resenha

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Rajagopalan propõe uma reflexão crítica sobre como o fenômeno da designação é utilizado pela mídia quando reportando conflitos internacionais. Com a onipresença dos veículos midiáticos, a ubiqüidade de assuntos propagados pelos mesmos, torna-se suspeita e um tanto óbvia como, por exemplo, o “televisionamento” da Guerra do Golfo por parte da mídia americana citado pelo autor. Suspeito e óbvio, pois para Rajagopalan, nomear a invasão dos Estados Unidos no Iraque de “Operação Tempestade na Areia” é político, e na mesma medida que apaga a divergência de opiniões, incita o discurso de ódio e escraviza o leitor ao apelar para o que há de puramente emocional em seu juízo. Designação é o arsenal da mídia se disfarçar neutra, imparcial em detrimento da ingenuidade dos leitores. O ato de nomear algo é intrínseco ao ser humano, a filosofia se debruça sobre essa questão desde o inicio das suas investigações – Rajagopalan traça o percurso das teorias que se encarregaram de saber como funcionam os nomes, até chegar às teorias de referência diretas ou não mediadas que se preocupam com os nomes em relação com os objetos que descrevem. No jornalismo, o uso dos nomes próprios especificamente, para a narração dos acontecimentos se realiza de tal forma que a tomada de posição é então, concretizada – isto ocorre porque as escolhas lexicais contêm a ideologia de quem os selecionam – o perigo reside no fato de que a mídia usa o sensacionalismo para manipular os

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Resenha apresentada para a disciplina de Produção de Texto I

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Rajagopalan prope uma reflexo crtica sobre como o fenmeno da designao utilizado pela mdia quando reportando conflitos internacionais. Com a onipresena dos veculos miditicos, a ubiqidade de assuntos propagados pelos mesmos, torna-se suspeita e um tanto bvia como, por exemplo, o televisionamento da Guerra do Golfo por parte da mdia americana citado pelo autor. Suspeito e bvio, pois para Rajagopalan, nomear a invaso dos Estados Unidos no Iraque de Operao Tempestade na Areia poltico, e na mesma medida que apaga a divergncia de opinies, incita o discurso de dio e escraviza o leitor ao apelar para o que h de puramente emocional em seu juzo. Designao o arsenal da mdia se disfarar neutra, imparcial em detrimento da ingenuidade dos leitores.O ato de nomear algo intrnseco ao ser humano, a filosofia se debrua sobre essa questo desde o inicio das suas investigaes Rajagopalan traa o percurso das teorias que se encarregaram de saber como funcionam os nomes, at chegar s teorias de referncia diretas ou no mediadas que se preocupam com os nomes em relao com os objetos que descrevem. No jornalismo, o uso dos nomes prprios especificamente, para a narrao dos acontecimentos se realiza de tal forma que a tomada de posio ento, concretizada isto ocorre porque as escolhas lexicais contm a ideologia de quem os selecionam o perigo reside no fato de que a mdia usa o sensacionalismo para manipular os fatos. Ao proclamar que Osama Bin Laden o anticristo em um piscar de olhos, Rajagopalan descreve como sendo a estratgia da mdia de manipulao da opinio pblica atravs da designao.Havendo o pareamento do nome Bin Laden com terrorista, gnio do Mal, que integrante do Eixo do Mal, a situao desprovida de qualquer contestao, resulta tambm na culpabilizao de um nico individuo que de acordo com as estratgias empregadas at ento, acaba representando um continente inteiro.