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Estilos de aprendizagem: apresentação dos alunos da Escola da Cidade
Monografia da pós AES - Arquitetura, Educação e Sociedade
Dez 2015
Renata Cruz Rabello
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1_Introdução
No contexto atual, os mais diversos cursos passam por uma transformação
tecnológica, absorvendo as mudanças, atualizando as informações, despertando-se
também, a necessidade de questionar o processo tradicional de ensino.
O desafio encontra-se em como despertar o interesse do aluno, incentivar sua
participação nas atividades curriculares, saindo assim do estado passivo de
espectador, promovendo autonomia e a capacidade de autogerenciamento do
próprio conhecimento. As metodologias ativas de aprendizagem “favorecem a
possibilidade do aluno enquanto construtor principal de sua própria aprendizagem e
exigem uma docência que reconheça a aprendizagem como construção do
aprendente.” (BUENO; KOEHLER; SELLMANN; SILVA, M.; PINTO)
A aprendizagem significativa remete necessariamente à construção de significado. O
aluno deve aprender utilizando os conhecimentos existentes para compreender o
novo conteúdo, através de associações e conexões com conteúdos já pré-
estabelecidos. “O estudante precisa assumir um papel cada vez mais ativo,
descondicionando-se da atitude de mero receptor de conteúdos, buscando
efetivamente conhecimentos relevantes aos problemas e aos objetivos de
aprendizagem. Iniciativa criadora, curiosidade científica, espírito crítico reflexivo,
capacidade para auto-avaliação, cooperação para o trabalho em equipe, senso de
responsabilidade, ética e sensibilidade na assistência são características
fundamentais a serem desenvolvidas em seu perfil” (MITRE, 2008, p.2137).
As diversas metodologias ativas de aprendizagem são explicadas a seguir:
• Aprendizagem cooperativa: interação com outras pessoas para discutir
algum assunto, por exemplo, dinâmicas de grupo.
• Aprendizagem baseada em problemas:
• Aprendizado entre pares (Peer Instruction): o aluno é corresponsável pelo
seu ensino, à medida que requer estudo prévio quando este tem o primeiro
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contato com a matéria, possibilitando maior aproveitamento em sala de aula
no contato aluno-professor e interação constante entre os estudantes.
• Aprendizado em grupo (Team based learning):
• Problematização: utiliza problemas reais com a intenção de preparar o
estudante e ajudá-lo a tom consciência do mundo.
Entre as metodologias de aprendizagem, optou-se por focar o estudo no
aprendizado entre pares (Peer Instruction), na qual o professor Eric Mazur foi o
pioneiro e aplicou em suas aulas de física, obtendo resultado muito satisfatório.
Seguindo seu método, os professores da Universidade UNISAL em Lorena
recentemente implementaram em cursos da área de humanas, para alunos de
pedagogia, direito e psicologia. A Faculdade ESPM também possui núcleo de estudo
em metodologias de aprendizagem, onde realizaram pesquisa a respeito dos estilos
de aprendizagem dos seus alunos, para orientar a atividade docente quanto aos
melhores métodos a serem adotados.
2_ Aprendizado entre pares (Peer instruction) – Eric Mazur
"Segundo o professor Mazur, a linguagem mais simples utilizada pelo aluno durante
a discussão, ao invés da explicação puramente técnica do professor, permite que
outros colegas entendam com mais rapidez os conceitos." (PINTO 1, pg. 3)
O Peer Instruction (PI) proporciona o envolvimento de todos os alunos em sala de
aula, através de atividades que requerem a compreensão e aplicação dos conceitos
apresentados e depois explicação aos colegas (CROUCH-MAZUR,2001,p.970).
Diferente da prática usual em que o professor formula questões informais durante a
exposição a alguns alunos da classe, geralmente aqueles já mais motivados, o
processo mais estruturado de questões do PI envolve todos os estudantes, sem
exceção. O professor Eric Mazur adotou a prática em classes grandes, mas outros
instrutores também encontraram bons resultados em salas com poucos alunos.
Uma classe em que se adota a metodologia PI é dividida em uma série de curtas
apresentações, cada uma focada em um ponto principal e seguida de uma pergunta
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conceitual correspondente, chamada de ConcepTest (Teste conceitual), para
comprovar o entendimento dos alunos. Estes possuem então alguns minutos para
responder individualmente e reportá-la ao instrutor. Em seguida, certo tempo é
disponibilizado para que os estudantes conversem entre si, e tentem se convencer
da resposta correta imaginada, com argumentos baseados no que se aprendeu em
sala de aula. Durante a discussão, que dura de 2 a 4 minutos, o instrutor circula pela
classe ouvindo a argumentação. Após o período estipulado, o professor pede a
resposta para a mesma pergunta, que pode ter sido alterada após a conversa com os
colegas, faz a explicação da resposta correta e continua a aula com o próximo tópico
(CROUCH,MAZUR,2001, p. 970).
Segundo CROUCH e MAZUR (2001), é importante saber que os alunos não são
avaliados por essas respostas do teste conceitual, mas a participação ao longo do
semestre conta como presença nas aulas.
Uma atividade essencial para a eficiência da metodologia é a preparação dos
estudantes antes do início da aula, através da leitura prévia do material
disponibilizado pelo professor, por permitir mais tempo de aula voltado para a
aplicação dos testes de conceito. Aprender com a leitura consiste em importante
habilidade aos estudantes, por proporcionar liberdade e autonomia no processo de
ensino, não apenas no período universitário, mas para o resto da vida profissional
(CROUCH,MAZUR,2001, p. 970).
O artigo publicado pelos professores Eric Mazur e Catherine Crouch, de 2001,
demonstra a eficiência da metodologia PI, que se iniciou em 1993, sendo aprimorada
a cada ano. O resultado após 7 anos foi satisfatório, por refletir o melhor
desempenho dos alunos que tiveram esse modo de aprendizado quando comparado
ao ensino tradicional.
Segundo os professores, o teste de conceito também teve um desempenho muito
favorável no processo de aprendizagem. Todas as respostas durante o semestre
foram analisadas, verificando-se que após o tempo de discussão, o número de
alunos que apresenta a resposta correta aumenta consideravelmente, desde que a
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porcentagem de acerto inicial esteja entre 35% e 70%, deixando claro a importância
do estudo prévio por parte dos alunos. Ademais, há um número expressivo de
mudança de respostas erradas para corretas após a conversa entre os colegas de
classe, conforme indicado na figura 1. (CROUCH,MAZUR,2001, p.972).
Figura 1 Answers given to all ConcepTests discussed in Fall 1997
A leitura prévia possibilita o foco do professor nos conceitos mais importantes e
complicados, adotando exemplos diversos dos já apresentados no estudo individual,
de forma a abordar o tema completo, fazendo os estudantes assimilarem o conceito.
Algumas formas de incentivo foram inicialmente adotadas sem muito êxito:
pequenos formulários (quizzes) ou relatórios curtos sobre o tema proposto. A partir
de 1998, foram introduzidas três perguntas em meio digital que deveriam ser
entregues antes do começo da aula: duas referentes a alguns conceitos presentes na
leitura solicitada e a terceira consistia em uma opinião a respeito da leitura: “What
did you find difficult or confusing about the reading? If nothing was difficult or
confusing, tell us what you found most interesting. Please, be as specific as
possible.”(MAZUR,CROUCH,2001n p. 973) “O que você achou difícil ou confuso na
leitura? Caso nada tenha sido difícil ou confuso, conte o que você considerou mais
interessante a respeito da leitura. Por favor, seja o mais específico possível”
(tradução livre da autora).
Conhecendo essas respostas, o professor pode se preparar adequadamente, ao
saber as fraquezas do conhecimento de seus alunos.
Segundo CROUCH e MAZUR, o sucesso da metodologia depende da aplicação de um
teste de conceito apropriado. Esse teste, disponibilizado aos alunos antes da aula,
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deve dar a possibilidade deles explorarem importantes conceitos, e não testar a
inteligência ou memória, expondo assim as dificuldades comuns enfrentadas pelos
estudantes.
3_Experiência da UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, unidade
de Lorena
"Pensar o aluno como sujeito de sua própria educação significa entender o professor
como mediador". (PINTO, 2013. P.8)
Foi criado um Núcleo de Assessoria Pedagógica (NAP) e o Laboratório de
Metodologias Inovadoras, na UNISAL de Lorena que organizou um mapeamento
sobre o estudantes, a fim de conhecê-los melhor, para analisar a implementação da
metologia “Peer Instruction” proposto pelo professor Eric Mazur (física em Harvard)
em disciplinas de ciências humanas.
A principal diferença que permitiu maior participação em aula foi o incentivo à
leitura prévia, promovendo melhora visível na aprendizagem.
GRAFICO
Figura 2
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"Assim, é foco do projeto do Laboratório de Metodologias Inovadoras considerar o
aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem. Também, entendê-lo como
sujeito inacabado e que, como ser humano, deve construir-se, e só pode fazê-lo, de
dentro para fora, ou seja, entendendo que a educação, de forma geral, é produção
de si próprio e implica tempo e atividade. E, para haver atividade, o aluno precisa
mobilizar-se." (PINTO, 2013. P.7)
Nas metodologias ativas o mais importante é mobilizar-se. Mobilizar-se é pôr
recursos em movimento; mobilizar-se é também fazer uso de si próprio como
recurso. E, justamente, partindo dessa hipótese, propõe-se o Laboratório de
Metodologias Inovadoras com a finalidade de mobilizar o aluno, propondo
atividades que, quando os alunos nelas investirem, farão uso de si mesmos como de
um recurso, uma vez que as atividades – e as metodologias que lhes dão suporte
(como é fulcro do presente projeto) – remetem a um valor: o de tornar-se sujeito.
(PINTO, 2013. P.7)
(Ainda não decidi se vou aprofundar este tópico, ou eliminá-lo)
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4_Experiência ESPM: Estilos de aprendizagem
As Universidades ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) de São Paulo,
Rio de Janeiro e do Sul, no Núcleo de Práticas Pedagógicas (NPP), sob a coordenação
da professora Manolita Correia Lima, organizaram um relatório sobre os estilos de
aprendizagem dos seus alunos. O objetivo da instituição consiste em encontrar
recursos pedagógicos capazes de auxiliar os professores na promoção de um
ambiente educacional que favoreça a aprendizagem pela mobilização dos próprios
alunos. “A compreensão das múltiplas formas de se aprender e os reflexos deste
fenômeno sobre a sala de aula instiga estudiosos a investigar e propor alternativas
de como os Professores podem otimizar as experiências orientadas pela e para a
aprendizagem” (LIMA,2014, p. 4). É considerado essencial identificar os estilos de
aprendizagem do seu grupo de alunos para o planejamento das atividades, de modo
a corrigir as deficiências de aprendizagem (REINICKE in LIMA, 2014, p. 5).
Segundo Honey e Munford, em estudo feito na década de 1980, há quatro estilos de
aprendizagem: ativo, pragmático, reflexivo e teórico, identificados a seguir
(LIMA,2014, p. 11):
ATIVO
Gostam de viver novas experiências. Sabem apreciar o aqui e o agora. Ficam felizes quando se
envolvem com novos desafios. Têm a mente aberta, em geral não são céticos e tendem a se
entusiasmar com tudo o que é novo. Agem primeiro e avaliam as consequências depois. Conseguem
desenvolver simultaneamente múltiplas atividades. Lidam com os problemas usando o brainstorming.
Quando perdem a empolgação por uma atividade, procuram outra que lhes proporcionem grande
excitação. Sentem-se desafiados pelas novas experiências, mas entendiam-se com a implementação
ou a consolidação, caso essas etapas do processo envolvam muito tempo. São gregários, buscam
atuar com outras pessoas e se envolvem com os assuntos delas, no entanto, centram ao seu redor
todas as atividades. São criativos, têm paixão por aventura, são inventivos, inovadores,
comunicativos, líderes, entusiasmados, divertidos, participativos, protagonistas, gostam de aprender e
solucionar problemas.
PRAGMÁTICO
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Gostam de testar teorias, metodologias, modelos e técnicas visando entender e examinar o seu
funcionamento. Buscam novas ideias para serem aplicadas. Ao concluir determinado curso, têm
inúmeras ideias e mal podem esperar para implementá-las. Gostam de dar andamento a situações,
agem com rapidez e confiança quando estão atraídos por novo projeto. Tendem a revelar alguma
impaciência em discussões longas, prolixas e inconclusas. São essencialmente práticos, realistas,
gostam de tomar decisões e resolver problemas com objetividade. Encaram problemas e
oportunidades como verdadeiros desafios. Têm uma alma de técnicos, são ágeis, decididos, objetivos,
organizados e gostam de aplicar o que aprenderam solucionando problemas.
REFLEXIVO
Distanciam-se para observar e refletir sobre as experiências a partir de diferentes perspectivas.
Coletam dados e refletem sobre eles, antes de formular e propor alguma conclusão. Para eles, o
processo de coleta de dados e informação é o mais interessante e por isto tendem a adiar a
elaboração de conclusões. São cautelosos, ponderados, analisam diversos ângulos e respectivas
implicações, antes de tomarem alguma atitude. Em reuniões ou em ambientes de discussão sentam-se
no fundo para ter visão de conjunto. Gostam de observar as pessoas agindo. Ouvem atentamente aos
outros e compreendem o que está sendo discutido antes de se pronunciar. São discretos, tolerantes,
serenos e mantêm um ar levemente distante. Quando agem, consideram o quadro geral, o passado,
presente, as observações de terceiros, assim como as suas. São conscientes, ponderados, receptivos,
pacientes, cuidadosos, detalhistas, prudentes, registrador de dados, investigativo.
TEÓRICO
Adaptam e integram observações teóricas complexas de forma lógica. Raciocinam de modo lógico,
linear e por etapas. Conseguem relacionar fatos aparentemente desconexos para a maioria, formando
constructos teóricos coerentes. Tendem a ser perfeccionistas e não descansam até que as coisas
estejam em ordem e façam sentido dentro de um esquema racional. Gostam de analisar e sintetizar.
Interessam-se por pressupostos básicos, princípios, teorias, modelos e pensamentos sistêmicos.
Prezam a racionalidade e a lógica. Buscam o sentido das coisas e como elas se relacionam. Tendem a
ser analíticos e a se dedicarem à objetividade racional ao invés da subjetividade e ambiguidade.
Abordam problemas sempre de forma lógica. Buscam certezas e sentem-se desconfortáveis com
julgamentos subjetivos, divagações. São disciplinados, sistemáticos, sintéticos, metódicos, críticos, não
trabalham sem planejamento e cronograma.
No começo dos anos 1990, a professora Catalina Alonso, com o objetivo de colher
dados para ajudar o processo de ensino e aprendizagem, organizou o questionário
Honey e Alonso sobre estilos de aprendizagem, adaptado do Learning Styles
Questionaire (LSQ) (LIMA,2014, p. 13). Este é composto por 80 questões assertivas,
em que o respondente deve ponderar se concorda ou não com as afirmações, sendo
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que cada um dos quatros estilos de aprendizagem – ativo, reflexivo, teórico e
pragmático – é explorado por 20 questões, conforme distribuição exemplificada na
tabela 1.
Para a identificação do grau de preferência dos estilos de aprendizagem, Alonso,
Gallego e Honey (1997) utilizam os cinco níveis revelados na tabela 2, referente à
quantidade de afirmações acordadas, divididos em muito alto, alto, moderado,
baixo e muito baixo.
Tabela 1: Questões referentes aos estilos de aprendizagem
ATIVO REFLEXIVO TEÓRICO PRAGMÁTICO
3 10 2 1
5 16 4 8
7 18 6 12
9 19 11 14
13 28 15 22
20 31 17 24
26 32 21 30
27 34 23 38
35 36 25 40
37 39 29 47
41 42 33 52
43 44 45 53
46 49 50 56
48 55 54 57
51 58 60 59
61 63 64 62
67 65 66 68
74 69 71 72
75 70 78 73
77 79 80 76
Fonte: Alonso, Gallego e Honey (1997) in LIMA,2014, p.13
Tabela 2: Escala de preferência de estilos de aprendizagem
Estilos de aprendizagem 10% 20% 40% 20% 10%
Muito Baixa Baixa Moderada Alta Muito Alta
ATIVO 0-6 7-8 9-12 13-14 15-20
PRAGMÁTICO 0-8 9-10 11-13 14-15 16-20
REFLEXIVO 0-10 11-13 14-17 18-19 20
TEÓRICO 0-6 7-9 10-13 14-15 16-20
Fonte: Alonso, Gallego e Honey (1997) in LIMA,2014, p.14
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Cada estudante possui preferências por determinados tipos de aprendizagem e pelas
respectivas estratégias de ensino. Segundo Felder e Silverman (1988) referenciados
no relatório da ESPM (LIMA,2014, p. 21), há alunos que preferem aprender
utilizando recursos visuais de informação, enquanto outros gostam de formatos
verbais, com ajuda da escrita, e outros ainda que trabalham melhor individualmente.
Assim é justificado a importância dos professores conhecerem os alunos da sala de
aula, identificando as forças e fraquezas predominantes, para responder de maneira
efetiva aos desafios da aprendizagem, possibilitando o ensino com mais agilidade e
prazer (Revilla in LIMA, 2014,p.21).
É importante salientar, que o objetivo não é imprimir um rótulo estático a cada
indivíduo, e sim identificar a predominância na forma que o estudante aprende, o
que pode ser uma informação interessante para o professor na elaboração das
estratégias de trabalho docente mais adequadas (LIMA, 2014,p.23).
4.1_ANÁLISE - ESPM
O questionário foi aplicado aos estudantes da ESPM de SP, RJ e do Sul, obtendo no
total 821 respostas de 10266 estudantes, sendo 478 do curso de graduação e 343 da
pós-graduação latu senso, contando com estudantes de Comunicação,
Administração, Relações Internacionais, Design e Jornalismo, representando 8% de
adesão ao formulário.
No caso do questionário aplicado aos estudantes da ESPM, o estilo que prevalece é o
pragmático, enquanto o que possui menor índice é o reflexivo. A análise seguinte
uniu os indivíduos que apresentam alta preferência (faixas muito alta e alta),
comparando com as demais faixas da escala, ou seja, àqueles que não se enquadram
no perfil (moderada, baixa e muito baixa). Pode-se perceber que 85% dos estudantes
não se enquadram no estilo reflexivo.
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Foi possível afirmar na pesquisa realizada que existe uma relação entre a alta
preferência pelo estilo pragmático e a preferência pelos estilos teórico e ativo.
Foi identificado também, que dos 821 estudantes que responderam ao
questionário, apenas 19 (2,3%) manifestaram alta preferência pelos quatro estilos
de aprendizagem, e 259 (31,5%) possuem pelo menos dois estilos de aprendizagem
em alta preferência, combinando geralmente o estilo pragmático com o teórico ou
ativo.
Gráfico 1 - Escala de preferência dos estilos de aprendizagem (LIMA, 2014,p.27).
Gráfico 2 - Estilos de aprendizagem em alta preferência e outras faixas (LIMA, 2014,p.28).
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Após essa análise inicial a respeito dos resultados gerais da pesquisa, foi realizada a
análise de dados detalhados de acordo com as variáveis identificadas, a exemplo do
gênero, curso, trabalho remunerado, entre outros.
4-2_ Índice de Equilíbrio dos Estilos de Aprendizagem (IEEA)
A equipe do Núcleo de Práticas Pedagógicas da ESPM (NPP) desenvolveu um índice
capaz de comparar os resultados, proporcionando a elaboração de metas a serem
alcançadas ao longo do tempo. Considerando que o ideal seria o equilíbrio entre os
quatros estilos de aprendizagem, o índice reflete a síntese dos resultados em uma
escala de 0 a 1, sendo "1" a condição de alta preferência por todos os estilos de
aprendizagem de todos os estudantes e "0" a situação onde nenhum estudante
apresenta qualquer preferência por algum estilo. Esse índice leva em consideração o
peso e a distribuição percentual de cada estilo de aprendizagem no grupo estudado
e é demonstrado na fórmula abaixo:
No caso da ESPM, o valor do IEEA corresponde a 0,402, ou seja, o grau de equilíbrio
entre as preferências dos estilos de aprendizagem representa menos da metade do
ideal.
4-3_ Resultado - ESPM
Como revelado anteriormente que o estilo de cada um não deve ser adotado como
um rótulo estático, o mesmo deve ocorrer com relação às estratégias de trabalho
docente. O que se traduz, a partir do resultado geral dos estilos de aprendizagem,
são alternativas das estratégias de ensino, com intuito de contribuir para a
aprendizagem.
Figura 3 - Fórmula do IEEA (LIMA, 2014,p.44).
Figura 4 - Fórmula do IEEA da ESPM (LIMA, 2014,p.45).
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"Assim sendo, levar em conta os estilos de aprendizagem dos Estudantes, pode tanto
auxiliar na escolha de estratégias de trabalho mais adequadas ao perfil deles, quanto
pode auxiliar o próprio Estudante, individualmente, no que concerne a utilização de
estratégias de aprendizagem ajustadas ao seu estilo predominante, sem
desconsiderar a possibilidade de desenvolver os estilos que ainda se manifestam de
forma pouco pronunciada." (LIMA, 2014,p.46).
Segue abaixo a figura 5, com a distribuição de diferentes tipos de atividades de
acordo com os estilos e na seqüência, a descrição das estratégias de trabalho
docente, presente no relátorio coordenado pela Manolita Correia Lima.
No caso da ESPM, pode-se observar a proporção desfavorável do estilo reflexivo,
muito baixo quando comparado aos demais estilos. Um desafio existente quanto a
esse dado consiste na elevação percentual de alta preferência por esse estilo,
Figura 5 - Estilos de Aprendizagem às Estratégias do Trabalho Docente (LIMA, 2014,p.47).
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considerando que a reflexão é uma etapa fundamental da aprendizagem, sem a qual
o ciclo de aprendizagem de Kolb (1984) (figura 4) não se completa.
"Uma vez que os Estudantes aprendem de forma diferente, em velocidade e intensidade
diversas, torna-se pertinente questionar a importância de se diversificar as estratégias de
trabalho exploradas pelos Professores no intuito de isso influir sobre a aprendizagem
desejada. A diversificação das estratégias pode contemplar mais de um estilo de
aprendizagem e promover o equilíbrio entre as preferências no que concerne aos quatro
estilos investigados." (LIMA, 2014,p.53).
Figura 6 - Ciclo de aprendizagem (LIMA, 2014,p.52).
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Tabelas abaixo - Fonte: (LIMA, 2014,p.48)
ESTILO ATIVO
1 Gostam de viver novas experiências. 2 Apreciam o aqui e o agora. 3 Ficam felizes quando se envolvem com novos projetos. 4 Têm a mente aberta, entusiasmam-se com novidades. 5 Agem primeiro e avaliam as consequências depois. 6 Realizam múltiplas atividades. 7 Lidam com os problemas usando o branstorming. 8 Quando perdem a empolgação por uma atividade, procuram outra que lhes proporcionem grande excitação. 9 São desafiados pelas novas experiências, mas entendiam-se com a implementação ou a consolidação, caso essa tarefa envolva muito tempo. 10 São gregários, buscam atuar com outras pessoas, no entanto, centram ao seu redor todas as atividades. 11 São criativos, têm paixão por aventura, são inventivos, inovadores, comunicativos, líderes, entusiasmados, divertidos, participativos, gostam de aprender e solucionar problemas .
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)
Individual ou coletivamente, os estudantes investigam temas de interesse, envolvendo atividades desafiadoras e autênticas, realizadas com suporte de um método, proporcionando a aprendizagem significativa, capaz de colaborar para a autonomia e a criatividade dos participantes na medida em que há efetivo esforço autoral. Os estudantes buscam soluções para temas não triviais explorando recursos como a formulação e o refinamento de questões, debates, predições, elaboração de planos e experimentos, coleta e análise de dados, desenvolvimento de conclusões, comunicação de ideias e achados ao público, e criação de artefatos que podem ser escritos, desenhados, representações tridimensionais, vídeos, fotografias e apresentações baseadas em tecnologia (BLUMEMFELD et al, 1991). Oficina (laboratório ou workshop)
Estratégia pela qual um pequeno número de pessoas, entre 15 a 20, com interesses convergentes reúnem-se com o objetivo de estudar para ampliar e aprofundar o conhecimento de determinado tema, sob a orientação de um especialista, mas baseada numa relação horizontal entre os participantes. Nesta estratégia são empregados recursos como músicas, textos,observações diretas, vídeos, pesquisa de campo, experiências práticas, entre outros. Possibilita o aprender a fazer melhor algo, mediante a aplicação de conceitos e conhecimentos previamente adquiridos. Ao final, os participantes materializam suas produções (ANASTASIOU; ALVES, 2004). Lista de discussão por meio informatizado
Promoção de debate a distância sobre um tema/problema previamente estudado, mas que haja interesse em aprofundá-lo por meio eletrônico. Esta estratégia estimula a continuidade dos debates iniciados em sala de aula e permitem a interação dos estudantes e a manifestação de suas ideias, cabendo ao professor acompanhar o processo estabelecendo algumas regras como a definição dos objetivos da discussão, das responsabilidades de cada participante, do início e fim de cada discussão etc. Para tanto, encoraja-se a participação ativa dos estudantes e ao final, é importante que seja realizada uma sumarização dos pontos discutidos (GIL, 2011, ANASTASIOU; ALVES, 2004). Estudo dirigido
Com o acompanhamento do professor e com um roteiro por ele elaborado, os estudantes realizam atividades intelectuais orientadas à aprendizagem de conteúdos e para o desenvolvimento de múltiplas habilidades (identificar, selecionar, comparar, experimentar, analisar, concluir, solucionar problemas, por exemplo), sempre respeitando o estilo e o ritmo de aprendizagem dos estudantes. O professor atua como orientador e facilitador da aprendizagem, e o estudante desenvolve habilidades e seus próprios hábitos de trabalho de maneira independente e criativa para que eles sejam empregados em situações futuras (OKANE; TAKAHASHI, 2006, ANASTASIOU; ALVES,2004, LIBÂNEO, 1994).
Tabela 3
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ESTILO REFLEXIVO
1 Distanciam-se para observar e refletir sobre as experiências a partir de diferentes perspectivas. 2 Coletam dados e refletem sobre eles, antes de formular e propor alguma conclusão. 3 Entendem que o processo de coleta de dados é o mais interessante, por isto tendem a adiar a elaboração de conclusões. 4 São cautelosos, ponderados, analisam diversos ângulos e respectivas implicações, antes de tomarem alguma atitude. 5 Em ambientes de discussão sentam-se no fundo para ter visão de conjunto. 6 Gostam de observar as pessoas agindo. Ouvem atentamente aos outros e compreendem o que está sendo discutido antes de se pronunciar. 7 São discretos, tolerantes, serenos e mantém um ar levemente distante. 8 Quando agem, consideram o quadro geral, o passado, presente, as observações de terceiros, assim como as suas. 9 São conscientes, ponderados, receptivos, recompiladores, pacientes, cuidadosos, detalhistas, prudentes, investigativos.
Aula expositiva
Exposição do conteúdo programado, realizada pelo professor da disciplina, com o suporte de anotações na lousa ou uso de slides. Na esfera desta estratégia, o professor verbaliza o que sabe. A aula expositiva pode assumir diversos contornos e revelar um potencial transformador. Assim, a forma como o professor se expressa, no sentido da clareza e na forma como compartilha os objetivos do trabalho, pode mobilizar os estudantes a interagir e compartilhar seus conhecimentos, dúvidas etc. (FREITAS, 2008).
Aula expositiva dialogada
Exposição do conteúdo programado, realizada pelo professor da disciplina, com o suporte de anotações na lousa ou uso de slides, promovendo a participação ativa dos estudantes. Nesta perspectiva, o professor cria as condições para os estudantes questionarem, interpretarem e discutirem o conteúdo em pauta, a partir do reconhecimento e do estabelecimento de paralelos com a realidade. (ANASTASIOU; ALVES, 2004). A aula expositiva dialógica estabelece outro significado para a relação entre o professor e estudante ao instituir o diálogo como mediador do trabalho em sala de aula, uma vez que a discussão torna-se estratégica para o estudante confrontar suas ideias com os pensamentos de seus interlocutores (professor, colegas, autores e textos de referência, atividades práticas etc.). O objetivo é aprofundar os conhecimentos que o estudante já possui no âmbito do tema abordado (LIMA; FREITAS, 2008).
Fórum
Trata-se de uma reunião na qual todos os participantes do grupo têm a oportunidade de colaborar no debate de um problema previamente formulado. Sob esta perspectiva, a participação neste espaço pressupõe preparo, via de regra, resultante de leituras adequadas, achados de pesquisas já realizadas, resgates ao background do próprio participante, entre outras. Esta estratégia promove a organização do pensamento do estudante e colabora para a sua ampliação na medida em que ele é associado a outras fontes de dados. A apropriação do espaço de discussões e reflexões, na perspectiva do fórum gera colaborações, ideias. É uma oportunidade para valorizar o conhecimento balizado no ambiente cujas condições favorecem a expressão de opiniões pessoais, tanto quanto a discussão das mesmas, minimizando o acúmulo de debates improfícuos, destituídos de solidez teórica (OLIVEIRA, 2005). Grupo de verbalização e de observação
Sob a coordenação de um professor, o Grupo de Verbalização (GV) e o Grupo de Observação (GO) são formados para aprofundar a análise de um tema/problema. É uma estratégia aplicada com sucesso ao longo do processo de construção do conhecimento, considerando que requer leituras e estudos preliminares, ou seja, um contato inicial com o tema (ANASTASIOU; ALVES, 2004). A partir da divisão da classe em dois grupos, o GV assume a função de discutir o tema, previamente preparado. Apenas o GV fala e discute durante um tempo determinado pelo professor, sendo necessário o engajamento de todos os participantes. Já a função do GO constitui-se em observar o trabalho do GV, realizando a avaliação do desenvolvimento da discussão e o comportamento do grupo.
Tabela 4
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ESTILO PRAGMÁTICO
1 Gostam de testar ideias, teorias e técnicas para examinar o seu funcionamento. 2 Buscam novas ideias para serem aplicadas. 3 Ao concluir um curso têm inúmeras ideias e mal podem esperar para implementá-las. 4 Gostam de dar andamento a situações, agem com rapidez e confiança quando estão atraídos por uma nova ideia. 5 Tendem a mostrar impaciência em discussões longas, prolixas e inconclusas. 6 São essencialmente práticos, realistas, gostam de tomar decisões e resolver problemas com objetividade. 7 Encaram problemas e oportunidades como desafios. 8 Têm uma alma de técnicos, são ágeis, decididos, objetivos, organizados e gostam de aplicar o que aprenderam solucionado problemas.
Estudo do meio (ou práticas vivenciais)
Técnica de ensino interdisciplinar que promove o contato direto (vivenciado) dos estudantes com o fenômeno da realidade que se deseja estudar e produzir novos conhecimentos – a exemplo de visitas técnicas. No âmbito desta estratégia, são criadas as condições para o contato com a realidade, um meio qualquer, rural ou urbano, que se decida estudar. Esta estratégia visa a imersão orientada na complexidade de um determinado assunto, o estabelecimento de diálogos inteligentes com o mundo, cujo objetivo constitui-se em produzir novos conhecimentos. (ANASTASIOU; ALVES, 2004; LOPES; PONTUSCHKA, 2009). Método de análise e solução de problemas (MASP)
Método de caráter prescritivo, racional, estruturado e sistemático para o desenvolvimento de um processo de melhoria e manutenção no ambiente organizacional, cujo objetivo reside em encontrar soluções para problemas previamente formulados, de maneira científica e efetiva, permitindo que o sujeito se capacite para resolver os problemas específicos que estejam sob a sua responsabilidade (COLENGUI, 2007). Jogo de empresa (ou simulação empresarial)
Leva-se em conta a existência de um sistema organizacional simulado, onde os estudantes são convidados a participar como tomadores de decisão, ao assumirem o papel de administradores de empresa. Neste sentido, os estudantes tornam-se agentes do processo, desenvolvendo habilidades na tomada de decisões no nível administrativo. Por esta trilha, eles podem experimentar ações interligadas em ambientes de incerteza; tomando decisões de caráter estratégico e tático no que concerne ao gerenciamento de recursos materiais ou humanos da empresa (MARION; MARION, 2006). Casos para ensino
Reconstrução de uma situação real em que os estudantes são munidos de dados e informações capazes de subsidiar exercícios que evoluem da análise para a discussão em grupo, e formulação de soluções para o problema proposto. Esta estratégia baseia-se na apresentação de circunstâncias factíveis (verídicas) em que os estudantes são conduzidos à desenvolver exercícios de reflexão sobre a conjuntura estudada. Nessa estratégia de ensino primeiramente é apresentado um problema, na sequência ele será analisado e, em algumas situações, ele será resolvido (IKEDA et al., 2006).
Tabela 5
19
ESTILO TEÓRICO
1 Adaptam e integram observações teóricas de forma lógica. 2 Raciocinam de modo lógico, linear e por etapas. Conseguem relacionar fatos aparentemente desconexos, formando constructos teóricos coerentes. 3 São perfeccionistas e não descansam até que as coisas estejam em ordem e façam sentido em um esquema racional. 4 Interessam-se por pressupostos, princípios, teorias, modelos e pensamentos sistêmicos. 5 Prezam a racionalidade e a lógica. Tendem a ser analíticos e racionais. 6 Abordam problemas sempre de forma lógica. Sentem-se desconfortáveis com julgamentos subjetivos e divagações. 7 São disciplinados, sistemáticos, metódicos, críticos, não trabalham sem planejamento e cronograma.
Workshop
Trata-se de uma reunião em que os participantes – estudantes e professores – têm interesse por determinado tema e por isso mesmo se preparam para discuti-lo analiticamente. Este tipo de encontro cria condições para aprender a fazer melhor algo, considerando a aplicação de conceitos e conhecimentos previamente adquiridos. (ANASTASIOU; ALVES, 2004). Ensino com pesquisa
Utilização de procedimentos típicos do método científico para promover a construção ou a reconstrução do conhecimento a partir de um tema de interesse. Na perspectiva de um exercício autoral, o estudante terá a oportunidade de organizar os materiais, coletar dados, relacionar fatores e ainda produzir um relatório com os achados da investigação. O emprego desta estratégia proporciona o desenvolvimento de competências mais amplas tendo vista que o estudante necessitará trabalhar com fontes de dados e desenvolver competências para interpretá-los, ampliando seu vocabulário e conhecimento (MASSETO, 2003). Estudo de texto
Estudo de um tema/problema desenvolvido por um ou mais autores na perspectiva de uma leitura dialogada dos textos lidos. A partir das ideias propostas pelos autores lidos realiza-se o estudo crítico das proposições (ANASTASIOU; ALVES, 2004). O desenvolvimento de resumos e resenhas a partir dos textos estudados pressupõe interpretação, organização, identificação de objetivos, capacidade de síntese e de produção escrita (DIAS, 2008). Orientação
Estratégia de ensino em que o professor acompanha os estudantes de forma sistemática e colabora no plano técnico, teórico ou metodológico para a superação das dificuldades que eles enfrentam no curso do processo de aprendizagem. A apropriação desta estratégia valoriza a ideia de educar pela pesquisa onde o docente assume o papel de orientador caracterizando-se como alguém que pode mobilizar o estudante a produzir de forma autoral (ANASTASIOU; ALVES, 2004; DEMO, 1994).
Tabela 6
20
5_ Estudo de Caso - Escola da Cidade
A aplicação do questionário foi realizada pelo Formulários Google, nos meses de
novembro e dezembro de 2015. Foi enviado um email a todos os 281 estudantes
com o pedido da participação da pesquisa feita na pós-graduação AES - Arquitetura.
Educação e Sociedade.
A distribuição dos alunos da Escola da Cidade de acordo com o ano letivo é descrito
na tabela a seguir:
Tabela 7 - Distribuição dos alunos em cada ano
1º 56
2º 56
3º 47
4º 41
5º 52
6º 29
TOTAL 281
Gráfico 3 - Distribuição dos alunos em cada ano
Do total de 281 alunos, 98 responderam ao questionário, representando 35%. Dos
respondentes, 73 são do gênero feminino e 25 do gênero masculino.
Considerando o número total, houve participação de 41% das meninas, contra os
apenas 24% dos meninos.
20%
20%
17%
14%
19%
10%
21
Tabela 8 - Relação dos respondentes e não respondentes por gênero
GÊNERO RESPONDENTES TOTAL PORCENTAGEM
FEMININO 73 176 41%
MASCULINO 25 105 24%
TOTAL 98 281 35%
Tabela 9 - Relação dos respondentes por ano
ANO RESPONDENTES TOTAL PORCENTAGEM
1º 13 56 23%
2º 21 56 38%
3º 13 47 28%
4º 16 41 39%
5º 24 52 46%
6º 11 29 38%
TOTAL 98 281 35%
Gráfico 4 - Relação dos respondentes por ano
Gráfico 5- Distribuição dos respondentes por ano
13%
22%
13% 16%
25%
11% 1ª metade do curso (1º ao 3º ano) - 48% 2ª metade do curso (4º ao 6º ano) - 52%
22
Pode-se perceber a maior adesão às respostas do formulário dos alunos que se
encontram no 5º ano. Apesar de não estarem presencialmente na Escola nesse
semestre em função da vivência externa, período de estágio nacional ou
internacional, eles foram meus alunos, como professora assistente da matéria
Exercício Único, na área de Tecnologia. Acredito que o convívio ao longo do
semestre tenha contribuído para a maior participação dos alunos nesse trabalho.
Tabela 10 - Relação dos respondentes quanto ao estágio
ESTÁGIO
SIM 37
NÃO 61
TOTAL 98
Gráfico 6 - Distribuição dos respondentes quanto ao estágio por período do curso
Tabela 11- Relação dos respondentes que moram ou não com os pais
MORA COM OS PAIS
SIM 76
NÃO 22
TOTAL 98
23
Gráfico 7 - Distribuição dos respondentes que moram ou não com os pais
5-1 Estilos de Aprendizagem dos estudantes de arquitetura da Escola da Cidade
A partir da análise das respostas dos formulários, foi possível identificar a escala de
preferência dos estilos de aprendizagem dos estudantes respondentes.
Gráfico 8 - Escala de preferência dos estilos de aprendizagem
78%
22%
24
Observa-se no gráfico 8 características interessantes dos alunos da Escola quanto à
escala de preferência de cada estilo. Há uma parcela significativa de alunos nas
faixas "alta " e "muito alta" do estilo "ativo", com o alcance de 41%, enquanto os
demais estilos possuem quantidades semelhantes nessas mesmas faixas (entre 19%
e 29%), com uma observação interessante: não há estudantes com a preferência
"muito alta" no estilo pragmático. Este último estilo possui característica
importante, pois representa nas preferências "baixa" e "muito baixa" somadas 42%
dos alunos. Em segundo lugar de menor preferência está o estilo reflexivo com 27%,
em seguida o teórico com 16%, sendo o estilo ativo o que possui menor índice,
apenas 11%.
Desse modo, considerando o grupo de respondentes da Escola da Cidade, podemos
afirmar que o estilo prevalecente é o ativo, enquanto o que menos se destaca é o
pragmático, de maneira significativa. Assim, considerando uma primeira conclusão,
semelhante ao que se colocou na pesquisa realizada com os estudantes da ESPM, o
primeiro desafio da faculdade consiste no aumento da proporção de alunos nas
faixas mais elevadas do estilo pragmático.
No gráfico 9, clarifica-se a distribuição dos alunos com alta preferência por
determinado estilo, o que significa na escala utilizada, os dados com "alta" e "muito
alta" preferência.
Gráfico 9 - Estilos de aprendizagem em alta preferência e em outras faixas
25
Do mesmo modo, o gráfico 10 representa a baixa preferência e as outras faixas,
somando-se as preferências "baixa" e "muito baixa".
Gráfico 10 - Estilos de aprendizagem em baixa preferência e em outras faixas
Além disso é possível fazer correlações quanto aos estudantes que possuem alta
preferência por mais de um estilo de aprendizagem. Há uma correlação entre o
alunos que possuem alta preferência pelos estilos ativo, pragmático e teórico.
Conforme a tabela 12 abaixo, dos 41 alunos com alta preferência do estilo ativo,
27% também possui alta preferência pelo estilo teórico e outros 27%, pelo estilo
26
pragmático. Outro número que se destaca se refere ao estilo pragmático, pois 46%
destes estudantes também possuem preferência pelo estilo ativo e 50% ao estilo
teórico.
Dos 98 alunos que participaram da pesquisa, nenhum possui alta preferência pelos 4
estilos, apenas 8 possuem alta preferência por 3 estilos, 23 por 2 estilos (duplas
entre os estilos pragmático, ativo e teórico), 43 por 1 estilo e 24 por nenhum estilo
(ver tabela 13).
27
Tabela 12 Distribuição quantitativa de alta preferência pelos outros estilos de aprendizagem
PRAGMÁTICO ATIVO
ATIVO REFLEXIVO TEÓRICO PRAGMÁTICO REFLEXIVO TEÓRICO
ALTA PREFERÊNCIA 11 4 12 11 3 11
TOTAL 24 24 24 41 41 41
REFLEXIVO TEÓRICO
ATIVO PRAGMÁTICO TEÓRICO ATIVO REFLEXIVO PRAGMÁTICO
ALTA PREFERÊNCIA 3 4 6 11 6 12
TOTAL 19 19 19 29 29 29
Gráfico 11 - Distribuição percentual de alta preferência pelos outros estilos de aprendizagem
28
Tabela 13 Número de estilos em alta preferência de cada estudante
NÚMERO DE ESTILOS EM ALTA PREFERÊNCIA
0 24
1 43
2 23
3 8
4 0
TOTAL 98
Gráfico 12 - Distribuição do número de estilos em alta preferência dos alunos
Segundo o relatório da ESPM, é interessante conhecer os elementos que mais pesam
na definição da alta preferência dos alunos pelos estilos de aprendizagem.
No bloco de questões do estilo ativo, 5 questões estão acima de 90% de respostas
"sim" (9, 20, 26, 43, 51), enquanto apenas 2 estão com adesão menor de 30% (3,67).
No estilo pragmático, só a resposta da pergunta 52 é positiva, sendo as questões 62,
72 e 76 com percentual baixo. Cinco questões possuem mais de 90% de adesão no
estilo reflexivo (10,36,69,70,79) e apenas a 55 recebeu menos de 30% de escolhas
positivas.No estilo teórico, somente a pergunta 6 recebeu 91%, e as de número 23 e
80 tiveram baixo percentual de respostas "sim".
29
Tabela 14 - Distribuição percentual de respostas em cada estilo de aprendizagem
BLOCO DE QUESTÕES -
ATIVO "SIM"
BLOCO DE QUESTÕES -
PRAGMÁTICO "SIM"
BLOCO DE QUESTÕES - REFLEXIVO
"SIM" BLOCO DE
QUESTÕES - TEÓRICO
"SIM"
26 98% 52 95% 70 98% 6 91%
20 96% 12 82% 69 96% 21 88%
51 94% 22 80% 10 95% 54 86%
43 93% 56 80% 36 94% 71 84%
9 90% 47 74% 79 92% 29 83%
5 80% 14 73% 32 86% 45 77%
41 73% 53 71% 39 86% 17 73%
7 70% 30 70% 18 85% 33 68%
61 59% 40 68% 63 83% 64 67%
77 57% 8 59% 31 81% 78 62%
46 56% 57 59% 28 77% 2 60%
27 54% 1 51% 49 77% 4 55%
13 52% 59 50% 42 76% 66 54%
35 45% 73 48% 34 74% 25 47%
75 42% 38 46% 19 68% 60 46%
74 41% 24 43% 16 60% 11 40%
37 37% 68 33% 44 51% 15 34%
48 30% 62 27% 65 47% 50 33%
67 20% 76 26% 58 39% 80 26%
3 10% 72 14% 55 28% 23 21%
ATIVO
9. Procuro estar atento(a) ao que acontece aqui e agora. (90%)
20. Estimula-me o fato de fazer algo novo e diferente. (96%)
26. Gosto de estar perto de pessoas espontâneas e divertidas. (98%)
43. Apoio ideias novas e espontâneas nos grupos de discussão. (93%)
51. Gosto de buscar novas experiências. (94%)
3. Recorrentemente eu tomo decisões, sem levar em conta as consequências. (10%)
67. Incomoda-me ter que planejar e prever as coisas. (20%)
Busca pelo novo e a espontaneidade são valores de alta preferência pela maioria dos
estudantes, reiterado também pela questão 5 que teve índice de 80% " A
formalidade inibe a atuação espontânea das pessoas." Outro aspecto interessante é
a importância dada ao tempo presente, verificados nas questões 9 e 41 (73%) "É
melhor aproveitar o momento presente do que ficar pensando no passado ou no
30
futuro." Além disso, poucos alunos se incomodam com planejamento, o que é uma
característica importante dos arquitetos.
PRAGMÁTICO
52. Gosto de experimentar e aplicar as coisas. (95%)
62. Desconsidero as ideias originais e espontâneas se não as percebo práticas. (27%)
72. Com o intuito de alcançar o objetivo que pretendo, sou capaz de ferir sentimentos alheios. (14%)
76. Frequentemente as pessoas creem que sou pouco sensível a seus sentimentos. (26%)
Para a maioria dos alunos a experimentação aparece como fundamental, somando
ao fato da maioria se incentivar com ideias originais mesmo que sejam não práticas,
sendo que muitos se interessam em colocar a ideia original em prática (82% na
questão 12)
REFLEXIVO
10. Agrada-me quanto tenho tempo para planejar meu trabalho e realizá-lo com responsabilidade.
(95%)
36. Nas discussões, eu gosto de observar como os outros participantes atuam. (94%)
69. Costumo refletir sobre os assuntos e problemas. (96%)
70. O trabalho bem feito me traz satisfação e orgulho. (98%)
79. Frequentemente, interessa-me saber o que as pessoas pensam. (92%)
55. Prefiro discutir questões concretas do que perder tempo com divagações. (28%)
A preferência
TEÓRICO
6. Interessa-me saber quais são os sistemas de valores dos outros e com que critérios atuam. (91%)
23. Não me agrada envolvimento afetivo no ambiente de trabalho. Prefiro manter relações
profissionais. (21%)
80. Evito temas subjetivos, ambíguos e pouco claros. (26%)
A preferência
31
Em seguida serão analisadas as respostas "sim" com maior grau de adesão por estilo,
ajudando a compreender o que os alunos mais valorizam por estilo, e finalmente
será feita a conclusão do estudo de caso.
32
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO
INFORMAÇÕES GERAIS
GÊNERO ESTÁGIO
Feminino SIM
Masculino NÃO
ANO NA ESCOLA DA CIDADE MORA COM OS PAIS
1º SIM
2º NÃO
3º
4º
5º
QUESTIONÁRIO HONEY-ALONSO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Autores: Catalina Alonso e Domingo Gallego. (LIMA, 2014, p. 59)
Instruções para responder ao questionário: • Este questionário está sendo aplicado para identificar seu estilo preferido de aprendizagem.
• Não existem respostas corretas nem erradas. Será útil na medida que seja sincero(a) em suas respostas.
• Se está mais de acordo do que em desacordo com o item coloque um (+). Se está mais de desacordo do que em acordo com o item coloque um (-).
• O questionário é anônimo.
MAIS MENOS
(+) (-)
1 Tenho fama de dizer o que penso, sem rodeios.
2 Estou seguro(a) do que é bom e do que é mau, do que é certo e errado.
3 Recorrentemente eu tomo decisões, sem levar em conta as consequências.
4 Recorrentemente, eu resolvo os problemas metodicamente.
5 A formalidade inibe a atuação espontânea das pessoas.
6 Interessa-me saber quais são os sistemas de valores dos outros e com que critérios atuam.
7 Penso que agir intuitivamente pode ser sempre tão válido como atuar reflexivamente.
8 Creio que o mais importante é que as coisas funcionem.
33
9 Procuro estar atento(a) ao que acontece aqui e agora.
10
Agrada-me quanto tenho tempo para planejar meu trabalho e realizá-lo com responsabilidade.
11
Espontaneamente, adotei uma alimentação saudável, estudo e faço exercícios regularmente.
12 Quando escuto uma nova ideia, procuro pensar como colocá-la em prática.
13 Prefiro as ideias originais e novas mesmo que não sejam práticas.
14 Ajusto-me às normas quando elas servem para atingir meus objetivos.
15
Recorrentemente, entendo-me bem com pessoas reflexivas, e tenho dificuldade para conviver com pessoas demasiadamente espontâneas e imprevisíveis.
16 Escuto mais do que falo.
17 Prefiro as coisas estruturadas do que as desordenadas.
18
Quanto tenho acesso à informação, trato de interpretá-la bem, antes de manifestar alguma conclusão.
19
Antes de fazer alguma coisa, estudo com cuidado e pondero suas vantagens e inconveniências.
20 Estimula-me o fato de fazer algo novo e diferente.
21
Quase sempre procuro ser coerente com meus critérios e escala de valores. Tenho princípios e os sigo.
22 Em uma discussão, não gosto de rodeios.
23
Não me agrada envolvimento afetivo no ambiente de trabalho. Prefiro manter relações profissionais.
24 Prefiro as pessoas realistas e pragmáticas do que as teóricas.
25 É difícil ser criativo(a) e romper com as estruturas.
26 Gosto de estar perto de pessoas espontâneas e divertidas.
27 Geralmente, expresso abertamente o que sinto.
28 Gosto de analisar detalhadamente as coisas.
29 Incomoda-me o fato de as pessoas não levarem as coisas a sério.
30 Atrai-me poder experimentar e praticar as últimas técnicas e novidades.
34
31 Sou cauteloso(a) na hora de tirar conclusões.
32
Prefiro contar com o maior número possível de fontes de informação.Quanto mais dados tiver reunido para refletir, melhor.
33 Tenho tendência a ser perfeccionista.
34 Prefiro ouvir a opinião dos outros antes de expor a minha.
35 Gosto de levar a vida espontaneamente e não ter que planejá-la.
36 Nas discussões, eu gosto de observar como os outros participantes atuam.
37 Sinto-me incomodado(a) com as pessoas caladas e demasiadamente analíticas.
38 Frequentemente, eu julgo as ideias dos outros, por seu valor prático.
39 Angustio-me quando eu sou obrigado(a) a acelerar muito o trabalho para cumprir um prazo.
40 Nas reuniões, eu apoio as ideias práticas e realistas.
41 É melhor aproveitar o momento presente do que ficar pensando no passado ou no futuro.
42 Incomodam-me as pessoas que sempre desejam apressar as coisas.
43 Apoio ideias novas e espontâneas nos grupos de discussão.
44
As decisões fundamentadas em minuciosas análises são mais seguras do que as baseadas na intuição.
45
Frequentemente, eu identifico as inconsistências e os pontos frágeis nas argumentações dos outros.
46 Geralmente, faz mais sentido transpor as normas do que cumpri-las.
47 Frequentemente, percebo formas melhores e mais práticas de fazer as coisas.
48 No geral, falo mais do que escuto.
49 Prefiro distanciar-me dos fatos e observá-los a partir de outras perspectivas.
50 Estou convencido(a) de que a lógica e a razão devem prevalecer.
51 Gosto de buscar novas experiências.
52 Gosto de experimentar e aplicar as coisas.
35
53 Penso que devemos chegar logo aos elementos chave das questões.
54 Frequentemente, eu procuro chegara conclusões e ideias claras.
55 Prefiro discutir questões concretas do que perder tempo com divagações.
56 Incomodo-me quando dão explicações irrelevantes e incoerentes.
57 Verifico antes se as coisas funcionam realmente.
58 Escrevo várias versões antes da redação final de um trabalho.
59
Sou consciente de que nas discussões eu ajudo a manter os participantes concentrados no tema, evitando divagações.
60
Observo que, nas discussões, com frequência, sou um(a) dos(as) mais objetivos e ponderados.
61 Quando algo vai mal, não dou importância e trato de fazê-lo melhor.
62 Desconsidero as ideias originais e espontâneas se não as percebo práticas.
63 Gosto de analisar diversas alternativas antes de tomas uma decisão.
64 Com frequência, olho adiante para prever o futuro.
65
Nos debates e discussões, eu prefiro desempenhar um papel secundário do que ser o(a) líder ou o(a) que mais participa.
66 Incomodam-me as pessoas que não atuam com lógica.
67 Incomoda-me ter que planejar e prever as coisas.
68 Creio que, em muitos casos, o fim justifica os meios.
69 Costumo refletir sobre os assuntos e problemas.
70 O trabalho bem feito me traz satisfação e orgulho.
71
Diante dos acontecimentos, eu trato de identificar os princípios e teorias em que se baseiam.
72 Com o intuito de alcançar o objetivo que pretendo, sou capaz de ferir sentimentos alheios.
73 Não me importa fazer todo o necessário para que o meu trabalho seja efetivado.
74 Frequentemente, eu sou uma das pessoas que mais anima as festas.
36
75 Frequentemente eu me aborreço com o trabalho metódico e minucioso.
76 Frequentemente as pessoas creem que sou pouco sensível a seus sentimentos.
77 Costumo deixar-me levar por minhas intuições.
78 Nos trabalho de grupo, prefiro respeitar um método, uma sequência lógica.
79 Frequentemente, interessa-me saber o que as pessoas pensam.
80 Evito temas subjetivos, ambíguos e pouco claros.
37
Referências:
CROUCH, Catherine H; MAZUR, Eric. Peer Instruction: Ten years of experience and results. Am. J.
Phys., Vol. 69, No. 9, September 2001. Disponível em:
<http://web.mit.edu/jbelcher/www/TEALref/Crouch_Mazur.pdf>. Acesso em 11 de agosto de 2015.
LIMA, Manolita Correia. Mapeamento dos estilos de aprendizagem dos estudantes da ESPM.
Relatório do Núcleo de Práticas Pedagógicas, 2014. Disponível em: ----------
PINTO, Antonio Sávio da Silva et al. Inovação Didática - Projeto de Reflexão e Aplicação de
Metodologias Ativas de Aprendizagem no Ensino Superior: uma experiência com “peer instruction”,
2012. Disponível em:
<http://www.labmi.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Inova%C3%A7%C3%A3o-Did%C3%A1tica-
Projeto-de-Reflex%C3%A3o-e-Aplica%C3%A7%C3%A3o-de-Metodologias-Ativas-de-Aprendizagem-
no-Ensino-Superior-uma-experi%C3%AAncia-com-%E2%80%9Cpeer-instruction%E2%80%9D.pdf>
Acesso em 11 de agosto de 2015.
PINTO, Antonio Sávio da Silva et al. O Laboratório de Metodologias Inovadoras e sua pesquisa sobre
o uso de metodologias ativas pelos cursos de licenciatura do UNISAL, Lorena, 2013. Disponível em:
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&cad=rja&uact=8&ved=0CD4QFjAE
ahUKEwicy5bZrJ_IAhUBjZAKHaC-B5Q&url=http%3A%2F%2Fwww.labmi.com.br%2Fwp-
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Acesso em 30 de setembro de 2015.