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Estágio Supervisionado III Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido Parceria: DISCENTES: Dionízia Moura Amorim Loirena do Carmo Moura Sousa Nágilla Gabriella Barbosa Euzébio Nayra Glaís Pereira Trindade Thaynara Viana Cavalcante Altamira – Pará 2013

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Estágio Supervisionado III Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido

Parceria:

DISCENTES:

Dionízia Moura Amorim

Loirena do Carmo Moura Sousa

Nágilla Gabriella Barbosa Euzébio

Nayra Glaís Pereira Trindade

Thaynara Viana Cavalcante

Altamira – Pará 2013

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Relatório – Estágio Supervisionado III

2

Dionízia Moura Amorim

Loirena do Carmo Moura Sousa

Nágilla Gabriella Barbosa Euzébio

Nayra Glaís Pereira Trindade

Thaynara Viana Cavalcante

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III:

GERENCIAMENTO DA EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO

Relatório apresentado à disciplina de Estágio

Supervisionado III, Faculdade de Engenharia

Florestal, Universidade Federal do Pará –

UFPA/Campus Altamira.

Coordenadores: Alessandra Doce e Vinícius

Paraense.

Altamira – PA

2013

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Relatório – Estágio Supervisionado III

3

A Deus, por ter nos iluminado e abençoado.

À Faculdade de Engenharia Florestal por nos proporcionar esse estágio,

especialmente à diretoria da Faculdade, Dra. Sandra Silva e Dr. Alisson Reis, pelos

esforços dispensados para que o estágio se tornasse possível.

A família Instituto Floresta Tropical - IFT pela competência, atenção, paciência e

dedicação dispensados para realização do estágio, nos dando mais confiança ao

desempenhar as atividades aprendidas em nossa vida profissional.

Nossos sinceros agradecimentos a todos os funcionários do IFT que nos

acompanharam durante o período em que estivemos no Centro de Treinamentos

Roberto Bauch e nos repassaram vossas experiências, e a todos que direto ou

indiretamente colaboraram com a nossa formação acadêmica e não mediram esforços

para o sucesso desse pequeno período de aprendizagem, que não seria possível sem a

colaboração e empenho de todos.

Em especial, aos cozinheiros José Roberto Carvalho e Sandoval Silva Cordeiro

(Sam), pelas delícias preparadas com todo carinho;

Ao coordenador operacional Eng. Florestal Paulo Bittencourt;

Aos técnicos florestais e agrícolas João Adriano Lima, André Miranda (Dodô),

Rone Parente, Marlei Nogueira e César Pinheiro;

Ao motorista Afonso Antônio de Almeida Neto;

Aos operadores instrutores Lindomar, Arivaldo Souza e Adalberto Ramos

(Roxinho);

Aos operadores de máquinas pesadas Janilson Barbosa (Mamoré), Manoel e

Paulo Costa (Rincon) e

Ao operador de skidder Laércio.

A Luiza Petri, por nos acompanhar nessa missão e pela gentileza em repassar

seus conhecimentos e esclarecer nossas dúvidas durante o período de realização do

estágio.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

4

“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo

valioso em todas as suas folhas.”

Johann Goethe

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Relatório – Estágio Supervisionado III

5

1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 11

2. HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO IFT ........................................................................................ 12

3. MODELOS DE EXPLORAÇÃO ............................................................................................... 13

4. EXPLORAÇÃO CONVENCIONAL.......................................................................................... 14

5. EXPLORAÇÃO TRADICIONAL ............................................................................................. 17

5.1. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS ................................... 18

5.2. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS MADEIREIROS ............................................. 20

5.2.1. Tipo de Transporte ............................................................................................................ 20

5.2.2. Métodos de beneficiamento da madeira.................................................................... 22

6. EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO ......................................................................... 24

6.1. LEGISLAÇÃO FLORESTAL ........................................................................................................ 24

6.2. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ..................................................................................... 26

6.3. MACROPLANEJAMENTO ............................................................................................................... 28

6.4. MICROPLANEJAMENTO ................................................................................................................. 30

6.5. ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS ......................................................................................... 30

6.5.1. Delimitação da UPA ................................................................................................................. 30

6.5.2. Inventário Florestal 100 % ................................................................................................... 31

6.5.3. Corte de cipós ............................................................................................................................ 33

6.5.4. Microzoneamento .................................................................................................................... 35

6.5.5. Processamento de Dados (Arc View) ............................................................................... 35

6.5.6. Instalação de Parcela Permanente .................................................................................... 36

6.5.7. Construção de Infraestrutura .............................................................................................. 38

6.5.7.1. Acampamento .................................................................................................................... 38

6.5.7.1. Planejamento Viário ........................................................................................................ 41

6.5.7.2. Estradas Permanentes ou Primárias ........................................................................ 42

6.5.7.3. Estradas Secundárias ...................................................................................................... 42

6.5.7.4. Número e Tamanho das Estradas .............................................................................. 42

6.5.7.5. Metodologia Aplicada para a Construção ............................................................... 43

Page 6: Relatório - Estágio Supervisionado III - Oficial 2.0.pdf

Relatório – Estágio Supervisionado III

6

6.5.7.6. Pátios de Estocagem ........................................................................................................ 44

6.5.7.7. Bueiros ................................................................................................................................. 46

6.5.7.8. Pontes ................................................................................................................................... 47

6.5.8. Sinalização da AMF .................................................................................................................. 48

6.6. ATIVIDADE EXPLORATÓRIA ........................................................................................................ 48

6.6.1. Seleção das espécies ................................................................................................................ 48

6.6.2. Exploração (corte e traçamento) ....................................................................................... 49

6.6.3. Planejamento e Construção de Ramais de Arraste ..................................................... 54

6.6.4. Romaneio ..................................................................................................................................... 56

6.6.5. Carregamento, transporte e descarregamento............................................................. 57

6.6.6. Procedimentos de controle da origem da madeira ..................................................... 58

6.7. ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS ......................................................................................... 60

6.7.1. Tratamentos Silviculturais ................................................................................................... 60

6.7.2. Enriquecimento Florestal ..................................................................................................... 60

6.7.2.1. Enriquecimento em áreas de cipó ............................................................................. 60

6.7.2.2. Enriquecimento em áreas de clareiras .................................................................... 61

6.7.3. Desbaste ....................................................................................................................................... 62

6.7.4. Anelamento................................................................................................................................. 64

6.7.5. Medição de Parcelas Permanentes .................................................................................... 65

6.7.6. Avaliação de Danos/Desperdício ....................................................................................... 67

6.7.7. Manutenção da Infraestrutura ............................................................................................ 72

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 73

8. LITERATURA CITADA ........................................................................................................... 73

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Relatório – Estágio Supervisionado III

7

Figura 1 – Placa de identificação do Centro de Manejo Florestal Roberto Bauch. 12

Figura 2 – Participantes do curso de Gerenciamento em Manejo Florestal de

Impacto Reduzido............................................................................................................. ................. 12

Figura 3 - Abertura de clareiras pela Exploração Convencional.................................. 15

Figura 4 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional........... 15

Figura 5 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional........... 16

Figura 6 - Corte tipo “mesa” realizada na Exploração Convencional.......................... 16

Figura 7 – Método de extração do óleo da copaíba............................................................ 20

Figura 8 – Trado utilizado para a extração do óleo da copaíba..................................... 20

Figura 9 – Estivas de madeira...................................................................................................... 21

Figura 10 – Colocação de óleo queimado no suporte que irá conduzir a tora........ 21

Figura 11 – Colocação da tora sobre o suporte.................................................................... 21

Figura 12 – Amarração da tora no suporte com cipós...................................................... 21

Figura 13 – Deslocamento da tora sob as estivas................................................................ 22

Figura 14 – Deslocamento da tora sob as estivas................................................................ 22

Figura 15 – Utilização do serrotão para o beneficiamento da madeira..................... 23

Figura 16 – Utilização do serrotão para o beneficiamento da madeira..................... 23

Figura 17 – Utilização da faca para retirar cavacos de madeira................................... 23

Figura 18 – Telhado feito com cavacos de madeira........................................................... 23

Figura 19 – Georreferenciamento da área...................................................................................... 29

Figura 20– Macroplanejamento da área de manejo florestal.................................................. 29

Figura 21 – Utilização da bússola para abertura da trilha de orientação................................ 31

Figura 22 – Demarcação da UPA............................................................................................................... 31

Figura 23 – Esquema de materialização das faixas, e sentido do levantamento de

campo.................................................................................................................................................................... 33

Figura 24 – Coleta de dados durante o Inventário Florestal......................................................... 33

Figura 25 – (A) e (B) Microzoneamento da área................................................................................ 35

Figura 26 – Modelo esquemático de demarcação de parcelas permanentes.......... 37

Figura 27 - Esquema de uma parcela permanente de monitoramento............................ 38

Figura 28 – (A) e (B) Estradas Florestais................................................................................ 41

Figura 29 – Planejamento de estrada secundária............................................................... 44

Figura 30 – Planejamento de um pátio no campo............................................................... 45

Figura 31 – Quebra e raspagem do material vegetal para as extremidades do

pátio.......................................................................................................................................................... 46

Figura 32 – Bueiro....................................................................................................................... .... 47

Figura 33 – Ponte.............................................................................................................................. 47

Figura 34 – (A) e (B) Análise das árvores selecionadas para corte............................. 49

Figura 35 – (A) e (B) Teste do oco............................................................................................. 50

Figura 36 – (A) e (B) Limpeza do tronco da árvore e abertura das rotas de fuga 51

Figura 37 – (A) e (B) Corte direcional...................................................................................... 52

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Relatório – Estágio Supervisionado III

8

Figura 38 – (A) e (B) Corte em escada..................................................................................... 52

Figura 39 – (A) e (B) Uso da cunha; (C) Corte do filete de abate; (D) Árvore

explorada.................................................................................................................... ........................... 53

Figura 40 – (A) Recolocando a plaqueta de identificação; (B) Sinalização da

direção da queda da árvore no mapa......................................................................................... 54

Figura 41 – (A) e (B) Sinalização do ramal de arraste no mapa................................... 55

Figura 42 – (A) e (B) Sinalização com fitas coloridas do ramal de arraste.............. 55

Figura 43 – (A) e (B) Arraste de torras com Skidder......................................................... 56

Figura 44 – (A) Romaneio das toras; (B) Sinalização das toras.................................... 56

Figura 45 – (A) e (B) Carregamento dos caminhões.......................................................... 57

Figura 46 – Árvore identificada no IF 100%......................................................................... 58

Figura 47 – Identificação da tora após o abate..................................................................... 58

Figura 48 – Sinalização das toras após o romaneio........................................................... 59

Figura 49 – (A) e (B) Enriquecimento em área de cipós.................................................. 61

Figura 50 – Área de clareira em que foi realizado plantio de enriquecimento...... 62

Figura 51 – Esquema de um desbaste sistemático............................................................. 63

Figura 52 – Esquema de um desbaste seletivo..................................................................... 63

Figura 53 – (A) e (B) Anelamento realizado nas árvores................................................ 64

Figura 54 – (A) e (B) Mediça o do DAP das a rvores em parcelas permanentes...... 66

Figura 55 – Esquema de avaliação de danos na copa........................................................ 67

Figura 56 – Esquema de avaliação de danos no fuste....................................................... 68

Figura 57 – Esquema de avaliação da saúde da árvore.................................................... 68

Figura 58 – Esquema de tipos de corte.................................................................................... 69 Figura 59 – (A) Altura do toco; (B) Esquema de desperdícios durante o corte..... 69 Figura 60 – Tipos de desperdícios na tora............................................................................. 70 Figura 61 – Desperdícios na copa.............................................................................................. 70 Figura 62 – Desperdícios nos galhos........................................................................................ 71 Figura 63 – (A) e (B) Manutenção de Estradas.................................................................... 72

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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AMF – Área de Manejo Florestal

APP - Áreas de Preservação Permanente

ARL - Área de Reserva Legal

ART - Análise de Risco de Tarefa

CAI - Comunicação de Acidentes e Incidentes

CMFRB - Centro de Treinamento em Manejo Florestal Roberto Bauch

CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente

DAP - Diâmetro a Altura do Peito

DDS - Diálogo Diário de Segurança

DMC - Diâmetro Mínimo de Corte

DOF - Documento de Origem Florestal

EIR - Exploração de Impacto Reduzido

EPI - Equipamento de Proteção Individual

FFT - Fundação Floresta Tropical

GE - Curso de Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido

GF - Guia Florestal

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IF - Inventário Florestal

IFT - Instituto Floresta Tropical

IN - Instrução Normativa

IS - Inspeção de Segurança

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MFC - Manejo Florestal Comunitário

MFS - Manejo Florestal Sustentável

NE - Norma de Execução

NR - Norma Regulamentadora

ONG - Organização não governamental

OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PFNM - Produtos Florestais Não Madeireiros

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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PMFS - Plano de Manejo Florestal Sustentável

PPRA - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais

RS - Reunião de Segurança

SEMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais

SST - Segurança e Saúde no Trabalho

TFF - Tropical Forest Foundation

TS - Treinamento de Segurança

UPA - Unidade de Produção Anual

UT - Unidade de Trabalho

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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1. APRESENTAÇÃO

Bioma Amazônia estende-se ao longo de nove países da América do Sul, por

uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, o Brasil abriga

63%, ou seja, 4 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, há dois conceitos

de Amazônia: Bioma Amazônia e Amazônia Legal. O Bioma Amazônia, caracterizado pela

cobertura florestal, possui aproximadamente 4 milhões de quilômetros quadrados, o

que corresponde a 49% do território brasileiro. Sua área compreende os Estados do

Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e parte dos territórios do Maranhão, Mato

Grosso, Rondônia e Tocantins (PEREIRA et al., 2010).

A floresta Amazônica apresenta uma alta biodiversidade, sendo, portanto, um

ecossistema extremamente complexo e delicado. Sendo necessário manejá-la de forma

correta para que não haja a perda biodiversidade, por ações antrópicas como o

desmatamento e destruição de sítios arqueológicos, entre outras intervenções que vem

ocorrendo intensamente na Amazônia. Para realização do manejo mais adequado deve

haver planejamento das atividades a serem realizadas, pensando nisso, a partir da

década de 1990 começou-se a serem implantados os Planos de Manejo Florestal

Sustentável na Amazônia.

De acordo com a Resolução do CONAMA nº 406, de 02 de Fevereiro de 2009,

entende-se como Manejo Florestal Sustentável (MFS):

[...] administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies.

Portanto, uma floresta bem manejada continuará oferecendo suas riquezas para

as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos renováveis.

Segundo Barroso et al. (2011), a exploração madeireira por meio do MFS tem sido

sugerida como forma de conciliar a exploração e a conservação dos recursos naturais.

Essa prática envolve basicamente o planejamento das atividades de corte, arraste e

tratamentos silviculturais que causam diferentes tipos de impacto na floresta

remanescente, no solo e na fauna, colocando em risco a sustentabilidade do processo.

Nesse contexto, os discentes do curso de Engenharia Florestal da Universidade

Federal do Pará, Campus Altamira, tiveram a oportunidade de realizar o curso de

Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido (GE), no período de 23 a 29 de

O

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Relatório – Estágio Supervisionado III

12

setembro 2012, realizado no Centro de Treinamento em Manejo Florestal Roberto

Bauch (CMFRB), localizado na Fazenda Cauaxi, no município de Paragominas – PA.

O curso teve duração de uma semana, incluindo a apresentação de palestras e

práticas de campo em todas as etapas do Manejo Florestal, além de visitas a

experimentos e áreas demonstrativas conduzidas pelo IFT desde 1996. Foram

mostradas áreas sob exploração convencional, o modelo tradicional e as atividades do

Manejo Florestal de Impacto Reduzido (Fase pré-Exploratória, Exploratória e Pós-

Exploratória). Assim, teve-se a oportunidade de acompanhar de perto o gerenciamento

do Manejo Florestal Sustentável, cumprindo assim, o objetivo do Estágio Supervisionado

III.

2. HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO IFT

O Instituto Floresta Tropical (IFT) surgiu a partir do trabalho da Fundação

Floresta Tropical (FFT), criada em 1994, como subsidiária da ONG estadunidense

Tropical Forest Foundation (TFF) no Brasil, inicialmente tinha por objetivo idealizar

áreas demonstrativas em Manejo Florestal Sustentável e Exploração de Impacto

Reduzido (MFS – EIR) na Amazônia Brasileira, contudo, a FFT percebeu que era ainda

insuficiente a mão-de-obra qualificada para a implementação dessas práticas. Foi então

que, em 1995, buscou apoio da Fundação Caterpillar para montar um programa de

capacitação e treinamento em Manejo Florestal. Em 2006, o IFT foi reconhecido como

uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira que

promove o manejo florestal das florestas amazônicas através da educação, pesquisa e

Figura 1 – Placa de identificação do Centro de Manejo Florestal Roberto Bauch.

Figura 2 – Participantes do curso de Gerenciamento em Manejo Florestal de Impacto Reduzido.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

13

extensão. É considerado um centro de excelência na disseminação e aprimoramento do

Manejo Florestal na Amazônia, sendo reconhecido internacionalmente por sua missão:

“Promover a adoção de boas práticas de manejo florestal, contribuindo para a

conservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população”.

Dentre os vários programas que o IFT vem atuando, o Programa de Capacitação e

Treinamento, é dinâmico, agradável, prático e adaptável. Em que, os cursos são

formatados para acolher diferentes atores, desde trabalhadores da exploração florestal e

operadores de máquinas pesadas, até tomadores de decisão, agentes do governo,

engenheiros, auditores, técnicos do nível médio e estudantes de Engenharia Florestal.

Além disso, esse programa foi desenvolvido para incorporar as lições aprendidas, que

incluem tanto as pesquisas aplicadas quanto os conhecimentos tradicionais e empíricos

de instrutores e colaboradores, e foi adaptado a diferentes tipos de floresta e aspectos

socioeconômicos.

3. MODELOS DE EXPLORAÇÃO

Segundo Cunha e Almeida (2001), nos últimos 40 anos a colonização da

Amazônia tem sido marcada pela degradação de seus recursos naturais, sobretudo, com

a derrubada de suas áreas de florestas e empobrecimento de seus solos. No entanto,

atualmente essa região vem experimentando novas alternativas de desenvolvimento e

novas estratégias de uso de recursos, que têm por objetivo permitir uma exploração

sustentável dos recursos naturais, paralelo ao desenvolvimento social e econômico das

populações nela residentes.

Quanto à utilização dos recursos florestais, especificamente os madeireiros,

podemos citar três métodos:

Exploração de Impacto Reduzido

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Relatório – Estágio Supervisionado III

14

Exploração convencional - Geralmente praticada por madeireiros de forma

ilegal e sem planejamento, não havendo preocupação com a sustentabilidade do meio

ambiente, visando apenas o lucro imediato.

Exploração tradicional - Realizada por comunidades extrativistas, através do

uso de materiais e equipamentos rústicos, como por exemplo, o machado e o serrotão

para processamento da madeira, e o rodado, estrutura rústica confeccionada pelos

próprios extrativistas, movimentado por duas rodas, para o transporte da mesma.

Sendo, considerada de baixo impacto por não causar tantos danos ao meio ambiente, na

maioria das vezes consistindo apenas em uma atividade de subsistência.

Exploração de Impacto Reduzido - Geralmente realizada por manejadores,

embasada no planejamento prévio da atividade, através de técnicas sustentáveis, que

visam a diminuição dos danos e impactos à floresta, e a melhoria da sustentabilidade

econômica e social das práticas utilizadas.

4. EXPLORAÇÃO CONVENCIONAL

Durante o regime militar, a Amazônia com seu imenso estoque de recursos

naturais e seus vastos “espaços vazios”, foi considerada pelos governos militares um

meio para resolver rapidamente problemas de toda a ordem, ou seja, econômicos,

sociais e geopolíticos. De tal modo que, políticas de desenvolvimento foram formuladas e

implementadas com o objetivo de maximizar as imediatas vantagens econômicas, em

que, a integração se tornou o princípio básico do governo militar por ser considerada

uma condição essencial para a segurança nacional, simbolizada no slogan “integrar para

não entregar”. Todavia, estas estratégias de desenvolvimento geraram impactos sociais e

ambientais adversos nas áreas rurais e urbanas da Amazônia (SERRA E FERNÁNDEZ,

2004). Acerca desse tema, Homma (1993), com base nas estimativas populacionais do

IBGE, constata que houve influência do processo migratório sobre os desmatamentos

ocorridos no Norte brasileiro, tendo como causa principal a abertura de áreas para

lavouras temporárias, realizadas por pequenos agricultores, através da utilização dos

recursos naturais de forma predatória, predominando o uso de queimadas e do

desmatamento intensivo.

Acredita-se ainda que, a abertura de estradas também foi um fator que provocou

um grande aumento na exploração dos recursos, bem como, a grilagem de terras. Não se

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Relatório – Estágio Supervisionado III

15

descartando a possibilidade de haver um maior número de estradas abertas por

madeireiros do que estradas federais e estaduais na Amazônia.

Em suma, o objetivo da Exploração Convencional não é a priori a madeira, e sim a

abertura de grandes áreas de pastagens para a criação de gado ou para a implantação da

agricultura.

No que concerne ao cenário da exploração convencional na Amazônia, podemos

citar dois tipos: Exploração Convencional Legal e a Exploração Convencional Ilegal.

Exploração Convencional Legal - Atua sob Plano de Manejo Florestal aprovado

pelo órgão ambiental responsável (SEMA ou IBAMA); possui um sistema de exploração

sem planejamento; desrespeita as leis ambientais e sociais, objetivando apenas a

obtenção de lucro em curto prazo (chegando a explorar até sessenta árvores por dia,

com uma carga horária de dez horas); carga de trabalho excessiva; falta de técnica

operacional; alto risco de acidentes; grandes desperdícios, estima-se que a cada 20m³ de

madeira explorada 1m³ é desperdiçado, seja devido a altura do corte ou a falta de

conhecimento técnico; e ausência de monitoramento especializado nas atividades

florestais.

Exploração Convencional Ilegal - Não possui Plano de Manejo Florestal;

condiciona os trabalhadores a uma carga horária de trabalho excessiva; provoca a

aceleração da depreciação das máquinas utilizadas; além de ser realizada sem

planejamento, aumentando os danos e os desperdícios da atividade (ver Figura 3, 4, 5 e

6).

Figura 3 - Abertura de clareiras pela Exploração Convencional.

Figura 4 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional.

Page 16: Relatório - Estágio Supervisionado III - Oficial 2.0.pdf

Relatório – Estágio Supervisionado III

16

Em suma, a partir do conhecimento obtido através das palestras ministradas

durante o curso e pela visita em campo a uma área submetida à exploração

convencional, podemos constatar que as principais características desse tipo de

exploração são:

Pátios muito grandes: geralmente de 40 x 30 m, havendo uma grande

movimentação de máquinas, em que, árvores são arrastadas inteiras, além de

haver grandes danos laterais;

Dossel muito aberto: havendo a incidência de uma grande quantidade de

espécies pioneiras;

Falta de planejamento: a exploração é realizada sem qualquer planejamento,

geralmente até árvores ocadas são exploradas, por não haver o teste do oco, além

disso, são deixados muitos resíduos nos pátios;

Danos às árvores adjacentes as árvores exploradas: na maioria dos casos, são

causados danos irreversíveis a essas árvores, devido, sobretudo, a não adoção do

corte direcional;

Estradas construídas sem planejamento: normalmente as estradas só são

construídas após o início da exploração, possuem muitas curvas e são bastante

profundas;

Infraestrutura construída sem planejamento: os ramais de arraste que

deveriam ser temporários, acabam se tornando permanentes, além disso, as

estradas são construídas sem a preocupação de manter as Áreas de Preservação

Permanente (APP) como, rios, lagos, igarapés, olhos d’água, entre outros, as

Figura 5 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional.

Figura 6 - Corte tipo “mesa” realizada na Exploração Convencional.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

17

árvores são empilhadas dos dois lados da estrada, oferecendo risco de acidentes

aos trabalhadores;

Árvores abandonadas no pátio: causado, principalmente por não haver seleção

das espécies que serão exploradas, ou até mesmo, pelo desconhecimento de quais

espécies estão sendo exploradas, fazendo com que muitas vezes as árvores

consideradas de baixo valor comercial sejam abandonadas nos pátios de

estocagem, provocando-se ao final, muitos danos sem que haja qualquer

aproveitamento;

Toco muito alto: geralmente a altura de corte é escolhida levando em

consideração àquela que proporcionará melhor conforto ao operador, havendo

um grande desperdício de madeira;

Não é realizado o corte de cipós: aumentando os danos à floresta,

especialmente, as árvores remanescentes; e

Árvores exploradas em reboleiras: devido à falta de planejamento, as árvores

são exploradas muito próximas umas as outras, visando também o deslocamento

do operador a pequenas distâncias.

5. EXPLORAÇÃO TRADICIONAL

Sabe-se que, a extração de produtos florestais é realizada há mais de três séculos

por populações tradicionais da Amazônia Brasileira como fonte de subsistência e de

renda. Entre estes produtos, destacam-se o látex (Hevea brasiliensis), a castanha

(Bertholetia excelsa), o açaí e palmito (Euterpe orelacea), e produtos madeireiros

beneficiados de forma artesanal como vigas, estacas, madeiras lavradas e telhas de

madeira. As técnicas para a extração destes produtos foram desenvolvidas de forma

empírica durante muitas gerações, e ainda hoje ocorrem de forma manual e em pequena

intensidade.

A exploração tradicional é definida como os métodos de retirada dos recursos da

floresta, madeireiro ou não madeireiro, realizada por populações que vivem

tradicionalmente da floresta. Sendo que, as principais características desse tipo de

exploração são: adoção de conhecimento empírico, mão de obra familiar, execução da

atividade sem assistência técnica, baixa produção, consequentemente, baixo custo e

baixo impacto.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

18

Segundo Berkes (1999), ao considerar as características das populações

tradicionais e a produção dos seus conhecimentos, torna-se perceptível a relação de

dependência entre ambos e a dependência dos mesmos com os recursos naturais. A

partir de 1990, as questões ambientais contemporâneas influenciaram o

desenvolvimento da análise dessa relação por meio de uma perspectiva mais

abrangente, gerando a possibilidade da associação entre a conservação de alguns

recursos naturais com os conhecimentos e práticas dessas populações.

O manejo florestal tem conquistado cada vez mais espaço como alternativa para

comunidades rurais na América Latina. Devido principalmente pela importância relativa

da floresta para mais de 250 milhões de pessoas, bem como pela extensa área

(aproximadamente 25 % da cobertura florestal) sob domínio de populações tradicionais

e camponeses. Nesse sentido, tem-se presenciado um movimento de expansão do

manejo florestal comunitário na Região. Este fenômeno vem sendo impulsionado por

governos, doadores, ONG’s e organizações comunitárias e implementado sob diferentes

arranjos técnicos, político, institucional e social (AMARAL e AMARAL NETO, 2005).

De modo geral, é crescente a discussão sobre a importância das populações

tradicionais para o manejo florestal sustentável, sendo que, um indício do

reconhecimento de tal importância tem sido o surgimento de várias iniciativas de

manejo florestal envolvendo comunidades. Pois, de fato inúmeras pesquisas concluem

que o uso sustentável dos recursos naturais tem importante papel na conservação da

floresta amazônica. De modo que, o conceito de sustentabilidade ecológica, que se refere

a capacidade de uma população ocupar determinada área e explorar os recursos

naturais sem ameaçar a integridade ecológica do seu ambiente, vem sendo consolidado

como um novo referencial científico: a relação entre as populações humanas e o meio

ambiente. Sendo que, uma estratégia bastante utilizada para apoiar as populações da

floresta na conservação dos recursos naturais e a melhorar seus meios de vida é a

promoção do Manejo Florestal Comunitário (MFC).

5.1. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS

Segundo Balzon et al. (2004), o desenvolvimento florestal, antes limitado apenas

pela utilização da madeira, vem sendo complementado pela utilização dos produtos

florestais não madeireiros (PFNM), juntamente com o aumento de sua relevância

econômica e seu potencial de mercado, criando oportunidades para gerar renda e

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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trabalho aos extrativistas, e ao mesmo tempo, compatibilizando com o manejo

sustentado da floresta.

Os PFNM, como óleos fixos e essenciais, frutos, amêndoas, fibras, corantes, plantas

fitoterapêuticas e outros, são de ocorrência abundante nas florestas tropicais e

consistem em uma fonte de renda alternativa para milhares de famílias que vivem da

agricultura familiar.

Segundo Borges e Braz (1998 apud BALZON et al., 2004), a extração dos PFNM é

uma prática que mantém a estrutura da floresta intacta e tem surgido como um meio

capaz de harmonizar os papéis conflitantes das florestas tropicais. No entanto, para

Figueiredo e Wadt (2000), a prática de manejo dos produtos florestais tem os cultivos

domesticados como um fortíssimo concorrente, visto que muitas vezes apresentam

condições de ofertar em escala de mercado os mesmos produtos, o que desestimula o

pequeno extrativista.

De acordo com Santos et al. (2003), os PFNM representam hoje um dos grupos

mais desafiadores do ponto de vista mercadológico, graças a seu número, variedade de

usos e diferenciação de outros produtos básicos. O mercado desses produtos florestais é

ainda recente e tem muito que ser desenvolvido e explorado, apresentando-se de forma

bastante instável, concentrando-se hora em alguns produtos, hora em outros. Nesse

sentido, Gonçalo (2006) corrobora que, os estudos sobre os mercados para esses

produtos são ainda insuficientes para atender a demanda crescente de informações que

os produtores de base familiar necessitam para organizar a produção e melhorar a

renda nas suas unidades produtivas.

A copaíba é uma árvore muito importante na vida de ribeirinhos e de povos que

vivem em áreas de floresta, pode estar ameaçada por práticas que não são as mais

adequadas para a retirada de seu óleo (REGINA, 2008). Nesse sentido, durante o período

do estágio foi demonstrado a forma correta de como extrair o óleo de copaíba,

primeiramente, deve-se escolher as árvores com mais de trinta centímetros de diâmetro,

posteriormente, é preciso fazer o furo com o trado, ajustar uma mangueira até o

recipiente da coleta e depois fechar o furo para evitar contaminação por insetos e

desperdício do óleo. Vale ressaltar que, para garantir a qualidade do óleo de copaíba o

produto deve ser coado e acondicionado em recipiente limpo e seco e deve ficar

guardado em um local seco e protegido da luz solar até ser levado ao ponto de venda.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

20

5.2. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS MADEIREIROS

Segundo Souza (1992) o trabalho florestal no sistema tradicional é caracterizado

pela sua grande exigência física, por ser pesado e geralmente com alto risco de

acidentes, principalmente pelo meio ambiente rústico e pelas grandes dimensões do

produto que é tratado, a árvore. É considerado como um dos trabalhos mais pesados e

de mais alto risco de acidentes entre as atividades industriais brasileiras.

5.2.1. Tipo de Transporte

O transporte da madeira em tora no sistema tradicional depende das

características do local, área de várzea, áreas influenciadas pela cheia dos rios, ou área

de terra firme.

Em casos de áreas de várzea, geralmente, o transporte de madeira em tora é em

forma de jangada até as localidades vizinhas. Vale ressaltar que, nessa forma de

transporte, devem-se alternar as espécies “mais leves”, utilizadas principalmente nas

indústrias de lâminas, e as espécies “mais pesadas”, utilizadas nas serrarias. Outra

alterativa para esse tipo de ambiente é a utilização do método tartaruga, que é uma

embarcação adaptada com motor a diesel e guincho mecânico para arraste de toras,

contudo, este método possui operação com alto grau de riscos de acidentes.

Por outro lado, o transporte da madeira em tora em área de terra firme, pode ser

manual ou com utilização de caminhão catraca. A respeito dos métodos manuais,

podemos citar o método do calando e da madeira bolada:

Figura 7 – Método de extração do óleo

da copaíba.

Figura 8 – Trado utilizado para a

extração do óleo da copaíba.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Calango: sistema de transporte normalmente utilizado a curta distância, para

conduzir a madeira em tora até as margens de um rio ou até as estradas principais.

Consiste na construção de uma estiva em forma de trilho, feita com varas. Em que, a tora

é colocada em um suporte, também confeccionado com varas. Sendo deslizada sobre as

estivas até o destino final. Geralmente, é feito em forma de troca de dias trabalhado; e

Madeira bolada: consiste na retirada de tora sobre estiva, em especial para

espécie para laminado. Vale ressaltar que, esse tipo de transporte requer ramais largos,

já que, deve ser feito em função da largura da tora a ser transportada.

O método demonstrado durante o estágio foi o método calango, em que, todos os

participantes do curso tiveram que atuar na execução do mesmo, conforme as fotos a

seguir:

Figura 9 – Estivas de madeira. Figura 10 – Colocação de óleo queimado

no suporte que irá conduzir a tora.

Figura 11 – Colocação da tora sobre o

suporte.

Figura 12 – Amarração da tora no

suporte com cipós.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Quanto ao transporte com caminhão catraca, geralmente são utilizados

caminhões velhos e, por isso, financeiramente mais acessíveis para as comunidades. Por

seu tempo de uso, geralmente apresentam alto custo de manutenção e, em muitos casos,

não têm documentos.

Até o momento foi tratado apenas do método de transporte para a madeira em

tora, contudo, tradicionalmente também há métodos para o transporte da madeira

serrada (processada), como o método da zorra, que utiliza tração animal para transportar madeira desdobrada com motosserra:

Zorra: é um sistema composto por uma carroça com rodas e um animal para a

tração (gado ou búfalo). Em que, a madeira é embarcada na carroça que é puxada pelo

animal até o local final.

5.2.2. Métodos de beneficiamento da madeira

Geralmente, a serragem e o beneficiamento da madeira são realizados no próprio

local de queda da árvore, utilizando-se serrotão, machado e motosserra para desdobro,

sendo que, dependendo das condições da comunidade, a serragem da madeira pode ser

realizada através da utilização de uma serraria portátil.

Serrotão: É um serrote grande manuseado por duas pessoas. Utilizado durante

vários anos pelos serradores de madeira em prancha, contudo, atualmente é uma prática

pouco utilizada. De acordo com Medina (2003) apesar da fabricação de prancha com

serrotão ter representado uma importante fonte de renda para as populações

tradicionais, serrar as pranchas no serrotão é um trabalho penoso, longo e exaustivo.

Figura 13 – Deslocamento da tora sob

as estivas.

Figura 14 – Deslocamento da tora sob

as estivas.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Machado: É uma ferramenta originária do martelo, devendo ter pelo menos uma

das extremidades amoladas e própria para o corte, sendo, portanto um martelo

concebido para o corte e derrubamento e beneficiamento de árvores, entre outras ações.

Tradicionalmente é utilizado para retirar estacas, postes, caibros, pranchões, e etc.

Faca para retirar cavacos: As ferramentas utilizadas para confeccionar o cavaco

são o porrete de madeira, um facão e a faca de tirar cavaco. O método para a produção

de cavaco deve seguir as seguintes etapas: Primeiramente, deve-se prender as secções

de madeira em dois piquetes, para que a peça fique fixa, em seguida, deve-se apoiar a

peça com a ponta de um dos pés, fixar a faca de cavaco na mesma e, com o auxílio de um

porrete de madeira, bater na parte superior da faca (porção sem corte) até que o cavaco

se desprenda da peça, após realizar esse procedimento, deve-se remover farpas e

irregularidades no cavaco, realizada por um auxiliar equipado com um facão.

Figura 15 – Utilização do serrotão para

o beneficiamento da madeira.

Figura 16 – Utilização do serrotão para

o beneficiamento da madeira.

Figura 17 – Utilização da faca para

retirar cavacos de madeira. Figura 18 – Telhado feito com cavacos

de madeira.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Motosserra: Ainda é uma prática em larga escala para o desdobramento da

madeira em prancha, caibros, ripas, tábuas, e etc. No processo de serragem da madeira

com o uso da motosserra a árvore é serrada em tora de acordo com o comprimento

desejado para as peças. Em seguida marca-se a tora com uma linha (barbante) envolvida

em óleo queimado (óleo lubrificante já usado e com coloração escura). A primeira

serragem divide a tora em duas partes (bandas) que são posicionadas com o lado da

serragem para cima. Novamente a madeira é marcada com o barbante nas laterais para a

primeira serragem de retirada do brancal (alburno) de ambos os lados da banda. A

partir desse procedimento são retiradas as peças que sofrem um segundo corte na parte

que fica para o lado de baixo da serragem. O corte para a retirada das peças é sinalizado

com a utilização do “graminho” – instrumento feito de madeira em formato de “L” com

um prego fixado de acordo com a espessura da peça, com a ponta saliente cerca de 1mm.

De acordo com Rodrigues (2004) a motosserra é uma das máquinas que mais

influenciaram a mecanização da colheita florestal, substituindo o machado e a serra

manual (traçador) nas operações de derrubada, no desgalhamento, traçamento e

destopamento de madeira. Apesar da evolução tecnológica no setor florestal, onde se

utilizam sofisticadas máquinas, muitas das quais importadas, a motosserra continua

sendo largamente utilizada. Na atividade madeireira, cerca de 60% das empresas

florestais brasileiras utilizam a motosserra nas operações de corte florestal.

Mecanizado ou equipamento adaptado: Para maior qualidade e produtividade,

algumas comunidades utilizam Serrarias Portáteis (Lucas Mil) e Ecoserra Flex. São

máquinas para desdobro de toras extremamente portáteis que oferecem facilidade de

operação, manutenção e transporte e mesmo assim não deixam nada de desejar em

termos de produtividade e qualidade. Não havendo a necessidade de abrir estradas de

arraste, porque a máquina pode ser levada (ate carregada por homens) para dentro da

floresta. No local onde a árvore foi derrubada monta-se então a serra em cima da tora.

Assim a movimentação de toras pesadas é evitada. Os resíduos como pó de serra ficam

na floresta servem como nutrientes para a renovação da vegetação remanescente.

6. EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO

6.1. LEGISLAÇÃO FLORESTAL

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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O manejo florestal é regido por algumas principais legislações: IN/MMA 05 de

2006, NE/IBAMA 01 de 2007 e Resolução do CONAMA nº 406/2009. O Art. 7º da

IN/MMA 05 de 11 de Dezembro de 2006, estabelece que para o PMFS o diâmetro

mínimo de corte (DMC) adotado seja de 50 cm (DAP ≥50 cm), bem como o Art. 6º da

Resolução do CONAMA 406, de 2 de Fevereiro de 2009, que determina que o DMC deva

ser 50 cm para todas as espécies comerciais que serão manejadas.

A resolução do CONAMA nº 406, de 2 de Fevereiro de 2009, estabelece que todas

as espécies a serem manejadas devem apresentar diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 50

cm. Esta mesma legislação, também, estabelece que o PMFS deva atender as exigências

quanto ao critério de raridade, portanto, devendo ser mantidas 10 % do total de

indivíduos arbóreos das espécies selecionadas para exploração ou realizar a

manutenção de todos os indivíduos arbóreos das espécies, cujo número de indivíduos

com DAP ≥ 50 cm seja igual ou inferior a três indivíduos por 100 ha de área de efetiva

exploração da UPA. A intensidade de corte prevista na resolução citada anteriormente,

não poderá exceder 30 m3.ha-1, bem como o ciclo de corte não poderá exceder 35 anos.

Há restrições à exploração de algumas espécies. A IN/MMA nº 06 de 23 de

Setembro de 2008, prevê a proteção de algumas espécies da flora brasileira, visto que

estão ameaçadas de em extinção (vulneráveis). Nesta lista, encontra-se a castanheira

(Bertholletia excelsa Kunth) e o Roxinho (Peltogyne leicointei). E o Decreto Federal nº

5.975 de 30 de Novembro de 2006, em seu Art. 29, diz que a seringueira (Hevea sp.) não

é passível de exploração.

As áreas de preservação permanentes de um PMFS devem está em consonância

com a Resolução do CONAMA nº 303 de 20 de Março de 2002, que dispõe as definições,

parâmetros e limites das APPs, estabelecendo que essas áreas devem ser preservadas.

A IN/IBAMA nº 93 de 3 Março de 2006, dispõe sobre a necessidade da

apresentação de mapas e informações georreferenciadas quanto a localização da área de

reserva legal (ARL) da propriedade e áreas sob regime de manejo florestal e suas

respectivas subdivisões.

Para retirar e transportar madeira em toras das AMF é necessário a emissão de

uma Guia Florestal (GF), assim como previsto na IN/IBAMA nº 112 de 21 de Agosto de

2006 e IN/SEMA nº 12 de 30 de Novembro de 2006, a primeira define produtos

florestais e como se deve proceder para transportar-los agindo em conformidade com a

lei, através da emissão do Documento de Origem Florestal (DOF); a segunda estabelece

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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normas e procedimentos para disciplinar o uso da GF para transporte de produtos e/ou

subprodutos de origem florestal do estado do Pará.

Para tanto, para a elaboração de um PMFS é necessário levar em consideração

essas legislações, para que possa atender as exigências previstas em lei e para a boa

execução do manejo florestal.

6.2. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Para a exploração racional da floresta é imprescindível o planejamento das

atividades, para avaliar a viabilidade da realização do manejo florestal e redução

considerável dos riscos de acidentes e danos e desperdícios a floresta remanescente.

Para (IFT, 2010), é necessário que a empresa adote um programa de treinamento

voltado para a qualificação e conscientização dos funcionários, abordando as atividades

do manejo florestal, especificando os riscos e suas respectivas medidas preventivas e

listando os aspectos importantes para a manutenção da qualidade do plano de saúde e

segurança. Desse modo, Nogueira, Lentini e Espada (2010), afirmam que os aspectos de

segurança e saúde no trabalho (SST) no manejo florestal, tem sido um dos focos

principais de disseminação e aprimoramento por parte do IFT e a definição e

operacionalização de um programa eficiente de SST, envolve três aspectos chaves:

treinamento, para que os trabalhadores incorporem técnicas e rotinas de forma

participativa e democrática; identificação dos riscos e das particularidades existentes

em cada empreendimento com o mapeamento das responsabilidades de cada membro

da equipe; avaliação e monitoramento contínuo dos acidentes e incidentes ocorridos

para aprimorar o próprio programa de SST.

As principais causas de acidente no trabalho são: inadaptação para a função,

fatores circunstanciais, desconhecimento dos riscos da função ou forma de evitá-los,

desajustamento e personalidade (INAM, 2005 apud COSTA e ZANDONADI, s/d). E os

principais fatores que levam a falta de segurança no ambiente de trabalho: falta de

treinamento adequado, deficiência de planejamento de atividades, condições inseguras

no trabalho, pouco envolvimento direto da alta administração, nos assuntos de

segurança do trabalho.

O manual técnico 1 do IFT (2010) classificou os riscos em diferentes tipos, sendo:

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Relatório – Estágio Supervisionado III

27

Tabela 1 - Classificação de riscos. P Riscos para a saúde e integridade dos trabalhadores e profissionais florestais

M Riscos para as máquinas e equipamentos florestais

A Riscos para a integridade da floresta e do ambiente

Na tabela 2, estão descritos os riscos gerais e situações de perigo mais comuns

existentes em ambientes de florestas e em acampamentos florestais, bem como sua

classificação, intensidade e medidas preventivas.

Tabela 2 - Riscos gerais enfrentados por trabalhadores em florestas.

Riscos Gerais Tipo Intensidade Medidas Preventivas

Acidentes por imperícia na execução de

atividades e de uso de equipamentos

P, M, A 3 Treinar funcionários antes de

exercerem a função

Acidentes diversos devido a clima desfavorável

(vendavais, chuva, lama, etc.)

P, M 2

Avaliar riscos e paralisar a operação, se necessário

Treinar funcionários em primeiros socorros

Acidentes causados pela sobreposição de

operações (corte, planejamento de

arraste, arraste, etc.)

P, M 3

Planejar intervalos de segurança entre operação e sinalização

Definir limite de segurança (temporal, espacial) entre operações

Acidentes devido a incêndios em máquinas

P, M, A 2

Máquinas equipadas com extintores dentro dos prazos de validade

Manutenção diária, semanal e periódica, evitando o acúmulo de

combustível durante operação

Acidentes com produtos químicos

usados no acampamento e na

floresta

P, M, A 2

Permitir o manuseio apenas por pessoal especializado/treinado

Não reaproveitar recipientes

Acidentes do trânsito dentro da floresta

P, M 3 Máquinas equipadas com sirenes de

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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(atropelamentos, colisões, etc.)

Orientar os trabalhadores para conduzir com cautela e seguir recomendações técnicas das

máquinas

Usar cintos de segurança nos veículos

Manter limite de distância segura da máquina

Sinalizar local da operação com máquinas (cones, faixas, placas, etc.)

Acidentes naturais do trabalho na floresta,

entre os quais: a) Animais peçonhentos; b) Obstáculos (tocos,

galhos, cipós); c) Queda de frutos

P, M 3

Orientação prévia dos trabalhadores acerca dos riscos da operação na

floresta

Uso de EPIs

Manuseio de ferramentas cortantes

(facões, foices e outros) P, M 3

Cortar cipós fazendo movimento em sentido contrário ao do corpo

Cuidados especiais ao amolar ferramentas cortantes

Uso de bainhas nos facões

Em trabalhos em grupos, definir uma distância segura entre os

trabalhadores

Perfuração por tocos P, M 3 Corte da vegetação deve ser feito a 1

m de altura

Existem algumas ações preventivas e de sensibilização que podem ser

exercitadas: Diálogo Diário de Segurança (DDS), Análise de Risco de Tarefa (ART),

Comunicação de Acidentes e Incidentes (CAI), Inspeção de Segurança (IS), Reunião de

Segurança (RS) e Treinamento de Segurança (TS).

A segurança e saúde no trabalho são regulamentadas pela Norma

Regulamentadora - NR 31/2005.

6.3. MACROPLANEJAMENTO

De modo geral, o macroplanejamento é a etapa inicial para a realização do

manejo florestal. Nesta etapa serão selecionadas áreas aptas ao manejo, logo após deve-

se quantificar o potencial da floresta para o manejo; avaliar da viabilidade econômica do

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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empreendimento; definir e dimensionar as infraestruturas gerais e definir estratégias de

gerenciamento da floresta.

No macroplanejamento deverão ser levantadas as informações espaciais da área,

como a localização da Área de Manejo Florestal via imagens e/ou cartas topográficas e

identificar e localizar as vias de acesso à área. Deverá ser quantificado o potencial da

floresta para o manejo florestal (inventário amostral), levando em consideração: a área

total do empreendimento, a área de reserva legal, as áreas com intervenções humanas,

áreas de preservação permanente, áreas improdutivas, bem como analisar o histórico da

área e região.

Em seguida, deve-se avaliar a viabilidade econômica do empreendimento

florestal, lembrando que é imprescindível analisar se existem unidades de conservação

ou terras indígenas no entorno, vizinhanças, as vias de acesso, cidades vizinhas,

mercados, mão de obra, autorizada para manutenção de equipamentos, assim será

avaliado ser é viável ou não a realização do manejo florestal.

Com os dados do inventário amostral é possível definir a intensidade da

exploração e estimar o ciclo de corte da floresta, ou seja, estimar o tempo de utilização

da área. Com todos esses dados citados anteriormente, já é possível definir e

dimensionar as infraestruturas gerais: estradas principais e secundárias; localização do

acampamento (deve-se mapear recurso hídrico disponível e de qualidade, respeitando

as áreas de preservação permanente). Posteriormente, devem-se definir as estratégias

de gerenciamento da floresta. Neste momento, serão definidas e dimensionadas as áreas

das unidades de produção anual, as estratégias de preservação da fauna, equilibrar as

distâncias de acordo com os anos de exploração, definição e quantificação dos

Figura 19 – Georreferenciamento da área.

Figura 20 – Macroplanejamento da área de manejo florestal.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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equipamentos e recursos humanos necessários e por ultimo deve-se elaborar o

cronograma de atividades anuais.

6.4. MICROPLANEJAMENTO

O microplanejamento é a etapa operacional executada na unidade de produção

anual e na unidade de trabalho, de forma a viabilizar o planejamento anual das

atividades mencionadas abaixo:

Pré-exploratórias: delimitação das unidades de trabalho; realização do

inventário florestal 100%; tratos silviculturais; implantação e medição das

parcelas permanentes; processamento dos dados do inventário; confecção dos

mapas e infraestrutura.

Exploratórias: seleção e marcação de árvores; corte de árvores; arraste;

operações de pátio (romaneio, empilhamento e carregamento); e transporte.

Pós-exploratórias: manutenção de infraestrutura; avaliação de anos e

desperdícios; medição das parcelas permanentes; tratamentos silviculturais

(desbastes, enriquecimento de clareiras) e medidas de proteção da floresta

(medidas de prevenção e contenção de fogo, placas de proibição de caça e pesca,

medidas contra invasões).

6.5. ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS

A fase pré-exploratória é realizada um ano antes da exploração. Nessa fase se

define os talhões de trabalho a serem explorados, ou seja, as unidades de trabalho ou

unidades de produção anual (UPA) para exploração. A abertura das trilhas é feita para

uma equipe fazer o censo da área, onde todas as informações botânicas e topográficas

relevantes são sistematicamente coletadas (Cariello, 2008).

6.5.1. Delimitação da UPA

A delimitação da Unidade de Produção Anual (UPA) é realizada a partir da

abertura de trilhas estabelecendo os seus limites (cabeceira ou linha base e as laterais),

conforme previsto no macrozoneamento. Para a delimitação da UPA utiliza-se de uma

equipe de 4 pessoas: 1 orientador (responsável pelo alinhamento da demarcação), 1

balizador (orientação da abertura da trilha e fixação de balizas ao longo do perímetro da

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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UPA) e 2 ajudantes (auxiliaram na abertura das picadas). Na linha base (cabeceira ou

eixo “X”) são alocadas balizas, sendo a primeira estabelecida no marco zero e as demais

de 50 em 50 metros, até um limite de 1000 metros. As distâncias ao longo da linha base

são indicadas nas extremidades superiores de cada baliza com lápis de cera especial

para madeira. São fixados 4 marcos referenciais nos vértices da UPA e coletadas as suas

coordenadas geográficas. É recomendado fazer amarrações em intervalos de 200 e 300

metros para corrigir possíveis erros.

Depois de demarcados os limites da UPA e definida a quantidade de Unidades de

Trabalhos (UTs), procede-se a delimitação interna da UPA através da abertura de trilhas

ou “picadas” de orientação (largura aproximada de 0,5 metros), estabelecidas no sentido

perpendicular a linha base. Para a abertura das trilhas de orientação utiliza-se de uma

equipe de 3 pessoas (orientador, balizador e ajudante). Nas trilhas de orientação (eixo

“Y”) são alocadas balizas, sendo a primeira estabelecida no marco zero e as demais de 25

em 25 metros, até um limite de 1000 metros. Ao final de cada trilha a equipe se desloca

lateralmente 50 metros até a próxima baliza, de onde inicia-se a abertura de uma nova

trilha no sentido inverso à anterior e com indicação decrescente das distâncias, quando

se parte na direção da linha base. A delimitação da UPA e as orientações das trilhas são

tomadas com auxílio de bússola. Com a abertura de todas as trilhas de orientação poder-

se-á materializar as faixas do censo florestal.

6.5.2. Inventário Florestal 100 %

Figura 21 – Utilização da bússola para abertura da trilha de orientação.

Figura 22 – Demarcação da UPA.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

32

Após a delimitação e demarcação permanente da UPA, assim como a abertura das

faixas de orientações, procede-se a execução do censo florestal. O censo consistirá no

levantamento de todas as árvores com diâmetro a 1,30 m do solo maior ou igual a 40 cm

(DAP ≥ 40 cm). Para a realização do inventário florestal, utiliza-se de uma equipe de 4

pessoas: 2 ajudantes (laterais), 1 identificador botânico (mateiro) e 1 anotador. Segundo

Cariello (2008), nesta fase também é realizado o levantamento das condições de relevo e

localização dos cursos d água, possibilitando o planejamento da implantação da

infraestrutura de estradas que viabilizará as operações de colheita e transporte da

produção.

Segundo Péllico Netto e Brena (1997), inventário florestal é uma atividade que

visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em

uma área pré-especificada, com o objetivo de bem administrá-los, através da sua

utilização racional, ou mesmo, com fins de gerar informações para recuperação

ambiental e formulação de políticas públicas.

Para a realização do levantamento florístico utiliza-se os seguintes materiais:

Prancheta, ficha de campo, lápis, fita diamétrica ou métrica, trenas de 30 e 50 metros,

GPS, bússola, facão, plaquetas de alumínio para a identificação das árvores, punção

numérico e de letras, pregos, martelo, além, é claro dos equipamentos de proteção

individual (EPI), como capacete, bota com bico de aço, colete sinalizador e perneira,

sendo necessário também levar à campo pelo menos um kit de primeiros socorros.

Muitos autores afirmam que o inventário florestal é a base para o planejamento

florestal de longo prazo da produção florestal, tanto em florestas naturais quanto em

florestas plantadas. Pois, fornece informações fundamentais para a determinação dos

níveis de produção, dando indicações da capacidade de suporte da floresta contida no

plano de manejo. Antes de realizar qualquer outra atividade, deve-se realizar um

inventário diagnóstico da área, visto que é indispensável conhecer as espécies existentes

na área, a abundância, volume e características de fuste das mesmas. É com base no

resultado desse inventário que se decidirá sobre a realização ou não do plano de manejo

florestal sustentável, ou seja, se é vantajoso investir no manejo da floresta, visto que é a

única forma de acessar o recurso florestal da reserva legal de uma propriedade.

Para realização do inventário, geralmente, utilizar-se uma equipe com 4 (quatro)

pessoas, composta por um identificador botânico, um anotador e os outros dois se

posicionam nas linhas laterais. As duas pessoas que se posicionam nas laterais

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Relatório – Estágio Supervisionado III

33

percorrem as trilhas, auxiliando o identificador e o anotador no mapeamento das

árvores, sendo cada um responsável por uma faixa de 25 metros, enquanto o

identificador botânico e o anotador se deslocam no meio da faixa. A equipe mapea todas

as arvores até o final da faixa, voltando na faixa seguinte em sentido contrário, assim

como mostra as imagens a seguir:

Antes de iniciar o levantamento de campo, é necessário definir as variáveis que

serão levantadas como: identificação das espécies, qualidade do fuste. Também são

levantadas as coordenadas cartesianas X e Y das árvores selecionadas para auxiliar na

elaboração dos mapas.

Todas as árvores com DAP ≥ 40 cm são identificadas pelo nome comum e

recebem plaquetas de alumínio com numeração sequencial de seis dígitos (nº da UT, nº

da faixa; nº da árvore). As plaquetas são fixadas a uma altura média de 1,50 metros do

solo, na casca da árvore com pregos comuns pequenos, com a face voltada sempre para a

linha base. As plaquetas fixadas nas árvores inventariadas servirão de base para o

controle de origem da madeira dentro da AMF, e facilitarão a identificação dos

indivíduos a serem explorados durante a atividade de derruba.

O IFT afirma que para a realização do inventário florestal é possível atingir uma

produtividade de 5 faixas de 1.000 metros/dia.

6.5.3. Corte de cipós

A realização da atividade de corte de cipós possui como objetivo facilitar a

operação de derruba das árvores comerciais selecionadas para exploração, de forma que

Figura 23 – Esquema de materialização das faixas, e sentido do levantamento de campo.

Figura 24 – Coleta de dados durante o Inventário Florestal.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

34

não comprometa a queda direcional. Dessa forma, diminuindo os danos causados às

árvores remanescentes (passíveis de exploração – colheita futura) e quaisquer outros

riscos de acidentes durante realização da exploração florestal, aumentando a segurança

dos funcionários responsáveis por essa atividade.

Essa atividade deverá ser realizada um ano antes da exploração florestal, e

deverá ser realizado o corte dos cipós sempre em dois locais, na base e a cerca de 2

metros de altura para evitar a recuperação dos mesmos. Deve ser realizado o corte de

cipós entrelaçados nas árvores inventariadas, bem como os que se encontram nas

árvores vizinhas, visto que pode provocar a queda não prevista de árvores vizinhas na

direção do operador e/ou à queda de galhos da árvore que está sendo derrubada ou

mesmo das árvores vizinhas.

É imprescindível a realização do corte de cipós um ano antes da exploração, para

assegurar-se de que os cipós mais resistentes e com diâmetro elevado apodreçam e se

desprendam das árvores. Essa atividade pode ser realizada tanto na fase pré-

exploratória, juntamente com o inventário florestal, bem como na fase pós-exploratória.

O corte de cipós quando é realizado na fase pós-exploratório é utilizado como

tratamento silvicultural, que tem por finalidade facilitar a regeneração natural e acelerar

o crescimento das espécies.

Segundo Pinho et al. (2004), o corte de cipós é uma técnica do manejo florestal

que vem sendo empregada, não só como tratamento silvicultural, mas também como

ferramenta de redução dos impactos causados pela colheita florestal. Embora seja

considerado o tratamento silvicultural mais utilizado atualmente na Amazônia

brasileira, na verdade, o corte de cipós é, primariamente, aplicado como ação mitigadora

para reduzir o impacto da abertura do dossel, liberar as árvores para abate facilitando a

derruba, para diminuir danos às árvores remanescentes e os riscos de acidentes na

operação de derruba. Como consequência de sua aplicação, é considerado um

tratamento silvicultural para promover a abertura do dossel, a liberação da competição

por umidade, nutrientes e luz. Contudo, a sua utilização é muito discutida no meio

científico, em consequência da importante função ecológica dos cipós no ecossistema.

Quando esta atividade é realizada juntamente com o inventário florestal a

produtividade é a mesma da equipe de inventário, porém ser for realizada

separadamente a produtividade aumenta significativamente.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

35

6.5.4. Microzoneamento

O microzoneamento pode ser feito durante a realização do inventário florestal

100 % ou paralelo a este, onde serão levantados todos os dados da área, como áreas de

preservação permanente, afloramentos rochosos, áreas com vegetações distintas, tipo

de solo, relevo, áreas declivosas e alagáveis, entre outros. Durante essa atividade utiliza-

se de folha de papel quadriculado ou milimetrado, onde desenha-se os limites da UT,

bem como suas faixas. Adota-se uma escala de 1:5000 (cada 1 cm representa 50 metros).

Para auxiliar no planejamento das infraestruturas do manejo florestal.

Para realização da atividade de microzoneamento pode-se utilizar uma equipe de

4 (quatro) pessoas, sendo 1 (um) coordenador e 3 (três) ajudantes. Obtendo uma

produtividade diária de 2.000 metros.

6.5.5. Processamento de Dados (Arc View)

Após a realização do inventário florestal 100%, ou censo, no qual constará em

fichas de campo a localização, identificação e avaliação qualitativa de árvores de valor

comercial, acima de um DAP (Diâmetro a Altura do Peito) 30 cm; bem como a coleta de

variáveis variáveis como: nome vulgar, CAP (Circunferência a Altura do Peito), altura

comercial (sendo estimada, representando a altura do fuste até a primeira bifurcação),

qualidade do fuste (tipo 1- fuste reto, tipo 2 – fuste tortuoso e tipo 3 – fuste com oco),

coordenadas X e Y; observações relevantes, tais como presença de podridão ou ninhos

de aves; árvores com potencial para corte futuro; e também árvores matrizes ou portas-

semente (importantes para a regeneração da floresta). Essas fichas serão encaminhadas

Figura 25 – (A) e (B) Microzoneamento da área.

A

B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

36

para o escritório, e a partir de então, iniciara-se o processamento dos dados relevantes à

realização do manejo florestal.

Neste momento, todos os dados constantes nas fichas de campo serão

digitalizados e realizados todos os cálculos de volumetria, quantificação do número de

indivíduos por espécie, classe de DAP, categoria, etc; possibilitando todo suporte para

confecção de mapas e auxiliando no planejamento das infraestruturas.

Para elaboração dos mapas, análise geográficas e gerenciamento de dados

geográficos são utilizados softwares como o ArcView que está dividido

entre ArcMap e ArcCatalog.

O ArcView é um software GIS rico em funcionalidades para visualização,

gerenciamento, elaboração e análises de dados geográficos. Com este software é possível

entender o contexto geográfico dos dados, bem como relacionamentos e identificar

padrões de distribuição espacial.

Na Engenharia Florestal sua aplicação é muito útil na elaboração de mapas de

localização espacial das espécies inventariadas, bem como, auxilia na elaboração das

infraestruturas florestais, croqui da AMF, além de facilitar na manipulação das

informações obtidas, pois permite gerenciar todos os arquivos e fontes de dados a partir

de uma única aplicação.

6.5.6. Instalação de Parcela Permanente

As Parcelas Permanentes serão implantas no intuito de analisar o

comportamento da floresta manejada (dinâmica florestal) considerando a sua

composição, crescimento, ingresso de novas plantas e mortalidade (Silva et al., 2005).

As parcelas podem ser lançadas em campo de forma aleatória e devem ser

estabelecidas em áreas onde não seja executada nenhuma intervenção silvicultural, para

o acompanhamento do desenvolvimento da floresta natural, como também em áreas

produtivas da floresta, evitando áreas não produtivas como áreas cipoálicas, estradas,

pátios e áreas de preservação permanente definidas pela legislação vigente.

Para a demarcação na floresta, as picadas de orientação do inventário florestal a

100% são aproveitadas. No qual são colocados e balizados seis piquetes, a cada 10

metros, para demarcar um dos lados da parcela. Em seguida, partindo do sexto piquete,

no sentido perpendicular, colocar-se-á outros cinco piquetes a cada 10 metros, para

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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demarcar o outro lado da parcela. Para isso é necessário utilizar uma bússola, para que

os dois lados formem um ângulo de 90°. Após a colocação dos piquetes dos dois lados do

quadrado, que devem formar um “L”, estará preparada a base para a subdivisão da

parcela.

Para o piqueteamento interno da parcela não se faz necessário abrir picadas.

Cortam-se apenas cipós e pequenos ramos que dificultem o balizamento. Partindo do

segundo piquete da linha perpendicular, colocam-se piquetes a cada 10 metros,

formando uma linha paralela à linha que foi estabelecida no pico de orientação do

inventário e faz-se a checagem das distâncias entre as duas linhas, a qual deve ser

sempre igual a 10 metros. A demarcação deverá formar subparcelas de 100m². Repete-

se este procedimento nas outras linhas até que se conclua o estabelecimento da parcela.

A demarcação de todas as demais linhas de subdivisão deve sempre começar da linha

perpendicular (eixo y), conforme figura 26.

Fonte: Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da Amazônia Brasileira. (SILVA et al., 2005).

As parcelas permanentes deverão representar 0,5 há da área da UPA e serão

subdivididas em unidades menores, de modo a facilitar a localização e o controle de cada

indivíduo monitorado, de acordo com sua classe de tamanho.

A subdivisão resultará em 25 subparcelas de 10 x 10 m que serão numeradas de 1

a 25, iniciando, de preferência, pelo canto sudoeste. Nessas subparcelas serão medidas

as árvores de diâmetro >10 cm). E dentre essas 25 subparcelas, 5 serão sorteadas para

realizar o levantamento das arvoretas (5 cm < diâmetro < 10 cm). E dentro de cada uma

Figura 26 – Modelo esquemático de demarcação

de parcelas permanentes.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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dessas 5subparcelas onde serão medidas as arvoretas, será sorteado um canto com

dimensões de 5 x 5 m, para medição das varas (2,5 cm < diâmetro < 5 cm); e dentro

desse canto será sorteada uma faixa de 5 m x 1 m para realizar o levantamento das

mudas (altura > 30 cm e diâmetro < 2,5 cm), conforme a figura abaixo.

As PP devem ser devidamente identificadas em campo nos seus quatro vértices,

com placas de PVC, medindo 10 cm x 10 cm, que terão escritas as palavras “parcela

permanente” e o número da parcela. As extremidades superiores dos piquetes deverão

ser pintados com cores bem contrastantes com a vegetação, preferencialmente com tinta

resistente à água (tinta óleo) na cor vermelha, para facilitar sua localização.

6.5.7. Construção de Infraestrutura

6.5.7.1. Acampamento

A construção do acampamento deve obedecer a Normas Regulamentadoras em

vigor. Deverá ser instalado em um local de vegetação mais rala e mais fina evitando

assim a derrubada desnecessária de árvores para a instalação mesmo. Deve-se ainda

respeitar as áreas de preservação permanente (margens de Rios ou Igarapés). Deverá

ter uma infraestrutura composta por alojamento, cozinha, banheiros, oficina,

almoxarifado, escritório, poço, fossa séptica com sumidouro etc., tudo de acordo com a

Figura 27 - Esquema de uma parcela permanente de monitoramento. Fonte: Adaptado de Silva et al. (2005).

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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NR-31, NR-10 e demais normas regulamentadoras e o Programa de Prevenção e Riscos

Ambientais – PPRA.

TABELA 03 – Infraestruturas a serem implantadas no Acampamento.

DISCRIMINAÇÃO OBSERVAÇÕES

REFEITÓRIO

O REFEITÓRIO DEVE TER:

Boas condições de higiene e conforto; Capacidade para atender a todos os

trabalhadores; Protegidas da ação de insetos; Água limpa para higienização;

Mesas com tampos lisos e laváveis Assentos em número suficiente;

Água potável, em condições higiênicas; Depósitos de lixo, com tampas.

Em caso de alimentação na frente de trabalho, os

alimentos deverão ser transportados em recipientes

adequados (caixas térmicas ou similares).

COZINHA

Os locais para preparo de refeições devem ser dotados

de lavatórios, sistema de coleta de lixo e instalações sanitárias exclusivas para o pessoal que manipula

alimentos;

DISPENSA PARA ARMAZENAR ALIMENTOS E

MATERIAL DE LIMPEZA

Deve ser limpa e arejada e os alimentos protegidos da

ação de insetos, roedores e similares;

SALA DE RECREAÇÃO

Deve ser espaçosa, ventilada e protegida da ação de

insetos;

SANITÁRIOS

Vaso sanitário na proporção de uma unidade

para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração;

Ser separados por sexo; Dispor de água limpa e papel higiênico;

Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica ou sistema equivalente;

Possuir recipiente para coleta de lixo;

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Ser distanciado da área de alimentação; Ser distanciado de pelo menos 20,0 metros da

rede de captação de água (poço).

CHUVEIROS

Chuveiro na proporção de uma unidade para

cada grupo de dez trabalhadores ou fração; Ser separados por sexo;

Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica ou sistema equivalente;

Dispor de água limpa;

LAVATÓRIO

Lavatório na proporção de uma unidade para

cada grupo de vinte trabalhadores ou fração; Dispor de água limpa;

Estar ligados a sistema de esgoto, fossa séptica ou sistema equivalente;

LAVANDERIA

As lavanderias devem ser instaladas em local

coberto, ventilado e adequado para que os trabalhadores alojados possam cuidar das

roupas de uso pessoal; As lavanderias devem ser dotadas de tanques

individuais ou coletivos e água limpa;

DORMITÓRIOS

OS DORMITÓRIOS DEVEM TER:

Ter ganchos para redes ou camas com colchão, separadas por no mínimo um metro, sendo

permitido o uso de beliches, limitados a duas camas na mesma vertical, com espaço livre

mínimo de cento e dez centímetros acima do colchão;

Ter armários individuais para guarda de objetos pessoais;

Ter portas e janelas capazes de oferecer boas condições de vedação e segurança;

Ter recipientes para coleta de lixo; Ser separados por sexo.

ESCRITÓRIO

Local arejado;

Dispor de materiais e equipamentos necessários para o desempenho das atividades neste

ambiente.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

41

POÇO Ser construído a uma distancia mínima de 20,0 metros da fossa séptica;

FOSSA SÉPTICA Deve ser construída a uma distancia mínima de 20 metros do poço;

6.5.7.1. Planejamento Viário

O planejamento viário tem como objetivo determinar como as vias de acesso

serão dispostas nas UT a serem manejadas. Devem minimizar os impactos negativos e

diminuir os custos de extração. Para tal, o macrozoneamento (áreas protegidas, grotas,

topografia do terreno, APP, hidrografia e etc.), deverá ser levado em consideração no

planejamento da rede viária da UMF. Dentro das UPA o planejamento das redes viárias,

deverá ser planejado com base no mapa do microzoneamento, sobreposto ao mapa de

exploração. No qual deverá evitar que a rede viária corte igarapés, derrube ou danifique

árvores remanescentes de valor comercial e protegidas por lei, adotando-se uma

distância mínima de 3,0 metros a fim de não danificar o sistema radicular destas e que

não passe por áreas com grandes densidades de árvores, desta forma, e conveniente que

as estradas permanentes e secundárias, passem por caminhos mais planos e com curvas

pouco acentuadas.

Figura 28 – (A) e (B) Estradas Florestais.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.5.7.2. Estradas Permanentes ou Primárias

As estradas primárias são definidas como as mais importantes vias de acesso às

áreas de manejo, tendo caráter de utilização permanente. Devem ser construídas no

sentido Leste-Oeste, de modo a possibilitar a penetração dos raios solares durante todo

o ano. Deverá ser aberta uma faixa de aproximadamente 10,0 metros de largura e seu

leito carroçável não deverá ultrapassar os 6,0 metros de largura e devem estar mais alta

que o terreno lateral. Para serem usadas durante a estação de chuvas deverão ser

revestidas com piçarra ou cascalho.

6.5.7.3. Estradas Secundárias

São infraestruturas permanentes dentro das limitações da área a ser manejada

(UT), utilizadas para facilitar o acesso à floresta e o escoamento da madeira para a

indústria. São infraestruturas permanentes dentro das limitações da área a ser manejada

(UT), utilizadas para facilitar o acesso à floresta e o escoamento da madeira para a

indústria durante a exploração e em período pós-exploratório garantir o acesso a esta

área para a realização de atividades.

Sua construção irá de acordo como planejamento prévio, visando reduzir a

distância de arraste das toras para o pátio de estocagem e utilizá-las na exploração atual,

atividades pós-exploratórias e futuras explorações.

Na execução dessa atividade são necessárias 4 (quatro) pessoas:

Um coordenador e um colaborador para realizar a sinalização do caminho onde a

estrada será construída;

Um operador de máquinas pesadas, experiente na construção de estradas com

treinamento no sistema utilizado;

Um ajudante de motosserrista para efetuar alguns cortes, quando necessário,

responsável pela limpeza e acabamento da estrada.

6.5.7.4. Número e Tamanho das Estradas

Quanto ao número deverá levar em consideração a distância ou separação

estabelecida entre estradas. Em médias as UT estabelecida possuem 100 ha (1000 m x

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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1000 m) podendo ser planejadas até duas estradas distanciadas 500 m uma da outra

com 250 m para cada lado.

Quanto ao tamanho, este poderá variar podendo atingir até 750 m com largura

para tráfego de 4 m de leito carroçável.

6.5.7.5. Metodologia Aplicada para a Construção

As estradas secundárias serão construídas sistematicamente de acordo com o

planejamento e as características físicas da área, tais como: topografia, solo,

vegetação, etc.

Deverão ser planejadas para que fiquem equidistantes, ou seja, paralelas entre si,

visando a melhor divisão da área para o arraste (extração);

Deverão ser localizadas e construídas no sentido Leste-Oeste, para facilitar a

secagem após as chuvas, com largura de 4 metros.

A posição padrão das estradas secundárias será situada nas trilhas de números 5

e 15, ou seja nas distâncias 250 e 750 metros na UT (Estrada principal no sentido

Norte-Sul), sendo as trilhas no sentido Leste-Oeste. A partir desses pontos,

colocam-se fitas plásticas coloridas no início das estradas, ao longo e no final

destas. Cada ponto da trilha (Início, Meio e Fim), requer um código para que o

tratorista possa guiar-se corretamente.

Construir o “sistema orelha” (30x 30 m) para facilitar o acesso e retorno dos

maquinários e caminhões ao pátio de estocagem.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.5.7.6. Pátios de Estocagem

Os pátios de estocagem são indispensáveis, pois diminuem a distância de arraste,

minimizando os danos à vegetação remanescente e permitindo a preparação, seleção e

ordenamento adequado das toras para o carregamento.

A equipe será formada por 3 colaboradores, sendo um operador de trator de

esteira, responsável pela abertura propriamente dita, 1 ajudante, responsáveis pela

retirada de tocos, cipós e raízes, e 1 operador de motosserra, responsável por auxiliar o

tratorista na retirada de obstáculos como árvores grossas caídas.

Devem ser construídos no período de seca (verão amazônico), podendo ser no

mesmo ano da extração ou no ano de construção das estradas secundárias. Parâmetros

como volumetria a ser retirada da área, distância de arraste do skidder; legislação

vigente; áreas planas, vegetação rala e sem acúmulo de água serão imprescindíveis para

o planejamento dos pátios de estocagem.

São construídos de um lado das estradas secundárias, a uma distância de

aproximadamente 250 m entre si, podendo essa distância ser ajustada de acordo com

Figura 29 – Planejamento de estrada secundária. Fonte: IFT 2012.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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densidade de árvores abatidas, respeitando sempre o limite de arraste de 15 árvores por

ramal principal. Suas distribuições e quantidades estarão condicionadas em função da

distribuição das árvores a serem abatidas e o volume por hectare a ser retirado.

A construção será feita com o trator de esteira e terão como dimensões médias 20

x 25 metros, podendo suportar de 250 a 300 m³ de madeira em tora. Essas dimensões

serão suficientes para que todas as atividades sejam realizadas (arraste, ordenamentos

das toras, controle e carregamento).

A demarcação do pátio de estocagem será definida de acordo com o mapa de

exploração, em que, o planejador, após abertura das estradas secundárias, localiza o

ponto inicial do pátio no campo. Após definido o ponto, ele coloca uma marcação com

uma fita vermelha em uma vareta no ponto inicial e em cada um dos vértices até o

fechamento do retângulo onde o pátio será aberto.

Para a construção dos pátios de estocagem e utilizado um trator de esteira. Que

iniciará o trabalho entrando na área designada para o pátio e percorrerá, com a lâmina

suspensa, o seu perímetro, seguindo a demarcação feita com fitas coloridas, para em

seguida, iniciar um movimento em espiral, a partir das bordas em direção ao centro do

pátio, para derrubar e quebrar todo o material vegetal.

Por último, com a lâmina baixa, o trator partirá do centro para as extremidades

do pátio, raspando superficialmente o solo e encostando o material vegetal nas bordas.

Após o término deste processo, o ajudante andará no local para verificar se existem

tocos e pontas de raízes, que devem ser arrancados ou cortados com facão.

Figura 30 – Planejamento de um pátio no campo. Fonte: FLORESTAL 2008.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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O ajudante fixará uma placa com o nome do pátio em uma árvore, de maneira que

fique fácil sua visualização, respeitando o número do pátio dentro da estrada

secundária.

6.5.7.7. Bueiros

Consiste na construção de um túnel feito com troncos de árvores colocados

transversalmente à estrada, utilizando o lado mais fino voltado para o lado que irá

receber a água e o lado mais grosso para a vazão da água e tem como finalidade permitir

a passagem de água.

Na construção das estradas florestais, é importante minimizar o cruzamento

destas com os canais naturais de drenagem, caso ocorra, deverá fazer a implantação dos

bueiros em locais com menores chances de distúrbios à água.

Os bueiros nunca devem ser construídos com troncos com diâmetro inferior a

0,40 cm, pois diâmetros inferiores impedem a realização de manutenção e são de fácil

entupimento.

Na extremidade de entrada de água do bueiro deve-se revestir a cobertura do

solo com madeiras com a finalidade de proteger o bueiro contra a erosão. Na

extremidade de saída da água também e necessário colocar madeiras para evitar que a

água cause erosão e derrube a cabeceira inferior do bueiro.

Figura 31– (A) e (B) Quebra e raspagem do material vegetal para as extremidades do pátio. Fonte: FLORESTAL 2008.

Fonte: FLORESTAL 2008.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.5.7.8. Pontes

As pontes devem ser construídas em córregos onde não se pode construir

bueiros. Devem ser construídas a partir de duas cabeceiras laterais aos córregos

(podendo ser feitas de madeira e/ou pedras), onde posteriormente serão colocados

travessões no sentido perpendicular a direção da ponte. E aconselhável à construção

destas em terra firme, a fim de evitar possíveis erosões e desmoronamentos, ao mesmo

nível estrada e buscando implantá-las no ponto mais estreito da largura do córrego. As

pontes devem ser sinalizadas para garantir a segurança do tráfego de veículos em suas

proximidades.

Figura 32 – Bueiro.

Figura 33 – Ponte.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.5.8. Sinalização da AMF

A sinalização da AMF deve ser feita em várias de suas localidades, sendo muito

importante para garantir a segurança e o monitoramento da área.

Na entrada da UMF deve constar informações inerentes a área onde o manejo

esta sendo realizado, informando o nome do detentor do projeto, o responsável técnico

pela elaboração, protocolo da SEMA, quantidade de m³ a serem explorados e ano. Nas

estradas devem ser utilizados placas sinalizadoras refletivas indicando a presença de

curvas, lombadas, animais, direção, velocidade mínima, a fim de permitir um tráfego

seguro durante o percurso nestas. As parcelas permanentes também devem ser

sinalizadas com vistas a permitir sua fácil localização. Nas áreas de extração e

carregamento são fundamentais para que se evitem acidentes, onde geralmente são

colocados placas indicando o risco destas atividades e indicando a entrada de apenas

pessoas autorizadas.

6.6. ATIVIDADE EXPLORATÓRIA

6.6.1. Seleção das espécies

Com o inventário florestal 100%, onde todos os indivíduos contidos na área são

identificados, pode-se realizar a seleção das espécies a serem exploradas. Com isso, as

espécies a serem exploradas serão quantificadas (volume e número de indivíduos) e

identificadas em mapas de exploração.

Contudo, as espécies a serem manejadas devem apresentar diâmetro à altura do

peito (DAP) ≥ 50 cm, porém nem todas as árvores contidas nessa classe diamétrica serão

exploradas. As espécies selecionadas deverão atender as exigências previstas na

legislação quanto ao critério de raridade, portanto, deve-se manter 10% do total de

indivíduos arbóreos das espécies selecionadas para exploração ou haverá a manutenção

de todos os indivíduos arbóreos das espécies, cujo número de indivíduos com DAP ≥ 50

cm seja igual ou inferior a três indivíduos por 100 ha de área de efetiva exploração da

UPA, de acordo com a Resolução CONAMA 406, de 2 de Fevereiro de 2009 e a Instrução

Normativa 05 do MMA, de 13 de Dezembro de 2006. Desta forma, deve-se utilizar o

critério de raridade mais restritivo.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

49

Deve-se observar a intensidade de corte prevista nas normativas técnicas citadas

anteriormente, a qual não poderá exceder 30 m3.ha-1, levando em consideração que o

ciclo de corte inicial é de 25 e o máximo de 35 anos, com isso pode-se calcular o ciclo de

corte adequado a cada área e intensidade de corte.

6.6.2. Exploração (corte e traçamento)

Munidos do mapa de corte e arraste, a equipe de corte irá localizar as árvores a

serem exploradas. Antes do processo de derrubada da árvore, a equipe deverá checar a

placa colocada durante o inventário 100% da área, certificando-se de que a árvore

localizada foi realmente selecionada para corte e identificando possíveis erros de

localização.

Depois de checada as informações disponibilizadas pelo inventário, a equipe de

exploração deverá realizar uma avaliação visual das qualidades da árvore selecionada

como presença de cupins e defeitos nos fustes não detectados durante o censo florestal.

Verificando, também, se na árvore há ninhos de aves ameaçadas de extinção (como a

arara azul) e animais (como preguiças e macacos) que possam impedir a derrubada.

Uma vez aprovada na avaliação visual, o operador da motosserra deverá realizar

o teste do oco na árvore selecionada, que é uma atividade voltada a detectar a existência

de ocos e podridões, bem como sua dimensão.

Figura 34 – (A) e (B) Análise das árvores selecionadas para corte.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

50

O ajudante do operador de motosserra irá, sempre que necessário, fazer uma

limpeza na área do tronco da árvore onde será realizada o teste, retirando o excesso de

solo e outros materiais que deteriorem o maquinário.

O operador irá introduzir o sabre da motosserra na posição vertical, com ângulo

de ataque de 60º a cerca de 20 a 50 cm do solo, de forma que se possa avaliar se a arvore

está oca e a dimensão do oco, se necessário o operador irá realizar um segundo teste do

oco. O teste deverá ser feito visando a maior segurança do operador e preservação da

qualidade da tora durante o processo de beneficiamento.

Após a aprovação da árvore selecionada para corte, o operador deverá verificar a

direção da queda natural da árvore para que se possa planejar a queda a ser direcionada.

Levando em consideração:

Redução dos danos à floresta e garantir as árvores remanescentes para o

próximo ciclo de corte, além da manutenção das árvores matrizes que garantem a

perpetuação da espécie.

Favorecer a recuperação florestal, direcionando a queda da árvore de modo a

colocar a copa desta em uma clareira natural ou anteriormente aberta pela

derrubada de outra árvore derrubada, sobrepondo assim às copas. Tomando o

cuidado de não sobrepor mais de duas copas.

Facilitar a operação de arraste da tora, onde, de posse do mapa de corte, o

operador planejará a queda de forma a favorecer o planejamento de arraste.

Minimizando, com isso, os danos à floresta e às máquinas.

Figura 35 – (A) e (B) Teste do oco.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

51

Evitar a queda de árvores, copas ou galhadas nas áreas de preservação

permanente. Bem como que a queda das árvores a serem abatidas atinjam

espécies protegidas por lei, como a castanheira (Bertholletia excelsa).

O ajudante irá retirar a plaqueta de identificação da árvore a ser abatida, colocada

durante o inventário florestal 100%, e a guarda para posteriormente coloca-la no toco

da árvore após a derrubada. Realizando a limpeza do tronco da árvore com o auxilio do

facão, enquanto o operador avalia a direção da queda, retirando o acúmulo de solo e

outros resíduos da casca que provocam um maior desgaste da corrente da motosserra

(Figura abaixo). Realizando, também, a limpeza da zona de operação em um raio de 1

metro em torno da árvore, de forma a garantir melhor movimentação do operador e

maior rendimento da motosserra.

Após a definição da direção da queda, o operador orientará o ajudante na

abertura das rotas de fuga a serem alocadas na área de segurança da operação, ou seja,

em direção oposta à região que será atingida pela queda da árvore. Devem-se ser

abertas duas rotas de fuga de no mínimo de 10 m de comprimento cada, sempre que

possível, em um ângulo de 45º a partir do tronco da árvore.

Com isso, o operador da motosserra irá realizar o corte direcional da árvore. O

primeiro corte será feito em 0º de ângulo, cortando 1/3 do diâmetro da árvore para que

esta permaneça firme em sua sustentação, de forma a não cair durante o corte de abate.

Este primeiro corte deverá ser feito a uma distancia de 10 cm, para árvores cilíndricas, a

50 cm do solo, para árvores com sapopemas, de forma a maximizar o aproveitamento do

tronco.

Figura 36 – (A) e (B) Limpeza do tronco da árvore e abertura das rotas de fuga.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

52

Será realizado um segundo corte à 45º, onde o operador deve iniciar o segundo

corte de modo que este encontre o primeiro, facilitando a retirada do entalhe direcional.

O operador deve, então, parar a operação e retirar o entalhe com as mãos ou auxílio de

uma marreta, nunca utilizando a ponta do sabre para realizar este procedimento.

Recomenda-se realizar um terceiro corte sempre que a árvore a ser abatida for

propensa a rachaduras, como a maçaranduba (Manilkara huberi). Este corte formará um

degrau abaixo do corte direcional, formado pelos ângulos de 0º e 90º, o corte 0º será

realizado de 8 a 15 cm abaixo do corte direcional, o corte 90º forma o degrau.

Com isso, iniciará o corte de abate que será alocado a uma altura de 8 a 15 cm

acima do corte direcional, formando assim o filete de ruptura que vai servir de apoio

para a árvore não escorregar do toco no momento da queda. O operador realizará o

corte de abate não totalmente nos 2/3 restantes do tronco, sempre deverão ser deixados

Figura 37 – (A) e (B) Corte direcional.

Figura 38 – (A) e (B) Corte em escada.

A B

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

53

dois filetes de ruptura um de cada lado do corte direcional e um filete de abate ou

segurança do lado oposto à queda direcional, que darão segurança à equipe fazendo com

que árvore não caia antes da finalização do corte. No caso de troncos com sapopemas

deverão ser deixados mais de um filete de segurança.

Após a conclusão dos cortes direcional e de abate, o ajudante irá introduzir a

cunha no corte de abate no local marcado pelo motosserrista, e deve bater firme com

uma marreta. Pois o uso deste equipamento garante, na maioria das vezes, a queda na

direção selecionada, tornando uma operação mais segura. Com isso, o operador irá

cortar o filete de abate num ângulo de 45º, de forma a oferecer um ponto de apoio ou

sustentação à árvore caso a mesma venha a cair em sentido contrário da queda definida.

Depois de finalizada a operação de abate da árvore, o ajudante deverá colocar

novamente a plaqueta de identificação no filete de abate. Enquanto o ajudante coloca a

plaqueta no toco da árvore que foi abatida, o operador deverá sinalizar a direção da

queda no mapa de corte e arraste, que irá orientar o planejamento e a localização dos

ramais de arraste durante o planejamento de arraste.

A

C

B

D

Figura 39 – (A) e (B) Uso da cunha; (C) Corte do filete de abate; (D) Árvore explorada.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Devido à grande quantidade de galhos e cipós propensos a cair imediatamente

após as operações de corte, o destopamento e traçamento do fuste serão realizados 10

dias após a derrubada, para evitar riscos às equipes de exploração.

No destopamento e traçamento, o tronco será primeiramente separado das

galhadas e em seguida dividido em toras segundo padrões da empresa de comprimento

para a indústria, buscando minimizar desperdícios no beneficiamento. O traçamento

deverá sempre começar pelo lado de cima da tora, onde o operador deverá observar o

relevo local que pode influenciar a rolagem da tora.

6.6.3. Planejamento e Construção de Ramais de Arraste

O responsável pelo planejamento de arraste, munido do mapa de corte e arraste

repassado pela equipe de exploração, irá planejar a melhor direção a ser seguida pelo

trator florestal (Skidder) que provoque menos danos à floresta, possua relevo menos

declivoso, com árvores com baixo diâmetro e que maximize o desempenho do trator.

A B

Figura 40 – (A) Recolocando a plaqueta de identificação; (B) Sinalização da direção da queda da árvore no mapa.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Este deverá realizar o planejamento de forma que se realizem várias viagens na

mesma trilha de arraste, tomando o cuidado de não ultrapassar 15 viagens em um

mesmo ramal de arraste, pois isso aumenta os danos causados à regeneração natural da

floresta. Ele irá percorrer toda a área demarcando a direção do arraste com fitas

coloridas, para melhor visualização da direção pelo operador da Skidder e seu ajudante.

Com isso, o ajudante do operador da Skidder irá, de posse do mapa de corte e

arraste com o planejamento de arraste já realizado, localizar as fitas coloridas colocadas

durante o planejamento, indicar ao operador o caminho, qual tora deverá ser recolhida

primeiro e se há mais de uma tora da mesma árvore.

O operador da Skidder deverá seguir as fitas que demarcam a direção, segurar a

tora com a garra do trator e arrastá-la em direção ao pátio, tomando o cuidado de evitar

que a tora danifique as árvores remanescentes.

Figura 41 – (A) e (B) Sinalização do ramal de arraste no mapa.

Figura 42 – (A) e (B) Sinalização com fitas coloridas do ramal de arraste.

A B

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.6.4. Romaneio

Utilizando uma equação de volume para a cubagem das toras no pátio, sendo o

método Smalian o mais utilizado, deve-se realizar o romaneio das toras arrastadas até o

pátio. Com isso, se verificará o real volume explorado.

Onde deverá realizar medições centrais perpendiculares nas extremidades da

tora, descontando o ritidoma (casca), em seguida tirar a média dos diâmetros, com isso,

eleva-se a média ao quadrado, multiplicar-se-á esse resultado pelo comprimento da tora

e por último multiplicar o resultado pelo fator de forma – sendo comumente utilizado na

floresta amazônica o fator de forma 0,7 – e o resultado gerado será dado em m³ (metros

cúbicos).

A B

Figura 43 – (A) e (B) Arraste de torras com Skidder.

Figura 44 – (A) Romaneio das toras; (B) Sinalização das toras.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Devem-se organizar os volumes encontrados no romaneio em planilhas com o

número da árvore de acordo com a plaqueta de identificação do inventário 100%, o

volume de cada tora e seção da árvore que a tora representa – caso uma árvore tenha

sido seccionada em mais de uma tora – para facilitar os processos de emissão da Guia de

Transporte Florestal (GF), documento necessário ao transporte das toras e possibilite o

controle da origem da madeira.

6.6.5. Carregamento, transporte e descarregamento

A última atividade da exploração florestal é o transporte das toras dos pátios

florestais até o local de processamento. Este transporte pode ser efetuado utilizando

somente caminhões, de acordo com o interesse da empresa e característica da região.

Os caminhões são carregados com o auxílio da carregadeira/empilhadeira.

Durante o carregamento do caminhão, o encarregado do romaneio deverá verificar,

novamente, a volumetria da carga a ser transportada, a fim de evitar erros nos cálculos

de volume. Todavia, esses dados são necessários para que se consiga emitir a nota fiscal

e a Guia Florestal de Autorização de Transporte de Toras (GF 1), documentos

necessários ao transporte de madeira por quaisquer estradas ou rodovias.

O descarregamento das toras no pátio da serraria, por ser uma das atividades que

mais requer atenção e segurança do operador, e onde ocorrem acidentes graves, para

tanto, deve-se ser colocado no pátio principal da serraria um “protetor de toras”, que

evitará o deslizamento das mesmas no ato do descarregamento.

Figura 45 – (A) e (B) Carregamento dos caminhões.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Recomenda-se que isto seja feito com a intenção de reduzir os acidentes,

principalmente nesta atividade. Além, do uso de todos os equipamentos de segurança

(Equipamentos de Proteção Individual) para garantir o bom andamento na execução das

atividades desempenhadas no trabalho.

6.6.6. Procedimentos de controle da origem da madeira

O controle da origem da madeira é um procedimento importante durante e após a

exploração do Manejo Florestal Sustentável, pois é de fundamental importância para a

obtenção da Certificação Florestal.

Sendo assim, desde o Inventário

Florestal 100% até o produto final da

indústria, é realizada a identificação

das árvores, onde estas são

numeradas, identificadas e alocadas

em mapas, juntamente com o

responsável pelo seu responsável de

elaboração ou execução de

determinada atividade.

Com isso, após os procedimentos

de corte da árvore as toras são

identificadas com o número da árvore a

qual é derivada e sua secção, caso a

árvore tenha sido seccionada em mais

de uma tora.

Figura 46 – Árvore identificada no IF

100%.

Figura 47 – Identificação da tora após o abate.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

59

Estes dados são preenchidos nos mapas de corte e arraste, onde tanto o

responsável pela extração quanto o responsável pelo planejamento de arraste e arraste

assinam no mapa indicando a sua responsabilidade pela execução da atividade.

Durante as operações no pátio, juntamente com o romaneio deverá está um

responsável pela cadeia de custódia. Onde este irá marcar as toras já seccionadas nos

padrões de comercio da indústria, indicando a UPA e UT a qual esta árvore pertencia, o

número da árvore, secção da árvore a qual esta tora deriva, além de colocar uma

plaqueta de identificação da cadeia de custódia. Com isso, esta plaqueta irá identificar

esta tora a partir deste momento, porém permitindo o controle de origem da madeira.

Todavia, durante o carregamento dos caminhões para o transporte das toras até a

indústria, devem-se verificar todos os dados fornecidos durante o romaneio das toras.

Aonde essa ficha de controle irá com o motorista até um escritório localizado dentro ou

nas imediações da área de manejo para que se possa emitir os documentos necessários

ao transporte das toras, onde esses dados serão inseridos no sistema da SEMA,

permitindo um controle inicial da origem. Contudo, esta ficha de romaneio irá junto com

os outros documentos para que o escritório da empresa localizado na indústria possa

manter o controle das toras que irão processar.

Todos esses dados de controle de origem da madeira devem ser alocados em

planilhas de dados no escritório da empresa, permitindo, a qualquer interessado em

saber a origem, o acesso à localização da árvore, bem como toda a sua cadeia, que

derivou em determinado produto final.

Figura 48 – (A) e (B) Sinalização das toras após o romaneio.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.7. ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS

6.7.1. Tratamentos Silviculturais

Segundo Ribeiro et al. (2002), os gerenciamentos feitos na área de Manejo

Florestal após a exploração são chamados de tratamentos silviculturais, e têm por meta

viabilizar e favorecer o crescimento da floresta para os próximos ciclos de corte, sendo

portanto, apenas intervenções aplicadas na floresta com objetivo de manter ou melhorar

o valor silvicultural da mesma. Para Souza e Soares (2013), os tratamentos silviculturais

visam não somente aumentar a composição de espécies comerciais, a produtividade, a

qualidade e o valor econômico da floresta remanescente da colheita, bem como mitigar

os efeitos ambientais adversos e potencializar benefícios do manejo sustentável da

floresta. Além de seguirem princípios ecológico (recuperação da floresta pós-explorada

via plantios), econômico(agregar valor a floresta pós-explorada) e social (trabalhadores

florestais em atividade na entre safra).

A exploração madeireira já é um tratamento silvicultural, só que passageiro, pois,

estimula a emergência e o incremento das espécies em um prazo máximo de até 5 anos.

Visto isso, se faz necessário aplicar algumas técnicas, como: enriquecimento florestal,

desbaste e anelamento. Nesse período também são realizadas algumas atividades, como:

avaliação de danos e desperdícios, assim como a manutenção das infraestruturas.

6.7.2. Enriquecimento Florestal

O plantio de enriquecimento tem por objetivo melhorar a composição de espécies

do povoamento florestal, por meio do plantio de mudas de espécies de valor comercial,

ambiental e social. Esse plantio deve ser recomendado como medida mitigadora de

efeitos ambientais negativos e como opção silvicultural, apesar dos custos financeiros de

sua aplicação serem relativamente elevados (SOUZA e SOARES, 2013).

6.7.2.1. Enriquecimento em áreas de cipó

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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São plantios de espécies florestais em áreas que eram ocupadas por cipós, a fim

de, melhorar o potencial produtivo da floresta. Sendo indicado quando a regeneração

natural das espécies comerciais for deficitária, ou mal distribuída e quando houver

extinção local de espécies de valor econômico, social ou ambiental. Devendo-se

selecionar as espécies conforme as características da área. A partir daí, é feita a

sinalização das áreas de cipó a serem submetidas a tratamento, em seguida, o preparo

da área com trator e após isto é definido o espaçamento desejável, para então ser feita a

abertura das covas, adubação e plantio. Em que, as espécies mais recomendadas são:

paricá (Schizolobium amazonicum), devido sua facilidade para produzir mudas, rápido

crescimento e fuste reto; ipê amarelo (Handroanthus serratifolius) e mogno (Swetenia

macrophilla), devido seu alto valor comercial.

6.7.2.2. Enriquecimento em áreas de clareiras

As clareiras são aberturas causadas pelo abate de árvores na floresta, trilhas de

arraste e pátios de estocagem de madeira, portanto, o enriquecimento dessas áreas se

faz necessário para que a mesma se recupere mais rapidamente, além de poder

implantar espécies de interesse e alto valor econômico. Vale ressaltar que, para

comunidades tradicionais, a sugestão é de que sejam implantadas castanha-do-brasil

(Bertholletia excelsa), açaí (Euterpe oleracea), andiroba (Carapa guianensis), copaíba

(Copaifera duckei), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), entre outras, com a finalidade de

gerar renda extra com os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM).

Figura 49 – (A) e (B) Enriquecimento em área de cipós.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Para selecionar as clareiras é necessário ter o mapa de corte em mãos, a partir

daí é feita avaliação da clareira quanto a sua forma e tamanho, sinalização da clareira e

do local das covas, preparação da clareira (traçamento da galhada que ficou na área),

plantio, sinalização no mapa ou coleta de pontos georreferenciados, devendo-se fazer

limpeza 2 vezes ao ano nos primeiros 4 anos, a fim de evitar competição com as

pioneiras. E deve ser realizada uma medição anual para acompanhar o crescimento.

Numa clareira de 300 a 500m² são plantadas 3 mudas, e caso a clareira seja >600m² são

plantadas 6 mudas, sendo que, as plantas no centro da clareira se desenvolvem melhor

que as demais. O ideal é que o plantio seja no início da estação chuvosa.

6.7.3. Desbaste

Para Campos e Leite (2009) desbaste é a remoção de uma proporção de árvores

num povoamento florestal, a fim de se conseguir mais espaço de crescimento para as

árvores remanescentes, aumentando a produção de madeira utilizável durante o ciclo de

corte do povoamento, além de garantir a produção contínua de madeira.

O desbaste tem por finalidade a redução da competição entre plantas, para que a

espécies favorecidas tenham maior crescimento, além da redução da competição por

nutriente e favorecimento do desenvolvimento da árvore para segundo ciclo, pois,

proporciona maior penetração de luz.

Há vários tipos de desbastes, como:

Sistemático: Redução da área basal da floresta, para favorecer árvores

comerciais de futura colheita, a ideia é fazer um refinamento. É necessário

Figura 50 – Área de clareira em que foi realizado plantio de enriquecimento.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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conhecer a área basal da floresta e assim estimar a área basal reduzida pela

colheita e por fim decidir por uma porcentagem de redução total (colheita +

desbaste). As espécies a serem desbastadas não são levadas em consideração, o

único critério é não retirar as comerciais, a partir daí as árvores vão sendo

retiradas até atingir a porcentagem definida para redução, é o chamado desbaste

cego, que não é aconselhável, devido a pressão de ecologistas.

Sistemático Seletivo: Redução da área basal de algumas árvores não comerciais

ocas/tortuosas, dominantes, codominantes, mortas e doentes que estejam

competindo por luz e nutriente com a árvore de futura colheita, a fim de fazer a

liberação de copas.

Figura 51 – Esquema de um desbaste sistemático.

Figura 52 – Esquema de um desbaste seletivo.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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6.7.4. Anelamento

São técnicas de eliminação de árvores, realizadas através de cortes na secção

transversal da árvore para sua desvitalização ao longo do tempo com ou sem

envenenamento, em árvores com DAP acima de 15-20cm, em que, a abertura do dossel

circunscrita à árvore anelada, é lenta e gradual, favorecendo espécies oportunistas e

intermediárias (secundárias tardias), permitindo a adaptação das espécies.

O anelamento consiste em bloquear o fluxo de seiva elaborada através da retirada

da casca e por vezes parte da madeira. A altura e a profundidade do anel deve ser

suficientemente grande para causar a desvitalização da árvore. Recomendam um anel de

30 cm de altura e uma profundidade entre 2,5 e 5cm, dependendo da facilidade de

operação e resistência da espécie (LOUMAN et al., 2001).Isso para eliminar totalmente o

câmbio, tecido meristemático responsável pela formação do floema.

Algumas das ferramentas mais usadas são de fácil acesso (faca, foice e machado),

porém, outras são caras (motosserra média ou pequena).

O envenenamento é uma técnica alternativa útil para aumentar a eficiência do

anelamento. As árvores são desvitalizadas principalmente com arboricidas sistêmicos

(fito hormônios) que são em princípio inofensivos para as pessoas e os animais. Tais

arboricidas são aplicados ao redor do tronco anelado, em diversas concentrações

misturados, principalmente, com água. Algumas vezes, também são aplicados com pincel

ou por aspersão sobre a casca.

Figura 53 – (A) e (B) Anelamento realizado nas árvores.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

65

6.7.5. Medição de Parcelas Permanentes

Após a exploração, é realizada a segunda medição das Parcelas Permanentes, em

que, são fixados piquetes definitivos, além de ser recomendado utilizar outro

identificador botânico, para ajuste dos nomes das espécies e utilizar a ficha preenchida

da medição anterior.

Apo s a segunda mediça o, o Inventa rio Florestal Contí nuo das Parcelas

Permanentes sera realizado tre s anos apo s a colheita; depois cinco anos apo s a colheita;

e as seguintes mediço es sera o realizadas a cada cinco anos.

Dessa forma, com os resultados, mesmo os parciais, obtidos do monitoramento

podera o ser aprimorados os regimes de manejo prescritos e aplicados tratamentos

silviculturais mais apropriados, considerando-se, principalmente, as caracterí sticas

ecofisiolo gicas das espe cies individuais ou grupos.

Cada parcela será subdivida em 25 subparcelas de 10x10m, as quais devem ser

numeradas de 1 a 25. Nas 25 subparcelas são medidas todas as árvores (diâmetro ≥ 10

cm); dentre as 25 subparcelas, 5 serão sorteadas para realizar o levantamento das

arvoretas (5cm ≤ diâmetro < 10cm); dentro de cada uma das 5 subparcelas sorteadas

para medição de arvoretas, sorteia-se um canto com dimensões de 5x5m, para medição

das varas (2,5 cm ≤ diâmetro < 5 cm); e dentro de cada canto (5x5m) sorteia-se uma

faixa de 5x1m para monitorar mudas (altura ≥ 30cm e diâmetro < 2,5 cm).

Sera o medidos e avaliados de todas as a rvores: Dia metro a Altura do Peito (DAP),

situaça o do fuste e iluminaça o da copa. Para as arvoretas e varas sera medido o DAP e

definido a classe de identificaça o do fuste. Para as mudas sera feito contagem por

espe cie e mensurado a altura.

Todos os indiví duos recebera o uma plaqueta que sera numerada e mapeada por

setor e por coordenadas (X,Y). Os dados das amostragens sera o anotados em fichas de

campo e posteriormente transferidos para um banco de dados, permitindo assim, suas

ana lises em qualquer tempo.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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A equipe de campo para instalaça o das parcelas sera composta por um

engenheiro florestal ou te cnico florestal e tre s ajudantes, com uma produtividade me dia

estimada em uma parcela de ¼ ha por dia, podendo chegar a duas em a reas de fa cil

acesso e com equipe bem treinada. Ja a equipe para mensuraça o das parcelas sera

composta por um te cnico florestal, tre s ajudantes e um identificador bota nico.

Os materiais utilizados sera o: bu ssola, trenas me tricas, piquetes de madeira ou

tubos rí gidos de PVC, placas de alumí nio, martelo, fita me trica ou diame trica, la pis estaca

de cor vermelha, terçado, tinta a base de o leo (vermelha), punça o, ficha de campo,

prancheta, la pis e borracha.

Segundo Souza e Soares (2013), os dados coletados nessa etapa permitirão:

avaliar os impactos da exploração florestal sobre a arquitetura e estrutura da floresta;

quantificar os cortes efetuados; quantificar e qualificar os danos ao povoamento

remanescente; e avaliar necessidades, tipos, intensidade e formas de tratamentos

silviculturais. Segue abaixo um modelo de ficha de campo:

Ficha de campo para registro de indivíduos - Classe de tamanho: ÁRVORES

A rea Ano de mediça o Parcela Sub-parcela

Identificador Responsa vel Data

Nº a rvore

Co d. Nome vulgar CIF Dia metro (mm)

Mudou PDM*

Iluminaça o da copa

A

A

Figura 54 – (A) e (B) Medição do DAP das árvores em parcelas permanentes.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

67

6.7.6. Avaliação de Danos/Desperdício

A avaliação de danos é uma atividade que avalia a intensidade e a frequência de

dano causado pela exploração madeireira. Com o objetivo de identificar, mensurar e

quantificar os danos nas árvores remanescentes comerciais e potencialmente

comerciais. Já a avaliação de desperdício visa quantificar a intensidade do desperdício

de madeira durante a exploração florestal, objetivando identificar, mensurar e

quantificar o desperdício e monitorar a equipe de exploração. O estudo de dano e

desperdício tem uma forte contribuição para avaliar a proposta de produção e a

qualidade operacional nas atividades.

A metodologia aplicada na coleta de dados dos danos e desperdícios deve seguir

algumas recomendações técnicas do Instituto Floresta Tropical (IFT), como: Se a UPA for

>1000ha/ano, sortear uma UT para fazer a avaliação de danos, definir padrões e causas

dos danos pelas atividades florestais, utilizar mapas bases pré-exploratórios e mapa de

corte e arraste para auxiliar na localização das árvores e definir diâmetro e grau de

comercialização para espécies que serão ser avaliadas. Devem ser estabelecidos alguns

critérios, tais como: coletar os dados logo após ou no máximo dois anos após a

exploração e definir a área de amostragem.

As principais atividades avaliadas são: construção de estradas e pátios, corte das

árvores, planejamento de arraste, arraste das toras e operações de pátio.

As variáveis que serão avaliadas são:

Danos na copa: Será averiguada a intensidade de danos e o código

correspondente deverá ser anotado na ficha de campo.

Figura 55 – Esquema de avaliação de danos na copa.

Page 68: Relatório - Estágio Supervisionado III - Oficial 2.0.pdf

Relatório – Estágio Supervisionado III

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Danos no fuste: Será averiguada a intensidade de danos e o código

correspondente deverá ser anotado na ficha de campo.

Avaliação da saúde da árvore: Será averiguado o grau de sanidade da árvore

avaliada e o código correspondente deverá ser anotado na ficha de campo.

Avaliação da técnica de corte: Avaliar se a técnica utilizada para cortar as

árvores foi adequada e o código correspondente deverá ser anotado na ficha de

campo.

Figura 56 – Esquema de avaliação de danos no fuste.

Figura 57 – Esquema de avaliação da saúde da árvore.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Desperdício no corte (toco): Deve-se verificar se há desperdício de madeira

quanto a altura do toco, pois, segundo Nogueira (2011) em árvores de fuste

cilíndrico o corte deve ser feito a 10cm do solo, e em árvores com sapopema a

altura é de 40cm. Para isso o toco deve ser medido e a altura deve ser colocado

no formulário de campo.

Desperdício na tora: Deve-se verificar se há desperdício de madeira na tora.

Para isso devem ser medidas as toras deixadas em campo que tenham

rachaduras, ocos e tortuosidade, além daquelas que são encontradas na floresta,

que por ventura a equipe de arraste não encontrou.

Figura 58 – Esquema de tipos de corte (ótimo, regular e irregular).

Figura 59 – (A) Altura do toco; (B) Esquema do desperdício durante o corte.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

70

Desperdício na copa: Verificar se houve desperdício de madeira no destopo da

árvore.

Desperdício no galho: Verificar se as galhadas deixadas em campo

poderiam ser aproveitadas, caso sim, estes devem ser medidos.

Figura 60 – Tipos de desperdícios na tora.

Figura 61 – Desperdícios na copa.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

71

Na ficha de campo deve conter espaços para coletar o nº da árvore, nome comum,

o código do dano no fuste, o código do dano na copa, o código da saúde da árvore, o

código da técnica de corte, a altura do toco e as medidas para calcular o desperdício na

tora, na copa e no galho, assim como observações pertinentes.

Para essa atividade recomenda-se um coordenador (Técnico florestal ou uma

pessoa que tenha habilidade com a metodologia) e dois ajudantes. Os materiais

necessários são: trena métrica, mapas, prancheta e lápis com borracha. A produtividade

esperada é de 1,25ha/h (Fonte Fazenda Cauaxi).

As principais causas de desperdício no setor florestal são:

Industrial: Equipamentos ultrapassados, falta de mão-de-obra capacitada e

treinada e limitação do mercado consumidor e escoamento da matéria-prima;

Operacional: Técnicas operacionais inadequadas, falta de mão-de-obra treinada

e capacitada e sistema de produção inadequado; e

Natural: Falta de técnicas de avaliação (oco), espécies com presença de oco,

torções e técnicas de corte inadequadas para espécies com facilidade de rachar.

Os danos decorrentes da queda de árvores serão verificados principalmente sob a

forma de clareiras. De modo que, árvores que são derrubadas em consequência da

árvore explorada podem vir a ampliar consideravelmente a área da clareira. O número

de clareiras deve ser quantificado. A área das clareiras será determinada pela

metodologia proposta pelo IMAZON (VIDAL et al., 1998). Onde, coloca-se uma estaca

aproximadamente no centro de cada clareira e mede-se a distância do centro até a borda

da clareira em intervalos aproximados de 45 graus.

A fórmula utilizada para determinar a área da clareira é:

Figura 62 – Desperdícios nos galhos.

A B

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Onde:

r: raio medido do centro da clareira até a extremidade

Ressaltando-se que, também serão avaliados os danos diretos ocasionados ás

árvores situadas tanto no interior à clareira quanto nas suas adjacências, identificando-

se danos no fuste e na copa.

Quanto as estradas, deve-se fazer medições a fim de verificar se as dimensões

estão de acordo com a legislação vigente (NE 01 do IBAMA/2007 e IN 05 do MMA/2006)

6.7.7. Manutenção da Infraestrutura

Após a conclusão da exploração todas as estradas principais, secundárias, de

acesso, pátios, bueiros e pontes trafegados durante a exploração florestal são vistoriados

para que se defina a necessidade de manutenção. De acordo com a finalidade que se

destinam e frequência de uso é definida prioridade de sua recuperação. A manutenção é

realizada, em geral, com o objetivo de facilitar a trafegabilidade e evitar erosões.

Nas estradas principais, secundárias, de acesso e pátios, deve-se controlar a água

superficial, erosões e estabilizar o leito de rodagem, com revestimento (piçarra). Se

durante a estrada houver curvas fechadas, é necessário retirar a vegetação do entorno

da estrada, cerca de 5m para cada lado. Os bueiros e pontes devem ser reforçados e

trocar os materiais que estejam em estado de deterioração. Todas essas atividades

devem ser feitas levando em consideração a minimização de impactos ambientais.

A B

Figura 63 – Manutenção das estradas.

A B

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação acadêmica do curso de Engenharia Florestal da turma 2010 foi

fortalecida com o Curso de Gerenciamento em Manejo Florestal de Impacto Reduzido,

em que, nós discentes tivemos a oportunidade de aprender conhecimentos e técnicas,

além de presenciarmos algumas etapas do Manejo Florestal em campo, que foi de suma

importância para nossa formação.

8. LITERATURA CITADA AMARAL, P.; AMARAL NETO, M. Manejo florestal comunitário: processos e aprendizagens na Amazônia brasileira e na América Latina. Belém: IEB: IMAZON, 84 p. 2005. BALZON, D. R.; SILVA, J. C. G. L. da; SANTOS, A. J. dos. Aspectos mercadológicos de produtos florestais não madeireiros – análise retrospectiva. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/view/2422/2024>. Acesso em: 05 de jul. de 2013. BARROSO, J. G.; SALIMON, C. I.; SILVEIRA, M.; MORATO, E. F. Influência de fatores ambientais sobre a ocorrência e distribuição espacial de cinco espécies madeireiras exploradas no Estado do Acre, Brasil. Scientia Forestalis. Piracicaba, v. 39, n. 92, p. 489 - 499, dez. 2011. BERKES, F. Sacred Ecology: Traditional Ecological Knowledge and Resource Management. Taylor & Francis, 1999. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução nº 406, de 2 de fevereiro de 2009. Estabelece parâmetros técnicos a serem adotados na elaboração, apresentação, avaliação técnica e execução de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS com fins madeireiros, para florestas nativas e suas formas de sucessão no bioma Amazônia. Diário Oficial da União, Brasília, nº 26, p. 100, 6 de fevereiro de 2009. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 303, de 20 de Março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Diário Oficial da União, nº 90, seção 1, página 68, de 13 de Maio de 2002. BRASIL. Decreto Federal nº 5.975, de 30 de Novembro de 2006. Dispõe sobre a exploração de florestas e de formações sucessoras de que trata o art. 19 da Lei 4.771/1965, bem como a aplicação dos seus Art. 15, 16, 20 e 21. Diário Oficial da União, de 01 de Dezembro de 2006. BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Norma de Execução nº 01, de 24 de Abril de 2007. Institui, no âmbito do IBAMA, as Diretrizes Técnicas para Elaboração dos Planos de Manejo Florestal Sustentável – PMFS de que trata o art. 19 da Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965. Diário Oficial da União,

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Brasília, seção 1, página 405, 30 de Abril de 2007, Retificações: Diário Oficial da União, seção 1, pág. 91, 02 de Maio de 2007. BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa nº 112, de 21 de Agosto de 2006. Considerando os termos do art. 2º da Portaria/MMA nº 253, de 18 de agosto de 2006, que instituiu a obrigatoriedade do uso do Documento de Origem Florestal – DOF para o controle de origem, transporte e armazenamento de produto e subproduto florestal e aprova o Sistema – DOF, para o controle informatizado do Sistema. Diário Oficial da União, nº 162, de 23 de Agosto de 2006. BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa nº 93, de 03 de Março de 2006. Estabelece normas técnicas para apresentação de mapas e informações georreferenciadas quanto à localização de reserva legal e áreas sob manejo florestal e suas respectivas subdivisões. 2006. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa nº 5, de 11 de Dezembro de 2006. Dispõe sobre procedimentos técnicos para elaboração, apresentação, execução e avaliação técnica de Plano de Manejo Florestal Sustentável – PMFS nas florestas primitivas e suas formas de sucessão na Amazônia Legal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, 13 de dezembro de 2006. BRASIL. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Instrução Normativa nº 12, de 30 de Novembro de 2006. Estabelece normas e procedimentos para disciplinar o uso da Guia Florestal – GFPA para o transporte de produtos e/ou subprodutos de origem florestal do Estado do Pará, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado, Belém, 206. CAMPOS, J.C.C.; LEITE, H.G. Mensuração Florestal: perguntas e respostas. 3a ed. Viçosa: Editora UFV, 2009. 470p. CARIELLO, R. V. Considerações sobre a Exploração Florestal de Impacto Reduzido. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Monografia), Seropédica – RJ, 2008. COSTA, G. R.; ZANDONADI, F. B. Análise de riscos de acidente no manejo florestal com Exploração de Impacto Reduzido da Fazenda Sinopema, Tabaporã/MT. Disponível em: <http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/an_riscflo.pdf>. Acessado em: 02 de Agosto de 2013. CUNHA, M. C.; ALMEIDA, M. W. B. Populações tradicionais e conservação ambiental. In: Biodiversidade na Amazônia Brasileira (ed. João Paulo Capobianco), Imazon, IPAM, ISPN, GTA, CI e ISA. p. 184 – 199. 2001. FIGUEIREDO, E. O.; WADT, L. H. O. Aspectos fundamentais para o manejo de produtos não-madeireiros. Rio Branco: Embrapa Acre, 2000, 4p. (Comunicado técnico, 109). FLORESTAL. ABDALA,W. S.; FERREIRA, V. Projetos de Manejo Florestal e Planos Operacionais Anuais, Arquimedes, 2008.

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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Relatório – Estágio Supervisionado III

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