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CARACTERIZA˙ˆO DE ECOSSISTEMAS BETIM

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CARACTERIZAÇÃO DE ECOSSISTEMAS

BETIM

Caracterização de Ecossistemas

Belo Horizonte | Janeiro| 2006

BETIM

FICHA TÉCNICA

Coordenação TécnicaMárcio Stoduto de Mello � Eng.º. Agr.º � CREA-MG: 41098/D

Equipe Técnica � DETECMaurício Roberto Fernandes � Eng.º Agr.º � CREA�MG 8205/D

Márcio Stoduto de Mello � Eng.º Agr.º � CREA�MG 41098/D

Edson Vilela de Carvalho � Veterinário � gerente Regional EMATER�MG BH�

Oeste

Frank Martins de Oliveira - Eng.º Agr.º � CREA�MG 58357/D

Anna Cláudia Lopes - Estudante de Engenharia Ambiental� Estagiária � FUMEC

Mônica Mascarenhas - Estudante de Geografia � Estagiária - PUC�Minas

Moacir Mello Salles � Estudante de Geografia � Estagiário - PUC�Minas

Rafaela Alves de Carvalho André � Estudante de Geografia � Estagiária � PUC�

Minas

Colaboração EspecialCiro Francisco Pedrosa

Cleide Izabel Pedrosa de Melo

Mauro da Silva Reis

CartografiaPaulo Roberto Rodrigues

Anna Cláudia Lopes

Rafaela Alves de Carvalho André

Moacir Mello Salles

FotografiaMárcio Stoduto de Mello

Anna Cláudia Lopes

Mônica Mascarenhas

Frank Martins de Oliveira

Projeto GráficoIgor Fonseca Bottaro

1 Introdução .......................................................................................... 72 Objetivos ............................................................................................ 72.1 Geral ............................................................................................. 72.2 Específicos .......................................................................................... 73 Metodologia ........................................................................................ 83.1 Fundamentação Técnica ..................................................................... 83.2 Procedimentos Metodológicos ............................................................ 94 Área de Abrangência dos Estudos ........................................................ 104.01 Histórico ............................................................................................. 104.02 Localização ......................................................................................... 104.03 População ........................................................................................... 104.04 Atividades Econômicas ........................................................................ 114.05 Geologia ............................................................................................. 154.06 Clima ............................................................................................. 174.07 Pedologia ............................................................................................ 174.08 Hidrografia ......................................................................................... 204.09 Relevo ............................................................................................. 214.10 Cobertura Vegetal ............................................................................... 214.11 Fauna ............................................................................................. 225.0 Principais Ecossistemas do Município de Betim�MG ............................ 235.1 Ecossistema 1 � Planícies Fluviais ......................................................... 245.2 Ecossistema 2 � Terraços Fluviais ......................................................... 255.3 Ecossistema 3 � Rampas de Colúvio ..................................................... 265.4 Ecossistema 4 � Topos Alongados ........................................................ 275.5 Ecossistema 5 � Cristas ........................................................................ 285.6 Ecossistema 6 � Vertentes Ravinadas associadas a Vertentes Convexas 295.7 Ecossistema 7 � Domos ........................................................................ 305.8 Ecossistema 8 � Diques Máficos ........................................................... 315.9 Ecossistema 9 � Ambientes Lênticos Artificiais ..................................... 326 O Ambiente Urbano e Industrial ......................................................... 337 Considerações Finais ........................................................................... 348 Referências Bibliográficas.................................................................... 359 Anexos ............................................................................................. 36

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO

2 - OBJETIVOS

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Partindo-se do princípio de que o meio físico condiciona o uso e a ocupação do espaçogeográfico, ressalta-se a importância da elaboração de um plano de desenvolvimentopara Municípios e regiões. Este planejamento deve-se alicerçar em caracterizaçõesintegradas dos diferentes componentes dos ecossistemas, as quais possibilitam aidentificação de potencialidades e limitações, constituindo bases para o desenvolvimentosustentável dos Municípios.

O conhecimento das potencialidades permite o delineamento de alternativas múltiplaspara elevação da renda e da qualidade de vida da população; enquanto que a identificaçãode fatores limitantes permite a aplicação de métodos de convivência com estes fatoresou, até mesmo, a atenuação destas limitações. As limitações para determinadas atividadeseconômicas poderão potencializar outras atividades.

A sustentabilidade, sob o ponto de vista prático, pode ser considerada como o uso/ocupação dos ecossistemas dentro de seus limites de aptidão. Para tanto é fundamental oconhecimento dos ecossistemas.

O presente trabalho refere-se ao levantamento integrado dos principais ecossistemasdo Município de Betim�MG, com ênfase na caracterização de seus recursos naturais,evidenciando as respectivas potencialidades e limitações para uso e ocupação múltiplos,tendo em vista o desenvolvimento sustentável do Município e os pertinentes instrumentosde planejamento e gestão.

A metodologia utilizada busca estreita integração dos componentes dos ecossistemas,culminando com identificação de potencialidades e limitações inerentes ao respectivouso e ocupação adequados aos paradigmas do desenvolvimento sustentável.

Este trabalho foi encomendado à EMATER�MG pela Prefeitura Municipal de Betim,por meio da secretaria Municipal do Meio Ambiente, como subsídio ao ordenamento douso e ocupação do espaço rural.

2.1 - Geral

Identificar e caracterizar o espaço geográfico do município de Betim tendo comobase a integração e interação dos componentes biofísicos dos ecossistemas e suasrespectivas potencialidades e limitações múltiplas para o planejamento dodesenvolvimento sustentável.

2.2 - Específicos

· Identificação de áreas para preservação ambiental.

· Identificação das áreas com maior suscetibilidade à degradação ambiental.

· Identificação de áreas para recuperação ambiental.

· Identificação de ambientes naturais para desenvolvimento do turismo rural eecológico, intuindo o aumento do período de permanência do turista no Município.

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Recuperação Preservação

Renda

Figura 01- Trilogia Preservação, Recuperação e Renda

· Identificação de ambientes com aptidão para atividades agrosilvopastoris, sobretudo paraabastecimento municipal e regional com alimentos básicos perecíveis, tais como: frutas ehortaliças. Inclui-se a introdução de processamento para agregação de valores a esses produtos,influindo na elevação da renda do produtor rural.

· Diagnosticar as atividades existentes em relação à produção e à geração de emprego ede renda.

· Identificação de focos de erosão e assoreamento.

· Bases para a elaboração do Plano Diretor do Município de Betim.

A avaliação de terras, com afinalidade de se estabelecerem suaspotencialidades e limitações,culminando com as respectivas aptidõespara atividades agropecuárias, vemsendo aperfeiçoada no intuito de seinserirem as propriedades em umcontexto mais amplo que atenda ainteresses econômico e social emcompatibilidade com interessesambientais, dentro da trilogia Renda,Preservação e Recuperação (Fig.01).

Os principais modelos metodológicos utilizados são a classificação da capacidade de uso eda aptidão agrícola dos solos.

Na metodologia de Classificação da Capacidade de Uso dos Solos, por meio de parâmetrosprefixados, enquadram-se as glebas em oito classes, e se estabelecem rígidas recomendaçõespara atividades agropecuárias nas respectivas classes. Esta metodologia tem origem no SoilConservation Service (USDA) e ainda vem sendo utilizada em programas e projetosagropecuários.

Já o Sistema de Aptidão Agrícola (EMBRAPA) considera três sistemas de manejo agropecuáriodo solo (A, B e C), obtidos com bases na análise de limitações dos solos para a agropecuária.

Em ambas as metodologias concentram-se os interesses nas características dos solos e nasatividades agropecuárias que, apesar de aplicáveis em estudos para planejamento agrícola,deixam a desejar em estudos ambientais, nos quais a integração e interação entre os recursosnaturais são fundamentais, e, sobretudo, observa-se a possibilidade de inclusão de outrasalternativas para usos não agrícolas do espaço rural. Por outro lado, leigos em assuntospertinentes à Pedologia passam por naturais dificuldades no entendimento e na aplicação destasclassificações, incluindo-se nesta categoria produtores rurais, cujos conhecimentos práticos dapaisagem rural merecem ser incluídos nestes estudos.

3.1 - Fundamentação Técnica :

A metodologia aplicada neste trabalho baseia-se na integração nas correlações entre osrecursos naturais, conforme a estrutura metodológica apresentada no diagrama (Fig. 02).

3 - METODOLOGIA PARA ESTUDOS AMBIENTAIS

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G � material de origem S � solo A � atividade antrópica

R � relevo V � vegetação

A aplicação desta metodologia permite inferências e correlações entre os componentesdos ecossistemas, interligando-se os meios físicos (Geologia, Geomorfologia, Pedologia eClimatologia), o meio biótico (Flora) e as atividades antrópicas potenciais (uso/ocupação).

A natureza desta metodologia condiciona a integração transdisciplinar. A identificaçãodas unidades biofísicas constitui coerente instrumental para avaliação da capacidade desuporte dos ecossistemas identificados, destacando-se as potencialidades e limitaçõespara uso/ocupação antrópicos e, sobretudo, instrumento concreto para planejamentorelacionado ao desenvolvimento sustentado do Município.

Esta metodologia foi concebida por FERNANDES (2000) e testada e aplicada noMunicípio de Diamantina�MG.

3.2 - Procedimentos Metodológicos:

Banco de Dados

Catalogar dados referentes à área de estudo, tais como: cartas geológica, hidrológicae pedológica; tipologia de flora; estruturas fundiárias e atividades antrópicas existentes.

Trabalhos de Campo

Reconhecimento geral da área de trabalho, identificação do material de origem dossolos e suas respectivas classificações, coleta de amostras de solos, caracterização davegetação, identificação das modalidades de uso e ocupação, culminando com oestabelecimento do modelo da paisagem.

Correlações: Dados / Campo / Fotografia

Os dados catalogados, os trabalhos de campo e o registro das observações feitas nocampo pela fotografia permitiram o estabelecimento das principais correlações entre oscomponentes dos meios físico e biótico.Caracterização dos Ecossistemas

Como resultado final das correlações entre os elementos analisados, foram obtidos aestratificação dos ecossistemas e a sua distribuição espacial na área de estudo, com aidentificação das suas potencialidades e limitações para os diversos usos e ocupações.Identificação das potencialidades e limitações

Neste trabalho foram identificados nove ecossistemas, onde as respectivaspotencialidades e limitações permitiram a delimitação da capacidade de suporte para asatividades antrópicas sem prejuízos para a qualidade ambiental.

G

R

S

S

S

S

V

V

V

F

F

F

A

A

A

CLIMA Clima

Figura 02- Interação dosrecursos naturais

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4 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA DOS ESTUDOS

Elaboração do Relatório Temático e Mapa

Ocorre a elaboração do relatório temático por uma equipe transdisciplinar, no qual háintegração dos meios físico, biótico e antrópico; culminando na estratificação dos ecossistemas.Em cada ecossistema, evidenciam-se as suas características biofísicas, as potencialidades, aslimitações, o uso/ocupação, as aptidões, os problemas ambientais atuais e potenciais e asrespectivas dimensões. A distribuição espacial destes ecossistemas pode ser observada no Mapade Ecossistemas (anexo).

4.1- HistóricoJosé Rodrigues Betim, um dos bandeirantes paulistas mais famosos no desbravamento dos

sertões das Gerais, andou palmilhando a região, ainda por volta dos fins do século XVII. Já nosprimeiros anos do século XVIII, estabeleceu-se nos ermos entre o ribeirão das Abóboras e o rioParaopeba. Aos 14 de setembro de 1711, o governador da província, Antônio de Albuquerque,concede-lhe duas léguas �entre o Paraopeba e a estrada que vai para as Abóboras�.

No ano de 1754 o povoado passou a ser conhecido como Arraial da Capela Nova. Em 1797Bernardo José Lorena assumiu o governo da Capitania de Minas e criou novos distritos, entreeles, Capela Nova de Betim. Em 1910 chega à cidade a Estrada de Ferro Oeste de Minas,auxiliando na fixação de empreendedores.

Aos 7 de setembro de 1923, a lei n.° 843 muda o nome para Capela Nova apenas, passandoo arraial ao Município de Santa Quitéria, hoje Esmeraldas. Finalmente, aos 17 de dezembro de1938, o decreto-lei n.° 148, cria o novo Município com o nome de Betim, elevando a sede àcategoria de cidade. Em 1941 o governo do Estado cria o Parque Industrial no Município deBetim, reconhecendo o potencial da região e despertando os empresários para instalação denovas indústrias. Em 1948 Contagem e Ibirité são desmembrados do território de Betim. Antes aeconomia da cidade baseava-se na atividade agropecuária e a produção era escoada pelarede ferroviária.

No final dos anos 40 foram criadas indústrias significativas na região, principalmente decerâmicas e siderúrgicas de ferro-gusa. O fenômeno de industrialização intensifica com ainauguração da rodovia Fernão Dias (BR-381). O primeiro grande empreendimento industrialno Município, a Refinaria Gabriel Passos, surge na década de 60, responsável por muitasatividades complementares na região. As atividades industriais ocupam vários espaços de Betim,onde está localizado o 2° maior polo industrial automobilístico do País.

4.2 - Localização

O Município de Betim�MG situa-se na Zona Metalúrgica e integra a Região Metropolitanade Belo Horizonte. Com um território de 346 km², distante 31 km de Belo Horizonte por rodoviae 38 km por ferrovia. A área do Município insere-se na bacia do rio Paraopeba, afluente do rioSão Francisco, com o ribeirão Betim cortando a cidade. A sede do Município está localizada,em média, a 860 m de altitude. Sua posição é determinada pelas coordenadas geográficas de19° 57� 52� Latitude Sul e 44° 11� 54� Longitude Oeste. O Município faz divisas com Esmeraldas, Contagem, Juatuba, Igarapé, Ibirité, São Joaquim de Bicas, Mário Campos e Sarzedo.

4.3 - População

De acordo com o IBGE, a população total do Município de Betim é estimada de 376.318habitantes em 2004. Segundo dados do censo de 2000, elaborado Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística�IBGE, 2,7% da população de Betim reside na área rural do Município. Estima-se ocrescimento populacional de Betim em cerca de 7,85 % ao ano.

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Figura 03. Refinaria Gabriel Passos

A área rural da cidade é composta de várias comunidades rurais, como os Bairros Flores,Aroeiras, Charneca, Liberatos, Marimbá, Santo Afonso, Pimentas, Icaivera, Açude, Saraiva,Casa Amarela, Estância do Sereno, Bandeirinhas, Gorduras, Vianópolis, Quebra, Várzea dasFlores, Serra Negra, Várzea do Português.

4.4 - Atividades Econômicas

No Município de Betim as principais atividades econômicas são:

- indústria;

- agropecuária e agricultura;

- mineração;

- pecuária;

- artesanato;

- turismo.

IndústriaAs principais indústrias que se encontram em Betim são as de produtos de materiais de

plástico, automóveis, indústria do vestuário, calçados e artefatos de tecidos, material elétrico,eletrônico e comunicação, construção, madeira, material de transporte, papel e papelão,mecânica e metalúrgica, indústria química e transformação de minerais não metálicos.(Fig.03).

Fonte: http://www2.petrobras.com.br/minisite/refinarias/portugues/refinarias/betim.htm

MineraçãoA atividade minerária tem como principal bem explorado o gnaisse extraído dos domos da

região. Areia, pedras britadas e ornamentais são as principais reservas minerais.(Fig.04).

Figura 04. Pedreira Betim

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AgriculturaNo setor agrícola, predomina a produção de amendoim, arroz, banana, cana-de-açúcar,

café, feijão, laranja, mandioca, milho e tomate. Na agroindústria se destacam a produção deaguardente artesanal e a comercialização de doces e compotas. (Fig.05; Quadro I).

Figura 05 � Horticultura em planície de Betim

PecuáriaA pecuária em Betim, segundo dados do IBGE-2002 é constituída por rebanhos de bovinos,

suínos, equinos, Asininos, Muares, Bubalinos, Coelhos, Ovos de galinha, Ovinos, Galinhas,galos, codornas, caprinos, vacas ordenhada, leite de vaca, ovos de galinha, ovos de codorna emel de abelha. Suas especificações são: asininos, bovinos, bubalinos, caprinos, eqüinos,galináceos, muares, ovinos, suínos. As atividades mais expressivas que são desenvolvidas nessaárea no município são criação de rãs, aves exóticas, orquidário.

PRODUÇÃOÁREA (ha)

Arroz de várzeaúmidaCana-de-açúcar

Feijão 1ª SafraFeijão 2ª Safra

Limão

Fonte: Dados da Realidade Municipal de Betim, 2004 � EMATER�MG.

PRODUTO

PRODUTIVIDADE

20,0

45,0

21,8 t

15,0 6,0

36,0 t

2.700,0 t

28,0

12,6 t150,0 t

1.800 kg/ha

60 t/ha

780 kg/ha

840 kg/ha

25.000 kg/haMandioca

Milho 41,0

15,0 180,0 t

147,6 t

12 t/ha

3.600 kg/ha

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) , 2002

ESPECIFICAÇÃO Nº DE CABEÇAS

BOVINOS 16.085SUÍNOS

EQÜINOS

AVES

2.705

1.570

15.125

Quadro I - Explorações Agrícolas no ano de 2004

Quadro II � Produção pacuária no município de Betim

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ArtesanatoEm Betim há a fundação Artística Cultural de Betim e o Salão do Encontro, que capacita

artesãos em atividades de marcenaria, tecelagem, tapeçaria, cerâmica, cestaria, confecçõesde bonecas de pano e estofamento de móveis. Por meio destas atividades, as tradições artísticasde nossa cultura são preservadas e comercializadas (Fig.06).

Figura 06 - Exposição no Salão do Encontro

TurismoBetim investe no turismo. O povo, cordial e hospitaleiro, recebe bem os visitantes. O Município

faz parte do Circuito Verde � Trilha dos Bandeirantes �, que tem mais oito cidades comointegrantes: Contagem, Esmeraldas, Florestal, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, Ribeirão das Nevese São Joaquim de Bicas. Esta nova realidade que já era sinalizada pelo Plano Diretor, quandoeste estabelece que dois terços do território do Município possuem potencial para atividadesrurais, definindo áreas verdes e de mananciais, acabou sendo fortemente reforçada com aclassificação obtida pela EMBRATUR em dezembro de 1997, pela portaria n.º 385, de 28/11/97, daquele órgão, quando classifica Betim como Município de potencial turístico.

Com relação ao turismo, as perspectivas do Município giram em torno da incrementação doTurismo Ecológico, com destaque para os esportes náuticos e lazer na região da Lagoa daVárzea das Flores, e também do Turismo de Negócios. Os principais pontos turísticos de Betimsão:

Represa Várzea das Flores Nos anos 60, um projeto aliviou as dificuldades de abastecimento de água na região com

uma área de 15,8 km², o que representa 4,56% da área do Município. É a barragem Várzea dasFlores, visitada por muitos betinenses nos fins de semana ou em feriados durante o verão (Fig.07).

Figura 07 � Represa Várzea das Flores

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Fazenda Vale VerdeA Fazenda Vale Verde permite aos turistas conhecer a tradição hospitaleira das terras de

Minas e aprender um pouco mais sobre o cuidado artesanal no preparo de aguardentes, doces,conservas, defumados e laticínios. Na Fazenda, podemos encontrar orquidário, restaurante,piscicultura, criatório de perdiz, faisão e aves para conservação de espécies ameaçadas deextinção (Fig.08).

Salão do EncontroO Salão do Encontro é um projeto educacional beneficente, que tem como objetivos diretos

a proteção à família, à infância, à maternidade, à adolescência e à velhice, o amparo às criançase adolescentes carentes, as ações de habilitação e reabilitação de pessoas portadoras denecessidades especiais, a inserção ao mercado de trabalho, a assistência educacional e desaúde e o desenvolvimento da cultura.

Possui uma total infra-estrutura com horta produzindo verduras e legumes para consumointerno; criação de vacas e cabras, para a produção de leite para as crianças; criação decoelhos, para complemento da alimentação; criação de minhocas para húmus; horta de plantasmedicinais, com laboratório e farmácia medicinal, e tratamento odontológico para crianças eadultos(Fig.09).

Figura 08 � Entrada da Fazenda Vale Verde

Figura 09 � Aula no Salão do Encontro

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Praça Milton CamposEssa Praça foi o local que deu origem à cidade de Betim. Em 1754 foi construída uma capela

de pequenas proporções, destinada à devoção dos fiéis católicos, lavradores e fazendeiros daregião. No período entre 1856 e 1867 foi erguida uma Igreja Matriz, onde fora construída acapela. A partir desse momento, o local fica conhecido como Praça da Matriz. Em 1969, poucomais de um século após a sua construção, a Matriz é demolida por apresentar risco dedesabamento.

Em 1972 a Praça da Matriz recebe o nome oficial de Praça Senador Milton Campos, com aconstrução de um monumento em memória à antiga Matriz e ao padre Ozório. Em 1984 apraça sofre intervenção com a instalação de um chafariz.

No segundo semestre do ano 2000, inicia-se nova intervenção na Praça. Dessa vez deforma tal que toda a sua estrutura é alterada, com um novo paisagismo, novas linhas e um novomonumento, em metal, também alusivo à antiga Matriz.

No início de 2001, um grande evento marcou a reinauguração da Praça Senador MiltonCampos(Fig.10).

Figura 10 - Praça Milton Campos

4.5 � Geologia

Depósitos AluvionáriosSão formados pela deposição de sedimentos (areia, silte e argila ) e material mais grosseiro,

como seixos, por ciclo de inundação e deposição. Portanto, localizam-se nas planícies fluviais(várzeas) e ao longo de cursos d�água mais desenvolvidos. Por esta razão, são muito variáveisem composição tanto no sentido vertical quanto horizontal. Quando os sedimentos depositadossão de natureza argilosa, os solos formados (Neossolos Flúvicos) tendem a média e alta fertilidade,que associados ao relevo plano torna essas umidades de paisagem com forte aptidão para aagropecuária. No Município de Betim, os depósitos aluviais se distribuem ao longo dos principaiscursos d�água em toda a sua área. Devido à susceptibilidade a inundações periódicas eimprevisíveis, não se recomenda a expansão urbana e estabelecimento de benfeitorias. Poroutro lado, drenagens indiscriminadas e mineração de argila e areia sem critérios podempromover o rebaixamento do aqüífero freático com a conseqüente redução da vazão dos cursosd�água e até mesmo transformá-los em temporários.

É importante salientar que a manutenção da vegetação ciliar nos termos da legislação vigentereduz os problemas ambientais nessas unidades.

Fonte: http://www.betim.mg.gov.br/cultura/turismo/pontosturisticos.html

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Coberturas DetríticasNestas unidades ocorre a predominância de solos profundos e homogêneos, podendo ocorrer

grãos de quartzo angulares ou arredondados. A cor avermelhada indica a ocorrência de óxidosde ferro em ambientes de oxidação, o que indica um bom arejamento e conseqüentemente boapermeabilidade do solo. Este material, quando em ambiente plano e suavemente ondulado,reveste-se de importância na recarga de aqüíferos freáticos. Dada a elevada profundidade epermeabilidade, os solos originados são em geral de baixa fertilidade e elevada acidez,condições químicas impróprias para os principais cultivos, demandando a aplicação de corretivose fertilizantes.

Geomorfologicamente falando, as unidades de relevo que as coberturas detríticas ocupamno Município de Betim são os topos alongados de colinas, vertentes convexas e rampas decolúvio. A textura neste material em Betim é considerada como média, que condiciona umaboa permeabilidade e aeração nos solos.

Formação JuatubaPredominam argilitos, arenitos e conglomerados semi-consolidados, que constituem material

geológico de natureza sedimentar, sendo portanto estratificados. Os solos originados variam deacordo com o material de origem, tanto em sua constituição química quanto física. Os argilitosoriginam solos de textura fina, enquanto os arenitos e conglomerados geram solos de texturagrosseira, de elevada permeabilidade. De acordo com o levantamento geológico CETEC (1994),esta unidade é pontual no Município de Betim.

Grupo Macaúbas e Grupo MaquinéConstituídos por quartzitos. A predominância de quartzo na mineralogia deste material

predispõe a ocorrência nesta unidade de afloramentos rochosos na geoforma chamada crista.Nas fraturas deste material ocorrem aqüíferos em meio fraturado. Estas característicascondicionam como única aptidão o uso como reservas, que podem ser utilizadas para ecoturismoe mananciais para abastecimento de água. A beleza cênica desta unidade de paisagem favoreceo desenvolvimento do ecoturismo. No Município de Betim, esta unidade é expressiva na SerraNegra.

Formação SabaráConstituída por rochas metavulcânicas. São rochas de minerais facilmente intemperizáveis,

gerando solos avermelhados e argilosos, podendo apresentar média fertilidade. Se estão nasvertentes, têm aptidão para culturas arbóreas e pastagens. Em rampas de colúvio, apresentamtambém aptidão para o cultivo de cereais, exigindo contudo práticas para controle de erosão.

Grupo Nova LimaOcorre em vertentes ravinadas, com formação de Cambissolos e Neossolos Litólicos, que

apresentam elevada instabilidade mecânica, o que limita qualquer trabalho de terraplenagem,por conseqüência, expansão urbana e industrial. A baixa fertilidade aliada a instabilidadecondiciona a essas unidades o estabelecimento de reservas estratégicas de mananciais.

Complexo Basal IndiferenciadoConstitui a unidade predominante em Betim, caracterizando o relevo típico do Município.

As rochas que constituem essa unidade são gnaisse e migmatito, representando o embasamentocristalino. As geoformas em que ocorrem são colinas de topo alongado e associação de vertentesravinadas e convexas. Pontualmente podem ocorrer anfiteatros. Os solos são os Latossolos nostopos e nas vertentes convexas, e Cambissolos nas vertentes ravinadas. São solos ácidos e de

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baixa fertilidade. Os topos dessas colinas são importantes áreas de recarga de aqüíferos edevem ser mantidos com cobertura vegetal, evitando-se a impermeabilização da superfície. Jánas vertentes ravinadas podem inserir-se nascentes perenes, que condicionam sua manutençãocomo área de preservação permanente. Pontualmente se distribui a geoforma domo, que éutilizada com mineração de brita para a construção civil.

Rochas IntrusivasOcorrem na forma de diques estreitos, lineares. As rochas predominantes são os glabros e os

anfibolitos. Os solos originados são Nitossolos e Latossolos de média a alta fertilidade comsignificativa aptidão para a olericultura. Quando transversais aos cursos d�água, propiciam àmontante abertura de extensas planícies e terraços fluviais.

4.6 � ClimaO clima local é definido como tropical de altitude ameno e seco, com dias ensolarados e

noites com temperaturas amenas. O verão é úmido, e o inverno seco. As temperaturas médiasvariam com a latitude. As chuvas variam, em geral, entre 1.500 e 2.000 mm por ano. Caemprincipalmente em dezembro, janeiro e fevereiro. A seca dura de 4 a 6 meses.

Temperatura Média das Máximas 22°C

Temperatura Média das Mínimas 18°C

Temperatura Média Anual 20°C

4.7 � PedologiaAs classes de solos observadas dentro do Município de Betim estão descritas a seguir:

CambissoloOs Cambissolos apresentam notória diversidade. São solos pouco desenvolvidos, com

horizonte B em formação (B câmbico). A grande espessura do horizonte C, com a predominânciada fração silte torna esses solos altamente instáveis. Em geral, onde ocorrem voçorocaspredominam os Cambissolos. Sua mineralogia é fortemente influenciada pelo material de origem,podendo ser desde álicos a eutróficos. Essa instabilidade limita a mecanização. Contudo, osCambissolos de espessura mediana e sem restrição de drenagem apresentam bom potencialagrícola. Os Cambissolos eutróficos encontrados em terraços fluviais são excepcionais para aagricultura. Os álicos, quando corrigidos adequadamente, também são aptos à agricultura, porémsão requeridas altas doses de corretivo(Fig.11).

Figura 11: Perfil Cambissolo

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Figura 12: Perfil Argissolo

LatossoloOs Latossolos são solos mais desenvolvidos, apresentando grande espessura do horizonte B,

sendo portanto profundos. A textura granular torna esses solos permeáveis. Têm capacidade detroca de cátions baixa, variam de fortemente a bem drenados. São fortemente ácidos, combaixa saturação por bases, quando distróficos ou álicos. Quando eutróficos, são muito férteis edos melhores solos brasileiros (Fig.13).

Figura 13 � Perfil de Latossolo em Betim

ArgissoloOs Argissolos são solos profundos, ocorrendo maior concentração de argila no horizonte B

(B textural). São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta, ou baixa,predominantemente cauliníticos. Podem ter caráter eutrófico. A textura varia de arenosa aargilosa no A . Permitem, em muitas circunstâncias, o emprego de máquinas agrícolas, semrestrições. Respodem bem à aplicação de fertilizantes e de corretivos (Fig.12).

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Figura 14 � Perfil de Neossolo Flúvico em Betim

Neossolos FlúvicosOs Neossolos Flúvicos são solos extremamente variados tanto na horizontal quanto na vertical.

Apresentam horizonte A sobre camadas correspondentes ao ciclo de inundação e sedimentação.São considerados de grande potencialidade agrícola. São muito heterogêneos, quanto à texturae às propriedades físicas e químicas. A principal limitação ao uso decorre dos riscos deinundações (Fig.14).

Neossolo LitólicoOs Neossolos Litólicos são solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico, rasos, com

horizonte A sobre a rocha ou blocos de rocha, ou sobre horizonte C. Possuem limitação sériapara percolação da água, ficando expostos aos efeitos das enxurradas. A fertilidade do horizonteA é condicionada pela mineralogia do material de origem, podendo portanto serem desde álicosaté eutróficos (Fig.15).

Figura 15 � Perfil de Neossolo Litólico em Betim

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4.8 � HidrografiaO Município de Betim se insere na bacia hidrográfica do rio Paraopeba com o ribeirão

Betim cortando a cidade. A nascente do ribeirão Betim está situada na altitude de 920 m, noMunicípio de Contagem. Sua bacia tem uma área de drenagem total de aproximadamente 172km². Após percorrer 43 km, deságua no rio Paraopeba, em uma margem direita. Tem declividademédia de 3,19 m/km.

De sua área total, aproximadamente 139 km² ou 80 % estão no Município de Betim, numaregião de maior concentração de ocupação urbana. Num trecho, os principais afluentes são oscórregos Saraiva, Bom Retiro, Várzea das Flores e o riacho das Areias.

O reservatório Várzea das Flores é uma obra de engenharia que tem uma grande capacidadede amortecimento de vazões de cheias, constituindo-se num fator de segurança para a baciaem barra a jusante. Esta segurança decorre de um rigoroso controle de ocupação do solo amontante.

Cabe destacar que sua ocupação em várzea ou sua ocupação agrícola é invariavelmente asolução mais barata para os problemas de inundação, além de oferecer outras vantagens comopreservar ecossistemas e criar áreas verdes e proporcionar recreação(Fig.17).

Figura 16 � Perfil de Gleissolo em Betim

Figura 17 � Trecho do rio Paraopeba em Betim

GleissoloOs Gleissolos são solos permanente ou periodicamente saturados por água. São solos mal

drenados, com teores médios a altos de carbono orgânico. Podem ter textura arenosa noshorizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei de textura franco-arenosa ou maisfina. Apresentam limitações relacionadas com a drenagem deficiente e, nos distróficos e álicos,também com a baixa fertilidade (Fig.16).

21

4.9 - RelevoO Município de Betim está inserido na bacia do rio Paraopeba. Seu relevo é o dos planaltos

ondulados no imenso tabuleiro que se estende pelos contrafortes da Serra do Curral até Oestede Minas Gerais. O Relevo é acidentado, principalmente nas vertentes da �Serra Negra�terminando em vales e áreas com menores declividades. A topografia de Betim pode sercaracterizada pela seguinte maneira: 15% do relevo é plano, 25% é montanhosa e a grandemaioria 60% é ondulada.

A intensidade do processo de fragmentação e de redução apresenta padrões diferenciadosnas várias regiões da bacia do rio Betim. Esses padrões são decorrentes da interação dascaracterísticas físicas da região, em especial o relevo e a fertilidade do solo, com a sucessãohistórica das diversas atividades econômicas desenvolvidas no Município, desde o início desua ocupação.

As áreas urbanas são as que mais sofreram reduções da cobertura vegetal; a maioria dosremanescentes florestais encontra-se nos topos e nos vales das colinas e na parte alta dasvertentes.

Foram identificados, em 1994, três tipos fisionômicos principais:

Florestas de galeria, floresta mesófila (secas) e cerrados (lato sensu).

As espécies identificadas foram:

Mata galeriaApresenta elementos da Floresta Amazônica e fica próxima de cursos d�água. Quando sofre

influências dos cursos d�água é chamada de �fluvial�, mas a certa distância é �pluvial�;intercalada com outros tipos vegetacionais é denominada capão. O estrato arbóreo atinge até20 metros de altura e possui em seu interior grande número de mesófitos, herbáceos, macrófilose epífitas.

Florestas mesófilasSão formações florestais caducifólia e subcaducifólia (secas) e acham-se disseminadas

abundantemente na área central dos cerrados, em forma de manchas. Ocorrem onde as chuvassão abundantes numa época reduzida.

CerradoÉ uma formação bioestratificada, com estrato herbáceo dominado principalmente por

gramíneas. Entre as espécies que ocorrem no �cerrado típico�, 40% a 50% participam dosdiversos tipos fisionômicos em múltiplas combinações.

4.10 - Cobertura VegetalA ocupação do território do Município mais as atividades de agropecuária e silvicultura

provocaram redução nas formações vegetais, tanto em termos de área quanto em termos debiodiversidade. Este ambiente de contato entre diversas vegetações sofre ainda pressõesrecentes. Há áreas prioritárias para conservação que constituem �ilhas�, que poderão oferecernovas alternativas para o uso sustentado de seus recursos.

22

4.11 � FaunaGrande parte da sua fauna característica desta região de Minas Gerais foi dizimada ao

longo de seu desenvolvimento, uma vez que esse fato foi acompanhado da quase total destruiçãodos habitats naturais existentes.

A caça também tem sido um problema cultural, que levou ao declínio várias populações deanimais, outrora muito comuns na região.

O remanescentes da vegetação natural ainda existentes na APA constituem refúgios paravárias populações de animais. Tornam-se, portanto, de grande necessidade a criação e aproteção das Unidades de Conservação, onde se encontram remanescentes destes habitats,hoje limitados a pequenas porções de vegetação e nichos hidrológicos, para se tentar a proteçãodos remanescentes faunísticos dos Municípios de Minas Gerais e, se possível, interligando-osnos corredores ecológicos.

Pau-d�óleo

Cedro

Açoita-cavalo

Pau-pombo

Aroeira

Angico

Capitão do mato

Capitão

Peroba

Canela

Sarandi

Ingá

Copaifera langsdorffii

Cedrella fissilis

Luehea grandiflora

Tapirira guianensis

Myracrodruon urundeuva

Anade-nanthera colubrina

Terminalia brasiliensis

Terminalia argentea

Aspidospermaa australe

Ocotea nitidula

Sebatiania Klotschiana

Inga sp.

Fonte: Bacias do rio Betim: Aspectos do diagnóstico ambiental.

QUADRO III - Lista das principais espécies da flora encontradas em Betim

Jatobá

Pequi

Cocão

Sucupira

Pau-santo

Pau-terra

Pindaíba

Pindaíba

Ipê

Pau-tucano

Canjerana

Mamica de porca

Sanga d�água

Hymenaea stignocarpa

Caryocar brasiliensis

Erythroxylum tortuosum

Bowdichia virgilioides

Kielmeyera coriaceav

Qualea grandiflora

Xylopia aromática

Xylopia sericea

Tabebuia róseo-alba

Vochysia tucanorum

Cabralea cangerana

Zanthoxyllum riedelia-num

Croton urucurana

23

5 - PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS DO MUNICÍPIODE BETIM�MG

24

Áreas planas marginais a cursos d�água, comNeossolos Flúvicos (77,0 km2).

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Solos de media a alta fertilidade,com o relevo plano.

Limitações

Uso Atual

Susceptibilidade a inundações e solosencharcados.

Cultura de entresafras e vegetação ciliar.

Degradação da vegetação ciliar.

Ocupação urbana e olericultura.

Figura 18 - Paisagem Planícies Fluviais

5.1 - Ecossistema 1 � Planícies Fluviais

25

5.2 - Ecossistema 2 � Terraços Fluviais

Figura 19- Paisagem Terraços Fluviais

Área plana, solos de média à alta fertilidadee nível elevado em relação à planície fluvial(19,5 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Relevo plano, média a alta fertilidade do solo.

Limitações

Uso Atual

Possibilidade de ocorrer erosão laminar ecompactação de solo.

Agropecuária e ocupação urbana.

Ocupação urbana desordenada, competindocom áreas com expressiva aptidão agrícola.

Ocupação urbana e horticultura.

26

Ocorrência de solos desenvolvidos com altapermeabilidade (12,2 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Solo profundo e estável, relevo suave.

Limitações

Uso Atual

Longo comprimento de rampa, que favorecea enxurrada e a erosão. Baixa fertilidade dosolo.

Culturas anuais, pastagens, fruticultura,cafeicultura, capineiras.

Erosão laminar e compactação de solos

Pastagens cultivadas

5.3 - Ecossistema 3 � Rampas de Colúvio

Figura 20- Paisagem Rampas de Colúvio

27

Topos alongados constituídos por solosprofundos e permeáveis (5,5 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Solos profundos e permeáveis.

Limitações

Uso Atual

Acesso restrito, área de preservaçãopermanente, área de recarga.

Preservação permanente.

Erosão laminar.

5.4 - Ecossistema 4 � Topos Alongados

Figura 21- Paisagem Topos Alongados

Pecuária mista e reserva.

28

Afloramento de rochas associadas aoNeossolo Litólico (23,8 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Beleza cênica. Recarga de aqüíferos.

Limitações

Uso Atual

Afloramento rochoso, declive acentuado.

Reserva florestal, ecoturismo.

Mineração de rochas (britas, cascalhos).

Vegetação nativa.

5.5 - Ecossistema 5 � Cristas

Figura 22- Paisagem Cristas

29

5.6 - Ecossistema 6 � Vertentes Ravinadas associadas a Vertentes Convexas

Figura 23- Paisagem Vertentes Ravinadas associadas a Vertentes Convexas

Relevo acidentado e solos de altainstabilidade (204,8 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Concentração de águas pluviais. Ocorrência deolhos d�água e reserva da biodiversidade.

Limitações

Uso Atual

Solos instáveis, relevo acentuado.

Área de preservação permanente.

Erosão no fundo de ravina sem vegetação.

Vegetação nativa.

30

5.7 - Ecossistema 7 � Domos

Figura 24- Paisagem Domos

Geoformas convexas arredondadas.Estruturado por um arcabouço rochoso, basedo solo compacta (1,0 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Rochas subsuperficiais.

Limitações

Uso Atual

Solo raso e instável.

Área de preservação permanente e de reservaflorestal. Pastagem natural. Jazida de brita.

Ameaça da descaracterização da paisagemem decorrência de exploração de gnaisse.

Vegetação nativa.

31

5.8 - Ecossistema 8 � Diques Máficos

Figura 25- Paisagem Diques Máficos

Intrusões magmáticas originando Latossolose Neossolos Litólicos.

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

Potencialidades Solos de média a alta fertilidade natural.

Limitações

Uso Atual

Susceptibilidade a erosão laminar e emsulcos.

Agricultura.

Erosão.

Olericultura e pastagem.

32

5.9 - Ecossistema 9 � Ambientes Lênticos

Figura 26- Paisagem Ambientes Lênticos

São solos submersos, variando de acordocom a superfície inundada artificialmente(2,2 km2) .

Características

Aptidão

Problemas Ambientais

PotencialidadesBeleza cênica.

Limitações

Uso Atual

Inviabilização irreversível do uso e ocupaçãoagropecuária.

Lazer, piscicultura, geração de energia eabastecimento público de água.

Assoreamento.

Represa.

33

O ambiente urbano e industrial é notoriamente significativo no município de Betim, tendendoà expansão. Desta dinâmica decorre expressiva pressão sobre os recursos naturais com asseguintes conseqüências:

· Descaracterização da paisagem natural, conseqüência de trabalhos de terraplenagem ede edificações;

· Elevação da densidade populacional, refletindo na pressão antrópica sobre os recursosnaturais;

· Impermeabilização dos solos em superfícies sob pavimentação, em especial a asfáltica eáreas onde foram construídas moradias, prédios e galpões;

· Alteração de leitos fluviais e sistemas ciliares, por canalizações e ocupação urbana;

· Insuficiência de áreas verdes urbanas.

Estes fatos, apesar da notória vocação urbana/industrial do município, constituem uma fortedependência do ambiente urbano ao espaço rural, sobretudo no que se refere à garantia deágua em qualidade e qualidade desejáveis ao crescente consumo humano e industrial.

As áreas dos ecossistemas identificados como mantenedores de mananciais devem, portanto,serem rigorosamente preservadas, por meio de instrumentos reguladores municipais.

O que se refere a ecossistemas com limitações para a expansão urbana, algumas restriçõesdevem ser observadas:

· Planícies fluviais com suscetibilidade a inundações e encharcamento de solos. Parte destasplanícies é área de preservação permanente (vegetação ciliar), cuja dimensão é estabelecidaem função da largura da calha (leito menor) do curso d�água.

· Domos, com solos rasos (Neossolos Litólicos e Cambissolos) de elevada erodibilidade.Estes ambientes, além de instáveis mecanicamente, são impróprios para a implantação desistemas de esgotos sanitários.

· Ecossistemas sob vegetação nativa para garantia da preservação de mananciais.

· Solos de elevada instabilidade mecânica (Cambissolos) situados em vertentes ravinadasconstituem fatores limitantes a serviços de terraplenagem e estabelecimento de loteamentos.Estas áreas devem ser destinadas à preservação permanente.

· Os terraços fluviais, pretéritas planícies fluviais, apresentam níveis mais elevados em relaçãoàs calhas dos cursos d�água. Estas unidades já não apresentam restrições ao uso/ocupação,uma vez que inexistem riscos de inundações e encharcamento de solos. É importante ressaltarque este ecossistema é constituído de solos férteis e propícios a horticultura(Fig.27).

6- O Ambiente Urbano e Industrial

Figura 27- Indústrias

34

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Município de Betim�MG caracteriza-se por intensa pressão sobre os recursos naturaisdecorrentes da expansão urbana e industrial.

A identificação e a caracterização de 9 unidades de ecossistemas/paisagens e, porconseqüência, uma notável gama de potencialidades e limitações para usos e ocupaçõesmúltiplos do espaço geográfico daquele Município permitem aos planejadores e legisladoresinstrumentos para ordenamento do espaço municipal em consonância com os paradigmas dodesenvolvimento sustentável.

A caracterização das unidades de ecossistemas e a respectiva distribuição espacial permitema indicação de áreas para implantação ou restrição à expansão urbana/industrial, áreas aserem destinadas à preservação da biodiversidade, áreas para proteção de mananciais e aquelascom aptidão para atividades agrícolas, em especial para a olericultura.

A sólida estruturação do Executivo Municipal de Betim em secretarias especializadas, porémintegradas, constitui elemento facilitador e favorável à utilização deste trabalho no planejamentodo espaço municipal dentro dos paradigmas da sustentabilidade do desenvolvimento.

Por outro lado, a ecodiversidade deste Município aponta diferentes alternativas para geraçãodiversificada de renda, permitindo o benefício das diferentes faixas da população, além deatender à legislação ambiental vigente.

35

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Valéria Félis de Assis et al. Bacias do rio Betim: Aspectos do diagnósticoambiental. Betim. 31 p.

Disponível em:

http://www.brasilchannel.com.br/municipios/mostrar_municipio.asp?nome=Betim&uf=MGAcesso em: 26 ago. 2005.

Disponível em:

http://www.conhecabetim.siteonline.com.br

Acesso em: 26 ago. 2005.

Disponível em:

http://www.festabetim.com.br/betim

Acesso em: 01 set. 2005.

Disponível em:

http://www.ibge.gov.br

Acesso em: 01 set. 2005.

Disponível em:

http://www.betim.mg.gov.br/orgaos/geo/pdf/cor_a.pdf

Acesso em: 12 set. 2005.

Disponível em:

http://www.citybrazil.com.br/mg/betim/geral.htm

Acesso em: 13 set. 2005.

Disponível em:

http://www.abagrp.cnpm.embrapa.br/areas/geologia.htm#29

Acesso em: 20 out. 2005.

COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS � CEMIG. Projeto executivo: Geologia. BeloHorizonte; Leme Engenharia S.A. , julho 1990. 233 p. (Relatório final - Estudos Ambientais, 1).

36

9 - ANEXOS

37

BETIMCARACTERIZAÇÃO DE ECOSSISTEMAS

0 3 6 km6 km

São Joaquimde Bicas

Igarapé

MárioCampos

Esmeraldas

Contagem

Sarzedo

Ibirité

Juatuba

Legenda

Domos

Cristas

Vertentes Ravinadas associadasa Vertentes Convexas

Limite Municipal

Plan¡cies Fluviais

Topos alongados

Rampas de ColúvioTerraços Fluviais

Paisagem Ambientes Lênticos.

Diques Máficos

38

BETIMCARACTERIZAÇÃO DE ECOSSISTEMAS

com perímetro urbano

0 3 6 km6 km

São Joaquimde Bicas

Igarapé

MárioCampos

Esmeraldas

Contagem

Sarzedo

Ibirité

Juatuba

Per¡metro Urbano

Legenda

Domos

Cristas

Vertentes Ravinadas associadasa Vertentes Convexas

Limite Municipal

Plan¡cies Fluviais

Topos alongados

Rampas de ColúvioTerraços Fluviais

Paisagem Ambientes Lênticos.

39

Legenda

BR

Limite Municipal

0 3 6 km

1ª viagem2ª viagem3ª viagem4ª viagem5ª viagem

7

689

10

5

11

4

12

13

21

3

19

14 15

161718

202221

1 23

9

1011

12

13

14

1

23

45

67

8

16

15

17

18

623

4

514

15

16

17

8

13

18

12

9

1011

1719

4567

8

17

12

23

9

1011

1819

1

15

14

13

16

BR - 381BR - 262

BR - 262BR - 381

BR - 262

BR- 381

São Joaquimde Bicas

Igarapé

MárioCampos

Esmeraldas

Contagem

Sarzedo

Ibirité

Juatuba

BETIMPontos de observação em campo

40

Legenda

Contagem

0 3 6 km

DrenagemLimite Municipal

Represa Vargem das FloresÁrea de contribuição da

São Joaquimde Bicas

Igarapé

MárioCampos

Esmeraldas

Sarzedo

Ibirité

BETIMMapa da Hidrologia superficial

41

Resultados das Análises de Solo de Betim

Quadro 1A. Identificação de pontos com resultados de análise de solos de amostras de Betim

Ponto Amostra Reg.IMA

Latitude S Longitude WO Solo Horizonteamostral

Observações

1 1 6048 19° 56� 53,8� 44° 13� 30,6� Latossolo B Chácara da PolíciaMilitar

2 2 6049 19° 56� 26,9� 44° 15� 26,9� Argissolo A Fazenda Morada doSol

2 3 6050 19° 56� 26,9� 44° 15� 26,9� Argissolo B Fazenda Morada doSol

6 4 6051 19° 56� 07,0� 44° 16� 22,4� Cambissolo B Vianópolis8 5 6052 19° 55� 09.6� 44° 10� 36.5� Gleissolo A Várzea das Flores10 6 6053 19° 54� 09.5� 44° 10� 15,8� Neossolo

FlúvicoA Chácaras da Várzea

das Flores16 7 6054 19° 52� 27.8� 44° 12� 51.1� Neossolo

LitólicoA Serra Negra

19 8 6055 19° 51� 38,2� 44° 09� 36,5� Cambissolo A Icaivera2 (3vg) 9 6056 19° 55� 04,0� 44° 13� 24,2� Argissolo A Toca de Assis2(3vg) 10 6057 19° 55� 04,0� 44° 13� 24,2� Argissolo B Toca de Assis5(3vg) 11 6058 19° 55� 10,9� 44° 14� 32,3� Latossolo B Pedreira de Betim

Fonte: Laboratório de Química Agrícola � IMA (2005).

42

Quadro 2A. Resultados de análise de solos de amostras de Betim

Amostra pH H + Al Al ³+ Ca 2+ Mg 2+ P1 4,6 4,77 1,23 0,25 0,07 <12 5,4 4,37 0,52 1,45 0,27 1,303 5,5 2,10 0,12 0,28 0,10 <14 4,6 3,62 1,31 0,20 0,05 <15 5,3 3,24 0,50 1,63 0,16 1,906 4,8 5,70 0,87 1,96 0,35 3,507 5,5 4,42 0,23 2,90 0,86 <18 4,6 3,20 1,21 0,15 0,03 <19 5,4 3,91 0,38 1,50 0,54 2,2010 5,1 2,56 0,95 0,51 0,27 <111 5,6 1,70 0,08 0,76 0,71 1,30

pH em água (H + Al), Al, Ca, Mg em cmolc/dm3; P em mg/dm3.Fonte: Laboratório de Química Agrícola � IMA (2005).

43

Quadro 3A. Resultados de análise de solos de amostras de Betim

Amostra K SB T t m V1 16,0 0,37 5,14 1,60 76,88 7,192 38,0 1,82 6,19 2,34 22,32 29,403 41,0 0,48 2,58 0,61 20,26 18,744 13,0 0,29 3,90 1,60 82,08 7,345 32,0 1,87 5,10 2,37 21,21 36,566 60,0 2,46 8,16 3,33 26,16 30,127 34,0 3,85 8,26 4,07 5,54 46,558 11,0 0,21 3,41 1,42 84,98 6,269 110,0 2,32 6,23 2,70 14,05 37,2410 45,0 0,90 3,46 1,85 51,50 25,9311 19,0 1,53 3,22 1,61 5,10 47,30

SB, T, t em cmolc/dm3; K em mg/dm3; m, V em %.Fonte: Laboratório de Química Agrícola � IMA (2005).

44

Quadro 4A. Resultados de análise de solos de amostras de Betim

Amostra Areia grossa Areia fina Silte Argila Prem1 25,50 19,26 9,64 45,60 7,902 35,60 32,16 9,44 22,80 19,703 19,60 34,70 15,50 30,20 3,204 21,40 28,50 25,80 24,30 21,905 37,00 19,82 18,00 25,18 35,506 60,10 13,90 3,24 22,76 29,107 9,80 25,44 24,24 40,52 15,008 25,40 15,80 27,00 31,80 15,009 47,40 24,52 13,72 14,36 44,1010 41,40 26,24 14,36 18,00 34,5011 14,60 25,40 19,76 40,24 5,30

Areia grossa, Areia fina, Silte, Argila em %; Prem em mg/L.Fonte: Laboratório de Química Agrícola � IMA (2005).

45

46