resumo e questÕes de vestibulares formacao dos estados nacionais - absolutismo - mercantilismo...

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Org. Prof. Marco Aurélio Gondim www.mgondim.blogspot.com - FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS - ABSOLUTISMO - MERCANTILISMO RESUMO E QUESTÕES DE VESTIBULARES A FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS, ENFOQUE SOBRE PORTUGAL 1. A formação dos estados nacionais, características gerais: . Acordo entre nobreza, clero e burguesia: Com o enfraquecimento da classe feudal – os senhores de terra –, as monarquias vão conseguir se fortalecer no panorama europeu. As novas monarquias são chamadas de absolutas, características da Era Moderna na Europa (séculos XV-XVIII). Essa monarquia onde aparentemente o rei tem todo o poder do Estado é, na verdade, um Estado com a preponderância do clero e da nobreza, tendo também a presença importante da burguesia. . Mercado nacional unificado: Interessa ao comércio e à produção dos burgos um estado nacional onde não se precise pagar taxas para atravessar os senhorios (como acontecia na Idade Média), onde os pesos e medidas sejam os mesmos em todo o território nacional e a moeda seja a mesma em todo o reino. Tudo isso é cumprido no novo estado que está surgindo. O mercado nacional é unificado pelos interesses do comércio e da produção da burguesia. . Língua nacional: É nesse mesmo período que surgem as línguas nacionais européias. Elas são importantes para que todos no país se entendam na fala e na escrita e o Estado se faça presente em todo o território com uma língua comum. O surgimento das línguas nacionais é marcado pela publicação de grandes obras literárias nacionais. . Redução do poder da Igreja e do papa: Se durante a Idade Média, o poder do papa se fazia presente em toda a Europa fragmentada em pequenos senhorios, agora na Era Moderna, o poder papal encontrará dificuldade de se impor diante de poderosos estados nacionais. Há diversos conflitos entre a Igreja e os Estados recém-surgidos. . Casos particulares: Apesar de haver características gerais ao surgimento dessa nova forma de organização política, o estado nacional, cada país se unificou em condições específicas: A Espanha se unificou pela luta de várias casas de nobreza contra os muçulmanos na península ibérica, é a chamada guerra de Reconquista. No final do conflito, o rei de Aragão se casou com a rainha de Castela unificando o território; a França fortaleceu a sua monarquia e o seu exército com a guerra dos cem anos contra a Inglaterra; a Inglaterra teve a especificidade de manter forte os poderes regionais através do parlamento durante a Idade Média, que não era completamente submisso ao rei; Itália e Alemanha não conseguiram se unificar, só o fazendo no século XIX, já no contexto das revoluções burguesas. 2. A unificação de Portugal: . Uma região voltada para o mar: Também dominada pelos mouros – muçulmanos ibéricos – assim como a Espanha, Portugal surgiu na luta de Reconquista contra os mouros, que chegaram na península no século VIII. Desde cedo, Portugal mostrou uma forte tendência para a pesca e o comércio, visto que era o entreposto marítimo entre as 1

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Resumo e questões de vestibulares sobre a Formação dos Estados Nacionais, Absolutismo e o Mercantilismo do Prof. Marco Aurélio Gondim. Baixe grátis!

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- FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS - ABSOLUTISMO - MERCANTILISMO  

RESUMO E QUESTÕES DE VESTIBULARES  A FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS, ENFOQUE SOBRE PORTUGAL 1. A formação dos estados nacionais, características gerais: . Acordo entre nobreza, clero e burguesia: Com o enfraquecimento da classe feudal – os senhores de terra –, as monarquias vão conseguir se fortalecer no panorama europeu. As novas monarquias são chamadas de absolutas, características da Era Moderna na Europa (séculos XV-XVIII). Essa monarquia onde aparentemente o rei tem todo o poder do Estado é, na verdade, um Estado com a preponderância do clero e da nobreza, tendo também a presença importante da burguesia. . Mercado nacional unificado: Interessa ao comércio e à produção dos burgos um estado nacional onde não se precise pagar taxas para atravessar os senhorios (como acontecia na Idade Média), onde os pesos e medidas sejam os mesmos em todo o território nacional e a moeda seja a mesma em todo o reino. Tudo isso é cumprido no novo estado que está surgindo. O mercado nacional é unificado pelos interesses do comércio e da produção da burguesia. . Língua nacional: É nesse mesmo período que surgem as línguas nacionais européias. Elas são importantes para que todos no país se entendam na fala e na escrita e o Estado se faça presente em todo o território com uma língua comum. O surgimento das línguas nacionais é marcado pela publicação de grandes obras literárias nacionais. . Redução do poder da Igreja e do papa: Se durante a Idade Média, o poder do papa se fazia presente em toda a Europa fragmentada em pequenos senhorios, agora na Era Moderna, o poder papal encontrará dificuldade de se impor diante de poderosos estados nacionais. Há diversos conflitos entre a Igreja e os Estados recém-surgidos. . Casos particulares: Apesar de haver características gerais ao surgimento dessa nova forma de organização política, o estado nacional, cada país se unificou em condições específicas: A Espanha se unificou pela luta de várias casas de nobreza contra os muçulmanos na península ibérica, é a chamada guerra de Reconquista. No final do conflito, o rei de Aragão se casou com a rainha de Castela unificando o território; a França fortaleceu a sua monarquia e o seu exército com a guerra dos cem anos contra a Inglaterra; a Inglaterra teve a especificidade de manter forte os poderes regionais através do parlamento durante a Idade Média, que não era completamente submisso ao rei; Itália e Alemanha não conseguiram se unificar, só o fazendo no século XIX, já no contexto das revoluções burguesas. 2. A unificação de Portugal: . Uma região voltada para o mar: Também dominada pelos mouros – muçulmanos ibéricos – assim como a Espanha, Portugal surgiu na luta de Reconquista contra os mouros, que chegaram na península no século VIII. Desde cedo, Portugal mostrou uma forte tendência para a pesca e o comércio, visto que era o entreposto marítimo entre as

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duas principais regiões de comércio da Europa, as cidades italianas e Flandres. Assim, conseguiu se organizar facilmente para a expulsão dos mouros. No século XII, todos já tinham sido expulsos da região, diferentemente da Espanha que só expulsou os últimos muçulmanos do seu território em 1492. . Feudalismo diferente, centralizado: O condado Portucalense surge como um estado vassalo de Castela, tornando-se independente em 1139. Portugal se caracterizava no início por ter um feudalismo muito centralizado, diferente de outros feudalismos na Europa. O rei tinha mais poder do que em outras regiões da Europa, o feudalismo iria acabar no país com a Revolução de Avis de 1385. . Decadência do feudalismo em Portugal: O rei era forte em Portugal e, opondo-se aos senhores feudais, faz um amplo incentivo à fuga dos servos e também a criação das feiras de comércio. Os senhores feudais vão se enfraquecer e desesperadamente tentam se aliar a Castela para manter o poder sobre os senhorios. Isso detona a guerra que trará a formação do moderno estado português, a chamada Revolução de Avis. . Revolução de Avis: Em uma disputa dinástica, dois postulantes ao trono se confrontam em uma guerra. A casa de Borgonha era aliada aos senhores feudais portugueses e ao poderoso reino de Castela. Do outro lado, Dom João da casa de Avis, aliado dos comerciantes portugueses, dos pescadores e mestres de ofício. A vitória é de Dom João I e marca o fim do feudalismo em Portugal e o início do estado nacional monárquico português. Com essa unificação adiantada do país, os lusitanos serão o primeiro povo a navegar pelos oceanos em busca de riqueza. Nesse momento, Portugal é uma das regiões mais avançadas comercialmente da Europa, sendo o primeiro Estado a se unificar de fato. O ESTADO MODERNO: ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO 1. Apresentação: A época moderna é um período de transição entre o feudalismo medieval para o capitalismo contemporâneo. Apesar de formas de trabalho semelhantes à servidão continuarem comuns no campo, existe uma burguesia mercantil e manufatureira com certo poder. Em função desse quadro social complexo em que coexistem burguesia e nobreza, existe uma forma própria de Estado, o estado absolutista e uma teoria e política econômica de forte intervenção do Estado também restrita a esse período histórico, o mercantilismo. 2. O Absolutismo: . Conceituação: O nome absolutismo dá a falsa idéia de que o rei tem poderes absolutos, totais. Na verdade, o rei serve como um ponto de equilíbrio entre os conflitos existentes entre as classes sociais daquela sociedade – burguesia, nobreza e campesinato. Em função desse quadro contrastante, o rei representava o poder que terminaria com todos os conflitos. Na verdade, o rei tinha que jogar com as pressões desses grupos sociais. A classe hegemônica daquele meio, no entanto, era a classe que se sustentava a partir do controle da terra, ou melhor, a nobreza e o clero. .Antigo regime: É o nome dado ao regime absolutista pelos iluministas do século XVIII de uma forma pejorativa. Na história é sinônimo de monarquia absoluta ou absolutismo.

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. Teóricos do absolutismo: O poder absoluto era legitimado através de discursos. Esses discursos foram importantíssimos para que o regime se consolidasse e fosse aceito por todos. As principais teorias são: . O Direito divino dos reis: Le Bret, Bodin e Bossuet são teóricos franceses que afirmam que os reis têm uma origem divina e por isso têm a legitimidade para governar. Essa é a principal base de sustentação teórica do regime absolutista. Portanto, a figura do rei nos tempos modernos é sagrada. .O Leviatã: Hobbes afirma que o homem é o lobo do homem e sem um governo forte e coercitivo, o homem pode se destruir. Diante dessa animalidade humana, é necessário um governo forte na mão de um rei. . Maquiavel: Esse autor escreveu o livro O Príncipe mostrando como os reis italianos de seu tempo agiam, como eram anti-éticos e arbitrários, mostra como eram os regimes absolutistas de seu tempo. 3. Mercantilismo . O que é: É a teoria e a prática econômica dos estados modernos, das monarquias absolutas. Tem como característica fundamental a intervenção do Estado na economia para o fomento da riqueza nacional. Pressupõe que a riqueza não se reproduz, ela é limitada na natureza, por isso os estados europeus vão ter longas e numerosas guerras para ter essa riqueza. Essas medidas têm o objetivo também de fortalecer o poder dos ainda fracos Estados nascentes. Existem ainda aspectos específicos do mercantilismo: . Metalismo – ou bulionismo: É o fator maior do sistema mercantilista que vai explicar todas as outras características desse sistema. Pensava-se na época que toda a riqueza do mundo estava nas pedras preciosas e outras riquezas naturais, principalmente o ouro e a prata. A riqueza de um país media em quanto ouro e prata havia em seu território. Diante disso, os países europeus restringem a saída de ouro e prata dos seus territórios, tentando trazer o máximo desses metais para dentro se suas fronteiras. . Balança comercial favorável: Os países europeus traçaram várias formas de se conseguir essa riqueza em metais. Com a balança comercial favorável, exportando-se mais do que se importava, o reina adquiria metais de outros reinos. Todos os países europeus tentavam manter esse saldo positivo na balança. . Colonialismo: Consistia na aquisição matérias-primas de alto valor, ouro e prata nas colônias no ultramar e a venda de produtos manufaturados para estas regiões. Era mais uma forma de enriquecimento. . Industrialismo: Era o fomento da produção de manufaturas, principalmente para exportação, objetivando uma balança favorável. Essa é uma característica mais tardia do mercantilismo, dos séculos XVII e XVIII. As unidades fabris desse período não são as mesmas da Revolução Industrial, são manufaturas. . Populacionismo: O poder de uma nação também era medido pela população que havia no reino. Isso porque a população mostrava o tamanho do exército que o país podia montar e a produção de alimentos e manufaturas que esse país podia ter, especialmente em períodos de guerra.

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. Contraste com o liberalismo: A teoria econômica que surge no final do século XVIII e consolida-se no século XIX, o liberalismo, nasce da crítica dessas práticas mercantilistas. O liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, já que as leis naturais do mercado regulariam automaticamente a economia. EXERCÍCIOS (UFSCAR/SP) Questão 21: As revoluções contra o poder absolutista dos reis atravessaram grande parte da história moderna da Europa. Houve, no entanto, diferenças entre as revoluções francesa e inglesa. Assinale a alternativa correta. A - Na França a oposição ao absolutismo implicou, ao contrário do que ocorreu na Inglaterra, o estabelecimento de um regime republicano, mesmo que passageiro. B - A revolução inglesa, diferentemente da francesa, reivindicou os direitos do Parlamento contra o arbítrio real, expressos por documentos escritos que remontavam à Idade Média. C - A revolução inglesa ao contrário da francesa, contou com o apoio popular na luta contra os reis absolutistas, desvinculando-se de disputas entre facções religiosas. D -A luta contra o absolutismo na França distinguiu-se do processo que se desenvolveu na Inglaterra pela violência e execução do monarca absolutista. E - A revolução francesa removeu os obstáculos impostos à economia pelo antigo regime, industrializando o país no século XVIII; na Inglaterra, ao contrário, a revolução conteve o crescimento econômico. (UFRJ) Questão 22: O Absolutismo monárquico manifestou-se de formas variadas, entre os séculos XVI e XVIII na Europa, através de um conjunto de práticas e doutrinas político-econômicas que fundamentavam a atuação do Estado Nacional Absoluto. Dentre essas práticas e doutrinas, identificamos corretamente a: A - condenação da doutrina política medieval que justificava a autoridade monárquica absoluta através do Direito Divino dos Reis; B - concentração dos poderes de governo e da autoridade política na pessoa do rei identificado com o Estado; C - promoção política das burguesias nacionais, principais empreendedores mercantis da expansão econômica e geográfica do Estado Moderno Absoluto; D - adoção de práticas capitalistas e liberais como fundamento da organização econômica dos Impérios coloniais controlados pelas Monarquias européias; E - rejeição dos princípios mercantilistas: dirigismo econômico e protecionismo alfandegário. (PUC-MG) Questão 23: Na Península Ibérica, o Absolutismo Monárquico, forma política predominante do Antigo Regime, tem relação com as seguintes instituições, exceto: A - Parlamento Bicameral. B - Mercantilismo. C - Colonialismo. D - Igreja. (UFMG) Questão 24: Leia este trecho, escrito por um pensador cujas idéias foram influentes no processo de formação dos Estados nacionais na Europa Ocidental: Há, porém, duas maneiras de tornar-se príncipe o homem comum, as quais não podem ser inteiramente atribuídas ou à sorte ou ao merecimento, e não me parece que deva

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deixá-las de lado, embora de uma delas se possa mais extensamente falar no lugar em que se discorrer sobre as repúblicas. São elas: quando, por qualquer forma criminosa ou nefanda, se ascende ao principado; e quando, mediante o favor dos seus concidadãos, torna-se alguém príncipe de sua pátria. As idéias contidas nesse trecho podem ser associadas a A - Maquiavel, que considerava a fortuna e a virtude fatores importantes para se alcançar o poder. B - Bodin, que defendeu, quando necessário, a investidura do soberano no poder por meios ilícitos. C - Grotius, que preconizava a existência de um Estado forte para controlar a sociedade civil. D - Hobbes, que pregava a afirmação da soberania de cada um dos indivíduos frente ao Leviatã. (FUVEST/SP) Questão 25: "É praticamente impossível treinar todos os súditos de um [Estado] nas artes da guerra e ao mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos magistrados." (Jean Bodin, teórico do absolutismo, em 1578). Essa afirmação revela que a razão principal de as monarquias européias recorrerem ao recrutamento de mercenários estrangeiros, em grande escala, devia-se à necessidade de: A - conseguir mais soldados provenientes da burguesia, a classe que apoiava o rei; B - completar as fileiras dos exércitos com soldados profissionais mais eficientes; C - desarmar a nobreza e impedir que esta liderasse as demais classes contra o réi; D - manter desarmados camponeses e trabalhadores urbanos e evitar revoltas; E - desarmar a burguesia e controlar a luta de classes entre esta e a nobreza. (CESGRANRIO/RJ) Questão 26: "... o príncipe, que trabalha para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural... O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor..." (Jacques de Bossuet. Política tirada da Sagrada Escritura. Livro II, 10ª. proposição e Livro VI, artigo1º.) O trecho acima se refere ao absolutismo monárquico, que se constituiu no próprio modelo dos regimes políticos dos estados europeus do Antigo Regime. Apresentou variáveis locais conforme se expandia na Europa, entre os séculos XVI e XVIII. Entretanto, podemos identificar no absolutismo monárquico características comuns que o distinguiam, entre as quais destacamos corretamente a: A - implementação de práticas econômicas liberais como forma de consolidar a aliança política e econômica dos reis absolutos com as burguesias nacionais; B - unificação de diversas atribuições de Estado e de governo na figura dos monarcas, tais como a prerrogativa de legislar e a administração da justiça real; C - substituição de um tipo de administração baseada na distribuição de privilégios e concessões régias por uma organização burocrática profissional que atuava em atividades desvinculadas do Estado; D - submissão política dos governos reais absolutistas à hierarquia eclesiástica, conforme definido pela doutrina do Direito Divino dos Reis; E - definição da autoridade dos monarcas absolutos e seus limites de poder, através da atuação dos parlamentos nacionais constitucionalistas, controlados por segmentos burgueses.

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(UFES) Questão 27: "A longa crise da economia e da sociedade européias durante os séculos XIV e XV marcou as dificuldades e dos limites do modo de produção feudal no último período da Idade Média. Qual foi o resultado político final das convulsões continentais da época? No curso do século XVI, o Estado Absolutista emergiu no Ocidente." (ANDRESON, P. Linguagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985: 15.) Acerca das características do Estado Absolutista, não se pode afirmar que: A - se constituía como um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado que, ao manter submissas as massas camponesas, perpetuava o controle político exercido pela nobreza sobre a sociedade; B - se organizou a partir do incremento da autoridade pública e da crescente centralização administrativa, acontecimentos corporificados no poder absoluto do monarca cuja fundamentação jurídica provinha do Direito Romano; C - empreendeu a retomada dos princípios tomistas vigentes no século XII, segundo os quais toda e qualquer autoridade terrena deveria submeter-se á Santa Sé, razão pela qual os soberanos absolutistas faziam contar o seu tempo de reinado a partir da sua sagração em Roma; D - procurou superar os particularismos regionais e promover a integração do reino, o que significou a extensão do poder régio sobre territórios controlados de modo autônomo pelos senhores feudais, passando os monarcas absolutistas a revestir novos e extraordinários poderes diante da nobreza; E - se empenhava em fortalecer a sua posição diante dos outros estados rivais por intermédio da exportação de mercadorias, da proibição de exportação de ouro e prata e do controle monárquico sobre a produção manufatureira e o comércio, princípios que integravam a assim denominada "Doutrina Mercantilista". GABARITO: - questão 21: B - questão 22: B - questão 23: A - questão 24: A - questão 25: D - questão 26: B - questão 27: C (UPE) Questão 1: O Mercantilismo serviu de base para a exploração econômica das colônias e a expansão da dominação europeia. O Mercantilismo defendia a A - livre exportação de produtos, evitando taxações. B - mesma lógica econômica do feudalismo francês. C - exploração agrícola, apenas, nas colônias da América. D - prevalência das exportações sobre as importações. E - existência de uma ágil descentralização econômica. (UFGD/MS) Questão 2: O chamado Antigo Regime, que existiu em muitos países europeus ao longo da Idade Moderna, compreende um conjunto de características econômicas, sociais, políticas e culturais. Dentre essas características, é CORRETO incluir A - na economia, o predomínio de relações capitalistas; e, na política, a hegemonia das ideias liberais. B - na sociedade, uma hierarquia determinada não pelo nascimento mas pelas riquezas que o indivíduo conseguisse acumular; e, na economia, as práticas monopolistas. C - na política, o predomínio de monarquias absolutistas; e, na economia, o intervencionismo estatal (mercantilismo). D - na economia, a generalização do princípio do laissez-faire; e, na sociedade, uma hierarquia constituída segundo critérios de estamentos e ordens. E - na cultura, o predomínio do pensamento racional e científico; e na religião o enfraquecimento da influência das igrejas protestantes.

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(UNEMAT/MT) Questão 3: Leia analiticamente, as recomendações do conselheiro P. W. von Hornick para o enriquecimento do reino austríaco no século XVII. “[...] ouro e prata, uma vez no país, sejam estes provenientes da minas do país ou obtidos de países estrangeiros por meio de indústria, não devem em caso algum [...] ser levados embora, nem tampouco deve ser permitido que sejam enterrados em cofres ou caixas fortes; mas devem ficar perpetuamente em circulação. [...] os habitantes do país deveriam fazer todo esforço de limitar os seus luxos aos produtos domésticos [do país] e [“...] dispensar os produtos estrangeiros o quanto possível”. Apud Carvalho, Delgado D. História documental moderna contemporânea. Rio Janeiro. Record, 1976, p.102. Estas orientações referem-se a uma doutrina econômica administrativa da Era Moderna. Assinale a alternativa correta. A - Capitalismo. B - Feudalismo. C - Comunismo. D - Escravismo. E - Mercantilismo. (UNEMAT/MT) Questão 4: A pirataria é uma atividade tão antiga quanto a história, porém, ela vai se modificando com o tempo. Por exemplo, durante os séculos XVI e XVII, para alguns historiadores, a pirataria chega ao seu apogeu histórico. Nessa época, a pirataria: A - desenvolveu-se através dos avanços náuticos, principalmente pela invenção da navegação a vapor. B - foi uma alternativa para se obter riquezas coloniais, sem necessidade de montar impérios coloniais. C - sempre foi uma ação militar, muito utilizada para conquistar impérios coloniais. D - perdeu muito do seu antigo aspecto econômico, tornando-se mais um recurso militar e diplomático. E - tornou-se um importante instrumento de colonização e defesa dos impérios coloniais na América.

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(UEPA) Questão 5:

No contexto da produção artística da obra Monalisa, os países europeus desenvolveram um conjunto de práticas econômicas referendadas na expressão “mercantilismo”. Esta prática variou de país a país, resguardando traços essenciais em sua configuração, tinha a preocupação com a obtenção de riquezas através da efetivação de uma política protecionista. Afirma-se que, dentro do conjunto de medidas marcantes do mercantilismo, destacou-se o (a): A - incentivo para o desenvolvimento da auto-suficiência colonial, através do impulso dado para as manufaturas familiares, elemento fundamental para o aumento das divisas metropolitanas e consequente fortalecimento das monarquias nacionais. B - criação de um conjunto de leis administrativas por parte do Estado Português visando ao afastamento dos concorrentes estrangeiros, presente no estabelecimento de uma área de “livre comércio” no interior de áreas coloniais como o Brasil. C - visão acumulativa de riquezas como requisito de poder dos governantes, fortemente marcado nos costumes desenvolvidos pela nobreza espanhola e presente em teorias econômicas como o metalismo. D - criação das Companhias de Comércio, particularmente a inglesa, essenciais para a regulamentação e proteção do montante de riquezas extraídas da América espanhola, utilizadas para a ativação do comércio com os países baixos.

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E - incentivo das coroas ibéricas para o desenvolvimento do plantation, pois o estabelecimento de pequenas propriedades permitia a ampliação da produção, enriquecimento colonial e reforço dos laços econômicos entre colônias e metrópoles. (UNIRIO/RJ) Questão 6: "Um conhecido provérbio chinês diz que uma viagem de mil léguas começa com um curto passo. Portugal deu esse pequeno passo, em 1415, quando D. João I e seus filhos conquistaram Cauta, praça forte mourisca do lado sul do estreito de Gibraltar. Dentro de um século, esse pequeno passo abria o caminho até a China." (MISKIMIN, Harry. A Economia do Renascimento Europeu, 1300 – 1600. Lisboa: Editorial Estampa 1984, p. 159.) A expansão ultramarina européia, desenvolvida pelos portugueses ao longo do século XV, permitiu a superação das limitações da economia comercial do continental europeu. A área de atuação econômica dos europeus foi nesse período transformada e ampliada em uma escala maior que aquela de seu continente de origem. Incluiu, também, o continente africano, ao final do século, o asiático. Dentre tais transformações, podemos apontar, corretamente: A - o estabelecimento de rotas comerciais lucrativas através do Atlântico sul viabilizadas com o tráfico de escravos. B - a concorrência comercial promovida contra Portugal por diversas cidades européias que mobilizaram os recursos necessários a sua expansão ultramarina. C - a fixação dos interesse econômicos dos portugueses no rico comércio da China transformada em principal entreposto no ultramar. D - a ocupação e colonização preferencialmente das regiões do interior da África pelos portugueses devido à abundância de marfim e de ouro. E - o abandono do interesse no continente africano pelos portugueses em decorrência da descoberta de vastas extensões de terras na América. (UEFS/BA) Questão 7: “Ouro, Grandeza e Glória” (Arcebispo de Canterbury) A frase do arcebispo resume os princípios do mercantilismo, pautados na: A - acumulação de ouro e prata pela burguesia, o que levou os reis absolutistas a se oporem ao processo de expansão marítima, temerosos do fortalecimento do poder dos comerciantes. B - exploração das minas de ouro e prata na Europa, como prioridade dos Estados absolutistas, em detrimento da exploração das matérias-primas coloniais. C - livre concorrência como pressuposto para o desenvolvimento industrial, enrique-cimento e fortalecimento do poder real na Europa. D - utilização do ouro para o embelezamento das cidades, como fortalecimento do orgulho nacional e minimização dos problemas sociais. E - intervenção do Estado na economia, objetivando a acumulação de metais preciosos e o fortalecimento do Estado absolutista. (UFMS) Questão 8: Metalismo ou Bulionismo, Comercialismo, Colbertismo e Companhias Comerciais Privilegiadas são termos que se referem a práticas econômicas do: A - capitalismo industrial; B - capitalismo monopolista; C - liberalismo econômico; D - mercantilismo; E - neoliberalismo.

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(PUC-PR) Questão 9: Em 1703, estipulou-se a compra de vinho português pela Inglaterra em troca da importação de tecidos ingleses por Portugal. O texto refere-se ao Tratado de: A - Fontainebleau; B - Madri; C - Methuen; D - Utrecht; E - Londres. (UNIFEI/MG) Questão 10: A dependência econômica de Portugal e suas colônias, em relação à Grã-Bretanha, cristalizou-se definitivamente com a assinatura do Tratado de Methuen, em 17 de dezembro de 1703, que estabelecia um mecanismo de dominação econômica que acabou por transferir para a Inglaterra quase todas as riquezas que os portugueses arrancavam da colônia brasileira (...). Enquanto o ouro brasileiro contribuía para a acumulação primitiva de capital que iria possibilitar, na Inglaterra, a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, nossas classes dominantes, recém-saídas do período colonial, não tinham ficado sequer com as migalhas. (...) Não obstante essas circunstâncias tão desfavoráveis, houve, durante a primeira metade do século XIX, várias tentativas de implantação de fábricas.” (História da Indústria e do trabalho no Brasil. Foot Hardman & Victor Leonardi) Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira e a seguir marque a opção correta: I. As primeiras manufaturas que surgiram durante o século XVIII estavam voltadas para o abastecimento dos mineradores e seus escravos – panos para roupas. Com a transferência da Corte e as medidas liberalizantes do alvará de primeiro de abril de 1808, a tradição e a falta de recursos fez desenvolver-se apenas a atividade têxtil. II. O analfabetismo era generalizado, sendo incipiente o ensino técnico oficial. O Brasil era o único país do hemisfério que conservava a monarquia como forma de governo. Em 1881, após a reforma eleitoral, apenas 150 000 eleitores se qualificaram, numa população de 12 milhões. O eleitorado era quase inteiramente limitado aos membros das classes dos grandes latifundiários e comerciantes. III. Era elevadíssimo, no século XIX, o número de pequenas fábricas de quintal, oficinas onde patrões e empregados trabalhavam lado a lado, utilizando número reduzido de máquinas. IV. A grande maioria das fábricas importava alguns maquinários, porém utilizava quase exclusivamente o trabalho escravo. V. As verdadeiras fábricas modernas, empregando maquinário importado e operários livres assalariados, começaram a se estabelecer a partir de 1840 com o início da contratação de imigrantes, protegido pela tarifa Alves Branco (1844) e pelo início de recuperação das exportações brasileiras. VI. De início, a tecnologia utilizada era o motor hidráulico; aos poucos foram introduzidos os motores a vapor. O uso de motores hidráulicos desenvolveu a construção de diques. Muitas fábricas uniam a energia hidráulica e o vapor e cresceram com a criação de fundições, ferrarias, carpintarias e marcenarias para a sua autonomia. ( ) Fábrica têxtil ( ) Trabalho escravo ( ) Fábricas modernas e trabalho livre ( ) Tecnologia ( ) Fábricas de quintal ( ) Analfabetismo, Império e eleições

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A - I, II, III, VI, V e IV. B - I, II, V, IV, III e VI. C - IV, V, II, III, VI e I. D - I, IV, V, VI, III e II. (UNIRIO/RJ) Questão 11: ... a reprodução da economia colonial não é inteiramente comandada pelas variações conjunturais do mercado internacional; se isto é verdade, resta saber: o que influenciaria tal ritmo? Ao nosso ver, esta pergunta é respondida se considerarmos a Colônia como uma sociedade, com as suas estruturas e hierarquias econômicas e sociais. Em realidade, o ritmo da economia colonial seria comandado pela lógica e necessidades da reiteração da sociedade colonial. (FRAGOSO, João Luis Ribeiro. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992. p. 243.) Atualmente vários trabalhos vêm procurando realizar uma revisão sobre a estruturação da economia colonial brasileira. Assim, esses novos trabalhos contestam as teses do "sentido da colonização" e do "Antigo Sistema Colonial", as quais afirmam que a atividade colonizadora: A - previa o afrouxamento do exclusivo colonial como forma de cooptação política dos colonos, permitindo, desta forma, acumulações internas, embora fosse subordinada à expansão comercial européia; B - foi um desdobramento da expansão comercial européia e, nesse sentido, a realização da produção colonial dava-se na especialização para o abastecimento do mercado externo; C - foi pensada enquanto complementar à economia metropolitana, o que não significa dizer que os capitais investidos na produção colonial fossem exclusivamente da burguesia metropolitana e voltados para enriquecê-la; D - era dotada de ritmos próprios, os quais regulavam o sentido da produção colonial para uma transferência de excedentes para a metrópole, mas não para uma subordinação total desta economia ao capital mercantil europeu; E - não era totalmente regulada por uma transferência de excedentes para o mercado externo, sendo o sentido da colonização, deste modo, muito mais uma categoria de subordinação política do que econômica. (PUC-MG) Questão 12: Segundo Thomas Mun, "os meios ordinários, portanto, para aumentar nossa riqueza e tesouro são pelo comércio exterior, para o que devemos obedecer sempre a esta regra: vender mais anualmente aos estrangeiros em valor do que consumimos deles". O argumento apresentado acima reflete o princípio mercantilista: A - da busca pela obtenção e acúmulo de metais nobres; B - das vantagens comparativas no comércio internacional; C - da manutenção de uma balança comercial favorável; D - do equilíbrio das contas externas e redução dos gastos públicos. (UNIMEP/SP) Questão 13: O mercantilismo, concepção econômica que dominou as relações mundiais durante a Idade Moderna, tinha como um de seus traços: A - o princípio de que o acúmulo de metais preciosos pelo Estado poderia desequilibrar a balança de pagamentos a curto prazo; B - o ideal de um colonialismo liberado da escravidão, considerada esta um sistema iníquo diante das leis naturais;

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C - a afirmação de que a reciprocidade deveria regular as relações das metrópoles com suas respectivas colônias; D - a crença de que o comércio, para sobreviver, deveria eliminar a intervenção do Estado na economia; E - o desenvolvimento de uma política econômica protecionista, que visava obter uma balança de comércio sempre favorável ao Estado Nacional. (UFPR) Questão 14: Idéia fundamental da forma “bulionista” do Mercantilismo: A - O Estado regulamenta a produção, fiscaliza as exportações, controla as vendas no exterior e o lucro. B - A estrita subordinação dos interesses do indivíduo aos da coletividade, justificando a intervenção do Estado. C - A prosperidade dos países está na razão direta da quantidade de metais preciosos que ele possui. D - A necessidade de aumentar o volume da moeda para fazer crescer a riqueza pública. E - A liberdade de produção e de comércio, tanto em âmbito nacional como internacional. (FGV/RJ) Questão 15: A definição do mercantilismo constitui uma tarefa complicada. Entretanto, como afirma o historiador Fernand Braudel, "mesmo que não seja boa, essa etiqueta reagrupa comodamente uma série de atos e de atitudes, de projetos, de idéias, de experiências que marcam, entre o século XV e o XVIII, a primeira afirmação do Estado Moderno em relação aos problemas concretos que ele tinha que enfrentar". (Fernand Braudel. Civilisation, économie et capitalisme, XVe-XVIIIe siècle. Les jeux de l’échange. Paris: Armand Colin, 1979.) Acerca do mercantilismo, analise as afirmativas a seguir: I. a partir do século XVI, os Estados Modernos de Inglaterra, Holanda e França organizaram verdadeiras políticas comerciais nacionais com a criação de companhias privilegiadas, baseados na idéia de que o comércio era a atividade mais importante, porque fazia circular o metal precioso, medida e condição de todo o poder; II. O mercantilismo era o conjunto de ações econômicas (direitos alfandegários e tributos) utilizado para garantir as crescentes necessidades financeiras do Exército, da Administração e da Corte, instrumentos indispensáveis para a consolidação e expansão do Estado Moderno; III. o incentivo à exportação de produtos manufaturados de valor (objetos de luxo, de moda, perfumes, porcelanas etc.) e as altas tarifas alfandegárias aplicadas aos produtos importados tinha como objetivo exclusivo uma política protecionista de desenvolvimento industrial por meio de uma balança comercial favorável; IV. Para os governantes que implementaram ações mercantilistas, a reserva de metais acumulada pelos Estados era o principal indicativo do seu poderio econômico. Assinale: A - se somente a afirmativa I estiver correta; B - se somente as afirmativas I e II estiverem corretas; C - se somente as afirmativas II e III estiverem corretas; D - se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas; E - se todas as afirmativas estiverem corretas. (UFPE) Questão 16: O mercantilismo foi um conjunto de idéias e de práticas econômicas dominantes na Europa, entre os séculos XIV e XVIII, que variou de Estado para Estado. Sobre o mercantilismo, assinale a alternativa correta:

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A - Foi uma forma de exploração da natureza, empregada aos recursos minerais, vegetais, animais e humanos que obedecia a interesses imediatistas, sem preocupação com o futuro. B - A Holanda praticava um tipo de mercantilismo conhecido como metalista e industrial que veio a desenvolver em parceria com a Espanha no século XVIII. C - Portugal desenvolveu apenas o mercantilismo de plantagem baseado na produção tropical destinada ao mercado internacional. D - As refinarias de açúcar de Sevilha substituíram as refinarias de Portugal, na fase do desenvolvimento do mercantilismo industrial de Castela. E - Companhias de comércio foram instaladas por todos os Estados mercantilistas europeus, para reforçar a política comercial ou o colbertismo (referência a Colbert, ministro francês, que defendia o comércio de produtos baratos vendidos mais caros nos mercados coloniais). GABARITO: questão 1: D - questão 2: C - questão 3: E - questão 4: B - questão 5: C - questão 6: A - questão 7: E - questão 8: D - questão 9: C - questão 10: D - questão 11: B - questão 12: C - questão 13: E - questão 14: C - questão 15: D - questão 16: A

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