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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

I

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Santiago

15 de janeiro de 2018 a 14 de julho de 2018

Sara Nadais de Pinho Pereira Pinheiro

Orientador: Dra. Tânia Silva

Tutor FFUP: Prof. Dra. Helena Vasconcelos

Julho de 2018

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

II

Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente

noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros

autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da

atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências

bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a

prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 24 de julho de 2018

Sara Nadais de Pinho Pereira Pinheiro

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

III

“A primeira e principal responsabilidade do farmacêutico é para com a saúde e o

bem-estar do doente e do cidadão em geral, devendo privilegiar o bem-estar destes

em detrimento dos seus interesses pessoais ou comerciais e promover o direito de

acesso a um tratamento com qualidade, eficácia e segurança.”

Artigo 78º do Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos,

aprovado pelo Decreto-Lei n.º 131/2015, de 4 de setembro

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

IV

Resumo

A relação de proximidade e confiança que uma farmácia estabelece com cada

um dos seus utentes transforma o farmacêutico num parceiro a ter em conta no que diz

respeito ao bem-estar e à saúde. Desde logo, o farmacêutico é o profissional que

estabelece o primeiro contacto na cadeia de saúde.

O estágio de finalização do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas é a

Unidade Curricular que leva à integração no mercado de trabalho, permitindo a

formação necessária para um bom desempenho na futura prática farmacêutica. Nele,

todos os conhecimentos teóricos adquiridos até então são validados na prática.

O meu estágio curricular realizou-se durante seis meses, de 15 de janeiro a 14

de julho, na Farmácia Santiago, em Oliveira de Azeméis. Nele tive o privilégio de

contactar com uma equipa que me acompanhou ao longo de todo este percurso e

sempre se mostrou disponível para me ensinar.

Este relatório encontra-se dividido em duas partes. A primeira incide, entre

outras, sobre a caracterização da farmácia, as funções por mim desempenhadas e as

competências que tive oportunidade de adquirir. Já na segunda parte, numa

componente mais científica, encontram-se apresentados os projetos desenvolvidos na

farmácia. Estes foram escolhidos atendendo aos interesses desta e dos seus utentes.

Assim, foram explorados os temas “A alopecia androgenética”, “A proteção solar nas

crianças”, “Saúde do viajante” e “Rastreio de Infeções Virais na Farmácia Comunitária:

Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus da Hepatite C”.

No que diz respeito ao tema “A alopecia androgenética”, elaborei um folheto

informativo e fiz um vídeo temático que foi publicado no Facebook® da farmácia.

Também nesta rede social publiquei um outro vídeo sobre “A proteção solar nas

crianças” e, para além disso, fiz uma sessão informativa dirigida a estas. Relativamente

ao tópico “Saúde do viajante”, criei um folheto informativo e apresentei um caso clínico.

Dada a atualidade do tema “Rastreio de Infeções Virais na Farmácia Comunitária”,

decidi fazer uma formação interna na farmácia, na qual pude transmitir as informações

mais recentes sobre os testes a implementar na farmácia comunitária. Adicionalmente,

estive envolvida na criação e dinamização da rede social Facebook® da farmácia, onde

pude efetuar várias publicações.

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

V

Agradecimentos

Gostaria de deixar o meu profundo agradecimento a todos aqueles que me

acompanharam ao longo de todo o percurso académico e que permitiram a

concretização deste relatório:

A minha família, particularmente, a minha mãe, a minha irmã e o Rui; obrigada

por toda a ajuda, paciência e motivação.

Os meus amigos mais próximos da faculdade e fora dela; obrigada por estarem

sempre prontos para ajudar e pelo companheirismo.

A Prof. Dra. Salette Reis, a professora Marina Pinheiro, o Alexandre Vieira, a

Joana Magalhães e os restantes elementos do Laboratório de Química Aplicada;

obrigada por todas as oportunidades, disponibilidade, ensinamentos e conselhos.

Foram 4 anos inesquecíveis.

Toda a equipa excecional da Farmácia Santiago, realçando a Dra. Rosalina e a

Dra. Tânia; obrigada por todas as oportunidades e paciência. Sem a disponibilidade e

acompanhamento que sempre me dedicaram, não me teria sido possível evoluir. Levo

os vossos ensinamentos para o futuro. Obrigada por estes 6 meses.

A Prof. Dra. Helena Vasconcelos; obrigada por toda a disponibilidade e

orientação.

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

VI

Índice

Índice

Resumo............................................................................................................................ IV

Agradecimentos ................................................................................................................ V

Índice de Figuras ........................................................................................................... VIII

Índice de Anexos ........................................................................................................... VIII

Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos ....................................................................... XI

Parte I – Atividades desenvolvidas no estágio curricular .................................................1

1. Introdução ..............................................................................................................1

2. Caracterização da Farmácia Santiago ..................................................................1

2.1. Localização e enquadramento socioeconómico .......................................1

2.2. Horário de funcionamento e recursos humanos .......................................1

2.3. Espaço físico ..............................................................................................2

2.3.1. Espaço exterior ....................................................................................2

2.3.2. Espaço interior .....................................................................................2

3. Biblioteca e fontes de informação .........................................................................3

4. Gestão da farmácia ...............................................................................................4

4.1. Sistema informático ...................................................................................4

4.2. Gestão de stocks .......................................................................................4

4.3. Gestão de encomendas .............................................................................5

4.3.1. Realização de encomendas e fornecedores ......................................5

4.3.2. Receção e conferência de encomendas .............................................5

4.3.3. Gestão de devoluções .........................................................................6

4.3.4. Reserva de encomendas e produtos farmacêuticos ..........................7

4.3.5. Armazenamento e controlo de prazos de validade ............................7

5. Dispensa de medicamentos ..................................................................................8

5.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ................................................9

5.1.1. Receita médica ....................................................................................9

5.1.2. Regimes de comparticipação de medicamentos ..............................12

5.1.3. Regimes excecionais de comparticipação de medicamentos ..........12

5.1.4. Receituário e faturação .....................................................................12

5.2. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial ...............................13

5.2.1. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ...............................13

5.3. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica .......................................14

5.4. Dispensa de outros produtos de saúde ...................................................14

5.4.1. Produtos de cosmética, higiene corporal e artigos de puericultura .14

5.4.2. Suplementos alimentares ..................................................................15

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

VII

5.4.3. Medicamentos e produtos de uso veterinário ...................................15

5.4.4. Dispositivos médicos .........................................................................16

5.4.5. Medicamentos manipulados..............................................................16

6. Cuidados e serviços prestados na farmácia .......................................................17

6.1. Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos........................17

6.2. Administração de vacinas e injetáveis ....................................................17

6.3. Consultas de nutricionismo, podologia e aconselhamento

dermocosmético ......................................................................................18

6.4. VALORMED .............................................................................................18

7. Marketing farmacêutico .......................................................................................19

8. Formação complementar ....................................................................................19

Parte II – Projetos desenvolvidos no estágio curricular..................................................20

1. A alopecia androgenética ....................................................................................20

1.1. Introdução e contextualização .................................................................20

1.2. O cabelo ...................................................................................................20

1.2.1. Estrutura do cabelo ...........................................................................20

1.2.2. Ciclo de crescimento do cabelo ........................................................21

1.3. A patologia ...............................................................................................22

1.3.1. Áreas do couro cabeludo afetadas e diagnóstico .............................23

1.3.2. Etiologia .............................................................................................23

1.3.3. Alterações fisiológicas .......................................................................25

1.3.4. Tratamento ........................................................................................25

1.3.4.1. Tratamento farmacológico ...........................................................25

1.3.4.2. Tratamento não farmacológico ....................................................28

1.4. O papel do farmacêutico ..........................................................................28

2. A proteção solar nas crianças .............................................................................29

2.1. Introdução e contextualização .................................................................29

2.2. Diferenças entre a pele infantil e a pele adulta .......................................30

2.3. A radiação ultravioleta e os seus efeitos na pele ....................................31

2.4. Consequências da exposição solar na infância ......................................32

2.5. Medidas de proteção solar ......................................................................32

2.5.1. Protetor solar .....................................................................................33

2.5.1.1. Influência do protetor solar na vitamina D ...................................34

2.6. O papel do farmacêutico ..........................................................................34

2.7. Outra atividade dirigida a crianças – Passatempo “Dia da Criança” ......35

3. Divulgação da farmácia nas redes sociais..........................................................36

4. Saúde do viajante ................................................................................................36

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

VIII

4.1. Introdução e contextualização .................................................................36

4.2. O papel do farmacêutico ..........................................................................37

4.3. Caso clínico ..............................................................................................37

5. Rastreio das Infeções Virais na Farmácia Comunitária: Vírus da

Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus da Hepatite C .............38

5.1. Introdução e contextualização .................................................................38

5.2. O papel do farmacêutico ..........................................................................39

6. Outras atividades – Moldura do Dia da Mãe ......................................................40

7. Conclusões ..........................................................................................................40

8. Referências bibliográficas ...................................................................................41

Índice de Figuras

Figura 1. Representação esquemática do folículo piloso ...............................................21

Figura 2. Representação esquemática do ciclo de crescimento do cabelo ...................21

Figura 3. Representação esquemática das áreas do couro cabeludo afetadas pela AAG

.........................................................................................................................................23

Figura 4. Representação esquemática da miniaturização do folículo piloso mediada pela

DHT ..................................................................................................................................24

Figura 5. Representação esquemática do alcance dos raios UV nas diferentes camadas

da pele .............................................................................................................................31

Figura 6. Representação esquemática dos efeitos dos filtros físicos e químicos na

radiação solar ..................................................................................................................33

Índice de Anexos

Anexo I. Atividades desempenhadas na FS e respetiva calendarização ......................47

Anexo II. Vista exterior da FS..........................................................................................47

Anexo III. Totem da FS ...................................................................................................48

Anexo IV. Área de atendimento ao público da FS ..........................................................48

Anexo V. Exemplo de uma ficha de preparação (frente e verso) de um medicamento

manipulado feito na Farmácia Barreiros, no Porto .........................................................48

Anexo VI. Hora limite de pedido e hora prevista de chegada das encomendas de acordo

com cada grossista ..........................................................................................................49

Anexo VII. Linha “S.O.S.” de aquisição do medicamento Mysoline® (SERB, SAS) ......49

Anexo VIII. Regimes excecionais de comparticipação em farmácia comunitária ..........49

Anexo IX. Formações frequentadas durante o estágio ..................................................50

Anexo X. Certificados de algumas formações realizadas ..............................................51

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

IX

Anexo XI. Folheto informativo “Sofre de queda de cabelo? Venha conhecer a alopecia

androgenética!” (frente e verso) ......................................................................................53

Anexo XII. Exemplos de produtos usados no tratamento e como adjuvantes deste,

disponíveis nas farmácias ...............................................................................................54

Anexo XIII. Sessão informativa na FS, intitulada “O Sol e a Proteção Solar”, destinada a

crianças do primeiro ciclo ................................................................................................55

Anexo XIV. Diapositivos apresentados na sessão informativa ......................................55

Anexo XV. Brindes oferecidos às crianças após a sessão informativa .........................57

Anexo XVI. Desenhos do passatempo “Dia da Criança”, prémios e um dos vencedores

.........................................................................................................................................57

Anexo XVII. Publicações efetuadas na página da FS na rede social Facebook® .........57

Anexo XVIII. Publicação “5 coisas que deve saber sobre o Sarampo”..........................59

Anexo XIX. Publicação “Ainda não conhece os novos sacos Ecomed?” ......................59

Anexo XX. Publicação “A Farmácia Santiago deseja uma Páscoa Feliz!” ....................59

Anexo XXI. Publicação “Dia Mundial da Saúde” ............................................................59

Anexo XXII. Publicação “Dia Mundial da Doença de Parkinson” ...................................60

Anexo XXIII. Publicação “Deficiência de selénio em Portugal” ......................................60

Anexo XXIV. Publicação “Semana Mundial da Vacinação” ...........................................60

Anexo XXV. Publicação “O que sabe sobre benzodiazepinas e o seu abuso” .............60

Anexo XXVI. Publicação “Feliz Dia da Mãe!” .................................................................61

Anexo XXVII. Publicação “Acne Inflamatório” ................................................................61

Anexo XXVIII. Publicação “Passatempo Dia da Criança” ..............................................61

Anexo XXIX. Publicação “Dia Mundial da Hipertensão” .................................................61

Anexo XXX. Publicação “Dia Nacional de Luta contra a Obesidade” ............................62

Anexo XXXI. Publicação “Feliz Dia da Criança!” ............................................................62

Anexo XXXII. Publicação “O Sol e a Proteção Solar” – vídeo .......................................62

Anexo XXXIII. Publicação “Dia Mundial do Ambiente” ...................................................62

Anexo XXXIV. Publicação “4 Dicas Essenciais para uma Pele Saudável” ....................63

Anexo XXXV. Publicação “Vai viajar e não sabe o que levar?” .....................................63

Anexo XXXVI. Publicação “Exemplos de medicamentos que implicam maiores cuidados

de proteção solar” ............................................................................................................63

Anexo XXXVII. Publicação “Alopecia Androgenética: Sofre de queda de cabelo?” – vídeo

.........................................................................................................................................63

Anexo XXXVIII. Folheto Informativo “Vai viajar e não sabe o que levar?” (frente e verso)

.........................................................................................................................................64

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

X

Anexo XXXIX. Formação interna na FS, intitulada “Rastreio de Infeções Virais na

Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus

da Hepatite C”..................................................................................................................65

Anexo XL. Diapositivos apresentados na formação interna “Rastreio de Infeções Virais

na Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e

Vírus da Hepatite C”, na FS ............................................................................................65

Anexo XLI. Moldura do Dia da Mãe ................................................................................67

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XI

Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos

AAG – Alopecia androgenética

AIM – Autorização de Introdução no Mercado

ANF – Associação Nacional de Farmácias

CEDIME – Centro de Documentação e Informação de Medicamentos

CNP – Código Nacional Português

CNPEM – Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos

DCI – Denominação Comum Internacional

DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária

DHT – 5-α-dihidrotestosterona

FDA – Food and Drug Administration

FEFO – First expired, first out

FIFO – First in, first out

FS – Farmácia Santiago

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos I.P.

MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MNSRM-EF – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Dispensa Exclusiva

de Farmácia

MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

MSRME – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial

OF – Ordem dos Farmacêuticos

ONUSIDA – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH e SIDA

PVF – Preço de Venda à Farmácia

PVP – Preço de Venda ao Público

RCM – Resumo das Características do Medicamento

SAMS – Serviço de Assistência Médico-Social

SI – Sistema informático

SNS – Sistema Nacional de Saúde

SPF – Sun Protection Factor

UV – Ultravioleta

VHB – Vírus da Hepatite B

VHC – Vírus da Hepatite C

VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

1

PARTE I – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO CURRICULAR

1. INTRODUÇÃO

O farmacêutico comunitário tem um papel fundamental a desempenhar no

entendimento das necessidades do indivíduo e da sociedade. É o profissional de saúde

mais acessível, com conhecimentos amplos e que, com a sua intervenção, contribui

para melhorar a qualidade de vida dos utentes. A prática profissional do farmacêutico,

enquanto especialista do medicamento, é orientada para o objetivo de alcançar o

máximo benefício possível em termos de saúde.

Após quatro anos e meio de formação académica, maioritariamente teórica, o

estágio veio permitir a aplicação de todos os conhecimentos e o tão esperado contacto

com o mercado de trabalho.

O meu estágio curricular de finalização do Mestrado Integrado em Ciências

Farmacêuticas decorreu ao longo de seis meses na Farmácia Santiago (FS), sob a

orientação da Dra. Tânia Silva. Neste relatório, encontra-se a descrição de todas as

atividades desempenhadas (Anexo I) e os projetos desenvolvidos durante este período

de extrema aprendizagem.

2. CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA SANTIAGO

2.1. LOCALIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO SOCIOECONÓMICO

A FS encontra-se localizada na Rua Tomás Figueiredo Araújo Costa, Bloco A –

r/c – Pereira, 3720-515, em Santiago de Riba-Ul, Oliveira de Azeméis. A farmácia,

apesar de não se encontrar no centro da cidade, tem uma localização privilegiada por

estar próxima de uma grande zona industrial e de áreas comerciais. O facto de ter um

fácil acesso, de se encontrar num edifício residencial, com uma boa área de

estacionamento gratuita, faz com seja muito procurada durante todos os momentos do

dia. A FS é frequentada por uma população muito diversificada, de todos os sexos,

faixas etárias e níveis socioeconómicos. A propriedade e a direção técnica da farmácia

estão, desde a sua abertura a 18 de junho de 2004, a cargo da Dra. Rosalina Paula

Teixeira da Silva.

2.2. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS

A FS encontra-se aberta ao público de segunda a sexta-feira das 9h às 21h e

aos sábados das 9h às 19h. Não dispõe de serviço de atendimento permanente 24h e

fecha aos domingos e feriados. Contudo, dispõe de um regime de disponibilidade, isto

é, existe sempre um farmacêutico ou um auxiliar habilitado disponível para atender o

público, em casos de urgência [1].

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

2

De acordo com o descrito no Decreto-Lei n.º 75/2016, de 8 de novembro, o

quadro farmacêutico deverá contemplar pelo menos um diretor técnico e outro

farmacêutico, devendo os trabalhadores ser maioritariamente farmacêuticos. Estes

podem ainda ter o auxílio de técnicos de farmácia ou outro pessoal, desde que possuam

habilitações profissionais estipuladas pela Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos I.P. (INFARMED) [2]. A equipa da FS é constituída por quatro farmacêuticos,

três técnicos de farmácia e uma auxiliar.

2.3. ESPAÇO FÍSICO

2.3.1. ESPAÇO EXTERIOR

A FS encontra-se localizada no rés-do-chão de um edifício habitado. A parte

exterior é toda envidraçada tendo, por isso, uma grande montra, habitualmente

preenchida com cartazes publicitários ou promocionais (Anexo II). Na porta de entrada

da farmácia encontra-se indicado o horário de funcionamento, a direção técnica, um

contacto telefónico para situações de emergência e, na parte de cima, existe um dístico

com a inscrição “Farmácia Santiago”. Em frente à porta de entrada existe um grande

totem, na berma da estrada, com uma cruz verde iluminada (Anexo III). Este exibe

também o horário de funcionamento da farmácia.

2.3.2. ESPAÇO INTERIOR

A Deliberação n.º 1502/2014, de 3 de julho, indica que uma farmácia deve ter na

sua constituição, no mínimo, uma sala de atendimento ao público, um gabinete

personalizado exclusivamente para prestação de serviços, um armazém, um laboratório

e instalações sanitárias [3]. Desta forma, a FS cumpre o referido anteriormente,

apresentando um amplo espaço, com uma área de atendimento ao público, dois

gabinetes (um para a medição de parâmetros bioquímicos e fisiológicos; outro para a

administração de injetáveis e prestação de outros serviços), um escritório da direção

técnica, uma área de armazenamento, um laboratório e uma casa de banho.

a) ÁREA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO

A área de atendimento ao público é ampla, constituída por quatro postos de

atendimento, cada um com um computador (Anexo IV). Existe uma máquina CashGuard

que é utilizada por todas as pessoas que fazem o atendimento ao balcão. Esta faz o

registo dos pagamentos por multibanco e dinheiro. Neste último caso, armazena-o e, se

necessário, faz o troco. No final de cada dia, confirma-se se os valores em caixa

coincidem com os valores das vendas.

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

3

A entrada na farmácia é restrita, havendo um sensor acoplado a uma campainha

que emite um sinal sonoro à passagem dos utentes. Sendo assim, as entradas e as

saídas são controladas pela equipa da farmácia. À entrada existe um contentor da

VALORMED, uma balança e na zona de espera encontram-se cadeiras de apoio e

vários expositores de produtos.

b) GABINETES DE ATENDIMENTO PERSONALIZADO

Existem dois gabinetes de atendimento personalizado. No gabinete de boas

práticas são feitos os testes bioquímicos e fisiológicos, sendo que existe uma mesa e

duas cadeiras de apoio com os materiais necessários para tal. No outro gabinete, de

maiores dimensões, encontra-se uma maca e todo o material necessário para a

administração de injetáveis. Neste local são também efetuadas as consultas de

nutricionismo, podologia e aconselhamento dermocosmético.

c) ESCRITÓRIO DA DIREÇÃO TÉCNICA

O escritório é uma área para uso restrito da proprietária e diretora técnica da

farmácia. Neste local são resolvidos variados assuntos da farmácia, incluindo a

verificação do receituário, e são recebidos os delegados de propaganda médica e outro

pessoal relacionado com a área.

d) ÁREA DE ARMAZENAMENTO

A área de armazenamento é a maior área da farmácia, onde se localizam os

medicamentos e o frigorífico, destinado ao armazenamento dos medicamentos que têm

de ser conservados no frio. Nesta área existe também um local destinado ao

armazenamento de reservas dos clientes e outro à receção de encomendas. Neste

último local, existe um computador para auxiliar a gestão de encomendas, tanto os

pedidos como a receção das mesmas.

e) LABORATÓRIO

O laboratório é um espaço pequeno onde, atualmente, não são feitos quaisquer

medicamentos manipulados. Sempre que haja um pedido, faz-se a encomenda à

Farmácia Barreiros, no Porto. Quando o medicamento chega à FS vem acompanhado

da sua ficha de preparação (Anexo V), que é arquivada numa capa destinada para tal.

3. BIBLIOTECA E FONTES DE INFORMAÇÃO

A atualização de conhecimentos recorrendo às diversas fontes de informação e

a consulta destas com regularidade é essencial para prestar serviços e

aconselhamentos adequados. Por isso, a FS dispõe para consulta, no escritório da

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

4

direção técnica, todos os documentos, protocolos e bibliografias essenciais, tais como

a Farmacopeia Portuguesa, o Prontuário Terapêutico, as Boas Práticas Farmacêuticas

para a Farmácia Comunitária, entre outras. Contudo, nos dias de hoje, estas fontes em

papel tornam-se insuficientes e morosas, pelo que a maior parte das vezes se acede a

fontes fidedignas online, como o Infomed (base de dados de medicamentos da

responsabilidade do INFARMED) ou à informação científica disponível no sistema

informático (SI). Durante o estágio recorri, maioritariamente, ao Prontuário Terapêutico

e, durante os atendimentos ao público que efetuei, sempre que necessitei de obter

informação com rapidez, acedi às duas ferramentas online referidas. Também recorri ao

Centro de Documentação e Informação de Medicamentos (CEDIME) para obter um

parecer sobre o assunto referido na Parte II, no ponto 4.3.

4. GESTÃO DA FARMÁCIA

4.1. SISTEMA INFORMÁTICO

O SI é fulcral para o funcionamento da farmácia, pois é este que permite fazer

toda a gestão. A FS utiliza o SI 4DigitalCare®, um sistema bastante fácil de utilizar e,

sobretudo, intuitivo. Na farmácia, o acesso a este só é permitido após o preenchimento

do código e password, exclusiva de cada utilizador.

Este sistema apresenta diversas funcionalidades: no atendimento ao público

permite aceder a informações de qualquer produto, tais como indicações terapêuticas,

posologia, efeitos adversos, interações medicamentosas e alimentares, disponibilidade

nos fornecedores e permite aceder ao folheto informativo e ao Resumo das

Características do Medicamento (RCM). Possibilita também criar ou aceder à ficha de

utente, consultar o histórico de vendas, definir planos de comparticipação aquando da

dispensa de receituário, fazer vendas diretas ou suspensas e registar créditos. No que

diz respeito à gestão da farmácia, permite consultar stocks, vendas, faturas, rececionar,

regularizar e devolver encomendas e controlar prazos de validade.

4.2. GESTÃO DE STOCKS

É essencial que haja uma boa gestão de stocks, de forma a que a farmácia

funcione adequadamente. É a partir desta gestão que se evita a acumulação de

produtos com validade expirada ou a expirar. Também é importante garantir que nunca

haja rutura de stocks pois, para além de outros aspetos, prejudica a fidelidade dos

utentes. Desta forma, sempre que se gera uma nova ficha de um produto define-se um

número mínimo e máximo de embalagens, tendo por base as vendas nos últimos

meses, o valor de venda ao público (se for o caso) e o fornecedor para onde se pretende

encomendar, após a consulta de preços de cada um. Os parâmetros referidos podem

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ser modificados de acordo com as necessidades e interesses da farmácia num dado

momento.

4.3. GESTÃO DE ENCOMENDAS

4.3.1. REALIZAÇÃO DE ENCOMENDAS E FORNECEDORES

As encomendas de medicamentos e produtos de saúde são feitas a

fornecedores que acompanham as necessidades da farmácia. A FS trabalha

diariamente com quatro empresas que exercem a atividade grossista no circuito do

medicamento: Plural – Cooperativa Farmacêutica, CRL®, Botelho & Rodrigues, Lda®,

Empifarma – Produtos Farmacêuticos, S.A® e Cooprofar Farmácia – Cooperativa dos

Proprietários de Farmácia®. Desta forma, as encomendas são efetuadas de acordo com

horários estipulados (Anexo VI). Acrescenta-se que também são feitas,

esporadicamente, encomendas diretas a laboratórios, normalmente quando se

justificam as condições de negociação.

Ainda sobre as encomendas, existem duas modalidades utilizadas em casos

específicos: a encomenda instantânea e a encomenda por via verde. As instantâneas

são realizadas quando, num dado momento, não existe o medicamento ou o produto

necessário na farmácia. Consulta-se os fornecedores e escolhe-se o que traga maior

vantagem quer em termos de preço, quer de horário de entrega. As encomendas por

via verde são feitas utilizando os códigos das receitas dos utentes. Esta modalidade é

exclusiva de certos medicamentos, onde se incluem Forxiga® (AstraZeneca AB),

Eliquis® (Bristol-Myers Squibb/Pfizer EEIG), Pradaxa® (Boehringer Ingelheim

International GmbH), Lovenox® (Sanofi – Produtos Farmacêuticos, Lda.), Spiriva®

(Boehringer Ingelheim International GmbH) e Mysoline® (SERB, SAS). O medicamento

Mysoline® (SERB, SAS) muitas vezes tem de ser pedido diretamente ao laboratório por

uma linha “S.O.S.”, preenchendo a folha apresentada no Anexo VII.

4.3.2. RECEÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS

As encomendas diárias feitas às distribuidoras apresentam-se em contentores

devidamente identificados com o nome da farmácia e o número da encomenda. Os

produtos que necessitam de ser armazenados no frio merecem uma especial atenção

e, por isso, são transportados em contentores próprios. Os contentores vêm sempre

acompanhados no seu interior pela respetiva fatura, um original e um duplicado. Na

fatura encontra-se descrito o nome da farmácia, o número da fatura, a designação do

medicamento/produto, a dose, a forma farmacêutica, o lote, o Código Nacional

Português (CNP), a quantidade encomendada e a enviada, o Preço de Venda ao Público

(PVP), o Preço de Venda à Farmácia (PVF), o número total de unidades enviadas, o

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preço total, a taxa de IVA e, se for o caso, bonificações e descontos. Acrescenta-se que

algumas faturas apresentam também uma lista dos produtos não fornecidos.

O registo da receção das encomendas é feito na secção “gestão de

encomendas” do SI, selecionando a encomenda a rececionar. Faz-se a leitura ótica dos

produtos através do seu código de barras e verifica-se o PVP, o PVF e o prazo de

validade. Quando se está na presença de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

(MNSRM), o PVP é calculado de acordo com o PVF e a margem de lucro estipulada

pela farmácia. Caso haja alteração de preço de algum dos referidos produtos, tem de

haver remarcação do PVP de todos os que existem em stock. No final, confirma-se o

número total de unidades e o valor total e, se estiver tudo concordante, fecha-se a

encomenda, colocando o número da fatura. No caso de haver reservas, o SI mostra um

aviso aquando da passagem do produto na leitura ótica e escolhe-se a opção

“satisfazer”. Nesse momento, é impresso automaticamente um talão com o nome do

utente, o nome e a quantidade do produto reservado e se este está pago ou não. Dá-se

também a indicação da impressão das etiquetas dos produtos não marcados. No caso

de haver inconformidades nas faturas, estas são informadas aos fornecedores por

telefone e por escrito. No final da receção da encomenda, as faturas são arquivadas

numa gaveta destinada para o efeito e os produtos rececionados já podem ser

armazenados.

Os estupefacientes, psicotrópicos e as benzodiazepinas merecem uma atenção

acrescida. Estes produtos de maior controlo são acompanhados por guias de requisição,

que vêm anexados no contentor que contém o(s) produto(s). Estes guias são arquivados

durante 3 anos.

A receção de encomendas mostrou ser um ato de extrema importância na

aprendizagem ao longo do estágio, pois possibilitou um grande contacto com os

medicamentos e produtos disponíveis na farmácia. Assim, permitiu aumentar o

conhecimento relativo aos nomes comerciais, às dosagens e formas farmacêuticas.

4.3.3. GESTÃO DE DEVOLUÇÕES

Atualmente, os fornecedores e os laboratórios permitem a devolução de

medicamentos e produtos de saúde, ação esta bastante vantajosa para a farmácia.

Desta forma, estão estabelecidas situações em que podem ser feitas devoluções:

alterações de preço ou preço errado; erro no pedido ou na encomenda; encomenda não

pedida ou encomenda repetida; produtos com prazo de validade a expirar ou reduzido;

produtos que apresentem a embalagem danificada (primária ou secundária), incompleta

ou vazia e medicamentos referenciados nas circulares do INFARMED. Assim, quando

estamos na presença de um dos casos apresentados, coloca-se o produto no contentor

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da respetiva distribuidora e dois papeis (original e duplicado) emitidos pelo SI com a

indicação do número de registo nas finanças e o motivo da devolução. Um terceiro

exemplar é também impresso e arquivado na farmácia numa gaveta destinada para

esse efeito. O contentor onde é armazenado o produto a devolver é fechado, colocando-

se na sua tampa uma folha com a inscrição: “contém devolução”. Caso a devolução seja

aceite, é emitida uma nota de crédito à farmácia. Nas situações de devolução por prazo,

os fornecedores podem fazer a troca por um produto igual com prazo alargado. Se

houver uma resposta negativa, o produto retorna à farmácia e dá-se a sua “quebra” no

stock. Neste último caso, a farmácia é obrigada a assumir o prejuízo.

Durante o estágio tive a oportunidade de fazer a devolução de alguns produtos

e medicamentos. No início do mês de julho, o INFARMED emitiu uma circular

informativa, pedindo a recolha de alguns medicamentos contendo a substância ativa

Valsartan [4]. De acordo com a lista disponibilizada, verifiquei os stocks e os lotes

desses medicamentos existentes na farmácia. Retirei-os das gavetas e das prateleiras

e fiz a devolução para o respetivo fornecedor, selecionando no SI o motivo “Recolha por

ordem do INFARMED”.

4.3.4. RESERVA DE ENCOMENDAS E PRODUTOS FARMACÊUTICOS

As reservas de medicamentos e/ou produtos são importantes para a farmácia,

pois garantem uma venda e estabelecem uma relação de confiança com o utente. Estas

são efetuadas quando a farmácia não possui o produto que o utente necessita. Caso

haja necessidade de verificar a disponibilidade do produto nos fornecedores, consultam-

se os gadgets do SI. De seguida, faz-se a encomenda e a respetiva reserva e informa-

se o utente do dia e da hora aproximada a que o produto poderá ser levantado. Se o

utente desejar, pode deixar o seu contacto e a farmácia avisa-o por chamada ou por

mensagem aquando da chegada do produto. Fica a cargo do utente se pretende deixar

o produto pago ou não. Quando o produto chega à farmácia, este é guardado

acompanhado do talão de reserva no local designado para o efeito. Na altura do

levantamento, é obrigatório verificar se a reserva é a correta e se esta se encontra paga.

4.3.5. ARMAZENAMENTO E CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE

Após a finalização da receção das encomendas, faz-se o armazenamento dos

produtos, procedimento este que quando efetuado corretamente permite poupar tempo

no atendimento ao balcão. O adequado armazenamento garante a qualidade e a

eficácia do medicamento, logo, todos os medicamentos e produtos são preservados a

uma temperatura e humidade apropriadas e protegidos da exposição solar. Na FS

cumpre-se sempre a regra de armazenamento por ordem alfabética. No grande módulo

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de gavetas encontram-se secções para os comprimidos e cápsulas, xaropes e soluções

orais, saquetas e granulados, pomadas e cremes, supositórios e enemas,

medicamentos e produtos de uso vaginal, medicamentos de uso oftálmico e dispositivos

médicos utilizados na vigilância da diabetes. Por norma, faz-se a separação dos

medicamentos de marca dos genéricos. Existem também prateleiras separadas e

destinadas ao armazenamento por categorias, como é o caso, por exemplo, dos

suplementos alimentares, cosméticos e medicamentos de uso veterinário. Os

medicamentos que necessitam de ser armazenados entre 2 a 8ºC são colocados no

frigorífico. Com recurso ao termohigrómetro manual, todos os dias de manhã e ao fim

do dia são efetuados registos dos valores da temperatura e da humidade do ambiente

e do frigorífico.

De forma a melhorar a gestão da farmácia, cumpre-se o método First in, first out

(FIFO), isto é, o primeiro produto a chegar nas encomendas é o primeiro a ser vendido.

Contudo, nem sempre se pode aplicar o referido. Há casos em que os produtos chegam

mais tarde à farmácia e apresentam um prazo de validade mais curto. Nestes casos,

segue-se a regra First expired, first out (FEFO). Deste modo, torna-se obrigatório,

sempre que se guarda um produto, verificar a validade e o preço. Caso o preço se tenha

modificado, coloca-se um elástico e um post-it a dizer “preço novo” na embalagem, para

alertar quem vai vender. Essa pessoa durante a venda tem de confirmar no SI o preço

e, caso seja necessário, efetuar a alteração devida.

Relativamente ao controlo dos prazos de validade, estes são feitos

periodicamente, com uma antecedência de seis meses. O SI emite uma lista dos

produtos a expirar e faz-se a sua análise. Nos que ainda podem ser vendidos, coloca-

se um post-it a alertar para tal. Aqueles que não podem, são retirados do local e

colocados num sítio estipulado. Posteriormente, se for permitido, faz-se a devolução ao

grossista ou ao laboratório, um mês antes de expirar o prazo, registando-se na secção

das devoluções do SI “prazo de validade a expirar”. Se não for aceite, coloca-se o

produto nas “quebras”, ato que acontece uma vez por ano.

O facto de ter estado no armazenamento dos produtos desde o primeiro dia de

estágio, fez com que passasse a ter conhecimento dos locais destinados a cada um.

Isto foi muito útil para o momento em que iniciei o atendimento ao balcão.

5. DISPENSA DE MEDICAMENTOS

A dispensa de medicamentos é uma função intrínseca ao ato farmacêutico.

Compete ao farmacêutico garantir o uso racional do medicamento, certificando-se que

é o mais adequado, seguro e eficaz para a pessoa e para a situação em causa. Assim,

deve reger-se pelas Boas Práticas Farmacêuticas e atuar de forma a levar a uma plena

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adesão à terapêutica. Para garantir a eficácia do medicamento, deve informar os utentes

quanto às particularidades da utilização, bem como aos possíveis efeitos adversos que

poderão aparecer. Deve também fazer o devido acompanhamento, identificar e resolver

problemas associados à medicação, seja ela prescrita pelo médico, sugerida pelo

farmacêutico ou em regime de automedicação [5].

De acordo com o INFARMED, os medicamentos de uso humano podem ser

classificados quanto à dispensa ao público como Medicamentos Sujeitos a Receita

Médica (MSRM) e MNSRM [6].

5.1. MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

Os MSRM só podem ser dispensados mediante a apresentação de uma receita

médica. De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, os MSRM devem

obedecer a pelo menos uma das condições apresentadas [6]:

a) possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente,

mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem

vigilância médica;

b) possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam

utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a

que se destinam;

c) contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja

atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

d) destinem-se a ser administrados por via parentérica.

5.1.1. RECEITA MÉDICA

A receita médica é um documento emitido por um médico, que faz a ligação entre

o doente, o prescritor e o farmacêutico. Como a receita apresenta o tratamento para um

dado doente, é essencial que seja devidamente avaliada e interpretada pelo

farmacêutico.

Habitualmente, a prescrição de um medicamento dá-se através da Denominação

Comum Internacional (DCI) ou nome da substância ativa, acompanhada pela forma

farmacêutica, dosagem, dimensão e número de embalagens, posologia e Código

Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM). Contudo, existem

algumas exceções em que a DCI da substância ativa pode ser substituída pelo nome

comercial do medicamento, seja por marca ou indicação do titular de Autorização de

Introdução no Mercado (AIM). Isto acontece quando a substância ativa não tem

medicamento genérico comparticipado ou ainda nas situações de exceção [7]: a)

medicamento com margem ou índice terapêutico estreito; b) reação adversa prévia; c)

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continuidade de tratamento superior a 28 dias. Perante a existência das exceções a) ou

b), tem de se dispensar obrigatoriamente o medicamento que se apresenta na receita.

No caso da exceção c), o utente é livre de escolher se quer o medicamento da receita

ou um medicamento equivalente com PVP igual ou inferior ao que consta na receita. Já

nas receitas sem qualquer exceção, o utente pode optar, caso exista, por um

medicamento genérico de qualquer preço. Cabe ao farmacêutico informar o utente

quanto às marcas existentes na farmácia e o respetivo valor [7].

Atualmente, estão em vigor os seguintes tipos de prescrições médicas: receita

manual, receita eletrónica em papel (materializada) e receita eletrónica sem papel

(desmaterializada).

Desde 1 de abril de 2016, a receita desmaterializada tornou-se obrigatória [8].

Para se aceder a estas receitas, utilizam-se os códigos enviados (número da receita,

código de dispensa e código de direito de opção) via mensagem para o telemóvel do

utente ou para o seu e-mail. Também é possível aceder-se a estes códigos através do

guia de tratamento, que pode ter sido impresso e entregue ao utente. Aquando da

inserção dos códigos no SI, este vai buscar a informação à base de dados dos Serviços

Partilhados do Ministério da Saúde. Assim, o processo fica facilitado, pois aparecem no

sistema os medicamentos prescritos pelo médico, a quantidade, a posologia e o regime

de comparticipação, ficando este definido automaticamente. Pode haver várias linhas

de prescrição com medicamentos distintos, sendo que cada linha só pode ter no máximo

2 embalagens ou, se for um tratamento prolongado, 6. Relativamente ao prazo de

validade, este é estipulado por medicamento e pode ser de 30 dias ou 6 meses [7, 9].

Este tipo de receita apresenta inúmeras vantagens: pode ser utilizada de acordo com

as necessidades do utente e em qualquer farmácia, desde que cumpra o prazo de

validade e o número de embalagens disponíveis na mesma; aumenta a segurança no

ato de prescrição e dispensa; diminui os erros associados à dispensa (no final do

atendimento o SI sugere a leitura ótica de todas as embalagens); confere uma maior

autenticidade à prescrição, permitindo o combate à fraude; facilita a comunicação entre

os profissionais de saúde e permite prescrever um maior número de medicamentos por

receita.

As receitas eletrónicas materializadas podem ser consideradas renováveis ou

não renováveis. São não renováveis na presença de um tratamento curto e renováveis

num tratamento prolongado. Neste último caso, têm de ter uma inscrição a indicar “1ª

via”, “2ª via” ou “3ª via”, sendo que cada via tem validade de 6 meses. Tanto neste

modelo como nas receitas manuais, o médico só pode prescrever no máximo 4

medicamentos diferentes, num total de 4 embalagens por receita. No máximo, podem

ser prescritas 2 embalagens por medicamento. Caso o medicamento seja unidose, pode

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prescrever unicamente este medicamento com 4 embalagens [7, 9]. Caso o utente não

pretenda aviar todos os medicamentos da receita, os que não deseja ficam sem efeito,

pelo que este facto constitui uma desvantagem destes dois tipos de receita.

A prescrição manual só deve ser usada num dos quatro casos descritos: falência

informática, inadaptação do prescritor, prescrição no domicílio e até quarenta

receitas/mês [7].

O farmacêutico, na validação das receitas manuais, tem de verificar se estas

apresentam os seguintes dados: nome e número de utente, entidade responsável pela

comparticipação, vinheta do médico prescritor, DCI/Nome do medicamento, dosagem,

forma farmacêutica, tamanho e número de embalagens e a data e assinatura do médico.

Se o utente possuir um regime especial de comparticipação, devem aparecer as siglas

“R” ou “O”. Nas unidades do Sistema Nacional de Saúde (SNS), no caso da prescrição

ser dirigida a um doente pensionista abrangido pelo regime especial, tem de ser

colocada uma vinheta de cor verde que identifique a unidade de saúde. É importante

salientar que neste tipo de receitas, não pode haver rasuras, caligrafias diferentes e não

se podem utilizar canetas diferentes ou lápis. As receitas manuais têm validade de 30

dias e não são renováveis, logo, não é permitida mais do que uma via da receita [7, 9].

No fim da dispensa, a impressão no verso da receita inclui os medicamentos

dispensados, o número de embalagens e os respetivos PVP e valor da comparticipação.

O utente tem de assinar no local apropriado, confirmando que lhe foram dispensados

os medicamentos, prestados os conselhos da sua utilização e que exerceu o direito de

opção. Também o farmacêutico tem de assinar, carimbar e datar.

Durante o estágio, verifiquei que as receitas materializadas e as manuais são

escassas. Efetivamente, a nova receita eletrónica desmaterializada veio, de uma forma

prática e funcional, permitir a dispensa de medicamentos de uma forma segura, sem

erros. Estas também vieram facilitar o fecho do mês do receituário. Para os utentes são

vantajosas, pois estes podem geri-las da forma que desejarem. Na FS, quase a

totalidade dos utentes estão familiarizados com este novo receituário. No entanto,

presenciei algumas situações em que as receitas já tinham sido dispensadas e os

utentes, por qualquer tipo de lapso, entenderam que ainda tinham medicamentos

disponíveis na receita. Especialmente para as pessoas de mais idade, parece-me

importante que o guia de tratamento lhes seja entregue porque, assim, podem saber

que medicamentos lhes foram receitados, as quantidades e os que ainda estão

disponíveis para levantar. O farmacêutico aquando a dispensa, mesmo assim, deve

informar o utente sobre a quantidade de embalagens ainda disponíveis e a data limite

para levantamento.

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5.1.2. REGIMES DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Grande parte dos MSRM são comparticipados pelo Estado, o que diminui o valor

final a pagar pelo utente. A comparticipação dá-se por escalões em que o grupo

farmacoterapêutico do medicamento está inserido. A Portaria n.º 195/D/2015, de 30 de

junho, determina [10]: escalão A é de 90% do preço do PVP dos medicamentos, escalão

B é de 69%, escalão C é de 37% e o escalão D é de 15%.

Um utente pode beneficiar de mais do que um organismo de comparticipação,

isto se pertencer a um subsistema de saúde (regimes de seguro social de saúde

especiais para determinadas profissões) ou tiver um seguro de saúde privado. Assim, o

valor final a pagar fica ainda mais reduzido ou pode mesmo ser nulo. Para serem válidos,

é necessário fazer uma fotocópia do respetivo cartão do organismo de comparticipação

e da receita, caso esta seja manual. No SI, temos de selecionar o regime em questão

e, no final, dar ao utente o talão emitido para este assinar.

Durante o estágio, tive a oportunidade de dispensar receitas com os regimes

acima mencionados, onde se incluem o Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS)

dos sindicatos de bancários do norte e centro, EDP-Sãvida® e Fidelidade®.

5.1.3. REGIMES EXCECIONAIS DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Para além da comparticipação do regime geral, existem outras comparticipações

classificadas como excecionais e que se destinam a todos os utentes com doenças

crónicas graves que, na maior parte das vezes, implicam a toma da medicação durante

toda a vida. Quando se está na presença de uma das patologias descritas no Anexo

VIII, o médico é obrigado a indicar na receita a legislação específica para a doença [11].

5.1.4. RECEITUÁRIO E FATURAÇÃO

Nas receitas eletrónicas, no momento da dispensa do MSRM, o SI atribui

automaticamente à receita um número, lote e número de série. Estas não necessitam

de ser conferidas (toda a informação é validada no momento) e são diretamente

enviadas para a entidade responsável. No caso das receitas manuais, estas são

organizadas por lotes (cada lote é composto por 30 receitas), conferidas e corrigidas por

mais do que uma pessoa. Verifica-se sempre o prazo de validade, se os medicamentos

prescritos correspondem aos dispensados, se têm a assinatura do médico e da pessoa

adquirente, o carimbo da farmácia, a data da dispensa e assinatura do farmacêutico.

Esta etapa é fundamental para evitar erros que levam posteriormente à não

comparticipação pelo Estado. Depois de todas as receitas estarem conferidas, procede-

se à impressão de um verbete de identificação para cada lote, no qual consta o tipo e

número sequencial do lote, o valor correspondente do PVP e o valor total pago pelos

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utentes, tal como o valor a pagar pelo Estado. No final do mês, através do SI, dá-se o

fecho dos lotes e a faturação. Faz-se a impressão da relação-resumo dos lotes (original

e duas cópias) e a fatura mensal (original e duas cópias). As receitas são depois

enviadas para a entidade responsável, isto é, as do SNS são recolhidas por um estafeta

que faz a entrega no Centro de Conferência de Faturas e as de outros organismos são

enviadas pelo correio para a Associação Nacional das Farmácias (ANF) [12].

Finalmente, se as receitas não apresentarem nenhuma incoerência, a farmácia

recebe o dinheiro da comparticipação do Estado. Caso contrário, a receita com erro é

devolvida à farmácia, acompanhada pela respetiva justificação. Se for possível corrigir,

volta a enviar-se, mas se não for, a farmácia assume o prejuízo.

5.2. MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ESPECIAL

Os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial (MSRME) são aqueles

que se incluem numa das seguintes condições: medicamentos que contêm uma

substância classificada como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos do Decreto-Lei

n.º 15/93, de 22 de janeiro; medicamentos que, em caso de utilização incorreta, podem

originar riscos graves de abuso medicamentoso, toxicodependência ou que possam ser

passíveis de uso para fins ilegais; medicamentos que contenham substâncias cujas

propriedades ainda não são totalmente conhecidas e que, por precaução, é incluída nas

situações previstas na alínea anterior [6].

5.2.1. MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

Os medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas ou estupefacientes,

listados no Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, são medicamentos que exigem um

controlo rigoroso, de forma a evitar o consumo excessivo ou ilícito [13].

Nas receitas eletrónicas materializadas e nas manuais, este tipo de

medicamentos tem de ser prescrito isoladamente, sendo que, nas primeiras, deve ser

identificado que são do tipo “RE”. Pelo contrário, nas receitas desmaterializadas, podem

ser prescritos com outros medicamentos, visto que, consoante o seu tipo, originam-se

diferentes linhas de prescrição. No caso dos estupefacientes e psicotrópicos sujeitos a

controlo, surge uma linha de prescrição denominada “LE” [7].

Na altura da dispensa destes medicamentos, o utente ou o seu representante

(adquirente) tem de apresentar um documento de identificação (cartão de cidadão,

bilhete de identidade, carta de condução ou passaporte, no caso de cidadãos

estrangeiros) e ser maior de idade [13]. O farmacêutico tem de fazer o registo correto

de dados, como o número da receita, o nome do médico prescritor, o nome e a morada

do utente e, do adquirente, o nome, data de nascimento, número do documento de

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identificação e respetiva validade. Após a finalização da venda, o SI emite um recibo de

venda, que é arquivado no local destinado durante 3 anos. Caso a prescrição tenha sido

feita através de uma receita manual, para além do recibo, tem de se arquivar uma cópia

da receita. Todos os meses, a farmácia tem de enviar para o INFARMED a cópia das

receitas manuais e a listagem do registo de saídas destes medicamentos. Anualmente,

tem também de fazer o envio do mapa de balanço.

Durante o estágio, tive a oportunidade de dispensar receitas contendo este tipo

de medicamentos e, por isso, realizei todo o processo burocrático inerente a esta

dispensa. Na FS, os psicotrópicos mais vendidos são destinados ao tratamento da dor

crónica e/ou oncológica.

5.3. MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

São considerados MNSRM todos aqueles que não cumprem os requisitos dos

MSRM listados no ponto 5.1. Geralmente, os MNSRM são utilizados para o tratamento

de problemas de saúde pontuais e sem gravidade, descritos no Despacho n.º

17690/2007, de 23 de julho [14]. Os MNSRM trazem um lucro maior para a farmácia,

pois é esta que aplica, sobre o preço de custo, a margem que pretende. Existem também

Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Dispensa Exclusiva de Farmácia

(MNSRM-EF) que, como o nome indica, só podem ser vendidos em farmácias [15, 16].

O aconselhamento farmacêutico é fulcral na venda deste tipo de medicamentos

e deve ser ponderado e dirigido para a situação em causa. Cabe ao farmacêutico apelar

ao uso correto e racional do medicamento, prevenindo situações de automedicação e

abuso.

Durante o estágio, tive a perceção da grande procura de MNSRM por parte dos

utentes. Efetivamente, os utentes recorrem muitas vezes à farmácia para resolverem

transtornos menores e aliviar rapidamente os sintomas, poupando tempo e dinheiro em

consultas médicas. No atendimento ao público tentei sempre fazer “perguntas-chave”

aos utentes e, de acordo com as respostas, aconselhei o medicamento mais adequado,

assim como medidas não farmacológicas. Sempre que considerei necessário,

encaminhei os utentes para avaliação médica.

5.4. DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

5.4.1. PRODUTOS DE COSMÉTICA, HIGIENE CORPORAL E ARTIGOS DE

PUERICULTURA

Na FS grande parte dos produtos de cosmética, higiene corporal e artigos de

puericultura estão expostos na zona de atendimento ao público, local de grande

visibilidade. Dentro destas temáticas, as marcas mais procuradas são Uriage®,

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Bioderma®, Vichy®, Avène® e Mustela®. Os artigos de puericultura (produtos que

facilitem o sono, o relaxamento, a higiene, a alimentação e a sucção das crianças), tais

como farinhas, fraldas e chupetas, são muito procurados [17]. Nesta área em particular,

senti uma grande dificuldade no aconselhamento, pois é muito pouco explorada durante

a formação académica.

5.4.2. SUPLEMENTOS ALIMENTARES

Os suplementos alimentares são definidos como géneros alimentícios,

comercializados sob a forma de comprimido, cápsula, pastilha, entre outras, que se

destinam a complementar um normal regime de alimentação. Estes são dotados de uma

grande concentração de nutrientes, pelo que devem ser tomados em unidades medidas

de quantidade reduzida. A sua comercialização só é permitida caso respeitem o

Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de junho, o qual transpõe a Diretiva 2002/46/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 10 de junho de 2002. A entidade responsável

pelos suplementos alimentares e pelos produtos de uso veterinário é a Direção-Geral

de Alimentação e Veterinária (DGAV) [18, 19].

A FS possui uma panóplia de suplementos alimentares. Existe uma grande

procura de suplementos de magnésio, como é o caso do Magnesiocard®, Magnesona®,

Magnoral®, Maxnésio®, Magnésium-B® e Magnésio-OK®. As vendas de suplementos

para combater a fraqueza, o cansaço, aumentar a função cerebral e ajudar o

funcionamento do sistema imunitário também não ficam atrás. Para estas situações,

existem duas marcas de excelência: Absorvit® e Win-Fit®. Existe também cada vez mais

a procura de suplementos que facilitem o sono e ajudem a relaxar: Stilnoite®,

Angelicalm®, Valdispert Noite Total®, StressCalm®. Para o fortalecimento dos ossos e

articulações, destaca-se o Artrozen®, Structomax® e Cartisil®.

5.4.3. MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO

Os medicamentos de uso veterinário, segundo o Decreto-Lei n.º 148/2008, de

29 de julho, são classificados como “toda a substância, ou associação de substâncias,

apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em

animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal

com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação

farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções

fisiológicas” [20]. Tal como referido no ponto 5.4.2, os medicamentos e produtos de uso

veterinário são regulamentados pela DGAV.

Na FS os medicamentos e produtos de uso veterinário têm alguma procura. Os

mais solicitados são os desparasitantes internos e/ou externos e anticoncecionais.

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

16

Considero que, durante o percurso académico, esta área deveria ser mais explorada.

De facto, durante o estágio senti algumas dificuldades no aconselhamento relativamente

a estes produtos. De forma a aprofundar os meus conhecimentos, no dia 11 de junho,

participei numa formação intitulada “Parasitas Externos dos Animais de Companhia”.

5.4.4. DISPOSITIVOS MÉDICOS

Um dispositivo médico é definido como “qualquer instrumento, aparelho,

equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação,

(…) cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios

farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada

por esses meios”. A utilização destes permite fazer o diagnóstico, prevenção, controlo,

tratamento ou atenuação de uma doença; o diagnóstico, controlo, tratamento,

atenuação ou compensação de uma lesão ou de uma deficiência; o estudo, substituição

ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico e o controlo da conceção [21].

Na FS, os dispositivos médicos mais vendidos são os testes de gravidez,

material para feridas, como pensos e compressas, meias de compressão, joelheiras e

pulsos elásticos e sacos para doentes ostomizados. No que diz respeito a estes últimos

dispositivos, atualmente, o Estado comparticipa-os a 100% [22, 23]. Os dispositivos

médicos utilizados em determinadas patologias, como por exemplo na Diabetes

Mellitus, também têm regimes de comparticipação específicos da ordem dos 100% [24].

Devido ao elevado preço destes dispositivos, estes regimes de comparticipação são

uma mais-valia para os doentes.

Com vista na prestação de um aconselhamento farmacêutico adequado,

participei nas formações “Ostomia – O primeiro ano de intervenção nas farmácias”,

“Abordagem Local no Tratamento da Ferida Aguda” e “InovaDor – A Eletroterapia no

Controlo da Dor”.

5.4.5. MEDICAMENTOS MANIPULADOS

O Decreto-Lei n.º 95/2004, de 22 de abril, define medicamento manipulado como

“qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a

responsabilidade de um farmacêutico” [25]. A sua preparação acontece em casos em

que se pretende uma terapêutica individualizada ou, por exemplo, quando não existe no

mercado um medicamento com as substâncias e características necessárias para um

dado tratamento. A preparação destes medicamentos era, outrora, uma atividade de

grande relevância para o farmacêutico. Contudo, com o decorrer dos anos, esta foi

tomando proporções cada vez menores, grande parte devido à evolução das indústrias

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farmacêuticas. Na FS, o volume de medicamentos manipulados foi reduzindo ao longo

dos anos e, atualmente, não há preparação.

6. CUIDADOS E SERVIÇOS PRESTADOS NA FARMÁCIA

A prestação de cuidados na farmácia permite não só uma aproximação com o

utente, como também um acompanhamento mais pormenorizado. O farmacêutico torna-

se um conselheiro, dando todos os pareceres necessários para que o utente tire o

máximo benefício. Desta maneira, estabelece-se uma relação de confiança entre este

e o farmacêutico, podendo levar a uma fidelização.

O Decreto-Lei n.º 171/2012, de 1 de agosto, permite às farmácias, para além da

dispensa de medicamentos, desempenhar outras funções na promoção da saúde e

bem-estar dos utentes, que são de relevante interesse público [26].

Neste sentido, a FS faz a determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos,

administração de vacinas e injetáveis e ainda tem ao dispor consultas de nutricionismo,

podologia e aconselhamento dermocosmético.

6.1. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS

A determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos é um serviço com

alguma procura na FS, principalmente por utentes que exigem maior monitorização,

como é o caso dos diabéticos, hipertensos e pessoas com hipercolesterolemia. Estes

serviços permitem verificar se tem havido adesão à terapêutica e se será necessário

alterar dosagens ou até mesmo medicação. Por outro lado, também permite identificar

novos casos que necessitem de um acompanhamento médico.

A FS dispõe de serviços de medição da pressão arterial, glicémia, colesterol total

e triglicerídeos. De forma a garantir a máxima fiabilidade dos resultados, existe sempre

o cuidado em ter os aparelhos convenientemente calibrados. No final de cada medição

entrega-se ao utente um cartão de registo com a indicação do dia, da hora e do valor

lido. Assim, é possível fazer-se um acompanhamento ao longo do tempo, tanto pelo

farmacêutico como pelo médico.

Ao longo do estágio efetuei várias medições dos referidos parâmetros e, no final,

aconselhei os utentes da forma mais adequada, de acordo com os valores obtidos.

Procurei sempre perceber o historial da pessoa, se se encontrava a fazer medicação e

informei acerca das melhores medidas não farmacológicas a tomar.

6.2. ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS E INJETÁVEIS

A administração de medicamentos e de vacinas não incluídas no Plano Nacional

de Vacinação está consagrada na Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro [27]. Este

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serviço é da responsabilidade da diretora técnica da farmácia e tem de ficar a cargo de

farmacêuticos ou enfermeiros (contratados exclusivamente para o efeito) que tenham

formação acreditada pela Ordem dos Farmacêuticos (OF) [28, 29]. Para além disso,

estes também terão de ter atualizado um curso de suporte básico de vida ou curso de

suporte básico de vida/desfibrilação automática externa [30].

Na FS, este serviço tem grande procura e é realizado no gabinete destinado a

este fim. Os farmacêuticos apresentam um papel bastante relevante neste aspeto, pois

são profissionais de saúde de grande acessibilidade e proximidade com os utentes.

6.3. CONSULTAS DE NUTRICIONISMO, PODOLOGIA E ACONSELHAMENTO

DERMOCOSMÉTICO

A FS possui consultas de nutricionismo realizadas às segundas-feiras pela Dra.

Filipa Ribeiro, nutricionista da Farmodiética®. As consultas de podologia acontecem

apenas uma vez por mês e estão a cargo da Dra. Carla Lima. Existem também sessões

de aconselhamento dermocosmético que são realizadas duas vezes por ano por

representantes das marcas Uriage® e Filorga®.

6.4. VALORMED

A VALORMED é uma sociedade sem fins lucrativos, resultante da cooperação

da indústria farmacêutica, dos distribuidores grossistas e das farmácias, que gere os

resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso. Esta sociedade permitiu

dar o devido rumo a estes resíduos, impedindo o contacto com os resíduos urbanos e

fazendo, de uma forma segura, a sua recolha e tratamento [31]. Deste modo, previne-

se danos ambientais e promove-se a saúde pública.

A FS participa na recolha dos resíduos e, para facilitar o processo, tem um

contentor à entrada da farmácia, onde todos os utentes podem depositar os seus

resíduos. Até há pouco tempo, quando o contentor enchia, fechava-se e preenchia-se

um impresso com o nome da farmácia, o peso do contentor, a data de recolha e a

assinatura do responsável pelo seu fecho. Recentemente, em novembro de 2017, foi

lançado um alerta relativo ao sistema de registo dos contentores, que indicava a

eliminação da ficha de contentor. A referida ficha passou a ser substituída pela

impressão de um código de barras numa das faces do contentor. Assim, a farmácia

passou a dispor, no seu software de gestão, de um módulo de registo e expedição de

contentores VALORMED. Neste módulo, faz-se a leitura ótica por scanner do código de

barras, dá-se uma identificação automática da farmácia e da data de processamento,

regista-se o armazenista responsável pela recolha e, por fim, imprime-se o documento

para entregar ao motorista do armazenista que faz a recolha. Deste modo, deixa-se de

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realizar o preenchimento manual da ficha do contentor e a pesagem do mesmo, uma

vez que estes procedimentos serão executados eletronicamente na central de triagem

da VALORMED. Por fim, o contentor é conduzido para a incineração e/ou reciclagem.

Em fevereiro do presente ano, a FS recebeu os novos sacos Ecomed, que

vieram substituir as anteriores caixas de cartão distribuídas aos utentes para a

colocação dos resíduos de medicamentos fora de uso ou prazo de origem doméstica

gerados após a sua utilização. Estes sacos trouxeram vantagens em relação aos

contentores de cartão por serem mais fáceis de transportar e serem reutilizáveis. Neste

sentido, aquando da chegada dos sacos à farmácia, fiz uma publicação na rede social

Facebook® a publicitá-los (Anexo XIX). Nesta publicação pretendia sensibilizar a

população e promover a educação ambiental e a saúde pública. Ao longo do estágio

verifiquei que a maioria dos utentes está familiarizada com esta causa e que entrega na

farmácia as suas embalagens usadas, sem uso e fora do prazo. Também houve uma

grande adesão aos novos sacos Ecomed por parte dos utentes.

7. MARKETING FARMACÊUTICO

O marketing é essencial para a visibilidade e rentabilidade de uma farmácia. Num

mundo cada vez mais tecnológico, a divulgação de informação, produtos, serviços e

campanhas promocionais torna-se indispensável. As redes sociais são grandes meios

impulsionadores para a divulgação das farmácias e, atualmente, são poucas as que não

aderem. Neste sentido, a FS quis acompanhar a atualidade e criou, em março do

presente ano, uma página na rede social Facebook®. A sua criação permitiu não só a

divulgação da farmácia e das suas novidades, como também dos projetos que

desenvolvi ao longo do estágio. Esta ferramenta trouxe vantagens para ambas as

partes, pelo elevado número de pessoas a que chega. Para além de eu ter ajudado na

criação da página, também fiquei a cargo de algumas publicações (Anexo XVII).

8. FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Tal como descrito no artigo 78º do Estatuto da OF, aprovado pelo Decreto-Lei

n.º 131/2015, de 4 de setembro, os farmacêuticos exercem uma profissão que obriga a

uma constante atualização de conhecimentos [32]. Desta forma, as ações de

qualificação profissional são fundamentais para tal.

Ao longo do estágio, tive o privilégio de me terem possibilitado a participação em

inúmeras formações (Anexo IX e Anexo X), que se demonstraram de grande importância

para a minha construção profissional. Estas foram, sem dúvida, uma mais-valia para o

atendimento ao público e para o aconselhamento farmacêutico.

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PARTE II – PROJETOS DESENVOLVIDOS NO ESTÁGIO CURRICULAR

1. A ALOPECIA ANDROGENÉTICA

1.1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

A alopecia androgenética (AAG) afeta uma elevada percentagem da população

masculina e feminina sendo, atualmente, bem conhecido o desequilíbrio emocional

provocado por esta patologia. É do conhecimento geral que a queda de cabelo é

recorrente em certas estações do ano e, especialmente, numa sociedade que, nos dias

de hoje, apresenta carências nutricionais e vive sob stress. Contudo, AAG está

dependente de outros fatores para além dos descritos.

Diariamente, a FS recebe utentes à procura de produtos para a queda de cabelo

e cabe ao farmacêutico fazer a correta distinção da etiologia da alopecia em questão e

direcionar o utente para o melhor tratamento. Neste sentido, senti a necessidade de

aprofundar os meus conhecimentos sobre esta temática e abordá-la na comunidade.

Assim, elaborei um folheto informativo (Anexo XI), com o intuito de esclarecer algumas

questões e alertar a população para os primeiros sinais desta patologia, já que o

tratamento precoce é essencial para o sucesso terapêutico. Neste folheto, utilizando

uma linguagem simples e acessível, falei sobre a patologia em causa, nomeadamente

a sua prevalência, as áreas do couro cabeludo mais afetadas, a sua etiologia e o

tratamento. Uma vez que pretendia chegar a um maior número de pessoas, para além

do folheto, também fiz um vídeo sobre esta temática, tendo este sido partilhado no

Facebook® (Anexo XXXVII).

1.2. O CABELO

O cabelo é um elemento físico único, caracterizador do indivíduo e que é

apreciado por ambos os sexos. Apesar de existir uma forte componente estética

associada ao cabelo, este apresenta variadas funções, tais como a de proteção da pele

e homeotermia. Desta forma, o cabelo é essencial para a proteção contra a luz solar, o

frio e danos físicos. Para além disso, apresenta um importante papel na comunicação

social e sexual, pelo que, aquando da existência de distúrbios, se verifica um forte

impacto psicológico na vida da pessoa afetada. Neste sentido, está documentada uma

elevada prevalência de distúrbios a nível psicológico em indivíduos com AAG [33].

1.2.1. ESTRUTURA DO CABELO

O cabelo deriva da epiderme e pode ser dividido em três tipos: cabelo lanugo

(característico dos recém-nascidos), cabelo velo (fino e distribuído pela maior parte do

corpo) e cabelo terminal (longo e grosso) [33, 34].

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O folículo piloso apresenta-se como uma estrutura epitelial complexa (Figura 1),

formada por duas partes: uma superior constituída pelo infundíbulo e istmo e uma

inferior constituída pelo bulbo capilar

[34, 35]. É composto também por uma

bainha radicular externa, que confere

proteção ao cabelo em crescimento, e

por uma bainha radicular interna. Esta

última acompanha o eixo do cabelo

apenas até à abertura da glândula

sebácea. A base do folículo piloso é

composta pela papila dérmica, estrutura

altamente irrigada por vasos sanguíneos

e nervos sensoriais, e pelo bulbo capilar,

local de origem do cabelo em

crescimento e da inserção do músculo

pilo-eretor [34].

1.2.2. CICLO DE CRESCIMENTO DO CABELO

O conhecimento do mecanismo do ciclo do cabelo é crucial para compreender

os diversos distúrbios do crescimento do mesmo. O processo de crescimento do cabelo

é dinâmico e cíclico e a duração de cada ciclo de crescimento está dependente não só

de hormonas e citocinas, como também da idade, hábitos nutricionais e alterações

ambientais [33].

Os folículos pilosos crescem em ciclos que se repetem continuamente e que

podem ser divididos em três fases distintas: anagénese ou fase de crescimento;

catagénese ou fase de transição e telogénese ou fase de repouso (Figura 2) [33]. Mais

de 90% dos folículos pilosos

encontram-se em anagénese,

1-2% em catagénese e cerca

de 10-14% em telogénese. O

tamanho de cada cabelo

depende da duração do ciclo

e, para se dar o ciclo

completo, são necessários,

aproximadamente, 3 a 4 anos

[36]. Habitualmente, cresce 1

cm por mês e sabe-se que a

Figura 1 – Representação esquemática do

folículo piloso. Adaptada de [35].

Figura 2 – Representação esquemática do ciclo de

crescimento do cabelo. Adaptada de [33].

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quantidade de cabelo que se forma no couro cabeludo é equivalente à perdida, isto é,

cerca de 100 cabelos por dia [33, 37].

A anagénese é uma fase de crescimento ativo e dura cerca de 2 a 7 anos. É

caracterizada por uma grande proliferação da maioria dos compartimentos do folículo

piloso epitelial e elevada atividade por parte dos queratinócitos da matriz do cabelo,

localizados em torno da papila dérmica. A pigmentação do cabelo formado dá-se através

da unidade pigmentar do folículo [37].

A fase que se segue à anagénese é a catagénese. No início desta fase, verifica-

se um decréscimo significativo da diferenciação e proliferação de queratinócitos da

matriz do cabelo, uma cessação da produção de pigmento por parte dos melanócitos e

finaliza-se a produção do eixo capilar. O folículo piloso acaba por regredir por apoptose

e, por isso, dá-se uma redução de cerca de 1/6 do seu diâmetro normal. Esta fase dura

cerca de 2 semanas [33, 37].

A última fase é a telogénese, a fase de repouso, que dura cerca de 3 meses.

Nesta altura, a papila dérmica encontra-se em repouso e não há crescimento do cabelo.

Há uma ausência de melanócitos produtores de pigmento e da bainha interna da raiz.

Na fase final da telogénese, o cabelo liberta-se do folículo e cai, algo que acontece com

frequência aquando da lavagem ou escovagem. Algum tempo depois, dá-se o estímulo

das células estaminais, levando o folículo capilar a retornar à fase de crescimento [33,

37].

1.3. A PATOLOGIA

A AAG, também conhecida como calvície comum e calvície hereditária, é a

causa mais comum de perda de cabelo, tanto no sexo masculino como no feminino [37,

38]. Caracteriza-se por uma conversão gradual de pelos terminais por pelos velos,

verificando-se uma perda progressiva do diâmetro do cabelo, comprimento e

pigmentação [38, 39]. Embora não tenha consequências diretas para a saúde, é

preocupante pelos efeitos negativos que causa a nível psicológico, tais como ansiedade

e depressão, não só nas mulheres como nos homens [40, 41].

Esta condição hereditária, dependente de androgénios, afeta pelo menos 80%

dos homens e 50% das mulheres ao longo da vida [39]. Sabe-se que a frequência e a

gravidade aumentam com a idade e que existem variações conforme as diferentes

populações, sendo os caucasianos mais afetados [36, 37].

Tanto as condições genéticas como as ambientais, apresentam um papel

relevante a este respeito [36]. Existem fatores que precipitam e exacerbam esta

patologia. Destes destacam-se certos medicamentos, stress, perda de peso e o parto,

que induzem o eflúvio telógeno. Fármacos tais como contracetivos com androgénios e

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progestagénios e tratamentos hormonais para a menopausa, que têm efeitos

androgénicos, podem piorar e até induzir a AAG [38].

1.3.1. ÁREAS DO COURO CABELUDO AFETADAS E DIAGNÓSTICO

As três áreas do couro cabeludo mais comummente afetadas são as têmporas,

a região média-frontal e o vértice (Figura 3) [42]. No sexo

masculino, as áreas mais afetadas são as têmporas e o

vértice, enquanto no sexo feminino a queda de cabelo é difusa

e mais relevante na região média [36].

O diagnóstico é feito através do reconhecimento da

miniaturização do cabelo nas zonas características desta

patologia. Numa fase inicial, verifica-se a miniaturização que

leva à diminuição do volume de cabelo e, numa fase mais

avançada, formam-se zonas calvas [42]. Atualmente, recorre-

se à dermatoscopia para diagnosticar, verificar o estadio da

doença, monitorizar a progressão e a resposta ao tratamento

[39]. Num couro cabeludo saudável, cada folículo piloso

contém 2-5 cabelos terminais que surgem de um único poro.

Já num couro cabeludo calvo, verifica-se a existência de

folículos pilosos que contêm apenas 1-2 cabelos terminais. Isto

deve-se ao facto de nesses folículos compostos os cabelos terminais serem substituídos

gradualmente por cabelos velos, mais finos e curtos. Para o diagnóstico precoce da

AAG em pacientes com queda de cabelo acentuada, a observação de poros com menor

número de cabelos terminais pode ser importante. No sexo masculino, mesmo em

estadios avançados da AAG, pode-se observar folículos compostos no couro cabeludo

da região occipital [42].

1.3.2. ETIOLOGIA

Atualmente, existem inúmeras teorias que tentam explicar o aparecimento da

AAG. Contudo, a teoria androgénica está bem fundamentada: no couro cabeludo calvo

existe um aumento comprovado da atividade da enzima 5α-redutase, dos níveis de 5-α-

dihidrotestosterona (DHT) e do número de recetores de DHT nos folículos pilosos [43].

Dos androgénios circulantes no organismo, a testosterona é o mais importante.

A AAG parece estar relacionada com a ação da testosterona sobre o recetor

androgénico. A favor desta teoria encontra-se o facto de que, pacientes com síndrome

de insensibilidade androgénica, originada por uma mutação no gene recetor de

androgénios, não sofrem de calvície [42].

Figura 3 –

Representação

esquemática das áreas

do couro cabeludo mais

afetadas pela AAG. T –

Têmporas; F – Frontal;

M – Média; V – Vértice.

Adaptada de [41].

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24

A DHT é a grande responsável pela miniaturização do folículo piloso (Figura 4)

[43]. Sabe-se que é um metabolito da testosterona de grande potência, com uma

sensibilidade várias vezes

superior a esta para o

recetor androgénico. A 5α-

redutase catalisa a reação

de transformação da

testosterona em DHT.

Esta enzima tem duas

isoformas (tipo I e II) que

conseguem produzir DHT

com base na testosterona,

apesar de possuírem diferentes padrões de expressão bioquímica e de se encontrarem

em diferentes tipos de tecidos. Enquanto a 5α-redutase tipo I se encontra nos

queratinócitos, fibroblastos, glândulas sudoríparas e sebáceas, a tipo II predomina na

pele e na bainha radicular interna dos folículos pilosos [44]. No couro cabeludo calvo

pode encontrar-se maior padrão de atividade desta enzima. A apoiar a convicção de

que esta enzima tem um papel relevante nesta patologia encontra-se o facto de os

pacientes com deficiência em 5α-redutase, causada por mutações do gene desta

enzima, não apresentarem regressão temporal e calvície. O uso de inibidores da enzima

em indivíduos do sexo masculino com a doença trava a sua evolução, o que reforça a

importância do seu papel na AAG [41, 42].

Para além do referido, também se encontra descrito a existência de um

polimorfismo do gene do recetor androgénico em pessoas com AAG, contudo, esta

parece ser uma condição necessária, mas não suficiente para causar o fenótipo.

Observou-se que este polimorfismo também existe em pessoas não calvas, pelo que

sugere que serão precisos outros fatores para levar à perda de cabelo [42].

No sexo feminino, a AAG poderá dever-se à diminuição da atividade da

aromatase. Esta exerce a sua ação catalisando a conversão da testosterona ovariana

circulante em 17β-estradiol. Deste modo, uma diminuição da atividade da aromatase

tem como consequência um aumento local de DHT [45].

A despigmentação do cabelo deve-se à ação dos androgénios através da

inibição da produção do fator das células estaminais da papila, essencial para a

migração dos melanócitos embrionários e para a pigmentação bulbar [41].

Figura 4 – Representação esquemática da miniaturização do

folículo piloso mediada pela DHT. Adaptada de [41].

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1.3.3. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS

Na AAG verificam-se alterações fisiológicas no ciclo capilar, miniaturização

folicular e inflamação [41].

No que diz respeito ao ciclo de crescimento do cabelo, sabe-se que é a fase

anagénica que determina o comprimento do cabelo, pelo que, se esta diminuir, o

comprimento da haste capilar também diminui. Na anagénese em indivíduos com AAG

existe uma redução a cada ciclo, podendo o cabelo em crescimento, em casos mais

avançados, não conseguir alcançar um comprimento suficiente para chegar à superfície

da pele. A duração da fase telogénica também pode sofrer um prolongamento. Estão

descritos períodos de queda de cabelo desmesurada, principalmente aquando da

lavagem e escovagem do cabelo. Tal pode ser explicado pelo aumento do número de

folículos na telogénese [41].

No que concerne à inflamação, esta pode ser desencadeada por flora microbiana

autóctone, toxinas e stress oxidativo. Este último leva à formação de radicais livres

capazes de danificar os folículos pilosos. Está provado que na AAG os fibroblastos

capilares possuem uma sensibilidade aumentada ao stress oxidativo. Outros fatores tais

como o processo de envelhecimento, a radiação ultravioleta (UV), o tabagismo e os

poluentes ambientais podem agravar esta patologia pelo mesmo mecanismo [45].

1.3.4. TRATAMENTO

Tratando-se de uma patologia evolutiva, os tratamentos devem ser iniciados de

uma forma precoce e continuados ao longo do tempo. Só assim se consegue garantir a

sua eficácia [38].

1.3.4.1. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

• MINOXIDIL

O minoxidil foi originalmente, desde a década de 60, utilizado para o tratamento

da hipertensão arterial. Curiosamente, observou-se que o tratamento oral com minoxidil

causava hipertricose a 100% dos usuários. Este efeito secundário foi, desde logo,

aproveitado para o tratamento da perda de cabelo e, em 1984, a Food and Drug

Administration (FDA) aprovou esta substância para o tratamento da AAG [41, 42].

O mecanismo de ação do minoxidil no crescimento do cabelo ainda não se

encontra totalmente esclarecido, contudo, conhecem-se as suas propriedades

vasodilatadoras. Acredita-se que medeia a abertura dos canais de potássio, levando ao

aumento do fluxo sanguíneo cutâneo que, por sua vez, estimula o fator de crescimento

endotelial vascular e os promotores do crescimento capilar na papila dérmica. Estudos

revelam a possibilidade de este crescimento poder ser devido ao aumento da produção

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26

de prostaglandina E2 através da estimulação da prostaglandina endoperoxidase

síntase-1 [46]. Admite-se que o minoxidil se ligue aos recetores de adenosina A1 e A2

e ao recetor da sulfonilureia SUR2B, levando à ativação dos caminhos de sinalização

da adenosina e ao aumento da libertação do fator de crescimento endotelial vascular. O

aumento da expressão deste último fator leva, por sua vez, ao aumento da

vascularização peri-folicular e, consequentemente, ao aceleramento do crescimento do

cabelo. Ao nível do ciclo celular, o minoxidil promove o início e prolonga a duração da

fase anagénica, retarda o início da catagénese e reduz a duração da telogénese. É

comum observar-se, algumas semanas após o início do tratamento, um aumento da

queda do cabelo. Com o tratamento continuado, tal é resolvido de forma espontânea

[42]. O tratamento tópico tem como efeitos secundários hipertricose no rosto e nas

mãos, comichão no couro cabeludo, aumento de caspa, eritema e dermatite de contacto

[42, 46]. Atualmente, são utilizadas soluções de minoxidil a 2 e 5% para aplicação tópica,

sendo que a de 5% possui maior eficácia [42].

• FINASTERIDA

Aprovada em 1997 pela FDA, a finasterida é classificada como um inibidor da

5α-redutase tipo II [15]. Bloqueia a conversão de testosterona em DHT, pelo que reduz

os níveis desta última hormona no couro cabeludo. Biópsias demonstram que esta

redução pode chegar aos 60-75%. Para o tratamento da AAG, está indicado 1 mg por

dia. A finasterida aumenta significativamente a contagem de cabelos após uma terapia

de 1-2 anos. Apresenta como efeitos secundários a diminuição da líbido, problemas na

ejaculação, disfunção erétil, ginecomastia, dor testicular, depressão e alterações de

humor. Como este fármaco diminui os níveis de PSA em cerca de 50%, aquando da

realização de testes de rastreio de cancro da próstata, é necessário ter este facto em

consideração na interpretação dos resultados [42]. A teratogenicidade da finasterida

reduz o seu uso no sexo feminino [46].

O tratamento combinado de finasterida por via oral com aplicação tópica de

minoxidil a 5% leva a melhores resultados no que diz respeito ao crescimento capilar

[42].

• DUTASTERIDA

A dutasterida, tal como a finasterida, inibe a 5α-redutase tipo II, mas também a

tipo I. Sabe-se que é mais potente na inibição da DHT no couro cabeludo, pelo que pode

ser utilizada como alternativa à finasterida. Foi aprovada pela FDA para o tratamento da

hiperplasia benigna da próstata. Os efeitos secundários como impotência, diminuição

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da líbido, sensibilidade mamária e problemas na ejaculação são mais frequentes com o

uso da dutasterida do que da finasterida [42, 46].

• BLOQUEADORES DOS RECETORES DE ANDROGÉNIOS

Os androgénios e os seus recetores estão, claramente, envolvidos na

patogénese da AAG. O uso de espironolactona, acetato de ciproterona e flutamida, isto

é, de bloqueadores dos recetores de androgénios, parece ser eficaz na queda de cabelo

no sexo feminino. O uso de flutamida deve ser ponderado, devido ao risco de

hepatotoxicidade grave [42]. Este tipo de fármacos não está indicado no sexo masculino,

atendendo à possibilidade de produzirem efeitos feminizantes [41].

• CETOCONAZOL

O cetoconazol é uma substância anti-fúngica. O seu mecanismo de ação no

crescimento capilar ainda está por ser apurado, contudo conhecem-se os seus efeitos

anti-inflamatórios e anti-fúngicos. Para além disso, coloca-se a hipótese de esta

substância fazer a rutura local da via DHT. No sexo feminino, a sua utilização em

champô com cetoconazol a 2% produz um aumento do crescimento de cabelo e, em

situações de hiperandrogenismo, também é benéfica. No sexo masculino, a utilização

do champô, principalmente se associado a finasterida oral, é eficaz [46].

• MELATONINA

A melatonina, tal como se sabe, é secretada pela glândula pineal [46]. Esta

poderá ser útil pelos seus efeitos ao nível da modulação do crescimento e pigmentação

do cabelo e pelas suas propriedades antioxidantes [45, 46]. O stress oxidativo está

relacionado com a perda de cabelo em geral, mas também com a AAG. A melatonina

poderá ser uma boa opção para retardar o envelhecimento do cabelo, a perda de cabelo

em geral e para o tratamento da AAG numa fase inicial, tanto em homens como em

mulheres [45]. A aplicação tópica a 0,1% possui uma boa tolerabilidade e aumenta

significativamente o cabelo na fase anagénica, tanto em homens como em mulheres

com AAG [46].

• CAFEÍNA

A utilização tópica de cafeína na AAG poderá ser útil pela sua ação inibitória da

fosfodiesterase, levando ao aumento dos níveis de cAMP nas células. Assim sendo,

estimula o metabolismo celular e, consequentemente, leva à promoção do crescimento

capilar [47].

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

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1.3.4.2. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

• LASER DE BAIXA ENERGIA

Em 2007 para o sexo masculino e em 2011 para o sexo feminino, a luz laser de

baixa energia foi aprovada pela FDA como uma terapia segura para o tratamento da

AAG. Foi descoberta nos anos 60 por serendipismo, quando se verificou o crescimento

do pelo em ratos expostos a laser vermelho de baixa energia. Acredita-se que a terapia

com laser estimule os folículos que estão na fase telogénica a reentrar na fase

anagénica e a prolongá-la, leve a um aumento das taxas de proliferação dos folículos

pilosos anagénicos ativos e evite a entrada precoce na fase catagénica. Apesar do

mecanismo de ação ainda não estar totalmente compreendido, sabe-se que a sua ação

acontece ao nível da mitocôndria [34].

• TRANSPLANTE DE CABELO

No transplante de cabelo faz-se a remoção de cabelo da zona occipital do couro

cabeludo e reimplantação no vértice e na parte frontal. O cabelo retirado da zona

occipital costuma resistir aos androgénios após a implantação na área afetada. É

utilizado em casos mais avançados da doença [42].

• PRODUTOS DERMOFARMACÊUTICOS, COSMÉTICOS E SUPLEMENTOS

ALIMENTARES

Estão disponíveis no mercado diversos cosméticos e suplementos alimentares

que ajudam a combater a AAG [46]. Nos dias de hoje, existem muitos produtos usados

no tratamento desta patologia e como adjuvantes deste. No Anexo XII, encontram-se

alguns exemplos desses produtos, facilmente adquiridos nas farmácias, a respetiva

indicação terapêutica, composição e modo de utilização.

1.4. O PAPEL DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico pode ser uma ajuda crucial nesta temática. Na abordagem

terapêutica deve questionar o utente quanto aos seus sintomas, a duração dos mesmos,

se há história familiar, se sofre de alguma doença, que medicação faz habitualmente,

se está a fazer algum tratamento para a alopecia, entre outras. É muito importante uma

observação cuidada do couro cabeludo para perceber se o padrão observado

corresponde ao característico da AAG. Tudo isto é fundamental para uma correta

avaliação da situação clínica, permitindo um aconselhamento dirigido ao utente em

questão. É importante realçar que o tratamento deve ser iniciado precocemente, que os

tratamentos são prolongados e que a adesão à terapêutica é fundamental. Deve-se

informar o utente que os resultados só são visíveis ao fim de algum tempo, pelo que não

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deve desistir se inicialmente não observar melhorias, nem quando já são visíveis

resultados. Para além disso, o utente deve também ter conhecimento da necessidade

de fazer manutenção e ainda da importância de ter acompanhamento médico.

2. A PROTEÇÃO SOLAR NAS CRIANÇAS

2.1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

É do conhecimento geral que as crianças permanecem no exterior mais tempo

do que os adultos estando, assim, mais expostas à radiação solar. Curiosamente,

encontra-se descrito que até aos 18 anos acontece 80% da exposição solar total [56].

A pele dos mais novos apresenta maior sensibilidade do que a dos mais velhos,

pois os primeiros não possuem mecanismos naturais de defesa tão maturados. A

infância é uma altura especialmente vulnerável para os tão conhecidos efeitos

carcinogénicos provocados pela radiação solar e os efeitos indesejáveis desta vão-se

acumulando durante a vida. A incidência do melanoma maligno tem vindo a aumentar

em pessoas com antecedentes de queimaduras solares sofridas na infância e

adolescência [56]. Um estudo demonstra que mais de 50% das crianças com idades

próximas da adolescência tiveram queimaduras solares antes dos 11 anos e que

voltaram a ter 3 anos depois [57].

Posto isto, a infância é a altura ideal para se fazer uma intervenção pedagógica

relativamente aos hábitos de proteção solar. Esta pode ser feita em diversos locais,

como consultórios pediátricos e ambientes comunitários, como a farmácia. Está

comprovado que intervenções deste tipo junto dos pais, professores e crianças são

eficazes no aumento dos cuidados com a proteção solar por parte dos mais novos [57].

No que diz respeito aos hábitos de proteção solar nas crianças, estes têm uma

forte influência dos pais, principalmente nos bebés e crianças em idade pré-escolar. Em

crianças mais velhas, torna-se fulcral incutir-lhes conhecimentos e hábitos de uma

proteção solar adequada. Não há necessidade de restringir as atividades ao ar livre,

caso se faça uma correta proteção da pele [56].

Assim como outros cuidados com a saúde, as crianças devem ter o hábito de

proteger a pele da exposição solar. E, ainda mais importante, estas devem compreender

porque o fazem e a sua importância. Neste sentido, considerei essencial abordar o tema

da proteção solar juntos dos mais novos, de forma a perceberem a sua importância e a

criarem hábitos desde cedo.

Para isso, fiz uma sessão informativa na FS, intitulada “O Sol e a Proteção Solar”.

Esta foi destinada a crianças do primeiro ciclo e decorreu no dia 1 de junho, Dia Mundial

da Criança (Anexo XIII). Nesta pretendia incutir o hábito da proteção solar de uma forma

mais natural e conceitos básicos relativamente a este tema. Numa primeira abordagem,

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falei um pouco sobre o sol, os tipos de radiação solar e os seus malefícios, formas de

proteção solar e salientei aspetos relevantes quanto ao protetor solar e a sua utilização.

Numa segunda parte, mostrei a importância do sol para a saúde e bem-estar. De forma

a ser dinâmica e cativante para as crianças, a apresentação foi feita com recurso ao

PowerPoint, onde coloquei muitas imagens com cores atraentes e animações (Anexo

XIV). Tentei abordar os assuntos de uma forma acessível e coloquei questões, com o

objetivo de haver uma participação ativa por parte das crianças. Na parte final da

apresentação, dediquei dois diapositivos para a realização de jogos didáticos, pondo

em prática os conhecimentos adquiridos. Na despedida, ofereci às crianças um saco

com brindes (a apresentação da sessão, um livro de dicas e passatempos da

Bioderma®, um balão, um chupa, amostras de cremes, um lápis com borracha e um

micado) (Anexo XV).

No mesmo dia, foi também publicada no Facebook® da FS uma imagem a

desejar um feliz Dia Mundial da Criança (Anexo XXXI) e um vídeo explicativo acerca do

tema da sessão informativa. Com a publicação deste vídeo pretendia chegar a um

número maior de pessoas, ensinando os mais novos a lidar com o sol e a relembrar

também os mais velhos (Anexo XXXII). Ainda relativamente à proteção solar, no dia 12

de julho, fiz uma publicação na rede social onde enumerei algumas classes terapêuticas

e substâncias ativas mais vendidas na farmácia comunitária que exigem cuidados

redobrados no que diz respeito à proteção solar (Anexo XXXVI).

Pelo feedback que tive por parte dos pais e das crianças, considero que esta

atividade foi proveitosa e enriquecedora para estas. Também ajudou a estabelecer uma

maior relação de proximidade dos utentes com a farmácia e com o farmacêutico.

2.2. DIFERENÇAS ENTRE A PELE INFANTIL E A PELE ADULTA

A pele, devido à sua localização anatómica, é o órgão que contacta tanto com o

ambiente interno como com o externo. Esta confere proteção contra microrganismos e

uma diversidade de fatores ambientais, tais como substâncias nocivas e radiações. Para

além disso, garante uma temperatura corporal adequada, evita que haja perda de água

excessiva e é responsável pela síntese de vitamina D [58].

A pele dos adultos e das crianças apresenta claras diferenças estruturais e

funcionais, pelo que os mais novos são mais suscetíveis à penetração dos raios UV e à

absorção transdérmica de protetores solares químicos [59]. A pele das crianças é mais

fina, possui menor concentração de melanina e é imatura a nível imunológico. Sendo

assim, os raios UV atingem camadas mais profundas da pele e os danos causados por

eles não são tão facilmente reparados, em virtude da resposta imunológica diminuída.

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Por estas características, os danos provocados pela radiação nesta fase inicial da vida

vão-se acumulando, predispondo ao cancro da pele [57].

2.3. A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E OS SEUS EFEITOS NA PELE

A radiação UV pode ser

classificada atendendo ao

comprimento de onda e aos

efeitos biológicos que provoca.

Enquanto os UVC (200-290 nm)

são filtrados pela atmosfera,

mais especificamente na

camada de ozono, os UVA

(320-400 nm) e os UVB (290-

320 nm) penetram a atmosfera

e atingem a pele humana,

danificando-a [59]. Os UVB têm

a capacidade de atingir apenas a epiderme e os UVA a derme (Figura 5) [60].

Os efeitos dos raios UV na pele, como o bronzeamento, a queimadura, o

envelhecimento, a imunossupressão e o cancro, podem ser evidenciados nalguns casos

em horas e noutros demorar anos [57]. Relativamente ao bronzeamento, numa primeira

fase este deve-se à oxidação da melanina existente na pele por ação da radiação solar

e, numa segunda fase, deve-se à síntese de nova melanina também estimulada por esta

[61]. Uma exposição exagerada à radiação UV provoca queimaduras solares,

caracterizadas por vermelhidão e ardor. Tal ocorre, maioritariamente, devido à radiação

UVB, mas também devido à UVA. No que diz respeito ao fotoenvelhecimento, este é

percetível a longo prazo e devido, principalmente, à radiação UVA. Um outro efeito

preocupante da radiação sobre a pele é a supressão da resposta imunológica,

favorecendo a carcinogénese [57].

A exposição aos UV é um fator de risco para os três tipos de cancro de pele,

designados carcinoma basocelular, carcinoma de células escamosas e melanoma

maligno [57]. Esta radiação causa tanto danos diretos como indiretos no DNA, levando

a mutagénese nas células da pele [60]. Os danos diretos acontecem devido à ação da

radiação UVB e os indiretos da UVA. Os UVB são conhecidos pelo seu efeito

mutagénico e indutor do cancro de pele, contudo, também se tem estudado o papel dos

UVA na carcinogénese e na promoção do tumor, devido aos seus efeitos pró-oxidativos

e outros processos, onde se inclui o encurtamento de telómeros. A radiação UVA

penetra na derme, aumenta os níveis de espécies reativas de oxigénio e leva à

Figura 5 – Representação esquemática do alcance dos raios

UV nas diferentes camadas da pele. Adaptada de [60].

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peroxidação lipídica [59, 60]. Para além disso, é responsável por quebras na cadeia de

DNA e oxidação dos ácidos nucleicos [59]. Um outro aspeto que deve ser realçado

prende-se com o facto da radiação UVA ser menos eficiente na produção de melanina

do que a UVB, pelo que há menos proteção da pele contra danos. Estudos demonstram

um aumento na incidência de melanoma nas últimas décadas, devido ao uso, na década

de 80, de filtros solares unicamente contra os UVB [60].

2.4. CONSEQUÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO SOLAR NA INFÂNCIA

Tal como descrito anteriormente, uma exposição excessiva à radiação UV é

determinante no desenvolvimento de cancros cutâneos e exposições intermitentes

intensas que resultam em queimaduras solares aumentam a incidência de melanoma.

O registo de mais de 5 queimaduras solares ao longo da vida duplica o risco de vir a ter

melanoma e este risco também fica aumentado no adulto jovem, caso este tenha tido

queimaduras na infância [60].

O melanoma é uma neoplasia usualmente diagnosticada numa fase mais tardia

da vida, contudo, sabe-se que um quinto dos casos acontece em adultos jovens. A

exposição aos raios UV e a acumulação de danos no DNA, intimamente relacionados

com o melanoma, ocorrem no início da juventude. Está documentado que uma

exposição solar excessiva antes da adolescência, leva a um aumento significativo de

risco de melanoma, em parte devido às diferenças estruturais existentes entre a pele

das crianças e a dos adultos. Mais detalhadamente, uma exposição à radiação UV na

infância aumenta mais de três vezes o risco de melanoma em adultos jovens, isto é,

com idade inferior a 30 anos [60].

2.5. MEDIDAS DE PROTEÇÃO SOLAR

Para garantir uma boa proteção solar deve-se seguir as medidas abaixo referidas

[59, 61, 62]:

• Evitar uma exposição solar direta, especialmente nas horas de maior intensidade

dos raios UV, entre as 11h e as 17h;

• Evitar o sol quando este é mais perigoso, seguindo a “regra da sombra”: o sol é

mais prejudicial quanto menor for a sombra da pessoa, em relação à sua altura.

O risco é tanto menor quanto maior for o tamanho da sombra;

• Proteger a pele utilizando chapéus de aba larga que cubram o rosto, orelhas e

pescoço;

• Usar roupas que cubram os braços, pernas e tronco;

• Usar óculos de sol com proteção contra os raios UV;

• Colocar protetor solar e repetir ao longo do dia a aplicação.

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2.5.1. PROTETOR SOLAR

Os protetores solares têm a capacidade de atenuar os raios UVA e os UVB antes

de penetrarem na epiderme e na derme [63]. Estes foram desenvolvidos nos anos 30 e,

inicialmente, só conferiam proteção para a radiação UVB. Nos últimos anos, com o

reconhecimento dos malefícios dos UVA (carcinogénese, indução de envelhecimento

cutâneo e fenómenos de fotoalergia e fotoxicidade), as novas formulações de protetores

passaram a atuar também contra os UVA [64].

As substâncias ativas existentes nos protetores podem ser classificadas como

inorgânicas (bloqueadores físicos), orgânicas (absorventes químicos) ou, então, uma

combinação de ambas (Figura 6) [63].

Os protetores solares

com filtros físicos possuem

agentes inorgânicos que têm

a capacidade de refletir e

dispersar os raios UV. A

título de exemplo, destaca-

se o óxido de zinco e o

dióxido de titânio, ambos

capazes de proteger contra

os UVA e UVB [57]. Por

serem considerados inertes,

este tipo de filtros possuem a vantagem de não serem irritantes nem

fotossensibilizantes. Não penetram para além do estrato córneo da pele e não são

absorvidos sistemicamente. Como desvantagem, a sua aplicação confere uma

coloração branca na pele [61].

Os protetores solares químicos possuem compostos orgânicos que absorvem os

raios UV e dissipam a energia sob a forma de calor ou luz [57]. Ao contrário dos

inorgânicos, estes são incolores e bem aceites do ponto de vista cosmético. Contudo,

podem provocar mais dermatites de contacto que os inorgânicos. Como exemplos de

filtros solares orgânicos enumera-se o ácido para-aminobenzóico, a avobenzona e o

metoxifenil triazina [61].

O fator de proteção solar, comummente conhecido como Sun Protection Factor

(SPF), determina a eficácia do filtro solar com base no eritema. A radiação UVB causa

eritema em cerca de 1000 vezes mais do que a UVA, pelo que o SPF praticamente é

uma medida de proteção UVB. O SPF é determinado pela razão entre a menor

quantidade de radiação UV que provoca eritema mínimo na pele protegida por protetor

solar e a que provoca eritema semelhante na pele não protegida. A duração da

Figura 6 – Representação esquemática dos efeitos dos filtros

físicos e químicos na radiação solar. Adaptada de [61].

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exposição aos UV não é determinada pelo SPF, pelo que um filtro solar com o dobro da

classificação não indica que se pode ficar exposto ao sol duas vezes mais tempo sem

sofrer queimadura [57].

Cada indivíduo deve escolher o SPF mais indicado para o seu fenótipo de pele

e aos seus padrões de exposição solar [65]. A pele dos indivíduos de raça negra confere

uma proteção aos raios UVB duas vezes superior à dos caucasianos, pelo que têm um

menor risco de aparecimento de cancro da pele. Contudo, não estão isentos dos seus

malefícios, logo a proteção solar é recomendada a pessoas de todas as raças, pois

todos estão sujeitos ao aparecimento do cancro da pele [57].

Os filtros solares devem ser apenas utilizados em crianças com mais de 6

meses, pelo que até essa altura, não devem ser expostos à luz solar direta. Apesar do

referido, em crianças com idade inferior a 6 meses, pode ser aplicado protetor solar em

pequenas áreas de pele não protegidas pela roupa ou pela sombra. Até aos 2 anos de

vida, recomenda-se o uso de filtros solares físicos pois, tal como descrito anteriormente,

não são absorvidos sistemicamente e causam menos alergias [61].

O protetor solar deve ser aplicado em todo o corpo antes de ocorrer a exposição

e deve ser reaplicado de quatro em quatro horas, ou até antes, se ocorrer sudorese ou

houver contacto com a água [61]. Em suma, o uso correto do protetor solar deve ser

associado a todas as outras medidas supramencionadas [65].

2.5.1.1. INFLUÊNCIA DO PROTETOR SOLAR NA VITAMINA D

Apesar de todos os malefícios associados à radiação UVB, esta é essencial para

a síntese ao nível da pele da vitamina D3, precursora da vitamina D biologicamente

ativa. Sabe-se que aproximadamente 90% da vitamina D ativa é formada pela exposição

solar e que a restante provém de outras fontes, como o leite, óleo de peixe e

suplementos vitamínicos. Desta forma, levanta-se a hipótese de o uso de protetores

solares poder desencadear deficiência desta vitamina. Estudos revelam que pode haver

uma redução de 98% da síntese de vitamina D ativa aquando do uso correto de um filtro

solar SPF 15. Outros estudos indicam que há um efeito mínimo ou até nulo nos níveis

desta vitamina. Isto pode dever-se ao facto de poder ser adquirida na dieta, o protetor

solar ser aplicado em quantidade insuficiente ou inadequadamente, de forma

heterogénea, permitindo a penetração da radiação na pele [57, 61].

2.6. O PAPEL DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico apresenta um papel relevante no que diz respeito à orientação

do utente na escolha do protetor solar. Atualmente, existem diversos tipos com

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características próprias, destinados a diferentes idades, tipos de pele e patologias. Cabe

ao farmacêutico fazer um aconselhamento adequado para cada situação.

Durante o meu estágio, tive a oportunidade de exercer aconselhamentos para

situações especiais. Sempre que me solicitaram um protetor solar para crianças com

idade inferior a três anos, aconselhei um protetor 100% mineral, pois é o mais indicado

para peles imaturas. Em crianças com idade superior a três anos, aconselhei um

protetor resistente à água, com texturas e formas de aplicação mais aceitáveis nestas

idades: sprays, textura mousse e leite contendo pigmento azul para controlo da

aplicação [66]. Em peles acneicas sugeri protetores fluidos, oil-free, não

comedogénicos, com substâncias seborreguladoras. Nas grávidas, devido ao facto de

estarem mais suscetíveis ao aparecimento de hiperpigmentações na pele, recomendei

um protetor específico para estas situações [67]. Também recomendei sempre um

creme pós-solar, com ação hidratante, calmante e antioxidante [68]. Para além do

descrito, em todos os casos reforcei o facto de ser fulcral evitar a exposição solar

prolongada e em horas de maior calor, haver uma constante hidratação com água ou

sumos naturais de fruta, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e outras com elevados

teores de açúcares e de ser importante consultar regularmente o médico dermatologista

[62].

2.7. OUTRA ATIVIDADE DIRIGIDA A CRIANÇAS – PASSATEMPO “DIA DA CRIANÇA”

No dia 16 de maio, fez-se a divulgação de um passatempo dirigido a crianças do

primeiro ciclo, isto é, que se encontrassem entre o primeiro e o quarto ano de

escolaridade. Estas foram desafiadas a fazer e a entregar na FS, até ao dia 15 de junho,

um desenho alusivo ao tema “saúde”. No desenho teria de constar o nome completo, o

ano escolar e a localidade. Os desenhos ficaram expostos na montra da farmácia entre

o dia 1 e 30 de junho (Anexo XVI). Entre os dias 30 de junho e 2 de julho, os desenhos

foram avaliados por um júri externo à FS, de forma a garantir-se a imparcialidade da

escolha dos vencedores. Previamente ao início do passatempo, contactei uma

professora de Educação Visual e Tecnológica que, atualmente, leciona a crianças do

primeiro ciclo. Aquando do contacto, esta demonstrou a máxima disponibilidade para

tal. O anúncio dos quatro vencedores, um de cada ano escolar, foi feito através da

página da FS no Facebook®. Cada vencedor levantou na farmácia um jogo educativo

da Science4you® como prémio (Anexo XVI).

Considero que esta atividade foi bem sucedida, pelo número de desenhos que

recebemos e pela alegria e satisfação que vimos nas crianças e nos familiares. Os avós,

clientes mais frequentes da farmácia, foram um bom meio de divulgação deste

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passatempo. Efetivamente, este tipo de iniciativas é importante para criar uma maior

ligação não só com os pais e avós, mas também com as crianças.

3. DIVULGAÇÃO DA FARMÁCIA NAS REDES SOCIAIS

Durante o meu estágio, tive a oportunidade de participar na criação e

manutenção da página da farmácia na rede social Facebook®. Nela constam

informações básicas da farmácia, como a morada, o horário de funcionamento, contacto

telefónico, e-mail e serviços prestados. Nesta página encontram-se publicações tanto

de caráter científico e educacional, como também de carácter publicitário. Desde a sua

criação, participei ativamente na divulgação da farmácia e abordei temas de carácter

científico relevantes para a comunidade. Pelo feedback que tivemos por parte dos

utentes, esta nova página permitiu criar um contacto mais próximo com estes, esclarecer

variadas questões e aumentar o conhecimento relativo a diversos temas e patologias.

Fiz publicações semanalmente, sempre com conteúdos atuais, pertinentes,

fáceis de ler, chamativos e acessíveis a todas as pessoas (Anexo XVII). Os conteúdos

apresentados foram alusivos a alguns dias festivos ou temáticos e também selecionados

conforme as questões que me iam sendo colocadas durante o atendimento ao público.

Por exemplo, aquando do surto de Sarampo, tentei esclarecer algumas questões mais

simples, tendo feito uma publicação intitulada “5 coisas que deve saber sobre o

Sarampo” (Anexo XVIII). Também no Dia Mundial da Doença de Parkinson, fiz um

enquadramento da patologia (Anexo XXII). Para além disso, tentei alertar a população

para algumas problemáticas bem atuais e recorrentes, como o abuso, dependência e

tolerância das benzodiazepinas (Anexo XXV) e a deficiência de selénio em Portugal

(Anexo XXIII).

Em conclusão, considero que as publicações na rede social foram uma mais-

valia tanto para a farmácia como para os utentes, sendo uma excelente forma para a

promoção de uma maior educação para a saúde.

4. SAÚDE DO VIAJANTE

4.1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Atualmente, vivemos num mundo cada vez mais global e sem fronteiras. É com

extrema facilidade que nos deslocamos para qualquer lugar do globo. As viagens

tornaram-se mais acessíveis, pelo que a sociedade viaja facilmente para países

longínquos, com climas e hábitos diferentes daqueles a que estamos habituados. Muitas

vezes, nesses locais está-se exposto a diversos fatores de risco e não se tem

acessibilidade a farmácias ou a outras instituições de saúde. Efetivamente, quando

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

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viajamos estamos sujeitos a qualquer imprevisto que poderá afetar negativamente a

estadia.

Tal como descrito na primeira parte do relatório, a FS encontra-se localizada

numa zona industrial, cujos utentes viajam frequentemente em trabalho. Neste sentido,

senti a necessidade de elaborar um panfleto intitulado “Kit de Viagens – Vai viajar e não

sabe o que levar?”, apresentado no Anexo XXXVIII. Nele apresentei dicas e sugestões

de medicamentos e produtos básicos que devem fazer parte da mala de viagem, com o

intuito de se evitar ou minimizar os danos relativos a qualquer eventualidade que possa

surgir. Os panfletos ficaram disponíveis para os utentes a partir do mês de maio, altura

em que habitualmente se inicia um período propício a viagens. Para chegar a um maior

número de pessoas, também fiz uma publicação no Facebook® (Anexo XXXV) com

informações retiradas do folheto informativo.

Considero que a criação deste folheto informativo foi uma mais-valia para a

farmácia e para os utentes. Notei um especial interesse por parte dos pais com filhos

pequenos e de utentes que na sua atividade profissional viajam muito.

4.2. O PAPEL DO FARMACÊUTICO

O farmacêutico, devido aos seus conhecimentos amplos, tem bem presentes os

perigos e patologias existentes noutros países. O aconselhamento ao utente nesta área

é de extrema importância, de forma a zelar pela saúde pública.

Durante os atendimentos ao público tentei sempre aconselhar os melhores

produtos, de acordo com os destinos das viagens. Tentei sempre fazer um

aconselhamento não farmacológico dirigido, educando sobre os riscos para a sua saúde

relacionados com a viagem e as medidas e atitudes preventivas adequadas. Quando os

utentes referiam que iam para destinos tropicais e com problemas de saneamento,

informei sobre o risco e prevenção de doenças transmitidas pelo consumo de águas e

alimentos contaminados (por exemplo, não beberem água da torneira, beberem e

lavarem os dentes com água engarrafada, evitarem o gelo nas bebidas, não comerem

fruta com casca, entre outros) [69]. Sempre que considerei necessário, encaminhei os

utentes para a consulta do viajante.

4.3. CASO CLÍNICO

Relato um caso que surgiu na farmácia: um utente jovem, com idade entre os

20-30 anos, queria adquirir uma caixa do medicamento antimalárico Mephaquin Lactab®

(Mepha), constituído pela substância ativa mefloquina. Acrescentou que trabalha no

estrangeiro, mais especificamente em Moçambique. O seu trabalho obriga-o, de forma

cíclica, a passar dois meses no referido país e um mês em Portugal. Segundo o RCM,

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

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o utente tem de tomar um comprimido por semana, uma semana antes da partida para

Moçambique, durante a estadia e quatro semanas após a vinda [70]. Neste sentido,

surgiu imediatamente uma questão: poderá o utente tomar este medicamento de uma

forma permanente? Esta questão foi colocada via e-mail ao CEDIME, que respondeu:

“após pesquisa nas fontes, infelizmente, não foi encontrado nenhuma informação

relativa à toma prolongada do mesmo. Entramos em contacto com o titular do

medicamento que referiu a não existência de estudos sobre o tema. O mais indicado

nesta situação, será que o utente consulte o médico que o acompanha e/ou consulta do

viajante, de forma a poder tratar esta questão e discutir outras possíveis/melhores

profilaxias da doença e outras endémicas da região (vacinação preventiva, entre

outras)”. Assim, o utente foi encaminhado para uma consulta do viajante, de forma a

averiguar a melhor situação para o caso.

Considero que o CEDIME é uma fonte de informação de extrema importância,

principalmente para situações particulares, perante as quais no momento do

atendimento ao público não conseguimos dar respostas.

5. RASTREIO DE INFEÇÕES VIRAIS NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA: VÍRUS DA

IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA, VÍRUS DA HEPATITE B E VÍRUS DA HEPATITE C

5.1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Na contemporaneidade, a infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH)

exibe um papel marcante na saúde pública não só em Portugal, como em todo o

continente europeu. Apesar de em Portugal se prever um valor inferior a 10%, na

Europa, cerca de 15% das pessoas infetadas pelo VIH (uma em cada sete), não estão

diagnosticadas. Neste sentido, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH e

SIDA (ONUSIDA) deseja atingir com a máxima celeridade os “objetivos 90-90-90”: até

2020, serem diagnosticadas 90% das pessoas infetadas, 90% das diagnosticadas

estarem em tratamento antirretroviral e 90% das pessoas em tratamento apresentarem

uma carga viral indetetável. Portugal coloca também uma meta: em 2030 ser um país

ausente de infeção epidémica [71].

Para além da preocupação pelo VIH, acrescentam-se duas outras: mais de 13

milhões de pessoas possuem infeção crónica pelo Vírus da Hepatite B (VHB) e mais de

15 milhões pelo Vírus da Hepatite C (VHC), a nível europeu. No que diz respeito às

hepatites, Portugal pretende eliminar estas infeções virais até ao ano 2030 [71].

Perante tais objetivos ambiciosos, a 12 de março do presente ano, foi publicado

o Despacho n.º 2522/2018, que autoriza a realização de testes rápidos (“Point of care”)

de rastreio de infeções pelos VIH, VHB e VHC nas farmácias comunitárias, nos

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

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laboratórios de patologia clínica e de análises clínicas. Efetivamente, os locais referidos

são parceiros essenciais dos serviços de saúde devido à relação de proximidade e

confiança que partilham com os cidadãos. Estes testes poderão ser realizados sem uma

prescrição médica prévia e ficarão a cargo de profissionais de saúde com formação

assegurada pela OF. O objetivo destes rastreios é tornar mais fácil e acessível a deteção

precoce das infeções provocadas pelos vírus em causa e quebrar os ciclos de

transmissão [71-73].

No dia 17 de abril tive a oportunidade de participar na ação de formação

“Rastreio de Infeções Virais na Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência

Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus da Hepatite C” na distribuidora farmacêutica

Cooprofar Farmácia – Cooperativa dos Proprietários de Farmácia®, ministrada pela Prof.

Dra. Fátima Cerqueira. Visto que esta formação decorreu entre as 14h30 e as 18h30,

isto é, num horário laboral, impossibilitou a comparecência de qualquer outro elemento

da FS. Dada a atualidade e importância deste tema, decidi fazer uma formação interna

na FS para atualização de conhecimentos acerca desta temática (Anexo XXXIX). Com

o auxílio do PowerPoint (Anexo XL), fiz uma apresentação oral para os elementos da

equipa técnica da farmácia onde salientei aspetos tais como a prevalência dos vírus em

Portugal e na Europa, serologia e modo de transmissão dos mesmos, a nova legislação

dos testes de rastreio, a sua execução e interpretação, entre outros.

Apesar de atualmente ainda não se encontrarem em prática estes testes,

considero que esta formação será uma mais-valia no futuro próximo, tanto para os

profissionais da FS como para mim. Efetivamente, foi uma excelente forma de

aprofundar os meus conhecimentos para poder aplicá-los adequadamente assim que

exerça a minha atividade profissional como farmacêutica.

5.2. O PAPEL DO FARMACÊUTICO

Dada a proximidade do farmacêutico com a comunidade, este tem um papel

valioso nesta temática. Até há pouco tempo, o farmacêutico era unicamente um

conselheiro. A partir de agora, este profissional de saúde fará um possível diagnóstico

destas infeções. Por isso, é da máxima importância que tenha conhecimentos

atualizados na área que saiba elaborar e interpretar corretamente os resultados dos

testes. Existem outros aspetos igualmente importantes que ficam a cargo do

farmacêutico: questionar o utente acerca do motivo da realização do teste e avaliar a

necessidade do mesmo; identificar fatores de risco e vias de transmissão e explicar o

conceito de janela imunológica; explicar o funcionamento do teste, seus benefícios,

limitações e possíveis resultados; abordar as formas de prevenção e tratamento destas

infeções. Deve igualmente salientar que qualquer resultado obtido não é definitivo, que

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carece de confirmação posterior, e deve encaminhar o utente para o local apropriado. É

importante referir que este tema exige a máxima privacidade e confidencialidade.

6. OUTRAS ATIVIDADES – MOLDURA DO DIA DA MÃE

Na semana anterior ao Dia da Mãe (dia 6 de maio), a FS selecionou produtos da

marca Vichy® como sugestão de prenda para as mães nesse dia especial. Assim, de

forma a que estes estivessem evidenciados fiz, manualmente, uma moldura de cartão

decorada com papel de diversas cores. Acrescentei também num dos cantos a frase

“Feliz Dia da Mãe!”. Esta moldura foi exposta no balcão central de atendimento ao

público, zona esta de grande visibilidade. Dentro da moldura foram colocados os

produtos selecionados (Anexo XLI). Pelo feedback que tive dos utentes, percebi que foi

uma boa forma de lhes despertar a atenção. Muitos pediram para retirarmos os produtos

da moldura para poderem ver e para explicarmos as diferenças entre eles, o que

demonstra uma boa estratégia de venda.

7. CONCLUSÕES

O estágio de finalização do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas deu-

me a conhecer o valor do farmacêutico na sociedade e ajudou-me a consciencializar

sobre a sua responsabilidade perante esta.

As atividades e os projetos desenvolvidos ao longo destes seis meses

permitiram-me desenvolver diversas competências tanto a nível profissional como

pessoal. Foi um período de extrema aprendizagem e imprescindível para a minha

formação académica.

Na FS tive a possibilidade de desempenhar todas as tarefas inerentes ao

farmacêutico comunitário. Sem dúvida, o atendimento ao público foi o maior desafio,

mas o mais gratificante. Foi através deste que me apercebi das lacunas de informação

existentes em relação a determinados temas, o que me auxiliou na escolha dos projetos.

Procurei integrá-los com criatividade na farmácia e na sua comunidade. Tentei abranger

todas as faixas etárias, começando pelos mais novos com o tema “A proteção solar nas

crianças” e, nos mais velhos, com os temas “A alopecia androgenética” e “Saúde do

viajante”. Também sem esquecer a equipa técnica da farmácia, abordei o tão atual tema

“Rastreio de Infeções Virais na Farmácia Comunitária”. Os projetos foram uma excelente

forma para aprofundar conhecimentos e desenvolver as minhas capacidades de

comunicação.

Sendo a saúde a conjugação do bem-estar físico, psíquico e social, espero com

as minhas intervenções ter contribuído positivamente para a promoção da mesma.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Lei n.º 53/2007, de 8 de março, que regula o horário de funcionamento das farmácias

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[2] Decreto-Lei n.º 75/2016, de 8 de novembro. Diário da República, 1.ª série – N.º 214

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[3] Deliberação n.º 1502/2014, de 3 de julho – Regulamentação das áreas mínimas das

farmácias, de acordo com n.os 4 e 5 do artigo 29.º e do artigo 57.º-A do Decreto-Lei n.º

307/2007, de 31 de agosto, na sua redação atual. Acessível em: http://www.infarmed.pt/

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2018].

[4] INFARMED: Recolha de lotes de medicamentos contendo Valsartan – Aditamento

às circulares informativas n.ºs 096 e 097/CD/550.20.001. Acessível em: http://www.

infarmed.pt/web/infarmed/alertas/-/journal_content/56/15786/2716292 [acedido a 2 de

junho de 2018].

[5] Ordem dos Farmacêuticos: Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia

Comunitária, 3ª Edição. Acessível em: https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/docum

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[6] Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto. Diário da República, 1ª série – N.º 167 –

30 de agosto de 2006. Acessível em: http://www.infarmed.pt/documents/15786/1068

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a 2 de junho de 2018].

[7] INFARMED: Normas relativas à prescrição de medicamentos e produtos de saúde.

Acessível em: http://www.infarmed.pt/documents/15786/17838/Normas_Dispensa/4c1

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[8] Despacho n.º 2935-B/2016. Diário da República, 2ª série – N.º 39 – 25 de fevereiro

de 2016. Acessível em: https://dre.pt/pesquisa//search/73723295/details/normal?_sear

ch_WAR_drefrontofficeportlet_print_preview=print-preview [acedido a 7 de junho de

2018].

[9] Portaria n.º 224/2015. Diário da República, 1.ª série – N.º 144 – 27 de julho de 2015.

Acessível em: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/69879391/details/maximized

[acedido a 7 de junho de 2018].

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

42

[10] Portaria n.º 195-D/2015, de 30 de junho – Estabelece os grupos e subgrupos

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respetivos escalões de comparticipação. Acessível em: http://www.infarmed.pt/docume

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[13] Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro – Regime jurídico do tráfico e consumo de

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[14] Despacho n.º 17690/2007, de 23 de julho. Acessível em: http://www.infarmed.pt/

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2018].

[15] INFARMED: Lista de DCI identificadas pelo INFARMED como MNSRM-EF e

respetivos protocolos de dispensa. Acessível em: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/

entidades/medicamentos-uso-humano/autorizacao-de-introducao-nomercado/alteraçõe

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[16] Deliberação n.º 24/CD/2014 – Aprova o Regulamento dos medicamentos não

sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia. Acessível em: https://www.

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65cc215c4bb [acedido a 7 de junho de 2018].

[17] Decreto-Lei n.º 10/2007, de 18 de janeiro. Diário da República, 1.ª série – N.º 13 –

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10 de junho de 2018].

[18] Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de junho. Diário da República, 1.ª série – N.º 147

– 28 de junho de 2003. Acessível em: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/693251

/details/maximized [acedido 10 de junho de 2018].

[19] INFARMED: Boletim de Farmacovigilância – Suplementos alimentares: O que são

e como notificar reações adversas. Acessível em: http://www.infarmed.pt/documents/15

786/1983294/Boletim+de+Farmacovigil%C3%A2ncia%2C+Volume+21%2C+n%C2%B

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A3%2C+mar%C3%A7o+de+2017/89d99edd-fb8c-4042-8a38-8d1bc5a555c7?version

=1.0 [acedido a 10 de junho de 2018].

[20] Decreto-Lei n.º 148/2008, de 29 de julho. Diário da República, 1.ª série – N.º 145 –

29 de julho de 2008. Acessível em: https://dre.pt/pesquisa/-/search/454810/details/maxi

mized [acedido a 10 de junho de 2018].

[21] Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de junho. Diário da República, 1.ª série – N.º 115

– 17 de julho de 2009. Acessível em: https://dre.pt/pesquisa/-/search/494558/details/ma

ximized [acedido a 10 de junho de 2018].

[22] SNS: Dispositivos médicos. Acessível em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2017/04

/05/dispositivos-medicos/ [acedido a 10 de junho de 2018].

[23] Portaria n.º 92-F/2017, de 3 de março. Diário da República, 1.ª série – N.º 45 – 3

de março de 2017. Acessível em: https://dre.pt/application/file/a/106551520 [acedido a

10 de junho de 2018].

[24] INFARMED: Programa Controlo Diabetes Mellitus. Acessível em: http://www.infar

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[25] Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de abril – Regula a prescrição e a preparação de

medicamentos manipulados. Acessível em: http://www.infarmed.pt/documents/15786/1

070327/067-A-DL_95_2004.pdf [acedido a 10 de junho de 2018].

[26] Decreto-Lei n.º 171/2012, de 1 de agosto – Procede à segunda alteração ao

Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, que estabelece o regime jurídico das

farmácias de oficina. Acessível em: http://www.infarmed.pt/documents/15786/1067254/

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[27] Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro – Define os serviços farmacêuticos que

podem ser prestados pelas farmácias. Acessível em: http://www.infarmed.pt/document

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[28] INFARMED: Deliberação n.º 139/CD/2010. Acessível em: http://www.infarmed.pt/

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[29] INFARMED: Deliberação n.º 145/CD/2010. Acessível em: http://www.infarmed.pt/

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[32] Lei n.º 131/2015, de 4 de setembro. Diário da República, 1.ª série – N.º 173 – 4 de

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[54] VICHY®: Dercos - Aminexil Clinical 5. Acessível em: https://www.vichy.pt/capilare

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[55] VICHY®: Dercos – Champô Complemento para Tratamentos Anti-Queda. Acessível

em: https://www.vichy.pt/capilares/champo-complemento-para-tratamentos-antiqueda-

estimulante-dercos/p19206.aspx [acedido em 12 de junho de 2018].

[56] Pustisek N, Sikanic-Dugic N, Hirsl-Hecej V, Domljan ML (2010). Acute skin sun

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[57] Quatrano NA, Dinulos JG (2013). Current principles of sunscreen use in children.

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[59] Shafie Pour N, Saeedi M, Morteza Semnani K, Akbari J (2015). Sun Protection for

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[60] Amaro-Ortiz A, Yan B, D'Orazio JÁ (2014). Ultraviolet radiation, aging and the skin:

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[61] Criado PR, Melo JN, Oliveira ZN (2012). Topical photoprotection in childhood and

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[62] Direção Geral de Saúde: Férias e Viagens. Acessível em: https://www.dgs.pt/

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de 2018].

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

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[66] Bioderma®: Proteção Solar Infantil. Acessível em: http://www.bioderma.pt/noticias/

protecao-solar-infantil [acedido em 1 de julho de 2018].

[67] Bioderma®: Photoderm. Acessível em: https://www.bioderma.pt/produtos/photo

derm [acedido em 1 de julho de 2018].

[68] Bioderma®: Photoderm – Après-soleil. Acessível em: https://www.bioderma.pt/prod

utos/photoderm/apres-soleil [acedido em 1 de julho de 2018].

[69] ARS Norte: Departamento de Saúde Pública. Acessível em: http://portaisars.azure

websites.net/norte/wp-content/uploads/sites/3/2017/12/Normas_higiene_hidrica_alime

ntar_0.pdf [acedido em 16 de junho de 2018]

[70] INFARMED: Monitorização do Mercado. Acessível em: http://app7.infarmed.pt/info

med/download_ficheiro.php?med_id=10586&tipo_doc=rcm [acedido em 16 de junho de

2018].

[71] Diário da República Eletrónico: Despacho nº 2522/2018. Acessível em: https://dre.

pt/web/guest/home/-/dre/114848817/details/2/maximized?serie=II&parte_filter=31&day

=2018-03-12&date=2018-03-01&dreId=114848775 [acedido em 1 de julho de 2018].

[72] Despacho n.º 2522/2018, de 12 de março de 2018 – Diário da República, 2ª série

– N.º 50 – 12 de março de 2018. Acessível em: https://dre.pt/application/conteudo/11484

8817 [acedido em 1 de julho de 2018].

[73] Serviço Nacional de Saúde: Testes rápidos de rastreio na farmácia. Acessível em:

https://www.sns.gov.pt/noticias/2018/03/12/testes-rapidos-de-rastreio-nas-farmacias/

[acedido em 1 de julho de 2018].

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Anexos

Anexo I – Atividades desempenhadas na FS e respetiva calendarização.

Atividades desempenhadas

15 Jan – 31 Jan

Fev Mar Abr Mai Jun 2 Jul –14 Jul

Receção de encomendas

X X X X X X X

Armazenamento de produtos

X X X X X X X

Verificação de prazos de validade

X X X X X X X

Gestão de stocks e realização de encomendas

X X X X

Gestão de devoluções

X X X X

Determinação de parâmetros bioquímicos

X X X X X X X

Conferência de receituário

X X X X

Atendimento ao público com supervisão

X X X

Atendimento ao público sem supervisão

X X X X

Formações X X X X X X X

Anexo II – Vista exterior da FS.

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Anexo III – Totem da FS.

Anexo IV – Área de atendimento ao público da FS.

Anexo V – Exemplo de uma ficha de preparação (frente e verso) de um medicamento

manipulado feito na Farmácia Barreiros, no Porto.

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49

Anexo VI – Hora limite de pedido e hora prevista de chegada das encomendas de acordo

com cada grossista.

Fornecedor Dia Hora limite de pedido Hora prevista de chegada

Plural – Cooperativa Farmacêutica, CRL®

2ª a 6ª Sábado

12h; 17h; 22h 13h

9h30; 14h45; 19h 17h

Botelho & Rodrigues, Lda® 2ª a 6ª Sábado

12h30; 20h 13h

11h; 18h 18h

Empifarma – Produtos Farmacêuticos, S.A®

2ª a 6ª Sábado

12h30; 21h 21h

10h30; 16h45 2ª às 10h30

Cooprofar Farmácia – Cooperativa dos

Proprietários de Farmácia®

2ª a 6ª Sábado

16h; 21h 13h

9h; 19h 17h

Anexo VII – Linha “S.O.S.” de aquisição do medicamento Mysoline® (SERB, SAS).

Anexo VIII – Regimes excecionais de comparticipação em farmácia comunitária.

Patologia Comparticipação Legislação

Paramiloidose 100% Despacho n.º 4521/2001, de 31 de janeiro

Lúpus 100% Despacho n.º 11387-A/2003, de 23 de maio

Hemofilia 100% Despacho n.º 11387-A/2003, de 23 de maio

Hemoglobinopatias 100% Despacho n.º 11387-A/2003, de 23 de maio

Doença de Alzheimer 37% Despacho n.º 13020/2011, de 20 de setembro

Psicose Maníaco – Depressiva

100% Despacho n.º 21094/99, de 14 de setembro

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50

Doença Inflamatória Intestinal

90% Despacho n.º 1234/2007, de 29/12/2006, alterado pelo

Despacho n.º 19734/2008, de 15/07, Despacho n.º 15442/2009,

de 01/07, Despacho n.º 19696/2009, de 20/08, Despacho

n.º 5822/2011, de 25/03 e Despacho n.º 8344/2012, de 12/06

Artrite Reumatóide, Artrite Idiopática Juvenil, Artrite

Psoriática e Espondiloartrites

100% Portaria n.º 281/2017, de 21 de setembro

Dor Oncológica Moderada a Forte

90% Portaria n.º 331/2016, de 22 de dezembro

Dor Crónica Não Oncológica Moderada a

Forte

90% Portaria n.º 329/2016, de 20 de dezembro

Procriação Medicamente Assistida

69% Despacho n.º 10910/2009, de 22/04 alterado pela Declaração de

Retificação n.º 1227/2009, de 30/04, Despacho n.º 15443/2009,

de 01/07, Despacho n.º 5643/2010, de 23/03, Despacho n.º 8905/2010,

de 18/05, Despacho n.º 13796/2012, de 12/10 e Despacho

n.º 56/2014, de 19/12/2013

Psoríase 90% Lei n.º 6/2010, de 07/05

Ictiose 90% Despacho n.º 5635-A/2014, de 24 de abril

Anexo IX – Formações frequentadas durante o estágio.

Formação Local Data Duração

1º Curso Uriage® Hotel Mercure –Gaia

06/02/2018 4h

Ciclo de Conferências GSK® – “Aconselhamento Farmacêutico na Dor Lombar – Técnicas de Venda; Inovação

no Tratamento da Dor Localizada”

ANF – Porto 21/02/2018 2h

Anti-inflamatórios Não Esteróides: Update em Patologia e Terapêutica

Cooprofar – Gondomar

06/03/2018 2h

Gama Halibut® – Cuidado da pele do recém-nascido e criança

FS 16/03/2018 1h

Infeções bacterianas da pele – apresentação do produto Nadiclox®

FS 16/03/2018 1h

Olho Vermelho e Otites – Casos Clínicos Cooprofar –Gondomar

20/03/2018 2h

Vichy® Dercos Academia L’Oreal – Porto

22/03/2018 2h30

Deficiência de selénio em Portugal – Pharma Nord®

Hotel Vila Galé – Porto

22/03/2018 4h

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51

Ostomia – O primeiro ano de intervenção nas farmácias

ANF – Porto 16/04/2018 2h

Rastreio de Infeções Virais na Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus da

Hepatite C

Cooprofar –Gondomar

17/04/2018 4h

Ciclo de Conferências da Academia LEO Pharma – Psoríase: Aconselhamento e

Intervenção Farmacêutica

ANF – Porto 18/04/2018 2h

Gama Photoderm – Bioderma® FS 24/04/2018 1h

InovaDor – A Eletroterapia no Controlo da Dor

ANF – Porto 02/05/2018 2h

Comunicação Clínica para Farmacêuticos

Faculdade de Farmácia da Universidade

do Porto

03/05/2018 6h

Gama Anthelios – La Roche-Posay® Hotel Crowne Plaza – Porto

07/05/2018 2h

Higiene e Cuidados de Saúde Oral: O Papel da Farmácia

ANF – Porto 15/05/2018 2h

Abordagem Local no Tratamento da Ferida Aguda

ANF – Porto 23/05/2018

Suplementos Alimentares – Pharma Nord®

Hotel Vila Galé - Porto

24/05/2018 7h

Gama Age Protect – Uriage® Terminal Porto Cruise –

Matosinhos

06/06/2018 2h

Parasitas Externos dos Animais de Companhia

Cooprofar –Gondomar

11/06/2018 2h

Gama Sun Secure – SVR® FS 10/07/2018 1h

Gama Filorga® FS 10/07/2018 1h

Anexo X – Certificados de algumas formações realizadas.

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53

Anexo XI – Folheto Informativo “Sofre de queda de cabelo? Venha conhecer a alopecia

androgenética!” (frente e verso).

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54

Anexo XII – Exemplos de produtos usados no tratamento e como adjuvantes deste,

disponíveis nas farmácias. Fontes: ISDIN® [48-50], SESDERMA® [51-53] e VICHY® [54,

55].

Laboratório e

gama

Produtos Indicação

terapêutica

Composição Modo de utilização

ISDIN®

Lambdapil

Loção

antiqueda

Tratamento da

alopecia

androgenética e

difusa, masculina

e feminina

Melatonina,

Ginkgo biloba e

Biotina

Aplicar, entre 5 a 7 dias por

semana, 1 monodose por dia

no couro cabeludo seco e

massajar. Fazer durante 3 a 6

meses.

Cápsulas

antiqueda

Queda de cabelo

e manutenção do

cabelo saudável

L-cistina, Taurina,

Silício, Zinco,

Biotina, Serenoa

repens e

Vitaminas do

complexo B

2 cápsulas por dia ao

pequeno-almoço, no mínimo 3

meses.

Champô

antiqueda

Adjuvante nos

tratamentos

antiqueda

Serenoa repens, e

Complexo

Multiativo

Trichogen

Aplicar sobre o cabelo húmido,

massajar e enxaguar.

SESDERMA®

Seskavel

Loção

antiqueda

Prevenir e

eliminar a queda

de cabelo

Placenta, Silício

orgânico, Biotinil

tripéptido 1,

Quinina,

Complexo

antiqueda

Aplicar sobre o couro cabeludo

seco e massajar.

Cápsulas

antiqueda

Para cabelo mais

forte e denso

Sabal, Taurina e

Quinoa

2 cápsulas por dia, de

preferência durante as

refeições.

Champô

antiqueda

Prevenção e

tratamento da

queda de cabelo,

para vários tipos

de alopécia

Pantenol,

Arginina, Aloé

vera, Proteínas de

seda, Extrato de

gérmen de trigo,

Extrato de

bardana

Aplicar sobre o cabelo húmido,

massajar e enxaguar.

VICHY®

Dercos

Aminexil

ampolas

Cuidado

antiqueda

Aminexil, Cafeína,

Água termal

mineralizante,

Vitaminas do

complexo B

Aplicar no cabelo seco ou

húmido 1 monodose por dia

durante 6 semanas.

Tratamento de manutenção

com 3 monodoses por

semana.

Champô

energisant

Complemento

para tratamentos

antiqueda

Aminexil e

Vitaminas do

complexo B

Aplicar sobre o cabelo húmido,

massajar e enxaguar.

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55

Anexo XIII – Sessão informativa na FS, intitulada “O Sol e a Proteção Solar”, destinada

a crianças do primeiro ciclo.

Anexo XIV – Diapositivos apresentados na sessão informativa.

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56

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57

Anexo XV – Brindes oferecidos às crianças após a sessão informativa.

Anexo XVI – Desenhos do passatempo “Dia da Criança”, prémios e um dos vencedores.

Anexo XVII – Publicações efetuadas na página da FS na rede social Facebook®.

Publicação Data Conteúdo Anexo

“5 coisas que deve saber sobre o

Sarampo”

20/03/2018 Etiologia e gravidade da doença, modo de transmissão, sintomas, período de contágio e prevenção.

XVIII

“Ainda não conhece os novos sacos

Ecomed?”

26/03/2018 Divulgação dos novos sacos reutilizáveis para a colocação e

transporte de embalagens e medicamentos fora de uso; Educação

ambiental.

XIX

“A Farmácia Santiago deseja

uma Páscoa Feliz!”

30/03/2018 Imagem a desejar uma Boa Páscoa aos utentes da FS.

XX

“Dia Mundial da Saúde”

07/04/2018 Dicas de um estilo de vida saudável. XXI

“Dia Mundial da Doença de Parkinson”

11/04/2018 Explicação da origem do nome da doença e do dia 11 de abril; Etiologia

e sintomas mais comuns.

XXII

“Deficiência de selénio em Portugal”

22/04/2018 População afetada, importância do selénio no organismo e alimentos que

o contêm.

XXIII

“Semana Mundial da Vacinação”

26/04/2018 Apelo para a atualização de todas as vacinas.

XXIV

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

58

“O que sabe sobre benzodiazepinas e

o seu abuso?”

05/05/2018 Definição de benzodiazepinas, indicação dos efeitos terapêuticos, tolerância e abuso; Sensibilização

para o uso correto.

XXV

“Feliz Dia da Mãe!” 06/05/2018 Imagem a desejar um Feliz Dia da Mãe.

XXVI

“Acne Inflamatório” 13/05/2018 Definição da doença, etiologia e zonas do corpo mais afetadas; Cuidados

básicos a ter com uma pele acneica.

XXVII

“Passatempo Dia da Criança”

16/05/2018 Explicação do passatempo realizado, bem como das suas regras.

XXVIII

“Dia Mundial da Hipertensão”

17/05/2018 Sensibilização para hábitos saudáveis, através de dicas para prevenir a hipertensão arterial.

XXIX

“Dia Nacional de Luta contra a Obesidade”

23/05/2018 Sensibilização para as complicações provocadas pelo excesso de peso.

XXX

“Feliz Dia da Criança!”

01/06/2018 Imagem a desejar um Feliz Dia Mundial da Criança.

XXXI

“O Sol e a Proteção Solar”

01/06/2018 Vídeo explicativo dirigido, principalmente a crianças, com

conceitos básicos relativos ao sol e à proteção solar; Benefícios e malefícios

da exposição solar; Dicas úteis relativamente ao uso do protetor solar.

XXXII

“Dia Mundial do Ambiente”

05/06/2018 Sensibilização para a proteção ambiental, mais precisamente no que

diz respeito ao medicamento.

XXXIII

“4 Dicas Essenciais para uma Pele

Saudável”

21/06/2018 Sensibilização para pequenas ações diárias essenciais para ter uma pele

saudável.

XXXIV

“Vai viajar e não sabe o que levar?”

24/06/2018 Medicamentos e produtos básicos que devem fazer parte da bagagem de um

viajante.

XXXV

“Exemplos de medicamentos que implicam maiores

cuidados de proteção solar”

12/07/2018 Enumeração de algumas classes terapêuticas e substâncias ativas mais vendidas na farmácia comunitária que exigem cuidados redobrados no que

diz respeito à proteção solar.

XXXVI

“Alopecia Androgenética:

Sofre de queda de cabelo?”

12/07/2018 Vídeo explicativo com conceitos básicos relativos à alopecia

androgenética: caracterização da doença, prevalência, áreas do couro cabeludo mais afetadas, etiologia e

tratamento.

XXXVII

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Relatório de Estágio Profissionalizante | Sara Pinheiro

59

Anexo XVIII – Publicação “5 coisas que deve saber sobre o Sarampo”.

Anexo XIX– Publicação “Ainda não conhece os novos sacos Ecomed?”.

Anexo XX – Publicação “A Farmácia Santiago deseja uma Páscoa Feliz!”.

Anexo XXI – Publicação “Dia Mundial da Saúde”.

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60

Anexo XXII – Publicação “Dia Mundial da Doença de Parkinson”.

Anexo XXIII – Publicação “Deficiência de selénio em Portugal”.

Anexo XXIV – Publicação “Semana Mundial da Vacinação”.

Anexo XXV – Publicação “O que sabe sobre benzodiazepinas e o seu abuso?”.

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61

Anexo XXVI – Publicação “Feliz Dia da Mãe!”.

Anexo XXVII – Publicação “Acne Inflamatório”.

Anexo XXVIII – Publicação “Passatempo Dia da Criança”.

Anexo XXIX – Publicação “Dia Mundial da Hipertensão”.

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62

Anexo XXX – Publicação “Dia Nacional de Luta contra a Obesidade”.

Anexo XXXI – Publicação “Feliz Dia da Criança!”.

Anexo XXXII – Publicação “O Sol e a Proteção Solar” – vídeo.

Anexo XXXIII – Publicação “Dia Mundial do Ambiente”.

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63

Anexo XXXIV – Publicação “4 Dicas Essenciais para uma Pele Saudável”.

Anexo XXXV – Publicação “Vai viajar e não sabe o que levar?”.

Anexo XXXVI – Publicação “Exemplos de medicamentos que implicam maiores

cuidados de proteção solar”.

Anexo XXXVII – Publicação “Alopecia Androgenética: Sofre de queda de cabelo?” –

vídeo.

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64

Anexo XXXVIII – Folheto Informativo “Vai viajar e não sabe o que levar?” (frente e verso).

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65

Anexo XXXIX – Formação interna na FS, intitulada “Rastreio de Infeções Virais na

Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e Vírus

da Hepatite C”.

Anexo XL – Diapositivos apresentados na formação interna “Rastreio de Infeções Virais

na Farmácia Comunitária: Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus da Hepatite B e

Vírus da Hepatite C”, na FS.

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67

Anexo XLI – Moldura do Dia da Mãe.

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