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Retábulo do Santíssimo Sacramento Eduardo Albuquerque 29 de Outubro de 2012

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Retábulo do Santíssimo Sacramento

Eduardo Albuquerque29 de Outubro de 2012

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Retábulo do Santíssimo Sacramento

Eduardo Albuquerque29 de Outubro de 2012

Designação:

Retábulo da Santíssima Trindade

Tipologia:

Património Artístico, Móvel e Material.

Datação:

A referência mais antiga documentada do retábulo é do ano de 1734, onde Fabião Soares de Paredes descreve o

interior da igreja. ([...]Cappella mor, que he taobem de Abobeda antiga com Retabolo e Sacrario de pedra

dourada em que estão no alto o Padre Eterno, e dos lados S. João Envagelista, e a Senhora das angustias, e

pello meyo alguns Anjos todos levantados em busto na mesma pedra.)

Apesar desta referência podemos recuar até ao segundo quartel do Século XVI. Chegamos a esta conclusão

devido á composição formal e estética do retábulo, que está dentro da estética do 2º Renascimento (Maneirismo).

Do mesmo modo, o material utilizado, a pedra calcária de Ança que é um material de eleição dos artistas desse

período.

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Capela do Espírito Santo de Eiras

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Local Original:

Altar da Capela do Espírito Santo de Eiras

(Coimbra).

Local Actual:

Altar da Capela do Espírito Santo de Eiras

(Coimbra).

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Retábulo do Santíssimo Sacramento

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Descrição:

Retábulo com Sacrário em pedra calcária tendo como tema a Sagrada Trindade.

O retábulo é uma micro-arquitectura ladeada por pilastras decoradas com motivos vegetalistas e figuras

grotescas, possuindo dois níveis diferentes: No primeiro nível encontramos ao centro o Sacrário destacado

devido à sua forma trapezoidal, tendo duas figuras antropomórficas em posse de oração (devotos?) nas suas

faces e na sua base dois anjos. Este é ladeado por dois nichos em forma de concha suportados por duas

pilastras. Dentro do nicho da direita encontramos a figura da Virgem, por sua vez, no da esquerda encontramos a

figura de S. João Baptista; No nível superior encontramos ao centro a figura de Cristo destacado. Este é ladeado

por dois anjos músicos dentro de nichos suportados por colunas esguias.

Na base do retábulo encontramos por baixo das figuras da Virgem e de S. João Baptista, duas figuras

antropomórficas (soldados?): A figura da direita encontra-se agachada com um objecto na mão (espada?) e a da

esquerda de joelhos segurando uma vara (lança?).

No remate encontramos arabescos, que se transformam em figuras antropomórficas, que por sua vez, formam

espirais que acabam numa cabeça equestre.

No topo do remate encontramos a figura do Padre-Eterno sentado num torno, majestoso, possuindo vestes

pontifícias e com uma coroa na cabeça. Entre os seus joelhos encontramos a figura de Cristo crucificado de

menores proporções, suportado pela sua mão.

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Virgem Sacrário S. João

BaptistaAnjos

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Virgem

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Anjo Cristo Anjo

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Friso

Soldado (?) Soldado (?)

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Autor:

Mestre Anónimo.

Esteve atribuído a João de Ruão. Apesar de seguir um esquema ruanesco, e uma linguagem bem maneirista, a

sua qualidade técnica é bastante fraca, o que não permite fazer uma ligação com um artista que dominava bem a

arte da escultura.

Actualmente encontra-se atribuído à sua escola.

No meu entender um possível autor é Francisco Fonseca Imaginário da zona de Aveiro, que durante os anos

noventa do século XVI trabalhou nas zonas de Coimbra, sendo a Capela do Santíssimo Sacramento de Souselas

e o seu Retábulo as suas únicas obras conhecidas.

O que me leva a tirar esta elação é o facto do imaginário andar pela zona de Coimbra durante o período de

construção da capela, pelo menos parte dela. Outro facto, é do dito artista já ter efectuado uma obra que

esteticamente é muito idêntica, tanto a nível formal como técnico, do retábulo de Eiras.

Mas como só existe uma obra conhecida do dito autor, não é o suficiente para fazer uma análise comparativa.

, 2005, p.206

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Deposição de Cristo S. Marcos da Igreja de S.

Salvador de Coimbra

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Retábulo do Santíssimo

Sacramento de Souselas

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Importância Patrimonial:

Este objecto é um bom exemplo que o movimento renascentista que se desenvolveu em Coimbra não se limitou

à cidade, mas também chegou a zonas mais periféricas. Do mesmo modo, é um exemplar de um artista mais

modesto dando assim a conhecer uma “segunda linha” de obras de arte, que são ofuscadas pelos grandes

mestres.

Por fim, mostra uma relativa prosperidade que a antiga vila de Eiras viveu, que começou com a preparação do

seu foral no século XVI, e que se prolonga até ao século XVIII com a criação da nova Igreja Matriz de S. Tiago.

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Bibliografia:

•BORGES, Nelson Correia, “João de Ruão”, escultor da Renascença coimbrã, IHA, Coimbra, Faculdade de

Letras da universidade de Coimbra, 1980;

•GONÇALVES, Carla Alexandra, “Os escultores e a escultura em Coimbra uma viagem além do Renascimento”,

Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2005;

•PINHO, João , “Freguesia de Eiras : A sua História (Do Século Décimo ao Século XXI)”,Coimbra, Junta de

Freguesia de Eiras, 2008.