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Esta Revista foi feita como trabalho final para disciplina de Arquitetura e Urbanismo no Brasil Contemporâneo, ministrada pela professora Amanda Casé. A equipe composta pelas alunas Bárbara Andrade, Cecilia Manavella, Lara Renhe e Marina Ribeiro optou por desenvolver uma revista sobre o arquiteto Severiano Porto com foco em sua obra na região amazônica. A escolha pelas obras de Severiano Porto se deve ao fato de que ele se tornou um dos maiores nomes da Arquitetura da Amazônia e foi capaz de conceber um modelo de arquitetura baseado nas técnicas locais aliadas a estratégias bioclimáticas e econômicas próprias da região.TRANSCRIPT
ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 1
ARQ-BR
ARQUITETURA BRASILEIRA NÚMERO: 180
JUNHO 2016
EDIÇÃO ESPECIAL
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O arquiteto que concebeu um modelo de arquitetura amazônica que se baseava nas técnicas locais aliadas a estratégias bioclimáticas e econômicas do seu meio.
2 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 3
SUMÁRIO
restaurante chapéu de palha
residência robert schustercentro de proteção
ambiental de balbina
sede da suframa
10-11
14-17
12-13
18-21Editorial
Projeto - Residência Robert Schuster
3
14
Linha do tempo
Entrevista
8
22
Projeto - Sede da Suframa 12
Artigo
Projeto - Centro de Proteção Ambiental
4
18
Projeto - Restaurante Chapéu de Palha
Indicações e Eventos
10
27
EDITORIAL
Arquitetura e Urbanismo no Brasil Contemporâneo
Esta Revista foi feita como trabalho final
para disciplina de Arquitetura e Urbanis-
mo no Brasil Contemporâneo, ministrada
pela professora Amanda Casé. A equipe
composta pelas alunas Bárbara Andrade,
Cecilia Manavella, Lara Renhe e Marina Ri-
beiro optou por desenvolver uma revista
sobre o arquiteto Severiano Porto com
foco em sua obra na região amazônica.
A escolha pelas obras de Severiano Por-
to se deve ao fato de que ele se tornou
um dos maiores nomes da Arquitetura
da Amazônia e foi capaz de conceber um
modelo de arquitetura abaseado nas téc-
nicas locais aliadas a estratégias bioclimá-
ticas e econômicas próprias da região.
4 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 5
“Sem abrir mão dos avançados recursos materiais e técnicos contemporâneos, os arquitetos não vacilam
em aproveitar as tradições culturais indígenas no trato da madeira e das estruturas espaciais. O Campus da Universidade de Manaus e no Centro de Proteção
Ambiental de Balbina, constroem ‘espaços que respiram’ com uma linguagem plena de modernidade, sem
concessões ao exótico e ao pitoresco”.
BIOGRAFIA E TRAJETÓRIA
Júri da Premiação Anual do IAB de 1987, na justificativa do prêmio pelo campus da Universidade Federal do Amazonas
ARTIGO
Conhecido como “arquiteto da floresta”
ou “arquiteto da Amazônia”, Severiano
Porto foi o responsável por idealizar um
modelo único de arquitetura amazônica,
combinando técnicas locais com estraté-
gias que consideram o rigor do clima e a
economia de meios.
Nascido em Uberlândia em 1930, aos
cinco anos de idade Severiano muda-se
com a família para o Rio de Janeiro. Em
1954 forma-se pela Faculdade Nacional
de Arquitetura – FNA, da Universidade do
Brasil.
Em 1963 viaja a turismo para Manaus.
Dois anos mais tarde é convidado pelo
então governador do Estado do Amazo-
nas, Arthur Cezar Ferreira Reis, a realizar a
reforma do palácio do governo, 1965, e o
projeto da Assembleia Legislativa do Es-
tado, 1965, obras estas que não se con-
cretizaram. Durante sua permanência na
capital amazonense, Severiano recebe
outras encomendas de projetos se mu-
dando então para Manaus.
Em Manaus ele elabora um caderno de
encargos com os engenheiros Sérgio S.
“Na época, acharam que madeira era obra de pobre, o governo queria uma imagem de
permanência”.
Biografia
Machado e Milber Guedes, para assegurar
que as construtoras cumpram os prazos
e as especificações técnicas conforme o
projeto e os dispositivos legais estabeleci-
dos. A iniciativa inédita no Estado é rapid-
amente assimilada pelo governo.
O conjunto de sua obra foi premiado
em 1985 pela Bienal Internacional de Ar-
quitetura de Buenos Aires. Em 1987 é
reconhecido internacionalmente, sen-
do eleito o homem do ano pela revista
francesa L’Architecture d’Aujourd’hui. A
parceria entre Severiano e Mário Ribeiro
é também amplamente reconhecida, am-
bos receberam o prêmio Personalidade
do Ano em 1986 pelo IAB carioca.
Entre 1972 e 1998, Severiano exerce a
função de professor de arquitetura e
urbanismo na Faculdade de Tecnologia
da Universidade do Amazonas. Em 2003
retorna ao Rio de Janeiro e transfere seu
escritório para Niterói, onde passa a morar.
A obra de Severiano Porto, principalmente
os projetos desenvolvidos em Manaus, é
marcada pela presença de um “regionalis-
mo eco eficiente”, no sentido de uma “apli-
cação sempre renovada dos princípios de
conveniência e economia tradicionais” da
cultura local amazonense.
Com seu trabalho em Manaus, Severiano
Porto integra o grupo de arquitetos que
promoveu uma propagação da modern-
ização, potencializando a feição regional-
izada da arquitetura brasileira. Apesar de
ser reconhecido internacionalmente, pre-
miado diversas vezes no Brasil e no exte-
rior, existem poucas exposições ou livros
publicados sobre os projetos e obras de
Severiano Porto.
TrajetóriaSeveriano Porto pertence ao grupo de ar-
quitetos que, desde a década de 1950 em
diante, deixaram os grandes centros ur-
banos, especialmente o Rio de Janeiro, em
busca de novas oportunidades de trabalho
em outros lugares. Esta peregrinação de
arquitetos revelou uma crescente aprox-
imação ao ambiente e à população local,
numa atitude de maior respeito ao region-
alismo geográfico. Assim, a arquitetura foi
adquirindo diferenças peculiares em dis-
tintas regiões, passando a apresentar cer-
ta produção fora do eixo Rio-São Paulo.
Severiano Porto tornou-se conhecido na
cena arquitetônica brasileira principal-
mente pelos projetos que ele realizou, a
partir da década de 1960, no estado do
Amazonas, especialmente na cidade de
Manaus, onde viveu e trabalhou durante
36 anos. Desde 1980, afirmou-se como um
arquiteto regionalista que sabe como uti-
lizar de forma criativa os materiais e os cos-
tumes locais. Mais conhecido por enfatizar
o uso de madeiras amazônicas, o seu tra-
balho, no entanto, não se restringe a este
material, utilizando outros componentes e
técnicas construtivas, como o alumínio, fi-
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Referências bibliográficas
BARATTO, Romullo. Em foco: Severiano Porto. ArchDaily Brasil, fev. 2016. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-177767/feliz-aniversario-severiano-porto> Acessado em 29 de junho de 2016.
CAU BR. Severiano Porto: o arquiteto por ele mesmo. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/?p=39102> HESPANHA, Sérgio Augusto Menezes. Severiano Porto. Entre o regional e o moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 105.05, Vitruvius, fev. 2009 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.105/76>.
NEVES, L.O. (2006). Arquitetura bioclimática e a obra de Severiano Porto: estratégias de ventilação natural. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Univerasidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
ROVO, Mirian Keiko Ito; SANTOS OLIVEIRA, Beatriz. Por um regionalismo eco-eficiente: a obra de Severiano Mário Porto no Amazonas. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n. 047.04, Vitruvius, abr. 2004 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/594>.
WISSENBACH, Vicente. Severiano Porto: a visão amazônica da arquitetura moderna brasileira. CAU BR. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/?p=39281> Acessado em 29 de junho de 2016.
brocimento, concreto e aço. Seus projetos
são guiados por fatores como o clima, os
requisitos do programa, materiais, técni-
cas e orçamento disponível.
Levando-se em conta as características
geográficas da região e a forma como
as pessoas se adaptam ao ambiente,
Porto utiliza materiais que absorvem
baixos níveis de radiação solar e soluções
técnicas que garantem conforto térmico
ideal. Alguns exemplos são os telhados
com largos beirais, circulação externa,
varandas, venezianas e uma variedade de
componentes perfurados, que permitem
reduzir a luz solar e protegem o edifício
das chuvas e do calor frequentes na região
Amazônica.
Sua preocupação e envolvimento com as
condições ambientais e com os materiais
locais foram em grande medida result-
antes do contanto com os habitantes da
região, que baseados no conhecimento
empírico, ensinaram o modo de fazer lo-
cal ao arquiteto. Isso foi, aos poucos, in-
troduzindo-o ao ritmo de vida da região e
integrando-o à nova realidade, revelando
um constante esforço em trabalhar carac-
terísticas regionais através da apropriação
de técnicas e materiais tradicionais. As-
sim, foi reconhecendo e se adaptando
às diferenças geográficas, climáticas, às
diversidades culturais, riquezas naturais,
e aprendendo a lidar harmonicamente
com o lugar. Severiano indica caminhos
que ajustam o novo ao existente, tirando
partido do conhecimento tradicional para
aplicá-lo às novas condições.
Severiano trilha, desse modo, um caminho
próprio, descolado dos modernistas pio-
neiros. Opera uma modernidade própria
e contextualiza o que pertence, ao mes-
mo tempo, a todos os lugares. Mas não
contextualiza um estilo, não contextualiza
uma linguagem homogênea, ainda que
passível de variações. Severiano é propri-
amente moderno, mas, ao mesmo tempo,
regional e local.
O arquiteto não parte dos significados
estabelecidos sem reformulá-los, não
transfere seus valores pelo emprego dos
materiais ou técnicas que portam ess-
es significados, mas parte sim do enten-
dimento desses significados e do que
eles podem representar como novidade
própria no tempo e no espaço, conferindo
propriedade, localidade e modernidade à
sua obra.
O modernismo que Severiano pratica
não se encerra numa forma, nem na lei-
tura tecnologicamente correta. Não trata
da revivescência de um estilo, nem de um
modelo de contemporâneo. Mas de um
contemporâneo que inclui todos os tem-
pos possíveis, admitindo o uso de conhe-
cimentos tradicionais e locais.
A grande diversidade da obra de Porto e
sua capacidade de lidar com programas
variados e sistemas de construção com a
mesma facilidade, prova sua versatilidade
e conhecimento adquiridos no local de
construção, e também atesta o fato de que
normas estéticas, doutrinas e conceitos,
como lealdade a escolas ou tendências,
nunca foram uma preocupação para ele.
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Nasce em
Uberândia - MG
Muda-se para o
Rio de Janeiro
1930
1935
Forma-se na Faculdade
Nacional de Arquitetura
da Universidade do Brasil
1954
Viaja a turismo
para Manaus 1965
Estádio Vivaldo Lima, Manaus (demolido)
Restaurante Chapéu de Palha,
Manaus (demolido)
1967
Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus - Suframa
1971
Campus da Universidade
da Amazônia (UFAM)
1973
Professor de Arquitetura e
Urbanismo na Universidade
do Amazonas
1972 - 19981978
Residência Robert Schuster, Tarumã, Manaus
Pousada dos Guanavenas,
Ilha de Silves
1979 Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Presidente Figueiredo - AM
1983
1987É reconhecido internacionalmente,
sendo eleito o homem do ano pela
revista francesa L’Architecture d’Aujourd’hui.
Retorna ao Rio de Janeiro
e transfere seu escritório
para Niterói, onde passa a
morar
2003
A Linha do tempo do Arquiteto da floresta
10 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 11
RESTAURANTE CHAPÉU DE PALHA
Sua construção se baseia em uma com-
posição com estrutura e vedação realiza-
da em madeira com encaixes simples, co-
bertura de palha entrelaçada e a utilização
de concreto em sua fundação.
Para se realizar a construção do local , fo-
ram utilizados materiais característicos da
região, como madeira de Aquariquara e
cobertura em palha de palmeira, sendo
utilizados ainda elementos em alvenaria e
concreto. O restaurante possuía uma área
interna de 78,5m² e seu interior era di-
vidido em ambientes como cozinha, san-
itários e depósito.
O grande destaque da obra era sua cob-
ertura, que foi construída utilizando barras
de madeira Aquariquara, organizadas por
meio de um sistema radial e sendo uni-
das em um ponto central, formando assim
um grande prisma estruturado com treliça
espacial ,formado por barras da mesma
madeira, dando a sustentação necessária
à palha que foi utilizada como o reves-
timento final da cobertura. É importante
destacar que tanto a estrutura quanto a
vedação da construção foram feitas em
madeira presente na região .
Outra grande característica da construção
é a grande preocupação na elaboração do
projeto para se adequar às características
climáticas locais. Severiano utilizou nesta
obra materiais de baixa inércia térmica, ad-
equados à região, e , somando –se à isso
projetou a construção com um grande pé
direito de 12 metros, o que facilita a saí-
da do ar quente, além de se caracterizar
como uma das principais características
estéticas do local, dando-lhe o aspecto de
´´chapéu``. Outra solução realizada para
o edifício se adequar as características tér-
micas do local, foi a realização de grandes
beirais ao redor de toda a construção , de
maneira a protegê-lo da insolação.
O edifício foi umas das principais obras de
Severiano Porto se destacando graças à
preocupação bioclimática e a utilização
de materiais regionais, chegando a ser
premiado pelo instituto dos arquitetos na
VII premiação anual do IAB-RJ.
PROJETO
Ano do projeto: 1967
Referências bibliográficas
Vitruvius: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.105/76
Archdaily http://www.archdaily.com.br/br/783411/obras-de-severiano-porto-sao-tombadas-no-amazonas
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SEDE DA SUFRAMA O projeto para a sede da Superintendên-
cia da Zona Franca de Manaus, a SU-
FRAMA,foi construído em 1971, e se carac-
teriza como uma das principais obras do
arquiteto Severiano Porto, destacando-se
pela maneira como o arquiteto mescla
nesta obra elementos como a expressiv-
idade tectônica e a racionalidade con-
strutiva, associados ao bioclimatismo.
No projeto, o arquiteto faz grande uso
do concreto armado, explorando as car-
acterísticas técnicas do material , além de
assumi-lo como característica da com-
posição estética do edifício.
Um dos grandes diferenciais desta con-
strução é a sua cobertura , caracterizada
por uma sequência de formas piramidais
ocas e de base quadrada, fabricadas em
concreto armado. A cobertura é dividi-
da em uma série de módulos que dão
suporte ao conjunto, além de propiciar di-
namicidade à composição do edifício .
Esta sequência de módulos formam uma
grande cobertura, que atua protegendo
o edifício contra intempéries, além de at-
uar no conforto térmico do local, já que
também propicia livre circulação dos ven-
tos, graças à abertura que cada módulo
possui em sua parte superior, permitindo
tanto a saída de ar quente , quanto a en-
trada de luminosidade. O pé-direito de
cada módulo varia de varia de três metros
e oitenta e cinco centímetros a oito met-
ros e setenta centímetros, entre o início e
o topo de cada unidade.
O edifício é composto basicamente por
dois blocos, sendo um principal e um
anexo, ambos localizados em uma única
cota de implantação. A ligação entre os
diversos ambientes em sua área interior
se faz por meio de um pátio e de corre-
dores cobertos, protegidos pela sua cob-
ertura modular. Na área interna do edi-
fício principal há ainda um jardim interno,
que ocupa o espaço de dois módulos..As
salas administrativas e demais ambientes
fechados são independentes da cobertu-
ra do edifício, e a circulação em seu inte-
rior é definida a partir da disposição dos
ambientes em sua planta, organizados em
espaços abertos e fechados.
O sistema construtivo do edifício se ba-
seia em módulos estruturais de concreto
aparente, organizados em uma malha de
quinze por quinze metros, independentes
entre si. Isso possibilitou que o edifício
possuísse grandes áreas livres em seu
espaço interno, que poderiam ser ocu-
padas de acordo com a necessidade de
cada ambiente. Para a construção destes
módulos, foi utilizada estrutura e laje em
concreto, com vedações em alvenaria e
estrutura metálica .
O local possui uma forte relação entre in-
terior e exterior; de qualquer local em seu
interior é possível visualizar a área externa.
Isto é possível porque o local foi planeja-
do para que fosse completamente aber-
to, justamente para se obter maior confor-
to térmico em seu interior.
O edifício da sede da SUFRAMA se dest-
aca graças `a elementos como sua com-
posição modular e preocupação com as-
pectos bioclimáticos, caracterizando-se
como uma das principais obras de Sever-
iano Porto.
Ano do projeto: 1971
Referências bibliográficas
Archdaily -http://www.archdaily.com.br/br/762300/classicos-da-arquitetura-sede-da-suframa-severiano-porto
AU : http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/239/sede-da-suframa-de-severiano-porto-e-mario-emilio-ribeiro-
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PROJETO
RESIDÊNCIA ROBERT SHUSTERLocalização: bairro Tarumã,
Manaus, Amazonas
Ano do projeto: 1978
Robert Schuster, um topógrafo austríaco,
trabalhou durante vários anos com Sever-
iano Porto, de quem era grande amigo.
Para o projeto de sua residência, escolheu
um terreno em um loteamento rural, com
grandes áreas ainda de vegetação densa
e fechada de floresta, próximo ao igarapé
de Tarumã Açu, na cidade de Manaus.
O terreno destinado à construção pos-
suía árvores altas, em grande quantidade
e próximas umas às outras, resultando em
um ambiente sombrio, em que o sol quase
não atingia o solo. Partindo das condições
do terreno, Severiano Porto adotou a es-
tratégia de preservar ao máximo a vege-
tação existente e criar uma casa adequa-
da às condições climáticas locais.
A casa foi construída em vários níveis, já
que a solução vertical reduziria ao mínimo
a área destinada à construção, permitindo
maior conservação da floresta original.
O projeto apresenta um grande cuidado
com a ventilação natural, estratégia es-
sencial para o bom desempenho térmi-
co de uma construção em clima quente
e úmido, preocupação sempre presente
nas obras do arquiteto. A vegetação ex-
istente ameniza os problemas trazidos
pela radiação solar, mas também prejud-
ica a ventilação, ao reduzir a velocidade
dos ventos, além de aumentar a umidade.
Os diversos níveis ocorrem em torno de
um grande vazio central coberto, que pro-
move uma circulação integrada de todos
os ambientes e permite que o vento cir-
cule livremente por todo o interior. Como
afirma o arquiteto: “Nessa casa era tudo
aberto, o vento passava pra lá e pra cá,
tranquilo.” Além da ventilação, o vazio in-
terior também conecta visualmente os
dois primeiros pavimentos.
A casa, em pilotis, possui uma malha or-
togonal de dois metros e meio por dois
metros e meio. A modulação foi calcula-
da para permitir a armação de redes nas
diagonais, sendo possível deitar em uma
rede em qualquer parte da residência.
A estrutura é toda em madeira lavrada
na região, a cobertura é em cavaco, que
também contribuem na ventilação. Beirais
amplos protegem da chuva, sem bloquear
o vento.
O primeiro pavimento é composto por
uma grande área aberta, com lavabo e
copa. A casa desenvolve-se no segundo
pavimento, em torno a um vazio interior.
Possui três dormitórios, sendo o principal
a suíte - cada um com sua rede; uma pe-
quena cozinha; um salão que reúne salas
16 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 17
de estar e jantar; e uma ampla varanda. No
terceiro, apenas um terraço coberto.
Uma grande coberta de duas águas pro-
tege a casa das chuvas. As esquadrias
são todas em madeira, quase todas ven-
ezianas. Os pisos, varandas, muxarabis e
outros detalhes também em madeira. Os
fechamentos são em sua maioria em ma-
deira, algumas poucas alvenarias são uti-
lizadas.
A grande quantidade de portas, jane-
las e vedações de muxarabi contribuem
para que o espaço interno esteja sem-
pre bem ventilado; esquadrias de ven-
ezianas móveis regulam e direcionam o
fluxo de ar, que percorre toda a estrutura
da casa. Severiano Porto comenta que o
próprio Schuster, durante a construção
da residência, não quis que fosse coloca-
do fechamento na parte superior, próxima
ao telhado, valorizando o conforto trazido
pela ventilação e não se importando com
os bichos que poderiam entrar. O forro,
em diversos níveis, está sempre a uma
distância razoável do telhado, permitindo
um grande espaço ao ático, que é aberto
e deixa passar o vento constantemente.
O resultado obtido é de um edifício em
harmonia com o entorno, que valoriza os
materiais e técnicas construtivas encon-
trados na região, e atende às necessidades
locais com soluções simples e integradas
à natureza. A residência foi vencedora do
prêmio do IAB em 1978 na categoria Pro-
jeto de Habitação Unifamiliar.
1 - Copa2 - Banheiro3 - Quarto
SEGUNDO PAVIMENTO
SEGUNDO PAVIMENTO
PRIMEIRO PAVIMENTO
4 - Varanda5 - Cozinha6 -Sala de Estar/Jantar
Referências bibliográficas
Igor Fracalossi. “Clássicos da Arquitetura: Residência Robert Schuster / Severiano Porto” 07 Fev 2013.ArchDaily Brasil. Acessado 20 Jun 2016. <http://www.archdaily.com.br/96594/classicos-da-arquitetura-residencia-robert-schuster-slash-severiano-porto>
NEVES, L.O. (2006). Arquitetura bioclimática e a obra de Severiano Porto: estratégias de ventilação natural. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Univerasidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
18 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 19
CENTRO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE
BALBINALocalização: Distrito de Balbina, Presidente Figueiredo, Amazonas
Ano do projeto: 1984
A questão ambiental, desde o início, foi
prioritária em seu trabalho, por se tratar
de intervenções em um ambiente ex-
tremamente delicado. A arquitetura dita
“amazônica” que o arquiteto desenvolveu
foi resultante das dificuldades e pecu-
liaridades encontradas, tanto de recur-
sos como de mão-de-obra especializa-
da. A inserção harmônica na paisagem
circundante e a adequação ao clima são
preocupações visíveis em suas obras. Em
Balbina todos os espaços estão sob o
mesmo teto, formado por uma única co-
bertura.
Os habitantes de Balbina estão ali primei-
ramente para darem conta do trabalho de
pesquisa, controle e monitoramento dos
impactos ambientais ocasionados pela hi-
drelétrica, nem por isso o arquiteto deixou
de se preocupar com seus usuários. Ele
compensa o isolamento dos pesquisa-
PROJETO
dores, longe da família e de sua cidade,
com espaços agradáveis de trabalhar e
viver, mesmo que temporariamente.
Em Balbina os espaços de circulação fo-
ram concebidos a partir de uma
visão peripatética, não sendo possível
fazer uma leitura da riqueza do espaço
a partir de uma visão aérea do conjunto,
ou seja, é preciso vivenciá-lo, pois a sua
apreensão se dá na experiência sensível
do observador.
O Centro de Proteção Ambiental de Bal-
bina é hoje considerado pela crítica como
uma construção em que o caráter region-
al atingiu um refinamento, sendo a madei-
ra trabalhada de maneira singular, tanto
no aspecto formal quanto estrutural.
O sistema construtivo utilizado permitiu
uma notável organicidade no desenho da
cobertura, que ora se alarga se estreita,
ora ascende e descende, conferindo um
aspecto de leveza na sua forma
final e de visível contraste com as formas
ortogonais das edificações organizadas
sob ela.
Em determinados pontos da cumeeira,
Severiano dotou a cobertura de disposi-
tivos de ventilação para facilitar a saída de
ar quente.
20 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 21
Referências bibliográficas
LIMA, Mirian Keiko Ito Rovo de Souza. A experiência do “passeio arquitetônico” nas obras de Severiano Porto. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Rio de Janeiro, 2014.
NEVES, Leticia de Oliveira. A Obra de Severiano Porto na Amazônia: uma produção regional e uma contribuição para a arquitetura nacional. Escola de Engenharia de São Carlos, EESC-USP.
22 | ARQUITETURA BRASILEIRA ESPECIAL SEVERIANO PORTO | 23
Da distância do Rio de Janeiro à dificuldade de impor suas idéias,
Severiano Porto precisou vencer muitas barreiras para se manter durante
mais de 30 anos em Manaus. Hoje, sua experiência em arquitetura
regional é reconhecida e requesitada em todo o mundo
OBRA PIONEIRA
ENTREVISTA
Texto original de Vânia Silva
aU - Edição 119 - Fevereiro/2004
Da distância do Rio de Janeiro à dificul-
dade de impor suas idéias, Severiano
Porto precisou vencer muitas barreiras
para se manter durante mais de 30 anos
em Manaus. Hoje, sua experiência em ar-
quitetura regional é reconhecida e re-
quesitada em todo o mundo
Severiano Mario Porto foi morar em
Manaus há quase 40 anos, quando ainda
não existia nem a Zona Franca. O arquite-
to viu oportunidade de trabalho onde
muitos viam falta de perspectivas, afinal,
Severiano Porto trocou o Rio de Janei-
ro no auge do Movimento Moderno pela
misteriosa Amazônia - e não tinha noção
do tremendo impacto que essa escolha
teria sobre sua carreira e sua vida. Durante
todo esse tempo, o arquiteto manteve es-
critório no Rio de Janeiro em sociedade
com Mário Emílio Ribeiro.
Severiano Porto resolveu mudar-se com
a família para a região norte do País em
1966. Em Manaus, teve oportunidade de
projetar e acompanhar de perto obras im-
portantes como o estádio de futebol Viv-
aldo Lima, ganhador de menção honrosa
do IAB, em 1965, e sua própria residência,
em 1971, também premiada.
Em todos os trabalhos deixou evidente
a preocupação em contextualizar a obra
de acordo com as necessidades do en-
torno. Observando os povos da floresta,
também soube como integrar o homem
em seu habitat.
Filho de pernambucanos, Severiano Por-
to nasceu em Uberlândia, Minas Gerais,
em 1928. Formou-se arquiteto no Rio de
Janeiro, passou 36 anos em Manaus e
agora retorna à capital fluminense. Essa
experiência em uma diversidade de cul-
turas e climas aguçou sua sensibilidade
em relação ao povo brasileiro. É provável
também que essa vivência o tenha con-
vencido de que Manaus precisava de uma
arquitetura própria, construída com ma-
deira e palha, como fazia a população lo-
cal.
Essa idéia, a princípio, causou estranheza
e preconceito por parte de autoridades
que queriam ver o progresso chegar em
forma de escolas e prédios públicos fei-
tos de civilizado concreto, material que
empregou nas Varas Cíveis e Criminais do
Estado do Amazonas, em Manaus, sem-
pre preocupado em permitir a livre circu-
lação de ar pelos ambientes. Com essa
finalidade, criou soluções estruturais que
lembram aquelas que o colega João Fil-
gueiras Lima, o Lelé, também concebe em
suas obras.
Por sua persistência e competência, com-
provada pelos vários prêmios conquis-
tados inclusive fora do Brasil, Severiano
Mario Porto conseguiu liberdade para sua
criação. Entre suas principais obras desta-
cam-se o Hotel da Ilha de Silves, premiado
na Bienal de Arquitetura de Buenos Aires,
em 1985, o Centro de Proteção Ambien-
tal de Balbina, o Campus da Universidade
do Amazonas e a sede da Suframa. Por-
to foi professor da Universidade Federal
do Amazonas por 26 anos, na cadeira de
Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de
Tecnologia.
De volta ao Rio de Janeiro, Severiano quer
reassumir o magistério, desta vez divul-
gando seu conhecimento entre os alunos
da Universidade Federal do Rio de Janei-
ro (UFRJ), onde foi homenageado com o
título de professor Honoris Causa, no ano
passado. Pouco antes da mudança de seu
escritório para Niterói, Severiano Porto
concedeu entrevista à AU.
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aU - O senhor foi para Manaus mas man-
teve escritório no Rio. Como era a logísti-
ca de trabalho?
Severiano Mario Porto - Cheguei em
Manaus em 1965, quando ainda não ex-
istia nem a Zona Franca, criada em 1967.
Começamos a fazer os primeiros projetos,
entre eles a reforma do Palácio Rio Ne-
gro (não executada), a Secretaria da Pro-
dução e o Estádio Vivaldo Lima. Meu es-
critório era no Rio de Janeiro, onde havia
mais recursos para conseguir informações
e já trabalhava com vários profissionais.
Assim, durante todos esses anos mantive
o escritório e, na fase inicial, uma constru-
tora no Rio de Janeiro.
Desde o começo, o arquiteto Mário Emílio
Ribeiro, colega de turma e posteriormente
meu sócio, trabalhou comigo aqui no Rio
coordenando nosso escritório. Em 1965,
eu passava um mês em Manaus e um mês
no Rio. No início de 1966 levei a família
para Manaus e alguns colegas também
foram para lá.
Mas o Rio de Janeiro continuou sen-
do nossa base. Fiscalizávamos oficial-
mente os nossos projetos e obras envi-
ando relatórios sobre assistência técnica.
Manaus cresceu depois da Zona Franca.
Em 1972, comecei a lecionar na Universi-
dade Federal do Amazonas. Muita gente
saiu da faculdade e veio trabalhar conos-
co. Mais tarde, passamos a desenvolver
os projetos complementares também em
Manaus.
aU - Agora, de volta ao Rio, o senhor pre-
tende continuar a trabalhar na Amazônia?
Porto - Bem, neste exato momento esta-
mos na etapa final do projeto de um te-
atro de 800 lugares para o Campus da
Universidade Federal do Amazonas.
aU - Quando optou por Manaus, o sen-
hor teve oportunidade de trabalhar em
grandes obras e de começar algo muito
novo. Hoje seria possível um jovem ar-
quiteto realizar algo parecido em algum
lugar do Brasil?
Porto - Sempre desejei viver todas as fas-
es da obra, do projeto à conclusão. Mesmo
assim, jamais poderia sonhar com as solic-
itações que surgiram, com toda aquela di-
versidade de finalidades, programas, pro-
cessos construtivos, regiões e climas. Se
isso aconteceu comigo, poderá acontecer
com outro colega.
aU - Em uma entrevista à AU o senhor
defendeu que o ensino de arquitetura de-
veria voltar a ser como no seu tempo de
estudante, ou seja, sem obrigatoriedade
de presença, para que o aluno tivesse
tempo para outras atividades. O senhor
ainda pensa assim?
Porto - Naquela entrevista, comentamos
alguns detalhes do nosso curso na Fac-
uldade Nacional de Arquitetura, instalada
no prédio do Museu de Belas Artes, no
Rio. O Museu integrava um importante
conjunto arquitetônico juntamente com o
Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e o
Palácio Monroe (hoje já demolido), todos
situados em volta da praça da Cinelândia
e próximos do Clube Naval. Nas diversas
galerias do Museu de Belas Artes aconte-
ciam todas as provas, de todos os alunos,
em todos os períodos, nas “pranchetas”
distribuídas em toda sua extensão.
As provas duravam um, três, cinco ou até
15 dias e eram públicas, permitindo a to-
dos os demais alunos ver e sentir o con-
teúdo do curso inteiro. Assim, todos con-
seguiam assistir o desenvolvimento de
um mesmo tema por cerca de 140 alunos
por turma, do primeiro ao quinto ano.
Por isso, um calouro tinha uma noção de
todo o curso, desde o início. Além disso,
a ausência da obrigatoriedade transferia
ao aluno responsabilidade por seu futuro
profissional.
aU - E como era o ensino prático?
Porto - Os alunos em sua maioria eram
estagiários em escritórios de arquitetura
ou em construtoras. Eu optei por con-
strutoras porque arquitetura e urbanismo
eu aprenderia na faculdade, enquanto as
construtoras me proporcionavam sentir e
viver o canteiro, tendo como professores
os instaladores, pedreiros, carpinteiros, ar-
madores e serventes. Na comunhão das
duas escolas passei a me sentir mais se-
guro para propor soluções e aprender
como fazê-las.
aU - Em sua palestra no congresso bra-
sileiro de arquitetos no ano passado, no
Rio, a sala nas dependências do Rio-Cen-
tro ficou pequena para tantos ouvintes.
Que recado gostaria de mandar para ess-
es estudantes e jovens arquitetos?
Porto - Considero o arquiteto um “super-
profissional”, porque precisa entender de
tudo que compõe o ambiente construído,
além do planejamento urbano em toda
sua abrangência. Este conhecimento ex-
trapola a pesquisa, a elaboração do pro-
grama, dos projetos, a coordenação dos
diversos cálculos complementares etc. O
arquiteto deve ter um profundo conhe-
cimento da obra propriamente dita, pois
esta sim é a razão e a atividade-fim da
nossa profissão. O projeto é somente a
etapa que antecede e fundamenta o seu
fazer.
aU - Se tivesse que projetar um edifício
em São Paulo, como lidaria com a escas-
sez de áreas verdes e as constantes mu-
danças de clima?
Porto - A solução arquitetônica em São
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Paulo irá acontecer considerando o pro-
grama a ser contemplado, normas e códi-
gos municipais relativos à área da edifi-
cação, suas condições físicas, climáticas
e ambientais, as definições do processo
construtivo a ser adotado, dos recursos
financeiros e outros. Seja no Centro de
São Paulo, em seus bairros ou em outras
cidades, os procedimentos serão sem-
pre os mesmos na busca da solução ar-
quitetônica correta.
aU - O que o senhor pensa da crescente
ocupação urbana da Barra da Tijuca, no
Rio?
Porto - Na Barra da Tijuca, a proposição
urbanística busca uma nova diretriz, difer-
ente das que existem em outras áreas da
cidade, cujo gabarito, taxa de ocupação e
sistema viário são de uma época quando
a escala humana predominava. Na Barra,
o predomínio do carro é imperativo devi-
do às grandes distâncias, difíceis de serem
vencidas entre os seus diversos elemen-
tos. Esse fato atinge e sacrifica grande
parte dos que moram ou trabalham ali.
aU - Falando de progresso, como o sen-
hor vê o uso de ferramentas da informáti-
ca em arquitetura?
Porto - Usamos o AutoCad para fazer os
projetos, mas, quando se tratam dos es-
tudos, aí sim, acho importante que sejam
executados livremente com o emprego
do computador que está dentro de nos-
sa cabeça e que aciona nossa mão para
lançar as idéias no papel. O computador
é um elemento importantíssimo não so-
mente para o arquiteto como também
para toda a equipe de cálculos comple-
mentares que trabalha em cima da mes-
ma matriz, simplificando o entrosamento
das diversas modalidades, bem como os
possíveis acertos e adequações.
aU - Além da experiência profissional, o
que foi mais marcante nesses quase 40
anos na amazônia?
Porto - Foi nosso envolvimento com a
região, tão intenso que sinto como se
tivesse nascido lá. Vivi 36 anos em Manaus
e tive a oportunidade de conhecer quase
todas as cidades do interior, a maioria
no período da implantação das estações
telefônicas da Teleamazon. Do mesmo
modo que assumi o Estado, eles também
me assumiram quando me homenagear-
am com o título de Cidadão do Amazo-
nas, conferido pela Assembléia Legislati-
va do Estado do Amazonas, em 1973.
Poesia na floresta: a obra de Severiano Porto no Amazonas / Roger Abrahim
O livro apresenta um vasto inventário das obras de Severiano Porto, analisando e registrando fotograficamente cada uma delas. O livro restringe-se à uma seleção que pudesse dar uma ideia precisa de sua sensibilidade, método de trabalho e atitude, dado o seu respeito e humildade quanto às condições, materiais, o saber fazer e valores culturais.
Arquitetura dos Índios da Amazônia / Johan van Lengen
Como os índios da Amazônia constroem suas habitações? Quais materiais são utilizados? O que podemos aprender e adaptar ao nosso cotidiano? Este livro tem o objetivo de demonstrar que o homem pode usar saberes ancestrais que só nos ajudariam a manter o equilíbrio do mundo, sem provocar impactos suscetíveis de desestruturar a vida e o homem.
II ARQ AMAZÔNIA / 14 a 16 de setembro de 2016
Três anos após a realização do primeiro congresso, na Cidade de Iquitos/Peru, Manaus sediará a segunda edição do Congresso Internacional de Arquitetura e Sustentabilidade na Amazônia, tendo como objetivo geral refletir e propor modelos urbanos e arquitetônicos sustentáveis de apelo ecológico na Amazônia a partir de propostas teóricas e experiências de projeto.
EVENTOS
INDICAÇÕES