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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Química Analítica Quantitativa Experimental
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Felipe Cesar e Fábio G. da Fonseca
Química Bacharelado e Industrial
Santa Maria, abril de 2012.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
REFERENCIAL TEÓRICO 4
METODOLOGIA 6
RESULTADOS E DISCUSSÕES 9
CONCLUSÃO 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16
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1. INTRODUÇÃO
Este relatório trata das análises feitas em laboratório. Em primeira instância daremos alguns conceitos para compreensão geral do que este relatório aborda, ou seja, o que é um ácido e o que é uma base e no que consiste uma volumetria de neutralização somada com seus aspectos.
Outrossim relataremos aqui os experimentos referentes a três titulações de neutralização: 1 - Padronização do ácido clorídrico a partir de uma solução de carbonato de cálcio com concentração molar de 0,05 molar. 2 – Padronização de hidróxido de sódio com a solução padronizada de ácdo clorídrico encontrada no ítem 1. 3 – Em uma mistura de ácido clorídrico e hidróxido de magnésio (oriundo do leite de magnésia) determinar este último com hidróxido de sódio por meio da titulação do ácido clorídrico. No ítem referente a este processo, isto será melhor esclarecido.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Aqui neste ítem abordaremos alguns conceitos essenciais para compreensão
do texto sequente.
2.1. Conceitos de Ácidos e Bases
Usaremos a Teoria de Usanovich para definirmos o que é um ácido ou uma
base. Esta teoria não postula algum conceito novo, porém vem a ser uma união das
teorias apresentadas ao longo dos anos de definições do que é uma base ou um
ácido.
Ácido: É uma espécie que reage com uma base (Similar ao postulado de
Arrhenius) para formar sais, doando cátions ou aceitando ânions (similar a Teoria de
Brønsted-Lowry), ou ainda aceitando elétrons (Teoria de Lewis).
Base: Similar as teorias apresentada nos ácidos, a base é uma espécie que
reage com ácidos formando sais. Para isto, esta espécie pode doar ânions, elétrons e
combinar-se com cátions.
2.2. Volumetria de Neutralização
A volumetria de neutralização consiste centralmente nas reações de ácidos e
bases. O controle e entendimento das questões envolvendo o pH e as constante sobre
os equilíbrios e dissociações. Henderson Hasselbach obteve uma expressão
matemática para envolver estes aspectos citados. Vamos desenvolver aqui esta
expressão:
Para uma equação geral de uma reação de dissociação ácida:
Hζ H+ + ζ-
Onde podemos expressar em termos da constante de dissociação:
K = [H+][ ζ-]/[ Hζ]
K[ Hζ] = [H+][ ζ-]
Onde ζ- é a base conjugada do ácido Hζ, os colchetes indicam que estamos
tratando das concentração molares (ou pressões parciais em caso de gases) e K é a
constante de dissociação ácida, ou seja, quanto o ácido tem capacidade de liberar o
próton.
Podemos passar esta expressão para a forma logarítmica.
logK + log[ Hζ] = log[H+] + log[ ζ-]
-log[H+] = - logK + log([ ζ-]/[ Hζ])
Onde a expressão –log pode ser escrita como p.
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p[H+] = pK + log([ ζ-]/[ Hζ]) (1)
Destarte, temos uma expressão que relaciona o pH, concentrações e a
constante K bem como esperávamos. (OHLWEILER, 1976)
A relação das reações pode facilmente se dar por esta equação, porém isto
não define o que é Volumetria.
Existem vários tipos de volumetria e todas elas consistem na determinação de
certa quantidade de alguma amostra desconhecida. Comumente esta quantidade é
medida em Concentração (n/V), todavia nada impede que se use número de moles,
kilogramas, ou outra unidade qualquer que identifique a quantização da espécie.
Podemos inferir que, compreendendo-se como as reações se dão, podemos obter
esta determinação.
Em uma volumetria de neutralização, a preocupação está em encontrar,
primeiramente por meio de cálculos, o ponto final para enfim pensar em um modo de
encontrá-lo na prática. Neste segundo quesito, usa-se muito os chamados indicadores.
Estes, por sua vez, são compostos (ácidos ou básicos) com característica de
transições crômicas (referente a cor) chamada halocromismo. Os indicadores de pH,
como são chamados, mudam de cor devido a concentração hidrogeniônica, como o
nome supõe.
O ponto que nos interessa na prática é chamado ponto final. De acordo com a
previsão do ponto final, por exemplo, quando um indicador mudar de cor saberemos
que estamos em determinada faixa de pH e se a reação deve prosseguir ou ser
finalizada. Ademais, os indicadores tem pelo menos uma faixa de transição de uma
cor para outra. (OHLWEILER, 1976)
Podemos também obter um conjunto de resultados para cada parte do
processo e, a partir destes, construir uma curva de titulação. Esta facilitará a
visualização de como o pH varia em relação ao agente adicionado. Portanto a própria
curva, em um coordenadas cartesianas, é dada como pH pelo Volume adicionado.
(SKOOG, 2005)
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3. METODOLOGIA
3.1. Materiais utilizados:
Erlenmeyer
Béquer
Piceta
Bureta
Pipeta volumétrica de 10 mL
Pêra
Bico de Bunsen
Tela de amianto
Estante
3.2. Soluções utilizadas:
Reagente Concentração
Carbonato de Sódio – Na2CO3 0,05 M Hidróxido de Sódio – NaOH 0,1 M
Ácido Clorídrico - HCl 0,1 M Leite de Magnésia – Mg(OH)2 8 g%
Fenolftaleína 1% Alaranjado de Metila 0,1%
Vermelho de Metila 0,1 g/60 mL
3.3. Cálculos e métodos de preparo das soluções utilizadas em aula:
Onde:
m = massa em gramas da substância;
ɱ = molaridade da substância;
PM = Massa molar da substância;
V = Volume;
d = densidade;
C = concentração.
A) Na2CO3 – 0,05 M
m = ɱ . PM . V
m = 0,05M . 106 g/mol . 1L
m = 5,3g
Logo, a massa de carbonato de sódio a ser pesada é de 5,3g. Dissolve-
se em um béquer com um pequeno volume de água destilada e após
transfere-se para um balão volumétrico de 1 litro, preenchendo com água
destilada até o menisco.
B) NaOH – 0,1 M
m = ɱ . PM . V
m = 0,1M . 40 g/mol . 1L
m = 4,0g
Portanto, a massa a ser pesada de hidróxido de sódio é de 4,0g. O
procedimento do preparo é igual ao do anterior.
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C) HCl – 0,1 M
d = 1,2 g/mL
[ ] = 37%
m = [ ] . d /100mL
m = 37 . 1,2 em 100 mL
m = 44,4g . 10 = 444g em 1000mL
ɱ = m/PM . V
ɱ = 444/ 36,5 . 1
ɱ = 12,16M
12,16M --------------------------- 1000mL
0,1M ------------------------------- XmL
X = 8,22mL
Para o preparo da solução, coloca-se uma pequena quantia de água
destilada em um béquer, adiciona-se 8,22 mL de ácido clorídrico
concentrado, homogeíza-se e transfere-se para um balão volumétrico de 1
litro, preenchendo com água até o menisco.
D) Fenolftaleína - 1%
1g ------------- 100mL
Para o preparo da solução de fenolftaleína 1%, pesa-se 1g de
fenolftaleína e dissolve-se em um béquer com pouco volume de água
destilada. Após, transfere-se para um balão volumétrico de 100mL,
preenchendo com água até o menisco.
E) Alaranjado de Metila – 0,1%
0,1g ----------- 100mL
Logo, a massa a ser pesada é 0,1g de alaranjado de metila. O
procedimento de preparo é o mesmo da solução anterior.
F) Vermelho de Metila – 0,1g/60mL
0,1g ----------- 60mL
x --------------- 100mL
x = 0,16g
Logo, a massa a ser pesada é 0,16g de vermelho de metila. O
procedimento de preparo é o mesmo da solução anterior.
3.4. Procedimentos Experimentais:
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Procedimentos para a padronização da solução aproximadamente 0,1
M de HCl com solução padrão 0,05 M de Na2CO3.
I) Em um erlenmeyer foi colocado exatamente 10 mL de solução
padrão de Na2CO3, duas gotas de alaranjado de metila (indicador) e 30
mL de água de6ionizada.
Na bureta, colocou-se a solução aproximadamente 0,1 M de HCl
a padronizar e titulou-se.
Após, o erlenmeyer foi colocado para aquecimento até a ebulição da
solução. Deixou-se esfriar, e novamente foi feita titulação até a viragem
do indicador.
O procedimento foi repetido por mais duas vezes a fim de ser
feito uma média dos volumes utilizados do titulante.
II) Após repetiu-se o procedimento acima utilizando fenolftaleína
para a detecção do primeiro ponto final, e depois do aquecimento
colocou-se 2 gotas de alaranjado de metila, para detecção do ponto
final.
Procedimentos para a padronização da solução aproximadamente 0,1
M de NaOH com a solução padronizada de HCl.
Foi entornado em um erlenmeyer 10 mL da solução
aproximadamente 0,1 M de NaOH, duas gotas de alaranjado de metila
e 30 mL de água deionizada.
Em uma bureta, colocou-se a solução padronizada de HCl
(conforme técnica 1). Procedeu-se a titulação até a viragem do
indicador. Esta técnica foi posta em triplicata.
Procedimentos para a determinação da alcalinidade em amostra real de
Leite de Magnésia.
O frasco que continha o leite de magnésia foi agitado
manualmente e retirou-se 20 gramas da amostra. Esta, foi transferida
quantitativamente para um balão volumétrico de 1 L e completou-se
com água deionizada até o menisco.
Desta amostra diluída, pipetou-se 10 mL para um erlenmeyer.
Junto, colocou-se 10 mL de HCl 0,1 M e 2 gotas de vermelho de metila.
Na bureta foi colocada solução padrão de NaOH 0,1 M
(padronizada conforme técnica 2). A titulação foi procedida até a
viragem do indicador. A técnica foi repetida mais duas vezes.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste ítem estão os resultados obtidos a partir dos métodos citados no ítem
anterior, bem como algumas palavras e cálculos essenciais para entendimento destes.
- Padronização da solução aproximadamente 0,1 M de HCl com solução padrão
0,05 M de Na2CO3.
Primeiramente houve uma diluição da solução de Carbonato de Sódio, que é
uma base moderada. A vantagem da diluição está em, buscando o ponto de final,
termos uma maior faixa de volume. Quando as concentrações são altas e
principalmente com bases e ácidos fortes (e o ácido clorídrico é forte), perto do ponto
final da titulação o pH tem uma variação muito grande. Esta variação fica menos
acentuada com a diluição dos reagentes e a concentração molar do carbonato de
sódio, por exemplo, torna-se 0,0125 M.
A reação de neutralização destes dois reagentes dá-se em duas etapas. A
primeira tem como produto o bicarbonato e a segunda o ácido carbônico de acordo
com as equações abaixo.
CO32- → HCO3
-
HCO3- → H2CO3
Os valores das dissociações ácidas para as reações inversas são 4,45.10-7
para o ácido carbônico e 4,69.10-11 para o bicarbonato. Ou seja, as reações
apresentadas inclinam-se fortemente para a direita.
Com este conhecimento podemos deduzir o pH para o final da reação da forma
que se segue:
Suponhamos primeiramente que na neutralização todo o carbonato foi
convertido em ácido carbônico. Ocorrendo a neutralização total do carbonato de sódio,
o valor do pH é estabelecido somente pelo equilíbrio do ácido carbônico com a água.
Como a tendência do ácido carbônico de liberar seus dois hidrogênios é muito baixa
(Ka = 4,69.10-11 para o segundo hidrogênio), podemos considerar só a liberação do
primeiro que não teremos um erro considerável. Desta forma, supondo que todo o
carbonato de sódio como ácido carbônico e calculando a concentração de hidrogênio
que ele libera temos:
n (H2CO3) = 0,05M x 10 ml = 5.10-4 moles
O volume médio das três análises do ácido clorídrico,
V1= 10,65 ml
V2 = 10,57 ml
V3 = 10,4 ml
Vmédio = 10,54 ml
10
Vtotal = Vmédio + Vágua + VHCl = 50,54 ml
Então a molaridade, ɱ = ( 5.10-4 moles / 0,0504 moles) = 9,893.10-3 M
Para um estado hipotético do sistema em equilíbrio em questão podemos compreender da seguinte maneira:
H2CO3 → H+ + HCO3-
Inicial: 9,893.10-3 → 0 + 0
Equilíbrio: 9,893.10-3 – x → x + x
Pela lei da ação das massas temos que:
K1(9,893.10-3 – x) = x2
Usando o valor da primeira dissociação ácida para o K1, que é igual a 4,45.10-7,
chegaremos ao resultado de x que vale para a concentração do íon hidrogênio e do
íon bicarbonato em solução.
X = 6,611.10-5 e o pX = pH = 4,18
Encontrando este valor, precisaríamos usar um indicador ácido-base que se
altera-se em valores o mais próximo possível deste. A metodologia nos indicou que foi
usado o alaranjado de metila. Este indicador tem uma faixa de transição de 3,1 a 4,4,
ou seja, este indicador serve perfeitamente para nosso proprósito aqui citado.
A consideração da fenolftaleína para o primeiro ponto de valência pode ser
resumido de maneira similar.
Se considerarmos apenas o equilíbrio do carbonato-bicarbonato para o
primeiro ponto de equivalência teremos:
Volume médio do primeiro ponto de equivalência = 44,92 ml.
Número de moles do Bicarbonato, caso fosse totalmente convertido = 5.10-4 moles
Molaridade relativa = 0,01113
Claro que esta é uma situação hipotética, porém ela servirá para indicar-nos
quantos íons hidrogênios seriam necessários para a neutralização, por conseguinte,
este mesmo valor o dos íons “retirados” do pH. Vejamos como segue pelo cálculo a
patir da lei das massas:
K2 ( 0,01113 – x) = x2
Onde K2 é a dissociação ácida segunda do ácido carbônico com o valor de
4,69.10-11. Resolvendo para x termos:
X = 7,225.10-7
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Que é o valor da concentração hidrogeniônca que o sistema usou para a
reação na direção carbonato-bicarbonato. Assim, ela pode representar o pOH e o pH
será.
pH = 14 – pX = 14 – pOH = 14 – 6,14 = 7,859
A faixa de transição da fenolftaleína a 298 K é do pH 8 até o 10. Porém, apesar
de satisfatória a relação, isto não satisfaz o problema real, pois, vendo que o K1 =
4,45.10-7, negligenciar a associação do outro hidrogênio ao bicarbonato causa um erro
no valor do pH a ser considerado. Façamos o cálculo da mesma maneira:
Molaridade hipotética do Ácido Carbônico = 0,01113 – 7,224.10-7 = 0,011129 M
Volume médio apenas do primeiro ponto de equivalência: 44,935 ml
K1(0,011129 – x ) = x2
X = 7,037.10-5
Onde a ideia é a mesma: Se a concentração de hidrogênio liberada na reação
inversa é x, então na reação experimental a concentração hidrogeniônica usada pelo
mesmo sistema é x igualmente.
Somando as concentrações consumidas (7,037.10-5 + 7,225.10-7), pH = 9,852
Olhando estas duas expressões e observando que a diferença entre o valor
dos volumes do primeiro ponto de equivalência e do segundo são na ordem de 0,05 ml
, torna-se óbvio que a queda do pH ocorre em uma variação de volume muito
pequena. Como a fenolftaleína (8-10) é suficientemente próxima do primeiro ponto de
equivalência (7,86 – 9,85) a sua viragem estará dentro deste intervalo considerando a
primeira e a segunda dissociação.
Elementarmente considera-se o valor 9,85 que é a soma dos hidrogênios
consumidos e neste que se estabelece o melhor indicador. Ou seja, quando a
fenolftaleína iniciar a viragem, estaremos perto do ponto desejado.
Como o processo termina usando-se alaranjado de metila e neste ponto a
fenolftaleína é transparente, o final da titulação é similar ao procedimento usando-se
apenas alaranjado de metila, como os valores não foram alterados, o ponto final deve
ser o mesmo.
De acordo com a reação, dois moles de ácido clorídrico são necessários para
neutralizar o cabonato de sódio, por isso para a primeira análise:
ɱ1V1 = ɱ2V2
0,05.10 = (1/2)ɱ.10,54
ɱ = 0,0949 M
Em comparação com o experimento da fenolftaleína, em que o Volume médio
total é 9,92:a
12
2.0,05.10 = ɱ.9,92
ɱ = 0,1008
Como média das duas análises, ɱ = 0,09785.
- Padronização de solução aproximadamente 0,1 M de NaOH com solução
padronizada de HCl
No último ítem obtivemos a molaridade exata do ácido clorídrico, o processo
para obtermos a molaridade do hidróxido de sódio é mais simples. Primeiramente
podemos ver que a relação entre eles é 1/1:
NaOH (aq) + HCl (aq) → NaCl (aq) + H2O (l)
Além do mais, outras reações paralelas não correm. Como tratamos de um
ácido forte e uma base forte, as dissociações são totais. No equilíbrio, um mol de cada
um gerará um mol de água e um mol de cloreto de sódio, assim sendo, o único fator
que influenciará no pH será o da dissociação da água. O fator de diluição não
influencia no número de moles e neste nosso cálculo se baseará.
Nas análises feitas, os resultados coicidiram e o valor médio é igual a qualquer
um dos valores, ou seja, V = 10 ml.
ɱ1V1 = ɱ2V2
0,09785.10 = ɱ210
ɱ = 0,09785 M
Que é o valor da molaridade do hidróxido de sódio.
- Demonstração de alcalinidade em amostra real (Leite de Magnésia)
Inicialmente houve uma acidificação da amostra de leite de magnésia
(Mg(OH)2), que é uma base forte, com solução de HCl. A técnica é feita desta maneira
pelo motivo de não termos o conhecimento da concentração da amostra de leite de
magnésia.
De acordo com a metodologia indicada, utilizou-se 10 mL de cada reagente e
duas gotas de vermelho de metila, indicador que possui zona de transição (pH) 4,4 –
6,2.
Primeiro devemos entender o que se passará na nossa busca da basicidade. A
concentração do ácido clorídrico e do hidróxido de sódio são exatamente as mesmas
(0,09785M), por isso se adicionássemos 15,00 ml de ácido clorídrico, precisaríamos
exatamente de 15,00 ml de NaOH para neutralização. O que ocorre ao adicionarmos o
ácido clorídrico é que teremos a total neutralização do hidróxido de magnésio e
esperamos que a quantidade usada de ácido clorídrico ultrapasse a quantidade
necessária para tanto. Desta forma, poderemos neutralizar o ácido clorídrico com
hidróxido de sódio. Conhecendo quantos moles de ácido clorídrico foram adicionados
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à solução e quantos de hidróxido de sódio (assim como respectivos volumes) só nos
restará uma incógnita, que é o número de moles do hidróxido de magnésio (pois o
volume já temos desde o princípio).
O indicador pode ser compreendido facilmente desde modo qualitativo. O pH
que devemos ter antes da adição do hidróxido de sódio deve ser menor que sete. Só
assim poderemos fazer uma titulação. Sendo assim, precisamos de um indicador que
se altere na faixa logo abaixo do pH = 7. Veja que se tivéssemos um indicador que
apresentasse propriedades halocrômicas em pH básico (ou em 7 mesmo) não
teríamos boa intuição de quão ácido está a solução. O vermelho de metila tem uma
faixa de transição, como já dito, de 4,4 a 6,2, sendo assim, certamente teríamos uma
solução mais ácida que básica quando este passasse para a forma ácida (vermelho).
Outro ponto a ser ressaltado é que, como tratamos de um ácido e duas bases fortes, a
variação de pH pela variação do volume perto do ponto de equivalência será brusca,
mesmo em concentrações diluídas como a que estamos trabalhando. Isto nos diz que,
logo perto deste, uma gota a mais de hidróxido de sódio elevará consideravelmente o
pH e, como já vimos, em um pH maior que 6,2 todo o vermelho de metila estará na
coloração básica (amarelo).
A reação ocorrida é mostrada abaixo, onde o meio tornou-se ácido pelo
excesso de HCl.
Mg(OH)2 + 2 HCl(aq)(exc) → MgCl2 + 2 H2O
Como sabemos as concentrações, tanto do ácido clorídrico, quanto do hidóxido
de sódio, utilizado como titulante, facilita-nos a determinação da alcalinidade de nossa
amostra. Portanto o volume utilizado de NaOH na titulação neutralizará o ácido
excedente.
Os volumes de NaOH utilizados nas três análises foram, respectivamente,
2,97 mL, 5,8 mL e 0,71 mL. Como consideramos este último valor indevido,
provavelmente tendo havido erro por contaminação de reagente, descartamos-lo.
Média do volume utilizado de NaOH:
V1= 2,97 ml
V2 = 5,8 mla
Vmédio = 4,38 ml
Os cálculos se resumem da seguinte maneira:
20 g-----------100%
X ------------ 8%
X = 1,6 g Mg(OH)2
n = 1,6g/58,3g.mol-1
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n = 27 mmoles
ɱ = n/v
ɱ = 1,35 M
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5. CONCLUSÃO
No início, definiu-se ácidos e bases de acordo com o agrupamento de teorias
feito por Usanovich que inclui principalmente a teoria de Brønsted-Lowry, Arrhenius e
Lewis.
Vimos que a volumetria de neutralização consiste nas reações de ácidos e
bases podendo ser estes espécies fortes ou fracas, explorou-se o entendimento do
equilíbrio que ocorre nestas soluções e a relação destas com o pH pela equação de
Henderson-Hasselbach. Expusemos na metodologia os processos efetuados para se
realizar uma titulação de neutralização.
Encontrou-se como molaridade do ácido clorídrico e do hidróxido de sódio um
valor coincidente de 0,09785 M.
Para o leite de magnésia
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SKOOG, ET ALL; Química Analítica, 8ª Ed. Norte-Americana.
BACCAN, GODINHO, ET ALL; Química Analítica Quantitativa Elementar, 3ª
Ed. São Paulo, 2004.