resumo de o carteiro e o poeta - orientação prof. diafonso
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Resumo de O Carteiro EO Poeta, de Antonio Skármeta, um soluço Orientação do prof. DiAfonso.TRANSCRIPT
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O Carteiro
e o
PoetaAntonio Skármeta – Orientação
Prof. DiAfonso
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O AUTOR
Nasceu em Antofagasta, em 1940, no Chile.
Estudou Filosofia e Literatura na Universidade do Chile.
Ministrou aulas de Literatura na Universidade do Chile.
Em 2000, foi nomeado embaixador do Chile na Alemanha.
Foi agraciado com vários prêmios internacionais.
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OS PERSONAGENS PRINCIPAIS
Pablo Neruda (O poeta)
Mario Jiménez (O carteiro)
Beatriz Gonzalez (Par romântico do carteiro)
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RESUMO DA OBRA
Mario Jiménez é um jovem morador da Ilha Negra, no litoral do Chile.
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RESUMO DA OBRA
Pouco afeito ao ofício de pescador, como o seu pai José Jiménez, Mário é pressionado por este a procurar um emprego.
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TRECHOS DA OBRA
- Vai procurar um trabalho – era a frase concisa e feroz com que o homem encerrava um olhar acusador que podia durar até uns dez minutos e que em todo o caso nunca durou menos de cinco.
- Está bem, papai – respondia Mario, limpando o nariz com a manga do casaco.
[...]
Foi num daqueles dias de vagabundeio descontente que descobriu um aviso na janela da agência do correio ao qual, embora escrito a mão e sobre modesta folha de caderno de aritmética – matéria em que não se havia destacado na escola primária –, não pôde resistir.
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TRECHOS DA OBRA
Mario Jiménez jamais usara gravata, mas antes de entrar deu uma arrumada no colarinho da camisa, como se portasse uma e tratou, com algum êxito, de reduzir com dois golpes d pentinho a cabeleira herdada de fotos dos Beatles.
- Estou aqui por causa doa viso – declamou ao funcionário, com um sorriso emulando o de Burt Lancaster.
- Tem bicicleta? – perguntou aborrecido o funcionário.
O coração e seus lábios disseram em uníssono:
- Tenho.
- Muito bem – disse o agente, limpando os óculos. – Trata-se de uma vaga de carteiro para a Ilha Negra.
- Que coincidência – disse Mario. – Moro ao lado, na enseada.
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RESUMO DA OBRA
Mário consegue, enfim, empregar-se como carteiro na agência dos correios local. Sua função se limitava a entregar, diariamente, cartas a um único cliente.
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RESUMO DA OBRA
Este único cliente não era ninguém menos que o renomado poeta chileno e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda.
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TRECHOS DA OBRA
- Isso é bom. Mas o negativo é que só tem um cliente.
- Só um?
- Pois é. Na enseada todos são analfabetos. Não conseguem ler nem as contas.
- E quem é o cliente?
- Pablo Neruda.
Mario Jiménez engoliu o que lhe pareceu um litro de saliva.
- Mas isso é formidável!
- Formidável? Ele recebe quilos de correspondência todos os dias. Pedalar com a bolsa em cima do lombo é o mesmo que carregar um elefante nos ombros. O carteiro que o atendia se aposentou corcundo como um camelo.
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RESUMO DA OBRA
Do contato estabelecido entre Mário e Neruda, começa, então, a surgir o embrião de uma amizade por insistência do jovem carteiro que desejava aprender a arte da poesia, pedindo conselhos ao poeta.
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TRECHOS DA OBRA
- Dom Pablo?...
- Você fica aí parado como um poste.
Mario retorceu o pescoço e procurou os olhos do poeta, indo de baixo para cima.
- Cravado como uma lança?
- Não, quieto como uma torre de xadrez.
- Mais tranquilo que um gato de porcelana?
Neruda soltou o trinco do portão e acariciou-se o queixo.
- Mario Jiménez, afora as Odes Elementares, tenho livros muito melhores. É indigno que você fique me submetendo a todo tipo de comparações e metáforas.
- Como é, dom Pablo?!
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TRECHOS DA OBRA
- Metáforas, homem!
- Que são essas coisas?
O poeta colocou a mão sobre os ombros do rapaz.
- Para esclarecer mais ou menos de maneira imprecisa, são modos de dizer uma coisa comparando-a com outra.
- Dê-me um exemplo...
Neruda olhou o relógio e suspirou.
- Bem, quando você diz que o céu está chorando. O que é que você quer dizer com isto?
- Ora, fácil! Que está chovendo, ué!
- Bem, isso é uma metáfora.
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TRECHOS DA OBRA
- E por que se chama tão complicado, se é tão fácil?
- Porque os nomes não têm nada a ver com a simplicidade ou complexidade das coisas. Pela sua teoria, uma coisa pequena que voa não deveria ter um nome tão grande como mariposa. Elefante tem a mesma quantidade de letras que mariposa, é muito maior e não voa – concluiu Neruda, exausto. Com um resto de ânimo indicou para Mario o rumo da enseada. Mas o carteiro teve a presença de espírito de dizer:
- Porra, gostaria tanto ser poeta!
- Rapaz! Todos são poetas no Chile. É mais original que você continue sendo carteiro. Pelo menos caminha bastante e não engorda. Todos os poetas aqui no Chile somos barrigudos.
Neruda retomou o trinco do portão e dispunha-se a entrar quando Mario, olhando o voo de um pássaro invisível, disse:
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TRECHOS DA OBRA
- É que se eu fosse poeta podia dizer o que quero.
- E o que é que você quer dizer?
- Bom, justamente o problema é este. Como não sou poeta, não posso dizer.
O poeta apertou as sobrancelhas por cima do tabique do nariz.
- Mario?!
- Dom Pablo?!
- Vou me despedir e fechar o portão.
- Está certo, dom Pablo.
- Até amanhã.
- Até amanhã.
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RESUMO DA OBRA
Desse primeiro encontro com Neruda, Mario Jimenez sai a tentar aprender o ofício de “criar metáforas” e, numa espécie de bar, tem a visão do paraíso ao se deparar com Beatriz González, por quem se apaixona loucamente.
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TRECHOS DA OBRA
[...] Adivinhando que o tédio da rotina iria se somar à depressão, [Mario] entrou no lugar disposto a converter em vinho a gorjeta do poeta, quando foi invadido por uma embriaguez mais cabal do que nenhum mosto lhe havia provocado em sua curta vida: jogando com os oxidados bonecos azuis encontrava-se a garota mais linda que recordava ter visto, incluídas atrizes, lanterninhas de cinema, cabeleireiras, colegiais, turistas e vendedoras de discos. Embora sua ansiedade pelas garotas fosse quase equivalente à sua timidez – situação essa que o consumia em frustrações –, dessa vez avançou até a mesa de totó com a ousadia da incontinência. Deteve-se atrás do goleiro vermelho, dissimulou com perfeita ineficiência seu fascínio acompanhando com olhos saltitantes os vaivéns da bola, e quando a garota fez troar o metal de defesa com um gol, levantou a vista para ela com o mais sedutor sorriso que podia improvisar.
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TRECHOS DA OBRA
Ela respondeu a tal cordialidade com um gesto desafiando-o que assumisse a dianteira da equipe rival. Mario quase nem havia notado que a garota jogava com uma amiga e só se deu conta quando bateu nela com os quadris, deslocando-a para a defesa. Poucas vezes em sua vida havia notado que tinha um coração violento. O sangue era bombeado com tal vigor que passou a mão pelo peito tentando apaziguá-lo. E, então, ela golpeou a bola branca no canto da mesa, fez o gesto de levá-la até o outrora círculo central, desbotado pelas décadas, e quando Mario se dispôs a manobrar suas barras para impressioná-la com a destreza de suas mãos, a garota levantou a bola e a colocou entre os dentes que brilharam no humilde recinto sugerindo-lhe uma chuva de prata. Em seguida, adiantou seu torso cingido por uma blusa dois números menor que o que exigiam seus persuasivos seios, e o convidou a apanhar a bola em sua boca. Indeciso entre a humilhação e a hipótese, o carteiro alçou vacilante a mão...
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TRECHOS DA OBRA
...direita e, quando seus dedos estavam a ponto de tocar a bolinha, a menina se distanciou e o sorriso irônico deixou seu braço suspenso no ar, como num brinde ridículo para festejar sem taça e sem champanhe um amor que jamais se concretizaria. Logo balançou o corpo a caminho do bar e suas pernas pareciam dançar ao compasso de uma música mais sinuosa que a oferecida pelos Ramblers. Mario não precisou de um espelho para adivinhar que seu rosto estaria vermelho e úmido.
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RESUMO DA OBRA
Mario, agora apaixonado, tem uma razão a mais para aprender a arte poética e volta a buscar conselhos com Neruda, revelando seu amor por Beatriz González e o desejo de conquistá-la através da poesia.
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TRECHOS DA OBRA
No portão de Neruda [Mario] pendurou-se na corda que acionava a campainha bem além de toda discrição. Três minutos desse som estridente não garantiram a presença do poeta. Colocou a bicicleta contra o poste e, com um resto de forças, correu até as rochas da praia onde descobriu Neruda de joelhos cavando a areia.
- Tive sorte – gritou, enquanto saltava sobre as rochas aproximando-se. – Telegrama!
- Você teve de madrugar, garoto...
Mario chegou ao seu lado e dedicou ao poeta dez minutos de respiração ofegante antes de recuperar a fala.
- Não me importo. Tive muita sorte porque preciso falar com o senhor.
- Deve ser muito importante. Você bufa como um cavalo!
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TRECHOS DA OBRA
Mario limpou o suor da testa com uma passada de mão, secou o telegrama em suas coxas e o colocou numa das mãos do poeta.
- Dom Pablo – declarou solene. – Estou apaixonado.
- Bom – replicou –, não é tão grave. Isso tem remédio.
- Remédio? Dom Pablo, se isso tem remédio eu só quero estar doente. Estou apaixonado, perdidamente apaixonado.
A voz do poeta tradicionalmente lenta, pareceu dessa vez deixar cair duas pedras em vez de palavras.
- Contra quem?
- Dom Pablo?!
- Por quem, homem?
- Chama-se Beatriz.
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RESUMO DA OBRA
Mario pede, insistentemente, a ajuda de Neruda para conquistar o coração de Beatriz e domar a mãe dela, dona Rosa González, que tentou, a todo custo, impedir o enlace dos amantes.
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TRECHOS DA OBRA
- Dom Pablo, estou apaixonado.
- Isso você já disse. E em que posso servi-lo?
- Tem que me ajudar.
- Na minha idade?
- Tem que me ajudar porque eu não sei o que dizer a ela. Vejo-a diante de mim e é como se fosse mudo. Não me sai uma única palavra.
- Mas como? Você não falou com ela?!
- Quase nada. Ontem fui embora passeando pela praia como o senhor me disse. Olhei o mar por um bocado de tempo e não me ocorreu nenhuma metáfora. Aí entrei na estalagem e comprei uma garrafa de vinho. Pois bem: foi ela que me vendeu a garrafa.
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TRECHOS DA OBRA
- Beatriz.
- Beatriz. Fiquei olhando e me apaixonei por ela.
Neruda coçou sua plácida calvície com o lápis.
- Tão rápido?
- Não, tão rápido, não. Fiquei olhando para ela uns dez minutos.
- E ela?
- Ela me disse: “Ei, o que é que você está olhando? Por acaso tenho cara de macaco?”
- E você?
- Não me ocorreu nada.
- Nada de nada?! Você não lhe disse nem uma palavra?
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TRECHOS DA OBRA
- Nada de nada exatamente, não. Eu disse três palavras.
- Quais?
- “Como se chama?”
- E ela?
- “Beatriz González.”
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RESUMO DA OBRA
Depois de muitas idas e vindas, Mario consegue com o apoio do poeta, casar-se, enfim, com Beatriz González.
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TRECHOS DA OBRA
[...] certo sábado à noite, Mario Jiménez se fez presente na estalagem para pedir a mão da garota com a profunda convicção de que seu idílio seria truncado violentamente por um balaço da viúva, que faria ir pelos ares tanto a língua florida quanto seus mais íntimos miolos, Rosa, viúva do González, adestrada na filosofia do pragmatismo, abriu uma garrafa de champanhe Valdivieso, demi-sec, serviu três traça que transbordaram de espuma, e deu andamento à petição do carteiro sem ume esgar, mas com uma frase que substituiu a temida bala: “Ao feito, peito.”
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FONTES DE PESQUISA
SKÁRMETA, Antonio. O carteiro e o poeta: tradução de Beatriz Sidou. – 11ª. Ed. – Rio de Janeiro: Record, 1997.
http://pseudoaluno.blogspot.com/2009/05/imagens-de-o-carteiro-e-o-poeta.html
http://meucantobom.blogspot.com/2010/02/o-carteiro-e-o-poeta-no-universo-das.html
http://www.cinemenu.com.br/filmes/o-carteiro-e-o-poeta-1994
http://fragmentosdaarte.zip.net/
http://todaoferta.uol.com.br/comprar/o-carteiro-e-o-poeta-dvd-original-GWHCILAHNY#rmcl
http://www.eca.usp.br/comueduc/artigos/08_83-89_01-04_1997.htm
![Page 30: Resumo de O carteiro e o poeta - Orientação prof. DiAfonso](https://reader035.vdocuments.net/reader035/viewer/2022081417/5590cde31a28ab0c398b457d/html5/thumbnails/30.jpg)
FONTES DE PESQUISA
http://www.walterestella.com.br/archives/category/poemas/
http://www.quebarato.com.br/o-carteiro-e-o-poeta-1994-dvd-frete-gratis__3A0AD7.html
http://www.youtube.com/watch?v=68XXzPUv7sI
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EREM – Senador Paulo Pessoa GuerraEREM – Senador Paulo Pessoa Guerra
Profa.: LizeteProfa.: Lizete
Disciplina: PortuguêsDisciplina: Português
Alunas: Crislayne ArrudaAlunas: Crislayne Arruda Rosângela MariaRosângela Maria
Maria Da ConceiçãoMaria Da Conceição Yasmim ZanyYasmim Zany
Recife, setembro de 2010Recife, setembro de 2010