relaçoes interpessoais

39
Módulo Relações Interpessoais

Upload: lidifazevedo

Post on 14-Jul-2016

57 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

XZXZ

TRANSCRIPT

Page 1: Relaçoes interpessoais

Módulo

Relações Interpessoais

Page 2: Relaçoes interpessoais

2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................02 2. RELAÇÕES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL.........................................03

2.1 Auto – estima.............................................................................................05 3. COMUNICAÇÃO HUMANA.............................................................................09 5.1 Barreiras à comunicação.......................................................................12 5.2 Comunicação Organizacional...............................................................13 4. GRUPOS.........................................................................................................16 4.1 Feedback...............................................................................................18 4.2 Compreensão empática........................................................................23 5. MOTIVAÇÃO ....................................................................................................25 6. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.........................................................................30 6.1 Inteligência Intrapessoal.......................................................................36 6.2 Inteligência Interpessoal.......................................................................36 7. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.........................................................................37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................40

Page 3: Relaçoes interpessoais

3

1. INTRODUÇÃO

Atualmente podemos perceber como o mundo está carente de solidariedade,

respeito, amor e principalmente de justiça e muitas vezes nos sentimos frustrados

porque descobrimos que nada fizemos para transformar tal situação.

Mas ainda há tempo para ser um agente modificador, contribuindo para que o

mundo seja melhor, através de pequenos gestos e atitudes de cada um de nós. Se

assumirmos nossa parcela de culpa em estarmos fechados em nós mesmos,

deixando o outro muito distante de nossos ideais e objetivos, entenderemos que é

no outro que está o motivo do nosso crescimento pessoal, é no outro que nos

percebemos como seres humanos, capazes de sonhar, amar, perdoar, respeitar...

Precisamos reencontrar o nosso “eu”, para podermos apresentar várias

formas de ser e sentir, deixando assim de procurar fora de nós a razão para nossa

felicidade, pois é em nosso interior que começa o caminho para a aceitação dos

momentos que nos fazem sorrir e chorar e a partir daí, damos oportunidade para que

o outro também faça parte da nossa história de vida.

E é nessa reflexão que percebemos a importância das Relações

Interpessoais na vida de cada pessoa, pois melhorando nossas relações com o

outro compreendemos que cada um precisa ser respeitado de acordo com as

necessidades psicológicas, físicas, sociais de cada um, portanto, precisamos nos

dispor interiormente a fim de aceitar o outro da maneira que ele se apresenta e não

como gostaríamos que ele se apresentasse.

Precisamos assim, adquirir um autoconhecimento, uma compreensão

empática, para aprendermos conviver em grupo, seja no meio profissional, na

família, nas instituições educacionais ou nas diferentes atividades do ser humano. O

mundo moderno cada vez mais exige essa capacidade de nos relacionarmos

consigo mesmo e com o próximo.

A vida é uma passagem e não sabemos até quando iremos fazer parte dela,

por isso é hoje que precisamos aproveitar cada instante da nossa existência, para

realizarmos algo de verdadeiro e útil para nós, para o outro, para o mundo.

ELISÂNGELA SANTANA DE JESUS CASTRO – 1° SGT PM DA BAHIA

"Você não pode ensinar nada a um homem; você pode apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo”.

Galileu Galilei

Page 4: Relaçoes interpessoais

4

2. RELAÇÕES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL

As relações interpessoais tiveram como um de seus primeiros pesquisadores

o psicólogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976: 66), ao se referir a uma das pesquisas

realizadas por esse psicólogo, afirma que ele chegou à constatação de que “A

produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas não

somente com a competência de seus membros, mas, sobretudo com a solidariedade

de suas relações interpessoais”.

Schutz, um outro psicólogo, trata de uma teoria das necessidades

interpessoais: necessidade de ser aceito pelo grupo, necessidade de

responsabilizar-se pela existência e manutenção do grupo, necessidade de ser

valorizado pelo grupo. Tais necessidades formam a tríade de que fala MAILHIOT

(1976: 67), quando este faz referência aos estudos de Schutz: necessidades de

inclusão, controle e afeição, respectivamente.

Ao discorrer acerca da humanização no ambiente de trabalho, COSTA (2002:

21) aponta as relações interpessoais como um dos elementos que contribuem para a

formação do relacionamento real na organização:

É necessário observar a operação real da organização, aqui incluídas, as

relações interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos formais

(estrutura administrativa) e informais (relacionamento humano, que emerge das

experiências do dia-a-dia) integram-se para produzir o padrão real de

relacionamento humano na organização: como o trabalho é verdadeiramente

executado e quais as regras comportamentais implícitas que governam os contatos

entre as pessoas – esta é a estrutura de contatos e comunicações humanas a partir

da qual os problemas de política de pessoal e de tomada de decisões podem ser

compreendidos e tratados pelos administradores Os autores são unânimes em

reconhecer a grande importância do tema “relações interpessoais” tanto para os

indivíduos quanto para as organizações, relativamente à produtividade, qualidade de

vida no trabalho e efeito sistêmico.

Falar sobre Relacionamento não é fácil, entendê - lo também não.

Principalmente quando levamos em consideração os níveis de relacionamento e os

prováveis personagens do mesmo.

Sendo interpessoal, intrapessoal, com o cliente interno ou externo, o

relacionamento é fator fundamental e, muitas vezes definitivo na vida dos indivíduos.

É necessário possuir habilidades para manter um bom convívio consigo, com os

Page 5: Relaçoes interpessoais

5

clientes, colegas de trabalho, amigos ou com alguém que, simplesmente, só precisa

de um minuto de sua atenção para esclarecer uma duvida.

Todos somos capazes e estamos aptos a desenvolver tais habilidades, em

muitos casos, uns personagens conseguem superar ou unir a habilidade à

personalidade, tornando-se parceiros / companheiros desejáveis ao convívio. Outros

nem sempre conseguem atingir níveis de satisfação tão relevantes e perceptíveis, o

que não quer dizer que eles sejam incapazes de manter um relacionamento com

alguém. Na verdade não é nada fácil, mesmo. Porém, como tudo na vida, é preciso

treino e perseverança. Pessoalmente e profissionalmente, as pessoas que não

conseguem ou não estão preparadas para conviver com os semelhantes e

administrar conflitos estão fadadas à solidão e ao fracasso. O que também não quer

dizer que isso seja o fim.

Quando nos aproximamos de alguém é porque temos uma necessidade para

ser satisfeita. O mercado quando dispõe e uma vaga exige como competência o

relacionamento. Gostamos de falar e ser ouvidos queremos atenção, ficamos felizes

com bons resultados em equipe, sorrimos quando somos compreendidos, ficamos

polivalentes quando o grupo está entrosado.

As habilidades e os "macetes" dos relacionamentos inter e intrapessoais

perpassam por estas atitudes, que posteriormente geram sentimentos como o da

fidelidade. A percepção é a primeira destas. Ao estarmos atentos ao que acontece

em nossa casa, trabalho, reuniões fraternas e detectamos que algo está diferente,

os indivíduos que mantém relações conosco respondem com a "verdade" ao que foi

percebido.

E também acontece quando tratamos da relação EU – COMIGO. Trabalhar a

percepção pode ser fácil e divertido.

Inicialmente esteja atento a sua realidade e interrogue-se, respondendo

sinceramente. A verdade vem como a segunda habilidade. Todo e qualquer

relacionamento é baseado essencialmente na confiança. A criança confia nos pais,

logo ao ama; o amigo confia na amiga, logo se confidenciam; o cliente confia no

produto e no vendedor, logo compra e defende.

Apresentar e oferecer o que somos realmente capazes de realizar para nos

aproximar e fidelizar é um dever. Além disso, a flexibilidade e ser um negociador não

Page 6: Relaçoes interpessoais

6

fazem mal algum. Nada está totalmente correto ou equivocado. Tudo depende do

ponto de vista de cada um. Visão esta, que está diretamente ligada as pré-

experiências e a bagagem cultural de cada indivíduo. Visto que,

as relações interpessoais são o resultado de tudo que cada pessoa já estabeleceu

durante a vida.

Para completar o ciclo do relacionamento, a responsabilidade com que devem

ser tratadas as expectativas do outro é considerável e irrestrita. Como já foi

mencionado, todos querem se realizar durante o relacionamento. Ora recebendo a

atenção desejada, ora obtendo bons resultados nos negócios. Para isso, a empatia

vem como auxiliador. Respeitar o outro e assumir por um instante a posição dele faz

do convívio uma interação.

Tornamos a repetir, estar em contato com o semelhante é uma atividade que

precisa ser mantida, aprimorada e reciclada, sempre. A cada dia novos conceitos

sobre o bem – estar, mercado e comportamento surgem. Não existem seres iguais e

é por esta razão que somos chamados de indivíduos. Cada qual recebe a

informação e a compreende de maneira diferente. Não devemos nos apegar apenas

as praxes e protocolos, o bem do relacionamento é a conexão entre as pessoas

e a possibilidade de ficarmos diferentes com isso.

2.1 AUTO-ESTIMA

Auto-estima é o sentimento que faz com que a pessoa goste de si mesma,

aprecie o que faz e aprove suas atitudes. É um dos mais importantes ingredientes do

nosso comportamento. Esse conceito se desenvolve desde muito cedo na relação

da criança com os outros.

As figuras paternas atuam como espelhos que desenvolvem determinadas

imagens ao filho. O afeto é muito parecido com o espelho. Quando demonstro

afetividade por alguém, essa pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dela,

refletindo um no sentimento do afeto do outro, desenvolvendo um forte vínculo de

amor-essência humana em matéria. È nessa interação afetiva que desenvolvemos

nossos sentimentos positiva ou negativamente e construímos a nossa auto-imagem.

AUTO-ESTIMA ESSENCIAL

A auto-estima essencial é gratuita. É a que recebemos dos nossos pais

assim que nascemos, simplesmente porque nascemos, porque somos seus filhos

Page 7: Relaçoes interpessoais

7

amados ou não. Há situações extraordinárias em que eles amam neuroticamente ou

mesmo odeiam seus filhos.

Como odiar um filho não é algo aceito social e normalmente, muitos podem

compensar esse "ódio" por meio de extremo cuidado ou da negligência diante de

perigos e de riscos de vida. Isso é apesar de complexo muito comum.

AUTO-ESTIMA FUNDAMENTAL

A auto-estima fundamental é conquistada quando somos bem-sucedidos e

quando apreciamos algo que realizamos. Se essa realização é produto de nossa

capacidade, isto é da nossa pessoa sem depender de terceiros, nem de nossos

pais, ela alimenta a aprovação de nós mesmos e nossa íntima (e saudável) vaidade

pessoal.

O que conseguimos com nossos esforços produzirá ótimas sensações, desde um

pequeno prazer ate a plena sensação de vitória absoluta.

Na infância, a auto-estima fundamental é alimentada toda vez que a criança

realiza alo e isso pode ser dimensionado. Porém, aplaudir ou reprovar fora de hora,

quando não é realmente merecido, destrói essa auto-estima. Quando os pais fazem

tudo pelo filho, mesmo àquilo que ele é capaz de fazer, estão prejudicando essa

auto-estima.

Tanto a auto-estima essencial como a fundamental estão presentes em todas

as atitudes. Conforme o estado, momento ou desenvolvimento em que a pessoa se

encontra, um mesmo fato pode alimentar ou desnutrir a auto-estima.

Como vimos, o ser humano já nasce com o sentimento de importância a que Freud

chama de narcisismo primário.

Em cada um de nós há, no mínimo, três pessoas:

a) o que achamos que somos

b) o que os outros pensam que somos

c) o que somos realmente

FINALIDADE

O que é auto – estima?

É a avaliação pessoal, senso do valor próprio.

Page 8: Relaçoes interpessoais

8

Qual sua finalidade?

Sua principal finalidade é manter o indivíduo em equilíbrio, serenidade, brandura e

felicidade, ou seja, uma boa interação do seu mundo interno com o mundo externo

(meio ambiente).

Como desenvolver a auto – estima (perdida)?

Quando a pessoa começa a confiar em si e em sua capacidade de se

autogerir. Quanto mais se acredita que se pode fazer, mais se consegue. É

importante ensinar à criança, jovem ou adulto que ela pode fazer algumas coisas

bem e que pode ter problemas com outras coisas. E que esperamos que faça o

melhor que puder.

Também é importante admitirmos nossos próprios erros ou fracassos.

É importante sabermos que não somos perfeitos e reconhecer logo isso, ou seja,

superar as frustrações que a vida nos impõe.

Criar bons sentimentos, acreditar em si, procurar incentivos, saber que tem

direito de sentir-se importante, que "pode aprender", que "consegue".

Quando for uma criança, o cuidado reside em adequar tarefas que cabem a cada

idade e permitir que ela tente, por exemplo: jogar objetos no lixo, guardar os

brinquedos, solicitara a ajuda da criança partilhando com ela pequenos afazeres e

vale até aplausos a suas conquistas. Assim ela forma um conceito positivo de si

mesma.

E para desenvolver esse sentimento, estimulá-lo quando a pessoa sentir que não

tem condições de realizar algo.

O que causa a baixa auto-estima?

Falta de “perdão”

É quando a pessoa não consegue se livrar de dúvidas emocionais, como,

abandono, vítima de uma injustiça, etc.

Auto-imagem negativa:

É quando a pessoa não vislumbra aspectos positivos, por exemplo: não vê luz no

fim do túnel, poço existencial em que está mergulhando.

Page 9: Relaçoes interpessoais

9

Indecisão:

É quando a pessoa não sabe o que fazer, que rumo tomar. O "ego" é invadido por

dúvidas, angústia, etc.

Mágoa, ira, psiconergia destrutiva:

Uma pessoa que se diz magoada, na verdade ela está dizendo que não consegue

aceitar suas imperfeições, pois a mágoa está ligada à perda. E isso requer um

esforço energético muito alto e quase sempre deixa o indivíduo sem reservas. Daí a

apatia e o desânimo.

Conseqüência da baixa auto-estima

· Neutraliza nosso potencial: O indivíduo não se sente capaz de produzir, não há

crescimento.

· Impede os sonhos: O indivíduo não consegue se projetar mais no futuro de forma

construtiva.

· Prejudica a relação interpessoal: O relacionamento com o outro fica precário, não

há uma realimentação de "feedback".

Resolvendo o problema da auto-estima

· Quando fica claro que a auto-estima está muito baixa, é necessário:

· Reprogramar a memória;

· Procurar viver no limite da capacidade;

· Estabelecer um perdão multilateral (mesmo que simbólico);

· Lazer, Cultura, Boa música, ou seja, desenvolver bons hábitos ou reativá-los;

· Reconhecer o que é patológico do que é uma pequena crise existencial;

· Buscar uma orientação terapêutica

Algumas idéias que fazem crescer a auto-estima:

- Abraço de corpo e alma;

- Beijo estalado;

- Sorriso verdadeiro;

- Elogio verbal simples e direto;

- Relato casual sem exageros com outros membros da família;

Page 10: Relaçoes interpessoais

10

- Fazer companhia a alguém que você estime;

- Olhar para as pessoas nos olhos;

- Saber perdoar a si e aos outros;

- Não adiar uma alegria;

- Dar às pessoas uma segunda chance;

3. COMUNICAÇÃO HUMANA Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Crusoé, um

navegante que ficou a ermo numa ilha deserta, cercada de água por todos os lados

e sem ter para onde ir? Ao se deparar com a solidão naquele lugar, Crusoé logo

sentiu uma grande dificuldade que, talvez, muitos de nós ainda não dedicamos um

tempo para reflexão: a necessidade de comunicar-se com alguém.

A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja ele

pessoal, profissional, etc. Ela é a chave para o desenvolvimento de uma relação

saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e do

fazer-se entender.

Em poucas palavras, a comunicação é o processo verbal ou não-verbal de

transmitir uma informação a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o que

está sendo expresso. A comunicação, portanto, não está limitada à fala, à linguagem

oral, mas também é possível por meio de gestos, símbolos, expressões, bem como

qualquer outra forma que contenha em si um significado inteligível, compreensível.

A comunicação, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nos

fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento. Isso é

possível através da linguagem, que é a representação do pensamento por meio de

sinais que permitam a comunicação e a interação entre as pessoas.

Podemos encontrar pelo menos quatro níveis de comunicação:

Nível quatro – é uma comunicação altamente superficial, em que os

indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, limitando-se, no

máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação.

Nível três – é uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas

tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os indivíduos ainda

Page 11: Relaçoes interpessoais

11

não saíram das suas “cascas” para tornar conhecido aos outros o que pensam e

sentem, ou seja, a comunicação ainda está limitada.

Nível dois – aqui os indivíduos começam a relatar suas idéias e pensamentos,

o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas estão dispostas a correr

o risco de expor suas idéias e soluções próprias, mas ainda impõem barreiras para a

comunicação plena, talvez como mecanismo de defesa e forma de conhecer os

outros passo a passo. É o tão conhecido “pé atrás”, mas a comunicação neste nível

abre possibilidades para o aprofundamento das relações interpessoais e dos laços

de confiança, imprescindíveis na comunicação de nível um.

Nível um – é uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a

compartilhar seus sentimentos, idéias e pensamentos. Esta comunicação está

baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, subentende-se que neste

nível de comunicação as pessoas possuem um alto grau de conhecimento e

confiança umas nas outras, estabelecendo um relacionamento interpessoal pleno e

baseado no diálogo como forma de solução de problemas e conflitos.

A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a

comunicação verbal. E todo ato de comunicação envolve sempre seis componentes

essenciais. São eles:

o emissor (ou locutor) – é aquele que diz algo a alguém

o receptor (ou interlocutor) – aquele com quem o emissor se comunica

a mensagem – tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor

o código – é o conjunto de sinais convencionados socialmente que permite ao

receptor compreender a mensagem (ex: a língua portuguesa e os sinais de

trânsito)

o canal (ou contato) – é o meio físico que conduz a mensagem ao receptor

(ex: o som e o ar)

o referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem

Todos esses elementos são indispensáveis à comunicação verbal, e podem ser

assim esquematizados:

Mensagem

Referente

Emissor ----------------------------------------------------- Receptor

Page 12: Relaçoes interpessoais

12

Canal

Código

O mais importante da atividade comunicativa, como já foi dito, é a

compreensão do que se está querendo expressar e, através deste ato, podemos

tornar conhecida a nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer dizer que a forma

como nos comunicamos denuncia quem somos na realidade. Através da maneira

peculiar como cada um se comunica e pelo fato de cada indivíduo possuir um jeito

próprio de ser, a comunicação tende a enfrentar algumas barreiras, as quais surgem

da heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e idéias. Mas, é preciso saber

como lidar com essas barreiras, de forma que a comunicação não fique

comprometida e os possíveis conflitos possam ser resolvidos da maneira mais

adequada.

3.1 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

A comunicação se realiza adequadamente e o seu objetivo é atingido, quando

a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador e pelo recebedor

da comunicação. Quando se fazem interpretações semelhantes, cada um dos

participantes transmite ao outro o seu pensamento e o seu sentimento sobre o

objeto da comunicação. Isto não significa que os participantes precisem concordar

totalmente com o pensamento sobre o objeto da comunicação. Podem discordar,

mas, se um apreende precisamente os pensamentos do outro, a comunicação foi

satisfatória.

Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre

pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos chamados

BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUÍDOS.

Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanismos externos,

sons estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a comunicação, ou

mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A

partir do momento em que se elimina o ruído a comunicação tende a se estabelecer.

Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunicação e

paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da comunicação do que a

filtragem.

Page 13: Relaçoes interpessoais

13

Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da comunicação

que erroneamente interessam aos interlocutores.

Desde de que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a questionar

suas comunicações e geralmente lhes permite reatá-las e restabelecê-las em clima

mais aberto e em uma base mais autêntica. Desde que cada interlocutor, tenha

tomado consciência de que neles, e entre eles, existam obstáculos às suas trocas.

Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de reticências e

de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em mensagens cada vez mais

ambíguas e equivocadas.

Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar as

barreiras na comunicação:

Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das melhores

maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a habilidade não apenas

de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção completa, inclusive com os

olhos e as expressões faciais. Quando concentramos nossa atenção,

mostrando que não estamos apenas escutando com os ouvidos, poderemos

nos identificar com o que a outra pessoa está sentindo ou experimentando.

Conseqüentemente, a pessoa que nos fala também nos dará a atenção que

desejamos quando formos nós os locutores.

É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes passamos por

cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se estão preparadas

para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento é adequado para

uma conversa mais séria. É preciso boa vontade e discernimento para saber

qual a melhor ocasião para que o diálogo seja eficaz.

A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro terminar

de dizer o que pensa, para que então se possa emitir o próprio pensamento,

pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de comunicação. Às

vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer e, sem vacilar,

cortamos o seu momento na conversa. Somente depois descobrimos que não

era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de criarmos uma barreira

ainda maior.

È preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais estarmos

dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir por

favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como estes desarmam mecanismos de

Page 14: Relaçoes interpessoais

14

defesa e formas de ser não muito dadas ao contato pessoal, ao diálogo e à

interação.

Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicação um

importante instrumento de fortalecimento das relações interpessoais.

3.2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

(Artigo escrito por Prof. Dr. João José Azevedo Curvello , Ação Comunicativa, 1997.)

“Comunicação, Trabalho e Aprendizagem nas Organizações”

A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa da inovação,

ao mesmo tempo em que lida com a memória organizacional e a reconstrói.

Pressupõe, também, motivação para aprender. E motivação só é possível se as

pessoas se identificam e consideram nobres as missões organizacionais e se

orgulham de fazer parte e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é

bom trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um crescimento conjunto e

ilimitado. Se há ética e confiança nessa relação, se não há medos e se há

valorização à livre troca de experiências e saberes.

Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organizacional pode

se constituir numa instância da aprendizagem pois, se praticada com ética, pode

provocar uma tendência favorável à participação dos trabalhadores, dar maior

sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade da direção (desde que seja

transparente), fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de

melhoria da organização ao favorecer o pensamento criativo entre os empregados

para solucionar os problemas da empresa (Ricarte, 1996).

Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas será fazer da

criatividade o principal foco de gestão de todas as empresas, pois o único caminho

para tornar uma empresa competitiva é a geração de idéias criativas; a única forma

de gerar idéias é atrair para a empresa pessoas criativas; e a melhor maneira de

atrair e manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um ambiente adequado para

trabalhar.

Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência para

comunicar. Hoje, uma das principais exigências para o exercício da função gerencial

é certamente a habilidade comunicacional. As outras habilidades seriam a

Page 15: Relaçoes interpessoais

15

predisposição para a mudança e para a inovação; a busca do equilíbrio entre a

flexibilidade e a ética, a desordem e a incerteza; a capacidade permanente de

aprendizagem; saber fazer e saber ser.

Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empresas, ainda não

faz parte da job-description de um executivo. É ainda uma reserva do profissional de

comunicação, embora devesse ser encarada como responsabilidade de todos, em

todos os níveis.

O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo, saber ouvir e

lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre apenas metade da mensagem

pertence a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a processa. Lasswell

já dizia que quem decodifica a mensagem é aquele que a recebe, por isso a

necessidade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai

processá-los.

Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um ambiente

propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem estão na auto-estima, na

empatia e na afetividade. Sem esses elementos, não se estabelece a comunicação

nem o entendimento. Embora durante o texto tenhamos exposto inúmeros

obstáculos para o advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a

acreditar, tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicação, acreditamos

que essa é uma utopia pela qual vale a pena lutar.

Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que traz consigo

uma radical mudança no processo de troca de informações nas organizações e

afeta, também, todo um sistema de comunicação baseado no paradigma da

transmissão controlada de informações, favorece o surgimento e a atuação do que

chamo de novos Messias da comunicação, que prometem internalizarem nas

pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e o

comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem rituais de passagem em

que se dá outro sentido aos valores abandonados e introduz-se o novo.

Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações profissionais

da mudança cultural, agentes da nova ordem, verdadeiros profetas munidos de

fórmulas infalíveis, de cartilhas iluministas, capazes de minar resistências e viabilizar

uma nova cultura e que se autodenominam reengenheiros da cultura.

Page 16: Relaçoes interpessoais

16

Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a comunicação é,

sim, instrumento essencial da mudança, mas se esquecem de que o que transforma

e qualifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não a simples transmissão

unilateral de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão próprias da chamada

educação bancária descrita por Paulo Freire.

E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma política de

comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa política é, desde já, um

desafio aos estrategistas de RH e de comunicação, como forma de criar o tal

ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construção da

organização qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um mundo

em mutação, incerto e inseguro.

4. GRUPOS

O GRUPO ( Paulo Cavalcanti de Moura)

O grupo é assim:

Gente que é gente E que não sabe que os outros são gente

Como a gente, Com um lado bom e outro ruim

No grupo tem de tudo: Botucudo e tupiniquim.

Tem falador e tem mudo, Mas ninguém é igual a mim.

Tem doutores e tem tímidos,

Agressivos e dominados Tem mãe e tem filhos, Tem até mascarados.

E o grupo vai girando,

Mudando a vida da gente O calado sai falando, O pessimista contente

O gruo e como a vida,

Mas se entra, já vamos indo Quem ri acaba chorando, Quem chora, acaba rindo

Uma coisa a gente aprende:

Que o outro é como eu Chora, ri, ama e sente

Page 17: Relaçoes interpessoais

17

Mas quase tudo depende da gente: Que grupo danado! Que vivência atroz!

O eu e o tu se atacam Mas depois eles se amam,

Em benefício de nós.

Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações

recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido como uma coleção de várias

pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros,

aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade

comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam de

alguma forma afiliados ao grupo.

Segundo COSTA(2002), o grupo surgiu pela necessidade de o homem viver

em contato com os outros homens. Nesta relação homem-homem, vários fenômenos

estão presente; comunicação, percepção, afeição liderança, integração, normas e

outros. À medida que nós nos observamos na relação eu-outro surge uma amplitude

de caminhos para nosso conhecimento e orientação.

Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá retorno ao

outro, através do feedback.

Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender se faz

necessária. Só aprendemos aquilo que queremos e quando queremos.

Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa motivação em

estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou metas a alcançar.

Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessita viver com

outros homens, pela sua própria natureza social, mas ainda não se harmonizou

nessa relação.

Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual o indivíduo se

sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfação das necessidades físicas,

econômicas, políticas, sociais, etc.

FASES DO GRUPO

a) INICIAL – é o momento e que o grupo está na expectativa, faz

perguntas quanto às normas e as regras do jogo. As atitudes são

torpes e mal coordenadas, também denominada de Infância Grupal.

b) INTERMEDIÁRIA - momento de confrontação e conflitos de

dependência e contradependência pode ser uma fase dificultadora.

Page 18: Relaçoes interpessoais

18

Aborda o movimento e o momento do grupo, denominada de

Adolescência Grupal.

c) FINAL – apóia a idéia do outro, pode ser também uma fase

dificultadora, se os membros do grupos formarem relações duais,

desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal.

4.1 FEEDBACK

FEEDBACK DE GRUPO

(Carla Isabel Vieira Branco, Elen Sabrina O. de Souza, Luiz Alexandre de Souza Costa e Marcela Ferreira Guimarães)

O que é Feedback ?

Feedback é um termo muito utilizado na eletrônica que significa

realimentação, ou seja uma parcela do sinal da saída de algum circuito eletrônico,

sendo aplicado novamente na entrada para que seja novamente aproveitado. Isso

pode gerar uma situação desejável ou não, pois em certos casos essa realimentação

não é desejada. É o caso do som da microfonia.

O Feedback também é utilizado onde é necessário um controle de alguma

situação ou objeto, quando poderá ser positivo ou negativo e em função disso, um

circuito de controle estabilizará a saída.

Nas relações interpessoais que dependem do comportamento humano, o

termo Feedback apresenta grande importância por verificar que todo comportamento

dirigido requer Feedback negativo, pois sinais do objetivo são necessários para a

orientação do comportamento.

Na visão de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento pode

ser dividido em dois tipos, os "de Feedback" e "não-Feedback".

O comportamento de Feedback poderá ser dividido em duas partes: previsível

e não-previsível e o comportamento de não-feedback ocorre quando não há retorno

do objeto no decorrer de determinadas atitudes.

Page 19: Relaçoes interpessoais

19

O processo de Feedback poderá ser útil na modificação de comportamentos,

é comunicação de uma pessoa ou um grupo no sentido de fornecer informações de

como essa pessoa está sendo afetada, contribuindo assim para direcionar seus

objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas mudanças é necessário que seja:

Descritivo ao invés de avaliativo: Quando não há envolvimento emocional, o

sujeito se torna menos defensivo, se sentindo à vontade para utilizar as

informações de retorno e aplicá-las da melhor forma possível.

Específico ao invés de Geral: Em determinado momento que você diz a

alguém que ele é "dominador", isso poderá ter menos importância do que

demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada ocasião.

Compatível com as necessidades: O Feedback pode ter caráter destrutivo

quando apenas as necessidades do comunicador forem levadas em

consideração e as do receptor esquecidas.

Dirigido: Poderá gerar frustração caso o receptor só reconheça suas falhas,

naquilo em que não tem o controle para mudar.

Solicitado ao invés de Imposto: Será mais proveitoso quando o receptor

indagar algo que os que observam possam responder.

Oportuno: O Feedback será mais proveitoso logo após um determinado

comportamento, onde o sujeito estará mais flexível, mas dependerá de alguns

fatores como emocionais e receptividade.

Esclarecimento para assegurar comunicação precisa: Um modo de comprovar

uma idéia é o receptor repetir o Feedback, para que o transmissor possa se

assegurar de que foi bem entendido. Quando em um Grupo de Treinamento,

o Feedback poderá ser comparado e compartilhado entre os participantes do

grupo.

Na prática, é observado a dificuldade de se dar e receber Feedback, que poderá

ser comprovado através da observação dos insucessos freqüentes na comunicação

interpessoal.

As dificuldades de dar e receber feedback:

O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitações,

principalmente ter que admiti-las diante de pessoas que ele não confia ou em caso

de ambiente de trabalho podem até afetar a sua imagem (status). O receio do que as

pessoas podem pensar, o sentimento de invasão de privacidade e/ou medo de não

Page 20: Relaçoes interpessoais

20

obter o apoio que esperam para suas limitações e necessidades, faz com que elas

se fechem, dificultando assim a abertura para a interação e troca de Feedback, tão

necessário em uma relação.

Quando nos percebemos que estamos contribuindo para o problema e que

precisaremos mudar algo em nós mesmos para melhorarmos a validação do

Feedback, poderemos agravar o problema, nos fechando (negação) e passando ao

outro toda culpa, apontando seus erros e até mesmo agredindo-o

A resolução de alguns problemas pode se dá através do reconhecimento de

alguns traços da nossa personalidade que até então tentamos disfarçar. Procurando

pensar no assunto, poderemos melhorar nossa conduta, contribuindo assim para

uma melhor relação e troca de Feedback.

Muitas vezes as pessoas não estão preparadas, psicologicamente para

receber feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem magoadas com

a intervenção, pois feedback em nossa cultura, ainda é percebido como uma crítica

e implicará em reações emocionais imprevisíveis. Mesmo com toda a dificuldade é

muito importante para nós darmos e recebermos feedback, seja ele positivo ou

negativo para que possamos avaliar e corrigir os nossos erros e com isso

melhorarmos como pessoas.

Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, é necessário uma

relação de confiança recíproca e o reconhecimento de que Feedback é um processo

conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o comunicador e o receptor. Devemos

aprender a ouvir e expressar nossas opiniões sem reações emocionais defensivas

e/ou ofensivas intensas.

Todos nós gostamos de dar conselhos, pois de certa forma, isso nos faz

sentirmos importantes, porém poderá vir daí o perigo de pensar no Feedback como

uma forma de mostrar nossa inteligência e habilidade, não contribuindo assim para a

verdadeira utilidade do Feedback para o receptor.

Feedback de Grupo:

O grupo também tem necessidade de receber informações sobre o seu

desempenho. Ele pode precisar saber se há muita rigidez nos procedimentos, se

está havendo utilização de pessoas e de recursos, qual o grau de confiança no líder

Page 21: Relaçoes interpessoais

21

e outras informações sobre o seu nível de maturidade como grupo.

Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual estão presentes no

grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo pode receber feedback de:

Membros atuando como participantes-observadores.

Membros selecionados para desempenhar uma função específica de

observador para o grupo.

Consultores externos ou especialistas que vêm para fazer observações,

valendo-se de perspectivas mais objetivas.

Formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas.

À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades em

dar e receber feedback individual, tornam-se, também, hábeis em dar feedback ao

grupo como um todo, sempre que necessário e oportuno.

Os resultados individuais também servem de feedback individual: cada

membro do grupo recebe um quadro com autopercepção e heteropercepção de seu

superior imediato e de três subordinados seus.

A sessão de feedback é uma das mais ricas do laboratório de treinamento,

tanto a nível individual quanto a nível grupal, permitindo aos membros processarem

as informações individuais e grupais, sem defensividade, num clima aberto, de apoio

mútuo e com abordagem de resolução de problemas.

Alguns aspectos importantes que devem ser considerados dentro de uma

organização para facilitar na interação interpessoal, satisfazendo o próprio

funcionário, o chefe e a empresa.

Fatores que contribuem para que a organização tenha equipes consolidadas

ou em formação em que seus participantes tenham tais capacidades:

Propor mudanças nas quais acreditam;

Discutir as mudanças propostas, procurando compreender suas causas e

avaliando as conseqüências;

Encorajar uns aos outros a expressarem suas idéias e seu potencial;

Buscar e repassar os conhecimentos;

Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz;

Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com fornecedores

e clientes;

Negociar e otimizar recursos;

Dar e solicitar feedback;

Page 22: Relaçoes interpessoais

22

Dar e solicitar apoio;

Desenvolver nas pessoas essa difícil habilidade de dar e buscar feedback;

Otimizar os resultados da empresa;

Ajudar a evitar erros e potencializar acertos;

Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais";

Implantar acompanhamento e feedback do desempenho:

Definição de resultados a serem atingidos;

Sistemática de mensuração de resultados;

Definição de planos de autodesenvolvimento;

Sistemática de feedback;

Acompanhar evolução das pessoas:

Definir resultados a serem atingidos;

Pesquisar periodicamente a satisfação do cliente;

Acompanhar planos de autodesenvolvimento;

Dar periodicamente feedback aos fornecedores;

Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados;

Conclusão:

O feedback tem como finalidade ajudar o outro a fazer algo de forma diferente

no futuro, ou seja, melhorar habilidades e comportamentos, proporcionando assim,

melhorias nas relações interpessoais.

Ao dar um feedback, este deverá ser especificamente sobre o comportamento

e não sobre a identidade de uma pessoa, sempre se baseando no quanto às

pessoas estão receptivas a isso, pois nem todos estão preparados psicologicamente

para receber críticas construtivas e com isso melhorar sua conduta a fim de atingir

os objetivos individuais e/ou do grupo. Sempre procurando fazer de uma forma em

que o indivíduo não se sinta acuado e tome uma atitude defensiva, não recebendo

adequadamente o Feedback.

Ex.: Eu vi que você desempenhou ... muito bem ontem.

Page 23: Relaçoes interpessoais

23

Deve-se focalizar o comportamento da pessoa e não a pessoa em si, pois

tratar uma pessoa como se ela fosse o seu próprio comportamento só irá reforçá-la

negativamente, inviabilizando o Feedback.

4.2 COMPREENSÃO EMPÁTICA

A compreensão dos outros, um dos aspectos mais importantes nas relações

humanas, é a aptidão de se colocar no lugar do outro, ou seja, ver e perceber com

os olhos do outro. A essa aptidão denominamos sensibilidade social ou empatia.

Entende-se que empatia é diferente de simpatia, de antipatia ou d apatia.

Simpatia você sente em relação ao outro, quando esse outro lhe remonta

lembranças, atitudes, idéias que lhe são agradáveis, que lhe atraem. Se tenho

simpatia por Maria, sinto-me alegre se ela está alegre, triste se está triste e vibro

com seus sucessos.

Na atitude empática compreendo como Maria se sente (alegre ou triste) e sua

maneira de agir em função desses sentimentos, mas não me envolvo neles. Sou

capaz de compreendê-la, mas não de sentir o que ela sente (simpatia). A atitude

empática independe da simpatia, não precisamos gostar nem simpatizar com a

pessoa, precisamos ter sensibilidade para compreender como a pessoa se sente

frente a uma determinada situação ou sentimento.

Se você for lidar com pessoas, você deverá:

d) Compreender as pessoas (sensibilidade social, empatia);

e) Ter flexibilidade de ação (comportamento) em função das atitudes e

sentimentos que você conseguiu empatizar.

Flexibilidade de comportamento significa que você deve conduzir-se

apropriadamente numa situação dada, com determinada pessoa. Veja os casos que

seguem:

Se Maria – criança de 05 anos me agride;

Se Paulo – um adolescente de 13 anos me agride;

Se meu pai – um adulto me agride;

Se meu chefe – também adulto me agride;

Se minha namorada – a quem amo, me agride...

Page 24: Relaçoes interpessoais

24

...não posso ter uma reação uniforme para com todos os casos. Se assim

agir, não terei flexibilidade de comportamento, me faltou empatia (compreender o

comportamento de cada um, com as suas peculiaridades).

Isso significa que devo ter um repertório de condutas que varia conforme a

situação e a pessoa.

Este tipo de comportamento você poderá desenvolver submetendo-se a um

treinamento em sensibilidade social e flexibilidade de comportamento.

Você poderá começar a desenvolver sensibilidade social e flexibilidade de

comportamento através- de:

a) Melhor conhecimento de si próprio;

b) Melhor compreensão dos outros;

c) Melhor convivência em grupo;

Desenvolvimento de aptidões para um relacionamento mais eficiente com os outros. 5. MOTIVAÇÃO

“Fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de caminhar livremente

em direção aos sonhos.” Luciano Luppi

Conceito de Motivação

Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir um dado

objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.

RELAÇÕES

HUMANAS

EMPATIA

FLEXIBILIDADE

DE

COMPORTAMENTO

REPERTÓRIO

DE

CONDUTA

Page 25: Relaçoes interpessoais

25

A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A motivação

é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir para atingir

algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.

Ciclo motivacional:

1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por um estado de

desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.falta de alimento no organismo).

2. Impulso ou pulsão. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto

é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex.força que

move o indivíduo para obter comida).

3. Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir

algo. (ex.procurar comida).

4. Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex. ingerir o alimento).

5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo pretendido

(depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece).

Este comportamento seqüencial volta a repetir-se sempre que se repete a

necessidade que o provoca.

Tipos de Motivação

Não existe uma classificação para as motivações, mas várias. As motivações

podem classificar-se em dois grandes grupos:

1. Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que

estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem.

Elas provocam no organismo certos impulsos para o restabelecimento do seu

equilíbrio. Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado

estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e

o calor, sono, etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio

interno do organismo.

Page 26: Relaçoes interpessoais

26

2. Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem essencialmente

de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de socialização. Exemplos:

Necessidade de convivência (afiliação), de reconhecimento, de êxito social, de

segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por exemplo, entre motivações

sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade.

a) Centradas no indivíduo (auto-afirmação): desejo de segurança, de ser aceito, de

pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, etc.

b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares):

respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc.

Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm

um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações

humanas.

Frustração

Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por um

obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado de frustração. Este

sentimento depende de muitos fatores: personalidade do sujeito, idade, natureza da

motivação, tipo de obstáculo, etc.

Reações à frustração. Não existe uma reação tipo para determinada

frustração, as respostas às frustrações dependem de muitos fatores como acima

aludimos.

Comportamentos resultantes da frustração:

1. Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta quando é

dirigida contra a fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para outras

pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o pai que a impede de brincar (agressão

direta); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com que o pai a impede

de brincar (agressão deslocada);

Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar com as

frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas

manifestações de agressividade. Em situações extremas, o individuo pode dirigir as

suas manifestações de agressividade deslocada para ele próprio (auto-agressão).

Page 27: Relaçoes interpessoais

27

2. Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o individuo pode

cair na reação apática (indiferença perante a fonte da frustração). A pulsão

motivadora do comportamento é reduzida ou eliminada.

Conflito

Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito

quando se debate com motivações inconciliáveis.

Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos:

1. Conflito aproximação/ aproximação. Decisão sobre duas coisas desejáveis,

mas incompatíveis. Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem;

2. Conflito afastamento/ aproximação. Decisão sobre algo que comporta aspectos

positivos, mas também negativos. Ex. Fazer uma viagem, mas ficar sem dinheiro.

3. Conflito afastamento/ afastamento. Decisão sobre duas coisas igualmente

desagradáveis, mas inevitáveis. Ex.: Para uma criança - comer a sopa ou ir para a

cama;

Teorias da Motivação

Principais teorias:

1. Teoria de Abraham Maslow. Este psicólogo, fundador da psicologia humanista,

descreve o processo como o indivíduo passa das necessidades básicas, como se

alimentar, a necessidades superiores como as cognitivas ou estéticas. Maslow

estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades partindo da idéia que se não

se satisfaz uma necessidade básica, torna-se impossível satisfazer outras de ordem

superior. Se tivermos fome (necessidade fisiológica), por exemplo, somos incapazes

de nos concentrarmos em atividades estéticas. Esta idéia aplica-se a todas as

atividades da vida humana, afirmando também que todos os homens aspiram à

auto-realização plena das suas potencialidades.

Hierarquia das motivações (por ordem crescente):

1. Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigênio, sexo, alojamento);

2. Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não

depender de ninguém, de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, de

confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado);

Page 28: Relaçoes interpessoais

28

3. Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, companheirismo, relações

interpessoais, conforto, comunicação, dar e receber amor);

4. Necessidades de prestígio e estima social (respeito pela própria dignidade

pessoal, elogio merecido, auto-estima, individualidade, identidade sexual, identidade

sexual, reconhecimento);

5. Necessidades de auto-realização e criatividade (auto-expressão, utilidade,

criatividade, produção, diversão e ócio);

6. Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligência, estudo,

compreensão, estimulação, valia pessoal);

7. Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza,

intimidade, verdade, objetivos espirituais).

2. Teoria Psicanalítica. O comportamento do indivíduo é motivado por uma energia

libidinal, que se manifesta sob a forma de pulsões. As satisfações destas pulsões

diminuem a tensão no indivíduo, mas também produzem prazer.Nem sempre esta

satisfação se revela aceitável, o que origina frustrações e conflitos.

A fim de evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a tensão

interna, os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias estratégias para

a controlarem estas tensões e obterem alguma satisfação das pulsões Na maior

parte tratam-se de respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o indivíduo se

dê conta disso.

Principais mecanismos de defesa do ego :

- Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranças

desagradáveis. Os desejos e sentimentos inaceitáveis são mantidos no

inconsciente.

- Repressão: Processo voluntário e consciente pelo qual o indivíduo esquece ou

repele da consciência lembranças desagradáveis.

- Regressão: Retorno do indivíduo a formas de comportamento próprias de uma

idade inferior à sua, nomeadamente a aquelas em que se sentia seguro e confiante.

Page 29: Relaçoes interpessoais

29

- Projeção: Os desejos próprios são atribuídos a outras pessoas. O individuo atribui

a outros desejos que são seus.

- Identificação. Adoção de comportamentos daqueles que nos impressionam e se

nos impõe como modelos de comportamento.

- Sublimação: Substituição do objetivo da pulsão por outro socialmente aceite e

estimável. Deste modo o desejo é satisfeito de modo indireto.

- Racionalização: Justificação, a posteriori, com o intuito de evitar sentimentos de

inferioridade que ponham em risco a auto-estima.

- Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar outras tidas

como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta medos ou assume

certas incapacidades para a sua realização.

- Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para outro,

relacionado com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente aceitável.

- Fantasia.

6. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

( A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações para Educação, Autora: Maria Clara S. Salgado Gama Doutora em Educação Especial pela Universidade de Colúmbia, Nova Iorque)

As pesquisas mais recentes em desenvolvimento cognitivo e neuropsicologia

sugerem que as habilidades cognitivas são bem mais diferenciadas e mais

especificas do que se acreditava (Gardner, I985). Neurologistas têm documentado

que o sistema nervoso humano não é um órgão com propósito único nem tão pouco

é infinitamente plástico. Acredita-se, hoje, que o sistema nervoso seja altamente

diferenciado e que diferentes centros neurais processem diferentes tipos de

informação ( Gardner, 1987).

Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Hervard, baseou-se nestas

pesquisas para questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza

as habilidades lingüística e lógico-matemética. Segundo Gardner, todos os

indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e,

até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Ele sugere que não existem

Page 30: Relaçoes interpessoais

30

habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência através de

testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas

em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para

resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais

ambientes culturais.

A teoria

A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma

alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única,

que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de

atuação. Sua insatisfação com a idéia de QI e com visões unitárias de inteligência,

que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou

Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para

resolver problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais

em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de

soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner trabalhou no

sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às

inteligências que deram origem a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner

estudou também:

( a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças

superdotadas;

(b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua

produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras

habilidades sejam sequer atingidas;

(c ) populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os

primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas

demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas

suas habilidades intelectuais;

(d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.

Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se

de seu colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os

aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que

ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o

Page 31: Relaçoes interpessoais

31

indivíduo lida com símbolos lingüísticos, numéricos gestuais ou outros. Segundo

Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (o que Piaget

chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da média em

outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner descreve o

desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e

expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural,

e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de

desenvolvimento em uma área de desempenho e capacidades ou estágios em

outras áreas ou domínios (Malkus e col., 1988). Num plano de análise psicológico,

afirma Gardner (1982), cada área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio;

num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracteriza pelo desenvolvimento

de competências valorizadas em culturas específicas.

Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de

forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas

verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a

memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e

aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas,

mas não necessariamente uma relação direta.

As inteligências múltiplas

Gardner identificou as inteligências lingüística, lógico-matemática, espacial,

musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências

intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos

próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos

cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de

cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e

organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e

criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo

ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente.

Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos

as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por

exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada

com a destreza da cinestésica.

Page 32: Relaçoes interpessoais

32

Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüística são uma

sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial

percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a

linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica

que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta

habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou

para relatar, com precisão, experiências vividas.

Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para

apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons,

habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e

timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com

habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e,

freqüentemente, canta para si mesma.

Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são

descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e

sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através

da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é

a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e

resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas Gardner,

porém, explica que, embora o talento cientifico e o talento matemático possam estar

presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas e

dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um

mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança

com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer

cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Inteligência espacial - Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade

para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para

manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar

tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a

inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças

pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade

para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

Page 33: Relaçoes interpessoais

33

Inteligência cinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver

problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a

habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou

plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com

destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com

graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande

habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade

pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações

e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de

psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua forma

mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas como

a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a

habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir

apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas

demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que

são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência

interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e

idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É

o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a

capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar

essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais

pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras

inteligências, ou seja, através de manifestações lingüísticas, musicais ou

cinestésicas.

O desenvolvimento das inteligências

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a

habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos

os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades

básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência,

no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto

por condições ambientais. Ele propõe, ainda, que cada uma destas inteligências tem

Page 34: Relaçoes interpessoais

34

sua forma própria de pensamento, ou de processamento de informações, além de

seu sistema simbólico. Estes sistemas simbólicos estabelecem o contato entre os

aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e funções culturais.

A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a

sua definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar

produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere

que alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele

afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser dominados por uma

quantidade de indivíduos e, depois, passados para a geração seguinte.

Segundo Gardner, cada domínio, ou inteligência, pode ser visto em termos de

uma seqüência de estágios: enquanto todos os indivíduos normais possuem os

estágios mais básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados

dependem de maior trabalho ou aprendizado.

A seqüência de estágios se inicia com o que Gardner chama de habilidade de

padrão cru. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês quando eles

começam a perceber o mundo ao seu redor. Nesta fase, os bebês apresentam

capacidade de processar diferentes informações. Eles já possuem, no entanto, o

potencial para desenvolver sistemas de símbolos, ou simbólicos.

O segundo estágio, de simbolizações básicas, ocorre aproximadamente dos

dois aos cinco anos de idade. Neste estágio as inteligências se revelam através dos

sistemas simbólicos. Aqui, a criança demonstra sua habilidade em cada inteligência

através da compreensão e uso de símbolos: a música através de sons, a linguagem

através de conversas ou histórias, a inteligência espacial através de desenhos etc.

No estágio seguinte, a criança, depois de ter adquirido alguma competência

no uso das simbolizações básicas, prossegue para adquirir níveis mais altos de

destreza em domínios valorizados em sua cultura. À medida que as crianças

progridem na sua compreensão dos sistemas simbólicos, elas aprendem os

sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda ordem, ou seja, a grafia dos

sistemas (a escrita, os símbolos matemáticos, a música escrita etc.). Nesta fase, os

vários aspectos da cultura têm impacto considerável sobre o desenvolvimento da

criança, uma vez que ela aprimorará os sistemas simbólicos que demonstrem ter

maior eficácia no desempenho de atividades valorizadas pelo grupo cultural. Assim,

Page 35: Relaçoes interpessoais

35

uma cultura que valoriza a música terá um maior número de pessoas que atingirão

uma produção musical de alto nível.

Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências se

revelam através de ocupações vocacionais ou não-vocacionais. Nesta fase, o

indivíduo adota um campo específico e focalizado, e se realiza em papéis que são

significativos em sua cultura.

6.1 INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL (LUIZ CARLOS PANISSET TRAVASSOS )

Exemplo: Com pouco treinamento em educação especial e quase cega, Anne

Sullivan iniciou a tarefa de instruir uma criança cega e surda de sete anos. Helen

Keller apresentou um sinal de compreensão da linguagem e a partir daquele

momento ela progrediu com incrível rapidez. A chave para o milagre da linguagem

foi o entendimento de Anne Sullivan da pessoa Helen Keller.

A inteligência interpessoal está baseada na capacidade nuclear de perceber

distinções entre os outros; em especial, contrastes em seus estados de ânimo,

temperamentos, motivações e intenções. Em formas mais avançadas, esta

inteligência permite que um adulto experiente perceba as intenções e desejos de

outras pessoas, mesmo que elas os escondam. O exemplo citado sugere que esta

inteligência não depende da linguagem.

Os indícios na pesquisa do cérebro sugere que os lobos frontais

desempenham um papel importante no conhecimento interpessoal. Um dano nessa

área pode provocar profundas mudanças de personalidade, ao mesmo tempo que

não altera outras formas de resolução de problemas.

A evidência biológica da inteligência interpessoal inclui dois fatores,

geralmente citados como exclusivos dos seres humanos. Um dos fatores é a

prolongada infância dos primatas, incluindo o estreito apego à mãe. Quando a mãe

se afasta, o desenvolvimento interpessoal fica prejudicado.

O segundo fator é a relativa importância da interação social para os seres

humanos. As habilidades tais como caçar, perseguir e matar, nas sociedades pré-

históricas exigia a participação e cooperação de grande número de pessoas. A

necessidade de coesão, liderança, organização e solidariedade no grupo decorre

naturalmente disso.

6.2 INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL (LUIZ CARLOS PANISSET TRAVASSOS )

Page 36: Relaçoes interpessoais

36

Exemplo: Woolf num ensaio intitulado A Sketch of the Cast, discute o algodão da

existência. Ela compara o "algodão" com três lembranças específicas de sua

infância: uma briga com seu irmão, ver uma determinada flor num jardim e ficar

sabendo do suicídio de um antigo visitante. Para a autora, todas as experiências

trouxeram para ela um aprendizado, fossem eles causadores de um estado de

choque ou não. Sendo choques, ela procura uma explicação e atrás de cada um é

uma revelação de algum tipo, é o sinal de alguma coisa real por trás das aparências

e daí elas se tornam reais.

O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao

sentimento da própria vida, a gama das próprias emoções, a capacidade de

discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma

maneira de entender e orientar o próprio comportamento.

A pessoa com boa inteligência intrapessoal possui um modelo viável e efetivo

de si mesmo. Uma vez que esta inteligência é a mais privada, ela requer a evidência

a partir da linguagem, da música, ou de alguma outra forma mais expressiva de

inteligência para que o observador a perceba funcionando.

Os lobos frontais desempenham um papel central na mudança de

personalidade. Um dano na área inferior dos lobos frontais provavelmente produzirá

irritabilidade ou euforia, ao passo que um dano nas regiões mais altas

provavelmente produzirá indiferenças, desatenção, lentidão e apatia – um tipo de

personalidade depressiva. Nesses indivíduos "lobo-frontais", as outras funções

cognitivas geralmente continuam preservadas. O autista apresenta essa inteligência

prejudicada.

A inteligência intrapessoal é aprovada nos testes de uma inteligência e

apresenta uma forma de resolver problemas significativos para o indivíduo e para a

espécie. Ela nos permite compreender a nós mesmos e trabalhar conosco.

7. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

INTRODUÇÃO

Até pouco tempo atrás o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo raciocínio

lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI). Mas o psicólogo Daniel Goleman,

Page 37: Relaçoes interpessoais

37

PhD, com seu livro "Inteligência Emocional" retoma uma nova discussão sobre o

assunto. Ele traz o conceito da inteligência emocional como maior responsável pelo

sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria das situações de trabalho é envolvida

por relacionamentos entre as pessoas. Desta forma pessoas com qualidades de

relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais

chances de obter o sucesso.

O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar a si

mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções

para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas,

ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a

objetivos de interesses comuns. (Gilberto Vitor)

Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional em cinco

áreas de habilidades:

1. Auto - Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento enquanto

ele ocorre.

2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios

sentimentos, adequando-os para a situação.

3. Auto - Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial

para manter-se caminhando sempre em busca.

4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas.

5. Habilidade em relacionamentos interpessoais.

As três primeiras acima se referem à Inteligência Intrapessoal. As duas

últimas, a Inteligência Interpessoal.

IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES

o Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas naturalmente

através de milhões de anos de evolução. Como resultado, nossas

emoções possuem o potencial de nos servir como um sofisticado e

delicado sistema interno de orientação. Nossas emoções nos alertam

quando as necessidades humanas naturais não são encontradas. Por

exemplo, quando nos sentimos sós, nossa necessidade é encontrar

Page 38: Relaçoes interpessoais

38

outras pessoas.Quando nos sentimos receosos, nossa necessidade é

por segurança. Quando nos sentimos rejeitados, nossa necessidade é

por aceitação.

o Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte valiosa da

informação. Nossas emoções nos ajudam a tomar decisões. Os

estudos mostram que quando as conexões emocionais de uma pessoa

estão danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem mesmo as

decisões simples. Por quê? Porque não sentirá nada sobre suas

escolhas.

o Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o

comportamento de uma pessoa, nossas emoções nos alertam. Se nós

aprendermos a confiar em nossas emoções e sensações isto nos

ajudará a ajustar nossos limites que são necessários para proteger

nossa saúde física e mental.

o Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os

outros. Nossas expressões faciais, por exemplo, podem demonstrar

uma grande quantidade de emoções. Com o olhar, podemos sinalizar

que precisamos de ajuda. Se formos também verbalmente hábeis,

juntamente com nossas expressões teremos uma possibilidade maior

de melhor expressar nossas emoções. Também é necessário que nós

sejamos eficazes para escutar e entender os problemas dos outros.

o União: Nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz de

unir todos os membros da espécie humana. Claramente, as diferenças

religiosas, cultural e política não permitem isto, apesar dar emoções

serem "universais".

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Page 39: Relaçoes interpessoais

39

BOCK, Ana M. Bahia, Psicologias. Uma introdução ao estudo de Psicologia, ed.

Saraiva, 4ª edição – 1991.

COSTA, Eliane Porangaba, Técnicas de Dinâmica facilitando o trabalho com grupos, ed WAK, Rio de Janeiro, 2002. COSTA, Wellington Soares, Humanização, relacionamento interpessoal e ética, São Paulo, 2004. COSTA, W. S. Resgate da humanização no ambiente de trabalho. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo: PPGA/FEA/USP, v. 09, n. 2, p. 13-23, abr. -jun. 2002. HERMANN, Walther, Sintonia, em www.idph.net/artigos. LEWIN, Kurt, Teoria de campo em Ciência Social, São Paulo, 1965. MOSKIVICI, Felá, Desenvolvimento Interpessoal. MAILHIOT, G. B. Dinâmica e gênese dos grupos. 3. ed. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1976. MAIA, Antonio Carlos do Amaral, As bases evolutivas do comportamento humano. ROGERS, Carl R., Grupos de Encontro, São Paulo, 2002. SANCHES, Kátia Regina de Barros, A AIDS e as mulheres jovens: uma questão de vulnerabilidade, 1999. THIARA, Adriana, O relacionamento inter e intrapessoal, em gazetaweb.globo.com

Apostila elaborada por:

Elisângela Santana de Jesus Castro – 1ª SGT PM

([email protected])

Instrutora da disciplina Relações Interpessoais

Instrutora da disciplina Cidadania

Graduanda em Psicologia