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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Relatório de Estágio Profissionalizante Farmácia Lima Setembro de 2014 a Dezembro de 2014 Helena Mafalda Rodrigues Vicente Orientador: Dr. Carlos Alberto Sá Esteves _______________________________________ Tutora FFUP: Prof.ª Doutora Glória Queiroz ______________________________________ Abril de 2015

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Page 1: Relatório de Estágio Profissionalizante · tomar durante o tratamento, tendo depois distribuído um panfleto informativo que realizei. ... alarmes, extintores de incêndio e na

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Lima

Setembro de 2014 a Dezembro de 2014

Helena Mafalda Rodrigues Vicente Orientador: Dr. Carlos Alberto Sá Esteves _______________________________________ Tutora FFUP: Prof.ª Doutora Glória Queiroz ______________________________________

Abril de 2015

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Declaração de Integridade

Eu, Helena Mafalda Rodrigues Vicente abaixo assinado, nº 110601008, aluno do Mestrado

Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro

ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo

por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro

que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram

referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte

bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ___________ de ______

Assinatura: _____________________________________

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Agradecimentos

Estes quatro meses de estágio na Farmácia Lima de Braga foram sem dúvida uma intensa

aprendizagem enquanto futura profissional, mas também a nível pessoal.

Desde já, queria deixar um especial agradecimento ao Dr. Carlos Esteves por me ter

acolhido, integrado na equipa e orientado nas mais diversas atividades relativas à farmácia

comunitária.

Agradeço também, à Dr.ª Ana Sá e ao Dr. Ricardo Pereira, por todos os conhecimentos que

me transmitiram, bem como pela paciência incansável que tiveram comigo ao longo de todo o

estágio e pela confiança que depositaram em mim e nas minhas capacidades.

Deixo igualmente o meu agradecimento ao Sr. José Teixeira, ao Sr. Flávio Caldas, ao Sr.

João Sousa e ao Sr. Fernando Pinto, pela disponibilidade, apoio e simpatia que sempre

demonstraram.

Termino com um especial agradecimento à Faculdade de Farmácia Universidade do Porto,

pela formação técnica e científica que me proporcionou, e em particular à Prof. Dr.ª Glória

Queiroz, a minha tutora de estágio.

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Resumo

O meu estágio decorreu na Farmácia Lima de Braga, de Setembro a Dezembro de 2014,

tendo como finalidade a elaboração do presente relatório. O estágio foi orientado pelo Dr. Carlos

Esteves, que me acompanhou nas diversas atividades, certificando-se que os objetivos propostos

para o presente estágio fossem cumpridos. Porém, também contei com o apoio de toda a equipa,

que desde cedo me integrou e auxiliou ao longo de todo o percurso.

O presente relatório tem como intuito transmitir todo o conhecimento adquirido ao longo

do estágio e descrever as atividades que realizei durante estes quatro meses.

Este encontra-se dividido em duas partes, na primeira parte abordei os aspetos inerentes à

farmácia comunitária, como a sua organização interna e externa, recursos humanos, gestão,

encomendas, dispensa de produtos, prestação de serviços, legislação, fontes de informação, entre

outros. A segunda parte do relatório diz respeitos aos casos de estudo desenvolvidos, que foram

escolhidos atendendo às necessidades e recursos da Farmácia Lima, e obviamente aos seus utentes.

Foram assim escolhidos os seguintes temas: Cuidados na Higiene Oral Infantil, Mobilidade

Reduzida: Cuidados e Equipamentos, Onicomicose e Diabetes Mellitus. Relativamente ao tema

“Cuidados na Higiene Oral Infantil”, foi realizado um pequeno workshop, na própria farmácia, a

quarenta crianças entre os 3 e 4 anos de idade, onde foram abordadas as medidas necessárias à

promoção de uma boa higiene oral, e possíveis consequências, aquando da sua inexistência. Quanto

ao tema “Mobilidade Reduzida: Cuidados e Equipamentos”, efetuei um folheto informativo, de

modo a dar a conhecer os diversos equipamentos disponíveis na Farmácia Lima em caso de

necessidade. O tema “Onicomicose” surgiu depois da participação no rastreio organizado pela

Farmácia Lima, tendo posteriormente realizado um inquérito a vinte cinco utentes, de modo a

perceber se estes se encontram informados acerca da duração, e das várias medidas necessárias a

tomar durante o tratamento, tendo depois distribuído um panfleto informativo que realizei.

Finalmente, relativamente ao tema “Diabetes Mellitus”, foi realizado no dia 14 de Novembro (Dia

Internacional da Diabetes) um pequeno lanche saudável na farmácia, onde de forma descontraída

foram abordados questões extremamente importantes como a alimentação no diabético, pé

diabético, entre outras. Esta ação de formação contou também com a presença da Drª. Joana

Almendra, nutricionista da Farmácia Lima. Para além das atividades referidas, também redigi um

artigo para o jornal trimestral da farmácia, “JornaLima”, relativamente à Hiperplasia Benigna da

Próstata.

Este estágio permitiu-me consolidar os conhecimentos adquiridos ao longo do Mestrado

Integrado em Ciências Farmacêuticas, imprescindíveis à minha atividade futura enquanto

farmacêutica. Esta foi sem dúvida uma experiência enriquecedora tanto profissional como pessoal.

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Índice

Lista de acrónimos ...................................................................................................................................viii

Índice de figuras ........................................................................................................................................ ix

Índice de tabelas ......................................................................................................................................... x

1. Introdução .......................................................................................................................................... 1

Parte I – Relatório em Farmácia Comunitária ........................................................................................ 1

2. Organização da farmácia .................................................................................................................. 1

2.1. Quadro legal em vigor para o setor das farmácias ........................................................................... 1

2.2. Composição e função dos recursos humanos ................................................................................... 1

2.3. Contatos com os diversos espaços físicos e equipamentos .............................................................. 2

2.4. Integração da estagiária no domínio das relações de trabalho ......................................................... 3

3. Fontes de informação ........................................................................................................................ 4

4. Classificação e distinção dos medicamentos e outros produtos existentes na farmácia e quadro

legal aplicável .............................................................................................................................................. 4

4.1. Medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória (MSRM) .................................................. 4

4.2. Medicamentos não sujeitos a prescrição médica obrigatória (MNSRM) ......................................... 5

4.3. Medicamentos Manipulados ............................................................................................................ 5

4.4. Medicamentos homeopáticos e produtos farmacêuticos homeopáticos ........................................... 5

4.5. Produtos dietéticos, para alimentação especial e fitoterapêuticos .................................................... 6

4.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos .................................................................................... 6

4.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário ................................................................................... 7

4.8. Dispositivos médicos ....................................................................................................................... 7

5. Encomendas e Aprovisionamento .................................................................................................... 8

6. Dispensa de medicamentos ................................................................................................................ 9

6.1. Recepção da prescrição médica e validação .................................................................................... 9

6.2. Interpretação, avaliação farmacêutica e verificação de possíveis interacções ................................10

6.3. Medicamentos genéricos, sistema de preços de referência .............................................................11

6.4. Dispensa de psicotrópicos e/ou estupefacientes; cuidados e legislação ..........................................11

6.5. Principais acordos existentes com o SNS e outras entidades ..........................................................12

7. Automedicação ................................................................................................................................. 12

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8. Outros cuidados de saúde prestados na farmácia ......................................................................... 13

9. Contabilidade e gestão da farmácia ............................................................................................... 15

10. Relacionamento com entidades e utentes ....................................................................................... 16

11. Qualidade ......................................................................................................................................... 16

12. Atividades desenvolvidas pela estagiária ....................................................................................... 16

13. Intervenção do farmacêutico na comunidade ............................................................................... 17

Parte II – Casos de estudo ........................................................................................................................ 18

1. Cuidados na Higiene Oral Infantil ................................................................................................. 18

1.1. Cárie dentária: definição, epidemiologia e fisiopatologia ...............................................................19

1.2. Objetivos do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral .......................................................20

1.3. Fatores sociais envolvidos na saúde oral ........................................................................................21

1.4. Discussão/Conclusão ......................................................................................................................21

2. Mobilidade reduzida: cuidados e equipamentos ........................................................................... 22

2.1. Conceito de mobilidade reduzida e a sua relação com o idoso .......................................................22

2.2. Produtos de apoio ............................................................................................................................22

2.2.1 Auxiliares de marcha ..................................................................................................................23

2.2.2 Auxiliares de banho e sanitário ...................................................................................................25

2.2.3 Prevenção de úlceras de pressão .................................................................................................26

2.3 Discussão Conclusão ......................................................................................................................27

3. Onicomicose ..................................................................................................................................... 28

3.1 Definição e epidemiologia ..............................................................................................................28

3.2 Classificação da onicomicose .........................................................................................................29

3.3 Tratamento farmacológico ..............................................................................................................30

3.3.1 Terapia tópica .............................................................................................................................31

3.3.2 Terapia oral .................................................................................................................................32

3.3.3 Terapia combinada .....................................................................................................................33

3.4 Educação dos pacientes relativamente ao tratamento .....................................................................33

3.5 Discussão/Conclusão ......................................................................................................................34

4. Diabetes Mellitus .............................................................................................................................. 35

4.1. Definição, classificação e sintomatologia .......................................................................................35

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4.2. Epidemiologia .................................................................................................................................36

4.3. Controlo e tratamento .....................................................................................................................37

4.4. Complicações da DM ......................................................................................................................39

4.4.1. Prevenção do pé diabético ..........................................................................................................39

4.5. Conclusão/Discussão ......................................................................................................................40

5. Participação no jornal “JornaLima” ............................................................................................. 40

6. Conclusão ......................................................................................................................................... 41

Referências ................................................................................................................................................ 42

Anexos ....................................................................................................................................................... 47

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Lista de acrónimos

ANF - Associação Nacional de Farmácias

BFP - Boas Práticas de Farmácia

CDC - Centers for Disease Control and Prevention

CDTC - Centro de Documentação Técnica e Científica

CEDIME - Centro de Documentação e Informação de Medicamentos

CCF – Centro de Conferências de Faturas

CIM - Centro de Informação do Medicamento

CIMI - Centro de Informação do Medicamento e Produtos de Saúde

DCI - Denominação Comum Internacional

DG – Diabetes Gestacional

DM – Diabetes Mellitus

FP – Farmacopeia Portuguesa

HBA1c – Hemoglobina Glicada A1c

HBP – Hiperplasia Benigna da Próstata

hCG - hormona Gonadotrofina Coriónica Humana

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde

IRC – Imposto sobre Rendimento das pessoas Coletivas

IVA – Imposto sobre Valor Acrescentado

MICF – Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

MM – Medicamentos Manipulados

MNSRM - Medicamentos não sujeitos a prescrição médica obrigatória

MSRM - Medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória

OF - Ordem dos Farmacêuticos

PA – Pressão Arterial

SNS - Serviço Nacional de Saúde

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Índice de figuras

Figura 1- Representação esquemática do processo fisiopatológico da cárie dentária 19

Figura 2- A) Exemplo de um indivíduo com placa bacteriana bastante desenvolvida.

B) Cárie dentária em dente incisivo 19

Figura 3- A) canadianas e B) muletas axilares 23

Figura 4-Bengalas com diferentes apoios 24

Figura 5- A) tripé e B) quadripé 24

Figura 6- A) andarilho simples; B) andarilho articulado e C) andarilho com rodas 25

Figura 7- Cadeira de banho rotativa 25

Figura 8- Insuflável para lavagem da cabeça 26

Figura 9- Elevador de sanita 26

Figura 10- Colchão anti-escaras 27

Figura 11- Diferentes formas de almofadas anti-escaras 27

Figura 12 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 54

Figura 13 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 54

Figura 14 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 54

Figura 15 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 55

Figura 16 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 55

Figura 17 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida 55

Figura 18 – Onicomicose subungual distal e lateral 29

Figura 19 – Onicomicose branca superficial 30

Figura 20 - Onicomicose subungueal proximal 30

Figura 21 - Onicomicose distrófica totall33 30

Figura 22 – Resultados do inquérito onicomicose 57

Figura 23 – Resultados do inquérito onicomicose 57

Figura 24 – Resultados do inquérito onicomicose 58

Figura 25 – Resultados do inquérito onicomicose 58

Figura 25 – Resultados do inquérito onicomicose 58

Figura 27 – Resultados do inquérito onicomicose 59

Figura 28 – Resultados do inquérito onicomicose 59

Figura 29 – Resultados do inquérito onicomicose 59

Figura 30 – Resultados do inquérito onicomicose 60

Figura 31 – Resultados do inquérito onicomicose 60

Figura 32 – Resultados do inquérito onicomicose 60

Figura 33 – Prevalência da DM em Portugal em 2013 por sexo e escalão etário 37

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Índice de tabelas

Tabela 1 – Resumo das características dos principais fármacos aprovados na terapia tópica 31

Tabela 2 – Resumo das características dos principais fármacos aprovados na terapia oral 32

Tabela 3 – Classificação dos antidiabéticos orais atualmente disponíveis no mercado 38

Tabela 4 – Tipos de insulina e farmacocinética 39

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1. Introdução

O papel do farmacêutico tem vindo a modificar-se com os tempos, estando nos dias de hoje

centrado no utente, em vez do medicamento. Verifica-se que este é cada vez mais o primeiro

profissional de saúde a que o utente recorre em caso de necessidade. Assim sendo, o farmacêutico

tem a tarefa de promover a saúde, apelar ao uso racional do medicamento e acompanhar de perto o

utente durante o seu tratamento, o que faz com que este apresente um papel insubstituível no

Sistema Nacional de Saúde (SNS).

O estágio final em farmácia comunitária permite a aplicação prática de todos os

conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso Mestrado Integrado em Ciências

Farmacêuticas (MICF), fornecendo-nos as ferramentas necessárias para o exercício futuro da nossa

profissão, enquanto farmacêuticos.

Este relatório de estágio pretende traduzir de forma simples e objetiva todas as atividades

realizadas ao longo de 4 meses de estágio (de Setembro a Dezembro de 2014), na Farmácia Lima

em Braga, sob orientação do Diretor Técnico Dr. Carlos Esteves e sempre acompanhada por toda a

equipa da farmácia.

Parte I – Relatório em Farmácia Comunitária

2. Organização da farmácia

2.1. Quadro legal em vigor para o setor das farmácias

A Farmácia Lima cumpre tanto no aspeto exterior como interior, com as Boas Práticas de

Farmácia (BPF) e com o Decreto‐Lei n.º 307/2007, de 31 de Agosto, Regime jurídico das

farmácias de oficina. Assim sendo, possui exteriormente o símbolo cruz verde, bem como a palavra

Farmácia, bem iluminada durante a noite (Anexo I). Consta também, informação do nome do

Diretor Técnico, horário de funcionamento e informação atualizada das Farmácias de serviço. Na

entrada encontra-se a informação relativa aos serviços farmacêuticos prestados, alarmes, extintores

de incêndio e na porta de entrada, um balcão de atendimento ao público protegido que assegura,

durante os serviços noturnos, a integridade física do profissional de saúde [1,2]

2.2. Composição e função dos recursos humanos

É sabido que o êxito de qualquer organização passa por uma boa gestão dos recursos

humanos. Assim sendo, a Farmácia Lima proporciona aos seus clientes um ambiente calmo,

organizado, onde o profissionalismo e atenção personalizada estão sempre presentes em cada

atendimento. Tal só é possível, com um trabalho de equipa, onde a entreajuda entre os diferentes

funcionários, boa disposição e dedicação ao utente são prioridade de cada colaborador. Tendo em

conta o horário alargado da Farmácia Lima (de segunda a sábado das 9h as 22h e domingo das 9h

às 20h), esta é composta pela seguinte equipa:

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- Dr. Carlos Esteves (Diretor Técnico e Farmacêutico)

- Dr.ª Ana Sá (Farmacêutica)

- Dr. Ricardo Pereira (Farmacêutico)

- Sr. Fernando Pinto (Técnico de Farmácia)

- Sr. José Teixeira (Técnico de Farmácia)

-Sr. Flávio Caldas (Técnico de Farmácia)

-Sr. João Sousa (Técnico de Farmácia)

- Vânia Cunha (Enfermeira/ Auxiliar de farmácia)

Serviços:

-Cosmetologia

- Podologia

- Nutrição

- Osteopatia/fisioterapia

- Terapia da fala

- Audiologia

- Enfermagem

2.3. Contatos com os diversos espaços físicos e equipamentos

De acordo com o artigo 29º do Decreto-lei referido anteriormente, verifica-se que a

Farmácia Lima dispõe de instalações adequadas, que garantem a segurança, conservação e

preparação dos medicamentos, bem como acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes.

Esta situa-se na Rua dos Chãos nº 166, Braga e possui no total dez montras que permitem a

divulgação de campanhas promocionais, rastreios e serviços disponíveis, assim como exposição de

produtos sazonais (Anexo II). Atendendo ao público cada vez mais exigente, a Farmácia Lima foi

remodelada há três anos, possuindo agora um espaço moderno e sofisticado, oferecendo aos seus

clientes a máxima privacidade e comodidade durante o atendimento. Com grande número de

utentes regulares, que procuram o farmacêutico como primeiro recurso de saúde, estabelece-se

assim uma relação de confiança entre os utentes e estes profissionais de saúde. Assim sendo, é

através do processo de fidelização dos utentes, que a Farmácia Lima acompanha o historial clínico,

o que contribui para um aconselhamento individualizado e um seguimento farmacoterapêutico

adequado a cada paciente.

Internamente a Farmácia Lima obedece às exigências impostas pela Deliberação n.º

2473/2007, de 28 de Novembro, referente às áreas mínimas das farmácias comunitárias e respetivas

divisões, dispondo assim das seguintes áreas [3]:

- Zona de atendimento ao público: é um dos locais mais importantes da farmácia, dado que é nesta

onde se realiza o contacto entre o utente e os profissionais de saúde, permitindo a sua fidelização.

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Dispõe de seis balcões bastante espaçados, o que contribuí para a máxima privacidade durante cada

atendimento, estando presente também uma balança electrónica e um aparelho para medição da

pressão arterial. Atrás dos balcões de atendimento encontram-se os lineares expositores,

organizados por tipo de produtos (higiene oral, medicina familiar, puericultura, dermocosmética,

ortopedia, fitoterapia, entre outros) e marcas. Uma gôndola que permite expor campanhas

promocionais da farmácia e produtos sazonais está posicionada em local estratégico. Possui

também um local de espera, onde os utentes podem se sentar enquanto aguardam a sua vez, assim

como um espaço infantil dedicado às crianças;

-Laboratório: local onde se encontra todo o material, equipamento e documentação de apoio

necessário à preparação de medicamentos manipulados [4,5];

-Zona de atendimento privado: a farmácia tem duas salas onde o atendimento do utente pode ser

realizado com maior privacidade. Uma na qual são medidos os valores de glicemia, triglicerídeos e

colesterol, sendo também prestado um aconselhamento mais personalizado relativo ao controlo das

doenças crónicas associadas a estes parâmetros. A administração de injeções, tratamentos

curativos, rastreios e serviços de nutrição e podologia também são efectuadas nesta zona da

farmácia. Tratamentos de rosto e corpo, massagens e consultas de osteopatia/fisioterapia são

realizados noutra sala personalizada;

-Zona de receção e conferência de encomendas: espaço multifunções em que se processa o pedido,

a recepção e a verificação das encomendas, assim como a conferência do receituário. Também se

encontra aqui um local destinado ao armazenamento dos produtos farmacêuticos que são da

propriedade do cliente;

-Gabinete da direção técnica/Biblioteca: local reservado à gestão comercial e financeira da

farmácia e onde se encontra material bibliográfico para consulta;

- Armazém: existem dois armazéns, um perto do local de atendimento ao público onde se

encontram os armários e módulos de gavetas que permitem armazenar a maior parte dos

medicamentos e onde se encontra um frigorífico de temperatura controlada, destinado aos

medicamentos que exigem condições específicas de conservação. E outro no piso inferior,

destinado aos produtos excedentes que não tem lugar no armário principal ou no respetivo local

onde estão expostos na área de atendimento ao público;

- Instalações sanitárias: uma destinada aos utentes e outra à equipa.

2.4. Integração da estagiária no domínio das relações de trabalho

Desde o primeiro dia, que toda a equipa da Farmácia Lima me fez sentir integrada, quer ao

nível de convivência quer a nível profissional, fazendo-me sentir uma mais valia neste período de

estágio. Devo realçar o excelente ambiente de trabalho e entreajuda entre os diferentes

profissionais, assim como a participação ativa de todos nas diversas atividades da farmácia.

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3. Fontes de informação

De acordo com o mencionado nas BPF, o farmacêutico deve dispor de fontes de

informação sobre medicamentos continuamente actualizadas, sendo que durante o processo de

cedência de medicamentos, este deve obrigatoriamente dispor de acesso físico ou eletrónico que

contenham informação sobre indicações, contraindicações, interações, posologia e precauções com

a utilização com medicamento [1].

São várias as publicações obrigatórias que deverão existir nas farmácias, nomeadamente: o

Prontuário Terapêutico (PT), a Farmacopeia Portuguesa (FP), o Índice Nacional Terapêutico, o

Formulário Galénico Português, o Direito Farmacêutico, o Código de ética da Ordem dos

Farmacêuticos (OF), o Regime Geral de Preço e Manipulações, o Estatuto da Ordem dos

Farmacêuticos, BPF e Circulares Técnico – Legislativas Institucionais, tende tido oportunidade de

consultar algumas destas publicações durante o estágio. Outras são opcionais, como, o Guia

Veterinário e a Manipulação Pediátrica. Verificam-se ainda as de carácter periódico, como a

Revista das Farmácias Portuguesas, a revista da OF, entre outras. Também existem fontes de

pesquisa on-line acreditados e fidedignos, como, Centers for Disease Control and Prevention

(CDC), Associação Nacional de Farmácias (ANF), Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos de Saúde (Infarmed) [1,3,6,7].

Para além das publicações referidas anteriormente, é também de referir as publicações

periódicas como o Simposium Terapêutico e outras publicações no âmbito da farmacovigilância.

Também se encontra à disposição para consulta o Centro de Informação do Medicamento (CIM),

da OF, Centro de Documentação Técnica e Científica (CDTC), Centro de Informação do

Medicamento e Produtos de Saúde (CIMI), do INFARMED, que proporcionam uma fonte de

informação segura e actualizada para auxílio do exercício da atividade farmacêutica.

Adicionalmente, podemos consultar no ato da dispensa o programa SIFARMA 2000, que possui

imensas informações relativas ao produto.

São vários os tipos de fontes de informação, sendo as fontes primárias (ex: artigos

científicos), atualizadas diariamente, as fontes secundárias (ex: monografias) atualizadas

anualmente, e as fontes terciárias (ex; bases de dados), atualizadas de 5 em 5 anos [8].

4. Classificação e distinção dos medicamentos e outros produtos existentes na farmácia e

quadro legal aplicável

4.1. Medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória (MSRM)

Os MSRM só podem ser dispensados mediante a apresentação de uma receita médica,

devidamente validada, segundo as disposições legais em vigor, salvo raras exceções [9]. Assim

sendo, o farmacêutico deve ler e interpretar a receita de forma crítica e assegurar o uso racional por

parte do utente da terapêutica prescrita. Realça-se que quando usados sem vigilância médica podem

constituir um risco para a saúde do doente. Estes são classificados consoante os critérios exigidos

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no Estatuto do Medicamento e a sua dispensa representa quase a totalidade do rendimento de uma

farmácia.

4.2. Medicamentos não sujeitos a prescrição médica obrigatória (MNSRM)

Os MNSRM são aqueles que não preenchem as condições para serem classificados como

MSRM, não sendo necessária uma prescrição médica para que o utente o adquira [9]. Destinam-se

ao tratamento, alívio ou prevenção primária de sintomas considerados menos graves. Contudo,

estes devem ser consumidos sempre com a orientação ativa do farmacêutico, que tem o dever de

aconselhar e esclarecer o utente, alertando-o sobre todos os possíveis riscos, de forma a garantir o

seu uso correto e racional. Regra geral, não são comparticipados e o PVP é estabelecido pela

farmácia.

4.3. Medicamentos Manipulados

Os medicamentos manipulados (MM) são medicamentos preparados segundo fórmulas

magistrais ou oficinais, sob a responsabilidade direta do farmacêutico [5]. Atendendo a Portaria n.º

594/2004, de 2 de Julho, são aplicadas as boas práticas a observar na preparação de MM de forma a

assegurar a qualidade e segurança, no que diz respeito às doses da(s) substância(s) ativa(s) e à

existência de interações, do medicamento. A necessidade de preparação MM surge quando não

existem determinadas dosagens ou formas galénicas disponíveis no mercado, o que é bastante

frequente em Pediatra.Com os avanços tecnológicos, a massificação da produção de determinadas

especialidades farmacêuticas e o seu preço pouco atrativo, a preparação de MM verificou um

decréscimo notável. Nos dias de hoje, devido ao decréscimo da prescrição deste tipo de

medicamentos, a Farmácia Lima não prepara uma grande quantidade de manipulados, pois a

compra de matérias-primas representam um grande investimento, que não seria vantajoso para esta

farmácia. Desta forma, quando é solicitado um MM que a Farmácia Lima não pode realizar, é feito

um pedido a outra farmácia nomeadamente, à Farmácia Sousa Gomes.

4.4. Medicamentos homeopáticos e produtos farmacêuticos homeopáticos

Com base no Decreto-Lei n.º 94/95, de 9 de Maio (revogado pelo DL 176/2006) os

produtos homeopáticos são produtos que contêm uma ou mais substâncias, obtidos a partir de

produtos ou composições denominados «matérias-primas homeopáticas», de acordo com o

processo de fabrico homeopático descrito na Farmacopeia Europeia ou, quando dela não conste,

nas farmacopeias de qualquer Estado membro da União Europeia. São classificados, quanto às suas

características, em: medicamentos homeopáticos (possuem propriedades curativas ou preventivas

das doenças e dos seus sintomas, com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou a restaurar,

corrigir ou modificar as suas funções orgânicas) e produtos farmacêuticos homeopáticos (não

possui indicações terapêuticas especiais, sendo administrados oral ou topicamente e com um grau

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de diluição que garanta a inocuidade do produto) [10]. Estes produtos não são muito procurados na

Farmácia Lima, à semelhança do que se passa um pouco por todas as farmácias de Portugal, sendo

que entre os mais vendidos estão o Oscillococcinum® (Boiron), para alívio de estados gripais e o

Stodal®(Boiron), para o tratamento da tosse.

4.5. Produtos dietéticos, para alimentação especial e fitoterapêuticos

Os produtos dietéticos com fins medicinais específicos (usados sob supervisão médica)

abrangem alimentos para pessoas cujo processo de assimilação ou cujo metabolismo se encontrem

perturbados (doença celíaca, por exemplo), para pessoas que se encontram em condições

fisiológicas especiais (idosos subnutridos, por exemplo) e para lactentes ou crianças (leites,

farinhas, papas, entre outros). Estão também disponíveis os suplementos alimentares, que se

destinam a complementar um regime alimentar normal, fornecendo um aporte adicional de

nutrientes [11]. Os preparados para lactentes, leites de transição e produtos de controlo de peso

(nomeadamente da marca BioActivo®) foram os produtos com que mais contactei durante o

estágio.

A segurança dos produtos dietéticos encontra-se regulamentada no Decreto-Lei nº

136/2003, de 28 de junho, de forma a garantir um elevado nível de proteção dos consumidores

[12]. Atualmente, devido ao estilo de vida das populações, tem-se verificado uma crescente

comercialização destes produtos. Assim sendo, é da responsabilidade do farmacêutico aconselhar

corretamente os utentes em relação ao produto mais indicado para cada situação, devendo também

informar que estes produtos não substituem um regime alimentar equilibrado, bem como estimular

a adoção de um estilo de vida saudável.

Os produtos de fitoterapia são compostos à base de plantas com propriedades terapêuticas

devido à presença de substâncias ativas [10]. Atendendo à procura de um estilo de vida cada vez

mais saudável, este tipo de produtos têm assistido a um aumento significativo na sua procura. Deste

modo, o farmacêutico tem o importante papel de elucidar o utente de que estes produtos não são

totalmente inócuos, procurando ajustar a sua toma à medicação usual do paciente, de forma a evitar

possíveis intoxicações. Existem na Farmácia Lima diversos produtos à base de plantas medicinais,

sob diversas formas, nomeadamente, os tranquilizantes (ex: Valdisperte®), os laxantes (ex:

Bekunis®), os que se destinam a problemas digestivos (ex: Cholagutt®), entre outros.

4.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos

À semelhança dos restantes produtos, os cosméticos também possuem uma legislação, o

Decreto-Lei nº 63/2012, de 15 de Março, que certifica a sua qualidade e segurança para a saúde do

consumidor, sendo supervisionados pelo INFARMED [13]. Constata-se uma crescente procura

destes produtos, não só por razões estéticas como também pela saúde e bem-estar do utente. Assim

sendo, o farmacêutico tem de ter em conta uma série de fatores no momento do aconselhamento,

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nomeadamente: o poder de compra, as preferências pessoais, o estilo de vida, o tipo de pele ou

cabelo, e/ou o tipo de problema ou necessidades que o utente apresenta. Estas variáveis vão

condicionar a escolha do(s) produto(s) que mais se adeqúe às necessidades do utente. Isto

demonstra a importância do conhecimento dos produtos disponíveis, do seu modo de atuação e

aplicação, dos seus constituintes principais e das patologias e afeções relacionadas de modo a fazer

um aconselhamento mais personalizado possível. A Farmácia Lima trabalha com várias marcas de

produtos cosméticos, desde linhas mais dermatológicas como Avène®, D’Aveia®, La

RochePosay®,Uriage®, Bioderma®, Vichy®, a linhas mais estéticas destinadas a clientes com

maior poder de compra como Lierac®, Roc® e Hialuronic®. Devido à vastidão de linhas e

produtos exploradas pela farmácia, é necessária uma constante formação nesta área por parte do

colaboradores de modo a atualizar o seu conhecimento e prestar o melhor aconselhamento possível

ao utente.

Durante o estágio tive oportunidade de aconselhar por diversas vezes produtos de

tratamento antiqueda (das marcas Phyto®, Klorane®, Ducray® e Vichy®), pois o Outono é uma

das épocas do ano mais dadas a este acontecimento, assim como cremes hidratantes e antirrugas.

4.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário

De acordo com o Decreto-Lei nº 232/99, de 24 de Junho, um produto veterinário é definido

como uma substância ou mistura de substâncias destinadas, quer aos animais, quer às instalações

dos animais e ambiente que os rodeia ou a atividades relacionadas com estes ou com os produtos de

origem animal [14]. Na Farmácia Lima os produtos de uso veterinário estão armazenados num

local próprio, separados das especialidades farmacêuticas de uso humano, sendo que os produtos

mais vendidos, ainda que em baixo volume, são os destinados a animais domésticos,

nomeadamente os antiparasitários (da marca Advantix® e Frontline®) e os anticoncepcionais.

4.8. Dispositivos médicos

Atendendo ao Decreto-Lei nº 145/2009, de 17 de Junho, os dispositivos médicos são

importantes instrumentos de saúde que proporcionam uma melhor qualidade de vida aos utentes e

podem ser usados em seres humanos para diversas finalidades, como o diagnóstico, prevenção,

controlo, tratamento ou atenuação de uma doença, lesão ou de uma deficiência entre outras [15]. A

Farmácia Lima dispõe de uma vasta diversidade de dispositivos médicos, nomeadamente:

acessórios ortopédicos (tendo uma montra dedicada apenas a estes produtos), preservativos, pensos,

inaladores, seringas, termómetros e dispositivos de autodiagnóstico como os testes de gravidez e de

medição da glicemia, sendo sempre importante explicar o funcionamento do mesmo ao utente para

assegurar a sua correta utilização.

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5. Encomendas e Aprovisionamento

A Farmácia Lima dispõe de um sistema informático, SIFARMA 2000, que facilita a

realização de encomendas diárias, bem como a sua receção. Este software específico para

farmácias é sem dúvida indispensável para a boa gestão de todas as tarefas diárias inerentes a uma

farmácia. A partir das existências e dos stocks definidos como mínimos e máximos são geradas

automaticamente as encomendas através do sistema informático. Concluído este processo, a

encomenda é enviada eletronicamente para o distribuidor escolhido pela farmácia. Para além das

encomendas diárias, são também efectuadas encomendas instantâneas, via sistema informático e

via telefónica, a fim de responder aos pedidos dos utentes de produtos que se encontram em falta na

farmácia, tendo participado ativamente a este nível. A Farmácia Lima trabalha em particular com

duas empresas distribuidoras de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos que são: a

AllianceHealthcare e a Medicanorte. Também são realizadas compras diretas aos Laboratórios,

obtendo-se assim uma maior rentabilização económica, devida às vantagens financeiras que estes

proporcionam. Isto é usual acontecer no caso de medicamentos com elevada rotatividade e por isso

se justifiquem compras em grandes quantidades, para produtos cosméticos, para produtos sazonais,

entre outros.

A pessoa responsável pela gestão das encomendas é o Dr. Carlos Esteves que tem em conta

inúmeros fatores, de modo a selecionar o que se deve ou não aprovisionar, nomeadamente:

localização da farmácia; utentes (idade, poder de compra); incidência e tipo de receituário; média

mensal de vendas e rotatividade dos produtos; época do ano (produtos sazonais); capital disponível;

condições de pagamento, bonificações dos armazenistas e promoções de laboratórios; publicidade

de produtos na comunicação social; dias de serviço ou reforço.

Uma das primeiras tarefas que me foram atribuídas durante o estágio foi de recepcionar as

encomendas, de modo a familiarizar-me com o sistema informático, e conhecer numa prespetiva

geral os diferentes produtos farmacêuticos. Assim sendo, no momento de recepção de encomendas

é necessário ter em atenção vários aspetos, tais como: verificar se a encomenda é para a farmácia;

caso estejam presentes produtos de frio estes devem ser arrumados rapidamente; confirmar a

presença de uma fatura original e de um duplicado, e introduzir o número da fatura no SIFARMA

2000; no momento da recepção deve-se ter em conta o prazo de validade, a quantidade de

embalagens e o preço do medicamento; se estiverem presentes na encomenda produtos que nunca

foram recebidos pela farmácia, é necessário criar a ficha do produto tendo em atenção diversos

parâmetros (como Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA); nome; família; etiqueta; prazo

validade); confirmar a impressão correta das etiquetas dos produtos que necessitam destas.

Aquando de alguma inconformidade, em que não é entregue um produto faturado, prazo de

validade muito curto ou da embalagem estar danificada, contacta-se imediatamente o fornecedor a

comunicar o sucedido, podendo-se emitir uma nota de crédito.

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Quanto ao armazenamento dos produtos, na Farmácia Lima obedece-se ao conceito First-

In, First-Out (FIFO), sendo os medicamentos mais recentes colocados atrás dos já existentes, de

modo a que o primeiro produto a expirar o prazo de validade, seja o primeiro a sair. Estes são

arrumados atendendo à forma farmacêutica, ordem alfabética, dosagem e dimensão das

embalagens, sendo vários locais de armazenamento na farmácia. Os produtos de venda livre, tais

como cosméticos, produtos de higiene oral e puericultura encontram-se localizados na zona de

atendimento, estando mais acessíveis, de forma a promover a sua aquisição. Os MSRM estão

guardados nas gavetas, os produtos de frio no frigorífico com temperaturas de frio (T: 2ºC-8ºC) e

os estupefacientes e psicotrópicos no cofre.

Relativamente ao controlo dos prazos de validade, como referido anteriormente este é

realizado diariamente aos produtos que chegam dos fornecedores, atualizando-os sempre que

necessário na ficha de produto. Para além disso, todos os meses são emitidas listagens de produtos

farmacêuticos cujo prazo de validade se encontra a 3 meses do seu término, sendo efectuada a

correcção dos stocks e dos prazos. Poderão também ser realizadas devoluções, sendo

acompanhadas do motivo da devolução e de 3 cópias da nota de devolução.

O conhecimento de todo este processo foi essencial, pois permitiu-me estar mais à vontade

tanto com o sistema informático, como para ter uma noção dos nomes comerciais dos diversos

produtos e do seu local de armazenamento, tornando posteriormente, o atendimento mais eficiente.

6. Dispensa de medicamentos

A dispensa de um medicamento é um ato de extrema responsabilidade para o farmacêutico

que, como último elemento do circuito dos medicamentos, deve assegurar o seu uso de forma

correta e segura. Deste modo, o farmacêutico tem a tarefa de analisar detalhadamente a prescrição

médica, de modo a detetar possíveis contra indicações ou interações com outra medicação que o

utente esteja a tomar. No momento da dispensa dos medicamentos, este tem o dever de transmitir

toda a informação essencial para assegurar a eficácia e segurança da terapêutica, seja esta instituída

pelo médico ou através do aconselhamento farmacêutico, e o uso racional do medicamento. No

caso de detetar alguma incompatibilidade relativa à prescrição este deve contactar o médico

prescritor solicitando o seu esclarecimento, de modo a garantir que a medicação não traz qualquer

risco para o utente [1].

6.1. Recepção da prescrição médica e validação

A receita médica é considerada um documento oficial que envolve três entidades: o utente,

o médico e o farmacêutico. Esta pode ser preenchida em formato manual, apenas em raras

exceções, devendo estar inscrita na receita, com respetiva alínea para que sejam aceites ou

informático, ser renovável (dirigido a doentes crónicos, podem conter até três vias e com validade

de 6 meses após a sua data de emissão) ou não renovável, válidas por 30 dias, seguindo o modelo

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do Serviço Nacional de Saúde aprovado em Despacho n.º 15700/2012, de 30 de Novembro [16,17].

Hoje em dia apenas em raras exceções são prescritas receitas manuais, como por exemplo em caso

de falha informática [17].

Na prescrição eletrónica, para esta ser válida de acordo com o Artigo 9º da Portaria n.º 137-

A/2012, de 11 de Maio, terá de incluir obrigatoriamente a forma farmacêutica, a dosagem, a

dimensão da embalagem (quando ausente dever-se-á dar a que possua menos unidades, de igual

forma para a posologia), a Denominação Comum Internacional (DCI) da substância ativa e a

posologia. Poderá incluir uma denominação comercial caso esteja de acordo com situações como,

quando os medicamentos não dispõem de genéricos comparticipados ou no caso de só existirem os

de marca e em algumas exceções como:

Exceção a) art. 6.º - Margem ou índice terapêutico estreito

Exceção b) art. 6.º - Reação adversa prévia

Exceção c) art. 6.º - Continuidade de tratamento superior a 28 dias.

Note-se que o utente possui direito à opção no ato da dispensa, optando por um

medicamento de marca ou por outro genérico desde que pertença ao grupo homogéneo. Contudo,

no caso do medicamento em questão, se este estiver na receita com a exceção a) ou b), não poderá

optar por outro, ao contrário da exceção c) em que o utente poderá optar por outro desde que

pertença ao grupo homogéneo e com um preço igual ou inferior ao medicamento prescrito na

receita [17].

Para que a receita médica seja validada, o farmacêutico deve analisar e verificar se todos os

critérios são preenchidos e só depois proceder à dispensa dos medicamentos prescritos. Existem

diversos requisitos essenciais para se considerar a receita devidamente preenchida como: data de

validade da receita (30 dias ou 6 meses), presença da assinatura do médico, identificação do utente,

designação do medicamento através do nome comercial ou genérico, portarias ou despachos se for

caso disso, limite máximo de unidades por medicamento (duas unidades), com exceção para

medicamentos de dose unitária (no máximo quatro unidades), posologia dosagem, forma

farmacêutica, entre outros [17].

Para além de verificar se todos os critérios estavam corretos antes da dispensa, todo ao

longo do estágio, tentei sempre conferir novamente a receita a seguir à dispensa da medicação,

analisando a correspondência entre os medicamentos prescritos e os dispensados, entre os preços de

venda e também se o organismo de comparticipação estava correto. Assim, no caso de verificar

algum erro, podia corrigi-lo mais precocemente.

6.2. Interpretação, avaliação farmacêutica e verificação de possíveis interacções

Após confirmar a validade legal e autenticidade da receita, é necessária uma interpretação

farmacêutica da mesma. Para tal, é necessário estabelecer um diálogo com o utente de modo a

verificar a quem se destinam os medicamentos e confirmar a sintomatologia apresentada e verificar

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a existência de possíveis interações medicamentosas com outra medicação que o utente esteja a

tomar e contraindicações. Ao longo do meu estágio, surgiram casos em que tive que recorrer aos

restantes profissionais da Farmácia Lina e/ou bibliografia apropriada, de modo a assegurar-me que

a minha avaliação estava correta. Caso se tratasse de uma terapêutica continuada, certifiquei-me

que o utente estava a responder bem aos medicamentos ou se necessitava de uma eventual mudança

terapêutica. Sempre que necessário o farmacêutico deve encaminhar o utente ao médico.

6.3. Medicamentos genéricos, sistema de preços de referência

Atendendo ao Decreto-Lei nº 242/2000 de 26 de Setembro, os medicamentos genéricos são

identificados pela DCI das substâncias ativas, seguida do nome do titular da Autorização de

Introdução no Mercado (AIM), da dosagem, da forma farmacêutica e da sigla MG, inseridos na

embalagem exterior do medicamento [18].

Efetivamente, os medicamentos genéricos têm sido alvo de uma crescente procura por

parte dos utentes, dado que, apresentando a mesma composição em substâncias ativas, a mesma

forma farmacêutica e dosagem dos medicamentos de referência, possuem um preço muito mais

acessível e são igualmente comparticipados pelo SNS. No entanto, pude verificar por diversas

vezes, utentes que desconfiam da qualidade destes medicamentos, pedindo-me a minha opinião

acerca do assunto.

O Decreto-Lei nº 270/2002 de 2 de Dezembro, define os preços de referência sobre os

quais incide a comparticipação do Estado aos utentes do SNS, de forma a equilibrar os preços dos

medicamentos comparticipados [19]. A cada grupo homogéneo é atribuído um preço de referência,

que corresponde à média dos cinco preços mais baixos existentes no mercado [20]. Entende-se por

grupo homogéneo o conjunto de medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa

em substâncias ativas, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, no qual se inclua pelo

menos um medicamento genérico existente no mercado.

6.4. Dispensa de psicotrópicos e/ou estupefacientes; cuidados e legislação

Entende-se por psicotrópicos e/ou estupefacientes substâncias que atuam diretamente sobre

o sistema nervoso central, sendo responsáveis por benefícios terapêuticos comprovados em várias

doenças, mas que podem provocar tolerância e dependência física e/ou psíquica, bem como o risco

de sobredosagem. Assim sendo, a dispensa destas substâncias deve obedecer ao DL n.º 15/93 de 22

de Janeiro que tem como objetivo a definição do regime jurídico aplicável ao tráfico ilícito de

estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, classificando-as em tabelas distintas [21]. Estas

substâncias são acompanhadas de uma requisição especial, são armazenadas em local de difícil

acesso, não estando à vista dos utentes, sendo aviadas somente por farmacêuticos. É da

responsabilidade do INFARMED fiscalizar e controlar este tipo de medicamentos. Aquando da

dispensa destes medicamentos deverá ser preenchido no sistema os seguintes dados: nº da receita,

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registo da vinheta do médico, nome e morada do doente. No caso do adquirente, serão necessários

alguns dados, tais como: nome, nº e data do Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão. A

dispensa pode não ser efetuada no caso de o adquirente ser um menor de idade, evidência de

intenções ilícitas, entre outros motivos. A receita original é enviada à entidade correspondente, um

dos duplicados é enviado ao INFARMED e o outro duplicado é arquivado na farmácia por um

prazo de 3 anos.

6.5. Principais acordos existentes com o SNS e outras entidades

A maior parte dos MSRM são sujeitos a comparticipação, contudo o valor da

comparticipação varia de acordo com o tipo de medicamento, existindo dois regimes de

comparticipação: o regime normal e o regime especial. Este regime especial de comparticipação

abrange vários subsistemas, sendo as seguintes situações especiais exemplos: pensionistas, doenças

profissionais e crónicas (Lúpus, Doença de Alzheimer, entre outras). No caso destas patologias a

taxa de comparticipação é definida através de portarias/despachos específicos [22,23]. Nota-se que

cada organismo do SNS é identificado por um código informático.

Na Farmácia Lima os organismos do SNS que surgem com maior frequência são os

seguintes:

- SNS, Regime Geral – 01;

- SNS, Regime Geral, Diplomas – 45;

- SNS, Regime Especial – 48;

- SNS, Protocolo da Diabetes – DS;

7. Automedicação

Atendendo ao Despacho nº17690/2007, de 23 de Julho de Legislação Farmacêutica

Compilada, “a automedicação é a utilização de medicamentos não sujeitos a receita médica de

forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e

sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde”.

Sendo esta uma prática muito comum nos dias que correm, encontra-se publicada uma lista de

situações passíveis de automedicação, nas quais o farmacêutico deve intervir ativamente [24].

Durante o estágio pude perceber que muitos doentes se automedicavam de forma

irresponsável e inconsciente, sem orientação de um profissional de saúde, desconhecendo, muitas

vezes, as indicações terapêuticas do medicamento e os seus riscos inerentes, sendo na maior parte

das vezes indicados por amigos, familiares ou através da publicidade.

Os casos passíveis de automedicação que mais frequentemente encontrei na Farmácia Lima

foram: estados gripais e constipações, cefaleias, dores articulares e musculares, diarreia,

obstipação, ansiedade e dificuldade em adormecer. Em todas as situações, tentei inicialmente, obter

o máximo de informação junto com o utente, tentando perceber para quem se destinava o

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medicamento, qual a sintomatologia, a existência de outras patologias e qual a medicação que o

doente já tomava de modo a selecionar o(s) medicamento(s) que melhor se adequavam ao utente

.Caso suspeitasse de um problema de maior gravidade aconselhava o utente a consultar o seu

médico.

É importante realçar que no ato da dispensa de MNSRM deve-se ter em atenção uma série

de factores, nomeadamente se o utente é diabético (ex: xaropes para a tosse com açúcar ou aos

antiobstipantes com lactulose, por exemplo), hipertenso (ex: medicamentos antigripais com

cafeína), se sofre de glaucoma (ex: os anti-histamínicos podem agravar esta doença), utentes com

úlceras gástricas (ex: anti-inflamatórios podem agravar esta situação), entre outras. Também é

muito frequente solicitarem a contraceção oral de emergência ou “pílula do dia seguinte”, à qual se

deve ter um cuidado especial com o aconselhamento indicando por exemplo que o medicamento

apenas é eficaz 72 horas após a relação sexual desprotegida, devendo-se ainda informar a utente

acerca dos efeitos secundários e explicar que se trata de contraceção de emergência.

Assim sendo, cabe ao farmacêutico ao dispensar um medicamento o dever de incutir um

sentido de responsabilidade no utente e prevenir o uso abusivo e indevido de medicamentos.

8. Outros cuidados de saúde prestados na farmácia

Segundo o Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de Agosto, as Farmácias podem prestar

serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem-estar dos utentes [2]. Atualmente, a

farmácia de oficina é um local privilegiado onde os farmacêuticos podem prestar outros serviços

que são essenciais para a saúde pública, para além da dispensa de medicamentos e seu respectivo

aconselhamento. Na Farmácia Lima é possível fazer-se controlo do pesoc, IMC, pressão arterial

(PA), glicemia, colesterol total, triglicerídeos e realização de testes de gravidez e testes de Combur.

Também se encontram disponíveis serviços de nutrição, podologia, osteopatia, audiologia e

serviços de enfermagem, frequentemente solicitados pelos pacientes. São frequentemente

realizadas ações de formação junto da comunidade, alertando para diversos temas, tais como:

alimentação saudável, pé diabético, saúde mental, higiene oral, entre outros.

São muitos os utentes habituais da Farmácia Lima, sendo na sua maioria idosos com

patologias crónicas como hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes mellitus, nos quais

pude acompanhar de perto a evolução do seu estado de saúde, e verificar se a terapêutica aplicada

está a ser eficaz ou não, contribuindo assim para o sucesso do tratamento. É fornecido a cada utente

um cartão da farmácia no qual são registados os valores de cada medição, de modo a acompanhar o

seu historial.

- Determinação da PA: na Farmácia Lima o aparelho medidor da PA encontra-se na zona de

atendimento, sendo que antes de cada medição o profissional de saúde aconselha o utente a

descansar, de modo a não falsear resultados. No final da medição, os valores da pressão sistólica,

diastólica e ritmo cardíaco são registados num cartão próprio, de modo a poder acompanhar a

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situação clínica do utente e para o médico avaliar se a PA está dentro dos valores pretendidos.

Atendendo ao resultado obtido, é necessário avaliar a condição do utente e promover a adesão à

terapêutica caso o doente já esteja medicado e aconselhar as medidas não farmacológicas (como

alimentação saudável e exercício físico) para melhorar a qualidade de vida. Ao longo do estágio,

verifiquei que este parâmetro foi sem dúvida o mais requerido, tendo tido o cuidado de após cada

medição estabelecer um diálogo com o utente de modo a alerta-lo para certos cuidados na sua vida

quotidiana.

- Medição da glicemia capilar: é requerida principalmente por utentes com Diabetes Mellitus

(DM) ou para despiste da doença. Este teste fornece um resultado rápido, seguro e não doloroso,

que obedece a todas as exigências de esterilidade e de proteção. Atendendo a se o utente se

encontra em jejum ou não, e a que horas foi a sua última refeição, é possível fazer uma análise do

resultado obtido de acordo com valores de referência. Uma das preocupações foi sempre assegurar-

me o cumprimento da terapêutica, e alertar para a importância de uma alimentação equilibrada e

incentivar à prática de exercício físico, dando eventuais sugestões adequadas a cada caso.

- Determinação do colesterol total e triglicerídeos: em ambas as determinações é usado o mesmo

aparelho electrónico sendo o procedimento semelhante ao que se usa na medição da glicemia, no

entanto a gota de sangue a recolher tem de ser maior e o aparelho demora mais tempo a dar

resultados. Estas determinações são da máxima importância pois valores elevados representam um

dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Durante o estágio tive a

oportunidade de por várias vezes medir o colesterol total, tendo tido sempre em atenção de

promover um estilo de vida saudável e incentivar o cumprimento da terapêutica.

- Teste de gravidez: baseia-se na pesquisa na urina da hormona Gonadotrofina Coriónica Humana

(hCG). A amostra de urina deve ser colhida, preferencialmente, na primeira micção da manhã, pois

a concentração da hormona é maior. Contudo, a hCG é produzida pela placenta cerca de 7 a 10 dias

após a fecundação, pelo que é importante quando se realiza o teste saber há quanto tempo ocorreu a

relação sexual, de modo a obter um resultado fiável. A maior parte dos utentes prefere realizar o

teste em sua casa.

- Teste de Combur: este teste destina-se a uma rápida verificação de doenças renais e do trato

génito-urinário, alterações do metabolismo dos hidratos de carbono (DM), doenças hepáticas e

doenças hemolíticas. As tiras do teste de Combur permitem determinar a densidade da urina, valor

de pH, nº de leucócitos, presença de nitritos, proteínas, glucose, corpos cetónicos, urobilinogénio,

bilirrubina e de sangue. Durante o meu estágio, tive a oportunidade de ver a sua realização deste

teste.

- Controlo do peso, altura e IMC: a Farmácia Lima possuí uma balança eletrónica que fornece o

peso, altura e IMC, podendo após estas medições pedir aconselhamento farmacêutico. Quando

necessário são recomendados os serviços de nutrição disponíveis na farmácia.

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- Serviços diferenciados: A Farmácia Lima dispõe de serviços por marcação de podologia,

nutrição, osteopatia, audiologia e enfermagem permitindo dar ao utente um atendimento mais

especializado nestas áreas. Periodicamente, são realizados na farmácia rastreios de audiologia,

osteoporose, capilares e outros, bem como ações de formação, workshops, sessões de

esclarecimento e demonstrações, nos mais variadíssimos temas. Esta também dispõe de um serviço

de entrega de medicamentos ao domicílio bastante útil para pessoas com pouca disponibilidade

para se dirigirem à farmácia, como é o caso de idosos, pessoas com mobilidade deficiente e

residentes em áreas mais afastadas. São ainda prestados outros serviços, como o da

Farmacovigilância, na qual existe uma responsabilidade pela identificação, avaliação e prevenção

de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e o protocolo Valormed que consiste na recolha de

resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso.

9. Contabilidade e gestão da farmácia

A faturação tem como intuito o reembolso à farmácia, por parte das entidades, do valor da

comparticipação dos medicamentos dispensados. Cada receita aviada, é impressa no verso o

documento de faturação, de modo a sequenciar as receitas, para que de seguida sejam separadas de

acordo com a entidade e o organismo de comparticipação. A organização das receitas em cada lote

é feita por ordem crescente, sendo estes constituídos por trinta receitas. O fecho dos lotes é feito no

último dia do mês, de forma a começar uma nova série de lotes no primeiro dia do mês seguinte.

São de seguida conferidas e corrigidas, se necessário, e por fim, recorre-se à impressão do verbete

de identificação do mesmo, que é carimbado, assinado e anexado ao lote. O verbete de

identificação do lote contém: o nome e código da Farmácia (relativamente à ANF); mês e ano das

receitas; número do lote e código do tipo a que corresponde; quantidade de receitas; quantidade de

medicamentos; importância total correspondentes aos PVP; importância total a pagar pelo utente e

importância total a pagar pela entidade. No último dia do mês há o fecho de todos os lotes, e até ao

10º dia do mês seguinte, as receitas relativas ao SNS são enviadas para o CCF, sendo que as

receitas referentes a outros organismos independentes são encaminhadas para a ANF. Aquando da

presença de alguma inconformidade nas receitas, o CCF envia à Farmácia um documento com as

informações detalhadas dos erros e diferenças registadas: tipo e número de lote, nº da receita, nº do

código do erro, descrição do motivo da devolução, código do(s) medicamento(s) responsável pela

devolução, valor faturado e valor não processado, bem como envia as receitas devolvidas. Caso se

trate de uma situação regularizável, a farmácia tem a possibilidade de incluir estas receitas na

faturação do mês seguinte. Caso não seja possível, a Farmácia perde o valor da comparticipação da

respetiva receita. [25]

Sendo as farmácias empresas, estas têm a obrigação de pagar o IVA e IRC (Imposto sobre

o Rendimento das Pessoas Coletivas). Relativamente ao IVA este é de 6 % quando se trata de

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produtos farmacêuticos e de 23% se forem produtos cosméticos ou de higiene corporal. O IRC

corresponde a 25% que é calculada sobre os lucros das empresas em Portugal.

No último mês do meu estágio, tive a oportunidade de assistir e participar ao processo de

gestão do receituário e faturação, tendo-me apercebido da enorme complexidade e responsabilidade

que este implica para a farmácia. Este processo requer profissionais competentes e experientes de

modo a evitar erros, perdas de tempo e de dinheiro que podem ter grande impacto na economia da

farmácia.

10. Relacionamento com entidades e utentes

São vários os convites solicitados à equipa da Farmácia Lima para estar presente em

formações, tendo tido oportunidade de assistir a duas: BioActivo® e VibrocilDuo®. É na farmácia

também que os utentes procuram saber orçamentos de medicamentos para apresentar à Segurança

Social. É notória a relação harmoniosa e de respeito entre o farmacêutico e outros profissionais de

saúde, como os médicos, pois é frequente existir a necessidade de esclarecimento de dúvidas

quanto à terapêutica instituída, sendo o utente o principal beneficiado.

11. Qualidade

A qualidade dos serviços farmacêuticos deverá ser demonstrada através da acreditação pela

OF em relação ao referencial das BPF para a Farmácia Comunitária e dos Procedimentos

Operativos Normalizados produzidos pelo Sistema da Qualidade da OF. O sistema de gestão da

qualidade da farmácia tem como principal objectivo, trabalhar-se com o máximo rigor, atendendo a

protocolos de atuação, que permitem a resolução de questões que possam surgir no seio de uma

farmácia, visando sempre a satisfação das necessidades dos doentes.

12. Atividades desenvolvidas pela estagiária

Desde do início do estágio, que o Dr. Carlos Esteves orientou-me sobre quais seriam as

diversas tarefas e objectivos a atingir, tendo-me sido fornecido, cada semana, um documento

explicativo.

Numa primeira fase, realizei a receção e armazenamento de encomendas, o que me

permitiu familiarizar com o local de armazenamento dos diversos produtos farmacêuticos, com os

seus nomes comerciais e DCI. É prática diária na Farmácia Lima verificar se os stocks estão

corretos antes de arrumar a encomenda, ao qual também participei. Fui também, consultando o

folheto informativo de diversos medicamentos (manual e informaticamente) assim como a

bibliografia disponível (principalmente o livro de “Aconselhamento Farmacêutico”), o que me

auxiliou bastante numa fase posterior, durante o atendimento ao público.

Diariamente auxiliava na medição da PA (visto que esta possui a um medidor automático)

e comentava o resultado obtido com o paciente, aconselhando-o sobre as diversas medidas não

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farmacológicas a tomar e promovendo a adesão à terapêutica, caso se aplicasse. Realizei a

determinação de diversos parâmetros bioquímicos, tais como a medição da glicemia capilar e a

determinação do colesterol total, e mais tarde, passei para a conferência do receituário. Esta tarefa

foi uma extrema mais-valia para a minha formação, pois fez com que tomasse conhecimento de

posologias, dos organismos, das regras às quais está sujeita a prescrição médica e dos erros mais

comumente realizados pela equipa técnica, que serviram como exemplos de cuidados a ter durante

a dispensa de MSRM. Desde cedo, que fui assistindo e auxiliando no atendimento ao público de

modo a familiarizar-me com o programa informático, no entanto, foi só a partir da sexta semana de

estágio que me tornei completamente autónoma. Sempre que possível, depois de cada atendimento,

conferia a receita de modo a assegurar-me que tudo estava em ordem. Nesta conferência tinha em

conta a data de validade, assinatura do médico, plano de comparticipação e medicamentos

dispensados, caso houvessem erros, estas receitas tinham que ser corrigidas, tendo com o auxílio da

Drª. Ana Sá procedido à sua emenda.

Também participei na montagem semanal das montras, que são sem dúvida um elemento

essencial de marketing e publicidade para a farmácia.

Durante o meu último mês de estágio, toda a equipa da farmácia, incluindo eu, foi alvo de

uma avaliação de desempenho inserida via sistema informático. Esta avaliação tem como objectivo

acompanhar e analisar o trabalho desenvolvido por cada funcionário, e estimular a produtividade de

cada um. Pessoalmente, acho que esta medida é bastante interessante, pois estimula produtividade

tendo sempre em atenção a principal responsabilidade do farmacêutico, isto é, a saúde e o bem-

estar do doente à frente dos seus interesses pessoais ou comerciais.

Pude assim realizar um pouco de todas as tarefas que um farmacêutico realiza diariamente

em farmácia comunitária, tendo este estágio permitido pôr à prova todos os conhecimentos

adquiridos ao longo destes anos de estudos e posso dizer hoje que, apesar de toda a informação que

ainda me falta alcançar, sinto-me preparada a exercer a profissão de farmacêutica com todo o rigor

e profissionalismo que esta implica.

13. Intervenção do farmacêutico na comunidade

A Farmácia Lima é sem dúvida uma farmácia muito pró-ativa, organizando e participando

em vários eventos com interesse para a sua comunidade. Sendo o mês de Outubro o mês do idoso, a

Farmácia Lima juntamente com a Junta de Freguesia de São Vicente, organizou o II Ciclo de

Conferências “ Envelhecer para a vida”, que teve por objectivo sensibilizar a comunidade para

diversos temas de interesse. Cada semana era realizada uma palestra, no centro cívico de São

Vicente, com um médico convidado. Os temas abordados foram os seguintes: higiene buco-

dentária na terceira idade, com a Drª. Sofia Cruz (Estomatologista); prevenção de quedas na

terceira idade, com o Dr. Bruno Santos (Ortopedista); incontinência urinária na terceira idade, com

o Dr. Hugo Antunes; demência – o que fazer?, com o Dr. Pedro Esteves (Psiquiatra). Na semana

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seguinte a cada palestra, foram realizadas na Farmácia Lima atividades lúdico-pedagógicas

relativas ao tema abordado, nomeadamente: acções de sensibilização relativamente à higiene das

próteses dentárias; demonstração de diversos equipamentos úteis aos familiares/cuidadores de

indivíduos com mobilidade reduzida; rastreio à osteoporose, efetuado por uma empresa especialista

e oferta de um mini-facial, realizado por uma esteticista.

A preparação de um projecto de tal dimensão requereu muita organização e tempo por

parte da equipa, o que sem dúvida, foi compensado, pela enorme aderência da comunidade, não só

às palestras como também a todas as atividades posteriormente realizadas.

Foi para mim, uma experiência muito gratificante, pois pude cada semana adquirir novas

valências, junto de profissionais experientes, e de participar ativamente nas diversas atividades

lúdico-pedagógicas realizadas na Farmácia Lima.

Parte II – Casos de estudo

1. Cuidados na Higiene Oral Infantil

Como é sabido, a saúde oral é fundamental para uma boa saúde em geral, sendo o papel do

Farmacêutico extremamente importante na prevenção das cáries e das doenças periodontais. Neste

contexto, fui responsável pela organização e apresentação de um workskop (Anexo III e IV), a

crianças entre os 3 e os 4 anos, do Patronato de Nossa Senhora da Luz em Braga, no dia 7 de

Outubro. Esta formação teve lugar na Farmácia Lima e foi dividida em duas sessões, tendo sido

dada a um total de 40 crianças. Esta iniciativa teve como objetivo incutir de forma pedagógica e

educativa, hábitos e cuidados na higiene oral infantil essenciais para uma plena saúde no presente e

no futuro.

A cárie dentária é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um grave

problema de saúde pública, afetando pessoas de todas as idades, e com elevada prevalência em

todo o mundo [26]. Esta patologia afeta a saúde geral do indivíduo, na medida em que diminui a

função mastigatória, modifica o desenvolvimento psicossocial e de todo o organismo e altera a

estética facial, podendo causar perturbações fonéticas [26,27]. Contudo, quando prevenidas e

precocemente tratadas, as cáries e as doenças periodontais envolvem custos económicos reduzidos

e ganhos em saúde relevantes. Desta forma, a OMS estabelece várias metas e objetivos para o ano

de 2020, no sentido de promover a saúde oral. Uma das metas é de que 80% das crianças com seis

anos estejam livres de cáries [28,29]. É através do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

que Portugal intervém, tendo o envolvimento de profissionais de saúde e de educação, dos serviços

públicos e privados [28].

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1.1. Cárie dentária: definição, epidemiologia e fisiopatologia

A cárie dentária é uma doença pós-eruptiva, infecciosa e transmissível, relacionada com o

tipo de dieta alimentar adoptada, levando à destruição progressiva e centrípeta dos tecidos

mineralizados dos dentes. Esta patologia possuí uma elevada prevalência em todo o mundo,

estando independente do sexo, idade, raça e condição económica. Em Portugal, a cárie dentária

afecta cerca de 90% da população [26].

Figura 1- Representação esquemática do processo fisiopatológico da cárie dentária. Adaptado de

[26].

A fermentação dos hidratos de carbono, como os doces, bolos, chocolates, gomas, por

bactérias acidogénicas (como Streptococcus mutans e Lactobacillus), presentes na placa bacteriana,

originam uma diminuição do pH na cavidade oral, resultante da libertação de ácidos, como láctico,

acético e prióico. Esta descida do pH contribui para a dissolução dos minerais de estrutura dentária.

A desmineralização da superfície dentária pode interferir com a placa esmalte, dando origem a uma

cárie. Esta ação é mais eficaz quando estes alimentos são ingeridos fora das refeições ou à noite

antes de deitar. No caso das crianças e adolescentes, o esmalte encontra-se mais susceptível à

desmineralização, devido à grande quantidade de impurezas presentes [26,30].

Figura 2- A) Exemplo de um indivíduo com placa bacteriana bastante desenvolvida. B) Cárie

dentária em dente incisivo. Retirado de [30,31]

Bactérias da placa

St. Mutuans e lactibacilos

Hidratos de carbono

Glicose, frutose e sacarose

Ácidos da placa

Ác.láctico, acético e prióico

Ácidos da placa

Ác.láctico, acético e prióico

↓ do pH na cavidade oral

Desmineralização da

superfície dentária

Dissolução dos iões cálcio e

fosfato no dente

A B

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1.2. Objetivos do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral inclui três objetivos principais:

- promover a saúde oral num contexto familiar e escolar;

- prevenir as doenças orais;

- diagnosticar e tratar precocemente as patologias dentárias.

Este programa envolve grávidas e crianças desde o nascimento até aos 16 anos de idade. A

mulher grávida encontra-se incluída no programa pois quando a mãe não apresenta um boa saúde

oral, dificilmente esta estará presente no filho [28]. De seguida, encontram-se explicitados os diversos

parâmetros que contribuem para uma boa saúde oral nas crianças.

� Higiene oral

Desde do nascimento até aos 6 anos de idade que a escovagem com um dentífrico fluoretado é

considerada fundamental, sendo a sua concentração em flúor adaptada à idade da criança. Note-se que

os suplementos sistémicos com fluoretos, só são recomendados a crianças a partir dos 3 anos de idade

com alto risco de desenvolver cárie dentária [28,32]. O flúor intervém no metabolismo ósseo e na

mineralização dos dentes, podendo em baixas concentrações favorecer a remineralização do esmalte.

A sua eficácia está comprovada no combate e na prevenção da cárie dentária quando presente em

dentífricos, sendo que até aos 6 anos, deve optar-se por pastas dentífricas que têm na sua composição

uma dose entre 500 e 1000 ppm de flúor [33]. Contudo este também pode estar presente em águas de

abastecimento público, e quando se encontra fora dos parâmetros exigidos, poderá causar doenças,

particularmente durante a formação dos dentes [34]. São recomendadas duas escovagens diárias, logo

a partir da primeira erupção, sendo obrigatória a escovagem antes de deitar, pois durante a noite

diminui a secreção salivar e as defesas locais no caso de coexistirem restos alimentares e bactérias

cariogénicas. Até aos 6 anos de idade a quantidade de dentífrico a utilizar deve ser idêntica ao

tamanho da unha do 5º dedo da mão da própria criança. Em crianças com mais de 6 anos deve ser

usada uma quantidade aproximada de um centímetro. A partir dos 6 anos, a realização do bochecho

quinzenal, com fluoreto de sódio a 0,2% permite reduzir a incidência da cárie dentária [32]. Deve ser

usado o fio dentário como parte da rotina diária de higienização dos espaços interdentários logo assim

que possível, sendo recomendada a sua utilização a partir dos 8-10 anos [28,30]. É também

recomendada a escovagem dos dentes no jardim-de-infância de modo a responsabilizar

progressivamente a criança a ter cuidado com a sua higiene oral. Esta tarefa deve ser dinamizada

pelos educadores de infância e pais [28,33].

Relativamente, às crianças e adolescentes com necessidades especiais, os cuidados de saúde

oral são muito semelhantes aos do resto da população, tendo apenas de ter em conta o nível de

autonomia, de compreensão e de execução das técnicas de prevenção e a existência de um adulto que

se responsabilize por vigiar ou mesmo executar os cuidados orais na criança [33].

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� Educação alimentar

O consumo de alimentos ricos em açúcar nos intervalos das refeições aumenta a

susceptibilidade ao aparecimento da cárie dentária [28]. É por essa razão aconselhado o seu consumo

no fim das refeições, pois diminui os efeitos nefastos da sua ingestão. A ingestão de doces que

tenham alguma adesividade (gomas, caramelos) deve ser evitada, uma vez que o seu tempo de

permanência em contacto com os dentes favorece a ação das bactérias cariogénicas. O consumo

abusivo de refrigerantes com um pH muito baixo, deve também ser evitado [26,32]. Neste contexto, é

da responsabilização das escolas proporcionar a ingestão de alimentos saudáveis como leite, pão e

fruta, em detrimento de refrigerantes e bolos, promovendo assim bons hábitos alimentares [28,35].

� Vigilância da saúde oral

As visitas regulares ao médico dentista e ao higienista oral são extremamente importantes para

a deteção precoce e tratamento adequado das possíveis doenças orais e deve iniciar-se a partir dos 6

meses de idade. Devem ser realizadas visitas ao médico dentista e/ou ao higienista todos os 6 meses.

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral preconiza que seja feita uma avaliação do risco

individual de cárie e a proteção dos dentes às crianças e jovens de alto risco, no Centro de Saúde,

pelo higienista oral, estomatologista ou médico dentista. Caso o Centro de Saúde não disponha destes

profissionais de saúde, a criança será encaminhada para os serviços de estomatologia dos hospitais

distritais ou centrais. Estas medidas são fundamentais para combater a cárie dentária e diminuir os

índices atualmente existentes na nossa população [28,35].

1.3. Fatores sociais envolvidos na saúde oral

Vários estudos epidemiológicos demonstram que as doenças orais têm um maior impacto em

comunidades com nível socioeconómico inferior. De facto, as crianças com risco aumentando de

problemas de saúde oral e dificuldades no acesso aos cuidados médicos pertencem a famílias pobres,

sem instrução, minorias étnicas e sem seguros de saúde. Estes factores colocam mais de 52% de

crianças em risco de doença oral não tratada. Como tal, é necessário educar a população quanto à

prevenção, recorrendo ao auxílio de programas de ação e promovendo uma melhoria no acesso aos

cuidados de saúde existentes [32,36].

1.4. Discussão/Conclusão

A prevenção das doenças orais não se limita exclusivamente a evitar as cáries, mas também, a

problemas gengivais, ortodônticos e cancro oral. Dado ao elevado custo dos tratamentos, é necessário

apostar na prevenção o mais precocemente possível, pois é durante a infância que se desenvolvem

hábitos e estilos de vida que irão determinar os riscos mais tarde. Desta forma, é necessário promover

desde cedo o uso tópico de fluoretos, instruir pais, educadores e crianças para a importância de uma

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boa higiene oral, e em adquirir hábitos alimentares saudáveis que incluam alimentos pobres em

açúcares. Nesse sentido, realizei um pequeno workshop sobre “Cuidados na Higiene Oral Infantil”,

tendo tido um balanço bastante positivo, uma vez que todas as crianças participaram ativamente

durante a sessão de esclarecimento, respondendo a perguntas e colocando questões às quais tentei

responder o melhor possível. No final da formação foram distribuídas a todas as crianças amostras de

pastas dentífricas e livros educativos e foram colocados na montra da Farmácia Lima os desenhos

realizados pelas crianças relativos ao workshop (Anexo V). Conclui-se ser de extrema importância

proporcionar a toda a população uma boa educação relativamente à saúde oral, pois só assim é que as

crianças de hoje serão adultos saudáveis de amanhã.

2. Mobilidade reduzida: cuidados e equipamentos

Este tema foi desenvolvido no seguimento de uma palestra dada pelo Dr. Bruno Santos,

Ortopedista do Hospital de Braga, sobre “Prevenção de quedas na terceira idade”, no II Ciclo de

Conferências “Envelhecer para a Vida”, organizado pela Farmácia Lima e a Junta de Freguesia de

São Vicente de Braga. Foi dedicada, na Farmácia Lima, uma semana à temática da ortopedia, na qual

foi feita a demonstração de diversos produtos e equipamentos de apoio a todos os interessados.

Durante essa semana, participei ativamente tanto no aconselhamento dos diversos equipamentos

expostos, como na realização de um folheto informativo (Anexo VI), que foi distribuído aos utentes

da farmácia. Também efetuei um breve inquérito aos utentes que adquiriram algum equipamento de

apoio (Anexo VII), de modo a avaliar qual era o produto mais procurado, se achavam que estes

equipamentos os tornava mais autónomos no dia-a-dia, e se tinham conhecimento prévio que estes

eram vendidos na Farmácia Lima, sendo possível consultar os resultados no Anexo VIII.

2.1. Conceito de mobilidade reduzida e a sua relação com o idoso

A pessoa com mobilidade reduzida encontra-se temporária ou permanentemente limitada na

sua capacidade de se relacionar com o meio ambiente. Tal pode acontecer por consequência de uma

deficiência física (sensorial ou de locomoção), deficiência mental/intelectual, ou ainda, por causa da

idade, e que necessita de atenção especial ou adaptações nos ambientes que frequenta [37].

Com o avançar da idade, a dinâmica do aparelho locomotor sofre alterações com uma redução

da amplitude dos movimentos, alteração do centro de gravidade corporal, o que modifica a marcha.

Tal situação conduz a um maior risco de queda estando associadas a elevados índices de morbilidade

e mortalidade nos idosos [38].

2.2. Produtos de apoio

Segundo a Organização Internacional de Normalização, os produtos de apoio ortopédico são

“qualquer produto (incluindo dispositivos, equipamento, instrumentos, tecnologia e software)

especialmente produzido para prevenir, compensar, monitorizar, atenuar ou neutralizar deficiências,

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limitações da atividade e restrições na participação diária em condições de igualdade com as demais

pessoas” [39]. Para que o produto de apoio seja bem aceite, este terá de permitir uma atividade mais

independente ou com menor dispêndio de energia e esforço, caso contrário, não terá uma boa adesão

[37].

São vários os produtos de apoio disponíveis; ajudas para a mobilidade; ajudas para cuidados

domésticos; mobiliário e adaptações à habitação e outros locais; ajudas para comunicação,

informação e sinalização; auxiliares de tratamento e treino; ajudas para recuperação; ortóteses e

próteses e ajudas no manuseamento de produtos e mercadorias [37,40]. Seguidamente serão

explorados com maior pormenor os auxiliares de marchas, auxiliares de banho, utilização de

sanitários e produtos para prevenção de úlceras de pressão, pois estes são geralmente os

equipamentos mais procurados na Farmácia Lima.

2.2.1 Auxiliares de marcha

O uso de auxiliares de marcha têm como objectivo reduzir a carga na parte inferior do corpo,

melhorar o equilíbrio e reduzir a dor, ajudando deste modo a pessoa a deambular. São vários os

equipamentos que podem ajudar a pessoa a caminhar, contudo é necessário selecioná-los de acordo

com a situação clínica, idade e grau de dependência [37]. Os mais comuns são:

• Muletas axilares e canadianas

As muletas axilares e canadianas devem ser utilizadas por pessoas com força suficiente nos

membros superiores. Estas diferem apenas nos pontos de apoio dos membros superiores e das mãos

[37,40]. Apesar disso, as muletas axilares são menos utilizadas devido ao risco de lesão do nervo

radial por compressão prolongada na região axilar. Estes devem ser escolhidos de acordo com o

equilíbrio, função muscular, coordenação e condição de sustentação de peso do paciente [37].

A B

Figura 3- A) Canadianas e B) Muletas axilares. Adaptado de [40].

Aquando da utilização de muletas, é extremamente importante, que estas se encontrem

ajustadas ao tamanho da pessoa para que o apoio seja eficaz. Assim, a altura da muleta deve ser

ajustada de modo a que, quando a mão segura a pega, o cotovelo efetue 30º de flexão [37].

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• Bengala

A bengala apresenta apenas um ponto de contato com o chão, devendo ser utilizada do lado

oposto ao membro comprometido [37,40]. Esta tem como vantagem ser relativamente barata e

adaptar-se bem às escadas, podendo ser ou não ajustável à altura da pessoa. É preferível escolher-se

uma bengala com um punho em “T”, do que um punho com forma convexa, pois são mais perigosos

por serem mais escorregadios [37].

Figura 4-Bengalas com diferentes apoios. Adaptado de [40].

• Tripés/quadripés

Os tripés/quadripés apresentam três e quatro pontos, respetivamente, de contato com o chão,

apresentando uma base de apoio mais larga. Estes devem ser usados do lado oposto ao membro

comprometido. Salienta-se que estes equipamentos podem não ser tão práticos para o uso em escadas

[37].

A B

Figura 5- A) tripé e B) quadripé. Adaptado de [37].

• Andarilho

Os andarilhos possibilitam uma maior estabilidade, estando indicados em casos de fraqueza

generalizada dos membros superiores e inferiores, como nos idosos com artrite, fratura da anca e

doenças neuromusculares [37,40].

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A B C

Figura 6- A) andarilho simples; B) andarilho articulado e C) andarilho com rodas. Adaptado de [37].

Deve ser assegurada a segurança de todos equipamentos, verificando-se os punhos ou pegas e

as ponteiras de borracha estão em bom estado de conservação e se mantêm as propriedades anti-

deslisantes. Para além disso, é de extrema importância educar a pessoa a utilizar bem o equipamento,

evitando assim possíveis acidentes [37].

2.2.2 Auxiliares de banho e sanitário

A higiene pessoal é uma tarefa da vida diária que num indivíduo com deficiência, se pode

tornar bastante difícil, o que acontece com o idoso, mesmo não dependente. O banho também pode

acarretar perigos, sendo bastante frequentes quedas, levando a condições incapacitantes. Seguem-se

algumas ajudas técnicas relativas a higiene pessoal [41]:

• Cadeira de banho

A cadeira de banho rotativa está indicada para os indivíduos com medo de perder o equilíbrio

e permite uma transferência mais fácil e segura para a banheira [41].

Figura 7- Cadeira de banho rotativa. Adaptado de [42].

• Insuflável para lavagem da cabeça

Trata-se de um recipiente insuflável que permite a lavagem da cabeça em pessoas acamadas [41].

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Figura 8- Insuflável para lavagem da cabeça. Adaptado de [42].

• Elevador de sanita

O elevador de sanita permite às pessoas com mobilidade reduzida sentarem-se e levantarem-

se mais facilmente, usando os apoios de braços. Estes podem ser ajustados em altura se necessário

[41].

Figura 9- Elevador de sanita. Adaptado de [42].

2.2.3 Prevenção de úlceras de pressão

As úlceras de pressão correspondem a áreas da superfície corporal localizadas, sujeitas a

exposição prolongada a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de forma a impedir a circulação

local, resultando na destruição e/ou necrose tecidular [43].

O sucesso na prevenção de uma possível situação de escaras depende de vários fatores,

nomeadamente da nutrição, da mudança de posição do paciente, de uma boa gestão da incontinência

do paciente, tratamento das feridas e no planeamento de uma assistência diária.

Existem vários materiais e equipamentos que também podem ser usados na prevenção de

úlceras de pressão, pois permitem aliviar a pressão no corpo, sem causar fricção e estiramento

[43,44].

Entre os dispositivos existentes, são de referir:

• Colchão de pressão alterna

Este facilita o fluxo sanguíneo, através de pequenos alvéolos que se enchem e esvaziam de ar,

de forma alternada e por zonas [43].

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Figura

• Almofadas anti-escaras

Existem diversos tipos de almofadas, podendo ser de espuma, poliuretano, viscoelástica ou

células pneumáticas, sendo estas últimas, mais eficazes na prevenção de úlceras de

almofadas compostas por células pneumáticas permitem uma melhor adaptação à morfologia do

paciente e seguir seus movimentos para limitar o risco de fricção

Figura 11- Diferentes formas de almofadas

2.3 Discussão Conclusão

A mobilidade é essencial para o desempenho das atividades diárias, não somente para garantir

as necessidades da pessoa mas também para obter o preenchimento

mais elevadas que envolvem a qualidade de vida. De modo a permitir uma maior independência,

autocuidado e prevenção de certas situações, como quedas e úlceras de pressão a indivíduos com

mobilidade reduzida, encontram

O Farmacêutico como profissional de saúde tem o papel de aconselhar sobre o equipamento

mais adequado a cada caso e assegurar

panfleto informativo, o qual

à ortopedia e sempre que alguém estava interessado em algum equipamento

inquérito aos utentes que adquiram algum produto

inquéritos. A análise das respostas obtidas permitiu constatar que a maioria dos utentes (63%)

adquiriu bengalas, sendo que o segundo produto mais procurado foram as muletas (37%)

Todos os inquiridos responderam posi

autónomos e independentes no seu dia

Figura 10- Colchão anti-escaras. Adaptado de [42].

escaras

Existem diversos tipos de almofadas, podendo ser de espuma, poliuretano, viscoelástica ou

células pneumáticas, sendo estas últimas, mais eficazes na prevenção de úlceras de

almofadas compostas por células pneumáticas permitem uma melhor adaptação à morfologia do

paciente e seguir seus movimentos para limitar o risco de fricção [40,43].

Diferentes formas de almofadas anti-escaras. Adaptado de [

Discussão Conclusão

A mobilidade é essencial para o desempenho das atividades diárias, não somente para garantir

as necessidades da pessoa mas também para obter o preenchimento das necessidades psicossociais

mais elevadas que envolvem a qualidade de vida. De modo a permitir uma maior independência,

autocuidado e prevenção de certas situações, como quedas e úlceras de pressão a indivíduos com

mobilidade reduzida, encontram-se ao dispor diversos utensílios e equipamentos de apoio.

O Farmacêutico como profissional de saúde tem o papel de aconselhar sobre o equipamento

mais adequado a cada caso e assegurar-se que este está a ser corretamente utilizado.

foi distribuído aos utentes da Farmácia Lima, durante a semana dedicada

à ortopedia e sempre que alguém estava interessado em algum equipamento

aos utentes que adquiram algum produto de apoio. Foram efectuado

. A análise das respostas obtidas permitiu constatar que a maioria dos utentes (63%)

adquiriu bengalas, sendo que o segundo produto mais procurado foram as muletas (37%)

Todos os inquiridos responderam positivamente ao facto destes equipamentos os tornarem mais

autónomos e independentes no seu dia-a-dia (Figura 13), o que é bastante satisfatório.

27

Existem diversos tipos de almofadas, podendo ser de espuma, poliuretano, viscoelástica ou

células pneumáticas, sendo estas últimas, mais eficazes na prevenção de úlceras de pressão. As

almofadas compostas por células pneumáticas permitem uma melhor adaptação à morfologia do

Adaptado de [42]

A mobilidade é essencial para o desempenho das atividades diárias, não somente para garantir

das necessidades psicossociais

mais elevadas que envolvem a qualidade de vida. De modo a permitir uma maior independência,

autocuidado e prevenção de certas situações, como quedas e úlceras de pressão a indivíduos com

ispor diversos utensílios e equipamentos de apoio.

O Farmacêutico como profissional de saúde tem o papel de aconselhar sobre o equipamento

se que este está a ser corretamente utilizado. Para além, do

, durante a semana dedicada

à ortopedia e sempre que alguém estava interessado em algum equipamento, também realizei um

fectuados um total de oito

. A análise das respostas obtidas permitiu constatar que a maioria dos utentes (63%)

adquiriu bengalas, sendo que o segundo produto mais procurado foram as muletas (37%) (Figura 12).

tivamente ao facto destes equipamentos os tornarem mais

, o que é bastante satisfatório. Relativamente

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28

à questão: “Futuramente, pensa em adquirir outro produto? Se sim, qual?”, 25% dos inquiridos

respondeu afirmativamente, referindo que caso necessitassem de mais algum equipamento o

procurariam sem hesitar. (Figura 14). Quanto ao conhecimento da venda de produtos de apoio nesta

farmácia, a maioria dos utentes (62%) respondeu que sim (Figura 15), que tinham conhecimento, dos

quais 60% afirmou ter sido através da montra da farmácia (Figura 16). Como referi anteriormente, a

Farmácia Lima possui uma montra permanentemente dedicada aos produtos de apoio o que

possibilita a sua divulgação. A maioria das pessoas que responderam ao questionário tinha mais de 75

anos (63%) (Figura 17), o que corresponde à faixa etária com maiores dificuldades de mobilidade. A

realização deste inquérito foi bastante interessante, uma vez que me permitiu estabelecer um diálogo

mais próximo com os utentes e deu-me a oportunidade dar a conhecer vários produtos de apoio que

podem ser usados em caso de necessidade. Apesar do reduzido número de utentes inquiridos, realço

mais uma vez que este inquérito foi realizado apenas a pessoas que compraram algum tipo de

equipamento. Este tema permitiu-me também ter outra sensibilidade e adquirir conhecimento sobre

material ortopédico e de apoio que antes não tinha.

3. Onicomicose

Depois da participação no rastreio à onicomicose organizado pela Farmácia Lima, apercebi-

me que a maior parte dos utentes afetados por esta doença não estavam a seguir o tratamento como

devia ser. Uma ideia errada ou falta de informação podem estar na origem de um tratamento mal

sucedido. Por este motivo decidi desenvolver atividades relacionadas esta patologia, pois apesar de

ser considerada, erradamente, um problema meramente estético, a onicomicose pode causar

desconforto, dor, limitações físicas que pode interferir com as atividades diárias do doente. Neste

contexto, realizei um inquérito a 25 utentes, de Outubro a Novembro de 2014 (Anexo IX), de forma a

avaliar quem foi que aconselhou o tratamento, quanto tempo esperavam que este demorasse, entre

outras questões, podendo ser consultados os resultados no Anexo (Anexo X). Adicionalmente,

desenvolvi um panfleto informativo (Anexo XI) o qual foi distribuído a todos os inquiridos assim

como aos utentes que vinham à procura de algum tratamento para esta patologia. Deste modo, pude

esclarecer questões essenciais, como: as diferentes etapas e cuidados a ter durante o tratamento desta

patologia e a sua duração.

3.1 Definição e epidemiologia

A onicomicose é uma infecção ungueal causada por fungos dermatófitos, leveduras e fungos

filamentosos não dermatófitos, que invadem numa primeira instância a lâmina ungueal saudável [45].

Esta patologia é responsável por cerca de 50% das alterações ungueais, afetando cerca de 2-8% dos

europeus. Estima-se que a prevalência desta patologia poderá aumentar para os 60% para indivíduos

com idade superior a 70 anos, tendo como principais fatores associados a idade [46,47]. Cerca de

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29

80% dos casos de onicomicose devem-se a fungos dermatófitos, 90% dos quais são causados por

Trichophyton rubrum [48]. O género, a idade, traumatismos consecutivos, uso de calçado oclusivo,

perturbações circulatórias periféricas e doenças imunossupressoras são fatores que contribuem para a

instalação de uma onicomicose [48,49].

3.2 Classificação da onicomicose

De acordo com o local de entrada do agente causal, o tipo de fungo, a extensão do

comprometimento e a porção da unha envolvida é possível classificar a onicomicose em quatro tipos

clínicos específicos de alterações ungueais [45,50]:

• onicomicose subungueal distal e lateral

É a forma mais comum de micose ungueal por dermatófitos, nomeadamente T. rubrum, sendo

geralmente as unhas dos pés mais afetadas do que as unhas das mãos [45,51]. Contudo, também pode

ser causada por fungos não dermatófitos e leveduras do género Candida spp., sendo importante a

realização de um exame micológico de modo a descobrir qual o agente causal. Este tipo de micose

está geralmente associado à Tinea pedis caracterizando-se inicialmente pelo descolamento do bordo

livre da unha, provocando a onicólise, o que conduz à acumulação de detritos subungueal e ao

endurecimento da unha. A unha pode apresentar-se espessa, amarelada e opaca, como apresentado na

Figura 12 [49,51].

Figura 18 - Onicomicose subungueal distal e lateral. Adaptado de [50].

• onicomicose branca superficial

Na maioria dos casos, este tipo de infeção é causada por dermatófitos, principalmente por

Trichophyton mentagrophytes, afetando a superfície da unha [50]. Porém, também foram isolados

outros agentes como vários fungos filamentosos não dermatófitos; Fusarium spp., Acremonium spp. e

Aspergillus spp. [49]. Neste caso, observa-se uma descoloração devido ao aparecimento de manchas

brancas na superfície da unha (leuconíquia). Com o desenvolvimento da infeção as manchas ficam

amareladas e pode ocorrer a destruição total da unha, como é possível visualizar na Figura 13 [48,50].

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30

Figura 19 – Onicomicose branca superficial. Adaptado de [50].

• onicomicose subungueal proximal

Quando não associada à paroníquia (infeção que rodeia o bordo da unha ), este tipo de

onicomicose pode resultar de uma infeção rara por dermatófitos T. rubrum e T. mentagrophytes, e

está frequentemente relacionada com doenças recorrentes que afetam a circulação periférica. Também

se encontra muitas vezes associada a pacientes imunodeprimidos, como indivíduos HIV-positivo ou

relacionada com traumatismos [48]. Este tipo de infeção afeta tanto as unhas das mãos como as unhas

dos pés, e decorre da invasão fúngica da unha perto da cutícula, podendo depois progredir para uma

placa que se acumula na matriz ungueal, como é possível observar na Figura 14 [45].

Figura 20 - Onicomicose subungueal proximal. Adaptado de [50].

• onicomicose distrófica total

Este tipo de onicomicose pode ser a forma evolutiva de qualquer uma das formas

anteriormente descritas, dando origem a uma unha frágil, quebradiça e deformada, exibindo restos de

queratina aderentes ao leito ungueal, como se pode observar na Figura 15 [45,48,51].

Figura 21 - Onicomicose distrófica total. Adaptado de [50]

3.3 Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico da onicomicose não é doloroso, contudo pode se revelar-se longo

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31

(entre 6-12 meses), sendo que a cura clínica é atingida após a renovação total da lâmina ungueal.

Atendendo à extensão da unha infetada, se há ou não envolvimento da matriz ungueal, o agente

etiológico, à presença de coomorbilidades no doente e de possíveis interações medicamentosas é

selecionada a terapia, podendo ser tópica, oral, ou a combinação das duas [48,52]. Seguidamente

serão explicitados com maior pormenor os diversos fármacos utilizados em cada uma das terapias.

3.3.1 Terapia tópica

Tabela 1- Resumo das características dos principais fármacos utilizados na terapia tópica [10,

45,48,49,52-55].

Fármacos Amorlifina 5% em verniz

Ciclopirox 8% em verniz

Tioconazol 28% em solução

Nomes comerciais

Locetar®; Galderma Mycoster®; Pierre Fabre

Trosyd®; Pfizer

Ação farmacológica

- Fungistática e fungicida.

- Alteração da biossíntese dos esteróides da

membrana celular dos fungos.

- Fungistática, fungicida e esporicida. - Ligação irreversível à

parede celular do fungo.

-Fungicida -Inibição das enzimas necessárias à síntese

das membranas fúngicas.

Espetro de ação

- Dermatófitos, - Leveduras

- Fungos filamentosos não dermatófitos

- Dermatófitos, - Leveduras

- Fungos filamentosos não dermatófitos

- Dermatófitos -Leveduras

- Bactérias gram +

Indicação terapêutica

- Menos de 50% da unha está infetada;

- Não há envolvimento da matriz ungueal;

- Quando a terapia oral está CI;

- Profilaxia.

Menos de 50% da unha está infetada;

- Não há envolvimento da matriz ungueal;

- Quando a terapia oral está CI;

- Profilaxia

Menos de 50% da unha está infetada;

- Não há envolvimento da matriz ungueal;

- Quando a terapia oral está CI;

- Profilaxia

Tipo de

onicomicose

- Onicomicose branca superficial;

-Onicomicose subungueal distal e

lateral.

- Onicomicose branca superficial;

-Onicomicose subungueal distal e

lateral.

- Onicomicose branca superficial;

-Onicomicose subungueal distal e

lateral .

Duração do tratamento

- 4-6 meses (unhas das mãos);

- 9-12 meses (unhas dos pés).

-4-6 meses (unhas das mãos)

- 9-12 meses para as unhas dos pés

-4-6 meses (unhas das mãos)

- 9-12 meses para as unhas dos pés

Nº de aplicações

1 - 2 vezes por semana 1 vez por dia 2 vezes por dia

Percentagem de

cura

50% dos casos de onicomicose subungueal

distal e lateral.

< % de cura comparativamente à

amorlifina.

20%-70% dos casos de onicomicose

subungueal distal e lateral.

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3.3.2 Terapia oral

Tabela 2- Resumo das características dos principais fármacos aprovados utilizados na terapia oral

[1,4,12,45,48,52,57,58]

Fármacos Griseofluvina Itraconazol Terbinafina

Nomes comerciais Grisovin®;

GlaxoSmithKline Sporanox®;

Janssen Cilag Lamisil®; Novartis

Ação farmacológica

- Fungistática. - Inibe a mitose dos fungos através da ligação à tubulina.

- Fungicida e fungistática;

- Altera a síntese de ergosterol nas células

fúngicas.

- Fungicida e fungistática;

- Inibe a enzima esqualeno epoxidase,

responsável pela biossíntese dos esteróis

fúngicos

Espetro de ação

- Dermatófitos,

- Dermatófitos - Leveduras

- Fungos filamentosos não dermatófitos

- Dermatófitos - Bolores

- Fungos dimórficos

Indicação terapêutica

- Mais de 50% da

unha está infetada; - Envolvimento da

matriz ungueal; - Único fármaco recomendado em crianças desde um

mês de idade.

Mais de 50% da unha está infetada;

- Envolvimento da matriz ungueal.

Mais de 50% da unha está infetada;

- Envolvimento da matriz ungueal.

Duração do tratamento

- 6-9 meses (unhas das mãos);

- 12-18 meses (unhas dos pés).

- 6 semanas (unhas das mãos);

-12 semanas (unhas dos pés).

- 6 semanas e 3 meses (unhas das mãos e

pés).

Dose recomendada

Adultos:

500mg-1000mg/dia; Crianças:

10mg/kg/dia.

Regime contínuo: 200mg/dia

Regime pulsado: 200mg 2vezes/dia durante 1 semana,

seguidos de 3 semanas de intervalo.

250mg/dia.

Principais efeitos

secundários

- Perturbações GI; - Cefaleias;

- Alteração da função hepática.

- Perturbações GI; - Cefaleias;

-Erupções cutâneas; - Alteração da função

hepática.

Perturbações GI; - Cefaleias;

- Alteração do paladar; - Alteração da função

hepática.

Percentagem de

cura

Comparativamente com a terbinafina e o

itraconazol, a griseofluvina tem as taxas de cura mais

baixas.

- 45-70% cura clínica; - Boa alternativa

quando a terbinafina está CI.

- Apresenta a melhor % de cura.

- 1ª escolha no tratamento oral da

onicomicose

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3.3.3 Terapia combinada

A terapia combinada inclui o uso simultâneo de terapia tópica e oral. Esta abordagem

terapêutica parece amplificar a ação fungicida in vivo, minimizando o aparecimento de resistência aos

antifúngicos, diminuindo o tempo de tratamento e aumentando o espectro de atividade [59]. A terapia

de combinação terbinafina com amorlifina provou ser mais eficaz que a terbinafina em monoterapia,

tendo obtido uma taxa de cura 72,3% [52]. É considerada a primeira opção de tratamento, quando

existe uma elevada probabilidade de falha da monoterapia, nomeadamente em casos em que há um

envolvimento da matriz ou quando mais de 80% da lâmina ungueal está afetada. [48,59,60].

3.4 Educação dos pacientes relativamente ao tratamento

Para que o tratamento seja bem sucedido é necessário promover a adesão não só ao

tratamento farmacológico mas também às medidas não farmacológicas que permitem complementar o

tratamento e prevenir recidivas no futuro. São várias as medidas que podem ser adotadas,

nomeadamente:

-tratar o pé de atleta no caso de este existir no próprio paciente e nos restantes membros da família;

- manter a pele limpa e seca, tendo o cuidado de secar bem os espaços interdigitais ;

- usar um antitranspirantes, caso o doente sofra de transpiração excessiva;

- usar de meias de algodão;

- lavar as meias em água quente, após a imersão numa solução desinfetante;

- evitar calçado oclusivo, especialmente durante o tempo quente;

- alternar diariamente o calçado, de modo a permitir que este seque completamente;

- polvilhar antifúngico em pó no calçado;

- manter as unhas curtas, tendo o cuidado de cortá-las em linha reta;

- não caminhar descalço em áreas públicas;

- não compartilhar objetos de higiene pessoal com outras pessoas;

- usar um corta unhas diferente para a(s) unha(s) infetadas e sãs;

- evitar cortar a cutícula, pois poderá constituir uma porta de entrada para microorganismos e risco de

infeção [45,49].

Para além das medidas mencionadas, é extremamente importante esclarecer o paciente sobre

a duração do tratamento, pois este será longo (de vários meses), não sendo possível a obtenção de

resultados duradouros rapidamente. Este também deve ser informado de que apesar de se poder

verificar uma melhoria do estado da unha no decurso do tratamento, este deve ser prosseguido de

modo a atingir a cura micológica , isto é a erradicação do fungo causador, evitando assim possíveis

reeinfeções futuras e clínica [45]. Quando prescrito um tratamento tópico, deve ser explicado o modo

de aplicação, alertando para a importância de limar semanalmente a superfície da unha e limpar a

unha com uma compressa embebida em álcool antes da aplicação do produto [53].

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3.5 Discussão/Conclusão

São várias as possíveis estratégias disponíveis atualmente para o tratamento da onicomicose.

Contudo, a terapia tópica só é recomendada em monoterapia quando menos de 50% da unha se

encontra infetada não havendo o envolvimento da matriz ungueal. Este deve ser prosseguido de forma

contínua até regeneração da unha e a cura micológica e clínica sejam atingidas. A monoterapia oral

ou a terapia de combinação estão indicadas quando mais de 50% da unha está infetada, ou quando há

envolvimento da matriz. A amorlifina 5% em verniz parece ser a forma mais eficaz em monoterapia

tópica, muito provavelmente devido à frequência de aplicação ser de 1-2 vezes por semana,

resultando numa melhor adesão terapêutica. Quanto a monoterapia oral, a terbinafina é o fármaco de

primeira escolha pois apresenta um período de tratamento mais curto, maior taxa de cura e menos

recidivas quando comparado com os restantes fármacos. A melhor taxa de cura clínica e micológica

foi obtida através do uso da combinação de amorlifina e terbinafina.

De forma a completar o panfleto informativo, que se revelou bastante útil, pois alertou os

utentes para os cuidados a ter tanto em prevenção como durante o tratamento da onicomicose, realizei

também um inquérito a 25 utentes da Farmácia Lima, de Outubro a Novembro de 2014. Este

permitiu-me avaliar se esta patologia tinha uma maior incidência com a idade, qual era o tratamento

geralmente prescrito, se os doentes tinham conhecimento de alguns cuidados a ter durante o

tratamento, entre outras questões.

Através da análise dos resultados é possível constatar que a maioria das pessoas que

respondeu ao inquérito é do sexo feminino (72%) (Figura 22), tendo maioritariamente idades

compreendidas entre os 50-70 anos (56%) (Figura 23). Efetivamente, a idade é um fator importante

no desenvolvimento desta patologia, pois com o avançar da idade surgem problemas a nível da

circulação periférica, e uma maior propensão a traumatismos e ainda uma maior dificuldade ou até

mesmo incapacidade em cortar as unhas e cuidar dos pés. A grande parte dos inquiridos (56%) já

tinha sido diagnosticado com onicomicose (Figura 24), sendo esta mais prevalente nas unhas dos pés

(93%) (Figura 25). Dos indivíduos diagnosticados com esta patologia, 86% estão atualmente a

realizar um tratamento (Figura 26), sendo a medicação mais usual o ciclopirox (43%), seguido da

amorlifina (36%), do tioconazol (14%) e uma das utentes estava a realizar uma terapia de combinação

terbinafina e ciclopirox (Figura 27). Verifica-se deste modo que a monoterapia tópica é nestes casos a

terapia de eleição ou a primeira abordagem. Teria sido interessante ter feito uma questão sobre o

número de unhas infetadas e da extensão da infeção, de modo a perceber se o tratamento prescrito era

o mais adequado. Esperava no entanto, uma maior utilização da amorlifina, visto ser o fármaco com

maior taxa de cura. Contudo, penso que o fator económico também tem o seu peso, sendo o

tratamento tópico mais dispendioso. Na grande maioria dos casos, o médico (75%) foi quem

aconselhou o tratamento, seguido do farmaçêutico (17%) e do podologista (8%) (Figura 28). Fiquei

surpreendida pela positiva por nenhum dos inquiridos responder que tinha sido

aconselhado/influenciado por um familiar ou vizinho ou até mesmo pela publicidade. Grande parte

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dos doentes ainda estavam numa fase precoce do tratamento, tendo começado há cerca de um mês

(67%) (Figura 29). À questão: quanto tempo acha que o tratamento demora ? Cerca de 40% dos

inquiridos respondeu 3 meses e 28% respondeu 1 mês (Figura 30); o que não corresponde à realidade.

Como tive oportunidade de referir anteriormente, a onicomicose requer um tratamento longo, sendo

importante informar o paciente sobre a sua duração. Relativamente à questão: “sabia que a

onicomicose quando não tratada pode afetar as restantes unhas?”, 60% dos inquiridos responderam

que sim (Figura 31). Finalmente, para perceber se os utentes sabiam que durante o tratamento é

suposto fazer-se uma vez por semana a limagem da(s) unha(s) infetada(s), apenas 24% respondeu que

sim (Figura 32). É possível constatar assim, uma grande falha de comunicação tanto no momento da

prescrição do tratamento por parte do médico, como no momento da dispensa dos medicamentos na

farmácia pelo farmacêutico.

O farmacêutico tem um papel fundamental na informação ao utente, nomeadamente em

relembrar todos os cuidados necessários a ter durante o tratamento, incluindo medidas não

farmacológicas, assim como educar o doente quanto à patologia e alertar para as consequências da

interrupção ou não adesão ao tratamento. À semelhança do inquérito realizado para o tema

“mobilidade reduzida”, este permitiu-me estabelecer um diálogo mais próximo com os utentes, tendo

tido a oportunidade de esclarecer dúvidas e alertar para a importância de determinados cuidados a ter

no tratamento desta patologia.

4. Diabetes Mellitus

Grande parte dos utentes habituais da Farmácia Lima sofre de Diabetes Mellitus (DM), e

apesar de ser atualmente uma doença bastante divulgada pelos meios de comunicação social, existem

ainda inúmeros mitos e ideias mal concebidas sobre esta doença. Sendo o dia 14 de Novembro o dia

internacional da DM, achei interessante desenvolver alguma atividade relacionada com o tema. Neste

contexto, propus ao Dr. Carlos Esteves e à Drª. Ana Sá de organizar um pequeno lanche saudável,

intitulado “A Hora do Lanche: A Diabetes Mellitus” (Anexo XII e XIII), onde juntamente com a

nutricionista Drª Joana Almendra, tivemos a oportunidade de abordar esta doença de forma mais

descontraída, esclarecendo diversas dúvidas entre as quais: a alimentação no diabético e os cuidados a

ter com o pé diabético.

4.1. Definição, classificação e sintomatologia

A DM é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue ou

hiperglicemia que é causada em alguns casos por uma insuficiente produção, ou uma ação ineficaz da

insulina e frequentemente resulta do conjunto destes dois fatores. A insulina, hormona produzida pelo

pâncreas, é responsável por criar nas células a capacidade destas captarem a glicose sanguínea que foi

absorvida nos intestinos como resultado da digestão de hidratos de carbono contendo glicose,

permitindo assim que esta seja armazenada e quando necessário convertida em energia nas células

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[61,62,63].

São descritos três tipos principais de DM, nomeadamente:

DM tipo 1- atinge cerca de 5-10% dos casos descritos, sendo mais frequente em crianças e

jovens. Este tipo de DM é geralmente causado por uma reação autoimune resultando na destruição

maciça das células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que deixam de produzir insulina. Estes

doentes precisam de uma terapêutica de substituição hormonal com insulina durante toda a vida, caso

contrário não sobrevivem. Os sintomas surgem geralmente de forma súbita e podem incluir:

polidipsia; poliúria; polifagia; fadiga; xerostomia; perda súbita de peso; dificuldades na cicatrização;

infeções recorrentes e visão turva [61,64,65].

DM tipo 2 – corresponde a cerca de 90% dos casos. Esta resulta de um desequilíbrio no

metabolismo da insulina, provocado por um défice da produção e/ou resistência à insulina. É

frequentemente após os 40 anos de idade que é diagnosticada porém, pode surgir mais cedo,

vulgarmente associada à obesidade. Os principais fatores de risco associados são a obesidade,

alimentação inadequada, envelhecimento, sedentarismo, predisposição genética e etnia. Na maioria

dos casos a DM tipo 2 é assintomática, podendo passar despercebida durante muitos anos. Neste caso,

a implementação de uma dieta adequada e de antidiabéticos orais podem ser medidas suficientes para

efetuar o controlo da hiperglicemia [61,65].

Diabetes Gestacional(DG) – corresponde a qualquer irregularidade no metabolismo da

glicose que seja diagnosticada ou reconhecida pela primeira vez, durante a gravidez [65]. Esta surge

em grávidas que não tinham DM antes da gravidez e, usualmente desaparece quando esta termina.

Porém, caso não sejam tomadas medidas preventivas, existe um risco elevado de virem a desenvolver

mais tarde DM tipo 2. São várias as complicações para o recém-nascido, resultantes da hiperglicemia

materna, nomeadamente macrossomia (excesso de peso à nascença), traumatismo durante o parto,

hipoglicemia e icterícia [61,62].

4.2. Epidemiologia

Segundo o relatório anual do observatório nacional de diabetes de 2014 estimou-se que em

2013, a população que padece de DM em todo o mundo foi de 382 milhões de pessoas, sendo que em

este valor tenderá a aumentar para 592 milhões em 2035. Em Portugal, foi estimado que 13,0%da

população, ou seja, de mais de 1 milhão de portugueses com idades compreendidas entre os 20 e os

79 anos sofriam de DM, tendo-se observado que esta incidência aumentou com o avançar da idade,

tendo uma maior prevalência no sexo masculino [61].

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Figura 33 – Prevalência da DM em Portugal em 2013 por sexo e escalão etário. Adaptado de [61]

4.3. Controlo e tratamento

O controlo da DM é essencial de modo a evitar as possíveis complicações que lhes estão

associadas. Este controlo consiste em monitorizar regularmente os valores de glicemia em jejum e

após as refeições, assegurando que se encontram dentro dos limites considerados normais.

Contudo, é necessário ter em atenção vários fatores como a idade, tipo de vida, atividade física,

existência de outras doenças; o que faz com que os alvos glicémicos a atingir sejam por vezes

individualizados. Os testes de glicemia capilar são a forma mais rápida e cómoda de realizar

diariamente o controlo glicémico. Por sua vez, a determinação da hemoglobina glicada, fração

HbA1c, fornece informação relativa a um período mais alargado, dos últimos três meses, de como

os pacientes com DM estão a responder à terapêutica farmacológica e não farmacológica. O valor a

atingir para este parâmetro é variável para cada indivíduo, pois depende da idade, dos anos de DM

e das complicações existentes. Um valor de HbA1c inferior a 6,5% significa que a doença está a ser

bem controlada [61,62].

A prevenção e o tratamento da DM tipo 2 incluí a implementação de um plano alimentar

saudável, atividade física adequada, educação terapêutica da pessoa, e terapia farmacológica [1,6].

Este tem como objetivo principal o controlo da hiperglicemia, atingindo um valor de HbA1c <

6,5% [67].

Alimentação

A alimentação de um diabético deve ser equilibrada e variada tendo em conta a roda dos

alimentos. É recomendado realizar entre 5 a 6 refeições diárias. Alimentos ricos em fibra, como o

pão de mistura ou centeio, o feijão, o grão, a aveia, devem ser incluídos nas refeições pois

permitem diminuir a glicemia após as refeições, reduzir os níveis de colesterol, aumentar a

saciedade e auxiliar no bom funcionamento do trânsito intestinal. Devem ser consumidos

diariamente 3 a 5 porções de fruta (excluindo as mais doces como a banana e as uvas), legumes e a

ingestão de gorduras insaturadas, como o azeite são preferíveis pois ajudam a aumentar os níveis de

colesterol HDL. O consumo de álcool não deve ultrapassar um copo de vinho à refeição [66].

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Exercício físico

O exercício físico é fundamental e muito benéfico na medida em que vai estimular a

produção de insulina e aumentar a captação de glicose mediada pela insulina para dentro das

células. Para além disso, o exercício tem um grande impacto na saúde cardiovascular, na tensão

arterial, na perda de peso e no bem-estar do paciente. É recomendado realizar exercício de

intensidade moderada e de longa duração (40 minutos-1 hora), sob orientação médica. Uma

caminhada, um passeio de bicicleta ou uma aula de hidroginástica constituem possíveis sugestões

de exercício físico aconselhável aos doentes diabéticos [66,68].

Antidiabéticos orais

Quando as medidas não farmacológicas (alimentação e exercício físico) não são suficientes

para manter a DM tipo 2 controlada é necessário recorrer numa primeira instância à toma de

antidiabéticos orais que se encontram apresentados na tabela 1 [61,66,69].

Tabela 3 – Classificação dos antidiabéticos orais atualmente disponíveis no mercado. Adaptado de

[69].

Classe Composto Ação fisiológica

Biguanidas

Metformina ↓ produção hepática de

glicose; ↑ sensibilidade periférica à

ação da insulina. Sulfuniloreias Glibenclamida, Glipizida,

Gliclazida e Glimepirida ↑ secreção da insulina.

Metaglinidas Nateglinida ↑ secreção da insulina. Glitazonas Pioglitazona ↑ sensibilidade da insulina.

Inibidores da alfa-glucosidase

Acarbose ↓ absorção intestinal dos hidratos de carbono.

Inibidores da DPP-4 Sitagliptina, Vildagliptinae Saxagliptina

↑ secreção de insulina; ↓ secreção de glucagon.

Agonistas dos recetores da

GLP-1a

Exenatido e Liraglutido

↑ secreção da insulina; ↓ secreção do glucagon; Atrasa o esvaziamento

gástrico; ↑ saciedade.

A metformina constitui o fármaco de 1ª linha no tratamento da DM tipo 2, sendo

inicialmente usada em monoterapia em especial nas pessoas com obesidade ou com peso excessivo,

embora também seja uma opção a considerar nas pessoas sem excesso de peso. A dose prescrita

deve ser gradual e progressiva. Quando não são alcançados os objetivos terapêuticos unicamente

com a metformina é necessário recorrer à sua associação com outros antidiabéticos orais e/ou com

insulina [67].

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Para além da terapêutica antihiperglicémica em caso de necessidade também deve ser

implementada uma terapêutica antihipertensiva e antidislipidémica de modo a diminuir as

complicações vasculares associada à DM [67].

O tratamento da DM tipo 1 engloba a insulinoterapia, alimentação saudável, exercício

físico, educação da pessoa com DM e controlo dos níveis glicémicos diários, que é essencial pois

permite fazer os ajustes necessários relativamente à dose de insulina a tomar, alimentação e

atividade física. Existem várias preparações de insulina apresentadas na tabela 2, que diferem no

tempo de início de ação, duração de ação e risco de efeito hipoglicemiante [61,63,70].

Tabela 4 – Tipos de insulina e farmacocinética. Adaptado de [63]

Tipo de insulina

Duração de

ação

Início da ação

Pico máximo

de ação

Administração

Insulina de ação

rápida

6-8 horas

20 minutos

2-4 horas

15-20 minutos

antes das refeições

Insulina de ação

intermédia

18-26 horas

1-3 horas

6-10 horas

1-2 vezes por dia

Insulina de ação

prolongada

28-36 horas

3-4 horas

-

1-2 vezes por dia

4.4. Complicações da DM

As complicações da DM atingem cerca de 40% dos doentes, sendo nos países

desenvolvidos a principal causa de cegueira, insuficiência renal e amputação de membros

inferiores. A evolução das complicações é na maior parte das vezes silenciosa, sendo apenas

detetadas numa fase já avançada. Para além disso, constituí uma das principais causas de morte,

pois implica um risco aumentado de doença coronária e de acidente vascular cerebral [61,66].

É possível classificar as complicações da DM em:

• Microvasculares: retinopatia, nefropatia e neuropatia;

• Macrovasculares: doença coronária, doença cerebral, doença arterial dos membros

inferiores e hipertensão arterial;

• Neurológicas, macrovasculares e microvasculares: pé diabético;

• Outras complicações: disfunção sexual e infeções [66].

4.4.1. Prevenção do pé diabético

Uma das complicações mais frequentes da DM é o pé diabético, sendo o principal motivo

de ocupação prolongada de camas hospitalares e pela maioria das amputações não traumáticas em

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Portugal [61]. De modo a prevenir o pé diabético é necessário um bom controlo glicémico e vários

cuidados com os pés, nomeadamente:

• observar correcta e adequadamente os pés e os sapatos antes de os calçar;

• não andar descalço;

• realizar a higiene diária com água tépida e um gel ou sabonete com pH neutro. Secar os pés

com uma toalha macia e hidratar a pele;

• usar meias sem elásticos e costuras no interior. Estas devem ser constituídas de material

absorvente (fibras naturais de algodão ou lã);

• utilizar calçado sem costuras no interior, antiderrapante e de pele macia;

• manter as unhas curtas, a direito e sem cantos angulosos;

• consultar um especialista para a remoção de calos, calosidades ou verrugas;

• não usar objetos cortantes como tesouras, alicates de calista e corta unhas;

• estar atento ao aparecimento de mudanças na pele: alteração da cor e textura,

espessamento, unhas encravadas, temperatura dos pés (muito frios ou muito quentes),

inchaços e dor [66,71].

4.5. Conclusão/Discussão

Apesar da DM não ter cura, é possível ter uma vida normal, quando bem controlada e

seguida por profissionais de saúde especializados. A educação dos pacientes sobre a sua doença é

sem dúvida um aspeto essencial para o sucesso do tratamento. O farmacêutico possui um papel

fundamental tanto na prevenção, alertando para os cuidados com a alimentação e exercício físico

como no tratamento, assegurando que os doentes estão a tomar corretamente a medicação, que

efetuam o controlo glicémico e alertando para as possíveis complicações inerentes à DM.

A realização da “Hora do lanche – A Diabetes Mellitus” reuniu um total de oito pessoas a

quem tive a oportunidade, em colaboração com a nutricionista, de esclarecer as mais variadas

dúvidas sobre esta doença. Esta iniciativa mais descontraída, permitiu uma maior aproximação aos

doentes, o contribuí para o seu sucesso. Devido à boa adesão e feed-back por parte dos utentes, irão

possivelmente no futuro ser abordados, na Farmácia Lima, mais temas relativos à saúde e bem-

estar adoptando esta abordagem para educar a população para a saúde.

5. Participação no jornal “JornaLima”

Para além das atividades descritas anteriormente, voluntariei-me a participar na redação de

um artigo para o jornal trimestral da Farmácia Lima intitulado “JornaLima”. O JornaLima tem

como objetivo informar e educar a comunidade acerca de vários temas relacionados com a saúde,

constituindo também uma plataforma que permite anunciar e divulgar atividades que se irão

realizar na Farmácia Lima como por exemplo, futuros workshops e formações. Cada artigo é

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redigido por um funcionário diferente da farmácia, o que contribuí para a sua dinâmica e

diversidade. O tema por mim abordado foi a Hiperplasia Beninga da Próstata (HBP). Tive o

cuidado de abordar o tema numa linguagem simples e acessível, esclarecendo de que patologia se

tratava, quais os sintomas, como é realizado o diagnóstico e qual o tratamento. É possível visualizar

o artigo relativo à HBP no anexo XIV.

6. Conclusão

O estágio em Farmácia Comunitária foi para mim, um dos maiores desafios que tive

durante todo o meu percurso académico. Este é imprescindível à formação profissional do

Farmacêutico na medida em que permite pôr em prática todos os conhecimentos teóricos

adquiridos ao longo do MICF. Durante estes quatro meses de estágio tive a oportunidade de

exprienciar o exigente trabalho do Farmacêutico no contexto da Farmácia Comunitária, desde o

atendimento ao utente, até à organização e gestão farmacêutica. O atendimento ao balcão revelou-

se uma das atividades que mais gostei principalmente, pelo contato humano que se estabelece e ao

mesmo tempo das mais desafiantes, pois exige uma enorme responsabilidade.

Para finalizar, este estágio permitiu-me consolidar e adquirir novas valências essenciais à

minha atividade futura enquanto Farmacêutica, tendo sido para mim uma honra realizar o meu

estágio na Farmácia Lima, onde a exigência e profissionalismo se fazem reconhecer junto dos

utentes.

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integrante. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a 26 de Novembrode 2014].

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www.infarmed.pt [acedido a 26 de Novembrode 2014].

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2014].

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www.infarmed.pt [acedido a 1 de Dezembro de 2014].

10. Decreto-Lei n.º 94/95, de 9 de Maio. Acessível em www.infarmed.pt [acedido a 1 de

Dezembro de2014];

11. Decreto-Lei n.º 285/2000, de 10 de novembro. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a

5 de Dezembrode 2014].

12. Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de junho. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a 5 de

Dezembro de 2014].

13. Decreto-Lei nº 63/2012, de 15 de março. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a 8 de

Dezembro 2014].

14. Decreto-Lei nº 232/99, de 24 de junho. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a 10 de

Dezembro de 2014].

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15. Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de junho. Acessível em: www.infarmed.pt [acedido a 18

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16. Despacho n.º15700/2012. Ministério da Saúde. Diário da República, 2.ª série, N.º 238.

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série, N.º 92.

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Dezembro de 2014].

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de Dezembro de 2014].

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Dezembro de 2014].

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28 de Dezembro de 2014].

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Dezembro de 2014].

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55. INFARMED: Resumo das características do medicamento - Trosyd 280 mg/ml solução

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http://www.infarmed.pt. [acedido em 26 Março de 2015].

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Acessível em: http://www.infarmed.pt. [acedido em 27 Março de 2015].

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terbinafine compared with oral terbinafine alone in the treatment of dermatophytic toenail

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61. Sociedade Portuguesa de Diabetologia: Diabetes: Factos e Números 2014. Relatório Anual

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Maio de 2015].

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http://www.idf.org/. [acedido a 4 de Maio de 2015].

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63. Manual Merck: Diabetes mellitus. Acessível em: http://www.manualmerck.net/ [acedido a

4 de Maio de 2015].

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65. Norma da Direção Geral de Saúde n.º 002/2011: Diagnóstico e Classificação da Diabetes

Mellitus. Acessível em http://www.dgs.pt/. [acedido a 6 d Maio de 2015].

66. Portal da diabetes: Alimentação; Exercício Físico; Tratamento; Complicações. Acessível

em: http://www.apdp.pt/. [acedido a 5 de Maio de 2015].

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Acessível em http://www.dgs.pt/. [acedido a 6 de Maio de 2015].

68. Chipkin S, Klugh S A, Chasan-Taber L. (2001). Exercise and Diabetes. Cardiology

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69. Duarte R, Nunes J, Dores J, Rodrigues E, Raposo J F, Carvalho D, Melo P C, et al. (2013).

Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes tipo 2

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70. Infarmed: Prontuário terapêutico – 8.4. Insulinas, antidiabéticos orais e glucagom.

Acessível em: http://www.infarmed.pt/. [acedido a 7 de Maio de 2015].

71. Direção Geral de Saúde n.º 003/2011: Organização de cuidados, prevenção e tratamento do

Pé Diabético. Acessível em http://www.dgs.pt/. [acedido a 8 de Maio de 2014].

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Anexos

Anexo I – Fachada principal da Farmácia Lima

Anexo II – Exemplo de diversas montras da Farmácia Lima

Anexo III – Fotografia tirada durante o workshop “Cuidados na Higiene Oral Infantil”.

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Anexo IV- Apresentação que serviu de apoio ao workshop “Cuidados na Higiene Oral Infantil”.

1º Workshop

Cuidados na higiene oral infantil

Outubro de 2014

Dentes de leite vs dentes definitivos

Porque caem os dentes de leite?

� Cada indivíduo tem duas dentições na sua vida

Porque são tão importantes os dentes?

Mastigar Falar Sorrir

Lavar os dentes porquê?

1. Evitar o aparecimento de cáries

2. Evitar o mau hálito

Como devo escovar os dentes?

Pasta dentífrica com flúor

+

Escova de dentes suave

Posso partilhar a minha escova de dentes

com mais alguém?

Quando devo escovar os dentes?

�Todos os dias, pelo menos 2x por dia

� De manhã

� Antes de dormir

� Sempre após cada refeição

Quando devo mudar de escova de dentes?

�De 3 em 3 meses →→→→ a cada mudança de estação

Quando devo ir ao dentista?

�De 6 em 6 meses

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Será que os alimentos influenciam

a saúde dos meus dentes?

?

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

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Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Cuidados com alimentação

Na minha lancheira devo levar…

Devo evitar…

�Se comer, deve ser de preferência depois das refeições

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Não te esqueças que…

…Dentes brilhantes, sorrisos radiantes!

Obrigado pela atenção!

Anexo V – Desenhos realizados pelas crianças do Patronato de Nossa Senhora da Luz alusivos ao

workshop “Cuidados na Higiene Oral Infantil”.

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Anexo VI – Panfleto mobilidade reduzida

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Anexo VII – Inquérito mobilidade reduzida

Inquérito: Mobilidade Reduzida

Antes de responder ao questionário, quero informá-lo que:

• O seu contributo é muito importante para este estudo;

• Responda de acordo com a sua opinião, só assim o estudo poderá ter interesse;

• As suas respostas serão apenas usadas para fins estatísticos;

• Será preservado o seu anonimato e dos seus dados.

Obrigado pela sua colaboração!

• Qual o produto/equipamento adquirido?

Coxim Andarilho Muletas Tripé Elevador de sanita Cadeira de banho

Insuflável para lavagem da cabeça Outro ________________.

• Acha que este tipo de produtos/equipamentos, o torna mais autónomo no seu dia-a-dia, ou do

seu familiar?

Sim Não

• Futuramente, pensa em adquirir outro produto do género? Se sim, qual?

Sim Não

• Já tinha conhecimento que este tipo de produtos/equipamentos eram vendidos na Farmácia

Lima?

Sim Não

• Se sim, como obteve conhecimento?

Montra da farmácia Alguém que lhe tenha informado Na própria farmácia

Outro ______________

• Qual a faixa etária da pessoa a quem se destina o equipamento?

Menos de 50 anos Entre 50 – 75 anos Mais de 75 anos

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Anexo VIII – Resultados do inquérito mobilidade reduzida

Figura 12 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida

Figura 13 – Resultados do inquérito mobilidade reduzida

Figura 14 - Resultados do inquérito mobilidade reduzida

37%

63%

Qual o produto/equipamento adquirido?

COXIM

ANDARILHO

MULETAS

BENGALAS

100%

Acha que este tipo de produto, o torna mais autónomo no seu dia-a-dia, ou do

seu familiar?

SIM

NÃO

25%

75%

Futuramente pretende adquirir outro produto/equipamento do género?

SIM

NÃO

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Figura 15 - Resultados do inquérito mobilidade reduzida

Figura 16 - Resultados do inquérito mobilidade reduzida

Figura 17 - Resultados do inquérito mobilidade reduzida

62%

38%

Tinha conhecimento que este tipo de produtos são vendidos na Farmácia

Lima?

SIM

NÃO

60%

40%

Se sim, como obteve conhecimento?

MONTRA DA FARMÁCIA

NA PRÓPRIA FARMÁCIA

INFORMADO POR UM FAMILIAR/AMIGO

OUTRO

37%

63%

Qual a faixa etária da pessoa a quem se destina o equipamento?

MENOS DE 50 ANOS

ENTRE 50 - 75 ANOS

MAIS DE 75 ANOS

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Anexo IX – Inquérito onicomicose

Inquérito: Onicomicose

Antes de responder ao questionário, queremos informá-lo que:

• O seu contributo é muito importante para este estudo;

• Responda de acordo com a sua opinião, só assim o estudo poderá ter interesse;

• As suas respostas serão apenas usadas para fins estatísticos;

• Será preservado o seu anonimato e dos seus dados.

Obrigado pela sua colaboração!

• Sexo?

Feminino Masculino

• Idade?

18-30 anos 30-50 anos 50-70 anos 70-90 anos >90 anos

• Alguma vez foi diagnosticado com onicomicose?

Sim Não

• Onde?

Pés Mãos

• Está realizar algum tratamento?

Sim Não

• Qual o tratamento?

Amorlifina Ciclopirox tioconazol Terbinafina Itraconazol Griseofluvina

• Quem lhe aconselhou este tratamento?

Médico Farmacêutico Familiar/vizinho Publicidade

• Há quanto tempo está a realizar o tratamento?

1 mês 3 meses 6meses 1 ano

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57

• Quanto tempo acha que o tratamento demora?

1 mês 3 meses 6meses 1 ano

• Sabia que a onicomicose quando não tratada pode afetar as restantes unhas?

Sim Não

• Sabia que durante o tratamento, deve uma vez por semana fazer a limagem da(s) unha(s)

infetada(s)?

Sim Não

Anexo X – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 22 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 23 – Resultados do inquérito onicomicose

72%

28%

SEXO

FEMININO

MASCULINO

12%

24%

56%

8%

IDADE

18 - 30 ANOS

30 - 50 ANOS

50 - 70 ANOS

70 - 90 ANOS

MAIS DE 90 ANOS

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58

Figura 24 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 25 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 26 – Resultados do inquérito onicomicose

56%

44%

ALGUMA VEZ FOI DIAGNOSTICADO COM ONICOMICOSE?

SIM

NÃO

93%

7%

ONDE?

PÉS

MÃOS

86%

14%

ESTÁ A REALIZAR ALGUM TRATAMENTO?

SIM

NÃO

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59

Figura 27 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 28 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 29 – Resultados do inquérito onicomicose

36%

43%

14%

7%

QUAL O TRATAMENTO?

AMORLIFINA

CICLOPIROX

TIOCONAZOL

TERBINAFINA

75%

17%

8%

QUEM LHE ACONSELHOU?

MÉDICO

FARMACEUTICO

PODOLOGISTA

FARMILIAR/VIZINHO

PUBLICIDADE

67%

16%

17%

HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ A REALIZAR O TRATAMENTO?

1 MÊS

3 MESES

6 MESES

1 ANO

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60

Figura 30 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 31 – Resultados do inquérito onicomicose

Figura 32 – Resultados do inquérito onicomicose

28%

40%

4%

16%

12%

QUANTO TEMPO ACHA QUE O TRATAMENTO DEMORA?

1 MÊS

3 MESES

6 MESES

1 ANO

NÃO SABE

60%

40%

SABIA QUE A ONICOMICOSE QUANDO NÃO TRATADA PODE AFETAR AS RESTANTES UNHAS?

SIM

NÃO

24%

76%

SABIA QUE DURANTE O TRATAMENTO, DEVE UMA VEZ POR SEMANA FAZER A LIMAGEM DA(S)

UNHA(S) INFETADA(S)?

SIM

NÃO

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Anexo XI – Panfleto onicomicose

Anexo XII – Fotografia tirada durante a “Hora do lanche – A Diabetes”

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Anexo XIII – Apresentação que serviu de apoio à “Hora do lanche – A Diabetes”

Hora do LancheHora do LancheHora do LancheHora do Lanche

“A Diabetes Mellitus”

O que é a diabetes?

Como atua a insulina num individuo saudável?

Quais os tipos de diabetes?

Diabetes tipo 1 Diabetes gestacionalDiabetes tipo 2

Quais os principais sinais/sintomas da

diabetes?

Hiperglicemia

Sede

Visão turvaFome

Sudação excessiva

Urinar com muita frequência

Boca seca

Cansaço excessivo

Comichão por todo o corpo

Quais as causas da hiperglicemia?

Excessos alimentares Stress Exercício físico reduzido

Stresse

Hipoglicemia: quais os principais

sintomas/sinais?

Dificuldade em raciocinar

Palpitações Palidez Tremores

Convulsões Coma Perda de consciência

Em casos mais extremos…

< 70 mg/dl

Como se pode tratar uma hipoglicemia?

• 2 pacotes de açúcar (15 gr)

• 2 colheres de sopa de açúcar

Ou

• 1 colher de sopa de mel

Medir glicemia 3-5 minutos depois...

Passados 15 minutos ingerir HC absorção lenta

O que pode causar hipoglicemia?

Erros na alimentação (saltar refeições)

Erros na medicação(doses desadequadas

de medicação)

Exercício físico exagerado

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63

Quais os intervalos de referência de

glicémia?

Em jejum

Após as refeições

80-110mg/dl

110-140mg/dl

Falar com o seu médico sobre o intervalo de referência mais adequado

Como controlar os níveis de glicémia?

Cuidados Estilo de vida Plano Alimentar

Modificar hábitos diários

Importância do pequeno-almoço

Alimentação saudável começa com o pequeno-almoço.

�Repõe a glicémia após umlongo período de jejum;

�Fornece os hidratos decarbono necessários aoorganismo;

� Estimula a atividade física emental.

Alimentação – O que fazer?

�Fazer várias refeições por dia no mínimo 6;

�Preferir métodos de confeção saudáveis como o uso de especiarias e ervas aromáticas em vez do sal, os grelhados, assados com pouca gordura, cozidos;

���� Mastigar calmamente;

���� Beber 1,5L água por dia;

����Praticar atividade física diariamente.

Alimentação – Preferir

�Alimentos ricos em fibra

� Alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas (gorduras boas)

Alimentação – Evitar

� Açúcar ou alimentos ricos em açúcar.

�Alimentos ricos em gorduras.

� Bebidas alcoólicas.

Quais as possíveis complicações?

�Retinopatia - lesão da retina;

�Nefropatia - lesão renal;

�Neuropatia - lesão nos nervos;

�Macroangiopatia;

�Pé diabético;

�Doenças cardiovasculares;

�Obstrução arterial periférica;

�Disfunção e impotência sexual;

�Infeções diversas e persistentes

Pé diabético – O que é?

• Causa mais frequente de hospitalização em doentes diabéticos

• 1º causa de amputações não traumáticas

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Pé diabético: quais os cuidados a ter?

� Manutenção de pés limpos e macios

2. Uso de água morna e sabão neutro1. Lavagem diária dos pés á noite 3. Em caso de infeção fúngica lavar com Betadine em espuma4. Secar com uma toalha macia5. Manter os pés secos durante o dia → uso de pós para os pés ou

antitranspirantes

6. Uso de creme hidratante

Pé diabético: quais os cuidados a ter?

� Proteção dos pés

1. Sapatos adequados sem costuras no interior, antiderrapantes e

de pele macia

2. Uso de meias sem costuras no interior e de preferência de algodão

ou lã

4. Verificar a presença de objetos estranhos nos sapatos3. Não andar descalço

Pé diabético: quais os cuidados a ter?

� Cuidados com as unhas

1. Unhas curtas a direito, sem cantos angulosos2. Unhas quebradiças, espessas ou cantos infetados consultar

especialista

Pé diabético: o que não se deve fazer?

1. Usar limas de metal, tesouras, alicates de calista e corta unhas;2. Aplicar calicidas;

Suplementos alimentares

• Requer o acompanhamento do seu farmacêutico/médico

Crómio orgânico ajuda a manter os níveis normais de

glucose no sangue

Mitos & Verdades

“Nada pode ser feito para prevenir as complicações da diabetes”

“Todas as pessoas com diabetes têm de tomar insulina”

“A insulina cura a diabetes”

Obrigado pela vossa presença!

Esperamos por vocês pela próxima

“Hora do Lanche”“Hora do Lanche”“Hora do Lanche”“Hora do Lanche”

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65

Anexo XIV – A) Capa do “JornaLima” B) Fotografia do artigo que redigi sobre a HBP

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Faculté de Pharmacie de l’Université de Porto

Rapport de stage en pharmacie d’officine

Pharmacie Didot-Pernety

Janvier 2015 – Mars 2015

Helena Mafalda Rodrigues Vicente

_____________________________

Maître de stage: Mme.Rochelle

______________________________

Avril 2015

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ii

Déclaration d’intégrité

Je, soussignée Helena Mafalda Rodrigues Vicente, nº 110601008, étudiante en

Master Intégré en Sciences Pharmaceutiques, à la Faculté de Pharmacie de l’Université

de Porto, déclare que je ai agi avec intégrité absolue dans la préparation de ce

document. En ce sens, je confirme que je n’ai pas plagié. Je déclare que toutes les

phrases cueillies sur des travaux antérieurs appartenant à d'autres auteur sont été

référencés ou écrites avec des mots nouveaux, et dans ce cas la source a été evoquée.

Faculté de Pharmacie de l’Université de Porto, le ______________________2015.

Signature: ______________________________________

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iii

Remerciements

Je tiens tout d'abord à exprimer mes profonds remerciements à mon maître de

stage, Mme. Rochelle, pour m’avoir donné l’opportunité d’effectuer une partie de mon

stage final dans sa pharmacie et qui a su, malgré son planning chargé, accorder de son

temps et de sa patience pour m'apprendre le fonctionnement de la pharmacie d’officine

en France et me diriger toute au long de la réalisation de ce rapport.

Je tiens également à remercier la disponibilité et la amabilité du reste de l'équipe

officinale: Mr. Gonçalves et Mme. Bernat, qui m'ont toujours aidée avec constance et

professionnalisme durant ces trois mois de stage.

Grâce à toute l’équipe, j'ai appris à mieux comprendre le monde de l'officine en

France et toute sa complexité.

Enfin, je remercie la Faculté de Pharmacie de l’Université de Porto, de m’avoir

donné l’opportunité de réaliser une partie de mon stage à l’étranger.

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iv

Résumé

Mon stage a eu lieu à la Pharmacie Didot-Pernety, à Paris 14ème, de Janvier à

Mars 2015, sous la direction de mon maître de stage Mme. Rochelle. Celui-ci a été

intégré au sein du programme Erasmus+ et a pour but final l’élaboration du présent

rapport. Je tiens à signaler que Mme Rochelle m’a accompagné tout au long du stage, en

s’assurant que les objectifs proposés pour celui-ci ont été atteints. J’ai aussi pu compter

avec le soutien de toute l'équipe, qui ma guidé toute au long de mon stage.

Ce rapport est divisé en deux parties. La première partie, a pour objectif

transmettre toutes les connaissances acquises au cours de ces trois mois, ainsi que les

activités que j’ai réalisée et les aspects inhérents à la pharmacie d’officine, cet-à-dire : la

présentation de la pharmacie, les ressources humaines, la gestion, entre autres. La

seconde partie, est dédiée à l’analyse et au commentaire de cinq ordonnances, de façon

à mettre en pratique les connaissances théoriques obtenues pendant mes études, et à

mieux comprendre la démarche thérapeutique, les posologies, moments de prises, entre

autres.

Ce stage m’a permis de consolider mes connaissances acquises pendant le

Master Intégré en Sciences Pharmaceutiques, et d’avoir une perception du

fonctionnement de la pharmacie d’officine en France.

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v

Sommaire

Liste des acronymes ...................................................................................................... vii

Liste des illustrations ................................................................................................... viii

1. Introduction ............................................................................................................. 1

Partie I- Rapport en pharmacie d'officine ................................................................... 1

2. Présentation de la pharmacie ................................................................................. 1

2.1. Aménagement de l'officine .................................................................................... 1

2.2. L’équipe officinale ................................................................................................. 2

2.2.1. Les pharmaciens titulaires..................................................................................... 3

2.2.2. Le préparateur ......................................................................................................... 3

2.2.3. Les étudiants ............................................................................................................ 3

2.3. Fonctionnement de l’officine ................................................................................ 4

3. Le pharmacien face à ses patients .......................................................................... 4

3.1. La sécurité sociale et le système français de prise en charge ........................... 4

3.2. Validation et dispensation des ordonnances ....................................................... 5

3.2.1. Différents types d’ordonnances ............................................................................ 5

3.2.2. Différents types de médicaments .......................................................................... 6

3.2.3. Médicaments stupéfiants ....................................................................................... 7

3.2.4. Dispositifs médicaux .............................................................................................. 7

3.2.5. Homéopathie ........................................................................................................... 8

3.2.6. Préparation magistral ............................................................................................. 9

3.3. Les conseils à l’officine ......................................................................................... 9

3.3.1. Phytothérapie et aromathérapie ............................................................................ 9

3.3.2. Dermocosmétique ................................................................................................. 10

3.3.3. Micronutrition ....................................................................................................... 11

4. Gestion de la pharmacie ....................................................................................... 12

4.1. Commande des médicaments et autres produits ............................................... 12

4.2. Réception de la commande .................................................................................. 12

4.3. Gestion des produits stupéfiants et psychotropes ............................................. 13

4.4. Gestion administrative des dossiers pharmaceutiques ..................................... 13

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vi

5. L’information et formation .................................................................................. 14

6. Activités réalisées pendant le stage ...................................................................... 14

Partie II – Commentaires associés aux ordonnances ................................................ 16

1. Ordonnance nº 1 .................................................................................................... 16

2. Ordonnance nº 2 .................................................................................................... 19

3. Ordonnance nº 3 .................................................................................................... 24

4. Ordonnance nº 4 .................................................................................................... 32

5. Ordonnance nº 5 .................................................................................................... 37

6. Conclusion .............................................................................................................. 43

Références: .................................................................................................................... 44

ANNEXES ..................................................................................................................... 46

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vii

Liste des acronymes

ALD – Afection Longue Durée

ARA II - Antagoniste de l'angiotensine II

AVK - Antivitamines K

DP - Dossier Pharmaceutique

HTA – Hypertension arthèrielle

INR - International Normalized Ratio

SS – Sécurité Sociale

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viii

Liste des illustrations

Figure 1 – Ordonnace nº1………………………………………………………16

Figure 2 – Ordonnace nº2………………………………………………………19

Figure 3 – Zone d'injection et type d'insuline à injecter…………………….....23

Figure 4 – Ordonnance nº3……………………………………………………..24

Figure 5 – Différentes étapes pour utilisationdes aérosols-doseurs…………….29

Figure 6 – Chambre d’inhalation ………………………………………………30

Figure 7 – Ordonnance nº4……………………………………………………..32

Figure 8 – Ordonnace nº5………………………………………………………37

Tableaux

Tableau 1 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 2………………………21

Tableau 2 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 3………………………28

Tableau 3 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 4………………………36

Tableau 4 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 5………………………41

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1

1. Introduction

De tous les professionnels de santé, c’est le pharmacien qui est le plus accessible

au grand public. À chaque acte pharmaceutique, l’entière responsabilité du pharmacien

est engagée. Celui-ci est le dernier maillon de la chaîne avant la prise du médicament

par le patient et se doit toujours d’être d’une extrême vigilance.

La profession de pharmacien demande une grande disponibilité, aussi bien

envers ses clients que son équipe officinale. En plus d’être un acteur de santé notoire, le

pharmacien tien un rôle important dans la gestion de la pharmacie.

Ce stage en pharmacie d’officine s’est déroulé de janvier 2015 à mars 2015, à la

Pharmacie Didot-Pernety à Paris, sous la direction de mon maître de stage, Mme.

Rochelle.

Durant ces trois mois, j’ai eu l’opportunité de connaître pour la première fois le

fonctionnement de la pharmacie en France, et de pouvoir mettre en pratique mes

connaissances théoriques acquises pendant cinq années d’etudes, mais surtout de

découvrir le métier de pharmacien dans sa vie quotidienne.

Ce rapport exposera les différentes activités développées au sein de la pharmacie

d’officine, puis les connaissances que j’ai acquises pendant le stage.

Partie I- Rapport en pharmacie d'officine

2. Présentation de la pharmacie

2.1. Aménagement de l'officine

La Pharmacie Didot-Pernety se trouve au 39 rue didot, 75014 Paris. Elle est

signalisée par une croix verte à l’extérieur. L’officine est divisée en deux parties :

- La partie accessible aux clients: elle dispose d’un comptoir avec trois postes

informatiques, où a lieu l’entretien entre le patient et le pharmacien. Le logiciel utilisé

est le LGPI qui permet de faire les dossiers de chaque patient, avec ou sans carte Vitale

(Annexe I). Celui-ci s’avère très utile car il informe l’équipe officinale des interactions

ou contre-indications parfois rencontrées sur une ordonnance ou même avec des

médicaments pris avant. On trouve ensuite les rayons consacrés aux médicaments

conseils ainsi qu’un espace parapharmacie dédié aux soins dermocosmétiques,

puériculture, hygiène buccale, compléments alimentaires, et autres. Il existe aussi tout

un espace consacré à la médecine douce, notamment à l’aromathérapie, la

phytothérapie, l’homéopathie, et la micronutrition. Les vitrines sont régulièrement

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2

changées (tous les mois) par l'équipe officinale, mettant en avant les promotions du

moment (Annexe II).

- La partie accessible qu’au personnel de la pharmacie possède: un espace permettant de

ranger les médicaments classés par ordre alphabétique et par classe (voie orale,

injectable, externe, produit gynécologique, suppositoire, collyre, crème et pommade)

(Annexe III) , des tiroirs destinés à l’homéopathie (Annexe IV) , du préparatoire, d’une

réserve, d’un réfrigérateur (qui contient les vaccins, insulines et autres produits destinés

à être conservés entre 2 et 8ºC, qui est régulièrement contrôlé), d’un meuble fermé à clé

pour stocker les stupéfiants, d’une étagère consacré aux promis, d’un poste informatique

destiné à la réception des commandes, ainsi que le bureau des pharmaciens titulaires où

elles peuvent faire la gestion et recevoir les représentants des laboratoires. Une

bibliothèque possède tous les livres obligatoires dans une officine, comme le Vidal ou le

Tarex de l’année en cours, mais aussi des livres d’informations sur certaines pathologies

et sur les médecines douces se trouvent dans cet espace.

Concernant les médicaments périmés, ils ne sont pas jetés à la poubelle, mais dans

un carton Cyclamed (Annexe V), où postérieurement seront recyclés, contribuant ainsi à

la protection de l’environnement [1].

2.2. L’équipe officinale

Le succès de toute organisation dépend de la qualité, de l'engagement et du

professionnalisme de toute l’équipe de travail, qui permet ainsi d'obtenir un

environnement de confiance et de sérénité envers les patients.

La Pharmacie Didot-Pernety est composée d’une équipe dynamique et

compétente, toujours à l’écoute de ses patients. Elle est composée de six membres au

total:

Mme. Marion Rochelle - Pharmacien titulaire

Mme. Clémence Scellier - Pharmacien titulaire

Mme. Catherine Bernat – Pharmacien adjoint (remplaçante)

M. José Gonçalves - Préparateur en pharmacie

Timothée - étudiant en pharmacie (3ème année)

Valentine – étudiante en pharmacie (3ème année)

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3

2.2.1. Les pharmaciens titulaires

Mme. Rochelle et Mme. Scellier sont Docteurs en Pharmacie et titulaires. Elles

ont comme tâche principale d’assurer le bon fonctionnement et la gestion de toutes les

activités inhérentes à la pharmacie et de son équipe. Elles fixent les emplois du temps et

attribuent à chacun les tâches à accomplir.

Mme. Rochelle a une place fondamentale envers sa clientèle qui aime être

servie par elle. La gestion comptable, c’est-à-dire le paiement des factures, des fiches de

paies est aussi pris en charge par Mme. Rochelle. En plus, d'être pharmacien, elle est

aussi et surtout chef d'entreprise, ce qui demande une gestion minutieuse.

Habituellement, Mme. Rochelle accueille les représentants des différents laboratoires

pour effectuer les commandes. De plus, elle se charge de vérifier les ordonnances

préparées par les étudiants. Tout au long de mon stage, Mme. Rochelle a été disponible

pour répondre à mes questions et m’a toujours aidée à gérer les difficultés que j'ai pu

rencontrer.

Mme. Scellier n’a pas été présente pendant ma durée de stage, car elle était en

congé maternité. Elle a été remplacée par Mme. Bernat pharmacien adjoint, avec qui j’ai

pu apprendre beaucoup.

2.2.2. Le préparateur

M. Gonçalves est un des piliers de la pharmacie. En effet, en raison de son

expérience, beaucoup de clients apprécient particulièrement et aiment être servis par lui.

Il s'occupe aussi des préparations magistrales, ainsi que de la réception des commandes

journalières de l'OCP et CERP et de l'aménagement de la pharmacie. M. Gonçalves gère

également la télétransmission des dossiers, c'est-à-dire le tiers payant. Il prend soin des

remboursements des prestations.

2.2.3. Les étudiants

Les étudiants en pharmacie ont aussi un rôle important dans l’officine. En

France, ils ont leur stage d’initiation en officine en 2éme année, d’une durée de six

semaines ou ils prennent connaissance des différentes tâches à accomplir au sein de la

pharmacie. Après ce premier stage en officine, les étudiants peuvent travailler et être

rémunérés, toutefois toute ordonnance délivrée doit être vérifiée par le pharmacien. En

3ème et 4ème année, ils effectuent un stage d’application d’une semaine, où ils prennent

connaissance de différentes pathologies et de leurs soins et traitements associés. En 5ème

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4

année d’études ils exécutent un stage hospitalier, puis ils doivent opter pour une des

filières suivantes: officine, industrie/recherche et pharmacie hospitalière/Biologie

Médicale/recherche. En 6ème année après avoir choisi une des filières, ils effectuent

leur stage final de six mois. Cependant, s’ils choisissent pharmacie hospitalière ils

doivent effectuer quatre années d’études supplémentaires et passer un autre concours,

l’internat [2].

2.3. Fonctionnement de l’officine

La Pharmacie Didot-Pernety est ouverte du lundi au samedi, de 8h30 à 20h00.

Elle se trouve à proximité de deux cabinets médicaux importants du 14eme, ainsi qu’a

1 km du groupe hospitalier Paris Saint-Joseph, qui représente une grande majorité des

actes de délivrance d’ordonnances. Situé dans un quartier familial, la Pharmacie-

Didot-Pernety possède beaucoup de clients qui lui sont fidèles.

En vitrine, elle dispose des différentes pharmacies de garde à Paris 14ème. Les

pharmacies de garde convoitent à répondre aux besoins en médicaments de la

population parisienne en hors des heures d’ouverture usuels des officines [3]

3. Le pharmacien face à ses patients

Comme j’ai référencé ultérieurement, c’est une pharmacie familiale avec

beaucoup de clients réguliers, étant donné que la population est majoritairement âgée,

ils ont souvent besoin de leur pharmacien pour répondre à leurs questions. Ici, le rôle du

pharmacien est très important car il doit fournir les informations nécessaires pour

promouvoir l'adhésion à la thérapie et à travers un suivi pharmaceutique il est capable

effectuer des conseils individualisés qui correspondent aux besoins de chaque patient.

3.1. La sécurité sociale et le système français de prise en charge

En France, l’assurance santé obligatoire est l’assurance-maladie ou Sécurité

Sociale (SS) Ainsi, tout travailleur a le devoir d’être affilié à l’un des régimes de la SS,

en accord avec de la catégorie socio-professionnelle à laquelle il s’insère.

La SS pourvoit la prise en charge des frais de santé des assurés malades et assure

l’accès aux soins [4]. Toutefois, la prise en charge par la SS correspond qu’ a une

partie des frais, habituellement 70 %, ce qui fait que les dépenses restantes reviennent

à la charge du patient, ou d’une complémentaire à l’assurance-maladie, une mutuelle.

La souscription d’une mutuelle n’est pas obligatoire [5].

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5

3.2. Validation et dispensation des ordonnances

L’acte pharmaceutique se définit par la responsabilité décisionnelle du

pharmacien, ce qui différencie la dispensation de la distribution. Donc, préalablement à

toute dispensation, une analyse rigoureuse de la prescription doit être faite. Dans une

première phase, il est nécessaire de vérifier la validité de l’ordonnance (1 an ou 3 mois

s’il s’agit de la première délivrance), spécialité du prescripteur, le non, âge et poids du

malade, s’il s’agit d’une ordonnance sécurisée et du nombre de renouvellements.

Ensuite, les aspects pharmacologiques, cet-à-dire analyser l’objectif thérapeutique les

possibles interactions médicamenteuses, contre-indications, allergies et posologies. Et

finalement, le caractère économique, notamment la substitution par des génériques s’il

est possible, car quand il est marqué la dénomination «Non Substituable», cela veut dire

que le médecin traitant ne permet pas la substitution par le médicament générique.

Après avoir analysé et bien vérifié tous ses aspects, le pharmacien peut enfin, prendre

une décision, engageant sa responsabilité. En cas de délivrance, le pharmacien a le

devoir de conseiller le patient sur le traitement, spécialement à la posologie et sa durée,

ainsi qu’ au mode d’administration et aux possibles effets secondaires, assurant le bon

usage du médicament et une bonne adhésion par le patient [6].

À titre d’information, depuis le 1er janvier 2015 il s’est mis en place en officine

des honoraires de dispensation, permetant que la paye des pharmaciens d’officine

dépende moins du prix et du nombre de médicaments vendus [4].

Depuis le début de mon stage, j’ai pu effectuer la délivrance d’ordonnances,

toujours sous la vérification de Mme. Rochelle, qui veille à personnaliser et sécuriser

toutes les dispensations en assurant le bon usage du médicament. J’ai beaucoup appris

grâce à Mme. Rochelle et toute l’équipe qui donnent toujours des conseils associés,

notamment sur les bilans cliniques à effectuer, sur les moments de prise dans la journée,

sur les associations à ne pas faire et sur les possibles effets indésirables.

3.2.1. Différents types d’ordonnances

De nos jours, ils existent trois différents types d’ordonnaces : bi-zone, pour

médicaments ou produits et prestations d'exception et sécurisée.

L’ordonnance bi-zone (Annexe VII) comporte deux zones distinctes. La

première zone concerne «Affection Longue durée» (ALD), affection exonérant,

bénéficient d’une prise en charge à 100%, car ils s’agir d’une maladie nécessitant un

suivi médical régulier, des soins prolongés, ouvrant droit à une prise en charge à 100%.

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6

La seconde zone est séparée par deux traits de la première, elle concerne les pathologies

intercurrentes.

L’ordonnance exception (Annexe VIII) est destinée à la prescription de

médicaments coûteux et d’indications bien précises. L’ordonnance d’exception

comporte quatre volets:

- le volet 1 est remis à l’assuré;

- les volets 2 et 3 sont remis à l’assurance-maladie (un pour le remboursement

et l’autre pour le contrôle médical);

- le volet 4 est conservé et archivé par le pharmacien.

Lors de la dispensation, le pharmacien applique sur les quatre volets le timbre de

l’officine, indique les quantités délivrées et précise la date de délivrance, sur

l’ordonnancier. En cas de renouvellement, l’assuré présente le volet 1 mentionnant le

nombre de renouvellements, une copie est gardée pour l’archivage.

L’ordonnance sécurisée (Annexe IX) est destinée à la prescription des

substances stupéfiantes et des médicaments soumis à cette réglementation doivent être

uniquement rédigées sur des ordonnances sécurisées. Le prescripteur doit indiquer en

toutes lettres : le nombre d’unités thérapeutiques par prise, le nombre de prises et le

dosage s’il s’agit de spécialités; les doses et les concentrations de substances et le

nombre d’unités ou le volume s’il s’agit de préparation. La prescription doit être

présentée dans les 72 heures suivant la date de rédaction, au-delà de ce délai, elle ne

peut être exécutée dans son intégralité mais uniquement pour le période du traitement

restant à courir. Une copie de l’ordonnance sera conservée durant 3 ans, classée par

ordre alphabétique du prescripteur [7].

3.2.2. Différents types de médicaments

Les médicaments à prescription médicale obligatoire présentant des difficultés

d'emploi où des risques en cas d'utilisation inappropriée ne peuvent être obtenus, selon

les cas, que sur prescription d'un médecin, d'un dentiste ou d'une sage-femme. Ils sont

classés en deux listes distinctes en fonction de leurs modalités de prescription et de

vente: liste I et liste II.

Les médicaments inscrits sur la liste I peuvent être délivrés qu'une seule fois par

le pharmacien avec la même ordonnance, sauf si le médecin évoque la possibilité d'un

renouvellement. Parfois, le médecin a tendance à renouveler l’ensemble de

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7

l’ordonnance, si elle possède un hypnotique, celui-ci ne sera pas renouvelable car leur

prescription se limite à quatre semaines.

Les médicaments inscrits sur la liste II peut être renouvelée. Dans ce cas, le

pharmacien ne peut délivrer, que la quantité nécessaire à un mois de traitement. La

durée maximale de traitement est d’un an [7].

3.2.3. Médicaments stupéfiants

La délivrance des stupéfiants est soumise à des règles strictes. La quantité

délivrée est limitée à 7, 14 ou 28 jours de traitement selon les médicaments et le

médecin doit rédiger sa prescription sur une ordonnance sécurisée [7].

Notons que l’ordonnance est exécutée dans sa totalité ou pour la fraction du

traitement si elle est présentée dans les trois jours suivant sa date d’établissement ou

suivant la fin de la fraction précédente, le pharmacien doit déconditionner la spécialité

pour ne délivrer que le nombre exact d’unités thérapeutiques prescrites. Par example, le

Subutex® (buprénorphine) a une durée de prescription de 28 jours et une délivrance

fractionnée pour 7 jours voire journalière, sauf mention expresse du médecin de

délivrance en une seule fois [8]. Pendant mon stage, j’ai pu assister à la dispensation de

médicaments stupéfiants, cependant du à la responsabilité que cela comporte je n’ai pas

pu effectuer leur délivrance.

3.2.4. Dispositifs médicaux

Selon la directive 93/42 CEE relative aux dispositifs médicaux : « Un dispositif

médical est un instrument, appareil, équipement ou encore un logiciel destiné, par son

fabricant, à être utilisé chez l’homme à des fins, notamment, de diagnostic, de

prévention, de contrôle, de traitement, d’atténuation d’une maladie ou d’une blessure»

[9].

Les dispositifs médicaux les plus recherchés à la Pharmacie Didot-Pernety sont

les produits orthopédiques. Pendant mon stage, j’ai pu dispenser des ceintures

lombaires ansi que des bas de contentions veineuses de classe I et II. Pour cela, une

prise de mesure adéquate est nécessaire. Ces produits sont le plus souvent prescrits sur

ordonnance afin de bénéficier du taux de remboursement. Il est important de bien

expliquer au moment de la délivrance au patient comment bien mettre en place et

comment l’entretenir.

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8

La location des tire-lait est très fréquente, car elle est prise

partiellement/totalement en charge par la SS, dependant du type de tire-lait, mais pas

son achat. Il existe une grande variété de tire-lait: les électriques, les doubles, les

simples pompage et les manuels. Il n’y a pas de limite dans le temps à la durée de

location [10]. Cette pharmacie loue des tire-lait, si besoin à ses patientes.

Pour ce qui est de la location d’aérosols, le médecin doit indiquer sur

l’ordonnance le types d’aérosols (ultrasoniques, soniques, pneumatiques ou

manosoniques), qui ont pour but traiter les affections bronchiques chroniques [7].

Pendant ces trois mois de stage, j’ai eu l’opportunité de me familiariser avec une

diversité de matériel médical, ce qui a été très intéressant. J’ai aussi pu assister à une

formation avec le marque « Radiante», spécialiste en bas de contention, où j’ai pu

apprendre plus sur la complexité des bas de contention, pour pouvoir ainsi donner un

conseille plus adapté et personnalisé aux patients.

3.2.5. Homéopathie

Le terme homéopathie vient du grec « homios » qui signifie semblable, similaire

et de pathos, maladie. Elle est basée sur deux conceptes: la similitude (emploi de

substances produisant des effets similaires aux symptômes de la maladie), la dilution

infinitésimale (les substances usées souffrent de multiples dilutions) et la globalité (le

but du traitement n'est pas un organe en particulier, mais l'individu dans son ensemble).

En France, l’homéopathie est d'une pratique médicale, qui ne peut être exercée

que par des médecins disposant d'une formation médicale complète. Le traitement est

individuel et il est établi en fonction des symptômes du malade [8].

En effet, l’homéopathie est une des grandes spécialités de la Pharmacie Didot-

Pernety où il est possible de trouver de l’homéopathie sous toutes ses différentes

formes, tubes de granules, tubes doses, formes liquides, suppositoires, entre autres.

Ce stage m'a permis d’avoir un premier contact avec l’homéopathie, et de

pouvoir connaître un peu plus ses fondements. Quelle que soit l'opinion que l'on puisse

avoir des remèdes homéopathiques, il s'agit d'une thérapeutique sans danger lorsqu'elle

est pratiquée par un médecin vigilant et responsable.

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9

3.2.6. Préparation magistral

Selon l’article L.5121-1 du Code de Santé Publique, la préparation magistrale

est : «tout médicament préparé selon une prescription médicale destinée à un malade

déterminé en raison de l’absence de spécialité pharmaceutique disponible disposant

d’une autorisation de mise sur le marché» [10]. Effectivement, de nos jours, elles sont

moins prescrites mais certains médecins continuent à en faire, surtout les

dermatologues. Les ordonnances les plus courantes étant pour des crèmes ou des

pommades. La Pharmacie-Didot-Pernety fait de la sous-traitance avec une autre

pharmacie (Pharmacie Buffon) si la préparation nécessite du matériel ou des dosages

spécifiques. Dans ce cas, la responsabilité des deux pharmaciens est engagée. Chaque

préparation demande un étiquetage ajusté et sa tarification doit se faire avec l’aide du

Tarex. L’ordonnancier doit être rempli apès chaque préparation, indiquant la date, le

prescripteur, les matières premières utilisées, le numéro de lot, le patient et le prix de la

préparation. L’ordonnancier se conserve 10 ans. La préparation peut ensuite être

réalisée selon les Bonnes Pratiques de Préparation Officinales [10].

Pendant mon stage, j’ai eu l’occasion de réaliser deux préparations magistrales,

notamment un mélange de fungizone, bicarbonate de sodium 1,4% et glicothymoline,

qui a pour but être utilisé en bain de bouche pour le traitement de candidose orale. Et

une eau oxygénée boratée pour dissoudre les bouchons de cérumen. J’ai conçu leur

étiquetage et noté sur l’ordonnancier. D’autres activités existent en officine, notamment

à la Pharmacie Didot-Pernety, comme par exemple l’aromathérapie et la phytothérapie.

3.3. Les conseils à l’officine

Habituellement, le conseil fait suite à une demande du patient. Le pharmacien se

doit d’évaluer l’ensemble des symptômes et leur gravité évoqués après le dialogue avec

le patient et faire le choix de sa dispensation. Le conseil officinal doit toujours se faire

dans les limites de compétence du pharmacien. Il ne faut pas hésiter à recommander la

consultation d’un médecin si nécessaire [7].

3.3.1. Phytothérapie et aromathérapie

La phytothérapie parvient d’une pratique traditionnelle, conçue sur l’utilisation

ancestrale et locale des plantes. Les plantes médicinales possèdent plusieurs molécules

chimiques qui ont des activités thérapeutiques complémentaires ou synergiques. Depuis

plusieurs années, de nombreux produits de phytothérapie sont mis sur le marché, et sous

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10

différentes formes : extraits secs, extraits liquides, comprimés, gélules, crème, entre

autres [12]. Toutefois, il est important de souligner que les effets des plantes ne sont pas

anodins et que certaines plantes ou parties de plantes sont toxiques, et c’est pour ce là

qu’il est important de demander conseil à son pharmacien.

En ce qui concerne l’aromathérapie, celle-ci consiste à utiliser des huiles

essentielles pour leurs fins thérapeutiques. C’est une «biochimiothérapie» naturelle

sophistiquée qui repose sur la relation existante entre les composants chimiques des

huiles essentielles et les activités thérapeutiques [13].

La Pharmacie Didot-Pernety est très dédiée à la médecine douce, donc à la

phytothérapie et l’aromathérapie. Elle dispose d’une herboristerie où les clients peuvent

trouver leur mélange déjà préparé ou effectuer eux-mêmes leur propre mélange de

tisanes (Annexe X). Diverses synergies à bases des huiles essentielles destiné à traiter

plusieurs pathologies, sont préparées sur place (Annexe XI). Elle possède diverses

gammes de produits conseils à base de plantes médicinales et d’huiles essentielles,

notamment : Nutergia, Pranarôme, Pileje, Solgar, et bien d’autres. Pour pouvoir bien

conseiller, il est nécessaire de savoir identifier les principales plantes médicinales et

huiles essentielles et connaître leurs propriétés. Pour moi, ça a été un vrai challenge car

je n’avais jamais eu un contact aussi proche avec ces matières encadré dans l’officine.

Tout au long de mon stage, j’ai pu conseiller à plusieurs reprises ce type de produits, qui

est très apprécié par le public en général. Comme mon stage s’est déroulé pendant

l’hiver, les produits les plus recherchés en phytothérapie sont des immunostimulants

(comme l’échinacée) et des antiviraux naturels (comme le cyprès) pour traiter les

refroidissements. En aromathérapie, j’ai à plusieurs reprises conseillé l’huile essentielle

de niaouli, pour ses propriétés antiviral et cicatrisante, très effective pour traiter l’herpès

labial; l’origan car c’est un antibiomimétique très efficace contre les affections nez-

gorges; le giroflier comme anesthésiant locale surtout pour les douleurs dentaires

(fréquemment utilisé par les dentistes) et le basilique exotique comme antispasmodique,

pour soulager les douleurs de règles, en massage et par voie oral.

J’ai pu ainsi développer de nouvelles connaissances qui surement vont être utile

dans mon futur autant que professionnelle de santé.

3.3.2. Dermocosmétique

La dermocosmétique occupe une place importante dans les pharmacies en

France, car la santé, le bien-être et la beauté sont de plus en plus recherchées par la

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population, qui demande êstre conseillée par leur pharmacien. Il arrive aussi

régulièrement d’avoir des prescriptions de dermatologues pour ce genre de produits et le

pharmacien doit être en mesure de répondre au mieux à la demande.

La Pharmacie Didot-Pernety possède diverses gammes, notamment : Avène, La

Roche-Posay, Bioderma, Ducray, entre autres. Et des gammes plus naturelles, comme :

Nuxe, BioSanté, Dr. Hauschka, Cattier. Pour un conseil optimal, il est nécessaire de

bien connaître les produits, notamment: la composition, mode d’action, utilisation et

précautions d’emploi, pour pouvoir ainsi répondre au mieux aux attentes du client.

3.3.3. Micronutrition

La Micronutrition consiste à satisfaire les besoins en micronutriments de

l’individu, par une alimentation diversifiée, associée si nécessaire à une

complémentation personnalisée. Pour comprendre mieux ce sujet, il est nécessaire de

distinguer:

- les macronutriments fournissent l’énergie et la force nécessaires à l’organisme. Ce

sont les lipides, les glucides et les protéines;

- les micronutriments ne jouent aucun rôle énergétique mais dont le rôle est fondamental

pour le fonctionnement de l’ensemble des métabolismes. Ce sont les vitamines,

minéraux, oligo-éléments, acides gras essentiels mais aussi les flavonoïdes, acides

aminés, probiotiques, entre autres. [14].

La Pharmacie Didot-Pernety est spécialiste en micronutrition et offre à ses

patients une variété de gammes différentes, comme : Pileje, Catalyons, Oligosol, etc.

(Annexe XII). Enconre une fois, il est nécessaire de bien connaître les produits

disponibles pour pouvoir donner une information technique et un conseil argumenté.

Pendant mon stage, j’ai eu l’occasion de conseiller des probiotiques de façon

assez régulière. Il faut savoir qu’ils existent plusieurs souches de microbiotes formulés

de manière à répondre au mieux à chaque demande (par exemple: en cas de prise

d’antibiotique, pour éviter les troubles intestinaux associés; pour renforcer la flore

vaginale, en cas de candidose à répétition; en cas de troubles digestifs pour améliorer la

flore intestinal, entre autres). Les laboratoires Pileje sont spécialistes en micronutrition,

et j’ai eu l’opportunité de suivre une formation avec eux, de façon à mieux connaître les

produits et ainsi conseiller les patients dans leur recherche.

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12

4. Gestion de la pharmacie

4.1. Commande des médicaments et autres produits

Une gestion rigoureuse du stock est primordiale dans toute pharmacie puisqu'elle

conditionne une bonne dispensation. La Pharmacie Didot-Pernety renouvelle son stock

quotidiennement (deux fois par jour) grâce à ses grossistes : l’OCP et CERP.

Relativement à l’homéopathie, Rocal appelle plusieurs fois dans la journée et livre

trois fois par jour afin de répondre au plus vite aux demandes des clients. Cépendant,

du point de vue financier, il est beaucoup plus intéressant de commander en direct,

notamment pour les génériques. Cette pharmacie travaille essentiellement avec les

génériques du laboratoire «Arrow». Quasiment tous les mois, chaque laboratoire

envoie un représentant pour faire de grandes commandes et discuter sur les remises et

les conditions d’achat. Tout ça demande une énorme organisation, et sens de géstion.

Pendant mon stage, à part des commandes directes, en cas de manque en

pharmacie d’un produit sollicité par un client, où j’ai réalisé directement la commande

chez le grossiste, je n’ai pas eu un rôle actif sur les commandes vu toutes la

complexité que se la engendre.

4.2. Réception de la commande

Les produits livrés arrivent dans des caisses. La première chose à faire est de

vérifier le bon de livraison (date, nom du pharmacien, entre autres) et ensuite de

vérifier la commande, c’est-à-dire :

- l’intégrité du contenant et du contenu;

- respecter les conditions de conservation et de la chaîne du froid, pour cela il

faut ranger immédiatement ces médicaments au réfrigérateur ;

- traiter les stupéfiant à part ;

- traiter les commandes promises en priorité ;

- vérifier la conformité de la quantité commandée par rapport à celle reçue et

par rapport à celle facturée;

- vérifier s’il y a des produits manquants;

- noter les réclamations éventuelles à faire au fournisseur;

- en cas de réception d’un nouveau produit ou si changement de prix: calculer

le prix de vente selon le prix d’achat, la marge bénéficiaire.

Après avoir vérifié la commande, il faut réceptionner informatiquement la

commande reçue grâce au logiciel LGPI. Ensuite il est nécessaire de réaliser les promis

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c'est-à-dire les médicaments n’ayant pas pu être délivré faute de stock. Quand un

médicament manque le client reçoit un ticket de promis lui permettant de venir chercher

son médicament manquant. Le promis est alors rangé dans une étagère classée par ordre

alphabétique. Puis le reste des médicaments est rangé dans les tiroirs. La commande

homéopathique n’est pas réceptionnée informatiquement car elle n’est pas insérée dans

le logiciel, ce que fait qu’elle soit manuellement réceptionnée et rangée dans un meuble

spécifique.

Pendant mon stage, tous les jours, j’ai participé à la réception et rangement de la

commande. Cette tâche m'a aidé à me familiariser avec les différents produits

pharmaceutiques et ses princeps ce qui facilité par la suite le service à la clientèle.

4.3. Gestion des produits stupéfiants et psychotropes

La comptabilité des stupéfiants est très importante. Toute entrée et sortie de

substances et de médicaments classés comme stupéfiants sont inscrites sur

l’ordonnancier, par le pharmacien. L’inscription des entrés comporte la désignation et la

quantité de stupéfiants reçus, et pour les spécialités pharmaceutiques leur désignation et

les quantités reçues en unités de prise. L'inscription des sorties comporte : pour les

préparations magistrales et officinales, la désignation et la quantité de stupéfiants

utilisés et pour les spécialités pharmaceutiques, leur désignation et les quantités

délivrées en unités de prise. Les registres et enregistrements informatique doivent être

enregistrés tous les mois et conservés dix ans et à compter de leur dernière mention

pour être présentés à toute réquisition des autorités de contrôle [9].

C’est Mme. Rochelle qui s’occupe de la gestion des stupéfiants. Elle m’a montré

quelles sont les conditions de conservation sur l’ordonnancier, ainsi que ses registres.

4.4. Gestion administrative des dossiers pharmaceutiques

Le Dossier Pharmaceutique (DP) est un service gratuit qui a pour but englober la

liste de tous les médicaments qui ont été délivrés avec ou sans ordonnance pendant les

quatre derniers mois. Celui-ci permet le suivi pharmaceutique du patient, permettant

d’éviter les redondances de prescription, les interactions, les contre-indications et de

détecter les effets iatrogènes. Par ailleurs, il permet de générer des économies de

dépenses de santé car il permet au dispensateur d’optimiser la thérapeutique d’un

patient polymédicamenté par des prescripteurs différents. Un exemple pratique de cas

d'usage du DP est: «Une personne prend un médicament antihistaminique pour traiter

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un rhume des foins. Alors qu’elle est en vacances, elle se fait piquer par un moustique.

Grâce au DP, le pharmacien constate qu'elle prend déjà des comprimés pour traiter son

allergie. Il peut alors lui conseiller un traitement local pour éviter une redondance de

traitement» [7].

La pharmacie Didot-Pernety propose de plus en plus à ses patients d’adhérer a ce

service, vu touts les avantages. Créé depuis l’année 2007, le DP commence à être une

pratique très commune ce qui permet un meilleur suivi pharmaceutique.

5. L’information et formation

En France, la formation continue, c’est-à-dire le développement professionnel

continu est une obligation pour tous les professionnels de santé, y compris les

pharmaciens [7].

Pendant mon stage, j’ai eu l’opportunité assister à plusieurs formations, qui sans

doute m’ont permis de conseiller au mieux les patients dans leurs besoins. J’ai fait une

formation sur la gamme Pranarôm, Nutergia, Catalyon, Nuxe, Pileje, Radiante, Nutriben

ainsi que deux formations externes : «Les nouvelles thérapeutiques de 2014» et

«Contraception: de la puberté à la ménopause».

6. Activités réalisées pendant le stage

Depuis le premier jour de mon stage, que j’ai peu avec l’aide de Mme. Rochelle

délivrer les ordonnances et servire au comptoir, ce qui s'est avéré l’activité principale

pendant mon stage. Au début, il a fallu m’adapter aussi bien au rangement de la

pharmacie, au fonctionnement du logiciel (LGPI), comme au propre règles de

délivrances d’ordonnances. Avec l’aide de toute l’équipe officinale j’ai pu plus

facilement m’ajuster et être à l’aise pour dispenser les ordonnances face aux clients.

J’ai aussi participé à la réception et au stockage des commandes journalières de

la Cerp, Rocal et OCP. Cette tâche m'a aidé à me familiariser avec les locaux où étaient

stockés les différents produits pharmaceutiques, les princeps, et à me servir du logiciel

qui m’était inconnu. Tous les jours, il fallait remplir les tiroirs et les rayons avec les

produits pharmaceutiques de la réserve, afin de toujours les avoir disponibles.

Pendant le stage je me suis familiarisé avec la location de matériel médical

comme les aérosols ultrasoniques et les tire-lait, ainsi que la prise des mesures

nécessaires pour l’achat de bas de contention, d’orthèses orthopédiques comme les

ceintures lombaires, les chevillières, entre autres.

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J’ai collaboré à la gestion des produits périmés, c'est-à-dire vérifié les conditions

de validité, et retirer les produits pharmaceutiques dont la validité expire dans les trois

mois suivants et postérieurement corrigé les stocks.

J’ai réalisé deux préparation magistrale: un mélange pour bain de bouche et une

eau oxygénée boratée, qui a pour but dissoudre les bouchons de cérumen. J’ai procédé à

l’étiquetage, tarification à l’aide du Tarex et enregistrement sur l’ordonnancier. J’ai

également préparé divers mélanges pour des tisanes.

À plusieurs reprises j’ai effectué des livraisons à domicile, principalement aux

personnes âgées ayant des problèmes de mobilité.

Pendant ces trois mois de stage, j’ai eu l’opportunité d’effectuer toutes les

activités qu’un pharmacien réalise en officine, cependant je tiens à souligner je n’ai pas

eu beaucoup de contact avec la gestion et comptabilité, qui sans doute solicite beaucoup

d’expérience.

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Partie II – Commentaires associés aux ordonnances

L’analyse et le commentaire d’ordonnance permet de mettre en pratique les

connaissances théoriques obtenu pendant les études et de mieux interpréter la démarche

thérapeutique, ainsi que d’évaluer les posologies, les éventuelles contre-indications et

interactions. Seulement ainsi, il est possible de bien réaliser le rôle du pharmacien dans

la délivrance d’ordonnance. Mme. Rochelle m’a proposé d’analyser et commenter cinq

ordonnances correspondant à des différentes pathologies. Le commentaire

d’ordonnances maintient l’anonymat des patients afin de respecter le secret médical.

1. Ordonnance nº 1

Figure 1 – Ordonnance nº 1.

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� Conformité

La prescription est réalisée sur une ordonnance exception. Celle-ci correspond

au volet 1 qui est remis à l’assuré. Les mentions exigés pour toutes les ordonnances sont

bien présentent, notamment: le nom, le numéro de téléphone, le numéro professionnel et

la signature du médecin prescripteur; le nom, le prénom, le poids et l’âge du patient; et

enfin la date de rédaction de l’ordonnance à l’exception du poids du patient [6].

� Objectifs thérapeutiques

Cette prescription s’adresse à un patient souffrant de polyarthrite rhumatoïde.

L’Enbrel® permet de retarder la progression des lésions articulaires et de prévenir la

perte de fonction dans les activités quotidiennes chez les patients atteint de cette

pathologie [15].

� Détails des médicaments

Enbrel®; 1 injection toute les semaines pendant 6 mois

DCI: étanercept.

Classe thérapeutique: immunosuppresseur; inhibiteurs du facteur nécrosant des

tumeurs alpha (TNFα).

Indication: polyarthrite rhumatoïde de l'adulte et rhumatismes inflammatoires

[15].

� Posologies

Chez l’adulte la posologie est de 25 mg, 2 fois par semaine ou 50 mg, 1 fois par

semaine, ce qui est le cas dant ce patient [15].

� Interaction médicamenteuse et contre-indication

Les contre-indications principales sont les suivantes :

• septicémie ou risque de septicémie;

• infection en évolution [15].

� Effets indésirables

• Fièvre;

• Infections des voies respiratoires supérieures;

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• Bronchite;

• Cystite;

• Infection cutanée;

• Réaction au point d'injection [15].

� Recherche des traitements associés non indiqué sur l’ordonnance

Après la consultation de l’historique de délivrance du patient, j’ai pu constater la

prescription de tramadol et du dafalgan-codéine qui ont pour objectif atténué la douleur

et la raideur et de la prednisone pour réduire l’inflammation articulaire.

� Conseils associés

Il est important d’alerter le patient que ce médicament doit être conservé entre +

2 °C et + 8 °C (au réfrigérateur). Si nécessaire, il peut être conservé à température

ambiante (ne dépassant pas 25 °C) pendant 4 semaines [15].

Encourager le patient à pratiquer une activité physique régulière, avec peu

d’impacte sur les articulations comme de la marche, et la natation. Conseiller a opter

pour une alimentation riche en vitamines, minéraux, fruits, légumes, produits laitiers et

à base de poisson particulièrement ceux qui contiennent des oméga-3. Faire

régulièrement contrôler la pression sanguine ainsi que le taux de cholestérol, car la

polyarthrite rhumatoïde peut augmenter le risque de complications cardio-vasculaires.

Soutenir le suivit par un podologue qui pourra prescrire des chaussures adaptées

ou des semelles et suggérer au patient de noter dans un carnet les poussées, leur durée et

l’intensité de la douleur, ainsi que les traitements entrepris avec leurs résultats. Cela

aidera la communication avec le médecin, et permettra d’améliorer la prise en charge

[8,16].

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2. Ordonnance nº 2

Figure 2 – Ordonnance nº 2.

� Conformité

La prescription est réalisée sur une ordonnance bi-zone. La première zone

concerne l’ALD, bénéficient d’une prise en charge à 100%, car il s’agit d’une maladie

nécessitant un suivi médical régulier, des soins prolongés, qui ont droit à une prise en

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20

charge à 100%. La seconde zone est séparée par deux traits de la première, elle

concerne les pathologies intercurrentes.

Toutes les mentions obligatoires sont signalées sur l’ordonnance, sauf le numéro

de téléphone du médecin et le poids et l’âge du patient [6].

� Objectifs thérapeutiques

Un des buts thérapeutiques est le maintien d’une glycémie stable. Pour cela, le

patient est sous insulinothérapie (Novorapid® et Lantus Solostar®). Les aiguilles,

bandelettes et lancettes permettent au patient l’auto-surveillance glycémique. D’autre

part, l’hypertension artérielle (HTA) est traitée par une association antagoniste de

l'angiotensine II (ARAII) + diurétique (CoAprovel®).

Enfin, l’UVEDOSE® ne rentre pas dans le cadre ALD, qui est utilisé pour

prévenir et traiter les carences en vitamine D [15].

� Détails des médicaments

Insuline Lantus Solostar; 1 boite de 5 stylos/mois.

DCI: insuline glargine.

Classe thérapeutique: métabolisme et nutrition, insuline d'action prolongée.

Indication: traitement du diabète.

Insuline NovoRapid Flexpen 100 UI/ml; 1 boite de 5 stylos/mois.

DCI: insuline asparte.

Classe thérapeutique: métabolisme et nutrition, insuline d'action courte.

Indication: traitement du diabète.

Aiguilles Microfine BD 4mm+Kit collecteur; 2 boites/mois.

Bandelettes One touch Vita; 2 boites/mois.

Lancette One touch Confort; 1 boite/mois.

CoAprovel 300/25; 1comprimé le matin.

DCI: irbésartan 300mg + hydrochlorothiazide 25mg

Classe thérapeutique: ARAII + diurétique thiazidique.

Indication: HTA.

Uvedose ampoule buvable; 1 début avril, 1 fin avril, 1 mi-mai puis 1 en juillet

DCI: colécalciférol.

Classe thérapeutique: métabolisme et nutrition.

Indication: traitement et/ou prophylaxie de la carence en vitamine D [15].

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� Posologies

Le CoAprovel® est prescrit à posologie maximale, soit irbésartan 300mg +

hydrochlorothiazide 25mg [15].

� Interaction médicamenteuse et contre-indication

Il n’y a pas d’interaction médicamenteuse dans ce traitement.

Les contre-indications principales sont les suivantes:

• hypokaliémie grave, hypercalcémie, grossesse et allaitement

(CoAprovel®) [15].

� Effets indésirables

• Hypoglycémie (Insuline NovoRapid® et Insuline Lantus Solostar®);

• Lipodystrophie, si injection répétées trop longtemps au même endroit

(Insuline NovoRapid® et Insuline Lantus Solostar®);

• Étourdissements dus à une hypotension orthostatique, troubles

intestinaux, gonflement des extrémités, bouffées de chaleur

(CoAprovel®);

• Un surdosage peut entrainer: des maux de tête, de la fatigue, de la perte

d'appétit etc. (UVEDOSE®) [15].

� Plan de prise

Tableau 1 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 2.

Matin Midi Soir

Insuline NovoRapid® 1 injection

avant le petit-

déjeuner

1 injection

avant le

déjeuner

1 injection

avant le dîner

Insuline Lantus Solostar® 1 injection au

coucher

CoAprovel® 1 comprimé

UVEDOSE® 1 ampoule en une seule prise

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� Explication de certaines posologies

Insuline NovoRapid® doit être injectée 2-3 minutes avant le repas,

puisqu’ elle a un délai d'action de quelques minutes

et une durée d'action de 2 à 3 heures. La posologie est individuelle et

déterminée en fonction des besoins du patient.

Insuline Lantus Solostar® est une insuline d’action prolongée; elle

s’administre le soir au coucher, agit après 2-4 heures et pendant environ 22

heures.

CoAprovel® doit être pris préférentiellement le matin et toujours à la

même heure.

UVEDOSE® doit être prise après le repas, car la vitamine D est

liposoluble [15].

� Conseils associés

Un des premiers conseils à faire parvenir au patient souffrant de diabètes est de

reconnaître les signes d’hypoglycémie, comme la sensation de faim, les sueurs, les

tremblements, la pâleur, entre autres. Dans ce cas là, le patient doit prendre

immédiatement du sucre, par la voie sublinguale, de préférence.

Dans la mesure que le patient souffre de diabète et d’HTA, des mesures

hygiéno-diététiques sont recommandées, notamment:

• l’adoption d’une alimentation riche en légumes, en fruits (3-5 pièces par

jour) et pauvre en graisses saturées (graisse d’origine animale). Aussi, la

consommation de sucres lents comme, les lentilles, les haricots, pois cassés,

entre autres, au lien des sucres absorption rapide comme, les gâteaux,

biscuits, sucreries. Limiter ou même arrêter la consommation d’alcool. Une

consommation excessive peut entraîner une augmentation de la pression

artérielle. L’alcool peut également être à l’origine de l’inefficacité du

traitement antihypertenseur. Faire entre 5 à 6 repas par jour et ne jamais

sauter de repas.

• pratiquer une activité physique régulière, adaptée à l’état clinique du patient,

d’au moins 30 min environ, 3 fois par semaine, car celle-ci diminue le risque

cardiovasculaire et l’insulinorésistance.

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• réduire le poids en cas de surcharge pondérale, afin de maintenir l’indice de

masse corporelle en dessous de 25 kg/m2, ou, à défaut, afin d’obtenir une

baisse de 10 % du poids initial;

• limiter la consommation de sel jusqu’à 6 grammes par jour (l’équivalent

d’une cuillère à café). Préférer le sel iodé ou d’autres épices. Limiter les

fromages et les charcuteries les plus salés ainsi que les produits apéritifs

salés [8,17].

Recommander au patient la consultation régulière d’un pédicures-podologues, à

fin de procéder a un examen médical régulier des pieds [17].

Le pharmacien tien aussi un rôle important dans le conseil associé à l’auto-

contrôle glycémique, notamment en: expliquant au patient que la piqûre doit n’être faite

que sur le côté du doigt et jamais sur la pulpe, car c’est une région très innervée, et de

ne pas utiliser l’index et le pouce pour faire les mesures. Rappeler au patient qu’il doit

d’infecter la zone où la piqûre sera faite, et de laisser sécher pour ne pas interférer avec

le résultat et prévenir le patient qu’il nécessite de calibrer l’appareil après tout ouverture

d’un flacon de bandelettes [8,17].

La thérapie avec insuline demande beaucoup de précautions notamment en ce

qui concerne le local de l’injection. Les insulines de libération lentes doivent être

injectées au niveau des fesses et des cuisses, tandis que les insulines de libération

rapides doivent être injectées sur l’abdomen ou les bras (Figure 3). Eviter d’injecter

l’insuline tous le temps au même endroit, car ce la contribue pour l’apparition de

lipodystrophie. Faire une rotation du lieu d’injection [8,17].

Figure 3 – Zone d'injection et type d'insuline à injecter. Retiré de [18].

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La conservation des stylos et des cartouches non entamés est aussi importante

car ils doivent être posés au réfrigérateur entre 2º et 8ºC, dans le bac à légumes ou le

haut de la porte [15]. Ceux-ci constituent quelques conseils que tous les pharmaciens

doivent donner au patient au moment de la délivrance d’insulinothérapie.

Rappeler au patient de l’importance de l’auto-mesure de la tension artérielle

pour un meilleur suivi du traitement, ainsi que l’objectif tensionnel à atteindre. Dans ce

cas-là, comme le patient est diabétique son objectif est de 130/80 mm/Hg [17].

3. Ordonnance nº 3

Figure 4 – Ordonnance nº 3.

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� Conformité

La prescription est réalisée sur une ordonnance bi-zone, Toutes les mentions

obligatoires sont présentes, sauf le poids et l’âge du patient [6].

� Objectifs thérapeutiques

Cette prescription a pour but le traitement de l’ALD, notamment: traitement de

la bronchite chronique de type obstructif (Spiriva®, Symbicort®, Bricanyl turbohaler®,

Zithromax®), prévention de la maladie thromboembolique (Préviscan®), HTA

(Lasilix®, Conversyl®, Mono-tildiem®) et en prévention des événements

cardiovasculaires (Tahor® et Kardegic®) [15].

Il s’agit d’un exemple typique de polythérapie où les risques accidents

iatrogènes et d’hospitalisation sont importants, ce qui demande une attention

supplémentaire au moment de la délivrance, par le pharmacien.

� Détails des médicaments

Spririva; 1 gélule en inhalation par jour.

DCI: tiotropium.

Classe thérapeutique: bronchodilatateur, antagoniste spécifique des récepteurs

muscariniques de longue durée d'action (anticholinergiques).

Indication: traitement continu de la bronchite chronique de type obstructif.

Symbicort 400mg; 2 inhalation matin et soir.

DCI: budésonide+formotérol fumarate.

Classe thérapeutique: antiasthmatique, corticoïde + bronchodilatateur bêta 2

agoniste de longue durée d'action.

Indication: traitement de fond de l'asthme et traitement symptomatique de la

bronchopneumopathie chronique obstructive.

Bricanyl turbohaler; 1 a 2 bouffées si besoin

DCI: terbutaline sulfate.

Classe thérapeutique: bronchodilatateur, agoniste des récepteurs bêta

adrénergiques.

Indication: traitement des périodes d'aggravation de l'asthme ou de la bronchite

chronique de type obstructif.

Zithromax 250mg; 1 par jour pendant 3 jours par semaine.

DCI: azithromycine.

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Classe thérapeutique: antibiotique (macrolide).

Indication: traitement des infections des bronches.

Préviscan 20mg; ½ par jour en fonction de l’INR.

DCI: fluindione.

Classe thérapeutique: anticoagulant oral, antivitamine K (AVK).

Indication: traitement préventif et traitement curatif des accidents

thromboemboliques.

Tahor 40 mg; 1 par jour.

DCI: atorvastatine.

Classe thérapeutique: hypolipémiant, inhibiteur sélectif et compétitif de l'HMG-

CoA réductase.

Indication: traitement des excès de cholestérol; prévention des accidents

cardiovasculaires chez les patients à risque élevé.

Mono-tildiem 300mg LP; 1 par jour.

DCI: diltiazem chlorhydrate.

Classe thérapeutique: vasodilatateur, inhibiteur calcique.

Indication: traitement préventif des crises d'angine de poitrine; HTA.

Coversyl 5mg; 1 par jour le matin.

DCI: périndopril.

Classe thérapeutique: inhibiteur de l'enzyme de conversion de l'angiotensine.

Indication: traitement de HTA et de l'insuffisance cardiaque et dans la

prévention des accidents cardiovasculaires suite à une maladie coronarienne.

Kardegic 75mg; 1 par jour.

DCI: acétylsalicylate de lysine, acide acétylsalicylique.

Classe thérapeutique: antiagrégant plaquettaire.

Indication: prévention des récidives des maladies cardiovasculaires provoquées

par un caillot de sang dans une artère (infarctus du myocarde, accident vasculaire

cérébral).

Glucophage 850mg; 1 matin et 1 soir.

DCI: metformine.

Classe thérapeutique: antidiabétique oral, biguanides.

Indication: traitement du diabète de type 2 lorsque le régime alimentaire et

l'exercice physique sont insuffisants pour contrôler le diabète.

Lasilix 20mg; 2 par jour le matin.

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DCI: furosémide.

Classe thérapeutique: diurétique de l'anse.

Indication: traitement de l’ HTA et des œdèmes liés à une insuffisance

cardiaque, hépatique ou rénale [15].

� Posologies

Les posologies sont respectées [15].

� Interaction médicamenteuse et contre-indications

Il existe une précaution d’emploi dans l’association:

• Zithromax® et Tahor® qui peut entrainer à un cas rhabdomyolyse;

• Tahor® peut augmenter significativement l’effet anticoagulant du

Kardegic®. Il est important de surveiller l’International Normalized

Ratio (INR) [15].

Les contre-indications principales sont:

• prédisposition à l'œdème de Quincke (Coversyl®);

• insuffisance hépatique (Zithromax®, Previscan®, Tahor® et

Glucophage®);

• association aux médicaments contenant de l'aspirine à forte dose, de la

phénylbutazone, du miconazole (sauf formes destinées à être appliquées

sur la peau) ou du millepertuis (Previscan®);

• insuffisance cardiaque grave (Mono-tildiem® et Glucophage®);

• ulcère de l'estomac ou du duodénum (Kardegic®);

• hémorragie ou risque hémorragique (Kardegic®);

• rétention d'urine par obstruction importante des voies urinaires

(Lasilix®);

• déshydratation (Lasilix®) [15].

� Effets indésirables

• Irritation de la bouche et de la gorge, voix rauque, candidose orale

(Symbicort®);

• Troubles digestifs (Zithromax® et Tahor®);

• Hémorragies de gravité variable (Préviscan®);

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• Fatigue (Tahor®);

• Douleurs articulaires ou musculaires (Tahor®);

• Jambes lourdes ou enflées (Mono-tildiem®);

• Gastrite (Kardegic®);

• Troubles hémorragiques (Kardegic®) [15].

� Plan de prise

Tableau 2 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 3

Matin Midi Soir

Spiriva® 1 gélule par jour

Symbicort 400® 2 inhalations 2 inhalations

Brycanilturbohaler® 1 a 2 bouffées par jour si besoin

Zithromax 250® 1 par jour, 3 jours par semaine

Previscan 20® 1 /2 par jour en fonction de l’INR

Tahor 40® 1 comprimé par jour

Mono-tildiem 300LP® 1 comprimé par jour

Coversyl 5® 1 comprimé

Kardegic 75® 1 sachet

Glucophage 750® 1 comprimé 1 comprimé

Lasilix 20® 2 comprimés

� Explication de certaine posologie

• Le Glucophage® doit être pris au cours ou à la fin des repas, afin de éviter les

troubles intestinaux.

• Le Previscan® doit être pris toujours à heure fixe préférablement le soir, afin de

pouvoir modifier la dose dès que possible après les résultats de l'INR.

• Le Tahor® doit être pris toujours à la même heure. Normalement, les statines

sont administrées de préférence le soir, étant donné que la synthèse du

cholestérol a surtout lieu la nuit, cependant pour l’atorvastatine et la

rosuvastatine, du à leur longue durée d’action, cette condition n’est pas

nécessaire. Expliquer au patient qu’il ne doit pas prendre des dérivés de

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pamplemousse les 2 heures précédentes et suivantes à la prise de ce médicament,

car le pamplemousse contient des substances inhibitrices du CYP3A4 qui

ralentit le métabolisme de certains médicaments.

• Le Lasilix® doit être pris le matin car il s’agit d’un diurétique et si pris le soir

peut entrainer à des levers nocturnes pour uriner.

• Le Zithromax® doit être pris en dehors du repas afin d’améliorer l'absorption.

• Le Coversyl® doit être pris en une fois, de préférence le matin, avant le repas

pour agir dans la journée.

• Le Kardegic® doit être pris le soir pour une meilleure tolérance digestive [15].

� Conseils associés

Dans une première étape, il est important de dire au patient quel est l’aérosol à

utiliser en cas de crise (Bricanyl turbohaler®), et quel correspond au traitement de fond

(Spiriva® et Symbicort®) [19,20]. Demander au patient s’il c’est comment utiliser son

aérosols-doseurs et solliciter pour qu’il démontre. Afin d’un emploi optimal, il est

nécessaire de (Figure 5):

1. enlever le capuchon protecteur;

2. secouer l’aérosol doseur pendant quelques secondes;

3. porter l’aérosol doseur en position vertical;

4. incliner la tête légèrement en arrière et vider complètement les poumons;

5. mettre l’embout dans la bouche entre les dents (sans mordre) et serrer l’embout

entre les lèvres;

6. inspirer lentement et profondément par la bouche en déclenchant l’aérosol

doseur au cours de la première seconde d’inspiration;

7. retenir sa respiration environ 5 à 10 secondes;

8. expirer lentement;

Si une deuxième dose doit être administrée, attendre 30 à 60 secondes avant la

bouffée suivantes [19].

Figure 5 – Différentes étapes pour utilisationdes aérosols-doseurs. Adapté de [20]

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Lorsque le patient ne réussit pas la coordination main-poumon, il est nécessaire

de recommander l’utilisation d’une chambre d’inhalation (Figure 6). La chambre

d'inhalation est un réservoir transparent avec un embout pour la bouche et sur lequel

s’adapte un aérosol-doseur. Après avoir pulvérisé une à plusieurs bouffées du

médicament à l’intérieur de la chambre d’inhalation, il faut respirer plusieurs fois

amplement et calmement l’air contenu à l’intérieur de la chambre par l’intermédiaire de

l'embout buccal. La prise du médicament est plus facile car il n’y a plus de geste de la

main à faire lors de l’inspiration (comme c’est le cas avec les aérosol-doseurs) et cela

permet un meilleur passage des traitements vers les bronches [19].

Figure 6 – Exemple de chambre d’inhalation. Retiré de [21]

Après chaque inhalation de corticoïdes (dans ce cas-là du Symbicort

turbuhaler®), il est conseillé de se rincer la bouche à l'eau pour limiter le risque de

candidose oro-pharyngées ou d'enrouement lié à l'utilisation de ce médicament [19].

Si le patient est fumeur, il est important de le conseiller à arrêter de fumer. Dans

une première étape, la réduction du tabagisme sous substitution nicotinique peut être

une démarche vers l’arrêt, en particulier chez les fumeurs non ou peu motivés. Arrêter

de fumer contribuera non seulement, à une diminution des risques de survenue d’une

complication cardiovasculaires, mais aussi à une meilleure capacité respiratoire [8].

Dans la mesure que le patient souffre de diabète et d’HTA, les mesures hygiéno-

diététiques recommandées sur l’ordonnance nº2 sont aussi valables pour celui-ci.

Ce patient est sous la prescription d’anticoagulants par voie orale AVK. Tout

d’abord, il est essentiel d’expliquer au patient qu’est-ce qu’un traitement anticoagulant

par AVK. Ce traitement anticoagulant s’oppose à l’action de la vitamine K et vise à

ralentir la coagulation. Cette thérapie est destinée à prévenir la formation d’un caillot

sanguin (thrombose) ou à éviter qu’il ne migre dans les vaisseaux (embolie).

Expliquer au patient l’importance de surveiller régulièrement la capacité de son

sang à coaguler. En effet, un médicament trop dosé fait courir le risque d’une

hémorragie potentiellement mortelle et un traitement sous-dosé expose à la formation de

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caillots sanguins et à l’apparition des complications qu’ils peuvent provoquer.

L’efficacité des AVK est contrôlée en mesurant l’INR, un paramètre qui reflète

précisément la fluidité du sang. La cible de l’INR peut varier en fonction du type de

patient. Rappeler au patient de prendre son traitement AVK tous les jours à la même

heure. Ne jamais prendre deux fois la dose prévue pour la journée. Une prise de

médicament oubliée peut être prise dans un délai de 8 heures après l'heure habituelle

d'administration. Passé ce délai, il préférable de ne pas prendre la dose oubliée. Dans ce

cas-là il faut prévenir le médecin traitant et noter l'oubli sur le carnet de suivi. Signaler

le traitement AVK à tous les médecins consultés (dermatologue, chirurgien,

rhumatologue, entre autres), au dentiste, à l'infirmière, au kinésithérapeute.

Eviter l’automédication, car beaucoup de médicaments peuvent modifier

l'efficacité du traitement anticoagulant, comme par exemple l'aspirine (en cas de fièvre

ou de douleur prendre du paracétamol au maximum quatre par jours), les anti-

inflammatoires, les somnifères, les antibiotiques, et le miconazol.

Signaler au patient que la vitamine K est en partie apportée par l'alimentation et

qu’il faut éviter les aliments riches en vitamines K, notamment: les choux (choux fleur,

chou chinois, choux rouges, brocolis, choux de bruxelles), les brocolis, les épinards, la

laitue. Ces aliments doivent être consommés avec beaucoup de modération pour ne pas

influencer l'action de l'AVK.

Être bien attentif en cas d’apparition des manifestations suivantes: hématomes

importants; saignements répétés au niveau des gencives et du nez; pour les femmes, des

règles prolongées ou anormalement abondantes; présence de sang dans les urines ou les

selles et vomissement ou crachats sanglants. Ces manifestations sont liées à un

surdosage du traitement. Les symptômes liés à un sous dosage sont: douleurs dans le

mollet; douleurs à la poitrine et difficultés à respirer.

Informer le patient de ce qu’il ne doit pas faire, comme : pratiquer des sports

violents, faire des travaux pouvant provoquer des coupures ou des chutes importantes,

modifier ou arrêter le traitement sans avis médical, faire pratiquer, sans l'accord du

médecin, des injections, ce faire des soins de pédicurie, des extractions dentaires et

consommer trop d'alcool [8,22,23].

Emporter l’ordonnance correspondante au traitement, ainsi que le carnet de

suivi, en cas de déplacement [23].

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4. Ordonnance nº 4

Figure 7 – Ordonnance nº 4.

� Conformité

Toutes les mentions obligatoires sont signalées sur l’ordonnance, sauf le poids et

l’âge du patient [6].

� Objectifs thérapeutiques

Cette prescription s’adresse à un patient souffrant de troubles psychiques

(Haldol®), présentant un état dépressif (Zoloft®), d’anxiété (Xanax® et Atarax®) et

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d’insomnies (Imovane® et Atarax®). Sur cette ordonnance on signale aussi des

médicaments qui ont pour but corrigé les effets secondaires d’autres, notamment :

• Sulfarlem S25® pour traiter la sécheresse de la bouche;

• Lactulose® pour la constipation;

• Lepticur® pour traitement des syndromes parkinsoniens, comme les

mouvements involontaires et les tics [15].

� Détails des médicaments

Haldol 5mg; 1 comprimé matin, 2 comprimés soir.

DCI: halopéridol.

Classe thérapeutique: antipsychotique neuroleptique.

Indication: troubles psychiques (schizophrénie et certains types de psychoses) et

de certaines manifestations d'anxiété.

Zoloft 50mg ; 2 gélules matin.

DCI: sertraline.

Classe thérapeutique: antidépresseur, inhibiteurs de la recapture de la sérotonine.

Indication: états dépressifs et pour prévenir les récidives dépressives; troubles

obsessionnels compulsifs; attaques de panique ; certaines manifestations de l'anxiété

(phobie sociale).

Xanax 0,50mg ; 1 comprimé matin, midi et soir.

DCI: alprazolam.

Classe thérapeutique: anxiolytique, benzodiazépine.

Indication: traitement de l'anxiété lorsque celle-ci s'accompagne de troubles

gênants et dans le cadre d'un sevrage alcoolique.

Lepticur 10mg ; 1 comprimé matin, midi et soir

DCI: tropatépine chlorhydrate.

Classe thérapeutique: antiparkinsonien, anticholinergique.

Indication: traitement des syndromes parkinsoniens induits par les

neuroleptiques.

Imovane 7,5mg; 1 comprimé au coucher.

DCI: Zopiclone.

Classe thérapeutique: hypnotique et sedatif.

Indication: traitement de l'insomnie passagère.

Sulfarlem S25; 2 comprimés matin, midi et soir.

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DCI: Anétholtrithione.

Indication: Traitement d'appoint des hyposialies médicamenteuses, post-

radiothérapiques, hyposialies de la sénescence; traitement d'appoint des insuffisances de

sécrétion lacrymale.

Atarax 25mg; 2 comprimés matin, midi et soir.

DCI: Hydroxyzinedichlorhydrate.

Classe thérapeutique: antihistaminique antagoniste des récepteurs H1 et

anxiolytique.

Indication: traitement de l'anxiété légère.

Lactulose ; 2 sachets par jour.

Classe thérapeutique: laxatif osmotique.

Indication: traitement symptomatique de la constipation [15].

� Posologies

• La posologie de l’Haldol® est strictement individuelle et varie selon les

indications;

• Le Zoloft® peut être augmentée si nécessaire jusqu'à 200 mg par jour;

• La posologie du Xanax® est de 1 à 2 mg par jour, répartis en plusieurs prises au

cours de la journée. La dose minimale efficace est toujours recherchée;

• Le Lepticur® est utilisé à posologie maximal soit 30mg par jour;

• L’Imovane® est utilisé à posologie maximal soit 7,5mg par jour;

• La posologie maximale du Sulfarlem S25® est d’un comprimé, trois fois par

jour. Dans ce cas-là, le médecin à dépasser la posologie recommandé;

• La posologie de l’Atarax® chez l’adulte est de 50 à 200 mg par jour selon les

indications;

• La posologie recommandée pour la Lactulose® correspond au traitement

d'entretien de la constipation [15].

� Interaction médicamenteuse et contre-indication

Il n’y a pas d’interaction médicamenteuse dans ce traitement.

Les contre-indications principales sont les suivantes:

• maladie cardiaque récente (infarctus du myocarde, insuffisance

cardiaque) (Haldol® et Lepticur®);

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• troubles du rythme cardiaque (Haldol®);

• association avec les IMAO (Zoloft®);

• insuffisance hépatique et respiratoire grave (Xanax® et Imovane®);

• syndrome d'apnée du sommeil (Xanax® et Imovane®);

• myasthénie (Xanax® et Imovane®);

• risque de glaucome à angle fermé (Atarax® et Lepticur®);

• risque de rétention des urines (Atarax® et Lepticur®);

• maladie inflammatoire du côlon (Lactulose®) [15].

� Effets indésirables

• Somnolence (Haldol®, Xanax®, Atarax®);

• Indifférence, réaction anxieuse, variation de l'humeur (Haldol®);

• Mouvements involontaires ou inadaptés, tics, pouvant survenir lors de la

première prise (notamment en cas de surdosage) ou, plus tardivement, lors d'un

traitement prolongé (Haldol®);

• Prise de poids (Haldol®);

• Raideur musculaire et difficulté à coordonner les mouvements

(Haldol®);

• Hypotension orthostatique(Haldol®);

• Troubles sexuels (Haldol®, Zoloft®, Xanax®);

• Dépression (Zoloft®);

• Cauchemars (Zoloft®);

• Anxiété (Zoloft®);

• Tremblements (Zoloft®);

• Fatigue (Xanax®);

• Ralentissement des idées (Xanax®);

• Constipation, troubles de l'accommodation, bouche sèche, rétention des

urines (Lepticur® et Atarax®);

• Perturbation du goût (goût amer et métallique) (Imovane®);

• Sensation de ballonnement, diarrhée (SulfarlemS® et Lactulose®) [15].

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� Plan de prise

Tableau 3 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 4

Matin Midi Soir

Haldol 5mg® 1 comprimé 2 comprimés

Zoloft 50mg® 2 gélules

Xanax 0,5mg® 1 comprimé 1 comprimé 1 comprimé

Lepticur 10 mg® 1 comprimé 1 comprimé 1 comprimé

Imovane 7,5mg® 1 comprimé

Sulfuralem S25® 2 comprimés 2 comprimés 2 comprimés

Atarax 25mg® 2 comprimés 2 comprimés 2 comprimés

Lactulose® 2 sachets

� Explication de certaine posologie

• Lactulose doit être prise toujours au même moment de la journée, par

exemple au petit déjeuner. Il est recommandé 1,5 d’eau par jour [15].

� Conseils associés

Relativement à la prise des médicaments, il existe quelques précautions

d’emploi, notamment:

• ne pas prendre de thé et de café avec l’Haldol®, car ce la peut conduire à la

formation de complexes insolubles qui diminue la biodisponibilité de

l’halopéridol;

• ne doit pas consommer des dérivés de pamplemousse les 2 heures

précédentes et suivantes à la prise du Zoloft®. car le pamplemousse contient

des substances inhibitrices du CYP3A4 qui ralentit le métabolisme de certains

médicaments;

• ne pas consommer d’alcool avec ce traitement. Il s’agit d’un traitement

sédatif, qui peut réduire la concentration physique et intellectuelle, ainsi que

l’attention chez les conducteurs de véhicule [8,15].

Concernant les recommandations pour lutter contre les troubles dépressifs et

favoriser l’endormissement:

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• mener une vie équilibrée, exercer une activité régulière, s’occuper dans la

journée;

• avoir des horaires de sommeil fixes;

• ne pas boire de boisson excitantes (café, sodas, thé, etc.) après 16 heures;

• éviter les exercices intellectuels intenses avant le coucher;

• éviter les activités sportives après 19 heures.

Il est nécessaire d’alerter le patient que l'efficacité des antidépresseurs n'est pas

immédiate. Un délai pouvant atteindre plusieurs semaines est parfois nécessaire pour

que les effets bénéfiques se fassent sentir. Les effets indésirables éventuels apparaissant

en début de traitement ne doivent pas conduire à l'arrêter prématuré du traitement.

Prévenir le patient qu’il est possible une prise de poids au cours du traitement.

Une alimentation équilibrée, et si nécessaire les conseils d'un nutritionniste, peuvent

prévenir et limiter ce phénomène [8].

5. Ordonnance nº 5

Figure 8 – Ordonnance nº 5.

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� Conformité

Toutes les mentions obligatoires sont signalées sur l’ordonnance [6].

� Objectifs thérapeutiques

Cette prescription a pour but le traitement de l’ALD, notamment: prévention de

la maladie thrombo-embolique (Préviscan®), insuffisance cardiaque (Lasilix®,

Amlodipine, Bisoce®), prévention des crises d’angor (Cordarone®), diabètes insulino-

dépendant (LantusSolostar®), traitement de fond de la goutte (Adenuric),

hypothyroïdisme (Levothyrox®) et anémie (Aranesp®). La prednisone à cette posologie

elle évoque le traitement antalgique d’une affection rhumatismale. Traitement préventif

par Eupantol® afin de prévenir un ulcère à l’estomac iatrogène, et des douleurs

récurrentes par le Dafalgan®. Pour l’anxiété et l’insomnie le Lexomil® a été prescrit

[15].

Cette prescription correspond à une patiente âgée (85 ans) en polythérapie.

Comme tel, il est nécessaire une vigilance extrême afin d’éviter toutes interactions et

contre-indications.

� Détails des médicaments

Préviscan 20mg; ¼ tous les deux jours.

DCI: fluindione.

Classe thérapeutique: anticoagulant oral, antivitamine K.

Indication: traitement préventif et le traitement curatif des accidents

thromboemboliques.

Lasilix 40mg; 1 comprimé le matin.

DCI: furosémide.

Classe thérapeutique: diurétique de l'anse.

Indication: traitement de l'hypertension artérielle et des œdèmes liés à une

insuffisance cardiaque, hépatique ou rénale.

Bisocege 3,75mg; 1 comprimé à midi.

DCI: bisoprolol.

Classe thérapeutique: bêta-bloquant.

Indication: traitement de l'insuffisance cardiaque.

Lantus 100U/ml Solostar stylo; 28U le matin.

DCI: insuline glargine.

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Classe thérapeutique: métabolisme et nutrition, insuline d'action prolongée.

Indication: traitement du diabète.

Prednisone 5mg; 1 comprimé le matin.

Classe thérapeutique: dérivé de la cortisone, anti-inflammatoire stéroïdien.

Indication: traitement de certaines maladies graves (cancer, sclérose en plaques,

rhumatisme articulaire aigu), mais également de maladies plus bénignes

(allergie, crise d'asthme, sinusite aiguë, otite).

Cordarone 200mg; 1 comprimé à midi.

DCI: amiodarone .

Classe thérapeutique: antiarythmique de classe III.

Indication: prévention et le traitement de certains troubles du rythme cardiaque.

Amlodipine 5mg; 1 gélule matin et soir.

Classe thérapeutique: inhibiteur calcique.

Indication: traitement de l'hypertension artérielle et traitement préventif des

crises d'angine de poitrine.

Lexomil 6mg; ¼ a ½ comprime le soir si besoin.

DCI: Bromazépam.

Classe thérapeutique: anxiolytique, benzodiazépine.

Indication: traitement de l'anxiété.

Eupantol 20mg; 1 comprimé le soir.

DCI: pantoprazole.

Classe thérapeutique: antisécrétoire gastrique, inhibiteur de la pompe à protons.

Indication: traiter les symptômes du reflux gastro-œsophagien, les inflammations

de l'œsophage (œsophagite) et prévenir les récidives.

Adenuric 80mg; 1 comprimé à midi.

DCI: fébuxostat.

Classe thérapeutique: antigoutteux, inhibiteur non purinique puissant et sélectif

de la xanthine oxydase.

Indication: traitement de l'excès d'acide urique.

Aranesp 500mcg ser SC-IV 1ml; 1 seringue le soir, le mardi.

DCI: darbépoétine alfa.

Classe thérapeutique: Antianémique.

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Indication: traitement de l'anémie : chez les adultes et les enfants souffrant

d'insuffisance rénale chronique; chez les adultes ayant un cancer autre qu'un cancer de

la moelle osseuse et traités par chimiothérapie anticancéreuse.

Dafalgan 500mg; 2 comprimés le matin et le soir.

DCI: paracetamol.

Classe thérapeutique:antalgique et antipyrétique.

Indication:fairebaisser la fièvre et dans le traitement des affections douloureuses.

Levothyrox 125mg; 1 comprimé le matin.

DCI: lévothyroxine sodique.

Classe thérapeutique: hormone thyroïdienne.

Indication:traitement substitutif pour remplacer la thyroxine naturelle lorsque

celle-ci n'est plus sécrétée en quantité suffisante par la thyroïde [15].

� Posologies

Les posologies sont respectées [15].

� Interaction médicamenteuse et contre-indications

Ils existent plusieurs précautions d’emploi, notamment dans l’association:

• prednisone et Lasilix®, du au risque d’hypokaliémie;

• prednisone et amlodipine, car les corticostéroïdes peuvent antagoniser les effets

de médicaments antihypertenseurs en induisant rétention hydrosodée.

Les contre-indications principales sont:

• insuffisance hépatique (Previscan®);

• association aux médicaments contenant de l'aspirine à forte dose, de la

phénylbutazone, du miconazole (sauf formes destinées à être appliquées sur la

peau) ou du millepertuis (Previscan®);

• rétention d'urine par obstruction importante des voies urinaires (Lasilix®);

• déshydratation (Lasilix®);

• asthme et bronchite chronique (Bisoce®);

• infection ou mycose non contrôlées par un traitement adapté (Prednisone®);

• maladie virale en évolution (herpès ou zona) (Prednisone®);

• hyperthyroïdie (Amiodrone®);

• hypotension grave (Amlodipine®);

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• syndrome d'apnée du sommeil (Lexomil®) [15].

� Effets indésirables

• Hémorragies de gravité variable (Préviscan®);

• Baisse de la kaliémie, associée éventuellement à des crampes (Lasilix®);

• Déshydratation(Lasilix®);

• Augmentation de la glycémie ou de l'uricémie. (Lasilix®);

• Hypotension orthostatique. (Lasilix®);

• Troubles digestif en début de traitement (Bisoce®, Cordarone®, Amlodipine,

Eupantol®, Adenuric®);

• Oedèmes, hypertension artérielle (Prednisone et Aranesp®);

• Modifications physiques fréquentes : gonflement du visage et du buste,

apparition de poils, taches cutanées violacées, acné (Prednisone);

• Tremblements et troubles du sommeil (Cordarone®);

• Maux de tête et somnolence (Lexomil®);

• Éruption cutanée (Adenuric®);

• Tachycardie, tremblements, insomnie, excitabilité, fièvre, sueurs,

amaigrissement rapide et diarrhée en cas de surdosage (Levothyrox®) [15].

� Plan de prise

Tableau 4 – Plan de prise concernant l’ordonnance nº 5.

Matin Midi Soir

Previscan® ¼ comprimé

Lasilix® 1 comprimé

Bisoce® 1 comprimé

LantusSolostar® 28U

Prednisone 1 comprimé

Cordarone® 1 comprimé

Amlodipine 1 gélule 1 gélule

Lexomil® ¼ à ½

comprimé

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Eupantol® 1 comprimé

Adenuric® 1 comprimé

Aranesp® 1 seringue

Dafalgan® 2 comprimés 2 comprimés

Levothyrox® 1 comprimé

� Explication de certaines posologies

• Le Previscan® doit être pris toujours à heure fixe préférablement le soir, afin de

pouvoir modifier la dose dès que possible après les résultats de l'INR.

• Le Lasilix® doit être pris le matin car il s’agit d’un diurétique et si pris le soir

peut entrainer à des levers nocturnes pour uriner.

• Prednisone doit être absorbé au cours du repas le matin (car le pic physiologique

de cortisol à lieu à cette heure), afin d’éviter les troubles digestifs, notamment la

gastrite et l’ulcère.

• Eupantol® est pris le soir, car au cours de la nuit il y a un pic d’acidité naturel

dans l’organisme.

• Levothyrox®doit être pris le matin à jeun à distance d’autres médicaments et de

la nourriture afin de ne pas diminuer son efficacité [15].

� Conseils associés

Tous les conseils donnés ultérieurement pour l’hypercholestérémie,

hyperthension artérielle, diabète, traitement avec antivitamines K s’appliquent à ce

patient.

Avertir le patient qu’il doit éviter une alimentation trop salée, car ça favorise

l'apparition d'œdèmes lors d'un traitement par corticoïdes [8].

Relativament, à la pathologie de la goutte, certaines mesures doivent être adpter

afin d’éviter l’excès de fabrication d’acide urique, notamment:

• assurer la perte de poids: en cas de surcharge pondérale, la perte de poids doit

être progressive et l’alimentation doit rester équilibrée. Les régimes trop sévères

et les hyper protéinés penvent provoquer la survenue de crises de goutte;

• limiter la consommantiion de viandes rouges à maximum 2 fois/semaine, et en

quantité environ 100 à 120 g poids cuit par repas, car il a été démontré que leur

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consommation excessive est associée à un taux d’acide urique élevé et parce

qu’elles sont la principale source de graisses saturées.

En cas de crise de goutte, le repos de l’articulation touchée permet un

soulagement partiel ainsi que l’’application de glace trois fois par jour pendant quelques

minutes sur l’articulation enflammée [8,24].

6. Conclusion

Pendant ces trois mois de stage, j’ai pu connaître le fonctionnement de la

pharmacie d’officine en France où j’ai pu mettre en pratique mes connaissances

acquises durant mes études, et surtout de développer de nouvelles compétences autant

que professionnelle de santé, surtout au niveau de l’aromathérapie, phytothérapie et

micronutrition.

Je tiens à préciser que pour moi ce stage fut un vrai challenge, puisque je ne

connaissais pas le système médical français, ainsi que la gestion de la pharmacie en

France. Malgré cela ça a été une expérience enrichissante aussi bien au niveau

professionnel comme personnel.

Durant le stage, j’ai pu voir à quel point le pharmacien occupait une place

importante chez les patients car ils viennent fréquemment lui demander un conseil avisé

sur leur pathologie. Cela leur évite d’aller chez le médecin car bien souvent le

pharmacien est à la mesure de conseiller les médicaments adaptés à leur maladie, si elle

est bénigne.

Pour finaliser, je tiens à référencer que les rapports humains, basées sur la

confiance et l’écoute tiennent une place primordiale dans la profession de pharmacien et

dant la relation patient-pharmacien.

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Références:

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[2] Université Paris Descartes. Accessible sur: www.univ-paris5.fr [consulté le 5 février

2015].

[3]Agence régionale de santé Île-de-France. Accessible sur:

www.ars.iledefrance.sante.fr [consulté le 6 février 2015].

[4] Sécurité Sociale. Accessible sur: www.securite-sociale.fr [consulté le 7 février

2015].

[5] Comparateur de Mutuelles Santé. Accessible sur: www. unemutuelle.info [consulté

le 7 février 2015].

[6] Ordre National des Pharmaciens: dispensation des produits de santé.. Accessible sur:

www.ordre.pharmacien.fr [consulté le 7 février 2015].

[7] Ordre National des Pharmaciens.Accessible sur: www.ordre.pharmacien.fr [consulté

le 10 février 2015].

[8]EurekaSanté, l’information grand public de référence. Accessible sur:

www.eurekasante.fr [consulté le 12 février 2015].

[9]Médicament à dis pensation par ticulière. Accessible sur: www.meddispar.fr

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[10] Agence nationale de sécurité du médicament et des produits de santé (ANSM).

Accessible sur: www.ansm.sante.fr [consulté le 15 février 2015].

[11] Allaitement Pour Tous. Accessible sur: www.allaitementpourtous.com [consulté le

15 février 2015].

[12] Dr.Zhiri A, Baudoux D, Breda M L (2015). Aromathérapie Scientifique, Huilles

Essentielles Chémotypées. Amyris Edition. Bruxelles, Bélgique

[13] Baudoux D (2008). Guide Pratique Aromathérapie Familiale et Scientifique.

Amyris Edition. Bruxelles, Bélgique.

[14] Institut Européen de Diététique et de Micronutrition (IEDM). Accessible sur:

www.iedm.asso.fr [consulté le 16 février 2015].

[15] Le Dictionnaire VIDAL 2015 (2015). 91e Édition. Vidale.

[16] Haute Autorité de Santé: La prise en charge de votre polyarthrite rhumatoïde

Accessible sur: www.has-sante.fr [consulté le 18 février 2015].

[17] Haute Autorité de Santé: Diabète de type 1 et diabète de type 2. Accessible sur:

www.has-sante.fr [consulté le 19 février 2015].

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[18] Pharmacie de la Poulle. Accessible sur: www.pharmaciedelepoulle.com [consulté

le 19 février 2015].

[19]Hopitaux Universitaire de Genève: Chambres a inhaler et traitement

antiasthmatique. Accessible sur: www. pharmacie.hug-ge.ch [consulté le 19 février

2015].

[20] L’assurance maladie: sophia. Accessible sur: www.ameli-sophia.fr [consulté le 19

février 2015].

[21] Drexco Médical. Accessible sur: www.drexco-kine.fr [consulté le 19 février 2015].

[22] Agence française de securité sanitaire des produits de santé: Les médicaments

antivitamine K - Conseils pratiques pour le personnel soignant. Accessible sur:

www.ansm.sante.fr [consulté le 20 février 2015].

[23] Carnet d’information et de suivi du traitement avec antivitamine K. Accessible sur:

www.ansm.sante.fr [consulté le 20 février 2015].

[24] Club Rhumatologique pour l’Information Sur les arthropathies microcristalines.

Accessible sur: www.crisedegoutte.fr [consulté le 21 février 2015].

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ANNEXES

Annexe I – Exemple Carte Vitale

Annexe II – Vitrine présente à la Pharmacie Didot-Pernety le mois de mars.

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Annexe III – Espace dédié au rangement des médicaments.

Annexe IV – Tiroirs destinés à l’homéopathie.

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Annexe V – Carton Cyclamed

Annexe VI – Exemple d’ordonnance dispanser avec honnaires de dispensation

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Annexe VII – Exemple d’ordonnance bi-zone

Annexe VIII – Exemple d’ordonnance exception

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Annexe IX – Exemple d’ordonnance securisé

Annexe X – Herbotiserie

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Annexe XI – Synergies de huilles essencielles préparés à la pharmacie.

Annexe XII – Exemples de gammes de micronutrtion (Pileje et Solgar).