relatório de estágio
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1 INTRODUÇÃO
As características químicas das águas subterrâneas refletem os meios
por onde percorrem, guardando uma estreita relação com os tipos de rochas e com
os produtos das atividades humanas adquiridos ao longo de seu trajeto.
No laboratório químico da Indústria Carbonífera Rio Deserto, são
realizadas diversas análises em águas e efluentes coletados nas unidades de
extração e coqueria, com a finalidade de observar a química das águas e assim
tratá-las adequadamente.
Atividades realizadas:
- potencial hidrogeniônico;
- condutividade;
- cor;
- turbidez;
- sólidos totais e dissolvidos;
- resíduos sedimentáveis;
- sulfatos;
- acidez;
- cloro residual;
- cloretos;
- dureza total;
- óleos e graxas;
- demanda química de oxigênio (DQO).
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2 HISTÓRICO
2.1 HISTÓRICO DA INDÚSTRIA CARBONÍFERA RIO DESERTO LTDA
Criada em 1918 para a extração de carvão mineral, as Empresas Rio
Deserto têm hoje uma estrutura de 15 unidades produtivas, administrativas e de
pesquisa. Ao longo dos anos, a empresa diversificou suas atividades e hoje tem
negócios na indústria carbonífera, no cultivo de cítricos, florestamento e
reflorestamento, metalurgia, agronegócio, entre outras.
A Indústria Carbonífera Rio Deserto Ltda., empresa que deu origem ao
grupo, não foi apenas a pioneira na exploração do carvão mineral em escala
industrial na região, mas também a primeira a utilizar métodos mais modernos para
sua extração e beneficiamento, como o uso do minerador contínuo e do espessador
de lamelas. Atualmente, conta com um corpo funcional de técnicos e engenheiros
que desenvolvem boa parte dos equipamentos utilizados internamente nas diversas
empresas do grupo.
Localizada no Sul de Santa Catarina, as Empresas Rio Deserto têm em
sua história o empreendedorismo dos irmãos gêmeos João e Gabriel Zanette. À
frente da organização ainda encontra-se a família Zanette, hoje na 3ª geração. Foi à
coragem do Empresário João Zanette (falecido em 31 de Julho de 2007), aliada ao
conhecimento de parceiros e colaboradores, que impulsionou os rumos e o
desenvolvimento da empresa.
As Empresas Rio Deserto, pensando no mercado globalizado,
desenvolveu novas técnicas a fim de proporcionar aos produtos uma qualidade
assegurada a custos competitivos. É reconhecida pelo respeito às normas técnicas,
pelo tratamento correto que dispensa ao meio ambiente, pela importância que dá
aos seus clientes, colaboradores e pelo retorno social nas comunidades em que
atua.
Com cerca de 700 colaboradores, as Empresas Rio Deserto estão
presentes em pelo menos oito municípios catarinenses.
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2.2 HISTÓRICO DA DIVISÃO LABORATORIAL
Iniciou suas atividades em 16/11/1976, tendo por objetivo a preparação
de serviços na área laboratorial de análises químicas e físicas em geral, prestando
serviços para as Empresas Rio Deserto e para terceiros.
2.2.1 Serviços
É uma empresa voltada para a prestação de serviços às Empresas Rio
Deserto e a empresas de diversos seguimentos.
Dentre as atividades desempenhadas estão os serviços laboratoriais, que
possui mais de 100 métodos de ensaios implantados, englobando análises de
carvão, águas, efluentes e argilo minerais. Os ensaios são realizados tendo como
base normas brasileiras (ABNT, CETESB...) e normas estrangeiras (DIN, ASTM,
AWWA...).
2.2.2 Analises/ensaios
- Carvão.
- Águas potáveis e efluentes industriais.
- Argilos minerais.
- Pesquisa.
Figura 1 – Laboratório Químico Figura 2 – Capela de exaustão
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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO SETOR LABORATÓRIO QUÍMICO
3.1 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO
O pH designa um dos conceitos químicos mais interessantes pela
importância da suas inúmeras aplicações no dia-a-dia, sempre que é fundamental
ter em conta o caráter ácido ou alcalino de uma substância.
É no controle de qualidade da água e das suas soluções que o conceito
de pH tem uma das suas mais relevantes aplicações, em virtude da importância da
água na alimentação e na saúde dos humanos e animais, no ambiente, em diversas
indústrias químicas, biotecnológicas e farmacêuticas, na agricultura, piscicultura e
indústrias relacionadas, pois, em todos, a água é essencial para os processos
químicos ou biológicos neles existentes.
3.1.1 Fundamentos teóricos
O pH, conceito proposto pelo bioquímico dinamarquês Sören Peter Lauritz
Sörensen, em 1909, que significa potencial (p) hidrogeniônico (H), permite-nos
descrever o caráter ácido ou básico que predomina em meio aquoso, tendo em
conta o seu valor determinado numa escala de 0 a 14. Para a temperatura de 25°C,
em meio aquoso será ácido se tiver o pH menor que 7, básico se o pH for maior que
7, e neutro se o pH for igual a 7.
Matematicamente, o “p” equivale ao simétrico do logaritmo (cologaritmo)
de base 10 da atividade dos íons a que se refere. Para íons H+:
Sendo que aH+ representa a atividade em mol dm-3.
Em soluções diluídas (abaixo de 0,1 mol dm-3), os valores da atividade se
aproximam dos valores da concentração, permitindo que a equação anterior seja
escrita da seguinte forma:
pH = - log10 [aH+]
pH = - log10 [H+]
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Em termos práticos, nos casos das concentrações serem frações
decimais da unidade, podemos considerar como valor aproximado do pH o número
de casas decimais do número de mols de H+ por litro da solução. Assim, teremos:
Mols de H+ por litro de solução pH
0, 0000000001 10
0, 00000001 8
0, 0000001 7
0, 000001 6
0,01 2
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É possível observar que uma solução com pH 6 é 10 vezes mais ácida do
que uma solução com pH 7 (neutra) e 100 vezes mais do que uma solução alcalina
com pH 8.
3.1.2 Medidor de pH
O pH pode ser determinado usando um medidor de pH, também chamado
de pHmetro, que consiste em um eletrodo conectado a um potenciômetro. O
medidor de pH é um milivoltímetro com uma escala que converte o valor de
potencial do eletrodo em unidades de pH. Este tipo de eletrodo é conhecido como
eletrodo de vidro, que na verdade, é um eletrodo do tipo “íon seletivo” (Figura 1).
Para a maioria dos instrumentos existem dois controles importantes:
- o controle de desvio lateral (intercept) usado para corrigir desvios laterais da curva
potencial do eletrodo de pH em função do pH, com relação ao ponto isopotencial
(Figura 2). A calibração do instrumento com uma solução tampão de pH 7 é uma
aplicação prática de correção de desvio lateral;
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- o controle de inclinação (slopc) usado para corrigir desvios de inclinação, devidos,
por exemplo, à influência da temperatura, promove uma rotação da curvatura do
eletrodo em torno do ponto isopotencial (pH = 7 e E = 0). Na prática, para evitar a
inclinação da curva, para uma dada temperatura, calibrar o eletrodo com a solução
tampão de pH = 7 (correção do desvio lateral) e, em seguida, com o auxílio de outro
tampão, preferencialmente a de pH = 4, promover o ajuste da inclinação.
Os ajustes dos desvios lateral e de inclinação utilizando soluções
tampões padrões constituem os procedimentos básicos de calibração instrumental
para a determinação de pH.
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Figura 5 - pHmetro
3.1.3 Erros na medida do pH
Há vários tipos de erros que podem ocorrer nas medidas do pH
ocasionados por diversos fatores, entre eles, destacam-se:
- Erros dos padrões de calibração: Uma medida de pH não pode apresentar uma
precisão maior que aquela dos padrões de referência disponíveis, apresentando
erros da ordem de ± 0,01 unidades de pH;
- Erro do potencial de junção: Há um potencial de junção na membrana que separa o
meio interno do externo do eletrodo. Se a composição iônica entre estes diferentes
meios apresenta-se muito distante da composição da solução tampão padrão
utilizada na calibração do eletrodo, o potencial de junção é modificado, ocasionando
variações nas medidas de pH em torno de 0,01 unidades;
- Erro do deslocamento do potencial de junção: A grande maioria dos eletrodos
combinados possuem um eletrodo de referência de prata (cloreto de prata) que
contém, em seu interior, uma solução saturada de cloreto de potássio (KCl). Tendo
em vista a alta concentração de íons cloreto no interior do eletrodo, esta possibilita,
em contato com o eletrodo de prata, a formação de sais de prata. Na membrana
porosa de vidro do eletrodo, que separa as soluções interna e externa, a
concentração de íons cloreto é menor, o que favorece a precipitação do AgCl. Se a
solução do analito a ser medido conter um agente redutor, pode ocorrer ainda a
precipitação de Ag(s) na própria membrana. Estes efeitos modificam o potencial de
junção provocando um deslocamento lento do valor de pH no visor do instrumento
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durante um período grande de tempo. Tais erros podem ser corrigidos pela
calibração do eletrodo a cada 2 horas;
- Erro de sódio (erro alcalino): Quando a concentração de íons H+ é baixa e a
concentração de Na+ é alta, o eletrodo responde ao Na+ como se este fosse o H+ e o
pH medido torna-se menor que o pH verdadeiro;
- Erro ácido: Em ácidos fortes, o valor do pH medido torna-se maior que o pH
verdadeiro devido à saturação de íons H+ na superfície da membrana de vidro do
eletrodo. Isto ocorre devido à saturação dos sítios ativos da membrana de vidro do
eletrodo;
- Erro no tempo para atingir o equilíbrio: As medidas de pH geralmente são obtidas
após algum tempo de contato do eletrodo com a solução de interesse. Em uma
solução bem tamponada, sob agitação adequada, este tempo de espera fica em
torno de 30 segundos. Em uma solução mal tamponada necessita de um tempo
maior para atingir o equilíbrio;
- Erro de hidratação do vidro: Um eletrodo hidratado apresenta uma resposta
adequada às variações de pH, enquanto que um eletrodo seco, necessita ser
hidratado por várias horas antes de ser realizada uma medida;
- Erro de temperatura: As medições de pH necessariamente devem ser realizadas
na mesma temperatura em que ocorreu sua calibração.
3.2 CONDUTIVIDADE
A medição da condutividade é um procedimento muito sensível para a
medição de concentrações iônicas, mas deve ser usada com cautela, pois qualquer
substância com carga elétrica presente em uma solução, contribuirá para a
condutância total.
3.2.1 Fundamentos teóricos
A condutividade elétrica é a capacidade que a água possui de conduzir
corrente elétrica. Este parâmetro está relacionado com a presença de íons
dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente. Em águas
continentais, os íons diretamente responsáveis pelos valores da condutividade são,
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entre outros, o cálcio, o magnésio, o potássio, o sódio, carbonatos, carbonetos,
sulfatos e cloretos. O parâmetro condutividade elétrica não determina,
especificamente, quais os íons que estão presentes em determinada amostra de
água, mas pode contribuir para possíveis reconhecimentos de impactos ambientais
que ocorrem na bacia de drenagem ocasionados por lançamentos de resíduos
industriais, mineração, esgotos, etc.
A condutividade elétrica da água pode variar de acordo com a
temperatura e concentração total de substâncias ionizadas dissolvidas. Em águas
cujos valores de pH se localizam nas faixas extremas (pH>9 ou pH<5), os valores
de condutividade são devidos apenas às altas concentrações de poucos íons em
solução, dentre os quais os mais frequentes são o H+ e o OH-.
A condutividade depende de vários fatores:
- Da concentração global em espécies ionizadas: Quanto maior a quantidade de íons
em uma solução, maior será sua condutividade. Em geral, para soluções aquosas de
eletrólitos inorgânicos, observa-se um aumento quase linear da condutividade com o
aumento da concentração;
- Do tipo de íons: Quanto menor o íon, maior será sua mobilidade e, portanto, maior
sua condutividade. Também para diâmetro igual, íons bivalentes e trivalentes
conduzem mais que íons monovalentes;
- Da natureza do solvente: Solventes polares (água, amônia, álcool metílico, etc.)
exaltam a ionização das substâncias dissolvidas e, portanto, favorecem a
condutividade;
- Das interações entre o solvente e os íons dissolvidos: Um solvente muito polar,
como a água pode ser visualizado como um conjunto de dipolos elétricos em
permanente movimento caótico. A tendência dos dipolos associarem-se com íons é
maior quanto menor forem os íons, tornando-se pouco condutores;
- Da temperatura: A condutividade elétrica aumenta com a temperatura. De modo
geral esse efeito é devido ao fato de que a mobilidade individual dos íons aumenta
com a temperatura e que a viscosidade do solvente diminui.
A determinação da condutividade pode ser feita através do método
eletrométrico, utilizando-se para isso um condutivímetro. No SIU, adotado pelo
Brasil, a unidade de condutância é o microsiemens por centímetro (μS/cm).
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Figura 6 - Condutivímetro
3.3 COR
3.3.1 Fundamentos teóricos
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de
parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos,
principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. Quando pura, e
em grandes volumes, a água é azulada. Quando é rica em ferro, é arroxeada.
Quando rica em manganês, é negra e, quando rica em ácidos húmicos, é
amarelada.
Figura 7 – Kit Aquaquant 14421 – MERCK (1) Figura 8 – Kit Aquaquant 14421 – MERCK (2)
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3.3.2 Cor real e cor aparente
Na determinação da cor, a turbidez da amostra causa interferência,
absorvendo também parte da radiação eletromagnética. Esta coloração é dita
aparente, pois é como o ser humano a vê, mas é, na verdade, em parte resultado da
reflexão e dispersão da luz nas partículas em suspensão. A diferenciação entre a cor
verdadeira e a cor aparente, que é incrementada pela turbidez, é dada pelo tamanho
das partículas, isto é, pode ser generalizado que partículas com diâmetro superior a
1,2 mm causam turbidez, já que partículas coloidais e dissolvidas causam cor.
3.3.3 Remoção de cor
Os métodos tradicionais de remoção de cor de águas para abastecimento
público e residuárias industriais são à base de coagulação e floculação.
3.4 TURBIDEZ
3.4.1 Fundamentos teóricos
Turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade
que um feixe de luz sofre ao atravessá-la, decorrente da presença de substâncias
em suspensão, ou seja, sólidos suspensos, finamente divididos em estado coloidal
ou organismos microscópicos.
O tamanho das partículas em suspensão varia desde grosseiro ao
colóide, dependendo do grau de turbulência. A presença destas partículas provoca a
dispersão e a absorção da luz, deixando a água com aparência nebulosa,
esteticamente indesejável e potencialmente perigosa.
A turbidez é medida através do turbidímetro, comparando-se o
espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de
um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o
espalhamento maior será a turbidez. Os valores são expressos em Unidade
Nefelométrica de Turbidez (NTU).
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Figura 9 – Kit do turbidímetro Figura 10 - Turbidímetro
3.4.2 Remoção da turbidez
A turbidez pode ser removida através de sedimentação simples,
utilizando-se decantadores, sendo também possível em alguns casos o emprego da
flotação por ar dissolvido. A filtração pode ser entendida como um processo
complementar aos anteriores, ou empregada diretamente em casos de águas de
baixa cor e turbidez.
3.4.3 Consequências da turbidez
A turbidez, alem de reduzir a penetração da luz solar na coluna d’água,
prejudicando a fotossíntese das algas e plantas aquáticas submersas, pode recobrir
os ovos dos peixes e os invertebrados bênticos (que vivem no fundo). Os
sedimentos em suspensão podem carrear nutrientes e pesticidas, obstruindo as
guelras dos peixes, e até interferir na habilidade do peixe em se alimentar e se
defender dos seus predadores. As partículas em suspensão localizadas próximo à
superfície podem absorver calor adicional da luz solar, aumentando a temperatura
da camada superficial da água.
3.5 SÓLIDOS TOTAIS E DISSOLVIDOS
3.5.1 Fundamentos teóricos
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Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que
permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a
uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as
operações de secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas
frações de sólidos presentes na água. Os métodos empregados para a
determinação de sólidos são gravimétricos (utilizando-se balança analítica ou de
precisão).
Nos estudos de controle de poluição das águas naturais e principalmente
nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais, as
determinações dos níveis de concentração das diversas frações de sólidos resultam
em um quadro geral da distribuição das partículas com relação ao tamanho e com
relação à natureza.
3.5.2 Definição de sólidos totais e dissolvidos
- Sólidos totais (ST): Resíduo que resta na cápsula após a evaporação e secagem
de uma porção de amostra, em estufa a 110 ± 10°C até peso constante.
- Sólidos dissolvidos (SD): Resíduo que resta na cápsula após a evaporação e
secagem de uma porção de amostra filtrada, em filtro de faixa lenta, em estufa a 110
± 10°C até peso constante.
3.5.3 Remoção de sólidos
Prevalecem a remoção por sedimentação simples. Os sólidos menores,
são removíveis por sedimentação, desde que precedida de processo de coagulação
e floculação. Podem ser utilizados também filtros de areia ou filtros de camada dupla
de areia e carvão.
3.6 RESIDUOS SEDIMENTÁVEIS
3.6.1 Fundamentos teóricos
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O resíduo sedimentável é constituído daquele material em suspensão de
maior tamanho e de densidade maior que a da água, que se deposita quando o
sistema está em repouso.
O resíduo sedimentável é um dado importante na verificação da
necessidade e no dimensionamento de unidades de sedimentação no tratamento de
águas residuárias, serve para determinação da eficiência da sedimentação, e
permite a revisão do comportamento de despejos ao atingirem um curso d’água.
O método usualmente empregado para a medição do resíduo
sedimentável é o volumétrico de Cone de Imhoff, podendo também ser medido em
peso.
Figura 11 – Cone de Imhoff
3.7 SULFATOS
3.7.1 Fundamentos teóricos
O íon sulfato é muito comum nas águas naturais. Nas águas de
abastecimento público é importante porque quando presente em quantidade elevada
tem efeito laxativo sobre as pessoas. Por isso, o limite superior recomendado para
águas potáveis é de cerca de 250 ppm.
O sulfato em águas residuárias é responsável, indiretamente, por
problemas de odor e corrosão, devido à formação de gás sulfídrico, pela sua
redução por bactérias em condições anaeróbicas.
Os métodos usualmente empregados para a determinação de sulfato são
o gravimétrico e o turbidimétrico, embora sejam também utilizados os métodos
volumétrico e espectrofotométrico.
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Figura 12 - Espectrofotômetro
3.8 ACIDEZ
3.8.1 Fundamentos teóricos
Acidez total representa o teor de dióxido de carbono livre, de ácidos
minerais, de ácidos orgânicos e sais ácidos fortes, os quais na hidrolise produzem
íons de hidrogênio para a solução.
As águas naturais, em geral, tem uma reação alcalina, porém, acidez não
é necessariamente indesejável. A importância da determinação da acidez se prende
ao fato de que sua variação brusca pode caracterizar o lançamento de algum
resíduo industrial.
O gás carbônico será o responsável pela acidez das águas naturais. Já a
acidez mineral e a acidez orgânica são resultantes de resíduos industriais. A acidez
apresenta como inconveniente a corrosividade, em função deste fato, ressalta-se
que uma água utilizada na indústria deva apresentar um pH acima de 8,3, pois
acima deste pH não existe mais gás carbônico, reduzindo sua agressividade.
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Figura 13 – Titulação de acidez (1) Figura 14 – Titulação de acidez (2)
3.9 CLORO RESIDUAL
3.9.1 Fundamentos teóricos
- Cloro Residual Total: É a quantidade de cloro presente na água em um período
subsequente à adição de cloro. Compreende cloro residual livre mais cloro residual
combinado.
- Cloro Residual Livre: Consiste em íons hipoclorito (ClO-), ácido hipocloroso (HClO),
ou a combinação de ambas as formas.
- Cloro Residual Combinado: Consiste no cloro combinado com amônio, nitrogênio
ou outros compostos.
Conhecer o teor de cloro ativo após a definição (cloração) da água
permite garantir a qualidade microbiológica da água, ou seja, se ela está em
condições de uso.
Figura 15 – Titulação de cloro residual (1) Figura 16 – Titulação de cloro residual (2)
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3.10 CLORETOS
3.10.1 Fundamentos teóricos
O cloreto ânion Cl- que se apresenta nas águas subterrâneas através de
solos e rochas. Nas águas superficiais são fontes importantes as descargas de
esgotos sanitários, sendo que cada pessoa expele através da urina cerca de 6g de
cloreto por dia, o que faz com que os esgotos apresentem concentrações de cloreto
que ultrapassam a 15mg/L. Diversos são os efluentes industriais que apresentam
concentrações de cloreto elevadas como os da indústria do petróleo, algumas
indústrias farmacêuticas, curtumes, etc. Nas regiões costeiras, através da chamada
intrusão da língua salina, são encontradas águas com níveis altos de cloreto. Nas
águas tratadas, a adição de cloro puro ou em solução leva a uma elevação do nível
de cloreto, resultante das reações de dissociação do cloro na água.
O cloreto interfere no tratamento anaeróbico de efluentes industriais,
constituindo-se igualmente em interessante campo de investigação cientifica. O
cloreto provoca corrosão em estruturas hidráulicas, como por exemplo, em
emissários submarinos para a disposição oceânica de esgotos sanitários, que por
isso tem sido construídos com polietileno de alta densidade (PEAD). Interferem na
determinação da DQO e embora esta interferência seja atenuada pela adição de
sulfato de mercúrio, as análises de DQO da água do mar não apresentam resultados
confiáveis. Interfere também na determinação de nitratos.
As águas naturais, em menor ou maior escala, contêm íons resultantes da
dissolução de minerais. Os íons cloretos são advindos da dissolução de sais. Um
aumento no teor de cloretos na água é indicador de uma possível poluição por
esgotos (através da excreção de cloreto pela urina) ou por despejos industriais, e
acelera os processos de corrosão em tubulações de aço e alumínio, alem de alterar
o sabor da água.
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Figura 17 – Titulação de cloretos (1) Figura 18 – Titulação de cloretos (2)
3.11 DUREZA TOTAL
3.11.1 Fundamentos teóricos
Dureza de uma água é a medida da sua capacidade de precipitar sabão,
isto é, nas águas que a possuem os sabões transformam-se em complexos
insolúveis, não formando espuma ate que o processo se esgote. É causada pela
presença de cálcio e magnésio, principalmente, alem de outros cátions como ferro,
manganês, estrôncio, zinco, alumínio, hidrogênio, etc., associados a ânions
carbonato (mais propriamente o bicarbonato, que é mais solúvel) e sulfato, alem de
outros ânions como nitrato, silicato e cloreto.
A água mole ou completamente abrandada, resultante de tratamentos de
abrandamento, é necessária para vários processos, incluindo: geração de energia,
impressão e revelação de fotos, fabricação de papel, e polpa e processamento de
alimentos e bebidas. A água contendo sais de dureza não espuma em presença de
uma solução de sabão, pois os sais formam precipitados com os ânions da solução
de sabão. Ainda não se demonstrou a existência de efeitos adversos ou benefícios
da dureza sobre a saúde humana, porém sabe-se que na vida aquática, uma boa
relação entre dureza e alcalinidade pode diminuir a toxicidade da amônia e do pH. O
cálcio é também necessário na formação e rompimento das ovas. Uma classificação
genérica que pode ser tomada como base para água bruta é a seguinte:
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Tabela 1 – Classificação de dureza total para água bruta
Dureza total (mg/L da CaCO3) Classificação< 15 Muito branda
De 15 a 50 BrandaDe 50 a 100 Moderadamente branda
De 100 a 200 Dura> 200 Muito dura
A dureza da água é composta de duas partes, a dureza temporária e a
dureza permanente. A dureza temporária é gerada pela presença de carbonatos e
bicarbonatos e pode ser eliminada por meio de fervura da água. A dureza
permanente é devida a cloretos, nitratos e sulfatos e não é suscetível à fervura.
A dureza total de uma amostra de água é a concentração total de cátions
bivalentes, principalmente de cálcio e magnésio, expressa em mg/L de CaCO3.
Exprime a dureza da água obtida pela soma das durezas de carbonatos (dureza
temporária) e de não-carbonatos (dureza permanente).
Figura 19 – Titulação de dureza total (1) Figura 20 – Titulação de dureza total (2)
3.12 ÓLEOS E GRAXAS
3.12.1 Fundamentos teóricos
Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal
ou animal. Estas substâncias geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres,
entre outros. Estes são extraídos da amostra acificada através de um solvente
orgânico. São raramente encontrados em águas naturais, normalmente oriundos de
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despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas
mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias publicas.
3.12.2 Importância nos estudos de controle da qualidade das águas
Nas águas naturais, os óleos e graxas acumulam-se nas superfícies,
podendo trazer sérios problemas ecológicos por dificultar as trocas gasosas que
ocorrem entre a massa liquida e a atmosfera, especialmente a de oxigênio.
Acumulam-se em praias e margens de rios, trazendo problemas estéticos e
ecológicos.
3.12.3 Remoção de óleos e graxas
Os processos mais simples utilizados para a remoção de óleos e graxas
são os separadores gravitacionais. Estes incluem as simples caixas de retenção de
gordura em que o óleo flutua por apresentar menor peso especifico que a água e é
retido entre anteparos, enquanto que a descarga do efluente tratado é feita pelo
fundo do tanque.
Partículas oleosas mais finas podem ser removidas empregando-se o
processo da flotação com o ar dissolvido (FAD).
3.13 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)
3.13.1 Fundamentos teóricos
Demanda química de oxigênio, DQO, é um parâmetro que diz respeito à
quantidade de oxigênio consumido por materiais e por substâncias orgânicas e
minerais, que se oxidam sob condições definidas. No caso de águas, o parâmetro
torna-se particularmente importante por estimar o potencial poluidor (no caso,
consumidor de oxigênio) de efluentes domésticos e industriais, assim como por
estimar o impacto dos mesmos sobre os ecossistemas aquáticos. Entretanto, pode
haver interferências se houver substâncias inorgânicas susceptíveis de serem
oxidadas (sulfetos, sulfitos, iodetos, entre outros).
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4 RESÍDUOS GERADOS
As Empresas Rio Deserto possui produção de lixo significante, produzido
em todas as unidades devido à interação dos funcionários e também relativo à
produção. No entanto, todo esse resíduo gerado é separado por lixeiras
identificadas, que seguem posteriormente a reciclagem.
Segue abaixo a tabela dos resíduos gerados de acordo com seu destino
final.
Tabela 2 – Resíduos Gerados e Destino Final
RESÍDUOS GERADOS DESTINO
PerfurocortanteLixeira de Resíduos de SaúdeVidros de Remédio
Infectante
Bateria para equipamentos, pilhasLixeira de Resíduos Perigosos: Pilhas e
baterias
Sobras de Amostras (Bentonitas /
Argilos / Solos em Geral)
Lixeira de Resíduos Não Perigosos:
(Bentonitas / Argilos / Solos em Geral)
Cd / Disquete / DVD / Fita VHS Lixeira de Resíduos Eletrônicos
Lâmpadas Lixeira de Resíduos Perigosos: Lâmpadas
Solução Básica Bombona de Resíduos Perigosos: Bases
Solução Ácida Bombona de Resíduos Perigosos: Ácidos
Solução de Sais Bombona de Resíduos Perigosos: Sais
Sobras Líquidas de AnálisesBombona de Resíduos Perigosos: Sobras
Líquidas de Análises
Sobras Líquidas de Análises de
Micotoxinas
Bombona de Resíduos Perigosos: Líquidos
de Análises de Micotoxinas
Embalagem Papel, Plástico, Ráfia e
Cloreto de Zinco
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Frascos de produtos químicos com
características: inflamável, corrosivo,
reativo, tóxico ou patogênico
Lixeira de Sólidos Contaminados:
Frascos de Produtos Químicos
Lodo de Fossa Séptica
Fossa Séptica e posterior recolhimento
por empresa desentupidora
Jornais, revistas, folhetos, caixas de
papelão, embalagens de papelLixeira de Papel
Potes de plástico, garrafas PET, sacos
plásticos, embalagens e sacolas Lixeira de Plástico
Latas de alumínio, latas de aço, pregos,
tampas, tubos de pastaLixeira de Metal
Garrafas, frascos, cacos de vidro Lixeira de Vidro
5 CONCLUSÃO
As análises físico-químicas, que são realizadas de acordo com as normas
da CONAMA, são de total importância para a empresa, pois assim é possível
minimizar os impactos ambientais, descartando seus efluentes tratados nos rios sem
afetá-los.
Os resíduos gerados, que são encaminhados para a coleta seletiva, é um
sinal de organização e responsabilidade da empresa com o meio ambiente, fazendo
com que esta tenha a qualificação da ISO 14001.
A experiência adquirida com as atividades desenvolvidas durante o
estágio e a convivência com os colegas de trabalho, contribuíram para meu
desenvolvimento e aprimoramento, tanto profissional quanto pessoal.
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REFERÊNCIAS
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