resumo português para concursos

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RESUMO PORTUGUÊS: VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Vários fatores podem originar variações linguísticas: I- Fatores Geográficos: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões onde é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos; II- Fatores Sociais: Algumas classes sociais dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O Idioma é, portanto, um instrumento de dominação e discriminação social; III- Fatores Profissionais: O exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua, chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas. Interpretação de Textos Conceito de Interpretação Em sua definição mais conhecida, interpretar significa extrair o sentido. Observe bem (e aqui já começamos a interpretar): o uso do verbo extrair, por sua vez, indica que o sentido daquilo que está sendo interpretado não está sempre claro, direto. Na maioria das vezes, é preciso investigar as intenções do autor, analisar a escolha dos termos utilizados, entre outras técnicas, para identificar seu objetivo final. Tipos de Texto Cada tipo de texto tem uma função primária, porque nada impede que diferentes funções se misturem ao longo da mensagem.

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Resumo de língua portuguesa para concursos públicos

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Page 1: Resumo Português para Concursos

RESUMO PORTUGUÊS:

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Vários fatores podem originar variações linguísticas:

I- Fatores Geográficos: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões onde é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos;

II- Fatores Sociais: Algumas classes sociais dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O Idioma é, portanto, um instrumento de dominação e discriminação social;

III- Fatores Profissionais: O exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua, chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas.

Interpretação de Textos

Conceito de Interpretação

Em sua definição mais conhecida, interpretar significa extrair o sentido. Observe bem (e aqui já começamos a interpretar): o uso do verbo extrair, por sua vez, indica que o sentido daquilo que está sendo interpretado não está sempre claro, direto. Na maioria das vezes, é preciso investigar as intenções do autor, analisar a escolha dos termos utilizados, entre outras técnicas, para identificar seu objetivo final.

Tipos de Texto

Cada tipo de texto tem uma função primária, porque nada impede que diferentes funções se misturem ao longo da mensagem. É possível que um certo ponto de vista do autor venha imiscuído em uma parte de um texto narrativo sem descaracterizá-lo. O importante é verificar qual das funções está em primeiro plano. São tipos de texto:

a) Narração que tem como função primária contar uma história

O texto narrativo caracteriza-se pela presença de um enredo, um encadeamento lógico dos acontecimentos com começo meio e fim. A narração se divide em duas subespécies: 1. A narração propriamente dita, onde o foco do texto é contar os fatos; 2. A descrição, chamamos de narração de texto descritivo quando as atenções do autor estão voltadas a dividir com o intérprete cada detalhe da cena narrada pela imaginação.

b) Argumentação que tem como função primária defender um ponto de vista

Page 2: Resumo Português para Concursos

É a exposição de fatos concretos sobre os quais o autor quer se manifestar. É a espécie de texto mais explorada nos concursos públicos hoje em dia, tanto nas questões de interpretação, quando na redação.

c) Relato que tem como função primária documentar fatos

É o tipo de texto voltado à difusão de fatos concretos. Nele predominam a função denotativa, porque o autor deve evitar a influência de suas posturas pessoais na composição, e o discurso indireto, que permite resumir as falas dos envolvidos e manter o texto fluido, com poucas interrupções oriundas dos sinais de pontuação.

d) Exposição que tem como função primária transmitir conhecimento

Muito usada no meio acadêmico e para a propagação de conhecimento científico, a exposição é marcada pela função denotativa e, por força do costume, é redigida na terceira pessoa.

e) Instrução que tem como função primária Orientar comportamentos.

O texto de instrução tem como objetivo prescrever um padrão de conduta, determinar a forma de agir das pessoas. Deve ser o mais claro e objetivo possível, para que efetivamente permita aos seus destinatários atuar conforme as regras.

Funções de Linguagem

Dependendo das intenções relacionadas à exteriorização do texto, o emissor da mensagem pode ressaltar algum aspecto dela para atingir seu objetivo com maior precisão, escolhendo para isso as palavras que surtirão o efeito almejado. Esses recursos de ênfase direcionados voluntariamente pelo autor, visando a causar determinada sensação ou chamar a atenção do receptor, são chamados de funções de linguagem. São funções de linguagens:

a) Função denotativa ou referencial: a ênfase é colocada sobre o objeto da mensagem. A preocupação do autor é transmitir uma informação objetiva, tentando deixa-la afastada de impressões pessoais, ou seja, sem avalia-la ou julgá-la.

b) Função emotiva ou expressiva: aqui o foco da mensagem é o próprio emissor. Ele deseja que seus sentimentos e emoções sejam percebidos pelo destinatário, produzindo um texto mais subjetivo do que objetivo.

c) Função conativa ou apelativa: o centro da atenção é o receptor. A mensagem quer chamar sua atenção, incentivá-lo ou convencê-lo a praticar determinada conduta ou agir de determinada forma.

d) Função metalinguística: ocorre quando a linguagem do texto é o próprio objeto dele, ou seja, o texto fala de si mesmo. A função metalinguística relaciona-se com o próprio ato de explorar a linguagem utilizada.

e) Função Fática: ocorre quando a atenção do emissor volta-se para o canal de comunicação entre ele e o receptor, buscando mantê-lo aberto para a continuação do diálogo.

f) Função poética: decorre da intenção do autor de expressar sua mensagem por uma forma pouco usual, valendo-se de rimas, ritmos, jogos de imagem etc.

Page 3: Resumo Português para Concursos

Tipos de Discurso

Dá-se o nome de discurso à representação textual das falas de uma pessoa, ou seja, quando uma personagem do texto diz alguma coisa para outra ou para si mesmo. São tipos de discurso:

a) Discurso direto: quando deixa explícita a ocorrência de um diálogo entre as personagens através do uso de sinais de pontuação como dois pontos, travessão ou aspas.

b) Discurso indireto: o próprio narrador da história relata, com suas palavras, o que dissera o personagem. O discurso indireto, portanto, representa uma paráfrase do diálogo. Nele, não há travessões ou quaisquer outros sinais de pontuação; o texto segue seu curso normalmente.

c) Discurso indireto livre: é o ponto médio entre o discurso direto e o discurso indireto. Aqui, o narrador mistura-se ao personagem, transcrevendo diretamente seus pensamentos sem indicar, com sinais de pontuação, que disso se trata.

FIGURAS DE LINGUAGEM

São instrumentos de estilo utilizados pelos escritores para realçar a sonoridade, a expressividade ou a beleza do texto. Se classificam nas seguintes espécies:

a) Metáfora: A metáfora trabalha com o sentido conotativo das palavras, isto é, a atribuição de um significado ao vocábulo diferente do que lhe é comum. Ex. ela tem os olhos de jabuticaba.

b) Catacrese: É uma metáfora desgastada pelo uso. Ex. dente de alho, asa de xícara.c) Perífrase: É a substituição de um substantivo por uma locução ou expressão hábil a

identificar o termo substituído. O rei do futebol deu entrevista ontem (Pelé).d) Comparação ou símile: Comparação com conectivo. Ex. ela tem os olhos como o de

jabuticaba.e) Hipérbole: É usada para um exagero. Ex. estou morrendo de fome.f) Personificação ou prosopopeia: É dado características animadas à figuras inanimadas.

Ex. meu coração bate feliz quando te vê (o coração não vê ninguém).g) Sinestesia: Mistura de sentidos. Ex. como as pétalas das flores, e as tintas no arco-íris,

no centro mensagem doce. (flores cheiro, tintas visual, doce sabor).h) Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra com a qual mantenha algum

tipo de conexão. Essa figura de linguagem pode ocorrer sob diversas roupagens. 1. A parte pelo todo: chegou na porta do mestre (chegou na casa); 2. O continente pelo conteúdo: tomei um copo d’água (tomei a água do copo); 3. O autor pela obra: A galeria vendeu um Van Gogh (vendeu um quadro pintado por Van Gogh); 4. A matéria pelo objeto: cuidado com os cristais (cuidado com os copos de cristais); 5. O abstrato pelo concreto: A juventude é irresponsável (os jovens são irresponsáveis); 6. A mulher, na sociedade de hoje, assume papel relevante (as mulheres).

i) Gradação: Coloca-se palavras em determinada ordem para intensificar a expressão. Ex. Não espere que a maturidade te conversa essa flor em terra, pó, cinza, sombra e nada.

j) Antítese: É a aproximação de palavras com sentidos contrários, não são elementos inconciliáveis: Ex. morte e vida Severina. Água mole pedra dura.

Page 4: Resumo Português para Concursos

k) Paradoxo: É a aproximação de palavras com sentidos contrários de elementos inconciliáveis. Ex. o amor é ferida que dói e não se sente.

l) Eufemismo: Usada para amenizar o que se diz. Ex. a pessoa morreu, a pessoa passou dessa pra melhor.

m) Ironia: É dizer uma coisa querendo dizer outra: ex. você falou uma bela mentira.n) Aliteração: É a repetição de um mesmo som: Ex. Você só dança com ele diz que é sem

compromisso; repetição do som do “s”.o) Onomatopeia: Trata-se da representação escrita de um som. Ex. toc, toc; tic, tac.p) Assonância: É a repetição das vogais: Ex. João foi para os Estados Unidos e Teresa Para

o convento.q) Elipse: É a supressão de um termo da oração. Ex. no mar tanta tormenta e tanto dano

(tirou a palavras há/existe).r) Pleonasmo: É a repetição de uma mesma ideia. Ex. eu vi com os meus próprios olhos; a

monocultura exclusiva do café; hemorragia de sangue; subi pra cima.s) Silepse: É a figura da concordância. Ex. (gênero) a grande e concorrida São Paulo;

concorrida concorda com cidade e não com são Paulo. Ex. (número) A multidão aplaudiam ; concorda com o singular, mas busca a concordância ideológica com várias pessoas representadas por multidão. Ex. (pessoa) Todos aplaudimos; a concordância seria com a terceira pessoas, mas há a inclusão do emissor, passando para a segunda pessoa.

t) Zeugma: É a omissão de um termo da oração que já havia sido expresso anteriormente. Ex. Enquanto a camisa azul está secando, uso a amarela.

u) Hipérbato ou Inversão: Inverte-se a ordem direta do texto. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas.

v) Assíndeto: é a ausência dos conectivos (conjunções): Ex. fechei o livro, fechei os olhos, pus-me a sonhar. (ausência do conectivo “e”).

w) Polissíndeto: É a repetição das conjunções. Ex. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.x) Anáfora: É a repetição do início ou no fim dos versos de um texto.y) Anacoluto: Representa a língua falada em sua rapidez e falhas de continuidade: Ex. Há

um lago, ou melhor dizendo, havia... que se chamada Caldo Fervente.

FONÉTICA

Encontros vocálicos

Ditongo: quanto temos duas vogais juntas na mesma sílaba. Na verdade, uma delas tem o valor fonético de semi-vogal. Ex. quando, ditongo crescente. Ex. azuis, ditongo decrescente.

Tritongo: quando temos três vogais juntas na mesma sílaba. Na verdade, duas delas tem o valor fonético de semi-vogal. Ex. Paraguai.

Hiato: quando temos duas vogais juntas em sílabas separadas. Aqui efetivamente, cada uma tem o valor fonético de vogal. Ex. ra-i-nha, be-a-to.

Encontros consonantais

Quando temos as junções de duas ou mais consoantes ao longo da palavra, tendo, ambas, valor fonético. Ex. livro, prosa, blusa, digno, substância.

Dígrafo

Page 5: Resumo Português para Concursos

Ocorre nas palavras nas quais duas letras são utilizadas para a representação de um só fonema, ou seja, uma dessas letras não é pronunciada (chamada de letra diacrítica).

Dígrafos consonantais: quando é formado pela inserção da letra diacrítica após uma consoante. Ex. carro, pássaro, crescer, exceção, chama, calha, manha. Existe o caso de dígrafo consonantal com vogais, isso ocorre em, por exemplo “quero” e “gueixa”, nesses casos a letra “u” não possui valor fonético, ou seja, não será pronunciada.

Dígrafos vocálicos ou nasais: quando é formado pela inserção da letra diacrítica após uma vogal. Nessas hipóteses, funcionam como letras diacríticas as consoantes “m” e “n”. Ex. santo (sãto), bomba (bõba).

A letra “h”

Ela sozinha não representa qualquer fonema, não tem valor fonético. Sua função é formar dígrafos (é uma letra diacrítica), exceto quando aparecer no início da palavras por razões etimológicas.

ORTOGRAFIA

Ortografia vem da junção de duas palavras gregas: ortho, correto; e graphein, escrever, escrita. Portanto, a ortografia é o ramo da língua portuguesa que estuda e apresenta a forma correta de escrever as palavras, consideradas as letras e os sinais gráticos.

Grafia de algumas palavras:

Abscesso, açafrão, açambarcar, aguarrás, ansioso, apoteose, ascensão, assaz, atarraxar, bílis, bochecha, broxa, bugiganga, cerejeira, chacina, chorume, coaxar, comissão, concessão, conciso, crioulo, cuscuz, descendência, destreza, discente, disenteria, enxada, enxugar, escusar, esdrúxulo, exação, exalar, exasperar, exceção, excitar, expurgo, exsurgir, extensão farsa, fascículo, foz, frenesi, fuligem, granizo, jejum, jiló, lagartixa, lêndea, miçanga, muçarela, obsessão, ogiva, revés, suscetível, trincheira, xingar.

Palavras que aceitam duas grafias:

Aluguel, aluguer; assobiar, assoviar; caminhão, camião; cociente, quociente; espuma, escuma; flecha, frecha; germe, gérmen; louro, loiro; quatorze, catorze; quota, cota; quotidiano, cotidiano.

Algumas regras:

a) Utiliza-se letra maiúscula:1. Em início de período: “Ontem não fui a aula”.2. Após reticências: “Não sei... Talvez eu vá ao cinema”.3. Em substantivos próprios: “José, Rua Augusta, Idade Média”.4. Em nomes que designam altos conceitos, desde que em sentido abstrato:

“Igreja, Nação, Estado”.5. Em nomes que designam artes, ciências ou disciplinas: “Direito, Matemática,

Língua Portuguesa”.6. Em nomes que designam altas autoridades: “Presidente da República, Ministro

de Estado, Papa”.

Page 6: Resumo Português para Concursos

7. Pronomes pessoais de tratamento: “Senhor, Vossa Excelência, Vossa Magnificência”.

b) O som do “s” em palavras de origem indígena é feito pelo “ç”. Exemplo: açaí, Iguaçu, uruçu, Paiçandu.

c) Palavras de origem indígena, africana ou árabe são escritas com “j” e não com “g”. Exemplos: Moji-mirim, Moji-Guaçu (apesar do nome oficial das cidades, conforme as leis municipais respectivas, ser grafado com “g”), pajé, jenipapo, jiló, canjica.

d) Palavras estrangeiras que contenham o dígrafo ”sh” , ao serem incorporadas ao Português, devem ser escritas com “x”. Exemplo: xampu, xerife, xelim.

e) As letras “w”, “k”, “y”, apesar de oficialmente incorporadas ao nosso alfabeto, são utilizadas somente em palavras e nomes estrangeiros e seus derivados. Exemplos: watt, kart, playboy, darwinismo, wagneriano, Kuwait, kuwaitiano.

f) Atenção para não confundir locuções (grupos de palavras com um único sentido) com palavras únicas. Lembre-se: de repente, em cima, embaixo, à frente, atrás.

g) Os dígrafos “rr” e “ss” ocorrem apenas entre vogais, nunca antes ou depois de consoantes.

h) Não se usa “ch” depois de “n”. Exemplos: enxuto, enxaqueca. Há alguma exceções: encher (e seus derivados), anchova e anteposição do prefixo “em” em palavras que já começam com “ch”, como em encharcar (originada de charco).

i) Não se usa “ch”, “z” e “ss” depois de ditongo. Exemplos: lousa, gueixa, afeição. Exceções: caucho (e seus derivados recauchutar, recauchutagem) e diminutivos que usam o “z” como consoante de ligação (papeizinhos, fieizinhos).

HOMONÍMIA E PARONÍMIA

Dá-se o nome de homônimos a palavras que possuem a mesma grafia e/ou a mesma pronúncia. Os homônimos subdividem-se, portanto, em:

a) Homófonos: possuem a mesma pronúncia, mas grafias diferentes. Exemplo: sela (do cavalo); cela (da prisão);

b) Homógrafos: possuem a mesma grafia, mas pronúncias diferentes. Exemplo: sede (com o primeiro “e” fechado – vontade de tomar água); sede (com o primeiro “e” aberto – matriz, estabelecimento principal de uma empresa);

c) Homônimos perfeitos: possuem a mesma pronúncia e a mesma grafia, nestes caso é o contexto que irá determinar o sentido semântico da palavras. Exemplo: “São duas da tarde.” (conjugação do verbo ser); “O menino chegou são em casa.” (sadio, forte).

Dá-se o nome de paronímia as palavras de grafia parecida, cuja semelhança pode causar confusão no receptor da mensagem. São parônimas, por exemplo, as palavras “eminente” (importante, destacado) e “iminente” (algo que está prestes a acontecer). Exemplos de paronímias: Afiar (a faca); afear (tornar feio). Ária (tipo de música); área ( espaço). Assento (lugar); acento (sinal gráfico). Cassar (anular); caçar (abater). Censo (pesquisa); senso (noção, percepção). Cidra (fruto da cidreira); sidra (tipo de bebida). Comprimento (medida); cumprimento (saudação). Concerto (de música); conserto (daquilo que estava quebrado). Coser (costurar); cozer (cozinhar). Deferir (autorizar); diferir (postergar, adiar); descrição (relato); discrição (cautela). Descriminar (deixar de ser crime); discriminar (detalhar). Despensa (onde se guarda os alimentos); dispensa (liberar de obrigação). Extrato (da conta bancária); estrato (camada). Insipiente (ignorante); incipiente (inicial). Russo

Page 7: Resumo Português para Concursos

(relativo à Rússia); ruço (esgarçado, gasto). Seção (parte, setor); Sessão (reunião). Taxar (aplicar taxa); tachar (criticar).

USO DE EXPRESSÕES E PALAVRAS HOMÔNIMAS

Abaixo, a baixo:

a) Abaixo: advérbio de lugar (é sinônimo de embaixo). Ex. abaixo do tenente está o sargento.

b) A baixo: opõe-se a de alto. Ex. observou a mulher de alto a baixo.

Acerca de, a cerca de, há cerca de, cerca de:

a) Acerca de: tem valor de a respeito de. Ex. fale-me acerca daquele assunto.b) A cerca de: transmite a noção de distância. Ex. o menino postou-se a cerca de metros.c) Há cerca de: transmite a noção de tempo. Ex. concluí o ensino superior há cerca de dez

anos.d) Cerca de: sinônimo de durante/aproximadamente. Ex. estive viajando cerca de três

anos.

Acima, a cima:

a) Acima: indica posição superior, seja de algo concreto ou deu m valor abstrato. Ex. o armário está logo acima de sua cabeça. Nada está acima da ética.

b) A cima: opõe-se a de baixo. Ex. o vestido rasgou de baixo a cima.

Afim de, a fim de:

a) Afim de: é igual a parecido, semelhante, transmite a noção de afinidade. Ex. estou afim daquela menina. Sogro e genro são afins em linha reta.

b) A fim de: com o intuito de, indica um propósito, um objetivo. Ex. escrevo um relatório a fim de apresenta-lo à diretoria.

Demais, de mais:

a) Demais: tem valor de pronome indefinido (sinônimo de os outros) ou de advérbio de intensidade (sinônimo de excessivamente). Ex. onde estão os demais colegas.

b) De mais: locução adjetiva ( tem valor de adjetivo) sinônimo de muito, oposta a de menos. Ex. bebi cerveja de mais.

Por que, por quê, porque, porquê:

a) Por que: locução sinônimo de por qual razão e é usado nas orações interrogativas. Ex. por que você não foi ao meu aniversário?

b) Por quê: tem o mesmo valor de por que, o acento deve ser colocado quando a expressão ocorrer no fim da frase ou logo antes de uma pausa marcada por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Exemplos: você não foi ao meu aniversário por quê? Antes de explicar por quê, sente-se.

c) Porque: é uma conjunção explicativa, ou seja, une duas orações nas quais a segunda expõe os motivos, as causas da primeira. Ex. não fui ao seu aniversário porque estava doente.

Page 8: Resumo Português para Concursos

d) Porquê: é um substantivo (sinônimo de motivo, razão). Normalmente usado antecedido do artigo definido “o, os” e pode ser passado para o plural. Ex. quero saber o porquê de sua teimosia.

Senão, se não:

a) Senão: conjunção equivalente a caso contrário. Ex. você deve estudar, senão não passará de ano.

b) Se não: sinônimo de caso não. Ex. se não estudar, não passará.

Em vez de, ao invés de:

a) Em vez de: equivale a no lugar de. Ex. em vez de estudar, preferiu sair com amigos.b) Ao invés de: é igual a ao contrário de. Ex. ao invés de fechar a janela, abriu-a mais.

Ao nível de, em nível de:

a) Ao nível de: expressa que duas coisas estão na mesma altura. Ex. santos fica ao nível do mar.

b) Em nível de: exprime uma relação de hierarquia. Ex. essa questão deve ser debatida em nível de Presidência da República.

Ao encontro de, de encontro a:

a) Ao encontro de: reflete uma proximidade, uma correlação entre dois termos. Ex. minhas ideias vão ao encontro das suas (ou seja, são semelhantes).

b) De encontro a: tem sentido inverso, denota uma contrariedade. Ex. minhas propostas vão de encontro às suas (ou seja, são antagônicas).

Em princípio, a princípio:

a) Em princípio: equivale a em geral. Ex. em princípio, não me oponho às privatizações.b) A princípio: tem o mesmo valor de no início. Ex. a princípio, bastava escrever algumas

linhas; agora, exigem um longo texto.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Ao pronunciarmos uma palavra, é fácil perceber que uma das sílabas é pronunciada com mais ênfase (sílabas tônicas), enquanto as demais são articuladas de forma mais branda (sílabas átonas). Além disso temos também os monossílabos que são palavras com uma única sílaba. O ramo da fonética que estuda essa relação chama-se prosódia. Sem mais delongas, segue as regras de classificação:

Monossílabos:a) Regra 1: Monossílabos tónicos seguem as regras de acentuação das oxítonas.b) Regra 2: Monossílabos átonos não são acentuados. Vale destacar que a caracterização

de um monossílabo como tônico ou átono depende de seu uso na frase, porque isso implicará na entonação que lhe é dada.

Oxítonas:a) Regra 1: são acentuadas as palavras oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s). Ex.

Mossoró, Amapá, Guaxupé.

Page 9: Resumo Português para Concursos

b) Regra 2: São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ditongo aberto seguido ou não de “s”. Ex. herói, quartéis, troféu.

c) Regra 3: são acentuados o i(s), u(s) tônicos quando forem a segunda vogal de um hiato e estiverem sozinhas na sílaba, mesmo que precedidas de ditongo. Ex. Piauí, Grajaú, tuiuiús.

d) Regras 4: Quando o pronome estiver depois do verbo (ênclise), normalmente este apresenta uma pequena adaptação em sua ortografia por questões fonéticas. Nesses casos, o verbo deve ser considerado uma palavra autônoma do jeito que está escrito, ignorando-se o pronome, para verificarmos se é caso de acentuação. Ex. vou ajudá-lo (a-ju-dá é oxítona terminada em “a”, portanto leva acento). Devo adverti-lo (ad-ver-ti é oxítona terminada em “i”, portanto não leva acento).

Paroxítonas: a) Regra 1: não são acentuadas as paroxítonas terminadas em o, os; a, as; e, es. Ex.

cadeira, machado, fiambre.b) Regra 2: são acentuadas as paroxítonas terminadas em

1. Um (uns). Ex. bônus, ônus2. R. Ex. caráter, nenúfar3. I, is. Ex. júri4. L. Ex. fácil, dúctil, réptil5. U, us. Ex. 6. N. Ex. pólen, hífen (obs. Mas não o plural: polens, hifens)7. X. Ex. córtex, clímax, látex8. Ps. Ex. bíceps, tríceps9. Ã, ãs, ão, ãos. Ex. acórdão, acórdãos10. Om, ons. Ex. 11. Hiatos são acentuados i (is) e u (us) quando forem a segunda vogal de um hiato e

estiverem sozinhas na sílaba. Ex. saída, faísca, graúdo, balaústre.12. Exceções: não serão acentuados se estiverem depois de ditongo ou antes de “nh”.

Ex. feiura, cauila, rainha, moinho.

Proparoxítonas: a) Regra única: Todas são acentuadas. Ex. árvore, proparoxítona, cântico, jurássico.

Palavras que admitem dupla prosódia:

Acrobata, acróbata; alopata, alópata; autopsia, autópsia; biopsia, biópsia; hieroglifo, hieróglifo; ortoepia, ortoépia; oximoro, oximoro; projetil, projétil; soror, sóror; zangão, zângão.

Novo Acordo Ortogrático:

Obs1. Não levam acento os ditongos abertos das palavras paroxítonas, ou seja: ideia, heroico, assembleia.

Obs2. Não levam acento as letras duplicadas, ou seja, voo, zoo, leem, enjoo.

Obs3. Quando as letras duplicadas se aglutinarem em uma só, deverão ser acentuadas. É o que ocorre em têm (conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter), vêm (conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo vir).

Page 10: Resumo Português para Concursos

Obs4. Não existe mais o acento diferencial, ou seja, para (do verbo parar) não leva mais acento para diferenciar-se de para (preposição) assim como pera. Há porém exceção no que se refere ao acento diferencial em pôr (verbo) e por (preposição); pôde (conjugação da 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder – para distanciá-lo de pode (conjugação da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo poder).

Obs5. Pode-se usar facultativamente o acento diferencial em fôrma (de bolo) para distacá-lo de forma (maneira de fazer).

USO DE CRASE

A crase é a fusão de sons iguais, pode indicar um artigo ou uma preposição.

Regras Básicas:

1ª trocar a palavra feminina posterior por uma palavra masculina:

Fui à feira. > Fui ao mercado.

Luís telefonou à Mãe > Luís telefonou ao pai.

2º quem vai à, volta dá, crase há. Quem vai à, volta de, crase pra quê?.

Vou à Bahia. > Volto da Bahia.

Vou a Curitiba. > Volto de Curitiba.

3º Nunca se usa crase antes de palavras masculinas, verbos, pronomes indefinidos e artigos indefinidos.

Vou a pé (pé palavra masculina). Vou a cavalo (cavalo palavra masculina)

Ela começou a chorar (antes de verbo não tem crase)

Pediu ajuda a uma amiga (antes de artigo indefinido não tem crase)

4ª “A” no singular seguido de plural é simples preposição e não leva crase. Já o “as” flexionado pode indicar artigo mais preposição e por isso levar a crase.

Não vou a festas. Não vou a shows. (“a” preposição não leva crase)

Não vou às festas organizadas por ele. Não vou aos shows organizados por ele.

5º Na expressão “à maneira de” mesmo que implícito leva crase.

Corte meu cabelo à Neymar. (a moda de Neymar)

6º Diante de pronome possessivos femininos pode ou não usar a crase.

Ficou a seu lado. Ficou à seu lado

7º Diante de nomes femininos familiares, pode-se usar ou não

8º Depois da preposição até e antes de palavras femininas pode ou não usar crase.

Fui até a praia. > Fui até à praia.

Page 11: Resumo Português para Concursos

9º Preposição + pronome demonstrativo leva crase. Somente pronome demonstrativo não leva crase.

Dirija-se àquele balcão (preposição). > Observe aquela garota (somente pronome).

PONTUAÇÃO

Uso do Hífen.

Palavras compostas de dois termos : guarda-roupa; porta-malas; guarda-sol; beija-flor; dois-pontos.

Palavras compostas de três termos:. a) não tem hífen: pé de moleque; fim de semana; dia a dia. b) nomes de plantas e animais tem hífen: cana-de-açucar; joão-de-barro.

Palavras compostas que perderam a noção de composição não são hifenizadas : girassol; pontapé; paraquedas.

Palavras iniciadas com prefixo – vice – ex – sem – além – aquém – recém – pós – pré – pró – recebem hífen: vice-rei; vice-presidente; ex-atleta; ex-ministro; sem-terra; além-túmulo; aquém-mar; recém-chegado, pós-graduação; pré-projeto; pró-memória.

Usa -se hífen em palavras iniciadas com a letra – H: anti-higiênico; sobre-humano, super-herói. Exceções: a) o uso do hífen na palavras sub-humano é opcional, caso não use, ficara subumano; b) com o prefixo – co – obrigatoriamente não se usa o hífen e suprime o – H – coabitar, coerdeiro.

Usa-se o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com a mesma vogal: micro-organismo; infra-assinado; contra-ataque. Exceção são os prefixos - CO – RE – que se aglutinam com a palavras: cooperar; coobrigação; reencarnar; reerguer.

Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com vogal diferente: aeroespacial; plurianual; semianalfabeto.

Não se usa hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com consoante. Caso a palavra comece com – R – ou – S – essa letra deverá ser duplicada: anteprojeto; semicírculo; microcosmos; microssistema; antirrábica; minissaia; contrassenso.

Usa-se o hífen quando a palavra terminar com consoante e a palavra terminar com a mesma consoante: super-rápido; inter-racial.

Usa-se o hífen com os prefixos – CIRCUM – PAN – se a palavras começar com – M – N – ou vogal. Nos demais casos, não há hífen: circum-navegação; pan-americano; circumpercorrer; pancosmismo.

Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a palavra começar com consoante diferente: supermercado; hiperproteção. Exceção com os prefixos – AB – SUB – nesses caso usa-se o hífen antes de palavras iniciadas por - R – como vemos em: ab-rogar; sub-raça.

Não se usa hífen quando o prefixo terminar em consoante e a palavra começar com vogal: subárea; interestadual; superinteressante.

USO DA VÍRGULA:

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A vírgula a princípio é usada quando os elementos da oração estiverem na ordem indireta.

Fui correr hoje cedo. > Hoje cedo, fui correr.

Eu, diamantes, compro todos.

Não se usa crase entre o sujeito e o verbo, entre o verbo e o objeto, entre o verbo e o predicativo.

Usa-se vírgula entre termos repetidos:

Fui ao mercado comprar, café, leite, ovo e pão.

Usa-se vírgula entre termos omitidos:

Para separar termos desligados como vocativos:

Anda, meu amor, que temos que chegar logo.

Em expressões explicativas, por exemplo, isto é, ou seja.

Por exemplo, a terra é redonda.

Separando aposto explicativo:

Nós, brasileiros, consideramo-nos espertos.

Case especial antes do “E”. Em regra não se usa vírgula, mas no caso de polissíndeto e quando o “e” aparecer para mudar sujeitos.

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! > Você ama matemática, e eu adoro português.

PONTO E VÍRGULA

O ponto e vírgula é usado nas seguintes hipóteses:

a) Para separar os tópicos de uma enumeração. A norma culta da língua portuguesa recomenda que o penúltimo item da lista seja encerrado com ponto e vírgula e sucedido da conjunção aditiva “e”;

b) Para separar termos de uma oração que já contenha vírgulas;c) Em períodos compostos por coordenação, usa-se o ponto e vírgula para separar as

orações coordenadas sindéticas quando a conjunção estiver deslocada. Ex. “Apressei-me no almoço; cheguei, portanto, adiantado”; e

d) Para separar orações coordenadas com sujeito distintos. Nesse caso pode ser substituída por ponto sem qualquer prejuízo ao sentido do texto. Ex. “Tatiana foi visitar uma amiga; eu, para variar, fiquei trabalhando.

DOIS PONTOS

Devem ser utilizados nas seguintes hipóteses:

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a) Para anunciar uma enumeração, hipótese em que pode ser suprimido sem prejuízo ao sentido do texto. Ex. “Sempre levo em minhas viagens: livros, remédios e documentos que possa precisar”.

b) Para introduzir o aposto ou oração subordinada substantiva apositiva; ec) Para introduzir exemplo, notas ou observações.

ASPAS

Devem ser utilizadas nas seguintes hipóteses:

a) Para indicar que um trecho corresponde a uma citação direta de outra obra;b) Para indicar que determinada palavra ou expressão não foi utilizada em se sentido

original (denotativo);c) Para indicar que uma palavra ou expressão é uma gíria ou estrangeirismo; ed) Para dar destaque a palavras estrangeiras usadas no corpo do texto.

Atenção! Normalmente, outros sinais de pontuação (ponto, vírgula, dois-pontos) são colocados depois das aspas finais, exceto quando se tratar de citação direta de outra obra. Nessa hipótese, o último sinal de pontuação deve ficar antes das aspas finais.

PATÊNTESES

Devem ser utilizadas nas seguintes hipóteses:

a) Para inserção de explicações, adendos e opiniões ao texto, cuja retirada não prejudicará o sentido ou a coesão do escrito. Nessa função, os parênteses podem ser substituídos, sem qualquer equívoco ou prejuízo, por travessões; e

b) Para enunciar por extenso um numeral maior que dez. Na linguagem culta, a redação de numerais cardinais de zero a dez deve ser feita unicamente por extenso, sem qualquer sinal de pontuação. Quando o numeral cardinal a ser redigido for maior que dez, a regra é colocá-lo em seu formado número seguido de sua enunciação por extenso entre parênteses.

Atenção! Quanto à pontuação, a regra é de que os demais sinais colocados no texto fiquem fora dos parênteses. No entanto, é possível inserirmos sinais de pontuação dentro dos parênteses quando seu conteúdo formar uma oração completa e coerente. Ex. “Você está certo, os homens sofreriam menos se não se concentrassem tanto (e só Deus sabe por que eles são assim!) na lembrança dos seus males, em vez de esforçar-se por tornar o presente suportável.”

COLCHETES

Deve ser usados nas seguintes hipóteses:

a) Quando for necessária nova inserção dentro de parênteses; eb) Para indicar uma inserção feita por aquele que transcreve a citação dentro do trecho

colacionado.

TRAVESSÃO

Deve ser usado nas seguintes hipóteses:

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a) Para indicar a mudança de interlocutor dentro de um discurso direto; eb) Para intercalar elementos ou orações que estejam deslocados dentro do período.

CLASSES DE PALAVRAS:

1. Substantivos

Substantivos são palavras que dão nome às entidades.

Flexão do substantivo quanto ao gênero:

a) Substantivos masculinos: são aqueles que designam entidades do sexo masculino. Ex. homem, cachorro, livro etc.;

b) Substantivos femininos: são aqueles que designam entidades do sexo feminino. Ex. mulher, cadela, caderneta etc.;

c) Substantivos comuns de dois gêneros ou comum de dois: são aqueles que designam tanto entidades do sexo feminino quando do sexo masculino sem sofrer qualquer alteração em sua estrutura. A definição do gênero em cada caso será realizada pelo artigo. Ex. o dentista/a dentista;

d) Substantivos epicenos: designam tanto animais macho como fêmeas, sem variar, O artigo também ser sempre o mesmo. Ex. a coruja (seja macho ou fêmea); e

e) Substantivos sobrecomuns: designam homens ou mulheres, sem variar. Também só admitem um artigo. Ex. a criança, o cônjuge, a pessoa (tanto homem quando mulher).

Flexão do substantivo quando ao número:

a) Substantivos singulares: são aqueles que designam apenas uma unidade da entidade que representam. Ex. um vaso, um copo;

b) Substantivos plurais: são aqueles que designam mais de uma unidade da entidade que representam. Ex. dois vasos, três copos;

c) Substantivos plurais necessários: são aqueles que sempre são escritos no plural, não admitindo qualquer uso no singular. Ex. as férias, os óculos, as calças; e

d) Substantivos coletivos: são aqueles que designam, por si só, (sem flexão) um conjunto de seres da mesma espécie. Ex. acervo (de livros), falange (de heróis), panapaná (de borboletas) etc.

2. ADJETIVOS

São palavras que qualificam um substantivo, ou seja, confere ao substantivo uma qualidade, caraterística ou atribui um estado. Os adjetivos podem ser variáveis quando concordam com o sujeito em gênero e número, ou invariáveis, quando sua estrutura é mantida independentemente do gênero do substantivo.

Graus dos adjetivos:

Os graus dos adjetivos são utilizados para estabelecer uma relação entre dois ou mais substantivos. São os seguintes:

a) Normal ou positivo: simplesmente expressa a qualidade do substantivo. Ex. piso escorregadio;

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b) Comparativo: estabelece uma relação de comparação entre dois substantivos. Essa comparação pode apresentar três resultados diferentes.

I. Igualdade: Marina é tão intransigente quanto Paulo;II. Inferioridade: Marina é menos intransigente que Paulo; e

III. Superioridade: Marina é mais intransigente que Paulo.c) Superlativo: indica a extrema superioridade ou inferioridade de um determinado

substantivo, denotando que não há nada acima ou abaixo dele. Subdivide-se em:I. Superlativo relativo: quando a extrema superioridade ou inferioridade é coloca

em relação a outros sujeitos. Ex. Marina é a mais intransigente das alunas. Paulo é o menos intransigente dos empregados;

II. Superlativo absoluto: ocorre quando a qualidade ou defeito é atribuído exclusivamente a determinado sujeito, colocando-o em situação de extrema superioridade ou inferioridade em relação a todos os demais de forma abstrata. O superlativo absoluto pode ser analítico (Marina é muito intransigente. Paulo é extremamente intransigente) ou sintético (Marina é intransigentíssima. Paulo é amabilíssimo).

ADVÉRBIO

Os advérbios são termos cuja função é alterar um outro elemento da oração, que pode ser um substantivo, um adjetivo, um verbo ou mesmo outro advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância. Classificação:

a) Modo: expõem a forma de realizar determinada ação. Não se limitam a eles, mas são facilmente identificados pela presença do sufixo “mente”. Ex. normalmente, velozmente, habitualmente, assim, bem, mal;

b) Negação: exprimem a repulsa, a contraposição a determinada ideia. Ex. não;c) Afirmação: determinam a concordância, o respaldo a determinada ideia. Ex.

certamente, realmente;d) Dúvida: como o nome sugere, estabelecem uma relação de incerteza sobre um

determinado fato. Ex. talvez, provavelmente, acaso;e) Intensidade: transmitem a noção de quantidade, volume ou tamanho do termo a que

se relacionam. Ex. muito, pouco, demais, bastante;f) Tempo: ligam-se ao momento em que a ação acontece. Ex. agora, depois, antes, hoje,

então, sempre, já; eg) Lugar: apontam para o local onde a ação acontece. Ex. lá, aí, além, aqui, ali.

Locuções adverbiais: São estruturas formadas por preposição + substantivo que assumem na oração o valor do advérbio, ou seja, expressam circunstâncias de verbos, substantivos ou adjetivos. Exemplos: com efeito, de graça, às vezes, à toa etc. As circunstâncias apresentadas por locuções adverbiais podem ser de:

a) Causa: explicam a razão do ocorrido. Ex. morreu de frio, chorou de fome;b) Meio: apresentam o instrumento utilizado para realizar a ação. Ex. viajou de avião,

escreveu com lápis, cortou a faca;c) Fim: revelam o motivo da ação. Ex. preparou-se para a festa, trabalhava para seu

sustento;

Page 16: Resumo Português para Concursos

d) Concessão: indicam a superação de uma circunstância adversa em prol da ação verbal. Ex. saiu apesar da chuva, casaram-se apesar da traição;

e) Companhia: representam que há mais de uma pessoa envolvida na ação. Ex. sair com amigos, passeou com a namorada;

f) Condição: impõem a ocorrência de um evento futuro e incerto para que a ação se complete. Ex. só viajará com autorização, sem preparo, fracassarás; e

g) Conformidade: expõem a identidade entre dois elementos da oração. Ex. construiu o prédio conforme a planta. Agiu conforme a lei.

ARTIGOS

São termos usados unto com substantivos para indicar se estamos tratando de uma entidade determinada ou indeterminada. Classificação:

a) Artigos definidos: são aqueles cuja função é estabelecer que o substantivo a que se ligam refere-se a uma entidade determinada. Ex. o, a, os, as; e

b) Artigos indefinidos: são aqueles cuja função é estabelecer que o substantivo a que se ligam refere-se a uma entidade indeterminada. Ex. um, uns, uma, umas.

PRONOMES

São palavras que identificam as entidades enquanto pessoas de um discurso ou as relações entre elas. São utilizadas ao lado dos substantivos ou os substituindo como recurso de redação.

Classificação

Pronomes pessoais:

a) Podem ser do caso reto assumindo a função de sujeito na oração: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

b) Podem ser do caso oblíquo assumindo a função de objeto ou adjunto na oração, podem ainda ser átonos, quando não são precedidos de preposição – me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes -; ou tônicos, quando são obrigatoriamente precedidos de preposição – mim, comigo, ti, contigo, a ele, a ela, si, consigo, vós, convosco, a eles, a elas, si, consigo.

As formas comigo, consigo, conosco e convosco são classificadas como pronomes oblíquos tônicos porque já se encontram aglutinadas com a preposição “com”.

As palavras ele, eles, ela, elas, podem funcionar tanto como pronomes retos quanto como pronomes oblíquos a depender se exercem função de sujeito ou de objeto na oração; será oblíquo quando vier precedido da preposição “a”.

Pronomes reflexivos:

Indicam que o sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sobre as consequências da ação. Podem funcionar como pronomes reflexivos: me, te, se, nos, vos, si, consigo. Exemplos

Page 17: Resumo Português para Concursos

“Eu me vesti”. “Ele se feriu”. “Ela conversava consigo mesma

Pronomes recíprocos:

Indicam que há uma ação sendo realizada simultaneamente entre duas pessoas. Equivalem a “um e outro” ou “reciprocamente”. Podem funcionar como pronomes recíprocos: nos, vos e se. Exemplos:

“Eles se abraçaram”. “Nós nos confraternizamos”.

Pronomes de tratamento:

Indicam uma forma cerimoniosa de se referir a alguém. São chamados também de 2ª pessoa indireta porque indicam o interlocutor, mas levam o verbo para a conjugação na 3ª pessoa. Exemplo. “Vossa alteza não pode se expor!”

Em algumas regiões do pais, “você” assumiu o lugar de pronome pessoal reto da 2ª pessoa do singular, desbancando o uso do “tu” como o jeito informal de tratarmos nosso interlocutor. Em sua origem, porém, é um pronome pessoal de tratamento (note que ele leva o verbo para a 3ª pessoa do singular, justamente como os demais pronomes de tratamento. Exemplo: “Você vai”, ou invés de “tu vais”.

Usamos o antecedente “vossa” quando nos dirigimos diretamente à pessoa tratada com deferência; usamos “sua” quando nos referimos a essa pessoa. Exemplo: Vossa majestade tem razão em seus argumentos. Sua majestade, o Rei da Espanha, já o aguarda, senhor.

Pronomes Possessivos:

Acompanham um substantivo para indicar a quem se atribui a propriedade, o domínio ou o controle sobre a entidade. Da mesma forma que os pronomes pessoais, podemos dividir os possessivos conforme as pessoas do discurso: meu, meus, minha, minhas; teu, teus, tua, tuas; seu, seus, sua, suas; nosso, nossos, nossa, nossas; vosso, vossos, vossa, vossas; seu, seus, sua, suas.

Pronomes Demonstrativos:

Tem como função situar no tempo, no espaço ou dentro do próprio texto a entidade a que se refere em relação à pessoa do discurso. Os pronomes demonstrativos mais comuns são: este, estes, esta, estas, isto, esse, esses, essa, essas, isso, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.

Podem também, funcionar como demonstrativos os termos: mesmo, próprio, semelhante, o (invariável) e tal. Exemplo: Prometi emprestar dinheiro. Não deveria ter dito semelhante coisa/Não deveria ter dito isso.

a) Pronomes demonstrativos em relação ao espaço: quando se referem a uma questão espacial, de localização, os pronomes demonstrativos seguem as seguintes regras:I – Este, estes, esta, estas e isto; quando a entidade está próxima de quem fala;II – Esse, esses, essa, essas, isso; quando a entidade está próxima da pessoas com quem se fala; eIII – Aquele (e flexões); quando a entidade está distante de ambos os interlocutores.

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b) Pronomes demonstrativos em relação ao tempo: quando se referem a uma questão temporal, sobre o momento em que algo aconteceu, os pronomes demonstrativos seguem as seguintes regras:I – Este e flexões para períodos que incluem momento presente e momento futuro; eII – Esse e flexões para períodos que incluem momento passado.

c) Pronomes demonstrativos em relação a outras palavras do texto: quando se referem a outros termos constantes do texto, resgatando-os no transcorrer do discurso, os pronomes demonstrativos seguem as seguintes regras:I – Este e flexões para algo que ainda vai ser dito (função catafórica); II – Esse e flexões para algo que já foi dito (função anafórica); eIII – Quando há duas referências anteriores, esse e flexões para a mais próxima (a última a ser dita) e aquele e flexões para a mais distante (a primeira a ser dita).

Pronomes indefinidos:

Se referem a entidade imprecisas, vagas ou genéricas. Sua função é tornar incerto o objeto a que se relaciona. São pronomes indefinidos variáveis: algum (flexões), certo (flexões), nenhum, nenhuma, outro (flexões), qualquer, quaisquer, tanto (flexões), todo (flexões). São pronomes indefinidos invariáveis: algo, alguém, cada, nada, ninguém outrem, tudo.

Pronomes relativos:

São aqueles que se referem a um termo anterior – denominado antecedente – e, ao mesmo tempo, introduzem uma oração subordinada. Exercem a função de pronomes relativos os termos: que, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quem, onde, quanto, quantos, quanta, quantas e como.

Para saber se o pronome que está exercendo a função de pronome relativo, basta substituí-lo pelo pronome “o(a) qual”, se fizer sentido, é um pronome relativo.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A referência para colocação pronominal é o verbo. A partir dele, o pronome pode aparecer em três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).

A ênclise é a regra geral da Língua Portuguesa, isto é, se não houver situação determinante da próclise ou da mesóclise, usamos sempre o pronome depois do verbo. Vejamos algumas regras:

1. Uso da ênclise obrigatória:a) No início das orações e após sinal de pontuação indicativo de pausa: a oração não

pode ser iniciada com pronome oblíquo, nem mesmo pode ele ser colocado antes do verbo imediatamente depois de sinal de pontuação que demanda pausa na leitura (vírgula, ponto e vírgula, dois pontos etc.)

b) Com verbo no gerúndio que inicia oração reduzida: “Pulei no rio imediatamente, salvando-lhe a vida.

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2. Quanto a mesóclise, a norma padrão exige-a em dois casos, desde que não se trate de próclise obrigatória:

a) Verbos no futuro do presente do indicativo: Ver-nos-emos amanhã. Pagar-lhe-ei a dívida tão logo receba meu salário; e

b) Verbos no futuro do pretérito do indicativo: Gostei deste carro, comprá-lo-ia se pudesse. Procurar-me-iam caso necessitassem.

3. Quanto a próclise, usa-se obrigatoriamente nos seguintes casos:a) Depois advérbios não separados por vírgula: Aqui me respeitam;b) Depois de palavras negativas: Não se engane. Nunca me vire as costas;c) Depois de pronomes indefinidos não separados por vírgula: Alguém me chamou.

Todos o tratam como se fosse incapaz;d) Depois da preposição “em” antes de verbo no gerúndio: Em se tratando de títulos

mundiais, ninguém supera a seleção brasileira;e) Depois da conjunção integrante “que”: Essa é a pessoa que me ajudou muito nos

últimos anos;4. Usa-se a próclise facultativa nos casos seguintes:a) Junto a substantivos próprios ou comuns: Gustavo se animou/Gustavo animou-se. O

amor me pegou/O amor pegou-me.b) Junto a pronomes pessoais do caso reto: Eu o respeito/Eu respeito-o. Eles me

adoram/Eles adoram-me.c) Junto a pronomes demonstrativos: Isso se chama preguiça/Isso chama-se preguiça.d) Após conjunções coordenativas: Não queria encontra-lo, mas me reconheceu na

multidão/Não queria encontra-lo, mas reconheceu-me na multidão.

CONJUNÇÃO

Conjunção é a classe que designa as palavras cuja função é ligar duas orações, formando um período composto.

1. Conjunções Coordenativas: São aquelas que unem orações que possuem, casa uma, significado próprio, isto é, sua ligação dentro do período é apenas uma questão de clareza, coesão ou estilo. São os chamados períodos compostos por coordenação. A conjunção assume a função de simples conector. São espécies de conjunções coordenativas:

a) Aditivas: transmitem a ideia de soma de elementos, de adição. É o caso de: e, nem, não só... mas também/como também. Pegue as compras e coloque-as no carro.

b) Alternativas: exprimem a noção de que os elementos conectados não podem existir ao mesmo tempo. É o caso de: ou, ora... ora. Vou de carro ou de ônibus?

c) Adversativas: expressam uma ressalva, denotando que existe uma oposição entre as unidades conectadas. As mais comuns são mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. Obs. A conjunção “e” pode ter valor adversativo, quando tiver o mesmo sentido de “mas”. Eu e Carlos estávamos na mesma loja e não o vi. Eu e Carlos estávamos na mesma loja, mas não o vi.

d) Explicativas: refletem uma explicação, uma justificativa. Aqui se incluem pois, porque, porquanto. Não estudei o suficiente porque estava dormindo mais que o normal.

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e) Conclusivas: caso em que a conjunção transmite a ideia de conclusão entre as orações, ou seja, decorre da outra. Exercem esse papel logo, portanto, assim, por conseguinte. Penso, logo existo.

2. Conjunções (e locuções conjuntivas) subordinativas podem ser relacionadas como:a) Integrantes: introduzem uma oração subordinada substantiva. Exercem essa função os

elementos “que” e “se”. Atenção! Nas orações subordinadas adjetivas, o que tem valor de pronome relativo.

b) Condicionais: introduzem orações subordinadas adverbiais condicionais, isto é, a oração subordinada expressa uma condição da oração principal. Aqui se incluem se, caso, sem que, uma vez que*, desde que*, contanto que* (*seguidos de verbo no subjuntivo). Posso espera-lo, desde que seja rápido.

c) Causais: introduzem orações subordinadas adverbiais causais, as quais são consideradas como a causa, a razão da oração principal. Podemos elencar porque, como, visto que, já que, uma vez que, desde que. Como andava sem atenção, errei várias vezes o caminho. Não saímos de casa desde que o bebê nasceu.

d) Concessivas: estabelecem uma relação entre orações nas quais uma indica a superação de um obstáculo criado pela outra. É o caso de: ainda que, embora, se bem que, apesar de que, não obstante, posto que. Ex. Ainda que você chegue hoje, não valerá a pena. Posto que tenha atravessado sérias dificuldades, venceu na vida.

e) Conformativas: unem orações que trazem fatos em relação de conformidade um com o outro as conjunções como, conforme, segundo, consoante. Ex. O valor das ações está caindo conforme o balanço apresentado.

f) Finais: o nome remete a finalidade, ou seja, a conjunção introduz uma oração que declarará as intenções, os objetivos da oração principal. É o caso que se vê em: para que, a fim de que etc. Ex. Fui a São Paulo para que pudesse terminar os estudos. Contratei um advogado a fim de que possa me defender no processo.

g) Proporcionais: as orações são ligadas por uma conjunção ou locução conjuntiva que expressa a relação de proporção entre um objeto da oração subordinada e outro da oração principal. Exemplo: à medida que, à proporção de, ao passo que. Á medida que andava, ficava mais cansado. Tirava notas melhores ao passo que aprendia.

h) Temporais: indicam que a oração que introduzem estabelece uma circunstância de tempo em relação à oração principal, informando o momento em que a ação verbal acontece. Aqui encontramos as conjunções e locuções: antes que, depois que, quando, eis que, logo que, desde que, todas as vezes que, sempre que, enquanto. Ex. Deixe tudo pronto antes que eu saia. Cumpri a tarefa logo que me foi passada.

VERBO

Chama-se verbo a unidade morfológica que representa a ação ou processo que envolve o sujeito da oração. É aquilo que está sendo feito ou realizado, indica a conduta tomada pelo sujeito.

Modos do Verbo:

a) Indicativo: representa fatos e ações cuja existência é certa e determinada. Exemplo: Eu ando rápido.

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b) Subjuntivo: representa situações incertas, não confirmadas ou cuja existência não é possível determinar. Exemplo: Se eu andasse mais rápido, chegaria mais cedo.

c) Imperativo: exprime ordens ou comandos da pessoa destinatária. Exemplo: Anda logo!

Tempos do Verbo

Os verbos podem expressar ações ou situações que já se completaram, que aconteceram no momento em que se fala ou que ainda ocorrerão. São os tempos verbais:

1. O modo indicativo divide-se em:a) Presente – eu vendo;b) Pretérito perfeito (o fato aconteceu e terminou espontaneamente) – eu vendi;c) Pretérito imperfeito (o fato acontecia quando foi interrompido) – eu vendia;d) Pretérito mais-que-perfeito (o fato aconteceu em um momento mais remoto, anterior

a outros fatos referidos no contexto) – eu vendera;e) Futuro do presente (que representa o tempo futuro propriamente dito) – eu venderei;

ef) Futuro do pretérito (representa o futuro condicionado a outro evento) – eu venderia.

2. O modo subjuntivo divide-se em:a) Presente (que) – eu venda;b) Pretérito imperfeito (se) – eu vendesse; ec) Futuro (quando) – eu vender.

3. O modo imperativo não se divide em tempos verbais, porque a ordem é dada sempre no presente. Não obstante ele é dividido em:

a) Imperativo afirmativo (ordens positivas) – vende tu; eb) Imperativo negativo (ordens negativas) – não vendas tu.

Formas Nominais do Verbo

Chamam-se formas nominais do verbo suas estruturas que, ao lado de seu valor verbal (representando uma ação), podem assumir valor de substantivo, adjetivo ou advérbio. São três:

a) Infinitivo: identificado pelas desinências “ar” 1ª conjugação; “er” e “or” 2ª conjungação; ou ir 3ª conjugação. O infinitivo pode assumir valor de substantivo. Ex. O andar do bêbado.

b) Gerúndio: identificado pela desinência “ndo”. O gerúndio pode assumir valor de advérbio ou adjetivo. Ex. pensando bem, vou ficar em casa.

c) Particípio: identificado pelas desinências “ado” 1ª conjugação; e “ido” 2ª e 3ª conjugações. O particípio pode assumir a função de adjetivo. Ex. coração partido.

d) Exceções importantes:I – o gerúndio e o particípio do verbo “vir” e seus derivados são iguais – vindo.II – o particípio do verbo “ver” é “visto”.

As orações que são formadas por qualquer das formas nominais dos verbos são chamadas de orações reduzidas. Essa classificação interessa principalmente para análise sintática.

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Verbos Defectivos:

São aqueles que não se conjugam em determinada pessoa, número, tempo ou modo, por questões de sonoridade. Exemplo: colorir, que no presente do indicativo, conjuga-se apenas “nós” colorimos e “vós” coloris; as demais pessoas não existem nesse tempo verbal.

Verbos Abundantes:

Ao contrário dos verbos defectivos, verbos abundantes são aqueles que possuem mais de uma forma correta para um ou mais tempos ou formas verbais. Usualmente, a abundância dos verbos ocorre nos particípios. Ex. aceitar: aceitado/aceito; acender: acendido/aceso; enxugar: enxugado/enxuto.

Atenção! O verbo chegar não é abundante. Está incorreto o particípio criado pela fala coloquial “chego”, como em: eu tinha chego. O certo é chegado.

Vozes do Verbo

a) Voz ativa: aquela na qual a pessoa do discurso pratica a ação verbal sobre o objeto. Ex. Eu mandei chamar-lhe.

b) Voz passiva: aquela na qual o sujeito da oração é o próprio objeto da ação verbal, ou, em palavras, ele sofre a ação verbal. Por tal razão, recebe o nome de sujeito paciente e aquele que exerce a ação é chamado de agente da passiva. Ex. O jornal foi lido por mim. A construção da voz passiva é feita por meio de uma locução verbal formada pelos verbos “ser”, “estar” ou “ficar” seguidos do particípio do verbo principal e pode ser subdividida em:

I – voz passiva analítica: na qual a locução verbal mencionada acima está expressa.

II – voz passiva sintética: na qual o verbo, ao invés de inserido em uma locução, é flexionado na terceira pessoa (singular ou plural) seguido da partícula “se”, que nesse caso exerce a função de pronome apassivador, isto é, indica que o verbo está na voz passiva. Ex. Alugam-se casas. Conserta-se ar condicionado.

c) Voz reflexiva: na qual a ação verbal não ultrapassa o sujeito, ou seja, não há a transição para o objeto. A pessoa do discurso é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal. Pode também ser classificada de duas maneirasI – Voz reflexiva propriamente dita: quando a ação reverte-se ao próprio agente. Os verbos nessa condição são conhecidos como verbos pronominais. Ex. Eu me visto. Ela se sentou. Tu te levantaste.II – Voz reflexiva reciproca: quando a ação verbal ocorre reciprocamente entre dois ou mais agentes. Ex. Eles se abraçaram (se exerce a função de pronome reflexivo recíproco). Nós nos cumprimentamos calorosamente.

Mudança da Voz ativa para Voz passiva analítica:

1º - O sujeito da voz ativa vira agente da passiva;

2º - O objeto direto na voz ativa vira sujeito paciente;

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3º - O verbo na voz ativa vira verbo principal da locução verbal, mantendo-se o tempo verbal concordando com a pessoa do sujeito paciente.

Os bandidos invadiram a casa. > A casa foi invadida pelos bandidos.

Mudança da voz passiva analítica para a voz ativa

1º o sujeito paciente da voz passiva vira objeto direto;

2º o agente da passiva vira sujeito;

3º O verbo principal da locução passiva vira verbo unitário, mantendo-se o tempo verbal e concordando com a pessoa do sujeito. Ex.

Os homens foram derrotados pelas mulheres. > As mulheres derrotaram os homens.

Mudança da voz passiva sintética para a voz passiva analítica

1º O sujeito paciente colocado após o verbo é deslocado para o início da oração;

2 O verbo na terceira pessoa seguido da partícula “se” vira verbo principal da locução verbal, concordando com o sujeito paciente e mantendo-se o tempo verbal. Ex.

Arrumaram-se as malas. > As malas foram arrumadas.

A mudança da voz passiva sintética para a voz passiva analítica é o que traz mais dificuldades, Afinal, por vezes é muito difícil discernir se estamos diante da voz passiva sintética ou de oração com sujeito indeterminado. Para diferenciar basta analisar se o verbo exige complemento e de que tipo. A voz passiva sintética, via de regra, ocorre apenas com verbos transitivos diretos, ou seja, aqueles que exigem complemento sem proposição. Se houver preposição depois do verbo, é voz ativa com sujeito indeterminado. Afinal, o sujeito nunca precisa de preposição. Duas dicas para essa situação:

a) Se ela aparece, é porque o termo que segue não é sujeito e o verbo não deve concordar com ele; e

b) Tentar transformas a oração que supostamente está na voz passiva sintética em voz passiva analítica. Se der certo, é mesmo voz passiva; se não der, é voz ativa com sujeito indeterminado. Ex. cumpre-se a profecia (voz passiva sintética) A profecia é cumprida (voz analítica que faz sentido). Ex. lá se é mais feliz (voz passiva sintética?) Mais feliz é lá (voz passiva analítica não faz sentido, então é voz ativa).