relatorio praticas pedagogias iv leao

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7 Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV Capítulo I 1. Introdução As Práticas Pedagógicas IV (PPIV) reflectem uma fase de amadurecimento e aperfeiçoamento da actividade de leccionação por parte do estudante praticante, isto é, é a aproximação à prática profissional e real, aproximação esta que deve ser feita tendo em conta as teorias adjacentes que influenciam na teoria e no aperfeiçoamento dos fenómenos reais do ensino e aprendizagem de uma determinada disciplina, neste caso da disciplina de Português. É a fase da praxis da actividade docente. Sendo assim, as Práticas Pedagógicas proporcionam um espaço de aprendizagem com ricas situações que possibilitam aos estudantes aplicar os seus saberes teóricos no contexto de sala de aula. Com este relatório, pretende-se fazer uma descrição clara sobre as observações de aulas na Escola Secundária Josina Machel, aulas leccionadas pelo tutor e as aulas leccionadas pelo estudante praticante, entre outras actividades desenvolvidas na cadeira de Práticas Pedagógicas IV. 1.1. Objectivos Tal como em qualquer actividade que necessite de uma avalição e meta, para o presente relatório foram definidos objectivos, nomeadamente:

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Este e um dos mais curiosos relatorios que ja fiz. Para a sua concretizacao foi necessaria a realizacao de um trabalho de campo bastante renhido, pois se deu numa escola um pouco complicada na altura.

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Page 1: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

7Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Capítulo I

1. Introdução

As Práticas Pedagógicas IV (PPIV) reflectem uma fase de amadurecimento e

aperfeiçoamento da actividade de leccionação por parte do estudante praticante, isto é, é a

aproximação à prática profissional e real, aproximação esta que deve ser feita tendo em

conta as teorias adjacentes que influenciam na teoria e no aperfeiçoamento dos

fenómenos reais do ensino e aprendizagem de uma determinada disciplina, neste caso da

disciplina de Português. É a fase da praxis da actividade docente.

Sendo assim, as Práticas Pedagógicas proporcionam um espaço de aprendizagem

com ricas situações que possibilitam aos estudantes aplicar os seus saberes teóricos no

contexto de sala de aula.

Com este relatório, pretende-se fazer uma descrição clara sobre as observações de

aulas na Escola Secundária Josina Machel, aulas leccionadas pelo tutor e as aulas

leccionadas pelo estudante praticante, entre outras actividades desenvolvidas na cadeira

de Práticas Pedagógicas IV.

1.1. Objectivos

Tal como em qualquer actividade que necessite de uma avalição e meta, para o presente

relatório foram definidos objectivos, nomeadamente:

1.1.a) Objectivos gerais

Constituem objectivos gerais do presente relatório:

Estabelecimento de relação entre os conteúdos didactico-científicos adquiridos

nas aulas de Práticas Pedagógicas com a realidade concreta no terreno.

1.1.b) Objectivos específicos

Por sua vez, constituem objectivos específicos:

Descrição das aulas leccionadas pelo professor-tutor na Escola Secundária Josina

Machel, sala 09, 11ª classe, curso diúrno;

Descrição das aulas leccionadas pelos estudantes praticantes na Escola Secundária

Josina Machel, sala 09, curso diúrno, 11ª classe e;

Confrontação entre a abordagem teórica do processo de ensino-aprendizagem

(PEA) e a prática na sala de aulas.

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8Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

1.2. Fases da Prática Pedagógica no Curso

As práticas pedagógicas estão organizadas em quatro fases: A primeira fase é a PPI que tem lugar no primeiro ano. Nesta fase o

estudante praticante em o primeiro contacto com a escola, onde se inteira sobre o seu funcionamento e estrutra;

A segunda fase é a PPII, cadeira do segundo ano. Nesta fase o estudane praticante acompanha de perto as actividades do professor na sala de aulas, ajuda na corecção de exercícios e participa na realização de outras activiades da scola integrada;

A terceira fase é a PPIII, no terceiro ano, no qual o estudante praticante

planifica as aulas e lecciona algumas aulas, isto é, toma o controlo da turma;

Finalmente a quarta fase que não difere muito da terceira, pois as

actividades são mesmas, somente acrescentando-se a maturidade do estudante praticante,

visto já er tido um contacto directo com alunos nas PPIII, na qual leccionou algumas

aulas.

1.3. Metodologia de trabalho

Para acentuar a credibilidade e cientificidade do trabalho, optou-se em usar alguns

métodos científicos, nomeadamente: a observação- este é um dos métodos principais,

pois nos permite fazer confrontos teórico-práticos, tendo como o campo de observação as

aulas leccionadas na sala 9, 11ª classe, curso diúrno da Escola Secundária Josina Machel

no ano 2010.

De igual modo foram consultadas algumas obras de alguns didactas,

especificamente Amor (1993), Haydt (2002), Libâneo (1994), Luckesi (1998).

De referir que o trabalho foi acompanhado pela supervisora, Prof. Dra. Elda

Santos e pelo professor tutor Dr. Rogério Paunde.

Dada a insuficiência de salas de aulas disponíveis, cada turma recebeu dois

estudantes praticantes Tito Mário Selemane e Gui Feliciano Pedro Leão, que

estrategicamente dividiram o programa de maneira que as aulas fossem leccionadas em

dez dias úteis, tendo o primeiro ficado com os primeiros cinco dias e o segundo com os

últimos cinco que se prolongaram até ao dia 11 de Outubro, por sinal o último dia de

aulas.

Primeiramene a turma foi dividida em 12 grupos de trabalho para a apresentação

de seminários e outras actividades afins. Com o início da actividade de campo, houve um

Page 3: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

9Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

redimensionamento. Deste modo, surgiram os subgrupos de dois estudantes que

trabalharam em cada turma conforme a explicação dada no parágrafo anterior.

Foram praticamente quatro semanas, das quais duas foram para assistência às

aulas do professor tutor e as duas últimas partilhadas pelos estudantes praticantes.

Capítulo II

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10Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

2. 1.Referencial Teórico.

Por se tratar de um relatório mais centrado nas actividades desenvolvidas na sala

de aulas, o referencial teórico estará mais centralizado nos aspectos que permitem a

existência de uma aula e que forma debatidos durante as PIV, especificamente: a aula, o

ensino, o processo de planificação, a observação e o processo de interação professor-

aluno como os pricipais elementos da sala de aula ou do cumprimento do currículo.

Ainda por se tratar de um processo de ensino-aprendizagem, faz-se uma

abordagem sobre a avaliação visto ser a partir dela que se sabe sobre o nível de

cumprimento dos objectivos traçados a todos os níveis.

2.1.1. A aula

Segundo LIBÂNEO (1994:117) a aula é “um conjunto de meios e condições

pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino das actividades

próprias do aluno no processo de ensino-aprendizagem ou seja a assimilação

crescente e activa dos conteúdos”. Deste modo, a aula não é um espaço, mas sim

conjunto de acções orientadas pelo professor que permitem a parendizagem e

assimilação da matéria.

2.1.2. O ensino

Ensino é, semelhane ao estágio, um termo com vários significados,

especificamente:

Acto de ensinar;

Transmissão de conhecimentos e competências; instrução;

Transmissão de princípios relacionados com o

comportamente e atitudes correspondentes aos usos socialmente tidos

como correctos; educação;

a) Tipos de Ensino

Ensino básico- ciclo de estudos compreendido nos anos da escolaridade

obrigatória, isto é, de 1ª à 7ª classes;

Ensino especial – modalidade de ensino escolar destinada a alunos com

algum tipo de deficiência física, sensorial ou cognitiva;

Ensino secundário – ciclo de estudos relativos aos cinco anos anteriores

ao ensino universitário. Divide-se em;

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11Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Ensino secundário I ciclo – ciclo de estudos anteriores ao

ensino pré-universitário. Corresponde à três anos (8ª, 9ª e 10ª classes);

Ensino secundário II ciclo – ciclo de estudos

correspondentes à dois anos anteriores ao ensino unversitário (11ª e 12ª

classes);

Ensino superior – ciclo de estudos de qualificação profissional cuja

conclusão permite a obtenção de um grau académico.

2.2. Planificação

Segundo Haydt (2002), planificação é “um meio para se programar as acções do

professor, como também constitui momento de pesquisa e de reflexão intimamente ligado

à avaliação,” podendo haver três tipos de palno na esteira o mesmo autor, nomeadamente:

o plano da escola, o de ensino e o de aulas. O plano como instrumento orientador da

actividade docente deve apresentar: ordem sequencial, objectividade e funcionalidade,

coerência e unidade, precisão e clareza e flexibilidade.

É através da planificação que o professor constata as fraquezas dos seus alunos e

consequentemente procurar mecanismos para ultrapassar, como refere Libâneo:

“A planificação prevê objectivos, conteúdos e métodos a partir da

consideração das exigências postas pela realidade social, do nível do

preparo e das condições sócio-culturais e individuais dos alunos (…) assim

como facilita a preparação de aulas: seleccionar o material didáctico em

tempo hábil, saber que tarefa professor e aluno devem executar, replanejar

o trabalho frente a novas situações que aparecem no decurso das aulas ˝

Características da planificação.

A planificação, na esteira de Haydt (2002), tem as seguintes características:

Prevê objectivos, conteúdos e métodos a partir das exigências

impostas pelas condições sócio-culturais e individuais dos alunos;

Assegura a racionalização e coordenação do professor,

possibilitando a realização de um ensino de qualidade e, evitando a improvisação

e a rotina;

Facilita a preparação das aulas e a selecção do material didáctico

em tempo útil;

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12Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Actualiza o conteúdo do plano, adequando-o às condições de

aprendizagem dos alunos, aos métodos, às técnicas e aos meios de ensino.

Finalidades da planificação

Para definir as finalidade do plano recorremos à RIBEIRO (1989:669) que

defende que a planificação tem como finalidade:

i) Análise das necessidades que corresponde a um processo de recolha de

informações e opiniões sobre as necessidades de aprendizagem dos alunos;

ii) O estabelecimento dos objectivos gerais baseando-se nas necessidades

e prioridades identificadas;

iii) A formulação dos objectivos específicos e comportamentais, que

correspondem a uma operação de composição dos objectivos gerais, postulando a

selecção e a determinação dos conteúdos;

iv) A selecção de métodos e meios, que se refere à definição de estratégias

e actividades de ensino e;

v) A elaboração dos instrumentos de avaliação.

Segundo LUCKES (1998: 126)

“A planificação implica o estabelecimento de metas, acções e

recursos necessários à produção de resultados, que sejam satisfatórios à

vida pessoal e social. O plano deve ser elaborado de modo a corresponder

às necessidades específicas dos alunos. O estabelecimento de um plano de

ensino não parte do nada, deve partir de uma realidade objectiva,

considerando os objectivos, o contexto, os conteúdos, os métodos, os meios e

o plano de avaliação.

2.3. Observação

A observação é “o conjunto de actividades destinadas a obter dados e

informações sobre o processo de ensino-aprendizagem com o objectivo de proceder a

uma análise do processo nas variáveis em destaque”. (Alarcão, 1987). Deste modo, a

observação está ligada à avaliação, e esta pode ser feita tanto para a actividades e o

desempenho do professor quanto do aluno, assim como da escola e outros intervenientes,

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13Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

pois Libâneo (1994) considera a avaliação como “uma reflexão sobre o nível de

qualidade do trabalho escolar, tanto do professor como do aluno. Esta é uma tarefa

complexa que não se resume à realização de provas e atribuição de notas.”

Por sua vez, Estrela (1994) divide a observação em três dimensões,

destacadamente:

a) Na perspectiva da situação ou atitude do observador,

Observação participante e não participante;

Distanciada ou participada;

Intencional ou espontânea.

b) Quanto ao processo de observação:

Sistemática ou ocasional;

Armada ou desarmada;

Contínua ou intermitente.

c) Quanto aos aspectos e características no campo de observação:

Molar ou molecular;

Verbal ou gestual e individual.

2.4. A Avalição

Segundo Haidt (2002/288), a avaliação é um processo de colecta e análise de dados,

tendo em vista verificar se os objectivos propostos foram atingidos. No âmbito

escolar, a avaliação se realiza em vários níveis:

- do processo de Ensino e Aprendizagem;

- do currículo;

- do funcionamento da escola como um todo.

2.4.1. Tipos e Funções da Avaliação

Segundo Piaget, REUCHIN (1960), para julgar do carácter realista de um programa

ou de adequação ao objectivo dos processos pedagógicos postos em acção, é preciso

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14Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

avaliar, num grande número de alunos que são submetidos a essas provas, a parte

desse programa que foi objecto de transmissão e assimilação.

Com a avaliação, pode fazer-se notar o nível de aquisição que o discente atingiu em

relação ao comportamento terminal que tem de atingir. Isto quer dizer que “Avaliar o

processo de ensino e aprendizagem é, basicamente, verificar o que os alunos

conseguiram aprender e o que o professor conseguiu ensinar” É muito útil o

professor observar, fixar e comprovar o comportamento do aluno, as suas produções

espontâneas, quer orais quer escritas, nessas situações naturais de rotina, tendo como

tipos e funções as que vão arroladas seguidamente:

a) Avaliação diagnóstica

Considera-se em língua portuguesa, como fundamental, já que os alunos nesta

disciplina, embora possam estar no mesmo ano do currículo ou classe chegaram à

escola em muito diferentes estádios e só uma metódica e individualizada avaliação de

localização pode evitar, por parte do professor, futuros e graves problemas de

homogeneidade ou heterogeneidade, quando extremas. Esta avaliação, permite:

Conhecer os alunos - no início do ano lectivo quando se pretende conhecer

melhor os alunos no seu domínio da língua deve fazer-se uma avaliação de

localização ou avaliação diagnóstica. Este tipo de avaliação deve ocorrer no

princípio do ano lectivo ou antes de começar uma unidade de ensino para

verificar o coeficiente de reserva que os alunos possuem.

b) Avaliação Formativa

Ocorre durante o Processo de Ensino-Aprendizagem e serve para:

Identificar as dificuldades de aprendizagem e o grau de cumprimento dos

objectivos e com o intuito de corrigir possíveis erros. Esta avaliação permite

diagnosticar as dificuldades dos alunos bem como as suas causas, de natureza

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15Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

cognitiva ou de ordem afectiva. Essas dificuldades devem ser superadas

através de um trabalho pedagógico.

Caso os alunos tenham alcançado todos os objectivos previstos, podem continuar

avançando no conteúdo curricular e iniciar outra unidade de ensino. Mas se um grupo

não conseguiu atingir as metas propostas, cabe ao professor organizar novas situações

de aprendizagem. Aqui notabiliza-se o papel da correcção dos erros ortográficos, dos

erros de construção frásica e de encadeamento lógico das ideias, etc. Esta é a forma de

avaliação que permite detectar as maiores dificuldades de expressão oral e escrita e

corrigi-los ainda a tempo.

c) Avaliação sumativa

Este tipo de avaliação é realizado no final do ano, do curso, de unidade temática ou

parte dele, com o intuito de:

Aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem e promover os alunos. Para

esta avaliação usam-se testes de aptidão e testes de consecução que podem ir

desde os simples testes de leitura e interpretação de textos até aos testes de

elevada complexidade para testar o espírito crítico e de imaginação.

Este tipo de Avaliação fornece dados que permitem verificar o nível de aprendizagem

dos alunos e também determina a qualidade do processo de ensino. Neste sentido a

Avaliação tem a função classificatória e da de retroalimentação dos procedimentos de

ensino porque fornece (ao professor) dados paras repensar e replanificar sua actuação

didáctica.

Capítulo III

3.1. Etapas das Práticas Pedagógicas IV

Por se tratar de um processo, as PPIV decorreram em etapas distintas e que se

complementam, nomeadamente:

Pré- observação;

Observação;

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16Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Pós – observação.

3.1.1. Pré-observação

A pré-observação é uma fase que comporta actividades realizadas antes da partida

dos estudantes praticantes ao campo, ou seja, escola na qual o grupo ia trabalhar, e foi

composta por várias actividades, entre as quais destacamos:

Realização de seminário sobre a autoridade do professor na sala de

aula pela doutora Tomásia Mataruca;

Distribuição de horários e;

Orientações gerais do estágio.

A primeira aula serviu para a apresentação dos docentes da cadeira,

nomeadamente: Prof. Dra. Paula Cruz (coordenadora) Dr. Cremildo, Prof. Doutor

Agostinho Goenha, Prof. Dra. Elda Santos, Dra. Angelina Boné, Dr. António Marques,

Dr. Paulino, Dr. Ernesto Jr., Dr. Balate, Dr. Henrique Mangue e Dr. Guedes.

Ainda neste dia a coordenadora da cadeira pediu que os estudantes se

organizassem em grupos, para futura distribuição dos mesmos aos supervisores.

De igual modo, foram explicadas as modalidades de avaliação, onde se soube que

o tutor tinha a autonomia de avaliar o praticante e por sua vez enviaria a proposta de

avaliação ao supervisor. Além dessa tarefa, o cabe ao supervisor e ao tutor fazer a análise

do plano de aula elaborado pelo estudante praticante.

A pedido da coordenadora da cadeira, o segundo dia de aulas foi marcado pela

apresentação da lista geral dos estudantes que frequentavam a cadeira de PPIV.

No terceiro dia sai a lista dos estudantes e seus supervisores, lista essa que foi

afixada no quadro verde que se localiza junto à parede da sala 10, local onde decorriam

as aulas de PPIV.

As aulas seguintes serviram para consolidação das orientações sobre o processo

de PPIV, concretamente: o comportamento dos estudantes praticantes na escola

integrada, a pontualidade, o respeito pela hierarquia escolar e a necessidade de se

apresentar com a bata de professor enquanto estiver no recinto da escola.

a) Horários

Page 11: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

17Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

A distribuição dos horários foi feita perante a escolha de cada estudante, pois esse

grupo teve a possibilidade de definir a escola e tempos para leccionação, tendo o

estudante praticante escolhido a Escola Secundária Josina Machel, 11ª classe, curso

diúrno, período da tarde, sala 9, com o seguinte horário:

Horário da turma 9, 11ª classe, curso diúrno

Tempo 2ª3ª4ª5ª6ª

1º Português

2º Português

3º Português

4º PortuguêsPortuguês

De referir que as aulas estavam bem distribuídas no horário, pois iniciava com

uma aula na 2ª feira e terminava com duas aulas na 5ª feira, facto que permitia a

recomendação de trabalhos de casa e o aluno dispunha de tempo suficiente para a

pesquisa e resolução.

b) Planificação

Após a indicação da escola, a coordenação das PPs recebeu os planos de aula

trimestrais, os quais distribuíu para a turma, de modo que cada estudante tivesse acesso

ao mesmo e pudesse usá-lo para a elaboração de planos de aula no período da

leccionação.

3.2. Observação

Partindo do princípio de Libâneo (1994), segundo o qual a avaliação é “uma

reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto do professor como do

aluno,” nota-se que esta não é uma tarefa fácil e pacífica, dada a subjectividade

acentuada. Porém, o objecto da nossa avaliação já estava definido: o processo de

leccionação, tanto do professor tutor, quanto do colega estudante praticante.

Page 12: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

18Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Deste modo, o processo de observação só inicia com a ida ao campo, ou seja, a

escola integrada, o que se deu no dia nove de Setembro e as aulas inicaram no dia treze

do mesmo mês.

O professor tutor deu dez aulas, consequentemente, os estudantes praticantes

assistiram dez aulas. As aulas foram boas, com um nível de estrategias bem claro e

perceptível.

Durante o período de assistência o professor deu os seguintes temas: Texto

expositivo argumentativo e Textos líricos, matéria que foi avaliada através de exercícios

dados para resolver em casa e na sala de aulas.

3.2.1. Análise do programa da 11ª classe e da dosificação elaborada pela

escola

I. Programa de ensino.

Estrutura:

O programa apresenta a estruturação seguinte: objectivos gerais e específicos,

orientações metodológicas e visão geral dos conteúdos.

Objectivos.

a) Os objectivos gerais definidos são:

Dominar e aplicar as regras de funcionamento da língua portuguesa;

Julgar as características essenciais da cultura e civilizações;

Estudar sistematicamente mensagens orais e escritas;

b) Os objectivos específicos são os seguintes:

- Ler e interpretar de forma clara, reflexiva e crítica, fazendo

aproveitamento adequado de sua competência textual e de seu conhecimento do

mundo;

- Exprimir-se oralmente com clareza lógica e concisa, adaptando o seu

discurso à situação específica de comunicação, e em função de objectivos múltiplos e

diversificados.

O programa de ensino da 11ª Classe está organizado em três trimestres e estes,

por sua vez, comportam Unidades Didácticas, a carga horária correspondente e os

respectivos conteúdos a serem ministrados.

Page 13: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

19Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

1º Trimestre: seis unidades

2º Trimestre: seis unidades

3º Trimestre: seis unidades

Deste modo, o 1º trimestre é composto pelas seguintes Unidades Temáticas:

1. Textos Normativos;

2. Textos Administrativos;

3. Textos Jornalísticos;

4. Textos Multiusos;

5. Textos Literários e;

6. Textos de Pesquisa de Dados.

Por sua vez, o 2º Trimestre é composto pelas seguintes Unidades Temáticas:

7. Textos Normativos;

8. Textos Administrativos;

9. Textos Jornalísticos;

10. Textos Multiusos;

11. Textos Literários e;

12. Textos de Pesquisa de Dados.

Finalmente, o 3º Trimestre é composto pelas seguintes Unidades Temáticas:

13. Textos Normativos;

14. Textos Administrativos;

15. Textos Jornalísticos;

16. Textos Mutiusos;

17. Textos Literários e;

18. Textos de Pesquisa de Dados.

Feito o levantamento das unidades temáticas do primeiro trimestre com os

respectivos conteúdos programáticos, concluímos que eles estão organizados em seis

unidades e, o mesmo acontece com os outros dois trimestres que, juntamente com

este, constituem o ano lectivo.

Cada unidade temática possui a sua orientação metodológica. Por exemplo, na

unidade temática XVIII: Textos de Pesquisa de Dados, leccionada pelo estudante

praticante redator, há algumas sugestões metodológicas, a destacar:

Leitura individual e selectiva do texto para a identificação de dados

bibliográficos;

Organização dos dados numa ficha bibliográfica;

Page 14: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

20Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Leitura de textos;

Levantamento de unidades de significação;

Elaboração do plano do resumo;

Escolha de textos sobre assuntos políticos, sócio-económicos e

culturais para a elaboração individual de resumos;

Resumo de textos literários de autores estudados ao longo do ano;

Elaboração de uma ficha de leitura, considerando as características da

ficha;

Produção de frases complexas utilizando o conector “pois” com valor

conslcusivo e causal e;

Produção de frases usando expressões de intensidade e quantidade em

orações comparativas e consecutivas.

Os conteúdos programáticos preconizados estão ligadaos às necessidades e

realidades do país.

b) Dosificação elaborada pela escola

A dosificação elaborada pela escola, a qual foi usada para a elaboração de

planos de aula, apresenta-se de maneira clara e objectiva, pois há um uso claro dos

termos e uma apresentação precisa dos conteúdos. Porém, parece haver uma previsão

temporal um pouco larga em relação ao período lectivo, facto que se veio a verificar

durante a leccionação, pois houve a necessidade de se usar em dez aulas para dar um

conjunto de matéria que tinha sido planificado para vinte e cinco tempos lectivos,

tendo causado algum constrangimento, visto que a velocidade das aulas tinha que ser

um pouco acelerada em relação ao normal. Contudo, sentiu-se que os alunos

assimilaam a matéria dada, visto que conseguiam responder as questões que lhes eram

feitas na sala de aulas.

3.2.2. Observação da Turma

A turma 9, 11ª classe, do curso diúrno, na qual foi realizado o estágio, era

composta por 62 alunos (20 raparigas e 42 rapazes) com idades entre os 16 e os 22 anos

de idade, tinha um chefe de turma, seu adjunto, por sinal uma mulher, e um chefe de

saúde e higiene.o número de carteiras era aceitável, que todos se sentavam, chegando a

haver casos de sobra.

Page 15: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

21Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

A iluminação da sala de aulas era também boa, pois, além das janelas nas paredes,

a turma beneficiava de duas lâmpadas fluorescentes que estavam sempre ligadas, excepto

em casos de corte de corrente eléctrica.

A maor parte dos alunos vive nas zonas periféricas das cidades de Maputo e

Matola, tendo como L1 o Português.

Para acrescentar mais sobre a existência de boas condições para ensino-

aprendizagem, é de salientar o silêncio que se verificava nas aulas durante o processo,

porém alguns alunos não beneficiavam deste factor, pois uns não assistiam as aulas e

outros simplesmente ficavam sentados a assistir sem ter participação activa.

3.2.3. Caracterização do Professor

O professor tutor, Dr. Rogério Paunde, 62 anos de idade, é formado pela

Universidade Pedagógica em 1995, curso de Licenciatura em Ensino de Português,

docente há 30 anos. Morador do bairro Maxaquene “B”, tem como L1 a língua Gi-tonga.

Segundo dados recolhidos dele numa entrevista, diz ser um apaixonado pela

actividade que desempenha,, estando, no ano de 2010, a leccionar em 4 turmas da 11ª

classe, curso diúrno, turmas que, segundo ele, têm todo o tipo de alunos: uns que gostam

e outros que não gostam de estudar.

Nas suas aulas privilegia mais alguns métodos e técnicas de ensino para

desenvolver certas habilidades, especificamente: a oralidade, a escrita e a leitura.

Quanto às dificuldades na área de ensino da língua portuguesa, o professor

lamentou o facto de o manual do aluno estar muito caro, não permitindo assim que

muitos tenham acesso ao mesmo.

Actualmente não ocupa qualquer cargo na Escola e diz que a sua relação com os

alunos é boa, facto que foi confirmado durante o período de observação e leccionação

desta PPIV.

3.2.4. Descrição Geográfica da Escola

A Escola Secundária Josina Machel fica situada numa zona nobre da cidade de

Maputo, Bairro da Polana Cimento no lado direito do Museu da História Natural e em

frente ao Jardim dos Professores, com visto sobre a baía de Maputo

Page 16: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

22Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Em frente à Escola passa a Av. Patrice Lumumba, à direita encontra-se a Av.

Tomás Ndunda e, à esquerda passa a rua dos Lusíadas. Na parte sul, separada por um

muro está a Escola Comercial de Maputo.

A Escola Secundária Josina Machel é composta por 40 salas de aulas, distribuídas

por cinco blocos de dois pisos cada.

A Escola tem uma biblioteca, uma sala de informática que beneficia e duas

cantinas e duas reprografias.

A sala dos professores é bem espaçosa, tem duas mesas grandes rodeadas por

cadeiras forradas de napa de cor creme onde os professores planificam.

3.2.5. Descrição e organização das aulas observadas, leccionadas pelo tutor

Durante o estágio foram assistidas dez aulas leccionadas pelo tutor: duas duplas e

uma aula simples em cada semana.

Depois da apresentação no dia 09 de Setembro, a primeira aula foi no dia 13 do

mesmo mês. A aula começou com o resumo sobre o texto argumentativo e, de seguida, o

professor orientou para leitura de um texto da página 44 do livro do aluno. Falou-se sobre

a organização do texto argumentativo e suas formas discursivas.

No fim foram deixados exercícios para trabalho de casa.

A segunda e terceira aulas foram no dia 14 de Setembrodo mesmo ano. Começou

com a correcção do T.P.C, onde alguns alunos resolveram o exercício oralmente e o

professor, junto aos alunos, ia fazendo algumas correcções com a ajuda dos alunos.

A quarta e quinta aulas foram leccionadas no dia 16 de Setembro. Foi feita a

correcção do T.P.C. Porém, muitos alunos não o tinham feito e o professor foi corrigindo

aos poucos, juntamente com os que já o tinham resolvido.

Nesta aula constatou-se que a maioria dos alunos não trazia o material didáctico,

especificamente o livro do aluno, mesmo o texto para a aula recomendado pelo professor.

Assim, o professor passou a ditar os apontamentos a partir do manual do aluno.

Um dos métodos mais utilizados pelo professor foi a elaboração conjunta e o

método de trabalho individual.

A seguir, o professor marcou um trabalho para casa, no qual os alunos, em

grupos, deviam elaborar um texto expositivo-argumentativo com o tema “ As

Page 17: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

23Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

manifestações do dia 1 de Setembro”. Neste texto os alunos deviam seguir todos os

passos e caracteriticas do texto em causa.

A sexta e sétimas aulas foram no dia 21, cujo tema foi “Continuação do

exercício”. Os alunos elaboraram o texto em grupos e depois foi feita a entrega do mesmo

aos estudantes praticantes, uma vez que o professor tutor se encontrava numa cerimónia

familiar, não se podendo fazer presente na aula do dia.

Pontos negativos: os alunos faziam muito barulho, a sala não tinha espaço para

circular.

Pontos positivos: os alunos interagiam com sucesso, isto mostrava que eles

entendiam a matéria.

3.2.6. Observação - descrição e análise das actividades da leccionação e avaliação da

aula dada pelo estudante praticante Tito Mário Selemane

O estudante praticante Tito Mário Selemane deu no total cinco aulas, nas quais

falou sobre os textos líricos, em jeito de consolidação e continuação da matéria iniciada

pelo professor-tutor.

Falou sobre a vida e obra de Rui de Noronha e Luís Vaz de Camões. Para

aprofundar a abordagem, o colega fez a análise, juntamente com os alunos, dos textos dos

dois poetas em questão, tendo sido feita a divisão métrica ou escanção dos versos,

pequenos debates sobre os poemas, o que levou os alunos a participarem de forma

positiva na aula.

Um dos principais factores que chamou atenção neste processo foi a capacidade

do colega de envolver os alunos nas suas aulas, mosrando, deste modo, uma mediação e

iteração na abordagem da matéria.

A supervisora assistiu as aulas do colega e reclamou pelo facto de ele estar a

dirigí-la de maneira lenta, o que não era o melhor para os estudantes daquele nível.

Para cada aula o estudante praticante apresentou um plano de aulas, o que

mostrou a sua maturidade para o efeito.

a) Domínio dos conteúdos

Page 18: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

24Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

O estudante praticante mostrou forte domínio da matéria dada, justificando-se,

deste modo, a massiva participação dos alunos e a apreensão da matéria, que foi avaliado

com base nas intervenções feitas por estes.

Quanto aos aspectos negativos, de referir o facto de as aulas terem tido um ritmo

muito lento. Porém, o praticante justificou-se, dizendo que fé-lo intencionalmente, pois

atingira os objectivos mais cedo do que o previsto, havendo a necessidade de tomar um

rítmo menos acelerado.

b) Selecção e uso dos métodos e meios de ensino

Como estratégia de ensino, o praticante usou o método de trabalho individual, que

consiste em pôr os alunos a trabalharem cada um por si e no fim cada um dava a sua

resposta. Também foi usado o método de elaboração conjunta, ao serem elaborados

trabalhos em pequenos grupos de alunos, que depois faziam a unificação das opões de

resposta.

De igual modo foi usado o método expositivo, principalmente quando se notava

que os alunos tinham ou apresentavam um fraco domínio da matéria ou parte da matéria.

c) Avaliação e consolidação da aprendizagem

Na medida em que o professor pedia a intervenção, automaticamente estava sendo

feita a avaliação. Deste modo, nas aulas do praticante a avaliação foi frequente, pois a

metodologia do professor ajudou bastante.

A avaliação sobre a vida e obra de dos poetas Luís Vaz de Camões e Rui de

Noronha foi feita através de perguntas e respostas, com base no trabalho de casa dado

pelo professor praticante e outros exercícios dados durante as aulas.

d) Planificação e execução de aulas

Todas as aulas foram antecipadamente planificadas, contudo, há que referir alguns

aspectos negativos e positivos verificados durante a implementação dos planos. Na

planificação das aulas socorreu-se do programa de ensino, da dosificação e fotocópias de

textos.

Na primeira aula sentiu um pouco de nervosismo, mas no decorrer da aula o

nervosismo foi diminuindo e foi capaz de atingir os objectivos.

Page 19: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

25Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Apesar do barulho que alguns faziam, os alunos respondiam à expectativa e,

faziam os TPCs.

3.2. Planificação e Execução de Aulas do Praticante Relator

Durante as PPIV o estudante praticante relator planificou e leccionou cinco aulas

e usou dois textos: “Mensagem” do livro do aluno, página 153-154 e “Dor de Amor e de

Fome”, da página 213-214.

A primeira e segunda aulas foram leccionadas no dia 05 de Outubro do ano em

curso. Estas estavam programadas para o dia 04, mas foram adiadas para o dia seguinte,

porque o primeiro dia é o dia da assinatura dos “Acordos de Paz”, não sendo, deste modo,

um dia lectivo.

Tinham como conteúdo “ O Resumo”. Estiveram presentes na aula o professor

tutor, Rogério Paúnde, o colega estudante praticante, Tito Selemane, e a Dra. Elda

Santos, a supervisora.

De referir que foi uma aula dupla, ou seja, de 90 minutos. Nela foi feito o resumo

do texto “Mensagem” do livro do aluno, páginas 153-154, conforme o plano de aulas no

apêndice.

A terceira e quarta aulas tiveram lugar no dia 7de Outubro do ano corrente, e

tiveram como conteúdo “O Resumo e a Ficha de Leitura”, com a duração de 90 minutos.

Nesta aula foi feita a conclusão do tema “O Resumo” e foi introduzido e

concluído o tema “Ficha de Leitura”.

Feito o prosseguimento das fases e técnicas planificadas, os alunos, juntos ao

estudante-praticante, identificaram algumas técnicas de elaboração de fichas de leitura.

No fim da aula todos produziram uma pequena ficha de leitura de um parágrafo, somente

como forma de amostra.

Além dos aspectos relativos à técnica e estrutura da ficha, focou-se ainda a parte

gramatical, que consistia no uso do conecto “pois” com o valor conclusivo e causal.

Finalmente, a quinta aula teve lugar no dia 11 de Outubro do ano corrente, com

tempo de 45 minutos, cujo conteúdo era “O Texto Dramático”.

Nesta aula foi feita uma introdução ao texto dramático, transtextualização, ou

seja, passagem de texto narrativo para dramático, identificação dos elemenos do texto

dramático e resposta à algumas questões ligadas à matéria.

No fim da aula, os alunos elaboraram um pequeno texto dramático a partir do

texto narrativo “Dor de Amor e de Fome” da página 213 e 214 do livro do aluno.

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26Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

De referir que os temas eram vastos e o tempo muito escasso que se teve que

recorrer ao método de texto de apoio para facilitar a aquisição do conteúdo.

3.3. Pós-observação

Após a observação das aulas do professor e do estudante praticante, decidiu-se a

elaboração de dois textos de apoio: um sobre “Textos Líricos” e outro sobre “Textos de

Pesquisa de Dados – O Resumo e a Ficha de Leitura”.

Quanto à análise das aulas, de referir que foram feitas algumas intervenções junto

ao colega, no sentido de dar algumas observações sobre a sua aula.

Capítulo IV

4. Seminários

4.1.Seminários orientados por alguns docentes

4.1.1.Seminário sobre “Como Manter a Autoridade sem Ser ser Autoritáritário”

A Dra. Tomásia Mataruca abriu a sessão dos seminários no dia 12 de Agosto de

2009, com o tema “ Como Manter a Autoridade sem ser Autoritário”. Na sua abordagem

Page 21: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

27Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

entendeu-se que para que o professor mantenha a ordem na sala de aulas é necessário o

domínio dos conteúdos programáticos de modo a dotar os alunos de habilidades psico-

pedagógicas que o façam aplicar o conhecimento em instâncias independentes ao seio

escolar. Para tal, o professor deve:

Dominar os conteúdos;

Estimular a acção educativa dos alunos;

Valorizar as experiências dos alunos e privilegiando aos menos reactivos

no PEA;

Criar ambiente favorável que abre espaço para uma colaboração

inteligente e sábia nos alunos;

4.1.2.Seminário sobre “Didáctica da Literatura “ Importância do Ensino da

Didáctica de Literatura”

Este seminário foi apresentado pelo Dr. Calane da Silva no dia 19 de Agosto do

ano corrente, que considerou a Didáctica da Literatura como um instrumento para o

ensino da literatura. De igual modo, o orador defendeu uma maior abertura ediálogo entre

o professor e aluno, vice-versa, e recomendou ao uso do texto em todas as aulas, pois

este.

Segundo o Dr. Calane da Silva, o papel da Didáctica da Literatura é o de ensinar o

aluno a gostar de ler, isto é, saber ler, interpretar, distinguir do ponto de vista literário as

diferenças entre género e correntes literárias.

4.1.3.Seminário sobre a Abordagem de tema transversal

Este tema foi abordado pela Professora Doutora Hildizina Dias, com quem se ficou a

saber que os temas transversais são os conteúdos de carácter social que dada a sua

importância são abordados durante as aulas. Para tal é necessária uma planificação do

grupo de disciplina de modo a se criar um debate sério e a se seleccionar bons

métodos para o efeito.

Os temas transversais são de extrema importância, pois estes estão sempre ao alcance

do aluno, uma vez que fazem parte dos problemas sociais e actuais.

O professor de Português pode fazer a sua abordagem através de:

Conversas na sala de aulas

Page 22: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

28Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Debates sobre algum assunto da actualidade;

Produção escrita e mais formas criativa, dependendo da idade e nível dos

alunos.

4.2. Seminários apresentados pelos estudantes praticantes

4.2.1.Seminário sobre A Abordagem do Vocabulário e Coesão

O vocabulário ensina-nos a aplicar as palavras segundo o seu contexto, uma vez que

uma palavra pode ter mais de um campo de aplicação.

No seminário sobre o vocabulário notou-se que a aprendizagem deste está sendo

distorcida, pois os professores limitam-se em traduzir as palavras somente.

Outro aspecto levantado foi a questão do tempo de leccionação. Pensa-se que este seja

muito curto que não permite ao professor o uso de várias estrategias de ensiono.

Porém, recomenda-se que os professores de Português se empenhem de modo a

superar esta dificuldade e levar o aluno ao domínio das técnicas de aprendizagem

vocabular.

Maior responsabilidade cai para os alunos do II ciclo do ensino secundário, pois estes

logo que saem da escola ganham diferentes horizones, uns chegano a se empregar, e,

levando a dificuladade vocabular, podem correr o risco de fazer más interpretações

dos documentos que passarem por suas mãos, ou pensarem que a palavra tenha um e

único contexto de aplicação.

4.2.2.Seminário sobre “Como Abordar os Actos d Fala na Aula de LP?”

Os actos de fala são peças fundamentais para o dsenvolvimento de qualquer

indivíduo.

É através das diferentes maneiras de se comportar perante os outros e em diferentes

situações que os indivíduos se destacam e os outros o admiram.

Para a abordagem dos actos de fala o professor tem que se basear de um texto

completo – seja ele escrito ou oral- para, mais tarde, com a atenção dos alunos, fazer a

identificação dos actos.

Há textos muito ricos em actos de fala, é o caso de textos expositivos argumentativos,

nos quais encontramos actos de fala para persuadir, para explicar e muito mais.

Page 23: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

29Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

4.2.3.Seminário sobre “Perspectivas de abordagem de Produção de Texto

Escrito”

Há várias maneiras e estrategias para fazer com que o launo aprenda ou escreva um

texto, destacadamente:

- Escolha de um tema corrente, que seja do domínio o aluno. Este facto vai tirar do

aluno a timidez e a exitação que caracteriza uma partedos alunos.

- O tempo para a actividade não deve ser muito apertado, principalmente quando se

trata de alunos que não têm muita habilidade na escrita. Deste modo, o professor pode

optar em iniciar o trabalho na sala de aula e terminá-lo em casa, para efectuar a devida

correcção na aula seguinte.

- A abertura do professor ajuda muito para a abertura do aluno. Deste modo, se o

professor se mostrar muito interressado pelo trabalho, sem limitar muito a ideologia

dos alunos, estes terão maior liberdade em se expressar de maneira escrita.

4.2.4.Seminário sobre a Ensino da Gramática de LP

Segundo Gomes et al (1991: 223), gramática é um sistema estruturado e

organizado dos elementos da língua e não o conjunto de regras abstractas. No ensino

da gramática há que ter em conta os tipos de gramática, a saber:

Gramática implícita- é o saber gramatical apreendido intuitivamente

pelo aluno, resultado do domínio prático das formas básicas da língua .

Quando o aluno já é capaz de descrever e de explicar as regras a que

obedece a organização e o funcionamento da língua, entrou no domínio da chamada

gramática explícita. É uma capacidade que surge no segundo nível de escolaridade e

afirma-se nos níveis subsequentes (Gomes up cit 1991: 189).

Como ensinar a gramática?

Para Figueiredo (2005:110), o ensino da gramática projecta levar o aluno

a descobrir progressivamente, primeiro, intuitivamente, depois de forma reflexiva, os

princípios de funcionamento da língua.

Page 24: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

30Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Fases do ensino da gramática

O ensino da gramática, tal qual qualquer processo, segue algumas fases,

especificamente:

1ª fase- consagrada à análise do texto (as condições de produção do texto: fim,

lugar social, estatuto do enunciatário e do enunciador; o modo de organização do

conteúdo do texto: tipo do plano; as unidades linguísticas que aí aparecem).

2ª fase- tem incidência na gramática da frase. A partir do exame de frases

retiradas do corpus, o aluno constrói progressivamente quatro tipos de

conhecimentos: os constituíntes de uma frase, as funções gramaticais de cada um dos

constituintes; as unidades que compõem cada um dos grupos e seus valores

semânticos; o encadeamento de frases por coordenação e subordinação.

3ª fase- consiste na exploração a nível discursivo dos conhecimentos

adquiridos no quadro das actividades de estruturação frásica. São analisadas unidades

de conexão, coesão e modalização de acordo com o género de texto nos quais elas

aparecem, e de acordo com a operação precisa a qual elas correspondem.

Face aos problemas constatados na escola integrada, o grupo tirou algumas

conclusões e recomenda que o ensino- aprendizagem da gramática deve ter como ponto

de partida, o texto, obedecendo o seguinte eixo: texto→ frase→sintaxe e não o inverso.

Foram apresentados alguns exercícios sobre a gramática, destacadamente:

1.Coerência e coesão textuais

1. Usando conectores, preencha os espaços em branco de modo a formar um texto

coeso.

A ecologia

A palavra ecologia significa, ___________(conforme/enquanto/embora) a sua

origem, a parte da Biologia que estuda a relação entre os seres vivos com o ambiente,

__________(porque/ou seja/no qual), a relação entre os seres vivos e o seu meio.

_____________(isto é/assim/todavia) é uma ideia comum que a ecologia significa o

percurso normal da Natureza ou os atentados contra esta,

____________(enquanto/isto é/com efeito), a destruição do meio ambiente

Page 25: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

31Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

_________ (neste caso/ o qual/portanto) explicada pela grandeza que essa destruição

atingiu.

2. Orações adjectivas

No exercício abaixo, sobre o texto O ensino e as novas tecnologias de

informação e comunicação, substitua a oração em negrito por um adjectivo.

1. Se pensarmos nas implicações que podem ter nos processos de

ensino/aprendizagem…

_____________________________________________________

2. …convém conhecer as resistências que se podem encontrar, para

melhor as contrariar…

______________________________________________________

3. …nada que saia do âmbito curricular, por muitas vantagens que eles

reconheçam por esses “desvios”…

______________________________________________________

3. As Preposições

Complete cada uma das frases seguintes com a preposição adequada (com, contra,

de, a, em, para, por):

a) O senhor Almeida devia abster-se ________ tomar bebidas alcoólicas.

b) Ele sempre exortou aos funcionários ________ que fossem correctos e

cumpridores.

c) Agradecia-te que traduzisses estas instruções _______ Alemão.

d) Claro que nos regozijamos __________resultados tão promissores.

e) O dinheiro não lhe interessava; só aspirava ________ uma vida tranquila.

f) A circular recentemente enviada pelo Ministério induziu __________ erro os

Encarregados de Educação.

g) Ao saber que o desfalque, o tesoureiro da empresa atentou _________ a

própria vida.

4.2.5.Seminário sobre a escrita

Page 26: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

32Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Escrita – é um sistema de representação da linguagem que consiste na

apropriação de um objecto de conhecimento de natureza simbólica. (Ana Toberosky).

Ela é a representação sempre imperfeita da linguagem falada por meio de sinais

visuais, convencionais feitos na superfície de diversos materiais.

A aprendizagem da escrita começa normalmente quando a criança entra para a

escola, Delgado Martins (1992-1996).

Estádios da escrita

Segundo William Grey apud Pestana (s/d) para que as crianças possam atingir

os tipos complexos de escrita deverão elas ser treinadas em exercícios das chamadas

formas simplificadas obedecendo os planos de ensino da língua portuguesa aos

seguintes estádios:

1º- Preparação para a escrita;

2º-Aprendizagem da escrita e;

3º-Assimilação das formas complexas.

No primeiro estádio a preocupação do professor é de despertar nos alunos o

desejo e o interesse de aprender a ler e escrever e prepará-los para aquisição da

necessária e indispensável técnica.

No segundo estádio decorre já propriamente a aprendizagem da escrita

quando, por conseguinte, vencidas as dificuldades maiores os alunos se encaminham

decididamente para as formas simplificadas da escrita. Começa o registo de uma

palavras ou de ideias, na legenda de um desenho, na identificação de um objecto

pessoal, etc.

Finalmente, o terceiro estádio é dedicado à assimilação das formas complexas.

Métodos de ensino da escrita

Método sintético

Privilegia-se o desenho de partes e de letras isoladas para treinar o aluno

numa caligrafia modelar e também do tipo único. A criança limita-se a uma atitude

unilateral de desenhar as letras.

Page 27: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

33Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Método Global

O método global tem os seguintes postulados: A escrita não é apenas uma técnica de ensino, mas um meio de

expressão e uma arte a qual o estilo pessoal deve emprestar um máximo de

harmonia e de elegância;

O ritmo da vida moderna exige uma escrita cada vez mais

rápida;

O ensino da escrita deverá dar a cada criança a melhor escrita

que ela for capaz de realizar com a conveniente e suficiente rapidez.

Estratégias para avaliação da escrita

Provas escritas;

Produção textual;

Resolução de exercícios no quadro;

Prática de combinar e;

Técnica de escrita livre:

Recomendações

Após a observação de algumas aulas na escola integrada, ogrupo propões

algumas recomendações baseando-se em Martins (1992-1996), que defende que, para

o desenvolvimento da capacidade de escrever, o aluno deve entrar em contacto com

matérias escritas no dia a dia.

4.2.6. Seminário sobre a “Avaliação do PEA da LP”

Segundo Valadares & Graça (1998:34) “ avaliação é uma actividade vital para

o ser humano porque lhe serve para orientar, de forma válida, as decisões individuais

e colectivas. A avaliação é frequentemente utilizada de forma sistemática nos mais

diversos campos.”

Tipos e Funções da Avaliação

Podemos ter 3 tipos de avaliação, nomeadamente:

Avaliação de localização ou diagnóstica – feita logo no início do ano

lectivo ou de qualquer matéria para colher informações sobre o

conhecimento que o aluno traz;

Page 28: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

34Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Avaliação Formativa - feita durante o Processo de Ensino e

Aprendizagem, para medir o nível de assimilação e percepção da

matéria dada e:

Avaliação sumativa – feita no final do ano, no final de um curso, de

uma unidade temática ou parte dele.

Técnicas de Avaliação da Aprendizagem

O professor dispõe-se de várias técnicas e instrumentos de avaliação das quais

destacamos as seguintes:

Observação – é uma das técnicas de que o professor dispõe para melhor

conhecer seus alunos, identificando suas dificuldades e avaliando seu avanço

nas várias actividades quotidianas realizadas na sala de aula.

Prova oral - as provas orais podem ser utilizadas para avaliar opiniões,

atitudes e habilidades de se expressar oralmente. São recomendados para

habilidades que exigem locução.

Testagem - é uma técnica de avaliação que utiliza instrumentos chamados

testes. Por sua vez, teste é um conjunto de tarefas apresentadas a todos os

elementos de um grupo com procedimento uniforme de aplicação e correcção.

Page 29: Relatorio Praticas Pedagogias IV Leao

35Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

Conclusão

As Práticas Pedagógicas são uma actividade com carácter processual. Acredita-se

que seja por esse motivo que a UP a dé de maneira faseada, começando pela PPI, PPII,

PPIII e PPIV.

A PPIV constituiu um período de grande aprendizagem, tanto teórica quanto

prática, pois o estudante praticante teve a oportunidade de participar nos seminários e na

assistência e leccionação de aulas na Escola Secunária Josina Machel.

Quanto aos seminários, dizer que foram muito importantes para assimilação e

consolidação dos conteúdos científicos e técnicas pedagógicas, uma vez que, quando se

partiu para o campo de trabalho, os estudantes praticantes puderam elaborar pessoalmente

os seus planos de aulas e leccionaram sem muitas dificuldades.

De referir que, ainda neste processo, houve alguns aspectos que podem ser

melhorados de modo a que a PPIV se torne ainda melhor. É o caso da período de

disponibilização dos horários e turmas para o estágio. Para este ano parece que as coisas

não foram tão boas e, segundo a coordenação das PPs, tal facto deveu-se à não

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36Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV

disponibilização das turmas por parte das escolas integradas. No entanto, tudo foi feito de

modo que os estudantes praticantes pudessem ir ao campo.

Finalmente, sugerir que se aumente o tempo de estágio, pois isso vai permitir aos

estudanets praticantes se familiarizarem com o ambiente escolar, principalmente os qu

ainda não estão na carreira docente.

Bibliografia

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GOLIAS, Manuel, Didáctica Geral, Universidade Pedagógica - Faculdade de

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GÉRARD, François, ROGIERS, Xavier. Conceber e Avaliar Manuais Escolares. Porto,

Porto editora, 1998.

HAYDT, Regina C. C., Curso de Didáctica Geral, 7ª. Edição, Editora Ática, São Paulo,

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LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica, Edições Cortez, São Paulo, 1994.

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PILETT, Claudino. Didáctica Geral. 23ª Edição, Editora Ática, São Paulo, 2006.

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37Leão, Gui Feliciano Pedro, Relatorio de Prática Pedagógica IV