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1 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
RELATÓRIO
Os Comboios em Portugal
Comboios de Mercadorias
Grupo CIV212:
Ana Correia
José Henriques
Luís Moreira
Miguel Cunha
Miguel Seixas
Nuno Pereira
2 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
Resumo
Sendo o tema do projecto “Os Comboios em Portugal” e tendo em conta o facto de este ser um assunto que abrange diversas áreas, foi dada especial atenção à temática “Comboios de Mercadorias”. O transporte ferroviário de mercadorias é uma parte fundamental da cadeia logística que facilita as trocas comerciais e o crescimento económico. Assim, aprofundar-se-á o tema, focando alguns dos aspectos mais relevantes. Porém, este projecto não tem só como objectivo o estudo do referido tema. Mais que isso, este trabalho permite-nos de forma ligeira ter uma noção da tipologia de problemas que a engenharia resolve e, deste modo, pôr-nos em contacto com este nosso novo mundo - a engenharia.
Ideias-Chave -Transporte de mercadorias
- Rede Ferroviária Nacional - Evolução - Tipos de mercadorias transportadas
3 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
Índice
• Lista de figuras 4
1. Introdução 5
2. Definição de transporte 6
3. Evolução dos transportes ferroviários 6
4. Características do transporte ferroviário 8
5. Vantagens e desvantagens do transporte ferroviário 8
6. Diferenças entre comboios de mercadorias e comboios de passageiros 9
7. Tipos de comboios de mercadorias 10
8. Tipo de mercadorias transportadas em Portugal 11
9. Rede ferroviária nacional 11
10. Principais linhas ferroviárias 12
11. Principais terminais ferroviários 13
12. Conclusão 15
13. Bibliografia 16
14. Anexos 18
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Lista de figuras
1. Figura 1 – Máquina a vapor de James Watt 6
2. Figura 2 - Esquema de funcionamento de uma máquina a vapor 7
3. Figura 3 – Comboio de passageiros 9
4. Figura 4 – Comboio de mercadorias 9
5. Figura 5 - Locomotiva Híbrida 10
6. Figura 6 – Comboio de transporte de cereais 11
7. Figura 7- Comboio de transporte de cimento 11
8. Figura 8- Terminal de Leixões 13
9. Figura 9- Terminal de Bobadela 14
10. Figura 10- Rede Ferroviária Nacional (RFN) 18
11. Figura 11- Diagrama das linhas férreas e estações portuguesas 19
12. Figura 12- Topologia das vias e distâncias 20
13. Figura 13- Patamares de velocidade mais elevada 21
5 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
1. Introdução
No âmbito da unidade curricular Projecto FEUP foi-nos proposto trabalhar o
tema intitulado “Os comboios em Portugal”, mais especificamente o problema número
do referido tema “Como se caracterizam os comboios para o transporte ferroviário de
mercadorias em Portugal? Como evoluíram esses veículos ao longo do tempo?”. Deste
modo, este relatório contém de forma estruturada e organizada toda a informação
recolhida e tratada acerca do tema em questão.
Tendo em vista uma relação entre o assunto que nos foi proposto e o curso que
frequentamos (MIEC), decidimos tratar questões que apresentamos no corpo do
relatório tais como a evolução histórica do transporte ferroviário de mercadorias no
nosso país, a distinção entre diferentes tipologias de comboios de mercadorias que
circulam em Portugal, as vantagens e desvantagens do referido tipo de transporte face
ao transporte rodoviário, as diferenças a nível da geometria e características
mecânicas face aos comboios de passageiros e ainda o conhecimento da rede
ferroviária nacional no que diz respeito a linhas, estações e velocidades.
Respondendo a todas as questões acima enumeradas, tornou-se possível
resolver o problema que nos foi apontado “Como se caracterizam os comboios para o
transporte ferroviário de mercadorias em Portugal? Como evoluíram esses veículos ao
longo do tempo?” e também alcançar os objectivos traçados no início do projecto.
6 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
2. Definição de transporte
O transporte ferroviário é a transferência de pessoas ou bens, entre dois locais
geograficamente separados, efectuada por um comboio.
O transporte ferroviário é uma parte fundamental da cadeia logística que facilita
as trocas comerciais e o crescimento económico. É um meio de transporte com uma
elevada capacidade de carga e energeticamente eficiente, embora careça de
flexibilidade e exija uma contínua aplicação de capital.
O transporte comercial moderno está ao serviço de interesses públicos e inclui
todos os meios e infra-estruturas implicados nos movimentos das pessoas ou bens,
serviços de recepção, entrega e manipulação de bens.
O transporte comercial de pessoas diz respeito ao serviço de transporte de
passageiros, enquanto o transporte comercial de bens se prende com o serviço de
mercadorias.
3. Evolução do transporte ferroviário
Em 1705, Thomas Newcomen inventa a máquina a vapor, melhorada por James
Watt em 1765. A primeira locomotiva foi apresentada em público em 1814, graças a
George Stephenson. Durante a Revolução Industrial houve um aumento do volume da
produção de mercadorias e a necessidade de transportá-las com rapidez.
Figura 1 – Máquina a vapor de James Watt
7 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
Figura 2 – Esquema de funcionamento de uma máquina a vapor
A Europa começa a incentivar este meio de transporte e a desenvolver as suas
próprias redes e as ligações com os países vizinhos. As primeiras locomotivas tinham
fraco poder de tracção e partiam o diferencial motor-rodado, pelo que foram
substituídas pelo modelo diesel-eléctrico. Este sistema consiste num motor diesel
ligado a um gerador de corrente eléctrica. A corrente eléctrica assim gerada vai
accionar motores eléctricos ligados aos rodados. Existem variantes deste sistema como
as diesel-hidráulicas e as de turbina de gás.
As carruagens de carga também sofreram grandes modificações, sendo que hoje
as carruagens de mercadorias são especializados e vão desde os mineiros aos
cisternas, para já não falar nos de transporte de automóveis.
Para além destas inovações o transporte ferroviário conheceu nas últimas
décadas outras inovações: electrificação das redes, modernização das vias e dos
sistemas de sinalização que lhe permitiu adquirir maior velocidade, comodidade,
especialização dos serviços e uma diminuição dos custos, devido à forte competição
com os outros modos de transporte.
A rede ferroviária portuguesa é pouco extensa e muitas linhas do interior do país
encontram-se desactivadas. O despovoamento e a melhoria das vias rodoviárias
contribuíram para a diminuição da utilização do comboio em algumas regiões.
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4. Características do transporte ferroviário
-Os veículos movimentam-se sobre carris;
-Constituídos por carruagens interligadas entre si;
-A infra-estrutura apresenta terminais (estações), onde é permitida a carga e descarga;
-Os serviços de transporte são arrendados ao operador que poderá ser privado ou público;
-Tem uma boa capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficiência energética, principalmente em casos de deslocamentos a médias e grandes distâncias;
-Apresenta maior segurança, em relação ao transporte rodoviário, com menor índice de acidentes e menor incidencia de furtos e roubos.
5. Vantagens e desvantagens do transporte ferroviário
(Tabela 1)
Vantagens Desvantagens
- Maior capacidade de carga em relação aos transportes rodoviários e ao aéreo.
- Horários rígidos.
- Menor ocupação do espaço pelas vias férreas comparativamente às estradas).
-Necessidade maior de transbordo.
- Sem congestionamentos. - Existência de uma via pode condicionar competitividade...
- Menor impacto ambiental, caso das redes electrificadas (eficaz em termos energéticos).
- A natureza da sua estrutura implica fraca flexibilidade.
- Menor custo de transporte para grande distâncias.
- A exclusividade da exploração do transporte ferroviário limita a sua capacidade concorrencial face à diversidade da oferta apresentada pelo rodoviário.
- Terminais de carga próximo das fontes de produção.
-Elevada dependência de outros transportes.
- Adequado para produto de baixo valor acrescentado e alta densidade.
-Pouco competitivo para pequenas distâncias.
- Independente das condições atmosféricas.
-Elevados custos de manuseamento.
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6. Diferenças entre comboios de mercadorias e
comboios de passageiros
Os veículos ferroviários para transporte de passageiros recebem esta
denominação quando incluem um ou mais compartimentos ou espaços especialmente
reservados para bagagem, volumes, correio, etc. Cada veículo separado de um
conjunto indivisível, destinado ao transporte de passageiros, conta-se como um
veículo ferroviário de passageiros.
Este tipo de transporte serve sobretudo as grandes áreas urbanas. Facilita a
mobilidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, através do
descongestionamento do tráfego rodoviário e da redução da emissão de poluentes.
Normalmente, estes serviços são reforçados nas horas de ponta. Em Portugal, as
principais linhas suburbanas existentes concentram-se nas áreas metropolitanas de
Lisboa e do Porto.
Em 2005, foram transportados nos serviços suburbanos de Lisboa um total de
117 milhões de passageiros, sendo a linha de Sintra aquela que apresenta um maior
número de passageiros transportados. Relativamente ao Porto, o número de utentes
dos seus suburbanos foi de 17 milhões, destacando-se os serviços suburbanos
de Aveiro e Braga, que no conjunto representam cerca de 68% do total de passageiros
transportados. A taxa de ocupação média anual representa valores relativamente
baixos, função de uma procura predominantemente pendular concentrada nos
períodos de ponta da manhã e da tarde.
Figura 3 – Comboio de Passageiros Figura 4 – Comboio de Mercadorias
O transporte de mercadorias destina-se à mobilização de cargas efectuada por
meio de veículos ferroviários entre o local de carga e o local de descarga. Os preços do
transporte variam de acordo com a distância, peso e dimensão do bem a transportar.
10 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
Para comprovar o transporte, é emitido um documento, a declaração de expedição,
que tem de acompanhar o expedidor até à entrega do produto ao destinatário.
A circulação de bens e mercadorias entre diferentes países obriga ao
cumprimento de um agregado de formalidades. Todas as mercadorias que circulam
nas diversas redes ferroviárias têm de se fazer acompanhar por um documento
identificativo denominado CIM (Declaração de Expedição de Tráfego Internacional),
que substitui o documento de trânsito, facilitando todo o procedimento.
7. Tipos de comboios de mercadorias
Os comboios de mercadorias variam consoante o tipo de mercadoria que transportam, podendo ser usados em unidades singulares ou unidades múltiplas, com uma sequência de carruagens que, geralmente estão unidas entre si e funcionam apenas com um motor.
Desde que o comboio foi inventado como um modo benéfico de transporte, as pessoas têm vindo a utilizá-los também para o transporte de mercadorias.
• Locomotiva híbrida
A General Electric Company (GEE) apresentou um protótipo híbrido de uma
locomotiva para comboios de mercadorias a 24 de Maio em Los Angeles, Califórnia.
Este híbrido apresenta 4.400 cavalos de potência e uma série de baterias que captam e
armazenam a energia de travagem da locomotiva e usam-na para ajudar a acelerar o
comboio. Segundo a empresa, o sistema híbrido reduz o consumo de combustível e
emissões até 10 % em comparação com a maioria das locomotivas usadas hoje em dia.
A GEE não divulgou os tipos de baterias utilizados na locomotiva, descrevendo-os
apenas como inovadores, livres de chumbo e recarregáveis.
Figura 5 – Locomotiva híbrida
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8. Tipos de mercadoria transportada
• Alimentos (cereais, rações e farinha são os mais produtos mais transportados por via ferroviária);
• Produtos Cerâmicos;
• Cimento;
• Brita (muito utilizada em obras da construção civil);
• Balastro (terra, areia, cascalho);
• Madeira;
• Pasta de papel;
• Contentores.
9. Rede ferroviária nacional (RFN)
A Rede Ferroviária Nacional é a rede nacional de serviços de transporte de
mercadorias e de passageiros pelo meio ferroviário. A RFN está dividida em três tipos
de redes ferroviárias.
Rede Principal
Liga, entre si, as maiores estações, portos e plataformas logísticas do país, uma
vez que são as mais procuradas e, geralmente, oferecem melhor serviço de transporte
ferroviário. Esta rede está maioritariamente situada na parte litoral de Portugal, já que
é aí que se encontram os maiores centros de transporte de mercadorias, como os já
referidos portos marítimos, e onde existe também uma maior densidade populacional.
Rede Complementar
Está encarregue de ligar a rede principal a localidades com um índice de
procura relativamente reduzido em comparação com os focos populacionais da rede
Figura 6 - Comboio de transporte de cereais
Figura 7 - Comboio de transporte de cimento
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principal. Está direccionada para zonas mais interiores de Portugal Continental e para
certas zonas do litoral não abrangidas pela rede principal, como é o caso da Linha do
Oeste que vai da estação da Figueira da Foz até à estação de Agualva-Cacém passando
por localidades do litoral.
Rede Secundária
Está focada em servir zonas com baixa procura, nomeadamente nas regiões
mais a leste de Portugal Continental e ainda em alguns locais de procura secundária no
litoral, que têm uma densidade populacional e taxa de desenvolvimento inferior às
zonas servidas pela rede principal e pela complementar.
Nota: Ver imagem da Rede Ferroviária Nacional (RFN) inserida nos anexos (Imagem 1).
10. Principais linhas ferroviárias
Linha do Leste
É das linhas mais antigas de Portugal, começou a ser construída em 1853 e o
primeiro troço entre Lisboa e o Carregado ficou terminado em finais de 1856. A
construção desta via foi muito importante pois possibilitou ligações a Espanha. Hoje
em dia, os comboios de mercadorias estão mais presentes nesta linha já que têm como
objectivo as trocas comerciais no sul de Espanha.
Linha do Norte
É a grande mais-valia dos comboios em Portugal pois estabelece ligações entre
Porto e Lisboa e permitiu um grande desenvolvimento em todas as localidades que são
abrangidas pela linha. Além disso esta linha é intersectada por outras, tais como a
linha do Oeste, a linha da Beira Alta e a linha do Leste.
Linha do Sul
É uma via larga também muito importante para Portugal pois estabelece
contacto entre a estação de Campolide, em Lisboa, e a estação de Tunes, no Algarve,
passando por outras cidades de renome no país. Foi planeada no âmbito do transporte
de mercadorias entre Barreiros e as minas do Sul, no entanto só em 1889 é que a obra
ficou concluída até Faro.
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Linha de Leixões
Esta linha é das mais importantes a nível do transporte de mercadorias uma vez
que faz ligação com o porto de Leixões, um dos expoentes máximos em Portugal em
termos de infra-estruturas portuárias. Esta linha está então ligada a outras
pertencentes à rede principal e que portanto gere de forma eficaz o transporte de
mercadorias para a Península Ibérica.
11. Principais terminais ferroviários existentes em
Portugal
Terminal de Leixões
O terminal tem três linhas de carga e descarga de vagões, conhecidas por Linha
da Máquina, Linha do Pórtico e Linha Nova. A Linha do Pórtico de carga e descarga de
contentores em vagões, abarca duas linhas férreas, sendo uma linha de parque, capaz
de posicionar três contentores em altura, e uma via para camiões. É provavelmente o
mais importante terminal em Portugal relativamente ao transporte de mercadorias,
uma vez que, é utilizada para o carregamento das mercadorias provenientes do porto
de Leixões e que serão levadas para o resto do país e da península.
Figura 8 – Terminal de Leixões
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Terminal da Bobadela
Este terminal está equipado com pórticos, máquinas de elevação de
contentores, empilhadores, porta – paletes.
Figura 9 – Terminal da Bobadela
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12. Conclusão
Como previsto, o relatório permitiu adquirir novos conhecimentos, servindo
também como ajuda para a elaboração da apresentação final do projecto.
Neste relatório são apresentados alguns dos aspectos que consideramos mais
importantes dentro da temática e que fomos investigando e analisando ao longo de
todo o trabalho.
Da análise dos dados recolhidos foi possível concluir que o transporte
ferroviário é hoje uma boa opção ao nível do transporte de certas mercadorias, uma
vez que, este tipo de transporte é vantajoso tanto a nível económico como a nível da
preservação do ambiente, já que grande parte dos comboios utiliza como
“combustível” a energia eléctrica. Assim, atendendo a todas as características destes
veículos, torna-se inevitável referir a importância que detêm no que diz respeito ao
quotidiano de um país e, consequentemente, da população.
Para além da aquisição de novos conceitos e aprendizagens, este relatório e
toda a unidade curricular “Projecto FEUP” tem vindo a permitir uma integração mais
rápida e acessível nesta nova etapa.
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Bibliografia
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17 ProjFeup Porto, Outubro de 2010
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ProjFeup
15. Figura 11
portuguesas
Porto, Outubro de 2010
11 - Diagrama das linhas férreas e e
portuguesas
19
linhas férreas e estações