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Jornal laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade de Uberaba. 20 à 26 de maio e 2003

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Newton Luís Mamede

2 27 de maio a 2 de junho de 2003

Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social, produzido e editado pelos alunos de Jornalismo e Publicidade & Propaganda da Universidade de Uberaba ([email protected])

Supervisora da Central de Produção: Alzira Borges Silva ([email protected]) • • • Edição: Alunos do curso de Comunicação Social • • • Projeto gráfico: André Azevedo ([email protected]) Diretor doCurso de Comunicação Social: Edvaldo Pereira Lima ([email protected]) • • • Coordenador da habilitação em Jornalismo: Raul Osório Vargas ([email protected]) • • •Coordenadora da habilitação em Publicidade e Propaganda: Érika Galvão Hinkle ([email protected]) • • • Professoras Orientadores: Norah Shallyamar Gamboa Vela ([email protected]), Neirimar deCastilho Ferreira ([email protected]) • • • Técnica do Laboratório de Fotografia: Neuza das Graças da Silva • • • Suporte de Informática: Cláudio Maia Leopoldo ([email protected]) • • •Reitor: Marcelo Palmério • • • Ombudsman da Universidade de Uberaba: Newton Mamede • • • Jornalista e Assessor de Imprensa: Ricardo Aidar • • • Impressão: Gráfica ImprimaFale conosco: Universidade de Uberaba - Curso de Comunicação Social - Jornal Revelação - Sala L 18 - Av. Nenê Sabino, 1801 - Uberaba/MG - CEP 38055-500 • • • Tel: (34)3319-8953http:/www.revelacaoonline.uniube.br • • • Escreva para o painel do leitor: [email protected] - As opiniões emitidas em artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

Certos temas e assuntos, de tãoempregados e repetidos, com insistência, jáse podem considerar verdadeiros bordões dasmatérias jornalísticas ou das publicadas emlivros especializados, por exemplo, em análiseda sociedade contemporânea. E, emparticular, sobre o conceito e o papel dauniversidade. São expressões como auniversidade caminha à frente do progressoe do desenvolvimento social; a universidadeé a sede da ciência, ou do saber científico;universidade é centro cultural por excelência;a verdadeira univer-sidade é revolucio-nária; é na univer-sidade que acontecemas grandes descobertascientíficas que trans-formam a sociedade; auniversidade promove a maturidade intelectual;e tantas outras similares, que propõem ouanunciam a essência de uma universidade.

Aqui é que surge o eixo, o foco da questão.A frase final do parágrafo anterior deveriaterminar assim: ... “que propõem ou anunciama essência da universidade ideal.” Ou: ... “aessência do que deve ser uma verdadeirauniversidade.” Sabemos que muitasinstituições, empresas ou entidadesfuncionam, na prática, de modo diferente,diverso, até antagônico daquilo que elasdeveriam ser, ou daquilo que as constitui naessência. Será que todos os hospitais domundo, e particularmente do Brasil,funcionam segundo o conceito universal daessência de uma instituição que trata da saúdedo homem? E todos os jornais? E todas astelevisões? E todos os governos, mesmo osdemocráticos? Será que todos esses órgãosou elementos da vida social funcionamsegundo sua essência universal e ideal?

E agora, a questão primordial, que nosinteressa de imediato: e todas as escolas? Etodas as escolas superiores, faculdadesisoladas ou universidades? Será que todas

funcionam, atuam, agem, procedem damaneira correta, ideal, de uma autênticafaculdade ou universidade? E no Brasil? Seráque aquilo que se diz de uma universidade,do que a caracteriza, do que ela deve ser, éseguido por todas as que existem, por todasque estão em atividade?

Em todas as universidades e faculdadesbrasileiras, públicas ou privadas, das capitais oudo interior, pratica-se um ensino de profundidadee de seriedade realmente superiores? Em todas,o conhecimento verdadeiro, real, de rigor

científico é praticado comresponsabilidade e se-riedade? Em todas,pratica-se uma conduta deintelectualidade realmentecientífica? Em todas,existem professores real-

mente universitários, de cultura elevada esuperior? Em todas, pratica-se, honestamente, atríade ensino, pesquisa e extensão? Há, realmente,pesquisa, em sentido pleno, em todas asuniversidades brasileiras? Ou, em “vantajosa”maioria, as “pesquisas” não passam de cópias,transcrições, plágios, compilações, condensações,“costuras” de textos, muitas vezes comadaptações ou “remendos” grosseiros e suspeitos?Nas pesquisas e no ensino praticados em todasas universidades, existe o real compromissocom a verdade? O ensino conduz à produçãode conhecimento ou se restringe a simplesarmazenamento, memorização e repetição doque já vem pronto?

Essas e muitas outras indagações, com asrespectivas argumentações críticas, poderiamestender-se por várias páginas. E levam-nosà reflexão, à mudança de rumo e de conduta,a uma tomada de posição verdadeiramenterevolucionária. Sabemos que o real está longe,muito longe do ideal. Mas é preciso perseguire atingir esse ideal. Ao menos, tentar.

Newton Luís Mamede é Ombudsman daUniversidade de Uberaba

A universidadeideal e a real

Há, realmente, pesquisa,em sentido pleno, em todasas universidades brasileiras?

Miriam Lins7º período de Jornalismo

O Revelação desta semana está recheadode matérias sobre cultura e saúde, enfocandonesta última, ostrabalhos sociaisdesenvolvidos peloscursos de odontologia eenfermagem. Areportagem especialilustrada nas páginascentrais fala sobre aFolia de Reis que foi acompanhada de pertoem uma fazenda nos arredores de Peirópolis.Na ocasião, muitos detalhes que passamdesapercebidos por nós, como ascomemorações que são levadas a sério nascomunidades rurais com direito a fantasias emesa farta de comida, são considerados.

Para se ter uma síntese da tradicional festa,a folia desembarcou no Brasil através dosjesuítas. As pessoas saíam em filas para asruas em ritmo de procissão para pedir ouagradecer alguma graça concebida. O

movimento tornou-semais crédulo à medidaque os fiéis viam suasvidas melhorarem e,como você lerá nareportagem, a Festa deSantos Reis é hojecomparada a uma

religião, onde todos os anos uma multidão depessoas se reúne em busca de um objetivo.Agradecer aos santos que lhes trouxeram outrarão a felicidade, de, pelo menos naquelanoite de comemoração, acreditar que serásempre assim: fartura e brilho, nas coroas, nascapas e no coração de cada um.

A festa quenão é só folia

Assessoria de Imprensa

A Universidade de Uberaba está com ins-crições abertas até o dia 13 de junho para ovestibular junho/2003. As provas acontecemno dia 30 de junho e serão aplicadas emUberaba, Uberlândia, Belo Horizonte, Mon-tes Claros e Goiânia. Os candidatos podemse inscrever pela internet no sitewww.uniube.br ou nos postos autorizadosmediante pagamento de taxa de inscrição novalor de R$ 65,00. O manual do candidato égratuito e pode ser adquirido - em Uberabanos Campus I e II e no shopping Uberaba - eem Uberlândia à Rua Cel. Severiano, 251Bairro Tabajaras. A taxa de inscrição deveráser paga em qualquer agência bancária, me-diante boleto próprio, encartado no manual etambém disponível na internet.

No dia 30 pela manhã, a partir das 8 ho-ras, os candidatos fazem as provas de Reda-ção, Língua Portuguesa, Literatura e LínguaEstrangeira (inglês ou espanhol). A prova deConhecimentos Gerais começa às 14h30.

Para o vestibular junho/2003, a UNIUBEestá disponibilizando 1225 vagas para os se-guintes cursos a serem oferecidos emUberaba: Administração, Biomedicina, Ciên-cias Aeronáuticas, Ciências Contábeis, Direi-to, Engenharia de Computação, Farmácia In-dustrial, Fisioterapia, Medicina, MedicinaVeterinária, Nutrição, Odontologia, Psicolo-gia, Sistemas e Informação e Turismo. Para ocampus Uberlândia estão sendo destinadas310 vagas para os seis cursos, sendo eles:Administração, Ciências Contábeis, Engenha-ria Civil, Engenharia Elétrica e Engenhariade Computação.

Uniube abre inscriçõespara vestibular

Reportagem fala sobre a Foliade Reis que foi acompanhadade perto em uma fazenda nosarredores de Peirópolis

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3327 de maio a 2 de junho de 2003

Wander Marcio de Rezende5º Período de Jornalismo

A fabricação artesanal de uma dasreferências culinárias mais famosas é o queijode Minas, que na região de São Roque deMinas tem o nome de canastra. “É o legítimoqueijo canastra, porque é feito aqui no altocom o leite puro. O sabor é diferente”, contao produtor de queijo Hélio Pereira. Paladarinconfundível conquistado gota a gota, osucesso da receita famosa depende dos pingos- água que escorre do queijo ressecado comsal grosso e é misturada ao leite da produçãoseguinte. Essa combinação dá sabor, texturae aroma ao canastra.

O que acontece é que as vacas locaiscomem um tipo especial de capim, que sóexiste naquela região, transmitindo ao queijoum sabor todo especial.

A produção do queijo canastra atrai muitosmercados pelo simples fato de ser fabricadode uma forma diferente e com sabor maisgostoso do que os queijos fabricados emoutros lugares. O queijo pode ser consumidofresco ou curado, o que traz uma consistênciade provolone e um sabor mais forte.

Os produtores da região da canastraacreditam que a única forma de preservar osabor e as características tradicionais é ter umapoio técnico para produzir o queijo comqualidade, que garantem a boa aceitação e oprivilégio no mer-cado externo. AEpamig, através doCT-ILCT, firmou umconvênio com aCooperativa de Cré-dito Rural de SãoRoque de Minas, nosudoeste do estado,com o objetivo de darsuporte técnico ao “Programa de Apoio aoDesenvolvimento, Fortalecimento e Melhoriado Padrão Qualitativo do Queijo da Serra daCanastra”.

O instituto está realizando um estudo decaso com um produtor rural em São Roque

de Minas, onde, sob a responsabilidade dotécnico em laticínios, professor e pesquisadordo CT/ILCT, Braz dos Santos Neves,implantou o sistema de pasteurização e vemconseguindo bons resultados. Segundo Braz,a proposta foi a de que o produtor continuasse

com o mesmo processocom o qual estavaacostumado, porém,com o leite submetidoao processo depasteurização lenta,que preserva ascaracterísticas físico-químicas do leite egarante a qualidade

microbiológica em níveis aceitáveis. O saborcaracterístico, segundo o técnico, é maisinfluenciado pelas condições climáticas e depastagens do que pelo fato de ser feito comleite cru. O desafio agora é promover amudança de mentalidade, além de suporte para

Queijo Canastra, uma delíciaartesanal de tradição

a implantação de equipamentos e processosque garantam a higiene na fabricação.

Os produtores da cidade de Tapira, apóiama idéia e sugerem a criação de umacooperativa do queijo para facilitar acomercialização do produto. O Sebrae jáfirmou sua parceria com os produtores com ointuito de fazer umlevantamento geral dasqueijeiras da região,ensinando os produ-tores a produzir oqueijo com maior qua-lidade sem perder ogosto característico.Uma coisa é certa: coma tecnologia, o queijo Canastra pode ganharo mundo lá fora, entrando pela porta da frente.

Importânica socialO Instituto Mineiro de Agropecuária

(IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura

Cultura

Pingos que escorrem do queijo ressecado com sal grosso é misturada ao leiteda produção seguinte. Combinação traz sabor, textura e aroma peculiares

O que acontece é que as vacaslocais comem um tipo especialde capim, que só existe naquelaregião, transmitindo ao queijoum sabor todo especial

Em São Roque de Minas, há830 queijarias que produzemcerca de 373 toneladas dequeijo Canastra por mês

Paladar inconfundível do quijo canastra é conquistado gota a gota

e responsável pela defesa sanitária animal evegetal em Minas, está empenhado emdesenvolver a cooperação com os franceses,junto com os demais órgãos/empresas dosistema operacional da Secretaria, ciente doalcance social que a produção de queijo tempara as duas regiões, onde praticamente todas

as famílias estãoenvolvidas na fabri-cação do produto etêm na produção a suaprincipal fonte derenda. Em São Roquede Minas, há 830queijarias queproduzem cerca de

373 toneladas de queijo Canastra por mês.Outros quatro municípios da região tambémsobrevivem desse produto: Medeiros,Pratinha, Tapira e Vargem Bonita. Na vizinhaAraxá também há um bom número deprodutores de queijo.

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Cícera Gonçalves7º período de Jornalismo

No ultimo dia 23, foi realizado o I Fórumde Serviço Social na área de saúde doTriângulo mineiro e Alto Paranaíba, das 13hàs 18h no Campus II da Universidade deUberaba sala 2C01. Contou com a presençade alunos, palestrantes, professores eautoridades. Discutiu-se a política de saúdeem nível nacional, local e regional comconferência e mesa redonda. “O eventorepresenta um espaço onde podemos discutire promover debates, competências ehabilidades”, disse a Diretora do curso deServiço Social, Rosane de Souza.

O evento proporcionou uma discussãoentre palestrantes e demais convidados sobrea atuação dos profissionais na área de saúde,debatendo principalmente, a realidade dasaúde do país – onde muitas pessoasdependem da saúde pública –, principalmentea situação que se encontra o SUS (SistemaÚnico de Saúde). “O Governo Federal temque levar para o povo que precisa eprincipalmente escutar o que o povo quer”,comentou a palestrante e assistente social,Maria Leonor.

A palestrante discutiu a política de saúde –novas perspectivas e espaços ocupacionais, ecomentou sobre os desafios do profissional daárea que trabalha com a doença e a saúde aomesmo tempo. “Uma das coisas maiscomplicadas na área da saúde é ofuncionamento, temos deficiências, e avançosno SUS, mas estamos no rumo certo”, explicou.

O evento reuniu centenas de pessoas e osalunos fizeram perguntas para os palestrantes.“É muito importanteesse fórum porqueapesar de estar noprimeiro período aindaé uma satisfaçãoparticipar desse eventoque envolve a área da saúde com o serviçosocial”, comentou a aluna de Serviço Social,Vanessa Paixão.

Fórum discutiiupolíticas de saúdePalestra reuniu professores, estudantes, profissionaise representantes do poder público

Saúde pública e direitos do cidadãoA saúde pública como política e direito do

cidadão foi o tema damesa redonda, quecontou com a presençado Secretário de Saúdeem Uberaba, DélcioScandiuzzi; a represen-

tante do Conselho Municipal de Saúde, SandraLúcia; Diretor regional de saúde de Uberaba,José Natal e a Debatedora, Rosane de Souza.

O grupo Axé-Uai deu um show na abertura do I Fórum da área de saúde e animou os convidados Maria Leonor falou sobre política de saúde

A representante do Conselho Municipal deSaúde, Sandra Lúcia falou sobre os direitos dostrabalhadores e citou a previdência social, entreoutros. “A previdência não está falida, émentira”. Falou ainda da crise que o país estápassando com vários desempregados. “Semtrabalho não teremos formas de noscondicionar e se o país está passando fome,precisa de emprego”,explicou. A representantequestionou também a responsabilidade do SUSe disse que precisa estar dentro dos patamaresda União e do Município.

O Diretor Regional de saúde de Uberaba,José Natal falou dos treze anos do SUS eexplicou os principais problemas edificuldades enfrentadas pelos profissionaisda área de saúde. “É direito de todos ter umasaúde adequada e importante ter a interaçãoda comunidade, porque a saúde não é feitaapenas de sistema”, explicou o diretor.

Já o secretário de saúde em Uberaba,Délcio Scandiuzzi, questionou sobretecnologia, recursos humanos e ofuncionamento na área da saúde e da situaçãodo SUS. “A saúde depende de todos nós ecabe aos profissionais organizar essesistema”, disse o secretário. Comentoutambém da qualidade dos serviços.“Precisamos melhorar o acesso e a qualidadede nossos serviços”.

“A saúde depende de todosnós e cabe aos profissionaisorganizar esse sistema”

Serviço Social

Neuza das Graças

Assessoria de Imprensa

Professores e alunos do curso deFisioterapia da UNIUBE participam, noperíodo de 02 a 06 de junho, do X CongressoBrasileiro de Biomecânica, na cidade deOuro Preto-MG.

No evento serão apresentados trêstrabalhos desenvolvidos no Laboratório deBioengenharia e Biomecânica dainstituição. O primeiro deles, tem comoautores os professores da UNIUBE,

Antônio Carlos Shimano e Jorge Alfredo Leoe participação dos alunos Fabiano LemosPinheiro Masson e Leandro Sérgio Silva. Otema tratado por eles é o “Desenvolvimentode um equipamento para mensuração deforças de contrações muscularesisométricas”.

“Testes preliminares da utilização doequipamento para medir forças musculares”,este trabalho será apresentado em forma depôster e é de autoria de Antônio CarlosShimano e Jorge A. Leo. Participam deste

trabalho os alunos Fabiano Lemos Pinheiro,Leandro Sérgio Silva e Rodrigo C. Rosa.

Antônio Carlos Shimano-UNIUBE,Patrícia M.S. Castro-UNIUBE e NiltonMazzer-USP Ribeirão Preto, apresentamneste congresso, um trabalho que avalia o“Desempenho de força muscular isométricado ombro em crianças e adolescentes deambos os sexos”. Para isso, contam com acolaboração dos alunos Fabiano LemosPinheiro Masson, Leandro Sérgio Silva eRodrigo C. Rosa.

Fisioterapia

Estudantes participam de congresso de bimecânicaSerão apresentados três trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Bioengenharia e Biomecânica da Uniube

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Graziela Cristina de Oliveira1º ano de Jornalismo

Nos últimos sete anos, apesar de manteruma situação aparentemente linear, oHemocentro de Uberaba tem passado por unsmomentos difíceis.De acordo com o chefe dosetor de apoio técnico, Alberto Marzullo, aatual conjuntura da entidade ainda não podeser considerada sob controle. “O estoquepoderia ser melhor paraconseguirmos sustentarum equilíbrio entre anecessidade e a oferta”,disse Marzullo. Segundoo técnico, o ideal seriaque houvesse umprograma ao nível deempresas e instituiçõeseducacionais junto à sociedade. Issocontribuiria para sensibilizar a população,principalmente os jovens, sobre a importânciade uma doação de sangue e, assim, elevar oquadro de doadores.

Cerca de 1800 pessoas procuram oHemocentro todos os meses para fazeremdoações.Mas dentre estas, muitas nãoapresentam as carac-terísticas necessáriasque permitem comque elas se tornemdoadoras. Em algunscasos, as pessoaspodem ficar um certotempo sem doar,podendo, até mesmo,ficarem impossi-bilitadas permanentemente, caso apresentemalguma doença infecciosa, como a he-patite.(Saiba mais no quadro ao lado).

A regional de Uberaba atende ainda outrascidades que compreendem a diretoria regional

de saúde do Estado. O sangue coletado aquié enviado também para Frutal, Araxá, MonteCarmelo, Campos Altos, Ibiá, Sacramento eConceição das Alagoas. Apesar de beneficiartodas essas outras localidades, o número dedoadores é considerado bom. Mas paraMarzullo, esse número poderia ser maior seas pessoas deixassem a acomodação de lado.“Se cada um pensasse diferente, como, meusangue pode salvar até três vidas, eu acho que

muito mais gente viria atéaqui”, ressaltou.

Os doadores são di-vididos em duas catego-rias: os altruístas, que nãovisam reconhecimento,tornam-se voluntáriosespontaneamente; e aque-les que apenas fazem uma

reposição sanguínea quando um parente ouamigo está precisando. De acordo comAlberto, o Hemocentro procura transformaresse último grupo em doadores freqüentespara estarem sempre comparecendo eajudando outras pessoas.

Quem quiser tornar-se um doador precisacorresponder a alguns quesitos (ver mais

detalhes abaixo).Estando tudo emordem, basta dirigir-se até o Hemocentrode Uberaba, que ficana Av. GetúlioGuaritá, nº 250 (aolado do HospitalEscola) munido deum documento

oficial com foto.O horário de atendimento é:de 2ª a 6ª das 7:00h às 11:30h e das 14:00 às17:30; no Sábado, das 7:30 às 11:00h. Paramaiores informações, o telefone doHemocentro é 3312 5077.

EsperançaDiego José Machado, de 14 anos, mora

em Conceição das Alagoas. A cada três mesesele vem a Uberaba para receber transfusãode sangue. Acompanhado pela mãe, o garotochega a ficar até duas horas realizando atransfusão. Assim como Diego, muitas outraspessoas se vêem nessa situação. Dependentesda solidariedade e da boa vontade de gente,em sua maioria, estranha, resta a esperançade encontrar, cada vez mais, pessoas dispostasa ajudar. Segundo dados da OMS(Organização Mundial de Saúde), no Brasilsão coletadas cerca de 2,8 milhões de bolsasde sangue anualmente, quantidade essa que

S.O.S. SangueHemocentro ainda vive situação preocupante

27 de maio a 2 de junho de 2003

Intervalo entre as doaçõesHomens 60 diasMulheres 90 dias

Considerando o total da população, aocorrência dos tipos de sangue estádistribuída, aproximadamenteO (45%) A (42%)O positivo:36% A positivo:34%O negativo:9% A negativo:8%B (10%) AB (3%)B positivo:8% AB positivo:2,5%B negativo:2% AB negativo:0,5%

Curiosidades

A hemocentro de Uberaba atende ainda também diversas cidades da região

“Se cada um pensasseque com sua doaçãopode salvar até trêsvidas, eu acho que muitomais gente viria até aqui”

consegue efetuar apenas 4,5 milhões detransfusões neste mesmo período. Apesar decontar com 180 milhões de habitantes, emnosso país menos de 2% da população édoadora. Um número abaixo do recomendadopela OMS que prevê uma porcentagem dedoadores entre 3% e 5%.

ExemploMesmo tendo esse número inferior a meta

Cerca de 1800 pessoasprocuram o Hemocentrotodos os meses para fazeremdoações. Mas muitas nãoapresentam os requisitos básicos

• Ter boa saúde• Idade entre 18 e 65 anos• Peso acima de 60 kg• Nunca ter tido hepatite, malária ou doençade Chagas• Não estar tomando medicamentosatualmente• Não apresentar manifestações de alergiasou asma• Não ter sido submetido a grandes cirurgiasnos últimos seis meses, pequenas cirurgias

nos últimos três meses ou extração outratamento dentário nas últimas 72 horas• Não ter dado a luz ou ter praticado abortohá menos de três meses• Não estar grávida• Não ter feito tatuagem ou tratamento comacupuntura nos últimos 12 meses• Não apresentar comportamento de riscopara AIDS, como, múltiplos parceirossexuais, hábitos homo ou bissexuais, usode drogas injetáveis.

O que você precisa paratornar-se um doador

Depois de preencher um cadastro, o futurodoador é encaminhado para uma pré- triagem,onde são verificados peso, altura, pressãoarterial, pulso e temperatura. A seguir, umanova triagem é realizada para verificar se apessoa não apresenta doenças infecciosas oudo sangue. Após a checagem dessasinformações, se os resultados obtidos foremnegativos, a pessoa é finalmente liberada paradoação. Caso contrário, o doador serádispensado. Em aproximadamente dezminutos, cerca de 380 a 450 ml de sangue sãocoletados, além de uma pequena quantidade

que é enviada para exames laboratoriais. Todoo material utilizado é descartável e esterilizado,não oferecendo nenhum risco ao doador.

DoaçãoA doação não deve ser feita em jejum. Se

pela manhã, pode tomar café, comer frutas eoutros alimentos. Se for após almoço ou jantar,aguarde pelo menos três horas para realizar adoação. Tenha uma noite tranqüila antes dedoar. Evite fumar duas horas antes e após adoação e não faça uso de bebidas alcoólicaspelo menos 12 horas antes

Como é feita a seleção de doadoresGr

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esperada, podemos encontrar muitas pessoasque reservam um pouquinho do seu tempopara colaborar com essa boa causa. É o casodo motorista Dalmo José de Oliveira que jádoa a mais de dois anos. Segundo ele, todapessoa que tem a oportunidade de ajudar devecontribuir, pois só assim, poderemos melhorara sociedade. “Me sinto muito feliz em poderajudar, saber que sou útil. Quero continuarenquanto eu puder”, disse o motorista.

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Karla Marília Meneses6º período de Jornalismo

“(...) e entrando na casa,encontraram o Menino com Maria, suamãe, e prostando-se, o adoraram, eabrindo seus tesouros,lhe oferecerampresentes de ouro,incenso emirra.”(Mateus, 2,9 –11).

Um homem agacha, ajoelha e, comreverência, beija uma bandeira ver-melhabordada, carre-gando pequenas foto-grafias.Músicos com suas violas cheias de fitascoloridas, acom-panhados de pandeiros,triângulo e um acordeon, cantam em côro. Abandeira representa os três reis magos, osSantos Reis, e as pequenas fotos, gente quepediu graças que foram alcançadas. Dentrode uma casa, os dez “foliões” sãocomandados por NilsonCarneiro, chamado de“Embaixador” ou“Capitão da Festa.”.

Enquanto isso, nãomuito longe, na fazendaBoa Esperança, asmulheres – e algunshomens – preparam as iguarias para o jantarda festa: o abate de quatro vacas, 120 quilos

de macarrão, 6 sacas de batata (uma sacacorresponde a 60 quilos), 4 sacas de arroz, 50quilos de feijão para o tutu e 50 latas de docespara a sobremesa.” A previsão é que milpessoas compareçam ao evento. A“responsável” por tamanha festa foi RosalinaMaria Santana, que fez um voto com os

Santos Reis. Graçaalcançada, voto cumprido:a bandeira de Gaspar,Belchior e Balthazarficaria por sete anos comsua família. Dona Rosalinafaleceu e os filhos e netoscontinuam com a tradição.

Lonas e toldos são armados,bandeirinhas coloridas fixadas e chãovarrido. Oito cozinheiras mexem seustachos à espera da bandeira sagrada. Nacasa próxima, os foliões cantam e iniciamo percurso, carregando a bandeira com fitase flores. O canto torna-se uma narrativa docaminho realizado pelos Reis Magos paraencontrar o Menino Jesus. Essa cerimôniatem tanta importância para os moradores

quanto uma cerimônialitúrgica de uma igreja. Osséculos encarregaram deincorporar esse ritual esedimentá-lo na memóriapopular. O Capitão daFolia conta que esse“ofício” de cantar para os

Santos Reis é passado de pai para filho:“Meu pai cantava, o pai do meu pai

também...”, diz, enquanto bate nas cordasda viola. Um considerável número depessoas acompanha osfoliões: moradoresdas redondezas,curiosos e devotos.

Já é noitinha e osfoliões, com o cortejo,entram na casa dosfesteiros. Sãochamados assim, “festeiros”, aqueles querecebem a bandeira e são responsáveis pela

festa daquele ano. Orlando Pio Caetano, OlavoGonçalves Ramos e Cleuza Caetano são os

ansiosos anfitriões dafesta. Gente dosarredores, de fazendasvizinhas e da cidade deUberaba vão chegando e,pouco a pouco, o localfica repleto, cheiomesmo. Um ritual

intitulado “passagem das coroas” se inicia: oterço é rezado e músicas religiosas são cantadaspelos presentes. Num pequeno altar querepresenta a lapa onde os reis vão chegar, seencontra a bandeira dos Santos Reis. Trêscoroas e três mantos são passados para Orlando,Olavo e Cleuza: o amarelo corresponde ao ReiBaltazar; o vermelho, a Belchior e o verdepertence ao Santo Rei Gaspar. Reverentemente,recebem os objetos sagrados. “ É uma tradiçãoque acompanha nossa família. Somos devotosmesmo dos Santos Reis. É o terceiro ano quefazemos a festa e a cada ano, na nossa família,os festeiros serão escolhidos.”, explica OlavoGonçalves.

Após o recebimento das coroas e dosmantos, um jantar tipicamente mineiro éservido: carne de panela, tutu de feijão,macarrão e arroz soltinho são algumas daiguarias. Entre tantas delícias, um senão: asbebidas alcoólicas são proibidas. Umabanda de música prepara-se para tocar. Afesta de Santos Reis torna-se um evento tãoanimado quanto uma festa sem cunho

E viva os Santos Reis !O ritual da Folia de Reis resiste na cultura mineira

Um tacho pesado é comida para muitos A boa comida mineira estava presente!

foto: Beethoven Teixeira

fotos: Rodolfo Rodrigues

Os séculos encarregaramde incorporar esseritual e sedimentá-lona memória popular

O canto torna-se uma narrativado caminho realizado pelosReis Magos para encontraro Menino Jesus

Um considerável número depessoas acompanha os foliões:moradores das redondezas,curiosos e devotos

6 27 de maio a 2 de junho de 2003

Os irmãos representando os três reis: Baltazer, Belchior e Gaspar

Page 7: Revelação 247

rel igioso: as pessoas conversamdescontraídas, comem e dançam. “ Ano quevem tem mais festança... A bandeira estáprometida ficar durante sete anos em nossafamília: é fé , tradição e alegria. E vivaSantos Reis!”, finaliza Cleuza Caetano comseu manto e uma coroa dourada na cabeça.

Nos anais da História:A tradição pagã e católicaProvavelmente, a Folia de Reis possui

origem medieval, já que os primeiros dramase encenações litúrgicas eram feitos baseadosna visita dos magos e pastores ao Menino Jesus.Na Idade Média, era comum a dança e a comidaem cerimônias religiosas.

Os colonizadores portugueses trouxerampara o Brasil a devoção aos Santos Reis.Encontram-se referências em cartas,romances e relatos deviagens e ascomemorações eramfeitas no dia 6 dejaneiro. Segundo LuísCâmara Cascudo, “afolia era, no PortugalVelho, uma dançarápida ao som de pandeiro ou adufe,acompanhada de cantos.” As danças e cantoscomuns no século XVI tinham origem noCristianismo que se fundiu com ascerimônias pagãs e judaicas. A foliadesembarcou no Brasil através dos jesuítas,com danças e cantos, cerimônias e dramas

litúrgicos. Realizando procissões, as pessoassaíam de casa em casa cantando e recebendopequenos agrados. Havendo uma política derepressão feita pela Igreja à manifestação, oevento tornou-se mais forte, recebendo

adesão de maispessoas: saíndo dasigrejas e procissões, afolia incorporou-se nascomunidades rurais eem pequenas capelas.

A Foliaem UberabaUm registro de uma Folia de Reis em

Uberaba encontra-se no Arquivo Público dacidade no Jornal Lavoura e Comércio do anode 1919, o artigo Goyaz no Centenário faz umareferência sobre grupos folclóricos de Goiás eUberaba: um convite para os foliões se

A cantoria antes do trajeto para a festa

Visitante reverencia a bandeira de Santos Reis

apresentarem nas comemorações doCentenário da Independência, no Rio deJaneiro, no governo de Epitácio Pessoa.

As Folias de Reis, reizados, Festas doDivino possuem, sem dúvida, um caráterrural. O trajeto era realizado a pé e ascomunidades se organizavam para a festa emfamílias. Como o percurso era maisdemorado, os foliões eram recebidos emcasas pelo caminho, para comerem edormirem, iniciando a jornada no diaseguinte. A data variava de 25 de dezembroa 6 de janeiro que é considerado o dia deSantos Reis. O objetivo, era atender a todosaqueles que fizeram suas promessas, queincluía a proteção aos animais, à lavoura esaúde para os filhos que estavam prestes anascer. Os instrumentos para a cantoria erampraticamente os mesmos.

Com o avanço da industrialização, osfoliões de Uberaba vieram para a zonaurbana, tornando-se trabalhadoresassalariados. A tradição, entretanto, veio comesses homens da zona rural até a cidade. Osgrupos de Folias de Reis apresentaram-se emprogramas de rádios nas décadas de 40 e 50em Uberaba e disputavam concursos entresi. Na época do Natal, vários gruposapresentavam-se frente a Igreja Santa Rita,é o que cita o jornal Lavoura e Comércio de15 de dezembro de 1962.

Atualmente, na Folia de Reis ocorreramuma adaptações: uma delas é que as mulherestambém podem participar como foliãs,tocando ou cantando. Algumas folias sãosediadas em Uberaba, mas percorrem cidadesvizinhas. Cada folia com seu capitão ouembaixador responsável.

A cozinha da Folia é trabalho que não acaba mais

Os foliões dão tom da festa

Ai, que Deus lhe pague a bela ceiaAi que vós deu p’ros foliãoAi os Três Reis que vai pagarAi que pão não há de faltar.

Capitão José de Souza

A folia desembarcou no Brasilatravés dos jesuítas, comdanças e cantos, cerimôniase dramas litúrgicos

727 de maio a 2 de junho de 2003

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8 27 de maio a 2 de junho de 2003

Marlei MateusGrupo Marta Enes

Nos próximos dias 12,13 e 14 de junho,Uberaba será palco de mais um grandeespetáculo do Cine Music Show. O evento queinclui orquestra, coral, corpo de baile e váriossolistas traz muitas novidades. Além devalorizar músicas internacionais e nacionais,a participação do côro é a grande sensaçãodesta nova versão.

Um coro de cerca de 35 pessoasincrementa o espetáculo, valorizando osarranjos preparados exclusivamente para aocasião, num trabalho de qualidade, queenriquece muito a apresentação de trechos defamosos musicais como: O Rei Leão, OMágico de Oz, entre outros.

A responsável pelos ensaios do grupocoral é a excelente regente Marly Gonçalves,já conhecida por todos como regente do CoralCidade de Uberaba. O grupo de solistas éformado por Marília Bartolomeu, HélioSiqueira, JoãozinhoBill, Lívia Alexandrae Regina Basílio. Osarranjos musicais eregência são domaestro José Januário.

O show queacontece no Cine Teatro Vera Cruz, tem aduração de quase duas horas, com intervalode 10 minutos. Com o objetivo de preparar opúblico para o espetáculo, logo no início, seráexibida uma fita apresentando trechos dosmusicais anteriores. A montagem do palco está

Graziela Cristina de Oliveira1º ano de Jornalismo

Marlei Teodora Mateus, jornalista daAssessoria de Comunicação da Universidadede Uberaba, nasceu aqui mesmo na cidade. Émãe de um garoto de oito anos, o Estevão,grande amor de sua vida e quem realmente éimportanta para ela.

Trabalha na Universidade de Uberaba há11 anos, dos quais, os seis últimos comoassesssora, e os primeiros como anlista desuporte no Núcleo de Informática dainstituição. A jornalista revelou que o quemais lhe atrai nessaprofissão é o contato como público. “ Eu gosto maisdesta parte de ter que lidarcom os alunos, professores,diretores de curso; aquelecontato diário com aimprensa. É muito gostoso”, confessa.

Marlei descobriu, ainda na adolescência,seu dom para a música. Começou a cantar nocoral do Conservatório e a estudar piano,violão e flauta. Nos finais de semana, cantavana igreja e viajava com o coral. Para ela, essefato representa não só um momento de lazer,mas também uma forma de preencher o tempoe espantar aqueles eventuais problemas dodia-a-dia.

Além de participar do Coral Cidade deUberaba, Marlei vai integrar, esse ano, oprojeto Cine Music Show. O eventoacontecerá nos dias 12, 13 e 14 de junho e

O Show vai continuar...a cargo de Paulo Miranda e Luiz HenriqueCarneiro, do Galpão Contemporâneo.

O Hospital da Criança, Comunidade NovaJerusalém, Voluntários no Combate ao Câncere Solar de Adrianinha são as quatro entidades

assistenciais que serãobeneficiadas com avenda dos ingressos.

HistóriaO espetáculo que

atualmente conhe-cemos como Cine Music Show, na verdadenão começou com este nome. O show surgiuem 1987 e esta é a 9ª edição. No princípio eraum concerto de músicas eruditas com váriospianos tocados a quatro mãos. À medida emque o tempo foi passando, e sob o impulso

das primeiras críticas favoráveis, o show,tomou a sua forma atual.

Hoje, o espetáculo valoriza músicasinternacionais e nacionais e envolve mais de70 artistas de Uberaba. Nos bastidores, maisde 100 pessoas estão trabalhando naprodução. O show é coordenado pelaprofessora Marta Enes Cruvinel e conta como apoio do Conservatório Estadual de MúsicaRenato Frateschi, Fundação Cultural deUberaba, Prefeitura de Uberaba e SistemaFiemg.

O evento, além de valorizar, colocando emcena talentos novos e outros já reconhecidosdos uberabenses, é todo produzido emUberaba, com artistas locais que dão umgrande exemplo: que a arte também pode tersua função social e ser solidária.

contará com orquestra, coral , corpo de baileentre muitas novidades. Ela contou quesempre quis participar e que apreciava muitoeste trabalho mas, pensava que não fosse darconta porque tinha um filho pequeno paracriar. Contudo, este ano surgiu o convite:Marly Gonçalves, que ensaia o coral, é suaamiga e a convidou. “Desta vez não tive comoescapar. Estou adorando”, disse.

Esse coro é dividido em quatro vozes:duas masculinas e duas femininas. Nomasculino, temos os tenores e os baixos. Nofeminino, soprano e contralto, esta última, éa voz que Marlei faz.

A jornalista cantora disseainda que os ensaios para aapresentação estão muitoanimados e que o pessoalestá bastante empolgado. Acada ano eles procuramaprimorar e, desta vez, o

grupo vem buscando, através de atividadesbem trabalhadas, um maior destaque.

Na opnião de Marlei, é preciso maisinformação e oportunidade para as pessoasterem acesso à cultura. Além disso, aacomodação também é um fator que contribuipara essa baixa busca. Segundo ela, as pessoasestão muito acostumadas à televisão e não sepermitem o primeiro contato com a arte.

Sobre a inauguração do TEU(TeatroExperimental de Uberaba) que ocorreu nestaúltima sexta-feira, Marlei disse que é umaótima oportunidade para mostrar bonsespetáculos de artistas locais. “Tem muita

Talento em dobroAssessora da universidade de Uberaba revela seu lado artístico

gente que se destaca no teatro, na música. Acidade precisa virar uma capital da arte.”

Para finalizar, Marlei disse que gostariade voltar a estudar música. “Quero investir

nas coisas prazerosas, porque a vida é curta ea gente percebe que tudo é passageiro. Eassim, poder ser feliz”, ressaltou a jornalistae artista.

Marlei descobriu, aindana adolescência, seudom para a música

Marlei Mateus estoudou canto, piano, violão e flauta. Hoje participa do Coral da Cidade de Uberaba

O show que acontece no CineTeatro Vera Cruz, tem a duraçãode quase duas horas, comintervalo de 10 minutos

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Alunos de odontologia aprendema trabalhar socialmenteProjeto procura estimular prevenção de doenças e hábitos saudáveis nas crianças

Micheli BernardeliSoraya Higino3º período de jornalismo

Os alunos do oitavo período do cursode odontologia da Universidade de Uberaba,na realização da disciplina OdontologiaSocial e Preventiva, contam com um espaçona Escola Estadual Henrique Krüger, situadano conjunto Alfredo Freire I. O projeto segueos princípios do Sistema Único de Saúde(SUS), o qual valoriza o sistema de açãocoletiva e prioriza a promoção e a prevençãoda saúde.

Realizados duas vezes por semana, osatendimentos são na segunda e na sexta-feira. A turma que atende na parte da manhãcuida dos alunos de quinta a oitava série doensino fundamental e dos de primeira aterceira série do ensino médio. Os queatendem à noite supervisionam os alunos deprimeira a terceira série do ensino médio,os quais são adultos. Com esse grupo é feitoum trabalho de prevenção, promoção eatendimento clínico.

Já no período da tarde o serviço prestadoé ainda mais completo.Cerca de cinquentacrianças, de primeira aquarta série do ensinofundamental, tem todasemana a escovaçãosupervisionada e o bo-checho com flúor, e duasvezes por semestre é feita a evidenciação de

placa e um índice de higiene oral. Medianteo resultado, o flúor gel éaplicado, sendo usado naprópria escova de dentes.Após a segunda apli-cação, é feita uma com-paração entre as duasações para analisar sehouve progresso. “O

trabalho de educação para a saúde é visto a

médio e longo prazo. Uma escovação temresultado imediato, mas uma diminuição noíndice de cáries de-mora mais para verresultado”, afirma aprofessora do curso deodontologia VivianeMiranda Bartonelli.

Além disso, osfamiliares das crianças do turno vespertinotambém recebem auxílio. Primeiramente, éfeito um cadastro com os dados dosmoradores da casa ( quantas pessoas residem,a idade, a ocupação, a escolaridade e a renda).Há outra ficha de acompanhamento das ações

, na qual é registrado o tipo de procedimentoque foi realizado – educação em saúde,evidenciamento de placas, escovaçãosupervisionada ou aplicação supervisionadade flúor). “ O resultado é muito bom. Afamília aprova, acompanha e participa”,diz a vice-diretora da escola Maria deLourdes Alves.

HistóricoAnteriormente, teve o projeto Pato

Branco, que era de extensão universitária efoi criado pelauniversidade. Iniciouem 1984 e vigorou até1998 tendo um visãodiferente da que setem hoje: prestavaatenção às escolas

estaduais previamente cadastradas, com umaequipe de alunos e professoresuniversitários, sendo um atendimentoespecificamente clínico.

O critério de seleção para a escolha dobairro Alfredo Freire não foi a carência dele,mas sim o fato de ser afastado da cidade.

DificuldadesSegundo os professores que

acompanham o projeto, a maior dificuldadeé a resistência dos alunos. “ No começo,os estudantes não entendem muito bem oque fazem aqui devido ao choque derealidade. Eles ingressam no curso visandoapenas o atendimento clínico, ou seja, terseu próprio consultório, com muitospacientes e ganhando muito dinheiro.Porém, quando chegam aqui, percebem quea realidade pode ser um pouco diferente eque eles têm que ter uma noção de saúdecoletiva”, conclui Viviane.

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“No começo, os estudantesnão entendem muito bem oque fazem aqui devido aochoque de realidade”

Os alunos Tiago Brasil e Luiz Freire trabalham no consultório especialmente montado para o projeto

A professora Viviane alerta sobre anecessidade de hábitos saudáveis

Foto: Micheli Bernardeli

A aluna Jasmine Ribeiro, 9 anos, é uma das crianças beneficiadas pelo projetoMaria de Lourdes, vice-diretota, afirma quedesdeo início a escola esteve de braços abertos

Com esse grupo é feitoum trabalho de prevenção,promoção e atendimento clínico

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Fernando Machado7º período de Jornalismo

A língua de Eulália, uma novelasociolinguística curiosa de Marcos Bagno,embarca o seu leitor em uma corrente dereflexões sobre as grandes diferenças e oslaços estreitos existentes entre as diversasculturas do Brasil e do mundo. E leva à lúcidaconclusão de que é a língua que as diferencia,que é ela que destrói e reconstrói os costumese toda a cultura. Maisdo que isso, o livrorevela a origem demuitas palavras queusamos – e os precon-ceitos embutidos nelas.Através da língua, oforte oprime politica-mente o mais fraco.Através dela, criam-se os preconceitos e asregras sociais.

Exemplo, as proparoxítonas. No“português-não-padrão”, aquele falado pelasclasses mais baixas na pirâmide social, elassão transformadas em paroxítonas, que é o

ritmo natural da língua. Essa tendência,existente no português, no espanhol e nofrancês, ocorria até no latim, uma língua ditatão culta. Tão erudita que nas antigas missasfeitas em latim, o povo nada entendia do queos padres falavam. No “português padrão”,falado por cientistas e políticos, ou seja, pelaclasse dominante as proparoxítonas são de usocomum para designar termos científicos,literários. Inatingíveis para a maioria do povo,que é pobre e semi-alfabetizado.

Por motivo seme-lhante, o português fa-lado pelos povos fora doeixo Rio-São Paulo é tidocomo “brega”, “ridí-culo”, e o que é pior,“errado”. Os mesmosrótulos que os portu-gueses atribuem ao

nosso, e os ingleses ao inglês falado na Américado Norte. No Brasil, o “r” retroflexo, predomi-nante for a das capitais e dos grandes centros, émotivo de chacota. Os estrangeirismos america-nizados dão conta da influência cultural queaquela nação exerce sobre a nossa. Dizer que o

Brasil fala uma única língua e que os dialetosfalados em lugares sem prestígio político nãoformam um idioma apenas comprova o ditadoque diz que o que diferencia um dialeto de umalíngua é que a última possui um exército.Algumas línguas faladas por povos indígenassão mais ricas do que o português, que é umdos idiomas mais complexos e completos daTerra, para expressar as cores do arco-íris, porexemplo. Na nossa cultura, o símbolo de quenão haveria mais dilúvio possui sete cores. Emoutras culturas, fala-se de dez cores ou entãoapenas quatro. Na ver-dade, a língua falada porum povo é viva, mudacom o tempo e expressa omundo que o rodeia. Alíngua falada por qualquerpovo é rica e flexível osuficiente para expressarquaisquer universos científicos e os maisvariados conceitos abstratos.

Não que os falantes do “português-não-padrão” devam desprezar o português formale agarrar-se às suas origens, como adverte apersonagem do livro chamada Irene. Antes,

A Língua de Lula

deveriam ter direito ao direito de conhecer alíngua falada pelos fortes, e tê-la como uma

etapa no processo de eman-cipação de sua consciência.A leitura de “A língua deEulália” é propícia ao atualmomento político nacio-nal. Pela primeira vez nahistória de nossa república,um falante do “português-

não-padrão”, ou seja, oriundo das classes maispobres, ocupa o cargo mais alto do Executivo.Tal qual Eulália, personagem negra e pobre quevive com Irene e empresta o nome ao livro,Lula simplesmente não faz uso dos plurais. Onovo presidente fala a língua do povo.

Na verdade, a língua faladapor um povo é viva, mudacom o tempo e expressao mundo que o rodeia

Por motivo semelhante, oportuguês falado pelos povosfora do eixo Rio-São Paulo étido como “brega”, “ridículo”,e o que é pior, “errado”

Jamil Idaló Júnior2º ano de História

A imagem do presidente Lula como mitode esquerda da América Latina éincontestável. Visto que as pessoas o vêemcomo o símbolo do cidadão proletário, saídoem meio às camadas mais oprimidas dapopulação, para o exercício do poder. Aprópria concepção da Filosofia Marxista,encontra no nosso presidente o exemplo maisfidedigno de sua base teórica. Já que o mesmoreflete na realidade concreta, aquilo que KarlMarx expôs em teoria: a tomada do poder pelaclasse operária, permeando na relação entreinfra e superestrutura , uma maiorpreocupação com os menos favorecidos,assim, na sua figura está depositada a“esperança” de uma sociedade com menosinjustiça social. Resta esperar o seu devir, paraefetivamente sabermos se esta esperançaestará ou não, sendo vã.

O termo “esquerda” surgiu durante aRevolução Francesa, quando a AssembléiaNacional Francesa reunia as diversas facçõesque tinham derrubado o Antigo Regime. OsGirondinos que defendiam os grandes

comerciantes sentavam-se à direita, enquantoos Jacobinos, que defendiam uma maiorigualdade de classes ficavam sempre àesquerda. Portanto, “esquerda” passou a sechamar a corrente ideológica dos seguidoresde Robespierre (1758-1794), sonhando comuma sociedade mais igualitária.

Já a denominação “centro-esquerda”, naqual o partido de nosso presidente estáinserido, é contemporânea. É uma espécie de“esquerda” mais liberal, menos radical e maisaberta a negociações políticas. Sendo então,

uma versão mais flexível da “esquerda” daRevolução Francesa e da própria FilosofiaMarxista.

O que podemos esperar de Lula? Umapostura radical em suasdecisões? Ou uma posiçãomais aberta com relação àsadversidades políticas departidos contrários ao seu? Apostura de nosso presidentevai refletir os interesses daclasse que ele representa? Ouele é único, só existe um Lulae o mesmo irá tomar decisõesque defendam simplesmente suas própriasconvicções? No caso, não no sentido de umaditadura e sim da própria estrutura políticabrasileira, de centralização do poder.

Evidentemente os desafios são muitos,nosso país tem a grandeza territorial e adiversidade cultural de um continente, nossosproblemas econômicos são profundos e aprópria identidade do povo latino-americanoé uma ingócnita.

Diante a imensidão das dificuldades aserem enfrentadas, suscita-nos umadesconfiança na posição da direita nas últimas

eleições. Será que ela perdeu a eleição depropósito? Será que as forças ocultas queajudavam a governar este país não armaramuma cilada para que nossa esquerda seja

d e f i n i t i v a m e n t edesacreditada? Ou aresponsável pela eleição donosso presidente foi suacampanha de marketing,juntamente com oamadurecimento político denossa população? Somenteo futuro poderá nosresponder.

Por outro lado, a figura de nossopresidente é dicotômica, pois se o mesmo éum símbolo de esquerda, concomitantementea isto, ele pode representar o fato de que oCapitalismo dá certo! Ora, em qual outrosistema político-econômico alguém poderiaevoluir socialmente de “baixo para cima”, ouseja, teria oportunidade de “subir na vida” deacordo com seus próprios méritos, não fossea mercantilização capitalista? Então nos surgea enigmática questão: Lula é o exemplo vivodo Socialismo de esquerda ou é a provaconcreta de que o Capitalismo dá certo?

A paradoxal figura de Luís Inácio

Lula é o exemplo vivodo Socialismo deesquerda ou é a provaconcreta de que oCapitalismo dá certo?

reprodução

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1127 de maio a 2 de junho de 2003

Miriam Lins7º período de Jornalismo

30/05 – Coquetel de lançamento dapeça teatral “O Koan do Guerreiro”Horário: 20 hrsLocal: Aciu

Agenda Cultural31/05Apresentação única da peça“O Koan do Guerreiro”Horário: 20 hrsLocal: Anfiteatro doColégio Nossa Senhora das Dores.Entrada franca

Mariana Costa2° ano de Letras

Lágrimas surgem nos meus olhos,escorrem duras e quentes, arrebentadas,doídas de um coração ferido. Já faziamuitos anos que eu não chorava, a ultimavez foi quando meu pai se foi.Eexatamente por ser tão dura tinha gentepra dizer que eu havia nascido comcasca, que eu (pobre de mim) tinha almade pedra.

Na minha in-fância, ainda donade meus três ouquatro anos, de-bulhava em la-grimas, meu pai mepegava em seus braços e me colocavade frente a algum espelho, abria umsorriso e dizia que era melhor que eume calasse, que eu não mais chorasse,que eu estava feia porque meu rostoinchava e me deformava eimediatamente eu me calava.

O tempo passou, meu pai se foi e eununca mais derramei gota de lagrima,passei a ser forte e adulta aos 10 anos epor muitas vezes minha mãe enfrentava

verdadeiras guerras de fogo em seutrabalho para sustentar os filhos, não seipor quantas vezes ela deve ter cozinhadopros ricos se lembrando que em sua casanão havia grão, essa era a nossa vida.Uma vida seca.

Quem não teme, vence. Nósvencemos as maiores faltas e porconseqüência ganhamos sentimentos umtanto quanto indesejáveis, numa tardequente conheci um menino de cinco

anos, Rafael, nós di-zíamos Rafaelzinho,um menino tambémsofrido, o pai espan-cava a mãe e a eles,quando a mãe faleceuRafaelzinho foi sepa-

rado das irmãs e “colocado” paraadoção, o pai estava preso. Posso melembrar que Rafaelzinho que também nãosabia chorar me ensinou a sorrir, sempreque ele se aproximava de mim, sentiaminhas pedras se romperem, essa era amaneira dele me ensinar a tentar ser feliz.

Junto a suas irmãs, ele foi adotadopor uma família francesa e eu continuavacom minhas amarras no coração ebarreiras na alma. Sabe o poema do

Caderno literário

Anjos não existem

“gauche”? Sempre fui um deles, alguémperdido entre os próprios pensamentos,nascida na sombra e amparada por umanjo torto. Eu também já amei e por issonão poderia ser feliz, amei a quem nuncame amou, fui a parte desprezada e comotodo idiota acreditei jamais me envolvernovamente com ninguém e lógico, nãofoi isso que aconteceu.

Sonhos vermelhos, nunca gostei delese por um mês eu apenas sonhava comsangue e agua, pesadelos, um péssimo

sinal e foi aí quando eu já não maisdistinguia os sonhos da realidade surgiuem minha vida um outro Rafael, meuanjo com nome do meu pequeno anjofrancês.

Rafael; Rafael me fazia sorrir, acaboucom todos os meus pesadelos, devolveuminha sensibilidade e mesmo sendo eleimpaciente eu aprendia a exercer essedom e acima de tudo me ensinou a meapaixonar. Estranho era amar alguémaquém nunca se viu, mas e daí? Rafaelquebrou minhas barreiras, cortou minhasamarras e me desarmou completamente.

Quanto tempo pode durar afelicidade? Não sei. A minha durou ummês exato, durou até que eu descobrisseque anjos não existem, não pra mim quepor algum motivo perdi os meus. Rafaeleu conheci em duas tardes quente e meapaixonei por varias noites em váriosdias, segurei enquanto pude, mas a areiaescorre é pelos dedos e dá mesma formaque ele apareceu, ele desapareceu e foiaqui que depois de tantos anos que eu(re)aprendi a chorar, a lavar o coração ea me entregar ao sentimento.

Rafael você me devolveu à meupassado.

Rafael me fazia sorrir, acaboucom todos os meus pesadelos,devolveu minha sensibilidade

reprodução

31/05Homenagem de artistasuberabenses a Elis Regina,com apresentação do show“21 Anos de Saudade”Horário: 20:30Local: Anfiteatro A da FMTM.

03/06 – Palestra “Revolucione suaqualidade de vida transformandosonhos em realidade”, seguida dedebate com o Dr. Augusto Jorge Cury,psiquiatra, psicoterapeuta ecientista.Horário: 19 hrsLocal: Auditório da FMTM.

Até 03/06 – Justiça Federal promovea exposição “Melodia em Forma ecor” de Lucy Cunha Fantato.Local: R. Luiz Soares, 529 – Bairro:Fabrício.

06/06 – Festa junina “Arraiá da Pazna APAE”Horário:19 hrsLocal: Sede da APAE – R. Dr. WiltonCampos, 350. Bairro: Amoroso Costa.

07/06 – “Festa do Interior”, festabeneficente ao OASIS.Horário: 19 hrsLocal: Uirapuru.Preço: R$ 5,00

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Palacete São Luís (palacete do Bispo), na rua São Sebastião, é tombado pelo poder público municipal. Hoje, o prédio precisa de alguns pequenos restauros.Verba para reforma pode vir da iniciativa privada através das leis estaduais ou federais de incentivo fiscal

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