rel patogenos
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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Departamento de Epidemiologia
RASTREAMENTO DOS PATÓGENOS EMERGENTES NAS DOENÇAS
TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NAS ÁREAS DE VIGILÂNCIA ATIVA
DO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE JULHO DE 1998 A JULHO
DE 2000
Heloiza Helena Paulino Dos Santos
Patrícia Cristina Antunes Sebastião
Ricardo Figueira Francescatto
São Paulo
2001

RASTREAMENTO DOS PATÓGENOS EMERGENTES NAS DOENÇAS
TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NAS ÁREAS DE VIGILÂNCIA ATIVA
DO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE JULHO DE 1998 A JULHO
DE 2000
Heloiza Helena Paulino Dos Santos
Patrícia Cristina Antunes Sebastião
Ricardo Figueira Francescatto
Pesquisa apresentada a Divisão de Hídricas do Centro de Vigilância
Epidemiológica e a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
como requisito para conclusão do curso de Especialização em Epidemiologia
Aplicada as Doenças Transmitidas por Alimentos.
Almério de Castro Gomes – FSP/ USP
José Cássio de Moraes CVE/ SES
Margarida Maria Mattos Brito Almeida – FSP/ USP
Maria Bernadete de Paula Eduardo CVE/SES
São Paulo
2001

SÚMARIO
1. Introdução 1
2. Patógenos 3
2.1 Escherichia coli (E. Coli) 3
2.1.1 Escherichia coli Enteropatogênica – EPEC 4
2.1.2 Escherichia coli Enteroinvasora – EIEC 5
2.1.3 Escherichia coli Enterotoxigênica – ETEC 6
2.1.4 Escherichia coli Enterohemorrágica – EHEC e E. coli O157 H:7 7
2.1.5 Escherichia coli Enteroagregativa - ECEAA 8
2.2 Salmonella 9
2.3 Shigella 11
2.4 Campylobacter 12
2.5 Listeria monocytogenes 13
2.6 Vibrio cholerae 15
2.7 Yersinia enterocolitica 16
2.8 Rotavirus 17
2.9 Cryptosporidium 18
2.10 Cyclospora 20
3. Objetivos 22
4. Metodologia 23
5. Resultados e Discussão 25
6. Conclusão 49
7. Referências Bibliográficas 54
8. Anexos 57

LISTA TABELAS
Tabela 1: Número de Isolamentos Encontrados por Tipo de
Cultura e por Ano nas Áreas de Vigilância Ativa.
25
Tabela 2: Freqüência de Patógenos x Tipo de Material
Biológico Encontrado no Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
26
Tabela 3: Frequência das Espécies de Salmonella Encontradas
no Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
27
Tabela 4: Frequência das Espécies de Shigella Encontradas no
Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
28
Tabela 5: Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no
Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
28
Tabela 6: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados
no Ano de 1998
29
Tabela 7: Frequência de Patógenos x Situação do Paciente
Encontrados no Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
30
Tabela 8: Frequência de Patógenos x Faixa Etária Encontrada
no Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
31
Tabela 9: Frequência de Patógenos x Sexo Encontrados no
Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
32
Tabela 10: Frequência de Patógenos x Tipo de Material
Biológico Encontrados no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
33
Tabela 11. Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no
Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
34
Tabela 12. Freqüência das Espécies de Salmonella
Encontradas no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
34
Tabela 13. Freqüência das Espécies de Shiguella Encontradas
no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
35

Tabela 14: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados
no Ano de 1999
35
Tabela 15: Freqüência de Patógenos x Situação do Paciente
Encontrados no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa
36
Tabela 16: Freqüência de Patógenos x Faixa Etária
Encontrados no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
37
Tabela 17: Freqüência de Patógenos x Sexo Encontrados no
Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
38
Tabela 18: Freqüência de Patógenos x Tipo de Material
Biológico Encontrado no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
39
Tabela 19. Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no
Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
40
Tabela 20. Freqüência das Espécies de Salmonella
Encontradas no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
40
Tabela 21. Freqüência das Espécies de Shiguella Encontradas
no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
41
Tabela 22: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados
no Ano de 2000
41
Tabela 23: Freqüência de Patógenos x Situação do Paciente
Encontrados no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
42
Tabela 24: Freqüência de Patógenos x Faixa Etária
Encontrada no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
43
Tabela 25: Freqüência de Patógenos x Sexo Encontrados no
Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
44

LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Freqüência de Cryptosporidium x Municípios
Pesquisados nos Anos de 1998 - 2000.
45
Gráfico 2: Frequência de Cryptosporidium x Situação do
Paciente Encontradas nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de
Vigilância Ativa.
45
Gráfico 3: Freqüência de Cryptosporidium x Faixa Etária
Encontrada nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
46
Gráfico 4: Frequência de Cryptosporidium x Sexo Encontradas
nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
46
Gráfico 5: Frequência de Rotavírus x Municípios Pesquisados
nos Anos de 1998 - 2000.
47
Gráfico 6: Frequência de Rotavírus x Situação do Paciente
Encontradas nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
47
Gráfico 7: Frequência de Rotavírus x Faixa Etária
Encontradas nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância
Ativa.
48
Gráfico 8: Frequência de Rotavírus x Sexo Encontradas nos
Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
48

1. INTRODUÇÃO
A maioria dos casos de doenças de origem alimentar é de fato esporádica, o que
significa que eles muitas vezes não são relacionados no tempo e espaço com outros
casos, pois é necessário cumprir uma complexa cadeia de eventos para que possam
ser detectados. Muitos desses casos não são captados pelo sistema de vigilância
baseado apenas na notificação de surtos tradicionalmente investigados de forma
genérica, isto é, sem a preocupação de detecção da etiologia. (SOBEL,1998).
Pelo descrito acima, existe a dificuldade em vigiar as doenças diarréicas. Esta
dificuldade decorre fundamentalmente, de sua elevada incidência, da problemática da
sub-notificação dos casos e, da aceitação tanto da população como da maioria dos
técnicos de que a ocorrência da diarréia é fato comum em nosso meio.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE,1999).
Outro fator complicador encontra-se na análise dos dados acumulados dos surtos
indicando uma discrepância entre os dados produzidos nos vários órgãos que
respondem por essas doenças, entre o Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE, o
Instituto Adolfo Lutz – IAL, que faz o diagnostico laboratorial etiológico e o Centro
de Vigilância Sanitária – CVS que atua na vigilância de processo de produção e
comercialização de alimentos. Isto sem falar, na dificulade de acesso aos dados
gerados por outros órgãos responsáveis pela vigilância de produtos agropecuários.
(SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE SÃO PAULO, 1999).
Um ponto a destacar é a mudança do perfil epidemiológico das doenças
diarréicas ocorrida nas últimas décadas, face ao surgimento de patógenos emergentes
e reemergentes. Os fatores determinantes dessa mudança são entre outros, a
globalização do mercado mundial, que favorece a disseminação rápida dos
microorganismos, as modificações nas condições e no estilo de vida, a intensificação
da urbanização, as alterações dos hábitos alimentares, assim como, o processo
tecnológico de produção de alimentos, o aumento do consumo de produtos frescos, a
intensa mobilização mundial das populações através de viagens internacionais,
dentre outros, que colocam os alimentos como um importante veiculador de
patógenos e, portanto, um problema de saúde pública. (SECRETARIA DE ESTADO
DA SAÚDE DE SÃO PAULO,1999; MORSE,1995).

2
Temos vários exemplos, a respeito, que desafiam as formas de controle e as
terapêuticas em uso – E. coli O157:H7, Encefalite Espongiforme Bovina, Salmonella
enteritidis, Salmonella typhimurium, Campylobacter sp, Cyclospora entre outros.
Informação de que no Estado de São Paulo a distribuição de 91 surtos notificados
nos anos de 1996 e 1997, segundo os agentes etiológicos foi: 31,5% Salmonella (sp e
enteritidis), 5,5% Shigella, 4,5% Rotavírus, 1,0% E.coli patogênica A, 4,5%
associações de agentes etiológicos, 8,6% o resultado foi negativo; 43,4% não foi
possível isolar o agente etiológico; já em 1999 foram 105 surtos, representando 3136
casos, com a seguinte frequência de patógenos: Salmonella 23,8%, Hepatite 19,1%,
St. aureus 4,8%, Shigella 3,8%, Rotavírus 2,9%, outros 7,62% e desconhecido
38,1%; e em vista destas informações está em fase final de implantação o Sistema de
Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos. (CVE).
Por esses motivos os Estados Unidos criaram um sistema de vigilância ativa
chamado “FoodNet”, com o objetivo de determinar o impacto real das doenças de
origem alimentar, determinar a proporção dessas doenças atribuíveis à alimentos
específicos e responder às doenças infecciosas emergentes (SOBEL, 1998), e com o
mesmo intuito o Estado de São Paulo está em fase final de implantação de um
Sistema de Vigilância Ativa das Doenças Transmitidas por Alimentos.
Este programa consiste de uma ação de vigilância epidemiológica, integrada com
vários orgãos envolvidos com a doença e o alimento, exercida sobre os patógenos
objeto desse estudo. Sendo assim é um programa elaborado para aprimorar o controle
das doenças transmitidas por alimentos, ajudando na detecção de surtos,
especialmente em casos mais complexos onde a investigação epidemiológica não foi
capaz de estabelecer as relações entre os casos. (SECRETARIA DE ESTADO DA
SAÚDE DE SÃO PAULO, 2000)

3
2. PATOGENOS
2.1 ESCHERICHIA COLI
Escherichia coli é uma espécie predominante entre os diversos
microrganismos anaeróbios facultativos que fazem parte da flora intestinal de
animais de sangue quente.
O significado da presença de E.coli em um alimento deve ser avaliado sob
dois ângulos. Inicialmente, E.coli, por ser uma enterobactéria, uma vez detectada no
alimento, indica que esse alimento tem uma contaminação microbiana de origem
fecal e, portanto, está em condições higiênicas insatisfatórias.
O outro aspecto a ser considerado é que diversas linhagens de E.coli são
comprovadamente patogênicas para os homens e para os animais.
Com base nos fatores de virulência, manifestações clínicas e epidemiologia,
as linhagens de E.coli consideradas patogênicas são, atualmente, agrupadas em cinco
classes:

4
2.1.1 ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA - EPEC
EPEC é conhecido há muitas décadas como um importante patógeno
causador de gastroenterites em crianças.
São consideradas EPEC as cepas de E.coli pertencentes a um número restrito
de sorotipos. Os sorogrupos que incluem sorotipos de EPEC são: O26, O55, O86,
O111, O114, O119, O125, O126, O127, O128ab, O142 e O158.
Os recém-nascidos e os lactentes mais jovens são os mais susceptíveis à
infecção por EPEC. A diarréia provocada por EPEC é clinicamente mais grave que
aquelas provocadas por outro patógeno.
Atualmente, em países desenvolvidos, EPEC é isolada em surtos esporádicos
e com freqüência muito baixa em casos de diarréia endêmica. Entretanto, em países
menos desenvolvidos, principalmente naqueles localizados em zona tropical, EPEC
está entre os principais agentes enteropatogênicos, em especial na diarréia do
lactente, com índices de mortalidade bastante altos. No Brasil, EPEC é responsável
por cerca de 30% dos casos de diarréia aguda em crianças pobres com idade inferior
a seis meses, com predominância dos sorotipos O111:H, O111:H2, O119:H6 e
O55:H6. Entretanto, crianças com idade superior a um ano raramente são afetadas.
Estudos recentes têm demonstrado que infecções por EPEC podem estar associadas
com diarréia crônica.
Nos anos 60-70, diversos surtos causados pelo consumo de água e/ou
alimentos contendo EPEC foram registrados, em diversas partes do mundo. Esses
surtos estavam associados com cepas pertencentes principalmente aos sorogrupos
O86 e O111, envolvendo tanto crianças quanto adultos.

5
2.1.2 ESCHERICHIA COLI ENTEROINVASORA - EIEC
As cepas de EIEC são capazes de penetrar em células epiteliais e causar
manifestações clínicas semelhantes às infecções causadas por Shigella.
As cepas de EIEC pertencem a um número limitado de sorogrupos, a saber:
O21, O28ac, O29, O112c, O124, O136, O143, O144, O152, O164, O167 e O173.
A gastroenterite provocada por EIEC é bastante semelhante àquela provocada
por Shigella. Os sintomas característicos são disenteria, cólica abdominal, febre e
eliminação de muco e sangue nas fezes. Estudos realizados com voluntários adultos
indicam que a dose de infecção é alta.
EIEC acomete mais comumente crianças maiores e adultos, mas o seu
isolamento de pacientes com diarréia não é freqüente.
Alguns estudos têm apontado surtos relacionados com a ingestão de água e/ou
alimentos contaminados com a EIEC, envolvendo principalmente o sorogrupo O124.
Entretanto, acredita-se que a via de transmissão mais comum seja o contato
interpessoal.

6
2.1.3 ESCHERICHIA COLI ENTEROTOXIGÊNICA - ETEC
A esse grupo de E.coli pertencem aquelas cepas que são capazes de produzir
enterotoxinas. Normalmente um número limitado de sorotipos de E.coli é associado
com regularidade a casos de diarréia por ETEC.
Também é conhecida como diarréia do viajante. A doença provocada por
ETEC caracteriza-se pela diarréia aquosa, normalmente acompanhada de febre baixa,
dores abdominais e náuseas. Em sua forma mais severa, essa doença assemelha-se
bastante à cólera.

7
2.1.4 ESCHERICHIA COLI ENTEROHEMORRÁGICA – EHEC
- E. COLI O157 H:7
A designação de EHEC foi inicialmente empregada para as cepas de E.coli
pertencentes ao sorotipo O157:H7, implicadas como agente etiológico da colite
hemorrágica. Mais recentemente, foi proposta a inclusão do sorotipo O26:H11.
É importante ressaltar que as cepas de EHEC têm algumas propriedades que
as diferenciam das demais cepas de Escherichia coli: não são capazes de utilizar
sorbitol, são beta-glucuronidase negativas e têm dificuldades de se multiplicar ou não
se multiplicam nas temperaturas normalmente empregadas para pesquisa de E.coli
em alimentos(44,5ºC/ 45,5ºC).
O sorotipo E. coli O157:H7 é uma variedade que produz toxinas, as chamadas
verotoxinas ou toxinas Shiga-like, devido a semelhança com àquelas produzidas pela
Shigella dysenteriae.
A colite hemorrágica é caracterizada clinicamente por dores abdominais
severas e diarréia aguda, seguida de diarréia sanguinolenta, diferindo das
manifestações clínicas causadas por outros agentes invasores, pela grande quantidade
de sangue nas fezes e ausência de febre. A enterocolite pode evoluir para a síndrome
hemolítica urêmica (SHU), caracterizada pela falência renal, púrpura
trombocitopênica e anemia hemolítica. Até 15% dos pacientes de colite hemorrágica,
particularmente os muito jovens (crianças até 05 anos), podem desenvolver a SHU,
que pode conduzir a perda permanente de função renal.
O gado é um reservatório natural de EHEC, razão pela qual os alimentos de
origem animal, principalmente a carne bovina, parecem ser o principal veículo desse
patógeno. Diversos surtos de colite hemorrágica ocorridos nos Estados Unidos,
Canadá e Japão foram claramente associados com consumo de hambúrgueres mal
cozidos. Por isso, a síndrome provocada por EHEC tem recebido a denominação de
doença do hambúrguer; e em um surto no Canadá o leite cru foi implicado como
veículo de transmissão.
Até agora estes são os únicos alimentos demonstrados como causadores de
doença, mas outras carnes podem conter E. coli O157:H7.

8
2.1.5 ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVA - ECEAA
É uma linhagem patogênica recentemente descrita, sendo poucos os dados
disponíveis a respeito desse microorganismo. Alguns relatos indicam que cepas de
ECEAA são capazes de produzir toxinas, genericamente chamadas de LT e ST de
acordo com sua resistência térmica, mas que são genética e imunologicamente
diferentes das enterotoxinas produzidas por ETEC.
As cepas de ECEAA parecem estar associadas com casos crônicos de
diarréia. Sua ocorrência em alimentos ou em caso de surtos de origem alimentar
ainda não foi relatada.

9
2.2 SALMONELLA
O gênero Salmonella pertence à família Enterobacteriaceae e compreende
bacilos Gram-negativos não produtores de esporos. São anaeróbios facultativos,
produzem gás a partir de glicose (exceto S. typhi) e, a maioria é móvel.
As doenças causadas por Salmonella costumam ser subdivididas em três
grupos: a febre tifóide, causada por Salmonella typhi, as febres entéricas, causadas
por Salmonella paratyphi (A, B e C) e as enterocolites (ou salmoneloses) causadas
pelas demais Salmonellas.
As salmoneloses caracterizam-se por sintomas que incluem diarréia, febre,
dores abdominais e vômitos. Nas crianças pequenas e recém-nascidos, a salmonelose
pode ser bastante grave, já que a bactéria pode atingir a corrente circulatória e
provocar lesões em outros órgãos.
Atualmente, Salmonella é um dos microorganismos mais freqüentemente
envolvidos em casos de surtos de doenças de origem alimentar em diversos países,
inclusive no Brasil. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, Canadá, Japão e
também no Brasil, Salmonella typhimurium é o sorotipo mais comumente encontrado
nos alimentos. A distribuição geográfica dos demais sorotipos parece ser variável.
No Brasil, levantamento recém concluído indicou que S. typhimurium, S.
agona, S. anatum e S. oranienburg são os quatro sorotipos mais freqüentemente
encontrados no homem, em alimentos e amostras ambientais.
As Salmonellas são amplamente distribuídas na natureza, sendo o trato
intestinal do homem e de animais o principal reservatório natural entre os animais,
sendo as aves (galinha, peru, pato, ganso) o reservatório mais importante.
Inúmeros surtos de toxinfecção alimentar causados por Salmonella são
conhecidos, envolvendo os mais variados tipos de alimentos. Verifica-se, no entanto,
que a carne de aves e outros tipos de carnes são os mais freqüentemente envolvidos.
Nos últimos anos tem se observado um aumento na incidência de salmonelose
causada por S. enteritidis, envolvendo ovos e produtos a base de ovos. Este sorotipo
tem a peculiaridade de colonizar o canal ovo positor das galinhas, o que causa a
contaminação da gema durante a formação do ovo. Hábitos alimentares podem
influenciar consideravelmente a epidemiologia das salmoneloses.

10
As salmoneloses de origem alimentar podem estar limitadas a um único
indivíduo ou a um pequeno grupo de indivíduos relacionados, como podem também
estar associadas a surtos de grandes proporções envolvendo milhares de pessoas.

11
2.3 SHIGELLA
Bactérias do gênero Shigella são bacilos Gram-negativos, não formadores de
esporos, pertencentes à família Enterobacteriaceae. Este gênero é constituído por
quatro espécies. Cada uma delas possui distintos sorogrupos: S. dysenteriae
(sorogrupo A), S. flexneri (sorogrupo B), S. boydii (sorogrupo C) e S. sonnei
(sorogrupo D). Estudos com DNA, no entanto, revelam que as quatro espécies estão
intimamente relacionadas com E.coli. A diferença marcante entre elas, e que faz com
que permaneçam em gêneros separados, apesar destas conclusões, é que Shigella
causam disenteria, enquanto que o mesmo não ocorre com a maioria das cepas de
E.coli.
São microorganismos adaptados ao homem e primatas. A doença é
disseminada através da via fecal-oral, mas algumas vezes o alimento e a água entram
nesta rota.
Shigella sp causa uma doença denominada disenteria, um tipo de diarréia na
qual as fezes apresentam sangue e muco.
Os sintomas variam muito em intensidade: desde uma infecção assintomática
ou fraca, sem febre, até uma disenteria fulminante caracterizada por fezes muco-
sanguinolentas, com o paciente apresentando febre, desidratação, toxemia e até
convulsões em crianças com menos de quatro anos.
Apesar da maioria dos casos de shigelose ser disseminada através da
transmissão pessoa a pessoa, já foram relatados muitos surtos de infecções
ocasionados pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Esta contaminação,
no entanto, é sempre em virtude da presença de fezes humanas provenientes,
geralmente, das mãos de um indivíduo assintomático ou com a doença em forma
branda, não diagnosticada.
Estudos realizados em vários países têm demonstrado o isolamento mais
freqüente da espécie S. flexnerii nos países em desenvolvimento, enquanto S. sonnei
é mais comum em países desenvolvidos.
A shigelose está sempre associada à higiene pessoal e às condições sanitárias
deficientes. As instituições para doentes mentais, comunidades urbanas de baixas
condições sócio-econômicas e creches infantis são considerados locais de alto risco.

12
2.4 CAMPYLOBACTER
Embora várias espécies de Campylobacter estejam associadas à doença, C..
jejuni, C. coli e C.. lari são as espécies mais freqüentes isoladas em casos de
gastroenterite humana.
Entre suas principais características destacam-se: forma de bacilos curvos,
espiralados, muito finos e compridos, Gram-negativos e móveis.
A infecção por Campylobacter jejuni pode se manifestar de várias formas,
sendo a enterocolite a mais comum. A sintomatologia é clinicamente semelhante à
causada por diversos outros patógenos entéricos. A doença caracteriza-se por causar
diarréia acompanhada de febre baixa e dores abdominais.
C. jejuni tem sido caracterizado como agente de enterocolite em diversas
partes do mundo. Nos estados Unidos, acredita-se que seja mais freqüente que
Salmonella e Shigella juntos. No Brasil, tem-se demonstrado que C. jejuni é também
um importante agente de gastroenterite aguda e crônica, afetando principalmente
crianças. Nos países desenvolvidos a enterocolite é endêmica e a freqüência de casos
assintomáticos é elevada.
C. jejuni e C. coli são microrganismos comensais do trato intestinal de uma
variedade de animais domésticos e silvestres. São isolados em bovinos, suínos, gatos,
cães e roedores e, principalmente em aves. Os animais representam, portanto, a fonte
mais importante de transmissão destes patógenos.
Além da transmissão através do contato direto com animais contaminados, C.
jejuni e C. coli podem ser transmitidos por portadores com infecções ativas. A
infecção pode ser indireta através da ingestão de água e alimentos contaminados.
Inúmeros trabalhos têm sido conduzidos com o propósito de se observar a
ocorrência de Campylobacter em alimentos, em várias partes do mundo. Esses
microrganismos são isolados freqüentemente de carne de frango recém-abatido. O
isolamento a partir de leite cru é difícil, apesar desse alimento ser o veículo mais
comum em casos de surtos. A carne bovina e suína, bem como seus derivados,
também representam uma fonte importante.

13
2.5 LISTERIA MONOCYTOGENES
É um microrganismo patogênico conhecido há muito tempo na área de
microbiologia veterinária. Porém, tornou-se um dos mais importantes patógenos
veiculados por alimentos na década de 80, devido à eclosão de diversos surtos de
listeriose humana.
É um bacilo Gram-positivo, não formador de esporos, anaeróbio facultativo.
Apresenta crescimento na faixa de temperatura de 2,5ºC a 44ºC, embora existam
relatos sobre o crescimento a 0ºC. Este microrganismo suporta repetidos
congelamentos e descongelamentos.
Na indústria da carne, L. monocytogenes pode ser um problema, uma vez que
sobrevive aos níveis recomendados de nitrato de sódio e de cloreto de sódio.
O intestino humano é o ponto de entrada de L. monocytogenes no organismo,
através das células epiteliais do ápice das microvilosidades. Já foi verificado em
animais experimentais que cepas virulentas podem produzir septicemia. Quando isto
ocorre, os microorganismos podem atingir outras áreas do organismo, podendo
envolver o sistema nervoso central, o coração ou outros locais. Em mulheres
grávidas, pode haver a invasão do feto e, dependendo do estágio em que a gravidez
se encontra, pode ocorrer aborto, parto prematuro, nascimento de natimorto ou haver
septicemia neonatal. Quando um recém-nascido é infectado no momento do parto, os
sintomas típicos de listeriose são de uma meningite. Na fase entérica, a
sintomatologia é semelhante a da gripe, acompanhada de diarréia e febre moderada.
A ocorrência de bacterimia por L. monocytogenes em adulto não é rara. O
índice de mortalidade é de 30% entre os imunodeprimidos, debilitados ou recém-
nascidos.
L. monocytogenes encontra-se amplamente disseminada na natureza. Tanto o
homem como os animais e o ambiente servem como reservatório desta bactéria.
A bactéria já foi isolada de uma grande variedade de animais, entre eles
carneiros, gado bovino, cabras, porcos, cavalos, gansos, gaivotas, patos, pombos,
perus, galinhas, cachorros e lebres. Também já foram isoladas de peixes, artrópodes,
larvas de insetos e rãs.

14
Na década de 80 ocorreram vários surtos de listeriose. O primeiro deles
ocorreu no Canadá e o alimento incriminado foi salada de repolho. Ocorreram outros
surtos nos EUA, México e Suíça com índices de mortalidade de 30%.
Esta bactéria tem sido isolada de diferentes alimentos, tais como leite cru e
pasteurizado, queijos, carne bovina, suína, de aves, peixes, embutidos, carne moída
de diferentes animais, além de produtos de origem vegetal, de origem marinha e
refeições preparadas. Estes isolamentos também têm sido realizados no Brasil.

15
2.6 VIBRIO CHOLERAE
O gênero Vibrio pertence à família Vibrionaceae, Gram-negativos, retos ou
curvos; são móveis devido à presença de um único flagelo polar. Das 38 espécies que
fazem parte do gênero, 10 são consideradas patogênicas para o homem.
A cólera é uma doença presente na Índia desde tempos imemoriais. No
entanto, só foi reconhecida em 1817 quando se espalhou por outros países causando
a primeira pandemia. Em 1961, teve início a sétima pandemia que dura até o
momento. Nesta, o agente causador é o V. cholerae O1,biotipo El Tor, sorotipo
Inaba. Em 1991, atingiu a América do Sul, com os primeiros casos ocorrendo no
Peru e posteriormente disseminando-se para outros países, como o Brasil, Argentina,
Bolívia, Equador, Colômbia e Chile.
As pessoas infectadas com o vibrião podem ou não apresentar sintomatologia
ou, ainda, apresentar diarréia moderada ou diarréia aquosa e profusa.
Em algumas regiões do globo terrestre, a cólera ainda é uma doença
endêmica, como ocorre na Índia e partes da Ásia e África.
O reservatório da bactéria comprovado até o momento, é o homem, sendo que
o ciclo de transmissão homem - meio ambiente mantém a doença em áreas
endêmicas, a água contaminada com fezes torna-se, provavelmente, o veículo de
infecção. Em surtos, no entanto, pode haver associação com uma fonte comum de
alimento.
Além disso, o V. cholerae sobrevive por longos períodos em água do mar não
esterilizada. Em frutos do mar sobrevive por 45 dias. Esses períodos de tempo, no
entanto, variam conforme a temperatura de armazenamento, sendo que a refrigeração
tende a prolongá-los.

16
2.7 YERSINIA ENTEROCOLITICA
As bactérias do gênero Yersinia pertencem à família Enterobacteriaceae e,
atualmente existem várias espécies conhecidas.
A fonte de infecção é provavelmente a via oral, tendo, portanto, os alimentos
e a água uma grande importância na transmissão da doença.
A região do trato intestinal afetada é a ileo-cecal, provocando enterite, ileíte
terminal e linfadenite mesentérica. No caso de enterite, os sintomas mais comuns são
febre, diarréia às vezes sanguinolenta, e dores abdominais. Náuseas e vômitos são
freqüentes.
Infecções extra-intestinais por Y. enterocolitica podem ocorrer, entre elas,
septicemia, artrite, síndrome de Reiter, eritema nodoso, endocardite, glomerulonefite
e lúpus eritematoso.
Apesar de ser uma bactéria amplamente distribuída na natureza, apenas
alguns sorotipos são patogênicos para o homem e prevalecem em suínos. Esses
sorotipos são O3, O5, O8, e O9, sendo a Y. enterocolitica, sorotipo O3, fagotipo
VIII, o mais comum no Brasil.
Suínos são considerados a principal fonte de sorotipos patogênicos de Y.
enterocolitica para o homem, uma vez que o intestino e a faringe de recém-nascidos
são facilmente colonizados, tornando-os portadores.
Y. enterocolitica é uma bactéria psicotrófica e, portanto, os alimentos
refrigerados de origem animal tornam-se importante fator de risco para o
consumidor. Este fato pode ser exemplificado por dois dos maiores surtos de
infecção de origem alimentar, onde os veículos transmissores foram leite
pasteurizado e, no outro, leite achocolatado.
Em relação à água, já se constatou a presença de Y. enterocolitica em diversas
amostras, tendo em alguns casos sido ligada, epidemiologicamente, a surtos de
infecção.

17
2.8 ROTAVIRUS
Rotavírus são vírus RNA de fita dupla, da família Reoviridae, e causam
gastroenterite principalmente em crianças com idade inferior a seis anos. Os vírus
causam também lesões nas células do intestino delgado.
As gastroenterites por Rotavírus são mais comuns nos meses de inverno. São
comumente denominadas de diarréia infantil, diarréia de inverno, gastroenterite
virótica aguda.
Água e alimentos podem ser importantes veículos de transmissão do
Rotavírus. São transmitidos pela rota oral-fecal e pessoa-pessoa; sendo esta última
provavelmente a via mais freqüente de contaminação, principalmente nas creches e
clínicas para doentes mentais.
Pessoas de todas as idades são susceptíveis à infecção por Rotavírus, mas as
maiores vítimas estão entre as crianças de 6 meses a 2 anos, os prematuros, idosos e
imunodeprimidos. É muito comum entre crianças hospitalizadas.
Nas regiões de clima temperado as gastroenterites por Rotavírus, ocorrem
principalmente no inverno, enquanto que nas regiões tropicais acontece durante o
ano todo.

18
2.9 CRYPTOSPORIDIUM
O Cryptosporidium parvum, a espécie que infecta os homens e os mamíferos,
tem um ciclo de vida monoxênico no qual todas as fases do desenvolvimento sexual
e assexual ocorrem dentro de um hospedeiro. (Sulaiman, IM et. al., 1998)
É um parasita intracelular que pode se multiplicar nas células epiteliais da
maioria dos mamíferos. Seu oocisto é extremamente resistente ao cloro, que é
comumente utilizado no tratamento da água municipal. (Colley, DG, 1995)
Por sua resitência ao cloro, tamanho e dificuldade de filtrá-lo, ubiqüidade em
muitos animais, tem se tornado a pricipal ameaça ao sistema de abastecimento de
água dos EUA. (Guerrant, RL, 1997)
Gera um número grande de oocistos viáveis nas fezes e estudos de infecções
cruzadas em vários mamíferos têm indicado uma transmissão zoonótica aos
humanos. (Sulaiman, IM et. al., 1998)
É encontrado em superfícies de águas não tratadas, tais como piscinas,
hospitais-dia, centros de saúde e hospitais e, embora seu oocisto não possa se
multiplicar no meio ambiente, foi relatado um surto de criptosporidiose onde o
alimento incriminado foi cidra de maçã recentemente prensada. (Guerrant, RL, 1997)
Causa infecções em humanos e outros vertebrados, incluindo mamíferos,
pássaros, répteis e peixes. (Sulaiman, IM et. al., 1998)
Em pessoas saudáveis, a doença dura cerca de 1 a 2 semanas; nos
imunodeprimidos ela é geralmente mais severa e de longa duração, pois não há uma
terapia efetiva disponível. (Colley, DG, 1995). Além disso, em jovens de países em
desenvovimento, a cryptosporidiose predispõem a um aumento substancial das
doenças diarréicas. (Guerrant, RL, 1997)
Cryptosporidiose é causada pela ingestão de poucos oocistos (cerca de 30),
resistentes ao meio ambiente, de C. parvum. (Colley, DG, 1995; Guerrant, RL, 1997)
Diarréia aquosa é o principal sintoma, podendo ocorrer também dores
abdominais, febre baixa, vômito, perda de peso. (Guerrant, RL, 1997)
C. parvum não infecta o tecido além do mais superficial epitélio intestinal,
contudo, pode desordenar a função intestinal. Ainda que uma enterotoxina tenha sido
exaustivamente procurada e alguns relatos tenham sugerido que ela exista, essa
questão permance controversa. (Guerrant, RL, 1997)

19
Nos EUA e Portugal, a doença costuma ocorrer no verão e princípio do
outono, especialmente durante os meses de Agosto e Setembro. (Guerrant, RL, 1997)
Cryptosporidium parece ser uma das principais causas de diarréia,
especificamente as persistentes, entre crianças no nordeste brasileiro. (Guerrant, RL,
1997)
De 1976 a 1982, a doença raramente foi relatada nos EUA, principalmente
entre os imunodeprimidos. Em 1982, o número de casos começou a aumentar
dramaticamente junto com o número de pessoas infectadas pelo HIV. (Colley, DG,
1995)
Tem sido responsável por surtos em imunodeprimidos (pacientes com AIDS).
(Sulaiman, IM et. al., 1998).
C. parvum tem causado surtos veiculados por água; um desses (o maior da
história dos EUA - segundo Guerrant, RL, 1997) ocorreu em Wisconsin em 1993
afetando mais de 400.000 pessoas (Sulaiman, IM et. al., 1998), a taxa de ataque entre
aqueles que consumiam água do sistema de South Milwaukee foi de 52%. Muitos
pacientes imunocomprometidos morreram, e muitas pessoas previamente sadias
ficaram doentes. A média de duração da doença foi 12 dias, com uma faixa de 1 a 55
dias, e a média de evacuações de diarréias líquidas foi de 19 por dia no pico da
doença. (Guerrant, RL, 1997)
Estudos de soroepidemiologia sugerem que 17% a 32% de pessoas não
imunodeprimidas da Virginia, Texas e Wiscosin, bem como voluntários da Força de
Paz (após viagem), tinham evidência sorológica de infecção por Cryptosporidium
entre os adultos jovens. Em constrate, aos dados obtidos na área rural Anhui, China,
e uma área improvisada em Fortaleza, Brasil, onde essas evidências apontavam
crianças (mais da metade menores de 05 anos e 90% no seu primeiro ano de vida,
respectivamente). (Guerrant, RL, 1997)

20
2.10 CYCLOSPORA
Foi primeiro relatado em pacientes na Nova Guine em 1977, mas pensava-se
ser um parasita coccidiano do gênero Isospora. Até 1985, quando foi descrita
novamente em Nova York e no Peru, Cyclospora cayetanensis recebeu pouca
atenção. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
É um parasita protozoário da família Eimeriidae. Seus oocistos medem cerca
de 8 a 10 µm de diâmetro, e, sem o uso de um micrometro ocular, eles podem ser
facilmente confundidos com os oocistos de Cryptosporidium. Além do tamanho,
também pode ser distinguido através de sua autofluorescência. (Sterling, CR &
Ortega, YR., 1999)
Algumas questões ainda não estão muitas claras em relação a Cyclospora, sendo
elas:
- Sobrevivência no meio ambiente: sabe-se muito pouco a respeito da condições
que favorecem sua sobrevivência. Estudos preliminares têm mostrado que
oocistos submetidos a 20ºC por 24h e expostos a 60ºC por 1h não conseguem
esporular. O estudo que confirmou a identificação de Cyclospora indicou que o
microorganismo necessita de 1 a 2 semanas para completar a esporulação e
tornar-se infeccioso sob temperaturas de 25ºC a 30ºC. Mantidos a 4ºC, os
oocistos esporulam dentro de 6 (seis) meses. Esse período é maior que os
relatados para a maioria das coccidia, por isso a transmissão direta pessoa-pessoa
é improvável. Um tempo de esporulação prolongado também pode implicar que
um ambiente úmido favorece o oocisto, idealmente a água e, então, uma outra
questão é: como a água foi contaminada. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
- Transmissão ao homem: o que se sabe sobre transmissão por água para
Cryptosporidium e quão pouco de seus oocistos são normalmente isolados desse
veículo é também, provavelmente, verdade para Cyclospora. A questão sobre o
animal hospedeiro em potencial ainda não foi resolvida. Foram descobertos
alguns organismos parecidos com a Cyclospora (Cyclospora-like) em patos,
galinhas, cãos e primatas. Desses só há alguma evidência concreta nos últimos
(primatas), nos quais foram identificados um agente como uma espécie do gênero
(genus) Cyclospora, mas se é mesmo C. cayetanensis não se sabe. Baseados em

21
biologia molecular, alguns pesquisadores tem mostrado que Cyclospora e
Eimeria estão estritamente relacionadas, sendo que alguns até mesmo têm
sugerido que ela deveria ser considerada uma espécie de Eimeria mamífera.
(Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
Humanos susceptíveis são infectados pela ingestão de oocistos esporulados.
Embora ainda desconhecida, presume-se que a dose infectante seja baixa. (Sterling,
CR & Ortega, YR., 1999)
Alguns sintomas da doença podem incluir diarréia aquosa, naúsea de média a
severa, anorexia, cãimbras abdominais, fadiga e perda de peso. A diarréia pode ser
intermitente e prolongada. As pessoas sem prévia imunidade assim como as crianças
muito novas de países em desenvolvimento são as mais prováveis de ter esse quadro
clínico. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
Dados limitados sugerem que em países onde a doença é endêmica,
exposições frequentes podem predispor infecções assintomáticas em crianças e
ausência da mesma em adultos. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
No começo dos anos 90, suspeitou-se de C. cayetanensis como causa de
infecções humanas associadas à água. E durante 1996 e 1997 este parasita foi
associado a muitos surtos nos EUA. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
Infecções por Cyclospora têm sido confirmadas na América do Norte, Central
e Sul, no Caribe, Inglaterra, leste Europeu, África, Índia, sudeste da Ásia e Australia.
E tem sido sugerida uma distribuição sazonal, coincidindo com os meses quentes e
úmidos. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)
A transmissão de Cyclosora foi associada à água, frutas vermelhas (berries) e
manjericão. (Sterling, CR & Ortega, YR., 1999)

22
3. OBJETIVOS
Gerais
• Verificar a incidência dos patógenos emergentes - Salmonella sp; Shigella
sp; Campylobacter sp; E.coli O157H:7; Listeria monocytogenes; Yersinia
sp; espécies de Vibrio; Cryptosporidium sp; Cyclospora; Rotavírus,
Adenovírus, Norwalk vírus, Norwalk-like vírus, Calicivírus, Coronavírus e
Astrovírus - nas áreas sentinelas de Vigilância Ativa no período de Julho de
1998 a Julho de 2000, a partir de informações de laboratórios clínicos;
• Verificar as condições existentes para a implantação do Sistema de Vigilância
Ativa de Doenças Transmitidas por Alimentos proposto pela Secretaria
Estadual de São Paulo - Centro de Vigilância Epidemiológica.
Específicos
• Caracterizar os patógenos incidentes nessas áreas;
• Relacioná-los com algumas características epidemiológicas (sexo, idade,
município de origem do laboratório, situação do paciente);
• Conhecer como é realizado o registro dos dados pelos laboratórios;
• Sensibilizar as instituições que irão participar do Sistema de Vigilância Ativa;

23
4. METODOLOGIA
Tipo de Estudo
Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo.
Locais de Pesquisa e Seus Critérios de Inclusão
As pesquisas foram realizadas nos municípios de Botucatu, Marília e alguns
distritos administrativos de São Paulo (Consolação, Jardim Paulista, Cerqueira César,
Saúde e Vila Mariana).
Na cidade de São Paulo foram escolhidas quatro instituições públicas e três
particulares. Elas foram escolhidas por estarem inseridas na área de vigilância ativa
sugerida no projeto de criação do Sistema de Vigilância Ativa da Secretaria da Saúde
do Estado de São Paulo, e também, pela característica particular que possuem.
Os procedimentos para a realização da pesquisa nas cidades de Marília e
Botucatu obedeceram ao mesmo critério do procedimento adotado no município de
São Paulo.
Definição de Caso
A definição de caso utilizada foi: registro em laboratório de pacientes que
teve isolado quaisquer dos patógenos emergentes (Salmonella sp, Shigella sp,
Campylobacter sp, E. coli O157 :H7, Listeria monocytogenes, Vibrio sp, Yersinia sp,
Cyclospora, Cryptosporidium) em fezes, sangue, líquor ou lavado gástrico,
excluindo-se a segunda amostra de pessoas com o mesmo agente etiológico isolado
de uma mesma fonte de espécime dentro de um prazo de 30 (trinta) dias.

24
Critérios de Inclusão e Exclusão de Casos
A) Tempo entre os patógenos isolados: se o paciente teve o mesmo patógeno isolado
de uma mesma fonte, e as amostras foram colhidas em tempo maior que 30
(trinta) dias, então ele foi considerado um novo caso;
B) Fontes Múltiplas: se o paciente teve os mesmos patógenos isolados de diferentes
fontes (por exemplo, fezes e sangue), apesar do tempo, no entanto, ele foi
considerado um único caso;
C) Múltiplos Patógenos: se o paciente teve múltiplos patógenos isolados de uma
mesma fonte, apesar do tempo, foi considerado como um novo caso.
Coleta e Processamento dos Dados
Busca ativa em livros, fichas de registro de pacientes nos laboratórios
selecionados com o preenchimento de questionários elaborados especificamente para
este fim (anexo 1).
O processamento dos dados obtidos foi feito através do programa estatístico
para epidemiologia (EPI-INFO) e Excel.
Variáveis Estudadas
As variáveis estudadas foram o patógeno, o local de realização do exame, a
data da coleta, característica da entidade pesquisada, o sexo, a idade e a condição do
paciente (se hospitalizado ou não).

25
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados confirmados de culturas dos seguintes patógenos (Salmonella,
Shigella, Campylobacter, Escherichia coli, Yersinia, Vibrio, Listeria,
Cryptosporidium, Cyclospora e Rotavírus) nos laboratórios pesquisados nos
municípios de Botucatu, Marília e São Paulo estão descritos abaixo.
Nos três anos pesquisados foram um total de 631 (100%) de casos
confirmados a partir de 445 (70,52%) coproculturas, 174 (27,58%) hemoculturas, 7
(1,11%) culturas de líquor e 5 (0,79%) cultura de lavado gástrico (tabela 1).
Tabela 1: Número de Isolamentos Encontrados por Tipo de Cultura e por Ano
nas Áreas de Vigilância Ativa.
1998 1999 2000
Coprocultura 45 256 144
Hemocultura 59 64 51
Cultura de Líquor 02 03 02
Cultura de Lavado Gástrico 01 03 01
Total 107 326 198
Para parasita, nos três anos foram pesquisados um total de 71 (100%) casos
confirmados todos realizados a partir de coproculturas e positivos para
Cryptosporidium, sendo que em 1998, foram 20 (28,2%) dos casos; em 1999, 35
(49,3%) e em 2000, 16 (22,5%).
Já para Rotavírus foram investigados 106 (100%) casos confirmados todos
realizados a partir de coprocultura, sendo que desses 17 (16%) referem-se àqueles
encontrados em 1998, 52 (49,1%) em 1999 e 37 (34,9%) em 2000.

26
Em 1998:
Foram pesquisados um total de 7 laboratórios, sendo 2 privados e 5 públicos.
Neles um total de 107 (17,0%) casos foram confirmados a partir de 45
coproculturas (42,1%), 59 hemoculturas (55,1%), 2 culturas de líquor (1,9%) e 1
cultura de lavado gástrico (0,9%) (tabela 1). Dentre as coproculturas (45
isolamentos), as bactérias mais isoladas foram Shigella (18 casos - 40%), seguida de
E.coli (13 casos - 28,89%) e Salmonella (12 casos - 26,67%); com relação as
hemoculturas (59 isolamentos) foram E.coli (49 casos - 83,05%), Salmonella (8
casos - 13,56%) e Shigella (2 casos - 3,39%) (tabela 2).
Tabela 2: Freqüência de Patógenos x Tipo de Material Biológico Encontrado no
Ano de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógeno Fezes Sangue Líquor Lav. Gástrico
n % n % n % n %
E.coli sangue 0 0 49 83,1 0 0 0 0
E. coli enteropatogênica 10 22,2 0 0 0 0 0 0
E.coli 3 6,7 0 0 1 50 1 100
Salmonella 12 26,7 8 13,6 1 50 0 0
Shigella 18 40,0 2 3,4 0 0 0 0
Campylobacter 1 2,2 0 0 0 0 0 0
E.coli + Salmonella 1 2,2 0 0 0 0 0 0
Total 45 100 59 100 2 100 1 100
A E. coli foi o patógeno de maior incidência com 64 casos (59,8%), seguido
por 21 casos de salmonelose (19,6%), 20 casos de shigelose (18,7 %), 1 caso em que
foram encontrados E. coli e Salmonella na mesma amostra e 1 caso de
campilobacteriose (0,9%).
Estes dados encontram-se de acordo com aqueles encontrados na literatura,
que dizem que a E. coli, a Salmonella e a Shigella estão entre os principais agentes
enteropatogênicos encontrados nos países menos desenvolvidos, cuja importância

27
tem sido demonstrada por diversos autores, tanto no Brasil como em outros países.
(ALMEIDA et al, 1998; LOMAZI et al, 1993; TOLEDO e TRABULSI, 1990;
OLIVEIRA et al, 1989; KITAGAWA et al, 1989; GUIGLIANO e GIUGLIANO,
1985; QUEIROZ et al, 1985; IRINO et al, 1984).
As espécies de Salmonella detectadas estão na tabela 3, as de Shigella na
tabela 4 e E.coli na tabela 5.
Tabela 3: Frequência das Espécies de Salmonella Encontradas no Ano de 1998
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Essa tabela mostra uma certa discrepância em relação aos dados encontrados
na literatura, que mostra que em estudos recentes os sorotipos mais encontrados no
Brasil foram S. typhimurium, S. agona, S. typhi e S. infantis o que pode ser atribuído
a alta taxa encontrada de Salmonella sp (não sorotipada) (ESPER et al, 1998; IRINO
et al, 1984; CALZADA et al, 1984). No entanto, reforça um outro estudo que
demonstra um aumento no número de isolamentos de S. enteritidis nos últimos anos
(TAVECCHIO et al, 1996).
Salmonella Freq. %
Sp 10 45,5
Enteritides 6 27,3
Cholerasuis 3 13,6
Arizonal 2 9,1
Cohnii 1 4,5
Total 22 100,0

28
Tabela 4: Frequência das Espécies de Shigella Encontradas no Ano de 1998 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
Shigella Freq. %
Sonnei 12 60,0
Flexnerii 5 25,0
Boydii 2 10,0
Dysenteriae 1 5,0
Total 20 100,0
Esses dados estão similares a freqüência relativa de Shigella isoladas nos
países desenvolvidos, enquanto que na literatura nacional, diferentes estudos
apresentam maior prevalência da flexnerii seguida pela sonnei (ALMEIDA et al,
1998; LOMAZI et al, 1993; OLIVEIRA et al, 1989; IRINO et al, 1984).
Tabela 5: Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no Ano de 1998 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
E. coli Freq. %
E. coli sangue 49 75,4
E. coli enteropatogênica 11 16,9
E. coli 5 7,7
Total 65 100,0
Essa tabela mostra que a maior parte das E.coli encontradas nos municípios
pesquisados são decorrentes de hemocultura, não sendo sorotipadas.

29
Tabela 6: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados no Ano de 1998
Patógeno Botucatu Marília São Paulo
N % n % n %
E.coli sangue 16 29,6 0 0 33 86,8
E. coli enteropatogênica 8 14,8 1 6,7 1 2,6
E.coli 3 5,6 2 13,3 0 0
Salmonella 14 25,9 4 26,7 3 7,9
Shigella 11 20,4 8 53,3 1 2,6
Campylobacter 1 1,9 0 0 0 0
E.coli + Salmonella 1 1,9 0 0 0 0
Total 54 100 15 100 38 100
Aqui, pode-se perceber que os perfis de Botucatu e São Paulo são bastante
semelhantes - um maior número de isolamentos de E. coli, seguido de Salmonella e
Shigella; já Marília apresenta um perfil próprio - diferente dos outros, pois tem um
maior número de casos de Shigella, seguido de Salmonella e E. coli.
Uma diferença entre esses municípios que chama a atenção é a fonte de
abastecimento de água: Botucatu e São Paulo têm, como principal fonte, a água
encanada da rede pública, enquanto que Marília, poços artesianos.
Uma hipótese a ser levantada é: existe relação entre as águas dos poços e a
maior incidência de Shigella em Marília?

30
Tabela 7: Frequência de Patógenos x Situação do Paciente Encontrados no Ano
de 1998 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógeno Amb. Hosp. Ign.
N % n % n %
E.coli sangue 7 36,8 12 57,1 30 44,8
E. coli enteropatogênica 4 21,1 0 0 6 9,0
E.coli 0 0 1 4,8 4 6,0
Salmonella 4 21,1 5 23,8 12 17,9
Shigella 3 15,8 3 14,3 14 20,9
Campylobacter 0 0 0 0 1 1,5
E.coli + Salmonella 1 5,3 0 0 0 0
Total 19 100 21 100 67 100
O fato de haver uma taxa alta de ignorados mostra que os arquivos mantidos
nos laboratórios são falhos para esse tipo de informação.
Desconsiderando a parcela de ignorados, percebemos que E.coli sangue foi
mais encontrada em pacientes hospitalizados, o que faz bastante sentido, porque esse
tipo de exame é mais freqüentemente realizado nos hospitais, dada a gravidade da
doença, já a E.coli enteropatogênica foi maior entre os pacientes ambulatoriais. Tal
achado também foi encontrado por OLIVEIRA et al (1989). Quanto aos outros
patógenos, não houve diferença significativa entre ambulatório e hospital.

31
Tabela 8: Frequência de Patógenos x Faixa Etária Encontrada no Ano de 1998
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógeno 0 - 4 5 - 14 > 15 Ign.
N % n % n % n %
E.coli sangue 5 14,3 0 0 9 52,9 35 72,9
EPEC 7 20 2 28,6 0 0 1 2,1
E.coli 2 5,7 0 0 1 5,9 2 4,2
Salmonella 9 25,7 0 0 6 35,3 6 12,5
Shigella 11 31,4 4 57,1 1 5,9 4 8,3
Campylobacter 0 0 1 14,3 0 0 0 0
E.coli+Salmonella 1 2,9 0 0 0 0 0 0
Total 35 100 7 100 17 100 48 100
EPEC = E. coli enteropatogênica
Os dados obtidos se assemelham com os estudos de ALMEIDA et al (1998),
LOMAZI et al (1993) e OLIVEIRA et al (1989) – EPEC, Salmonella e Shigella com
maior incidência em crianças, ressaltando-se que Salmonella e Shigella atingem
todas as faixas etárias, sendo que as crianças, imunocomprometidos e idosos os mais
susceptíveis.

32
Tabela 9: Frequência de Patógenos x Sexo Encontrados no Ano de 1998 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
Patógeno Fem. Masc. RN
n % n % n %
E.coli sangue 17 34,7 30 54,5 2 66,7
E. coli enteropatogênica 5 10,2 4 7,3 1 33,3
E.coli 2 4,1 3 5,5 0 0
Salmonella 10 20,4 11 20 0 0
Shigella 15 30,6 5 9,1 0 0
Campylobacter 0 0 1 1,8 0 0
E.coli + Salmonella 0 0 1 1,8 0 0
Total 49 100 55 100 3 100
Foi observado um maior número de casos de E. coli sangue entre os homens,
enquanto que para Shigella esse número foi maior entre as mulheres.

33
Em 1999:
Foram pesquisados um total de 8 laboratórios, sendo 3 privados e 5 públicos.
Neles foram coletadas 326 (51,26%) culturas sendo 256 (78,5%)
coproculturas, 64 (19,6%) hemoculturas, 3 (0,9%) culturas de líquor e 3 culturas de
lavado gástrico. Dentre as coproculturas (256 isolamentos), as bactérias mais
isoladas foram E.coli (205 casos - 80,08%), seguida de Salmonella (28 casos -
10,94%) e Shigella (23 casos - 8,98%); com relação as hemoculturas (64
isolamentos) foram E.coli (47 casos - 73,43%), Salmonella (15 casos - 23,44%),
Shigella (1 caso - 1,56%), Listeria (1caso - 1,56%) (tabela 10).
Tabela 10: Frequência de Patógenos x Tipo de Material Biológico Encontrados
no Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Fezes Sangue Líquor Lav. Gástrico
n % n % n % n %
E.coli sangue 0 0 47 73,4 0 0 0 0
E. coli enteroinvasora 123 48 0 0 0 0 0 0
E.coli enteropatogênica 78 30,5 0 0 0 0 0 0
E. coli 4 1,6 0 0 3 100 3 100
Salmonella 28 10,9 15 23,4 0 0 0 0
Shigella 23 9 1 1,6 0 0 0 0
Listeria 0 0 1 1,6 0 0 0 0
Total 256 100 64 100 3 100 3 100
A grande maioria das amostras resultou em E. coli com 258 (79,1%), seguido
por 43 (13,2%) Salmonella, a Shigella com 24 (7,4%), e 1 (0,3%) caso de Listeriose.
As espécies de E.coli detectadas estão na tabela 11, as de Salmonella na
tabela 12 e Shigella na tabela 13.

34
Tabela 11. Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no Ano de 1999 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
E. coli Freq. %
E. coli sangue 47 18,2
E. coli enteroinvasora 123 47,7
E.coli enteropatogênica 78 30,2
E. coli 9 3,5
ECEAA 1 0,4
Total 258 100,0
O aumento na freqüência de E.coli encontrado foi devido à inclusão, nesse
ano, de grandes laboratórios principalmente privados do município de São Paulo, os
quais realizam a sorotipagem desse patógeno como rotina.
Tabela 12. Freqüência das Espécies de Salmonella Encontradas no Ano de 1999
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Salmonella Freq. %
Sp 36 83,7
Enteritides 3 7,0
grupo D 1 2,3
não typhi 1 2,3
Cholerasuis 1 2,3
Typhi 1 2,3
Total 43 100,0
Nota-se que os laboratórios ainda não estão devidamente conscientizados
quanto à importância da sorotipagem.

35
Tabela 13. Freqüência das Espécies de Shiguella Encontradas no Ano de 1999
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Shigella Freq. %
Flexnerii 11 45,8
Sonnei 10 41,7
Dysenteriae 2 8,3
Sp 1 4,2
Total 24 100,0
Em relação ao ano de 1998, houve um aumento do número de casos de S.
flexneri, o que pode ser explicado pelo aumento do número de laboratórios
envolvidos na pesquisa nesse ano.
Tabela 14: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados no Ano de 1999
Patógenos Botucatu Marília São Paulo
n % n % n %
E.coli sangue 7 35,0 3 9,1 37 13,6
E. coli enteroinvasora 0 0 0 0 123 45,1
E.coli enteropatogênica 3 15,0 3 9,1 72 26,4
E.coli 2 5,0 3 9,1 5 1,8
Salmonella 6 30,0 10 30,3 27 9,9
Shigella 2 5,0 14 42,4 8 2,9
Listeria 0 0 0 0 1 0,4
Total 20 100 33 100 273 100
Apesar do aumento do número de casos em São Paulo e Marília e
decréscimo dos mesmos em Botucatu, continuamos a perceber as semelhanças entre
os perfis de Botucatu e São Paulo e diferença destes com o de Marília.

36
Tabela 15: Freqüência de Patógenos x Situação do Paciente Encontrados no
Ano de 1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Amb. Hosp. Ign.
n % n % n %
E.coli sangue 10 35,7 35 47,9 2 0,9
E. coli enteroinvasora 0 0 7 9,6 116 51,6
E.coli enteropatogênica 1 3,6 4 5,5 73 32,4
E. coli 2 7,1 6 8,2 2 0,9
Salmonella 12 42,9 15 20,5 16 7,1
Shigella 3 10,7 5 6,8 16 7,1
Listeria 0 0 1 1,4 0 0
Total 28 100 73 100 225 100
A taxa de ignorados para E.coli enteroinvasora e enteropatogênica é muito
alta, impossibilitando, dessa forma, a sua discussão. O aumento do número de casos
ambulatoriais para Salmonella pode ser devido à inclusão nesse ano de mais um
laboratório privado não pertencente a hospitais.

37
Tabela 16: Freqüência de Patógenos x Faixa Etária Encontrados no Ano de
1999 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos 0 - 4 5 - 14 > 15 Ign.
n % n % n % n %
E.coli sangue 3 2,5 0 0 4 3,7 40 52,6
EIEC 21 17,4 15 68,2 87 81,3 0 0
EPEC 71 58,7 2 9,1 1 0,9 4 5,3
E. coli 4 3,3 0 0 0 0 6 7,9
Salmonella 11 9,1 3 13,6 9 8,4 20 26,3
Shigella 11 9,1 2 9,1 6 5,6 5 6,6
Listeria 0 0 0 0 0 0 1 1,3
Total 121 100 22 100 107 100 76 100
EIEC = E. coli enteroinvasora
EPEC = E. coli enteropatogênica
No caso da EIEC os dados estão condizentes com a literatura, com maior
prevalência em adultos e crianças em idade escolar OLIVEIRA et al (1989). Já a
EPEC, prefere mais crianças (0 - 4 anos), como mostra a literatura. Salmonella e
Shigella atacam tanto crianças como pessoas de outras faixas etárias.

38
Tabela 17: Freqüência de Patógenos x Sexo Encontrados no Ano de 1999 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Fem. Masc. RN
n % n % n %
E.coli sangue 24 14,4 20 13 3 60
E. coli enteroinvasora 68 40,7 55 35,7 0 0
E.coli enteropatogênica 40 24 37 24 1 20
E. coli 8 4,8 2 1,3 0 0
Salmonella 16 9,6 27 17,5 0 0
Shigella 10 6 13 8,4 1 20
Listeria 1 0,6 0 0 0 0
Total 167 100 154 100 5 100
Houve diferenças significativas nos resultados encontrados em relação a
E.coli enteroinvasora e provindas de lavado gástrico, líquor onde houve uma
predominância feminina, já para Salmonella foi visto uma predominância masculina.

39
Em 2000:
Participaram da pesquisa nesse ano 8 laboratórios, sendo 2 privados e 6
públicos.
Foram 198 (31,13%) culturas; sendo 144 (72,7%) coproculturas, 51 (25,8%)
hemoculturas, 2 (1,0%) culturas de líquor e 1 (0,5%) cultura de lavado gástrico.
Dentre as coproculturas (144 isolamentos), as bactérias mais isoladas foram E.coli
(67 casos - 46,52%), seguida de Salmonella (50 casos - 34,72%) e Shigella (27 casos
- 18,75%); com relação as hemoculturas (51 isolamentos) foram E.coli (41 casos -
80,39%), Salmonella (9 casos - 17,65%), Vibrio (1 caso - 1,96%) (tabela 18)
Tabela 18: Freqüência de Patógenos x Tipo de Material Biológico Encontrado
no Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Fezes Sangue Líquor Lav. Gástrico
n % n % n % n %
E. coli sangue 0 0 41 80,4 0 0 0 0
E. coli enteroinvasora 26 18,1 0 0 0 0 0 0
E. coli enteropatogênica 40 27,8 0 0 0 0 0 0
E. coli 1 0,7 0 0 2 100 0 0
Salmonella 50 34,7 9 17,6 0 0 1 100
Shigella 27 18,8 0 0 0 0 0 0
Vibrio 0 0 1 2 0 0 0 0
Total 144 100 51 100 2 100 1 100
Em 110 (55,6%) isolados o resultado foi E. coli, Salmonella com 60 (30,3%),
a Shigella com 27 (13,6%) e 1 (0,5%) caso onde foi isolado Vibrio.
As espécies de E.coli detectadas estão na tabela 19, as de Salmonella na
tabela 20 e Shigella na tabela 21.

40
Tabela 19. Freqüência das Espécies de E.coli Encontradas no Ano de 2000 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
E. coli Freq. %
E. coli sangue 41 37,3
E. coli enteroinvasora 26 23,6
E. coli enteropatogênica 40 36,4
E. coli 3 2,7
Total 110 100,0
Tabela 20. Freqüência das Espécies de Salmonella Encontradas no Ano de 2000
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Salmonella Freq. %
Sp 52 86,6
typhi 4 6,7
enteritides 3 5,0
grupo D 1 1,7
Total 60 100,0
Como aconteceu no ano de 1999, os laboratórios não estão devidamente
conscientizados sobre a sorotipagem e sua importância.

41
Tabela 21. Freqüência das Espécies de Shiguella Encontradas no Ano de 2000
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Shigella Freq. %
Sonnei 14 51,9
flexnerii 12 44,4
dysenteriae 1 3,7
Total 27 100,0
A S. sonnei, desta vez, apresenta uma pequena diferença em relação a S.
flexnerii.
Tabela 22: Freqüência de Patógenos x Municípios Pesquisados no Ano de 2000
Patógenos Botucatu Marília São Paulo
n % n % n %
E. coli sangue 10 47,6 0 0 31 20,8
E. coli enteroinvasora 0 0 0 0 26 17,4
E. coli enteropatogênica 3 14,3 4 14,3 33 22,1
E. coli 2 9,5 0 0 1 0,7
Salmonella 5 23,8 13 46,4 42 28,2
Shigella 1 4,8 11 39,3 15 10,1
Vibrio 0 0 0 0 1 0,7
Total 21 100 28 100 149 100
Aqui pode-se perceber uma mudança no perfil de Marília, que nesse ano
apresenta uma maior incidência de Salmonella (em vez de Shigella). Os outros perfis
se mantiveram.

42
Tabela 23: Freqüência de Patógenos x Situação do Paciente Encontrados no
Ano de 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Amb. Hosp. Ign.
n % n % n %
E. coli sangue 2 5,9 23 46,9 16 13,9
E. coli enteroinvasora 0 0 3 6,1 23 20
E. coli enteropatogênica 8 23,5 3 6,1 29 25,2
E. coli 0 0 0 0 3 2,6
Salmonella 16 47,1 16 32,7 28 24,3
Shigella 7 20,6 4 8,2 16 13,9
Vibrio 1 2,9 0 0 0 0
Total 34 100 49 100 115 100
Há uma taxa de ignorados por patógeno bastante alta o que dificulta qualquer
discussão.

43
Tabela 24: Freqüência de Patógenos x Faixa Etária Encontrada no Ano de 2000
nas Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos 0 – 4 5 - 14 > 15 Ign.
n % n % n % n %
E. coli sangue 2 2,7 0 0 4 8,2 35 60,3
EIEC 7 9,5 6 35,3 13 26,5 0 0
EPEC 35 47,3 2 11,8 1 2,0 2 3,4
E. coli 1 1,4 0 0 2 4,1 0 0
Salmonella 17 23,0 6 35,3 21 42,9 16 27,6
Shigella 12 16,2 3 17,6 8 16,3 4 6,9
Vibrio 0 0 0 0 0 0 1 1,7
Total 74 100 17 100 49 100 58 100
EIEC = E. coli enteroinvasora
EPEC = E. coli enteropatogênica
Esses dados reforçam os já obtidos no ano de 1999 e encontrados na
literatura, os quais mostram que E.coli enteroinvasora ataca mais jovens, adultos,
enquanto que a enteropatogênica prefere crianças. Com relação a Salmonella e
Shigella houve uma freqüência maior entre as crianças e adultos jovens.

44
Tabela 25: Freqüência de Patógenos x Sexo Encontrados no Ano de 2000 nas
Áreas de Vigilância Ativa.
Patógenos Fem. Masc. RN
n % n % n %
E. coli sangue 14 15,1 26 25 1 100
E. coli enteroinvasora 12 12,9 14 13,5 0 0
E. coli enteropatogênica 24 25,8 16 15,4 0 0
E. coli 0 0 3 2,9 0 0
Salmonella 27 29 33 31,7 0 0
Shigella 15 16,1 12 11,5 0 0
Vibrio 1 1,1 0 0 0 0
Total 93 100 104 100 1 100
E.coli proveniente de amostras de sangue e Salmonella demonstram uma
maior preferência pelo sexo masculino, enquanto que E.coli enteropatogênica e
Shigella, pelo sexo feminino.

45
Para Cryptosporidium:
Gráfico 1: Freqüência de Cryptosporidium x Municípios Pesquisados nos Anos
de 1998 - 2000.
0
5
10
15
20
25
30
35
1998 1999 2000
Botucatu
Marilía
São Paulo
O que chama atenção aqui é o fato de ter diminuído a taxa de ataque desse
patógeno em Botucatu em 1999.
O número de casos, de um modo geral, diminui com relação aos anos
anteriores. Uma hipótese para tal fato pode ser a introdução/popularização do
coquetel de remédios utilizados no combate ao HIV.
Gráfico 2: Frequência de Cryptosporidium x Situação do Paciente Encontradas
nos Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
25
1998 1999 2000
Amb
Hosp
Ign
No ano de 1998 a taxa de ignorados foi muito alta o que impossibilita
qualquer discussão sobre esses resultados.

46
Nos anos de1999 e 2000, em relação a 1998, houve uma inversão da
freqüência observada entre os hospitalizados e ambulatoriais, pode-se pensar que
estes eram pacientes HIV positivo em fase de hospitalização.
Gráfico 3: Freqüência de Cryptosporidium x Faixa Etária Encontradas nos Anos
de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
25
30
35
1998 1999 2000
01 10
21 - 30
31 - 40
41 - 50
RN
Ign
Os dados obtidos mostram que como em Fortaleza (Guerrant, R. L.,1997),
nos municípios pesquisados, a faixa etária mais atingida por Cryptosporidium é a de
crianças.
Os ignorados formaram uma parcela muito alta nesse resultado, sendo assim a
discussão fica bastante prejudicada.
Gráfico 4: Frequência de Cryptosporidium x Sexo Encontradas nos Anos de 1998
- 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
1998 1999 2000
Fem
Masc
Há predominância pelo sexo masculino nos ano de 1999 e 2000.

47
- Para Rotavirus:
Gráfico 5: Frequência de Rotavírus x Municípios Pesquisados nos Anos de 1998
- 2000.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1998 1999 2000
Botucatu
Marilía
São Paulo
Em 1999, houve um aumento do número de casos em Marília e São Paulo, o
que pode ser devido a inclusão na pesquisa, nesse ano, de um grande laboratório de
São Paulo, mas o perfil de incidência em relação aos municípios não foi modificado
em 2000, sendo Marília o que tem a maior taxa de ataque.
Gráfico 6: Frequência de Rotavírus x Situação do Paciente Encontradas nos
Anos de 1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1998 1999 2000
Amb
Hosp
Ign
A taxa de ignorados foi muito alta o que impossibilita qualquer discussão
desses resultados. (LINHARES, 2000).

48
Gráfico 7: Frequência de Rotavírus x Faixa Etária Encontradas nos Anos de
1998 - 2000 nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
25
30
1998 1999 2000
01 10
11 20
21 - 30
RN
Ign
Há predominância da incidência na faixa etária recém-nascidos/crianças, o
que se encontra de acordo com a literatura – Rotavírus incide em todas as faixas
etárias, sendo as crianças, imunocomprometidos e idosos os mais susceptíveis
(LINHARES, 2000).
Gráfico 8: Frequência de Rotavírus x Sexo Encontradas nos Anos de 1998 - 2000
nas Áreas de Vigilância Ativa.
0
5
10
15
20
25
30
35
1998 1999 2000
Fem
Masc
RN
Em 1998, houve predominância pelo sexo feminino, enquanto que nos anos
de 1999 e 2000 pode ser observada uma inversão na taxa de ataque em relação ao
sexo.

49
6. CONCLUSÃO
Não encontramos nenhum isolamento de Cyclospora, Yersinia sp, Adenovírus,
Calicivírus, Coronavírus, Astrovírus, Norwalk vírus e Norwalk-like vírus;
Em 1998:
- Bactérias:
A E. coli foi o patógeno de maior incidência com 64 casos (59,8%), seguido
por 21 casos de salmonelose (19,6%), 20 casos de shigelose (18,7 %), 1 caso em que
foram encontrados E. coli e Salmonella na mesma amostra e 1 caso de
campilobacteriose (0,9%).
Em relação as cidades, Botucatu foi a que teve mais isolamentos 54 (50,5 %),
seguido por São Paulo com 38 isolados (35,5%) e Marília com 15 isolamentos
(14,0%).
Quanto a situação em que se encontrava o paciente, em 67 (62,6%) culturas
os arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então
considerados como ignorados, em 21 (19,6%) culturas os pacientes encontravam-se
hospitalizados e em 19 (17,8%) culturas os pacientes estavam no ambulatório.
A classe mais atingida foram aqueles com idade entre 0 – 4 anos com 35
(32,7%) casos, seguidos pelos maiores de 15 anos com 17 (15,9%) casos, pacientes
com idade entre 5- 14 anos tiveram 7 (6,5%) isolamentos e os ignorados com a maior
parcela de 48 (44,9%) isolados.
O sexo feminino teve 49 casos (45,8%), o masculino 55 casos (51,4%) e os
RN 3 casos (2,8%).
- Cryptosporidium:
Em relação às cidades, Botucatu e São Paulo tiveram o mesmo número de
isolamentos - 20 (50%) cada uma, enquanto que em Marília não foi encontrado
nenhum.
Quanto a situação em que se encontrava o paciente, em 10 (50%) culturas os
arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então considerados

50
como ignorados, em 3 (15%) culturas os pacientes encontravam-se hospitalizados e
em 7 (35%) culturas os pacientes estavam no ambulatório.
A classe mais atingida foram os recém-nascidos (menores de um ano) com 3
(15%) casos, seguidos pelo empate entre as crianças (1 - 10 anos), os pacientes com
idade entre 21 e 30 anos e os com 41 - 50 anos com 2 (10%) casos cada um, a faixa
etária de 31 - 40 teve 1 (5%) e os ignorados constituíram a maior parcela com 10
(50%) isolados.
No que diz respeito ao sexo, não houve predominância por feminino ou
masculino, ambos tiveram 10 (50%) casos cada um.
- Rotavírus:
Em relação às cidades, Marília teve o maior número de casos 15 (88,3%),
seguida de Botucatu que teve 2 (11,8%), enquanto que em São Paulo não foi
encontrado caso.
Quanto à situação em que se encontrava o paciente, em 15 (88,2%) culturas
os arquivos dos laboratórios não continham essa informação, sendo então
considerados como ignorados, em 2 (11,8%) culturas os pacientes encontravam-se
hospitalizados, e em nenhuma os pacientes estavam no ambulatório.
As classes mais atingidas foram os recém-nascidos (menores de um ano) e as
crianças (1 - 10 anos) com 4 (23,5%) casos cada, nas outras faixas etárias (11 - 20 e
21 - 30) esse número foi 0 (zero) e os ignorados constituíram a maior parcela com 9
(52,9%) isolados.
O sexo feminino teve 11 casos (64,7%) e o masculino 6 casos (35,3%).
Em 1999:
- Bactérias:A grande maioria das amostras resultou em E. coli com 258 (79,1%), seguido
por 43 (13,2%) Salmonella, a Shigella com 24 (7,4%), e 1 (0,3%) caso de Listeriose.
Na cidade de Botucatu teve 20 (6,1%) culturas, na cidade de Marília teve 33
(10,1%) e a cidade de São Paulo teve 273 (83,7%) isolados.
Quanto à situação dos pacientes em 225 (69,0%) eram ignorados, 73 (22,4%)
estavam hospitalizados e 28 (8,6 %) se encontravam no ambulatório.

51
As pessoas com idade entre 0 – 4 anos foram as mais atingidas com 121
(37,1%), logo após os maiores de 15 anos com 107 (32,8%) isolamentos, a seguir as
pessoas com idade entre 5- 14 anos com 22 (6,7%) e os ignorados com 76 (23,3%)
eram a maioria.
O sexo feminino teve 167 casos (51,6%), o masculino 154 casos (47,2%) e os
ignorados com 5 casos (1,5%)
- Para Cryptosporidium:
Em relação às cidades, São Paulo teve 32 (91,4%) culturas, Marília 2 (5,7%)
e Botucatu 1 (2,9%).
Quanto a situação em que se encontrava o paciente, em 3 (8,6%) culturas os
arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então considerados
como ignorados, em 22 (62,9%) culturas os pacientes encontravam-se hospitalizados
e em 10 (28,6%) culturas os pacientes estavam no ambulatório.
As classes mais atingidas foram 1 - 10, 21 - 30 e 31 - 40 com 1 (2,9%) casos
cada, os recém-nascidos (menores de um ano) e os de 41 - 50 anos tiveram zero (0)
isolamentos, já os ignorados constituíram a maior parcela com 32 (91,4%) isolados.
O sexo masculino teve 19 (54,3%) casos e o feminino 16 (45,7%).
- Para Rotavírus:
Em relação às cidades, Marília teve o maior número de casos 38 (73,1%),
seguida de São Paulo que teve 10 (19,2%), enquanto que em Botucatu não foi
encontrado caso.
Quanto à situação em que se encontrava o paciente, em 36 (69,2%) culturas
os arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então
considerados como ignorados, em 6 (11,5%) culturas os pacientes encontravam-se
hospitalizados, e em 10 (19,2%) os pacientes estavam no ambulatório.
Os recém-nascidos (menores de um ano) foram os mais atingidos com 12
(23,1%), logo após as crianças (1 - 10) com 10 (19,2%) isolamentos, a seguir as
pessoas com idade entre 11 - 20 e 21 - 30 anos que tiveram, cada, 1 (1,9%)
isolamentos, e os ignorados com 28 (53,8%) eram a maioria.
O sexo feminino teve 20 casos (38,5%) e o masculino 32 casos (61,5%).

52
Em 2000:
- Bactérias:
Em 110 (55,6%) isolados o resultado foi E. coli, Salmonella com 60 (30,3%),
a Shigella com 27 (13,6%) e 1 (0,5%) caso onde foi isolado Vibrio.
A cidade de São Paulo teve 149 (75,3%) isolamentos, a cidade de Marília
teve 28 (14,1%) e Botucatu teve 21 (10,6%) isolamentos.
49 casos (24,7%) se encontravam hospitalizados, 34 (17,2%) no ambulatório
e 115 (58,1%) eram ignorados.
Novamente aqueles com idade entre 0 – 4 anos foram as mais atingidas com
74 (37,4%) casos, seguido por aqueles maiores de 15 anos com 49 (24,7%) casos,
aqueles com idade entre 5 –14 anos com 17 (8,6%) caos e os ignorados com 58
(29,3%) dos isolamentos.
O sexo feminino teve 93 casos (47,0%), o masculino teve 104 casos (52,5%)
e os RN 1 caso (0,5%).
- Para Cryptosporidium:
Em relação às cidades, São Paulo teve 14 (87,5%) culturas, Botucatu 2
(12,5%) e em Marília não foi encontrado caso.
Quanto a situação em que se encontrava o paciente, em 2 (12,5%) culturas os
arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então considerados
como ignorados, em 9 (56,25%) culturas os pacientes encontravam-se hospitalizados
e em 5 (31,25%) culturas os pacientes estavam no ambulatório.
As classes mais atingidas foram 1 - 10 e 41 - 50 com 1 (6,3%) casos cada; os
recém-nascidos (menores de um ano), 21 - 30, e 31 - 40 tiveram zero (0)
isolamentos, já os ignorados constituíram a maior parcela com 14 (87,5%) isolados.
O sexo masculino teve 10 (62,5%) casos e o feminino 6 (37,5%).
- Para Rotavírus:
Em relação às cidades, Marília teve o maior número de casos 26 (70,3%),
seguida de São Paulo que teve 11 (29,7%) e Botucatu com 4 (10,8%) isolamentos.

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Quanto à situação em que se encontrava o paciente, em 33 (89,2%) culturas
os arquivos dos laboratórios não continham essa informação , sendo então
considerados como ignorados, em 0 (zero) culturas os pacientes encontravam-se
hospitalizados, e em 4 (10,8%) os pacientes estavam no ambulatório.
Os recém-nascidos (menores de um ano) foram os mais atingidos com 10
(27%), logo após as crianças (1 - 10) com 9 (24,3%) isolamentos, as pessoas com
idade entre 11 - 20 e 21 - 30 anos não tiveram isolamentos, e os ignorados com 18
(48,6%) eram a maioria.
O sexo feminino teve 11 casos (29,7%), o masculino 25 (67,6%) e os RN 1
(2,7%).
Uma investigação mais detalhada se faz necessária para verificar se existe
relação entre as águas dos poços e maior incidência de Shigella em Marília e também
para verificar se os casos de Cryptosporidium eram HIV positivo.
Nessa pesquisa percebe-se uma alta taxa de ignorados praticamente em todas
as variáveis, isso é devido a não uniformidade de dados catalogados entre os
laboratórios e muitas vezes até entre eles mesmos (como no caso de filiais). Para que
possa ser implantado o Sistema de Vigilância Ativa, sugere-se que seja feita uma
norma dizendo quais informações devem estar contidas nos registros dos
laboratórios, assim como de que modo elas devem estar apresentadas, fazendo-se,
dessa forma, um padrão de registro.
Um outro ponto fundamental para que seja possível conhecer/ caracterizar os
patógenos emergentes e reemergentes é a conscientização dos médicos e laboratórios
quanto a importância da sorotipagem dos mesmos e, também, de quanto é importante
a participação deles no processo de Vigilância Ativa.

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7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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22. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, COORDENAÇÃO DOSINSTITUTOS DE PESQUISA, CENTRO DE VIGILÂNCIA

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EPIDEMIOLÓGICA – CVE, DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃOHÍDRICA E ALIMENTAR–DDTHA. Projeto: Programa de Vigilância Ativade Doenças Transmitidas por Alimentos (Versão Preliminar). São Paulo,2000.
23. SOBEl, J. Novas Tendências em Vigilância das Doenças Transmitidas porAlimentos e Segurança Alimentar: Vigilância Ativa e EpidemiologiaMolecular. Revista CIP, 1998; 2:20-26.
24. STERLING, R.C. & ORTEGA, Y.R. - Cyclospora: Na Enigma WorthUnravelling - Emerging Infectious Diseases, vol.5, n.1, jan-mar, 1999.
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8. ANEXOS
FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASOS – Salmonella, Shigella, E.coli,
Campylobacter, Vibrio, Listeria, Yersinia.
(Secretaria de Estado da Saúde,2000)
Nº ID (paciente-amostra) AVA ___ - _____________________________________________
Nome do Paciente: ____________________________________________________________
Endereço: ____________________________________________________________________
1) Bairro:____________________ CEP:_____________ Tel.: _________________________
2) Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. ( ) Ignorado
3)Data de Nascimento:________________ 4) Idade _____ 5) Se < 1 ano, em meses ______
6) Data da Coleta do Exame: ____/____/____
7) Nome do Laboratório: ________________________________ Tel.: ( ) _____________
8) Médico Consultante: __________________________________ Tel.: ( ) _____________
•• Especialidade: _________________________________________________________
9) Tipo de Amostra: ( ) Fezes ( ) Sangue ( ) Líquor ( )Outros________( ) Ignorado
10) Bactéria Isolada:
( ) Salmonella
( ) Shigella
( ) Campylobacter
( ) E.coli O157
( ) Listeria monocytogenes
( ) Yersinia enterocolitica
( ) Vibrio
( ) Outro
• Se E.coli O157, é antígeno H positivo? ( ) sim ( ) não mótil ( ) ignorado ( ) não feito
• Se antígeno H positivo, fornecer o número do antígeno H: _______________________
• Se E.coli O157 não mótil, produzia toxina Shiga-like? ( ) sim ( ) não ( ) não feito
11) Identificação do nº ID do espécime (amostra) : ______________________________
12) Se data de coleta não disponível – data de recebimento no laboratório: ____/____/____
13) Situação do paciente quando da coleta do exame:
• • ( ) hospitalizado ( ) ambulatório ( ) ignorado
14) Se o paciente foi hospitalizado, fornecer nome do Hospital: _______________________
15) O Laboratório de Referência recebeu o patógeno isolado?
• • ( ) sim ( ) não ( ) ignorado, se sim, registrar o nº de registro do exame:___________
_____________________________________________________________________________
Assinatura do Responsável pelo Preenchimento do Questionário

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FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASOS – Cryptosporidium, Cyclospora
(Secretaria de Estado da Saúde,2000)
Nº ID (paciente-amostra) AVA ___ - _____________________________________________
Nome do Paciente: ____________________________________________________________
Endereço: ____________________________________________________________________
1) Bairro:____________________ CEP:_____________ Tel.: _________________________
2) Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. ( ) Ignorado
3)Data de Nascimento:________________ 4) Idade _____ 5) Se < 1 ano, em meses ______
6) Data da Coleta do Exame: ____/____/____
7) Nome do Laboratório: ________________________________ Tel.: ( ) _____________
8) Médico Consultante: __________________________________ Tel.: ( ) _____________
•• Especialidade: _________________________________________________________
9) Tipo de Amostra: ( ) Fezes ( ) Biópsia de Intestino ( ) Outros______________
10) Parasito Isolado Técnica (s) Utilizada (s)
( ) Cryptosporidium ________________________________
( ) Cyclospora _________________________________
11) Identificação do nº ID do espécime (amostra) : ______________________________
12) Se data de coleta não disponível – data de recebimento no laboratório: ____/____/____
13) Situação do paciente quando da coleta do exame:
• • ( ) hospitalizado ( ) ambulatório ( ) ignorado
14) Se o paciente foi hospitalizado, fornecer nome do Hospital: _______________________
15) O Laboratório de Referência recebeu o patógeno isolado?
• • ( ) sim ( ) não ( ) ignorado, se sim, registrar o nº de registro do exame:___________
_____________________________________________________________________________
Assinatura do Responsável pelo Preenchimento do Questionário

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FORMULÁRIO DE REGISTRO DE CASOS – Rotavírus, Adenovírus, Calicivírus,
Astrovírus e Coronavírus, Norwalk vírus e Norwalk-like vírus.
(Secretaria de Estado da Saúde,2000)
Nº ID (paciente-amostra) AVA ___ - _____________________________________________
Nome do Paciente: ____________________________________________________________
Endereço: ____________________________________________________________________
1) Bairro:____________________ CEP:_____________ Tel.: _________________________
2) Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. ( ) Ignorado
3)Data de Nascimento:________________ 4) Idade _____ 5) Se < 1 ano, em meses ______
6) Data da Coleta do Exame: ____/____/____
7) Nome do Laboratório: ________________________________ Tel.: ( ) _____________
8) Médico Consultante: __________________________________ Tel.: ( ) _____________
•• Especialidade: _________________________________________________________
9) Tipo de Amostra: ( ) Fezes ( ) Sangue ( ) Liquor ( )Outros____________
10)Vírus Isolado:
( ) Rotavirus
( ) Adenovirus
( ) Calicivirus
( ) Astrovirus
( ) Coronavirus
( ) Norwalk virus
( ) Norwalk-like virus
11) Identificação do nº ID do espécime (amostra) : __________________________________
12) Se data de coleta não disponível – data de recebimento no laboratório: ____/____/____
13) Situação do paciente quando da coleta do exame:
• • ( ) hospitalizado ( ) ambulatório ( ) ignorado
14) Se o paciente foi hospitalizado, fornecer nome do Hospital: _______________________
15) O Laboratório de Referência recebeu o patógeno isolado?
• • ( ) sim ( ) não ( ) ignorado, se sim, registrar o nº de registro do exame:___________
_____________________________________________________________________________
Assinatura do Responsável pelo Preenchimento do Questionário