revista carnaval - setembro 2013

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Setembro / 2013 Revista Carnaval l 1 Revista Carnaval Marcos Roza O rei dos enredos Ano II n Edição nº 20 n Setembro / 2013 O calendário das finas de sambas-enredos Leandro Santos, sempre bem acompanhado

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REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

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Page 1: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

Setembro / 2013 Revista Carnaval l 1

Revista

CarnavalMarcos Roza

O rei dos enredos

Ano II n Edição nº 20 n Setembro / 2013

O calendário das finas de sambas-enredos

Leandro Santos, sempre bem acompanhado

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Setembro / 2013 Revista Carnaval l 3

EDITORIALSUMÁRIO

A Revista Carnaval é umaPublicação Portifolyo Produções

Rua Garcia Redondo, 30, Cachambi, Rio de Janeiro-RJ. Tel.: 9835-1828

Editor: David Júnior.Diretor Executivo: Otávio Sobrinho.

Direção Comercial: Ego Mídia & Marketing.Email: revistacarnaval@revistacarnaval.com.br.www.revistacarnaval.com.br.Foto de capa: Arquivo Pessoal.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Revista

Carnaval EXPEDIENTE

ENTREVISTAO reinado de Marcos Roza 4HOMENAGEMIsabelValença 13POVÃOA disputa paraa corte 14POVÃORegulamentopara a rua 16ESPECIALMartinho eo Palácio 18ESPECIALFinais ePortela 20SÉRIE ADecisão dos sambas 22SÉRIE APaulinhoSanta Cruz 24ESTRUTURACidade do Samba 2 25TALENTOLeandroSantos 26INESQUECÍVELTupy de Brásde Pina 29CRIANÇAOrdemalterada 30

Pesquisa e canto

Avelha máxima do Carnaval diz que enredo bom é aque-le que um surdo entende ao ver a escola passar na Ave-nida e que samba bom é o que leva um cego a entender

todo o tema. No entanto, não há enredo de boa qualidade sem uma pesquisa bem feita e boa música sem um intérprete que a valorize. REVISTA CARNAVAL embarca nesta onda e destaca dois profissionais que cumprem com muita competência suas tarefas, mesmo que tenham iniciado suas carreiras de forma tão distinta.

Marcos Roza assumiu o reinado entre os pesquisadores de enredo com competência e por antiguidade. Seu pioneirismo criou uma nova e importante função na folia. Já Leandro San-tos começou ainda menino no desfile mirim, mas ao crescer se apoiou em um grande mestre e agora terá o privilégio de dividir o carro de som com outro ícone do Carnaval carioca.

Aliás, Leandro saberá em poucos dias o samba-enredo que cantará na Avenida em 2014. As datas das finais da Série A e do Grupo Especial já foram marcadas. Isto no Rio de Janeiro, porque, em São Paulo, as agremiações estão no estúdio, gra-vando o CD para o próximo Carnaval.

Entre enredos e sambas, REVISTA CARNAVAL lembra nesta edição a saudosa Tupy de Brás de Pina e a eterna Chica da Sil-va do Salgueiro, Isabel Valença, com seu reinado que se esten-deu da Avenida para o elegante salão do Teatro Municipal. Mas tem muito mais. Todas as novidades do mês estão em nossas páginas.

Boa Leitura!

Grupo EspecialPassarela do Samba

Domingo – 02/03n Império da Tijucan Acadêmicos do Grande Rion São Clementen Mangueiran Salgueiron Beija-Flor

Passarela do SambaSegunda-feira – 03/03

n Mocidade Independente de Padre Migueln União da Ilha do Governadorn Unidos de Vila Isabeln Imperatriz Leopoldinensen Portelan Unidos da Tijuca

Série APassarela do SambaSexta-feira – 28/02

n Em Cima da Horan União de Jacarepaguán Acadêmicos da Rocinhan Renascer de Jacarepaguán Unidos do Porto da Pedran Paraíso do Tuiutin Inocentes de Belford Roxon Império Serrano

Passarela do SambaSábado – 01/03

n Tradiçãon Alegria da Zona Suln União do Parque Curicican Caprichosos de Pilaresn Unidos do Viradouron Estácio de Sán Acadêmicos de Santa Cruzn Unidos de Padre Migueln Acadêmicos do Cubango

Grupo BEstrada Intendente Magalhães

Domingo – 02/03n Unidos de Bangun Unidos do Jacarezinhon Acad. do Sossegon Acad. do Engenho da Rainhan Arrancon Unidos da Vila Kennedyn Sereno de Campo Granden Favo de Acarin Unidos do Cabuçun Unidos da Ponten Unidos de Lucasn Unidos da Vila Santa Terezan Império Rubro-Negro

Grupo CEstrada Intendente Magalhães

Segunda-feira – 03/03 n Arame de Ricardon Acadêmicos do Dendên Acad. da Aboliçãon Boca de Sirin Moc. de Vic. de Carvalhon Rosa de Ouron Moc. Unida da Cidade de Deusn Difício É o Nomen Leão de Nova Iguaçun Boi da Ilha do Governadorn Unidos de Villa Rican Moc. Unida do Santa Marta

Grupo DEstrada Intendente Magalhães

Terça-feira – 04/03n Matriz de São Joao de Meritin Unidos das Vargensn Gato de Bonsucesson Unidos do Aniln Moc. Ind. de Inhaúman Unidos de Cosmosn Lins Imperialn Arrastão de Cascaduran Chatuba de Mesquitan Acad. de Vigário Geraln Cor. Unidos do Amarelinhon Unidos de Manguinhosn Vizinha Faladeiran Flor da Mina do Andarain Tradição Barriense de Mesquita

AGENDA DO CARNAVAL(Grupo Especial e Grupos de Acesso do Rio de Janeiro)

ACESSOInvestindo em casa 31SAMBAFábrica do Samba 32

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4 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 5

ENTREVISTA

Revista Carnaval – Você é considerado o Rei dos Enredos. Quantos já escreveu?Marcos Roza – Chamam-me também de “A Caneta do Samba”, apelido que ganhei em 1999, ou 2000, do Mauro, que era diretor cul-tural da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Mas está beirando os 100, ou

até mais, somando as escolas fora do Rio.

RC – Como foi o início?MR – Tudo começou de 1997 para 1998. Eu ainda era um estudante de história da PUC-Rio quando fui trabalhar em uma equipe de deco-radores de carros alegóricos, dos irmãos Fábio

e Eugênio, os Gaúchos, na Vila Isabel. Eu não sabia absolutamente nada e, chegando no bar-racão, fui cortar espuma ... Ao longo dos me-ses, o carnaval foi crescendo diante dos meus olhos. Eu não me contiveFui até o Jorge Frei-tas (carnavalesco) e perguntei como ele fazia a pesquisa, como obtinha aquele conteúdo. Des-cobri, então, que era feita de forma amadora, com o resultado que víamos na Sapucaí. Não havia um profissional de história fazendo um trabalho de pesquisa. Eu pensei: achei um filão de trabalho. No mesmo ano, ajudei o Jorginho a fazer algumas coisas e depois montei um projeto, com características ainda muito acadê-micas, porque eu não sabia qual era a deman-da dos carnavalescos, e distribui em todos os barracões. Ficava ligando de orelhão, eu não tinha celular ainda, para saber se o carnavales-co tinha recebido. O inusitado foi que a Rosa (Magalhães) me atendeu, e ela me perguntou o que eu queria com o projeto, porque não havia entendido. Era uma coisa muito nova. Neste mesmo ano, tive a felicidade de o Max (Lopes) me abraçar na Grande Rio, em 1999. Levantei uma pesquisa para ele, sem nenhum texto, e entreguei o material.

RC – Foi o início de tudo.MR – De 1999 para 2000, eu trabalho com o Oswaldo Jardim na Vila Isabel e aí eu aprendi qual a demanda de um carnavalesco, o que eu tinha que fazer: sinopse, histórico do enredo, defesa. No ano seguinte, o Max me leva para a Mangueira e eu faço ainda mais dois enredos neste mesmo ano: O Rio Corre para o Mar, do Império Serrano, e Tijuca, com Nélson Rodri-gues, pelo Buraco da Fechadura, da Unidos da Tijuca. Assim, aprendi a trabalhar, aprendi fa-zendo. Não tive qualquer referência.

RC – A carreira deslanchou então?MR – Lembro que, além de formar um merca-do, lanço algumas pessoas que hoje estão no cenário carnavalesco como pesquisadores. A carreira, então, foi solidificada e muitas pesso-as que trabalham com pesquisa no Carnaval reconhecem este pioneirismo. Isto é muito le-gal. Fico muito feliz por haver uma nova safra

de pesquisadores, por eles estarem chegando ao Car-naval. Tem um rapaz que gosto muito, o Lean-dro Vieira. Fez dois trabalhos lindos agora, e eu pude escrever para ele dizendo que estava feliz. O retorno dele foi bem legal, dizendo que eu tinha aberto esta possibilidade de trabalho como pesquisador no Carnaval e que eu se-ria uma referência para os mais novos. Isto é muito gratificante, sobretudo para mim que não tive uma referência específica, embora tenha carnavalesca, como o Max e o Oswaldo. Aliás, o Oswaldo Jardim, que era um gigante, me en-sinou uma coisa que jamais esqueci. Ele disse: sinopse se escreve sempre no presente. Isto fica mais fácil para quem está julgando ou sim-plesmente vendo.

RC – Você ficou na Mangueira por um bom tempo.MR – Fiquei na Mangueira até 2006, mas pa-ralelo a isto fiz outros enredos no Especial e no Acesso. Este é o momento que começa a revolução dos enredos patrocinados, desde o final da década de 1990. E eu, como pesquisa-dor, além de outros que começavam a surgir, me vejo um pouco alijado deste processo, por-que estes enredos ficam em uma redoma, com o presidente da escola, o diretor de Carnaval e quem estava levando o enredo. Às vezes, quando estava tudo definido é que o enredo vinha para a gente. Existia uma lacuna nes-te momento e eu pensei em como me inserir nela. Tive que me tornar também um captador de recursos, embora minha formação toda seja de uma linha de projetos sociais e culturais. Eu já captava projetos, entrava em editais ... Esta experiência me ajudou a dar um salto. No caso da Mangueira, onde fiquei por seis anos, isto aconteceu alguns anos, mas foi atípico, porque normalmente participava de todo o processo. A experiência como produtor cultural me ajudou a olhar o universo e ver que aquela chaminé dá um enredo e fazer um projeto de captação.

RC – Há um momento definido em que isto aconteceu?

ENTREVISTA

Marcos Roza,

Enredos com grife

Marcos Roza tornou-se uma referência na pesquisa de enredos. O historiador marcou um novo tempo na montagem dos temas carnavalescos.

Foto: A. Pinto.

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6 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 7

ENTREVISTA MR – É uma linha estreita que não dá para dizer exata-

mente qual é o momento que tive que sair a campo para captar e quando fui chamado pelas escolas. Na verdade, é uma sequência de fatos com o meu nome começando a ser conheci-do no mercado, se fortalecendo, aprendendo com os erros ... Faço a primeira sinopse poéti-ca, junto com o Seu Oswaldo, sinopse rimada, em 2002. Todo mundo vem atrás desta forma de escrever. Então faço uma sinopse no estilo de um roteiro de cinema. Eu vou criando novas formas de escrever para me manter no merca-do. Tanto que o Leandro Vieira fez um trabalho ficcional para contar o Zico (enredo da Impera-triz para 2014), que eu já tinha feito lá atrás, em 2003 ou 2004. Isto é bacana. Trabalhei muito para me manter no mercado até hoje.

RC – Virou uma referência.MR – De lá para cá, todo o ano fiz duas ou três escolas. Faço um verdadeiro balé profissional. Não fico parado. Não espero as coisas caírem do céu. Tenho uma relação muito boa com to-dos os carnavalescos, ligava para eles me co-locando à disposição, oferecia meu trabalho, montava um book, ia oferecendo minha mão de obra intelectual qualificada.

RC – Isto também ajudou a ampliar seus li-mites?MR – Em 2008, faço meu primeiro Carnaval fora do Rio, na Gaviões da Fiel e na Rosas de Ouro. Depois subo com a Nenê da Vila Matilde. Faço o Carnaval de Vitória, onde também es-tou trabalhando este ano.

RC – Qual o enredo preferido?MR – O número 1 é o da Mangueira em 2002 (Brazil com Z É pra Cabra da Peste, Brasil com S É Nação do Nordeste), que foi um Carnaval belíssimo e com um trabalho de pesquisa mui-to bem desenvolvido. Foi incrível. Trabalhar com o Max Lopes foi uma coisa muito bacana para a gente, eu, o Fabinho (Ricardo) e o Nem, o Valdeci projetista. Neste grupo, aprendi muita coisa porque tive referências com quem dese-

nhava, com quem projetava. Isto dá uma baga-gem grande. Tem um outro enredo que eu gosto muito: Brasil de Todos os Deuses, de 2010, da Imperatriz, também do Max. Outro que me dei-xou feliz, apesar de ser muito criticado, é o da Luma de Oliveira (Luma de Oliveira: Coração de um Brasil em Festa). A forma que encontra-mos para contá-lo foi legal, apesar de ser raso. Por ela não ter nenhum apelo cultural para se desenvolver, eu e o carnavalesco Marcus Fer-reira buscamos um texto escrito por João Bos-co para uma Playboy que ela foi capa. Aí está o trabalho do pesquisador. Tudo dá enredo.

RC – É uma pesquisa a fundo.MR – Acho que é mais que isto. É ter um fe-eling. Pedra, por exemplo. Tudo tem história. Mas, no caso da Luma, foi preciso se achar a linha, o ponto onde se encaixava a não história ou a pouca história dela. Isto é um barato. Se você não tem uma boa experiência, não faz. É preciso ter este feeling, caso contrário faria o ABC. Ela criança, o Carnaval, a coleira ... E tomaria pancada na cabeça. A gente conseguiu fazer um contorno para trazer uma pena quen-te. Por ter vencido este desafio, me testado, dou uma nota muito alta para este enredo. Ou-tro que eu também acho muito bacana é O Im-pério do Divino, de 2006, do Império Serrano, que fiz com o Paulo Menezes. Partindo de um tema pré-definido por ele, de um roteiro de des-file pronto, pude fazer uma pesquisa dos temas abordados e consegui fazer uma sinopse po-etizada, toda rimada, com um conteúdo muito bacana dessa brasilidade unida à religiosidade brasileira.

RC – As escolas entendem a necessidade de ter uma equipe de pesquisa para o enre-do? Algumas sequer tem um departamento cultural ativo.MR – Não diria nem as escolas, mas os carna-valescos. O artista é que se organiza e propõe para a escola uma equipe. Eu estou na Está-cio há quatro anos. Trabalhei com o Marcus Ferreira e desde o último Carnaval com o Jack Vasconcelos. Hoje, tenho uma relação próxima com o presidente Leziário Nascimento, com

a direção de Carnaval e tudo faz diferença. A gente não tem um departamento cultural for-mado, mas tudo o que é relativo a enredo, a temas que surjam dentro da escola pensando nos próximos anos, eu sou chamado. Acho que isto parte do artista. Ele que organiza este nú-cleo duro de criação. É muito bom quando um pesquisador, que já tem uma história no Carna-val, é chamado por um carnavalesco também renomado para participar de um núcleo deste. A Portela agora se organizou, levou o Luis Car-los Magalhães para montar o departamento cultural. Ele é uma pessoa que tem uma ampli-tude cultural e intelectual fantástica.

RC – Você falou dos enredos que gostou. Ouve algum que disse: “Caramba, errei”?MR – Teve na Mocidade em 2009 (Mocidade Apresenta: Clube Literário Machado de Assis e Guimarães Rosa, Estrelas em Poesia). Foi um ato falho que quase arruinou minha carrei-ra. Fui exatamente na onda do Carnavalesco (Cláudio Cebola), nas ideias dele. Na verdade, havia um conteúdo bonito, sobre Machado de Assis e Guimarães Rosa, com um peso histó-rico e cultural importante para o Brasil. O pes-quisador respeita a criação e a ideia do carna-valesco, em alguns momentos isto é junto, em outros separado. O carnavalesco dá um roteiro e o pesquisador desenvolve um texto em cima. Mas geralmente esta formatação é junto, quan-do se define a estrutura de apresentação do enredo. Neste caso, o carnavalesco viajou mui-to, falando coisas absurdas e eu fui acatando. Era uma coi-sa muito visionária, longe do que era histórico, do que fun-damentalmente precisava ser colocado. Toda a infância de Machado estava lá, mas em determinados momentos era uma loucura do carnavalesco.

Eu materializei o delírio do cara e me dei mal duas vezes, porque o texto foi divulgado sem uma revisão. Passaram vários erros. Foi um caos. Poderia ter sido maravilhoso e não foi.

RC – Já lhe propuseram algum enredo que você disse que não daria certo?MR – Já me propuseram um enredo sobre ca-chorro. Eu falei: vou fazer uma pesquisa e lhe retorno. Entrei em contato com o Cahê Rodri-gue e falei que tinha um enredo sobre cachor-ro. Ele respondeu: “Cachorro!” Depois eu falei com o Fabinho (Ricardo). E ele a mesma coisa: “Cachorro!” Eu pensei: não rola. Mas só que isto era superficial, eu ainda não tinha mergu-lhado no tema. Quando eu mergulhei no tema, vi que o universo é gigante. Tudo dá enredo. Esta frase não é minha é de um pesquisador chamado Júlio César Farias. Eu gosto quando ele fala isso. Quando eu pesquisei o cachorro, encontrei uma história brilhante. Também já me mandaram um enredo, e o cara insistiu muito, sobre gatos. E tem patrocínio potencial para o tema. Se você parar para analisar, é forte, dá um retorno financeiro e nunca fizeram.

RC – Você tem caderneta com possíveis en-redos?MR – Eu digo que é uma caixinha de sapa-tos. Só para 2014 eu desenvolvi um texto, um briefing, de oito enredos, eu e meu sócio, Júlio

ENTREVISTA

Foto: Divulgação / R

iotur / Raphael D

avid.

n Enredo sobre Luma de Oliveira:

“Um desafio”.

Page 5: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

8 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 9

Costa. A gente não conseguiu nenhum. No ano passado,

foram quatro e a gente trouxe Cuiabá para a Mangueira. Um por ano está lindo. Para 2014, não demos sorte. Ou melhor, começamos a negociar um pouco tarde. Não foi possível. Mas seis desses temas já estão com legenda de 2015 e estão no mercado, podendo fechar, acreditamos, um ou dois.

RC – Há algum enredo que você gostaria de ter feito e outros fizeram?MR – Vários. Esta é minha maior dor de coto-velo. O da Mangueira de 2009 (A Mangueira Traz o Brasil dos Brasis Mostrando a Formação do Povo Brasileiro), do Roberto Szanieck, por exemplo, que ganhou um samba maravilhoso do Lequinho e do Junior Fionda. Queria muito ter feito aquele texto. O deste ano da Manguei-ra também, sobre as festas brasileiras. Este da Cubango para 2014 (Continente Negro – Uma Epopeia Africana), eu adoraria ter feito. Eu tenho pouquíssimos enredos afros na minha carreira. Eu não me recordo de nenhum dire-tamente afro.

RC – E carnavalescos? Com quem você gostaria de ter trabalhado e não trabalhou?MR – Adoraria trabalhar com a Rosa (Maga-lhães). Tive apenas a oportunidade de conver-sar com ela para uma matéria para o Roteiro de Desfiles de 2010. Aliás, antes, insisti tanto para trabalhar com ela, que fui recebido na casa dela para ouvir: “Cara, como você é insis-tente!” Conversamos, mas não rolou da gen-te trabalhar juntos. Adoraria porque acho que aprenderia muito. Faria só a pesquisa, ela po-deria escrever o enredo. Eu queria estar junto. Sempre disse que queria trabalhar com ela e com o Milton Cunha, com quem trabalhei na São Clemente. Outro que amei trabalhar foi com o Cid Carvalho. Ele é mais que um car-navalesco, é um poeta, é inteligente demais. Estou falando especificamente, mas todos os carnavalescos com quem trabalhei tiveram um ouro que pude receber e dar, fazer uma troca grande. Max Lopes é meu mestre. Oswaldo

Jardim foi meu mestre. Foram pessoas que eu tive mais tempo junto e me ensinaram muito. Tive uma passagem rápida, mas com um resul-tado sensacional com o Paulo Menezes.

RC – Agora está com o Jack Vasconcelos?MR – O poder superior me deu este presente. Temos uma química muito grande. É o segun-do ano da nossa parceria e é incrível. O que a gente conseguiu fazer este ano foi incrível, porque o enredo foi definido no domingo e na terça-feira a sinopse tinha que estar pronta. Tive um dia para fazer o texto e a gente não tinha conversado. Qual seria a linha? Eu tinha um título. Nos falamos no domingo à noite por telefone. Ele me falou o que pensava para a linha de desenvolvimento do enredo. Eu colo-quei a minha posição, diante do que havia lido sobre o tema, que foi parte da minha monogra-fia, sobre o que fiz um filme também. Aí surgiu a ideia do vento. Ele falou que tinha a ideia de contar o enredo a partir da brisa que sopra na beira do mar. E eu consegui transportar a alma e o coração do Jack para o texto. E isto é uma benção porque não tivemos oportunidade de conversar.

RC – Você prefere desenvolver um enredo seu ou um tema encomendado?

MR – Há várias formas do enredo chegar a mim. Às vezes, como no caso da Caprichosos no ano passado, só tem título. Pediram-me um enredo sobre fanatismo. Então, eu criei a estrutura de apresentação, fiz a pesquisa, de-senvolvi o enredo todo. Isto é bacana porque te dá uma bagagem bem legal. Outra coisa é uma proposta de enredo já com um briefing, um roteiro de desfile. Isto é mais tranquilo por-que escrevo de acordo com o roteiro. Geral-mente, quando eu proponho o enredo é mais difícil, porque toda a concepção é minha. Por isso, gosto de trabalhar integrado com o carna-valesco. Construir um enredo precisa de duas visões, histórica, do pesquisador, e plástica, do carnavalesco. Quando eu proponho o enredo, só tem uma. Claro que, atualmente, com a ex-periência, já consigo olhar plasticamente, mas é preciso entender que quem julga analisa o que está vendo, o plástico, e o conteúdo atra-vés do texto. É integrado. Na verdade, eu pre-firo receber uma proposta porque eu só ponho o meu lado.

RC – É mais difícil fazer um enredo para o Especial ou para a Série A?MR – Não há diferença. A mesma forma de se desenvolver um enredo para o Especial vale para a Série A. Faz-se uma pesquisa sobre o tema, levanta o conteúdo, faz-se a estrutu-ra do enredo, que é o roteiro do desfile, e é muito bom fazer isto em conjunto com o car-navalesco, e cria-se o histórico do enredo, que é o conteúdo para o carnavalesco desenhar a parte plástica. Quase ao mesmo tempo, faço a sinopse para os compositores. Este processo é o mesmo em ambos os grupos. Só que na Série A é menor. A gente trabalha com quatro setores. No Especial, pode ir a oito.

RC – Quando teve a ideia de levar o Abre--Alas, aquele caderno gigantesco que a im-prensa e os jurados recebiam, para o públi-co com a criação do Roteiro de Desfiles?MR – Isto surgiu no Carnaval de 2001. Entro na Avenida, com alguns amigos, e as pesso-as vinham me perguntar o que significava cada carro, cada ala. Aquilo ficou no meu coração.

Pensei: “O Carna-val é um espetácu-lo maravilhosos e o texto que eu faço vai só para os jurados e para a imprensa; o público não entende nada”. Em 2003 ou 2004, não lembro, cheguei a fa-zer umas 20 cópias do roteiro da Mangueira e dei a alguns amigos na Avenida. Quando em 2009 eu fui convidado para ser diretor cultural da Lesga, hoje Lierj, tive um insight, já que es-tava em um cargo político, de fazer um libreto da festa. Ainda tentei naquele ano, mas estava muito em cima do Carnaval. No ano seguinte, eu fui até a Riotur, apresentei o projeto, e a re-cepção foi maravilhosa. Começamos, então, a produzir, com a Riotur como parceira. Eu sou muito apaixonado pelo Roteiro de Desfiles, até porque me sinto pesquisador de todas as esco-las. Tenho um acordo com as escolas de que o material entregue a nós não irá vazar antes do tempo. E não vaza mesmo.

RC – E o Marcos antes de oficialmente estar na folia?MR – Meu pai, Amaro, e minha mãe, Terezinha, tinham ala no Império Serrano. Meu tio Joel ca-sou com a sobrinha de Dona Ivone Lara. Sou nascido e criado em Inhaúma, mas quando eu era criança ia muito para o Império. O Carnaval que eu lembro melhor foi o de 1982, quando o Império foi campeão. Participei do processo de confecção das fantasias, fui aos ateliês, em-bora não tenha ido ao barracão, fui à quadra. Eu gostava demais do samba. Ia aos ensaios de rua. Sempre sambei muito quando era pe-queno. Isto era legal, porque com sete ou oito anos, pequenininho, sambava com aquelas mulatonas com meias rendadas. Eu ficava na altura da bunda delas. Nem dormia à noite, fi-cava rolando na cama. Minha mãe reclamava que eu ia para o samba e ficava sambando com aquelas mulheres quase peladas.

RC – O menino Marcos era sambista. E o jovem?MR – Houve uma fase da vida em que eu des-cansei no Carnaval. Viajava, ia para o mato, me distanciei bastante. Mas houve uma outra

ENTREVISTAENTREVISTAFoto: A. Pinto.

n Marcos Roza é o responsável pelo enredo

da Estácio de Sá para 2014.

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10 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 11

referência para que eu me tornasse um profissional do Car-

naval é que, quando eu era criança, durante o Carnaval, a gente era meio obrigado a ir para a casa de uma tia para ver os desfiles. Juntava toda a família. Eu adorava esta época do ano porque ia para as matinês dos bailes e depois assistia os desfiles. Depois que meus pais des-filavam, eles iam para a casa da minha tia. No entanto, durante a juventude eu virei as costas para a festa popular e foi preciso que, quando eu morava no Vidigal, o Fábio e o Eugênio, em 1997, me levasse para o barracão da Vila Isa-bel para eu voltar.

RC – O interessante é que o jovem Marcos que se afastou do Carnaval foi o que se pre-parou academicamente para brilhar nela.MR – Intuitivamente, foi. O legal é que, mesmo neste momento em que eu viajava, eu sempre procurava um jeito de assistir o desfile do Im-pério Serrano. E eu me emocionava, chorava.

RC – Você não nega ser imperiano, então?MR – Que me perdoem as coirmãs, onde eu trabalhei ou trabalho, mas tenho duas bandei-ras no meu coração: o Império, por causa da infância e da família, e a Mangueira. Quando eu cheguei na Mangueira, eu era um antiman-gueirense. É igual o Flamengo. Quem não é Mangueira é antimangueirense. Eu detestava a Mangueira. Lembro que, em 1998, quando a Mangueira foi campeã com Chico Buarque

e eu já iniciava meu trabalho no Carnaval, vi a comissão de frente da Mangueira pela televi-são. Vi aqueles malandros sambando, lindos, e pensei: “Não gosto desta escola, mas os ca-ras mandaram bem”. Foi a primeira vez que eu olhei para a Mangueira com respeito. Em 2001, fui para a Mangueira. Quando eu entro no bar-racão, me dou conta de que aquela escola era especial. Eu então comecei a entender isso. A ficha caiu: “Estou na equipe de criação da es-cola que todo mundo fala, da mais querida”. Aí eu entro na quadra durante a disputa de sam-ba, aquilo cheio para caramba, parecia que o coração de todas as pessoas ali estavam na boca. Era uma energia diferente. Inexplicável. No dia do desfile, quando o abre-alas fez a cur-va, eu comecei a chorar. Faço um flashback de que tudo que eu estava vendo nasceu de um computador 486. Eu me tornei um mangueiren-se. No mesmo ano, tive a mesma emoção com o Império Serrano, onde fiz O Rio Corre para o Mar. Só que o Império desfilou antes. Depois, voltei ao Império em 2006 e acabei não fican-do para 2007. Fiquei meio chateado, pensando estar tão disponível para a escola e não fazen-do. Mas a escola é muito maior que as pes-soas. Algumas pessoas que fazem o Carnaval perdem a noção e não respeitam o profissional, até financeiramente. Eu boto a alma no meu trabalho e vivo disso. Eu sei qual é o meu qua-drado. O Carnaval é um trabalho coletivo e eu sei que sou uma peça fundamental, dentro do meu espaço, para se chegar ao resultado na Marquês de Sapucaí. O pesquisador hoje é

uma realidade. Por isso, tenho o respeito desta nova safra de pesquisadores. Recentemen-te, saiu uma matéria comigo em um site e gente de todo o Brasil me procurou pela in-ternet. Isto é muito legal, mui-to gratificante. Eu faço o que gosto e gosto do que faço.

ENTREVISTA

n Marcos Roza com Chiquinho da Mangueira e o Roteiro dos Desfiles.

Foto

: Divu

lgaç

ão /

Rafa

el S

ilva.

João Estevam comanda uma turma de bambas no programa Cidade do Samba, todos os sábados, às 22 horas, na rádio

Manchete AM 760.

Um show de informação e análise do Carnaval.

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12 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 13

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REVISTA CARNAVAL

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HOMENAGEM

Poucos nomes representaram tão bem a história da mulher

na cultura brasileira. Isabel Valença saiu da Avenida, especificamente do Salgueiro, para encantar a passarela elitizada do Teatro Municipal. Marcou época, quando encarnou Chica da Silva em 1963, e se tornou sua mais perfeita personificação, tanto que um ano depois, vestida de Rainha Rita de Vila Rica, fora confundida com a

escrava que conquistou a alta burguesia.

Como Chica da Silva, Isabel Valença, esposa do presidente salgueirense Osmar Valença, soube reinar na elite. Ela venceu o concurso de fantasias do Teatro Municipal em 1964 na categoria Luxo Feminino. As madames não gostaram muito, mas foram obrigados a reverenciar a nobreza carnavalesca da dama do Salgueiro.

Isabel Valença, a eterna Chica da Silva

As madames não gostaram muito, mas foram obrigados a reverenciar a nobreza carnavalesca da dama do Salgueiro.

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POVÃO POVÃO

Afolia carioca começou a preparação para eleger sua corte para 2014.

Os pretendentes a Rei Momo, Rainha e Princesas do Car-naval já podem se candidatar aos cargos. As inscrições es-tão abertas desde 27 de agos-to e prosseguirão até 27 de setembro, na sede da Riotur, na Praça Pio X, 119/12º an-dar, Centro, entre 10h e 17h. Os servidores públicos mu-nicipais, estaduais e federais

estão impedidos de participar da disputa.

Todos os candidatos ne-cessitam residir na cidade do Rio de Janeiro há pelo menos dois anos. Os candidatos a Rei Momo precisam ter entre 18 e 55 anos, altura mínima de 1,70m e o 1º grau concluí-do. As pretendentes a Rainha devem possuir idade entre 18 e 35 anos e 1,60m, além do mesmo nível de ensino exigi-do para os homens.

Para concorrer, o candidato precisa apresentar cópias au-tenticadas, ou acompanhadas dos originais, da carteira de identidade, CPF, comprovan-te de residência (próprio, pai, mãe ou contrato de aluguel), certificado ou declaração de escolaridade, uma fotografia de corpo inteiro, número de inscrição no INSS/PIS ou PA-SEP, declaração que reside no município do Rio de Janeiro, de que não é servidor público municipal, estadual e federal e nem ocupa cargo dentro des-sas estruturas, além de um atestado de aptidão física com data recente ao concurso, atestando ótimas condições de saúde do candidato, visan-do o cumprimento do contrato.

Os jurados dos concursos avaliarão os requisitos desem-baraço, sociabilidade, facilida-de de expressão, simpatia, es-pírito carnavalesco e domínio da arte de sambar, na disputa

para Rei Momo, e beleza do rosto, harmonia de linhas físi-cas, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia e es-pírito carnavalesco, além de domínio da arte de sambar, no caso das pretendentes à Rai-nha.

O primeiro colocado rece-berá, além do título de Rei Momo 1º e Único do Carna-val 2014, a quantia de R$ 20 mil. O vice-campeão ganhará R$ 3,5 mil e o terceiro, R$ 1,5 mil. O prêmio da Rainha do Carnaval será de R$ 20 mil, cabendo R$ 15 mil para a se-gunda e a terceira colocadas, eleitas 1ª Princesa e 2ª Prin-cesa, respectivamente. Os mandatos começarão na data de suas eleições e terminarão no dia 10 de março de 2014. As finais do concurso aconte-cerão no dia 8 de novembro, a partir das 19h, em local a ser previamente determinado pela Riotur.

Começam os preparativos para

o Carnaval de rua

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Foto: Divulgação / Riotur.

As inscrições estão abertas

desde 27 de agosto e

prosseguirão até 27 de setembro.

As finais do concurso acontecerão no dia 8 de novembro, a partir das 19h.

n A Corte do Carnaval é formada com o Rei Momo, sua Rainha e duas princesas.

n Os eventos carnavalescos contam com a presença da Corte do Carnaval.

Page 9: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

16 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 17

POVÃO POVÃO

APrefeitura do Rio de Janeiro publicou na edição de 28 de

agosto do Diário Oficial do município as regras para os desfiles de blocos de rua do Carnaval 2014. As inscrições começaram no dia 2 de setembro e se estenderão até o dia 30, devendo os responsáveis por cada agremiação entregar os requerimentos na Diretoria de Operações da Riotur, na Praça Pio X, 119/12º andar, Centro, de segunda-feira à sexta-feira, das 10h às 17h.

A Comissão Especial de Avaliação de Blocos de Rua, que analisará os pedidos,

contará com integrantes dos órgãos públicos envolvidos na folia, da Riotur e de duas entidades, a Associação das Bandas Carnavalescas do Estado do Rio de Janeiro (ABCERJ) e a Associação de Blocos de Rua da Zona Sul, Centro e Santa Tereza, além de outras que enviem sugestão para a melhoria do Carnaval.

Serão avaliados a tradição, o local do desfile, a estimativa de público, as características do bloco em relação ao Carnaval de rua carioca e ao bairro onde pretende desfilar e os impactos causados no dia-a-dia da localidade. O

resultado final será conhecido no dia 30 de novembro.

Na mesma oportunidade, a Prefeitura do Rio publicou resoluções que visam melhorar ainda mais a qualidade do Carnaval de rua carioca. Entre as ações oficiais tomadas, estão regulamentações sobre as ações promocionais nas vias públicas e das atividades dos promotores credenciados para atuar nos desfiles, sobre a dispersão dos blocos e a abertura de vias após os

desfiles, sobre a limitação do tamanho e da potência dos carros de som que serão utilizados durante o desfile na orla dos bairros de Ipanema e Leblon e sobre a possibilidade de uma segunda passagem do mesmo bloco.

O Caderno de Encargos para as empresas que desejem patrocinar a festa também foi divulgado. Medidas que preservam o meio-ambiente estão listadas no documento entre as exigências da Prefeitura.

Blocos de rua conhecem regras

para o desfile

As inscrições começaram no

dia 2 de setembro e se estenderão

até o dia 30.

A Prefeitura também publicou resoluções que visam melhorar ainda mais a qualidade do Carnaval de rua carioca.

Foto: Divulgação / Riotur / Fernando Maia.

Foto: Divulgação / Riotur / Fernando Maia.Foto: Divulgação / Riotur / Fernando Maia.

n Uma tradição do Carnaval de Rua carioca: a presença de belas mulheres.

n As crianças dão um colorido especial à folia.

Page 10: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

18 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 19

ESPECIAL

Martinho da Vila agora é baluarte da Unidos de

Vila Isabel. O célebre compositor foi um dos nomes homenageados pela azul e branco, que decidiu pela honraria após assembleia na primeira metade de agosto. Foi o reconhecimento ao multicampeão de samba-enredo, incluindo o deste ano, e autor de enredos como Kizomba, Festa da Raça, com que a escola ganhou seu primeiro título, em 1988.

A escola também homenageou outros componentes históricos com o título de baluarte, como os compositores André Diniz e Evandro Bocão, que também integra a comissão de carnaval da azul e branco, a superintendente

da agremiação, Dona Rita de Cássia, o presidente da Unidos de Vila Isabel, Wilsinho Alves, e o Sr. José Magalhães, que há mais de 40 anos integra a Velha Guarda.

O apresentador e diretor social da Liesa, Jorge Perlingeiro, as baianas Dona Lucimar e Dona Penha, o presidente do Conselho Fiscal, Evaristo, Dorinha, Paulinho da Elétrica, o cardiologista Wilson Manso e os integrantes da comissão de carnaval, Junior Schall e Júlio Cerqueira, foram agraciados com o título de beneméritos da Unidos de Vila Isabel. Wilson Vieira Alves, o Moisés, foi oficializado, após votação unânime, presidente de honra da agremiação.

Martinho da Vila é baluarte

O célebre compositor foi

um dos nomes homenageados

pela azul e branco.

n Martinho da Vila é multicampeão de samba-enredo e autor de célebres enredos.

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ESPECIAL

Uma belíssima festa marcou a reinauguração da

quadra da Mangueira, no dia 10 de agosto. Com a presença de mangueirenses ilustres, autoridades e comunidade, o Palácio do Samba foi reaberto com novos camarotes, banheiros e quiosques, além da volta do teto retrátil. A reforma custou R$ 1 milhão, bancados por

empresários/torcedores da Estação Primeira, que ainda investiu outros R$ 490 mil no barracão.

A obra demorou três meses para ser concluída, e, na reinauguração, as baianas da escola lavaram as escadarias de acesso à quadra. O Palácio do Samba também foi abençoado por um padre. Tudo para garantir o sucesso do novo espaço.

De volta às origensTradição na Mangueira é coisa muito

séria. A bateria da escola voltou a adotar seu antigo título e lançou a logomarca da ala. A histórica Tem Que Respeitar Meu Tamborim, comandada por Mestre Aílton Nunes, agora tem uma representação gráfica criada por um de seus repre-sentantes, o ritmista e designer Lequi-nho da Cuíca. A ilustração surgiu para a produção de uma camisa para pre-sentear a Rainha de Bateria, Evelyn Bastos, e caiu no gosto dos compa-nheiros da verde e rosa.

Baianas da Grande RioA Acadêmicos do Grande Rio dará mais

oportunidades às mães do samba. A tricolor de Duque de Caxias, que levou 80 baianas este ano para a Sapucaí, dobrará este nú-mero no próximo Carnaval. As inscrições para quem desejar desfilar na ala devem ser feitas na quadra da escola às segundas-fei-ras, de 10h às 21h, e às quartas-feiras e às

sextas-feiras, de 10h às 18h. Informações pelo telefone 2 6 7 1 - 3 5 8 5 , com Cristiane Brigadeiro.

O Palácio do Samba foi reaberto com novos camarotes, banheiros e quiosques, além da volta do teto retrátil.

Mangueira com a casa renovada

Foto: Divulgação.

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Page 11: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

20 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 21

ESPECIAL ESPECIAL

As quadras já estão fer-vendo, mas o clima nas escolas de samba fica-

rá ainda mais quente a partir deste mês. A Liesa divulgou o calendário das finais das dis-putas de sambas-enredo para o Carnaval 2014. A temporada decisiva começará no dia 27 de setembro, na Império da Ti-juca, e terminará no dia 20 de outubro, na Imperatriz Leopol-dinense e na Mocidade Inde-pendente de Padre Miguel.

Serão oito datas definidas para as finalíssimas, sendo que o dia da semana mais reservado para as decisões será a sexta-feira, com quatro escolhas. Outras duas acon-tecerão em domingos, e uma na quinta-feira, 17, quando a Beija-Flor de Nilópolis, definirá seu samba-enredo para o pró-ximo desfile.

Anote a agenda:n 27/09 (sexta-feira) – Império da Tijucan 04/10 (sexta-feira) – São Clementen 11/10 (sexta-feira) – Salguei-ron 12/10 (sábado) – Mangueira e Unidos de Vila Isabeln 17/10 (quinta-feira) – Beija--Florn 18/10 (sexta-feira) – Portelan 19/10 (sábado) – Acadêmi-cos do Grande Rio, União da Ilha do Governador e Unidos da Tijucan 20/10 (domingo) – Imperatriz Leopoldinense e Mocidade In-dependente de Padre Miguel

Serão oito datas definidas para as

finalíssimas.

Calendário das finais é divulgado

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Foto: Divulgação / Riotur / Eliane Carvalho.

n A Imperatriz Leopoldinense encerra as disputas.

Adireção da Portela de-sistiu de realizar um concurso para eleger a

Rainha de Bateria da escola e manteve Patrícia Nery no pos-to para 2014. Ela tem a simpa-tia da comunidade da Águia, por isso continuará à frente dos ritmistas comandados por Mestre Nilo Sérgio. Será seu segundo ano de reinado.

Patrícia Nery, que também já reinou da Renascer de Ja-carepaguá, em 2012, afirmou pelo Facebook que estava muito feliz. Ela escreveu que tem “plena consciência do que é ser portelense, de todo amor, respeito e dedicação”. A beldade assinou o texto como “Hoje Rainha, mas sempre portelense.”

Inovação com a marca do Salgueiro

O Salgueiro mostrou novamente porque é uma escola diferente. A vermelho e branco lançou seu programa de sócio torcedor, febre entre os clubes de futebol, mas agora com a marca do pioneirismo salgueirense entre as esco-las de samba. Entre os benefícios para os que aderirem à iniciativa, estão des-contos nos produtos da agremiação e no valor do ingresso nos dias de ensaios, além de concursos e outras vantagens. A mensalidade é de R$ 29,00.

De volta para casa

A Mocidade Independen-te de Padre Miguel repa-triou mais um de seus inte-grantes. Wilker Jorge Leite, que desfila na escola desde os 11 anos, passou quatro anos na Mangueira e está de volta à sua casa para o cargo de diretor artístico. Ele estará supervisionando as fantasias de alas e com-posições de carros alegó-ricos, com expediente diá-rio no barracão da verde e branco.

A escolhida afirmou pelo Facebook que estava muito feliz.

Patrícia Nery, Rainha de novo na Portela

Foto: Divulgação / Riotur / Tata Barreto.

Page 12: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

22 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 23

SÉRIE A SÉRIE A

AUnidos de Padre Miguel será a primeira escola da Série A a

realizar sua final de samba-enredo. A vermelho e branco da Zona Oeste definirá seu hino para 2014 no dia 13 de setembro. No mês passado, porém, três escolas fizeram festa para apresentação das obras já escolhidas. A União

de Jacarepaguá revelou a composição encomendada a um grupo de artistas da agremiação, no dia 17 de agosto. A Paraíso do Tuiuti e a Em Cima da Hora, que optaram por reedições, realizaram eventos nos dias 16 e 18 de agosto, respectivamente.

Outras três escolas

também não realizarão disputas de samba-enredo. A Renascer de Jacarepaguá e a Acadêmicos da Rocinha, que também encomendarão suas obras para a folia de 2014, e a Tradição, que reeditará Sonhar com Rei Dá Leão, de 1976, com que a Beija-Flor conquistou o título. Depois da Unidos de Padre Miguel, Alegria da Zona Sul dá sequência às finais no dia 14 de setembro. O último hino da Série A para o próximo Carnaval será conhecido somente no dia 29 de setembro, com a decisão na Inocentes de Belford Roxo.

A Lierj antecipou as finalíssimas de samba-enredo para fugir da concorrência com as disputas do Grupo Especial. Veja o calendário:n 16/08 – Paraíso do Tuiuti (Apresentação da reedição)n 17/08 – União de

Jacarepaguá (Apresentação de samba encomendado)n 18/08 – Em Cima da Hora (Apresentação da reedição)n 13/09 – Unidos de Padre Migueln 14/09 – Alegria da Zona Sul16/09 - Acadêmicos do Cubangon 17/09 – Renascer de Jacarepaguá (Apresentação de samba encomendado)n 20/09 – Caprichosos de Pilares e Unidos do Porto da Pedran 22/09 – Acadêmicos da Rocinha (Apresentação de samba encomendado)n 26/09 – União do Parque Curicican 27/09 – Acadêmicos de Santa Cruzn 28/09 – Estácio de Sá, Império Serrano e Unidos do Viradouron 29/09 – Inocentes de Belford Roxo

Lierj divulga calendários das

finais de sambaTrês escolas

fizeram festa para apresentação das

obras já definidas.

Foto: Divulgação / Riotur / Raphael David.

Foto: Divulgação / Riotur / Raphael David.

n Ronaldo Ylê, da União do Parque Curicica, conhecerá o samba que interpretará na

Avenida no dia 26 de setembro.

Page 13: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

24 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 25

SÉRIE A ESTRUTURA

Não faltarão mulheres bo-nitas no desfile da Unidos do Porto da Pedra. A vermelho e branco de São Gonçalo apre-sentou, no dia 10 de agosto, o trio de musas que estarão à frente dos carros alegóri-cos da agremiação no próxi-mo Carnaval. Mylla Ribeiro, Fernanda Guimarães e Taia-

ne Perfeito foram acompa-nhadas pela modelo Solan-ge Gomes, que já ocupou o posto de Rainha de Bateria da escola. Na edição de 14 de setembro da Feijoada da Família Tigre, será a vez da nova dona da coroa da Ritmo Feroz, Bianca Leão, se exibir para a comunidade.

AAcadêmicos de Santa Cruz garantiu a ótima performance de seu

carro de som. A verde e branco renovou o contrato do intérprete Paulinho Mocidade, que chegou à escola para o Carnaval passado. O cantor mostrou-se muito satisfeito em poder defender a agremiação por mais um ano e elogiou o trabalho do presidente da escola Moysés Antonio Coutinho Filho, o Zezo. “Como homem, um grande caráter; como presidente, dedicado ao extremo.”

Paulinho Mocidade é dono de um currículo invejável. O cantor tem quatro títulos no Grupo Especial, sendo dois pela Mocidade Independente

de Padre Miguel e dois pela Imperatriz Leopoldinense. No próximo ano, na Santa Cruz, ele cantará o samba em homenagem à cidade de Jundiaí, tema da escola.

Porto da Pedra apresenta tigrezas

Paulinho permanece na

Santa Cruz As escolas da Série A receberam uma ótima notícia este

mês. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que a Cidade do Samba 2 será construída em São Cristovão. A área destinada aos barracões das agremiações desta divisão do samba ficará em um terreno pertencente ao exército junto à Quinta da Boa Vista. O local receberia o Parque Aquático Júlio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros. Estes, porém, não passarão

mais por demolição e reconstrução na área então reservada.

Há um ano, Eduardo Paes também divulgara que estava negociando a compra de uma antiga fábrica de sabão junto à Avenida Brasil, mas a ideia não se concretizou, segundo o prefeito por falta de um acerto financeiro. Além dos barracões da Série A, a Cidade do Samba 2 receberá os ateliês e espaço para a produção das alegorias das escolas de samba mirins.

No ar umarede social

carnavalescaA Universidade Fede-

ral do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a Asso-ciação de Mulheres Em-preendedoras do Brasil (Amebras), a Liga Inde-pendente das Escolas de Samba do Rio de Ja-neiro (Liesa), a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro (Aescrj) e a Federação dos Blo-cos Carnavalescos do Estado do Rio de Janei-ro (Fbcerj) lançaram em conjunto, no dia 24 de agosto, o Portal do Car-naval. A iniciativa reúne em um mesmo ambiente digital profissionais e ins-tituições carnavalescas, funcionando como uma autêntica rede social de Carnaval e como um es-paço de promoção de mão de obra.

O Portal do Carnaval pode ser acessado pelo endereço www.unirio.br/portaldocarnaval.

Cidade do Samba 2 é novamenteprometida

O cantor mostrou-se

muito satisfeito em poder

defender a agremiação por

mais um ano.

Page 14: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

26 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 27

Oditado popular sen-tencia: “Me digas com quem tu andas,

e eu te direi quem és”. Levan-do-se em conta a sabedoria do povo, pode-se afirmar que o intérprete da Estácio de Sá, Leandro Santos, está se co-locando no rol dos grandes do Carnaval carioca. Depois de acompanhar Jamelão, na Mangueira, por seis anos, ele agora cantará junto com outro mestre, Dominguinhos do Es-tácio.

Leandro Santos parece não ser bom somente no microfo-ne, mas brilhante também no pensamento. A ideia do convi-te ao cantor, afastado da Impe-ratriz Leopoldinense depois do último desfile, foi dele, em uma conversa com o presidente da Estácio de Sá, Leziário Nasci-mento. “Tomamos a decisão em comum acordo, e eu liguei para o Dominguinhos, que é

um amigo e com quem há um respeito mútuo muito grande. Ela já teve a oportunidade de dizer que gosta bastante de meu trabalho na escola.”

A chance de poder cantar ao lado de Dominguinhos, para Leandro, é um aprendizado e também um reconhecimento. O intérprete destaca que o cli-ma entre eles não poderia ser melhor. “Ele está em casa e muito feliz por ter voltado. Não há vaidades entre nós dois e isto facilita muito para um bom resultado.”

Sobre os anos de traba-lho ao lado de Jamelão, entre 2002 e 2008, Leandro Santos lembra com muito carinho do grande intérprete da Manguei-ra. “Foi uma honra e um or-gulho guardar a experiência de poder ter cantado com ele, como também é com o Domin-guinhos. São dois mestres do Carnaval.”

TALENTOTALENTO

A chance de poder cantar ao lado de Dominguinhos, para Leandro, é um aprendizado e também um reconhecimento.

Leandro Santos, sempre bem

acompanhadoO intérprete da Estácio de Sá, Leandro

Santos, estará ao lado de mais um grande mestre do microfone carnavalesco em 2014.

Agora fazendo dupla com Dominguinhos do Estácio, ele já cantou com Jamelão

Foto: Divulgação / Dayse King.Foto: Divulgação.

n Dominguihos do Estácio e Leandro Santos, duas

gerações no microfone da vermelho e branco.

Page 15: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

28 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 29

No outro lado da moeda, a Estácio trabalha com muito carinho a intérprete Tathiane Carvalho, de 17 anos, primeira voz da Nova Geração, e que já está no carro de som da esco-la-mãe, mas Leandro descar-ta ser um professor. “Não me vejo como mestre. Jamelão, com 94 anos, me disse que ainda estava aprendendo. Eu continuo me aprimorando. Ela tem muito talento e um futuro brilhante. Está virando realida-de.”

A chegada de Domingui-nhos ajudou na autoestima da vermelho e branco, segundo Leandro Santos. “A comunida-de ficou mais animada. Fare-mos um grande Carnaval.” O intérprete lembra que, ao lado da dupla e de Tathiane, tam-bém estarão no carro de som os cantores Talarico, Da Lati-nha e Marcelo Lanes, mas o grupo não está fechado. “De-

verá chegar mais uns dois ou três. Depois da escolha do samba, será definido.”

Atualmente com 29 anos, embora morador do Estácio, Leandro Santos começou a cantar na Mangueira do Ama-nhã e se tornou apoio de Ja-melão na verde e rosa com 18 anos. Em 2009, foi convi-dado pelo então intérprete da vermelho e branco, Serginho do Porto, e pela diretoria para fazer parte do carro de som. Dois anos depois, retornou como cantor oficial.

No Grupo Especial, ele acompanhou Tinga na Uni-dos de Vila Isabel em 2012 e 2013 e, no próximo ano, esta-rá ao lado de Gilsinho na azul e branco. Leandro ainda canta em escolas de outras cidades, como Guaratinguetá e Bra-sília, e faz shows por todo o mundo, especialmente com a bateria da Mangueira.

TALENTO INESQUECÍVEL

Atualmente com 29 anos, embora

morador do Estácio, Leandro Santos começou

a cantar na Mangueira do

Amanhã.

Foto: Divulgação / Dayse King.

n Com Tathiane Carvalho, de 17 anos, Leandro passa

a ser o “veterano”.

APraça Onze foi a primeira a ver um desfile da Tupy de

Brás de Pina. A azul e branco estreou no Carnaval carioca em 1956, sem concorrer. No ano seguinte, sagrou-se vice-campeã do Grupo 2 e conquistou o direito de disputar a elite do samba, onde ficou nos anos de 1958 e 1959. Só retornou ao Grupo 1 em 1972, logo caindo para voltar a figurar pela última vez entre as grandes em 1976.

A charmosa Tupy de Brás de Pina enrolou sua bandeira em 1998, quando subiu do Acesso E para o D com um terceiro lugar. Escola lembrada com saudosismo pelos amantes do Carnaval carioca, fez muitos enredos em homenagem a grandes personalidades, especialmente das artes,

como Dorival Caymmi, Chiquinha Gonzaga, Gonçalves Dias, Almeida Junior e Nélson Rodrigues, e da folia, como Clóvis Bornay, Armando Campos e Oswaldo Sargentelli.

A charmosa Tupy de Brás de Pina enrolou sua bandeira em 1998.

Saudades da Tupy de Brás de Pina

Page 16: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

30 l Revista Carnaval Setembro / 2013 Setembro / 2013 Revista Carnaval l 31

CRIANÇA

n Filhos da Águia

n Infantes do Lins

n Mangueira do Amanhã

n Pimpolhos da Grande Rio

n Miúda da Cabuçu

n Corações Unidos do Ciep

n Petizes da Penha

n Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy

n Aprendizes do Salgueiro

n Império do Futuro

n Inocentes da Caprichosos

n Nova Geração do Estácio de Sá

n Herdeiros da Vila

n Planeta Golfinhos da Guanabara

n Tijuquinha do Borel

n Estrelinha da Mocidade

Desfile Mirim

AAssociação das Escolas de Sambas Mirins do Rio de

Janeiro (Aesm-Rio) decidiu, em reunião plenária, no dia 6 de agosto, alterar a ordem de desfiles para 2014. A diretoria da entidade entendeu a necessidade de se acatar o pedido da Tijuquinha do Borel, antes primeira a pisar na Sapucaí na terça-feira de Carnaval. A agremiação alegou dificuldades para a montagem do cortejo uma vez que a escola-mãe, Unidos

da Tijuca, será a última a passar na Avenida pelo Grupo Especial, na manhã do mesmo dia.

Diante da dificuldade, a Aesm-Rio passou a Tijuquinha do Borel para a penúltima posição de desfile, não alterando o horário das escolas que desfilam antes. Desta forma, o desfile mirim em 2014 começará 20 minutos mais tarde, às 17h20. A entidade planeja promover um show de abertura no tempo vago.

A Aesm-Rio mexeu na

posição de desfile da

Tijuquinha do Borel.

Mirins tem ordem de desfile alterada

Foto: Divulgação / Riotur / Raphael David.

AUnidos da Vila Santa Tereza buscou em seu próprio endereço

a inspiração para voltar à Sapucaí. A azul e branco desfilará em 2014 pela Série B com o enredo Ururaí, nome da rua onde fica a quadra da agremiação. Trata-se da lenda de uma aldeia indígena, que estará na Estrada Intendente Magalhães como um alerta contra o fim da cultura dos índios. O tema é de

autoria de Vinicius Natal e será desenvolvido pelo carnavalesco Sandro Gomes.

A escola contratou o casal de mestre-sala e porta bandeira Yuri Perroni e Cassiane Figueiredo para defender o pavilhão azul e branco e conquistar a nota 10 na Avenida. Para reinar à frente dos ritmistas da agremiação, a diretoria da Unidos da Vila Santa Tereza escolheu Diana Cotrim.

ACESSO

Em Mangaratiba Tem Madeira de Lei, Um Compromisso com Todos será o enredo da Unidos do Cosmos. A verde e branco será a sexta agremiação a entrar na Estrada Intendente Magalhães pela Série D no próximo Carnaval. Uma comissão de artistas desenvolverá o tema de 2014.

Unidos da Tijuca na Série D

A azul e amarelo do Borel será a grande homenageada do desfile da Unidos de Manguinhos em 2014 pela Série D. A escola levará para a Estrada Intendente Magalhães o enredo Unidos da Tijuca ... Não É Segredo Eu Amar Você!, do carnavalesco Leonardo Soares. Ele destaca as inovações e surpresas que a agremiação tem levado para a Marquês de Sapucaí.

O carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros, deverá estar no desfile de 2014. Ele foi responsável pelos enredos da escola do Borel nos títulos de 2010 e 2012.

Unidos do Cosmos define enredo

Inspiração caseira

Foto: Divulgação.

Page 17: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

32 l Revista Carnaval Setembro / 2013

SAMPA

As obras da Fábrica do Samba deverão ser aceleradas. A Prefei-

tura de São Paulo receberá recursos do Plano de Acelera-ção do Crescimento do gover-no federal para finalizar o com-plexo de barracões e reformar o autódromo de Interlagos e o Parque do Anhembi. O va-lor total é de R$ 280 milhões, sendo que R$ 40 milhões es-tão reservados para a “indús-

tria” carnavalesca.A construção da Fábrica

do Samba começou em 2011. O complexo, de 4 mil metros quadrados, conta com 14 bar-racões e deverá ser conclu-ída no primeiro semestre do ano que vem. A iniciativa vai melhorar as condições de tra-balho nas escolas de samba, bem como evitará os constan-tes acidentes ocasionados por falta de infraestrutura.

AGENDA DO CARNAVAL(Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro)

Grupo EspecialPassarela do Samba do Anhembi

Sexta-feira – 28/02n Leandro do Itaquera n Rosas de Ouron X-9 Paulistana n Dragões da Realn Acadêmicos do Tucuruvin Vai-Vain Tom Maior

Passarela do Samba do AnhembiSábado – 01/03

n Pérola Negran Gaviões da Fieln Mocidade Alegren Nenê de Vila Matilden Águia de Ouron Império de Casa Verden Acadêmicos do Tatuapé

Grupo de AcessoPassarela do Samba do Anhembi

Domingo – 02/03n Colorado do Brásn Morro da Casa Verden Unidos do Peruchen Camisa Verde e Brancon Imperador do Ipiranga n Unidos de Vila Marian Mancha Verden Estrela do Terceiro Milênio

AGENDA DO CARNAVAL(Grupo Especial e Grupo de Acesso de São Paulo)

Escolas MirinsPassarela do SambaTerça-feira – 04/03n Filhos da Águian Infantes do Lins

n Mangueira do Amanhãn Pimpolhos da Grande Rio

n Miúda da Cabuçun Corações Unidos do Ciep

n Petizes da Penhan Ainda Existem Crianças da Vila Kennedy

n Aprendizes do Salgueiron Império do Futuro

n Inocentes da Caprichososn Nova Geração do Estácio de Sá

n Herdeiros da Vilan Planeta Golfinho da Guanabara

n Tijuquinha do Boreln Estrelinha da Mocidade

Fábrica doSamba recebe

mais R$ 40 milhões

Foto: Divulgação / SPTuris / José Cordeiro.

O complexo, de 4 mil metros

quadrados, conta com 14 barracões

e deverá ser concluída no

primeiro semestre do ano que vem.

Page 18: REVISTA CARNAVAL - SETEMBRO 2013

34 l Revista Carnaval Setembro / 2013

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