revista broffice 011

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  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 1 Abril | 2010Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw

    Ano 3 | N 11 |Abril 2010

    Revista

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 2 Abril | 2010

    Base | Calc | Draw | Impress | Math | Writer

    O Grupo de Usurios BrOffice.org - So Paulo,

    com apoio da comunidade, sociedade e prefeitura

    da cidade de Guarulhos, realizar o

    III Encontro Estadual BrOffice.org.

    Data: Dias 18 e 19 de maio.

    Local: Centro Educacional Adamastor

    Av. Monteiro Lobato 734

    Guarulhos - SP

    Contato: [email protected]

    http://www.broffice.org/gubro-sp

    Realizao: Patrocnio:

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 3 Abril | 2010

    nathancolquhoun

    ndice |

    | carta do leitor

    Carta do leitor 05

    | artigoTrazendo a sociedade para dentrodos projetos de software livre: umanecessidade?

    06

    | entrevista

    Instituies de educao devemdar suporte ao desenvolvimentotecnolgico do Pas

    14

    | como ns ...

    fazemos uma videoconferncia 08

    FLISOL Dia de festa para oSofware Livre

    21

    | cultura

    Redblade Episdio 02 O Arqueiro 27

    | novas tecnologias

    Project Renaissance 23

    | reportagem

    IV Encontro Nacional BrOffice.org 10

    | tutorial

    Estendendo barra de ferramentas 36

    | dicas

    Listas numeradas 30

    Revista BrOffice.org recomenda 29

    | resumo do msResumo do ms 42

    Criando uma apresentao rpidacom o BrOffice.org Impress a partirde um diretrio de imagens

    35

    Petrobras implanta BrOffice.org em90 mil mquinas

    17

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://home/gnutech/Documentos/BrOo/revista/edicao11/montagem/montagem/unificado/#Slide%2056http://home/gnutech/Documentos/BrOo/revista/edicao11/montagem/montagem/unificado/#Slide%2056http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 4 Abril | 2010

    Alm dos planos.

    O planejamento desta edio da Revista BrOffice.org, que tem comopremissa ser uma publicao temtica, iniciou com um foco: dar ao leitoruma viso abrangente sobre o IV Encontro Nacional BrOffice.org. Afinal,

    estamos falando de evento que vem ganhando espao, tornando-se um

    dos mais importantes do Pas na rea de Tecnologia da Informao. Mas,

    uma grande novidade impactou a comunidade: a Petrobras iniciou a

    implantao do BrOffice.org em 90 mil mquinas da entidade,

    contemplando cerca de 100 mil usurios. O assunto tema de reportagem

    que a Revista BrOffice.org traz com exclusividade aos leitores.

    A informao chegou num momento singular para o BrOffice.org, momento

    em que toda a comunidade, em seus mais variados projetos e tendncias

    voltam os seus olhos para um ponto em comum. Toda a energia

    concentrada num movimento orquestrado trazendo harmonia e foco tendoem vista apenas um objetivo: o Encontro Nacional.

    Dividimos o foco da edio e quebramos a harmonia tradicional a que o

    leitor j est acostumado. Essa quebra reveladora e confirma uma nova

    fase para o Software Livre: a investida de grandes empresas em

    programas de cdigo aberto e a aproximao com as comunidades que

    trabalham para oferecer sociedade e ao mercado um produto de

    qualidade, eficaz e com valores sociais agregados. Essa novidade no

    desfoca a cobertura do IV Encontro Nacional. Pelo contrrio: fonte

    inspiradora para que a Revista BrOffice.org cumpra o seu papel de ser a

    voz da comunidade, de ser o ponto de convergncia de todos os projetos,

    de ousar ser a unidade em meio pluralidade de ideias, planos, metas,objetivos e idiossincrasias.

    Alm da matria de capa e da reportagem completa sobre a implantao

    do BrOffice.org na Petrobras, o leitor est convidado a ler o artigo do

    cientista social Maiko Rafael Spiess que traz o seguinte questionamento:

    necessrio trazer a sociedade para dentro dos projetos de software livre?

    Ainda nesse contexto a entrevista com o Diretor Regional do SENAI-MT,

    professor Gilberto Gomes de Figueiredo, acena para a importncia de

    Instituies de Ensino darem suporte ao desenvolvimento tecnolgico do

    Pas. Nesta entrevista, ele explica por que, h trs anos, o Encontro

    Nacional BrOffice.org realizado em conjunto com o SENAI-MT. A edio

    11 tambm apresenta um pouco sobre o Festival Latino Americano de

    Instalao de Software Livre, atravs da entrevista com um dos

    coordenadores nacionais do Flisol, Maxx Fonseca. Finalmente, em Novas

    Tecnologias, nossa equipe traduziu uma srie de perguntas e respostas

    acerca do Projeto Renaissance que pretende melhorar a interface do

    usurio, o visual do OpenOffice.org.

    Boa leitura e no se esquea dos comentrios e sugestes. Para isso s

    enviar um e-mail para [email protected].

    Luiz [email protected]

    Colaboradores desta edio

    Redao:Carlisson GaldinoClvis Tristo - TraduoJack WallenLuiz OliveiraRonaldo PrassRochele Prass

    Dicas e tutorial:Eduardo A. Gula - TraduoPaulo Souza Lima - TraduoRubens Queiroz

    Diagramao:Clvis TristoDuilio NetoEliane DomingosLeon PradoLuciano MadrumLucio MendesMaria Aparecida ColtroPatrcia Nobre

    Reviso:Carlos A. SilvaMaria Aparecida ColtroPedro Ciraco

    Regina MoraesRicardo PontesRochele Prass

    Capa:Duilio Neto

    Edio:Luiz OliveiraRochele [email protected]

    Jornalista responsvel:Luiz Oliveira [email protected]

    Coordenador Geral BrOffice.org:Claudio Ferreira [email protected]

    Agradecimento especial:SENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

    Escreva para a Revista BrOffice.org:[email protected]

    Edies anteriores:www.broffice.org/revista

    O contedo assinado e as imagens que o integram so deinteira responsabilidade de seus respectivos autores, norepresentando necessariamente a opinio da revistaBrOffice.org e de seus responsveis. Todos os direitos sobreas imagens so reservados a seus respectivos proprietrios

    O que o BrOffice.org

    o produto, ferramenta de escritrio multiplataforma, livre,em bom portugus, desenvolvido sob os termos da licena

    LGPL, composto por editor de texto, planilha de clculo,apresentao, matemtico e banco de dados, mantido pelacomunidade e ONG, que trabalha para a difuso do SL/CAno Pas.

    Desenvolvimento

    Esta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto,planilha eletrnica, apresentao e, agora, diagramao. Areproduo do material contido nesta revista permitidadesde que se incluam os crditos aos autores e a frase:Reproduzido da Revista BrOffice.org www.broffice.org/revista em local visvel.

    O BrOffice.org declara no ter interesse de propriedade nasimagens. Os direitos sobre as mesmas pertencem a seusrespectivos autores/proprietrios.

    O contedo da Revista Broffice.org est protegido sob a li-

    cena Creative Commons BY-NC-SA, disponvel nowww.creativecommons.org.br. Esta licena no se aplica anenhuma imagem exibida na revista, e para utilizao delasobtenha autorizao junto ao respectivo autor.

    |editorial

    http://www.broffice.org/revistamailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revistahttp://www.creativecommons.org.br/http://www.creativecommons.org.br/http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revistamailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 5 Abril | 2010

    carta do leitor |

    Esta a sua seo! Na Carta do Leitor, voc pode tirar dvidas sobre o BrOffice.org,

    seja produto, comunidade ou desenvolvimento, enviar crticas ou sugestes que pos-sam enriquecer ainda mais a nossa revista. Envie um email para [email protected],

    participe.

    Na edio 10, em NovasFuncionalidades do BrOffice.org 3.2

    Beta, pg. 24, onde se l Match leia-

    se Math.

    Bom dia, gostaria de registrar a minha

    satisfao com a Revista

    BrOffice.org. Como no sou expert no

    assunto, encontrei na revista,

    informaes claras e objetivas que me

    ajudaram a entender e elucidar vriasdvidas. Excelente ferramenta para o

    escritrio. Continuarei acompanhando

    vocs e aprimorando o meu

    conhecimento. Parabns !!!

    Ricardo de Moura Maia [email protected]

    Parabns revista pelo excelente processo de conscientizao que vem

    realizando. Com esta revista as pessoas no s ficam sabendo sobre software

    livre, como tambm sobre os aspectos que afetam a sociedade.

    Isso timo para todo e qualquer usurio de software, que acaba tendo a

    oportunidade de ver os diferentes lados da histria. Com isso, a revistaproporciona uma mudana distinta na cultura da sociedade.

    Deixo aqui meus sinceros agradecimentos: obrigada!

    Sabrina Schnorr Henriques - [email protected]

    Ol,Sou jornalista de Porto Alegre e estou

    escrevendo para elogiar a ltima

    edio da revista. Os assuntos esto

    muito interessantes.

    A matria sobre sustentabilidade est

    tima.

    Continuem fazendo um trabalho de

    qualidade como este, pois tenho

    certeza que esto no caminho certo.

    Os leitores agradecem. Abrao,

    Valeria [email protected]

    Arquiv

    opessoal

    Ol amigos! Paz e Graa!

    Parabns por produzirem essa fabulosa Revista que fala de um produto mais

    fabuloso ainda, o BrOffice.org, e foi exatamente com ele que passei a produzir omeu Jornal. Eu sempre usei outros programas para editar jornais, revistas, li-

    vros etc., nunca tinha experimentado o BrOffice.org para esse fim, embora seja

    usurio da sute a mais de 10 anos. Mas, aps ler todas as revistas que vocs

    produziram com o BrOffice.org, eu resolvi experimentar, e qual foi a minha sur-

    presa, em pouco mais de 12hs. de trabalho, eu produzi um Jornal.

    Agora eu tenho a certeza que nunca mais vou depender de softwares pagos

    para produzir qualquer trabalho que seja. Eu tambm desenvolvi um Blog falan-

    do de Programas livres, com o seguinte lema: "No use drogas! Use Linux!!!" -

    e onde tomei a liberdade de colocar o BrOffice.org e o Blog este:

    http://kuruminubuntu.blogspot.com

    Gostaria muito de ter a permisso de vocs para colocar em minhas produes

    digitais a "Logo marca BrOffice.org", assim como coloquei nos rodaps das p-

    ginas o nome do Programa onde foi desenvolvido o Jornal, acho que assim eu

    estou colaborando com esse magnfico Projeto.

    No aguardo de suas consideraes, desde j fico-lhe agradecido.

    Jornalista WBAlves

    [email protected]

    Revista BrOffice.org: Ol, o uso da logomarca BrOffice.org faz parte da

    identidade visual da comunidade e OSCIP. Vamos encaminhar a sua solici-

    tao para a coordenao.

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    6/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 6 Abril | 2010

    Por Maiko Rafael Spiess

    Arquiv

    opessoal

    Tradicionalmente, a comunidade hacker e o movimento

    de software livre/aberto so descritos como grupos soci-

    ais que possuem caractersticas muito especficas. Desde

    o lanamento do clssico livro Hackers: Heroes of the

    Computer Revolution, de Stephen Levy, passando pelo

    GNU Manifesto de Richard Stallman e at mesmo no arti-

    go The Cathedral and the Bazaar, de Eric Raymond, es-

    ses grupos tiveram sua imagem e suas atividades prti-

    cas e cotidianas relacionadas com conceitos como liber-

    dade, meritocracia e colaborao. Essas concepes fo-

    ram (e so) muito teis para compreender a dinmica in-terna destes coletivos e, no caso especfico do software

    livre/aberto, do boas indicaes sobre a qualidade tcni-

    ca dos projetos, sua capacidade de inovao e sobre as

    diferenas entre o modelo livre/aberto e as concepes

    mais "comerciais" de produo de software.

    No entanto, esse tipo de anlise revela muito pouco em

    relao distribuio e ao uso de software livre/aberto.

    Jornalistas, socilogos e at mesmo os membros do

    prprio movimento dedicaram-se realizao de

    descries muito precisas sobre a dinmica interna dos

    coletivos, projetos e demais iniciativas de produo de

    software livre/aberto, mas at hoje pouco disseram sobre

    a relao destes pequenos coletivos com o restante da

    sociedade. Em outras palavras, usurios finais, governos,

    empresas e ONGs so obviamente partes importantes do

    processo de uso e disseminao do software livre/aberto,

    e qualquer descrio sobre atividades que excluam esses

    atores sociais , definitivamente, incompleta. O

    movimento de software livre/aberto j tem mais de duas

    dcadas de existncia, e talvez tenha chegado a hora de

    romper a barreira das comunidades autnomas,

    construindo descries e narrativas que possibilitem uma

    maior aproximao e sinergia entre os projetos de

    software livre/aberto, a sociedade civil, os mercados e aspolticas pblicas.

    Uma maneira possvel para atingir esse objetivo

    suspender (temporariamente) todas as concepes

    prvias sobre o movimento de software livre/aberto, e

    analisar cada projeto de software como sendo uma

    pequena rede tcnica e econmica, que se constitui

    atravs do esforo de desenvolvedores, ativistas e

    usurios, que buscam coletivamente produzir, aprimorar e

    disseminar um determinado produto - um software livre ou

    aberto. Nesse sentido, parece no existir um exemplo

    mais apropriado do que o BrOffice.org: trata-se de um

    projeto reconhecido internacionalmente, com crescente

    adoo no mercado nacional, atualizaes constantes e

    artigo|

    Trazendo a sociedade para dentroTrazendo a sociedade para dentro

    dos projetos de software livre: umados projetos de software livre: uma

    necessidade?necessidade?Tkovian

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.flickr.com/photos/itkovian/3260627013/sizes/l/in/set-72157613593445780/http://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 7 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    milhes de downloads registrados at o momento. Mais

    do que isso, trata-se de uma iniciativa que tem alta

    penetrao em rgos e empresas pblicas e, sobretudo,

    possui uma comunidade de usurios ativa e participante,

    representada pelos grupos de usurios (GuBrOs) de

    diversos estados e que realiza encontros regionais e

    nacionais, com grande frequncia.

    No "centro" da rede do BrOffice.org est, claro, o pacote

    de aplicativos. atravs desse artefato tcnico que os

    usurios finais, ativistas, empresas estatais, iniciativas de

    incluso digital e todos os demais envolvidos se

    conectam, se comunicam, se relacionam e constituem, de

    fato, numa rede. No existe uma comunidade do

    BrOffice.org sem a sute de aplicativos: o pacote

    BrOffice.org o ponto que conecta todos os demaiselementos da rede.

    Isso no significa, porm, que as pessoas e entidades

    reunidas em torno do objeto no tenham nenhuma

    capacidade de alter-lo, ou que no possam modificar

    suas condies de distribuio e de uso. preciso

    tambm ressaltar que o sucesso desta rede tcnica

    reside especificamente em sua capacidade de constante

    redefinio, e em sua flexibilidade. Se a dinmica interna

    de meritocracia e democracia garantem a excelncia

    tcnica do projeto, somente atravs de sua abertura eflexibilidade (ou seja, a possibilidade de participao de

    usurios, atravs de sugestes, contribuies ao cdigo,

    livre distribuio e divulgao) que esta rede se expande

    e ultrapassa os limites de sua comunidade de

    desenvolvedores. Assim, possvel afirmar que, em

    termos prticos, no existe o pacote de aplicativos sem o

    pblico que o utiliza e que, nesse sentido, "reproduz o

    produto atravs da sociedade".

    Em outras palavras, o produto e a comunidade se

    definem mutuamente: por exemplo, a adaptao dopacote de aplicativos ao Novo Acordo Ortogrfico da

    Lngua Portuguesa (atravs do Vero) possibilita uma

    potencial aglomerao de usurios em torno do produto.

    O contingente de usurios, por sua vez, produz

    demandas por novas funcionalidades, ou reporta erros e

    falhas, que podero ser includos e corrigidos em novas

    verses no produto, em uma espcie de crculo virtuoso

    de utilizao e implementao de melhorias. De maneira

    semelhante, o oportuno emprego do BrOffice.org por

    iniciativas de incluso digital ou sua adoo por entidades

    estatais possibilita que diversos novos usurios sejamincludos nesta rede e possibilitem uma espcie de retro-

    alimentao positiva. Os usurios (sejam eles usurios

    finais, ou corporaes) so a razo da existncia do

    software e, portanto, devem ser tratados como uma parte

    fundamental das redes que compem os projetos.

    Utilizando termos da Sociologia da Cincia e daTecnologia, possvel afirmar que os referidos

    processos de interao entre os desenvolvedores e os

    usurios de software livre/aberto proporcionam maiores

    graus de convergncia e irreversibilidade de tais redes,

    isto , menores chances de dissoluo e

    desaparecimento do produto e dos grupos sociais que se

    organizam em torno dele. Ou ainda, utilizando um termo

    empregado por Claudio Ferreira Filho, em sua palestra

    durante o fisl 10, o constante envolvimento de outras

    entidades e pessoas que esto "alm da comunidade"

    pode ser a chave para a sustentabilidade dos projetos desoftware livre/aberto, como o BrOffice.org.

    De qualquer maneira, a crescente disseminao da

    Internet e a popularizao de plataformas de produo

    colaborativa de contedos (wiki) ou seja, a crescente

    centralidade do usurio como co-produtor - pode indicar a

    necessidade de superao desta tendncia ao

    internalismo, comum ao movimento de software

    livre/aberto. No se trata de abrir mo das caractersticas

    que o tornam um mtodo de produo de software muito

    especfico, do ponto de vista tcnico e poltico, mas deuma aproximao entre projetos de software livre/aberto e

    da sociedade, em um sentido amplo. Se verdadeira a

    premissa de que so os usurios que do a sustentao

    para os projetos, preciso traz-los para dentro do

    projeto. De certo modo, isso j ocorre na prtica a

    comunidade do BrOffice.org, por exemplo, parece

    especialmente preocupada em envolver os usurios em

    grupos de discusso, nos processos de Controle de

    Qualidade e na divulgao do produto. Talvez tenha

    chegado o momento desta postura entrar tambm no

    discurso sobre o software livre/aberto, especialmente

    quando ele produzido pela prpria comunidade. hora

    de trazer a sociedade para dentro da comunidade!

    Trazendo a sociedade para dentro dos projetos de software livre: uma necessidade? | Por Maiko Rafael Spiess

    artigo|

    Maiko Rafael Spiess

    formado em Cincias Sociais

    pela Universidade Regional de

    Blumenau e Mestre em Poltica

    Cientfica e Tecnolgica, pela

    Universidade Estadual de

    Campinas (Unicamp).

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    8/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 8 Abril | 2010

    Por Rochele Prass

    como ns ... |

    Arquivopessoal

    Realizar o Encontro Nacional BrOffice.org demanda detalhes que o pblico, muitas

    vezes, nem imagina. Um dos exemplos o prprio meio pelo qual o evento se rea-

    liza: videoconferncia. Para transmitir palestras para o Brasil inteiro mantendo

    uma qualidade irretocvel, preciso ter uma grande infraestrutura. O sistema de

    integrao dos pontos de transmisso do EnBrO viabilizado pela rede

    INFOVIA/CNI, atravs do SENAI.

    Tecnicamente, as necessidades bsicas para a realizao da videoconferncia

    num evento do porte do EnBrO possuir uma rede de dados confivel e com boa

    capilaridade. Em cada ponto de transmisso necessrio um enlace transparente,responsvel por interligar computadores, com pelo menos 512kbps (modem e rou-

    ter) em cada unidade. So necessrios tambm equipamentos de videoconfern-

    cia e recursos de multimdia (projetores, microfones, mesas de som etc), adequa-

    dos cada localidade.

    As temidas falhas ou quedas so evitadas com testes de verificao, realizados

    com determinada antecedncia. o momento de verificar, avaliar links, bem como

    de ajustes dos equipamentos de udio e vdeo que sero utilizados. Para garantir a

    segurana, a rede de comunicao de uso exclusivo do evento.

    Segundo explica o Gerente de Sistemas de Comunicao /TI do Sistema Indstria, Paulo Henrique Maroclo, a interativi-

    dade entre os pontos de transmisso feita por um equipamento denominado MCU (Multipoint Control Unit). Trata-se deuma central de comutao de udio e vdeo, que permite a interatividade entre todas as localidades. Assim, perfeita-

    mente possvel uma pessoa que est no Acre, por exemplo, fazer uma pergunta, ao vivo, ao palestrante que est no Rio

    Grande do Sul.

    lowfly

    ... fazemos uma videoconferncia

    Paulo Henrique Maroclo, Gerentede Sistemas de Comunicao /TIdo Sistema Indstria.

    JosPauloLacerda

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.lowflyzone.org/wp-content/uploads/2008/01/videoconference1.jpghttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    9/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 9 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Arquivopessoal

    como ns ...|

    Fazemos uma vdeoconferncia | Por Rochele Prass

    Veja outros detalhes tcnicos:

    A INFOVIA/CNI tem capacidade de transmisso para

    quantos pontos?

    A INFOVIA/CNI tem capacidade de transmisso para

    quantos pontos?

    Hoje a rede interna da INFOVIA/CNI possui 44 pontos

    que podem interagir entre si, podendo chegar a uma ca-

    pacidade de at 60 pontos interativos (internos e exter-

    nos).

    Uma pessoa que est fora da rede INFOVIA, poderia

    ter um ponto, mesmo que apenas como receptor?

    Como ocorre esta conexo?

    Uma pessoa que est fora da rede INFOVIA, poderia

    ter um ponto, mesmo que apenas como receptor?

    Como ocorre esta conexo?

    Sim. Esta conexo poder ser realizada atravs de uma

    rede IP (com endereo IP vlido para internet), ou atravs

    de conexo ISDN (Integrated Services Digital Network),

    desde que os testes prvios de compatibilidade tenham

    sido realizados com sucesso.

    Que tipos de aparelhos e equipamentos so usados

    nessa infraestrutura?

    Que tipos de aparelhos e equipamentos so usados

    nessa infraestrutura?

    Basicamente podemos dizer que so roteadores, mo-

    dems, rdios e equipamentos de videoconferncia (end-point e MCU), bem como recursos multimdia (projetores,

    microfones, mesas de som etc).

    Havendo alguma falha na rede, h alguma medida de

    contingncia para manter a programao uniforme

    para todos os pontos de transmisso?

    Havendo alguma falha na rede, h alguma medida de

    contingncia para manter a programao uniforme

    para todos os pontos de transmisso?

    Sim. Como j foi mencionado anteriormente, possvel

    conectar algumas localidades via internet ou ISDN.

    Qual a taxa de transmisso de dados que a rede su-

    porta?

    Qual a taxa de transmisso de dados que a rede su-

    porta?

    A nossa rede tem atualmente velocidade mnima de

    1Mbps para servios de videoconferncia e integrao de

    dados entre os pontos da Infovia.

    Todos os pontos de rede devem apresentar estrutura

    semelhante? No havendo, quais so as consequn-

    cias?

    Todos os pontos de rede devem apresentar estrutura

    semelhante? No havendo, quais so as consequn-

    cias?

    Sim. Todos os pontos hoje possuem infraestrutura seme-lhante, visando manter processos que permitem o reparo

    no menor tempo possvel. No havendo, o risco de ocor-

    rerem falhas se torna bastante elevado.

    Quais so as diferenas estruturais bsicas entre a

    rede INFOVIA e uma internet residencial?

    Quais so as diferenas estruturais bsicas entre a

    rede INFOVIA e uma internet residencial?

    Para rede residencial, normalmente os links oferecidos

    so compartilhados por vrios usurios de uma determi-

    nada regio, com nveis de segurana aplicados em sua

    maioria pelos prprios usurios, e sem controle de SLA

    (Acordo de Nvel de Servios).

    A rede da INFOVIA/CNI possui links dedicados, com ser-

    vios de segurana oferecidos pelas prestadoras de ser-

    vios, e com rigoroso controle de SLA (disponibilidade dos

    servios), todos descritos em contrato, que nos garantemum servio estvel e com qualidade.

    H algum outro aspecto tcnico interessante para os

    leitores conhecerem?

    H algum outro aspecto tcnico interessante para os

    leitores conhecerem?

    O projeto da INFOVIA/CNI foi criado no ano de 2000, com

    a premissa de uma maior interatividade entre os departa-

    mentos regionais. E o carro chefe deste projeto, foi a vi-

    deoconferncia, que at hoje amplamente utilizada, com

    extraordinria versatilidade, e com um custo bem interes-sante.

    Existe algum estudo do custo mdio da hora de uma

    videoconferncia deste porte?

    Existe algum estudo do custo mdio da hora de uma

    videoconferncia deste porte?

    O custo muito relativo. Envolve uma srie de variveis

    como tipo de conexo(internet, IP/MPLS, ISDN Nacional,

    ISDN Internacional), velocidade de conexo, local onde

    ser realizada a videoconferncia, recursos utilizados,

    suporte tcnico, quantidade de pontos participantes etc. O

    que podemos afirmar, que essa tecnologia permite aotimizao do tempo e acelera o processo de tomada de

    deciso. Como as viagens so reduzidas, sobra mais

    tempo para os nossos executivos atuarem nos problemas

    mais relevantes, aumentando a eficcia dos nossos

    resultados.

    Quais foram as ltimas inovaes implementadas na

    rede? Qual o planejamento da CNI no que se refere a

    inovaes para os prximos meses/anos?

    Quais foram as ltimas inovaes implementadas na

    rede? Qual o planejamento da CNI no que se refere a

    inovaes para os prximos meses/anos?

    A CNI renovou todo o seu parque de aparelhos de video-

    conferncia no final do ano passado, melhorando assim aqualidade dos servios prestados. necessrio uma mai-

    or integrao tcnica com todos os pontos para melhorar

    cada vez mais a prestao desse servio.

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    10/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 10 Abril | 2010

    Por Rochele Prass

    Arquiv

    opessoal

    nathancolquhoun

    reportagem |

    LucianoMadrum

    IV Encontro Nacional BrOffice.org vai entrar para a histria. Esta a sensao das pessoas envolvidas na

    organizao, que neste ano acontece nos dias 15 e 16 de abril em 25 estados brasileiros com integrao nacional por

    videoconferncia. Realizado em parceria com o SENAI MT, o Encontro Nacional considerado um dos mais importantes

    eventos de Software Livre do Pas.

    O principal objetivo a integrao dos usurios, executivos, equipe de desenvolvimento, instituies de ensino e comunidade

    em geral, atravs de palestras tcnicas que apresentam casos de sucesso, linhas de desenvolvimento, vantagens, alm das

    novidades da sute de escritrio que vem conquistando a confiana de usurios e empresas de todas as partes do mundo.

    Pela abrangncia do projeto, que tem ncleos em todo o Brasil, o Encontro Nacional realizado de uma forma nada

    tradicional: por videoconferncia. Cada estado tem um ponto de encontro, em que so transmitidas as palestras da grade de

    programao nacional. O modelo foi adotado desde a primeira edio e tem se mostrado uma forma eficiente para agregar

    pessoas de vrias regies de um pas com propores continentais, sem representar custos elevados a quem deseja

    participar.

    Apesar do aparente distanciamento, a interatividade entre plateia e palestrantes garantida pela conectividade. A cada

    apresentao, o pblico tem espao para realizar perguntas e fazer observaes. Alm disso, em cada ponto de encontro

    acontecem atividades exclusivamente locais. Entre as novidades que tm como objetivo promover ainda mais a participao

    do pblico, esto o Lightning Talks, momento aberto a quem deseja apresentar mini palestras sobre BrOffice.org.

    Dividido em quatro momentos, alm de espao para atividade prtica, o Encontro Nacional BrOffice.org abrangente. Ou

    seja: do interesse de vrios pblicos: gestores de TI, administradores de empresas, usurios da sute, desenvolvedores e,

    claro, da comunidade BrOffice.org.

    O

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    11/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 11 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    A proposta do momento mercado trazer uma viso geral

    a gestores de TI sobre o BrOffice.org. Entre ospalestrantes da manh do primeiro dia do IV EnBrO, est

    o Gerente Geral da Comunidade internacional

    OpenOffice.org, Louis Suares-Potts, que compartilha com

    o pblico informaes sobre implantao do software em

    empresas de vrias partes do mundo. Ele tambm faz

    um panorama da expanso global do OpenOffice.org, que

    registra 300 milhes de downloads, e o surgimento de

    novas tecnologias relacionadas a este produto, como o

    ODF.

    Outra atrao importante para o pblico corporativo apalestra do Diretor Financeiro da OSCIP BrOffice.org

    Projeto Brasil, Olivier Hallot. Com vasta experincia no

    mercado de Tecnologia da Informao, Olivier aborda o

    mercado e tendncias nacionais, apresentando casos de

    sucesso de migrao em instituies governamentais,

    iniciativa privada e terceiro setor.

    Os colaboradores do BrOffice.org mostram como e com o

    que trabalham para oferecer aos usurios um produto deexcelncia. Em mbito internacional, atividades de

    comunidades do programa mundo a fora vo ser

    apresentadas pelo consultor Cor Nouws, ativo integrante

    de vrios subprojetos do OpenOffice.org.

    A discusso sobre os grupos de usurios BrOffice.org e

    as organizaes estaduais da comunidade nacional

    liderada pela tcnica em Programao Renata Marques,

    que uma das coordenadoras do Grupo de Usurios da

    Paraba. Ela explana as atividades desenvolvidas pelos

    Grupos de Trabalho, Gts, na palestra Aprenda como criaro grupo de usurios no seu estado e fazer a diferena.

    Arquivopessoal

    IV Encontro Nacional BrOffice.org | Por Rochele Prass

    reportagem |

    O olhar do mercado sobre o BrOffice.org

    Arquivopessoal

    O momento estratgico apresenta as vantagens e pontosde ateno para a adoo do BrOffice.org. O tema

    abordado sob diversos aspectos, entre eles o papel e

    importncia do aplicativo aos municpios. Quem fala sobre

    o assunto o coordenador do Programa de Apoio

    Tecnolgico aos Municpios Brasileiros do Ministrio do

    Planejamento - o 4CMBr, Luis Felipe Costa.

    O gerente da Unidade de Desenvolvimento de Software

    Livre da Empresa de Tecnologia e Informaes da

    Previdncia Social Dataprev, rico Ferreira, fala ao

    pblico sobre a migrao e integrao das ferramentasBrOffice.org ao Cadastro Nacional de Informaes Sociais

    - CNIS. O palestrante explica como est sendo realizada

    a modernizao do CNIS e as vantagens de sua

    adaptao ao formato ODF.

    O IV EnBrO tambm ter palestra com a Coordenadora

    de Projetos de Tecnologia da Informao da Petrobras,

    Mrcia Novaes, que apresenta o processo de

    implantao do BrOffice.org em 90 mil computadores da

    companhia. Na palestra, o pblico pode conferir os

    detalhes do projeto que a Petrobras desenvolveu parainstalar e adaptar os usurios ao BrOffice.org.

    Estratgia: como e por que migrar

    Comunidade: quem faz o BrOffice.org acontecer

    No IV EnBrO, o participante tem oportunidade de saber

    mais sobre desenvolvimento do cdigo, extenses e

    recursos de programao para o aplicativo. Entre os

    palestrantes, est o programador da Sun Mycrosystems,

    Juergen Schmidt, que lder dos projetos de API e

    extenses do OpenOffice.org, e membro do Conselho daComunidade OpenOffice.org.

    J o programador Carlos Guimares vai apresentar

    ferramentas em Java e .Net para desenvolvimento de

    sistemas com arquivos ODF. O coordenador geral do

    BrOffice.org, Claudio Ferreira Filho, faz palestra sobre os

    pontos de ateno para manuteno da qualidade do

    software.

    Desenvolvimento: momento para conhecer o cdigo doBrOffice.org

    Uma das grandes novidades deste ano do evento, o Hack

    Lab o momento para a criatividade, quando os

    desenvolvedores podem aproveitar o evento para

    exercitar a construo de extenses para o aplicativo. Os

    participantes dos estados de Mato Grosso, Rio de

    Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraba e Distrito Federal,

    vo colocar a mo na massa com o conversor de

    documentos PDF e com as etiquetas inteligentes -

    detector de incidentes do OpenOffice.org.

    A atividade ser realizada em sala separada, coordenada

    nacionalmente por Juergen Schmidt e pelo programador

    que desenvolveu o Corretor Gramatical CoGrO, Willian

    Colen. Nos estados que tm Hack Lab previsto, haver

    monitores para auxiliar os participantes durante os

    exerccios.

    Hack Lab: laboratrio de desenvolvimento

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    12/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 12 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Com formato gil e descontrado, os Lightning Talks so

    palestras relmpago com durao mxima de cincominutos. A proposta ofertar espao para que os

    participantes possam compartilhar nacionalmente

    informaes, dicas e ideias que vo surgindo durante o

    evento. O Lightning Talk uma das novidades desta

    edio do EnBrO, que colocamos na grade de

    programao como forma de aproximar as pessoas que

    esto em diferentes pontos de transmisso do Encontro.

    Ao se inscrever para uma mini palestra, o participante

    passa da condio de expectador e tem a oportunidade

    de contribuir, apresentando assuntos prticos e objetivos,interessantes comunidade, explica o Coordenador

    Geral do BrOffice.org, Claudio Ferreira Filho.

    Durante a programao geral, a comisso organizadora

    vai anunciar abertura das inscries para o Ligth Talks. O

    espao destinado a essa atividade das 17h30 s 18h15,

    ou seja, 10 apresentaes, em cada um dos dias do

    Encontro. Para participar, os interessados devem enviar a

    sua apresentao para o e-mail de inscrio que ser

    divulgado no decorrer do IV EnBrO. A apresentao pode

    ter, no mximo, dois slides: o primeiro contendo o ttulo da

    mini palestra, o nome do palestrante e local (Estado /

    Cidade); no segundo, deve estar o contedo a ser

    apresentado.

    qualidade, lembra Claudio. A partir da, comearam as

    articulaes, com o apoio do SENAI Cear.

    A proposta agradou a comunidade e por isso o Encontro

    Nacional BrOffice.org j nasceu grande. Na primeiraedio, 20 estados aderiram ao encontro e surgiram

    pessoas dispostas a organizar localmente as atividades.

    Graas conectividade, o evento teve abrangncia

    internacional, com a participao de palestrantes de

    Toronto, no Canad. Todos os colaboradores do

    BrOffice.org abraaram o projeto com grande dedicao.

    Percebemos o entusiasmo do pessoal que contribui, cada

    um de alguma forma, para levar o BrOffice.org a um

    pblico muito maior. E, com isso, entendemos que o

    Encontro Nacional havia chegado para ficar, comenta

    Claudio.

    Na segunda edio, o EnBrO conquistou um importante

    aliado: o SENAI Mato Grosso, que se tornou co-realizador

    do evento. O ponto central das transmisses, que na

    primeira edio havia sido o Cear, mudou de estado.

    Conforme explica um dos integrantes da comisso

    organizadora do evento, Carlos Braguini, a parceria surgiu

    da necessidade de agregar, j que o SENAI, dentro da

    sua linha de ao, da difuso da educao em tecnologia,

    prev uma meta anual de apoio a eventos voltados a essa

    rea do conhecimento. Hoje, o Encontro NacionalBrOffice.org faz parte do calendrio da entidade.

    O Diretor do SENAI-MT, Gilberto de Figueiredo, afirma

    que o EnBrO estratgico para o desenvolvimento do

    Pas. Especialmente no Brasil a nossa parceria com o

    Projeto BrOffice.org se consolidou por acreditarmos que

    instituies de educao como o SENAI sustentam os

    mais importantes pilares do desenvolvimento tecnolgico

    do Pas, sendo nosso dever apoiar projetos e aes que

    alm de serem estrategicamente importantes para o

    setores transversais da economia, esto diretamenteligados evoluo social e cultural do Brasil, diz.

    As interaes nacionais e internacionais so os pontos

    mais fortes do EnBrO, que tem incrementado a grade de

    programao em quantidade e qualidade de palestrantes.

    A cada ano, temos um nmero maior de participantes e

    colaboradores. Estamos sempre pensando em novidades

    para oferecer ao pblico e agregar comunidade, afirma

    Braguini. Outro diferencial da primeira para a segunda

    edio, segundo ele, foi a possibilidade de incluir mais

    pontos de transmisso do EnBrO.

    Desde a sua criao, o evento vem crescendo e dando

    mostras de sua importncia para o cenrio tecnolgico do

    Pas. Conforme Claudio Ferreira Filho, o nmero de

    IV Encontro Nacional BrOffice.org | Por Rochele Prass

    reportagem |

    Lightning Talks: maior interao com o pblico

    Arquivopessoal

    Tudo comeou em 2006. Havia uma necessidade para o

    projeto que se expandia, conquistava uma comunidade

    cada vez mais sedenta por compartilhar e precisava, de

    alguma forma, apresentar o BrOffice.org a toda a

    sociedade. Era o ano em que nasciam as estruturas que o

    BrOffice.org tem hoje, tornou-se uma ONG, criaram-se os

    Grupos de Usurios, sistema de controle de qualidade,

    comunicao, entre outros. Era o momento de consolidar,

    de firmar uma identidade nacional. E era tambm um

    grande desafio: contemplar todos os estados de um pas

    continental.

    Conforme conta o coordenador geral do BrOffice.org,

    Claudio Ferreira Filho, um dos colaboradores da

    comunidade sugeriu que se realizasse um encontro, com

    o objetivo de reunir todo o grupo. Mas, como fazer isso?A ideia que Marcus Diogo levantou causou medo no

    incio: videoconferncia. Ficamos assustados diante de

    tudo que seria necessrio para realizar um evento de

    A origem do Encontro Nacional BrOffice.org

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    13/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 13 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    participantes est dobrando a cada edio. No primeiro

    encontro, em 2006, foram 612 participantes. No ano

    seguinte, o nmero saltou para 1146. No III EnBrO, outro

    grande resultado: 2271 pessoas. Para este ano, a meta

    no poderia ser outra: dobrar novamente o nmero de

    participantes, enfatiza o coordenador geral da

    comunidade BrOffice.org.

    organizao dos eventos que muitos novos colaboradores

    surgem e acabam se tornando membros importantes,

    diz. Conforme o lder nacional, o momento tambm em

    que cada voluntrio agrega ao evento conhecimentos e

    experincias individuais importantssimas.

    IV Encontro Nacional BrOffice.org | Por Rochele Prass

    reportagem |

    Arquivopessoal

    Como se pode imaginar, um dos pontos mais delicados

    no que se refere organizao de um evento de tamanha

    abrangncia, o gerenciamento de todos os envolvidos

    nos preparativos. O Lder Nacional do Grupo de Usurios

    BrOffice.org, Luiz Oliveira, que tambm um dos

    organizadores do evento, revela que cerca de 60 pessoas

    so envolvidas diretamente no processo. Alm do comitnacional, cada estado tem colaboradores destacados

    para promover o evento. Isso inclui ver local, divulgar o

    encontro, buscar apoiadores e preparar toda uma

    logstica para receber os participantes, explica.

    Ele conta que conversa diariamente com as lideranas

    locais e tambm com outros integrantes do comit

    organizador, para que todas essas pontas estejam em

    sintonia. Segundo Luiz, um ponto que sempre preocupa

    a motivao dos colaboradores, que fazem as tarefas de

    forma voluntria, entretanto, afirma: A comunidadeBrOffice.org sente-se contagiada e cada integrante quer

    tambm ser protagonista de um evento de tamanha

    importncia para a sociedade. E tambm durante a

    Audacioso

    I EnBrOII EnBrO

    III EnBrO

    612

    1146

    2271

    Servio

    O qu: IV Encontro Nacional BrOffice.org

    Quando: 15 e 16 de abril

    Onde: Pontos de videoconferncia nos Estados

    Brasileiros

    Locais de transmisso:

    http://encontro.broffice.org/enbro4/localizacao

    Inscries:http://encontro.broffice.org/enbro4/inscricao

    Programao:

    http://encontro.broffice.org/enbro4/programacao

    Palestrantes:

    http://encontro.broffice.org/enbro4/palestrantes

    Quanto: 1kg de alimento no perecvel

    http://www.broffice.org/revistahttp://encontro.broffice.org/enbro4/inscricaohttp://www.broffice.org/http://encontro.broffice.org/enbro4/inscricaohttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    14/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 14 Abril | 2010

    entrevista|

    A

    rquivopessoal

    O Diretor do SENAI-MT, Gilberto Gomes de Figueiredo, graduado em Administrao de

    Empresas e Educao Fsica, com MBA em Gesto Estratgica Avanada e especializao

    em Administrao dos Servios de Sade. Entre as experincias que acumula, esto os

    cargos de Superintendente Administrativo e Financeiro da Federao das Indstrias no

    Estado de Mato Grosso, o de Membro Efetivo do Conselho Estadual do Trabalho do MatoGrosso

    Por Rochele Prass

    Instituies de educao devem dar suporte aodesenvolvimento tecnolgico do Pas

    Arquivopessoal

    m olhar mais amadurecido dos gestores sobre o mercado do Software Livre gera uma

    crescente demanda: a necessidade de as instituies de educao formarem mo de obra qualificada.

    De olho nessa nova realidade, o SENAI-MT abraa, h trs anos, o Encontro Nacional BrOffice.org,

    compartilhando a realizao do evento, que j faz parte do seu calendrio anual. Na viso do Diretor

    Regional de SENAI-MT, Gilberto Gomes de Figueiredo, promover o Encontro Nacional instigar e

    provocar toda a cadeia produtiva desta rea a se mobilizar na busca pelo conhecimento. Confira

    entrevista exclusiva, concedida Revista BrOffice.org:

    U

    OlanchoAid

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/olanchoaid/3771936163/sizes/o/http://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 15 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Qual a importncia do BrOffice.org para o

    desenvolvimento tecnolgico do Pas?

    O modelo de desenvolvimento do Software Livre j

    significa por si s, a criao de oportunidades a todas asnaes para intensificarem suas aes de

    desenvolvimento e difuso tecnolgica na criao de

    Programas de Computador. Quando associamos a isto

    uma nova cultura de gerao de mo de obra qualificada,

    estamos nos credenciando como provedores de

    tecnologia, podendo, alm de obter libertao tecnolgica,

    chegarmos a um patamar de Pas exportador de

    conhecimento.

    Que papel o Software Livre cumpre no aperfeioamento e

    desenvolvimento de mo de obra qualificada?A crescente e perceptvel utilizao do Software Livre nos

    diversos setores da economia gera, alm de uma

    demanda por profissionais capacitados, uma grande res-

    objetivo prover as pessoas do conhecimento necessrio

    para desenvolver as atividades bsicas de escritrio em

    planilhas, textos e apresentao. Ademais, estamos

    habilitados para formar planos pedaggicos de

    capacitao avanada em BrOffice.org, seja para atenderdemandas especficas das empresas, seja para ofertar

    comunidade.

    Quando e como se deu a chegada do BrOffice.org ao

    SENAI?

    No ano de 2007 tivemos uma grande iniciativa da

    Federao das Indstrias do Estado de Mato Grosso em

    promover um programa que levasse s indstrias mato-

    grossenses, alm de capacitao empresarial e servios

    tcnicos especializados com baixo custo, o acesso a

    eventos tcnicos de vanguarda em vrias reas

    conhecimento. Tnhamos a oportunidade de realizar um

    Evento de Tecnologia da Informao e, para tanto,

    buscamos a parceria com o BrOffice.org - Projeto Brasil e

    entrevista|

    Instituies de educao devem dar suporte ao desenvolvimento tecnolgico do Pas | Por Rochele Prass

    A instituies que optam por software

    livre esto optando no somente por

    questes financeiras ou tecnolgicas,

    mas tambm por questes associadas de

    responsabilidade social.

    ponsabilidade para

    instituies de ensino

    profissionalizante como a

    nossa, que a de se

    atualizar constantemente

    para preparar profissionais

    capacitados pararesponder s demandas

    destas empresas.

    A opo por Software Livre / BrOffice.org uma questo

    apenas econmica?

    Felizmente no. A instituies que optam por software

    livre esto optando no somente por questes financeiras

    ou tecnolgicas, mas tambm por questes associadas

    de responsabilidade social. Utilizar um produto que gera

    royalties a outros pases sem considerar a possibilidade

    de utilizao de produtos desenvolvidos e mantidos por

    competentes organizaes brasileiras indica a no

    preocupao com a evaso de divisas e fomento do

    mercado interno. Considerando os nmeros, economizar

    com software livre significa a possibilidade de reordenar

    investimentos, criando espao para o desenvolvimento de

    aes que foquem no quadro funcional das empresas, por

    exemplo.

    Em quais programas desenvolvidos pelo SENAI o

    BrOffice.org usado e como isso ocorre?

    Hoje o BrOffice.org parte do nosso Portflio de Cursos,

    onde ofertamos para a comunidade, em especial a

    indstria mato-grossense, cursos de formao inicial, cujo

    Eventos desta natureza e principalmente com esta

    abrangncia so muito importantes para prover

    alinhamento tcnico entre a comunidade acadmica,

    cientfica, profissionais de Tecnologia e a comunidade em

    geral. Alm de promover a socializao de projetos e

    aes, instiga e provoca toda a cadeia produtiva desta

    rea a se mobilizar na busca pelo conhecimento, a

    inovao e aplicao destes recursos em suas

    instituies.

    Qual a importncia de entidades consagradas como o

    SENAI referendarem eventos de Software Livre?

    O SENAI uma instituio com mais de 50 anos de

    servios prestados ao Brasil, presente em todos os

    estados brasileiros, cuja misso de promover o

    desenvolvimento tecnolgico e educacional atravs de

    projetos que permitam a elevao da competitividade daindstria brasileira. Quando falamos em Software Livre,

    estamos falando de todo um seguimento industrial que

    representa um dos pilares do desenvolvimento

    ento sediamos em

    Cuiab/MT um dos mais

    abrangentes e importantes

    eventos de difuso do

    Software Livre, o Encontro

    Nacional do BrOffice.org

    O que eventos como o

    Encontro Nacional BrOffice.org

    agregam comunidade de usurios e

    ao desenvolvimento do projeto ?

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    16/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 16 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Instituies de educao devem dar suporte ao desenvolvimento tecnolgico do Pas | Por Rochele Prass

    entrevista|

    tecnolgico e do fomento produtividade nas

    empresas. Estudos estimam que o Brasil

    chegar a 100 milhes de computadores neste

    ano, chegando participar da lista dos 10 pases

    do mundo com o maior parque computacional.

    Quando refletimos sobre estes nmeros,

    chegamos concluso que ainda temos muito

    por fazer pelo Software, pois, hoje, certo que

    ele (Software Livre) faz muito mais por ns.

    As iniciativas de apoio de empresas e entidades

    ao BrOffice.org esto na medida de necessidade

    e de acordo como o papel socio-econmico que

    o mesmo desempenha perante a sociedade?

    Esta questo est diretamente ligada ao nvel de

    maturidade organizacional que as empresas se

    encontram. Temos instituies que j

    "devolveram", ou melhor, j reinvestiram seus

    recursos financeiros em projetos de apoio e

    fomento ao Software Livre, outras instituies,

    porm, ainda esto buscando forma de se

    encontrar e usufruir dos benefcios tcnicos,

    econmicos e sociais do Software Livre.

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.flisol.net/http://www.broffice.org/http://www.flisol.net/http://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 17 Abril | 2010

    Arquiv

    opessoal

    reportagem |

    Petrobras iniciou neste ms o

    processo de instalao do BrOffice.org em seu

    parque de mquinas, estimado em 90 mil

    computadores. As instalaes devem estar

    praticamente concludas at junho. Ao todo, o

    novo software contemplar um pblico interno

    de cerca de 100 mil pessoas, que sero

    capacitadas para o uso do BrOffice.org por

    intermdio de um curso disponibilizado pela

    Universidade Petrobras, acessvel pelas

    mquinas dos usurios. A estimativa que o

    processo gere uma reduo de pelo menos

    40% na demanda de aquisio de licenas

    pagas de software proprietrio equivalente.

    A

    Implanta BrOffice.org

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 18 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    De acordo com a coordenadora de projetos de Infraestru-

    tura de Tecnologia da Informao e Telecomunicaes da

    Petrobras, Marcia Novaes, a adoo do BrOffice.org se

    deu a partir das anlises de viabilidade tcnica da ferra-

    menta, que concluiu que o software tem maturidade tec-

    nolgica e adequado s necessidades da companhia.

    Entretanto, o fator determinante foi o econmico, afirma

    Marcia. Tambm definimos a mudana de padro interno

    de documentos e adotamos o ODF, que um padro

    aberto com especificaes de domnio pblico, plenamen-

    te suportado pelo BrOffice.org, completa Marcia.

    A adoo de software livre nas estaes de trabalho da

    Petrobras comeou com o Mozilla Firefox, conforme conta

    a coordenadora. O principal ponto de ateno da equipe

    de TI foi tornar o Firefox o navegador padro para osaplicativos Web usados na companhia. Segundo Marcia,

    ainda existe um nmero muito grande de programas in-

    compatveis com o Firefox. Ela explica que esses proble-

    mas esto sendo resolvidos gradativamente. Mas foi a

    partir dessa experincia que se iniciaram os preparativos

    para implantao do BrOffice.org.

    Uma das questes que surgem quando migraes para

    software livre so cogitadas sobre a confiabilidade do

    produto e o suporte. Conforme Marcia, esta segurana foi

    conquistada pela prpria comunidade. Foram necessrias

    algumas reunies com a equipe do BrOffice.org, que co-

    laborou na construo da proposta. O diretor Administrati-

    vo Financeiro do BrOffice.org, Olivier Hallot, atuou como

    consultor nesse processo. Buscamos mostrar as vanta-

    gens equipe da Petrobras e no escondemos em ne-

    nhum momento as dificuldades que seriam encontradasno processo de mudana de software, no que se refere

    s necessidades especficas da companhia daquele por-

    te. Conseguimos dar clareza sobre o que o BrOffice.org

    oferece e como poderamos colaborar, afirma Olivier.

    A coordenadora esclarece que o apoio das instncias

    mais altas da Petrobras foi a condio bsica para que o

    projeto se desenvolvesse. uma deciso que vem de

    cima. No poderamos fazer uma mudana dessa magni-

    tude sem estarmos muito bem alinhados com a direo,

    afirma. Uma das etapas preparatrias para a migrao foi

    obter a aprovao da diretoria da Petrobras para o proje-

    to de mudana de software, depois que os motivos foram

    expostos em novembro do ano passado, quando a direto-

    ria decidiu pela implementao do BrOffice.org.

    O BrOffice.org foi uma quebra de paradigmas para a Pe-

    trobras, conforme salienta Marcia Novaes. No ambientecorporativo, o costume ter um contrato com fornecedor

    e pagar. A ele cabe resolver os problemas, sob pena de

    ser multado, lembra. J com os produtos livres, as coisas

    so um pouco diferentes: Quando voc comea a enten-

    der o que software livre, comea a ter que entender

    essa figura da comunidade. Uma entidade virtual, de

    quem voc depende. Voc no pode cobrar prazos e no

    sabe nem se ela poder resolver, aponta. E uma das

    formas de ter segurana foi buscar a colaborao das

    prprias comunidades, tanto do BrOffice.org quanto do Fi-refox.

    A Petrobras buscou na comunidade os conhecimentos

    que lhe faltavam tanto sobre o prprio BrOffice.org,

    quanto sobre o processo de migrao de software de

    escritrio. A OSCIP BrOffice,org Projeto Brasil foi o

    ponto de integrao com a comunidade e facilitou a

    alocao de consultores, desenvolvedores e instrutores

    de BrOffice.org que eram necessrios para a execuo do

    projeto, explica Olivier. Foi uma parceria ganha-ganha,

    porque obtivemos muitos subsdios da Petrobras para o

    aprimoramento do software, o que repassamos para o

    projeto internacional. Algumas dessas demandas foram

    implementadas na recente verso 3.2 do software,

    completa Olivier.

    Se com isso a Petrobras pode ser considerada um

    membro da comunidade, Marcia responde: Acredito que

    sim. No sei se existe alguma formalizao para isso,

    brinca. Para a entidade, a relao com as comunidades

    deve ser de mo dupla: No podemos s usar o produto,

    mas temos que ter meios de contribuir. A coordenadora

    no adianta detalhes, mas afirma que a empresa contacom um grupo de trabalho interno para definir sua

    atuao no fortalecimento das comunidades open

    source. Nunca foi nossa inteno s usar, s sugar,

    enfatiza.

    Ao optar pela migrao para software livre, a Petrobras

    estabeleceu uma regra de conduta: no mexer na

    estrutura dos programas que esto usando, para adapt-

    los s especificidades da companhia. No estamos

    interessados em criar um Petro-Office, complementa

    Marcia. Entretanto, se forem desenvolvidasimplementaes, constataes de problemas e questes

    resolvidas por profissionais da Petrobras, elas sero

    devolvidas para as comunidades.

    Arquivopessoal

    Petrobras implanta BrOffice.org em 90 mil mquinas | Por Rochele Prass e Luiz Oliveira

    reportagem |

    Confiana, a alma do negcio

    Quebra de paradigmas

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 19 Abril | 2010

    O processo de adaptao dos usurios s novasferramentas foi muito mais fcil no caso do Firefox e no

    houve necessidade de treinamento, tanto por ser mais

    simples, quanto que muitos deles j usavam a ferramenta

    como navegador padro em suas residncias. J no que

    se refere ao BrOffice.org, a implantao foi planejada em

    conjunto com um processo de adaptao, visando

    diminuir as dificuldades. Para tanto, um projeto piloto com

    gerentes foi criado, em que foram removidos o software a

    que j estavam acostumados, deixando apenas o

    BrOffice.org. Foi neste perodo que a equipe pdeconstatar as maiores dificuldades, tais como problemas

    de formatao de arquivos, macros do Excel no Calc e

    algumas funcionalidades que so feitas de forma diferente

    no BrOffice.org. Os casos em que o BrOffice.org no

    podia atender sem que ns j no soubssemos de

    antemo foram rarssimos, afirma Olivier.

    Com o objetivo de a novidade ser rapidamente absorvida

    pelos usurios, a implantao foi dividida em trs fases.

    Quem explica o analista de Projetos de Infraestrutura de

    Tecnologia da Informao e Telecomunicaes da

    Petrobras, Gil Brasileiro, lder do projeto.

    Na fase atual, a de instalao do BrOffice.org, os aplicativos

    esto sendo instalados nas mquinas e os usurios comuni-

    cados de que existe uma nova ferramenta, alm da divulga-

    o de treinamento online. Na segunda fase, o foco ser a

    comunicao corporativa da implantao em vrias mdias,estimulando o uso do produto. Por fim, a ltima etapa ser

    de adequao de licenas, em que cada setor poder avali-

    ar as suas reais necessidades e optar por manter o aplica-

    tivo proprietrio com custos de licenciamento associados ao

    departamento.

    Para montar um treinamento a distncia que alcance toda a

    fora de trabalho da empresa, a Petrobras contou com o

    apoio da OSCIP BrOffice.org. Pedimos para que fossem

    mapeadas as maiores dvidas dos usurios de

    BrOffice.org, conta Gil Brasileiro. Olivier Hallot explica comoessas questes foram respondidas: Queramos um

    treinamento que fosse muito prximo do dia a dia do

    funcionrio. Assim, desenvolvemos a linha de ensino por

    casos de uso, no qual os exemplos foram obtidos da prpria

    indstria petroleira. Mostramos como utilizar funes

    avanadas do BrOffice.org em problemas e situaes do dia

    a dia.

    A campanha interna de migrao BrOffice.org pretende ser

    franca, mostrando tambm os problemas. No vamos es-

    conder isso dos usurios. Pelo contrrio, queremos que elescomecem a usar j sabendo que um mnimo de adaptao

    necessrio, e que a equipe disponibilizou todo o apoio que o

    usurio necessitar, diz Marcia. Entretanto, ela acredita que,

    a partir do momento em que os usurios comearem a gerar

    documentos no formato ODF, tais problemas tendem a de-

    saparecer. O processo de mudana acaba sendo um pou-

    co doloroso, mas depois, as pessoas se acostumam, co-

    menta a coordenadora.

    O grande estmulo para os departamentos da companhia

    aderirem ao programa econmico, j que cada rea tem

    um oramento para licenciamento de software, que poder

    ser mais baixo com a adoo do BrOffice.org. Uma das es-

    tratgias de adequao de licena que, a partir de um de-

    terminado momento, os novos usurios no recebam mais o

    software proprietrio, apenas o BrOffice.org, explica Gil,

    que considera ser esta a etapa mais sensvel de toda a mi-

    grao.

    Ainda assim, se houver necessidade de outra ferramenta, o

    gerente daquela rea poder fazer uma solicitao, justifi-

    cando o pedido e arcando com os custos associados. Os

    gestores do projeto tambm pretendem buscar apoio nosprprios usurios, identificando pessoas que tiveram adap-

    tao e aceitao mais rpidas para auxiliar colegas. E o

    grande desafio, dizem, estar na convivncia entre dois pa-

    dres diferentes.

    reportagem |

    Adaptao

    (da esquerda para direita)

    Eduardo Menezes de Almeida, Joo Ricardo de Oliveira Ayres, Olivier Hallot (lder

    do projeto pelo BrOffice.org), Ronaldo de Souza Motta, Alexandre Padilha, Lucio de

    Mello, Edivaldo Barbosa, Mnica Simes.

    (sentados, da esquerda para direita)

    Lilian Rosseto de Carvalho, Silvio Augusto, Marcia Novaes Soares (coordenadora do

    projeto), Gil Brasileiro Fernandes (lder do projeto)

    MarceloBurger

    Petrobras implanta BrOffice.org em 90 mil mquinas | Por Rochele Prass e Luiz Oliveira

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 20 Abril | 2010

    Um obstculo para que grandes empresas adotem

    software livre a forma como so disponibilizadas atuali-zaes dos programas. Segundo Marcia, as comunidades

    ainda no se preocupam com as instalaes em grande

    escala e a cada nova verso preciso instalar todo o pro-

    grama novamente. Se o objetivo alcanar o mundo

    corporativo, acho que vale a pena para as comunidades

    pensarem numa soluo que facilite tanto a distribuio

    quanto a atualizao, opina.

    Gil completa que a mentalidade do software livre ainda

    muito voltada para o usurio domstico ou autnomo. Ele

    tambm cita que as atualizaes so disponibilizadascom bastante frequncia, o que timo em termos de

    qualidade. Em relao atualizao de correo de er-

    ros e novidades, realmente bem melhor com os softwa-

    res livres, diz. Gil cita como exemplo o verificador orto-

    grfico do BrOffice.org, o Vero, que j estava atualizado

    para as novas regras de grafia do Portugus assim que o

    Acordo Ortogrfico entrou em vigor. Porm, essa agilida-

    de torna a implementao nos parques computacionais

    mais dispendiosas para os administradores de rede. A su-

    gesto que sejam disponibilizados pequenos pacotes de

    atualizaes os chamados patches.

    Gil e Marcia explicam que a complexidade de processo de

    mudana pelo qual a empresa est passando porque se

    trata de uma das maiores corporaes do Pas e que o

    setor de TI da Petrobras prima pela excelncia no aten-

    dimento a seus usurios. Na opinio deles, uma empresa

    menor, ou com menos estaes de trabalho, poderia fazer

    uma migrao para o BrOffice.org com muito mais tranqui-

    lidade. Se a gente no disponibilizasse treinamento, cer-

    tamente o projeto iria falhar, pondera Gil. Marcia

    enfatiza: A TI no pode prejudicar o negcio da compa-

    nhia. Tem que ajudar.

    Conforme observao dos gestores do projeto, na maioria

    dos casos de migrao, a mudana empurrada e as

    pessoas no passam por um momento de transio. A

    equipe da Petrobras j recebeu lideranas de TI de outras

    empresas, interessadas em aproveitar essas experinciaspara adotar o BrOffice.org.

    "Uma recomendao comear observando a experin-

    cia dos outros, achando casos semelhantes. No existe

    uma receita nica, diz Marcia, que salienta que h muitas

    histrias de migrao semelhantes e que possvel tirar

    delas dicas valiosas para o sucesso do projeto.

    Na fase preparatria do planejamento da implantao do

    BrOffice.org, a equipe da Petrobras teve reunies com

    gestores que lideraram processos de migrao para o

    programa em outras empresas, como Metr de So Paulo,

    Banco do Brasil, Itaipu e Serpro. A adoo do BrOffice.org

    e do Firefox foram as primeiras experincias da Petrobras

    com software de cdigo aberto em estaes de trabalho.

    Em muitos servidores e em algumas estaes de trabalho,

    a empresa j utiliza o sistema operacional Linux.

    Gil Brasileiro Fernandes Lder de Projetos de Infraestru-

    tura de Tecnologia da Informao e Telecomunicaes da

    Petrobras. Formado em Engenharia de Computao e

    Ps-graduado em Redes de Computadores pela Universi-

    dade Federal do Esprito Santo, tem MBA em Gerncia de

    Projetos pelo Centro Universitrio Vila Velha. Atuou por 3

    anos em diversos projetos de TI e Telecomunicaes degrandes empresas. Em 2008, iniciou sua carreira na Pe-

    trobras como analista de sistemas e, em 2009, assumiu a

    gerncia do projeto de implantao dos softwares Mozilla

    Firefox e BrOffice.org na Petrobras.

    Marcia Novaes Soares Coordenadora de Projetos de In-

    fraestrutura de Tecnologia da Informao e Telecomunica-

    es da Petrobras. Graduada em engenharia eltrica com

    nfase em telecomunicaes pela Universidade do Estado

    do Rio de Janeiro com MBA em Gesto de Projetos pela

    Fundao Getlio Vargas. Ingressou na Petrobras em2004 como analista de sistemas e comandou diversos pro-

    jetos de melhoria operacional de infraestrutura de TIC na

    companhia. Foi designada, em maio de 2007, Coordena-

    dora de Projetos de Infraestrutura de TIC e atualmente co-

    ordena projetos de otimizao de custos e de implantao

    dos softwares Mozilla Firefox e BrOffice.org.

    reportagem |

    Recado aos desenvolvedores

    A Petrobras recomenda

    No comando

    Petrobras implanta BrOffice.org em 90 mil mquinas | Por Rochele Prass e Luiz Oliveira

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 21 Abril | 2010

    Por Luiz Oliveira

    Arquiv

    opessoal

    entrevista|

    to. Desta forma, possvel realizar um evento descentra-

    lizado e, ao mesmo tempo organizado, respeitando as

    particularidades de cada regio. De norte a sul do Pas,

    todas as cidades esto em sintonia e conseguem transmi-

    tir com eficincia a mensagem do FLISOL.

    Existe alguma taxa de inscrio para participar doFLISOL?

    No. O FLISOL um evento aberto, 100% gratuito, dire-

    cionado a todos aqueles interessados em conhecer e

    compartilhar conhecimentos a respeito do software livre.

    O que espera para o evento deste ano?

    Nosso objetivo fazer um evento cada vez mais abran-

    gente e rico em resultados. Estamos trabalhando em prol

    do Software Livre, de sua difuso e uso consciente. Os

    resultados esperados so de que todo visitante que parti-cipar do FLISOL, ao retornar para sua casa, esteja mais

    consciente a respeito de como esse mundo livre pode

    ajud-lo em seu dia-a-dia

    Quais as atividades desenvolvidas durante o evento?

    Durante o evento, os visitantes podem participar de

    oficinas (workshops), honeypots e palestras. Alm disso,

    todos podem trocar experincias e discutir temas

    relevantes ao software livre e novas tecnologias em

    discusses de mesas redondas e conversas individuaisou em grupos nas dependncias do local do evento. Alm

    de toda essa interao social, os visitantes tambm

    podem trazer seu computador para o evento, afim de

    instalar software livre. importante lembrar que cada

    cidade possui sua prpria estrutura. Portanto, as

    atividades que mencionei acima podem no estar

    disponveis na sua regio. Para mais informaes acesse:www.flisol.net/FLISOL2010/Brasil/

    As cidades tm alguma orientao ou um padro a

    seguir?

    Sim. Todas as cidades precisam seguir as

    recomendaes e diretrizes da Organizao Nacional,

    para que possam ser elegveis como sede oficial do even-

    Arquivopessoal

    O FLISOL o maior evento de divulgao de Software Livre da Amrica Latina. Desde 2005,

    rene participantes em mais de 200 cidades, promovendo o uso do software livre. O objetivo

    apresentar a filosofia do software livre, seu alcance, avanos e desenvolvimento aos mais

    variados pblicos. A Revista BrOffice.org conversou com o Coordenador Nacional do evento,

    que tambm est frente do FLISOL Campinas. Maxx Fonseca consultor em tecnologias

    h 13 anos, vem desenvolvendo solues em consolidao e conteno de servidoresatravs da virtualizao. Ele tambm desenvolve softwares e solues de automao

    industrial sob medida baseadas em tecnologias livres para o setor pblico e privado.

    Festival Latino americano de Instalao do Software Livre

    Dia de festa para o Software Livre

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    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 22 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Como e por quem o evento patrocinado?

    O FLISOL um evento orgnico, ou seja, ele mantido

    pela prpria comunidade e no h nenhum fim lucrativo.

    Portanto, com ou sem patrocnio o evento continuar exis-tindo. Isso um diferencial frente a outros eventos que

    dependem integralmente de patrocnios. Mas, claro que

    abrimos espaos para empresas patrocinarem tambm,

    pois h custos envolvidos na realizao e toda ajuda

    vista com bons olhos. Em sua maioria, as empresas de

    tecnologia e centros de incluso social/digital com liga-

    es com o software livre so as que mais se interessam

    em patrocinar o FLISOL. um espao propcio para que

    essas empresas e organizaes mostrem seus trabalhos,

    produtos e servios resultantes ou baseados em tecnolo-

    gias livres.

    A comunidade local, atravs dos governos, se

    envolve na organizao e execuo do evento?

    Sim e no. O FLISOL um evento aberto a todos que

    desejarem colaborar com a sua realizao. Os governos,

    geralmente municipais, tm participado do FLISOL na

    forma de apoio em poucas cidades. Mas ainda um

    apoio que considero bastante tmido e descomprometido.

    Acredito que governos, principalmente os municipais,

    poderiam se envolver muito mais com o FLISOL, inclusive

    atravs de criao de polticas pblicas de apoio e

    envolvimento direto, resultando em um comprometimento

    real com o software livre e as suas comunidades atravs

    do FLISOL.

    E o que falta para que os governos se envolvam mais

    ativamente?

    Falta qualificao. De um modo geral, a aplicao das leis

    de uso de software livre pelo setor pblico so radicais.

    Os softwares so instalados nas mquinas dos

    funcionrios e simplesmente os obrigam a us-los semnenhum tipo de treinamento ou acompanhamento isso

    quando no ocorre de realizarem um treinamento

    ineficiente, o que acontece em muitos casos.

    Tal procedimento implica em uma srie de problemas, in-

    cluindo desempenho e mal uso, passando a impresso de

    que o software livre no atende s necessidades com a

    mesma eficincia que os softwares proprietrios anteces-

    sores. Com efeito, vereadores e assessores com essa m

    impresso no trabalham em prol de polticas pblicas

    sobre o assunto, muito menos, envolvimento com comu-

    nidades e eventos de softwares livres como o FLISOL.

    H parcerias com outras comunidades de software

    livre ou Open Source?

    Sim. O FLISOL realizado atravs de comunidades.

    Posso citar aqui o envolvimento direto das comunidades

    do Debian e Ubuntu em sua maioria, entre tantas outras

    menores em nmero, mas, de mesmo nvel em qualidadee resultados para o FLISOL. Como exemplo a cidade de

    Curitiba-PR que realiza o FLISOL atravs do Grupo de

    Usurios Debian do Paran (GUD-BR-PR).

    Voc acha que a comunidade de software livre

    desunida?

    No considero desunida, mas diria que, s vezes, sem

    iniciativa. comum ver comunidades discutindo sobre

    diversos temas, encontrando pontos fortes e fracos, prs

    e contras, deliberando vrias tarefas, interagindo entre

    eles, mas, sempre acaba faltando algum que tome afrente. Consequentemente, os temas discutidos acabam

    sendo descartados pelo tempo por falta de iniciativa.

    Como j dizia um velho ditado hacker: "Falar fcil,

    mostre-me o cdigo".

    Maxx Fonseca e o FLISOL | Por Luiz Oliveira

    entrevista|

    At o fechamento desta Edio, 44 cidades j estavam

    confirmadas para o FLISOL. Mas o nmero continua

    crescendo e as inscries, tambm. Confira o local maisprximo de voc:

    http://www.installfest.info/FLISOL2010/Brasil

    Locais de Realizao do FLISOL

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/http://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    23/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 23 Abril | 2010

    Traduo e adaptao de Clvis Tristo

    Arquivopessoal

    novas tecnologias |

    OpenOffice.org

    s usurios do BrOffice.org sempre ficam na expectativa de que a sute tenha um visual mais

    agradvel. Os desenvolvedores tm dado uma ateno especial para isso a cada nova verso sem com

    isso esquecer-se da eficincia dos programas. Dessa preocupao com a interface do usurio que

    nasce o Projeto Renaissance. Seus idealizadores perceberam que estava na hora de preocupar-se com a

    ergonomia para as ferramentas do BrOffice.org, capaz de inovar e de atender as necessidades de conforto

    e produtividade dos usurios. Mas o que isso? Ergonomia? A explicao vem do lder do projeto de

    traduo e diretor financeiro da OSCIP BrOffice.org, Olivier Hallot: Trata-se de um estudo cientfico de

    adaptao dos instrumentos, condies e ambiente de trabalho, s capacidades psicolgicas, fisiolgicas,

    antropomtricas e biomecnicas do homem. Hallot explica ainda que a partir dos dados levantados pelo

    Programa de Melhorias e de propostas de novas interfaces coletadas atravs de um concurso aberto a

    comunidade, o Projeto Renaissance chega a seu estgio de prottipo. Essa grande novidade ser

    oferecida na verso 3.3 da suite BrOffice.org.

    Abaixo temos uma relao de perguntas e respostas resultado de discusses entre a comunidade

    OpenOffice.org, a Sun e a equipe da Renaissance. Para quem quiser saber mais detalhes h disponvel

    no Youtube[4] uma entrevista (ingls) feita por Florian Effenberger (Comunicao-OpenOffice.org) com

    Andreas Bartel (Projeto Renaissance).

    O

    http://www.broffice.org/revistahttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://wiki.services.openoffice.org/w/images/0/05/Renaissance-Logo-Proposal-Final2.pnghttp://www.broffice.org/revista
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    24/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 24 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Por que no melhorar a Interface com o Usurio, o

    clssico Menu/Barra de ferramentas ?

    A quantidade de recursos atualmente disponveis no

    OpenOffice.org, e a forma como esses recursos

    interagem com o usurio, demandam um grande nmero

    de elementos de UI (User Inferace). Essas interfaces so

    disponibilizadas em algum lugar para o usurio. Porconseguinte, existe um grande nmero de entradas no

    menu, painis, barras e botes que excedem as

    capacidades do conceito clssico. Podemos e vamos

    resolver esse problema no curto prazo, melhorando a

    forma como as coisas se comportam na interface.

    Ar

    quivopessoal

    Projeto Ranaissance | Traduo e adaptao Clvis Tristo

    novas tecnologias |

    Introduo e Viso Geral

    O que o Projeto Renaissance? Qual o escopo do

    projeto?O Projeto Renaissance foi iniciado em Novembro de

    2008. A misso de longo prazo do projeto melhorar a

    experincia geral do usurio do OpenOffice.org. Dois

    objetivos foram definidos como de misso crtica para o

    projeto. Em primeiro lugar, conhecer e compreender os

    nossos usurios e, segundo, oferecer-lhes um acesso

    eficiente s funcionalidades, atravs de uma interface de

    usurio visualmente atraentes (UI - User Interface).

    Adicionar ou remover qualquer funcionalidade existente

    no est no escopo do Projeto Renaissance. Em vez

    disso, a arquitetura da informao, o design de interao

    e design visual esto no escopo, porm, sujeitos a

    alterao. Concluindo, o Projeto Renaissance a

    interao entre o usurio e o produto.

    Prottipo

    Qual a finalidade do prottipo?

    Em geral, muito importante entender que os prottiposajudam a explorar promissoras ideias de design

    controverso. Eles podem ser criados em vrios nveis de

    detalhe, discutido e, em seguida, jogados fora para abrir

    espao para novas ideias. Na verdade, muitas vezes

    dito que "os prottipos vo para o lixo". Portanto, a

    prototipagem muito til para encontrar uma soluo

    ideal, mas um prottipo em si, nunca uma soluo final.

    Um dos objetivos de nossos prottipos, em geral temos

    mais de um, que foram criados para a mesma finalidade

    foi explorar possveis projetos que permitem que o menu

    clssico possa coexistir com uma barra de ferramentas

    mais estruturada, multidimensional. Tentamos vrias

    coisas, que algumas vezes no do certo. Ento,

    mesclando com outras ideias interessantes, cria-se um

    novo prottipo e o publica para avaliao e feedbackdos

    usurios.

    UI (Interface com o Usurio)

    A interface Ribbon do Microsoft Office 2007

    Por que no copiar a interface Ribbon do Microsoft

    Office 2007?

    OpenOffice.org tem milhes de usurios em todo o

    mundo, e para o Projeto Renaissance, temos definida a

    meta para atend-los da melhor maneira possvel. No

    entanto, a convenincia da interface Ribbon ainda est

    sujeita a discusses acaloradas entre os usurios do

    Microsoft Office e sua aceitao entre os usurios do

    OpenOffice.org muito baixa. Portanto, alm de todas as

    questes de licenciamento, muito improvvel que a

    Microsoft Ribbon UI seja a soluo adequada para os

    usurios do OpenOffice.org.

    Desenvolvimento Open Source

    Como voc lida com o feedback? De quem receber

    feedbackpositivo? A comunidade acelera ou retarda

    o projeto?

    Em geral, o feedback que recebemos no restrito aos

    comentrios em nosso blog sobre os prottipos. Criamos

    vrios canais de que nos retornam informaes. O mais

    valioso para o nosso trabalho so as pesquisas de

    usurios e o retorno que recebemos, atravs do projeto

    OpenOffice.org e nas listas correspondentes. Alm disso,

    estamos criando canais de feedback dedicado para

    usurios em um contexto empresarial ou governamental.

    Em suma, o feedback que temos acesso uma

    verdadeira mina de ouro de informaes, e ns podemos

    t-lo sem nenhum custo. No importa se positivo ou

    negativo. Ns aprendemos a apreciar a sua diversidade.

    Na verdade, a crtica construtiva valiosa, ela nos ajuda a

    aprender, compreender e melhorar.

    http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista
  • 8/7/2019 Revista BrOffice 011

    25/44

    | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 25 Abril | 2010

    Arquivopessoal

    Quais so as vantagens do seu prottipo? O que voc

    aprendeu a partir do prottipo?Projeto de Design, especificamente, prototipagem, no

    to simples. Raramente as ideias saem de imediato,

    algumas vezes o prototipo tem que ser refeito e

    melhorado com ideias que se tinha antes. Muitas vezes,

    ideias que parecem primeira vista, no serem to boas,

    acabam por ser brilhantes, mais tarde, durante o

    refinamento, em outro prottipo ou mesmo em um

    contexto totalmente diferente.

    No entanto, quando comeamos a trabalhar com

    prottipos, tivemos diretivas de projeto especfico emmente que devem nortear o nosso trabalho. Uma das

    diretivas foi oferecer ajuda visual, a fim de promover o

    reconhecimento de comandos importantes e seus efeitos.

    Dessa forma, alguns controles que esto diretamente

    ligadas aos objetos, como slides, por exemplo, encontrou

    seu caminho para a UI. Outro exemplo seria a forma

    como o layoutde slides ou projeto pode ser mudado, ou

    como as formas so formatadas e transformadas.

    Em geral, existem algumas ideias em prottipos que tm

    grande potencial e vantajosa quando comparada com aatual interface do usurio. Eles s precisam de algum

    requinte e uma boa execuo.H uma lio muito

    importante que ns tivemos que aprender. Kathy Sierra,

    uma vez disse: "O melhor que te parece, ser o mais

    prximo do feedback". Isso to verdadeiro. Durante a

    prototipagem, estvamos mais preocupados com a

    arquitetura de informao e design de interao, e menos

    com o design visual. Assim, o design ou a dimenso de

    muitos elementos da interface do usurio foi mais ou

    menos definido. Mas o tipo de feedbackque recebemos

    foi predominantemente sobre os nossos prottipos, quepareciam estar em um nvel amadurecido. No entanto,

    eles no estavam, e ns no antecipamos como eles

    seriam percebidos. Para muitos, os prottipos pareciam

    estar prontos.

    H duas importantes razes por trs dessa deciso.

    Parcialmente, isso j algo que voc pode experimentar

    na interface do usurio atual do OpenOffice.org, o Lotus

    Symphony, a Apple iWork ou mesmo o Microsoft Office

    2008 para MAC. Portanto, no faz sentido gastar nossos

    recursos limitados para prototipagem de um padro de

    projeto que pode ser avaliado em outro lugar.

    Alm disso, em comparao com as questes de design

    de interao, a orientao da interface do usurio no

    apenas to crtica como voc poderia pensar. Sim,

    existem algumas oportunidades para otimizar o uso da

    tela em contextos particulares. Donald Knuth disse uma

    vez "otimizao prematura a raiz de todo mal". Ns

    certamente no podemos cair nessa armadilha durante

    prototipagem.

    Arquivopessoal

    Projeto Ranaissance | Traduo e adaptao Clvis Tristo

    novas tecnologias |

    Vantagens

    Interface Horizontal versus uma Interface Vertical

    Com mais e mais variedade de monitores wide-

    screen, porque os prottipos no usam uma interface

    de usurio vertical?

    Afirmaes no oficiais

    H questes levantadas ao longo dos tempos. Por favor,

    considere as afirmaes "no oficiais", porque pode

    conter "tendncias" e no so discutidas com todas as

    pessoas envolvidas no projeto Renaissance.

    H algum modelo ou design preliminar disponvel?Onde posso encontr-los?

    No e Sim, ao mesmo tempo. No, no h nenhum

    projeto final que dever ser disponibilizado e

    implementado. Estamos atualmente, concentrados nas

    ideias e feedbacks, conceitos bsicos de prototipagem e

    avaliao. Ento, sim, voc pode encontrar vrias fotos e

    pedidos de prottipo, que representam conceitos iniciais

    que podem (fortemente) sofrerem mudanas. Voc pode

    encontrar mais