relatório conforto

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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN Unidade Acadmica de Engenharia Civil - UAEC Curso de Arquitetura e Urbanismo - CAU Disciplina: Conforto Ambiental I Docente: Wallace Nascimento Discentes: Anglica Alves Breno Vieira Crispim Erick Vincius da Silva Cunha Rafaela Amaral Myllena Miliann S. Mlo

Introduo Segundo FROTA ( 2003), a arquitetura deve servir ao homem e ao seu conforto, o que abrange o conforto trmico. Diante disso, e antes de prosseguirmos, necessrio definirmos o que seria Conforto Ambiental. entendido como conforto ambiental, a correlao feita entre os princpios fsicos e as necessidades de carter ambiental higrotrmicas, visuais, acsticas e da qualidade do ar interno e externo necessrias ao processo projetual em Arquitetura. Dentro deste contexto incidem algumas variveis que iro interferir nos ndices de conforto que so fundamentalmente: temperatura, umidade e velocidade do ar, radiao solar incidente. Segundo LAMBERTS (1997) a variao na temperatura da superfcie da terra resulta basicamente dos fluxos das grandes massas de ar e da diferente recepo da radiao do sol de local para local. Isso ocorre porque a radiao solar que atinge a terra recebida de forma distinta em cada lugar devido a fatores como: tipo de solo, vegetao, temperatura do ar bem menor. A umidade por sua vez, resulta da evaporao das guas da superfcie terrestre. Ainda em LAMBERTS (i.d, pg. 34), nos informado que quanto maior a temperatura do ar, menor sua densidade e, em conseqncia, maior quantidade de gua poder conter. Se por outro a quantidade de gua evaporada a maior possvel para aquela se diz que o ar est saturado. A umidade relativa tende a aumentar quando h diminuio da temperatura e a diminuir quando h o aumento da mesma ( i.d, pg 34). O vento perceptivelmente alterado pela presena de objetos no meio. Esses objetos podem ser os edifcios, a vegetao e tantos outros anteparos naturais ou artificiais. A velocidade das massas de ar diminui medida que nos aproximamos de uma cidade, pois a quantidade de obstculos a serem vencidos torna-se maior. Tendo em vista que as exigncias humanas de conforto trmico esto relacionadas com o funcionamento de seu organismo, que produz calor topografia, altitude do local. Logo, quanto mais alta for a velocidade do ar, a influncia dos fatores locais na

segundo sua atividade, o homem precisa liberar calor suficiente de modo a manter sua temperatura interna por volta de 37 C. Com o intuito de avaliar melhor esses condicionantes e compreender dentro de nossa realidade todos esses critrios acerca do conforto, realizamos um estudo de caso. Esse estudo se deu na cidade de Campina Grande, Estado da Paraba, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) bloco AB, sala 303. O que se deve expor antes das determinaes finais deste relatrio so as informaes a cerca do clima local. Por se tratar de uma cidade localizada entre o serto e o litoral, seu clima definido como sendo clima tropical semi-rido. Alm disso, por sua localizao de 552m acima do nvel do mar, mantm temperaturas amenas durante a maior parte do ano.

Estudo de Caso: UFCG BLOCO AB SALA 303 - Protocolo de Observao: No que concerne ao levantamento dos dados, estes foram coletados a partir da utilizao de alguns equipamentos e por um perodo de tempo determinado. - Equipamentos Utilizados: Professional Touch Screen Weather Center Pc Interface; Lux Meter (Luxmetro Digital)

- Horrios de Observao: Incio: 10:00 hs. Trmino: 16: 00 hs.

Obs. 1: Apenas a iluminao foi monitorada dentro de uma faixa de tempo mais abrangente, que seguiu os seguintes horrios: Incio: 08:00 hs. Trmino: 18:00 hs

Obs. 2: A discrepncia entre os horrios deveu-se ao inicial mau funcionamento/falta de experincia no manejo do equipamento, o que acarretou em um atraso abrupto nos nossos trabalhos, impedindo que a anlise das variveis fosse feita dentro da mesma faixa de horrio. - Empecilhos Observao: Durante a faixa de horrio 10:00 hs s 12:00hs da manh, fomos impedidos de montar o equipamento e permanecer em sala fazendo as devidas anotaes. Devido a isso, os valores capturados de iluminao, por exemplo, em cada ponto determinado na sala, s foram computados de duas em duas horas de acordo com possibilidade de permanncia em sala.

- Especificidades da Observao: O dia apresentava-se nublado at certo horrio da manh, o que interferiu gradativamente na medida da iluminao, alm disso, as esquadrias mantiveram-se abertas e a porta foi fechada apenas durante o perodo que houve aula na sala, o qual no foi permitido as devidas medies, como comentado anteriormente. - Localizao e determinaes geogrficas dentro da malha de edificaes locais: Vista Geral - UFCG

N

Vista aproximada

BL

AB

- Delimitao dos pontos escolhidos para anlise:

2

1 1

Foram escolhidos cinco pontos em toda a rea da sala que foram monitorados durante toda a delimitao horria. - Dados recolhidos: Os dados levantados dizem respeito as seguintes variveis: 1. Ventos (Wind) e Fator de Resfriamento do Vento (Wind Chill); 2. Temperatura Externa (Outdoor temperature) e Temperatura Interna ( Indoor temperature); 3. Umidade (Humidity);; 4. Presso (Pressure); 5. Incidncia da Iluminao.

1. Ventos (Wind) e Fator de resfriamentos dos ventos (Wind Chill)

medida aqui a velocidade do vendo, com a ajuda de um equipamento possuidor de ps que giram.Quanto maior a intensidade do giro, mais rpida ser a velocidade do vento. Medido em metros por segundo, observamos pelo grfico que a velocidade do vento apesar de ser pouca, no chegando aos 2 m/s, varia constantemente, variando de zero as proximidades de 2 m/s, observa-se que a velocidade era maior no incio da manha, e se eleva em vrios momentos do dias, Como comentado em linhas gerais anteriormente, a ventilao cruzada s ocorre na sala atravs da porta, tornando-se nula em momentos que a porta encontra-se fechada. O vento ainda acrescido pela altura da sala, pela presena de vegetao no entorno e a presena de recuos laterais, frontais e de fundos, possudos geralmente pelos prdios da UFCG. Podemos ainda mencionar, que a temperatura mdia do vento no ultrapassou os 30C. 2.Temperatura Externa (Outdoor Temperature) e Temperatura Interna ( Indoor temperature)

Temperatura Externa

Temperatura Interna

Os grficos de temperatura apresentam trs divises: Temperatura Externa, Temperatura Interna e a dewpoint (Temperatura de saturao) que seria a temperatura em que uma determinada parcela de ar mido resfriado, condensando-se. Pode-se observar nos grficos acima trs informaes principais que a temperatura externa variou entre 25 e 27 C, enquanto que a temperatura de saturao permaneceu entre a varincia de interna entre 25 e 31C. Foi perceptvel em nossa anlise tambm que a temperatura da sala aumentou quando a porta manteve-se fechada, atingindo a casa dos 30 C. Neste caso vlido salientar que a sala referida no detm nenhum tipo de circulao de ar cruzada ou artificial que evite o superaquecimento. Todavia, ao ter sua porta reaberta, observou-se um declnio de trs graus na sua temperatura (27 C), elevando-se posteriormente entre o perodo de 15h00minh 16h00min h. A temperatura manteve-se praticamente em todo o tempo de acompanhamento e medio um pouco acima do nvel confortvel, que seria por volta dos 25 C. Foi apreendido ainda que h uma intensa correlao entre a temperatura interna e o uso de elementos arquitetnicos como o corredor e o brize que diminuem a incidncia dos raios solares na sala, juntamente com a cota em que a sala se insere, situada no terceiro andar do referido bloco. 14 e 17 C e a temperatura

3. Umidade (Humidity)

Nota-se aqui que a umidade relativa do ar no interior da sala manteve-se mais elevada do que a exterior, atingindo-se ndices entre 65% e aproximadamente 50%, o que constitui uma faixa ideal que proporciona conforto, pois, segundo a OMS a umidade relativa do ar ideal gira em torno de 50% a 80%. No que concerne a umidade relativa externa nota-se que a varincia estabeleceu-se entre 45% e 55 %. Ocorrendo os nveis mais baixos no perodo da tarde.

5. Presso (Pressure)

Neste grfico a cerda da presso notrio que o valor da presso absoluta no ultrapassou o valor de 715 mmHg, assim como a presso relativa,que define-se como a diferena entre a presso absoluta e a presso atmosfrica, no ultrapassou os 760 mmHg.

6. Incidncia da Iluminao

Variao da Iluminao2500 2000 X 0.1 mw/cm2 1500 1000 500 0 1 2 3 Pontos 4 5 08:00hs 10:00hs 12:00 hs 13:00 hs 14:00 hs 15:00 hs 16:00 hs 17:00 hs 18:00hs

O grfico acima exibe a variao no nvel de luminosidade durante o perodo de tempo explicitado no mesmo. O que se pode aferir aqui que os pontos que alcanam um maior ndice nos nveis de luz, so obviamente, os localizados nas proximidades das janelas ( Pontos 5 e 2) e o localizado nas intermediaes da porta (Ponto 1). Pode-se captar ainda que o valor mximo de iluminao foi alcanado no ponto dois, por volta das 08:00 hs.

Concluses formais

Existem diversos ndices que avaliam o conforto trmico, entretanto, para efeitos de anlise neste relatrio foi levado a relevncia elevada, o que nos informa a Carta Bioclimtica. Segundo FROTA ( 2003), A Carta Bioclimtica de Olgyay(44) ndice biofsico foi desenvolvida a partir de estudos acerca de efeitos do clima sobre o homem, quer ele esteja abrigado quer no, de zonas de conforto e de relaes entre elementos de clima e conforto (Pg. 26). Dito isto, convm observarmos o grfico relativo Carta Bioclimtica, que nos indicar diretrizes de anlise mais eficientes ao nosso estudo de caso.

FONTE: FROTA, pg. 178 (2003). Esta carta considera habitantes viventes em clima quente, em trabalho leve, com uma vestimenta leve ( 1 clo) e com uma resistncia trmica de cerca 0,15 C m/W. Na regio central da Carta est delimitado (em branco) a Zona de Conforto Os valores das variveis que estiverem a acima ou abaixo desta rea delimitada prontamente, esto fora da zona de conforto e h a necessidade de que existam medidas corretivas. Sendo assim, observa-se para que haja conforto com relao a temperatura, a faixa de abrangncia dessa varivel deve estar em torno dos

20 C e 30 C, o que acontece correlatamente ao nosso estudo de caso, que mantm essa mdia durante todo o perodo de observao. visto tambm, que a umidade relativa do ar, deve pertencer a um intervalo entre 30% e 65% para pertencer rea de conforto, diante disto, que ocorre novamente ao estudo de caso, que se manteve dentro desta intercesso com ligeira folga. Com relao aos ndices de luminosidade, observa-se que os valores referentes Zona de Conforto encontram-se a uma temperatura igual ou inferior a 20 C, isto nos informa, levando em considerao os grficos produzidos a cerca da luminosidade e da temperatura na rea de estudo, que no que se refere as asseres deste quesito, a faixa de luminosidade encontra-se acima do considerado confortvel. A velocidade do ar, pelo grfico da Carta Bioclimtica nos deixa entender que a velocidade do vento encontrada est acima das delimitaes do conforto, entretanto, diante da rea de estudada, das mdias climticas alcanadas, este dado no foi levado em alta considerao nestes estudos como revelador de um nvel de desconforto, por no se tratar uma velocidade numericamente considervel. Com relao a presso relativa, esta manteve-se ao nvel ambiente, enquanto que a presso absoluta teve um valor abaixo da presso ambiente, estas, so causadas pela elevao do ar quente, o que ocorreu gradativamente a medida que as horas do dia avanavam, devido ao aumento de temperatura. Com todo este aparato de informaes e indicaes relativas ao que considerar para julgar os ndices de conforto para a rea determinada, entendeu-se que a mesma, apresenta-se dentro da rea de conforto trmico, mesmo no sendo possuidora de algumas caractersticas ( como uso de solues arquitetnicas) que maximizem o conforto durante as atividades acadmicas.