relatÓrio parcial de atividades gira mundo finlÂndia … · 7.palestra com o sebrae de campina...
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RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES
GIRA MUNDO FINLÂNDIA 2017
Relatorio apresentado como parte das
exigências do edital nº 003/2017 de concessão
de quotas de bolsa do Programa Gira Mundo
Finlândia.
Profª. Drª. Essi Ryymin
Profª. Drª. Irma Kunnari
Profª. Esp. Marja Laurikainen
Prof. Dr. Alexandre Fonseca D'Andrea
Profª. Dra. Jamylle Rebouças Ouverney-King
Prof. Dr. Francisco Petrônio Alencar de Medeiros
CALDAS BRANDÃO-PB
AGOSTO DE 2018
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CG – Campina Grande.
EJA – Educação de Jovens e Adultos.
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio.
HAMK - Häme University of Applied Sciences.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
PB – Paraíba.
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas.
SINE-PB – Sistema Nacional de Emprego da Paraíba.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 – Região geográfica imediata de João Pessoa-PB.
Figura 02 - Localização geográfica do município de Caldas Brandão.
Figura 03 – Exposição do projeto aos alunos.
Figura 04 – Exposição do projeto aos alunos.
Figura 05 – Exposição do projeto aos alunos.
Figura 06 – Instagram do home group empreender_e_ser.
Figura 07 – Instagram do home group entrepreneurship.for.life.
Figura 08 – Instagram do home group pgt_evoluindo.
Figura 09 – Instagram do home group streetgroupwall.
Figura 10 – Instagram do home group lifehistory_of.
Figura 11 – Instagram do home group terceirão (B).
Figura 12 – Instagram do home group undertake_3.
Figura 13 – Instagram do home group youngcontributors.
Figura 14 – Apresentação sobre histórias de vida dos alunos.
Figura 15 - Apresentação sobre histórias de vida dos alunos.
Figura 16 - Apresentação sobre histórias de vida dos alunos.
Figura 17 - Dinâmica da árvore dos sonhos.
Figura 18 – Dinâmica da árvore dos sonhos.
Figura 19 – Dinâmica da árvore dos sonhos.
Figura 20 - Apresentação do home group young contributors.
Figura 21 – Apresentação do home group young contributors.
Figura 22 – Apresentação do home group young contributors.
Figura 23 – Apresentação do home group empreender_e_ser, 3º ano A.
Figura 24 – Apresentação do home group streetgroupwall, 3º ano B.
Figura 25 – Material produzido pelo home group streetgroupwall, 3º ano B.
Figura 26 – Metodologia chuva de ideias.
Figura 27 – Apresentação do home group undertake_3, 3º ano A.
Figura 28 – Apresentação do home group undertake_3, 3º ano A.
Figura 29 – Apresentação do home group pgt_evoluindo, 3º ano B.
Figura 30 – Apresentação do home group pgt_evoluindo, 3º ano B.
Figura 31 – Apresentação do home group entrepreneurship.for.life, 3º ano A.
Figura 32 – Apresentação do home group entrepreneurship.for.life, 3º ano A.
Figura 33 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 34 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 35 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 36 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 37 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 38 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 39 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 40 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 41 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 42 – Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Figura 43 - Seminário com consultor do SEBRAE.
Figura 44 - Seminário com consultor do SEBRAE.
Figura 45 - Consultor mostrando exemplos de micro e pequenos empresários que foram
destaque na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
Figura 46 - Palestra com consultor do SEBRAE.
Figura 47 - Palestra com consultor do SEBRAE.
Figura 48 - Palestra com consultor do SEBRAE.
Figura 49 - Realização de dinâmica.
Figura 50 - Realização de dinâmica.
Figura 51 - Palestra do SINE-PB.
Figura 52 - Palestra do SINE-PB.
Figura 53 - Palestra do SINE-PB.
Figura 54 - Palestra do SINE-PB.
Figura 55 – Palestra com o Empreender Paraíba.
Figura 56 – Palestra com o Empreender Paraíba.
Figura 57 – Palestra com o Empreender Paraíba.
Figura 58 – Palestra com o Empreender Paraíba.
Figura 59 – Palestra com o Empreender Paraíba.
Figura 60 – Palestra com o Empreender Paraíba.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO.....................................................................................................................5
2.BREVE RELATO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE CALDAS
BRANDÃO................................................................................................................................7
3.INÍCIO DA OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO...................................................8
4.APRESENTAÇÕES SOBRE AS HISTÓRIAS DE VIDA DOS ALUNOS...................11
5.APRESENTAÇÕES DE SEMINÁRIOS..........................................................................17
5.1Seminário sobre empreendedorismo.................................................................................18
5.2Seminário sobre Mudanças no mundo do trabalho...........................................................19
5.3Seminário sobre Globalização..........................................................................................21
5.4Seminários sobre análise histórica e geográfica do município de Caldas Brandão..........22
6.PALESTRA COM EMPRESÁRIOS LOCAIS E REGIONAIS....................................23
7.PALESTRA COM O SEBRAE DE CAMPINA GRANDE............................................27
8.PALESTRA COM O SINE-PB..........................................................................................31
9.PALESTRA COM O EMPREENDER PARAÍBA..........................................................32
10.CONCLUSÕES PARCIAIS.............................................................................................36
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................37
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1.INTRODUÇÃO
O texto em tela tem por objetivo relatar a operacionalização do projeto
PROTAGONISMO JUVENIL: discutindo empreendedorismo na escola; o qual está sendo
desenvolvido entre o segundo e o quarto bimestre do ano letivo em curso, na Escola Estadual
de Ensino Fundamental e Médio Manoel Avelino de Paiva, no distrito de Cajá, município de
Caldas Brandão, Paraíba. A referida escola funciona nos três turnos, manhã, tarde e noite, e
atende a alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e
Adultos – EJA Médio e ao Programa Alumbrar.
O público da escola supracitada é composto por sujeitos que moram no campo e no
distrito de Cajá. Eles apresentam a faixa etária correta para o nível de escolaridade, já que
aqueles que estão fora da sua faixa etária/nível de escolaridade são matriculados no Programa
Alumbrar e no EJA Médio a fim de que seja corrigida essa distorção. Os discentes são de
famílias de classe média baixa. Na maioria, pessoas que têm suas origens naquele povoado e
pretendem continuar a viver ali. Todavia, o flagelo do desemprego e/ou do subemprego é um
mal que os assombra e os deixa inquietos.
Após conversas com nossos alunos, nas aulas de geografia, em anos anteriores,
percebemos que estávamos, enquanto professor e escola, agindo de maneira equivocada ao
planejarmos aulas com intuito exclusivo de os alunos conseguirem aprovação no Exame
Nacional do Ensino Médio - ENEM. Observamos que uma parcela considerável dos
estudantes, ao qual atendemos, no terceiro ano do ensino médio, não vai fazer a prova do
ENEM, pois as realidades socioeconômicas não os permitem esperar por mais quatro ou
cinco anos em uma universidade para, só depois, tentarem se inserir no mercado de trabalho.
Foi no intuito de ajudarmos aos alunos que estão saindo do ensino médio a buscarem
possíveis soluções para esses problemas sociais mencionados que decidimos operacionalizar
um projeto com o tema gerador empreendedorismo. Sabemos que empreender não significa
apenas tornar-se um empresário ou iniciar um negócio. Empreender vai além, é uma
“filosofia de vida”. Todavia, diante da necessidade do público alvo, uma fonte de emprego e
renda que não seja em longo prazo, decidimos pela abordagem do empreendedorismo no viés
financeiro.
A necessidade imediata de emprego e renda, por parte de alguns jovens para os quais
lecionamos, fica clara ao irmos às lanchonetes de Cajá, após as aulas da tarde, e sermos
atendidos por alunos nossos que, algumas vezes, ainda com a roupa que estavam na escola,
por terem saído direto para trabalhar, estão em um trabalho informal onde iniciam as
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atividades às 17h00min e só saem dali às 05h00min do dia seguinte, isso para receber
quarenta reais pelas doze horas trabalhadas. Para jovens como esses, a universidade,
certamente, está em segundo plano.
Assim sendo, notamos que lecionar exclusivamente no intuito de conseguirmos
jovens aprovados no ENEM não deve ser o nosso foco, como já foi por alguns anos. Os
alunos precisam de ensinamentos para a vida, para o que fazer amanhã e não apenas daqui há
quatro, cinco anos, dependendo de quanto tempo eles levem para concluírem uma faculdade.
Por isso, o projeto em pauta enfatiza o empreendedorismo como uma possível solução para o
desemprego e para a geração de renda no distrito de Cajá.
Um trabalho nesse sentido, de ajudar aos alunos a superarem o desemprego e o
subemprego, já fazia parte dos nossos planos, entretanto nós ainda não tínhamos ideia de
como nem o que fazer. Foi durante nosso intercâmbio na Häme University of Applied
Sciences – HAMK, na Finlândia, no segundo semestre do ano de 2017, que tivemos o start de
o que e como fazer. O contato diário com o tema empreendedorismo e um pré-projeto
elaborado em grupo, na aula do professor Jouni, junto aos colegas Anne Queiroz, Lucy
Helena e Kleber Tourinho, onde deveríamos elaborar um plano de trabalho a ser
desenvolvido com nossos alunos no Brasil, nos ajudou na construção deste que se
transformou no nosso projeto de trabalho após o intercâmbio.
Como deu para perceber, nossa proposta inicial para participarmos do Programa
Gira Mundo Finlândia 2017 não é a mesma que está em curso na Escola Estadual Manoel
Avelino de Paiva. Quando do lançamento do edital de bolsas nº 003/2017 sobre concessão de
quotas de bolsas do Programa Gira Mundo Finlândia – HAMK, nós fomos selecionados com
a proposta intitulada EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA ATRAVÉS DA LITERATURA
REGIONAL: uma abordagem interdisciplinar para as aulas do Ensino Médio. Todavia, vimos
que essa iniciativa não teria um potencial impacto tão positivo para os alunos em suas vidas
fora dos muros da escola, como o projeto atualmente em pauta.
Assim sendo, e diante do apoio que tivemos da nossa direção, aqui no Brasil,
optamos por pormos em prática o projeto pré-elaborado na HAMK sobre empreendedorismo
e tentarmos utilizar algumas metodologias aprendidas na Finlândia tais como o trabalho em
home groups, o uso de redes sociais para a divulgação das atividades dos alunos e para
facilitar o acompanhamento por parte dos professores, o conhecimento sobre a história de
vida dos sujeitos envolvidos, o Learning Café, o Competence Based-Learning, o Flipped
Class e o Student Centered Approach.
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Queremos deixar aqui registrado o apoio que tivemos de parceiros importantes como
o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas, da cidade de
Campina Grande, na pessoa de Sharles Barbosa, consultor nacional do SEBRAE-CG; Isaque
Francisco, um jovem empreendedor da cidade de Sapé - Paraíba; o SINE-PB - Sistema
Nacional de Emprego da Paraíba, na pessoa de Thiago Diniz, gerente administrativo do
SINE-PB e ao Empreender Paraíba, na pessoa de Sérgio Feitosa, assistente técnico de
capacitação do Empreender Paraíba, pelas palestras ministradas.
2.BREVE RELATO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE CALDAS
BRANDÃO
Caldas Brandão, município em foco, é um dos duzentos e vinte e três municípios
paraibanos e está inserido na Região Geográfica Imediata de João Pessoa, conforme figuras
01 e 02. Essa divisão regional é recente, foi criada no ano de 2017 pelo IBGE. Nesse mesmo
ano, o município contava com uma população estimada de 6.025 pessoas, divididas em uma
área territorial de 55,854 km² (IBGE, 2018).
Figura 01. Região geográfica imediata de João Pessoa-PB.
Fonte: Wikipédia, 2018.
Figura 02. Localização geográfica do município de Caldas Brandão.
Fonte: Wikipédia, 2018.
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O município de Caldas Brandão tem uma peculiaridade interessante. Seu
povoamento teve início por volta de 1750, nas terras férteis, próximas ao rio que corta o
município. A emancipação política aconteceu em 1965, quando desmembrou Caldas Brandão
do município de Pilar. Como a integração do núcleo urbano de Caldas Brandão às demais
partes do estado paraibano era feita por uma estrada de barro, o que dificultava a locomoção
das pessoas no período do inverno, aos poucos, o povoado de Cajá, hoje distrito, que fica há
oito quilômetros e meio de distância de Caldas Brandão, começou a se sobressair,
principalmente no comércio local.
O distrito de Cajá é cortado pela rodovia BR 230, a qual liga o município de
Cabedelo, também na Paraíba, ao município de Lábrea, no estado do Amazonas, no norte do
Brasil. Por ser uma rodovia muito movimentada e pelo fato do distrito de Cajá se localizar
aproximadamente no meio do percurso entre as cidades de João Pessoa e Campina Grande,
duas cidades pólos no estado paraibano, isso faz com que pessoas em carros de passeio e
ônibus de excursões parem naquele distrito para abastecimento, para um descanso entre a
viagem e/ou para fazer uma refeição.
Ao perceberem que Cajá tinha um potencial para o comércio no ramo da
alimentação, alguns de seus moradores iniciaram a venda de produtos alimentícios, dentre
eles a tapioca, um alimento regional muito bem aceito pelas pessoas que por ali passam.
Logo, Cajá ganhou o título de a “cidade das tapiocas” embora não seja cidade e sim um
distrito. A tapiocaria do Irmão Firmino tornou-se uma espécie de patrimônio cultural daquele
povoado. Até hoje, é comum que algumas pessoas, que por ali trafegam, pensem que Cajá é a
cidade e Caldas Brandão o distrito, frente ao desenvolvimento econômico e social que Cajá
ganhou em relação à Caldas Brandão.
Com todas essas vantagens do distrito de Cajá em relação à cidade de Caldas
Brandão, em janeiro de 1979, a sede do município foi transferida para o povoado de Cajá e
hoje a cidade é dependente do distrito em relação a farmácias, correios, banco, casa lotérica,
supermercado e fonte de emprego e renda, dentre outros. Só no ano de 2012, no governo do
atual governador Ricardo Coutinho, foi construída uma rodovia que liga o município de Mari
a BR 230, passando por Caldas Brandão e assim tirando aquela cidade do isolamento.
3.INÍCIO DA OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO
O projeto teve início com a exposição deste para os alunos no dia vinte de abril,
primeira semana do segundo bimestre letivo. Na ocasião, utilizamos duas aulas para
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desenvolvermos uma roda de conversa onde falamos sobre a gênese do trabalho, o interesse
pelo tema, seus objetivos, procedimentos metodológicos, cronograma e os resultados
esperados. Escolhemos por iniciar as atividades do projeto no segundo semestre letivo, pois,
no primeiro dia de aula de 2018, notamos muitos alunos com os quais ainda não havíamos
trabalhado em anos anteriores e, assim, optamos por conhecer melhor esses novos sujeitos a
fim de criarmos uma relação mais próxima entre professor/aluno durante o primeiro bimestre.
No instante da apresentação do projeto aos discentes, foi-lhes reservado o direito de
propor alguma etapa a ser acrescentada ou retirada da proposta original. Recebemos como
sugestão reservarmos ao momento da conversa com os empreendedores, um instante onde
eles pudessem expor seus produtos e que nós pudéssemos consumir, haja vista alguns desses
empreendedores trabalharem na produção e venda de alimentos. Nessa mesma data, vinte de
abril, dividimos as turmas em home groups (grupos de trabalho), e solicitamos que,
coletivamente, criassem um nome e um slogan para cada uma das equipes e que preparassem
uma breve apresentação sobre a história de vida dos integrantes.
Os relatos com as histórias de vida deveriam ser publicados em uma página de
alguma plataforma digital (Facebook, Instagram, Blogger, ou outro). De imediato, o
Instagram foi a plataforma escolhida. Segundo os alunos, essa rede social traria mais
visibilidade aos seus trabalhos, uma vez que o Facebook e o Blogger já não são tão acessados
como o Instagram. Com o uso dessas novas tecnologias, temos algumas alternativas
interessantes para a dinâmica do ensino nas escolas. A sala de aula e o processo
ensino/aprendizagem já não se resumem a alunos, professores, quadro, giz, mesas e cadeiras,
mas podem agora contar com novos elementos de multimídia.
Cada equipe teve até a quinta-feira seguinte, dia vinte e seis de abril, para fazer as
postagens. Caso algum deles não se sentisse confortável em expor sua história de vida, foi
sugerido que criasse um nome fictício, um personagem, e a esse personagem fosse atribuída a
história da pessoa que o criou. Como mencionamos no projeto, essa fase de conhecer um
pouco da história de cada aluno nos daria suporte para operacionalizar os próximos passos,
pois a partir do conhecimento prévio do que os alunos já vivenciaram e vivenciam no seu
cotidiano, bem como mediante suas perspectivas para o futuro, nos abriria horizontes a serem
trilhados. Nessa etapa do projeto, nós utilizamos a metodologia de história de vida e o
Student Centered Approach (Abordagem Centrada no Aluno). As imagens 03, 04 e 05 são
sobre esse primeiro contato dos alunos com o projeto.
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Figura 03. Exposição do projeto aos alunos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 04. Exposição do projeto aos alunos. Figura 05. Exposição do projeto aos alunos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Ao término da exposição do projeto, percebemos que os discentes se mostraram
interessados. Eles acharam pertinente discutirmos suas realidades sem que deixássemos de
lado o currículo escolar, pois foram selecionados conteúdos que atendiam àqueles que irão
prestar ENEM e, ao mesmo tempo, discutiríamos um problema que está ligado ao dia-a-dia
da comunidade cajaense. Dessa forma, demos procedência à nossa proposta, a qual continuou
na semana seguinte com as apresentações dos grupos sobre a história de vida dos sujeitos e
suas expectativas para com seus futuros profissionais.
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4.APRESENTAÇÕES SOBRE AS HISTÓRIAS DE VIDA DOS ALUNOS
No dia vinte e sete de abril, desenvolvemos uma roda de conversas para
conhecermos um pouco mais da história de vida dos alunos integrantes do projeto. Na
ocasião, tentamos deixá-los o mais a vontade possível, uma vez que percebemos a timidez de
alguns em falar em público, mesmo que esse público seja formado por seus colegas de sala.
Outros apresentavam certa resistência em expor um pouco de sua vida, e da vida de seus
parentes. Isso se deu, principalmente, com alguns integrantes que residem nos sítios, bem
como com aqueles que os pais exercem um trabalho menosprezado pela sociedade, a
exemplo de agricultor e auxiliar de serviços gerais.
As apresentações eram feitas da seguinte forma, os home groups criaram um
Instagram coletivo onde cada participante postou uma foto sua seguida por um breve texto
narrativo sobre sua história de vida, figuras 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13. Aqueles que não
se sentiram bem em se expor criaram um personagem fictício.
Figura 06. Instagram do home group empreender_e_ser.
Fonte: Instagram, 2018.
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Figura 07. Instagram do home group entrepreneurship.for.life.
Fonte: Instagram, 2018.
Figura 08. Instagram do home group pgt_evoluindo.
Fonte: Instagram, 2018.
Figura 09. Instagram do home group streetgroupwall.
Fonte: Instagram, 2018.
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Figura 10. Instagram do home group lifehistory_of.
Fonte: Instagram, 2018.
Figura 11. Instagram do home group terceirão (B).
Fonte: Instagram, 2018.
Figura 12. Instagram do home group Undertake_3.
Fonte: Instagram, 2018.
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Figura 13. Instagram do home group youngcontributors.
Fonte: Instagram, 2018.
Ao postarem no Instagram, os alunos não sabiam que seriam acompanhados pela
professora de português, Jaqueline da Silva, então não se preocuparam com a forma da
escrita. Ao imprimir os textos e trabalhar com os discentes, a professora os alertou para
pontos importantes na escrita em meios digitais, tais como um texto mal escrito não passa
segurança para quem está lendo nem causa interesse em continuar a leitura; ao escrevemos
para alguém, é importante que demos as informações certas para que a mensagem seja
passada com êxito; e, o uso da vírgula pode ocasionar interpretações erradas. As imagens 14,
15 e 16 são dos momentos das apresentações.
Figura 14. Apresentação sobre a história de vida dos Figura 15. Apresentação sobre a história de vida dos
alunos. dos alunos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Figura 16. Apresentação sobre a história de vida dos alunos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Nas apresentações, percebemos que nossos alunos são de classe média baixa. São
filhos de agricultor, doceira, operário, pequeno comerciante, pedreiro, servente de pedreiro,
professora, vaqueiro, doméstica, aposentados, mestre de obra, auxiliar de serviços, manicure,
borracheiro, costureira, motorista, técnica de enfermagem, moto táxi, merendeira, agente de
saúde, armador, cabeleireira, pedagoga, chefe de cozinha, carpinteiro, fotógrafo e pintor.
Como podemos ver, os discentes emergem de famílias que têm em comum o grau de
educação não tão elevado. Os parentes com maior titularidade possuem pós-graduação
(especialização), e a maior parcela dos parentes exerce profissões que não ganham um salário
elevado para manter um padrão de vida que não seja o razoável.
Já em relação aos sonhos profissionais dos alunos, esses almejam ascender
socioeconomicamente e ter uma realidade diferente das de seus pais. Desenvolvemos com
eles uma dinâmica que aprendemos quando do nosso intercâmbio na universidade de HAMK,
onde é possível conhecer as aspirações dos indivíduos, a dinâmica da árvore dos sonhos.
Como a escola não dispõe de um caixa financeiro para arcar com os ônus dos projetos
desenvolvidos, fomos a uma gráfica e imprimimos o desenho de duas árvores sem folhas que
seriam preenchidas com os sonhos de cada aluno, imagens 17, 18 e 19.
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Figura 17. Dinâmica da árvore dos sonhos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 18. Dinâmica da árvore dos sonhos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 19. Dinâmica da árvore dos sonhos.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Dentre as expectativas de cada aluno surgiram: policial rodoviário federal,
bombeiro, advogado (a), músico, policial militar, professor, assistente social, veterinário,
empreendedor, médico (a), trabalhar com móveis projetados, arquiteta, design gráfico,
profissional da área de saúde, engenheiro mecânico, mecânico, profissional da área da
gastronomia, fisioterapeuta, enfermeiro (a), administrador de empresas, biomédico, biólogo,
fotógrafa, engenheiro civil, comerciante, profissional da educação física e programador.
Chamou-nos a atenção o fato de apenas dois alunos pretender continuar na área em
que seus pais atuam, comerciante e fotógrafo. Quando indagamos os demais o porquê de
sonhos tão diferentes da realidade vivenciada por seus parentes, nossa intenção com essa
pergunta não foi em hipótese nenhuma desencorajá-los, mas apenas para entender essa
mudança de visão de uma geração em relação ao mercado de trabalho, os alunos foram
enfáticos em afirmar que o trabalho de seus pais não os proporciona o conforto financeiro que
suas aspirações profissionais podem lhes dar. Foram citadas, também, as condições de
trabalho de alguns parentes que são exaustivas e incertas.
Pudemos perceber nas falas dos alunos que eles concebem a educação como sendo o
caminho para alcançar seus objetivos, entretanto, como docentes, não percebemos o
envolvimento deles nas aulas como de fato deveria ser. De quem é a culpa, não nos cabe aqui
investigar, pois esse não é o objetivo do nosso projeto, mas vale a indagação. Um dos pontos
elencados pelos alunos no tocante ao desestímulo nas aulas é o modelo de aula
operacionalizado por nós, professores. Nesse sentido, nosso projeto pode ser uma luz para o
melhor engajamento dos educandos, uma vez que “saímos da caixa” e trabalhamos com
propostas pedagógicas inovadoras.
5.APRESENTAÇÕES DE SEMINÁRIOS
No cotidiano escolar, notamos a preocupação corriqueira dos docentes quando da
operacionalização de projetos e cumprimento de apresentação dos assuntos do currículo de
suas matérias. Conosco não é tão diferente, principalmente ao se tratar de turmas do terceiro
ano do ensino médio que estão prestes a se submeterem à prova do ENEM. Essa inquietação
foi, também, um dos motivos que nos levou a só iniciarmos nosso projeto no segundo
bimestre, pois os conteúdos do currículo de geografia estudados nesse período estariam em
consonância com o tema gerador, empreendedorismo. Selecionamos quatro conteúdos para
comporem as discussões do nosso projeto, a saber: empreendedorismo; globalização;
mudanças no mundo do trabalho; análise histórica e geográfica do município de Caldas
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Brandão, e trabalhamos por meio de seminários e rodas de conversas. Colocamos os
conteúdos no quadro e sorteamos os home groups que iriam trabalhar com cada um. Na
semana seguinte se iniciaram as apresentações.
5.1Seminário sobre empreendedorismo
Divididos os conteúdos entre os home groups, no dia quatro de maio iniciaram as
apresentações e as rodas de conversas. Como foram utilizadas duas horas aulas seguidas,
noventa minutos, cada grupo teve uma aula para a apresentação e uma aula para debatermos
sobre o tema. Já que no livro didático não há o conteúdo empreendedorismo, nós ajudamos
aos alunos que foram sorteados para debaterem sobre esse assunto a selecionarem algumas
matérias e pequenos vídeos sobre o mesmo.
Vale salientar que nossa ajuda não passou de indicar sites e artigos confiáveis, de
credibilidade. A seleção do que iria ser apresentado à turma foi por conta do home group. As
imagens 20, 21 e 22 são dos alunos do 3º ano A apresentando o seminário. Infelizmente, as
fotos do 3º ano B não foram possíveis de serem baixadas devido haver vírus no celular que
foi utilizado para fotografar.
Figura 20. Apresentação do home group youngcontributors.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Figura 21. Apresentação do home group Figura 22. Apresentação do home group
youngcontributors. youngcontributors.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Ao final da nossa roda de conversas, notamos que, alguns pais de nossos alunos, e
até mesmo uma pequena parcela deles, já é empreendedor, mas não conheciam o significado
da nomenclatura empreendedorismo. Eles achavam que empreendedores são apenas os
grandes empresários, aqueles que geralmente são vistos como bem sucedidos. Os jovens
viam quem praticava algum comércio informal como sendo sacoleira (o), comerciante
ambulante, dentre outros, e isso os deixava com vergonha de suas vozes e de seus lugares
sociais assim como os de seus pais, devido à sociedade não valorizar esse tipo de comércio.
5.2Seminário sobre Mudanças no mundo do trabalho
No dia onze de maio os home groups Empreender e Ser, 3º ano A, e o Street Group
Wall, 3º ano B, apresentaram seminários sobre Mudanças no mundo do trabalho. Os
objetivos com esse tema foram discutirmos sobre o fordismo, o modelo japonês e as novas
tecnologias no mundo do trabalho; a informalidade no trabalho e na terceirização de serviços,
a reestruturação do trabalho no Brasil e o desemprego estrutural e conjuntural e o trabalho
das cooperativas e/ou associações. Esse é um assunto primordial a ser abordado em um
projeto como o nosso, pois condiciona discussões fundamentais sobre o desemprego,
subemprego e empreendedorismo. As imagens 23, 24, 25, 26 e 27 são das apresentações e
discussão após os seminários.
20
Figura 23. Apresentação do home group Figura 24. Apresentação do home group
empreender_e_ser, 3º ano A. streetgroupwall, 3º ano B.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 25. Material produzido pelo home group streetgroupwall, 3º ano B.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Ao término das apresentações, fizemos uma chuva de ideias no quadro, a qual
resulta em a platéia citar palavras e/ou frases que lembram sobre a apresentação e depois
realizarmos uma discussão, roda de conversas, figura 26.
21
Figura 26. Metodologia chuva de ideias.
Figura: acervo pessoal do autor, 2018.
5.3Seminários sobre Globalização
No dia dezoito de maio os home groups undertake_3, 3º ano A, e pgt_evoluindo, 3º
ano B, apresentaram o tema globalização. Foram abordados a globalização e a evolução da
economia globalizada, a concentração do capital, a ocidentalização do mundo, a globalização
financeira, os impactos ocasionados pela globalização nos mercados de trabalho, a
globalização e o desemprego estrutural e conjuntural, dentre outros. As figuras 27, 28, 29 e
30 são dos grupos de trabalho mencionados.
Figura 27. Apresentação do home group undertake_3, Figura 28. Apresentação do home group undertake_3,
3º ano A. 3º ano A.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
22
Figura 29. Apresentação do home group Figura 30. Apresentação do home group
pgt_evoluindo, 3º ano B. pgt_evoluindo, 3º ano B.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
5.4Seminários sobre análise histórica e geográfica do município de Caldas Brandão
Ainda no dia dezoito de maio, houve, também, as apresentações dos home groups
entrepreneurship.for.life, 3º ano A, e Terceirão (B). A abordagem histórica e geográfica do
município de Caldas Brandão serviu como uma das etapas do trabalho final que será
desenvolvido pelos grupos, a preparação de um plano de negócios a ser desenvolvido naquele
município. As imagens 31 e 32 são do home group entrepreneurship.for.life. Infelizmente, as
fotos do home group do 3º ano B se perderam em nossos arquivos.
Figura 31. Apresentação do home group Figura 32. Apresentação do home group
entrepreneurship.for.life, 3º ano A. entrepreneurship.for.life, 3º ano A.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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6.PALESTRA COM EMPRESÁRIOS LOCAIS E REGIONAIS
Como pretendido no calendário de atividades, no dia vinte e cinco de maio teríamos
uma roda de conversas com empreendedores locais e regionais. Para isso, foram convidados
quatro comerciantes a participarem conosco, os quais aceitaram de prontidão. Escolhemos,
junto aos alunos, a mãe de um estudante envolvido no projeto, a qual é dona de uma
lanchonete no distrito de Cajá; o dono de uma pizzaria que se localiza no município de Mari-
PB, o qual fica há treze quilômetros de Cajá e possui clientes desse distrito; um agrônomo,
que reside em um sítio do município de Mari, e convidamos também um jovem
empreendedor, Isaque Francisco. Isaque trabalha no ramo da confeitaria no município de
Sapé-PB, na sua residência, cidade que fica há cerca de vinte e cinco quilômetros de Cajá e
que polariza aquela região.
Como nem sempre as coisas saem como planejado, a dona da lanchonete de Cajá e o
dono da pizzaria de Mari simplesmente desistiram um dia antes da apresentação quando
fomos confirmar com eles suas presenças e encomendar alguns de seus produtos para
degustação. Notamos que a desculpa dada foi uma mera forma de não comparecerem ao
compromisso. O agrônomo também não pôde se fazer presente ao evento, todavia esse se
justificou com um atestado médico. Restou-nos o jovem Isaque! As figuras 33 e 34 são do
início da palestra de Isaque que teve como tema o empreendedor juvenil e seus desafios.
Figura 33. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Figura 34. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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A participação de Isaque, na verdade, foi uma mescla de entrevista com palestra.
Achei que seria mais proveitoso iniciar entrevistando Isaque e de imediato falarmos sobre seu
currículo de cursos dos quais ele foi aprendiz e dos quais ele foi o ministrante. Em seguida,
mostramos algumas fotos dos seus trabalhos. Fiquei muito feliz em perceber o semblante de
admirados, por parte dos que ali estavam, para ver Isaque palestrar! Alunos, direção da escola
e demais funcionários deixavam sair espontaneamente interjeições admiradas com o que
viam e ouviam. Na continuidade dos trabalhos, Isaque explanou um pouco sobre sua história
de vida.
Isaque tornou-se empreendedor com um capital inicial de cinquenta reais, os quais
foram pedidos emprestados a sua mãe, aos nove anos de idade. Na oportunidade, Isaque falou
para a mãe que queria vender trufas e que precisava de dinheiro emprestado para dar início ao
seu negócio. Entretanto, sua mãe negou o dinheiro afirmando que ele não tinha idade nem
maturidade suficientes para tal. Algum tempo se passou e Isaque continuou a mostrar
habilidades com confeitaria ajudando sua avó a fazer alguns doces para a família consumir
nas festas de família e nos finais de semana.
Após insistir mais uma vez para que sua mãe o emprestasse os cinqüenta reais,
Isaque ouviu um sim. Foi aí que ele comprou barras de chocolates, derreteu, fez as trufas e
iniciou suas vendas na escola. Na primeira semana Isaque lucrou 100% do valor investido,
pagou os cinqüenta reais a sua mãe e deu continuidade ao seu empreendimento que nos dias
atuais conta com um número relevante de maquinários profissionais e já emprega, mesmo
que informalmente, duas pessoas de sua família para ajudá-lo com as encomendas. Não
satisfeito em apenas fazer seus produtos, Isaque multiplica seus conhecimentos realizando
cursos de confeitaria na cidade onde vive, Sapé. As imagens 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41 e 42
também são da palestra de Isaque.
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Figura 35. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Figura 36. Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 37. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Figura 38. Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Figura 39. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Figura 40. Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 41. Palestra ministrada por Isaque Francisco. Figura 42. Palestra ministrada por Isaque Francisco.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Não foram poucos os momentos em que senti arrepios e enchi os olhos de lágrimas
com orgulho da apreensão do público presente! Isaque foi ovacionado, ao final, com palmas e
com a plateia em pé! Momentos como esse nos faz se sentirmos valorizados, felizes por
podemos contribuir com a melhora do nosso alunado. Apesar dos problemas que enfrentamos
no dia-a-dia, enquanto professores, não podemos deixar de acreditar em dias melhores para
nosso alunado. Ao chegar a minha casa, parei e refleti sobre o que discutimos no período do
intercâmbio na Finlândia, temos que ouvir mais nossos alunos. Devemos trabalhar em sala
com o que de fato interessa e está ligado à realidade dos educandos e não apenas com os
conteúdos selecionados do livro didático. Esse processo, na Finlândia, recebe o nome de
Student Centred Approach (Abordagem Centrada no Aluno).
7.PALESTRA COM O SEBRAE DE CAMPINA GRANDE
No dia oito de junho tivemos uma palestra sobre empreendedorismo ministrada pelo
consultor nacional do SEBRAE de Campina Grande, Sharles Barbosa. O tempo de duração
foi de duas horas aulas, noventa minutos, onde o palestrante iniciou com uma breve
explanação sobre o que é o SEBRAE, qual sua função, como ele se mantêm, como pode
ajudar micro e pequenos empresários, dentre outros pontos importantes. As imagens 43 e 44
são do início da palestra.
Figura 43. Seminário com consultor do SEBRAE. Figura 44. Seminário com consultor do SEBRAE.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Sharles, ao expor sobre o SEBRAE, adentrou no tema empreendedorismo. O
consultor fez questão de enfatizar que empreender não é apenas colocar um negócio, mas
resolver problemas do dia-a-dia. Todavia, como a ênfase do nosso projeto e do SEBRAE é o
empreendedorismo como fonte de renda, esse seria o foco da palestra. O palestrante usou
como exemplo uma fala minha do início da reunião, onde eu enfatizei a visão de muitos
jovens que, sem perspectivas de trabalho no seu lugar, migram para os grandes centros em
busca de emprego, inchando cada vez mais as bolhas urbanas de mão de obra barata.
Os alunos ficaram impressionados com alguns exemplos de empreendedores que
Sharles mostrou, como por exemplo, a associação de doceiras localizada em Lucena-PB que
aumentou seus lucros ao criarem a cocada na quenga e terem sido destaque em um programa
matinal na TV Globo, a bicicleta gourmet que vende dindim em vários pontos de uma cidade
do interior da Paraíba; um pipoqueiro que tem uma barraca de pipoca totalmente diferente da
concorrência e que foi entrevistado em um documentário da TV Futura, entre outros.
Figura 45. Consultor mostrando exemplos de micro e pequenos empresários
que foram destaque na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Para mostrar, na prática, como o ser humano pode melhorar cada vez mais e se
superar, o palestrante usou duas dinâmicas. Na primeira ele chamou um voluntário da platéia
e pediu para que desse um salto o mais longe que ele conseguisse. Após realizar o salto,
Sharles perguntou ao aluno se aquele era o melhor que ele poderia fazer e, prontamente, o
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aluno respondeu que sim. O consultor então colocou quatro cédulas no chão e, em sequência,
logo após a marca do salto do estudante, uma nota de cinco reais, em seguida, uma nota de
dez reais, logo depois, uma nota de vinte reais e, por fim, uma nota de cem reais. Foi feito um
desafio ao discente onde ele deveria voltar ao ponto inicial e dar outro salto. Dessa vez ele
ganharia o valor que ele alcançasse com o pulo. Ao finalizar o pulo, o aluno conseguiu atingir
a nota de dez reais e ficou com o prêmio, imagens 46, 47 e 48.
Figura 46. Palestra com consultor do SEBRAE. Figura 47. Palestra com consultor do SEBRAE.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 48. Palestra com consultor do SEBRAE.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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O objetivo com essa dinâmica foi mostrar que o ser humano pode superar limites
que ele mesmo cria, basta haver um estímulo que o instigue a melhorar suas habilidades. Da
mesma forma é com o empreendedorismo. O que falta, para alguns, é ter um bom projeto, no
geral uma inovação, se capacitar, fazer análise de mercado junto às instituições que podem o
ajudar e operacionalizar seu projeto.
Na segunda dinâmica, Sharles pediu para que cada aluno, em uma folha em branco,
desenhasse um círculo, em seguida colocasse um ponto dentro do círculo, dividissem o
círculo em duas partes passando um traço dentro do círculo e em cada parte escrevessem o
nome de uma rosa. Imagens 49 e 50.
Figura 49. Realização de dinâmica. Figura 50. Realização de dinâmica Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Ao término da dinâmica, apenas um aluno dos quase cinqüenta presentes, fez uma
imagem diferente dos demais. Os outros idealizaram o mesmo exemplo: um círculo com um
ponto no centro, cortado pela reta exatamente ao meio e com dois nomes de rosas populares
(que não me recordo quais foram). Já o aluno que pensou “fora da caixa” fez um círculo com
o ponto na parte superior, cortou o círculo em uma parte grande e outra pequena e usou dois
nomes de rosas diferentes.
O consultor utilizou o exemplo do jovem que cumpriu a dinâmica diferente dos
demais como sendo um possível empreendedor que se destaca frente aos demais e enfatizou a
importância de se pensar diferente da concorrência para que seu negócio dê certo, de buscar
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soluções onde os demais só veem crises. A palestra encerrou com algumas frases de
autoajuda e algumas outras citadas por grandes empreendedores que começaram seus
negócios com uma estrutura mínima, foram chamados de loucos algumas vezes, mas hoje são
reconhecidos no ramo empresarial como exemplos a serem seguidos.
Ao término da palestra e em conversa com Sharles ao tomarmos um café, o
consultor nos orientou a tentarmos criar uma parceria, escola e SERAE de Campina Grande,
para implantarmos o projeto Jovem Empreendedor, ministrado pelo SEBRAE. Essa parceria
prontamente foi aceita por mim e pela gestão da escola e iremos ajustar os termos com o
SEBRAE para trazermos essa oportunidade para nossos alunos, além de, com essa parceria,
expandirmos e darmos continuidade ao nosso projeto sobre empreendedorismo, dessa vez
atingindo um público maior.
8.PALESTRA COM O SINE-PB
Após várias tentativas para conseguirmos uma data na agenda do SINE-PB, enfim,
conseguimos uma palestra com esse órgão do governo estadual na tarde do dia vinte e sete de
julho. Na ocasião, foram utilizadas três horas aulas. No primeiro momento, o gerente
administrativo do SINE-PB, Thiago Diniz, abordou o que é o SINE, seu papel perante a
sociedade paraibana, municípios onde eles têm unidades em funcionamento, meios de
comunicação entre o SINE-PB e a sociedade, dentre outros assuntos. As figuras 51 e 52 são
do início das atividades.
Figura 51. Palestra do SINE-PB. Figura 52. Palestra do SINE-PB.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
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Durante sua apresentação, Thiago pontuou alguns itens relevantes e que os discentes
mostraram-se interessados a exemplo de como se comportar e como se vestir em uma
entrevista de emprego, as informações que devem conter em um currículo, possíveis
situações que podem acontecer durante a entrevista de emprego, a importância do primeiro
emprego como comprovação de experiência na busca de um emprego permanente, a
importância do uso correto da língua portuguesa ao preencher um currículo, vantagens em se
qualificar antes da busca por um emprego, entre tantos outros assuntos. As imagens 53 e 54
também são desse momento de interação SINE-PB e comunidade escolar.
Figura 53. Palestra do SINE-PB. Figura 54. Palestra do SINE-PB.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Ao término da palestra, reservamos uma hora aula para que fossem tiradas possíveis
dúvidas que os alunos tivessem. A palestra foi muito proveitosa, uma vez que nossos alunos
sanaram dúvidas que eles tinham e as que surgiram naquele momento. Informações como as
que Thiago transmitiu aos nosso jovens, muitas vezes, não chegam aos que vivem no interior
do estado e momentos como esse que criamos devem acontecer com mais frequência para
que a comunidade escolar e sociedade civil em geral tenha mais acesso às informações.
9.PALESTRA COM O EMPREENDER PARAÍBA
Como mencionado anteriormente, nas duas turmas envolvidas com esse projeto há
alunos que já são microempreendedores. Há também aqueles que ainda não são, mas que
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almejam ser seu próprio patrão. Todavia, tanto para os que já empreendem como para os que
assim querem fazer, a falta de capital inicial é apontada como um dos empecilhos
encontrados, talvez sendo o maior. A solução apontada pelos alunos para tentar sanar esse
empecilho é a realização de empréstimo. Porém essa prática não é bem vista pelos
responsáveis pelos alunos, o que os deixa temerosos de se quer procurar conhecimento sobre
acerca do assunto.
Como no interior do estado as ações do empreender Paraíba não chegam com tanta
visibilidade e notoriedade, optamos por convidar um representante desse órgão do governo
estadual para trazer informações de suas práticas e linhas de crédito para empreendedores.
Depois de mudarmos várias vezes de data devido a imprevistos por parte dos agentes do
empreender, finalmente, no dia três de agosto houve uma palestra com o senhor Sérgio
Feitosa, assistente técnico de capacitação do Empreender Paraíba. As imagens 55 e 56 são do
início da palestra.
Figura 55. Palestra com o Empreender Paraíba. Figura 56. Palestra com o Empreender Paraíba.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Sérgio iniciou a palestra explanando o que é o Empreender, onde ele se localiza,
para que ele foi criado, como ele se mantém e como e quem são os públicos alvos dessa
instituição. As duas turmas envolvidas no projeto somam, aproximadamente, cinquenta
alunos. Desses, apenas um já tinha ouvido falar sobre o Empreender, mas não sabia qual sua
missão. A fala de Sérgio foi fundamental para os que necessitam de financiamento para
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começar ou melhorar seus empreendimentos, uma vez que foi citado taxa de 0,55% ao mês
para jovens empreendedores e de 0,64% ao mês para quem tem acima de trinta anos, o que é
muito distante das taxas cobradas pelos bancos.
Quando Sérgio comparou as taxas cobradas pelo Empreender com as que os bancos
oferecem, ficou nítida a vantagem de se buscar empréstimo no Empreender ao invés de
procurar os bancos. Esse ponto foi importante para que o censo comum de muitos fosse posto
em confronto com a realidade, uma vez que empréstimo/financiamento não é apenas para
grandes empresários que já têm suas empresas e que têm possibilidades de pagar o capital
que pegou com os bancos. Outra vantagem posta por Sérgio é a carência que o Empreender
dá aos jovens empreendedores, dez meses para poder começar a pagar. Ou seja, o
empreendedor terá um prazo para que seu negócio comece a dá certo para poder pagar as
parcelas.
O palestrante explicou que essa taxa de juros cobrada pelo órgão no qual ele trabalha
é tão diferente das taxas cobradas pelos bancos porque o principal objetivo do Empreender
não é lucrar com juros, mas sim promover o desenvolvimento social e econômico do estado.
Foi explicado também que o dinheiro aplicado no Empreender é arrecadado de convênios que
o estado da Paraíba faz com as empresas. Por exemplo, de cada obra que o estado paraibano
realiza, 1,5% do valor total da licitação é destinado ao Empreender.
Além dos temas já mencionados, o palestrante apresentou a importância do
marketing para o comércio. Foi discutida a função e a importância do marketing na
contemporaneidade, a importância da inovação e do diferencial no comércio, a importância
de um plano de trabalho para conseguir financiamento junto ao empreender e a existência de
moedas sociais em alguns lugares, uma espécie de dinheiro que incentiva o consumo e a
circulação de mercadorias gerando mais emprego e renda em determinado lugar. As fotos 57
e 58 nos dão mais idéias de como foi a palestra.
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Figura 57. Palestra com o Empreender Paraíba. Figura 58. Palestra com o Empreender Paraíba.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Figura 59. Palestra com o Empreender Paraíba. Figura 60. Palestra com o Empreender Paraíba.
Fonte: acervo pessoal do autor, 2018. Fonte: acervo pessoal do autor, 2018.
Havia o anseio por parte do palestrante em mostrar na prática como elaborar um
bom plano de trabalho para que agilizasse os trâmites legais na ora de buscar um
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financiamento junto ao Empreender, entretanto o tempo não foi suficiente e ficou acordado
que o palestrante me enviaria o documento por e-mail e eu trabalharia o mesmo junto aos
alunos em uma oportunidade futura. Já que uma das etapas do nosso projeto é uma pesquisa
realizada pelos alunos sobre as potencialidades do município para futuros empreendimentos,
resolvi pedir a eles que elaborassem um plano de ação, após eu discutir com eles como
elaborar, e que esse plano seria defendido na nossa culminância.
10.CONCLUSÕES PARCIAIS
Assim como mencionamos na introdução, nosso projeto tem duração de três
bimestres, do segundo ao quarto bimestre. E, também, como ainda não foram realizadas todas
as etapas deste, não há como mencionarmos aqui uma conclusão dos trabalhos. Todavia,
podemos apontar alguns quesitos que percebemos durante nossa jornada, a iniciar pelo
comportamento e atenção das turmas às aulas. Era muito comum que nós reclamássemos
acerca do comportamento de alguns discentes nas nossas aulas, da inquietação deles.
Todavia, as palestras e os seminários apresentados aconteceram com êxito e com uma boa
interação entre os envolvidos. A presença e permanência dos alunos nas aulas também
melhoraram, uma vez que antes do projeto os jovens pediam com frequência a irem ao
banheiro ou beber água. Nós percebíamos que isso era mera desculpa para saírem da sala.
É válido ressaltar que um projeto como o nosso não tem foco nos resultados
imediatos, ou seja, ao seu término. Essa é uma proposta que só seremos capazes de
colhermos os resultados daqui há dois ou três anos, ou quem sabe até mais. Pois nosso foco
não é em um trabalho final pronto, acabado, mas, sim, em ajudarmos nossos discentes em
suas jornadas de vida. O aprendizado adquirido nesses quase oito meses de projeto
acompanhará os jovens em suas vidas, servindo de inspiração para quando se depararem com
a necessidade de empreender para solucionar algum problema financeiro, tais como os já
apresentados anteriormente.
Por fim, destacamos que, após a palestra do SEBRAE de Campina Grande e em
conversas com o consultor Sharles, nós iremos, no ano de 2019, tentarmos uma parceria
SEBRAE/escola na implantação do curso Jovem Empreendedor, o qual é ministrado por
aquela instituição em horário oposto ao das aulas e é direcionado para os sujeitos que
espontaneamente realizarem suas matrículas. Tentaremos, ainda, abrir as portas da escola
para a comunidade e expandirmos as matrículas para aqueles que residem em Caldas
Brandão/Cajá.
REFERÊNCIAS
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/caldas-brandao/panorama. Acesso em 10 de agosto de
2018.
WIKIPEDIA. Caldas Brandão. Disponível em:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Caldas_Brand%C3%A3o. Acesso em 10 de agosto de 2018.
WIKIPEDIA. Região Geográfica Imediata de João Pessoa. Disponível em:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Geogr%C3%A1fica_Imediata_de_Jo%C3%
A3o_Pessoa. Acesso em 10 de agosto de 2018.
SOUZA, Maria José de. Canafístula: ontem e hoje. 1ª ed. Caldas Brandão-PB: UNIGRAF,
2011. 64 p.