revista broffice.org - 16

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 1 Novembro/2010 Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice Draw Ano 4 | N° 16 |Novembro 2010 Revista Artigo | Dica | Tutorial | e muito mais... Como nós: Oferecemos suporte técnico especializado e treinamento de qualidade para Software Livre Comunidade BrOffice.org Marca presença na VII Conferência Latino Americana de Software Livre Comitê para Democratização da Internet Mostra o panorama atual da Inclusão Digital no Brasil Escritório aberto: Modelo de monografia para evitar dores de cabeça na hora de finalizar a dissertação Saiba como: TJDFT desenvolveu sistema que automatiza geração de documentos

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Page 1: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 1 Novembro/2010Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice Draw

Ano 4 | N° 16 |Novembro 2010

Revista

Artigo | Dica | Tutorial | e muito mais...

Como nós:Oferecemos suporte técnico especializado e treinamento de qualidade para Software Livre

Comunidade BrOffice.orgMarca presença na VII Conferência Latino

Americana de Software Livre

Comitê para Democratização da

InternetMostra o panorama atual da

Inclusão Digital no Brasil

Escritório aberto:Modelo de monografia para evitar dores de cabeça na hora de finalizar a dissertação

Saiba como:TJDFT desenvolveu sistema que automatiza geração de documentos

Page 2: Revista BrOffice.Org - 16

Edição Especial | Outubro | 20102| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

índice || entrevista

TJDFT desenvolve sistema de controlede processos BrOffice e outrastecnologias livres

05

| artigo

Inclusão Digital: Uma etapa com osdias contados?

09

| novas tecnologias

BrOffice: ferramenta de construçãopara novas tecnologias

12

| dicas rápidas

Dicas rápidas 14

| como nós ...

... damos suporte técnico 16

| reportagem

Fundo de Pensão SERPROS migra paraUbuntu Linux e BrOffice

18

Contagem regressiva paraLatinoware 2010

23

| cultura

Redblade - Episódio 06: Acidente 25

Dica de Filme: Jogo de espiões 27

| escritório aberto

Escritório aberto 33

| escritório aberto

Resumo do mês 46

| tutorial

Expressões regulares no BrOffice 28

| dicas

Aplicação prática do BrOffice Calc 35

Desenhando diagramas no BrOfficeDraw facilmente com a extensãoDiagram

37

O Navegador 40

Diagramando um folder com BrOffice Draw 43

Page 3: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 3 Novembro/2010

| editorial

stamos fechando essa edição da revista em meio ao alvoroço

dos preparativos para um dos maiores eventos de tecnologia do

país, a Conferência Latino Americana de Software Livre, conhecida

como Latinoware. Outro assunto que vem ocupando as mentes e

redações no Brasil é a sucessão presidencial e o que o resultado

pode afetar nos mais variados setores. Em nosso caso, o que

importa mesmo é que o País possa continuar investindo e

apostando em soluções nacionais, que inclua digitalmente todas as

pessoas.

Voltando a falar sobre a Latinoware, a comunidade BrOffice.org vai

marcar sua presença apresentando palestras e ficando à disposição

para sanar dúvidas sobre a comunidade e a suite livre mais usada

no mundo.

Às vésperas do lançamento da versão estável do LibreOffice,

previsto para o mês de novembro, essa será uma grande chance de

falar com representantes, no Brasil, da The Document Foundation.

Na matéria de capa mais um case vitorioso de migração para

BrOffice. O Fundo de Pensão fundado pelo Serpro, Serviço Federal

de Processamento de Dados, fez a opção de migrar todas as suas

máquinas para Ubuntu e BrOffice. Estamos contando tudo sobre os

preparativos, sobre as resistências, sobre o treinamento e mudança

de comportamento do usuário.

Um artigo escrito a seis mãos, pelo pessoal do CDI Campinas,

Comitê para Democratização da Internet, André, Helena e Patrícia,

nos traz um panorama da Inclusão Digital no Brasil com números

que demonstram que o país pode atingir o seu objetivo em 2017.

Mas será que a tarefa de Inclusão Digital estaria cumprida? É a

reflexão que o artigo faz.

Na seção Como Nós, algumas dicas sobre suporte técnico para

ferramentas livres, sobretudo, o BrOffice. E por falar em dicas, a

edição está repleta de dicas e um tutorial muito interessante sobre

expressões regulares no BrOffice. O autor do tutorial dispensa

comentários. Julio Neves é um reconhecido especialista em shell

script e um colaborador da comunidade BrOffice.org.

Boa leitura!!

EE

Colaboradores desta edição Redação:André Luís BordignonCarlisson GaldinoCésar BrodHelena WhiteJulio NevesLuiz OliveiraPatrícia NobrePedro CiríacoRochele Prass

Dicas | Dicas Rápidas | Tutorial:Cícero Pinho CunhaClóvis Tristão – TraduçãoLuiz OliveiraMarcelo MassaoRenata MarquesRubens QueirozRui Ogawa

Diagramação:Duilio NetoEliane DomingosRenata MarquesRui Ogawa

Revisão:Clóvis TristãoFátima ContiLuiz OliveiraRenata MarquesRicardo Pontes

Capa:Duilio Neto

Edição:Luiz Oliveira [email protected]

Revisora responsável:Vera Lúcia Cavalcante [email protected]

Jornalista responsável:Luiz Oliveira – Mtb.31064

Coordenador Geral BrOffice.org:Claudio Ferreira Filho | [email protected]

Coordenadora Revista BrOffice.org:Eliane Domingos de [email protected]

Escreva para a Revista BrOffice.org:[email protected]

Edições anteriores: www.broffice.org/revistaO conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos proprietários

O que é o BrOfficeÉ o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, matemático e banco de dados, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalha para a difusão do SL/CA no País.

DesenvolvimentoEsta revista foi elaborada no BrOffice, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, diagramação. A reprodução do material contido nesta revista é permitida desde que se incluam os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org – www.broffice.org/revista em local visível.

O BrOffice.org declara não ter interesse de propriedade nas imagens. Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos autores/proprietários.

O conteúdo da Revista Broffice.org está protegido sob a licença Crea-tive Commons BY-NC-SA, disponível no www.creativecommons.org.br. Esta licença não se aplica a nenhuma imagem exibida na revista, e para utilização delas obtenha autorização junto ao respectivo autor.

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 4 Novembro/2010

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Conhecendo os colaboradores |

Conhecendoalgunscolaboradores

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 5 Novembro/2010

entrevista |

TJDFT desenvolve sistema de TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando controle de processos usando

BrOffice e outras tecnologias livresBrOffice e outras tecnologias livres

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Por Rochele Prass

Marco A. S. Reis - Especialista em sistemas ditribuídos, é arquiteto de software no TJDFT onde

desenvolve frameworks para os sistemas internos, além de ser professor de linguagem de

programação. Seus principais interesses envolvem inteligência artificial e processamento de

linguagem natural.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT está implantando um sistema de controle de processos,

a partir de uma solução que utiliza o BrOffice em um dos módulos centrais do sistema de controle de processos jurídicos, o

SISTJWEB. Ao todo, o projeto atende a 110 usuários. O desenvolvimento contou com 20 profissionais, entre

programadores, analistas e gerentes de projeto.

Conforme explica Marcos Reis, da Subsecretaria de Desenvolvimento de Sistemas do órgão, a ideia surgiu da necessidade

de atualização dos sistemas do tribunal para a plataforma web e da necessidade de automatizar esse processo. Ele explica

que os usuários estão, tradicionalmente, acostumados a simplesmente abrir um programa e editar o seu texto.

Entretanto, pondera, em uma organização como o TJDFT, em que circulam milhões de textos – todos de altíssima

importância, gerar manualmente todos esses documentos demanda um esforço muito grande. “Se houvesse a

possibilidade de automatizar esta atividade haveria um ganho muito grande tanto na produtividade quanto na padronização

dos documentos”, diz. Para se ter uma ideia, com a tecnologia desenvolvida, o órgão produz atualmente uma média de 500

atos por dia, o que dá um volume de aproximadamente 10 mil documentos por mês.

A suíte de escritório aberta foi escolhida para esta finalidade, justamente por ser compatível com tecnologias abertas e com

formatos utilizados na internet. Isso porque possui uma interface de programação (API), que se chama Uno (de Universal

Network Objects), permitindo que os desenvolvedores utilizem todas as funcionalidades da ferramenta dentro de um

sistema. Assim, o sistema poderia criar um documento de texto, adicionar novas linhas, formatar parágrafos, criar tabelas,

mudar o estilo da fonte e todas as demais opções disponíveis sem que o usuário precise abrir a ferramenta. Na entrevista a

seguir, Marco Reis detalha o projeto:

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 6 Novembro/2010

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TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass

entrevista |

Pode detalhar o funcionamento da solução?

A geração de “Atos Processuais” é uma das

funcionalidades principais do SISTJWEB, o sistema de

controle de processos jurídicos utilizado no TJDFT. Pode-

se dizer que é o “coração” do sistema. O BrOffice é

utilizado por meio de acesso via Sockets para fazer a

mesclagem dos documentos, substituição dos parâmetros

e, finalmente a geração de um PDF para ser assinado

digitalmente.

Este serviço deve estar on-line 24 horas e 7 dias por

semana. A alta disponibilidade é conseguida utilizando

diversos servidores virtualizados para responder às

centenas de requisições diárias. Para realizar o

balanceamento da carga entre os servidores, foi criado

um componente que é responsável por dividir as diversas

requisições (são centenas de documentos gerados

diariamente). Quando algum dos servidores fica

indisponível, a equipe de suporte é notificada por e-mail.

Por se tratar de um ponto crítico do tribunal, foi criada

uma ferramenta para monitoramento e gerenciamento do

status dos servidores, que não podem parar.

Nos últimos 10 anos, tivemos a Nos últimos 10 anos, tivemos a

popularização da internet e os popularização da internet e os

aplicativos deveriam ser migrados aplicativos deveriam ser migrados

para esse novo cenário, livrando o para esse novo cenário, livrando o usuário da necessidade de ter o usuário da necessidade de ter o

software instalado em cada software instalado em cada

computador. computador.

Como funciona, neste caso, a certificação digital e

qual a sua importância para a segurança das

informações contidas nos documentos?

A certificação digital é essencial para este tipo de

documento, já que os atos gerados fazem parte de

processos judiciais. Cada usuário possui um token

(espécie de pen drive que contém um certificado digital

com valor jurídico, emitido por uma autoridade

certificadora). No sistema, o usuário seleciona os

documentos que deseja assinar, e clica no respectivo

botão de assinatura. Neste momento, a aplicação usa a

suíte de escritório para gerar o documento final,

encaminha para um applet Java que lê o certificado do

token e solicita a respectiva senha do usuário. O

documento assinado é, então, encaminhado de volta para

o servidor que armazena este documento em um servidor

de arquivos.

Quais foram as necessidades e solicitações de

usuários que motivaram o desenvolvimento do

sistema? Poderia citar exemplos de situações e

dificuldades que eles enfrentavam antes da

implementação?

Os sistemas legados tinham limitações técnicas e

funcionais, demandando muito esforço para manutenção.

Num primeiro esforço de migração, uma parte desses

sistemas foi migrada para Visual Basic, passando do

antigo terminal utilizado nos anos 1980 para o desktop

que durou toda a década de 1990. Nos últimos 10 anos,

tivemos a popularização da internet e os aplicativos

deveriam ser migrados para esse novo cenário, livrando o

usuário da necessidade de ter o software instalado em

cada computador. Por se tratar de um tribunal, a geração

de documentos jurídicos é a principal funcionalidade dos

sistemas internos. Tais documentos possuem cabeçalhos

e rodapés pré-definidos, além de existirem modelos para

cada tipo de ato (Ofício, Mandados, Decisões etc),

mudando apenas o teor deste documento. Além disso, os

modelos deveriam funcionar como espécies de malas

diretas, em que parâmetros poderiam ser definidos (como

número e classe do processo, nome das partes, data da

distribuição etc) e seriam substituídos no momento da

assinatura digital do ato. Este é o papel da suíte.

Quais são as funcionalidades que a tecnologia

permite e de que modo melhoram o dia a dia dos

usuários?

A solução consiste basicamente em um editor de textos

web que serve como interface com o usuário. Após

digitado o texto - uma decisão do juiz, por exemplo, a

aplicação envia esses dados em formato HTML para que

o BrOffice formate o documento com o seu respectivo

modelo e adicione os demais componentes como

cabeçalho e rodapé. Uma vez que o documento esteja

pronto, é gerado um PDF que será assinado digitalmente.

Page 7: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 7 Novembro/2010

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TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass

entrevista |

Em que fase da implementação o projeto encontra-se

atualmente?

Após implantação da solução nos juízos da Vara de

Execuções Penais (VEP) e da Vara de Execuções Penais

e Medidas Alternativas (VEPEMA), como projeto-piloto,

está sendo avaliada estrategicamente a expansão do

sistema para os juizados especiais de Fazenda Pública

ou para as Varas Criminais, o que deve representar um

crescimento de cerca de 25% na quantidade de usuários,

já num primeiro momento.

Quais são as metas e prazos?

A meta é a expansão do sistema para todo o TJDFT, tanto

na primeira quanto na segunda instância. O prazo para a

expansão, no que tange à 1ª Instância, ainda aguarda

definição por parte da Corregedoria da Justiça. Quanto à

2ª Instância, o prazo previsto é Janeiro/2012.

Quanto tempo de desenvolvimento?

Foram sete meses de desenvolvimento até a implantação

do piloto nos juízos da Vara de Execuções Penais VEP e

da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas

VEPEMA. Com a ampliação de escopo decorrente da

implementação de novas funcionalidades, visando à

expansão do sistema, o desenvolvimento é constante,

inclusive atendendo à determinação da Administração

Superior do TJDFT de que toda nova necessidade seja

implementada no âmbito do SISTJWEB.

Pode explicar o tipo de informação que circula nos

“atos processuais”, bem como a importância da

preservação desses dados para o andamento dos

trabalhos do órgão?

As informações constantes dos atos processuais são, em

grande parte, despachos, decisões, sentenças judiciais,

mandatos de prisão e soltura, proferidas pelos órgãos do

Poder Judiciário, tratando-se de informação crítica,

imprescindível à operacionalidade da instituição.

Trata-se de uma aplicação crítica... Pode dar um

exemplo de problemas que não podem ocorrer de

forma alguma e que prejuízos trariam às atividades do

órgão?

Uma vez assinados, os documentos não podem ser

alterados. Isso é garantido a partir da própria assinatura

que possui não só o PDF, como também os dados do

certificado emitido por autoridade certificadora. O ato

judicial é a materialização da atividade-fim da instituição,

ou seja, representa, de fato, o produto esperado pelo

cliente do TJDFT. Nesse sentido, a indisponibilidade dos

serviços responsáveis pela geração e assinatura dos

atos, em última análise, impediria a prestação da

atividade jurisdicional por parte do magistrado, frustrando,

assim, os anseios de toda a sociedade. Basta pensar em

uma situação em que o magistrado não pode emitir um

mandado de prisão urgente porque o sistema está fora do

ar. Da mesma forma, não é aceitável que alguém continue

preso porque o sistema não permite a emissão de um ato

que possibilite a liberdade.

Está sendo avaliada Está sendo avaliada

estrategicamente a expansão estrategicamente a expansão

do sistema para os juizados do sistema para os juizados

especiais de Fazenda Pública especiais de Fazenda Pública

ou para as Varas Criminais, o ou para as Varas Criminais, o

que deve representar um que deve representar um

crescimento de cerca de 25% crescimento de cerca de 25%

na quantidade de usuários, já na quantidade de usuários, já

num primeiro momento.num primeiro momento.

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 8 Novembro/2010

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TJDFT desenvolve sistema de controle de processos usando BrOffice e outras tecnologias livres| Por Rochele Prass

entrevista |

Dentre as soluções tecnológicas possíveis para esta

demanda, quais foram as razões da equipe de TI

buscar soluções em software livre?

A economia de recursos é certamente importante, uma

vez que estamos tratando de orçamento público. Nesse

sentido, a plataforma Java se mostrou aderente às

necessidades do tribunal. Além da economia,

escalabilidade (a possibilidade de crescimento do número

de usuários atendidos) e segurança, a linguagem Java é

relativamente fácil de aprender e tem boa produtividade.

O mais importante é que hoje temos produtos grátis com

a mesma qualidade dos concorrentes pagos.

Conseguimos atender aos clientes com soluções criativas

e elegantes sem precisar pagar por licenças, muitas

vezes com preços proibitivos, principalmente em se

tratando de Brasil.

Existe uma estimativa de economia em recursos

financeiros através do uso de software livre?

O ambiente de desenvolvimento do TJDFT é

essencialmente constituído de ferramentas livres, como

Eclipse, iReport e Tomcat, mas não há um estudo formal

sobre os recursos economizados com essa iniciativa.

Houve dificuldades técnicas para tal

desenvolvimento? Quais e como foram superadas?

A maior dificuldade foi a escalabilidade, pois no início do

projeto foi definido apenas um servidor BrOffice, que era

acessado via rede para fazer a geração dos documentos.

Com o passar do tempo, aumentou muito a quantidade de

usuários que preparavam e assinavam documentos

simultaneamente. Isso tornou necessário um controle

maior dos servidores, com balanceamento de carga e

controle de erros caso algum processo estivesse fora do

ar. Hoje o sistema está no ar, em produção com seis

servidores BrOffice dedicados apenas para o sistema

SISTJWEB.

No que se refere aos usuários, quais são os

procedimentos adotados?

Há necessidade de treinamento no uso do sistema

SISTJWEB. Esse treinamento inclui o módulo de Atos,

que possui as funcionalidades de preparação, remessa,

alteração e assinatura desses documentos. O BrOffice é

utilizado de forma absolutamente transparente para o

usuário final.

Existe intenção de compartilhar a tecnologia

desenvolvida com outros órgãos ou disponibilizá-la

para demandas semelhantes de outras instituições?

Outros tribunais já utilizam produtos desenvolvidos pelo

TJDFT. Normalmente, nossos sistemas são requisitados

através de pedidos formais feitos à administração do

TJDFT.

Padrões abertos de documentos, como o ODF, são

uma saída para instituições que precisam preservar

arquivos por longos períodos ficando disponíveis

para consulta e edição posterior?

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão da

administração pública responsável pelo planejamento do

judiciário, publicou portarias indicando a intenção de

utilizar cada vez mais soluções abertas.

Quanto tempo é necessário guardar os documentos

digitais segundo a legislação?

Existe uma tabela de temporalidade e o período

obrigatório de armazenamento varia de acordo com cada

tipo de documento.

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 9 Novembro/2010

Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre

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artigo |

Inclusão Digital:

Umaetapacomos diascontados?

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da

s dados da última pesquisa

TIC Domicílios 2009, que chegou a

sua 5ª edição, mostram a evolução da

posse e uso das tecnologias de informação

e comunicação no Brasil. Ela nos dá uma

visão ampla da situação da inclusão digital

no país. Olhando para os números,

podemos perceber que 27% dos domicílios

já possuem acesso à internet e 34%

possuem computador. Mas, não podemos

olhar somente os números: precisamos

ainda analisar a tendência desse

crescimento.

Em 2005, tínhamos 13% de domicílios com acesso à

internet; em 2006, 14%; em 2007, 17%; em 2008, 20%; e em

2009, 27%, considerando somente a área urbana. Na área

rural, de acordo com a pesquisa, 24% dos domicílios têm

acesso à rede mundial de computadores. Com isso,

podemos calcular o crescimento. Fazendo um exercício de

previsão com a taxa média de 16%, podemos supor que o

acesso à internet pode atingir o índice de 90% de domicílios

em 2017, o que seria espetacular.

No entanto, será que a tarefa de Inclusão Digital estaria

cumprida com essa taxa de acesso? Para responder a essa

questão, precisamos definir o que é inclusão digital. Já existe

um consenso de que a inclusão digital é o acesso a toda

infraestrutura para qualquer pessoa poder usar computador e

internet, além da oportunidade para obter conhecimentos

básicos para manuseá-lo. Porém, consideramos essa

definição muito limitada e apresentaremos a seguir os

motivos.

“”

O

Fazendo um exercício de previsão com a taxa médiade 16%, podemos supor que o acesso à internet pode

atingir o índice de 90% de domicílios em 2017

Page 10: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 10 Novembro/2010

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Não podemos simplesmente pensar o tecnológico e

esquecer o aspecto pedagógico de como se apropriar da

tecnologia. É a educação e a conscientização que irão

mostrar os caminhos para que essa apropriação se dê de

maneira que o usuário a utilize como ferramenta para se

emancipar, e não se subordine a ela, utilizando-a

simplesmente como receptor de ideias, como acontece

com a televisão. O mercado vaticina que o próprio avanço

da economia trará, inevitavelmente, a inclusão dos

excluídos digitalmente. Se deixarmos o mercado tomar

conta do processo, teremos novamente o poder

hegemônico dominando, expandindo e consolidando os

monopólios informacionais, subordinado à dinâmica

empresarial do lucro.

O professor Sérgio Amadeu já nos alertou: “O mercado,

as forças da oferta, primeiro pensam em vender e ampliar

as vendas de seus produtos e serviços. Dificilmente a

inserção social ocorrerá como uma externalidade positiva

do cruzamento das curvas da oferta e da demanda

produzidas pelas forças de mercado ou, também, por um

ato voluntário e consciente do empresariado sério e

altruísta”.

A Internet nos proporciona ferramentas que aumentam o

poder da democracia. Ela possibilita que qualquer pessoa

possa publicar suas ideias e disponibilizar na rede.

Podemos acompanhar mais de perto as ações de nossos

governantes. Existem inúmeras possibilidades para ler

conteúdo, e não somente alguns poucos canais abertos

como na televisão. Explorar essas alternativas e opções

da Internet é garantir seu uso democrático.

Além disso, por essa característica de ser extremamente

democrática, a internet pode levar a caminhos não tão

emancipadores como podemos sonhar. Sem uma

proposta pedagógica clara de apropriação dessa

tecnologia, podemos subutilizá-la e corremos o risco de

não retirar o máximo dessa ferramenta para a construção

da cidadania.

Que fique claro aqui que não é uma defesa de visão

única, mas sim da apresentação das várias opções para

que o usuário possa tomar a sua decisão sobre qual

caminho seguir.

O local de acesso é um fator importante para

conscientizar o usuário de como utilizar a rede. A

pesquisa que citamos anteriormente mostra que 48% do

acesso à internet se dá através das casas das pessoas,

seguido pelos centros públicos de acesso pago, as lan

houses, que ficam com 45% dessa fatia. Os centros

públicos ficam com 4% dos números.

Portanto, percebemos que a escola e os centros públicos

de acesso gratuito (telecentros) somam juntos 18%, o que

é muito pouco. Nesses espaços, deveria haver um projeto

pedagógico para a conscientização sobre o acesso.

Temos visto muitos projetos excelentes, mas,

infelizmente, percebemos que ainda não são a maioria.

Quando se fala em inclusão digital, são propostas de

acesso à tecnologia sem um acompanhamento

pedagógico que eduque a sua utilização de uma maneira

crítica e consciente. Se continuarmos nessa visão limitada

para a inclusão digital, teremos novamente uma

tecnologia sendo utilizada para controle social, e não para

a construção da cidadania.

Existem inúmeras possibilidades para ler conteúdo, e não somente alguns poucos

canais abertos como na televisão. Explorar essas alternativas e opções da Internet é garantir seu uso democrático

Inclusão Digital: Uma etapa com os dias contados? | Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre

artigo |

Local de acesso individual à Internet

Em casa 50%

Centro público de acesso pago 44%

Na casa de outra pessoa 26%

No trabalho 22%

Na escola 14%

Centro público de acesso gratuito 4%

Não podemos simplesmente

pensar o tecnológico e esquecer o

aspecto pedagógico de

como se apropriar da tecnologia

O local de acessoé um fator

importante para conscientizar o

usuário de como utilizar a rede

“ “

””

Page 11: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 11 Novembro/2010

Ao analisarmos a tendência de avanço do acesso ao

computador e à internet, percebemos que o maior

potencial de crescimento é nas classes sociais que

usaram acessos públicos. Somando ao projeto de

abertura de 3 mil telecentros que o Governo Federal

acaba de lançar, temos hoje uma grande oportunidade de

trabalho. Teremos muito mais gente acessando. O que

temos que garantir é a qualidade desses acessos.

Se continuarmos nessa visão limitadapara a inclusão digital, teremos

novamente uma tecnologia sendoutilizada para controle social, e não

para a construção da cidadania

Para concluir, apresentamos aqui uma definição mais

ampla, ainda em construção, do que seria a inclusão

digital: é a disponibilidade de acesso à rede mundial de

computadores a todos aqueles que, com a utilização

dessa tecnologia, possam desempenhar qualquer

atividade para a promoção humana, bem como acesso à

formação para esse acesso.

Teremos muito mais gente acessando – temos é que garantir a qualidade

desses acessos

Formação essa, crítica e consciente, que contemple não

somente a habilidade técnica para o acesso, mas a

formação de uma consciência crítica para esse acesso,

de forma que a emancipação do ser humano seja o

principal objetivo. Quem sabe, num futuro não tão

distante, o povo possa se apropriar dessa tecnologia

transformando-a conforme suas escolhas para a

construção efetiva da cidadania?

Inclusão Digital: Uma etapa com os dias contados? | Por André Luís Bordignon, Helena White e Patrícia Nobre

artigo |

“ “”

Referências

1. Análise dos Resultados da TIC Domicílios 2009: http://www.cetic.br/usuarios/tic/2009/analise-tic-domicilios2009.pdf

2. Inclusão Digital, Software Livre E Globalização Contra Hegemônica:

Page 12: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 12 Novembro/2010

Por Rochele Prass

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novas tecnologias |

BrOffice:BrOffice:

ferramenta de ferramenta de

construção construção

para novas para novas

tecnologiastecnologias

Novas formas de interagir com a máquina é um dos

tantos novos caminhos e desafios da informática. Há

muito já não faz parte do universo da ficção científica

aparelhos que podem ser comandados pela voz ou pelo

toque na tela, sem o uso de periféricos. O que pouca

gente sabe é que, com um mínimo de recursos,

conhecimento e muito software livre, é possível construir

aparelhos semelhantes em casa mesmo – e em pouco

tempo.

É isso que mostram os desenvolvedores da tela

multitoque, projeto apresentado aos visitantes do fisl11.

Apesar de a tecnologia empregada ser diferente do já

popular touch screen (encontrado em vários aparelhos de

telefone), o princípio é o mesmo. “É possível fazer essas

coisas sem ter uma indústria gigantesca e proprietária”,

diz Gerson Tessler, que desenvolveu o projeto junto com

um colega. Ao construir a tela multitoque, Gerson conta

que uma das preocupações era empregar tecnologias

livres em cada um dos detalhes.

Assista ao vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=F7dLiKt0dc0

E o BrOffice está lá em cada pedaço da telona interativa,

para quem puder ver. Isso porque o Draw foi usado pelos

desenvolvedores como ferramenta de CAD para criar todo

o design do projeto - desde a construção da estrutura da

tela, quanto o projeto eletrônico. No Draw, foram

especificadas dimensões e tamanhos, orientando como

deveriam ser realizados os cortes em madeiras e outros

materiais para a construção da estrutura.

Além disso, todo o cálculo óptico da tela compilante, que

conta com um sistema de captura e exibição de imagens,

determinando os resultados do toque na, foi realizado

pelo BrOffice Draw. “Eu me senti mais confortável, com

muito mais velocidade e produtividade”, diz Gerson ao

falar sobre a escolha do Draw para a tarefa.

Page 13: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 13 Novembro/2010

Da decisão sobre fazer até a apresentação da tela que

impressionou milhares de visitantes no fisl11, foram

apenas 3 meses e meio (entre finais de semana e

madrugadas), conta Gerson. No período, foram

desenvolvidas todas as aplicações de demonstração,

desenho e construção da tela.

A ideia de construir algo do tipo, entretanto, é um pouco

mais antiga: já fazia parte dos planos de Gerson desde a

clássica apresentação da telona sensível ao toque feita

por Jeff Han na TDE. Em seguida, ele passou a integrar

um grupo internacional que se dedica ao estudo e

desenvolvimento de soluções de informática focadas em

interfaces naturais, o NUI Group - natural user interface

Group.

Ao falar sobre tendências tecnológicas, Gerson explica: “A

interface multitoque traz de volta ao ser humano o que é

natural para ele: interagir com as mãos”. O desenvolvedor

cita como exemplo uma das primeiras reações de uma

criança em frente a um computador: colocar a mão na tela

para que a máquina tenha alguma reação.

Outra preocupação que a dupla teve foi de tornar o

projeto colaborativo e multidisciplinar: “desenvolver esse

tipo de tecnologia não é só software, envolve hardware,

envolve química, engenharia, eletrônica”, diz Gerson. Os

desenvolvedores, que se dedicam à arquitetura do design

de aplicações e de interfaces do gênero, também já

desenvolveram uma vitrine e um piso multitoque.

BrOffice : ferramenta de construção para novas tecnologias | Por Rochele Prass

novas tecnologias |

Gerson Tessler apresenta a criação aos visitantes do fisl11

Projeto chamou atenção de participantes e visitantes do fisl11

Page 14: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 14 Novembro/2010

Por Luiz Oliveira

dica rápida |

Vamos utilizar o Slackbuilds para nos ajudar nessa tarefa.

Primeiro baixe dois arquivos a partir do repositório do

Slackbuilds:

Arquivo 01:

ftp://ftp.broffice.org/stable/3.2.1/BrOOo_3.2.1_Linux_x86-

64_install-rpm-wJRE_pt-BR.tar.gz

Arquivo 02:

http://slackbuilds.org/slackbuilds/13.1/office/broffice.org.tar.

gz

O arquivo número 01 é o fonte e no arquivo número 02

contém o script de instalação. Os comandos abaixo tem

que ser executados como root. Descompacte o arquivo

broffice.org.tar.gz com o comando:

# tar -zxvf broffice.org.tar.gz

Entre no diretório “broffice.org”. Copie o arquivo fonte, nú-

mero 01, para dentro desse diretório “broffice.org”.

Agora é só executar o script:

#./broffice.org.SlackBuild

Isso vai gerar um pacote para o Slackware que estará no

diretório /tmp:

#installpkg /tmp/broffice.org-3.2.1_pt_BR-x86_64-

1_SBo.tgz

Pronto. Tudo estará funcionando perfeitamente, inclusive já

com o Vero instalado.

Referências:

http://slackbuilds.org/repository/13.1/office/broffice.org/

http://www.slackware.com/

http://broffice.org/download

Instalando o BrOffice no Slackware64 13.1

Tradução e adaptação – Clóvis Tristão

Adicionar uma pitada de cor para fragmentos de código em

um documento do Writer pode torná-lo mais fácil de ler.

Mas colorir o código à mão é uma proposta bastante

assustadora, especialmente se o documento contiver

centenas de linhas.

Figura 1: Colorindo um código bash no Writer

Felizmente, existe uma extensão para isso: COOoder [1] é

uma extensão que pode colorir automaticamente o código

em várias linguagens de programação. A Figura 1 mostra a

extensão em ação.

Colorindo códigos com a extensão COOoder no BrOffice Writer

Instale a extensão, selecione o fragmento de código que

você deseja colorir, pressione o botão COOoder na barra

de ferramentas ou escolha

Ferramentas | Suplementos | COOoder)

selecione o idioma desejado e pressione OK

COOoder baseia-se na GeSHi [2] sintaxe de marcação.

Assim, a extensão pode lidar com todos os idiomas

suportados pelo GeSHi. Isso inclui HTML, JavaScript,

Python, Java, PHP, SQL, OpenOffice.org Basic, e muitos

outros.

Referências:

[1] http://extensions.services.openoffice.org/en/project/coooder

[2] http://qbnz.com/highlighter/

Fonte: Linux Today

Autor: Dmitri Popov

Page 15: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 15 Novembro/2010

Por Renata Marques

dica rápida |

Sabe aquele formulário que seus funcionários preenchem

na mão e que você sofre para entender a letra? Ou aquele

outro que é um arquivo de texto e que seu usuário

desarruma todo durante o preenchimento? Resolva isso

criando um formulário PDF. Veja como é fácil.

Crie um arquivo no BrOffice Writer. Digite os campos do

formulário. Se quiser, pode utilizar uma tabela para auxiliar

na formatação.

Vá no menu Exibir > Barra de Ferramentas > Controle de

Formulários.

Utilizando essa barra de ferramentas, insira os campos de

formulário mais adequados a cada tipo de campo.

Você pode tirar as bordas dos campos, clicando no campo,

em seguida no ícone controle da barra de ferramenta de

formulários e localizando a opção borda.

Por Marcelo Massao

Em muitas situações, precisamos trabalhar com

documentos ou planilhas que exigem a exibição de

números por extenso. Ex.: R$ 13,00 (treze reais). Existe no

BrOffice uma extensão que permite fazer esta operação de

maneira simples e rápida.

Em primeiro lugar, faça o download em

http://www.openoffice.org.br/files/BrOo_Extenso.oxt e em

seguida em Ferramentas – Gerenciador de Extensões.

Após, localize onde e extensão foi salva e a adicione.

Números por extenso.

Depois de instalada, a extensão será exibida na barra

superior estando pronta para ser utilizada.

Exporte o arquivo como PDF e pronto! Veja como ficou.

Para navegar entre os campos durante o preenchimento, a

tecla tab é super bem-vinda!

Para aplicar o recurso, basta selecionar o número e clicar

no botão e o resultado será a exibição por

extenso do número selecionado.

Criando um formulário com BrOffice

Page 16: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 16 Novembro/2010

Por Luiz Oliveira

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como nós ... |

...damos suporte técnico

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Uma das críticas feitas ao modelo de negócios com Open

Source é a suposta falta de suporte técnico. Para alguns

entusiastas, no entanto, não é bem assim.

Em recente artigo publicado na Internet[1], Rodrigo

Robles, desenvolvedor de sistemas, diz o seguinte sobre

o assunto: “É paradoxal, mas para alguns softwares

comerciais o suporte é pior que o de seus concorrentes

de fonte aberto. Mesmo você pagando pelo suporte,

alguns problemas podem não ser resolvidos pelo

fornecedor. No caso dos softwares de fonte aberto é fácil

ter acesso a comunidade de desenvolvedores e obter

respostas técnicas às questões mais complexas.

Empresas de segurança já comprovaram que as

empresas produtoras de softwares de fonte fechado

demoram para fazer correções de falhas de segurança,

porquê esta ação implica em custo que não lhes traz

benefícios imediatos.”

Polêmicas à parte, a comunidade BrOffice.org, desde o

início, se preocupou com essa questão e passou a

oferecer várias formas de suporte para o usuário e

também para as corporações.

Projeto Documentação [2]

Esse projeto tem o objetivo de fornecer apostilas e

tutoriais produzidos pela equipe de documentação do

BrOffice, ou vindas de contribuições da comunidade.

Inclui tanto documentos originais quanto versões

traduzidas para o português a partir de documentos em

inglês, italiano, francês e espanhol. O grande destaque

desse projeto está no incentivo para que usuários

experientes colaborem enviando documentos para serem

compartilhados.

Caso você deseje colaborar, entre em contato com o

coordenador do projeto, Gustavo Pacheco, através do e-

mail gbpacheco_em_openoffice.org. Você pode auxiliar o

Projeto de Documentação através da tradução de

documentos, do desenvolvimento de material informativo

e da documentação de cases.

Uma lista de perguntas frequentes também está

disponível no portal BrOffice.org[3]. E por falar em lista,

uma das maneiras mais proveitosas de se conseguir uma

ajuda ou de ajudar alguém com alguma dúvida de

Page 17: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 17 Novembro/2010

BrOffice é participando das movimentadas listas de

usuários[4] e de desenvolvimento[5]. É através dessas

listas de discussão que os usuários e desenvolvedores

trocam informações, experiências, dúvidas e soluções.

Uma outra forma de conseguir ajuda nos momentos mais

difíceis é usar o sistema Rau-tu[6] e a coluna Dicas-l

BrOffice.org[7], projetos mantidos pela Unicamp. O Rau-

Tu é um sistema de perguntas e respostas que abrange

diversas áreas de conhecimento, denominadas tópicos.

Todas as perguntas já formuladas - e suas respectivas

respostas - ficam armazenadas na base de dados do

sistema. Assim, você pode fazer uma busca para saber

se já há uma resposta para a sua dúvida. Caso a busca

não solucione suas dúvidas, basta inserir uma nova

pergunta. Em pouco tempo, algum colaborador irá

respondê-la. Para formular perguntas, assim como

acessar o repositório de perguntas e respostas, não é

necessário se cadastrar. Se você já utiliza o BrOffice e

tem alguma experiência com ele, pode ajudar outros

usuários que encontram dificuldade, inscrevendo-se como

colaborador no Sistema Rau-tu[7].

O objetivo da coluna Dicas-L BrOffice.org é fornecer

semanalmente artigos relacionados ao BrOffice, trazendo

curiosidades da ferramenta, dicas de uso e técnicas

diversas para auxiliar o usuário. Os dois projetos são

mantidos pelo entusiasta Rubens Queiroz.

Suporte Comercial:

Até aqui o usuário doméstico pode ficar satisfeito e

encontrar tudo que precisa para aproveitar as facilidades

da suíte livre mais usada no mundo. Entretanto, quando

se trata de ambiente corporativo as coisas mudam de

figura. Para Anita Sobreira, Analista de TI das Casas

André Luiz, da cidade de Guarulhos, uma entidade sem

fins lucrativos que cuida de pessoas com necessidades

especiais, uma migração eficiente passa pelo

convencimento do Presidente da Empresa ou Instituição.

Ela se diz bastante convencida sobre o aumento da

produtividade a partir da migração para Linux e BrOffice.

Por esse motivo está escrevendo um projeto que

pretende apresentar ao presidente da entidade.

Outro caso bastante interessante é de uma academia de

artes marciais, em Campinas, cidade do interior do

Estado de São Paulo, com apenas dois computadores. O

sócio proprietário, Professor Leandro Romano, não

pensou duas vezes, quando lhe foi apresentada a solução

como nós ... |...damos suporte técnico | Por Luiz Oliveira

[1] Uso de Sistemas de Fonte Aberto no Ambiente Corporativohttp://twixar.com/vRLdC

[2] http://broffice.org/docs

[3] http://broffice.org/broo/?q=faq_principal

[6] http://www.rau-tu.unicamp.br/openoffice/

[7] http://www.dicas-l.com.br/broffice/

[4]Usuários Descrição: Esta lista é onde os usuários trocam experiências, compartilham conhecimento e discutem os mais diversos assuntos relacionados ao programa e à comunidade BrOffice.Para assinar, envie um e-mail para: [email protected] cancelar a assinatura, envie um e-mail para: [email protected] postar mensagens, envie um e-mail para: [email protected]ê também pode ver o arquivo da lista, organizado por períodos de tempo, ou então fazer uma busca sobre um assunto específico.

[5]Dev Descrição: Lista destinada a troca de informações entre a equipe de desenvolvimento do BrOffice.org. Assuntos relativos a tradução do programa, compilação, criação de pacotes são discutidos aqui.Para assinar, envie um e-mail para: [email protected] cancelar a assinatura, envie um e-mail para: [email protected] postar mensagens, envie um e-mail para: [email protected]ê também pode ver o arquivo da lista, organizado por períodos de tempo, ou então fazer uma busca sobre um assunto específico.

Linux Ubuntu e BrOffice. Inicialmente, o principal

argumento da empresa contratada para fornecer os

equipamentos e softwares para a academia foi a

economia e a segurança oferecida pelos softwares de

códigos abertos. O Professor Leandro confessa que não

conhecia nem o Ubuntu nem o BrOffice, mas se diz

satisfeito com a solução e não pretende trocar tão cedo.

Ressalta ainda que se sente mais seguro em relação à

navegação na internet uma vez que não consegue

“monitorar” os sites que os funcionários entram.

Mas nem tudo foi perfeito no início. Segundo o Professor,

as principais dificuldades foram com formatação de textos

e planilhas e também com inserção de senhas em

arquivos sigilosos. Por esse motivo, a Academia Punho

da Pantera, mesmo com apenas dois computadores,

decidiu ter suporte técnico especializado para não correr

riscos desnecessários.

Algumas grandes empresas que já migraram para

BrOffice, como é o caso da Petrobrás, SERPROS e

PetroS, pediram ajuda especializada dos consultores da

BrOffice.org, sobretudo para soluções em áreas criticas e

também para treinamentos e suporte técnico programado.

Page 18: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 18 Novembro/2010

Por Luiz Oliveira

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reportagem |

Quando o assunto é migração de

plataformas ou até mesmo mudança

de tecnologias, a estratégia, o

planejamento e o treinamento podem

ser fundamentais para o resultado

final. Há estratégias, chamadas de

verticais, baseadas em uma ordem da

direção da empresa, de cima para

baixo, uma imposição, o que, às

vezes, causa um certo

constrangimento, uma reclamação

generalizada pelos corredores da

empresa, aumentando o ruído na

“rádio peão”, mas tudo isso por causa

do medo do novo.

Esse medo é natural no ser humano como comprova

estudos de neurociência. Em artigo para a Revista

BrOffice.org, edição 12, “A Neurociência e a Arte de

Superar Mudanças”, o médico Rogério Luz Coelho sugere

que as respostas parecem residir no modo como funciona

o nosso cérebro. Ele nos fala sobre “sinapses” e

“plasticidade neuronal”, palavras complicadas que

significam recursos do cérebro para nos ajudar a adaptar

a novas formas de pensar, viver e ver a vida . Ou seja,

acabar com os efeitos colaterais das resistências naturais

às novidades.

Há empresas, no entanto, que preferem ter a participação

dos funcionários na etapa de planejamento diminuindo,

com isso, o impacto que causaria a decisão feita de

surpresa. O SERPROS preferiu o caminho do meio.

Houve uma decisão da direção devidamente aprovada

pelo Conselho Deliberativo, um estabelecimento de metas

e um incentivo financeiro.

A ideia de fazer uma migração para software livre já

estava no conselho da Instituição, mas a resistência era

muito forte a começar pela área de Tecnologia da

Informação e Suporte Técnico. Participação ativa e

comprometimento da direção, treinamento adequado e

potencialização do recurso humano, através da

valorização profissional do funcionário, são aspectos

fundamentais desse projeto do SERPROS.

* Armando Frid, Diretor Presidente da SERPROS.

Page 19: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 19 Novembro/2010

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Na tomada de decisões estratégicas, nas empresas, o

risco precisa ser calculado. Não há espaços para

aventuras. Uma das coisas que deve ser motivo de

preocupação do Gestor de uma empresa é o custo de

informática, ainda mais em nossos dias que o software

está embutido em quase tudo. E para poder acompanhar

essas contas é preciso formação adequada. Essa é a

opinião do Diretor Presidente do SERPROS, Armando

Frid, que chamou para si a responsabilidade de migrar

85% das máquinas do Fundo de Pensão que dirige. No

caso específico do BrOffice, a migração será de 100%.

Com bastante segurança e firmeza misturada com sua

tranquilidade peculiar na fala e nos gestos comedidos,

Armando Frid explica que a principal motivação para a

decisão é sua longevidade na área de informática. “Sou

da época em que o software era livre ainda, não custava

caro, a gente comprava o hardware e o software vinha

junto com a máquina.” Além disso, Armando lembra que

acompanhou o surgimento do Software Livre no final do

século passado e quando começou a ser uma realidade

dentro das organizações.

Funcionário do Serviço Federal de Processamento de

Dados – SERPRO, uma empresa pública, vinculada ao

Ministério da Fazenda, cujo negócio é a prestação de

serviços em Tecnologia da Informação e Comunicações

para o setor público, e considerada uma das maiores

organizações do setor, na América Latina, além de

fundadora e principal patrocinadora do fundo de pensão,

SERPROS, Armando trouxe consigo a experiência de ter

comandado as primeiras áreas que incorporaram o Linux

e também o OpenOffice.org. Ele lembra que estava na

área de logística e gestão de pessoas quando lançou o

desafio de modernizar a área de informática comprando

novos equipamentos. Entretanto, deixou claro que só

receberia máquinas novas quem estivesse disposto a

trabalhar com Linux. Com essa estratégia conseguiu

atingir uma meta de 70%.

Já na direção do SERPROS, Armando Frid resolve tirar

do papel o projeto que estava no Conselho Administrativo

e aprová-lo, replicando o modelo já vivenciado no Serpro.

Em sua opinião, a questão não é necessariamente

econômica, uma vez que não há necessidade de trocar a

versão do sistema operacional Windows ou do MS Office.

Entretanto, ressalta, que caso não efetue a troca desses

softwares proprietários acaba perdendo o suporte nas

versões antigas. O fato é que a troca de hardware iria ser

feita de qualquer jeito para não aumentar os custos com

manutenção. A economia, segundo Armando, está na

possibilidade de trocar o hardware utilizando Software

Livre.

Outra coisa importante, na opinião dele, é que a maioria

dos gestores atuais assumiu que as pessoas sabem, por

isso não se preocupam com treinamentos. Mas a

realidade é que cada vez é menor o conhecimento

daquilo que essas pessoas estão usando. “Na verdade,

se a gente pegar um profissional do mercado, ele usa 5%,

uma pontinha do Iceberg, dos programas oferecidos em

suítes para escritórios, por exemplo”, diz Armando. Ele

lembra também que nem sempre foi assim. No início da

revolução tecnológica e digital as empresas gastavam

boa parte do orçamento com treinamentos e cursos. Mas

com o passar do tempo os gestores começaram a

assumir que os funcionários sabiam desenvolver os

trabalhos com as ferramentas, e o pior, segundo ele, os

próprios trabalhadores começaram a pensar que sabiam.

O desafio é encarado como uma oportunidade de voltar a

treinar as pessoas com o objetivo de interromper o atual

ciclo de “empobrecimento” no que diz respeito ao

resultado do trabalho com softwares, por puro

desconhecimento da ferramenta. “O treinamento tem sido

uma oportunidade para mudança de paradigmas, para as

pessoas pensarem em software não enquanto custo, mas

enquanto conhecimento, aprendizado, possibilidade de

expandir os horizontes como profissionais”, diz Armando.

A parceria com a BrOffice.org foi acertada, segundo

Armando, a julgar pelos constantes elogios que tem

recebido, além do fato que o SERPROS acaba cumprindo

um importante papel social que é o incentivo à

comunidade que desenvolve Softwares Livres no Brasil,

combatendo a evasão de divisas, criando um “círculo

virtuoso” através das possibilidades de potencialização

das pessoas. “Dá para perceber que após as primeiras

aulas há outro olhar em relação ao que está sendo

proposto e um olhar de quem quebrou paradigmas, de

quem superou suas resistências”, comemora.

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira

reportagem |

“As pessoas mudam as organizações, mas as organizações também mudam as pessoas”

O caminho do meio na decisão de migração

Page 20: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 20 Novembro/2010

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Quando se refere à importância estratégica, Armando Frid

diz que dentro do universo de entidades de previdência

privada, o SERPROS está sendo pioneiro, um modelo, e

com isso está divulgando a experiência, apesar de ser

uma empresa relativamente pequena no setor. Avalia

ainda que parte da estratégia ultrapassa as fronteiras da

empresa que preside à medida que fomenta o mercado

aumentando a oferta de profissionais capacitados e

preparados para novos desafios.

O critério adotado na empresa na hora da decisão foi ter

presente que haveria resistências e isso deveria ser

encarado como uma coisa normal. Antes de tudo, o

relacionamento entre a empresa e os empregados, devia

ser profissional. Pensando assim, a direção tratou de

estabelecer alguns critérios para incentivar o cumprimento

da meta, através de um programa de distribuição de

renda em função de resultados do empregado. Na opinião

de Armando, quando a organização decide que quer a

mudança, deve também criar elementos que motive mais

as pessoas; a direção deve se envolver, estar presente na

mudança, ser a primeira a adotar a nova tecnologia,

liderar o processo, enfim. Considera esse relacionamento

como uma via de mão de dupla. “As pessoas mudam as

organizações, mas as organizações também mudam as

pessoas”, conclui.

O SERPROS é uma entidade fechada de previdência complementar

que tem como finalidade básica instituir e executar planos empresariais

de benefícios previdenciários para os participantes empregados de

suas patrocinadoras.

O Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados, empresa

pública vinculada ao Ministério da Fazenda, fundou o Instituto SERPRO

de Seguridade Social, em 01/10/1977. A partir de 1998 tornou-se

SERPROS Fundo Multipatrocinado, estando autorizado a administrar

planos para outras patrocinadoras e participantes, além de sua

patrocinadora instituidora, o Serpro.

Atualmente a entidade possui duas patrocinadoras: o Serpro e o próprio

SERPROS, possibilitando aos empregados das duas empresas serem

participantes dos planos de benefícios oferecidos.

Com mais de 30 anos dedicados ao bem-estar dos participantes, o

SERPROS é responsável por administrar o futuro de cerca de 30.000

vidas, entre participantes, beneficiários e designados.

Missão, Visão e Política de Qualidade.

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira

reportagem |

O setor de informática do SERPROS conta, atualmente,

com sete pessoas, sendo três delas para suporte técnico

e três para desenvolvimento de sistemas, além da

gerência do setor. Este departamento é quem viabiliza, na

prática, a mudança exigida pela empresa. Mas, por

incrível que pareça era um dos setores mais resistentes à

mudança. As dificuldades e resistências eram tantas que

o projeto acabou sendo esquecido. A argumentação

contrária ia desde a falta de suporte especializado ao

Linux na hora da implantação à dificuldade de tirar o

software proprietário dos usuários. “Antes de aceitar o

software livre aceitamos a imposição da diretoria”, lembra

Mônica Exaltação Lasneau, Gerente de Informações e

Sistemas. Ela diz ainda que as resistências começaram a

se quebrar quando a diretoria estabeleceu a meta de 85%

dentro do Plano de Participação por Desempenho – PPD,

o que na prática significava um dinheiro extra; um

incentivo mais que convincente.

“Software Livre é muito mais que economia, é uma questão de cidadania”

O treinamento acabou mostrando que o Ubuntu Linux e

BrOffice não é pior, nem melhor, apenas diferente. A

participação no Fórum Internacional de Software Livre -

Fisl, evento organizado e realizado pelo Projeto Software

Livre Brasil e pela Associação Software Livre.Org – ASL,

considerado o maior encontro de comunidades de

software livre da América Latina e um dos maiores do

mundo, ajudou a equipe de informática a entender um

pouco o significado dessa ideia por trás da adoção do

Software Livre. Mônica Lasneau conta que, no Fisl, ela

pode entender que a questão do software livre é muito

mais do que simplesmente uma economia, mas uma

questão de cidadania. Se recorda de uma palestra de

Inclusão Digital em comunidades ribeirinhas no interior do

estado do Amazonas e conclui que seria impossível fazer

isso utilizando software proprietário. A partir daí, a equipe

de informática entendeu que era um caminho sem volta e

começou o trabalho. Um estudo sobre a viabilidade

técnica foi feito com o objetivo de colocar todos os

sistemas rodando no Linux. A realidade era que todos os

softwares e sistemas da empresa tinham sido feitos para

rodar no Windows.

Área de Suporte Técnico, a última trincheira

Mônica Lasneau Mônica Lasneau Gerente de Gerente de Informações e Informações e Sistemas do Sistemas do SERPROSSERPROS

Page 21: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 21 Novembro/2010

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No início, a solução encontrada para rodar grande parte

desses sistemas foi o Wine, uma implementação livre

das bibliotecas do Windows no Linux, não sendo portanto

um emulador, pois ele não faz nenhuma emulação para

executar softwares para Windows. Entretanto, não foi

possível rodar o principal sistema da empresa,

desenvolvido especificamente para o sistema

previdenciário. Então, a saída foi rodá-lo no Ubuntu Linux

com o Virtual Box, uma máquina virtual caracterizada por

simular um sistema operacional dentro de outro já em

execução. O aspecto negativo dessa solução, segundo

Mônica Lasneau, é que há um aumento significativo de

máquinas para administrar e dar suporte com a mesma

quantidade de pessoas no setor.

A equipe de informática seguiu com o objetivo proposto

pela organização, mas se deparou com outra dificuldade.

A atualização das máquinas para versões mais recentes

do Linux e BrOffice foi feita manualmente, o que, segundo

Mônica é um fator que sobrecarrega a equipe dado o

número reduzido de funcionários.

Atualmente 80% das máquinas já foram migradas para

Ubuntu e 100% para BrOffice. Até o final deste ano, será

tirado o pacote Office proprietário de todas as máquinas.

As aulas foram ministradas dentro do auditório do

SERPROS. “Em todas as áreas temos pessoas com pós

graduação e cursos de extensão”, explica Vânia.

Entretanto, a situação no setor de Gestão, como em

outros setores, também era de resistência. Havia na

empresa um quadro de 70 funcionários, quatro estagiários

e dois jovens do CAMP Mangueira – uma entidade sem

fins econômicos que tem como objetivo contribuir para a

formação socioeducativa de adolescentes e jovens

visando capacitá-los para o mercado de trabalho. Vânia

conta que no setor de Gestão tinha uma funcionária muito

resistente à mudança e sua alegação era que utilizava

recursos indisponíveis, em outros programas. Tudo isso

reforçava a ideia de que havia a necessidade de um

treinamento amplo, geral e irrestrito.

Como a direção estava muito empenhada no

cumprimento da meta, todos os projetos de treinamento

foram aprovados e com isso a empresa toda deve ser

capacitada para trabalhar com Ubuntu Linux e BrOffice.

Para se ter uma ideia disso, de 2009 para 2010, só na

área responsável pelo parque tecnológico, pela

atualização de sistemas e suporte técnico, o valor de

investimento em treinamentos dobrou.

Para tentar captar os resultados e também fazer um

planejamento para o próximo ano, Vânia, pretende se

reunir com cada participante das turmas para saber o que

acharam dos cursos, quais foram os benefícios, e se

houve lacunas a ser preenchidas. Segundo ela, essas

lacunas vão permitir fazer uma programação mais

acertada em 2011.

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Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira

reportagem |

O setor de Gestão de pessoas ou administração de

recursos humanos cuida da associação de habilidades e

métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com

objetivo de administrar os comportamentos internos e

potencializar o capital humano. Para a Gerente de Gestão

de Pessoas do SERPROS, Vânia Ferreira L. dos Santos,

uma das razões da existência do setor é desenvolver

habilidades e conhecimentos em toda a força de trabalho.

A decisão da empresa estabelecendo uma meta de 85%

de implantação de Software Livre nas máquinas do

SERPROS, decididamente, passava pelo setor de Gestão

de Pessoas. Tradicionalmente, o setor incentiva os

funcionários a buscar especializações, através de

programa de treinamento continuado, que os ajudem em

suas tarefas diárias. Como exemplo, Vânia cita duas

turmas de MBA – Master of Business Administration,

formadas através do IDEAS, Instituto de Desenvolvimento

e Estudos Aplicados à Seguridade, uma sociedade civil,

sem fins lucrativos, constituído para ser um centro de

pesquisa na área de seguridade no país, com destaque

especial para o segmento de previdência complementar.

Treinamento:ingrediente essencial em

todo processo de migração

Gestão de pessoas

A partir do estabelecimento das metas pelo Diretor

Presidente, Armando Frid, respaldado pelo Conselho do

SERPROS, a Gerente de Gestão de Pessoas, Vânia

Ferreira L. dos Santos, procurou logo uma forma de minar

a enorme resistência pela adoção do Ubuntu Linux e

BrOffice.

Vânia FerreiraVânia FerreiraGerente de Gestão Gerente de Gestão de Pessoas do de Pessoas do SERPROSSERPROS

Page 22: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 22 Novembro/2010

Além de despertar o interesse até dos usuários mais re-

sistentes à mudança, com o treinamento, as pessoas co-

meçaram a agir como multiplicadoras, comentando, fa-

lando bem do Ubuntu e BrOffice para os funcionários que

ainda não tinham passado pelo treinamento, a ponto de

surgir um questionamento na empresa a partir de tanto

barulho: “Que mágica é essa que a instrutora está fazen-

do que já está convertendo a cabeça das pessoas para a

nova realidade?”. A resposta de Eliane Domingos é objeti-

va: “Não se trata de mágica, mas de mostrar, efetivamen-

te, que a ferramenta funciona, que ela é tão boa quanto,

ou até melhor que a opção proprietária”. “A partir do trei-

namento em ferramentas livres os usuários se dão conta

que não sabem nem 10% dos recursos disponíveis em

suítes para escritórios, seja livre ou proprietária. Isso por-

que nunca passaram por treinamentos”, comenta Eliane,

que conclui ainda, a partir desse dado, que esse tipo de

treinamento proporciona aos usuários um melhor aprovei-

tamento dos recursos, acelerando e aumentando a produ-

tividade no trabalho cotidiano. Outra observação feita por

Eliane Domingos sobre o treinamento em Ubuntu Linux, a

partir de depoimentos dos próprios usuários, é que alguns

recursos do Ubuntu não existem nem no Windows 7, o

mais recente Sistema Operacional da Microsoft, o que

motivou ainda mais as solicitações de instalação nos

desktops.

“O que é isso?” A pergunta foi feita por um usuário que

viu, estarrecido, pela primeira vez na vida, o Ubuntu

Linux. A resposta da instrutora foi incisiva: “Este será o

seu Sistema Operacional”. Outro usuário apareceu do

nada na sala de treinamento querendo falar urgente com

a instrutora. Era um dos mais resistentes e resolveu ar-

gumentar os seus motivos para não mudar “de jeito ne-

nhum” para o BrOffice. Ele era um usuário avançado de

editor de planilhas e não poderia ficar sem o Excel. Eliane

Domingos explicou para ele que as funcionalidades da

suíte proprietária existiam também no Calc do BrOffice e

ele acabou convencido disso após o treinamento.

Além do treinamento básico, está previsto um treinamento

avançado do Calc ministrado por Olivier Hallot contem-

plando funcionários de áreas específicas do SERPROS,

notadamente do setor financeiro. Há interesse também

por um curso de Writer avançado. Analisando o estágio

atual da migração no SERPROS, Eliane Domingos afirma

que até agora tudo tem dado certo e arrisca a dizer que

para o sucesso absoluto da migração haja necessidade

de uma consultoria para ajudar na automatização do pro-

cesso de atualização para novas versões evitando o tra-

balho manual de máquina em máquina e um treinamento

específico para o pessoal do suporte técnico focado no

Linux avançado.

Fundo de Pensão SERPROS migra para Ubuntu Linux e BrOffice | Por Luiz Oliveira

reportagem |

A maneira encontrada por Vânia foi oferecer um

treinamento para os funcionários. Com esse objetivo em

mente entrou em contato com a ONG BrOffice.org e

marcou uma primeira reunião. Os consultores, Eliane

Domingos e Olivier Hallot, ouviram quais as necessidades

da empresa e a partir disso elaboraram orçamentos de

treinamento avançado de Ubuntu para o pessoal de

suporte técnico e treinamento de Ubuntu e BrOffice para

desktop.

No inicio do treinamento houve a necessidade de

padronizar a instalação do BrOffice para a versão mais

recente da suíte. Na opinião de Eliane Domingos,

instrutora nessa fase inicial de treinamento, essa ação era

importante, uma vez que em muitas máquinas a versão

instalada era a 2.0.4, uma versão que não contemplava

uma série de benefícios e outras tantas novas

funcionalidades presentes na versão 3.2.1 do BrOffice. No

primeiro dia de cada uma das duas primeiras turmas, os

funcionários ouviram do Diretor Presidente, Armando Frid,

algumas palavras sobre a importância da adoção de

software livre e os motivos que levaram o SERPROS a

tomar essa decisão, muito além da simples economia

com pagamentos de licença de uso de software

proprietário.

O efeito do treinamento foi imediato. Embora a decisão

fosse irrevogável, os departamentos tinham a prerrogativa

de solicitação junto ao setor de suporte. “O que me

assustou profundamente foi que os usuários em

treinamento, começaram a pedir a instalação do Ubuntu e

BrOffice para o suporte técnico, aumentando muito a

demanda do setor”, revela Eliane Domingos.

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SERPROS: Antonio Paulo, Elizabeth Moitinho, Bianca SERPROS: Antonio Paulo, Elizabeth Moitinho, Bianca

Andrade, Eliane Domingos (BrOffice.org), Danielle Bteshe Andrade, Eliane Domingos (BrOffice.org), Danielle Bteshe

e Vania Ferreira.e Vania Ferreira.

Page 23: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 23 Novembro/2010

Por César Brod

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reportagem |

Keynotes alinhados, grade concluída, palestrantes definidos. Você tem todos os motivos para estar em Foz do Iguaçu entre

os dias 10 e 13 de novembro próximos. Mas no que consiste a construção de um evento deste tamanho? Qual o trabalho

para se chegar até aqui? É uma observação constante de tudo o que está acontecendo no mundo da tecnologia, em

especial do software livre. É ir mantendo e estabelecendo novos contatos com potenciais palestrantes, que vou conhecendo

em outros eventos dos quais participo no mundo inteiro. Principalmente, é manter os olhos e ouvidos abertos às sugestões

e, necessariamente, ter que dizer muitas vezes “não". Esse posicionamento incômodo é necessário para quem coordena o

temário do Latinoware pela terceira vez.

Agora vou contar um pouco da minha trajetória na Latinoware. Tudo começou em 2003, quando eu organizei o primeiro

Congresso Internacional Software Livre Brasil, em Curitiba. Lá conheci o Marcos Siríaco e o Paulo Roberto Falcão da Itaipu

Binacional, o Julian Fagotti da Celepar e mais uma série de outras pessoas que pensavam em organizar um grande evento

latino-americano de software livre. Eu estava no meio de uma pesquisa que fazia para o ministério de apoio ao

desenvolvimento da Finlândia onde justamente levantava o que existia de projetos em software livre na América Latina e

tinha muitos contatos com as próprias pessoas que faziam parte da minha pesquisa ou me auxiliavam com ela. Boa parte

dessas pessoas viraram palestrantes da primeira Latinoware, em 2004.

De lá para cá a conferência cresceu muito. Mas, a principal diferença em termos de organização do temário talvez tenha

sido o fato de que, em 2004, tínhamos que buscar os palestrantes e em 2010 temos que selecionar dentre uma oferta

imensa de pessoas que querem vir à Latinoware, graças à importância e à visibilidade conquistadas pelo evento.

Contagemregressiva

para

Page 24: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 24 Novembro/2010

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Só como exemplo, tivemos a oferta de 250 palestras

vindas pela chamada de trabalhos, a maioria delas de

excelente qualidade. Tínhamos reservado o espaço para

20 e, afinal, abrimos para quase 40 palestras vindas desta

chamada. Com isto, claro, tivemos que negar uma série

de outras propostas. Daria para fazer umas cinco

Latinowares com todas as pessoas que se prontificaram

para participar. Sinceramente, espero que possamos dar

espaço a todas elas em eventos futuros e, publicamente,

peço desculpas por não haver espaço para todas. Em

muitos momentos - acho que a maioria deles - a seleção

entre A ou B foi muito dolorosa. Foi como se tivéssemos

que formar de novo os Beatles e ter que escolher ou o

John Lennon ou o Paul McArtney. Gostaria de passar o

tempo inteiro no workshop de saúde eletrônica para

países emergentes, mas ao mesmo tempo não quero

perder as palestras sobre multimídia e as novas

tecnologias para jogos e dispositivos móveis, além de

acompanhar a olimpíada de robótica. Também quero ouvir

tudo o que está no evento sobre redes sociais, governo

eletrônico e, claro, acessibilidade. Eu quero ler de novo

nas avaliações que é muito difícil de escolher entre uma

palestra e outra para os participantes do congresso. Foi

assim para nós que tivemos que selecioná-las.

Mesmo assim, faço duas recomendações para os

participantes na hora de selecionar as atividades na

Latinoware. A primeira é "tenha foco". Se você está se

iniciando no mundo do software livre, reserve um tempo

para o minicurso Linux de A a Z e busque as palestras

mais voltadas para aquilo que você tem necessidade no

dia a dia: edição gráfica, produção de textos, etc. Se você

é um programador PHP, Python, Java, etc, há uma série

de palestras específicas nestas linguagens. Se você está

interessado em multimídia, a Latinoware aborda a

produção de áudio, vídeo, modelagem 3D e muitas outras

coisas. Se o seu interesse é o mundo dos negócios com

software livre, não perca as palestras do pessoal do

Gartner Group, os estudos de casos e as rodadas de

negócios. Se você é da área da saúde, grude-se no

workshop internacional de saúde para economias

emergentes. Enfim, olhe a grade, selecione suas

palestras preferidas e siga a sua própria trilha. A segunda

recomendação é "divirta-se". A liberdade é, antes de mais

nada, algo prazeroso. Deixe um espaço para circular pelo

evento, visitar a feira e os estandes, conversar com as

pessoas e tirar fotos com o Maddog! Aproveita que ele

não cobra. Esperamos você em Foz do Iguaçu!

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Contagem regressiva para o Latinoware 2010 | Por Cesar Brod

reportagem |

Participação da Comunidade BrOffice.org

Por Luiz Oliveira

Este ano a presença da BrOffice.org no Latinoware está mais intensa. E não é para menos, pois a comunidade tem muito

a dizer a julgar pelos últimos acontecimentos. A BrOffice.org é uma das principais apoiadoras e patrocinadoras da The

Document Foundation, tendo um dos seus diretores, Olivier Hallot, no Conselho da TDF. Será uma oportunidade para

sanar algumas dúvidas sobre o LibreOffice e a relação intrínseca desse produto universal com o BrOffice, a suíte de

escritórios localizada para o português do Brasil. Além disso, estão previstas várias apresentações com assuntos

relevantes feitas por membros da comunidade BrOffice.org.

Olivier Hallot vai falar sobre o case da Petrobras. Uma das maiores migrações para BrOffice que se tem notícia. Foram 90

mil máquinas, afetando cerca de 100 mil funcionários.

Claudio Filho, coordenador geral da comunidade BrOffice.org, apresenta as estratégias de marketing para países em

desenvolvimento – com foco no caso da BrOffice.org.

William Colen, um dos principais responsáveis do bem sucedido Corretor Ortográfico para BrOffice.org – CoGrOO, vai

falar sobre programabilidade do BrOffice. No Minicurso de três horas, William vai explicar que o BrOffice oferece uma rica

interface de programação, permitindo desde a criação de aplicativos que façam uso dos seus recursos para executar

alguma tarefa, até o desenvolvimento de sofisticadas extensões que incrementam as funcionalidades dessa suíte de

escritório. Neste curso, William pretende exercitar a criação de diversos tipos de extensões Java para o BrOffice usando o

plug-in para o NetBeans.

Page 25: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 25 Novembro/2010

Por Cárlisson Galdino

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cultura |

imagem

Sem controle por apenas uma fração de segundo, mas

uma fração de segundo às vezes é tempo demais. O

carro desliza de lado e reencontra o trilho invisível do

asfalto. Ao virar para o lado oposto tentando desviar de

um carro estacionado (é, estou sendo irônico com o

“estacionado”), perde novamente o contato e bate de

lado. O impacto não é nada sutil.

- Todos estão bem? - O professor pergunta.

- Vamos embora daqui, professor!

- Mas esta porcaria não quer mais pegar!

Richard fala para sairmos todos do carro. Especialmente

para Jörg, que está entre ele e a porta possível de se

abrir. É que o carro simplesmente colou na massa de

carros que havia. Jörg e eu saímos quase ao mesmo

tempo. Até para que o professor e Richard consigam

também deixar o veículo.

A cena é aterradora. Acho que nem é meio-dia ainda.

Tudo parado, ou nem tudo. Tudo que deveria estar em

movimento está parado e o que deveria estar parado se

move. Carros e motos batidos nesse entroncamento. Não

há mais barulho de motores por aqui. Gritos ainda são

comuns, mas não de maneira contínua. Vez ou outra

ouvimos um grito distante, ou o som inconfundível de

mais uma batida de carro.

Década de 1990, quando a Magia volta à Terra, trazendo caos. Redblade narra a jornada de

um grupo de aventureiros por países devastados. A história acontece no mesmo mundo que

Marfim Cobra e Jasmim, romances do mesmo autor, mas tem uma abordagem diferente...

Episódio 06: Acidente

Carros só correm

Mortos, parados

É a regra do mundo

Mas não levam a sério

Caminham os que morrem

Carros largados

Aqui é, no fundo

Estranho cemitério

Page 26: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 26 Novembro/2010

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Carros destruídos... E um bocado de zumbis. Realmente

é sorte a gente estar num cruzamento largo. Quer dizer,

não sei até que ponto é sorte. Tem muito carro destruído

e não sei como conseguimos chegar até aqui. Já foi uma

vitória, com certeza. Vitória parcial e talvez insignificante:

parece que ainda estamos no meio da cidade. E os

zumbis...

- Get a car! Right now! - O Richard fala. Ou foi “catch a

car”? Ou foi outra coisa? De um jeito ou de outro, a

mensagem é clara. O professor Álvaro corre para o outro

lado da rua e eu o acompanho.

Ele tem uma boa visão! Nos dois sentidos! Do outro lado

da rua há uns dez carros estacionados. Desta vez, sem

ironia. Um deles está bem atrativo, num caminho sem

zumbis, e corremos até ele. À meia distância já se nota os

vidros abertos. O professor entra e eu fico de sentinela.

- As chaves! As chaves!

- Não estão aí?

- Estão! É que temos tempo de sobra a perder! - O

professor responde enquanto continua a procurar.

Debaixo do banco, no porta-luvas...

Um grupo de zumbis se aproxima vindo do prédio. O que

é aquilo? Corro até lá antes que eles cheguem.

Abençoados sejam esses mortos que caminham por

serem tão lentos! Será que teremos salvação?

- Professor! - Ele abre um sorriso enquanto pega o

chaveiro da minha mão.

Sim, um chaveiro, carteira e uma pasta estavam jogados

ali, quase na entrada do edifício. Que sorte! Certamente o

dono...A

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Redblade - Episódio 06: Acidente | Por Cárlisson Galdino

cultura |

Bacharel em Ciência da Computação e pós-graduado em Produção de Software com Ênfase em

Software Livre. Membro da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, é autor do Cordel do

Software Livre, do Cordel do GNU/Linux, do Cordel do BrOffice e do Cordel da Pirataria. Líder,

vocalista e baixista da banda Infinnita. http://bardo.cyaneus.netCárlisson Galdino

- Puta merda! Não é deste!

O professor sai e vamos para o carro vizinho.

- Também não!

- Professor? Não temos...

- Rá! Deixa-me em paz! Concentração... Concentração...

Olho para o outro lado da rua e então percebo por qual

razão Richard não veio nos dar cobertura: ele está

abrindo a rota de fuga. Simplesmente foi embora pela rua.

O que Jörg está fazendo? Tirando alguma coisa do carro

onde estávamos?

- É este!

Não espero. Mergulho no carro e o professor acelera.

- Jörg!

Ele larga o extintor de incêndio que acabara de retirar e

pega seu arco e suas flechas antes de entrar também no

carro. Continuamos o caminho. Onde está...

- Dort! - Jörg aponta mais à frente e lá está Richard, com

a espada translúcida desferindo golpes a uma velocidade

vertiginosa.

Uma mistura de Kali e Shiva, um dançarino da morte.

Uma imagem bela e assustadora. Dá medo e ao mesmo

tempo não consigo tirar os olhos da cena, tentar entender

os movimentos que derrubam tantos zumbis numa

velocidade tão alta.

- Come on! - O professor grita enquanto Jörg abre a porta

de trás.

Richard entra no carro e partimos novamente.

Impressionante é que, derrubando zumbis nesse curto

espaço de tempo, ele avançara um quarteirão inteiro!

E que alegria! Em poucos minutos deixamos a área

urbana. Ainda há carros batidos e zumbis, mas numa

proporção incomparavelmente menor. Paris, lá vamos

nós!

Page 27: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 27 Novembro/2010

Por Luiz Oliveira

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cultura |

Uma história interessante. Uma crítica feroz aos

desmandos da CIA mostrando a falta de humanidade,

num mundo onde o capitalismo é para lá de selvagem.

Para manter uma aparente neutralidade, diante da prisão

de um ex agente pelo exército chinês que o acusa de ser

um espião norte americano, diretores da CIA resolvem

abandonar o seu sempre fiel soldado Tom Bishop (Brad

Pitt) e ainda decidem levantar provas contra ele com o

objetivo de justificar o abandono. Acontece que os

chineses não estão para brincadeiras e resolvem que irão

matá-lo no dia seguinte. A única esperança de Tom é seu

antigo chefe, Nathan Muir (Robert Redford) que descobre

a intenção da CIA ao ser interrogado. Todo o filme

desenrola-se durante a interrogação e Muir recorda que

sempre foi muito duro com seu pupilo falando coisas do

tipo: “guarde dinheiro para que você tenha uma vida

tranquila quando se aposentar”, ou “se você fizer coisas

erradas por não concordar com as regras eu não vou

salvá-lo”. Será que ele dizia isso do fundo do coração?

Será que mudaria de ideia, faltando um dia para se

aposentar?

Outra coisa digna de nota é o que Muir pensa sobre as

relações com as mulheres e especificamente a relação

amorosa de Tom com uma mulher que acabou sendo o

motivo da separação dos amigos.

O filme é, sobretudo, emocionante porque revela

sentimentos passados vistos numa perspectiva

renovadora. Uma oportunidade para melhorar, para rever

antigos conceitos. Mostra temperamentos diferentes, que

na prática, não são, por si só, desqualificadores para

pessoas cujas funções são semelhantes. Também revela

a frieza e, até certo ponto, a ingratidão que algumas

instituições dispensam aos funcionários cujas vidas

foram, praticamente toda dedicada ao trabalho.

Vale a pena notar que, embora os agentes tenham toda a

tecnologia de ponta em seu favor, como satélites,

computadores e os mais avançados softwares, detalhes

como observação visual, capacidade de análise e

interpretação da situação e inteligência emocional se

destacam e salvam vidas.

Dica de Filme

Jogo de espiõesJogo de espiões

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 28 Novembro/2010

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Apesar de não ter nada a ver com Shell, todos os

"shelleiros" usam o BrOffice.

Como vocês já sabem o básico de Expressões

Regulares, vou inserir esta seção como uma colher de

chá - ou será colher de Shell?

Obviamente, não mostrarei tudo novamente, mas

somente as diferenças que já testei entre as sintaxes das

Expressões Regulares do Shell e do BrOffice, dando

ênfase para as surras que tomei para descobrir essas

diferenças.

As surras foram maiores, porque à época não se achava

documentação sobre o uso de Expressões Regulares no

BrOffice. Atualmente, existe um bom manual em

http://wiki.services.openoffice.org/wiki/Documentation/Ho

w_Tos/Regular_Expressions_in_Writer,

Com as recentes mudanças do OpenOffice.org para o

LibreOffice, em breve será lançada a versão RC -

Release Candidate do LibreOffice, as expressões

regulares serão adicionadas a engine como um novo

modelo , conforme o link: Wiki TDF

Dito isso, vamos ao que interessa.

Por Julio Neves

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tutorial |

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Expressões regulares no BrOffice

Onde usar Expressões Regulares no BrOffice

Você pode usar Expressões Regulares nas seguintes situações:

No Writer:

Editar → Localizar e Substituir;

Editar → Alterações → Aceitar ou Rejeitar → Tab Filtro

No Calc:

Editar → Localizar e Substituir;

Dados → Filtro → Filtro Padrão & Filtro Avançado;

Algumas funções como SOMASE, PROCURAR e outras

As caixas de diálogos que aparecem quando você usa os

comandos acima, geralmente têm uma opção para usar

Expressões Regulares (que normalmente está desligada).

Por exemplo:

Page 29: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 29 Novembro/2010

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Existem diferenças de sintaxe com as Expressões

Regulares que aprendemos, e também existem

diferenças na lógica de aplicação. Essas são mais chatas

para os veteranos de Expressões Regulares sob o Shell,

pois é necessário uma mudança na forma de raciocinar.

Vejam estes casos:

Havia notado um erro no meu livro, mas esqueci de

anotar o número da página. Quando fui fazer a alteração,

a única coisa que me lembrava era que o erro estava em

uma variável do Shell. O que fiz? Montei uma Expressão

Regular começando por cifrão ($) e casando letras

maiúsculas, algarismos e sublinhados (_), e estes

algarismos não podiam suceder o cifrão ($). Era assim:

$[A-Z_]+[0-9A-Z_]*

Mas, apesar de certa, a Expressão Regular não

funcionava pois casava com as variáveis em minusculas

também. Demorei muito para descobrir que o check

button "Diferenciar maiúsculas de minúsculas" é que

decide quanto à caixa das letras (veja a figura anterior).

Um outro problema de diferença de lógica, é que no

BrOffice as Expressões Regulares dividem o texto a ser

pesquisado em porções e examinam cada porção

separadamente

No Writer, o texto é dividido em parágrafos e o que define

um parágrafo é a porção de texto entre um enter ou um

hard enter () (caractere não imprimível obtido com

<SHIFT>+<ENTER> também chamado de new line) e

outro desses.

Assim sendo, mesmo que a palavra parece esteja sendo

exibida no início de uma linha, a expressão ^parece não

irá localizá-la, pois parece somente aparenta estar no

início da linha, mas se alterarmos o tamanho da fonte, por

exemplo, a palavra não necessariamente estará mais lá

situada.

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves

tutorial |

Diferenças lógicas de uso

Por outro lado, a Expressão Regular daqui.*ali, não irá

casar o texto formado pelo daqui em um parágrafo até o ali em outro. Normalmente os parágrafos são tratados

individualmente.

Além disso, o Writer considera cada célula de tabela e

quadro separadamente. Os quadros são examinados

após todos os textos e células de tabela terem sido

examinados

Na caixa de diálogo Localizar e Substituir, as Expressões

Regulares devem ser usadas somente no box "Procurar

por". Elas não podem ser usadas no "Substituir por:"

porque Expressões Regulares casam com textos e

portanto o que deve ser substituído é o texto e não a

Expressão Regular.

Diferenças de sintaxe

A partir de agora, veremos as diferenças de sintaxe entre

o que aprendemos nas Expressões Regulares do Bash e

as que veremos do BrOffice.

Page 30: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 30 Novembro/2010

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Âncoras

Como já vimos existe uma diferença na lógica de uso das

Âncoras pois no Bash os meta caracteres de início (^) e

de fim ($), procuram respectivamente os textos que os

sucedem ou precedem no início ou no fim de uma linha.

No BrOffice, esta procura é feita no início ou no fim de um

parágrafo.

Para procurar palavras que terminam por texto:

No Bash fazemos: texto\b;

No BrOffice fazemos: texto\>.

Exemplos:

A Expressão Regular [a-z]+e\> neste exemplo, foi usada

para procuramos por uma ou mais letras ([a-z]+),

terminando com a letra (e\>).

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Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves

tutorial |

Quase todos os meta caracteres Representante têm uso

idêntico ao seus congêneres sob o Bash, porém nem tudo

neste mundo é perfeito, porque mesmo que poucas, ainda

existem algumas diferenças de uso.

Sob o Bash, todos os caracteres dentro de uma lista ([])

são tratados como literais, exceto o circunflexo que é

tratado como um negador da lista (e assim mesmo

quando ele é o seu primeiro elemento). Sob o BrOffice

usamos a contra barra (\) em uma lista para "escapar"

alguns alguns meta caracteres e também para formar

códigos hexadecimais.

Somente os caracteres, abre colchetes (]), hífen (-) e

contra barra (\) devem ser "escapados" no interior de uma

lista, já que nesse ambiente, seus significados são

especiais.

Por exemplo a Expressão Regular [[\]a-z] casa um abre

colchetes ([), ou um fecha colchetas (]), ou uma letra

minúscula. [\\] casa com uma contra barra literal, [\t] casa

com a letra 't'. Para casarmos um <TAB>, devemos fazer:

[\x0009] que é a representação ASCII em hexadecimal do

<TAB>.

Todos os outros caracteres são tratados pelos seus

valores normais, não precisando mais nenhum artifício.

Podemos também citar um caso que já

foi reportado ao BrOffice.org para

correção. O alternativo ou ou (|) pode

atrapalhar o início (^). Assim, pensando

no mengão, se procurarmos ^vermelho|

preto, o BrOffice.org devolverá as

ocorrências de vermelho iniciando

parágrafos ou preto em qualquer lugar.

Contudo se fizermos: vermelho|^preto

serão devolvidos o vermelho e o

^preto, ambos em qualquer lugar, desta

forma não reconhecendo o

metacaractere ^ como a Âncora que

marca o início de um parágrafo.

Podemos também citar um caso que já foi reportado ao

BrOffice.org para correção. O alternativo ou ou (|) pode

atrapalhar o início (^). Assim, pensando no mengão, se

procurarmos ^vermelho|preto, o BrOffice.org devolverá

as ocorrências de vermelho iniciando parágrafos ou

preto em qualquer lugar. Contudo se fizermos: vermelho|

^preto serão devolvidos o vermelho e o ^preto, ambos

em qualquer lugar, desta forma não reconhecendo o

metacaractere ^ como a Âncora que marca o início de um

parágrafo.

Ué, mas não íamos falar sobre as diferenças de sintaxe?

Sim, mas é bom frisar bastante este conceito de

parágrafo porque isso algumas vezes me dá uma

derrubada.

Dentre as Âncoras, as únicas diferenças de sintaxe que

existem no uso de Expressões Regulares no Bash e no

BrOffice estão nos meta caracteres que definem as

bordas. As contra barras (\) que são meta caracteres

(escape), assumem, na pesquisa uma função diferente

quando seguidas por um menor (\<) ou um maior (\>).

Vejamos:

Para procurar palavras que começam por texto:

No Bash fazemos: \btexto;

No BrOffice fazemos: \<texto.

Representantes

AA

TT

EE

NN

ÇÇ

ÃÃ

OO

Usando Classes de Caracteres

POSIX, surge um caso que também já

foi reportado, isso porque uma classe

como [[:alpha:]], deveria casar com

qualquer algarismo decimal, mas isso

não se verifica.

Page 31: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 31 Novembro/2010

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Usando Classes de Caracteres POSIX, surge um caso

que também já foi reportado, isso porque uma classe

como [[:alpha:]], deveria casar com qualquer algarismo

decimal, mas isso não se verifica.

Pelo site do BrOffice, este fato reportado funcionaria se

fizéssemos [:digit:], o que de cara já te traz algumas

restrições, como exemplo suponha que eu queira procurar

em um arquivo todas as letras minúsculas e todos os

algarismos decimais. Nesse caso, sob o BrOffice, não

poderia usar Classes de Caracteres POSIX. No Bash

faríamos [[:lower:][:digit:]] porém isso no BrOffice é

impossível, pois em virtude dos colchetes ([]) mais

externos, ele encararia isso como uma lista formada todos

os caracteres internos a esses colchetes ([]) e não como

duas classes.

Da mesma forma, também não funcionaria [a-z[:digit:]],

nem [[:lower:]0-9]. A saída seria usarmos uma lista de

caracteres, mas assim mesmo, veja só isso:

Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves

tutorial |

Aqui não há o que temer nem acrescentar. Os

Quantificadores do BrOffice se comportam da mesma

forma que os do Bash. Poupe seu fôlego para a seção

seguinte.

Viu! Neste caso as letras acentuadas não casaram com o

nosso padrão.

Por outro lado, pela facilidade que tenho no uso de

Expressões Regulares, venho há muito tempo testando-

as no BrOffice, e não sei se por erro meu, mas até à

versão que estou escrevendo este documento (3.1.1),

não consegui casar [:digit:] nenhuma vez. Veja:

Quantificadores

Duas observações:

Usando a classe [:alpha:], conseguimos casar as letras

acentuadas;

A classe [:digit:] não funfou!

Resumindo: essa facilidade ainda está em fase de

consolidação e por isso sempre que posso usar as listas

convencionais (como no caso de algarismo), não penso

duas vezes, uso-as.

Aqui que a porca torce o rabo! Nesta classe de meta

caracteres existem diferenças substancias no uso de

Expressões Regulares, a começar pelo que já vimos, de

uma Âncora sucedendo um ou (|). Recapitulando:

Se procurarmos ^vermelho|preto, o BrOffice devolverá

as ocorrências de vermelho iniciando parágrafos ou

preto em qualquer lugar. Contudo se fizermos: vermelho|

^preto serão devolvidos o vermelho e o ^preto, ambos

em qualquer lugar, desta forma não reconhecendo o meta

caractere ^ como a Âncora que marca o início de um

parágrafo.

Vamos ver como funcionam os grupos e os retrovisores:

Como já sabemos os grupos são criados com o uso de

parênteses. Os textos casados (veja bem, são os textos

e não as Expressões Regulares) ficam guardados e

podem ser recuperados dentro da mesma Expressão

Regular. No exemplo a seguir, procuramos por duas

palavras iguais, separadas por um hífen (-). Veja:

Outros

A Expressão Regular era a seguinte:

\<([a-z]+)-\1\>

Onde:

\< e \> Formam a borda esquerda e direita do texto,

respectivamente;

([a-z]+) Define uma ou mais letras seguidas

(palavra) dentro de um grupo;

-\1 O hífen seguido do texto casado pelo grupo.

Até agora não mudou nada do que foi dito sobre

Expressões Regulares no Bash e tudo funcionou às mil

maravilhas. Mas se você prestar a atenção, o que fizemos

foi clicar em um dos botões de localizar. A diferença

começa quando desejamos usar o texto casado para

substituir alguma coisa.

Vamos aproveitar este exemplo para trocar bate-bate por bater:

Page 32: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 32 Novembro/2010

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Repare que na caixa "Substituir por" eu usei $1r, ou seja,

o texto casado não é mais o \1, agora é o $1.

Eu odeio mesóclises e tinha o seguinte texto:

Expressões regulares no BrOffice | Por Julio Neves

tutorial |

\t Quando fora de uma lista equivale a um <TAB>. Como já foi dito, dentro de uma lista, o <TAB> deve ser usado com seu código hexadecimal [\x0009].

Então para trocar todos os <TAB> por espaços em branco, ponha na caixa "Procurar por" um \t e na caixa "Substituir por" um espaço em branco;

\n Casa com um hard enter ou new line () (formado por um <SHIFT>+<ENTER>).

Suponhamos que você tenha vermelho seguido de um hard enter e na linha seguinte preto, se na caixa "Procurar por" colocar vermelho\npreto e na caixa "Substituir por" colocar vermelho-e-preto, após a substituição, o hard enter terá morrido, sobrando vermelho-e-preto. O mesmo poderia ter sido feito, colocando nas caixas \n e -e-, respectivamente;

$ Casa com uma marca de parágrafo ().

Diferentemente do hard enter, não podemos definir na caixa "Procurar por" a cadeia no início da linha seguinte um uma Expressão Regular que case com ela. Assim sendo, não poderíamos agir como no exemplo anterior, preenchendo as caixas com vermelho\npreto e com vermelho-e-preto respectivamente, porém funcionaria se as caixas fossem preenchidas com $ e com -e-.

\x Quando temos um \xNNNN, onde NNNN é um algarismo hexadecimais [0 9A Fa-f] ‑ ‑ na caixa "Procurar por", o BrOffice localizará (e eventualmente trocará) o caractere definido pelo código hexadecimal formado por NNNN. Se este código estiver na caixa "Substituir por", será tratado como um literal.

Isso me lembra um macete de edição que uso. Ao longo de um texto grande, escrevemos diversos ordinais como 2ª. Isso pode ser feito em Inserir → Caractere especial, mas fazer isso um monte de vezes num texto, enche o saco. Como faço? Para fazer 2ª, como disse, escrevo 2.a. e assim vou fazendo com todos os ordinais até terminar de escrever o documento.

Ao final, coloco na caixa "Procurar por" a Expressão Regular ([0-9])\.a\., e na caixa "Substituir por" coloco um $1ª,ou seja, o texto que casou com o grupo (um algarismo) seguido do ordinal. Em seguida clico em "Substituir todos". Repito mais uma vez esta operação para substituir os ordinais masculinos como em 12º

Vou terminar este texto com uma dica que demorei muito para descobrir. Ela é muito útil quando se copia um texto de um navegador e se cola no BrOffice. Normalmente o nove texto fica com um monte de hard enter, não é?

Como vocês viram ainda existem algumas coisas a serem acertadas e outras a serem feitas, mas o concorrente direto do BrOffice, o MS Office, nem sonha ter Expressões Regulares. Creio que essas pequenas alterações e incrementos sejam sanados com a nova versão (bastante modificada), descrita em http://userguide.icu-project.org/strings/regexp.

Este dar-se-ia estava me torturando, então troquei-o

usando uma Expressão Regular em que eu montava 3

grupos separados por hífen (-). Então, o primeiro ($1)

recebeu dar, o segundo ($2) recebeu se e o terceiro ($3)

recebeu ia. Colocando-os na ordem que eu queria ($1$3-

$2), veio:

Esta sintaxe pode parecer estranha, mas não é, ela é

semelhante a usada na linguagem Perl.

Duas observações sobre o uso de cifrão ($) para

substituir texto:

Se no seu texto tem um valor 123,45 e você desejar

substitui-lo por R$123,45, você deverá colocar na caixa

"Substituir por" R\$123,45, veja:

O primeiro grupo casou tudo até a vírgula (,) e o segundo

ficou com o resto do número. Na substituição, o primeiro

cifrão foi precedido por uma contra barra (\$) para

especificar que era um literal

O $0 na caixa "Substituir por" substitui por todo o texto

casado.

A contra barra (\) nas Expressões Regulares do

BrOffice.org também tem suas peculiaridades:

Page 33: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 33 Novembro/2010

O que ha em comum entre todos os cursos de graduação

e pós-graduação? A tal da monografia! Se você está

procurando uma força para sua monografia, utilize esse

modelo super interessante, baseado na norma ABNT

14724.

Download:Monografia

Por Pedro Ciríaco

Falando em dinheiro, o modelo Cálculo de Cédulas

oferece uma maneira fácil de calcular o número de

cédulas e moedas a partir de qualquer valor inserido.

Facilita bastante, por exemplo, se você fará diversos

pagamentos em dinheiro. Poderá sacar e separar o

dinheiro corretamente.

Download: Cédulas

Você acha complicado pedir aumento ao seu chefe? O

Escritório Aberto traz um modelo de pedido de aumento

para facilitar a sua vida.

Download: Carta

O balanço financeiro de uma empresa, geralmente

sinônimo de muito trabalho, pode ser facilitado com a

utilização desse modelo. Ele traz tudo detalhado e todos

os cálculos são automáticos. E o melhor: por ser um

documento aberto você pode personalizar à sua

realidade!

Download: Balanço Financeiro

Ao

Viv

o B

r

escritório aberto |

O Projeto Escritório Aberto tem como objetivo fornecer modelos de arquivos para o BrOffice totalmente

gratuitos, prontos para usar e excelentes para o aprendizado. Assim, futuros usuários contarão com

aplicações práticas para demonstração dos diversos usos do BrOffice por meio de exemplos utilizáveis.

Trata-se de arquivos de uso diário, enviados por colaboradores e que servem perfeitamente às nossas

necessidades, todos licenciados pela GPL.

Contribua para o Escritório Aberto enviando seus modelos para [email protected]

Antes de enviar, observe as instruções para adição da licença no seu modelo em http://www.broffice.org/escritorio_aberto/adicionando_licenca_a_um_arquivo

Maiores informações em http://www.broffice.org/escritorio_aberto

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Page 34: Revista BrOffice.Org - 16

Edição Especial | Outubro | 201034| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 35 Novembro/2010

Por Cícero Pinho Rocha

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dica |

Férias! Neste período acabamos por descuidar da saúde

comendo, às vezes, um pouco mais que o necessário.

Para poder controlar, sobretudo, seu peso, apresentamos

uma solução do controle do seu IMC, utilizando o Calc. O

usuário irá digitar sua massa (em quilogramas – Kg), sua

altura (em metros – m). Neste tutorial iremos desenvolver

uma aplicação que irá resolver este problema.

Para começar precisamos entender o cálculo do IMC:

O cálculo é dado pela massa dividido pela altura ao

quadrado:

A classificação se dará a partir do resultado da fórmula acima:

Resultado Classificação

Imc < 20 Desnutrição

20 = < imc < 25 Peso Normal

25 = < imc < 30 Sobrepeso

Imc >= 30 Obesidade

Im c=ma s s a

altura2

A classificação se dará a partir do resultado da fórmula acima:

A partir da compreensão do apresentado acima iremos

agora desenvolver nossa solução.

(Sistema Operacional utilizado: Ubuntu 10.04)

Passo 01 – Clique em Aplicativos > Escritório > BrOffice

3.2 Calc;

Passo 02 – Na célula A1 digite a palavra Altura;

Passo 03 – Na célula A2 digite a palavra Massa;

Passo 04 – Na célula A3 digite a palavra Imc;

Passo 05 – Na célula A4 digite a palavra Classificação;

Você terá um layout como na imagem abaixo;

Dando seguimento a nossa aplicação precisamos

“preparar” os demais campos para receber os dados, e os

campos para mostrar as informações oriundas do

processamento de dados inseridos na planilha.

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 36 Novembro/2010

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Passo 06 – Selecione a célula B1, clicando sobre a

mesma;

Passo 07 – Com a célula B1 selecionada, clique no menu

Dados > Validade;

a) Na tela que surgir localize a opção “Permitir”, e

modifique o valor para Número decimal;

b) No campo Dados, escolha a opção Entre;

c) Irá surgir os campos Mínimos e Máximo. No no campo

Mínimo digite o valor 0,5 e no campo Máximo 2,4.

Significa que a aplicação irá verificar a altura de uma

pessoa com 50 centímetros no mínimo e no máximo 2,4

metros;

d) Localize a aba Alerta de erro, marque a opção “Mostrar

mensagem de erro quando forem inseridos valores

inválidos”;

e) No campo Ação, selecione a opção parar;

f) No campo título digite “Erro” e no campo Mensagem de

Erro digite “Valor inválido”, ou seja, se você digitar

qualquer valor fora da faixa que escolhemos aparecerá

uma mensagem na tela;

g) Feito tudo isto clique em OK;

Passo 08 – Selecione a célula B2, clicando em cima dela;

Passo 09 – Com a célula B2 selecionada, clique em

Dados > Validade;

a) Na tela que surgir localize a opção “Permitir”, e

modifique o valor para Número decimal;

b) No campo Dados, escolha a opção Entre;

c) Irá surgir os campos Mínimos e Máximo, no campo

mínimo digite o valor 20 e no campo máximo 300.

Significa que a aplicação irá verificar a massa de uma

pessoa com 20kg no mínimo e, no máximo 300kg;

d) Idem aos itens de D a G, do Passo 08

Feito isto preparamos a nossa aplicação para receber os

dados e realizar os cálculos;

Passo 10 – Selecione a célula B3, clicando sobre a

mesma. Após selecionar digite a seguinte fórmula:

= B2/(B1*B1)

Ou seja, irá dividir a massa pela altura ao quadrado;

Passo 11 – Na célula B4, você irá utilizar alguns

comandos lógicos booleanos (SE e E), para mostrar as

mensagens relativas à classificação. Portanto, digite a

fórmula abaixo:

=SE(B3<20;"DESNUTRIÇÃO";SE(E(B3>=20;B3<25);"PE

SO

NORMAL";SE(E(B3>=25;B3<30);"SOBREPESO";"OBEDI

DADE")))

Ao terminar de digitar pressione enter.

Aplicação prática do BrOffice.org Calc | Por Cícero Pinho Rocha

dica |

Pronto! Agora é só testar sua aplicação digitando os

valores desejados.

Para testar digite na célula B1 o valor 1,71; na célula B2 o

valor 80. Qual foi o resultado nas células B3 e B4? 27,36

e SOBREPESO, respectivamente?

Acertou! A sua

aplicação esta correta.

Agora salve com o

nome que quiser.

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 37 Novembro/2010

Por Rui Ogawa

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dica |

Quem nunca precisou desenhar um diagrama e acabou

perdendo um tempo as vezes precioso, “brigando” com as

formas do Draw? Existe uma extensão que possibilita

criar diagramas simples e de forma muito rápida.

A extensão Diagram é desenvolvida e mantida pelo

OxygenOffice Professional Team. Na página não há

muitas informações a respeito nem screenshots, de forma

que fiquei meio cético com relação às funcionalidades.

Para instalar a extensão, basta ir até o endereço:http://extensions.services.openoffice.org/e-

files/4303/0/Diagrams.oxt e salvá-la em algum lugar de sua

preferência.

Abra o BrOffice Draw e vá até [Ferramentas] >

[Gerenciador de extensão].

Clique no botão [Adicionar...].

Desenhando diagramas no Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com BrOffice Draw facilmente com

a extensão Diagrama extensão Diagram

Ph

plo

vem

e

Page 38: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 38 Novembro/2010

Navegue até o local onde você salvou a extensão,

selecione-a e clique em [Abrir].

Uma janela com os tipos de diagramas disponíveis

surgirá. É possível selecionar diagramas dos tipos

Fluxograma, Diagrama de Venn, Diagrama de Pirâmide e

Diagramas de Ciclos.

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Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram | Rui Ogawa

dica |

Você poderá verificar a extensão sendo instalada.

Após a instalação, a extensão aparecerá na janela do

Gerenciador de Extensões.

Para adicionar um diagrama, vá em [Inserir] > [Diagrams].Selecione um deles e clique em [Ok]. No caso, estou

selecionando [Organization Chart].

Page 39: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 39 Novembro/2010

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Ao selecionar um shape e clicar em [Add shape], um novo shape é adicionado respeitando a hierarquia do do fluxograma.

Você pode posicioná-lo abaixo [Underling] ou ao lado [Associate]. Note que também é possível escolher a cor clicando na

caixa de seleção de seleção de cores, situada na esquerda da barra.

Os comportamentos dos outros tipos de diagramas são semelhantes e extremamente fáceis de manusear. Basta praticar um

pouco e você perceberá que esta extensão pode lhe ajudar muito em seus trabalhos.

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dica |Desenhando diagramas no BrOffice Draw facilmente com a extensão Diagram | Rui Ogawa

Rui Ogawa - Graduado como Tecnólogo em Gerenciamento de Redes de Computadores pela UNIC - Universidade de Cuiabá em

2007. Funcionário público estadual pela UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso desde 2003. Usuário Linux desde 1999,

começou com Red Hat e atualmente usa Debian nos servidores e Ubuntu no desktop. Trabalha na administração de redes utilizando

soluções livres com foco na virtualização. Participa de várias comunidades do ecosistema Software Livre, principalmente o

BrOffice.org. Acredita no compartilhamento do conhecimento, na descentralização do poder e na atuação em rede.

Page 40: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 40 Novembro/2010

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dica |

O NavegadorO Navegador

Por Rubens Queiroz

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d U

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k

Como podemos ver na figura ao lado, o navegador exibe links para os

diversos elementos que podem compor um documento de texto: títulos,

tabelas, quadros de texto, figuras, objetos OLE, marcadores, seções,

hiperlinks, referências, índices, anotações e objetos de desenho.

Em nosso documento de exemplo, podemos ver pela tela do navegador

que nem todos os elementos foram usados.

Para saber quais elementos existem no documento, procure pelo

caractere “+” ao lado do nome do elemento. Ao posicionar o mouse sobre

um elemento vazio, será exibida a mensagem “0 objetos”. No nosso

exemplo, o documento não possui nenhum objeto de desenho. Ao

posicionar o mouse sobre esta região, aparece a mensagem “0 Objetos

de desenho”.

Um recurso extremamente útil, principalmente quando se trabalha com documentos

longos, com muitas imagens, tabelas, notas de rodapé e outros elementos, é o

Navegador

Para visualizá-lo, a partir do menu Exibir, selecione a opção Navegador.

O navegador pode ser também invocado pressionando a tecla F5.

A tela do navegador geralmente aparece no lado esquerdo do editor, mas pode ser

posicionada livremente, onde for mais conveniente.

Page 41: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 41 Novembro/2010

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O navegador somente poderá ser utilizado plenamente em

documentos bem estruturados, em que o autor faça um projeto de

seu documento, dividindo-o em seções. Da mesma forma, o

navegador só poderá ser usado com vantagem em documentos

que façam uso correto de folhas de estilo, em que cada elemento do

documento seja identificado de forma correta.

Documentos longos, em que as seções não são assinaladas

corretamente utilizando o estilo apropriado, são um pesadelo para

qualquer autor.

Vamos então analisar com mais detalhes as funções do navegador.

O nosso documento de exemplo contém 33 páginas e está dividido

em várias seções, utilizando notas de rodapé, referências a

hyperlinks e algumas figuras. Primeiramente, vamos ver como o

documento foi estruturado em seções.

Ao expandir a seção de Títulos, clicando sobre o sinal “+”, vemos

que o documento é composto de dez tópicos. Expandindo ainda

mais o tópico 2, vemos que este item está estruturado em três

níveis. Ao clicar sobre qualquer um dos tópicos, somos

imediatamente conduzidos à seção correspondente do documento.

Embora este documento de exemplo não seja muito grande, este é

um recurso que economiza bastante tempo, pois podemos nos

dirigir de forma quase imediata a qualquer parte do documento que

quisermos. Uma outra vantagem é podermos visualizar o

documento como um todo, o que nos dá uma visão global dos

assuntos abordados e facilita muito em possíveis reorganizações

dos tópicos.

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O Navegador | Por Rubens Queiroz

dica |

Podemos também visualizar outros elementos do documento, como por exemplo, os hyperlinks que foram inseridos.

Ao clicar sobre o primeiro link do navegador, http://www.odfalliance.org, o navegador nos posiciona imediatamente na

seção do documento em que o link foi inserido. O mesmo pode ser feito com as figuras e todos os demais elementos do

documento, facilitando a tarefa de localizar figuras, marcadores, tabelas, etc.

O navegador também possui no topo da janela, ícones gráficos por meio dos quais podemos realizar as mesmas funções

que desempenhamos ao clicar diretamente sobre os itens no corpo da tela.

Page 42: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 42 Novembro/2010

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O Navegador | Por Rubens Queiroz

dica |

O ícone no canto superior esquerdo, pemite que

ativemos ou desativemos a caixa de listagem,

deixando visível apenas a parte superior do

navegador. Para usuários experimentados do

navegador, pode ser mais conveniente deixar a caixa

de listagem minimizada, para reduzir o espaço

ocupado por esta ferramenta.

O navegador, embora essencial, não é um recurso

de uso frequente, e pode ser mais conveniente

invocá-lo apenas quando necessário, por meio do

atalho de teclado (F5).

Finalmente, cabe lembrar mais uma vez que um bom

uso dos recursos do navegador requer um bom

projeto de seu documento, o que, por sua vez, exige

que se invista algum tempo no aprendizado do uso

de estilos em seus documentos.

Rubens Queiroz - Engenheiro eletricista, trabalha no Centro de Computação da Unicamp desde 1988. Grande experiência em

sistemas operacionais Unix e derivados, protocolos TCP/IP e aplicativos, tecnologias Web, desenvolvimento de intranets. Mantém

diversos sites Web, entre os quais o Dicas-L, voltado para profissionais de Informática ( http://www.Dicas-L.unicamp.br), IDPH

(http://www.idph.net), com foco no desenvolvimento do potencial humano. Aprendendo Inglês para desenvolvimento da habilidade de

inglês para leitura e Contando Histórias.

Page 43: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 43 Novembro/2010

Por Renata Marques

dica |

Diagramando um folder

com BrOffice Draw

Você já deve saber que a revista BrOffice.org é toda

diagramada utilizando o Draw. Nós podemos aproveitar

essa flexibilidade de diagramação que o Draw oferece

para criar folders. Uma grande utilidade é a geração de

guias rápidos para usuários de sistemas.

Aprenda como fazer e use para a finalidade que sua

imaginação permitir!

Abra um novo arquivo no Draw, vá em Formatar > Página

e escolha a orientação Paisagem.

Se sua borda padrão estiver configurada para outro valor

qualquer, deve-se considerar este valor, mas negativo.

Exemplo: Se a borda for 2,5cm, a posição do objeto deve

ser -2,5cm.

Ainda nessa mesma aba, altere o tamanho do retângulo

para 9,9cm de largura e 21cm de altura. Observação:

9,9cm = 29,7 cm (largura da folha) dividido por 3

(quantidade de áreas em que estamos dividindo o folder).

Para alterar o tamanho livremente, é necessário que a

opção “Manter proporção” esteja desmarcada.

Clique novamente com o botão direito e agora escolha a

opção Área. Na aba de mesmo nome, escolha a opção

Preenchimento > Nenhum.Através da barra de desenho, crie um retângulo de

tamanho qualquer.

Clique com o botão direito sobre o mesmo e escolha a

opção Posição e Tamanho (ou pressione a tecla F4). Na

aba Posição e Tamanho, altere a posição (tanto X como

Y) para -1,00cm.

O valor -1,00cm não é aleatório. É a posição do objeto em

relação à margem do documento. Como a margem

padrão é de 1cm, precisamos posicioná-lo 1cm antes da

margem, para que o retângulo fique encostado na borda

do papel.

bh

gra

fica

Page 44: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 44 Novembro/2010

Faça uma cópia do retângulo, selecionando o mesmo e

indo no menu Editar > Copiar e em seguida Editar > Colar

(ou através dos famosos atalhos Ctrl C e Ctrl V).

Clique com o botão direito no novo retângulo, selecione a

opção Posição e Tamanho e altere a posição para

X=8,90cm e Y=-1,00cm.

Vá novamente em Editar > Colar (ou pressione Ctrl V

novamente) para termos um terceiro retângulo. A posição

desse novo retângulo deve ser X=18,80cm e Y=-1,00cm.

Observe que ao tentar alterar o tamanho ou a posição, o

ponteiro do mouse é alterado, indicando a impossibilidade

de realizar a ação.

Diagramando um folder com o BrOffice.org Draw | Por Renata Marques

dica |

Selecione os três

retângulos, clicando

sobre a borda com a

tecla Shift pressionada

(ou através do atalho

Ctrl A). Clique com o

botão direito e escolha

a opção Combinar.

Após combinar os objetos, clique mais uma vez com o

botão direito, escolha a opção Posição e tamanho

novamente e marque a opção Proteger > Posição.

Isso evitará que a divisão que você criou possa ser

movida acidentalmente durante a criação do conteúdo do

folder.

Página 6 Página 1ou

capa

Página 5

Página 2 Página 3 Página 4Página 2

Você pode adicionar a numeração das páginas para

facilitar a diagramação e orientar o usuário na leitura,

inserindo caixas de texto no canto inferior da página.

Dica: Deixe a primeira página sem numeração, pois

será a capa do folder.

5 6

2 3 4

Mais uma vez clique com o botão direito e agora escolha

a opção Linha. Altere a cor da linha para cinza claro, pois

a linha servirá apenas para separar cada página e guiar a

dobragem do folder.

Se desejar ter um aproveitamento melhor da área, você

pode diminuir a borda para 0,5cm ou tirá-la por completo,

caso sua impressora permita imprimir sem borda. Com

isso, delimitamos a área de cada uma das “páginas” no

folder. Na hora de adicionar o conteúdo, observe a ordem

das páginas.

Page 45: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 45 Novembro/2010

resumo do mês |

BrOffice.org disponibiliza servidor para BrOffice.org disponibiliza servidor para TDFTDF

A ideia é apoiar efetivamente a The

Document Foundation colaborando

em uma área crítica, a infraestrutura.

Como a BrOffice.org participou da

formação inicial da TDF, sabia sobre a

estrutura necessária para acomodar a

infra para suportar a demanda pelo

LibreOffice.

CoGrOO – Comunidade em fase de testeCoGrOO – Comunidade em fase de teste

Novo portal terá como objetivo

oferecer para a comunidade de

usuários do Corretor Gramatical do

BrOffice uma ferramenta de

desenvolvimento colaborativo.

O projeto foi inspirado no Dicollect, embora este seja

voltado para o verificador ortográfico. A expectativa da

equipe do CoGrOO Comunidade é que, no futuro, todo

usuário poderá usar ferramentas online para desenvolver

novas regras e complementar o dicionário do CoGrOO,

posteriormente colocando essas contribuições sob

avaliação da comunidade, e caso seja positiva, a

contribuição passará a fazer parte do CoGrOO

ODF Plugfest: Tornando as ferramenODF Plugfest: Tornando as ferramen--tas de escritório interoperáveis tas de escritório interoperáveis

Este foi um evento organizado pelos governos federal e

regional e a comunidade da Bélgica, realizado no mês

de outubro em Bruxelas. Trata-se de uma série contínua

de eventos, reunindo fornecedores e interessados em

ODF. O objetivo é conseguir o máximo de

interoperabilidade, executando testes baseados em

laboratórios e discutir novas características e propostas

da especificação ODF. Representantes de várias suítes

de escritórios marcaram presença, entre os quais, o

principal porta voz da The Document Foudantion, que

desenvolve o LibreOffice, Cor Nouws, que garantiu “que

o LibreOffice pretende ser um membro atuante na

comunidade internacional do ODF”.

Go-oo junta forças com LibreOfficeGo-oo junta forças com LibreOffice

A notícia veio através de uma nota do próprio portal do

Go-oo (em inglês). Desde o lançamento da The

Document Foundation e LibreOffice a Go-oo se

manifestou favorável ao projeto. Agora eles reforçam o

apoio.

Abaixo uma tradução livre da nota:

"Os objetivos e filosofia do projeto Go-oo são muito

parecidos com os da The Document Foundation e

LibreOffice. Estamos, portanto, apoiando o LibreOffice

desde a sua criação. Atualmente, estamos migrando

para a infraestrutura da TDF e a maioria dos nossos

patches estão em processo de fusão e farão parte do

LibreOffice. Indo adiante, o projeto Go-oo será

descontinuado em favor do LibreOffice."

Colaboradores do OpenOffice.org Colaboradores do OpenOffice.org deixam a comunidade em favor do deixam a comunidade em favor do LibreOffice.LibreOffice.

O anúncio da adesão ao LibreOffice e,

consequentemente, à The Document Foundation foi feito

através de carta aberta, por email, postado na lista de

línguas nativas, uma lista de discussão interna do projeto

OpenOffice.org.

Entre os colaboradores, que são na maior parte, da

comunidade OpenOffice.org da Alemanha, há tradutores,

outros que atuam nos projetos de marketing, de controle

de qualidade e em desenvolvimento do produto. Eles irão

se juntar aos apoiadores da The Document Foundation,

fundada em setembro, para dar continuidade ao projeto

OpenOffice.org, agora com o nome de LibreOffice.

Page 46: Revista BrOffice.Org - 16

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista 46 Novembro/2010