BC. A sobrecarga de pressão de teste não deverá ser menor do que 50% dapressão de trabalho, para recipientes de pressão construídos com chapas ou tubos. Para carcaçasfundidas, a sobrecarga deverá ser de 100%. Em qualquer caso, a pressão de prova nunca deveráser menor do que 1 kglcm2

b) Caldeiras e recipientes pressurizados, construídos com solda elétrica, deverão atender às regrasde soldagem definidas pelo BC.

c) Pelo menos uma válvula deverá ser colocada em cada caldeira para prova d�água. Deverão serligadas diretamente à caldeira, em local próprio, mas não à coluna ou indicador de nível de água.

11.12 � CALDEIRAS PARA MÁQUINAS AUXILIARES

As caldeiras para máquinas auxiliares deverão ter, pelo menos, dois circuitos de alimentação esuas bombas de óleo combustível deverão ser em número de duas.

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TOMO VI - ELETRICIDADE

SEÇÃO 1

EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1.1 � GENERALIDADES

a) Nesta seção trataremos das regras a serem seguidas na construção e na instalação dosequipamentos usados nos navios, e que não se destinam à propulsão dos mesmos.

b) Os equipamentos elétricos só poderão ser construídos e instalados depois de inspecionados eaprovados pelo BC. Para isto, os planos dos equipamentos e das instalações deverão sersubmetidos à aprovação prévia, devendo ser enviados ao BC em 3 vias, contendo os seguintesitens:1. Plano geral da instalação de Balanço de Carga;2. Esquemas dos quadros de distribuição (principal e de emergência), indicando o material das

barras do quadro, e dados dos Sistemas de Proteção e Controle;3. Unifilares dos circuitos (principais e de emergência), devendo constar nesses esquemas as

correntes máximas, os isolamentos empregados, quedas de tensão, tipos de dielétricos, etc.4. Planos dos grupos geradores, contendo as seguintes indicações: fabricante, tipo e

características de corrente, material empregado, detalhe dos eixos, tipos de rotores e estatores,velocidades e pesos das partes móveis, e o plano de ligações.

c) Qualquer modificação ou aplicação de uma instalação já aprovada pelo BC, só poderá ser feita,temporária e definitivamente, depois de nova inspeção, devendo os novos planos ser submetidosà aprovação do BC.

d) Para embarcações pequenas, usando baixas tensões (60V, CC e 30V, CA), as especificaçõesdesta Seção não se aplicam integralmente.

1.2 � SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

Os sistemas de distribuição a serem empregados são relacionados a seguir.

1.2.1 � Tensão constante, em paralelo1.2.1.1 � Corrente Contínua

a) Com um único condutor, fazendo-se o retorno pelo casco do navio. (Tensões máximas: Força -500V; iluminação e aquecimento - 250V).

b) Com dois condutores (Tensões máximas: Força 500V; iluminação e aquecimento - 250V).c) Com três condutores, ligando-se o neutro à terra (Tensões máximas: força - 500V; iluminação e

aquecimento 250V).

1.2.1.2 � Corrente Alternada

a) Com dois condutores, monofásica (Tensões máximas: Força 250V; aquecimento 250V).b) Com três condutores, trifásica (Tensões máximas: Força 500V; cozinha 500V; aquecedores 500V;

iluminação 150V).c) Com quatro condutores, trifásica (Tensões máximas: Força 500V; iluminação 250V).

1.2.2 � Corrente constante, em série

a) Usado somente para corrente continua (Tensão máxima - Força 500V). Em embarcações paratransporte de petróleo ou derivados, ou outras embarcações que transportem comumente líquidosinflamáveis, não deverão ser usados sistemas de distribuição com retorno pelo casco.

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1.3 � LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

a) Todos os equipamentos elétricos deverão ser instalados em locais protegidos contra choquesmecânicos, alagamentos e umidade excessiva. Por outro lado, deverão ser instalados longe dedepósitos de inflamáveis e compartimentos suficientemente ventilados, onde não possa haveracúmulo de gases, vapores inflamáveis e poeira. Quando não for possível instalar os equipamentoselétricos em local que seria desejável, longe de materiais inflamáveis, deverão ser guardadas, nomínimo, as seguintes distâncias: 0,30 m na horizontal e 1,20 m na vertical.

b) Quando se tratar de motores, nem sempre será possível satisfazer cabalmente às condições doitem anterior. Neste caso, o BC poderá, após exame minucioso da questão, autorizar a instalação,desde que esta permita uma margem de segurança satisfatória.

c) Os equipamentos elétricos deverão ser instalados em locais que permitam fácil acesso às partesque necessitam de inspeções, ajustagens ou substituições freqüentes.

d) Os equipamentos de tensão igual ou superior a 220V, CC., ou a 120V, CA., deverão ter todas assuas partes energizadas protegidas para evitar contatos acidentais.

e) Quando se tratar de máquinas elétricas que, necessariamente, só poderão ser instaladas emlocais não protegidos, elas deverão ser de um dos seguintes tipos:

1. Máquinas semi-fechadas - São aquelas que têm as ventilações protegidas por telas de arame,ou material semelhante, cujas malhas não excedam 1/2 polegada quadrada.

2. Máquinas fechadas - São aquelas construídas com as carcaças totalmente fechadas, nãopermitindo circulação de ar entre o exterior e o interior, mas não sendo estanques ao ar.

3. Máquinas à prova d�água - São aquelas que podem sofrer um jato de água, incidindodiretamente sobre elas, proveniente de uma mangueira de 1", numa pressão de 1.05 Kg/cm2.numa distância de 3.0 m, durante 15 minutos, sem permitir que entre água no seu interior.

4. Máquinas submersíveis - São aquelas construídas de tal forma que permita uma imersão por15 minutos, sob uma pressão de 3 pés de água, sem que entre água no seu interior.

5. Máquinas à prova de respingos - São aquelas construídas de tal modo que, tomando umainclinação de 15 graus para qualquer direção, não permitem a entrada de respingos de águaque caiam verticalmente.

6. Máquinas autoventiladas - São aquelas com ventilação em circuito fechado, sem comunicaçãocom o meio ambiente.

7. Máquinas à prova de explosão - São aquelas construídas de tal maneira que suas carcaçasimpeçam a transmissão de chamas, decorrentes de explosões de gases no seu interior, aqualquer gás que se encontre acumulado no exterior da carcaça.

f) Todos os motores e geradores elétricos deverão, sempre que possível, ser instalados com oseixos no sentido longitudinal do navio e deverão funcionar normalmente, com lubrificação adequada,mesmo que o navio adquira uma banda permanente de 15 graus ou um trim de 5 graus AV ou AR,ou, ainda, quando o balanço do navio atinja 22 graus 30', para cada bordo.

g) Os mancais deverão ser projetados de tal forma que não derramem óleo, quando o balançoatingir 30 graus. Os geradores de emergência deverão funcionar, normalmente, mesmo estandocom uma banda permanente de 22O30' (vinte e dois graus e trinta minutos). As partes móveis dosmotores e dos geradores deverão ser balanceadas, a fim de que, em qualquer velocidade, nãoapresentem vibrações anormais.

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1.4 � CONDUTORES E CABOS

a) As definições que se seguem se aplicam aos termos usados nas especificações de fios e cabosempregados como condutores elétricos.

Fio: É um corpo de metal estirado, usualmente de forma cilíndrica e de seção circular ou setorial.Condutor: É um fio, ou conjunção de fios não isolados entre si, destinado a conduzir correnteelétrica.Fio nu: E um fio sem revestimento de qualquer natureza.Fio isolado: E um fio revestido de material isolante, geralmente protegido por uma capa.Cabo:

1 - É um condutor formado por um grupo de fios - ou por um conjunto de grupos defios - não isolados entre si.

2 - É um conjunto de condutores isolados entre si.Cabo nu: É um cabo sem revestimento de qualquer natureza.Isolamento (de fio ou cabo): É o material aplicado ao redor dos fios ou cabos, e destinado aisolá-los eletricamente, entre si, ou da terra.Fio isolado componente: É um dos fios isolados que formam um cabo múltiplo.Cabo componente: E cada um dos cabos isolados que formam cabo múltiplo.Parede isolante: É o isolamento de cada um dos �fios isolados componentes�, ou �caboscomponentes� de um cabo múltiplo.Cinta isolante: É o isolamento que, envolvendo todos os �fios isolados componentes�, ou �caboscomponentes� de um cabo múltiplo, os separa eletricamente da terra ou de outros corposestranhos.Enchimento: É o material usado em cabos múltiplos para preencher os espaços entre os fiosisolados e cabos componentes, de modo a construir um conjunto de forma desejada.Capa: É o invólucro protetor aplicado sobre isolamento dos fios ou cabos. Pode ser de chumbo,borracha, tecido, etc.Armação: É uma proteção suplementar aplicada a certos cabos isolados, constituída de fiosnão isolados entre si, que entra na composição de um cabo.Seção transversal de um fio: É a área da seção normal ao eixo do fio.Seção transversal de um cabo nu e de um cabo singelo: É a soma das seções transversaisdos fios componentes do cabo.Seção transversal de um cabo múltiplo: É a seção transversal de cada cabo componente.

b) O isolamento das emendas e junções dos condutores isolados com papel impregnado será feitocom fita de cambraia, sem o emprego de fita isolante adesiva.

c) Nas soldas empregadas nas emendas ou junções, não poderão ser usadas substâncias fundentesque sejam, pelos seus constituintes, corrosivas ou ácidas.

d) Os cabos para transporte de corrente contínua deverão ser instalados de modo que os camposmagnéticos se anulem. Assim, o par de condutores - positivo e negativo - deverá ser instaladomantendo-os juntos (um condutor adjacente ao outro), a fim de se eliminar os efeitos de umcampo magnético incompensado, a bordo.

e) Cada condutor singelo de um circuito de CA deve estar tão próximo do outro quanto possível. Oscondutores de 3 fases devem estar próximos uns dos outros, sem entreferro.

f) Usualmente, os cabos armados ou com revestimentos de chumbo devem ser ligados à terra efazer bom contato com as caixas de junção, às quais são conectados, tanto por solda como porbraçadeiras aparafusadas à armação.

g) Os cabos armados de um só condutor para CA deverão ser isolados de terra ao longo de seucomprimento, sendo seu revestimento armado ligado à terra somente no meio.

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h) Os cabos não deverão possuir emendas entre caixas de junção. As junções de cabos deverãoser feitas nas caixas de junção.

i) Os cabos, armados ou não, instalados em locais onde fiquem muito sujeitos a avarias mecânicas,tais como porões, paióis, locais de passagem de carga etc., devem ser protegidos por eletrodutosmetálicos. A bordo, será sempre preferível o emprego de cabos armados, ao invés de cabos nãoarmados, protegidos por eletrodutos metálicos.

j) Quando forem usados cabos elétricos protegidos por eletrodutos metálicos, os eletrodutos deverãoser eletricamente contínuos e ligados ao casco, devendo ter a superfície interna lisa, sem arestasque possam causar avarias nos cabos. As seções do eletroduto e suas curvaturas deverão sertais que permitam uma fácil colocação e remoção dos cabos.

k) O raio de curvatura máximo que cada eletroduto poderá apresentar deverá ser maior que o menorraio de curvatura permitido para o cabo que nele vai ser colocado (7 vezes o diâmetro do cabo).

1.5 � BITOLA PADRÃO DOS CONDUTORES

1.5.1 � Para os fins de inspeção e aprovação pelo BC, os condutores empregados nos circuitos elétricosserão, para os casos normais, os constantes da Tabela 1.1, (correspondente aos da bitola padrão AWG -American Wire Gauge). Os condutores serão, assim, identificados pelo número da bitola padrão AWG, oupela sua seção transversal.

1.5.2 � Para os casos em que forem empregados condutores especiais, não constantes da Tabela 1.1,dever-se-á identificá-los por seus números. Esses diâmetros deverão ser dados em milímetros, de acordocom a chave abaixo:

a) D > 0,025 mm aproximado a centésimosb) D < 0,025 mm aproximado a milésimos onde: D = diâmetro

Nota: A aproximação se fará para o 0,01 mm e 0,001 mm, para os valores iguais ou superiores a0,005 e 0,0005 mm, respectivamente para, os casos a) e b). Nesses casos, o BC aceitará as tolerânciasde 1% e de 0,002 mm para mais ou menos, para os diâmetros iguais ou superiores a 0,25 mm e até 0,25mm, respectivamente.

1.5.3 � Para os condutores estanhados, as tolerâncias nos diâmetros medidos depois da estanhagemserão os seguintes:

1.5.4 � Quando o isolamento que recobre o fio é de borracha vulcanizada ou sintética, ou de outro materialisolante contendo sulfatos, o fio de cobre deverá ser estanhado para evitar a corrosão do fio.

1.5.5 � Considera-se como diâmetro do condutor em um determinado ponto a média de duas medidastomadas nesse ponto, segundo duas direções que formem, entre si, um ângulo de 90 graus.

1.5.6 � O condutor, quanto à sua constituição, poderá ser de um fio único ou não, isto é, poderá sertambém formado pelo encordoamento de um certo número de fios componentes. Como regra geral,emprega-se o fio único para o condutor de seção transversal até 1 mm2; para os condutores de seçãotransversal igual ou maior que 2 mm2, empregam-se vários fios encordoados.

1.5.7 � Quanto ao formato, os condutores poderão ser de seção circular ou setorial. Normalmente, noscabos múltiplos empregam-se condutores circulares para seções inferiores à de no. 2 AWG (33,63 mm2)e condutores setoriais para seções maiores. De qualquer maneira, a seção transversal deverá ter umaforma tal que não possa causar avarias no isolamento.

D Para Mais Para Menos

até 0.25mm (exclusive) 0.007mm 0.002mm

0.25mm e maiores 3% 1%

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Tabela 1.1 - Área e diâmetros para fios de cobre

1.5.8 � As tabelas 1.2, 1.3 e 1.5 fornecem os valores máximos de correntes que podem circular noscondutores, segundo as suas seções transversais expressas na escala AWG. A Tabela 1.4 define os tiposde revestimentos usados na tabelas 1.2 e 1.3. A capacidade de um condutor deverá ser sempre superiorà corrente máxima que possa circular no circuito de que faz parte. Neste texto, subentende-se capacidadede um condutor como a capacidade nominal corrigida do condutor, ou seja, é aquela fornecida pelasTabelas 1.2 e 1.3, corrigida para a temperatura ambiente (fator de correção dado pelas próprias tabelas).

AWG ÁREA DIÂMETRO NOMINALmm2 Circular Mils mm polegada

0000 107.2 211.600.000 11.68 0.46000 85.03 167.800.000 10.40 0.40900 67.43 133.100.000 9.266 0.36480 53.48 105.500.000 8.252 0.32491 42.41 83.694.000 7.348 0.28962 33.63 66.370.000 6.544 0.25703 26.67 52.630.000 5.827 0.22914 21.15 41.740.000 5.189 0.20435 16.77 33.100.000 4.621 0.18196 13.30 26.250.000 4.115 0.1627 10.55 20.820.000 3.665 0.14438 8.366 16.510.000 3.264 0.12869 6.634 13.090.000 2.906 0.114410 5.261 10.380.000 2.588 0.101911 4.172 8.230.000 2.305 0.0907412 3.309 6.530.000 2.053 0.0808113 2.624 5.170.000 1.828 0.0719014 2.081 4.107.000 1.628 0.0648815 1.650 3.257.000 1.450 0.057016 1.309 2.583.000 1.291 0.05017 1.038 2.048.200 1.150 0.0452618 0.8231 1.624.000 1.024 0.0403019 0.6527 1.288.000 0.9116 0.0358920 0.5176 1.022.000 0.8118 0.0319621 0.4105 810.000 0.7230 0.0284622 0.3255 642.400 0.6438 0.0253523 0.2582 509.500 0.5733 0.0225724 0.2047 404.000 0.5106 0.0201025 0.1624 320.400 0.4547 0.0179026 0.1288 254.100 0.4049 0.0159427 0.1021 201.500 0.3606 0.0142028 0.08098 159.800 0.3211 0.0126429 0.06422 126.700 0.2859 0.0112630 0.05093 100.500 0.2546 0.0100331 0.04039 79.700 0.2268 0.0089232 0.03203 63.210 0.2019 0.0079533 0.02540 50.130 0.1798 0.0070834 0.02014 39.750 0.1601 0.0063035 0.01597 31.520 0.1426 0.0056136 0.01267 25.000 0.1270 0.00537 0.01005 19.830 0.1131 0.0044538 0.007967 15.720 0.1007 0.0039639 0.006318 12.470 0.08969 0.0035340 0.005010 9.888 0.07987 0.00314

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Tabela 1.2 - Correntes nominais para condutores, no ar livre (em Amperes, para atemperatura ambiente de 300C)

AWGISOLAMENTO DO CABO

R, RW,RU, T, TW RH TA, V, AVB AVA,

AVL AI, AIA A, AA SB, WP,PW

14 20 20 30 40 40 45 3012 25 25 40 50 50 55 4010 40 40 55 65 70 75 558 55 65 70 85 90 100 706 80 95 100 120 125 135 1004 105 125 135 160 170 180 1303 120 145 155 180 195 210 1502 140 170 180 210 225 240 1751 165 195 210 245 265 280 2050 195 230 245 285 305 325 235

00 225 265 285 330 355 370 275000 260 310 330 385 410 430 320

0000 300 360 385 445 475 510 370250 340 405 425 495 530 ..... 410300 375 445 480 555 590 ..... 460350 420 505 530 610 655 ..... 510400 455 545 575 665 710 ..... 555500 515 620 660 765 815 ..... 630600 575 690 740 855 910 ..... 710700 630 755 815 940 1005 ..... 780750 655 785 845 980 1045 ..... 810800 680 815 880 1020 1085 ..... 845900 730 870 940 ..... ..... ..... 9051000 780 935 100 1165 1240 ..... 951250 890 1065 1130 ..... ..... ..... .....1500 980 1175 1260 1450 ..... ..... 211750 1070 1280 1370 ..... ..... ..... .....2000 1155 1385 1470 1715 ..... ..... 1040 0.82 0.88 0.90 0.94 0.95 ..... .....45 0.71 0.82 0.85 0.90 0.92 ..... .....50 0.58 0.75 0.80 0.87 0.89 ..... .....55 0.41 0.67 0.74 0.83 0.86 ..... .....60 ..... 0.58 0.67 0.79 0.83 0.91 .....70 ..... 0.35 0.52 0.71 0.76 0.87 .....75 ..... ..... 0.43 0.66 0.72 0.86 .....80 ..... ..... 0.30 0.61 0.69 0.84 .....90 ..... ..... ..... 0.50 0.61 0.80 .....100 ..... ..... ..... ..... 0.51 0.77 .....120 ..... ..... ..... ..... ..... 0.69 .....140 ..... ..... ..... ..... ..... 0.59 .....

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Tabela 1.3 - Correntes nominais para cabos com 3 (três) condutores, no máximo(em Amperes, para a temperatura ambiente de 300C)

AWGISOLAMENTO DO CABO

R, RW, RU,T, TW RH Papel, TA, V,

AVB AVA, AVL AI, AIA A, AA

14 15 15 25 30 30 4512 20 20 30 35 40 5510 30 30 40 45 50 758 40 45 50 60 65 1006 55 65 70 80 85 1354 70 85 90 105 115 1803 80 100 105 120 130 2102 95 115 120 135 145 2401 110 130 140 160 170 2800 125 150 155 190 200 325

00 145 175 185 215 230 370000 165 200 210 245 265 4300000 195 230 135 275 310 510250 215 255 270 315 335 .....300 240 285 300 345 380 .....350 260 310 325 390 420 .....400 280 335 360 420 450 .....500 320 380 405 470 500 .....600 355 420 455 525 545 .....700 285 460 490 560 606 .....750 400 475 200 580 620 .....800 410 490 515 600 640 .....900 435 520 555 ..... ..... .....1000 455 545 585 680 730 .....1250 495 590 645 ..... ..... .....1500 520 625 700 785 ..... .....1750 545 650 735 ..... ..... .....2000 560 665 775 840 ..... .....40 0.82 0.88 0.90 0.94 ..... .....45 0.71 0.82 0.85 0.90 ..... .....50 0.58 0.75 0.80 0.87 ..... .....55 0.41 0.67 0.74 0.83 ..... .....60 ..... 0.58 0.67 0.79 0.91 .....70 ..... 0.35 0.52 0.71 0.87 .....75 ..... ..... 0.43 0.66 0.86 .....80 ..... ..... 0.30 0.61 0.84 .....90 ..... ..... ..... 0.50 0.80 .....100 ..... ..... ..... ..... 0.77 .....120 ..... ..... ..... ..... 0.69 .....140 ..... ..... ..... ..... 0.59 .....

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NomeComercial

Sigla isolamento Encapamento Aplicações

Code(Código)

R Borracha Resistente à umidade nãopropagador de chama,encapamento fibroso

Uso geral

Resistente àumidade

RW Borracha resistente àumidade

Como R Uso geral em locaisúmidos

Resistente aoCalor

RH Borracha resistente ao calor Como R Uso geral

Isolamento delátex

RU Borracha 90% pulverizadasem granulagem

Como R Uso geral (depreferência emconstruções civis)

Isolamentotermoplástico

T Composto termoplásticonão propagador de chama

Sem encapamento Uso geral dos nos 14 a0000 AWG

Termoplásticoresistente àumidade

TW Termoplástico resistenteumidade e a propagaçãode chama

Sem encapamento Uso geral em locaisúmidos dos nos 14 a0000 AWG

Termoplásticoe amianto

TA Termoplástico e amianto Cadarço de algodão nãopropagador de chama

Nos quadros elétricossomente

Cambraiaenvernizada

V Cambraia envernizada Encapamento fibroso emforro de chumbo

Locais secos a não seros de forro de chumboMenores que no. 6 AWGsó com permissãoespecial

Cambraiaenvernizada eamianto

AVAAVL

Amianto impregnado ecambraia envernizada

AVA cadarço de amianto.....AVL cadarço de amiantocom forro de chumbo.....

... - locais secossomente;... - locais úmidos.

Amianto eCambraiaenvernizada

AVB Amianto impregnado ecambraia envernizada

Cadarço de algodãoresistente à propagação dechama (quadros elétricos)

- Locais secos somente

Amianto A Amianto Sem cadarço de amianto Locais secos somente p/aparelhos de tensãonominal de 300V

Amianto AA Amianto Com cadarço de amianto Para fios exteriores,igual a A

Amianto AI Amianto impregnado Sem cadarço de amianto Como AAmianto AIA Amianto impregnado Com cadarço de amianto Como AAQueima lenta SB Três cadarços impregnados

de fio de algodão, retardao início da combustão

Capa externa comacabamento liso e duro

P/ uso somente em localonde a temperaturaambiente exceda osvalores permitidos p/condutores deencapamento deborracha ou cambraiaEnvernizada

Queima lenta SBW Duas camadasimpregnadas de fio dealgodão

Cobertura externaretardadora de fogo

P/ uso somente emlocais secos e fiaçãoExterior

Resistente avariações detemperatura

WP No mínimo 3 camadas decadarços de algodãoimpregnado ou equivalente

Pode ser usado parafiação interior somentecom permissão especial

1.4 - Tipos de isolamentos usados nas Tabelas 1.2 e 1.3

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Observações:a) Para tensões maiores que 600 volts, os valores nominais deverão decrescer de 2% para cada 1.000 volts aumento sobre

600 volts.b) Para cabos até 700.000 circular mils, os valores nominais para corrente alternada são os mesmos que para corrente contínua.

Tabela 1.5 - Corrente alternada (para valores cados em Amperes,para tensões até 600 Volts)

1.6 � FATOR DE SERVIÇO

a) O fator de serviço é definido com sendo um fator a ser aplicado à potência nominal, para indicar acarga permissível que poderá ser aplicada continuamente, sob condições específicas. Como tal,é impossível especificar aqui valores para �fatores de serviço� para todos os circuitos. Via deregra, o BC não exige a aplicação do fator de serviço para os �sub-ramais�, fazendo-o , todavia,para os motores elétricos, de acordo com a Tabela 1.6.

1 - Os fatores de serviço assinalados com um (x) não se aplicam - quando se tratar de motores de gaiola de esquilopolifásicos de média potência - aos motores de escorregamento alto (deslizamento alto);

2 - Deve esperar uma pequena diferença entre o funcionamento com carga nominal e o funcionamento com a cargapermissível indicada pelo fator de serviço.

Tabela 1.6 - Fator de serviço de motores normais

b) BC se reserva ao direito de aprovar circuitos em cujos cálculos tenham sido empregados fatoresde serviço, desde que lhe sejam fornecidos todos os elementos justificativos dos cálculos.

Área em circular mils Isolado comborracha

Isolado com cambraiaenvernizada

Condutores anulares isoladoscom cambraia envernizada

2.000.000 933 1020 12801.750.000 857 950 11601.500.000 770 890 10501.250.000 682 790 9001.000.000 588 705 770950.000 568 681 .....900.000 548 657 703850.000 527 633 .....800.000 506 607 635750.000 485 582 600700.000 463 555 1280

FATOR DE SERVIÇO DE MOTORES NORMAISPotência (CV) Fator de Serviço

1/20 1.401/12 1.401/8 1.401/6 1.351/4 1.351/3 1.351/2 1.25 x3/4 1.25 x1 1.25 x

1 1/2 1.20 x2 1.20 x

3 e maiores 1.15 x

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c) Para cada circuito elétrico deverá ser considerada, como corrente máxima, a maior corrente quepossa circular nos condutores, atendendo à capacidade dos aparelhos de proteção neles instalados.

d) Os condutores deverão ser selecionados de modo que sua seção transversal corresponda a umaqueda de tensão máxima de 5%, entre as barras coletoras dos quadros e um ponto qualquer dainstalação, circulando por eles a corrente máxima, em condições normais (circuitos de força eiluminação). Quando se tratar de circuitos de rádio, a queda de tensão máxima permitida será de1 volt, mais 1% da tensão nas �barras coletoras�, quando os condutores forem principais e acorrente que por eles circule alimente, também, as baterias.

e) Quando se determinar um condutor independente para carga de baterias de rádio. a queda detensão máxima admissível será de 1 volt, mais 1% da tensão nas �barras coletoras�.

f) Para os circuitos de iluminação, deverá ser considerado que cada ponto de luz absorve umacorrente equivalente à máxima carga que pode ser conectada, sendo a carga mínima admitida.de 60 watts; desta forma, para lâmpadas especificamente menores que 60 watts, poder-se-áescolher o condutor correspondente à sua carga. Não se enquadram no que está dito nesse itemos circuitos de iluminação de cornijas, painéis e de lâmpadas piloto.

g) Os condutores que alimentam os motores de tração, tais como guinchos e guindaste deverão serescolhidos considerando-se os serviços a serem prestados, admitindo-se períodos de trabalhode 30 minutos - atendendo à queda de tensão, baseando-se na potência de freio do motor. Se osperíodos de funcionamento forem previstos como maiores, diante da potência do freio, condutoresadequados deverão ser calculados. Para os cabrestantes e molinetes admite-se um períodotrabalho de uma hora, no mínimo, sempre se levando em conta a queda de tensão.

h) O �fator de serviço� poderá ser aplicado no cálculo da seção dos condutores que alimentemgrupos de guindastes ou guinchos, considerando-se o serviço a ser executado pelos motores. Acorrente máxima que circulará em um circuito com grupos de motores de guindastes ouguinchos é calculada como se segue:- 2 motores: a) De mesma capacidade: It = 0,65 ( IA + IB )

b) De capacidade diferente (IA > IB ): It = IA + 0,30 IB- 3 motores: a) De mesma capacidade: It = 0,5 ( IA + IB + IC )

b) De capacidade diferente ( IA > I0 ; IA > IC ) : It = IA + 0,25 (IB + IC )- 4 motores: a) De mesma capacidade: It = 0,4 (IA + IB + IC + ID )

b) De capacidade diferente (IA = maior corrente) : It = IA + 0,2 (IB + IC + ID )- 5 motores: a) De mesma capacidade: It = 0,36 (IA + IB + IC + ID + IE )

b) De capacidade diferente: (1A maior corrente): It = IA + 0,2 ( IB + IC + ID + IE )

Os condutores escolhidos deverão ter uma capacidade compatível com a condição permanenteda corrente calculada, com aplicação do fator de serviço, corrente essa �consumida� por todos os motores,a plena carga. Se os condutores que alimentam os motores de guinchos e guindastes forneceremalimentação para outros serviços, a corrente considerada para os cálculos desses condutores será aresultante da superposição das cargas.

i) Quando se tratar de geradores a serem acoplados em paralelo, o BC, para garantir uma divisãoproporcional de cargas, nos casos de potências diferentes e afastamentos diferentes dos quadrosde distribuição, exige condutores que resultem na mesma queda de tensão, a plena carga.

j) Para os circuitos que não sejam os de motores com proteção para sobrecarga, o BC exigirácondutores cuja capacidade seja, no mínimo, igual à dos elementos de proteção do circuito (fusíveis,disjuntores, etc.). Essa norma se aplicará, também, às reduções de seção do condutor (emramificações do circuito, por exemplo) e, nesses casos, essas ramificações serão protegidas porfusíveis ou automáticos de capacidade adequada, a não ser quando a corrente ajustada para o

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1.7 � MARCAÇÃO DE CABOS

O BC exige que todos os cabos múltiplos tenham uma marcação adequada em seus extremospara distinguí-los dos cabos singelos. Além disso, os cabos múltiplos deverão ter os vários condutoresmarcados de acordo com a Tabela 1.7.

Tabela 1.7 - Tabela de cores para identificação de condutores, adotada pela AIEE

COR BASE COR DO TRAÇO COR DO TRAÇO1 Preto2 Branco3 Vermelho4 Verde5 Laranja6 Azul7 Branco Preto8 Vermelho Preto9 Verde Preto10 Laranja Preto11 Azul Preto12 Preto Branco13 Vermelho Branco14 Verde Branco15 Azul Branco16 Preto Vermelho17 Branco Vermelho18 Laranja Vermelho19 Azul Vermelho20 Vermelho Verde21 Laranja Verde22 Preto Branco Vermelho23 Branco Preto Vermelho24 Vermelho Preto Branco25 Verde Preto Branco26 Laranja Preto Branco27 Azul Preto Branco28 Preto Vermelho Verde29 Branco Vermelho Verde30 Vermelho Preto Verde31 Verde Preto Laranja32 Laranja Preto Verde33 Azul Branco Laranja34 Preto Branco Laranja35 Branco Vermelho Laranja36 Laranja Branco Azul37 Branco Vermelho Azul38 Marrom39 Marrom Preto40 Marrom Branco41 Marrom Vermelho42 Marrom Verde43 Marrom Laranja44 Marrom Azul

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1.8 � ESCOLHA DO CONDUTOR

a) Trata-se de determinar a seção adequada do condutor, de acordo com a corrente que vai circular,da determinação das vantagens de usar cabo singelo ou múltiplo, um cabo somente ou vários emparalelo, do isolamento a ser utilizado, da determinação da queda de tensão, etc.

b) Pelo cabo escolhido deverá poder circular continuamente a corrente nominal, sem aquecimentoexcessivo. O calor existente em um cabo elétrico isolado deve-se às perdas no condutor, àsperdas dielétricas e às perdas provenientes das correntes de Foucault e correntes induzidas. Ocabo elétrico sendo percorrido por uma corrente terá sua temperatura elevada, até que esta seestabilize num valor para o qual o calor dissipado é igual ao calor gerado. Do que foi dito, concluiu-se que a maior corrente que pode percorrer um condutor depende da temperatura máxima que ocondutor pode atingir sem que seja afetado seu isolamento.

c) É necessário determinar o valor da corrente nominal a circular e, para isto, é preciso conhecer apotência nominal de cada motor, dos demais aparelhos do circuito, da iluminação, etc., sendonecessário deixar uma margem para futuros aumentos de carga, devido a modificações introduzidasposteriormente, as quais, todavia, só poderão ser feitas depois de submetidas a inspeção eaprovação do BC.

1.9 � CORRENTE ADMISSÍVEL EM REGIME PERMANENTE

a) As tabelas 1.2 e 1.3 fornecem, para os fios das bitolas padrão AWG, as correntes admissíveis emregime. permanente (corrente nominal do fio), para uma temperatura ambiente de 30OC. (86OF).Todavia, estes valores de corrente deverão ser corrigidos para a mais alta temperatura dos locaispor onde passará o condutor. As próprias tabelas 1.2 e 1.3 fornecem os fatores de correção paraa temperatura ambiente. Para os cabos multi-condutores, empregam-se ainda os seguintes fatoresde correção:

Cabos com dois condutores......... 0,8; eCabos com 3 ou 4 condutores...... 0,7

b) Quando for necessário fazer um agrupamento de cabos, correndo um ao lado do outro, mais umfator de correção deverá ser aplicado ao valor de corrente retirado da tabela 1.2 ou 1.3; este seráretirado da tabela 1.8.

Observação: O terceiro condutor (usado para a ligação à terra) deverá ser verde, em lugar de vermelho, quando forusado o cordão flexível num círculo de corrente alternada ou de corrente contínua.

Tabela 1.8 - Fatores de conversão para agrupamento de cabos

1.10 � CORRENTE DE CURTO CIRCUITO

a) É a corrente cuja duração é inferior a um segundo e que é produzida por um defeito numa partequalquer da instalação.

b) Os cabos elétricos deverão ser capazes de suportar a mesma corrente de curto circuito que osdemais equipamentos da instalação. Em geral, os cabos elétricos são capazes de suportar correntesde curto-circuito elevadas sem inconvenientes sérios. A corrente de curto-circuito que pode circularnum cabo é limitada pela temperatura máxima que este cabo pode suportar. Em geral, pode-seadmitir uma temperatura máxima de 120OC nos condutores e de 100OC nas capas de chumbo dosmesmos.

Número de Cabos Ao Ar Livre Em Espaço Confinado3 1.0 0.856 0.9 0.759 0.82 0.6712 0.78 0.60

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1.11 � CAPAS E ISOLAMENTOS DOS CONDUTORES E CABOS

a) Exceto para os cabos previstos claramente nestas regras, o BC exige que todos os condutorestenham isolamento adequado para tensões de serviço de 600 Volts.

b) Conforme as condições de emprego e a natureza do material isolante, o isolamento dos condutoresdeverá ter uma ou várias coberturas protetoras contra a umidade, o calor, corrosão e contra avariasmecânicas. De uma maneira geral, os materiais isolantes deverão ter uma condutibilidade tãobaixa que o fluxo de corrente através dele possa ser desprezado (corrente de fuga). O valor dacorrente de fuga, como regra ampla, determina o material que pode ser empregado como isolante.

c) Os materiais isolantes são classificados, para efeitos práticos, como mostrado na Tabela 1.9:

Tabela 1.9 - Classes de material isolante

d) Seja qual for o isolamento empregado, ele deverá ser aplicado concentricamente sobre o condutor,ao qual deverá ficar perfeitamente justaposto; deverá apresentar superfície exterior lisa, cilíndrica,isenta de lesões, fendas, falhas e outros defeitos.

e) A resistência de isolamento deverá ser sempre fornecida em megohms/km e nunca deverá sermenor ou igual a 1 megohm/km. Para a seleção de um isolamento, além de atender ao limite deelevação de temperatura (Tabela 1.10), o BC exige que o material satisfaça, basicamente, àspropriedades que se seguem.1. Mecânicas: tração, compressão, cisalhamento, choque mecânico, porosidade, absorção de

umidade, dureza, fragilidade, manuseabilidade, efeitos de expansão e de contração.2. Elétricas: resistência do isolamento, rigidez dielétrica, resistência ao impulso, perda de potência,

resistência ao arco.3. Químicas: estabilidade, resistência aos ácidos, álcalis, óleos, luz solar, e umidade; ponto de

fulgor e de inflamação, combustibilidade.4. Térmicas: resistência térmica, calor específico, amolecimento, temperatura de fusão e

viscosidade.

Classe MaterialTemperaturamáxima de

trabalho

0 Algodão, seda, papel e materiais orgânicos similares impregnados e imersos emdielétrico líquido 900C

A

Algodão, seda, papel e materiais orgânicos similares, impregnados ou imersos emdielétricos líquidos; materiais moldados ou laminados. Com "celulose filler', resinafenólica e outras resinas de propriedades similares vernizes esmaltados quandoaplicados aos condutores.

1050C

BMica, amianto, lã de vidro e outros materiais inorgânicos similares, compostos commateriais de ligação. Uma pequena proporção de material de classe A poderá entrarha composição para fins estruturais, somente.

1300C

H

Os mesmos materiais de classe B, com substâncias de ligação compostas deprodutos de silicone ou materiais com produtos compostos de silicone ou aindamateriais com propriedades equivalentes; composto de silicone sob a forma deborracha ou resina ou materiais com propriedades equivalentes. Podem ter, parafins estruturais, somente, pequeníssima proporção de materiais da classe A durantea fabricação, se forem essenciais.

1800C

C Mica, Porcelana, Vidro, Quartzo e materiais inorgânicos similares.

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Tabela 1.10 - Limites de elevação de temperatura para geradores de corrente contínua

1.12 � APLICAÇAO DE CABOS1.12.1 � Cabos com isolamento de algodão envernizado ou de algodão de amianto envernizado

Os cabos feitos com isolamento de algodão envernizado ou de algodão de amianto envernizadopoderão ser usados por toda a embarcação, e devem ser empregados em todos os compartimentos cujastemperaturas ambientes excedem 50OC. Onde for usado isolamento de algodão envernizado, a bitola dofio não deverá ser inferior à do número 12 AWG. Isto tornará necessário à uso do fio número 12 AWG nossub-ramais, em vez do número 14 AWG. No caso de algodão de amianto envernizado, poderá serempregado fio número 14 AWG nos sub-ramais. Os cabos feitos com isolamento de algodão de amiantoenvernizado são conhecidos normalmente como cabos à prova de calor e chama, e são mais própriospara instalação em lugares de alta temperatura, ou para circuitos em espaços onde a elevada resistênciado cabo ao fogo ou ao superaquecimento poderá reduzir o perigo de acidentes e de danificações.

1.12.2 � Fios e cabos de comunicação Interior

a) Para os circuitos de campainhas de chamada de 25 volts ou menos, nas acomodações dospassageiros e da tripulação, poderá ser usado um fio de campainha de condutor simples, se fordevidamente instalado em duto ou calha. Nos aparatos de comunicação interior, operando empotenciais que excedam 300 volts, tais como alarmes de incêndio, telégrafos, telemotores, circuitosde sinalização, circuitos de controle etc, que requerem dois ou mais fios, o cabo de comunicaçãointerior deverá ser blindado com um revestimento de chumbo, ou blindado de acordo com o descritonos itens procedentes, exceto os cabos de condutores duplos de iluminação e força que poderãoser substituídos por cabos de condutor duplo de comunicação interior.

b) Os telefones e sistemas de telefones, com exceção daqueles instalados para a conveniência dospassageiros, e não essenciais para a operação do navio, deverão ter cabos blindados ou comrevestimento de chumbo, como descrito acima.

1.12.3 � Condutores de aparelhos portáteis

a) Revestidos de borracha - os condutores de aparelhos portáteis, ferramentas portáteis, à provad�água ou não, luzes de sinalização e todos os aparelhos portáteis ou semi-portáteis que estiveremfora das acomodações de pessoal, deverão ser revestidos de borracha.

b) Blindados - cabos blindados poderão ser usados nas aplicações acima e devem ser empregadosquando o cabo ficar continuamente em contato com óleo.

Isolamento Classe A Isolamento Classe BTemperatura ambiente a 500C Temperatura ambiente a 500C

ContínuaNo fim de 2

horas desobrecarga

ContínuaNo fim de 2

horas desobrecarga

1) Todos os enrolamentos isolados,exceto os do item seguinte 40 55 60 75

2) Enrolamentos de campo de simplescamada com superfícies isoladasexpostas e enrolamentos de cobre nu.

50 65 70 85

3) Núcleos e partes mecânicas emcontato ou adjacentes a isolamento 40 55 60 75

4) Comutadores e anéis coletores. 55 65 75 855) Prata germânio ou "grade shunt' nosenrolamentos de campo série. 175 175

6) Mancais 35 40

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c) Trançados - os cabos de equipamentos portáteis ou semi-portáteis de posição fixa, tais comoluzes de mesa usadas nas acomodações de pessoal, deverão ter três condutores trançados. Oscabos de ferro de engomar, ou de outras cargas resistivas, destinados ao uso de passageiros,poderão ser de dois condutores trançados.

1.12.4 � Cabo com isolamento mineral, revestido de metal

a) O cabo com isolamento mineral, revestido de metal, poderá ser usado em qualquer serviço até600 volts. Poderá ser usado em circuitos principais, alimentadores, em ramais, em trabalhos tantoexpostos com embutidos, em lugares secos ou úmidos. Poderá ser usado onde estiver expostoao tempo ou à umidade contínua, exposto ao óleo, à gasolina ou em outras condições que nãotenham um efeito de deterioração no revestimento de metal.

b) O revestimento do cabo de isolamento mineral, revestido de metal, exposto a condiçõesdestruidoras, deverá ser protegido por materiais apropriados para estas condições.

1.13 � INSTALAÇÃO DOS CONDUTORES E CABOS

a) É impossível fazer neste texto referências a todos os tipos de aplicações de condutores, pois avariedade é muito grande. O que será dito neste item aplicar-se-á, de uma maneira ampla, a todosos casos em que são instalados condutores, especificando-se ou ressalvando-se os casosespeciais. As aqui mencionadas regras diferem das que são utilizadas em instalações de terra.

b) A instalação dos cabos deverá ser a mais retilínea e acessível possível, evitando-se:1. calor excessivo ou gases;2. óleo, condensações e projeção de água, locais com possibilidade de alagamento;3. avarias decorrentes de choque por carga ou armamento;4. porões e tanques;5. excessivo cruzamento de cabos; e6. possibilidade de formação de ninhos de ratos.

c) Quando os cabos devem atravessar anteparas ou conveses estanques, o BC exige que isto sefaça através de buchas (prensa-cabos) estanques. Quando atravessam obstáculos não estanques,é exigida apenas uma bucha para protegê-los dos extremos afiados (se a chapa tiver uma espessuramaior que 6,3 mm, um orifício de passagem arredondado será satisfatório). Quando os cabosatravessarem conveses, estanques ou não, devem fazê-lo dentro de �tubos de passagem�. Essestubos deverão ter 25 cm de comprimento, convés abaixo, e 45 cm, convés acima. Isto paraproteger os cabos de avarias mecânicas ou de água acumulada nos conveses.

d) Os cabos, se tiverem que correr ao longo das anteparas, deverão fazê-lo afastados delas,suportados por calhas suportes ou braçadeiras, a fim de evitar acúmulo de poeira, sujeira ouumidade. Isto também facilitará inspeções, limpeza e pintura dos cabos, bem como proporcionarámelhor manuseio dos cabos.

e) As calhas suportes ou braçadeiras deverão estar dispostas em intervalos não maiores de 50 cm,embora específicas recomendações possam alterar esses intervalos.

f) Os cabos revestidos de chumbo não poderão ser dobrados em curvas com raios menores que 8(oito) vezes o seu diâmetro. O raio de curvatura para as curvas dos cabos sem revestimento dechumbo não poderá ser menor que 7 (sete) vezes o diâmetro dos cabos.

g) As pontas dos cabos deverão estar seladas para evitar a entrada de umidade durante a instalação.Assim, quando for aberta uma bobina, selada pelo fornecedor, as pontas dos cabos deverão serprotegidas, pintando-as com um composto apropriado, como vernizes e tinta de asfalto ou materialsemelhante.

h) As emendas e junções deverão ser executadas de modo a assegurar um perfeito e permanentecontato mecânico e elétrico por meio de um conector adequado ou por meio de solda de

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i) estanho. O isolamento das emendas e junções será feito com fita de borracha (condutores isoladoscom borracha) ou com fita de cambraia (todos os tipos de isolamento), de modo a assegurar umisolamento, no mínimo, equivalente ao original dos condutores; esse isolamento será, então,completo e protegido mecanicamente com fita isolante adesiva. O isolamento das emendas ejunções dos condutores isolados com papel impregnado será feito com fita de cambraia, sem oemprego de fita isolante adesiva. Nas soldas empregadas nas emendas ou junções, não poderãoser usadas substâncias fundentes que sejam, pelos seus constituintes, corrosivas ou ácidas.

j) Os cabos para transporte de corrente contínua deverão ser instalados de modo que os camposmagnéticos se anulem. Assim, o par de condutores - positivo e negativo - deverá ser instaladojunto (um condutor adjacente ao outro), a fim de eliminar os efeitos de um campo magnéticoincompensado a bordo.

k) Cada condutor singelo de um circuito de CA deverá estar tão próximo do outro quanto possível.Os condutores de 3 fases deverão estar próximos uns dos outros, sem entreferro.

l) Os eletrodutos deverão ser instalados de forma a evitar o acúmulo de água de condensação e,conforme a necessidade, poder-se-á prove-los com orifícios para ventilação e drenagem. Oseletrodutos e as caixas de inspeção deverão ser eletricamente contínuos e ligados ao casco. Oseletrodutos não deverão conter cabos revestidos de chumbo, sem que tenham um outrorevestimento de proteção. Quando tiverem que atravessar compartimentos sujeitos a grandesvariações de temperatura, os eletrodutos deverão ser providos de juntas de expansão, para queas contrações e dilatações não provoquem avarias.

m) A seção de um eletroduto para cabos elétricos deverá ser calculada pela fórmula abaixo:

Es / S = 0,5

Es = somatório das seções transversais dos diversos cabos; eS = seção transversal do eletroduto.

n) Em um mesmo eletroduto não se deverá colocar cabos de sistemas de controle, ou de rádio, juntocom condutores de luz e força.

o) Os cabos de luz e força (de CA ou CC) de sistemas de 600V ou menos, poderão ocupar o mesmoeletroduto, desde que os condutores estejam com isolamento igual ao do cabo de maior tensão.

p) Não se colocará em um mesmo conduto metálico cabos armados com outros que não tenhamuma proteção igual.

q) Quando se colocar cabos para circuito CA em um eletroduto metálico, estes deverão ser colocadosno eletroduto de forma a evitar o aquecimento do eletroduto por indução.

r) As conexões dos terminais dos condutores às diversas partes do circuito elétrico deverão serfeitas por meio de conectores de pressão, parafuso de pressão, terminais soldados ou junçõesflexíveis soldadas, exceto para os condutores número 8 AWG, ou menores, e condutores de fiostrançados de número 10 AWG, ou menores, que poderão ser conectados por meio de braçadeirasou parafusos.

1.14 � MAQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS

a) Máquinas elétricas rotativas deverão ser instaladas em locais tão secos e ventilados quantopossível, onde não seja possível o acúmulo de gases inflamáveis. Não deverão ser instaladaspróximas a canalizações de água ou vapor e devem ser protegidas contra respingos de água eóleo.

b) As máquinas elétricas deverão ser igualmente protegidas contra avarias mecânicas.

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c) As máquinas elétricas deverão estar o mais possível separadas de materiais inflamáveis, devendohaver uma separação mínima de 0,50m entre as partes sob tensão e materiais inflamáveis, quandoestas máquinas não forem blindadas. Deverá haver, no mínimo, uma separação de 50cm entreum gerador e os objetos que o circundam, para facilitar o acesso. Deverá haver, também, espaçosuficiente para permitir todas as inspeções necessárias durante a operação, a fácil remoção daspartes rotativas e demais partes que possam necessitar de reparo.

d) Deverão ser tomadas precauções para ficarem protegidas contra contatos acidentais todas aspartes sob tensão acima de 250V CC ou 130V CA.

e) Quando se tratar de motor cuja instalação não possa satisfazer às recomendações desta seção,a alternativa escolhida deverá ser submetida à aprovação do BC.

f) Os eixos das máquinas elétricas deverão, sempre que possível, ser instalados paralelamente aoplano longitudinal do navio, e as máquinas deverão poder funcionar, mesmo com uma bandapermanente de 15O, um trim de 5O e um balanço de 22,5O. Os geradores de emergência deverãopoder funcionar com uma banda permanente de até 22,5O.

g) Todas as máquinas elétricas girantes disporão de meio para assegurar uma eficaz lubrificaçãodas partes que a requerem, sob quaisquer condições de funcionamento do navio, dentro doslimites de inclinação citados anteriormente.

h) Motores para montagem em convés aberto deverão ser do tipo à prova d�água ou com forrometálico que lhes dê a mesma proteção.

i) Nenhuma máquina motriz de gerador CC ou CA poderá, em hipótese alguma, provocar vibraçõesno gerador.

j) Todos os geradores deverão ter suas carcaças aterradas e deverão ter eficaz contato elétricocom suas máquinas motrizes, a não ser que estejam ligadas à terra de uma maneira eficaz. Domesmo modo, os jazentes dos geradores deverão ser aterrados.

k) A fim de prevenir os efeitos da corrosão os parafusos, estojos, porcas, pinos e todas as pequenaspartes, onde sérios perigos poderão surgir por efeito da corrosão, deverão ser fabricados commaterial resistente à corrosão ou aço suficientemente protegido contra corrosão.

l) Todo o equipamento de importância vital ao navio deverá possuir duas alimentações distintas,devendo essas serem feitas por cabos distintos, passando por caminhos diferentes, a fim deevitar avarias simultâneas dos cabos de alimentação (dupla alimentação).

1.15 � QUANTIDADE E TAMANHO DOS GERADORES

a) Quanto ao numero e tamanho dos geradores, cuidadosas considerações deverão ser feitas: se aenergia elétrica é o único meio de assegurar o funcionamento de equipamentos vitais do navio,deverá haver, no mínimo, dois geradores, e a capacidade de cada um deles deverá ser tal queseja capaz de, por si só (isto é, com o outro gerador parado), suprir toda a demanda de energianecessária para uma operação eficiente do navio, tanto no porto como em viagem.

b) A capacidade do gerador deverá ser, no mínimo, igual à carga máxima requerida pelo navio emviagem, com todos os equipamentos vitais funcionando.

1.16 � GERADORES DE EMERGÊNCIA

a) Todos os navios deverão possuir um gerador de emergência, acionado por motor diesel, ou umgrupo de baterias de emergência, localizadas em compartimentos acima do plano normal deflutuação, para alimentar as luzes e sistemas de força de emergência.

b) Motores a gasolina não são recomendados para máquinas acionadoras dos geradores deemergência, bem como não se deve usar óleo combustível com ponto de fulgor abaixo de 65OC.

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c) Os geradores de emergência ou o grupo de baterias de emergência deverão possuir capacidadeque os tornem capazes de alimentar todos os circuitos de luz e força de emergência, durante ostempos previstos na Tabela 1.11. Qualquer que seja a fonte de energia elétrica de emergência,deverá ter partida automática.

Observação: (x) Lanternas de segurança aprovadas pelo BC poderão ser usadas para iluminação dê emergência.

Tabela 1.11 - Tempo de funcionamento para geradores de emergência

1.17 � FUSÍVEL / DISJUNTORa) Os geradores de tensão constante, exceto os alternadores e suas excitatrizes, deverão ser

protegidos contra correntes excessivas, por disjuntores.

b) Os alternadores deverão ser protegidos, de modo que uma sobrecarga excessiva provoque umaqueda de tensão suficiente para limitar a corrente e a potência de saída, a valores que não possamprejudicá-los durante um curto espaço de tempo. O BC determinará a necessidade, ou não, deequipamentos automáticos de proteção contra correntes excessivas para os alternadores.

c) De maneira geral, não se deve usar excitatrizes com proteção contra correntes excessivas, demodo a não possibilitar o desligamento do alternador devido a aberturas acidentais dos fusíveisou disjuntores da excitatriz.

d) Os geradores de CC, a dois fios, poderão ter proteção contra correntes excessivas num condutor,somente se o dispositivo de proteção for atuado pela corrente total gerada, exceto nos campos�shunt� (os dispositivos de proteção não deverão interromper os campos �shunf� porque, se ocircuito for aberto com o campo com excitação máxima, uma força eletromotriz muito alta poderáser induzida, rompendo o isolamento do enrolamento do campo).

e) Os geradores de CC, a três fios, �compound� ou de campo �shunt�, deverão ser equipados comdispositivos de proteção contra correntes excessivas, um de cada condutor de armadura, de modoa serem atuados pela corrente total da armadura.

Tempo Mínimo (horas)Navios de

PassageirosNavios

CargueirosNavios de longo curso ou cabotagem de 100 até 1600TPB.

Acima de 1600 TPB

12

36

(x)

12Lacustres ou embarcações que naveguem a mais de 3 milhas dacosta

Embarcações que navegam a menos de 3 milhas da costa

Embarcações de travessia acima de 1 hora

Embarcações de travessia até 1 hora

8

3

2

1

8

3

-

-Embarcações fluviais ou para navegação em estreitos e baias:

Embarcações de travessia acima de 1 hora

Embarcações de travessia até 1 hora

Outras embarcações

2

1

3

3

-

-

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1.18 � LIGAÇÃO À TERRA

Os geradores que operam com uma tensão nos terminais de 150V ou mais, deverão ter suascarcaças ligadas à terra. Se não forem aterrados, a carcaça deverá estar permanente e eficazmenteisolada de terra.

1.19 � LIMITAÇÃO DE VELOCIDADE DE GERADORES

Os geradores de CC, acionados por turbinas, deverão ser protegidos pelos reguladores develocidade das turbinas, para que possam ser ligados em paralelo com outros geradores. Esses reguladoresde velocidade deverão atuar quando operarem no sentido de parar a turbina, abrindo contatos normalmentefechados, isolando eletricamente os geradores das barras.

1.20 � LIMITAÇÃO DA TEMPERATURA

Todos os geradores elétricos deverão operar dentro dos limites de temperaturas dados na Tabelar1.10, para geradores de CC, e Tabela 1.12, para geradores de CA. Observação: Para geradores podendooperar durante 2 horas.

Tabela 1.12 - Limites de elevação de temperatura para alternadores (temperatura ambiente de500C)

1.21 � REGULADORES DE TENSÃO1.21.1 � Requisito geral

Além dos reguladores de velocidade constante, de que devem estar dotadas as máquinas motrizesdos alternadores, estes devem estar equipados com reguladores automáticos de tensão, a fim de manterconstante a tensão nas barras (o BC aceita uma variação máxima de 2,5%). A regulação de tensão paracada tipo de gerador obedece às regras definidas a seguir.

Determinadopor

Geradores de PólosSalientes

Geradores TipoTurbina

IsolamentoClasse A

IsolamentoClasse B

IsolamentoClasse A

IsolamentoClasse B

1) Enrolamentos de armadurade geradores de 1500 KVA emenos

Termômetro 40 60

2) Idem para geradores de750 KVA e menos Termômetro 40 60

3) Enrolamentos de armaduracom 2 lados de bobina porranhura no estator dosgeradores de 1500 KVA

Detetorembutido 50 20

4) Idem, dos geradores acimade 750 KVA

Detetorembutido 50 70

5) Enrolamentos de camposisolados Resistência 50 70 80

6) Anéis Coletores Termômetro 557) Núcleo e partes mecânicasem contato ou adjacentes aisolamento

Termômetro 40 60 40 60

8) Mancais Termômetro 35 40 35 40

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1.21.2 � Gerador �shunt� ou gerador �shunt� estabilizado

Deverá ser projetado de acordo com o regulador de velocidade de sua máquina motriz e do seupróprio regulador, de modo que sua regulação permita um funcionamento na temperatura correspondente,a plena carga, no qual não possa haver uma elevação de tensão superior a 8%, quando a carga forgradualmente reduzida de 1 00% para 20%, e não possa haver também uma queda de tensão superior a12%, quando a carga for gradualmente aumentada de 20% para 100%. Para o teste, o reostato decampo, para cada condição, deverá ser ajustado para a tensão nominal no início da prova.

1.21.3 � Geradores �compound�

a) Deverão ser projetados de acordo com o regulador de velocidade da máquina motriz, composiçãoe regulação do gerador, para que, com o gerador funcionando na temperatura a plena carga, ecomeçando com uma carga de 20% para uma tensão dentro de uma tolerância de 1% da tensãonominal, possa alcançar a carga máxima com uma tensão que não ultrapasse 1,5% da tensãonominal.

b) Além de satisfazer os requisitos já mencionados, a regulação de um gerador de CC, a 3 fios,deverá ser tal que, quando operando com a corrente nominal, com a tensão nominal, os fiospositivo e negativo, e uma corrente no fio neutro de 25% da corrente nominal do gerador, a diferençaresultante da tensão entre o positivo e o neutro e entre o negativo e o neutro, não deve ser maiorque 2% da tensão nominal, entre o positivo e o negativo.

1.21.4 � Alternadores

a) Os alternadores serão sempre providos de reguladores automáticos de tensão, exceto os do tipo�compound�. As características de tensão dos alternadores, considerando a regulação de velocidadede suas máquinas motrizes, deverão ser tais que a tolerância máxima de 2,5% da tensão nominalseja admitida para qualquer carga, desde a condição de sem carga até a carga máxima, mantendoo fator de potência nominal.

b) No caso de ser aplicada bruscamente uma carga de 50%, ou de se retirar, também bruscamente,25% da carga nominal, a variação máxima de tensão admissível, em qualquer dos dois casos,deverá ser de 20% da tensão nominal, no período máximo de 3 segundos, findos os quais voltaráa subsistir, para a tensão, a tolerância de 2,5% do valor da tensão nominal.

1.21.5 � Operação em paralelo

a) Considera-se uma operação em paralelo bem sucedida aquela em que a carga em qualquer dosgeradores não difere de 15%, a mais ou a menos, da carga que lhe ficaria afeta na divisãoproporcional de carga total, segundo a capacidade de cada um dos geradores, na faixa de 20 a102% da carga total. Para a verificação de funcionamento normal em paralelo, deverá ser observadoo seguinte:

1 -Os geradores deverão estar na temperatura normal de operação;2 -A velocidade dos geradores deverá ser constante, ou levemente decrescente com o aumento da

carga;3 -O ponto de partida para o teste deverá ser 75% da carga total, com cada gerador funcionando

com a carga que lhe corresponder na divisão proporcional de carga;4 -Para os geradores �compound�, as quedas de tensão, para uma carga total normal através dos

circuitos de campo série de todos os geradores (incluindo o campo e os cabos para a barraprincipal), deverão ser igualadas, pela inserção de resistência, se necessário.

b) No caso de instalação onde a carga não flutua apreciavelmente, geradores �shunt� sem reguladoresde tensão ou geradores �shunt� estabilizados poderão ser usados no lugar de geradores�compound�. No caso de instalações onde a carga pode flutuar apreciavelmente, geradores �shunt�com reguladores de tensão, ou geradores �compound� deverão ser usados para manter a tensãoconstante. A menos que se especifique de outro modo, todos os geradores de CC, a 3 fios,deverão ser projetados para 25% de flutuação.

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1.21.6 � Excitatrizes

a) As excitatrizes dos geradores de corrente alternada deverão ser fabricadas de modo a que atendamàs diversas condições de excitação exigidas pelo gerador.

b) Todos os reguladores de velocidade constante (quer sejam do tipo hidráulico, quer do tipo demassas), reguladores de tensão e limitadores de velocidade, deverão ser fabricados de modo aoperar eficientemente sob quaisquer condições de funcionamento ou de navegabilidade do navio.

c) Os motores elétricos deverão operar dentro dos limites de temperatura (Tabela 1.13, para motoresde corrente contínua e Tabela 1.14, para motores de corrente alternada). Motores situados naspraças de máquinas ou nas praças de caldeiras, excetuando-se os motores de ferramentas emáquinas portáteis, devem ser projetados e adquiridos, considerando temperatura ambiente de5OoC Os motores para ferramentas, motores localizados em compartimentos da máquina do lemeou qualquer outro compartimento onde o ar de resfriamento não excede, nunca, 4OoC, poderãoser selecionados na base de temperatura ambiente de 40oC. Os motores que serão instalados emcompartimentos onde a temperatura ambiente excede, normalmente, 5OoC, deverão serconsiderados como motores especiais e deverão ser arranjados de modo que se ajustem àtemperatura ambiente em que vão trabalhar.

d) Deverá ser dada especial atenção à lubrificação adequada para as altas temperaturas de operação.

1.22 � ARRANJOS DE TERMINAIS

a) Todos os motores, exceto aqueles à prova d�água e de explosão, deverão estar providos decaixas de terminais à prova de respingos, ter as guias de terminais à prova de respingos e presasà carcaça do motor. As extremidades desses terminais deverão estar ajustadas com conectoresaprovados, próprios para uso com os terminais para cabos de entrada.

b) Todas as conexões com o interior dos motores, assim como o fornecimento da corrente, deverãoestar providas de um mecanismo de travamento eficiente.

c) As guias de motores à prova d�água deverão ser trazidas para fora, através de caixas de junçãoresistentes à pressão da água.

d) O BC permitirá não haver a caixa de terminais, desde que, e somente neste caso, os terminaissejam levados diretamente a uma caixa de junção que não esteja a mais do que 1,5m do motor,assim mesmo se forem satisfeitos os seguintes requisitos:1. O condutor formar um cabo armado ou estar dentro de um condutor metálico, rígido e flexível;2. O condutor deverá ser, no máximo, número 18 AWG;3. O condutor deverá ser, se dentro de um conduto metálica rígido ou flexível no máximo, número

10 AWG.

De qualquer maneira, se o condutor estiver num conduto ou for cabo armado, ou tiver qualqueroutro envoltório metálico, deverá haver, sempre uma ligação metálica fazendo continuidade elétrica efetiva,dos envoltórios e dos cabos. Contudo, os condutos, tubos ou qualquer outro tipo de envoltório, deverãoestar isolados da carcaça do motor.

1.23 � MOTORES NA PRAÇA DE MÁQUINAS

a) Os motores a serem instalados na praça de máquinas ou outros espaços abaixo do convés, ondepoderão estar sujeitos a danos mecânicos, gotejo de água ou óleo etc., deverão ser ou do tipo.àprova de água, ou do tipo de refrigeração fechada, à prova de respingos ou à prova de gotejos.Poderão ser do tipo aberto, protegidos contra gotejo, por capas, especialmente em casos em queas exigências de força e de serviço requeridos resultarem num motor excessivamente grande, sefeito totalmente blindado.

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Observação: Quando for empregado isolamento da classe H, os limites de elevação de temperatura serão de 400C amais do que os valores dados para a classe B. As temperaturas dadas para isolamento da Classe H são baseadasunicamente considerando-se este tipo de isolamento. Sucessivas operações das máquinas nessas temperaturasrequerem considerações especiais para mancais, buchas, lubrificação, etc., com 25% de sobrecarga, a temperaturano fim deste período de sobrecarga, não poderá exceder de mais de 150C dos valores, exceto para anéis coletores.

Tabela 1.13 - Limites de elevação de temperatura para motores de corrente contínua(Método do termômetro)

a) Os motores para trabalho intermitente deverão ser selecionados e projetados para a classificaçãoespecial sob a qual irão operar.

b) Nas praças de máquinas, onde a atmosfera pode estar saturada de vapores- de óleo, que seacumulariam nas grades de ventilação dos motores e nos enrolamentos, deverá ser dadaconsideração especial ao uso de ventilação completamente fechada ou ao encanamento daventilação nos motores blindados e auto-ventilados, de modo a impedir o acumulo de óleo nosenrolamentos.

c) Todos os motores localizados abaixo do piso das praças de máquinas deverão ser à prova deágua, ou convenientemente protegidos.

Parte do Motor Tipo de Invólucro

Limite de elevação de temperatura OCIsolamento Classe A Isolamento Classe B400C de

temperaturaambiente

500C detemperatura

ambiente

400C detemperatura

ambiente

500C detemperatura

ambiente

Todos os enrolamentos isolados,menos item seguinte

Aberto e semi-fechado 50 40 70 60

Totalmente fechado 55 45 80 65

Enrolamento de campo de simplescamada, com superfície isolada eenrolamentos de cobre nu

Aberto e semi-fechado 60 50 80 70

Totalmente fechado 65 55 85 75Núcleos e partes mecânicas emcontato comou sem adjacentes à isolamento

Aberto e semi-fechado 50 40 70 60

Totalmente fechado 55 45 75 65Comutadores e anéis coletores. Aclasse de isolamento se refere asolamento afetado pelo calor ocomutador, qual isolamento éempregado na construção docomutador ou a ele adjacente

Todos os tipos 65 55 85 75

MancaisAberto e semi-fechado 40 35 45 40

Totalmente fechado 45 40 50 45

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Parte do Motor Tipo de Invólucro

Limite de elevação de temperatura OC

Isolamento Classe A Isolamento Classe B

400C detemperatura

ambiente

500C detemperatura

ambiente

400C detemperatura

ambiente

500C detemperatura

ambienteEnrolamentos esferas,núcleos e partes mecânicasem contato, com ou semadjacente e isolamento

Todos, excetototalmente fechado 50 40 70 60

Totalmente fechado 55 45 75 65

Anéis coletores,comutadores. A classe deisolamento se refere aisolamento afetado pelocalor do comutador no qualisolamento é empregado naconstrução do comutador oua ele adjacente

Todos 65 55 85 75

MancaisAberto e Semi-aberto 40 35 45 40Totalmente Fechado 45 40 50 45

Observações:a) Enrolamentos de gaiola de esquilo e partes mecânicas não em contato com ou adjacente a isolamento poderão

atingir tais temperaturas que não sejam lesados de maneira alguma.

b) Quando for empregado isolamento da classe H os limites de elevação de temperatura serão de 40,C a mais do queos valores dados para a classe B. As temperaturas dadas para isolamento da classe H são baseados, unicamente,considerando-se este tipo de isolamento. Sucessivas operações das máquinas nessas temperaturas requeremconsiderações especiais para mancais, buchas, lubrificação, etc.

Tabela 1.14 - Limites de elevação de temperatura para motores de corrente alternada(Método do termômetro)

1.24 � BOMBAS

a) Os motores que operam bombas de cilindro de compressão ou de acoplamento fechado, deverãoter a extremidade propulsora inteiramente blindada, ou planejada para impedir a entrada de líquidono motor. Os motores para bombas deverão, geralmente, estar providos de um enrolamento decampo �shunt�, estabilizado, e para as bombas do tipo centrífugo é recomendado controle de, nomínimo, 10% da velocidade por campo �shunt�.

1.25 � ESPAÇOS REFRIGERADOS

Geralmente recomenda-se que os motores não sejam instalados nestes espaços, mas se isto seder, deverá ser dada consideração especial ao efeito da condensação.

1.26 � MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA

a) Todos os motores deverão ser projetados para tensão, fase e freqüência do sistema deabastecimento. A construção e o tipo de enrolamento deverão ser determinados pelas condiçõesnas quais o motor terá de operar. Poderão ser de indução de rotor enrolado, indução com rotorem curto-circuito, ou do tipo de comutador síncrono. Motores do tipo em curto-circuito sãorecomendados para quase todos os usos. Para se alcançar o maior fator de potência possível, osmotores deverão ser escolhidos visando a atender aos requisitos da carga nominal.

b) Os enrolamentos em deita, abertos, deverão ser evitados, no caso de motores de indução demúltiplas velocidades, por causa das inúmeras dificuldades associadas ao grande número decabos de condutores.

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1.27 � QUADROS ELÉTRICOS - LOCALIZAÇÃO

a) Os quadros elétricos deverão ser instalados em locais secos, bem ventilados, onde não possahaver acúmulo de gases, longe de combustíveis e de respingos d�água, e de modo que a ele sótenham acesso pessoas qualificadas para tal. Se o quadro tiver de ser localizado em local úmido,mediante aprovação do BC, terá de possuir um invólucro à prova d�água.

b) Os quadros elétricos deverão ser instalados de modo a não haver possibilidade de comunicaremchamas, através de centelhas, a materiais facilmente inflamáveis.

c) Se o quadro tiver algum equipamento ou fiação que seja acessível por trás dele, deverá haver umintervalo de 35 cm entre o equipamento ou fiação e a parede do painel, se o quadro for de 1 painelsó, não excedendo de 1,05 metros de largura ou, no mínimo, de 60 cm, se o quadro tiver umpainel mais largo ou tiver mais de um painel. Se o espaço atrás do quadro tiver acesso somentepor um lado, os intervalos dados acima deverão ser acrescidos de 15 cm.

d) Os espaços atrás dos quadros não deverão ser usados para armazenamento de material dequalquer espécie.

e) Se as condições do navio permitirem, os espaços mínimos atrás dos quadros deverão seraumentados, a fim de se aumentar a acessibilidade e o espaço de trabalho.

f) Na frente dos quadros deverão existir corrimãos, a fim de evitar-se acidentais aberturas oufechamentos de circuitos, por esbarros de pessoas desavisadas.

g) Todos os quadros deverão ser ao tipo de frente morta. As carcaças e molduras dos quadroselétricos, bem como as estruturas que suportam equipamentos de interrupção de circuitos, deverãoser ligadas à terra. Todos os envoltórios de instrumentos, relés, medidores e transformadores deinstrumentos, deverão ser ligados à terra. Os secundários dos transformadores dos instrumentos,de corrente ou de potencial, deverão ser ligados à terra.

h) Todo quadro operando com tensão acima ou igual a 150 volts, em corrente alternada ou 230 volts,CC, deverá possuir, para proteção do operador, um capacho de borracha ou de material dequalidades isolantes idênticas, colocado na frente e atrás (onde possa o operador estar). Estecapacho deverá estar sempre seco.

i) Em todos os quadros elétricos deverão ser postos diagramas esquemáticos de ligações. Essesdiagramas poderão estar desenhados em plaqueta a ser afixada ao quadro, ou pintados diretamenteem parte visível da chapa de um painel, mas, em qualquer dos casos, o diagrama deverá estarprotegido contra esbarros acidentais, e executado com tinta indelével.

j) Em todos os painéis e portas de acesso, deverão ser colocadas plaquetas indicando a máximatensão.

k) Em todos os instrumentos de medida de controle, deverão ser colocadas placas que os identifiquemclaramente. Também deverão ser colocadas placas indicadoras em todos os fusíveis ouinterruptores automáticos, com indicação do circuito e corrente a plena carga.

l) Os quadros deverão ser construídos de materiais incombustíveis. Esses materiais não deverãoabsorver umidade.

m) Todos os aparelhos instalados nos quadros obedecerão ao seguinte critério.1. Fixados diretamente na estrutura dos quadros: sua armação deverá ser de material isolante,

com grande rigidez dielétrica.2. Fixação não direta à estrutura dos quadros: sua fixação deverá ser feita através de isolamento

entre a armação e o painel ou o que for.Os materiais isolantes, empregados num e noutro caso, deverão ter as características exigidas

para sua aplicação, características essas imutáveis sob as variações de temperatura a que possa estarsujeito o quadro.

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n) Todos os elementos componentes dos quadros deverão ter acessibilidade garantida, de modo apermitir, sob condições difíceis de navegabilidade do navio, substituição e reparos.

m) Todos os condutores, contatos etc., empregados nos quadros, deverão ter proteção isolante, enão inflamável, a fim de se evitar a formação de arco. Deverão ser considerados como fazendoparte da proteção, os intervalos que devem existir entre os condutores, contatos, etc., bem comoentre qualquer um deles e a massa.

o) Todos os quadros deverão ser construídos de modo que as variadas condições de navegabilidadedo navio não afetem sua operação. Aplicar-se-ão para os quadros, as mesmas exigências desteregulamento para as máquinas elétricas girantes, isto é, funcionamento assegurado, quando onavio apresentar uma banda permanente de 5O, e mesmo quando o balanço do navio atingir umângulo de 22,5O. Para os quadros de emergência, exige-se um funcionamento adequado, mesmocom uma banda permanente de 22,5O.

p) Deverão ser previstas pelo construtor, vibrações e choques, prováveis de ocorrência a bordo,incluindo-se as vibrações de velocidade crítica, não só do navio, como das diversas máquinasexistentes no navio, isto a fim de que os quadros sejam montados de modo que essas vibraçõese choques não venham prejudicar o funcionamento dos quadros e afrouxar ligações, porcas,parafusos, estojos ou prejudicar os diversos contatos de chaves, disjuntores, relés, etc.

q) Os quadros elétricos em geral, poderão ser divididos em 2 tipos, a saber:1. De controle local.2. De controle remoto.Os quadros do tipo de controle local possuem todas as chaves, barras, medidores e todos os

aparelhos, montados no quadro ou junto a ele. Os quadros do tipo de controle remoto possuem asbarras, chaves, disjuntores e equipamentos semelhantes, em locais distantes deles, usualmente emcompartimentos separados, tendo nos quadros apenas os aparelhos de controle de circuitos.

r) O BC só exige quadros do tipo de controle remoto quando as tensões são superiores ou iguais a750 volts.

s) As barras dos quadros elétricos deverão ser, normalmente, feitas no formato de uma barra chatade cobre. Essas barras deverão ser construídas com base numa densidade de corrente de cercade 1000 amperes/pol 2. A Tabela 1.15 fornece as dimensões para as barras horizontais paravários valores de correntes. (Nota: quando a corrente é maior que os valores encontrados naTabela 1.15, deverá ser construída uma barra laminada, composta de várias barras finas, separadasumas das outras, de modo a garantir uma maior superfície radiante).A capacidade nominal da barra é calculada na base de 50% do fator de carga, para densidades

que, sob condições médias de radiações, dão um aumento de temperatura de cerca de 100C. Quando ofator de carga for de 100%, as densidades de corrente devem ser divididas por 2 (dois).

t) Para as barras verticais, os valores de corrente deverão ser reduzidos de 15 a 20%.

u) Todas as extremidades das barras deverão ser protegidas contra corrosão e oxidação (estanhadasou proteção similar). As conexões das barras deverão ser mecânicas e a continuidade elétricagarantida por meio de solda.

v) Todas as barras coletoras e suas conexões nos quadros serão de cobre e com dimensões taisque não permitam um aumento de temperatura superior a 40OC acima da temperatura ambiente.Quando as barras operarem com mais de 2000 amperes, o aumento máximo permitido será de5OC. As barras coletoras deverão poder resistir com segurança aos esforços mecânicos causadospelas variações de temperatura e por correntes de curto-circuito. Onde for necessário, colocar-se-á dispositivos que permitam a dilatação e contração das barras, sem que disto advenha avariaspara as mesmas ou suas conexões. Deverá existir uma separação mínima de 20 mm entre asbarras, e de 16 mm entre as barras e a massa, quando as barras não tiverem outro meio isolantea não ser o ar ambiente.

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Observações:a) Quando os valores de correntes forem maiores que os da Tabela, deverão ser montadas barras [amimadas

constituídas de barras delgadas, separadas uma das outras para dar uma maior superfície radiante.b) As correntes nominais foram calculadas na base de 50% do fator de carga para densidades nas quais, sob

condições médias de radiação, dariam 1 OIC de elevação de temperatura. Com fator de carga de 1 00%, asdensidades de corrente devem ser divididas por 2 (dois).

c) Para barras verticais, os valores de corrente devem ser reduzidos de 15 a 20%.

Tabela 1.15 - Dimensões de barras horizontais para várias correntes

y) As barras de equilíbrio e seus interruptores deverão ter uma seção tal que permita a passagem deuma corrente que seja, pelo menos, metade da corrente a plena carga do gerador.

1.28 � ACESSÓRIOS DOS QUADROS

a) Todos os quadros elétricos de distribuição deverão estar dotados de meios indicadores de baixasnos diversos circuitos.

b) Todos os fusíveis dos quadros deverão estar sempre na frente dos quadros, excetuando-se osquadros que possuem armação posterior, nos quais os fusíveis poderão ser montados na parteposterior, porém bem separados das barras coletoras e demais partes energizadas.

c) Interruptores e fusíveis de mesma polaridade deverão ser dispostos de maneira tal que, estandoo interruptor aberto, o fusível não fique sob tensão.

d) Todos os instrumentos de medida e lâmpadas piloto ou de terra deverão estar protegidos emcada pólo isolado por um fusível, situado tão perto quanto possível da fonte de energia. Quandoos instrumentos forem alimentados por um transformador de tensão, com fusíveis no primário eno secundário, não será necessário proteger os instrumentos e lâmpadas, com fusíveis.

e) Dever-se-á evitar que as partes móveis dos disjuntores, chaves e contatores fiquem energizadasquando estes estiverem abertos.

1.29 � PROTEÇÃO ELÉTRICA

a) As instalações deverão ser protegidas contra as correntes excessivas, a fim de garantir continuidadenos serviços, segurança para o material e para o pessoal que as conduz.

b) As correntes de curto-circuito deverão ser consideradas como correntes excessivas, prevendo,cada aparelho, acidentais ocorrências de correntes de tal natureza.

c) Os equipamentos de proteção serão usados levando-se em conta certas características dainstalação, e poderão ser: 1- Disjuntores 2- Chaves automáticas 3- Chaves manuais 4- Fusíveis.

1.29.1 � Corrente Contínuaa) Sistemas unifilares ou a 2 Fios, sendo um ligado à terra - Para cada circuito: um disjuntor monopolar

de intensidade máxima ou um fusível e uma nova chave monopolar, no pólo isolado.

Dimensões (pol) Amperes Amperes / pol2 Dimensões (pol) Amperes Amperes / pol21 x 1/4 433 1732 2 1/2 x 1/2 1500 1200

1/4 x 1/4 530 1696 2 1/2 x 5/8 1715 10971/2 x 1/4 626 1669 2 x 1/2 1222 12223/4 x 1/4 725 1657 0000 AWG 267 16061/4 x 3/8 676 1442 1/2 de circunferência 305 15521/2 x 3/8 798 1418 5/8 de circunferência 426 13883/4 x 3/8 916 1395 3/4 de circunferência 1 560 12672 x 3/8 1035 1380 1 de circunferência 861 1097

2 1/4 x 3/8 1154 1367

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b) Sistemas a 2 fios, sem ligação à terra - Para cada circuito: um disjuntor bipolar de intensidademáxima ou um fusível em cada pólo e uma chave bipolar.

c) Quando for instalado mais de um gerador alimentando barras diferentes, isto é, que não possamoperar em paralelo - Para cada circuito: comutadores multi-direcionais, a fim de que cada circuitopossa ser alimentado por qualquer dos geradores, isoladamente.

d) Sistemas a 3 Fios:1. Para cada circuito com 3 condutores - um disjuntor bipolar ou um fusível em cada condutor

extremo e uma chave bipolar.2. Para cada circuito de saída com 2 condutores (tirados de condutor extremo e do condutor neutro):

- Com um condutor ligado à terra - um disjuntor monopolar com um fusível e uma chave monopolarsobre o condutor isolado.

- Com dois condutores isolados - um disjuntor bipolar ou um fusível em cada pólo e uma chavebipolar.

1.29.2 � Corrente Alternadaa) Sistemas monofásicos - Os mesmos equipamentos mencionados em a), b) e c), para corrente

contínua.

b) Para sistemas unifilares ou a dois fios, sendo um ligado à terra - um disjuntor monopolar paraintensidade máxima ou uma chave monopolar manual e um fusível no pólo isolado de terra.

c) Para sistemas a três fios - um disjuntor tripolar, com proteção para sobrecarga em cada póloextremo.

1.29.3 � Proteção para Geradores - CC

1.29.3.1 � Tipo �shunt�a) Para sistemas unifilares ou a dois fios, sendo um ligado à terra - um disjuntor monopolar de

intensidade máxima, com desarme para inversão de corrente.

b) Para sistemas a dois fios - um disjuntor bipolar de intensidade máxima, com desarme para inversãode corrente.

c) Para sistemas a três fios - um disjuntor tripolar, com proteção para sobrecarga em cada póloextremo, devendo haver proteção contra inversão de corrente em um dos condutores extremos.

1.29.3.2 � Tipo �compound� equilibradoa) Como no tipo shunt, devendo ser instalada uma chave monopolar no fio de equilíbrio, de modo

que se feche antes do disjuntor e se abra depois dele. O relé para proteção contra inversão decorrente será conectado no pólo positivo (a conexão de equilíbrio será ao pólo negativo).

b) Se o sistema for a três fios, com geradores �compound�, com enrolamento em série dividido porcada pólo, deverá haver um disjuntor de cinco pólos (dois pólos extremos, dois para os conectoresde equilíbrio e um para o neutro), com reles de intensidade máxima nos pólos extremos e proteçãocontra inversão de correntes. (Nota: nos condutores neutros, para qualquer tipo de gerador paraoperação em paralelo ou não -, deverá haver um relé que acione um sistema de alarme, quandohouver uma sobrecarga nestes condutores).

1.29.4 - Proteção para alternador - CA (para cada alternador)a) Para sistemas trifásicos - um disjuntor tripolar, com relés de intensidade máxima em duas fases,

pelo menos.

b) Para sistemas a três fios:1. Com o neutro isolado de terra - um disjuntor tripolar, com relés de intensidade máxima nas

duas fases.2. Com o neutro ligado à terra - um disjuntor tripolar, com relés de intensidade máxima em cada

fase.

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3. Para sistemas trifásicos a quatro fios - um disjuntor tripolar, com relés de intensidade máximanas três fases. (Neste caso, deverá ser instalada uma chave que isole o neutro do alternador).Se os alternadores puderem operar em paralelo, seus disjuntores deverão ser equipados comproteção contra inversão de corrente, quando a potência dos alternadores for maior que 135KVA.

1.29.5 � Proteção de circuitos

a) Deste modo, os aparelhos de proteção poderão ter funções específicas de proteção contrasobrecargas ou contra correntes excessivas, nunca devendo ser usados fusíveis de 320A oumais, como proteção para sobrecargas. Preferencialmente, deverão ser usados disjuntores sempreque a intensidade nominal for maior que 200A. Contudo, fusíveis dessa capacidade poderão serempregados como proteção contra correntes de curto circuito. Por outro lado, os disjuntores e aschaves automáticas, instalados como proteção contra sobrecargas, terão de ter característicasde desarme apropriadas para os sistemas onde estão instalados.

b) As correntes excessivas são ditas de sobrecarga, quando suas ocorrências não afetam osisolamentos. As correntes excessivas são ditas de curto-circuito quando suas ocorrências afetamos isolamentos.

c) Todos os quadros elétricos disporão dos aparelhos de interrupção de circuitos e de proteção,dados a seguir:

1.29.5.1 � Geradores de Corrente Contínua

a) Para um gerador instalado:1. Para sistemas unifilares ou a dois fios, sendo um ligado à terra - um disjuntor monopolar para

intensidade máxima ou uma chave monopolar manual e um fusível no pólo isolado de terra.2. Para sistemas de dois fios - um disjuntor bipolar de intensidade máxima, ou um fusível em

cada pólo e uma chave bipolar manual.

b) Para mais de um gerador instalado, mas que não possam ser ligados em paralelo.1. Para sistemas unifilares ou a dois fios, sendo um ligado à terra - um disjuntor monopolar para

intensidade máxima ou uma chave monopolar manual e um fusível no pólo isolado de terra.

c) Sistemas Trifásicos:1. Circuitos de 3 fios � Para cada circuito, de um disjuntor tripolar de intensidade máxima ou um

fusível em cada fase e uma chave tripolar.2. Circuitos de 2 condutores (uma fase e neutro), sendo um ligado à terra - um disjuntor monopolar

ou um fusível e uma chave monopolar no condutor isolado.3. Circuitos a 2 fios (uma fase e neutro), sendo os dois isolados de terra - um disjuntor bipolar ou

um fusível em cada pólo e uma chave bipolar.4. Circuitos a 4 fios - um disjuntor tripolar, de intensidade máxima para as três fases ou um

fusível em cada fase e uma chave tripolar.

1.29.5.2 - Os equipamentos de proteção mencionados acima, são, também, os exigidos tanto para osquadros principais quanto para os de emergência, e constituem, tanto para os quadros principais quantopara os de emergência, os mínimos aceitáveis.

1.29.5.3 - Os condutores mencionados abaixo não deverão ser dotados de fusíveis, nem ou chavesindependentes, que não abram os circuitos simultaneamente:

1. Condutores neutros de circuitos a três fios, corrente contínua ou alternada monofásica.2. Condutores neutros de circuitos trifásicos, a 4 fios.3. Condutor de retorno de sistemas unifilares.

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1.30 � PROTEÇÃO DOS QUADROS

a) Os desarmes para sobrecargas dos disjuntores deverão ser ajustáveis. Nos casos nãoespecificados nessas Regras, as proteções contra correntes de curto-circuito serão feitas pordisjuntores ou fusíveis. Com autorização do BC, uma combinação de fusíveis e chaves automáticaspoderá ser usada no lugar dos disjuntores.

b) A capacidade nominal dos aparelhos de proteção contra corrente de curto-circuito não poderá sermenor que a máxima corrente de curto-circuito que possa ocorrer na instalação no pontoconsiderado, no instante da separação dos contatos.

c) Se o disjuntor fechar contatos, pondo em curto equipamentos ou circuitos, sua capacidade nominalnão poderá ser menor que a máxima corrente de curto-circuito que possa ocorrer no pontoconsiderado da instalação.

d) Quando a instalação for de corrente alternada, o ponto máximo da assimetria corresponderá aomáximo valor de corrente de curto-circuito.

e) Quando os aparelhos de proteção contra correntes de curto-circuito não forem projetados parainterromper os circuitos, deverão ser projetados para a máxima corrente de curto-circuito quepossa ocorrer, levando-se em conta o tempo necessário para a remoção do curto-circuito.

f) Quando as embarcações forem projetados para possuir auxiliares acionados por motores elétricos,deverão ser dotados de meios eficazes para garantir um suprimento contínuo de corrente elétricapara os motores que acionam auxiliares vitais. Se, em regime de viagem, for necessário acoplar-se dois ou mais geradores para assegurar a alimentação dos circuitos vitais, todos os equipamentosde proteção deverão ser adequados para, numa sobrecarga, interromper primeiramente asalimentações dos circuitos não vitais, permanecendo alimentados os circuitos vitais. Poderá, senecessário, ser feito um processo de desconexão de segundos, no mínimo, entre cada desconexão.

g) Deverão ser dotados de disjuntores ou fusíveis, como proteção para correntes de curto-circuito,os primários dos transformadores de força. Se dois ou mais transformadores forem instalados demodo a poderem operar em paralelo, deverão ser instalados meios para corte dos secundários,tais como disjuntores ou fusíveis, ambos de capacidade nominal não menor que o máximo valorda corrente de curto-circuito que possa ocorrer.

h) Os circuitos alimentadores das máquinas de leme deverão ser dotados de disjuntores, chavesautomáticas, fusíveis ou qualquer outro aparelho de interrupção, como proteção para sobrecarga.Serão dotados, apenas, de um alarme da sobrecarga. Esses circuitos serão dotados, também,de proteção contra correntes de curto-circuito.

i) Os circuitos que alimentam equipamentos com proteção para sobrecarga serão dotados, apenas,de proteção contra correntes de curto-circuito.

j) As características dos equipamentos de proteção dos motores terão que ser compatíveis comsuas características de operação, bem como com os serviços prestados pelos motores. Quandoos motores forem de corrente alternada trifásica, deverão ser dotados de equipamentos de proteçãoque impeçam seus funcionamentos como motores monofásicos. Os aparelhos de proteção dosmotores elétricos deverão ser construídos e ajustados de modo a permitir o excesso de correntenormal ocorrido durante o período de aceleração.

k) Os motores vitais e os motores de potência nominal acima de 1/2 KW, deverão ser dotados dedispositivos de proteção para isolá-los, sempre que ocorra uma falta de tensão. Esse dispositivoserá complemento do aparelho de proteção contra sobrecarga que, juntamente com o equipamentode proteção contra correntes de curto-circuito, faz parte de sua individual e obrigatória dotação deproteção. (Nota: o equipamento de proteção contra correntes de curto-circuito do motor poderáser o mesmo dos seus condutores de alimentação).

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l) As correntes máximas permitidas a circular indefinidamente pelos aparelhos de proteção dosmotores para serviço contínuo, não poderão ser maiores que 125% da corrente nominal.

m) Os retardamentos dos aparelhos de proteção deverão ser introduzidos, quando for o caso, demodo que a interrupção produzida por eles no circuito seja feita antes de ser atingido o limiteseguro da temperatura para o enrolamento do motor.

n) Para os motores de serviço intermitente, as prescrições acima serão atendidas, considerando-seos fatores de carga dos motores.

o) Quando não houver indicações, nem elementos ou dados precisos, poderão ser tomados comovalores de correntes de curto-circuito, 10, 6, 3 vezes a corrente de plena carga nominal, comocorrentes de curto-circuito para geradores, motores de CC, e motores de CA, respectivamente.

p) Não poderão ser utilizados os disjuntores dos geradores como proteções secundárias dosequipamentos de proteção instalados nos circuitos de saída dos quadros elétricos. O BC permitiráo emprego de disjuntores ou fusíveis como proteções secundárias de disjuntores que não tenhamcapacidade nominal igual à máxima corrente de curto-circuito que possa ocorrer no pontoconsiderado, mas, para isso, esses disjuntores ou fusíveis deverão fazer a interrupção dos circuitosquando a corrente atingir 90% do valor de corrente para a qual foi ajustado o equipamento decorte principal.

q) Todos os disjuntores, chaves manuais ou automáticas, serão construídos de modo que, havendotrepidação do navio, esbarros ou quaisquer outros acidentes, permaneçam abertos ou fechados(conforme a posição imposta pelo condutor).

r) Os disjuntores, chaves manuais ou automáticas, deverão ser fabricados de modo que seusmecanismos de manuseio estejam protegidos das partes energizadas e sejam de materiais dealta resistência mecânica. Deverão ser, por outro lado, dotados de abafadores de arco, sempreque as tensões forem de 125V ou maiores, e as correntes nominais forem de 10 amperes oumaiores (o material constituinte desses abafadores terá de ser resistente ao arco). Se foremenvolvidos, em todo ou em parte, por capas ou carcaças metálicas, terão seus envolventesafastados suficientemente das partes energizadas, e se esses envolventes ficarem expostos aosarcos, terão de ser revestidos de isolamento constituído de material resistente ao arco.

s) Os relés de inversão de potência ou de inversão de corrente deverão atuar com correntes na faixade 5 a 15% da corrente nominal do gerador, com tensões normais nos enrolamentos de tensão,sob quaisquer temperaturas admissíveis nas condições de trabalho.

t) Uma queda de tensão igual à metade da tensão aplicada, não deverá deixar inoperante omecanismo de inversão de corrente, porém poderá alterar a intensidade de corrente invertidanecessária para desarmar o disjuntor (abrir o disjuntor).

u) Deverão estar marcadas nos disjuntores as ajustagens feitas (a ajustagem � para sobrecargasserá sempre dada em amperes).

v) Os fusíveis empregados como proteção não poderão estar descobertos nas partes que se fundem;essas partes serão embutidas, a fim de se evitar que o material fundido possa prejudicar algummaterial adjacente ao fusível. Os fusíveis deverão ser instalados de modo que acidentalmente,por contato ou vibrações, não se soltem de seus suportes. Cada fusível será dotado, na parte demanuseio, de um isolamento não inflamável, a fim de proteger a pessoa que o instalará ou substituirá(a mesma regra se aplica aos suportes dos fusíveis). Os fusíveis terão gravados na sua estrutura,de modo indelével, sua capacidade e as características que o identifiquem:1. Corrente nominal do circuito protegido; e2. Dimensões do fusível apropriado ou do elemento substituível.

x) Os fusíveis deverão ser adequados para temperatura ambiente de 45OC, e a elevação detemperatura nos terminais não pode ser maior que a temperatura máxima permitida para os cabosa eles conectados.

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1.31 � APARELHOS DE MEDIDA NOS QUADROS ELÉTRICOSOs quadros elétricos serão dotados dos aparelhos de medida dados a seguir. Esses aparelhos

deverão ter suas escalas de acordo com a Tabela 1.16:

Tabela 1.16 - Escalas dos aparelhos de medida

Os aparelhos de medida exigidos para os geradores são os que seguem, como indicados:

1.31.1 � Corrente Contínuaa) Geradores que não operem em paralelo - 1 voltímetro e 1 amperímetro, para cada um.

b) Geradores que operem em paralelo - 1 amperímetro para cada 2 voltímetros, sendo um voltímetroconectado às barras e o outro conectado a qualquer dos geradores, mediante uma chave seletiva.

c) Nos geradores �compound�, o amperímetro será ligado ao pólo positivo, isto é, ao pólo oposto aoda conexão do fio de equilíbrio.

d) Se o sistema for a três fios, o amperímetro deverá ser ligado como nos casos anteriores e deverá,também, ser ligado um voltímetro entre cada condutor e o neutro.

1.31.2 � Corrente Alternadaa) Alternadores que não operem em paralelo - 1 voltímetro para cada um, 1 amperímetro capaz de

indicar a corrente em cada fase (mediante uma chave seletiva), um frequencímetro e um wattímetro.(Nota: o amperímetro acima poderá ser substituído por um amperímetro em cada fase).

b) Alternadores que operem em paralelo - cada alternador terá um wattímetro, 2 frequencímetros eum dispositivo de sincronia composto de um sincronoscópio e lâmpadas de sincronia (ou dispositivoequivalente).

Um dos wattímetros será conectado às barras e outro conectado a qualquer dos alternadores pormeio de uma chave seletiva. As ligações dos frequencímetros serão como as dos wattímetros.

1.32 � DISTRIBUIÇAOa) A distribuição a bordo das embarcações será feita por um dos sistemas dados no início desta

seção, excetuando-se os casos de embarcações de pequeno porte. Qualquer que seja o sistemade distribuição adotado, terá sempre origem num quadro principal.

b) A distribuição far-se-á de modo que todos os utilizadores tenham suas alimentações garantidasem situações normais e, se for um utilizador vital, sua alimentação estará também asseguradaatravés de um quadro de emergência, numa situação anormal.

c) Os utilizadores serão alimentados diretamente, por circuitos partindo dos quadros ou serãoalimentados através de painéis de distribuição, de caixas de distribuição, de caixas de derivaçãoou de caixas de fusíveis. Os circuitos que alimentem os utilizadores terão suas proteções nosquadros ou nos painéis de distribuição, caixas de derivação, caixas de seções ou de fusíveis. Oscabos dos vários circuitos, para os efeitos desta Regra, serão designados de acordo com a Tabela1.17.

instrumento Escala até Observação

Voltímetros 120% da tensãonominal do circuito Limite superior

Amperímetros 150% da corrente docircuito

Limite superior. Se os amperímetros forem usadospara geradores de corrente contínua, para operaçãoem paralelo, deverão possuir uma escala que indique,pelo menos, 15% de inversão de corrente.

Wattímetros compatível com ainstalação

Se forem usados para alternadores que possamoperar em paralelo, deverão possuir uma escala queindique, pelo menos, 15% de inversão de potência.

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Tabela 1.17 - Designação dos cabos dos circuitos de distribuição

d) Quando se fizer distribuição de CC, a 3 fios, os utilizadores deverão ser alimentados por umcondutor de polaridade negativa ou positiva e pelo condutor neutro, de modo que a carga fiquedividida igualmente pelos condutores ativos. A divisão das cargas parciais será feita, obedecendosempre ao que está dito neste item, desde os circuitos alimentadores até os sub-ramais, admitindo-se uma variação de 15%. Se nessa distribuição, a tensão nominal for maior do que 250V, deveráser feita conexão do neutro à terra, em um ou mais pontos. Para que, em situações anormais, aconexão à terra possa suportar as variações não eqüitativas de carga, será sempre escolhido umcondutor de seção transversal compatível com os geradores.

e) Se a distribuição for a 3 ou 4 fios, para sistemas de corrente alternada, os utilizadores serãoalimentados ou pelas três fases - utilizadores trifásicos - ou serão alimentados de maneira quehaja uma divisão eqüitativa de carga pelas diferentes fases, permitindo-se uma variação de 15%.O condutor neutro, nessa distribuição, poderá ser ligado à terra, e essa ligação será feita por meiode uma impedância ou diretamente.

f) Para que, em situações anormais, a conexão à terra possa suportar as variações não eqüitativasde carga, será sempre escolhido, para esse fim, um condutor de seção transversal compatívelcom os geradores e transformadores do sistema.

g) Quando se fizer distribuição com retorno pelo casco, os condutores que fazem a ligação ao cascoterão as mesmas seções transversais dos condutores isolados. No caso de CC, os pólos negativosdos geradores ou dos acumuladores serão conectados ao casco (essas conexões serão feitasem locais de fácil acesso).

h) Os circuitos a bordo serão designados de acordo com o serviço que prestam, porém serão tambémclassificados como principais ou de emergência. Serão chamados de circuitos principais aquelesque fazem as alimentações normais dos vários utilizadores. Serão chamados de circuitos deemergência aqueles que partem dos quadros de emergência para os diversos utilizadores vitais.

i) Os utilizadores vitais poderão ser alimentados por um quadro principal ou pelo quadro deemergência. A alimentação pelo quadro de emergência poderá ser feita pelas barras deste quadroalimentadas por gerador de emergência ou alimentadas pelo quadro principal. Para isso, doquadro principal sairá um cabo alimentador de retorno conectado às barras do quadro deemergência e este cabo disporá de um disjuntor, chave ou qualquer dispositivo de desconexão,no painel de emergência do quadro principal.

j) Todas as embarcações disporão de tomadas de energia de terra, com a finalidade de permitir que,quando necessário, a instalação de bordo possa ser alimentada por uma fonte de energia externa(do cais, de dique ou de outra embarcação). Essas tomadas de terra permitirão também ofornecimento de energia para outro navio. As tomadas de terra estarão ligadas permanentemente

Cabos Circuitos Observações

Alimentadores Partem dos geradores principais ou deemergência, alimentando as barras.

Podem alimentar diretamente utilizador outransformador.

Alimentadores Partem dos quadros principaisalimentando painéis de distribuição.

Podem alimentar diretamente utilizador outransformador.

Principais Partem de painéis de distribuição,alimentando caixas de distribuição.

Podem alimentar diretamente utilizador outransformador.

Sub-principais Partem de caixas de distribuiçãoalimentando caixas de derivação.

Podem alimentar diretamente utilizador outransformador.

Ramais Podem alimentar diretamente utilizador outransformador.

Sub-ramais Partem de caixas de fusíveis ou deseções alimentado utilizadores.

Cada sub-ramal poderá alimentar mais doque um utilizador se sua capacidadenominal não exceder a 15A.

Alimentador deretorno Partem dos quadros principais

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ao quadro principal através de um disjuntor ou de uma chave com fusíveis, para o caso defornecimento de energia a outro navio. Antes do disjuntor será conectada uma lâmpada piloto queindicará, quando acessa, que o navio está fornecendo energia elétrica ou recebendo energia deuma fonte externa.

k) As dimensões e características da embarcação determinarão o número de tomadas de terra quedevam existir a bordo. As tomadas de terra deverão ter dispositivos para proteção dos cabos deligação, de modo que os esforços mecânicos sofridos pelos cabos portáteis sejam transmitidossomente às estruturas metálicas das tomadas de terra. A tomada de terra disporá de um fasímetroconectado antes da chave automática, se a instalação for de corrente alternada trifásica. Essefasímetro indicará troca de fases, quando se fizer ligações incorretas dos cabos portáteis e poderáser dispensado se houver no quadro principal um fasímetro instalado antes do disjuntor. Nessecaso, os pólos das tomadas de terra deverão ter marcações em cores (preto, vermelho, e branco),idênticas à marcações que devem dispor os cabos portáteis utilizados.

l) Esta Regra exige que haja, nas praças de máquinas, uma distribuição de lâmpadas alimentadaspor circuitos dispostos de maneira que as praças não fiquem às escuras, por uma interrupçãoqualquer (por fusíveis ou disjuntores), em ponto intermediário, permanecendo fechado o disjuntorcorrespondente do quadro principal.

m) O que é exigido na alínea anterior para as praças de máquinas, será também exigido para oscorredores ou quaisquer outras vias de acesso às baleeiras de salvamento, quando se tratar denavios de passageiros. Nos circuitos de iluminação de CA, trifásica, a iluminação em váriospontos de um mesmo compartimento, corredor ou via de acesso, estará alimentada por fasesdiferentes.

n) Os transformadores dos sistemas trifásicos de iluminação serão monofásicos, ligados em estrelaou triângulo, de modo a garantir-se a iluminação, conforme exigido nos dois itens anteriores.

o) Nos circuitos de iluminação, cada sub-ramal, de capacidade nominal menor ou igual a 15A, nãodeverá alimentar mais do que 10, 14 e 18 pontos de iluminação, nos sistemas de 24 a 55v, 110 a127V e 220 a 250V, respectivamente. Nos casos em que se tratar de cornijas ou quaisquer outrosgrupos muito próximos de lâmpadas, e a máxima corrente de regime não ultrapasse 10A, não seaplica a exigência acima.

p) Os sub-ramais dos circuitos de iluminação não deverão alimentar também circuitos de força ou desistemas de aquecimento. Todos os compartimentos de carga deverão ter iluminação controladapor chaves localizadas em compartimento, passagem ou corredor a eles adjacentes. Essas chavesdeverão possuir dispositivos para tratamento quando desligadas.

q) Os motores vitais deverão ser alimentados por sub-ramais próprios e independentes.

r) Nos passadiços, ou em outro local, bem próximo e de fácil acesso, deverá existir um painel dedistribuição para as luzes de navegação, de onde partirão os circuitos de alimentação das diversasluzes, protegidos no painel por chaves e fusíveis ou disjuntores. No painel ou em local ao alcancedo pessoal de quarto, deverão existir alarmes, visuais ou audíveis (ou combinação de ambos),automáticos, para cada lâmpada, a fim de avisar uma falha ocorrida na lâmpada.

s) Os painéis de distribuição poderão ter alimentação direta dos quadros principais ou através detransformadores, e a alimentação do painel deverá ser feita por dois circuitos alternados, detransferência fácil.

t) As máquinas de leme deverão ser alimentadas por 2 grupos de cabos diferentes, ambos partindodo quadro principal ou um partindo do quadro de emergência que tenha alimentação de retorno.Esses grupos de cabos deverão correr o mais afastado possível um do outro (sempre que possívelum por BE e outro por BB). Os motores elétricos da máquina do leme deverão ter alimentaçãopelo quadro de emergência. Todos os cabos deverão ser do tipo adequado para serviço permanentede imersão, capazes de, juntamente com suas ligações ou conexões, suportar alturas de cargaiguais às quotas negativas dos motores, tendo como plano de referência o convés principal,(requisito necessário para o caso de alagamento). Os cabos de alimentação deverão ser contínuos,do convés principal aos terminais do motor. Os motores acionadores deverão possuir meios para,sob quaisquer condições, serem controlados de locais acima do convés principal.

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u) Os motores acionadores de bomba de incêndio deverão ter alimentação direta dos quadros, cominterrupção somente pelos quadros (ou seja, não poderá haver qualquer caixa de conexão entreo quadro e o motor); a alimentação deverá ser por dois circuitos alternados, de fácil transferência.

v) Os sistemas de ventilação das praças de máquinas deverão ser controlados de compartimentosadjacentes, corredores ou conveses.

1.33 � TRANSFORMADORES

a) Serão considerados aqui os transformadores de capacidades nominais iguais ou superiores a 1KVA. As características dos transformadores deverão ser tais que, aplicando-se no primário atensão nominal, com a freqüência nominal, a elevação de temperatura dos enrolamentos dostransformadores do tipo seco, durante serviço contínuo, na máxima capacidade para os isolamentosda classe A e B, não deverá ultrapassar de 50 a 7OoC, respectivamente.

b) Deverão ser especialmente considerados os transformadores resfriados por meio de óleo ououtro líquido qualquer. A regulação dos transformadores, mesmo monofásicos, não deverá excederde 5%, para um fator de potência igual a 0,8. O BC admite uma tolerância de 0,5%. Ostransformadores, além disso, deverão ser capazes de, durante 3 segundos, suportar nos terminaisde qualquer enrolamento, os efeitos mecânicos e térmicos de correntes de curto circuito.

c) Os transformadores deverão ser localizados em locais afastados de materiais combustíveis ouinflamáveis de qualquer espécie, e se a tensão aplicada nos terminais dás primeiros for igual oumaior que 25OV, deverão ser instalados de modo que não possam estar sujeitos a contatosacidentais, levando carcaças metálicas, as quais devem protegê-los de quaisquer outros agentesexternos. Essas carcaças deverão ser ligadas à terra. De acordo com a localização a bordo, umtransformador será à prova de jato d�água, de respingos etc.

d) Sempre que utilizadores vitais tiverem alimentação através de transformadores, estes deverãoser instalados com capacidade e em número suficiente para garantir a alimentação dessesutilizadores, mesmo com um dos transformadores retirado por qualquer motivo. Se forem usadostransformadores monofásicos, tanto para iluminação como para suprimento de utilizadores vitais,a instalação deverá possuir, pelo menos, um transformador de reserva. A transferência dealimentação para o transformador de reserva deverá ser fácil e de rápida manobra.

e) Todos os transformadores deverão ser construídos com seus enrolamentos concêntricos, e comos núcleos ligados à terra, exceto os transformadores que se destinam à partida de motores.

f) Os transformadores resfriados a líquidos deverão ter suas carcaças com juntas de expansão, oucom outros meios quaisquer para acomodar a dilatação do líquido resfriador e dela própria. Alémdisso, deverão existir respiradores nas carcaças. Esses transformadores deverão, sob quaisquercondições de tempo e de navegabilidade do navio, operar sem derramar o líquido resfriador,mesmo quando houver uma banda permanente de 15o ou um trim de 5o. Deverão operar, igualmente,com balanços de 22o 30'. Se o transformador estiver num circuito de emergência, deverá obedeceràs regras acima para uma banda permanente de 22o 30'.

g) As placas identificadoras dos transformadores deverão ser colocadas em locais bem visíveis econter, escrito de modo indelével, suas características nominais.

h) As características de queda de tensão de transformadores que devem operar em paralelo deverãoser tais que a corrente induzida no secundário de cada um deles não tenha uma variação maiorque 10% do seu valor nominal.

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1.34 � BATERIAS

a) As prescrições destas Regras, no que se refere a baterias, aplicam-se às baterias fixas dasinstalações elétricas, e não às baterias portáteis ou pilhas secas.

b) Todas as baterias de um navio deverão ser localizadas num compartimento próprio, destinadounicamente para isso e para a guarda de baterias de reserva e, desde que observadas certasmedidas de segurança, e quando autorizado pelo BC, para a carga de baterias. Contudo, se onavio possuir, na instalação, baterias alcalinas e ácidas, deverá dispor de dois compartimentos,um para cada tipo de bateria.

c) O compartimento de baterias deverá ser localizado na embarcação de modo que não fique expostoao calor irradiado ou transmitido por condução através de anteparas, pisos e conveses de praçasde máquinas, de praça de caldeiras, de cozinhas ou de lavanderias etc. Não deverão, por outrolado, ser localizadas de modo a ficarem expostas a frios intensos, nem a condensações. Se, peloprojeto de um navio, o compartimento de baterias for obrigado a localizar-se de maneira que fiqueexposto a colisões, a incêndio ou a outro qualquer acidente, ou a seus efeitos, não deverão serinstaladas nesse compartimento as baterias que alimentem motores de arranque de motoresdiesel de emergência. Nesse caso, tais baterias deverão ser localizadas em locais adequados e,se no convés ou outro lugar exposto ao tempo, deverão ser instaladas de modo a ficarem protegidaspor uma ou mais caixas especialmente fabricadas para esse fim.

d) Um compartimento de baterias deverá, além do que foi dito acima, satisfazer aos requisitosenumerados abaixo:

1 - Todo o interior do compartimento deverá ser pintado com tinta resistente à corrosão; ocompartimento deverá ter dimensões tais que permitam o acesso a pessoas habilitadas, paraconservação das baterias.

2 - O sistema de ventilação do compartimento deverá ser exclusivo para a sua ventilação, comcapacidade para renovação constante de ar ambiente, numa média de 40 vezes em cada hora.

3 - Se o teto do compartimento puder ficar em franca comunicação com o ar livre de atmosfera,através de dutos diretos e exclusivos, poderá ser usada ventilação natural. Nesse caso, os dutosnão poderão ter inclinação maior ou igual 45o da vertical, e seus interiores deverão ser pintadoscom a mesma tinta resistente à corrosão empregada no interior do compartimento.

4 - Não deverão ser localizados num compartimento de baterias equipamentos capazes de provocararco ou centelhamento.

5 - Se for necessário fazer qualquer abertura em convés ou antepara de um compartimento de bateriaspara um fim qualquer diferente de ventilação, deverá ser feita uma selagem com o fim de evitar afuga de gases emanados das baterias, para compartimentos adjacentes ou conveses.

6 - As baterias deverão ser instaladas em prateleiras gradeadas, devendo essas grades ser forradascom chumbo, se suportarem baterias ácidas. Por baixo dessas grades, sob as baterias, deverãoser colocadas bandejas de chumbo ou de madeira forrada com chumbo, a fim de aparar qualquergota ou derramamento de ácido. Se as prateleiras gradeadas suportarem baterias alcalinas, asproteções ditas acima deverão ser feitas com chapas de aço, em vez de chumbo.

7 - Se for realizável, as proteções mencionadas no sub-item 6 poderão ser substituídas (com exceçãodo que foi dito para as prateleiras) por uma forração de chumbo ou aço, sobre todo o piso docompartimento, fazendo-se também um rodapé de 20cm de altura em todas as anteparas. Oforro deverá ser estanque, bem como sua junção com o rodapé.

8 - A iluminação dos compartimentos não poderá ser feita por meio de lâmpadas descobertas e ocontrole da iluminação deverá ser feito de compartimento adjacente.

9 - Em local bem visível, deverá existir, com dizeres gravados ou escritos com tinta indelével, umaplaca de aviso, proibindo o fumo no interior do compartimento. Nesse aviso poderá constar,também, proibição para uso de lâmpadas descobertas.

e) Todas as vezes que baterias tiverem de ser localizadas, por não haver outra solução, em caixasno convés ou em compartimentos, tais caixas deverão satisfazer aos requisitos para oscompartimentos, devendo ser, tal como os compartimentos, estanques à água.

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f) As baterias empregadas a bordo deverão ser de fabricação segura, com suas placas bemresistentes, prevendo-se um desprendimento mínimo de materiais ativos. Os elementos das bateriasdeverão ser fabricados de modo a não haver possibilidade de transbordo de eletrólito sob quaisquercondições de navegabilidade do navio. Esses elementos, ou suas cubas, deverão ser dispostosde modo a garantir-se acessibilidade a eles, pelos topos e por um dos lados, no mínimo.

g) Todas as baterias e elementos serão fixados nas suas prateleiras de modo a não poderem sofrerdeslocamentos com o jogo do navio. Se preciso for, deverão ser usados calços, isoladosadequadamente, para garantir a imobilidade das baterias. Sempre que forem empregadas bateriaspara partidas de motores diesel principais, deverão ser empregados grupos de 2 baterias comsuficiente capacidade combinada para satisfazer ao número de partidas exigidas pelo BC. Paraesse caso, a instalação deve dispor de meios para recarregamento das baterias.

h) Todas as baterias deverão ser protegidas contra correntes de curto-circuito, por meio de disjuntoresou fusíveis em cada condutor isolado, e essas proteções deverão se localizadas em compartimentoadjacente ao de baterias. Excetuam-se do que foi aqui prescrito, as baterias dos grupos departida de motores diesel.

i) Se forem instalados resistores em série para o carregamento de baterias, usando-se a tensão delinha do sistema, deverão ser instaladas proteções contra inversão de corrente, desde que atensão empregada seja maior que 15% da tensão de linha.

135 � FOGÕES, FORNOS E APARELHOS DE AQUECIMENTO

a) Os fogões elétricos e outros aparelhos de cozinha instalados nos navios deverão satisfazer, alémdas exigências do serviço a que são destinados, às exigências que se seguem:

1 - Deverão ser localizados longe de materiais inflamáveis de qualquer espécie.2 - Deverão ser instalados de modo que, quando operando em suas mais altas3 - temperaturas admissíveis, não causem aquecimento demasiado ao convés onde estão apoiados,

ou que lhes cobrem, nem de antepara a eles próxima.4 - Todas as partes destinadas ao manuseio dos cozinheiros e ajudantes deverão ser de material

não condutor de eletricidade e de calor, não inflamável e não higroscópico.5 - Deverão ser construídos de modo que os pontos a serem manipulados pelos cozinheiros e

ajudantes não ultrapassem a 5OoC, em operação sob qualquer regime de trabalho.6 - As partes metálicas que não fiquem energizadas deverão ser ligadas à terra.

b) Os aparelhos de aquecimento deverão satisfazer às exigências que se seguem:1 - Deverão ser localizados longe de materiais inflamáveis de qualquer espécie, a uma distância

mínima de 1,0 metros de beliches e cortinas.2 - Deverão ser instalados, como os aparelhos de cozinha, de modo que, quando operando nas suas

mais altas temperaturas admissíveis, não causem aquecimento demasiado dos conveses ou dasanteparas.

3 - Deverão ser construídos de modo a apresentarem grande resistência mecânica.4 - Todas as partes destinadas à manipulação deverão ser de material não condutor de eletricidade

e de calor, não inflamável, não higroscópico e não podendo ultrapassar 5OoC, quando ativadossob qualquer regime de trabalho.

5 - As partes metálicas que não fiquem energizadas deverão ser ligadas à terra.6 - Somente com autorização do BC, nos compartimentos de grande cubagem poderão ser instalados

aquecedores elétricos que não sejam do tipo de convecção.7 - Se os aquecedores tiverem de ser localizados em locais onde possam ficar sujeitos a choques

mecânicos, deverão ser do tipo blindado.

1.36 � COMUNICAÇOES INTERIORES

a) Os circuitos de comunicações interiores poderão ser alimentados pelo sistema de força e luz donavio, por conversares rotativos ou estáticos, por baterias ou por pilhas, usando tensões até 220Vde corrente contínua e 250V de corrente alternada.

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b) Quando o circuito de comunicações interiores possuir alimentação com tensões superiores a 50Vde corrente alternada ou 60V de corrente contínua, ou tenha alimentação de sistemas de força eluz, deverá ter seus acessórios e proteções (desde o quadro de distribuição) de acordo com o queprescreve esta seção para os circuitos de força e luz.

c) Da mesma maneira que para os circuitos de força e luz, os cabos dos circuitos de comunicaçõesinteriores deverão ser selecionados atendendo-se à tensão nominal, à intensidade nominal e àqueda de tensão. Por outro lado, deverão ser instalados da mesma maneira que os cabos deforça e luz, mas deverão ser independentes destes, a não ser que tanto uns como outros tenhamforros metálicos.

d) Desde que os circuitos de comunicações interiores não tenham alimentação por pilhas, deverãoter proteção contra sobrecarga e correntes de curto-circuito, em cada pólo isolado.

e) Todos os aparelhos de comunicações interiores, tais como telégrafos de máquinas, alarmes deincêndio e alarmes das praças de máquinas, deverão ter, para suas indicações visuais e sonoras,características de tal ordem que os identifiquem, clara e individualmente, uns dos outros e deruídos gerais.

f) Os navios de passageiros deverão ser dotados de alarmes gerais para chamada dos acieirospara atendimento dos postos de salvamento. Deverão ser instalados avisos nos camarotes e empassagens, e modo que cada passageiro tenha pleno conhecimento das características dessesalarmes. Os controles de tais alarmes deverão ser localizados no passadiço.

g) Todos os circuitos e aparelhos de comunicações interiores deverão ser projetados e construídosde modo que satisfaçam às exigências desta Seção, no que lhes são aplicáveis, devendo, poroutro lado, dispor de marcações que tornem fácil qualquer localização de defeitos, bem como arealização de quaisquer reparos, sem causar transtornos nos demais circuitos, ou, pelo menos,reduzindo-os a um mínimo.

h) As proteções que devem possuir, tanto os aparelhos como os circuitos, contra choques mecânicos,umidade, etc.... deverão ser selecionadas de acordo com a localização.

1.37 � RETIFICADORES

a) Os retificadores semi-condutores, ou simplesmente retificadores, empregados nas embarcaçõespoderão ser dos tipos de cobre, de germânio ou de selênio, montados em bancadas e selecionadosde acordo com as condições de utilização.

b) Na associação de células retificadores, estas serão ligadas em série, formando um elementoretificador, montado numa bancada que, por sua vez, será instalada no equipamento, de tal modoque, sendo necessária sua remoção, não seja necessária a desmontagem de todo o equipamento.

c) As características dos retificadores deverão ser tais, que, normalmente, estejam submetidos àstemperaturas máximas de 45,C, 65,C e 70,C para as células retificadores de cobre, germânio eselênio, respectivamente, sob a temperatura ambiente de 45,C. Além disso, conforme o caso, osretificadores deverão possuir meios para proteção contra uma elevação de tensão de correntecontínua devida a uma alimentação restabelecida. Se os retificadores forem de germânio ou deselênio, ainda se exigirá que eles sejam capazes de suportar elevações de tensão muito altas,esporádicas e transitórias, com origem no sistema do navio.

d) Todas as células retificadores deverão ter resfriamento, tanto por circulação natural de ar comoforçada. Contudo, no caso de resfriamento por circulação forçada, a bancada deverá ser construídade tal modo que o retificador não permaneça alimentado, se cessar o resfriamento efetivo. Oresfriamento também poderá ser por imersão em óleo, sendo este resfriado, por sua vez, por meiode circulação de água ou ar.

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e) Os retificadores não deverão ser instalados perto de aquecedores, tubulações de vapor, ou qualquerfonte de calor irradiante. Todavia, se for necessário fazer uma instalação nessas condições, deverãoser isolados suficientemente, para que sejam respeitados os limites de elevação de temperatura.Não se deve usar produtos básicos de mercúrio nas proximidades de retificadores de selênio.

1.38 � APARELHOS DE CONTROLE

a) Todos os motores elétricos deverão ser dotados de controladores, que lhes dêem meios eficazesde partida e parada, bem como de aceleração, quando for o caso. Os controladores deverãoestar instalados em lugar acessível e de fácil manuseio pelo condutor.

b) Os controladores dos motores deverão ser construídos de modo que atendam aos seguintesrequisitos de elevação máxima de temperatura.

1- Contatos: 60OC; se forem de prata, 75OC;2- Condutores nus: 45OC;3- Conexões: 45OC;4- Resistores: 400OC;5- Bobinas - com isolamento da classe A: 60OC;

Bobinas - com isolamento da classe E: 75OC;Bobinas - com isolamento da classe B: 90OC;

6- Os núcleos de ferro terão, como limites máximos de temperatura, os mesmos dasbobinas. Todavia, se os núcleos não tiverem contato com as bobinas, poderão terelevações de temperatura de modo a não serem afetadas as partes a eles adjacentes.A mesma observação se aplica às demais partes dos controladores.

c) Os controladores deverão ser construídos de modo que os motores de que são acessórios nãopartam indevidamente, se tiverem sido parados por queda de tensão.

d) Os controladores disporão de meios para travamento na posição de desligado;

e) Os fusíveis existentes deverão estar instalados de modo que possam ser substituídos, fácil eseguramente;

f) Com exceção dos motores de máquinas de leme, os motores deverão ter meios para ficaremdesalimentados quando ocorrerem correntes excessivas devido a sobrecargas mecânicas;

g) Se os controladores pertencerem a motores de corrente alternada trifásica, disporão de� meioseficazes para evitar o funcionamento monofásico.

h) Os controladores deverão ser construídos de modo que os circuitos de campo shunt não sejamdesconectados sem uma descarga adequada.

i) Os controladores fabricados com �starters� para mais de um motor, deverão possuir proteçõespara baixas tensões e correntes excessivas, de tal modo que não sejam deficientes em relaçãoaos controladores individuais.

j) Se os controladores pertencerem a utilizadores vitais, disporão de meios que permitam, fácil erapidamente, a transferência para a alimentação de reserva ou de emergência.

1.39 � ACESSÓRIOS

a) Todos os acessórios das instalações elétricas das embarcações serão fabricados obedecendo aoque prescreve esta Regra, para os equipamentos, de uma maneira geral.

b) Todos os envoltórios dos aparelhos e acessórios serão de metal (latão, ferro fundido, aço) ou dematerial não propagador de chama e isolante. Se forem de metal, terão que possuir um revestimentode material isolante, não propagador de chama e que os proteja da corrosão.

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c) Os envoltórios, caixas ou carcaças deverão ser fabricados de modo que dêem aos equipamentosa proteção no grau exigido. se nenhuma proteção for exigida, os envoltórios deverão dar umaproteção mínima contra a umidade. Por outro lado, permitirão, de maneira fácil e rápida, meiospara inspeção e limpeza, e serão fabricados de modo que não permitam acúmulo de poeira.

d) A fabricação dos acessórios deverá prever uma montagem e instalação no sistema, de tal modoque não possa haver esforço mecânico nos terminais, desde que não sejam os previstos econsiderados como normais.

e) Nos conveses expostos ao tempo ou em compartimentos onde a umidade seja de valor absolutomuito grande, tais como praças de máquinas, cozinhas e lavanderias, os punhos e tomadas deverãoser instalados, de tal modo que não permitam a penetração de água, isto é, devem possuir proteçãocontra respingos, borrifamentos e jatos d�água. Essa proteção deverá persistir sempre que, porqualquer motivo, um punho for retirado de uma tomada.

f) As tomadas de corrente nominal de 15A e acima deverão ser dotadas de uma chave interruptoracom travamento, isto é, com um dispositivo que impeça a retirada do punho, quando a chaveestiver na posição de ligada.

g) Os punhos e tomadas terão, como limites máximo de temperatura, 300C acima da temperaturaambiente.

h) Os interruptores ou comutadores de lâmpadas de iluminação deverão ser fabricados de materialnão propagador de chamas e não poderão ser instalados em lugares sujeitos à possibilidade;mesmo remota, de acúmulo de gases inflamáveis.

1.40 � EXIGÊNCIAS ESPECIAIS PARA EMBARCAÇÕES-TANQUE

a) As Regras a seguir deverão ser obedecidas pelas embarcações-tanque destinadas ao transportede gasolina, álcool, óleos ou quaisquer líquidos de ponto de ignição igual ou inferior a 60OC,determinado pelo método do cadinho fechado (�closed cup method�).

b) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), somente serão adotados os sistemasde distribuição a dois fios, isolados de terra, para corrente contínua ou alternada monofásica e, atrês fios, isolados de terra, para corrente alternada trifásica.

c) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), nenhuma parte energizada do sistemapoderá ter ligação à terra, salvo as ligações feitas através de capacitares ou indicadores de terra,empregados na eliminação de interferência-rádio.

d) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), não poderão ser instalados geradoresde corrente contínua, alternadores e quadros principais, fora das praças de máquinas, a não serem compartimentos separados dos tanques por espaços vazios ou coferdames. Nesse caso, oscompartimentos deverão ter ventilação eficaz.

e) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), não poderão ser instalados equipamentoselétricos de qualquer natureza nos tanques e nos compartimentos vazios ou coferdames queseparem tanques de carga, ou separem tanques de carga de outros compartimentos nas praçasde bombas de carga, ou quaisquer outros compartimentos fechados, adjacentes ao tanques decarga ou nos compartimentos onde possa haver acumulo de gases.

f) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), só poderão ser instalados, nos convesesou cobertas, equipamentos elétricos de qualquer natureza, a 3 metros ou mais, de respingos oude portas de visita ou de inspeção, ou de qualquer outra abertura de um tanque de carga. O BCpoderá autorizar instalações de equipamentos elétricos a menos de 3 metros, no entanto, seforem satisfeitas as condições abaixo:1- For imprescindível, tecnicamente;2- O equipamento for construído de material anti-detonante (antideflagrante); e3- O equipamento for à prova de chama ou de explosão.

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g) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), nos compartimentos adjacentes e acimados tanques de carga, não poderão ser instalados outros dispositivos que não os de iluminaçãoconstruídos de materiais à prova de chamas, devendo seus controles ser instalados em locaisseguros, dispondo de chaves com manobra local ou à distância. Esses compartimentos deverãoser ventilados, com renovação de todo ar na base de 40 vezes, por hora.

h) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), os acessórios do sistema de iluminaçãodos compartimentos mencionados no item anterior poderão ser instalados entre convesesadjacentes e acima dos tanques de carga, se houver entre o tanque e o convés uma separaçãopor espaço vazio ou coferdam, havendo estanqueidade a gás. Os planos da instalação aquimencionados deverão ser aprovados pelo BC.

i) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), quando os cabos elétricos estiveremcontidos em dutos, estes não poderão provocar roçaduras nos cabos. O mesmo se aplicará aqualquer suporte de cabo elétrico, a entradas de caixas de junção ou a quaisquer ligações doscabos. As ligações dos cabos, onde quer que seja, deverão ser projetadas de modo que numadesmontagem ou substituição não possa haver avaria de qualquer espécie nos cabos.

j) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), equipamentos de sondagem de odômetrosde fundo (pirômetros), deverão ser instalados em compartimentos separados dos tanques decarga por espaços vazios ou coferdames, possuindo tais compartimentos estanqueidade ao ar egases. Esses compartimentos deverão ser localizados por ante-a-vante dos tanques de carga.

k) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), os compartimentos de bombasobedecerão às exigências que se seguem:

1 - Deverão ser subdivididos por anteparas estanques aos gases, no caso de possuírem bombasacionadas por motores elétricos, ficando as bombas em subdivisão distinta da dos motores.Esta subdivisão dos compartimentos também poderá ser feita por um convés estanque. Emambos os casos deverão existir acoplamentos adequados das bombas e de suas máquinasmotrizes, submetidos à aprovação do BC, devendo ser mantida a estanqueidade entre asduas subdivisões dos compartimentos;

2 - Os acessórios ou equipamentos adicionais dos motores elétricos acionadores de bombas serãoinstalados na mesma subdivisão estanque onde estiverem localizados os motores;

3 - As iluminações dos compartimentos de bombas se fará por meio de lâmpadas nas anteparasou tetos, separadas do compartimento por vidros estanques ao gás, de grande resistência;

4 - Todos os acessórios de iluminação deverão ser à prova de chama;5 - A iluminação deverá ser projetada de modo que cada ponto de iluminação seja alimentado por

dois circuitos distintos, com cabos blindados, com forração mineral, ou com cabos armados,com forração de chumbo ou ainda através de dutos estanques aos gases. De qualquer maneira,os cabos estarão tão afastados quanto possível das anteparas mais próximas ao tanque decarga mais próximo. Por outro lado, a iluminação terá controle remoto, de outros compartimentosou de outros conveses, e o controle disporá de chaves com fusíveis nos dois pólos. O reparode um sub-ramal alimentador de um ponto de iluminação terá de ser feito de modo que o outrosub-ramal continue energizado, provendo alimentação para a iluminação do compartimento;

6 - Só poderão ser usadas lâmpadas portáteis de tipo aprovado e testado pelo BC;7 - Não deverão ser instaladas caixas de junção, de seção, etc., nos compartimentos de bombas;8 - Todo acessório elétrico autorizado pelo BC, para instalação em compartimentos de bombas,

terá um certificado gravado no envoltório ou em plaqueta a ele presa, ou presa em localadjacente, com o seguinte dizer: �Autorizado para uso em compartimento de bombas�. Todosos espaços fechados, adjacentes aos tanques de carga, terão iluminação igual à doscompartimentos de bombas. Todas as carcaças e envoltórios de todos os equipamentoselétricos, instalados na embarcação, serão de metal e, sempre que possível, revestidos dematerial isolante, não inflamável e não higroscópico. Nos casos de iluminação e seus acessórios,admite-se a substituição do metal por material não inflamável, mediante aprovação do BC. Poroutro lado, a fabricação dos equipamentos elétricos será feita de modo que lhes dê uma estruturade metal e mecanicamente robusta.

l) Para as embarcações-tanque mencionadas na alínea a), todos os casos não previstos nestaRegra deverão ter aprovação do BC, para o que deverão ser remetidos planos com detalhes,incluindo especificações de segurança.

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1.41 � EXIGÊNCIAS ESPECIAIS PARA EMBARCAÇÕES DE PASSAGEIROS

a) As embarcações de passageiros deverão ter suas instalações elétricas projetadas de modo quefique garantida a segurança, o funcionamento e o rendimento da instalação. A instalação elétricade uma embarcação de passageiros será feita com distribuição por dois quadros principais, demodo que a embarcação mantenha sua operação eficaz, com todas as manobras possíveis comalimentação por um dos quadros, independentemente do outro. Se, todavia, o tipo de embarcaçãoconsiderando-se suas dimensões, não suportar a instalação de dois quadros, a distribuição poderáser feita apenas por um, devendo esse único quadro ser dividido em duas partes, de modo que osequipamentos sejam alimentados alternadamente por uma ou por outra parte, mantendo a manobracompleta e eficaz da embarcação.

b) Os geradores de emergência deverão ter partida automática. Para isso, suas máquinas motrizesterão motores de arranque de partida automática, com queda ou falha de tensão no sistemaprincipal, dispondo, também, de partida manual. As máquinas motrizes serão constituídas demotores diesel que disporão de baterias próprias para partida de seus motores de arranque.

c) Se forem usados grupos de baterias de socorro, serão instalados dispositivos automáticos quepermitirão às baterias alimentarem os circuitos de socorro no caso de falta de alimentação principal.

d) Os motores diesel dos geradores de emergência e dos geradores de socorro terão um tanquepróprio de combustível.

e) O BC poderá exigir outros detalhes de segurança não previstos nessas Regras.

1.42 � PROVAS DAS MÃQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS

Os motores e geradores elétricos deverão ser submetidos aos testes abaixo mencionados, depreferência ainda nos respectivos fabricantes.

1.42.1 � Prova de Aquecimento

Nesta prova, as máquinas elétricas deverão funcionar com suas respectivas cargas nominais,durante um período de tempo suficientemente longo para que seja alcançado o equilíbrio térmico damáquina, -no qual a temperatura da máquina se estabilizará ou subirá no máximo de 1 grau por hora.Esta temperatura de equilíbrio deverá ser menor que a temperatura máxima permissível para funcionamentodo equipamento em causa.

1.42.2 � Prova de Funcionamento

Durante a prova de funcionamento, serão aplicadas as sobrecargas abaixo indicadas e serãoobservados os comportamentos das máquinas elétricas testadas, não devendo elas apresentar avariasou deformações nas bobinas, nem grandes variações nas tensões e freqüências nominais. Os geradorese motores que se destinam a serviço contínuo deverão suportar as seguintes sobrecargas de corrente:

1 - Geradores - Deverão suportar uma sobrecarga de 50%, durante um minuto, e uma sobrecargacontínua de 25%, durante um intervalo de tempo de: Uma hora, para geradores de 7,5 KW oumais. Meia hora, para geradores de 3 a 7,5 KW. Quinze minutos, para geradores com menos de3 KW.

2 - Motores - Deverão suportar uma sobrecarga de 50%, durante um minuto, e uma sobrecargacontínua de 25%, durante um intervalo de tempo de: Uma hora, para motores de 10 HP ou mais.Meia hora, para motores de 3 a 10 HP. Quinze minutos, para motores de menos de 3 HP. Não seaplicam sobrecargas contínuas nas máquinas elétricas totalmente fechadas e nas que se destinama serviços de curta duração. Os comutadores com um ângulo fixo de calagem nas escovasdeverão funcionar satisfatoriamente com uma sobrecarga de 20%, durante uma hora.

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1.42.3 - Prova de Dielétrico

Nesta prova se aplicará às máquinas elétricas rotativas novas, depois da prova de aquecimento,uma alta tensão alternada de freqüência compreendida entre 25 e 100 cicios; esta tensão será aplicadade forma progressiva até atingir o valor indicado a seguir, o qual deverá ser aplicados, durante um minuto,entre cada enrolamento e a massa a que estão ligados os demais enrolamentos que não estão em prova.

1 - Máquina de potência menor que 3HP, KW ou KVA: se aplicará uma tensão nominal, num mínimode 2000V.

2 - Máquina de potência superior a 3HP, KW ou KVA: se aplicará uma tensão de 1000V + o dobro datensão nominal, num mínimo de 2000V (dois mil volts).

3 - Enrolamentos de excitação e enrolamentos de excitatrizes dos geradores síncronos: se aplicaráuma tensão nominal, num mínimo de 1500V e num máximo de 3500V.

4 - Enrolamentos de excitação dos motores síncronos e comutatrizes que arrancam como motoresassíncronos: se aplicará uma tensão de 10 vezes a tensão de excitação, num mínimo de 1500V enum máximo de 3500V, quando o circuito indutor for aberto, com Y dividido; no caso do Y não serdividido, se aplicará uma tensão de 500 volts, quando a voltagem de excitação for de até 275volts, e uma tensão 8000 volts, quando a voltagem de excitação for maior que 275V.

1.42.4 � Prova de Isolamento

Será feita com a máquina em sua temperatura normal de funcionamento, de preferência depoisda prova dielétrica. Durante a prova, se aplicará à máquina uma corrente contínua de 500 volts (cinco milvolts). A resistência do isolamento não será menor que a tensão nominal dividida por 1000 megohms

1.42.5 � Provas Abreviadas

Quando houver máquinas em duplicata, se estas forem de menos de 50KW ou HP poderão serfeitas provas abreviadas, fazendo-se apenas uma prova de funcionamento sem carga, para observar-seo comportamento, tanto mecânico como elétrico, da máquina, e, em seguida, será feita a prova de dielétricoe a de resistência de isolamento.

1.43 � PROVA DE MÁQUINAS ELÉTRICAS ESTÁTICAS

As máquinas elétricas estáticas, tais como as máquinas elétricas rotativas, serão submetidas,ainda no fabricante, na presença de um inspetor do BC, aos seguintes testes:

1.43.1 � Prova de Aquecimento

a) Nesta prova, as máquinas elétricas estáticas deverão funcionar com as suas respectivas cargasnominais, durante um período de tempo suficientemente longo para que seja atingido o equilíbriotérmico, no qual a temperatura da máquina se estabilizará ou não variará mais de 10oC, em umintervalo de tempo de 1 (uma) hora. Esta temperatura de equilíbrio não deverá ser superior aosvalores limites na Tabela 1.18. O aquecimento medido com termômetro, na superfície externa nãodeverá ser maior que o aquecimento permitido para os adjacentes.

b) Os limites de aumento de temperatura, fornecidos na Tabela 1.18, são aumentos de temperaturasobre as temperaturas do ar, para os resfriados a ar, e sobre a temperatura da água, para osresfriados a água; considera-se como sendo as temperaturas nominais de ar e da água, 45OC e30OC, respectivamente.

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Tabela 1.18 - Aumento médio de temperatura em oC, medido pela variação de resistência dosenrolamentos, conectados entre os bornes

1.43.2 � Prova de Dielétrico

Nesta prova se aplicarão às maquinas elétricas estáticas, de preferência logo depois da prova deaquecimento, uma alta tensão alternada, de freqüência compreendida entre 25 e 100 cicios. Dever-se-á, porém, quando possível tomar a freqüência de serviço do transformador. O valor da tensão de provaserá de 1 000 volts + 2 x tensão de regime, entre condutores. A tensão de prova será aplicada, duranteum minuto, entre o enrolamento em prova e os outros enrolamentos ligados entre si e à cuba ouenrolamento do transportador que será ligado à terra.

1.43.3 � Prova de Tensão lnduzida

Nesta prova, será utilizada uma fonte exterior de tensão, com um valor igual ao dobro da tensãonominal com o mesmo número de fases que o transformador em prova e com uma freqüência, tambémo dobro da freqüência nominal, a fim de não sobrepassar a indução usual. Esta prova proporcionatestar o isolamento entre um enrolamento separado e os pares adjacentes, bem como o isolamentoentre espirais e bobinas. Aplicar-se-á alta tensão, durante um minuto. Se, porém, o valor da freqüênciada fonte exterior for maior que o dobro da freqüência nominal, a duração da prova, em segundos, seráde 60 x 2 x freqüência nominal freqüência de prova com uma duração mínima de 15 segundos.

1.44 � PROVAS DOS QUADROS ELETRICOS

Os quadros elétricos, ainda no fabricante, serão submetidos às provas dielétricas de todos osseus circuitos e de resistência de isolamento.

1.44.1 � Prova Dielérica

Todos os circuitos de um quadro elétrico deverão ser submetidos, nesta prova, a uma alta tensãode freqüência compreendida entre 25 a 100 ciclos, cujo valor é de 100 volts + 2 x voltagem nominal. Aalta tensão, com o valor acima especificado, será aplicada, durante um intervalo de tempo de 1 minuto,entre cada um dos pólos de um circuito e o conjunto dos demais pólos deste circuito; entre todos osoutros pólos dos demais pólos deste circuito, e entre todos os outros pólos dos demais circuitos, unidosentre si e a massa. Durante a prova, estarão ligados todos os aparelhos de corte e proteção e desligadosos aparelhos de medida. Quando a tensão nominal for de 50 volts ou menos, se aplicará uma altatensão de 450 volts.

1.44.2 � Prova de Resistência de Isolamento

Esta prova será feita logo em seguida à prova dielétrica. Ela será feita com as proteções automáticase interruptores abertos; aparelhos de medida e lâmpadas-piloto, desmontados. Nessa prova, será aplicadauma corrente contínua de 500 volts e se medirá a resistência de isolamento entre cada barra isolada ea terra, bem como entre cada barra isolada e a barra conectada ao outro pólo ou pólos. As resistênciasde isolamento encontradas não devem ser inferiores a um megohm.

Tipo Circulação deóleo Resfriamento

Classe do isolanteA B

Seco - Ar 500C 700C

Submerso emóleo

Natural Ar 550C -Forçada Ar 600C -Forçada Ar 650C -

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1.45 � PROVA DOS CABOS ELÉTRICOS

Os cabos elétricos deverão ser submetidos, ainda nas oficinas do fabricante, às provas que seseguem na presença de um inspetor do BC, toda vez que for julgado conveniente.

1.45.1 � Prova de Dielétrico

Nesta prova, que será feita em todo o comprimento do cabo, será aplicada, na temperaturaambiente, uma tensão alternada de freqüência compreendida entre 25 e 100 cicios, durante quinze minutos,entre o fio e a água na qual o condutor deve estar mergulhado, pelo menos, uma hora antes da prova.Uma exceção será feita aos cabos com forro metálico, que necessitam ser submersos. Neste caso atensão é aplicada entre os condutores. O valor da tensão de prova tira-se da Tabela 1.1 9. Se for necessáriousar na prova uma tensão contínua, em vez de alternada, os valores de tensão de prova dados na Tabela1. 1 9 deverão ser duplicados.

Tabela 1.19 - Tensão de prova de díelétrico para cabos elétricos

1.45.2 � Medida de Resistência de Isolamento

a) Em seguida à prova de rigidez elétrica, deverá ser feita em todos os cabos elétricos uma prova demedida de resistência de isolamento. Nesta prova, será aplicada ao cabo uma tensão contínuade 500 volts, da mesma forma como foi aplicada na prova anterior, durante um intervalo de temponão menor que um minuto e, em seguida, será feita a medida de resistência de isolamento entreos fios dos vários condutores e a água na qual estão submersos ou a armação metálica, no casode cabos com forro metálico. No caso de cabos com isolamento termoplástico, a tensão deveráser aplicada, no mínimo, durante 5 minutos para obter-se melhores resultados. Os valores daresistência de isolamento encontrados deverão estar de acordo com a Tabela 1.20.

b) De acordo com a temperatura da água em que foi submerso o cabo durante a prova, a qual deveestar compreendida entre 10 e 200C, aplica-se à resistência de isolamento encontrada uma correçãopara corrigi-la para a temperatura padrão de 15,60C. As provas dos elementos constituintes doscabos elétricos obedecerão às normas da ABNT.

Tabela 1.20 - Valores de resistência de isolamento

Tensão Nominal Tensão da Prova250 V 1 500 V660 V 3 000 V

1 000 V 3 500 V3 300 V 10 000 V6 600 V 16 000 V

Temperatura Fator Temperatura Fator10 0.77 16 1.0211 0.81 17 1.0612 0.85 18 1.1113 0.89 19 1.1714 0.94 20 1.2315 0.97 21 1.29

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1.46 � TESTES FINAIS

Independentemente dos testes já citados, e que deverão ser realizados nas oficinas dos fabricantes,toda instalação elétrica nova ou reformada deverá ser testada, cuidadosamente, pelo Vistoriador do BC,antes de ser posta em operação. O Vistoriador medirá a resistência de isolamento dos diferentes circuitose equipamentos, aplicando uma tensão de corrente contínua de 500 volts, e deverão ser encontradosvalores compatíveis com os dados que se seguem.

1.46.1 � Circuito de Luz e Força

Cada circuito deverá possuir uma resistência de isolamento entre cada condutor e a terra de, nãomenos que os valores mostrados na Tabela 1.21. Se necessário para obter resistência desejada, cada umdos dispositivos ligados poderá ser desligado, subdividindo-se a instalação para a prova.

Tabela 1.21 - Valores de resistência de isolamento

1.46.2 � Circuitos de Comunicações Interiores

a) Resistência de Isolamento

1. Nos circuitos com 115 volts ou mais, a resistência de isolamento encontrada entre condutores ouentre cada condutor e a terra, não deverá ser menor que 1 (um) megohm. Nos circuitos commenos de 115 volts, a resistência de isolamento encontrada entre condutores ou entre cada condutore a terra, deverá ser, no mínimo, de 1/3 (um terço) de megohm.

2. Se necessário, poder-se-á, igualmente, subdividir a instalação para se obter a resistência deisolamento desejada.

b) Grupos geradores

1 - Deverá ser testada a operação do dispositivo para evitar velocidade excessiva, do regulador develocidade do motor, dos dispositivos sincronizadores, desconectador de inversão de corrente oude inversão de potência e de sobrecarga e todos os outros dispositivos de segurança.

2 - Cadagrupogeradordeveráserpostoemfuncionamentoemantidoemsuacarganominai até que sejaalcançada uma temperatura de equilíbrio, na qual a temperatura do gerador se mantém constanteou varia, no máximo, de 1oC em uma hora. Esta temperatura de equilíbrio deverá ser menor quea temperatura máxima permissível para o gerador em uso. O gerador deverá funcionarcontinuamente, pelo menos, durante 4 horas. Em seguida, medir-se-á a resistência de isolamentodo gerador,nãosendoaceitávelumvalormenorqueatensãonominaldivididapor1000 megohms.

3 - Deverá ser observado, igualmente, o funcionamento em paralelo dos geradores e a repartição dacarga.

Cargas até (amperes) Aterramento de (ohms)5 210 125 0,450 0,25100 0,1200 0,05

carga de mais de 200 0,025

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c) Motores

1 -Todos os motores, com seus equipamentos de controle associados, deverão ser postos emfuncionamento em condições normais de operação, durante um espaço de tempo suficiente quepermita que se verifique o alinhamento correto, a instalação, a capacidade, a velocidade, osentido de rotação e a temperatura de funcionamento, a qual não deve ser maior que a máximapermissível para o motor em causa.

2 -Em seguida, será medida a resistência de isolamento do motor, a qual não deve ser menor que atensão nominal dividida por 1000 megohms.

3 -Motores que acionam bombas, ventiladores e cargas semelhantes deverão ser postos emfuncionamento em condições as mais próximas possíveis das condições de funcionamentoindividuais.

4 -Motores para guinchos de carga deverão ser testados levantando e abaixando suas cargasespecificadas.

d) Circuito de iluminação

1 -Deverão ser testados todos os circuitos de iluminação, para que se verifique que todas as tomadase outros dispositivos para a iluminação estão em perfeitas condições. Deverá, igualmente, sertestado o sistema de iluminação de emergência.

e) Sistema de comunicações

Todos os sistemas de comunicações deverão ser testados cuidadosamente para que sejam verificadassuas perfeitas condições de funcionamento. Especial cuidado deverá ser dado aos sistemas vitais, elétricosou mecânicos.

f) Prova de terra em cabos armados

Quando forem usados cabos armados ou forrados de chumbo, o forro metálico deverá estarconvenientemente ligado à terra, devendo esta ligação ser verificada pelo Vistoriador do BC.

g) Utilizadores essenciais

Deverão ser testados, durante um tempo suficiente para a comprovação de suas características, sobtodas as condições de serviço, incluindo seus acessórios de controle e segurança.

h) Acessórios

Deverão ser verificadas as temperaturas, sob os diversos regimes de carga ou de serviço, das junções,conexões, disjuntores fusíveis, bem como a continuidade dos condutores de ligação com a terra, quandofor o caso.

i) Queda da tensão

A fim de comprovar as quedas de tensão exigidas por estas Regras, deverão ser medidas as quedasde tensões impostas pelos cabos, resistores, aparelhos etc.

1.47 � SOBRESSALENTES

A relação de sobressalentes deverá estar de acordo com o prescrito pelo fabricante.

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TOMO VII � SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO

SEÇÃO 1

REQUISITOS GERAIS

1.1 � TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS

As embarcações que transportam cargas perigosas deverão obedecer aos critérios definidosna NORMAM 02, Capítulo 5, Seção 1.

1.2 � TRANSPORTE DE CARGA NO CONVÉS

a) As embarcações de arqueação bruta (AB) maior que 50 e que transportem carga em convesesexpostos, ou que , mesmo sem transportar carga no convés, façam parte de um comboio ondealguma outra embarcação transporte carga em conveses expostos, deverão obedecer aos critériosdefinidos na NORMAM 02, Capítulo 5, Seção li. Estes artigos definem requisitos para a visibilidadeno passadiço (envolvendo a altura das janelas do passadiço), para o dimensionamento da estrutura,para os acessos, para a marcação da área de carga no convés, para a amarração da carga, parainformações adicionais sobre o projeto e para a responsabilidade do Comandante.

b) De acordo com a NORMAM 02, artigo 0516:1 -embarcações-tanque, quando transportando substâncias inflamáveis com ponto de fulgor inferior

a 600C, não poderão transportar carga no convés;2 -embarcações-tanque com carga no convés, deverá dispor a carga sobre o convés de modo a

permitir o acesso aos elementos de carga e descarga posicionados no convés e às válvulas dossistemas de esgoto e ventilação dos tanques; e

3 -é vedado às embarcações de passageiros transportar carga sobre o convés que não seja o convésprincipal; os passageiros não poderão permanecer no convés sobre o qual se transporta carga.

1.3 � LOTAÇAO DE PASSAGEIROS E PESO MÃXIMO DE CARGA

a) As embarcações de arqueação bruta (AB) menor ou igual a 20 deverão obedecer aos requisitosda NORMAM 02, Capítulo 6, Seção lII, para a definição da lotação de passageiros e de pesomáximo de carga.

b) Para as demais embarcações, a lotação de passageiros e o peso máximo de carga deverá serobtido dos estudos de estabilidade definidos na NORMAM 02.

1.4 � DOCUMENTAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE NAVEGAÇÃO

a) As embarcações deverão cumprir o estabelecido pela NORMAM 02, Capítulo 4, Seção I e Anexo4-A, em relação aos equipamentos de navegação e à documentação de segurança da navegaçãoque deverão possuir.

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1.5 � EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇAO

a) As embarcações deverão cumprir o estabelecido pela NORMAM 02, Capítulo 4, Seção II Anexo4-A, em relação aos equipamentos de comunicação que deverão possuir.

b) Adicionalmente, a NORMAM 02, Capítulo 4, Seção I, estabelece que as embarcações depassageiros projetadas para o transporte de mais de 200 passageiros deverão possuir um sistemade comunicação que possibilite ao Comando a divulgação de informações gerais, por intermédiode alto-falantes, aos locais normalmente ocupados pelos passageiros.

1.6 � PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

a) As embarcações deverão cumprir o estabelecido pela NORMAM 02, Capítulo 4, Seção IV, emrelação aos requisitos para proteção contra incêndio e combate a incêndio.

1.7 � EQUIPAMENTOS DE SALVATAGEM

a) As embarcações deverão cumprir o estabelecido pela NORMAM 02, Capítulo 4, Seção lII, emrelação aos equipamentos de salvatagem que deverão possuir.

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