resenha homilÉtica - da pesquisa ao púlpito
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Resenha do livreo Homilética: da pesquisa ao púlpitoTRANSCRIPT
FACULDADE DE ESTUDOS BÍBLICOS INTERDISCIPLINARES – FEBI
SOCIEDADE DE ESTUDOS BÍBLICOS INTERDISCIPLINARES
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM HERMENÊUTICA
Hermenêutica e Pregação
Prof. Dr. Jilton Moraes
NESIO C. PRADO Jr
HOMILÉTICA: DA PESQUISA AO PÚLPITO
RESENHA DESCRITIVA
BRASÍLIA – DF2015
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2
2 DESENVONVIMENTO..........................................................................................................2
2.1 PARA COMPREENDER A TAREFA..................................................................................2
2.2 ANTES DE TUDO................................................................................................................3
2.3 UMA IDEIA A COMUNICAR.............................................................................................3
2.4 A BASE SÓLIDA DA PREGAÇÃO.....................................................................................3
2.5 CONSIDERE O QUE O TEXTO
DIZ...................................................................................4
2.6 CONTEXTUALIZAÇÃO.....................................................................................................4
2.7 AONDE
CHEGAREMOS.....................................................................................................4
2.8 O MENOR RESUMO...........................................................................................................5
2.9 DIVIDIR BEM PARA PREGAR
MELHOR.........................................................................5
2.10 UMA CASA COM
JANELAS............................................................................................5
2.11 A BOA MENSAGEM FALA AO
OUVINTE.....................................................................6
2.12 É PRECISO CONQUISTAR O
OUVINTE.........................................................................6
2.13 AFINAL, O
FINAL.............................................................................................................7
2.14 ANTES DE ASSOMAR AO
PÚLPITO..............................................................................7
2.15 NO
PÚLPITO......................................................................................................................7
3 CONCLUSÃO.........................................................................................................................8
2
REFERÊNCIA............................................................................................................................9
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo resenhar de forma descritiva o livro “Homilética:
da pesquisa ao púlpito”, do Dr. Jilton Moraes. Sua obra cumpre bem o objetivo pretendido
quando sintetiza o estudo do sermão, mostrando todos os passos que o pregador precisa dar
antes de proclamar sua mensagem no púlpito.
O autor se vale do método Brown, que propõem vários passos para a elaboração do
esboço do sermão, sendo o primeiro deles a busca da interpretação correta do texto e sua
contextualização. Esse método desafia o pregador a elaborar uma pesquisa mais aprofundada
do texto básico, antes de se pensar em título, divisões, introdução e conclusão do sermão.
Tal pesquisa torna-se um trabalho hermenêutico que conduzirá o pregador à
confeccionar sermões textuais e expositivos, bibliocêntricos e contextualizados.
Por esta razão o livro em estudo apresenta-se ferramenta valiosa, mostrando
praticidade ao leitor que deseja aprimorar-se na difícil tarefa de transmitir a verdade bíblica
por sermões.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 PARA COMPRENDER A TAREFA
A homilética, vista sob o prisma de sua fundamentação teórica, é a ciência que se
ocupa com o estudo e a comunicação da Palavra de Deus. Também é definida como a arte da
pregação, pois é concebida de forma artesanal, sendo elaborada passo a passo com elementos
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que formam o sermão. Por esse entendimento, torna-se impossível exercer essa atividade sem
o devido preparo.
Com isso em mente, o apóstolo Paulo foi enfático em orientar Timóteo a se preparar
para o exercício da função a ele confiada – 2Tm 2.15. Os que abraçam essa missão precisam
ter em mente que são porta-vozes do Senhor e que precisam se prepararem para isto. O
pregador precisa ser um estudioso incansável da Palavra de Deus e das técnicas para melhor
comunicá-la. Para isto, ele terá que manter intercâmbio com outras disciplinas que o ajudem
no entendimento e na interpretação do texto. A hermenêutica e a exegese, por exemplo, o
ajudará nisto, contudo outras disciplinas como a antropologia, sociologia, filosofia,
psicologia, também poderão dar sua contribuição.
Entretanto, por mais preparo que tenha, o pregador precisa ser humilde e entender que
sua tarefa não tem a prioridade de agradar a homens, mas a Deus. Não obstante a isto, não lhe
deve faltar amor para com seus ouvintes.
2.2 ANTES DE TUDO
Citado anteriormente, o pregador precisa antes de tudo, compreender o ser humano,
suas necessidades, suas deficiências, seus anseios. E sua missão só será completa se antes do
preparo homilético, ele buscar o preparo espiritual. Seu sermão só será relevante e eficaz se
antes de tudo houver dependência total de Deus.
O barro não determina ao oleiro que tipo de vaso quer ser. Ao barro está a prerrogativa
de ser usado nas mãos do artesão. Do conceito e experiências que o pregador tem com Deus,
resultará o tipo de seus sermões.
A oração é ferramenta indispensável, pois ela estabelece a ponte de comunhão com o
Senhor. É necessário ao pregador, viver no espírito de oração, além é claro, de constante
leitura e meditação sobre a Palavra de Deus.
2.3 UMA IDEIA A COMUNICAR
O pregador precisa ter em mente o ponto de partida de onde se desenvolverá o seu
trabalho. O sermão a ser pregado tem sua origem assim que ocorre a concepção da ideia de
sua mensagem. Portanto essa ideia é a verdade que constitui o ponto de partida e o vínculo de
unidade do sermão.
As ideias podem surgir por meio de livros lidos pelo pregador bem como por fatos
ocorridos no dia-a-dia, mas principalmente pela leitura bíblica donde provém preciosa e
inesgotável fonte de ideias.
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Parte importante desse processo é a organização do pregador no registro de ideias e
mensagens. Ele poderá valer-se de sermões em séries, usar calendário de pregações com
abrangência semestral, trimestral, ou mensal, além de manter um arquivo com todas essas
informações.
2.4 A BASE SÓLIDA DA PREGAÇÃO
Pregação relevante é aquela que tem sua base na Palavra de Deus. Jesus deu início e
continuidade em suas pregações baseando-se n’Ela e o mesmo fizeram os Apóstolos. E ao
comunica-la em seus sermões, o pregador estará usando textos do passado, contextualizando-
os e aplicando-os no momento em que prega, desafiando seus ouvintes a mudarem suas vidas.
Isto equivale dizer que a pregação nesses moldes é a comunicação da Palavra de Deus, com
aplicação para o presente e desafios para o futuro.
Como dito anteriormente, para encontrar textos que lhe sirvam de base para suas
mensagens, o pregador terá se valer da intimidade com o Senhor, buscada pela oração e
leitura de Sua Palavra. Pois para que a Bíblia possa alcançar seus ouvintes, primeiro terá que
alcançar seu coração.
2.5 CONSIDERE O QUE DIZ O TEXTO
Para que a mensagem seja corretamente interpretada e se entenda o significado real do
texto, possibilitando assim sua aplicação pelos ouvintes, o pregador deverá lançar mão da
hermenêutica e da exegese. Esta procura identificar o sentido do texto na intensão de
descobrir o que há por traz dele, enquanto a outra procura desvendar a percepção do sentido
que há diante do texto.
Se o pregador não identificar o sentido que o texto teve no processo remetente-
destinatário (exegese), também não conseguirá compreender o sentido que está diante do texto
(hermenêutica). Desta forma não haverá como contextualizá-lo e aplicá-lo de forma correta.
2.6 CONTEXTUALIZAÇÃO
Se por um lado a correta interpretação se faz necessária para que haja uma boa
pregação, por outro, há que se ter uma correta contextualização, caso contrário não haverá
aplicação da mensagem. Isto porque a contextualização é a ponte entre a mensagem bíblica e
a realidade dos ouvintes. Entre o texto bíblico e eles estão duas épocas e culturas distintas, em
que o pregador deverá construir uma ponte sólida que permita uma clareza para se ver o que
foi e o que é que a mensagem quer ensinar.
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Assim como a ICT – Ideia Central do Texto – tem a responsabilidade de, em poucas
palavras, expressar o entendimento da mensagem (e isto se faz pela interpretação do texto), a
formulação de uma proposição central ou tese, encaminhará ou apontará para uma boa
contextualização.
Pode-se dizer que a contextualização da ideia central do texto (ICT) chama-se tese, e
esta vem para considerar as necessidades dos ouvintes, atualizando o texto bíblico a elas, ou
seja, comunica em poucas palavras sobre o que se deseja dizer na pregação.
2.7 AONDE CHEGAREMOS
Ao encarar a tarefa de trazer ao coração dos ouvintes uma mensagem de Deus, o
pregador precisa ter em mente um propósito claro e objetivo para saber onde quer chegar.
Depois de estar com o texto, ICT e tese definidos, ele terá que estabelecer um
propósito básico e um propósito específico. O primeiro lhe dará o rumo a ser seguido na
mensagem, enquanto o segundo determinará o alvo a ser alcançado.
O primeiro se estabelece considerando as necessidades dos ouvintes, o texto bíblico e
a verdade apresentada na tese. E o segundo sempre será os componentes do primeiro,
descritos em frase na forma de meta ou alvo a ser alcançado.
2.8 O MENOR RESUMO
O menor resumo de tudo quanto o pregador tem a comunicar será um resumo fiel da
tese. Este é o papel do título do sermão. Contudo, é preciso cuidado e não ter pressa na
escolha do título, pois o mesmo não pode prejudicar o fundamento da pesquisa. Isto pode
fazer perder a elaboração da essência do sermão.
O melhor título é aquele que traduz de imediato, a verdade contida no texto. E se for
uma pergunta, deverá ser respondida no corpo do sermão.
O título apresenta inúmeras características, mas uma delas sempre que possível deverá
estar nele: Despertar a atenção dos ouvintes para o assunto da mensagem.
2.9 DIVIDIR BEM PARA PREGAR MELHOR
Alguns pregadores rejeitam a ideia de dividir o sermão em tópicos, porém estabelecer
as divisões no corpo do sermão é uma tarefa muito importante e contribui para torná-lo mais
profundo, objetivo e penetrante.
Um sermão impactante requer argumentação lógica com ideias organizadas e dispostas
ordenadamente. Entretanto, nem sempre será possível uma estrutura por tópicos. Haverá
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ocasiões e textos que exigirão do pregador uma exposição mais narrativa com dissertação
mais informal. Todavia, o sistema de divisões em tópicos constitui excelente exercício ao
pregador que se propõe a transmitir sermões com base bíblica e aplicação ao momento
presente.
Um sermão com tópicos bem elaborados dará segurança ao pregador e o manterá no
foco da mensagem, sem abstrações da ideia central.
2.10 UMA CASA COM JANELAS
No sermão, as janelas são as ilustrações. Ninguém constrói uma casa sem janelas, pois
entre outras utilidades, elas tornam as casas mais agradáveis.
Jesus usou ilustrações em suas mensagens proporcionando a elas um novo sentido. O
pregador deve ser hábil em contar histórias tendo em mente que não é a duração que
determina o valor da ilustração. E necessariamente ela deverá trazer aos ouvintes uma maior
clareza quanto à verdade central da mensagem e seu apelo.
O pregador poderá organizar um arquivo de ilustrações que poderão ser encontradas
na própria Bíblia, em experiências pessoais ou das experiências do povo. Elas poderão ser
oriundas da História, de jornais e revistas, livros, cartas ou entrevistas. Porém, o pregador terá
que ter alguns cuidados na escolha das ilustrações que quer usar.
Há que se tomar cuidado para que o sermão não tenha um número exacerbado de
ilustrações, além dos cuidados com relatos que envolvam a família do pregador e das demais
ovelhas do rebanho. Cuidados também com doses excessivas de humor ou piadas de mau
gosto.
2.11 A BOA MENSAGEM FALA AO OUVINTE
Quando o pregador considera a base bíblica e a existência das duas culturas diante
dele, a saber, das pessoas para quem o texto foi originalmente escrito e dos ouvintes atuais,
apresentando um conteúdo contextualizado – aplicação – seus ouvintes receberão fé para a
dúvida, alimento para a fome, esperança para o desespero, respostas para as indagações,
ânimo para o desânimo e conforto para o aflição.
A aplicação torna a mensagem pessoal de tal forma que o pregador alcança o ouvinte
com os conceitos e ideias que emanam da mensagem contextualizada, o que torna o sermão
prático. Isto trará o ouvinte para o mundo da mensagem pregada.
A aplicação se torna relevante quando o pregador conhece seu público e tem com eles
proximidade. Isto também ocorre quando há intimidade com o texto bíblico, o que acaba por
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facilitar, ao pregador, construir a ponte que ligará o texto aos ouvintes. Precisa existir
simplicidade, objetividade e equilíbrio na mensagem.
Tudo isto deve corroborar para que o pregador trabalhe a aplicabilidade em todas as
partes do sermão, desde a introdução, que é o momento crucial para conquistar os ouvintes.
2.12 É PRECISO CONQUISTAR O OUVINTE
Brown afirmou que o propósito principal da introdução é despertar o interesse do
ouvinte e tornar claro o propósito do sermão, criando empatia entre o pregador e a
congregação. E a melhor fórmula para uma boa introdução é recorrer à pesquisa realizada
para a preparação da mensagem.
Uma boa introdução terá por características a biblicidade, a brandura, a brevidade,
clareza, cumplicidade, honestidade e novidade. Somado a isto o pregador precisará dar
atenção ao tipo de introdução que fará, podendo ser uma afirmação, uma dramatização, uma
ilustração, uma interrogação, uma negação, uma música, ou uma poesia. A introdução
também poderá ser norteada por uma ocasião especial, uma situação real conhecida ou
vivenciada pela comunidade.
Além disso, a introdução poderá usar a própria tese da pesquisa, podendo também ser
textual enfatizando a verdade apresentada no texto básico do sermão, além de poder usar
algum tipo de recurso visual.
Observar alguns conselhos também se faz necessário para se ter uma boa introdução.
Entre eles está o estudar bem o material a ser usado, considerar a ocasião e o auditório, evitar
o humor exagerado e desculpas desnecessárias.
Jesus foi um mestre em introduzir seus sermões e sempre usou algo significativo aos
ouvintes prendendo-lhes a atenção e aproximando-se deles com suas mensagens.
2.13 AFINAL, O FINAL
Lutero afirmou que um bom pregador deve saber parar, ou seja, concluir finalizando
quando realmente terminou. Ele precisa ser objetivo e considerar a unidade do seu sermão
além de considerar o propósito específico identificado na sua pesquisa. Deve ser breve, apelar
sem ser apelativo, e não dar início a uma nova mensagem dentro da conclusão.
Esta, por sua vez, pode ser um apelo direto, uma aplicação concisa, uma ilustração,
uma interrogação, entre outros tipos. E assim, os passos da pesquisa ao púlpito estarão
concluídos e o esboço da mensagem pronto.
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2.14 ANTES DE ASSOMAR AO PÚLPITO
Todo pregador precisa considerar que não basta ser piedoso e ter preparado um bom
material para expor seu sermão. Há que se pensar em um toque final no esboço, o preparo
físico e a aparência pessoal.
As ideias transcritas no esboço precisam ser transformadas em um discurso oral. O
pregador precisa estar em boas condições físicas observando entre muitos cuidados, o de
evitar a ansiedade, e, sem cair na tentação da vaidade, apresentar-se com boa aparência
observando a higiene pessoal, o aspecto visual e a habilidade no uso da voz.
2.15 NO PÚLPITO
Este é o momento esperado para a realização de tudo o que até então deve ter sido
cuidadosamente preparado.
O pregador, no púlpito, deverá estar coberto de humildade, discrição e modéstia,
completamente isento de ostentação para assim se tornar o porta-voz do Cristo que nunca agiu
diferente dessa descrição. Ele precisará dominar bem seu esboço mesmo que este esteja
estruturado apenas mentalmente.
O pregador deve começar o sermão sem medo, lendo o texto básico com entusiasmo e
vida, observando e expressando os detalhes do texto, sempre atento ao tempo de explanação
do sermão, tendo em mente que a brevidade do mesmo não é conseguida pela falta de
palavras, mas pela sabedoria em usá-las. O que vale dizer que o melhor pregador não é o que
mais fala, mas sim o que com breves palavras diz mais.
3 CONCLUSÃO
O autor, por este trabalho, oferece ao leitor importantes sugestões didáticas e teóricas,
facilitando a tarefa dos que aceitam a divina proposta de anunciar a Palavra de Deus aos
homens. Também indica vários passos para a elaboração do esboço do sermão, incentivando o
pregador a priorizar a busca espiritual e a cultivar o desejo constante de comunhão com Deus.
Seguindo na proposta, o autor não apenas incentiva mas mostra a importância da
pesquisa hermenêutica e exegética para se alcançar a interpretação correta do texto e assim
extrair dela sua correta contextualização.
O autor prossegue e conclui com propostas para o bom desenvolvimento do sermão,
com instruções valiosas para o pregador assomar ao púlpito e dele proceder a entrega da
mensagem que deverá ser alimento para os que diante dele estão.
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REFERÊNCIA
Moraes, Jilton
Homilética: da pesquisa ao púlpito / Jilton Moraes – São Paulo: Editora Vida, 2005.