religÃo, ritual e cultura. miriam cristina m. rabelo
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RELIGÃO, RITUAL E CULTURA.
Miriam Cristina M. Rabelo
• Livro -> Saúde e Doença: um olhar antropológico
• Conjunto de artigos, frutos de investigação de antropólogos, voltados para a área da saúde.
• profunda questões de saúde mental, visão cosmológica de grupos específicos, relações entre o corpo, a mente e a cultura e as questões de cura vistas sob o prisma de várias religiões populares.
• Entendimento do fenômeno saúde/doença e seus complexos processos de articulação.
• Miriam Cristina Rabelo• Professora Doutora do Departamento de Sociologia,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Ciências Sociais e Saúde (ECSAS) da Universidade Federal da Bahia.
• Tem se dedicado ao estudo de questões sócio-culturais relativas à religião e à saúde, desenvolvendo pesquisas sobre as relações entre religião, práticas corporais e modos de tratamento no contexto do candomblé, espiritismo e pentecostalismo. Tem interesse especial no desenvolvimento de abordagens fenomenológico-hermenêuticas no campo das ciências sociais, particulamente nas discussões contemporâneas sobre corporeidade, experiência e vida cotidiana.
• O texto é divido em uma pequena introdução, o ritual e cultura en quanto prática transformativa e ritual e cura no contexto brasileira terminando com as considerações finais.
• A importância dos cultos religiosos na interpretação e tratamento doenças vem ganhando reconhecimento pela literatura antropológica.
• São apontados seus aspectos positivos quando comparado aos serviços pela medicina oficial.
• Explicação à doença a inserindo no contexto social mais amplo do sofredor.
• Visa a agir sobre o indivíduo como um todo.• Reorientação mais completa do doente -> Reorganização
da sua experiência de mundo e relações sociais.
• Ritual -> papel transformativo -> contexto extracotidiano.
• Focalização -> unidades simbólicas -> estímulos sensoriais e intelectuais.
• Papel das metáforas nas culturas -> indvíduos situam-se mais favoravelmente em um contexto relacional -> conduzidos a organizar seu mundo.
• Elementos chaves da perfomance -> arranjo do espaço e organização dos participantes -> uso dos meios
• Rederecionamento da sua atenção -> nova ótica
RITUAL E CURA NO CONTEXTO BRASILEIRO
Jarê:• Chapada diamantina -> culto de pequenos
lavradores -> interpretação e tratamento da aflição -> realizada por cablocos
• Busca restauração da integridade do corpo
• Festa dos caboclos até o amanhecer• Doente conduzidos à camarinha -> +/-
sete dias sob cuidados -> resguardo• Concepção de doença = Corpo aberto
(vunerável) versus corpo fechado (fortalecido)
• Trabalho deriva força e realismo
• Cura -> Entrada de espíritos nos corpos dos participantes
• Cenário -> Plural e repleto de incertezas
• Curador -> Drena o poder ambíguo para a realização dos fins
• Canto e discurso -> Direção do controle da ação
• Negociação -> Oferendas -> Exu e caboclos
• Alianças pessoais -> garantir posição menos vulnerável no mundo
Rito Pentecostal • Praticam a cura divina• Sessão de cura = momento
central• Pastor -> Inicia o culto e a
cura divina• Cura -> batalha-> orações
= vitória do bem sobre o mal
• Expulsão de algo que comprime e pesa sobre o mesmo
• Mudanças no comportamento do doente
• Pastor = autoridade e poder -> mãos sobre o aflito
• Participante = guerreiros auxiliares
• Universo de caos de doença para um mundo ordenado
• Exigências morais deste novo mundo = compromisso militante
Ritual espírita • Enfermidades = ação de
espíritos obssesores • Entidades causadoras ->
tratadas com gentileza -> tarefa pedagógica
• Cura = progresso moral das entidades responsáveis pela doença
• 1° nível = pregações do presidente do centro -> dirigido aos doentes e familiares
• 2° nível = encontro mais privado com medíuns do centro -> dirigido aos espíritos responsáveis
• Diálogos entre os especialistas religiosos e os espíritos
• Performance -> distancia o doente da ação -> reflexão sobre a ação
• Instrui o espírito e o doente
Considerações finais• Compreender diferentes modelos religioso de
cura possibilitam uma ressignificação da experiência do doente
• Duas suposições de anílise do ritual são problemáticas:
Cura = processo pelo qual o terapeuta confere a ordem à experiência caótica
Visão do ritual como campo homogênio Interpretação do ritual como função ordenadora
-> Indivíduos desprovidos de modelos para comunicar e lidar com a aflição
• Projeto de cura depende da existência de redes de relações sociais que o sustentem enquanto discurso dotado de autoridade
• Produção de significados -> Manutenção de significados -> discursos legitimados -> interações sociais
• Cura como realidade frágil precisando ser continuamente confirmada no cotidiano
• Se faz necessário:Investigar as redes sociais -> determinadas
interpretaçõesAnalisar -> símbolos e práticas rituaisDoença = realidade cultural e biológica.