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Sobremordida anterior corrigida através de arco de intrusão anterior de Connecticut (CIA) por Prof. Marcos Cezar Ferreira – Prof. Maurício Donner Jorge – Prof. Fábio Sousa Uchôa – Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães Jr. Revista ABO Niterói Dezembro - Fevereiro Ano 2013 Edição 10 Revista ABO Regional Niterói

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Sobremordida anterior corrigida através de arco de intrusão anterior de Connecticut (CIA)por Prof. Marcos Cezar Ferreira – Prof. Maurício Donner Jorge – Prof. Fábio Sousa Uchôa – Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães Jr.

Revista ABO NiteróiDezembro - FevereiroAno 2013 Edição 10

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ExpedientePresidente ABO NiteróiPaulo César Lopes Bomfim /CRO-RJ 8135

RevistaRevista ABO Niterói

Administração / Projeto da RevistaIdéia Publicidade e Consultoria - Márcia Nana

Projeto Gráfico e ImpressãoRodrigo Maia Design

www.behance.net/cronosdesignTel.: (21) 7833-1078 - 963*15329 9159-8747 [email protected]

Designer Gráfico Responsável (Produção / Digramação / Capa)Rodrigo Maia

ComercialCarolina Castro - Tel: (21) 7643-7431

AnúnciosGraça Fernandes – Tel ( 21) 9446-8326

Marketing e Publicidade Idéia Publicidade e Consultoria - Márcia NanaTel.: (21) 2653-1370 / 8545-4607 [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares

Responsabilidade Editorial Os conceitos e afirmações constantes nos originais são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade dos anunciantes.A reprodução total ou parcial dos textos é permitida desde que citadas as fontes.

Endereço ABO Niterói:Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 55 /607Centro-Niterói cep 24020-070email: [email protected]: www.aboniteroi.org.br tel: 21 2620-2488 / 2717-7277 / 4126-6807 / 8290-6786

Editorial

Sonhar tem sido nosso carro chefe, durante todo ano de 2013, sonhamos o

de melhor, para nós, nossa fa-mília, nossos amigos, nossos funcionários, nossos clientes, nossa ABO-Niterói, nossa ca-tegoria. Tudo que somos, o que conquistamos, e possuímos é fruto dos nossos sonhos. Se não estamos satisfeitos com o que temos é porque, sabemos pouco

e sonhamos mal. Aí temos que melhorar nossos sonhos. Sonhar bem, faz bem, bem ao corpo, a aluna e tudo o mais.

E se o corpo e a alma estão bem tudo vai bem. Você trabalha melhor, você vive e convive melhor e dá tudo certo.

Nossa profissão, que vem melhorando em tecnologia a todo vapor, o futuro é promissor, nossos colegas que tem acesso a ela, também, mas, nosso maior desafio hoje é contagiar a todos que nos cercam, para que compartilhem de nossos sonhos. Dias me-

lhores para nossos colegas, menos favorecidos, que eles possam sonhar mais e melhor, e ver que é possível melhorar na profissão.

Que nossos colegas em situação melhor, possam comparti-lhar com outros, sem conhecimentos, e ensinar sonhos melho-res. Que o sonho de entidades fortes possa ser passado a todas as lideranças. Todas as entidades fortes, refletem na sociedade uma categoria forte. E isso com certeza, causará mudanças em nossa vida, particular e profissional. Que no próximo ano, possa-mos ter sonhos melhores e maiores, que nossa categoria possa acordar, do mal sonho e só importando se é bom e o que con-quistou, esquecendo que, se todos forem bons, todos conquista-remos mais.

Sonhar, não custa nada, então, que próximo ano, possamos continuar sonhando, sonhando alto e melhor, em todos os senti-dos, mas “ O melhor do sonho é realizar.”

Paulo BomfimPresidente ABO- Niterói

Sugestões e críticas para [email protected]

Presidente | Paulo BomfimVice- Presidente | José Rodolfo E. Verbicário1º Secretário | Aline Magalhães Galindo 2º Secretário | Cândida Nazário Montalvão Tesoureiro | Milan Bohumil Benes

2º Tesoureiro | Antonio Augusto C. de SáDiretor Departamental | Mauro CardosoDepartamento cultural | Raul Feres Monte AltoDiretor Científico | Ronaldo Barcellos de Santana

Diretoria

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Palavra CRO - RJ Nite

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Sempre atento às questões que mais mobilizam a classe odontológica, o CRO-RJ vem promovendo mensalmente, através da

Comissão de Convênios e Credenciamentos, uma série de palestras destinadas a informar e alertar a classe.

O cirurgião-dentista e advogado Luiz Carlos Neto Pacheco Barreto, foi um dos palestrantes convidados e traçou um importante cenário das questões contratuais envolvendo o profissional da Odontologia e as empresas de planos odontológicos.

Utilizando sua longa experiência como cirurgião-dentista e mais recentemente como advogado, abordou o histórico das relações contratuais no país de forma geral e não apenas no segmento da saúde. Explicou que até o advento do novo Código Civil, os contratos “geravam lei entre as partes”, ou seja, havia uma autonomia nestes acordos. “Muitas das vezes, a conseqüência disso, era um processo que funcionava como um instrumento de opressão” apontou.

Pelo novo Código, os contratos visam reduzir desigualdades e a intervenção do estado, através de instrumentos como as agências regulatórias – no caso da odontologia a ANS – que buscam coibir situações de exploração de uma parte sobre outra.

O palestrante demonstrou os contratos de adesão apresentados pelas operadoras que não possibilitam alterações. “E isso suscita o surgimento de diversas cláusulas abusivas por parte das empresas de planos odontológicos”.

“Atualmente, alertou, “o quadro é lesivo aos cirurgiões-dentistas”. Além de o contratante deter a demanda e o preço, a impossibilidade de socialização dos riscos da atividade do cirurgião-dentista é uma constante, somando-se a isso a subordinação econômica à operadora, geradora de insegurança por causa de uma possível rescisão unilateral; a impossibilidade de prestação do serviço dentro de limites mínimos de segurança; o enriquecimento sem causa da operadora e os interesses individuais acima da função social dos contratos”, completa.

Destacou ainda ser necessário que se respeite o princípio da isonomia e da fixação do preço do serviço pelo prestador, e com isso, os consumidores possam ter liberdade de escolha. “Os profissionais da odontologia, como profissionais liberais, devem ter como objetivo futuro se livrarem da subordinação econômica. Assim, poderão alcançar outros tópicos importantes nesta relação, tais como o respeito aos princípios contratuais”.

E finalizou: “as ações para revalorização da classe, com a participação dos próprios profissionais, são importantes para fazer frente aos abusos das operadoras. É fundamental fazer frente aos abusos. Somente nós mesmos poderemos resolver nossos problemas”.

Afonso Fernandes Rocha CDPresidente do CRO-RJ

As Armadilhas dos Contratos de Credenciamento

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Marketing na OdontologiaNite

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A odontologia é um dos segmentos que tem investido de forma significativa nas inovações tecnológicas, facilitando assim

a vida do profissional dentista e proporcionando aos pacientes diversos benefícios.

O que temos hoje são tratamentos rápidos, com durabilidade, qualidade e com resultados que surpreendem os pacientes.

E o mais impressionante é que estas evoluções não param. Se sua técnica de trabalho é suficiente para você, saiba que para o mercado não.

Ou seja, o que você aprendeu recentemente em um dos cursos de especialização irá ser remodelado o mais rápido do que você imagina.

É a realidade de nosso cotidiano. O giro do mercado, o marketing que é aplicado junto as empresas gerando a necessidade de pesquisa para inovarem e lançarem produtos que sobressaiam dos concorrentes e ganhem uma fatia maior do mercado.

Perdemos com isso? Não. Muito pelo contrário ganhamos, pois se existe uma competição para ganhar mercado, é certo que cada um buscará uma melhoria constante, um diferencial, um algo a mais que agrade ao consumidor.

E neste padrão de inovações, aprimoramentos, melhorias e aperfeiçoamentos é que os dentistas devem seguir com seus consultórios.

Abandonem a acomodação! Não sejam adeptos ao conformismo, “ podia ser melhor, mas fazer o quê?”

Muito pode ser feito, mas o primeiro passo depende de você. Aproveite a virada do ano para colocar em prática velhos e novos projetos.

Lembrem-se que os procedimentos precisam ser renovados, destacados dos demais, e esta renovação precisa ser divulgada, senão quem vai saber dos novos serviços? Mas preste bem atenção, respeite sempre os limites éticos de publicidade. O Conselho Federal de Odontologia não proibe a divulgação, apenas coloca limites para que a mesma não seja banalizada. E saiba que o paciente prioriza os dentistas éticos, pois associam esta imagem na realização dos tratamentos.

E por fim , que 2014 seja um ano de muito sucesso e grandes realizações!

Márcia NanaMarketing e Gestão Estratégica

[email protected]

O marketing para um novo ano

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No dia 25/10/2013 a classe odontológica reuniu-se no Clube Português para comemorar o dia do cirurgião-dentista, o evento reuniu a ABO-Niterói, CRO-RJ e UFF que também comemorava o encerramento da 51º Jornada Fluminense de Odontologia Professor Coelho e Souza. Contamos com o apoio de algumas empresas que sem elas não seria possível a realização dessa festividade, as quais merecem nosso agradecimento, são elas: Unicred, Mongeral Aegon, Radiologia Petersen, Nice Via Apia, Águas de Niterói, Spectrus, Dental Gutierre. Abaixo alguns de nossos momentos.

Comemoração ao dia doCirurgião Dentista

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Materia CientificaNite

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RESUMO:O Tratamento da sobremordida tem sido, por décadas, um dos grandes desafios da ortodontia. Sua etiologia pode ser dentária ou esquelética e o tratamento deve ser direcionado de acordo com esta. As estratégias biomecânicas exigem uma abordagem precisa, afim de evitar movimentos indesejáveis e efeitos iatrogênicos. O objetivo deste artigo é mostrar, através de um caso clínico, como corrigir este problema utilizando o arco de intrusão de Connecticut, desenvolvido pelo Prof. Ravindra Nanda.

INTRODUÇÃO: A sobremordida representa um elemento importante da função mastigatória e quantifica a sobreposição da coroa dos incisivos superiores em relação aos incisivos inferiores. A sobremordida pode ser considerada normal quando apresenta valores entre 2,0 a 3,0mm, porém este conceito numérico deve ser observado com cautela, já que diferentes tipos faciais podem exigir sobremordidas de difer6entes magnitudes.(WYLIE, 1944) Quando profunda, pode causar interferência nos movimentos de abertura, protrusão e lateralidade da mandíbula durante a mastigação, e problemas na articulação temporomandibular. Por outro lado, valores negativos da sobremordida podem detectar a presença de mordida aberta anterior que, quando não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar a alterações do desenvolvimento normal da oclusão.

REVISÃO DA LITERATURAA sobremordida é uma condição frequentemente encontrada, podendo ocorrer em dentição decídua, permanente ou na dentadura mista. Pode ser classificada como normal ou profunda, sendo que a sobremordida profunda apresenta características próprias, sendo de difícil correção e manutenção.(STRANG, 1950) Não existe uma diferença estatisticamente significante quanto à incidência da sobremordida nos gêneros masculino e feminino.(SILVA e CAPELLI Jr., 1990). A sobremordida geralmente aumenta

durante o período de dentição mista e permanente jovem, e diminui levemente até a idade adulta (BAUME, 1950; MOORREES, 1959). As diferenças entre os sexos masculino e feminino não são estatisticamente significantes.(FLEMING, 1961)Seu diagnóstico envolve análise facial, análise cefalométrica e análise de modelos. Na análise facial deve-se avaliar o nível de exposição dentária no sorriso chamado ideal, o lábio superior deve se posicionar de forma a expor toda a coroa dos incisivos centrais superiores entre 1mm a 2mm de gengiva. Valores acima destes são considerados antiestéticos.(GERON e ATALIA, 2005; PECK, PECK e KATAJA, 1992) Outro aspecto a ser considerado é a arquitetura gengival, considerando a simetria e a quantidade de exposição de cada dente. (SARVER, 2004)O tratamento envolve um diagnóstico cuidadoso, adequado plano de tratamento e planejamento da mecânica a ser usada. O tratamento pode ser feito com mecânicas extrusivas ou intrusivas, dependendo da etiologia, se a sobremordida profunda é dentária ou esquelética.(STRANG,1950) Os procedimentos de colagem diferenciada podem também potencializar os resultados do tratamento da mordida profunda. Foram desenvolvidos duas grandes técnicas de intrusão ortodôntica para a dentição anterior: os arcos segmentados e a técnica bioprogressiva. Ambos os arcos se valem de ancoragem em dentes posteriores, mas têm diferenças biomecânicas fundamentais na sua construção / utilização e, consequentemente, em seu modo de ação. O primeiro é um sistema determinado de um par de forças, com momentos e forças que podem ser facilmente distinguidas,

Sobremordida anterior

Prof. Marcos Cezar Ferreira – Doutorando em Ortodontia pela FOB/USP e Prof. do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Niterói / IOM-RJ.

Prof. Maurício Donner Jorge – Mestre em Ortodontia SLM/Campinas e Prof. do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Niterói / IOM-RJ.

Prof. Fábio Sousa Uchôa – Mestre em Ortodontia SLM/Campinas e Prof. do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Niterói / IOM-RJ.

Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães Jr. – Doutor em Ortodontia pela FOB/USP e Prof. do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Niterói /

IOM-RJ.

corrigida através de arco de intrusão anterior de Connecticut (CIA)

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9medida , e avaliadas. O arco utilidade é um sistema criado para ser introduzido na canaleta dos incisivos, desta forma, a magnitude exata de forças e de pares não podem ser conhecidas, especialmente os torques que são incorporado, já os arco de intrusão de Burstone ou de Nanda (CIA) permitem controlar o torque pelo ponto de contato do incisivo e pelo ponto de aplicação da força.(NANDA et al., 1998; SIFAKAKIS et al., 2009)Os fatores que provavelmente encontram-se envolvidos com esta recidiva são: o padrão de crescimento facial, as alturas faciais anteriores e posteriores, a altura do ramo ascendente e o comprimento do corpo da mandíbula, o ângulo goníaco, o ângulo inter incisivos, a recidiva do apinhamento ânteroinferior e da sobressaliência, além da movimentação dos incisivos e dos molares.(LITTLE e RIEDEL, 1989)

DIAGNÓSTICO:Paciente portadora de normo posicionamento esquelético. Esteticamente apresenta bom perfil, com aumento do terço inferior da face, excesso de exposição dos incisivos superiores e sorriso gengival. A oclusão se apresenta estável sem diferença significante entre ROC e MIH, engrenamento dentário de classe I de molares e caninos, aumento de sobremordida e diastemas anteriores.(Fig.1 A a G) A queixa principal da paciente eram exatamente os diastemas anteriores além de considerar que os dentes eram feios. A análise cefalométrica apontou para uma harmonia das bases ósseas e extrusão dos dentes anteriores superiores, corroborando com a análise facial.

OBJETIVOS DO TRATAMENTO:Os objetivos do tratamento para esta paciente foram corrigir a sobremordida objetivando impacto estético sobre o sorriso gengival, tanto na sua quantidade como melhorando sua arquitetura (Zenith gengival). Além disso, objetivou-se conseguir sobressaliência suficiente para a correção dos diastemas anteriores superiores e inferiores.O presente artigo irá descrever a técnica restauradora direta, com o uso de resina composta, utilizada para reproduzir as bordas incisais de dois incisivos centrais. Paciente, sexo feminino, procurou a clínica Integrada da Faculdade de odontologia da UFF, e a sua queixa principal era as bordas fraturadas dos seus incisivos centrais (Figs. 1 e 2). Após uma minuciosa anamnese e exame clínico, foi determinado que o tratamento seria o emprego de resinas composta. Para a execução do procedimento restaurador, foi realizada uma moldagem prévia com silicone por

condensação. O molde foi vazado para a obtenção de um modelo de gesso. No mesmo foi feito um enceramento com a forma final do sorriso da paciente (Fig. 3). Sobre este modelo encerado foi confeccionada um guia de silicone, para auxiliar durante a reprodução com resina composta, da face palatina dos dentes.Em uma segunda consulta, foi realizada uma profilaxia e em seguida a seleção de cor. Para tal, foi confeccionado um ensaio restaurador, e as combinações de resinas utilizadas neste que ficou esteticamente agradável, foram as selecionadas para execução da restauração definitiva.Posteriormente a seleção de cor, foi realizado um isolamento relativo e assim foi dado inicio a confecção da restauração. Foi realizado o condicionamento com acido fosfórico (Fig. 4), e após a remoção deste com spray ar/aguá foi aplicado o sistema adesivo – Silgle Bond Universal (3M) (Fig. 5), seguido de fotoativação. Com auxilio de uma espátula, foi levada e manuseada na guia de silicone, a resina referente ao esmalte palatino (Filtek Z-350 XT, 3M). Este primeiro incremento serviu de suporte para a inserção das demais camadas da estratificação. O conjunto guia/resina composta foi posicionado nos dentes e então fotopolimerizado (Fig. 6). Na sequência, a guia foi removida e foi inserida uma resina de dentina sobre a resina palatina (Fig. 7), porém esta resina foi colocada somente onde havia dentina, logo a borda incisal da resina palatina não foi coberta, e então foi realizada a fotopolimerização. Em seguida, foi inserido um pequeno incremento de resina de efeito, para reprodução das áreas com maior translucidez e fotoativado (figura 8). E por ultimo foi aplicada a resina referente ao esmalte e fotoativada (Fig. 9). Para o acabamento e polimento foram utilizadas pontas diamantadas finas e extra finas, borrachas e discos de feltro com pasta de polimento. Ao final do tratamento chegou-se a um resultado estético satisfatório, devolvendo assim harmonia ao sorriso da paciente (Figs. 10 e 11).

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Figura 1 A a F – Aspecto extra oral (A a C) evidenciando o aumento da exposição dos incisivos superiores e a presença de sorriso gengival. Nas figuras D a F pode-se notar o aumento da sobremordida e os diastemas anteriores. Pode-se ainda observar a ausência do Zenith gengival (linha preta).

Figura 2 A e B- Parte dos aspectos cefalométricos analisados.

ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO:Pode-se considerar as seguintes alternativas de tratamento.1) Extrusão dos dentes posteriores superiores.2) Extrusão dos dentes posteriores inferiores.3) Ambos4) Intrusão dos dentes anteriores superiores5) Intrusão dos dentes anteriores inferiores.6) Ambos.

As opções ortopédicas não se aplicavam, pois a paciente já se encontrava fora do surto de crescimento, já a opção cirúrgica de impacção maxilar não foi aceita pela paciente.

EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO:Considerou-se a opção de intrusão dos dentes anteriores superiores a melhor, pois a extrusão dos dentes posteriores aumentaria o terço inferior da face. A intrusão dos dentes anteriores não poderia ser feita, pois ficaria abaixo do plano oclusal, impossibilitando a desoclusão anterior, além de que a intrusão dos dentes anteriores

possibilitaria a migração do periodonto na direção cervical, melhorando o aspecto estético do sorriso gengival.Em primeiro lugar deve-se considerar que a correção dos diastemas é um problema de origem vertical, logo a primeira providência foi montar o aparelho superior, prescrição Roth, slot 0,022 e associar ao arco de nivelamento termo ativado 0,014 um arco de intrusão, tipo CIA (Connectcut Intrusion Arch) confeccionado com fio TMA 0,017x0,025). (Figura 3 A a C) A quantificação das forças necessárias para se obter a intrusão segura dos dentes anteriores é de suma importância. A variação das forças, que deve ser mensurado com equipamento apropriado (dinamômetro), é apresentada na tabela 1. Deve-se também ficar atento ao controle dos efeitos colaterais que ocorre nos molares, parte deste controle é feito pelo arco de nivelamento inserido em associação ao arco de intrusão (CIA).

Tabela 1 – Magnitude de força em gramas para intrusão dos dentes anteriores, separados por grupos. (ADAPTADO DE BURSTONE,1977).

superior inferior

1 - 30 25

12 - 21 60 50

123 - 321 100 100

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Figura 3 A a C – Aspecto intra-oral do início do alinhamento e nivelamento superior (fio termo ativado 0,014), associando a este o arco de intrusão modelo CIA.

Figura 4 A a C – Após a correção da sobremordida foi possível avançar o fio de nivelamento e alinhamento. Pode-se notar que já é possível, nesta fase, realizar a montagem do aparelho inferior.

Após aproximadamente dois meses de tratamento foi possível instalar um arco de nivelamento mais espesso (0,020 Nitinol). Nesta fase pode-se notar que a sobremordida já se encontra corrigida, porém a manutenção do arco de intrusão deve ser feita, para que não haja recidiva. Recomenda-se esta contenção até que seja possível instalar um arco de aço redondo 0,020 ou retangular 0,019x0,025.(Fig. 4 A a C) A sequencia de tratamento mostra o a instalação do aparelho inferior já no fio retangular, com dobras de acabamento para estabelecer as guias dos caninos.(Fig. 5 A a C)As figuras 6 A a G mostram o resultado final do tratamento, com os resultados atendendo aos objetivos propostos no início do tratamento, ou seja, diminuição da sobremordida e o fechamento dos diastemas. O acompanhamento de 18 meses pós-tratamento mostra a estabilidade obtida. (Fig. 7 A a G)

DISCUSSÃO:A abordagem terapêutica da correção da sobremordida requer especial atenção a dois aspectos, diagnóstico e biomecânica,(STRANG, 1950; BAUME,1950; MOORREES, 1959; FLEMING,1961) uma vez que não existe prevalência na incidência da sobremordida quanto

ao gênero. (SILVA E CAPELLI JR., 1990) Talvez a maior vantagem desta abordagem seja a forma segura de determinar as forças e os momentos aplicados permitindo melhor controle dos efeitos colaterais.(BURSTONE,1977; SIFAKAKIS et al, 2009) De acordo com Nanda et al. a quantidade de intrusão gerado pelo arco modelo CIA tem capacidade intrusiva de 1,0mm a cada 4/6 semanas.(NANDA, 1998)A percepção estética deve ir muito além da relação dentária. deve-se estar atento aos aspectos gengivais tão importantes na estética do sorriso.(PECK, PECK E KATAJA, 1992; GERON E ATALIA, 2005) Melhorar a função associada a estética, através de biomecânica direcionada ao problema, auxilia a obter os resultados satisfatórios e em menor tempo de tratamento. Adequar o posicionamento dos acessórios também auxilia na correção de pequenos problemas verticais.(JANSON et al., 2000)As recidivas devem ser levadas em consideração, pois para cada tipo de etiologia e, por conseguinte um tratamento, temos índices diferentes de recidiva alterando o prognóstico a longo prazo, a intrusão dos dentes anteriores é o tipo de terapia com menor recidiva para a sobremordida.(WYLIE, 1944; LITTLE e RIEDEL, 1989).

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Figura 6 A a G – Fotos finais após 14 meses de tratamento. Note a correção do contorno gengival, quando comparada com as fotos iniciais (Figura 1 A a G)

Figura 7 A a G – Acompanhamento de 18 meses pós-tratamento.

CONCLUSÕESO perfeito diagnóstico, associado a uma mecânica eficiente, com controle rígido dos efeitos colaterais, são capazes de gerar bons resultados estéticos dentários e funcionais. O tempo de tratamento fica controlado, pois impedindo os efeitos colaterais evita-se o desperdício de tempo tratando destes. As mecânicas estaticamente

determinadas permitem o controle total das forças e momentos envolvidas, impedindo transformar um caso “simples” em algo trabalhoso e desgastante. Os resultados obtidos demonstram ser possível, em um prazo de tempo bastante razoável, obter bons resultados funcionais e estéticos, com estabilidade do caso e resolvendo a queixa principal do paciente.

Referência Bibliográfica1. BAUME, L.J. Physiologic tooth migration and its significance for the

development of occlusion. IV. The biogenesis of overbite. ] Dent Res, v.29, nA, pA40-7, 1950.

2. BURSTONE, C. R. Deep overbite correction by intrusion. Am J Orthod, St. Louis, v. 72, n.1, p.1-22, 1977.

3. FLEMING, H.B. An investigation of the vertical overbite during, the eruption of the permanent dentition. Angle Orthod,l v.31, p.53-62, 1961.

4. GERON, S.; ATALIA, W. Influence of sex on the perception of oral and smile esthetics with different gingival display and incisal plane inclination. Angle Orthod., Appleton, v. 75, n. 5, p. 778-784, 2005.

5. JANSON, G.R.P; VASCONCELLOS M.H.; BOMBONATTI R.; FREITAS M.R.; HENRIQUES J.F.C. .Considerações Clínicas sobre o Posicionamento Vertical dos Acessórios. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.5, n.3, p.45-51, 2000.

6. LITTLE, R. M.; RIEDEL, R. A. Postretention evaluation of stability and relapse - mandibular arches with generalized spacing. Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.95, n.1, p.37- 41, 1989.

7. MOORREES, C.F.A. The dentition of the growing child. Cambrige: Harvard, p.245, 1959.

8. NANDA, R. et al., The Connecticut Intrusion Arch. J. Clin. Orthod. Boulder, v.32,p. 708-715,1998.

9. PECK, s.; PECK, L.; KATAJA, M. The gingival smile line. Angle Orthod., Appleton, v. 62, n. 2, p. 91-100, 1992.

10. SARVER D.M. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: part 1. Shape and proportionality of anterior teeth. American journal of orthodontics e dentofac orthop - v. 126, n 6, p. 749-753,.2004.

11. SIFAKAKIS I., PANDIS N., MAKOU M., ELIADES T., BOURAUEL C. Forces and moments generated with various incisor intrusion systems on maxillary and mandibular anterior teeth. The Angle Orthodontist V.79,n.5, p.928-933, 2009.

12. STRANG, R. H. W. An analysis of the overbite problem in malocclusion. Angle Orthod.,v.4,p.65-84, 1950.

13. SILVA, A.C.P.; CAPELLI JÚNIOR, J.O. O problema da sobremordida exagerada. Revista Brasileira de Odontologia, São Paulo, v.47, n.4, p.38-42, 1990.

14. WYLIE, W. L. Overbite and vertical facial dimensions in terms of muscle balance. Angle Orthod, v.14, n.1-2, p.13-7, 1944.

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