relatório de auditoria - bureau veritas certificação · pdf file1...

54
BB 1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E INDICADORES PARA PLANTAÇÕES FLORESTAIS. PADRÃO NORMATIVO: NBR 14.789: 2007 – CERFLOR EMPRESA AUDITADA: RIGESA CELULOSE, PAPEL E EMBALAGENS LTDA. DEZEMBRO, 2009 Pedro José da Silveira Júnior Auditor Líder Bureau Veritas Certification Praça Pio X, 17 – 8 o andar RIO DE JANEIRO/RJ – BRASIL

Upload: lethuy

Post on 04-Mar-2018

222 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

1

RELATÓRIO DE AUDITORIA

MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E INDICADORES PARA PLANTAÇÕES FLORESTAIS.

PADRÃO NORMATIVO: NBR 14.789: 2007 – CERFLOR

EMPRESA AUDITADA:

RIGESA CELULOSE, PAPEL E EMBALAGENS LTDA.

DEZEMBRO, 2009 Pedro José da Silveira Júnior

Auditor Líder

Bureau Veritas Certification Praça Pio X, 17 – 8o andar

RIO DE JANEIRO/RJ – BRASIL

Page 2: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

2

1. INFORMAÇÕES GERAIS 1.1 Região entre Santa Catarina e Paraná – História da Região 1.2 Histórico e Identificação da Organização 1.3 Unidades de Manejo Florestal objeto da Certificação 1.4 Responsável pela Organização 1.5 Contato na Organização para o processo de Certificação 2. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE MANEJO FLORESTAL E DOS SEUS PROCESSOS 2.1 Localização e Distribuição de Terras de Florestas Plantadas 2.2 Dados, Localização e extensão das propriedades 2.3 Dados de Distribuição das Propriedades por Estado 2.4 Recursos Naturais 2.5 Dados Sócio-econômicos 2.6 Manejo Florestal da RIGESA, CELULOSE, PAPEL E EMBALAGENS LTDA 3. PROCESSO DE AVALIAÇÃO

3.1 Norma ou Padrão Normativo utilizado para avaliação

3.2 Identificação do OCF – Organismo de Certificação

3.3 Responsável pelo OCF

3.4 Auditoria de Recertificação

4 REUNIÕES PÚBLICAS

4.1 Objetivo e Realização

4.2 Entidades e pessoas contatadas

4.3 Relação dos participantes nas Reuniões Públicas

4.4 Questionamentos de Partes Interessadas, respostas por parte da Empresa e

avaliação do Bureau Veritas Certification.

5 CONCLUSÃO

5.1 Parecer do Bureau Veritas Certification

Page 3: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

3

ESCOPO DE CERTIFICAÇÃO:

MANEJO FLORESTAL DE FLORESTAS PLANTADAS DE PINUS spp. E DE EUCALIPTUS spp NOS SEGUINTES MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA: BELA VISTA DO TOLDO, CANOINHAS, IRINEÓPOLIS, ITAIÓPOLIS

MAFRA, MAJOR VIEIRA, PORTO UNIÃO, TIMBÓ GRANDE E TRÊS BARRAS, E NOS

SEGUINTES MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARANÁ: ANTÔNIO OLINTO, FERNANDES PINHEIRO, LAPA, MALLET

PAULO FRONTIN, REBOUÇAS, SÃO JOÃO DO TRIUNFO E SÃO MATEUS DO SUL

Page 4: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

4

1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1 Região entre Santa Catarina e Paraná – História da Região A região em questão que abrange os municípios objeto da Certificação teve acontecimentos históricos no passado. No início do século XX, tiveram os acontecimentos conhecidos no Brasil como o Movimento ou Guerra do Contestado. Tendo sido um dos conflitos sociais mais sangrentos ocorridos no Brasil, juntamente com a revolta em Canudos, a guerra do Contestado consistiu no choque entre militares enviados pelo governo e os milhares de camponeses sem terra estabelecidos na região do Contestado, situada ao oeste de Santa Catarina. Estes camponeses provinham da paralisação de obras de uma estrada de ferro e ainda outros camponeses que ocupavam as terras adjacentes à estrada de ferro. Esta faixa de terra ocupada pertencia à empresa americana contratante da ferrovia, a Brazil Railway. A região do Contestado circunstancialmente enfrentava o problema do questionamento de fronteiras: os estados de Santa Catarina e Paraná disputavam a posse desta faixa de terra. Por outro lado, no ano de 1912 surge uma figura que seria seguida pelos camponeses carentes de terras para sua subsistência: o "monge" José Maria, a quem era atribuída uma aura mística pelos camponeses. Logo, José Maria arrebanha grande número de adeptos, à semelhança do messiânico Antônio Conselheiro, em Canudos. Este arrebanhamento de camponeses fiéis concentrou-se em Taquaruçu, desagradando as autoridades privadas locais (coronéis), que logo trataram de expulsar tais camponeses.

Guerra do Contestado ( 1912 – 1916)

Page 5: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

5

A partir daí, o povo liderado por José Maria migrou para a região do Contestado, mais precisamente em Campos do Irani. Os conflitos não cessam: as situações históricas cruzaram-se na medida em que se noticiou sobre a ocupação de catarinenses em terras paranaenses. Tropas lideradas sob o mando do coronel João Gualberto Gomes de Sá, enviadas pelas autoridades paranaenses, deram luta aos camponeses seguidores do "monge": os resultados foram as mortes do coronel e do "monge", assim como a derrota do exército pelos combatentes camponeses. A morte do "monge" só fez aumentar a fama deste, que ganhou novos adeptos localizados em diversas regiões adjacentes.

Estes conjuntos de seguidores passam a ostentar posturas a favor da monarquia, declarando guerra aos poderes então constituídos. Os conflitos estenderam-se até 1916, tendo fim mediante uma ampla intervenção das forças militares federais, que aniquilaram a resistência dos militantes de José Maria . Ao final do ano de 1916, um acordo assinado por Afonso de Camargo e Filipe Schmidt, respectivamente governadores do Paraná e de Santa Catarina, põe fim às disputas territoriais. Campos de Irani, município da região central do antigo Contestado, passou desta forma a chamar-se Concórdia. (Fonte: Enciclopédia Digital Máster Milênio). 1.2 Histórico e Identificação da Organização Em 1942, nascia em Valinhos, no interior de São Paulo, uma pequena fábrica de papel e embalagens de papelão ondulado. Em pouco tempo, a "Ribeiro Gerin SA", posteriormente Rigesa, já atraía a atenção de muita gente. Dez anos após sua fundação, a empresa norte-americana Westvaco Corporation vem ao Brasil procurar terras propícias ao reflorestamento e encontra a Rigesa. O alto comando do grupo decide comprar a empresa brasileira imediatamente.

Page 6: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

6

Um ano depois, em 1953, ela passa a fazer parte da Westvaco e, por já possuir a força de sua marca no Brasil, a Rigesa permanece com seu nome, mesmo depois da aquisição. Desde então, com fábricas estrategicamente distribuídas pelo Brasil e mais de 2300 funcionários, a Rigesa se destacou pela inovação e qualidade de seus produtos e pelos serviços oferecidos nos mercados em que atua. Hoje, com mais de 65 anos de história, aquela pequena fábrica de Valinhos não se transformou apenas em uma grande empresa. Quem conhece os seus projetos ambientais e a sua atuação junto à comunidade, sabe que a Rigesa é também uma grande empresa. A Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda é subsidiária da MWV e opera no Brasil desde 1942 no Brasil com duas fábricas de papel, quatro fábricas de embalagens de papelão ondulado e uma fábrica de embalagens de papel cartão, fornecendo soluções em embalagens para os segmentos alimentício, frutas in natura, limpeza, cosméticos, saúde, produtos químicos, eletroeletrônicos, têxtil, entre outros. Possui 54 mil hectares de terras plantadas certificadas pelo CERFLOR – Programa Brasileiro de Certificação Florestal, e 19 escritórios de vendas e representantes comerciais estrategicamente localizados em todas as regiões do País. Emprega mais de 2.300 funcionários e ocupa o segundo lugar no mercado nacional de papelão ondulado. Sua sede corporativa fica na cidade de Campinas, no interior do Estado de São Paulo. (Fonte:web site Rigesa: www.rigesa.com.br ). A MeadWestvaco Corporation (NYSE: MWV), fornece soluções em embalagens para as marcas mais admiradas do mundo dos segmentos de saúde, cuidados pessoais e de beleza, alimentos, bebidas, mídia e entretenimento, e casa & jardim. Os negócios da empresa incluem também materiais de escritório e ao consumidor, produtos químicos especiais, e o Grupo de Desenvolvimento Comunitário e Gerenciamento de Terras, que administra, de forma sustentável, as terras da empresa que dão suporte às suas operações, ao mesmo tempo em que fornece oportunidades para conservação, recreação e desenvolvimento. Com 23.000 funcionários no mundo, a MWV opera em 30 países e fornece a clientes em mais de 100 nações. A MWV gerencia suas áreas florestais conforme padrões de certificação internacionalmente reconhecidos, e foi indicada para o Índice Dow Jones de Sustentabilidade por vários anos consecutivos. Para mais informações, visite www.mwv.com. A Meadwestvaco gerencia áreas florestais estrategicamente localizadas, de acordo com os mais rigorosos padrões ambientais, e em conformidade com o Programa de Iniciativas Florestais Sustentáveis. Em Três Barras, a Rigesa construiu uma moderna fábrica de celulose e papel, que produz papel kraftliner de fibra virgem em várias gramaturas. Instalada no interior de suas reservas florestais de pinus e eucaliptos,

Page 7: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

7

essa fábrica de papel estabeleceu um marco de desenvolvimento na Região do Planalto Norte Catarinense.

Fábrica Três Barras/SC

Em todas as fases do processo de fabricação, que vão do pátio de estocagem de madeira à bobina de papel acabada, são realizados rigorosos testes de controle de qualidade, para garantir que as embalagens estejam dentro das especificações exigidas. Uma das mais avançadas tecnologia é empregada na produção de papéis kraftliner para aumentar a resistência das embalagens de papelão ondulado. Além de suprir as demais fábricas de embalagens da Rigesa, essa fábrica participa do mercado internacional com produtos altamente competitivos. Divisão Florestal da Rigesa Através de práticas científicas de reflorestamento, a Rigesa planta as árvores utilizadas no processo de fabricação do papel. As várias etapas, desde a produção de sementes melhoradas até o corte final e transporte de madeira à fábrica, envolvem intensas atividades de gerenciamento florestal e programas de pesquisa. O programa de reflorestamento em Três Barras, SC, começou em 1958,

Page 8: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

8

dezesseis anos antes da inauguração da fábrica de papel. As plantações de pinus e de eucalipto são suficientes para garantir 100% das necessidades de madeira da fábrica (Figura 1.2)

Utilizando-se de modernas técnicas para o aprimoramento genético das espécies de pinus, bem como do uso da biotecnologia para desenvolver eucaliptos de crescimento mais rápido, a Divisão Florestal contribui para a qualidade dos produtos da Rigesa. Região de Três Barras Os primeiros moradores da região de Três Barras foram caboclos e cafuzos que trabalhavam para os coronéis donos das terras, recebidas do governo. Mas no final do Século XIX, com a instalação da empresa norte-americana “Southern Brazil Lumber and Colonization Company” – a maior serraria da América Latina – vieram os italianos, alemães e até japoneses. A ação da empresa foi devastadora: toda a madeira extraída dos 180.000ha das terras do município foi vendida para a fabricação de casas nos Estados Unidos. A madeireira financiou a construção de casas, hospital, clube e a importação de máquinas e locomotivas. A empresa trouxe também o terceiro projetor de cinema do Brasil – equipamento igual só existia no Rio de Janeiro e em São Paulo. O progresso, porém, custou caro: a Lumber tinha suas próprias leis e funcionava como um território norte-americano dentro do Brasil. Pistoleiros vindos dos Estados Unidos tinham ordem de atirar nos empregados descontentes. Em 1938, Getúlio Vargas estatizou a

Page 9: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

9

madeireira, que tinha desviado 2.000.000 de libras esterlinas e pedira concordata. Cerca de 1.800 trabalhadores ficaram desempregados. Três Barras é uma cidade castigada pelas enchentes. Seu povo é o resultado da miscigenação de muitas raças, mistura de caboclos, cafuzos, italianos, alemães e japoneses. Fica no município o maior campo de manobras do Exército nos territórios de Santa Catarina e do Paraná. O Centro de Instrução Marechal Hermes incorporou o patrimônio que sobrou da Lumber e promove exercícios militares que chegam a mobilizar até 5.000 homens. Hoje, a maior empresa de Três Barras, a Rigesa, também vive da madeira. Uma produção aproximada de 1.300.000 toneladas/ano de pinus tenta amenizar a devastação promovida pela Lumber. Na agricultura, destaca-se a produção de milho, feijão, soja e fuma, além, de possuir uma unidade de pesquisa da Embrapa, responsável pela produção de batata semente (Fonte: Agência do IBGE, Canoinhas, SC)

Figura 1.2 – Localização do Empreendimento Florestal 1.3 Unidades de Manejo Florestal objeto da Certificação A sede da Divisão Florestal da Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda, está localizada no município de Três Barras – SC. As áreas de Manejo Florestal pertencentes a Rigesa, estão distribuídas ao todo em 17 municípios, localizados no Sul do Estado do Paraná (08 municípios) e no Planalto Norte no Estado Santa Catarina (09 municípios), conforme ilustra a Fig.1.3.

Page 10: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

10

Todas as áreas (100%) são próprias e foram adquiridas a partir da segunda metade da década de 50, constituídas por propriedades que variam de 10 a 2.500 hectares, inseridas no polígono delimitado pelas seguintes coordenadas UTM nos pontos extremos:

Fig. 1.3 – Distribuição das Áreas de Manejo nos Estados de SC e PR por município

Nas áreas de manejo florestal no dois Estados (SC e PR), a empresa desenvolve manejo de plantações florestais de eucalipto e de pinus em uma área total de 54.595 hectares, sendo 27.901 hectares de plantio, 21.052 hectares de preservação/reserva ( Figura 1.3.3 ) e 5.642 hectares para outras finalidades (Tabela 1.3.1 e 1.3.2) .

Coordenadas UTM ( polígono ): 7.175.979 e 7.046.027 N 623.042 e 497.043 E

Page 11: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

11

Estado MunicípioÁrea Total da Rigesa (ha)

Área de Efetivo Plantio (ha)

Área de Preservação

Permanente e Reserva Legal (ha)

Outros Usos *

Paraná Antonio Olinto 3817 2088 1492 237Paraná Fernandes Pinheiro 370 191 163 16Paraná Lapa 607 227 371 9Paraná Mallet 50 0 49 1Paraná Paulo Frontin 183 131 33 19Paraná Reboucas 77 27 47 3Paraná Sao Joao do Triunfo 3210 1382 1482 346Paraná Sao Mateus do Sul 5209 3148 1805 256Total: 13525 7194 5443 888

Estado MunicípioÁrea Total da Rigesa (ha)

Área de Efetivo Plantio (ha)

Área de Preservação

Permanente e Reserva Legal (ha)

Outros Usos *

Santa Catarina Bela Vista do Toldo 3139 627 2413 99Santa Catarina Canoinhas 5244 1899 2944 401Santa Catarina Irineopolis 691 256 413 23Santa Catarina Itaiopolis 1906 1336 439 131Santa Catarina Mafra 11812 6166 3345 2302Santa Catarina Major Vieira 3612 1710 1617 285Santa Catarina Porto Uniao 2694 1466 1138 90Santa Catarina Timbo Grande 3168 1888 1137 144Santa Catarina Tres Barras 8804 5360 2164 1280Total: 41070 20707 15609 4755

* Outros Usos: Estradas, Aceiros, Áreas em Transição e Construções.Tabela 1.3.2 - Área de Plantio, Preservação Permanente e Reserva Legal da Rigesa no Estado de Santa Catarina.

* Outros Usos: Estradas, Aceiros, Áreas em Transição e Construções.Tabela 1.3.1 - Área de Plantio, Preservação Permanente e Reserva Legal da Rigesa no Estado do Paraná.

Page 12: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

12

Fomento Florestal O Programa de Fomento Florestal, como alternativa a produção de matéria-prima vegetal, abrange 24 municípios da região e uma área de 14.000 hectares de efetivo plantio. As atividades do programa de fomento florestal na Divisão Florestal da Rigesa vêm sendo desenvolvidas desde a década de 80, junto às comunidades rurais, através de doações de mudas a pequenos e médios produtores rurais como forma e promover e difundir a atividade florestal, ressaltando sua importância econômica e social. Através da doação de mudas de pinus e de orientação técnica sobre sua plantação, empresários do ramo madeireiro e produtores rurais estão bastante confiantes de que se trata de um bom negócio para todos: produtor, meio ambiente e empresas que utilizam a madeira como matéria-prima. O Programa de Fomento Florestal da Divisão Florestal da Rigesa está estruturado de forma a atender um número crescente de participantes, os quais são cadastrados pela companhia e recebem, além de mudas, a assistência técnica necessária ao sucesso dos seus empreendimentos. Atualmente são distribuídas um milhão de mudas de pinus por ano e o sucesso do programa reflete-se nos mais de 10 mil hectares de terras reflorestadas. Mais de 1.500 produtores já foram beneficiados com o Fomento Florestal Rigesa.

Page 13: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

13

Figura 1.3.3 – Distribuição de Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e Hidrografia

1.4 Responsável pela Organização

Etsuro Murakami - Diretor Florestal Avenida Rigesa 2929 89490 - 000 Três Barras/SC Fone: (0xx47) 3621 5251 Email: [email protected] 1.5 Contato na Organização para o processo de Certificação Marco Antonio Reigota Brito - Engenheiro Sênior Avenida Rigesa 2929 89490 - 000 Três Barras/SC Email: [email protected] Fone: (0XX47) 3621 5228

Page 14: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

14

2.1 Recursos Naturais 2.1.1 – GEOLOGIA A região objeto da Certificação encontra-se inserida no contexto da Bacia do Paraná. Esta Bacia abrange uma área de cerca 1.600.000 km ² e consubstancia uma complexa “fossa tectônica” de forma elipsoidal, com eixo maior com direção NNE – SSW e acha-se encravada nos estratos rochosos pré-cambrianos, em Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Uruguai e Argentina. Seu embasamento constitui-se principalmente de rochas cristalinas, pré-cambrianas e subordinadamente por rochas eo-paleozóicas afossilíferas. Esta enorme bacia, rasa, encontra-se assoreada, por sedimentos, na maior parte, continentais e alguns marinhos, do Siluriano Superior, Devoriano Inferior, Carbonífero Superior, Permiano, Triássico, Jurássico e Cretáceo, com pelo menos 3600 metros de espessura; ocorrem também lavas basálticas capeadas em parte por efusivas ácidas de idade mesozóica com espessura máxima de 1600 metros. As sobreditas rochas gonduânicas descansam em nítida discordância sobre litológicas pré-cambrianas e eo-paleozóicas. A faixa sedimentar da Bacia do Paraná, onde à Área Objeto do Plano de Manejo está inserida é constituída de sedimentos de idade carbonífera, permiana e triássica, fazendo parte do Super-Grupo Tubarão e Grupo Passa Dois. Em termos estratigráficos no Super-Grupo Tubarão há áreas inseridas nas seguintes unidades litoestratigráficas: Formação Rio do Sul, Formação Palermo e Formação Rio Bonito, enquanto que no Grupo Passa Dois existem áreas inseridas nas seguintes unidades litoestratigráficas: Formação Irati, Formação Serra Alta e Formação Teresina. Essas unidades, em conjunto com as demais formações, resultaram da deposição, na Bacia do Paraná, de extensas e espessas seqüências de sedimentos predominantemente finos, desde os tempos do carbonífero, há aproximadamente 340 milhões de anos, até o início do Mesozóico, há cerca de 230 milhões de anos. Tais sedimentos formaram camadas ou estratos de siltitos, folhelhos, argilitos, arenitos, arcóseos e conglomerados, com intercalações de lentes e camadas de calcário e carvão. 2.1.2 – Geomorfologia A Rigesa tem suas áreas inseridas, na Unidade Geomorfológica Patamar de Mafra, localizada na porção norte do Estado de Santa Catarina. Essa unidade prolonga-se para o Estado do Paraná e se constitui numa única unidade dentro da Região Geomorfológica Patamar Oriental da bacia do Paraná.

Page 15: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

15

O relevo da unidade corresponde a uma superfície regular, quase plana, de baixa energia de relevo. No conjunto é individualizado como um patamar intermediário, constituído predominantemente por uma superfície colinosa que restou de um modelo de dissecação homogênea. O rio Negro, um dos mais importantes afluentes da margem esquerda do rio Iguaçu, é o principal rio desta unidade. Esse rio, que serve de limite entre Santa Catarina e Paraná, forma uma extensa área de acumulação fluvial; situação semelhante ocorre no vale do rio Canoinhas, que é afluente da margem esquerda do rio Negro. O patamar de Mafra, em nível regional, é melhor caracterizado e individualizado no Estado do Paraná onde se encontra a sua maior extensão, sendo por este motivo denominado de Patamar de Ponta Grossa/Itapetinga quando do mapeamento sistemático do RADAMBRASIL. 2.1.3 – Solos Na região de abrangência do empreendimento ocorrem várias classes de solos, das quais se destacam pela freqüência e amplitude as seguintes:

• Latossolo Vermelho-Escuro álico: Esta classe é representada por solos minerais, não hidromórficos, com seqüência de horizontes A, B e C, sendo o horizonte B latossólico. A fertilidade natural destes solos é baixa devido aos baixos teores de bases trocáveis, e os teores de alumínio ocorrem em níveis prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. A mecanização pesada e excessiva pode provocar uma compactação nestes solos de textura argilosa e muito argilosa, o que dificulta a rápida penetração da água nos mesmos, determinando um maior escoamento superficial com o conseqüente aparecimento da erosão. Estes solos são encontrados próximos a Canoinhas.

• Terra Vermelha-Brunada Estruturada álica: Esta classe

compreende solos minerais, não hidromórficos, de argila de atividade baixa, argilosos, bem estruturados, com serosidade, geralmente sem gradiente textural, desenvolvidos de material sedimentar de granulação fina e englobam parte dos solos denominados de Rubrozém no Levantamento de Santa Catarina (UFSM & SUDESUL, 1973). A fertilidade natural desses solos é baixa e o alumínio trocável aparece em níveis prejudiciais às plantas. Localizam-se em relevo ondulado e suave ondulado a nordeste de Canoinhas.

• Cambissolo álico: Compreende solos minerais, não hidromórficos, caracterizados pela ocorrência de um horizonte B incipiente, definido pelo baixo gradiente textural, pela média a alta relação site/argila ou pela presença de minerais primários de fácil

Page 16: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

16

decomposição. A serosidade quando presente nunca passa de fraca e pouca. Normalmente têm seqüência de horizontes A, (B) e C, constatando-se variações quanto à profundidade do solum, cor, textura e estrutura. Esta classe é derivada de rochas sedimentares, localizados nas unidades geomorfológicas, Planalto Centro Oriental de Santa Catarina e Patamar de Ponta Grossa, abrangendo grande parte das áreas da Empresa em Santa Catarina e Paraná.

• Glei Pouco Húmido distrófico: A esta classe pertencem os solos hidromórficos com teores de matéria orgânica no horizonte superficial superiores a 4% entre os primeiros 20 cm. Este horizonte apresenta normalmente cores de redução (acinzentadas), como resultado das condições de excesso de umidade, temporário ou permanente. Apresentam em geral seqüência de horizontes A e Cg, são medianamente profundos, mal drenados, com permeabilidade muito baixa, argila de atividade baixa e alta e textura normalmente argilosa e muito argilosa. São solos de média e boa fertilidade natural. Ocorrem em relevo praticamente plano, margeando rios, ou em locais de depressão, sujeitos a inundações, em altitudes que variam desde valores próximos ao mar até 1100m. A principal limitação ao seu uso é a má drenagem.

2.1.4 – Flora Em termos fitogeográficos o mosaico natural das unidades de manejo ou das fazendas estão inseridas na área de influência da Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucárias). Por estar quase totalmente inserida na região abaixo do Trópico de Capricórnio (com clima temperado), a Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucárias) é considerada como o bioma florestal brasileiro mais pobre em riqueza faunística quando comparado às florestas Amazônica, Estacional e Atlântica. A Floresta de Araucárias apresenta um baixo número de endemismos (espécies exclusivas) visto que um grande percentual de animais nela encontrados também ocorre nas outras formações florestais acima citadas (Campbell e Lamar, 1985; Stotz et. alii, 1985, Fonseca et. alii, 1986). Ainda assim, o número de espécies de animais que a habita é bastante representativo. A Floresta de Araucárias, no passado, cobria toda a região e era composta segundo Velloso et. alii (1992), por um exuberante dossel, onde se destacavam:

• Pinheiro-do-Paraná, Araucaria angustifolia • Imbuia, Ocotea porosa • Sapopema, Sloanea lasiocoma • Espécies de canelas, Ocotea sp. e Nectandra sp. • Erva-mate, Ilex paraguariensis

Page 17: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

17

• Cedro, Cedrella fissilis • Pinheiro-bravo, Podocarpus lambertii • Canjerana, Cabralea canjerana • Tarumã, Vitex megapotamica • Cerejeira, Eugenia involucrata • Araçá, Myrcianthes gigantea • Miguel-pintado, Matayba elaeagnoides, entre outras.

Atualmente, poucos são os remanescentes significativos desta floresta que ainda podem ser encontrados na região em questão e em toda a sua área de distribuição. Esta é a formação florestal típica do planalto meridional brasileiro (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), chegando até a província de Missiones (Argentina). A região é considerada seu “clímax climático”, contudo existem disjunções florísticas em áreas elevadas na Serra do Mar e da Mantiqueira. Esta formação florestal ocorre sob um clima ombrófilo (úmido) com temperatura média de 18ºC, com alguns meses bastante frios, isto é, de 3 a 6 meses com temperatura inferiores a 15ºC. O caráter misto desta formação vegetal dá-se em função do encontro de duas floras distintas: a Tropical Afro-Brasileira e a Temperada Austro-Brasileira. Tal mistura é expressa pela ocorrência de gêneros de diferentes origens como Drimys e Araucária (australásicos) e Podocarpus (afro-brasileiro). Nesta região estão presentes algumas formações associadas à Floresta Ombrófila Mista tratam-se principalmente de campos naturais e ambientes aquáticos e semi-aquáticos (banhados e lagoas). Nos campos predominam espécies de gramíneas e pequenos arbustos. A classificação das Tipologias da Vegetação esta evidenciada em documentos da coordenadoria de Meio Ambiente, Armário A, Pasta Projetos - UNC, e as áreas naturais, Reserva Legal e Preservação Permanente, pertencente a Rigesa estão evidenciadas no sistema de informações florestais – FRIS. O avanço da colonização do interior do Estado catarinense, através da abertura de frentes destinadas à exploração da madeira nativa e a ocupação do solo para fins de agropecuária, gerou profundas alterações nos ambientes primitivos. A supressão da floresta primitiva além de interferir diretamente no processo evolutivo, também representou a perda de habitat para uma grande parte da fauna. Os impactos gerados por esta ação atingiram principalmente espécies animais especialistas de florestas (que tem como habitat exclusivo este ambiente) assim como, as que utilizam as

Page 18: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

18

florestas em certos períodos do ano para reprodução ou então como abrigo quando em repouso. Os novos ambientes originados pela ação antrópica por sua vez, condicionaram o aumento de populações de espécies melhor adaptadas às áreas com vegetação secundária ou então colonizadoras típicas de ambientes abertos. 2.1.5 – Fauna Segundo o Levantamento Faunístico ( Referências Bibliográficas– Anexo 03 ) realizado no ano de 1996, muitas espécies de animais habitam as florestas da Rigesa. As espécies de anfíbios encontradas nas Florestas da Rigesa são típicas de ambientes abertos ou alterados, que se caracterizam pela presença de lagoas permanentes e de charcos temporários, meios ideais para a reprodução desses animais. Os répteis são de vital importância para o equilíbrio do ecossistema, principalmente, pelo controle de populações de roedores e de outros animais que podem tornar-se pragas. A fauna característica na região é aquela associada às formações da Floresta Ombrófila Mista, o grupo dominante em número de espécies é o das aves. O levantamento da avifauna nas florestas da Rigesa obteve um resultado surpreendente, sobretudo na diversidade de espécies. Com 144 espécies de aves identificadas, representando 24,48% das aves encontradas em Santa Catarina. O Estado de Santa Catarina, mesmo com uma superfície pequena, impressiona pelo variado número de ambientes. Isto proporciona uma abrangência fitogeográfica grande capaz de conter, de acordo com Rosário Bege e Marterer, um total de 588 espécies de aves. No levantamento de mamíferos foram registradas 35 espécies dentre elas predadores, principalmente das famílias Felidae, Procynidae e Canidae e espécies de consumidores primários de grande e médio porte como cervídeos, roedores (capivara e cutia), entre outros, demonstram ambientes de estruturas tróficas satisfatórias com representantes faunísticos de relevância ecológica. O estudo da comunidade faunística (vertebrados terrestres) e de unidade de conservação, nas fazendas de florestas implantadas da divisão florestal da Rigesa encontra-se arquivado na Coordenadoria de Meio Ambiente - CMA da Divisão Florestal.

Page 19: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

19

2.1.6 – Clima O clima, segundo a classificação Climática de Thomthwaite (1955), na área de influência da Rigesa, varia de Mesotérmico B4B’2ra’ a Megatérmico AB’3ra’, com umidade relativa do ar acima de 80%, precipitação anual total variando de 1.400 a 1.600 mm, com número de dias de chuva anual entre 100 a 180 dias, insolação anual entre 1.600 a 2.000 horas e temperatura média anual variando de 14 a 18 ºC (temperatura média em janeiro variando de 20 a 22 ºC e temperatura média em julho variando entre 10 a 14 ºC). 2.1.7 – Hidrografia Grande parte da drenagem das áreas da Rigesa é efetuada pelo rio Negro que, por sua vez, é um importante afluente da margem esquerda do rio Iguaçu. O rio Iguaçu é um dos mais importantes tributários do rio Paraná que, junto com o rio Uruguai formam um conjunto que se interliga a bacia do Prata ( Fig. 1.3.3 ). Os principais tributários da margem esquerda (Santa Catarina) do rio Negro, sobre os quais, a Área Objeto do Manejo exerce influência são: rio Canoinhas, rio São João e rio Butiá. A margem direita (Paraná) não apresenta afluentes significativos, mas deve ser observado que tanto à margem direita quanto a esquerda, sofrem influência direta da Área Objeto de Manejo que, em muitos casos, é utilizada como limite de muitas propriedades da empresa. Os principais afluentes do rio Iguaçu, sobre os quais a Empresa exerce influência na margem esquerda são: rio Negro, rio Paciência e rio Timbó. Na margem direita, exerce influência sobre os rios Potinga e Claro.

Page 20: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

20

2.2 Dados Sócio-econômicos A região compreendida pelos municípios vizinhos ao presente empreendimento é bastante homogênea do ponto de vista da sua organização físico-territorial e sócio-econômica. A interação destes fatores confere à região uma realidade peculiar, que pode ser caracterizada a partir da “Organização do Espaço e a Base Econômica”, da “Base Populacional” e das “Condições de Vida da População”. A Organização do Espaço e a Base Econômica A estrutura de ocupação do espaço rural reflete muito bem o processo de colonização das terras. Caracterizado pelos loteamentos rurais conhecidos como “linhas”, as propriedades rurais guardam, ainda hoje, as características iniciais de implantação e a forma de exploração intensiva da terra pelo grupo familiar. A forma de ocupação de cada pequena propriedade rural, com suas benfeitorias, áreas de plantio, pastos, áreas de pousio e reservas de lenha, traduz a tentativa de utilizar produtivamente a totalidade de sua área. As dimensões dessas propriedades, entretanto, alteraram-se em relação aos lotes originais, quer pela incorporação de terras entre vizinhos, quer pela sua subdivisão entre herdeiros. Esta situação, já evidencia restrições econômicas para a exploração agrícola nos moldes tradicionais da região, condicionando a saída da população rural para outras áreas, principalmente para os centros urbanos mais desenvolvidos. O setor agropecuário, no entanto, ainda é à base da economia da região, e o seu pólo dinâmico é a cultura do tabaco, desenvolvido em pequenas propriedades e integrado às grandes agroindústrias. O setor madeireiro tem grande influência sobre a região, principalmente o ligado à produção de papel para embalagens. Em menor escala, ocorrem outras atividades como a pecuária, suinocultura, fruticultura e cultura do milho e soja. Destaque também para a silvicultura, normalmente associada à verticalização de empresas madeireiras da região. As demais atividades agropecuárias são de pouca expressão na região, mas apresentam importância fundamental no equilíbrio de cada unidade de produção familiar. As atividades produtivas, a convivência social, as necessidades básicas de abastecimento e de serviços desta população rural encontram seu primeiro ponto de apoio nos denominados núcleos de linha, disseminados por todo território. Os núcleos de linha, apesar de apresentarem reduzida disponibilidade de equipamentos comunitários e pouca ou nenhuma população, são vitais na manutenção da vida social e econômica do meio rural. Vale lembrar

Page 21: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

21

que alguns desses núcleos rurais tiveram um crescimento significativo, tornando-se sedes distritais e, posteriormente, sedes municipais. As sedes distritais são núcleos urbanisticamente melhores estruturados que os de classe 1; com a existência de serviços associados a indústrias artesanais e de comércio que, por vezes, pode se equiparar ao de uma sede municipal e, em algumas delas, até mesmo de empresas de transporte e postos de gasolina, que atendem a toda população do distrito. Os núcleos de linha e as sedes distritais complementam uma rede urbana de apoio, atualmente já consolidada, formada pelas sedes dos municípios de Três Barras, Papanduva, Major Vieira, Mafra, Irineópolis - e por outras cidades que também exercem influência polarizada na área, por abrigarem atividades de comércio e serviços mais especializados, como, São Mateus do Sul e Porto União. A consolidação das relações urbano-rurais se reflete na densidade dos sistemas de infra-estrutura viário, de transmissão e distribuição de energia elétrica e de telefonia que, no seu todo, atendem à região em estudo. O elevado grau de ocupação do solo e a estrutura fundiária, bastante parcelada, contribuíram para o surgimento de uma rede viária densa, porém ineficiente, muitas vezes não sendo capaz de garantir o escoamento da produção agrícola e a integração das propriedades rurais aos centros polarizadores da região. É esta rede que dá suporte às atividades agro-industriais, sendo constituída, em sua maioria, por vias encascalhadas ou em leito natural de difícil conservação, principalmente por estarem assentadas em relevo acidentado. A rede viária principal é composta pela rodovia BR-280. As estradas municipais, em maior número devido às características de ocupação da área, se interligam ao sistema viário principal, permitindo o acesso aos centros comerciais e prestadores de serviços e à manutenção das relações sócio-econômicas da área rural. A rede de energia elétrica estende-se pela região de forma densa, atendendo praticamente a todos os núcleos de apoio à população e à grande maioria das unidades rurais. Embora em alguns municípios a capacidade da rede seja suficiente para atender ao consumo atual e a uma futura expansão, em outros há deficiência na capacidade instalada. O sistema de telefonia atende hoje à totalidade das sedes municipais e distritais da região, em geral via sistema celular. Base Populacional O município de Três Barras, sede da área de influência do presente plano de manejo, conta com uma população atual de 17.937 habitantes. A

Page 22: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

22

maioria, (cerca de 70%) reside na zona urbana. (Fonte: IBGE – Censo 2007). Condições de Vida da População Regional Analisando-se os indicadores das condições de vida de uma população, dentre os quais se destacam níveis de renda, padrão de consumo, alimentação, habitação, saúde e educação, assim como suas formas de organização social, pode-se afirmar que, na Região de Canoinhas, a associação destes fatores propicia à população local patamares superiores em termos de qualidade de vida, que a diferencia de outras regiões do país. É importante esclarecer que qualquer dado de nível de renda da população da região estará subestimando o rendimento da principal parcela da população, ou seja, o pequeno produtor rural. Com efeito, dados de pesquisa de campo indicam que, ao se agregar à renda monetária o valor adicionado pela utilização da produção agropecuária para o consumo familiar, obtém-se, para os proprietários de lotes rurais, uma renda mensal de 3 a 4 salários mínimos. Nesta condição encontram-se cerca de 60 % das famílias rurais do município; as famílias restantes são compostas por arrendatários, posseiros, assalariados, agregados e outros que, embora em escala não dimensionada, possuem produção para subsistência que agrega valor à renda monetária identificada em levantamentos censitários. As pesquisas revelam ainda a existência, nas propriedades rurais, de máquinas, equipamentos agrícolas e bens de consumo duráveis. Dentre esses últimos, usualmente tomados como indicadores de nível sócio-econômico, destacam-se como quase sempre presentes na casa do produtor típico da região, geladeira, freezer, televisão, rádio e liquidificador, e com menor freqüência os veículos automotivos. A alimentação da família do produtor rural é farta e rica em proteínas, carboidratos, verduras, legumes e frutas, marca da influência da colonização européia, que comparece também na tipologia habitacional e sobretudo nas práticas sociais, culturais, religiosas e de recreação. As habitações existentes, principalmente na área rural, construídas em sua grande maioria em madeira, apresentam bom estado de conservação, sendo servidas por água encanada, esgotamento sanitário dotado de fossa negra, e energia elétrica. A organização territorial desta população, acoplada à tradição associativa e comunitária da cultura européia, possibilitou o desenvolvimento de um elevado grau de organização social em torno de suas crenças e tradições.

Page 23: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

23

Do ponto de vista das condições educacionais, a população residente nos municípios em questão, apresenta um elevado índice de alfabetização. No Brasil, segundo dados censitários de 1980, existiam 32% de analfabetos. No município em análise, para este ano, tinha-se em média 12% de analfabetos. Por outro lado, essa população possui nível de instrução elementar, restrito à 4ª e 5ª série do 1º grau. Isto se deve a inúmeros fatores, tais como: a dificuldade de acesso às escolas de primeiro grau completo; a necessidade de engrossar o contingente de mão-de-obra familiar dedicado às atividades agropecuárias; e, principalmente à concepção prevalecente entre os moradores da região, particularmente nas áreas de colônia, que considera a formação adquirida nos primeiros anos escolares suficiente para capacitar as crianças ao desenvolvimento das atividades agrícolas. As unidades de atendimento pré-escolar e de 1º grau completo situam-se nas sedes distritais e municipais. O atendimento no nível de 2º grau é oferecido apenas nas sedes municipais. Entretanto, os municípios catarinenses contam com um sistema de transporte escolar, financiado por recursos estaduais e municipais facilitando o acesso da população da zona rural às escolas de 1º e 2º grau. A Rigesa através da área de Relações com a Comunidade desenvolve projetos sociais e econômicos nos vários municípios de atuação. A Tabela 2.4.1 mostra a distribuição destes trabalhos.

Munícipio/Estado Projeto PACAFomento Florestal

Programas de Saúde

Parcerias Operacionais

Ação Social

Bela Vista do Toldo X X X X XCanoinhas X X X X XIrineopolis X X X XItaiopolis X X X XMafra X X X X XMajor Vieira X X X X XPorto Uniao X X XTimbo Grande X X X XTres Barras X X X X X

Antonio Olinto X X X X XFernandes PinheiroLapaMallet XPaulo Frontin X X XReboucas XSao Joao do Triunfo X X X X XSao Mateus do Sul X X X X X

Estado de Santa Catarina

Estado do Paraná

Tabela 2.4.1 - Panorama Geral de Responsabilidade Social da Rigesa

Page 24: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

24

1. Projeto PACA: Atua na sociedade com o objetivo de conscientizar crianças do ensino fundamental para a prática de ações que preservem o meio ambiente. Atualmente o Projeto está presente em 11 municípios do escopo da Certificação Florestal e atende mais de 38 mil alunos, em 128 escolas. 2. Fomento Florestal: Formalizado em 1997, tem dentre seus objetivos efetivar e assegurar uma fonte alternativa de suprimento de madeira, por meio do aproveitamento de terras ociosas ou sub-utilizadas em propriedades rurais. Atualmente, o programa atinge aproximadamente 14.000 ha distribuídos em 24 municípios das regiões do planalto norte-catarinense e sul do Paraná. 3. Programas de Saúde: Tem como objetivos incentivar programas de saúde junto às comunidades locais. 4. Parcerias Operacionais: Ações que a empresa realiza e que agregam vários benefícios aos municípios na forma de melhorias em obras de infra-estrutura. 5. Ação Social: A empresa entende por ação social as doações, sejam elas monetárias ou por meio de insumos e materiais de consumo, destinadas às comunidades de entorno em suas diversas formas (conselhos comunitários, associações, hospitais municipais, organizações não governamentais, associações comunitárias, e outros). 2.3 Manejo Florestal da RIGESA, CELULOSE, PAPEL E EMBALAGENS LTDA Considerando-se as características regionais e locais tratadas tais como: estrutura agrária baseada em minifúndios, condições precária da malha viária regional, condições de vida da população e outros indicadores e considerando-se ainda que a Divisão Florestal tem como principais objetivos, entre outros, o abastecimento da Fábrica de Papel de Três Barras - FPTB, otimizar o uso da terra, produzir madeira para uso nobre, maximizar a rentabilidade florestal e assegurar a perpetuidade da empresa através do manejo sustentado, o manejo florestal é conduzido em condições de atender aos objetivos da organização, e também às demandas locais e regionais por produtos florestais. Esses elementos condicionam o manejo florestal no sentido de estabelecer programas de manutenção de estradas vicinais para a extração de madeira, implantação de áreas florestais fragmentadas dificultando as operações de vigilância e proteção florestal e utilização de alto grau de mecanização em função das condições de clima e topografia e da qualidade da mão de obra local. As atividades de manejo são planejadas e o esquema de manejo silvicultural da Divisão Florestal é implementado através de práticas silviculturais adequadas, considerando-se as espécies utilizadas, a

Page 25: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

25

sazonalidade das operações em função do clima, estações do ano, estratégias de produção e outros, conforme detalhado a seguir:

• Silvicultura e Proteção Florestal O planejamento das atividades de silvicultura é elaborado de acordo Plano Anual (GOALS) e com base na disponibilidade de áreas liberadas pela colheita de madeiras, de forma a garantir a sustentabilidade do empreendimento florestal.

A área de Silvicultura inclui as atividades de colheita e beneficiamento de sementes, produção de mudas, preparo de solos, plantio, tratos culturais e proteção florestal, como segue: • Coleta de Sementes e Produção de Mudas: a coleta e beneficiamento de sementes e Pinus é realizada tanto em Áreas de Coleta de Semente (APS) como em Pomares de Sementes Clonal (PSC) (que apresenta graus de melhoramento genético distinto) nos meses de março a maio, quando então são disponibilizadas para venda aos clientes externos e para a produção própria de mudas. A coleta e beneficiamento de sementes de Eucalipto é realizada nos meses de setembro a dezembro em áreas de Produção de Sementes (APS) e atendem tanto a necessidades internas como a clientes externos. O ciclo de produção de mudas de Pinus inicia-se nos meses de agosto e setembro com a preparação das sementes e termina nos meses de maio e junho, com a expedição das mudas para atender ao programa de plantio e ao Programa de Fomento Florestal. O ciclo de produção de mudas de Eucalipto inicia-se nos meses de junho e julho, e completa-se nos meses de novembro e dezembro. O ciclo de produção de Eucalipto inicia-se nos meses de junho e julho e completa-se nos meses de janeiro e fevereiro.

• Preparo de Solos e Plantio: o Preparo de solos para o plantio é realizado durante todo o ano, imediatamente após a liberação da área pelo setor de colheita de madeiras e consiste no empilhamento de resíduos florestais utilizando o implemento “Ancinho” acoplado a um trator de esteira. A sistematização das linhas de plantio é realizado utilizando-se o implemento “Ripper” acionado por um trator de esteiras. O Programa Anual de Preparo de Solos é elaborado de acordo com o Plano Anual (Goals) e com base na disponibilidade de áreas liberadas pela área de colheita de madeiras. Antes do início das atividades, as áreas são planificas de acordo com as condições de relevo, tipo de solo, aspectos ambientais e de segurança do trabalho, seguindo o planejamento anteriormente elaborado para as atividades de colheita. O plantio das mudas de Pinus é realizado entre os meses de maio a agosto, utilizando-se plantadeiras mecânicas, desenvolvidas pela própria empresa, nas áreas que permitem mecanização, ou manualmente por equipes de terceiros nas áreas não mecanizáveis. O plantio de mudas de Eucalipto é realizado no período de setembro a fevereiro. O plantio de plantio de Essências Nativas para a recuperação de áreas de preservação permanente (APP) é realizado conforme programas previstos nos projetos de licenciamento submetidos aos órgãos ambientais estaduais.

Page 26: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

26

• Tratos Silviculturais: as atividades relacionadas com o controle de pragas e plantas invasoras são realizados tanto na fase de pré-plantio, como nas fases de pós plantio e desenvolvimento. Na fase de pré-plantio é realizado o controle de formigas cortadeiras com o uso de isca formicida e o controle de plantas invasoras é realizado com a aplicação de herbicidas, roçada manual e mecanizada. Nas fases de pós-plantio e desenvolvimento, são realizados os controles de formigas cortadeiras, pulgões e plantas invasoras, de acordo com as recomendações estabelecidas em sistema de monitoramento e avaliação de mato-competição.

• Uso de Agrotóxicos: a Divisão Florestal da Rigesa armazena adequadamente os produtos Químicos e Agrotóxicos utilizados em suas áreas florestais segundo normas e técnicas necessárias para proteger e evitar que impactos riscos e efeitos de falhas possam ocorrer. A metodologia utilizada para cada tipo de controle, os produtos, e as dosagens utilizadas, são estabelecidos conforme recomendações técnicas fornecidas pelo Setor de Pesquisa e Tecnologia e com base no monitoramento constante dos plantios (avaliação de mato-competição). Os produtos químicos utilizados pela empresa são apresentados na tabela abaixo.

PRODUTO PRINCIPIO ATIVO USO FORNECEDOR CLASSE UTILIZAÇÃO

CAPTAN 500 PM Captan Fungicida Stauffer produtos Químicos Ltda

III - Medianamente tóxico

Viveiro

CAPTAN 750 TS Captan Fungicida Stauffer produtos Químicos Ltda

III - Medianamente tóxico

Viveiro

CERCOBIN 700 PM Tiofanato Metílico Fungicida Iharabras S.A IV - Pouco Tóxico Viveiro

DITHANE /MANZATE Mancozeb FungicidaDow Agro Sciences

Industrial Ltda

III - Medianamente tóxico

Viveiro

KUMULUS- DF Enxofre Fungicida BASF SA IV - Pouco Tóxico Viveiro OPERA Piraclostrobina Fungicida BASF SA II - Tóxico Viveiro

OPUS Epoxiconazol Fungicida BASF SA III - Medianamente tóxico

Viveiro

RIDOMIL-MANCOZEB BR Mancozeb Fungicida Syngenta III - Medianamente tóxico

Viveiro

TECTO SC Thiabendazole Fungicida Syngenta III - Medianamente tóxico

Viveiro

BASAGRAN 600 Bentazona Herbicida BASF SA III - Medianamente tóxico

Viveiro

CHOPPER Imazapyr Herbicida Cyanamid III - Medianamente tóxico

Campo

GOAL BR Oxyfluorfen HerbicidaRohn and Hass

Brasil LtdaII - Tóxico Campo

ROUNDUP Glifosato Herbicida Monsanto IV - Pouco Tóxico Campo

SCOUT NA Sal à base de glifosato de amônia

Herbicida Monsanto IV - Pouco Tóxico Viveiro

CONFIDOR Imidacloprid Inseticida Bayer IV - Pouco Tóxico Viveiro

DECIS 25/DECIS ULTRA 100 EC Deltametrina Inseticida Bayer III - Medianamente tóxico

Viveiro

MALATHION Malathion Inseticida Cheminova Brasil LTDA

III - Medianamente tóxico

Viveiro

ORTHENE 750 BR//ACEFATO Acephate Inseticida Hokko do Brasil IV - Pouco Tóxico CampoMIREX-S Sulfuramida Isca Formicida Atta Kill IV - Pouco Tóxico Campo

Page 27: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

27

• Proteção Florestal: as atividades de proteção florestal são desenvolvidas com base no Procedimento PGI 005 – Preparação e atendimento a Emergência e no Manual de Manejo Integrado de Pragas e Doenças que inclui o Programa de Controle da Vespa da Madeira (Sirex noctilio), baseado no monitoramento da dispersão da Vespa da Madeira e estabelecimento das medidas de controle biológico da praga, de forma a minimizar seus efeitos sobre a sanidade das florestas. As medidas de controle adotadas seguem as recomendações da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA, conforme o Programa Nacional de Controle da Vespa da Madeira. e inclui práticas de detecção da praga, inoculação do agente de controle (nematóide Deladelus siricidicola), avaliação do parasitismo e inventário de danos, de forma a retroalimentar o programa. • Colheita de Madeira

As atividades de colheita de madeiras são estabelecidas a partir do Plano Anual (GOALS), com base nas informações dos talhões selecionados e disponibilizados pela área de Inventário Florestal. A área de colheita de madeiras estabelece os Planos Tático-Operacionais pertinentes e define as ações a serem implementadas ao longo do ano a fim de garantir o atendimento das demandas de madeiras de Pinus e Eucalipto pela Fábrica de Papel de Três Barras – FPTB, e do mercado. Para atingir as metas estabelecidas, são desenvolvidas as seguintes atividades:

• Planejamento de Colheita e Transporte: nesta fase, são delineadas as atividades em nível de Talhão e são considerados os aspectos relacionados com: topografia da área; época de corte; condições meteorológicas, tipo de solo, aspectos ambientais e de segurança do trabalho. Com base nos dados levantados é efetuado o dimensionamento de equipamentos, a construção e manutenção de estradas, obras de arte e outros, de forma a viabilizar as operações. • Preparação: com base no Planejamento de colheita são implementadas as atividades de corte e derrubada de árvores com o equipamento “Harvester”, arraste e estaleiramento de madeiras com equipamento “Skider”, processamento com cabeçotes processadores e o carregamento com equipamento denominado carregador florestal. As atividades de preparação são realizadas em três turnos, de forma a garantir um fornecimento constante de madeiras para a Fábrica de Papel de Três Barras - FPTB e para atender aos programas de venda de toras para os diversos clientes. • Transporte: o transporte de madeiras para a FPTB é realizado por empresas terceirizadas e dimensionado de forma a garantir o fluxo constante de madeiras e manter os estoques reguladores em níveis pré estabelecidos.

Page 28: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

28

• Manutenção de Estradas: todas as atividades de construção e manutenção de estradas, próprias ou não, são mantidas pela empresa, de forma direta com equipamentos próprios, ou pela contratação de terceiros com base no planejamento de colheita e transporte de madeira.

Page 29: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

29

3. PROCESSO DE AVALIAÇÃO

3.1 Norma ou Padrão Normativo utilizado para avaliação

O processo de avaliação foi efetuado dentro do Escopo de Certificação

descrito abaixo, e conforme o Padrão Normativo NBR 14.789:2007 – Manejo

Florestal – Princípios, critérios e indicadores para plantações florestais,

conhecido como CERFLOR, elaborado pela ABNT - Associação Brasileira de

Normas Técnicas.

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de

Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade

dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização

Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE),

formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte:

produtores, consumidores e partes interessadas (universidades, laboratórios,

organizações não governamentais e outros). Os Projetos de Norma Brasileira,

elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/NOS, circulam para Consulta

Pública entre os associados da ABNT e demais interessados.

A Norma NBR 14.789:2007 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial

Temporária (CEET) de Manejo Florestal, formada por especialistas brasileiros

representantes dos setores envolvidos.

Este Padrão Normativo faz parte do Sistema Brasileiro de Certificação, em que

o INMETRO estabelece as regras para o processo de Certificação.

A norma de certificação florestal CERFLOR contempla um conjunto de

princípios, critérios e requisitos legais, ambientais e sociais a serem

desenvolvidos no processo de avaliação na empresa e nas unidades de

manejo objeto da certificação.

São ao todo 05 Princípios, relacionados às atividades de manejo florestal,

como indicado a seguir:

�� Princípio 1: Cumprimento da Legislação;

�� Princípio 2: Racionalidade no uso dos recursos florestais a curto,

médio e longo prazos, em busca da sua sustentabilidade;

�� Princípio 3: Zelo pela diversidade biológica;

Page 30: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

30

�� Princípio 4: Respeito às águas, ao solo e ao ar;

�� Princípio 5: Desenvolvimento ambiental, econômico e social das

regiões em que se insere a atividade florestal.

Os princípios estabelecidos nesta norma constituem a referência para o

manejo florestal.

Os princípios são desdobrados em critérios, que são a expressão dos

requisitos que descrevem o estado ou dinâmica de um ecossistema florestal e

do sistema social a ele associado.

A verificação do cumprimento de cada critério é estabelecida mediante a

avaliação do atendimento de um conjunto de indicadores específicos, que

podem ser quantitativos ou qualitativos.

Dependendo da localização e da finalidade da unidade de manejo florestal,

nem todos os indicadores serão aplicáveis. Contudo será sempre necessário

avaliar todos aqueles pertinentes à situação local.

3.2 Identificação do OCF – Organismo de Certificação

O BUREAU VERITAS CERTIFICATION está credenciado pelo INMETRO para

realização de certificações de manejo de florestas plantadas com base na

norma NBR 14789:2007, podendo emitir certificados com a logomarca deste

organismo credenciador.

O objetivo do BUREAU VERITAS CERTIFICATION é realizar serviços de

certificação com alta credibilidade sendo este o motivo pelo qual optou em

realizar tais certificações de acordo com os requisitos do Sistema Brasileiro de

Certificação.

Dados para Contato

Escritório São Paulo:

BUREAU VERITAS CERTIFICATION

Sr. José Cunha - Technical Manager-Brazil / ICC-LAZ

Avenida do Café 277 – Torre B – 5o andar

Page 31: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

31

04311-000 SÃO PAULO/SP

Fone: (0**11) 5070-9800

Fax: (0**11) 5070-9000

E-mail: [email protected]

3.3 Responsável pelo OCF

BUREAU VERITAS CERTIFICATION

Sr. Luiz Pinho (Diretor geral)

Avenida do Café 277 – Torre B – 5o andar

04311-000 SÃO PAULO/SP

Fone: (0**11) 5070-9800

Fax: (0**11) 5070-9000

E-mail: [email protected]

3.4 Auditoria de Recertificação

Período: 23 a 27/11/2009

Equipe Auditora:

Nome Função na

Equipe Formação Acadêmica

Pedro José da Silveira Júnior Auditor Líder Engenheiro florestal

Rubens Ferreira Auditor Engenheiro químico

Roberto Oliveira Mendonça Auditor Engenheiro florestal

Juliana Bueno Colpas Auditor Bióloga

Marcelo Magalhães Auditor Engenheiro agrônomo

Nesta etapa, de acordo com e Escopo de Certificação, foram executadas as

seguintes atividades: Análise da documentação, verificações em campo,

Page 32: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

32

entrevistas com colaboradores da empresa, prestadores de serviços,

representantes locais e outras partes interessadas.

Como todo o processo de Auditoria, as avaliações ocorreram conforme plano

de auditoria estabelecido previamente, considerando o tamanho e

complexidade das atividades da empresa e o caráter amostral de um processo

de auditoria.

A próxima seção traz um resumo do relatório da auditoria de recertificação

realizada na empresa. O relatório detalhado desta auditoria bem como toda

documentação relacionada se encontra arquivado no Bureau Veritas

Certification.

3.4.1 Relatório da Auditoria de Recertificação

Processos auditados

Silvicultura

Colheita

Manutenção mecânica (depósito de resíduos classe I)

Meio Ambiente

Comunicação

Responsabilidade social

Viveiros: Eucaliptus e Pinus (deposito de defensivos agrícolas e embalagens)

Segurança do trabalho

Pesquisa e tecnologia

RH

Administração

Pessoal auditado

• Alzira Nair

• Antônio Tsunoda

• Eduardo Mota

• Nízio Zibeti

• Thaís Lima

• Edna Lucas

Page 33: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

33

• Manoel Pinheiro

• Maria Inêz

• Cristiane Arrabar

• Ernestiana Gonsalves

• Laerte Bonetes

• Suely Bonetes

• Marcos Mademann

• Zilda Romanovski

• Neuceli Aparecida Klechowicz

• Simone Pangratz Rudolf

• Rubens Vieira de Lima

• Adjalma Huffmann

• Janaina dos Anjos de Barros

• Minoru Hayashi

• Ademir Aduci Pereira

• Manoel Salvador Filho

• Marco Brito

• Fabio Henrique Ferlin

• Ricardo Paim

• Luiz Otavio de Andrade

• Laércio Luis Duda

• Samuel Bueno da Silva

• Edson A. S. Jaremchuk

• Luciano Knop

• Jarbas E. Perrelli

• Ilário Batista da Luz

• Jeovani da Silva

• Marcos Mademann

Oportunidades de melhoria registradas

1- Monitorar os resultados dos projetos sociais implementados e divulgar.

2- Reforçar a conscientização do consumo energia elétrica, pois se

percebeu diversas lâmpadas acesas sem necessidades.

Page 34: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

34

3- Avaliar a otimização da avaliação de aplicação de requisitos

potenciais.

4- Avaliar a implantação de um programa de auditoria de monitoramento

legal.

5- Avaliar a otimização da sistemática de inspeção de terceiros.

6- Avaliar a implantação de sistemática para identificação de avaliação de

documentos.

7- Implementar com maior clareza os resultados dos levantamentos

fitossociologicos no plano de manejo nas revisões.

Observações registradas

1- Criar as tratativas para os impactos sociais identificados nas instruções

de trabalho.

2- Não é recomendável guardar EPIs do operador que recebe e

disponibiliza Produtos Químicos, tais como herbicidas, formicidas e

agrotóxicos, dentro do armário ao qual outros trabalhadores têm acesso.

3- Corrigir referencia incorreta para IST 066 (Poluir fauna e flora).

4- Deixar claro, na instrução ICO 062 procedimento/rotina que o

encarregado deve seguir para realizar a marcação/sinalização da APP

antes de iniciar o processo de colheita visando a prevenção de

demandas legais (corte de árvores em áreas de preservação).

5- Adequar procedimento/rotina (e fluxograma) do ICO 061 revisão 08

frente ao procedimento descrito no ICM 061 especificamente, rotina para

o porte de notas fiscais que acompanham o produto até o cliente ou

comprador.

6- Área de vivência – região 25: banheiro com vaso sanitário

apresentando vazamento junto ao piso.

7- Não consta no texto 1 sistema de vigilância e prevenção de incêndio

no item XI do manual, casos que somente se obtém uma leitura de

azimute a partir de torre de observação, como por exemplo na região de

São João do Triunfo e na região da Serra Catarinense.

8- Foi verificado, durante a auditoria, que não estão sendo utilizados os

formulários para registro de incidentes e não conformidades

Page 35: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

35

referenciados no item 7 registros, do PGI 005. Foi verificada a utilização

do documento relatório de incêndio florestal.

Não conformidades registradas

1- Princípio 4, critério 4.4-c: Evidência disponível no Relatório de Ensaio

Nº70028 - Local de Coleta da Amostra: Posto de Combustíveis, realizada

em 06/07/2009, consta somente análises de parâmetros microbiológicos.

Portanto, não foram evidenciados os resultados dos parâmetros Óleos e

Graxas, dentre outros aplicáveis a este ponto amostral.

Tratativa apresentada pela empresa:

Analise de causa:

Ao encaminhar a requisição dos serviços de análise ao Laboratório de

Ensaios de Química do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de Blumenau,

houve engano por parte do requerente, e o parâmetro Óleos e Graxas não

foi solicitado para este ponto de amostragem.

Ação corretiva:

Imediatamente após a identificação da não conformidade, uma nova

amostragem foi realizada e os resultados apresentados conforme pode ser

evidenciado pelo Relatório de Ensaio nº 70806 emitido em 27/11/2009. Um

sistema de gerenciamento será implementado para melhor monitoramento

das análises de efluentes.

2- Princípio 1, critério 1.3: Não foi evidenciado no momento da auditoria que

a organização esteja com a Certidão Conjunta negativa de Débitos

relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União, bem como a

Certidão Positiva com Efeitos de negativa de Débitos Relativos às

Contribuições Previdenciárias e às de terceiros atualizadas.

Tratativa apresentada pela empresa:

Análise de causa:

A) CND (RFB/PGFN): Não foi renovada no prazo correto por constarem,

inadvertidamente, débitos que estavam com a exigibilidade suspensa (não

Page 36: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

36

poderiam ser cobrados) e também débitos em aberto (a pagar) fruto de

discussão judicial;

B) CND (INSS): Não foi renovada no prazo correto por constarem

pendências: (i) relativa a uma matrícula imobiliária (CEI) de uma

construção de Três Barras e, (ii) constar débito em aberto, mesmo estando

com exigibilidade suspensa.

Ação corretiva:

A): Foi demonstrado junto à Receita Federal, através da juntada de

documentos pertinentes, que realmente alguns débitos estavam com

exigibilidade suspensa e, portanto, não poderiam impedir a expedição da

CND e que o outro débito em aberto seria pago através da anistia (que a

Rigesa aderiu). Esta ação culminou com a expedição da CND em

01/12/2009.

B): (i) a Implantec, construtora responsável pela obra, comprovou no INSS

local os recolhimentos efetuados e, (ii) a Rigesa provou que o débito em

aberto se tratava de uma ação que tenta enquadrar a empresa toda como

uma agroindústria, que, por ter recurso em andamento deveria constar com

a exigibilidade suspensa e não poderia travar a expedição da CND.

Estamos aguardando para os próximos dias, a liberação da CND pela

internet.

3- Princípio 1, critério 1.1: Evidenciado, durante o período desta auditoria no

processo colheita florestal, através de entrevista com o motorista e

verificação do disco de tacógrafo do caminhão comboio/RIGESA que não

foi possível constatar atendimento ao Art. 2º da Resolução nº 815, de 18 de

junho de 1996 e ao item instrução IAD 061 / RIGESA.

Tratativa apresentada pela empresa:

Análise de causa:

O tacógrafo do caminhão comboio apresentou defeito no mes de setembro

de 2009 e foi consertado em garantia. Entretanto um novo defeito foi

constatado no momento da auditoria.

Ação corretiva:

Imediatamente após a identificação da não conformidade o caminhão

comboio foi recolhido para manutenção e o tacógrafo novamente reparado

Page 37: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

37

em garantia conforme pode ser evidenciado pelo documento Nota Fiscal nº

000297 em anexo. Um tacógrafo novo será mantido em estoque para

substituição imediata em caso de quebras.

4- Princípio 1, critério 1.1: Evidenciado, durante o período desta auditoria no

processo de colheita florestal / RIGESA, que o manejo florestal não

assegura fornecedor de refeições atendendo a requisitos legal. Verificado

que o Alvará da Vigilância Sanitária número 667/2007 estava vencido

desde abril/2008.

Tratativa apresentada pela empresa:

Análise de causa:

Ao realizar a inspeção das instalações do fornecedor, conforme

procedimento IST 067 - Alimentação, não foi observado o ítem

"Alvará/Licença Sanitária" constante do documento FST 067.01 - Lista de

Verificação de Boas Práticas de Alimentação.

Ação corretiva:

O fornecedor foi notificado da não conformidade e imediatamente

protocolizou requerimento de renovação de licença sanitária. A inspeção foi

realizada e emitida nova licença sanitária, conforme pode ser verificado

pelos documentos: Licença Sanitária nº 667/2009 e Alvará para

Localização e/ou Funcionamento nº 189/2009. Todos os funcionários

envolvidos nesse processo foram alertados para a importância deste ítem

de verificação e os demais fornecedores foram novamente vistoriados e

adequados.

5- Princípio 1, critério 1.1: A evidência não estava disponível, durante o

período desta auditoria no processo colheita florestal, para demonstrar

atendimento a Legislação relativa às outorgas do Estado do Paraná (Lei

Estadual n° 12.726/1999, que institui a Política Estadual de Recursos

Hídricos, e no Decreto Estadual n° 4.646/2001, que dispõe sobre o regime

de Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos). Constatado, durante

o período desta auditoria, uso de água captada superficialmente, em

córrego próximo a propriedade Recanto da Deusa, no umedecimento das

estradas florestais da RIGESA, na região 25.

Page 38: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

38

Tratativa apresentada pela empresa:

Análise de causa:

A atividade de captação de água para aspersão em estradas com o

objetivo de minimizar a emissão de poeiras próximo às comunidades, vinha

sendo considerada como "uso insignificante do recurso hídrico", com base

na RESOLUÇÃO SEMA Nº 039 DE 22 DE NOVEMBRO DE 2004, da

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que

estabelece em seu Art. 1º, II, que: "Ficam dispensados de outorga,

considerando-se como de uso insignificante as derivações e captações

individuais até 1,8 m³/h.Como a captação é eventual e não ultrapassa o

volume de 8m³ diários, entendeu-se que tal atividade estava isenta de

licenciamento.

Ação corretiva:

Constatado o fato, foi protocolizado na SUDERHSA, o Requerimento para

Dispensa de Outorga, protocolo nº 10.123.564-5 de 27 de Nov. de 2009,

em anexo. A Dispensa de Outorga para esta atividade será incluída no

sistema de gerenciamento de requisitos legais como obrigatória.

6- Princípio 1, critério 1.1: Evidenciado, durante o período desta auditoria,

no processo colheita florestal, caminhão comboio placa MCJ 6120 com

CIPP Número 449432 vencido, em descordo com a Legislação Federal

para transporte de produtos Perigosos.

Tratativa apresentada pela empresa:

Análise de causa:

Ao adentrar à Fazenda da Rigesa, o caminhão comboio em questão não foi

inspecionado conforme o procedimento IMM 072 - Inspeção de Veículos e

Máquinas.

Ação corretiva:

Evidenciado o fato, o caminhão em questão, por determinação do setor de

colheita de madeira, foi encaminhado ao fornecedor TRANS MANCHA

TRANSPORTES Ltda, para adequação dos equipamentos de segurança, e

realização de nova inspeção por organismo de inspeção acreditado e

emitido o certificado, conforme pode ser evidenciado pelo documento CIPP

nº 562698 em anexo. Os responsáveis pela inspeção de veículos e

Page 39: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

39

máquinas foram alertados para a importância do atendimento ao

procedimento.

Verificação das ações corretivas

As ações corretivas apresentadas bem como toda a documentação

relacionada foram avaliadas em Folow up de escritório pelo Bureau Veritas

Certification no dia 29/12/2009 e consideradas satisfatórias. Todas as

correções foram aceitas considerando-se encerradas as Não

Conformidades.

4 REUNIÕES PÚBLICAS

4.1 Objetivo e Realização

O objetivo destas reuniões foi levantar questionamentos, recomendações e

comentários das partes interessadas, referentes aos princípios do CERFLOR

que foram objeto de avaliação no processo de certificação. Os comentários,

questionamentos, denúncias e recomendações pertinentes foram registradas

(por escrito e em vídeo), tendo a empresa apresentado uma resposta para

cada questão. As respostas foram avaliadas quanto ao seu conteúdo e

verificadas durante a auditoria de recertificação pela Equipe Auditora que as

considerou satisfatórias do ponto de vista técnico.

Deve ser ressaltado que, tendo a certificação uma validade de 05 anos, várias

destas questões deverão ser continuamente verificadas pelo Organismo

Certificador, cabendo à organização aprimorar seu Plano de Manejo de forma

a atender às demandas pertinentes das partes interessadas.

As Reuniões Públicas foram divididas em duas partes sendo na primeira

apresentados os Princípios, Critérios e Indicadores da norma NBR 14789 e o

processo de certificação CERFLOR, segundo as regras estabelecidas pelo

INMETRO. A segunda parte das reuniões teve como objetivo o levantamento

de críticas, comentários, preocupações, sugestões, etc., referentes aos

princípios abrangidos pelo CERFLOR.

Page 40: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

40

Foram organizadas Reuniões Públicas nos municípios descritos abaixo:

Município Data Horário Numero de Pessoas

São José do Triunfo - PR 19/10/2009 18:00 hs 19

Antônio Olinto - PR 20/10/2009 18:00 hs 13

Major Vieira - SC 21/10/2009 18:00 hs 06

Três Barras - SC 22/10/2009 18:00 hs 06

44

4.2 Entidades e pessoas contatadas

A divulgação do processo de certificação CERFLOR da Rigesa e a

convocação de partes interessadas (organizações governamentais e não

governamentais; representantes da comunidade, etc.) para as Reuniões

Públicas foram realizadas pelo BUREAU VERITAS CERTIFICATION através

de correspondência, e-mail para organizações governamentais e não

governamentais e anúncios nas emissoras de rádio locais.

Por ser muito extensa, a lista completa das partes interessadas contatadas

durante o processo de certificação está mantida como registro interno do

Bureau Veritas Certification e não foi inserida neste relatório.

4.3 Relação dos Participantes nas Reuniões Públicas

Como já descrito anteriormente as reuniões Públicas totalizaram 44 (quarenta

e quatro) participantes de diferentes entidades governamentais e não-

governamentais.

Durante as reuniões foram coletados os nomes e assinaturas dos

participantes, gerando listas de presença que se encontram arquivadas sob

responsabilidade do Bureau Veritas Certification.

4.4 Questionamentos de Partes Interessadas, respostas por parte da

Empresa e avaliação do Bureau Veritas Certification.

Page 41: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

41

Os questionamentos levantados durante as Reuniões Públicas foram

relacionados abaixo, com as devidas respostas emitidas pela empresa.

SÃO JOÃO DO TRIUNFO -- PARANÁ 19/10/09 1. João Alberto Perreli – 70 anos em São João. 4 anos de parceria de

preservação ambiental, empresa excelente, sempre atendendo a comunidade melhorando as estradas, de onde tira a madeira traz carro pipa para não deixar o pó atingir a comunidade, a empresa é nota 10 na região.

Resposta: Elogio. 2. João Mario Ferreira – Quer saber sobre o destino do imposto da produção e

questão de estradas; a ajuda dada foi insuficiente para a manutenção das estradas.

Resposta: A Rigesa efetua o recolhimento dos impostos (ICMS, ISS, ITR, entre outros) rigorosamente de acordo com a legislação em vigor. No caso do ICMS a empresa informa através do movimento econômico à Secretaria da Fazenda os valores por Município, sendo a distribuição dos respectivos valores de responsabilidade do Estado e o acompanhamento da referida distribuição de responsabilidade do Município. O ITR é apurado de acordo com a legislação da Receita Federal, utilizando-se de sistema específico para este fim. Uma vez apurado emite-se o DARF e efetua-se o pagamento na rede bancária. A Receita Federal retorna ao Município 50% do valor recolhido. O ISS devido sobre os serviços prestados é recolhido diretamente ao Município via depósito bancário em Conta Corrente da Prefeitura. Quanto ao destino dado aos referidos impostos é de responsabilidade do poder público nas esferas municipal, estadual e federal. Quanto à questão da manutenção das estradas, a Rigesa desenvolve um Programa de Apoio Operacional às Prefeituras, composto de ações de construção e manutenção de estradas municipais (patrolamento, drenagem e revestimento com cascalho). Este programa inclui também a doação de materiais para revestimento (cascalho), construção de pontes e bueiros, de forma a garantir o transporte de madeira da Rigesa e a movimentação da comunidade local, principalmente durante as operações de colheita florestal. Entretanto, períodos de chuvas prolongadas podem prejudicar de maneira significativa as melhorias realizadas, exigindo novas intervenções. É importante lembrar que nestas situações a participação do poder público municipal também é determinante para garantir o fluxo de transporte nas estradas. 3. Marcio, Secretário da Educação – Quer saber se existe recomendação da

empresa para os terceiros que fazem corte de árvores; e se existe orientação aos motoristas por causa das quebras dos caminhões, que vem impedindo o tráfego nas estradas locais.

Resposta: A recomendação existe, pois nossos prestadores de servicos de Colheita e de Transporte de Madeira recebem treinamentos e orientações operacionais, bem como sobre cuidados com o meio ambiente, com segurança e respeito à comunidade. Os procedimentos operacionais são descritos em

Page 42: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

42

Instruções de Trabalho que devem ser seguidas pelos nossos prestadores de serviços e funcionários próprios. Cabe informar que a frota de caminhões de transporte de madeira dos prestadores de serviços deve ser renovada periodicamente por força contratual, o que condiciona uma idade média relativamente jovem dessa frota. Entretanto, quebras em um ou outro veículo podem ocorrer, causando transtornos para o tráfego local e, quando isso ocorre, todos os esforços são dispendidos no sentido de solucionar o problema de imediato. 4. Ângela Maria Halila - vereadora – Empresa cumpre o lado social dentro do

município, rede feminina, doações importantes, empresa de fácil acesso a comunicação boa recepção – área social.

Resposta: Elogio. 5. Marcio, secretário de educação - Comunicação aberta, apoio nos festivais,

parabeniza o Zibeti (canal de comunicação no município). Ressalta que a empresa tem uma parceria muito importante de conscientização ambiental no município.

Resposta: Elogio. 6. Reginaldo, hospital – Citou a ajuda da empresa para o hospital – gerador,

doação muito importante, lavanderia e cozinha completa. Dá parabéns a empresa.

Resposta: Elogio. 7. Jose Francisco Neves, presidente sindicato de produtores rurais - Citou a

doação de tijolos pela Rigesa para ampliação do sindicato. Quer saber sobre a possibilidade da Rigesa compor parceria para cursos, pois o sindicato tem convenio com o SENAR (várias capacitações, ex: pulverização costal) e outros.

Resposta: Informamos que os apoios destinados a associações de classe, órgãos públicos e organizações assistenciais e beneficentes são uma prática da área de Responsabilidade Social da Rigesa. O Sindicato de Produtores Rurais de São João do Triunfo, como bem citou o Sr. João Francisco Neves, já recebeu doação de material de construção para a entidade. No caso específico de parceria na realização de cursos com o SENAR para atender aos produtores rurais de São João do Triunfo, informamos que isso é viável. Entretanto, para que isso possa ser estudado em mais detalhes pela empresa, é importante que o Sindicato envie um documento formal, descrevendo as atividades que seriam realizadas nos referidos cursos, o período de realização, o público atendido e o custo de tal ação, bem como de que modo a Rigesa poderia auxiliar no processo. De posse destas informações será possível tomar uma decisão quanto a este apoio. 8. Rodrigo – Pede esclarecimentos sobre impacto ambiental local e nas

mudanças climáticas dos reflorestamentos de pinus e eucaliptos. Resposta: Os plantios de pinus e eucaliptus não tem efeito significativo na condição meteorológica local ou no clima regional, considerando que a condição

Page 43: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

43

climática regional é o resultado da interação de vários fatores, tais como: aquecimento das águas do Pacífico (El Niño), entrada de frentes frias provenientes da região Antártica e da entrada de frentes quentes e carregadas de umidade provenientes da região Amazônica. Existe uma percepção de que nos últimos tempos tem aumentado a freqüência de eventos meteorológicos, tais como chuvas torrenciais, ventos intensos e temperaturas irregulares. Entretanto, estes eventos não estão relacionados com a existência ou não de florestas plantadas na região. 9. Luis de Lima, prefeito – Seu ponto de vista é que a Rigesa não cumpre com

a responsabilidade social em São João; a empresa possui uma grande quantidade de terras e, se distribuírem a área, poderia colocar 300 a 400 famílias fumageiras. O volume de capital gerado é grande comparado com o retorno que a empresa promove (ex: liga do câncer, hospital e Prefeitura de São João do Triunfo). Gostaria de não precisar de doações mais sim de um relacionamento de forma sustentada. Por um período de quase 10 anos os impostos recolhidos pela empresa (ITR, ICMS) passaram para os municípios de Antonio Olinto e São Mateus do Sul. Temos que pensar em uma maneira de como retribuir 300 a 400 famílias. Pessoas vieram para cidade porque não tem o que fazer na área rural. Solicita da empresa participação mais constante e efetiva junto à comunidade local. Pergunta: Quantas pessoas de São João do Triunfo estão empregadas e/ou moram nessas áreas da empresa?

Resposta: A Rigesa efetua o recolhimento dos impostos devidos, cumprindo rigorosamente a legislação em vigor. No caso do ICMS a empresa informa através do Movimento Econômico à Secretaria da Fazenda os valores por Município, sendo a distribuição dos respectivos valores de responsabilidade do Estado e o acompanhamento da referida distribuição de responsabilidade do Município. O ITR é apurado de acordo com a legislação da Receita Federal, utilizando-se de sistema específico para este fim. Uma vez apurado emite-se o DARF e efetua-se o pagamento na rede bancária. A Receita Federal retorna ao Município 50% do valor recolhido. O ISS devido sobre os serviços prestados é recolhido diretamente ao Município via depósito bancário em Conta Corrente da Prefeitura. Todos os comprovantes de recolhimento de impostos referentes à atividade florestal estão à disposição dos municípios na área administrativa da Rigesa em Três Barras. No que diz respeito à participação mais constante e efetiva da Rigesa junto à comunidade local, cabe informar que isso já ocorre como bem disse o próprio prefeito do município. Como exemplos, citam-se as ajudas destinadas à Rede Feminina de Combate ao Câncer, ao Hospital de São João do Triunfo, à APAE e à Prefeitura do Município, sendo que por meio destas entidades há uma constante participação da Rigesa na sociedade. Além disso, a Rigesa aplica na cidade o Projeto PACA, que é desenvolvido em várias escolas do município de São João do Triunfo, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, apoiando o desenvolvimento da educação ambiental para centenas de professores, alunos e seus familiares. O Fomento Florestal também está presente no município, com 07 participantes, com um total de 103 hectares, que têm uma possibilidade de diversificação da renda agrícola a partir do plantio de florestas sustentáveis, recebendo gratuitamente assistência técnica e mudas de árvores de alta qualidade.

Page 44: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

44

Acredita-se fortemente que estas ações são exemplos de que a Rigesa cumpre efetivamente com a responsabilidade social no município, atingindo positivamente muitas famílias. Não obstante, a Rigesa cumpre integralmente todos os requisitos legais aplicáveis a suas atividades e possui uma política de relacionamento e diálogo com a comunidade. A Rigesa está aberta a estudar o apoio a outros projetos de relevância socioeconômica que, porventura, a Prefeitura do Município de São João do Triunfo venha a desenvolver. Quanto às pessoas de São João do Triunfo que trabalham na empresa, cabe informar que todas as vagas abertas na empresa são divulgadas internamente e em jornais locais dos municípios da região. Isso quer dizer que qualquer pessoa pode se candidatar às vagas existentes, considerando que a base de contratação será sempre para trabalhar em Três Barras, sede da Rigesa. Assim, os funcionários sempre estarão alocados em Três Barras. Isso quer dizer que possuímos trabalhadores oriundos de vários municípios da região, inclusive de São João do Triunfo, que atualmente moram em Três Barras ou região. 10. Lourival – Qual o valor pago de tributos por ano no município e qual a

perspectiva da Rigesa de contratação de mão de obra local? Resposta: O recolhimento de impostos é sazonal, ou seja, está diretamente relacionado com o desenvolvimento de atividades de plantio e colheita de madeiras no Município, exceto o ITR, que é recolhido regularmente ano a ano. Em 2009, a Rigesa recolheu, no município de São João do Triunfo, um total de R$ 11.869,40, dos quais R$ 2.610,93 referentes ao recolhimento de ISS e R$ 9.258,47 referentes ao recolhimento de ITR. Além destes valores, há também o recolhimento de ICMS, que depende do volume de extração de madeira realizado no período fiscal (ano). Os valores de ICMS retornam ao município conforme o estabelecido pela legislação fiscal estadual. Quanto à contratação de mão de obra local, cabe informar que todas as vagas abertas na empresa são divulgadas internamente e em jornais locais dos municípios da região. Isso quer dizer que qualquer pessoa pode se candidatar às vagas existentes, considerando que a base de contratação será sempre para trabalhar em Três Barras, sede da Rigesa. Assim, os funcionários sempre estarão alocados em Três Barras. Isso quer dizer que possuimos trabalhadores oriundos de vários municípios da região que moram em Três Barras. Entretanto, sempre que ocorrem atividades operacionais no município, é dada a prioridade para a contratação de serviços locais, tais como: hotelaria, restaurante, manutenção de veículos, abastecimento e outros. 11. João Perreli – Diz que no plano com a Secretaria de Educação entre

Out/Nov/Dez – R$ 5000,00 sai do seu bolso. Solicita apoio da Rigesa no Plano de Educação Ambiental do município.

Resposta: A Rigesa apoia o Plano de Educação Ambiental do município, principalmente com a atuação do Projeto PACA, em parceria com a Secretaria de Educação do Município, em várias escolas de São João do Triunfo. O PACA vem colaborando com o desenvolvimento da área de educação ambiental no município, dando suporte às ações ambientais das escolas. Além disso, desde 2005, temos um apoio técnico destinado à preservação da Fazenda Canudos, de propriedade do Sr. João Perreli, em parceria com a SPVS e TNC, onde

Page 45: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

45

também são desenvolvidas ações de preservação da biodiversidade e de educação ambiental para São João do Triunfo e municípios da região. Esta parceria pioneira, inclusive, foi modelo para o desenvolvimento do Programa de Adoção de Florestas, liderado pela SPVS, uma exemplar ação de colaboração entre sociedade civil organizada, governo e setor produtivo. 12. Mario César da Silva – Presidente da Câmara – Cita que o grande problema

onde a empresa tem as plantações são as estradas; no período de retirada de madeira as estradas ficam deterioradas devido a movimentação de máquinas e caminhões. Percebe-se a parceria entre prefeitura e a Rigesa, mas nunca obtém sucesso, deixando a desejar. Outra questão também é o acesso dos moradores e das crianças às escolas que vem sendo prejudicado. Pergunta: Existe alguma verificação e acompanhamento técnico pela Rigesa da situação das estradas?

Resposta: No momento da colheita e transporte da madeira realmente existe uma maior movimentação de máquinas e caminhões. O objetivo é que estas atividades sejam realizadas com o mínimo de interferência na comunidade. Por isso, a Rigesa desenvolve um programa de apoio operacional às prefeituras, composto de ações de construção e manutenção de estradas municipais (patrolamento, drenagem e revestimento com cascalho). Este programa inclui também a doação de materiais para revestimento (cascalho), construção de pontes e bueiros, de forma a garantir o transporte de madeira de Rigesa e a movimentação da comunidade local. Todo este trabalho é planejado e executado de acordo com as melhores práticas de construção de manutenção de estradas vicinais, o que inclui monitoramento técnico periódico. Entretanto, períodos de chuvas prolongadas podem prejudicar de maneira significativa as melhorias realizadas, exigindo novas intervenções.

ANTÔNIO OLINTO -- PARANÁ 20/10/09 13. Jose Veiga, Prefeito Municipal – Comenta que a Rigesa tem mais do que

doa, e doa somente através de entidade não governamental. De acordo com área o município este deveria receber pelo menos R$15.000,00. Cita que a Rigesa é uma empresa forte, é a favor, fez parceria. Perguntas: Como atuar diretamente com o município, na saúde, nas pontes, etc...? Como a empresa faz o recolhimento do ITR e qual o valor que retorna para o município?

Resposta: É prática de gestão da Rigesa realizar doações apenas para pessoas jurídicas, não governamentais ou não, de reconhecida relevância social. Quanto à atuação da Rigesa no município de Antonio Olinto, na área da saúde, é importante ressaltar que isso é viável. Entretanto, é necessário que o poder público estruture um projeto ou programa nesta área, descrevendo objetivos, público beneficiado e custos, e submeta para apreciação da Rigesa. De posse destas informações, caso seja viável, podemos decidir, em conjunto, uma forma de apoio ao referido projeto. A Rigesa já teve outras solicitações de Antonio Olinto, mas como não há programas formais da prefeitura, entidades assistenciais de saúde no município ou mesmo um hospital, fica mais difícil qualquer ação de apoio nesta área. A Rigesa está aberta a colaborar com o poder público, pois desenvolve um programa de apoio operacional às prefeituras, que inclui, entre outras ações, a doação de materiais para revestimento (cascalho), construção de pontes e

Page 46: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

46

bueiros, de forma a garantir o transporte de madeira de Rigesa e a movimentação da comunidade local. Quanto ao recolhimento do ITR, este imposto é apurado de acordo com a legislação da Receita Federal, utilizando-se de sistema específico para este fim. Uma vez apurado o valor a recolher, emite-se o DARF e efetua-se o pagamento na rede bancária. Segundo a legislação fiscal federal, a Receita Federal deve retornar ao Município 50% do valor recolhido no período fiscal. Em 2009, o valor correspondente aos 50% devidos a Antonio Olinto foi de R$ 2.222,22. 14. Tadeu Oliva Kurpiel, assessor jurídico – Comenta que a empresa tem 1600

alqueires no município e não há comprometimento social tendo em vista o tamanho da área. Não há contratação de empresas e mão de obra local (venda de pinus, por exemplo). Na saúde foi repassado muito pouco. O projeto ambiental esta engatinhando. No aspecto financeiro em Antonio Olinto não há recolhimento de Imposto. A Rigesa detém uma grande porção de terras. Precisa ter mais comprometimento.

Resposta: Quanto à contratação de mão de obra local, cabe informar que todas as vagas abertas na empresa são divulgadas internamente e em jornais locais dos municípios da região. Isso quer dizer que qualquer pessoa pode se candidatar às vagas existentes, considerando que a base de contratação será sempre para trabalhar em Três Barras, sede da Rigesa. Assim, os funcionários sempre estarão alocados em Três Barras. Isso quer dizer que possuímos trabalhadores oriundos de vários municípios da região que atualmente moram em Três Barras ou região. Entretanto, sempre que ocorrem atividades operacionais no município, é dada a prioridade para a contratação de serviços locais, tais como: hotelaria, restaurante, manutenção de veículos, abastecimento e outros.

Quanto à venda de Pinus, a Rigesa disponibiliza anualmente um volume pré-estabelecido de toras para o mercado, e todo e qualquer empresário do segmento madeireiro tem acesso a esta oferta. A venda das toras sempre é feita respeitando-se os trâmites comerciais do mercado, de forma livre e voluntária, atendendo aos aspectos financeiros e de especificação do produto.

O comprometimento social da Rigesa em Antonio Olinto existe e se dá pelo cumprimento integral da legislação ambiental e pelo recolhimento de todos os impostos sobre as suas propriedades e sobre o volume de madeira comercializado. Acreditamos que o comprometimento social também existe no respeito aos moradores de Antonio Olinto e no fato da Rigesa estar sempre aberta ao diálogo, bem como à resolução de eventuais problemas que possam surgir durante as atividades da empresa.

Quanto ao fato do Projeto PACA estar “engatinhando”, informamos que o referido projeto tem como base de sua ação não a empresa Rigesa, mas a própria prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, com a qual mantemos convênio de parceria, e as escolas, por meio dos diretores e professores. É necessário que as pessoas do próprio município queiram

Page 47: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

47

efetivamente desenvolver projetos ambientais dentro das escolas para que o Projeto PACA possa atuar como parceiro em seu desenvolvimento. Levando esta característica do PACA em consideração, a Rigesa se compromete a estimular e auxiliar os professores de Antonio Olinto a desenvolver melhor seus projetos ambientais. Vale ressaltar que vários professores do município estiveram presentes nos últimos anos, em diversas oportunidades, nos treinamentos promovidos pelo Projeto PACA, quando foram ministradas palestras e seminários sobre temas ambientais, além de palestras sobre como desenvolver e gerenciar projetos ambientais, de modo a apoiar a estruturação nas escolas.

Além disso, temos 44 produtores rurais que participam do Programa de Fomento Florestal da Rigesa no município, com 555 hectares, possibilitando a geração de uma renda alternativa por meio de florestas plantadas. Cabe ressaltar que o recolhimento de impostos em Antonio Olinto é sazonal, ou seja, está diretamente relacionado com o desenvolvimento de atividades de plantio e colheita de madeiras no Município, exceto o ITR que é recolhido regularmente ano a ano. O ISS devido sobre os serviços prestados é recolhido diretamente ao Município via depósito bancário em Conta Corrente da Prefeitura. Quanto ao ICMS e ITR, são recolhidos na rede bancária e repassados ao Município conforme legislação em vigor.

15. Cezar de Lima, Emater – Cita que houve um comprometimento da empresa

desde sua certificação. Pergunta o que foi feito desde a primeira audiência até hoje; isso foi repassado em relatório?

Respostas: O objetivo das reuniões públicas, que são realizadas pelo órgão de certificação, é ouvir a sociedade a respeito das operações de manejo florestal da Rigesa, que, de uma forma ou de outra, possam afetar as comunidades inseridas nas áreas de influência das unidades de manejo florestal. Deste modo, os questionamentos realizados nas reuniões públicas são respondidos pela empresa à comunidade, por meio do site da empresa certificadora (BVC) - www.bureauveritas.com.br e, ao mesmo tempo, podem se transformar em ações para melhorar, manter ou reduzir operações que possam estar afetando a comunidade, negativa ou positivamente. Estas ações, que foram implementadas desde a primeira audiência pública, são objeto de auditoria periódica e os relatórios das ações e auditorias estão também disponíveis no sistema de gestão da certificação, na sede da empresa em Três Barras. 16. Marcos César Soares – Qual a finalidade da torre de controle de incêndios e

se esta sendo utilizada corretamente? Resposta: A finalidade de uma torre de vigilância de incêndio é facilitar a visualização e a identificação de focos de incêndios florestais nas áreas da Rigesa e no seu entorno. A Rigesa possui 05 torres estrategicamente localizadas, de modo a cobrir visualmente o maior número possível de propriedades da empresa. Ao detectar um foco de incêndio florestal o operador da torre repassa essa informação para a Central de Atendimento à Emergência (CAE), localizada na sede da Divisão Florestal, em Três Barras – SC. De posse desta informação, o responsável pela CAE aciona as operações de proteção e combate aos incêndios florestais. As torres de vigilância são acionadas de

Page 48: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

48

acordo com o grau de risco de incêndio, determinado diariamente pelas informações geradas pela estação meteorológica da Rigesa. Os índices de perigo de incêndio florestal são: Classe I (Baixo); Classe II (Moderado), Classe III (Alto), Classe IV (Muito Alto) e Classe V (Extremamente Alto). As torres são acionadas nos dias em que o índice de perigo atinge Classe III ou superiores. Nas Classes I e II não há necessidade de operá-las. Adicionalmente, a Rigesa desenvolve um programa de conscientização contra incêndios florestais, denominado SOS Florestas, que envolve a veiculação de mensagens de alerta em meios de comunicação e durante palestras realizadas em escolas próximas às florestas da empresa. 17. Isabel (Educação) – Pergunta se o compromisso com a manutenção das

estradas existe somente na época de colheita ou se existe alguma parceria após a retirada de madeira? Quais outros benefícios sociais a empresa está disposta a investir para a comunidade?

Resposta: A atuação da Rigesa em estradas é mais forte realmente no momento da colheita e transporte de madeira com os trabalhos de recuperação e manutenção. Mas, este trabalho pode ser estendido em outras épocas, por meio do Programa de Apoio Operacional às Prefeituras, que inclui, entre outras ações, parceria na doação de materiais para revestimento (cascalho), construção de pontes e bueiros. Quanto aos demais benefícios sociais, a Rigesa está sempre aberta ao diálogo e tem interesse no desenvolvimento social de Antonio Olinto. A empresa está disposta a estudar a possibilidade de investir em outros benefícios e ações sociais no município, como na área de saúde, por exemplo, principalmente por meio de associações e entidades beneficentes e assistencialistas, conforme nossa política de atuação. 18. Isabel (Educação) - Está envolvida com o projeto PACA e tem impressão que

não esta surtindo muito efeito. Cita que há um comprometimento, mas vê certa desmotivação dos professores. O projeto perdeu o brilho. Comenta que o projeto PACA precisa ser mais destacado em questão de educação ambiental. Solicita a revisão do projeto PACA.

Resposta: Informamos que o projeto PACA, pelas suas características de atuação, para obter uma maior efetividade, realmente necessita do comprometimento dos professores, dos diretores de escola e da própria Secretaria de Educação. A Rigesa procura motivar os participantes durante as várias oportunidades que oferece de formação continuada, como os treinamentos em educação ambiental do PACA, as visitas de acompanhamento de projetos ambientais nas escolas, realizadas periodicamente, as visitas à Trilha Ecológica, o Prêmio Rigesa de Educação Ambiental e os seminários de educação ambiental. Não ficou claro na questão o que deve ser revisado no projeto, mas todos os anos, seguindo a política da empresa, são buscados melhorias. Um dos objetivos para o PACA neste processo é, por exemplo, consolidar indicadores de acompanhamento para os vários projetos das escolas, o que vem sendo tratado em treinamentos e conversas com os professores responsáveis. Além disso, cabe ressaltar que a Secretaria Municipal e todos os professores participantes do Projeto PACA podem dar sugestões para melhoria da atuação do projeto em seu município.

Page 49: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

49

19. Isabel (Educação) - Pergunta se a reunião pública já ocorreu anteriormente em Antonio Olinto?

Resposta: Durante o processo de certificação, em 2004, houve a realização de 04 reuniões públicas, sendo uma delas em Antonio Olinto, mais especificamente no mês de outubro. As questões levantadas foram respondidas pela Rigesa e conforme o procedimento de certificação o questionário foi disponibilizado para consulta na página web do órgão certificador, na ocasião o Bureau Veritas Certification (www.bureauveritas.com.br). 20. Cezar de Lima (EMATER) – Não vê avanço, gostaria de ver o relatório da

primeira audiência pública para uma discussão. Resposta: conforme o procedimento de certificação, os questionamentos da primeira reunião pública em Antonio Olinto, realizada em outubro de 2004, foram respondidos pela Rigesa e o questionário foi disponibilizado para consulta na página web do órgão certificador, na ocasião o Bureau Veritas Certification (www.bureauveritas.com.br). O relatório também se encontra disponível para consulta no sistema de gestão de documentos do CERFLOR, na sede da Divisão Florestal da Rigesa, em Santa Catarina. Qualquer pessoa interessada pode solicitar uma consulta ao referido documento, a qualquer tempo. 21. Cezar de Lima (EMATER) - O que a Rigesa pensa sobre o setor de mudas

nativas? Existe alguma atividade de parceria com agricultores locais para produção de mudas nativas?

Resposta: A produção de mudas nativas é importante para a execução de projetos de recuperação de áreas degradadas. Atualmente, não existem parcerias com agricultores para a produção de mudas nativas, uma vez que a Rigesa adquiri mudas de árvores nativas no mercado regional, de acordo com a demanda de mudas para utilização nos seus programas de recuperação ambiental e de ambientes degradados. 22. Cléia – Quando vai ter o resultado da audiência para cobrar da Rigesa

alguma posição em termos de impostos? Pede à empresa não vir procurar a comunidade somente na época de certificação.

Resposta: O resultado da audiência pública de Antonio Olinto será publicado no site do órgão certificador, a empresa Bureau Veritas Certification, no endereço www.bureauveritas.com.br, 60 dias após a realização do evento. Cabe informar que a Rigesa está sempre aberta ao diálogo e divulga constantemente seu telefone gratuito para contato: 0800 644 5400. Também sempre procuramos estar presentes na comunidade durante todo o ano, participando dos projetos ambientais escolares, dando assistência técnica para fomentados, conversando com as lideranças públicas e nas atividades de proteção e vigilância florestal. Sendo assim, não procuramos a comunidade somente na época da certificação. O que pode ter colaborado para esta percepção é que de tempos em tempos, geralmente a cada 05 anos, a Rigesa realiza um estudo socioeconômico nos municípios onde possui atividades, o qual envolve entrevistas e conversas com vários setores da comunidade.

23. Peterson – O que acontece se a empresa não cumpre com os critérios do

Cerflor?

Page 50: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

50

Resposta: O processo de certificação florestal pelo CERFLOR implica no atendimento aos Princípios e Critérios estabelecidos na norma NBR 14.789. Para a empresa receber uma certificação ela deve submeter-se a um processo de auditoria externa, que verifica o atendimento aos Princípios e Critérios e esse processo é repetido anualmente. Caso a empresa não cumpra um determinado item da norma, pode perder o certificado se não adotar medidas corretivas dentro de um prazo determinado pelo órgão certificador. 24. Tadeu O. Kurpiel – Comenta que a Rigesa acordou para alguma coisa,

houve uma empresa de fora que veio fazer umas perguntas. Tem notado que a empresa vem colocado nas rádios locais as atividades que estão ocorrendo.

Resposta: Em atendimento aos seus requisitos internos e normativos, a Rigesa contratou uma empresa de consultoria para realizar um estudo socioeconômico na região. Entretanto, isso não é novo, pois este trabalho já havia sido feito anteriormente, há 05 anos. Além disso, este ano a Rigesa pôs em prática um Plano de Comunicação Institucional, com o objetivo de tornar as atividades da empresa mais conhecidas. Esse plano envolve veiculações em jornais e rádios da região de atuação da Divisão Florestal da Rigesa.

MAJOR VIEIRA – SANTA CATARINA 21/10/09

25. Jocy - hospital de Major Vieira. Comentário: A Rigesa é parceira e são sempre bem atendidos. Auxiliam todas as reivindicações e vêem a Rigesa como fundamental para a Região

Resposta: Elogio. 26. Juraci Allievi – vereador – Parabeniza a Rigesa pela atuação no município.

Gostaria de saber se a empresa sempre se preocupou com as APP, enfim com o cumprimento da lei florestal, ou se só agora com a certificação?

Resposta: A Rigesa Celulose Papel e Embalagens Ltda. desde o início de suas atividades sempre se preocupou com o atendimento à legislação, notadamente no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal. Entretanto, com a ampliação dos limites das APP, a partir de 1988, com a alteração do Código Florestal Brasileiro, algumas áreas de plantações florestais tiveram que ser readequadas à nova lei. Como estas readequações dependem de licenciamento ambiental, a Rigesa assinou recentemente um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual, regularizando as APP ocupadas por plantações. A Rigesa possui no total 54.594,8 hectares de terras, sendo que 30.940 hectares são de plantios florestais, 10.072,6 hectares são de áreas de preservação permanente e 10.978,7 hectares são de reserva legal. 27. Porque quando fazem o corte, deixam árvores de Pinus nas APPs?

Page 51: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

51

Resposta: Da mesma forma como citado na questão nº 26, com a ampliação dos limites das Áreas de Preservação Permanente (APP), a partir de 1988, com a alteração do Código Florestal Brasileiro, algumas áreas de plantações forestais tiveram que ser readequadas à nova lei. Como estas readequações dependem de licenciamento ambiental, a Rigesa assinou recentemente um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o Ministério Público Estadual, regularizando as APP ocupadas por plantações. O TAC é um instrumento jurídico firmado com o Ministério Público Estadual, com anuência do órgão ambiental, no qual a empresa se compromete a restaurar todas as áreas de APP ocupadas por plantações florestais e também a recompor e regularizar as áreas de reserva legal nas suas propriedades. 28. Como é o funcionamento do trabalho junto com a prefeitura na manutenção

de estradas? Resposta: A Rigesa desenvolve um Programa de Apoio Operacional às Prefeituras, composto de ações de construção e manutenção de estradas municipais (patrolamento, drenagem e revestimento com cascalho). Este programa inclui também a doação de materiais para revestimento (cascalho), construção de pontes e bueiros, de forma a garantir o transporte de madeira de Rigesa e a movimentação da comunidade local, principalmente durante as operações de colheita florestal. Entretanto, períodos de chuvas prolongadas podem prejudicar de maneira significativa as melhorias realizadas, exigindo novas intervenções, inclusive por parte do poder público municipal. Do mesmo modo, em períodos de secas, em parceria com as prefeituras, a Rigesa realiza um trabalho de irrigação das estradas, de forma a reduzir a emissão de poeiras pelos caminhões. 29. A Rigesa recolhe algum imposto na prefeitura para o município? Resposta: Sim, a Rigesa, como em todos os outros municípios onde atua, recolhe todos os impostos estabelecidos em lei, tais como ITR, ISS e ICMS. Cabe ressaltar que o recolhimento destes impostos é sazonal, ou seja, está diretamente relacionado com o desenvolvimento de atividades de plantio e colheita de madeiras no município, exceto o ITR que é recolhido regularmente ano a ano. O ISS devido sobre os serviços prestados é recolhido diretamente ao município via depósito bancário em conta corrente da Prefeitura. Quanto ao ICMS e ITR, são recolhidos na rede bancária e repassados pelo estado ao município conforme legislação em vigor. 30. Existe um limite determinado pela empresa na quantidade de área de

compra de terras dentro do município? Rigesa: Como empresa brasileira de capital estrangeiro, a Rigesa não está sujeita, conforme os dispostos na Constituição Brasileira de 1988, a qualquer tipo de limitação para a aquisição ou arrendamento de terras. Atualmente não existe nenhuma legislação que estabeleça limites ao plantio de Pinus ou qualquer outra espécie florestal nos municípios de atuação da Rigesa. O programa de aquisição de terras da Rigesa visa exclusivamente áreas que estejam disponíveis para a venda e obedeçam a critérios técnicos, econômicos e sociais, não havendo limite de compra de área dentro de município.

Page 52: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

52

31. Como funciona o programa de fomento? Tem algum limite por município e por produtor? Como se faz para inscrever?

Resposta: O Programa de Fomento Florestal da Rigesa abrange 24 municípios das regiões norte de Santa Catarina e sul do Paraná. Um dos objetivos do programa é oferecer uma fonte alternativa de renda ao produtor rural, com o aproveitamento de terras ociosas ou sub-utilizadas das propriedades. Anualmente, entre os meses de Janeiro e Março, o proprietário interessado deverá contatar a Rigesa para uma visita prévia do técnico na propriedade. Não havendo limitações de caráter técnico e ambiental, o cadastro é realizado e o Termo de Compromisso assinado entre as partes. A partir de então, o participante torna-se apto a receber as mudas e realizar o plantio, comprometendo-se com a Rigesa em seguir as orientações repassadas, reservando-lhe a preferência na venda da madeira quando da época de exploração da floresta, a partir do 8º ano de idade. O Programa de Fomento Florestal da Rigesa distribui somente mudas de pinus (Pinus taeda e Pinus elliottii), produzidas no sistema de raiz-nua. A área mínima de plantio para cadastro no Programa é de 5,0 ha (8.000 mudas) e o máximo, de 25,0 ha (40.000 mudas), não havendo limite por município. O Programa de Fomento Florestal da Rigesa prevê assistência técnica durante as fases de implantação e condução da floresta.

TRÊS BARRAS – SANTA CATARINA 22/10/09 32. João Mateus Barbosa, Secretário de Agricultura – Comentou que tem

aumentado as reclamações do pessoal do interior no caso da manutenção de estradas. Porque hoje a empresa está sendo menos parceira na manutenção de estradas?

Resposta: A Rigesa continua parceria do município de Três Barras, por meio de seu programa de Apoio Operacional às Prefeituras, que vem desenvolvendo em todos os municípios da região onde atua as ações de manutenção e conservação de estradas, no sentido de minimizar os transtornos causados pelas suas operações. Entretanto, nos últimos meses tivemos uma grande ocorrência de chuvas, com precipitações acima do normal em toda a região, o que dificultou a realização das operações de manutenção e recuperação das estradas, gerando, desta forma, um transtorno maior aos usuários das estradas do município. 33. Osnei, Fundação Hospitalar –– Comentou que a parceria entre Rigesa e o

hospital é muito boa. Destacou a ajuda na aquisição e manutenção dos equipamentos. Agradece a Rigesa. Foi lida uma carta de agradecimento ao Sr.Tsunoda e à empresa.

Resposta: Elogio. 34. João Canani, vereador – Comentou que só tem coisas boas para falar da

Rigesa nos 20 anos do centro comunitário; agradece a Rigesa. Ressaltou que todo ano o Centro Comunitário tem apoio da Rigesa.

Resposta: Elogio.

Page 53: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

53

35. Matos – Solicita a possibilidade de a Rigesa informar à comunidade sobre e como participar de projetos de crédito de carbono? Rigesa: O crédito de carbono é um mecanismo de compensação monetária pela redução de emissão de gases de efeito estufa, em um determinado processo produtivo. Os proprietários rurais de Três Barras, a exemplo do que ocorre em algumas propriedades na região oeste de Santa Catarina, onde se pratica a suinocultura, podem obter este benefício através da redução de gases de efeito estufa, com a instalação de sistemas de tratamento de efluentes nas pocilgas. Para as demais atividades agrícolas e florestais os mecanismos de compensação de crédito de carbono estão sendo definidos nas reuniões sobre Mudanças Climáticas, realizadas pela ONU. Informações mais específicas sobre créditos de carbono podem ser obtidas nos órgãos de assistência técnica rural, tais como EMPRAPA, EMATER, EPAGRI, CIDASC e SENAR.

Avaliação do Bureau Veritas Certification:

Durante a auditoria as respostas foram verificadas no contexto do CERFLOR e após

algumas correções solicitadas foram consideradas satisfatórias do ponto de vista

técnico pela equipe de auditoria. Todas as evidências objetivas citadas nas respostas

foram verificadas pelo Bureau Veritas Certification.

É importante ressaltar que esta certificação tem prazo de 05 anos, incluindo visitas de

manutenção por parte do Organismo de Certificação, o que nos permite avaliar

continuamente o desempenho da Rigesa Florestal ao longo do tempo. Considerando a

complexidade de algum questionamento, deve ser entendido que muitos dos temas

abordados nas reuniões públicas deverão ser tratados pela empresa em seu processo

de melhoria contínua, especialmente aquelas questões relacionadas ao desempenho

sócio-ambiental da empresa.

5 CONCLUSÃO

5.1 Parecer do Bureau Veritas Certification

Considerando:

• A finalização do processo de auditoria, onde o BUREAU VERITAS

CERTIFICAION avaliou de forma consistente o atendimento aos critérios e

indicadores estabelecidos na norma NBR 14.789/07 – Manejo Florestal –

Princípios, Critérios e Indicadores para Plantações Florestais;

Page 54: RELATÓRIO DE AUDITORIA - Bureau Veritas Certificação · PDF file1 RELATÓRIO DE AUDITORIA MANEJO FLORESTAL – PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E ... de 1.300.000 toneladas/ano de pinus

BB

54

• A normalidade das operações da empresa durante o período de

auditoria, o que permitiu a realização de uma amostragem representativa dos

processos da empresa;

• A realização integral da auditoria, conforme plano de auditoria

elaborado pelo auditor-líder do evento;

• A existência de um Plano de Manejo documentado com objetivos

definidos e compatíveis com a escala do empreendimento avaliado;

• A demonstração por parte da empresa da disposição em melhorar o seu

relacionamento com as comunidades presentes na área de influência de seu

empreendimento florestal;

• Um nível satisfatório de confiança depositado na empresa, por parte das

comunidades e representantes do Poder Público, no que diz respeito ao seu

papel sócio-ambiental;

• Apresentação de ações corretivas adequadas para resolver as Não

Conformidades registradas durante a auditoria;

• A existência de recursos humanos adequados para o contínuo

atendimento aos critérios e indicadores do CERFLOR;

• A existência de uma política que incentiva e/ou implementa programas

de interesse comunitário;

• A continuidade do processo de auditoria por um período de 05 anos,

com a realização de auditorias de manutenção que permite ao OCF verificar o

contínuo atendimento aos critérios do CERFLOR.

O BUREAU VERITAS CERTIFICATION é favorável à recomendação para

recertificação da empresa, Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda de

acordo com o Padrão Normativo NBR 14.789:2007 - Manejo Florestal –

Princípios, Critérios e Indicadores para Plantações Florestais, conforme

escopo estabelecido neste relatório.

A continuidade do processo de certificação consiste na disponibilização deste

Relatório de Auditoria para apreciação pública por 30 (trinta) dias, sendo que,

ao fim deste prazo, caso não haja demandas procedentes contrárias, o

BUREAU VERITAS CERTIFICATION procederá a recomendação definitiva

para certificação da Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda.