revista cbp-ce 5ª edição

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Out-Nov-Dez 2010 1

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5ª Edição da Revista CBP-CE

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Page 1: Revista CBP-CE 5ª edição

Out-Nov-Dez 2010 1

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2 Brasil-Portugal no Ceará

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Out-Nov-Dez 2010 3

4 breves

11 editorialColhendo frutos

12 entrevistaEspírito empreendedor paraum Estado de oportunidadescom Cid Ferreira Gomes,governador do Estado do Ceará

18 informecialAquiraz Riviera

19 políticaBoas perspectivas

22 informecialViva Imóveis

24 negóciosAcordo Coopercon e CBP-CE

27 informecialBraselco

28 negóciosSeminário de logísticaapresenta oportunidadesde crescimento

32 áfricaMais de 150 expositoresestiveram na FIC

34 emigrantesAssistência consular

36 informecialBanco do Nordeste

37 espaço ibef

38 página econômicaEnergias renováveis,

desenvolvimentosustentável e limpo

40 educaçãoTrabalho reconhecido

42 página jurídicaUma Europade oportunidades

44 gastronomiaRaízes da culinárianordestina

47 universidadeProcesso seletivo

48 culturaDicas de livros

58 agenda

nesta edição

perspectivaEmpresários, entida-des e sócios da CâmaraBrasil-Portugal noCeará falam sobre asexpectativas para osgovernos da presidenteDilma Rousseff e dogovernador Cid Gomes

19 gastronomiaHistória e curiosida-des sobre a origemda culinária nordes-tina, com artigo deJosé Santanita sobreharmonização devinhos com os for-tes sabores da região

24 acordoProtocolo assinadoentre a CBP-CE e aCoopercon prevê aunião de esforços paraviabilizar negóciosinternacionais envol-vendo empresárioslocais e estrangeiros

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4 Brasil-Portugal no Ceará

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Apesar do pouco tempo de exis-tência do primeiro campo oficiale da Escola de Golfe, o esporte jápassou a fazer parte do cotidianode muitos cearenses. Tanto que osbons resultados podem ser vistosem competições regionais.

Na Copa de Golfe Aquiraz Bic-banco Ceará-Brasília, promovidaentre os dias 13 e 14 de novem-bro pelo Clube de Golfe Aquiraz

Cearenses vencem Copa de GolfeAquiraz Bicbanco Ceará-Brasília

esporte

Riviera, os cearenses surpreende-ram e levaram o título. Patrocina-da pelo Bicbanco, a competiçãoconfrontou pela primeira vezequipes de jogadores de ambasas regiões, 16 de cada, proporcio-nando uma experiência nova egratificante para jogadores eespectadores.

O primeiro dia da Copa foi mar-cado pela disputa de cinco duplas

do Ceará contra cinco duplas deBrasília, com vitória cearense por3 x 2, em uma série de embatesbastante competitivos, com muitasvitórias se configurando somenteno último buraco. No segundo dia,disputado em match play individu-al, os jogadores das duas equipesse enfrentavam um contra um. Otime de Brasília mostrou seu talen-to, conquistando o placar de 5 x 4.

Com o empate de 7 x 7 no resul-tado geral do torneio, o desempatese deu com os jogadores de maisbaixo handicap (número de taca-das médias que o golfista faz aci-ma do par do campo – quanto me-nor o handicap melhor o nível dojogador) de ambos os times emplay off (um buraco único para in-dicar o resultado). Max Lima re-presentou o Ceará contra JoséKobori, por Brasília. Apesar de umcomeço com vantagem paraKobori, a situação se inverteu, comresultado final em favor do Ceará.

Em um momento descontraí-do, com foco na celebração dafamília, da amizade e do espíri-to em equipe, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) re-alizou sua confraternização na-talina com associados, parceirose funcionários no dia 3 de de-zembro, no Pirata Bar, sócio daCâmara e tradicional espaço dedivulgação da cultura e tradi-ção cearenses. O encontro foibrindado com uma apresentaçãomusical da cantora GorettiAlmeida.

CBP-CE celebra Natalcom evento no Pirata

confraternização

Na festa foram comemoradosos resultados positivos do ano,valorizando ainda mais o relaci-onamento da entidade com seussócios e parceiros. “Além da con-fraternização natalina, unindoos bons sentimentos ressaltadosno período, ficamos à vontadeem celebrar o crescimento denossa Câmara, hoje uma das no-toriamente mais atuantes emtodo o país, e em registrar osbons resultados obtidos no ano”,registra Jorge Chaskelmann,presidente da CBP-CE.

Rômulo Soares, Graciano Coutinho,Jorge Chaskelmann e Haidé Eunice

FÁBIO

LIMA

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A fim de aproximar a culturaportuguesa do mercado brasileiro, aDomaine Montes Claros, que já im-porta vinhos e espumantes de Portu-gal, trouxe agora a tradicional cer-veja Sagres para o Ceará, Bahia,Rio Grande do Norte e Pernambu-co. Desde novembro de 2010, a mar-ca tem sido mais uma opção para osapreciadores de cerveja disponívelnas gôndolas dos supermercados darede São Luiz e Center Box, emFortaleza, além dos principais res-taurantes e delicatessens das capi-tais desses estados nordestinos.

Adalberto Benevides, diretor co-mercial da Domaine Montes Claros,sócia da Câmara Brasil-Portugal noCeará, ressalta que a cerveja é100% natural e produzida a partirde métodos tradicionais, sem aditi-vos ou conservantes. “A Sagres éuma cerveja com personalidade,que tem um tratamento diferenciado

Cerveja portuguesaSagres chega aomercado nordestino

novidade

e características próprias”, conta.A bebida é comercializada no Bra-sil em três versões – Sagres Zero(baixo teor alcoólico), Sagres Bohe-mia (mais escura, para acompanharrefeições) e Sagres Branca (Pilsen),nos moldes de 250 ml e 330 ml.

Os resultados já podem ser come-morados. “O feedback da Sagresfoi bastante positivo, revelando aaceitação e a curiosidade dos nor-destinos no produto, além de teragradado também a comunidadeportuguesa”, conclui Benevides.

A Sagres foi criada em 1940para representar a Sociedade Cen-tral de Cervejas na Exposição doMundo Português. De lá pra cá, acerveja conquistou onze medalhasde ouro e três de prata no MondeSelection; uma “Marca de Exce-lência Superbrand”; três “Marcade Confiança Selecções Reader’sDigest”; e uma “Magnetic Brand”.

A Natucoco, empresa cearense produtora deágua de coco e sócia da Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE), concretizou parceria com oVila Galé Hotéis, um dos principais grupos hote-leiros do mundo, com forte atuação no Brasil e noCeará. Com a meta de se internacionalizar, emespecial de manter presença no mercado lusoafri-cano, a empresa passa a fornecer ao empreendi-mento hoteleiro água de coco 100% natural, emcopos de 280 ml”. Ao oferecer um produto de qua-lidade e de grandepraticidade, aNatucoco colaborapara reforçar a re-conhecida boa ofer-ta de serviços darede Vila Galé,também sócia daCâmara Brasil-Portugal no Ceará.Atualmente, a Na-tucoco fornece sualinha de produtospara hospitais, ho-téis, restaurantes esupermercados emdiversos municípiospor todo o Ceará.

ParceriaComercial

saudável

O Centro Cultural Oboé, a Asso-ciação Brasileira dos Bibliófilos eo Vice-Consulado de Portugal emFortaleza uniram-se para oferecerà comunidade portuguesa e a todoo público interessado nas relaçõesluso-brasileiras a palestra “A DifícilPassagem de Súditos a Cidadãos”,realizada no dia 22 de novembro,no auditório do Centro CulturalOboé, em Fortaleza.

Ministrada por Hélder Costa,autor e diretor teatral português, apalestra fez uma ampla viagem pe-los acontecimentos que marcaramos últimos cem anos em Portugal,dentre eles as invasões monárqui-cas, o papel da I Grande Guerra e

Hélder Costa ministrapalestra sobre os últimoscem anos de Portugal

história

os assassinatos políticos, a ditaduraque durou quase meia década eteve fim em 25 de abril de 1974 e oreaprendizado da democracia e daliberdade no país desde então, che-gando aos anos de globalização.

Diretor artístico com vários espe-táculos encenados em países comoBrasil, Espanha, Dinamarca eMoçambique, Hélder Costa foi fun-dador do Teatro Operário de Paris(1970) e fundador da companhiateatral portuguesa A Barraca, cujorepertório incide em sua maioriasobre temas da história e cultura dePortugal, trazendo a música comouma das componentes essenciaisdo trabalho.

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Padre Antonio Vieira, notável prosador barro-co e o mais conhecido orador religioso portugu-ês, teve sua vida marcada pela servidão aosacerdotismo. Com base no estudo da vida dojesuíta português e em análise de seus textos, oescritor português Antônio de Abreu Freire pro-duziu as obras “Ação e Palavra – Vida e obrado Padre Antonio Vieira” (ver resenha na seçãoCultura, página 48) e “Padre Antonio Vieira –História de um homem corajoso contada aos jo-vens e lembrada ao povo”, a partir de uma ex-pedição marítima comemorativa dos 400 anosdo padre, refazendo os percursos por onde o je-suíta português praticou missões religiosas.

Os livros foram lançados em Fortaleza no dia26 de novembro de 2010, com o apoio do Vice-Consulado de Portugal no Ceará e do Armazémda Cultura. As obras retratam temas como aevangelização dos indígenas e a pregaçãojesuítica no século 17, tomando como referênciaos textos de Vieira e de seus contemporâneosbarrocos no Brasil e em Portugal.

Escritor português lança livros sobrePadre Antonio Vieira em Fortaleza

literatura

A tecnologia da informação (TIC)é vista como uma valiosa ferramen-ta estratégica para a gestão dasmais variadas informações de umaempresa. Com o objetivo de fomen-tar e fortalecer a troca de experiên-cias e negócios entre os gestores dasempresas associadas, a Diretoria deTecnologia da Câmara Brasil-Portu-gal no Ceará (CBP-CE) criou o Gru-po de Gestores de Tecnologia de In-formação e Comunicação da Câma-ra, o GGTIC-CBP.

Além de divulgar casos de suces-so de tecnologia, “o GGTIC apoiaráas iniciativas de inclusão digital ede responsabilidade social desenvol-vidas pela CBP-CE”, explicaMarluce Aires, diretora de Tecnolo-

CBP-CE cria Grupode Gestores de TIC

tecnologia

gia da Informação Brasil da CBP-CE. A Câmara Brasil-Portugal jáapoia iniciativas empreendedorasque visem a inclusão sócio-digitalcomo o Projeto de Biblioteca Inte-grada a Lan House – BILA, criadopelo Instituto Infobrasil em 2007 epremiado em 2008, pelo MEC,como uma das cinco melhores idéi-as para a promoção de leituras nopaís. O projeto é desenvolvido noPirambu e será ampliado para obairro Tancredo Neves, a partir dejaneiro de 2011.

Em razão da importância do te-ma, a 37ª edição da Feira InfoBra-sil, que será realizada entre os dias26 a 29 de abril de 2011, no Centrode Convenções do Ceará, foi organi-zada com uma programação especi-al em cima do tema geral: Seguran-ça da Informação – Gestão e Tecno-logias. Dentre as atrações do encon-tro está o II Ciclo Grandes Palestrasdo GGTIC-CE, com apresentações desoluções e produtos de 15 empresasconvidadas pelo Grupo de Gestoresde TIC do Ceará.

O português Antônio de Abreu Freire no lançamento, em Fortaleza

Marluce Aires,diretora de Tecnologiada InformaçãoBrasil da CBP-CE

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Os bons resultados obtidos em 2010são motivo de orgulho para toda a dire-toria da Câmara Brasil-Portugal noCeará, o que fomenta ainda mais asperspectivas para novas conquistas em2011. Dentre as ações realizadas du-rante o ano, destaque para a posse danova diretoria, em maio; a Missão Em-presarial, em setembro, que levou umgrupo de empreendedores cearensespara conhecer projetos em Portugal;o acordo de cooperação com o HotelDom Pedro Palace em Portugal para o

balanço

Câmara Brasil-Portugalno Ceará celebraconquistas em 2010

ADVOCACIAArêa Leão Advogados Associa-dos S/S - Empresa especializadaem consultoria financeira (com focoem captação de recursos) e advoca-cia empresarial (com ênfase em di-reito societário, reestruturação depassivos e recuperação judicial).Atuando há cinco anos no mercadocearense, a empresa tem planos deabrir um novo escritório em Recifepara atender negócios já existentesna região (especialmente em fun-ção do crescimento do porto deSuape).

COMÉRCIO EXTERIORPinto World Sucess, Lda (PWS) -Grupo de empresas portuguesas, aPWS atua em quatro vertentes –Formação & Consultoria, Informá-tica & Webdesign, Internacionali-zação de Mercados e Engenharia& Arquitetura. O grupo foi formadono mercado europeu em janeiro de2010, mas já conta com a largaexperiência de seus componentes euma ampla visão multidisciplinar,que envolve advogados, contabilis-tas, engenheiros, arquitetos e ad-ministradores no atendimento aseus clientes. Um dos projetos, emandamento no Brasil, envolve agestão integrada da construção dequase 300 residências unifamilia-res em regiões próximas às cidadesdo Rio de Janeiro e São Paulo.

Clube de Vantagens da CBP/CE; oacordo com a Coopercon-CE (vidematéria na página 24); e o café damanhã com os candidatos ao Governodo Estado do Ceará.

A CBP-CE também dá as boas-vindasaos 26 novos sócios de diversos setoresque chegaram ao longo do ano, ampli-ando ainda mais o leque de oportuni-dades em negócios no estado, no país eaté em outros continentes. Confira ossócios que oficializaram sua entrada naCâmara neste último trimestre de 2010:

MOVELARIARonega e Continuitá - Especiali-zada na produção e montagem demóveis, a empresa é dividida nossegmentos Ronega, que fabrica ecomercializa móveis soltos (cadei-ras, chaises, mesas, consoles, mó-dulos, sofás etc.); e Continuitá, quetrabalha móveis fixos (closets,escritórios, cozinhas etc.).

FOTOGRAFIAAlessandro Pascoal - Começou aestudar e atuar na área de foto-grafia em 1999. Tem formação emArtes Plásticas pelo Centro Fede-ral de Educação Tecnológica (Ce-fet) e já fotografou para o Temploda Poesia e para jornais e revistasdo Estado. Atualmente, Alessan-dro trabalha em uma agência decomunicação de Fortaleza.

TIXsolutions Comercial de Infor-mática Ltda - XACT Tecnologia -Empresa especializada no desen-volvimento de softwares, com sedeem Fortaleza. Desenvolve soluçõestecnológicas que garantem a satis-fação e geração de valor, de acor-do com a necessidade do cliente,valorizando a criatividade, o co-nhecimento e a lealdade do capi-tal humano. Além de desenvolversoluções para as empresas, realizacursos de capacitação em TI.

O crescimento da comunidade portuguesaem Fortaleza e o aumento do fluxo turísticoe comercial entre Portugal e o Ceará é algonotável na consolidação do relacionamentobilateral entre o país lusitano e o estado bra-sileiro. Com o objetivo de integrar, organizare dar apoio à comunidade lusa tão presenteno Ceará, o Vice-Consulado de Portugal emFortaleza inaugurou, no último dia 3 dejaneiro, suas novas instalações e novaestrutura tecnológica digital.

O novo espaço contará com os serviços deemissão de Passaporte Eletrônico, de Cartãodo Cidadão e de Registro Civil Online (SIRIC).Também será possível fazer a impressão deBilhete de Identidade, de Instrução Presencialde Vistos, de Notariado e de Títulos de Viagemde Emergência na Chancelaria.

Segundo o vice-cônsul de Portugal em For-taleza, Francisco Brandão, “a ampliação daestrutura física e a implantação de um avança-do sistema tecnológico possibilitarão que osusuários tenham comodidade, conforto, segu-rança e sejam atendidos com mais facilida-de”. Além de atender a jurisdição do Ceará,o Vice-Consulado de Portugal no Ceará atendea comunidade portuguesa residente no Piauí.

comunidade

Vice-Consuladoinaugura novasinstalações emFortaleza

SERVIÇO:Vice-Consulado dePortugal em FortalezaRua Desembargador Leite Albuquerque, 635Sala 402 - Edifício Metropolitan EmpresarialFone: (55 85) 3261 7420Fax: (55 85) 3261 7421E-mail: [email protected]: www.secomunidades.pt/web/fortaleza

Francisco Brandão eJorge Chaskelmann

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8 Brasil-Portugal no Ceará

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Instituto InfoBrasilé reconhecido naAL como entidadede caráterorganizacional

tecnologia

O Instituto InfoBrasil de Tecno-logia Digital deu um grande passopara o reconhecimento e desenvolvi-mento de seus projetos no estado doCeará. No dia 3 de dezembro, o Ins-tituto foi pauta em uma audiênciapública na Assembleia Legislativado Estado do Ceará para se tornaruma instituição reconhecida, pelosórgãos estaduais, como entidade decaráter organizacional, sem fins lu-crativos e que tem a missão de pro-mover a cultura e a educaçãotecnológica no Ceará.

A InfoBrasil realiza, há mais de17 anos, projetos de inclusão sócio-digital, feiras e eventos de cunhoeducacional, tecnológicos e de negó-cios, promovendo a certificação decapacitação profissional e articulan-do a inserção de pessoas no mercadode trabalho. Dentre os programas re-alizados pela instituição estão o Pro-jeto de Biblioteca Integrada a LanHouse (Bila), criado em 2007 e pre-miado em 2008 pelo Ministério daEducação (MEC) como uma das cin-co melhores ideias para a promoção

de leituras no país; o Programa TIVerde, o Certificação e o Sistema In-tegrado de Comunicação (Revista,TV, Rádio). “Já beneficiamos maisde meio milhão de pessoas, em todoo território brasileiro, com as feiras eprojetos da InfoBrasil. Com esse re-conhecimento do Estado do Ceará,vamos passar a beneficiar uma mai-or quantidade de público”, afirmaMarluce Aires, diretora executivada InfoBrasil e diretora de Tecnolo-gia da Informação (Brasil) da Câ-mara Brasil-Portugal no Ceará.

Uma pesquisa popular deuorigem a um dos veículos decomunicação mais influentesdo Ceará. Foi assim que come-çou o Jornal O Povo, lançadono dia 7 de janeiro de 1928,com apenas 16 páginas, 44centímetros de altura e 31 cen-tímetros de largura. Pequeno aprincípio, mas com um poderde dar voz aos leitores quepouco possuem.

Jornal O Povocomemora 83 anos

aniversário

A comemoração dos 83 anosdo jornal O Povo foi à altura darepresentatividade da data. Du-rante a solenidade, realizadano dia 7 de janeiro, o jornalistaPaulo Rogério foi reconduzidoao cargo de Ombudsman, quecumprirá em 2011 e 2012. Nafunção, que existe desde 1994,o profissional lê e avalia, diari-amente, o material publicado ecompara com os outros jornais

da Capital. Na oca-sião, também foramapresentados osmembros do Conse-lho Consultivo deLeitores, que em2011 contará com13 novos nomes edois da gestão ante-rior. Os conselheirossão diretamente in-dicados por todos osque integram a Re-

dação do jornal. A missão doConselho é avaliar todo o con-teúdo editorial e aspecto gráfi-co-visual do que é publicadopelo O POVO durante um ano.

As publicações editoriais tam-bém fizeram parte das comemo-rações. Na ocasião, foi lançadaa 11ª edição da Revista de Es-tudos Constitucionais, organiza-da pelo jurista Paulo Bonavi-des. A data celebrou aindaos dois meses do novo projetográfico e editorial do O POVO.Esta mudança faz parte doProjeto Século XXI, lançadoem 1997, e é a quinta renova-ção gráfico-editorial do jornal.

Audiência pública naAssembleia Legislativa

do Estado do Ceará

Acima, ombudsmanPaulo Rogério eLuciana Dummar,presidente doO Povo e (abaixo)membros doConselho Consultivode Leitores

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Out-Nov-Dez 2010 9

O Banco do Nordeste lançou,no dia 13 de dezembro, suanova marca em todas as capi-tais nordestinas. Em Fortaleza,o evento de lançamento foi rea-lizado no Iate Clube, durantecoquetel de confraternizaçãocom a imprensa. A mudançavisa fortalecer a imagem daempresa e reposicioná-la comobanco múltiplo e próximo deseus clientes. Segundo o presi-dente Roberto Smith, “a novamarca era consequência dasmudanças pelas quais o Bancopassou nos últimos anos”.

Pesquisas realizadas com cli-entes, funcionários e entidadesparceiras revelaram que o Ban-co tinha imagem positiva emaspectos como solidez e credibi-lidade. Entretanto, precisava se

identidade visual

Banco do Nordestelança sua nova marca

expressar melhor em quesitoscomo agilidade, proximidade edinamismo. Segundo o estudo, onovo formato facilitará a assimi-lação e a representação visualdos valores da Instituição.

Além da marca corporativa,o Banco realizou mudanças emoutras marcas estratégicas, comoa dos programas Crediamigo,Agroamigo e do Centro CulturalBanco do Nordeste. Todas sãoendossadas pela assinatura Ban-co do Nordeste e mantêm os mes-mos elementos visuais, com vari-ações de cor e, no caso do CentroCultural, de estilo.

Como novidade em 2011, a Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE) realizará palestras com renomadosespecialistas de várias áreas durante almoço executivocom sócios, parceiros, convidados e interessados. Noprimeiro encontro, no dia 2 de fevereiro, às 10 horas,no Hotel Luzeiros (Av. Beira Mar, 2600), a Câmaratraz, pela primeira vez a Fortaleza, o palestranteConrado Adolfo, um dos maiores especialistas emmarketing digital e autor do best seller “GoogleMarketing, o Guia Definitivo do Marketing”.

O especialista falará das profundas modificaçõesno modelo econômico deste início de século, o compor-tamento do consumidor digital e a influência que essepúblico recebe das novas tecnologias. Além disso, opalestrante comentará sobre o Google Marketing eos 8 Ps do Marketing Digital, obra de sua autoria.

Autor do GoogleMarketing farápalestra em eventoda CBP-CE

consumo

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10 Brasil-Portugal no Ceará

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A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria,Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de130 associados entre sócios pessoa física e pessoajurídica. O objetivo principal da entidade é apoiaras atividades empresarias e influir nas políticaspúblicas vinculadas às relações luso-cearensesno âmbito das áreas de atuação da Câmara.

DIRETORIAPresidenteJorge Duarte Chaskelmann1º Vice-PresidenteJosé Maria McCall Zanocchi2º Vice-PresidenteAntonio Roberto Alves Marinho3º Vice-PresidenteJosé Augusto Pinto WahnonDiretora TesoureiraHuga Mendes de OliveiraDiretor de Energias RenováveisArmando Leite Mendes de AbreuDiretor de AgronegóciosCarlos Manuel Subtil DuarteDiretor de ComunicaçãoCliff Freire Villar da SilvaDiretora de Assuntos JurídicosFernanda Cabral de Almeida GonçalvesDiretor de Construção CivilFrancisco Eugênio MontenegroDiretor de Meio AmbienteJosé Euber de Vasconcelos Araújo

Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil)Marluce B. Aires de Pina

Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal)Miguel Costa MansoAv. Barão de Studart, 1980 - 2º AndarEd. Casa da Indústria (FIEC)Fortaleza-CE - CEP: 60120-901Fone e Fax: + 55 85 3261 7423E-mail: [email protected]

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicaçãotrimestral da Câmara Brasil-Portugal no CearáAno 2 - # 5 - Outubro-Novembro-Dezembro de 2010

Conselho EditorialClivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi,José Wahnon e Cliff Freire Villar da SilvaJornalistas ResponsáveisMauro Costa (CE01035JP)e Rafaela Britto (PE 3672 JP)RedaçãoAloísio Menescal, Aline Romero, Bruno Sampaio,Deborah Duarte, Diego Benevides, GabrielaAlves, Larissa Viegas, Ludmila Vitorasso, RenanPinheiro, Samira de Castro, Yonne IgrejasConcepção Gráfica / Design EditorialGMS Studio - Glaymerson MoisesProdução

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br

Os artigos assinados da revista não necessariamenterefletem a opinião da entidade e são de exclusivaresponsabilidade dos autores.

editorial

BRASIL-PORTUGAL

NO CEARÁ

Caros Associados,

O ano de 2010 foi de importantes mudanças para a nossa Instituição e queirão redefinir para o futuro as relações comerciais entre empresários portugue-ses e cearenses e o peso que a nossa Câmara passa a ter na comunidade e nainterlocução com o Governo do Estado e as diversas instituições.

Continuamos a crescer e a receber pedidos de adesão, o que nos alegra e éuma forma de recompensa pelo esforço feito. A nossa Câmara passou paraa segunda posição em número de associados, ficando atrás de São Paulo noconjunto das 13 Câmaras de Comércio portuguesas no Brasil. Tal fato nosenche de orgulho, considerando a dimensão econômica do Ceará, compa-rando aos outros estados onde estão inseridas as mesmas.

A nossa revista está entre as melhores das publicações setoriais e institu-cionais no nosso Estado e tem sido muito elogiada, desde seu surgimento.

A gestão da Câmara passou por um forte processo de profissionalização.Temos hoje três funcionários no nosso escritório, a diretoria é constituídapor um conjunto de profissionais e empresários competentes e dedicados.Em nossas metas para 2011 está a elaboração de um ambicioso calendáriode eventos que iremos colocar no nosso site para a vossa consulta e, temoscerteza, que contará com a vossa aprovação.

Foi decidido avançarmos com um evento, o “Negócios na Língua Portugue-sa”, previsto para outubro de 2011, dando continuidade ao projeto elabora-do pelo conselho das Câmaras em 2009. Acreditamos com convicção que oespaço de negócios na língua portuguesa e que abriga 250 milhões de pesso-as em quatro continentes terá de crescer competindo num mundo globaliza-do de forte concorrência.

Portugal está passando um momento econômico e social bem difícil e os em-presários portugueses estão buscando alternativas para continuarem a man-ter as suas empresas prósperas e competitivas. O Brasil, sobretudo o Nor-deste, é com certeza um bom porto de abrigo com capacidade para recebere apoiar esse grupo formado por pessoas empreendedoras e lutadoras, queseguem o caminho dos seus antepassados, voltando-se para o outro ladodo oceano e enriquecendo as comunidades aonde vieram ancorar.

As nossas raízes comuns na língua, na gastronomia, na música e nas artessão laços demasiado fortes para ignorar. E é intento da Câmara de Comérciodo Ceará envolver-se não só na área de negócios, mas continuar a apoiare criar eventos e atividades que ajudem a geração atual dos dois países aentenderem mais e melhor porque somos tão iguais, embora com sotaquese culturas diferenciadas.

Assim, quero agradecer a todos o apoio que nos têm dado e semprerelembrar que a nossa instituição só terá sucesso se os associados partici-parem e aproveitarem bem nossa potencialidade de interação para poderemfazer negócios entre si.

Um abraço e que 2011 seja um ano de contínuo crescimento e sucessopara as vossas empresas e atividades.

Jorge Duarte ChaskelmannPresidente

Colhendo frutos

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12 Brasil-Portugal no Ceará

entrevista Cid Gomes,governador do Estado do Ceará

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ESPÍRITOEMPREENDEDOR

PARA UM ESTADO DEOPORTUNIDADES

CID GOMES ABORDA OS DESAFIOS DO SEU NOVO MANDATO,DISCORRE SOBRE A IMPORTÂNCIA DO FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES

LUSO-CEARENSES COMO FORMA DE MOVIMENTAR AINDA MAIS A ECONOMIAESTADUAL E DÁ UM PANORAMA DOS PRINCIPAIS PROJETOS EM CURSO

Reeleito em outubro de 2010 com 62,31 % dos vo-tos, já no primeiro turno, para comandar durantemais quatro anos o Governo do Estado do Ceará,Cid Ferreira Gomes vem construindo uma trajetóriapolítica marcada pelo estilo arrojado e empreende-dor, admirado por muitos e questionado por outros.Em 2011, o governador do Ceará assume seu segun-do mandato comemorando o bom resultado das ur-nas e o prestígio de ter sido eleito o segundo melhorgovernador do Brasil, com a aprovação de 65% doscearenses, de acordo com a pesquisa Datafolha,divulgada no último mês de dezembro.

Natural de Sobral, maior município da RegiãoNorte do Ceará, Cid Gomes iniciou na política presi-dindo o Centro Acadêmico do Curso de Engenhariada Universidade Federal do Ceará (UFC). Em 1990,conquistou o primeiro mandato eletivo para deputa-do estadual e, quatro anos depois, foi reeleito, sendoo mais jovem presidente da história da AssembleiaLegislativa do Ceará. Com a política no sangue, o go-vernador cearense, cujos irmãos Ciro Gomes e IvoGomes também detêm relevantes históricos na vidapública, já foi anteriormente prefeito da sua cidadenatal por duas vezes, deixando como marca emSobral um ciclo de desenvolvimento.

Atualmente, a marca de dinamismo do governoCid Gomes pode ser vista por todo o Ceará. No tu-

rismo, segmento considerado cartão de visitas doEstado, estão em andamento projetos e obras deinfraestrutura que reforçarão o atrativo do destinoCeará para o turismo de negócios, familiar e delazer. Entre os empreendimentos já em fase de cons-trução e que trarão um novo perfil de turista, está oCentro de Feiras e Eventos do Ceará – o segundomaior do Brasil quando em funcionamento e comum investimento total de R$ 270 milhões. Outros,como o projeto do Acquario do Ceará, com previsãopara inauguração em 2013, pretendem estimular oturismo familiar.

Mantendo sempre um diálogo entre as diversasáreas que compõem o xadrez de um estado que bus-ca cada vez mais se destacar no cenário nacional, ogovernador Cid Gomes e o seu secretariado traba-lham não somente em busca da captação de novosnegócios, mas na consolidação de setores que tra-zem divisas importantes para o Estado. Para isso, ogoverno vem estimulando atividades na capital e nointerior, garantindo uma infraestrutura de qualida-de, como a ofertada com a construção dos aeropor-tos nas cidades litorâneas de Aracati e de Jijoca, nabadalada praia de Jericoacoara, investindo emcapacitação de profissionais e em projetos estrutu-rais que pretendem tornar Fortaleza uma das prin-cipais subsedes da Copa do Mundo de 2014.

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14 Brasil-Portugal no Ceará

entrevista | Cid Gomes

1O que a sociedade pode esperarda segunda gestão do governo CidGomes em aspectos gerais e navalorização das relações luso-cearenses, em particular? Quaisas principais diferenças em rela-ção ao vosso primeiro mandato?

Eu costumo dizer que o próximogoverno não deve ser visto comouma simples continuidade. Seráum novo governo, no qual deve-mos ter a segurança de avançar ain-da mais nas conquistas e ter a hu-mildade e a abertura de buscar ecorrigir as falhas que tenham acon-tecido. No entanto, é necessárioressaltar que esse novo governocontinuará estimulando a amplaparticipação popular, o comprome-timento com o desenvolvimento doCeará e a preocupação com a justi-ça social. Dentro desse cenário, éclaro que vamos estreitar relaçõescom outros países, sobretudo comPortugal, que vem se consolidan-do como um dos nossos grandesparceiros tanto na área turística,como na infraestrutura e na insta-lação de usinas eólicas.

2Quais serão os projetos e a visãode seu Governo para a área deturismo, que sempre foi um car-tão de visitas do Ceará? Dentre

3A participação de grandes gruposnacionais e estrangeiros nos inves-timentos em hotelaria, preferenci-almente à beira-mar e sob o for-mato de resorts, é uma tendênciaque tende a se consolidar, trazen-do investimentos e desenvolvendoregiões pontuais dentro do Esta-do. O Ceará está preparado paragarantir a vinda desses investido-res e permitir que os investimen-tos continuem crescendo?

Nós estamos fazendo todo o esfor-ço para viabilizar esses empreen-dimentos. Eles contam com a par-ceria do Governo do Estado eestamos construindo vias de aces-so, o abastecimento de água e es-goto e a estrutura necessária para

Dentro desse cenário, éDentro desse cenário, éDentro desse cenário, éDentro desse cenário, éDentro desse cenário, éclaro que vamos estreitarclaro que vamos estreitarclaro que vamos estreitarclaro que vamos estreitarclaro que vamos estreitarrelações com outros países,relações com outros países,relações com outros países,relações com outros países,relações com outros países,sobrsobrsobrsobrsobretudo com Petudo com Petudo com Petudo com Petudo com Portugal,ortugal,ortugal,ortugal,ortugal,que vem se consolidandoque vem se consolidandoque vem se consolidandoque vem se consolidandoque vem se consolidandocomo um dos nossos gran-como um dos nossos gran-como um dos nossos gran-como um dos nossos gran-como um dos nossos gran-des parceiros tanto na áreades parceiros tanto na áreades parceiros tanto na áreades parceiros tanto na áreades parceiros tanto na áreaturística, como na infra-turística, como na infra-turística, como na infra-turística, como na infra-turística, como na infra-estrutura e na instalaçãoestrutura e na instalaçãoestrutura e na instalaçãoestrutura e na instalaçãoestrutura e na instalaçãode usinas eólicas.”de usinas eólicas.”de usinas eólicas.”de usinas eólicas.”de usinas eólicas.”

as ações planejadas, existem al-gumas que pretendam incentivaras áreas de turismo de negócios efamiliar?

Na área de turismo de negócios, jáestá em construção o Centro deEventos do Ceará. Com previsão deentrega para o início do próximosemestre, o Centro de Eventos seráo mais moderno parque de feiras eexposições do Brasil e colocará oCeará na rota do turismo internaci-onal de negócios. Na área do turis-mo familiar, começaremos a cons-truir neste ano o Acquario do Cea-rá, com inauguração prevista para2013. Será o maior aquário do He-misfério Sul, com 15 milhões demetros cúbicos de água e vai esti-mular o turismo familiar e revitalizaruma das áreas mais bonitas de For-taleza, a Praia de Iracema.

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Nós estamos fazendo todoNós estamos fazendo todoNós estamos fazendo todoNós estamos fazendo todoNós estamos fazendo todoo esforço para viabilizaro esforço para viabilizaro esforço para viabilizaro esforço para viabilizaro esforço para viabilizaresses empreendimentosesses empreendimentosesses empreendimentosesses empreendimentosesses empreendimentos[hoteleiros]. Eles contam[hoteleiros]. Eles contam[hoteleiros]. Eles contam[hoteleiros]. Eles contam[hoteleiros]. Eles contamcom a parceria do Governocom a parceria do Governocom a parceria do Governocom a parceria do Governocom a parceria do Governodo Estado e estamosdo Estado e estamosdo Estado e estamosdo Estado e estamosdo Estado e estamosconstruindo vias deconstruindo vias deconstruindo vias deconstruindo vias deconstruindo vias deacesso, o abastecimentoacesso, o abastecimentoacesso, o abastecimentoacesso, o abastecimentoacesso, o abastecimentode água e esgoto e ade água e esgoto e ade água e esgoto e ade água e esgoto e ade água e esgoto e aestrutura necessáriaestrutura necessáriaestrutura necessáriaestrutura necessáriaestrutura necessáriapara viabilizar o sucessopara viabilizar o sucessopara viabilizar o sucessopara viabilizar o sucessopara viabilizar o sucessodesses investimentos.”desses investimentos.”desses investimentos.”desses investimentos.”desses investimentos.”

viabilizar o sucesso desses inves-timentos. Além disso, em breveiremos inaugurar novos aeropor-tos no litoral cearense (em Aracatie em Jericoacoara) que, certamen-te, vão estimular ainda mais o tu-rismo no nosso Estado. Aliado aisso, estamos investindo em capa-citação turística, permitindo a qua-lificação da mão de obra local, ge-rando emprego e renda.

4Alguns investidores, em especial osestrangeiros, têm se queixado dainsegurança jurídica não apenasaqui no Ceará, mas em todo o país,que muitas vezes inviabilizam ne-gócios e afastam outros empresá-rios. Como o Sr. vê essa questão e

o que pode ser feito para dar umamaior tranquilidade aos investido-res que já estão no Ceará e os quepretendem vir para cá?

Creio que essa questão de insegu-rança jurídica não se aplica atual-mente. No Ceará, todos os investi-mentos estrangeiros que passarampor todos os trâmites legais e quereceberam o apoio do Governo doEstado têm a garantia que serãorealizados.

5Nos últimos anos, um conflitoinstitucional na área do licencia-mento ambiental vem causandoproblemas para muitos empreen-dimentos em instalação no Ceará.Enquanto a Semace concede as li-cenças ambientais, após os devi-dos estudos, o Ministério Públicoparece não concordar com os pa-receres e as concessões. O que oGoverno do Estado pretende fazerpara que este conflito não se trans-forme em um obstáculo desmo-tivador de novos investimentos?

O Ministério Público cumpre a fun-ção de defender a sociedade e reco-mendar melhorias em projetos ouindicar para o Poder Judiciário al-guma restrição. Mas, creio que opasso fundamental é esclarecer apopulação da viabilidade dos pro-jetos, conscientizar que esses inves-timentos virão para melhorar a vidadas pessoas e, sobretudo, ter trans-parência nos projetos, financiamen-tos e contrapartidas.

6O Ceará desponta como um novoceleiro de empresas na área detecnologia da informação (TI) e deinformática, com empresas de re-ferência no cenário nacional e comoutras firmando parcerias além-mar. Qual o papel do Estado comofomentador de negócios nesta áreae que projetos estarão voltadospara o estímulo à geração de negó-cios neste setor?

Nesta área temos um grande proje-to que já se encontra em fase expe-rimental, que é o Cinturão Digital.Ele vai permitir que 92% da popu-lação urbana do Ceará tenha acessoà banda larga, além de dar maiorrapidez, eficiência e qualidade naprestação do serviço público. OCinturão Digital será a maior redepública de banda larga do Brasil.Queremos fortalecer as instituiçõescientíficas e tecnológicas do Esta-do, instalar o Polo Industrial eTecnológico da Saúde, ampliar aindústria de software e planejar acriação de um Parque Tecnológicodo Ceará.

7O setor imobiliário no Ceará tam-bém tem se notabilizado pelo no-tório crescimento, com um merca-do aquecido e a parceria entreempresas cearenses e grandes gru-pos nacionais e internacionais.Vosso primeiro governo foi carac-terizado pelo grande número deobras e pelo reforço na infraes-trutura do Estado. O que está sen-do planejado para os próximosquatro anos que possa reforçareste setor?

Na área da infraestrutura, inspira-dos na decisão de prover o desen-volvimento com sustentabilidade,nossas ações estarão dirigidas paraas áreas de energia e comunicação,

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bem como para a política de por-tos. Elaboraremos um plano paraaproveitamento dos portos de For-taleza, Camocim, Acaraú, Icapuí eAracati, com o objetivo de estimu-lar a indústria pesqueira, e conso-lidaremos o terminal do Pecém,concluindo novas e sucessivas eta-pas desse empreendimento. Am-pliaremos a implantação de novasrodovias e nos articularemos coma Infraero para ampliar o terminalde passageiros e as pistas de pou-so dos aeroportos de Fortaleza eJuazeiro do Norte. Trabalharemospara elevar o nível de competiti-vidade da indústria e da minera-ção cearenses, propiciando a ma-nutenção e ampliação dos postosde trabalho. Importante diretriz éa que prevê a consolidação da im-plantação de equipamentos e em-preendimentos estruturantes, comoa Zona de Processamento de Ex-portações (ZPE), siderúrgica, re-finaria, Itataia e Polo Industrial eTecnológico da Saúde, fomentandoo desenvolvimento das cadeias pro-dutivas correlatas.

8No campo dos agronegócios, mui-to se tem avançado nos últimosanos, seja em pesquisa e novas téc-nicas aplicadas ao cultivo comoainda no incentivo aos produto-res. Ainda assim, os desafios naárea de geração de negócios parao setor de agricultura permanecemelevados. Quais as prioridades dasua próxima gestão para esta área?

No terreno do Agronegócio, a de-terminação é estimular novos inves-timentos e encorajar o desenvolvi-mento da pesca e aquicultura res-ponsáveis. Seria pertinente lem-brar que estamos criando a Secre-taria da Pesca, com uma série deimportantes missões relacionadasao incremento dessa atividade,como o estimulo à produção decrustáceos e mariscos para expor-tação. Além disso, realizamos omaior programa de regularizaçãofundiária do Brasil, que permitirámais recursos e investimentos nazona rural do Estado.

9O Ceará e Portugal sempre manti-veram laços de afinidade fortes,sejam eles culturais, econômicosou de relações internacionais. Re-centemente, o estado sediou umdos maiores encontros de negóci-os dos países de língua portugue-sa. Como o Sr. vê esta relação en-tre povos de relações tão estreitase como V. Sa. pretende trabalharo estímulo dessas laços de luso-fonia durante seu governo?

É pleno o interesse do Estado emestreitar as relações com os paísesde língua portuguesa. Logo entraráem funcionamento a UniversidadeLuso-afro-brasileira, que incentiva-rá o intercâmbio entre o Ceará e es-ses países. No fim de 2010, estiveem Moçambique com o então pre-sidente Lula e mantivemos contatocom universidades e comunidadecientífica local. Com certeza, a inte-ração entre Ceará e os países de lín-gua portuguesa terá um novo im-pulso nos próximos anos.

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orar ou descansar longeda confusão urbana, embusca de mais segurança

e qualidade de vida, é uma opção cres-cente para aqueles que podem pagar opreço pela versatilidade das segundasresidências no litoral nordestino. Deacordo com o Ministério do Turismo, aregião viverá uma explosão no mercadode segunda residência de luxo, com umaprevisão de 7.240 novas unidades até2014, muito disso graças às belas paisa-gens naturais e ao clima agradável.

No Ceará, a tendência de adquirir umasegunda residência turística, seja parausufruir nas férias e fins de semana ouexclusivamente para investir, tem se con-firmado com frequência, atraindo com-pradores e construtores. Um exemploque ilustra bem esta situação é o do Aqui-raz Riviera, que lançou dois novos em-preendimentos em novembro de 2010:o Riviera Beach Place Golf Residence,da Construtora Mota Machado, e oManhattan Beach Riviera, da Constru-tora Manhattan.

Os lançamentos causaram impactopositivo no resultado das vendas dos

M lotes unifamiliares do complexo turísti-co-imobiliário Aquiraz Riviera, que tive-ram aumento na ordem de 40% entrenovembro e dezembro de 2010. “Chega-mos a vender cinco lotes numa únicasemana, logo após os lançamentos dasconstrutoras, com vários outros em pro-cesso de negociação”, diz Fernanda Arru-da, coordenadora Comercial e de Relacio-namento do Aquiraz Riviera. Estes lotesse diferenciam dos apartamentos em con-domínios de luxo por serem voltadospara compradores que pretendem cons-truir imóveis de maneira mais indepen-dente ou em prazos menores.

CONDOMÍNIOS DE LUXOResultado da parceria comercial en-

tre o Aquiraz Riviera e a Mota Machado,o Riviera Beach Place Golf Residence éum empreendimento composto por 174apartamentos, a ser concluído até dezem-bro de 2013. Sucesso de vendas imedia-to, o empreendimento possui aparta-mentos com áreas variando de 70,27 a87,10 m² e coberturas duplex de 140,54a 175,33 m², além de opções com duas,três ou quatro vagas na garagem – esta-

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cionamento exclusivo no subsolo. Já oManhattan Beach Riviera, da Constru-tora Manhattan, é localizado em terrenocom 200 metros de frente voltada para omar. Construído numa área total de maisde 50 hectares, o empreendimento con-siste em sete blocos e 28 bangalôs e umasérie de equipamentos esportivos e deentretenimento. Somente até o réveillon,o Manhattan Beach Riviera já havia ven-dido 65% de suas unidades.

Ambos os empreendimentos agrega-rão, quando concluídos, benefícios daestrutura e serviços do Aquiraz Riviera,como o Ocean Golfe Course (campo degolfe com 18 buracos); o Golfe Club Hou-se (clube de golfe); o Country Club; oBeach Club; o Village Mall (centro co-mercial exclusivo); e parte dos serviçosdo Dom Pedro Laguna Beach Villas &Golf Resort.

Sucesso de vendas confirma aaposta em residências turísticas no

SERVIÇO:Mais informações sobre os condomínios nos siteswww.construtoramanhattan.com.br/beachrivierae www.motamachado.com.br. Para saber maissobre os lotes unifamiliares do Aquiraz Riviera,consulte o plantão de vendas do Golf Club Housedo Aquiraz Riviera ou ligue para (85) 4118 0160

Aquiraz Riviera

O sucesso de vendas do Riviera Beach Place Golf Residence (à esq.) e do Manhattan Beach Riviera confirma o investimento em residências turísticas

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política | gestão públicapor Samira de Castroe Iracema Sales

BOASPERSPECTIVASINVESTIDORES DÃO CRÉDITO DE CONFIANÇA AOS GOVERNOS DEDILMA ROUSSEFF E CID GOMES. A EXPECTATIVA É DE AMPLIAÇÃODOS INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA E EDUCAÇÃO,ALÉM DA MANUTENÇÃO DA ATUAL POLÍTICA ECONÔMICA

om um crédito de confiança e mui-ta euforia. Dessa maneira, inves-tidores cearenses e estrangeiros

dão boas-vindas à presidenta do Brasil,Dilma Rousseff, primeira mulher a ocuparo cargo no País, e ao governador eleito, CidGomes, que conquista o segundo mandato.No geral, o que os investidores desejam éque a presidente Dilma continue com a po-lítica econômica priorizando os investimen-tos em obras de infraestrutura como portos,aeroportos e malha rodoviária e ferroviária,além de conservar baixa a inflação.

Um dos setores que demonstra bastanteentusiasmo com os novos dirigentes nas es-feras nacional e estadual é o imobiliário, comos olhos voltados para o programa do go-verno federal “Minha Casa, Minha Vida”.No Ceará, as atenções estão direcionadaspara as áreas de segurança, capacitação pro-fissional, infraestrutura e concretização depesquisas nos setores de agronegócio e de-senvolvimento sustentável. Outro recadopara a presidente Dilma é que invista maisforte na educação do povo.

O empresário do setor imobiliárioAlessandro Belchior, diretor da AlessandroBelchior Imóveis, empresa sócia da CâmaraBrasil-Portugal no Ceará, é enfático: “O focoda administração da presidente deve ser osetor de infraestrutura nacional, em especi-al nos portos, aeroportos e rodovias”.

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política | gestão pública

Belchior considera que a economiaestá aquecida, sendo necessário con-tinuar mantendo esta chama acesa.Na esfera local, o empresário afirmaser “boa a expectativa”, justificandoser o governador “um homem dinâ-mico, trabalhador e mostrou que gos-ta de fazer”. Alessandro Belchior con-sidera pertinentes as mudanças fei-tas no secretariado estadual, porém,ressalva que é preciso “melhorar asegurança”. Uma mensagem direcio-nada à presidente é para ela “tratarcom carinho a questão da educaçãodo povo e dar continuidade aos avan-ços do governo Lula”, frisa.

Para a empresária do ramo imo-biliário e diretora-tesoureira da Câ-mara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE), Huga Mendes Oliveira, a ex-pectativa é de novos horizontes paraos pequenos e médios investidores.Em outras palavras, “uma retoma-da” desses empreendedores que aca-bam se deparando com entraves bu-rocráticos que vão desde a dificul-dade para obter as licenças ambien-tais até conseguir a abertura de con-ta. A expectativa é de que sejam cri-ados mecanismos a fim de que “me-lhore a vinda de investidores estran-geiros”. Muitos dos que vêm em bus-ca do segundo imóvel são investido-res de pequeno porte, para os quais,segundo a diretora da CBP-CE, o Es-tado deveria oferecer uma melhoracolhida.

INFRAESTRUTURAE CAPACITAÇÃOPROFISSIONAL

“As expectativas são as melhorespossíveis”, festeja João Carlos Gon-dim, diretor de A Predial Imobiliá-ria, esperando que o setor continueaquecido como está no momento. Aexpectativa é de que o mercado imo-biliário continue no mesmo trilho nospróximos anos, projeta ele, apostan-do que Dilma Rousseff reforce o pro-grama “Minha Casa, Minha Vida”.No campo estadual, as projeções tam-bém são boas, citando a construçãode obras como o Centro de Feiras eEventos e os investimentos para aCopa do Mundo 2014. Nesse aspec-to, o setor imobiliário é um dos maisbeneficiados.

O sociólogo Carlos Duarte, dire-tor de Agronegócios da CBP-CE, con-centra sua expectativa em dois pon-tos: o aumento dos investimentos em

infraestrutura e capacitação profissi-onal. “Isso vale tanto para o governodo Estado quanto para a presiden-te”, comenta Duarte. No entanto, nocaso específico do agronegóciocearense, o sociólogo espera veremdesenvolvidas pesquisas nos setoresde fruticultura irrigada, pecuária deleite, pecuária e biomassa para pro-dução de energia limpa.

COMÉRCIO EXTERIORApesar do câmbio ter jogado con-

tra os exportadores brasileiros e dosresquícios da crise financeira na Eu-ropa, ao longo de 2010, o superin-tendente do Centro Internacional deNegócios (CIN-CE), da Federação dasIndústrias do Estado (Fiec), Eduar-do de Castro Bezerra Neto, não vêcom reservas o comércio exteriorpara o exercício de 2011. Com a am-pliação do Terminal Portuário doPecém, em São Gonçalo doAmarante, ele acredita que o Cearávai deter, pelo menos no tocante àinfraestrutura, vantagem competiti-va para alavancar as trocas comerci-ais (exportação e importação). Elenão arrisca previsões para a balançacomercial cearense, sem conhecer ocrescimento dos países da UniãoEuropeia. “O aumento do PIB des-ses países é que vai determinar onível de aumento ou queda da de-manda”, resume.

Eduardo Bezerra acredita que ossetores tradicionalmente exportado-res devem se manter na dianteira dasvendas cearenses. Ou seja, serão des-taques: calçados (que exportou aténovembro passado US$ 365 mi-lhões), castanha de caju (com US$152 milhões) e couros e peles (com

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O então presidente do Brasil,Luiz Inácio Lula da Silva, foi umdos homenageados no jantar orga-nizado pela Câmara Portuguesa deComércio de São Paulo para come-morar o 98º aniversário da entida-de, atualmente liderada pelo empre-sário presidente do Grupo Tavaresde Almeida, Manuel TavaresAlmeida Filho. Durante o evento,realizado no dia 22 de novembro,na Sociedade Hípica Paulista, o pre-sidente do grupo português Energi-as do Brasil, António Pita deAbreu, foi eleito "Personalidade doAno" pelos associados da Câmara.

Ao receber homenagem da Câmara Portu-guesa de Comércio no Brasil, o presidente Lulada Silva afirmou que cabem críticas à coloniza-ção que Portugal fez no país. Ressaltou, no en-tanto, que a cultura de paz dos brasileiros foiaprendida com os portugueses. “Fazer indepen-dência sem ter uma guerra, fazer independênciaem um acordo proposto pelo próprio imperadornão é para qualquer um, é só para um bom por-tuguês. E acho que isso permeou a consciênciado povo brasileiro”, afirmou Lula.

Lula defende uniãoentre Brasil e Portugal

Ao discursar para empresários, Lula criticouo distanciamento entre o Brasil e Portugal emgestões anteriores e defendeu a união entre ospaíses de língua portuguesa para fortalecer suaseconomias. O presidente fez, ainda, um balançodos investimentos entre os dois países nos últi-mos oito anos. Lula lembrou que a língua portu-guesa pode representar uma porta de entradatanto para o Brasil na Europa, por meio de Por-tugal, quanto para os portugueses acessarem osmercados da América Latina, por meio do Brasil.

US$ 76 milhões). “A novidade deveficar por conta do crescimento nosembarques de produtos de setorescomo rochas ornamentais, que cres-ceu 48% em 2010, e ceras vegetais,que teve incremento de 66%.

O superintendente do CIN-CE lem-bra que, em 2010, as exportaçõescearenses superaram, ainda em no-vembro, a cifra de US$ 1,08 bilhãoalcançada em todo o ano de 2009. Noacumulado dos 11 meses, o Estadocontabilizou US$ 1,13 bilhão em mer-cadorias embarcadas para outros paí-ses. “Foi um ano de retomada no cres-cimento, depois de um período deincertezas motivadas pela crise finan-ceira internacional”, comenta.

Para Bezerra, as vendas externasdevem fechar 2010 muito próximo aoUS$ 1,273 bilhão contabilizado em2008, ano anterior à turbulência finan-ceira global e que havia sido o pontomáximo das exportações cearenses atéentão. “No período acumulado entrejaneiro e novembro crescemos 16%em valor exportado, na comparaçãocom igual período de 2009. O cresci-mento teria sido bem maior se a taxade câmbio não fosse tão desfavorávelcomo está sendo agora”, diz.

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22 Brasil-Portugal no Ceará

á pouco mais de seis anosno mercado, a VIVA Imóveisalcançou, em 2010, a posi-

ção de maior imobiliária do Ceará emvolume de vendas e em número de lan-çamentos. “Quando nascemos, há me-nos de sete anos, queríamos ser grandese excelentes. Mas não imaginávamos que,em tão pouco tempo, pudéssemos che-gar à liderança do mercado cearense,ultrapassando nossos limites”, diz Pau-lo Angelim, sócio-diretor da empresa,que a dirige ao lado de Verônica Picanço,Tibério Benevides e Arthur de Castro.

No início, a VIVA contava com umespaço de 38m². Hoje, o Espaço VIVAestá localizado em uma área de 540m² naAldeota e conta com duas filiais, a VIVASul e a VIVA Beira-Mar, recentementeinaugurada. Atualmente, a empresa temuma equipe de mais de 240 corretorescom larga experiência prática e técnica.

Há cerca de três meses a VIVA inau-gurou sua divisão internacional, a VIVAPrime Estates, coordenada pela corretoraMelanny Aoas, com sete anos de expe-

H riência no mercado imobiliário de NovaIorque e dez anos em Miami e FortLauderdale, na Flórida (EUA). “O obje-tivo da Viva Prime não é só promoveros imóveis cearenses nos mercados ame-ricano e europeu, mas também trazer paracá as oportunidades de condomíniosresidenciais em Orlando e Miami”, ex-plica Paulo Angelim. A VIVA Prime atuana sede da Beira-Mar, em uma loja de240m² e que conta com mais de 20 cor-retores que falam inglês, francês, espa-nhol, italiano e alemão, preparados paraatender o público internacional que vempara investir no Ceará. Nesta unidadeda VIVA, os clientes nacionais e estran-geiros, além de comprar e alugar imó-veis em Fortaleza e em todo litoralcearense, alugam carros pela Hertz, com-pram pacotes de viagens na CasablancaTurismo e ainda adquirem ingressos parao Beach Park. Isso porque, na loja, exis-te um mix de serviços com as referidasempresas. É a primeira e única imobiliá-ria no Ceará a prestar este tipo de servi-ço. Tudo em um só lugar.

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Falando sobre as perspectivas des-sas novas atividades, Angelim diz:“Queremos com a nova loja da VIVABeira-Mar, e com a divisão internacio-nal, VIVA Prime Estates, expandir nos-sas atividades para consolidar nossa li-derança neste mercado, conquistadaeste ano. Hoje, a VIVA conquistou oposto de maior empresa de vendas imo-biliárias do Ceará, e isso muito nos or-gulha. Nosso objetivo principal não éesse. Queremos servir bem, ser motivode orgulho para nosso povo e mostrarque nosso Estado tem uma alma VIVA,feito por pessoas guerreiras e confian-tes no seu potencial. As atividades in-ternacionais vão agora projetar nossamarca mais longe, além mares. Nossossonhos não têm fronteiras. Vamos con-tinuar respeitando e valorizando nossasparceiras imobiliárias, e dando nossacontribuição, junto com elas, para que omercado cearense seja percebido, nacio-nal e internacionalmente, como um mer-cado feito por profissionais e empresasde excelência. VIVA o Ceará!”

Viva ImóveisPronta para o mercado internacional

22 Brasil-Portugal no Ceará

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Out-Nov-Dez 2010 23

O Nordeste é uma grande região também em oportunidades. Seja no turismo, na indústria, no comércio, na agricultura, na pecuária ou em tantos outros setores que não param de se desenvolver nos 9 estados da Região e no norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Todos eles contam com o apoio do Banco do Nordeste. São créditos com os menores juros e maiores prazos para implantar, ampliar ou modernizar o seu negócio. Venha para o Nordeste crescer com a Região. Procure o Banco do Nordeste.

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24 Brasil-Portugal no Ceará

negócios | construção civil por Samira de Castro

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ovos laços estratégicosunem o Nordeste doBrasil, especificamente

o Ceará, a Portugal. O Estado vaitrazer engenheiros, equipamentose produtos portugueses para su-prir o aquecimento na demanda daconstrução civil cearense. É issoque estabelece o protocolo de in-tenções, firmado em novembro úl-timo, entre a Cooperativa da Cons-trução Civil do Estado do Ceará(Coopercon-CE) e a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), ofici-alizando a parceria que tem porobjetivo a união de esforços dasduas entidades para viabilizar ne-gócios internacionais envolvendoempresários cearenses e investido-res estrangeiros.

O documento prevê a indicaçãode fornecedores lusitanos pelaCBP-CE, a participação de empre-sas cearenses em rodadas de ne-

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gócios da Câmara, a troca de infor-mações úteis ou de interesse daoutra parte, além da celebração deconvênios, ajustes, acordos e con-tratos com outros órgãos, ou entresi, e com entidades públicas ou pri-vadas, para promover o desenvol-vimento das atividades previstasno protocolo. O acordo terá vali-dade de um ano, sendo prorrogá-vel automática e sucessivamentepor períodos idênticos.

Para Otacílio Valente, presiden-te da Coopercon-CE, a expectativaé de que a parceria traga resulta-dos promissores para as duas par-tes. “Vivemos um momento degrande desenvolvimento na cons-trução civil em todo o Brasil e, es-pecialmente, no Ceará. Temos mui-tas obras a realizar, mas falta mãode obra capacitada e máquinas paraagilizar nossa produção, que emalguns momentos ainda é muitoartesanal. Por outro lado, em Por-tugal, devido à crise financeira naEuropa, os fornecedores não têmpara quem produzir porque o con-sumo interno caiu drasticamente,os equipamentos estão ociosos e

há bons engenheiros disponíveiscom vasta experiência", destaca.

O presidente do Conselho dasCâmaras Portuguesas de Comérciono Brasil, Rômulo Alexandre Soa-res, reforça que, com a construçãocivil em recessão na Europa, po-deriam ser importados equipamen-tos e profissionais altamente qua-lificados. No Ceará, que represen-ta menos de 2% do PIB brasileiro,o déficit no mercado é de cerca de200 engenheiros, principalmentenas áreas civil, elétrica e mecânica,conforme o presidente do Sindi-cato da Indústria da ConstruçãoCivil do Estado (Sinduscon-CE),Roberto Sérgio Ferreira.

O presidente da Coopercon-CEafirma que os portugueses possu-em mecanização voltada à constru-ção civil “ideais ao nosso merca-do, à medida que exigem menosmão de obra”. O próximo passo,segundo ele, é listar os itens, iden-tificando onde há viabilidade decontribuição. “Vamos levantar queequipamentos poderão ser dispo-nibilizados e quais as condiçõespara fornecimento, seja por meio

Diretor presidenteda Coopercon,

Otacílio Valentee o presidente

da Câmara Brasil-Portugal no Ceará,

Jorge Chaskelmann,durante reunião que

marcou o início daparceria entrea CBP-CE e a

Coopercon

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26 Brasil-Portugal no Ceará

de aquisição ou de locação”, diz.Negociando produtos em larga

escala para seus associados, a Co-operativa deverá trazer maisinsumos de navio para o Estado.Além de baratear os custos, a ação

da Coopercon-CE também redu-zirá a burocracia no processode importação, segundo Va-lente. De acordo com ele, atu-almente inexistem negóciosentre Ceará e Portugal na áreada construção civil. “Hámuitos investimentos por-tugueses no Estado, mas an-tes nunca vislumbramosnegócios envolvendo o for-necimento de produtos,equipamentos e profissio-nais portugueses para o Ce-

ará”, completa.Jorge Chaskelmann, presi-

dente da CBP-CE, informa que,além dos 150 associados da Câ-mara, há muitas empresas por-

tuguesas buscando o Brasil comoalternativa para investir. Segundoele, também há muitas solicitaçõesde portugueses que olham o Cearácomo uma boa alternativa. “A parce-ria é muito importante, pois a Coo-percon-CE reúne grandes empresasde construção no Estado e tem for-ça no mercado. Isso ajudará a abriras portas aos empresários portugue-ses que chegam aqui, dinamizandoos negócios entre eles”, diz.

Em relação a trazer do exterioros engenheiros, Chaskelmann afir-ma que o Ceará só tem a ganhar.“Há muitos engenheiros qualifica-dos que estão vindo para o Brasilporque lá na Europa a construçãocivil praticamente parou. Aqui omercado está aquecido, falta mão deobra e nós temos a facilidade da lín-gua”, avalia o presidente da CBP-CE que está apostando na troca desinergia e experiências entre profis-sionais cearenses e portugueses.

negócios | construção civil

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Out-Nov-Dez 2010 27

pós os dois últimos leilões que confirmaram aviabilidade competitiva das fontes alternativas,a Braselco, especialista na prestação de servi-

ços de projeto, engenharia, consultoria e assessoria técnicaem grandes empreendimentos de geração renovável, con-solida sua atuação estratégica no mercado eólico.

Com 13 anos de experiência, a Braselco proporciona aosseus clientes o acompanhamento de todas as fases de seusprojetos, desde a concepção da planta – inclusive ao iden-tificar e selecionar potenciais terrenos – até a sua operaçãocomercial. Os projetos eólicos são o carro-chefe da empre-sa, que possui atualmente 360,2MW de projetos que fo-ram assessorados em operação e mais 420,3MW que de-vem entrar em operação nos próximos três anos, além deum portfólio de projetos em desenvolvimento de 1.859MW.

Hoje, a consultoria prestada pela Braselco conta com osmateriais fornecidos pela Braselco Equipamentos, que atuano desenvolvimento, comercialização e fabricação de equi-pamentos utilizados na medição de recursos eólicos. Aempresa é a única distribuidora autorizada pela NRGSystems no Brasil. Além da sede em Fortaleza (CE), o hojeintitulado Grupo Braselco conta ainda com a Braselco doSul, com sede em Porto Alegre (RS), que presta consultoriaem projetos renováveis no Sul e Sudeste do país.

Desta forma, o Grupo Braselco, capitaneado pelo portu-guês Armando Abreu em sociedade com o pernambucanoGustavo Silva, destaca sua atuação no suporte ao desen-volvimento de projetos a partir de fontes renováveis, aoproporcionar aos seus clientes todas as condições necessá-rias para o cadastramento e habilitação técnica juntos aosleilões específicos, que contrataram 3.852MW de novosprojetos eólicos nos últimos 11 meses. Para tanto, Arman-do Abreu, CEO da Braselco, garante que investir em usinasnão faz parte do escopo das empresas. “Somos claramenteuma empresa de serviços. Não queremos investir”, afirma.

A

Em 2009, no primeiro certame exclusivo para a fonteeólica, a Braselco cadastrou e habilitou 33 projetos eólicos.Destes, 11 projetos foram contratados, perfazendo o totalde 285,3MW, a um preço médio de R$131 por MW/h. Em2010, para o Leilão de Energia de Reserva exclusivo parafontes alternativas, a Braselco cadastrou 547 MW em no-vos projetos eólicos. Hoje, a empresa presta consultoriapara 65 novos projetos eólicos e conta com uma lista de 50parceiros e clientes satisfeitos.

Para além do desenvolvimento de projetos de geraçãorenovável, a Braselco desenvolve ainda o Programa Ener-gizando Pessoas, que fomenta ações para o desenvolvimentoenergético sustentável e programas que integram colabora-dores e a sociedade à prática da responsabilidade sócio-ambiental. Para tanto, há três anos, a empresa participa daFesta de Natal do Abrigo de Idosos do Governo do Estadodo Ceará e contribui ativamente para a melhoria da qualida-de de vida dos internos, em ações que envolvem os colabo-radores em ações lúdicas e até na contribuição para inter-venções na estrutura física do local.

BraselcoEnergias quetransformam o futuro

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SERVIÇO:BraselcoAv. Senador Virgílio Távora, 1701 – Salas 1405-1408Dionísio Torres – Fortaleza–CE – Fones: (85) 3261 2014 / 3224 2757www.braselco.com.br / [email protected]

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28 Brasil-Portugal no Ceará

negócios | portos por Yonne Igrejas

ebates, discussões euma ampla mostra doatual estado do setor de

logística no Brasil. Assim foram osquatro dias do V Seminário SEP deLogística e Feira de Tendências deLogística do Norte e Nordeste, rea-lizado pela segunda vez em Forta-leza, nos dias 8 a 11 de dezembro,no Centro de Negócios do Sebrae/

D Ceará. Na programação técnica, pa-lestras e painéis sobre os mais vari-ados assuntos e uma oportunida-de ímpar de debater temas impor-tantes para o setor, de fundamentalpapel no crescimento econômico deum país.

O diretor de portos da Cargill,Clythio Raymond, abordou o temaPlataformas Logísticas das Regiões

CRESCIMENTO

SEMINÁRIO DELOGÍSTICA APRESENTAOPORTUNIDADES DE

DURANTE QUATRO DIAS, OV SEMINÁRIO SEP DE LOGÍSTICAE FEIRA DE TENDÊNCIAS DELOGÍSTICA DO NORTE E NORDESTEAPRESENTOU ESTUDOS,NOVIDADES E CONTOU COMA PRESENÇA DO MINISTRODOS PORTOS, PEDRO BRITO

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Out-Nov-Dez 2010 29

Norte e Nordeste e falou do desafiologístico no transporte de grãos. “Ocusto entre a produção até o porto,no Brasil, chega a ser de cinco a setevezes maior do que nos EstadosUnidos, por exemplo,” disse ele.A grande parte do escoamento daprodução é feita pelos portos deParanaguá, no Paraná, e Santos, emSão Paulo. Foi discutido o que pode

ser feito para que o Norte e o Nor-deste também possam fazer essalogística com seus portos, princi-palmente no caso dos grãos. O de-bate focou principalmente no po-tencial hidroviário das duas regiões,como forma de escoar a produçãode maneira economicamente viável.

Adary Oliveira, Chefe de Gabi-nete da Secretaria Extraordinária da

Indústria Naval e Portuária do Es-tado da Bahia, destacou principal-mente o CLIPS (Complexo LogísticoIntermodal Porto Sul), um conjun-to de grandes empreendimentoscapazes de transformar a realidadedo estado. O CLIPS reúne a Ferro-via de Integração Oeste-Leste deIlhéus, na Bahia, até o Estado doTocantins; o Porto Público; um ter-

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30 Brasil-Portugal no Ceará

portações brasileiras por países africa-nos; estímulo às parcerias público-pri-vadas; aceleração das ações deintegração modal de carga em todo opaís; modernização portuária eaeroportuária; modelo misto envolven-do entreposto aduaneiro, internacio-nalização de empresas e logística bra-sileira, apoiados com financiamento;política de incentivo na implantaçãode alternativas inovadoras em logísticacom o Mercosul e a África.

PALESTRAS APONTAM BOASPERSPECTIVAS

Uma das palestras mais aguardadasfoi a do jornalista George Vidor, quefez uma análise da conjuntura econô-mica do país. Com uma perspectivaotimista, ele falou das condições atu-ais para um salto expressivo e citouaspectos que identificam o país comoa bola da vez:

1) demográfico (o Brasil vive umatransição, de crianças para jovens emidade de trabalhar e consumir);

2) não dependência do petróleo im-portado (o que faz o país não ser afeta-do, ou ser de forma positiva, por cri-ses em outros países produtores);

3) commodities (são poucos os pa-íses que ainda podem fazer crescer suaprodutividade, e o Brasil tem territó-rio para isso, podendo, por exemplo,dobrar a produção atual de etanol, sóinvestindo em tecnologia);

4) trégua no inchaço das grandes

cidades (as cidades pararam de cres-cer de forma tão intensa, e algumas atéestabilizaram. São Paulo, por exemplo,teve nos últimos dez anos um fluxonegativo de 290 mil pessoas).

George Vidor ainda falou sobre ocâmbio, agora de forma positiva parao Brasil e na perspectiva de um cresci-mento puxado menos pelo consumis-mo e mais pelos investimentos (expan-são industrial e agrícola, construçãocivil e infraestrutura).

Luís Antônio de Melo Awazu, pre-sidente da Companhia BandeirantesS/A e vice presidente da AssociaçãoBrasileira de Terminais e RecintosAlfandegados (ABTRA) foi outropalestrante que levou diversas refle-xões à plateia. Ele falou sobre aassimetria na logística portuária comoalgo que prejudica o processo de trans-porte de cargas nos portos, compro-mete a rentabilidade dos negócios einibe os novos investimentos. Entreas ações prioritárias para a reduçãodesse problema, Luis Awazu apostanuma definição de objetivos comunsentre os elos, como reduzir as perdas,a definição de processos e o planeja-mento e alocação de meios.

O evento trouxe experiências in-ternacionais, como a participação dePauline Dubois, da assessoria de rela-ções internacionais da comunidade deDunquerque, no norte da França, quefalou sobre cooperação internacionaldescentralizada e como essa parceria

minal de uso privativo; a mina Pedrade Ferro em Caitité; e um aeroportointernacional. No total, isto represen-taria um investimento público e pri-vado de R$ 10,6 bilhões na primeirafase, e de R$ 14 bilhões no total, e umageração total de 15 mil empregos.

O Sebrae/CE apresentou parte deum estudo de logística realizado entreo Brasil e a Costa Oeste Africana, ummercado considerado extremamentepromissor. Segundo o estudo, mesmocom o mercado comprador existente,apenas 7,4% do que sai dos onze por-tos nordestinos seguem em direção aocontinente africano. A apresentaçãoterminou com algumas sugestões decomo melhorar e incrementar essa re-lação, entre elas: financiamento de im-

O evento contou com estandes repletosde novidades e uma programação

extensa com palestras e painéis

Pauline Dubois,assessora de relações

internacionais da comu-nidade de Dunquerque,

no norte da França

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Out-Nov-Dez 2010 31

pode contribuir para a melhoria dalogística brasileira, um processo queune dois municípios ou estados depaíses diferentes. A primeira cidade anegociar essa parceria foi Vitória, noEspírito Santo, em 2005. Em 2009entraram os estados do Ceará e Goiás,e este ano o Rio Grande do Norte.

Um outro assunto de interesse dosempresários e que foi abordado du-rante o Seminário foram as diversasformas de ajuda dada para os microse pequenos empresários brasileirosadequarem seus produtos às exigên-cias do mercado internacional. O “Ex-porta + Marítimo” tenta agrupar asempresas para que juntas consigamenviar mercadorias, simplificando oprocesso de exportação e permitindoaumentar o volume/peso da carga com-parado a uma remessa via correios.Atualmente, dez empresas brasileirasestão sendo atendidas e se capacitan-do, adequando logomarcas e embala-gens. O mesmo trabalho, segundoPauline Dubois, está sendo feito naFrança, só que sob outra ótica. Osempresários franceses recebem incen-tivo para serem empreendedores.

A REALIDADE DOSPORTOS BRASILEIROS

Uma realidade visível nos portosbrasileiros foi também exposta no even-to: o aumento de cruzeiros na costabrasileira. O palestrante foi Diego Dan-tas, membro permanente do Grupo deInfraestrutura e Operações da Associ-ação Brasileira de Cruzeiros Marítimos(Abremar) e Gerente de Operações eProdutos da Royal Caribbean Interna-tional. Para se ter uma ideia do cresci-mento, em 2000 apenas quatro naviosturísticos atracaram na costa Brasilei-ra. Na temporada 2009/2010, entre ou-tubro e maio, já foram 18 navios. Onúmero de passageiros aumentou de27 mil para 720 mil no mesmo perío-do. Um crescimento rápido demais queexige adequação portuária, segundo opalestrante. Dantas listou os desafiospara o futuro em alguns portos brasi-leiros: melhorar a infraestrutura, otransporte, necessidade de dragagem,necessidade de quebra-mar, grandesdistâncias, necessidade de flexibili-zação de normas e taxas, capacidade

em atender mais navios e organizaçãodo receptivo local.

A logística de transporte de frutasno Ceará era outro tema aguardadoentre os participantes. O diretor co-mercial da Companhia de IntegraçãoPortuária do Ceará (Cearáportos), Má-rio Lima Júnior, apresentou númerosrepresentativos para o setor. As frutasexportadas pelo Terminal Portuário doPecém têm origem principal em qua-tro estados nordestinos: Ceará (35,5%),Rio Grande do Norte (34%), Pernam-buco (14,46%) e Bahia (13%). Entreos destinos estão: o norte da Europa(47%), Reino Unido (19%), Mediter-râneo (16%), EUA (14%), Norte daÁfrica (1%) e outros (3%). Mário LimaJúnior destacou o crescimento dacabotagem e o mês de agosto, quandoo terminal teve 100% de ocupação noberço do píer 1. Durante a palestra,Lima Júnior fez ainda um balanço damovimentação portuária, comparandoos três últimos anos. Para 2011, se-gundo o representante do Terminal do

Origem:• Ceará 35,5% • Pernambuco 14,46%• Rio Grande do Norte 34% • Bahia 13%

Destino:• Norte da Europa 47% • EUA 14%• Reino Unido 19% • Outros 3%• Mediterrâneo 16% • Norte da África 1%

Exportação de frutas noTerminal Portuário do Pecém

Pecém, as expectativas são otimistascom o início de operação do TMUT(Terminal de Múltiplo Uso), a partirdo mês de abril, e a conclusão do blo-co de utilidades e serviços.

Paulo André Holanda, diretor pre-sidente da Companhia Docas do Cea-rá, responsável pelo porto de Fortale-za, também destacou o papel do esta-do na exportação de frutas. Holandamostrou que os dois portos do estadoestão em primeiro e terceiro lugares nopaís, com o Pecém detendo 35% dasexportações nacionais de frutas e oPorto de Fortaleza sendo responsávelpor 13% das frutas que saem do paísem navios. O representante da Com-panhia Docas falou também sobre otrabalho desenvolvido no CentroVocacional Tecnológico voltado para aformação técnica e profissional da co-munidade vizinha ao porto. Hoje, 200alunos se qualificam em 12 turmas decursos distintos.

O encerramento do V SeminárioSEP de Logística foi conduzido peloMinistro dos Portos, Pedro Brito, quedestacou a crescente participação dosempresários e de todos que fazem oselos da cadeia produtiva da logística.“Sabemos o quanto este é um assuntoque precisa ser discutido, principal-mente no norte e nordeste brasileiros.Junto com essa discussão técnica tãorelevante, tivemos ainda a preocupa-ção em realizar a Feira de Tendências,que traz a chance de trocar experiênci-as e acompanhar os avanços tecnoló-gicos em vários estados de todo o país”,disse o Ministro Pedro Brito, que des-tacou também o trabalho para tornar oBrasil um país cada vez mais competi-tivo no transporte de cargas.

Diretor presidente daCompanhia Docas doCeará, responsávelpelo porto de Fortaleza,Paulo André Holanda,

Pedro Brito,ministrodos Portos

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32 Brasil-Portugal no Ceará

ntre os dias 14 e 21 denovembro de 2010, a Ci-dade da Praia, em Cabo

Verde, foi palco da 14ª Feira Inter-nacional de Cabo Verde (FIC), quereuniu empresários de diversaspartes do mundo e mais de 200expositores. Entre as instituiçõespresentes, o Ceará esteve na feiracom a Ceará Trade Brasil, sócia daCâmara Brasil-Portugal no Ceará eresponsável pela exportação de di-versos produtos brasileiros.

Considerado o maior evento de

dimensão comercial do país, a Fei-ra Internacional de Cabo Verde foirealizada pela Associação Industri-al Portuguesa, em parceria com aAicep Portugal Global. O principalfoco do encontro é promover umespaço de oportunidades de negó-cios e de fomento do empreen-dedorismo entre nações, em espe-cial os países africanos e os de lín-gua portuguesa. Nesta edição, oevento teve como tema “O negócionas suas mãos” e contou com 200estandes de empresas de Portugal,

E

áfrica | exportações por Aline Romero

EMPRESÁRIOS DE VÁRIOSPAÍSES PROMOVERAMSEUS PRODUTOS E ENCON-TRARAM OPORTUNIDADESDE INVESTIMENTOS,TRANSFERÊNCIA DECONHECIMENTO E DESEN-VOLVIMENTO DE NEGÓCIOS

NEGÓCIOSGERADOS NA FIC

PODEM CHEGAR A

R$ 2 MIBrasil, Espanha, Itália e da Comu-nidade Econômica dos Estados daÁfrica Ocidental.

Durante o evento, a Ceará TradeBrasil consolidou relacionamentoscomerciais com duas distribuido-ras de Cabo Verde, tendo deman-das de exportações previstas aindapara este ano, e definiu, junto aempresários africanos, que seráimplantado um Centro de Distribui-ção de Produtos Brasileiros emCabo Verde. A expectativa é que osnegócios gerados na FIC atinjam em

Roberto Marinho,Marta Campelo,

Matos Cardoso(FILDA Angola)e empresários

durante a FIC 2010

Page 33: Revista CBP-CE 5ª edição

Out-Nov-Dez 2010 33

seis meses cerca de R$ 2 milhões.Segundo Roberto Marinho, pre-

sidente da Ceará Trade Brasil, vice-presidente da Câmara Brasil Portu-gal no Ceará (CBP-CE) e presidenteda Câmara Brasil Angola no Ceará(CBA-CE), a instalação do Centrobeneficiará os empresários brasilei-ros e africanos, bem como o públi-co consumidor dos países da Áfri-ca. “Além de melhorar a logística egarantir o abastecimento de produ-tos para o mercado africano, a cons-trução do Centro possibilitará queum maior número de pessoas pos-sa comercializar e consumir os pro-dutos brasileiros”.

A iniciativa proporciona, pormeio de compras em grandes volu-mes, um barateamento do produtofinal (por redução de fretes ou ga-rantia rápida de escoamento de pro-dução), beneficiando todos os en-volvidos na negociação – desde oprodutor até o consumidor final.

Com o tema “O negócio nas suas mãos”,a 14ª edição da Feira Internacional deCabo Verde (FIC) contou com 200 estandesde empresas de Portugal, Brasil, Espanha,Itália e da Comunidade Econômicados Estados da África Ocidental

“Quanto ao evento, nossa funçãofoi representar e mostrar as quali-dades do território nordestino comoespaço de investimento do empre-endedorismo”, conclui Marinho.

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34 Brasil-Portugal no Ceará

emigrantes | representação

Ministério das RelaçõesExteriores do Brasil, pormeio do Itamaraty, promo-

veu no início de novembro a eleiçãomundial para a formação do 1º CRBE –Conselho de Representantes do Brasi-leiro Emigrante. A Comissão do Regi-mento do CRBE homologou, no dia 11de novembro, o resultado do processode consultas para escolha de seus mem-bros, realizado entre os dias 1º e 9 denovembro, por meio de votação pela in-ternet. A eleição para o conselho temcomo objetivo representar brasileiros re-sidentes em todo o mundo em temascomo Previdência Social, Saúde Públi-

ca, Educação para filhos de brasileirosemigrantes, entre outros.

O CRBE é o conjunto de 16 brasilei-ros radicados no exterior eleitos por votoeletrônico e que manterão uma interlo-cução entre os brasileiros que vivem forado país e o Governo brasileiro. A repre-sentação será regional, havendo quatromembros para cada uma das regiões ge-ográficas: Américas do Sul e Central;América do Norte e Caribe; Europa; eÁsia, Oriente Médio, África e Oceania.

Lançado na II Conferência “Brasi-leiros no Mundo” (outubro de 2009) einstituído pelo Decreto n° 7.21, o CRBEé o sucessor do Conselho Provisório

O

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES AMPLIA AÇÕES EMPROL DOS COMPATRIOTAS QUE VIVEM NO EXTERIOR COM OCONSELHO DE REPRESENTANTES DO BRASILEIRO EMIGRANTE

ASSISTÊNCIA

CONSULAR

por Bruno Sampaio

I - Região Américas do Sul e Centrala) Ari Sordi (Paraguai)

b) José Paulo Ribeiro (Suriname)c) Marilene Sguarizi (Paraguai)

d) Romildo Antônio de Souza (Paraguai)

II - Região Américado Norte e Caribe

a) Ester Sanchez-Naek (EUA)b) Fausto Mendes da Rocha (EUA)

c) Ronney Roger Molinari Oliveira (EUA)d) Silair Coleta de Almeida (EUA)

III - Região Europaa) Carlos Mellinger (Reino Unido)

b) Flávio José Carvalho Silva (Espanha)c) Laércio Ribeiro da Silva (Reino Unido)

d) Mônica da Cunha Cruz Pereira (Bélgica)

IV - Região Ásia, África,Oriente Médio e Oceania

a) Angelo Akimitsu Ishi (Japão)b) Carlos Sussumo Shinoda (Japão)c) Newton Takahiro Sonoki (Japão)d) Siham Hussein Harati (Líbano)

Membros titularesdo 1º CRBE

de Representantes (CPR) – este criadopor ocasião da I Conferência, de julhode 2008, e dissolvido por decisão daPlenária da II Conferência. Ao contrá-rio do CPR, de natureza provisória efunção limitada a auxiliar o Ministériodas Relações Exteriores (MRE) na or-ganização da II Conferência, o CRBEserá permanente, embora de composi-ção periodicamente renovável.

Page 35: Revista CBP-CE 5ª edição

Out-Nov-Dez 2010 35

Praia de Marambaia, Distrito da Tapera, Aquiraz - Ceará (a 35 minutos do Aeroporto de Fortaleza)

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3. Deixe os

4.lado esquerdo

5.

Page 36: Revista CBP-CE 5ª edição

36 Brasil-Portugal no Ceará

informe publicitário

Para contribuir com a inte-gração e o desenvolvimen-to de regiões e países de lín-

gua portuguesa, foram promovidos, emconjunto, o III Encontro Luso-Brasileirode Estratégia (ELBE) e o III Encontro daSociedade Latino-americana para o De-senvolvimento da Estratégia – Seção Bra-sil (SLADE), em novembro, nas depen-dências da Universidade de Fortaleza(Unifor), no Ceará.

Durante o evento, o diretor de Gestãodo Desenvolvimento do BNB, José Sy-drião de Alencar Júnior, salientou que ainstituição está aberta à promoção de ati-vidades de parceria e intercâmbio. “Exis-tem possibilidades de cooperação técni-ca bilateral na área econômica, progra-mas de financiamento, área de desenvol-vimento sustentável do turismo e inclu-são social, assim como programas volta-dos para aperfeiçoamento do quadro téc-nico de diversas instituições situadas empaíses de língua portuguesa”, afirmou.

O diretor também reforçou que o Ban-co do Nordeste tem sido um dos gran-des responsáveis pelo dinamismo do

O turismo do Nordeste brasileiro, que pos-sui elevado potencial de crescimento nasrelações comerciais com esses países, sen-do uma das regiões turísticas que maiscresce no País. “A proposta turística re-gional envolve todos os estados nordes-tinos e se baseia na descentralização dasações, na revalorização dos lugares e ter-ritórios e na inclusão da comunidade lo-cal”, garantiu.

INVESTIMENTOSComo principal instrumento de apoio

aos investimentos turísticos da Região,Alencar destacou os recursos do FundoConstitucional de Financiamento doNordeste (FNE), que em 2010 destinouum total de R$ 523,6 milhões no setor.

Alencar tratou ainda da atuação his-tórica do BNB na execução do Programade Desenvolvimento do Turismo noNordeste (Prodetur), que foi concebidopara dotar a Região de condições favorá-veis à expansão e melhoria da qualidadeda atividade turística.

Em sua primeira fase, o Prodeturmobilizou recursos na ordem de US$

Banco do NordesteDiretor do BNB participade encontro luso-brasileiro

670 milhões. Atualmente em execução,a segunda etapa deve alocar US$ 240 mi-lhões em financiamentos e US$ 160 mi-lhões em contrapartida local.

Estiveram presentes no evento repre-sentantes da Academia, do empresariadoe governantes dos seguintes países: An-gola, Brasil, Portugal, Guiné Bissau, CaboVerde, Moçambique, Timor Leste e SãoTomé e Príncipe.

36 Brasil-Portugal no Ceará

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Out-Nov-Dez 2010 37

O desempenho daindústria cearense em 2010

mbora não se tenha, ainda, osdados do setor industrial para oúltimo mês do ano de 2010, já

podemos inferir que no ano passado foiexcepcional para a indústria cearense.

De fato, para algumas variáveis analisa-das (ver tabela ao lado), o comportamentodo setor industrial do Ceará superou comfolga o comportamento da indústria nor-destina, e até brasileira.

Se tomarmos as variáveis “produção in-dustrial” e “vendas industriais”, verifica-mos que para a primeira variável, o Cearáapresenta taxa de crescimento de quase13%. Este comportamento é bem maior doque vinha acontecendo ao longo da primeiradécada do novo século, quando essa variá-vel ficava ao derredor dos 8,0%. O mesmofenômeno se verifica para a segunda variá-vel acima nominada: crescimento acima de12,0%. Para essas variáveis, tal crescimen-to foi superior àquele apresentado pela in-dústria brasileira.

Infelizmente, não podemos dizer que odesempenho das exportações do Estadoapresentou resultado melhor que aquelesapresentados para as exportações do Nor-deste e do Brasil. Entretanto, um crescimen-to de quase 17,0% em um ano onde a mo-eda nacional esteve sempre sobrevalorizadanão se pode dizer ser ruim. Por outro lado,chama a atenção o crescimento das expor-

tações de bens industrializados, cuja“performance” foi superior àquela apresen-tada para as exportações totais. Veja queaqui o crescimento foi de 19,2%.

Também chama a atenção o fato de o nú-mero de empregos formais gerados no se-tor industrial cearense representar 42,89%de todo o contingente de empregos formaiscriados no Estado.

Assim, não é exagero assegurar que ocomportamento da indústria cearense noano de 2010 foi excepcional.

E

ESPAÇO IBEF

TABELA: Brasil, Nordeste e CearáTaxa de Crescimento das Principais Variáveis EconômicasAcumulado de Jan-Nov de 2010 sobre igual período de 2009, em %

Fonte: IBGE, IPECE, MDIC, MTE, INDI/FIEC, SEFAZ e COELCE(1) Janeiro a novembro de 2010 sobre janeiro a novembro de 2009(2) Acréscimo de mão de obra formal de janeiro a novembro de 2010 (Nº Vagas)

Variável Ceará Nordeste Brasil

Produção Industrial1 12,87 10,96 11,84

Vendas Industriais1 12,12 - 10,40

Exportações1 16,89 36,57 30,65

Exportações Industriais1 19,20 30,66 23,60

Arrecadação ICMS na Indústria1 9,33 - -

Consumo de Energia na Indústria1 9,57 - -

Emprego Formal2 73.143 419.791 2.544.457

Emprego Formal Industrial2 31.373 185.114 1.005.677

por Pedro Viana

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38 Brasil-Portugal no Ceará

Energias renováveis,desenvolvimentosustentável e limpo

O desenvolvimento econômico ve-rificado nas últimas décadas acentuoua necessidade de se descobrirem no-vas formas de produção de energia quesatisfaçam as necessidades das moder-nas sociedades humanas. Se atender-mos à previsão da Agência Internacio-nal de Energia (The 2009 World EnergyOutlook - International Energy Agen-cy), que aponta para um aumento daprocura de petróleo de 2.000 mtoe (mi-lhões de toneladas em equivalência depetróleo) para 16.800 mtoe em 2030,entendemos a necessidade de se de-senvolverem formas alternativas deprodução de energia. A própria dife-rença no ritmo de evolução das dife-rentes formas de energia acentua estanecessidade: petróleo e gás natural sãoas fontes de energia que crescem maislentamente (crescimento anual de1,2%, de 2005 a 2030), enquanto queas energias renováveis são as fontesde energia que registram maior cresci-mento expectável (incremento de 2,1%anual de 2005 a 2030).

Energias renováveise o Estado do Ceará

No campo das energias renováveis,é pertinente destacar a realidade doEstado do Ceará: possui 542MW(megawatt) de energia eólica instaladacom potencial estimado em cerca de35 GW (gigawatt) e, em Tauá, há o pro-cedimento da instalação de uma cen-tral solar fotovoltaica que atingirá

50MW de capacidade. Ainda no Cea-rá, destacam-se experimentos com vis-ta à produção de biocombustíveis apartir de algas, bem como o interessede investidores estrangeiros em insta-lar unidades de produção de etanolcelulósico e biodiesel de origem nãoalimentar. Devemos sublinhar aindaa produção de conhecimento científi-co que é possível observar no nossoestado, destacando-se uma iniciativaacadêmica de prestígio que se realiza-rá em março de 2011: o Ciclo de Con-ferências “Hidrogênio e o futuroenergético sustentável do Estado doCeará” – Universidade Estadual doCeará (Uece) (www.uece.br/eventos).

A Conferência deCancún e o Fórum Latino-Americano de Investimento

Congratulamo-nos com os resulta-dos da conferência sobre mudançasclimáticas em Cancún ao aprovarem,por 193 países participantes, a criaçãode um Fundo Verde para ajudar ospaíses menos desenvolvidos nos es-forços de preservação do ambiente.Desta forma, se ultrapassa parcialmen-te o fracasso de Copenhague.

Mesmo que não tenham obtido ain-da compromissos para maiores redu-ções nas emissões de dióxido de car-bono, foi um resultado significativopelo fato de implicar Estados Unidose China no esforço internacional paraa diminuição do aquecimento global.

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e

por Carlos Duarte, sociólogo, diretorda Terra Quente Agropecuária, diretor deAgronegócios da Câmara Brasil-Portugal no Cearáe vice-presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará

Apesar de não existirem metas defini-das, a nível internacional, para a re-dução das emissões de dióxido de car-bono, existe uma consciência geral, aonível das pessoas e das organizações,da necessidade de se adotarem práti-cas mais defensivas e protetoras domeio ambiente.

As principais empresas mundiaisadotam “práticas verdes”, pois sabemtratar-se de um fator decisivo por par-te dos seus consumidores-alvo. Igual-mente ao nível dos investimentos, écada vez mais importante, para umaempresa de porte, apresentar caracte-rísticas de respeito pelo meio ambien-te como forma de atrair investidores ecaptar recursos. Esta preocupação foipossível de detectar no Fórum Lati-no-Americano de Investimento, quedecorreu em São Paulo nos dias 8 e 9de dezembro de 2010, com os interes-ses voltados para a palestra conjuntada Ecoforest (CEO John Unneberg) eda Câmara Brasil-Portugal no Ceará (Di-retor de Agronegócios) dedicada aotema: Ecological Investments in Brazil.

Sob a forma de conclusão, deseja-sea elevação da proporção de energiasrenováveis limpas no consumo ener-gético mundial, em detrimento do con-sumo de energia a partir de energiasnão renováveis e produtoras de gasescom efeito de estufa. Com a expectativade bom desempenho do Ceará e doBrasil em geral nesta nova equação dedesenvolvimento limpo e sustentável.

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A VIVA Imóveis alcançou, em 2010, a posição de maior imobiliária do Ceará em volume de vendas e em número de lançamentos. Quando nascemos, há menos de sete anos, queríamos ser grandes e excelentes. Mas não imaginávamos que, em tão pouco tempo, pudéssemos chegar à liderança do mercado cearense, ultrapassando nossos limites. Agora, através de sua divisão internacional, a VIVA Prime Estates, a empresa está preparada para atender o mercado mundial, com a mesma excelência que sempre pautou todo o seu crescimento. Venha para a VIVA você também.

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QUEM PENSA GRANDE......VAI ALÉM DOS LIMITES.

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40 Brasil-Portugal no Ceará

HAIDÉ EUNICE TEVEO TÍTULO DE CIDADÃCEARENSE CONCEDIDOPELA ASSEMBLEIALEGISLATIVA DO CEARÁEM RECONHECIMENTOAO SEU TRABALHO EMPROL DA EDUCAÇÃOCEARENSE

TRABALHORECONHECIDO

uando pequena, a profes-sora titular do Sistema deEducação Básica do Ensi-no Público de Portugal,

Haidé Eunice Gonçalves Ferreira Leite,ouvia histórias da mãe sobre as praias eo sol forte do Brasil. Mal sabia que maistarde as lembranças maternas seriam tãoreavivadas e confirmadas ao chegar aoCeará para a implantação de um projetojá existente nas escolas públicas portu-guesas. O sucesso da iniciativa levou aprofessora Haidé Eunice a ser agraciadacom o Título de Cidadã Cearense, con-cedido no dia 24 de novembro de 2010,

por solicitação do deputado estadual etambém educador Artur Bruno (PT), emsolenidade realizada na Assembleia Le-gislativa do Ceará.

“O título formalizado pela Casa doPovo significa um coroamento do traba-lho de quem acredita que a verdadeiramudança vem da educação. Sendo fi-lha de brasileira, significa um elo afetivo,cultural e emocional, traduzido, agora,de modo muito mais completo”, ressal-ta a homenageada, que também foi no-meada sócia honorária da Câmara Bra-sil-Portugal no Ceará. Com 34 anos tra-balhando como educadora, Haidé

Q

educação | incentivo por Gabriela Alves

A professora titular do Sistema deEducação Básica do Ensino Público

de Portugal, Haidé Eunice, recebe otítulo de Cidadã Cearense das mãos do

deputado federal eleito Artur Bruno (PT)

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Out-Nov-Dez 2010 41

Eunice, natural de Fafe, começou alecionar como voluntária aosdezessete anos na escola públicaportuguesa e optou pela educaçãocontinuada em diversas universi-dades, concluindo mais de 25 cur-sos de aprofundamento teóricos epráticos.

Em 2007, a ampla experiência emPortugal a levou para Fortaleza,onde desenvolveu, junto à Secreta-ria de Educação Básica do Ceará(Seduc), através da Associação Na-cional de Política e Administraçãoda Educação (Anpae-CE) o ProjetoDiretor de Turma. Hoje, 503 esco-las cearenses adotam essametodologia em que um professorassume o compromisso de ficar res-ponsável pelos alunos de uma úni-ca turma. O Diretor de Turma podeensinar qualquer disciplina, masprecisa apresentar um perfil adequa-do para a função, como ser bom lí-der e incentivador. A articulação de-

senvolvida pelo projeto leva a umconhecimento pormenorizado decada um dos estudantes. De acor-do com a professora, os bons re-sultados deste modelo de estruturapuderam ser percebidos na postu-ra dos alunos, com a diminuiçãoda evasão escolar, a permanência ea consequente melhoria na apren-dizagem dos alunos.

Na entrega do título à professo-ra, no Plenário 13 de Maio, o de-putado estadual Artur Bruno des-tacou a relevante contribuição àeducação cearense oferecida pelaeducadora Haidé Eunice, ao apre-sentar um instrumento que tantocontribui para o processo de apren-dizagem dos estudantes. “A minhaintervenção na educação no Cearáfoi realizada com empenho e per-sistência, amor e muita crença noprofissionalismo desse povo. Avontade de tratar cada jovem comoum ser único e indivisível é demais

para a construção de uma escolacom qualidade, de uma escola comsucesso”, ressaltou a professoraluso-brasileira, exemplo de educa-ção e de vida.

A professora HaidéEunice ao lado do

deputado Artur Brunoe do vice-cônsul dePortugal no Ceará,Francisco Brandão

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42 Brasil-Portugal no Ceará

Uma Europade Oportunidades

uito se tem falado, nos últimos tem-pos, de uma crise financeira afetandoa Europa e, de uma forma especial, os

países do Sul do Velho Continente e a Irlanda.

Os economistas – que estão cada vez mais brinca-lhões, ou não fossem eles os principais responsáveispelo desastre que se abateu desde 2007 sobre as eco-nomias ocidentais – vêm jogando com siglas para clas-sificar os grupos que englobam nas duas análises.Depois dos PIGS (Portugal, Itália, Grécia e Espanha)apareceram os STUPID (Espanha, Turquia, ReinoUnido, Portugal, Irlanda e Dubai). E outras hão devir, nesta montanha russa em que se especula e setransforma a dívida soberana no principal negócio daatualidade.

Tenho para mim que os elementos mais importan-tes da crise têm sido a alocação à indústria financeirada parte mais importante dos recursos de que a eco-nomia depende para crescer e, de outro lado, a lógicade cassino que tem marcado os mais importantes in-vestimentos, como se a velha regra que diz que ascotações dependem de um rendimento efetivo dasações tivesse desaparecido do cardápio dos gestores.

Heródoto Barreto escreveu recentemente no prefá-cio de um livro:

“O governo dos Estados Unidos encontrou as ar-mas de destruição em massa que justificaram a inva-são do Iraque. Foram encontradas em 2008 no pró-prio quintal americano, no dizer de um banqueiro.Elas eram as hipotecas subprime e todos os derivati-vos associados a elas que deram início à grande crise

financeira que rapidamente se espalhou e atingiu to-dos os países do mundo. Uma bomba atômica, damaior potência que tivesse, não poderia ter sido tãoimpactante. Os prejuízos são contabilizados emtrilhões de dólares.”

Também há um quintal europeu, com produtos damesma qualidade. É essa a causa da crise de que sefala na Europa e que conduz ao encerramento diáriode centenas de empresas.

Coisa má, sem dúvida. Mas coisa má que podeafirmar-se como um quadro excelente para a interna-cionalização das empresas brasileiras, no que conti-nua sendo o maior mercado do Mundo: a Europa,com quase 500 milhões de habitantes e um PIB queultrapassa os 16,5 trilhões de dólares, contra 2 trilhõesdo Brasil.

Portugal é, na minha opinião, a porta de entradanatural das empresas brasileiras na Europa. Para alémda língua comum e da igualdade de direitos assegu-rada aos cidadãos brasileiros, é relevante o fato de serpossível constituir e operacionalizar uma empresa emmenos de 24 horas, o que permite começar a desen-volver negócios de um dia para o outro.

A única coisa que falta na Europa é capital finan-ceiro. Mas esse está disponível através das empresasbrasileiras sólidas, que no tempo presente podem en-contrar, a pouco mais de meia dúzia de horas de via-gem de Fortaleza, oportunidades verdadeiramente úni-cas para se expandir no grande mercado europeu.

Depois da onda dos investimentos portugueses noBrasil, é tempo de os brasileiros atravessarem o mar.

por Miguel Reis, sócio-fundador do escritório de advocaciaportuguês Miguel Reis & Associados; autor de diversosestudos e consultor na área do direito da comunicação

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44 Brasil-Portugal no Ceará

gastronomia | nordeste

onto de partida para a coloni-zação brasileira, o Nordeste é aregião que por maior período

de tempo foi palco de trocas culturaisentre suas três principais raízes: nativosbrasileiros (indígenas), colonizadores por-tugueses e escravos africanos. Solo, tem-peratura, malha fluvial e fauna/flora com-pletam o retrato de uma região com iden-tidade própria e facilmente reconhecível.Com estas características únicas, o Nor-deste produziu um de seus mais conhe-cidos e fiéis reflexos: sua culinária igual-mente singular. A gastronomia cearense,

P

por Aloísio Menescal

por exemplo, tem entres seus ingredi-entes mais frequentes temperos cultiva-dos aqui antes da colonização portugue-sa, carnes de origem bovina, caprina oude peixes de água doce e frutos do mar.

De acordo com Bruno Modolo, gra-duado gastrólogo e sommelier pela Fa-culdade Senac (SP), antes de tudo é ne-cessário perceber a complexidade do as-sunto. “A cozinha nordestina se divideem quatro grandes linhas: Baiana – comforte tradição africana, diferente de todaculinária brasileira; Nordestina Sertane-ja – com raízes na escassez e precarieda-de, conhecida pela sua simplicidade esustentabilidade; Nordestina da Zona da

EXPRESSÃO DA HISTÓRIADE UM POVO E DE SUASRELAÇÕES, A CULINÁRIANORDESTINA REFLETE AECONOMIA, AS TROCAS

CULTURAIS E MESMOA SUA GEOGRAFIA

NORDESTINARaízes da culinária

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Out-Nov-Dez 2010 45

um caldeirão e uma trempe (três pe-dras que formavam uma fornalha naqual se cozinhava ou assava os alimen-tos)”. O restante da carne do animalabatido era submetido à salga, transfor-mando-se em carne seca (ou charque)de fácil preparo e condução nos farnéisdos vaqueiros em suas longas jorna-das – consumida em geral com farinhade mandioca e rapadura.

Para os especialistas, a culinária nor-destina ainda é alvo de preconceitospor ter sido elaborada para suprir ne-cessidades nutricionais. No entanto, se-gundo o professor Arimatea, não eratão diferente para abastados e humil-des no período colonial. “A penúria ali-mentar era realidade também nas casasgrandes – o que mudava era mais oacesso a temperos e especiarias”. Masa “comida é um distintivo social inegá-vel”, acrescenta, “e comer carnes no-bres ainda é um processo de classifica-ção social”.

O SÉCULO XXIE A GASTRONOMIASUSTENTÁVEL

Paulista de nascimento, mas cearensepor opção, Bruno Modolo propõe a se-guinte reflexão: se outras cozinhas domundo deram requinte aos seus pro-dutos de subsistência, porque não se-ria possível com a culinária nordesti-na? “O escargot, caramujo ícone da cu-linária francesa, já foi a única opção ali-mentar dos camponeses medievais fa-

mintos. As técnicas de preparo desen-volvidas e os ingredientes que se in-corporaram, a forma de serviço na pró-pria concha com manteiga e ervas aro-máticas transformaram a humilde fon-te protéica em iguaria fina dagastronomia”, exemplifica.

“Há um grande potencial a ser ex-plorado e alguns chefs, cearenses ouaqui radicados, têm trabalhado em con-junto para criar uma identidade dagastronomia regional típica, agregar odevido valor e apresentá-la ao mundo”,considera. O gastrólogo defende que taisiguarias possam atingir um novo pata-mar na gastronomia contemporânea,“que pode transformá-las – por meiode temperos, técnicas de cortes ecozimento que aprimorem o preparo –tornando-as ainda mais saborosas, aro-máticas e visualmente atrativas”.

Mata – um pouco mais farta, com pra-tos à base de leite, rapadura, milho ebanana, entre outros; e Nordestina Lito-rânea – com a riqueza dos seus ingre-dientes vindos do mar, tendo comobase peixes, camarões, caranguejos elagostas e derivados do coco (água, pol-pa, leite e óleo)”, explica Modolo.

O gastrólogo lembra ainda que pra-tos como panelada, buchada, sarapatel,galinha à cabidela e baião de dois “têmsuas origens na cozinha sertaneja, queé, depois da cozinha baiana, uma dasmais conhecidas como típica nordes-tina e até mesmo confundida e gene-ralizada como tal”. Para ele, é precisose reportar à própria condição histó-rica do sertanejo nordestino para secompreender o contexto em que foiformada sua culinária. “Clima árido,escassez de água e baixa produtivida-de agrícola induziram a população daregião a tirar proveito de tudo para asua sobrevivência”. Extrair o máximopossível de uma fonte alimentar e cri-ar condições de conservação são pro-cessos fundamentais para sobrevivên-cia na vida sertaneja.

De acordo com o professor de An-tropologia da Alimentação e Históriada Alimentação do Curso de Gas-tronomia da Universidade Federal doCeará (UFC), José Arimatea Bezerra, aspráticas alimentares da região se desen-volveram a partir de uma realidade hos-til, comendo-se a carne do animal queaqui sobrevivia – principalmente gadobovino, ovino e caprino. “Quando seabatia um animal, não havia desperdí-cio. Consumiam tudo, inclusivevísceras e miolos, que são de mais difí-cil conservação”, detalha o professor.

Bruno Modolo acrescenta o fato detécnicas de limpeza e conservação devísceras serem aprimoradas justamen-te pela necessidade. “Embutir o alimen-to no bucho do animal e mantê-lo emum caldo gorduroso, como no caso dabuchada, por exemplo, conserva-o pormais alguns dias da proliferação bacte-riana, o que garante mais algumas re-feições ao sertanejo”. Arimatea ressaltaque a solução geral foi “o prato de umapanela só”. “O pastoreio e a conduçãodo gado por longas distâncias não per-mitiam perder tempo com preparaçõesmais demoradas que fossem além de

SERVIÇO:Restaurantes de comida nordestina em Fortaleza:Delícias do SertãoAv. Santos Dumont, 938 - Aldeota - Fone: 3231 2100Horário: das 11h até o último cliente

Restaurante Arre ÉguaRua Delmiro Gouveia, 420 - Varjota - Fone: 3267 2325Horário: de seg. a sex., das 11h30 às 15h; sáb. e dom.,das 11h30 às 16h

Lá na RoçaAv. Eusébio de Queiroz, 4425 - Eusébio-CEFone: 3260 2464 Horário: 8h às 15h(sáb. e dom. até às 16h; fechado às seg.)

TilápiaRua Vicente Leite, 1131 - Aldeota - Fone: 3268 1734Horário: das 11h30 às 15h e 18h às 00h (sex. e sáb.sem intervalo; dom. até às 18h; fechado às seg.)

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46 Brasil-Portugal no Ceará

temperatura adequa-da de vinhos e sualigação correta com

os diversos alimentos tem sido fei-ta baseando-se em conhecimentosadquiridos pela experiência de cen-tenas de anos. Assim podemos fa-zer binômios como cozinha france-sa/vinhos franceses; cozinha italia-na/vinhos italianos; cozinha portu-guesa/vinhos portugueses. E, porque não, cozinha regional/vinhos da

região se, de algum modo, a cozi-nha e os vinhos estão interligadosna experiência de acasalamentoentre as duas partes? Com a evolu-ção da gastronomia e dos vinhos,com a evolução da cozinha tradici-onal para novos sabores e outrastécnicas de culinária, chegamos àconclusão que somos confrontadoscom um só binômio: cozinha/vinho.

Este binômio deve ser encaradode uma forma científica pelos pro-fissionais do setor, pois tanto a co-zinha como os vinhos evoluíramacentuadamente nos últimos tem-pos. Hoje, os mestres cozinheirosquando elaboram um prato têm queter a noção dos compostos quími-cos do mesmo, quanto a gorduras,vitaminas, proteínas etc.

Existe uma relação en-tre componentes quími-cos dos alimentos e dasbebidas assim como astemperaturas para serviras mesmas. Dessa forma,temos que conhecer bema estrutura, textura ecomplexidade da iguaria:acidez, doçura, intensi-dade de temperos, tipode confecção, acompa-nhamentos, amargo e sal-gado. Da mesma formaque devemos conhecer acomposição do vinho: ta-nino, ácidos orgânicos,açúcar etc.

E a gastronomia doNordeste do Brasil? Bra-sil, um país místicocheio de mistérios paradesvendar. Aqui o casa-mento entre a gastrono-mia e o vinho torna-seum desafio extremamen-te complexo e aliciante.Muitas vezes os aromas,sabores, intensidades, oscontrastes e similarida-des vão ao extremo! Umaterra de contrastes queacabam sendo refletidos

A

GASTRONOMIAREGIONAL E

vinhos na gastronomia e no dia a dia daalimentação de seus habitantes.

Se falarmos do Nordeste, depara-mo-nos com o maior número deEstados do país e, apesar da varie-dade, não é difícil identificar ele-mentos comuns entre as diferentesculinárias. O litoral tem uma maiorriqueza em frutos do mar; no inte-rior os habitantes comem mais car-ne de boi ou bode e farinha de man-dioca. Um desafio enorme para umenófilo ou gourmet quando querescolher um vinho!

Que vinho devo usar para acom-panhar uma moqueca ou uma feijo-ada? Aqui temos dois pratos inten-sos e pesados, muitas vezes a estru-tura de um vinho pode ser fatal parauma má experiência enogastro-nômica. Estas são iguarias que ne-cessitam de um vinho com uma boaacidez e frescor para conseguir ligarpor contraste a gordura tanto damoqueca como da feijoada. No en-tanto, deve ser um vinho que tenhaboa personalidade e vivacidade.

Nunca sugerir um vinho commuito estágio em barrica, pois ostaninos do vinho irão tornar-semais agressivos ao paladar destru-indo a capacidade de apreciar o mo-mento. Nestes pratos, com toda acerteza teríamos uma boa harmoni-zação se utilizássemos um vinho daregião dos vinhos verdes (Portugal)ou um espumante. Se o enófilo gos-tar mais de vinhos tintos pode op-tar por vinhos leves, frescos commuita fruta e que não tenham está-gio em madeira. Seja o prato vindodo mar ou do sertão, o binômiocozinha/vinho se faz presente emqualquer região, é só seguir as di-cas para apreciar um bom pratoacompanhado, claro, de um bomvinho. Bom apetite!

gastronomia | artigo

por José Carlos Santanita, consideradoo melhor sommelier de 2010 pela Revistade Vinhos, a mais antiga de Portugal,e diretor geral do projeto de EducaçãoVínica “Wine Experiences” no Brasil,onde já formou mais de 2 mil pessoas

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Out-Nov-Dez 2010 47

universidade | afro-brasileira

Universidade Interna-cional da Integração daLusofonia Afro-Brasi-

leira (Unilab) abre suas portas em2011 para receber estudantes dospaíses de língua portuguesa do con-tinente africano e Timor Leste. Deacordo com o Edital, podem parti-cipar das inscrições estudantesoriundos de Angola, Cabo Verde,Guiné Bissau, Moçambique, SãoTomé e Príncipe e Timor Leste. NoProcesso Seletivo Unilab-2011 paraingresso no primeiro e no terceirotrimestres do ano letivo de 2011,são oferecidas 180 vagas, distribuí-das entre os cursos de Enfermagem,Formação de Professores, GestãoPública, Agronomia e Engenhariade Energia. O edital está disponí-vel no site www.unilab.edu.br. Asinscrições são gratuitas.

Criada oficialmente em 20 de ju-lho de 2010, a universidade ocu-pará a partir de março de 2011 pré-dios provisórios na cidade de Re-denção, no Ceará (a 55 quilômetrosde Fortaleza), até que os definitivosfiquem prontos. A previsão é deque a estrutura oficial da Unilab fi-

que pronta em 2012. De acordo como presidente da comissão de im-plantação da Unilab, Paulo Speller,o primeiro ano de funcionamentoda universidade terá 350 alunos, doBrasil e de outros países de línguaportuguesa.

O objetivo da Unilab é promo-ver atividades de cooperaçãointernacional com os países da Áfri-ca por meio de acordos, convêniose programas de cooperação interna-cional, além de contribuir para aformação acadêmica de estudantesdos países parceiros. Para atenderesse público, serão selecionados, apartir deste ano, professores e téc-nicos administrativos. A expectati-va é contratar 150 professores parao quadro fixo da instituição e ou-tros 150 docentes visitantes, que po-derão inclusive ser dos países dacomunidade de língua portuguesa.

O projeto prevê ainda que a ins-tituição seja uma universidade resi-dencial, que permita aos estudan-tes morar no campus. “Isso facilitaa integração e dá oportunidade deconvívio. Eles vão trabalhar, estu-dar e respirar a universidade”, afir-

A

por Bruno Sampaio

A UNIVERSIDADE INTERNACIONAL DAINTEGRAÇÃO DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA(UNILAB) ABRE AS PORTAS EM 2011

PROCESSOSELETIVO

ma Speller. Para viabilizar a estru-tura necessária, a universidade fir-mará convênios de cooperação cominstituições de ensino superior dospaíses parceiros.

Para entrar na Unilab, os estu-dantes brasileiros precisarão doExame Nacional do Ensino Médio(Enem). Todas as vagas destinadasaos alunos do País serão distribuí-das a partir das notas no exame.

No futuro, Speller espera que osdiplomas da Unilab sejam reconhe-cidos por todos os países que inte-gram a Comunidade de Países deLíngua Portuguesa (CPLP). No fimdo curso, os estudantes estrangei-ros que vierem estudar no Brasilterão de se comprometer a voltar aopaís de origem. Por isso, vão cursaro último ano na universidade daqual vieram.

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48 Brasil-Portugal no Ceará

cultura | literatura por Larissa Viegas, LudmilaVitorasso e Deborah Duarte

De caixeiros viajantes a donos desupermercados. Foi no comércio ini-cialmente, e na indústria nos sécu-los seguintes que, a partir de 1500,famílias portuguesas passaram ainfluenciar a economia e a culturabrasileiras, em especial a carioca.O impacto da presença dos portu-gueses em território nacional estárelatado na obra “De Pai para Fi-lho – Imigrantes Portugueses no Riode Janeiro”.

Responsáveis por trazerem açou-gues, padarias, fábricas e cafés quederam origem aos botequins, os por-tugueses revelaram em mais de 500anos um sentimento e um perfil em-preendedor, que se alastrou pelos di-versos setores da economia e aindainfluencia as negociações diárias. Aobra relata a importância da tradi-

Cariocas dealmas portuguesas

ção lusitana para o desenvolvimentodo Rio de Janeiro, além de curiosida-des de termos, tradições e cartões pos-tais, como a calçada de Copacabana,que teve o desenho ondulado criadono século XIX, em Lisboa. A amplia-ção ganhou assinatura do paisagistaRoberto Burle Marx e o mosaico éconsiderado o maior do mundo.

Por um ano, os autores GustavoGuimarães Barbosa e Silvio RobertoRabaça realizaram pesquisas em bi-bliotecas, acervos pessoais e empresaspúblicas e privadas. Em 208 páginas,“De Pai para Filho” propõe uma via-gem pela história de uma das cidadesmais conhecidas do mundo, por meiode histórias que transitam pelo Rioantigo. Para completar a viagem, maisde 300 fotos e ilustrações mostram aidentificação entre os dois países.

O livro foi organizado por MozartVitor Serra e Carlos Alberto Rabaçae editado pela Documenta Histórica,além de contar com o patrocínio doInstituto Light em parceria da Leide Incentivo da Secretaria Estadualde Cultura e com a coordenação daCiclame Produções e Eventos.

SERVIÇO:De Pai para Filho – ImigrantesPortugueses no Rio de JaneiroOrganização: Mozart Vitor Serrae Carlos Alberto RabaçaTextos: Gustavo Guimarães Barbosae Silvio Roberto RabaçaEditora: Documenta Histórica EditoraPreço Médio: R$ 85,00

Em novembro de 2010, oescritor português Antonio deAbreu Freire esteve em For-taleza para o lançamento deseu livro “Ação e Palavra –Vida e Obra de Padre Anto-nio Vieira”. Na obra, o autoraborda temas como a evange-lização dos indígenas e a pre-gação jesuítica no séculoXVII, tomando como referên-cia os textos do padre Anto-nio Vieira e de seus contem-porâneos barrocos no Brasil eem Portugal.

A obra resulta de uma ex-pedição marítima realizada

Histórias do marpor Antonio de Abreu Freirecomemorativa aos 400 anosdo padre. A bordo de um ve-leiro, o autor refez as rotas deVieira, passando por Viçosado Ceará, onde o padre esteveà frente da Missão daIbiapaba, em 1690.

Sobre o padre Vieira o au-tor publicou ainda Diário deBordo (Portugália Editora,2008), os Sermões de SantoAntonio (Portugália Editora,2009), a História de um Ho-mem Corajoso (Sá da Costa,2009) e organizou a exposiçãotemática Passos de um Gênio.

SERVIÇO:Ação e Palavra – Vida eObra de Padre Antonio VieiraAutor: Antonio de Abreu FreirePreço: R$ 20,00

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Out-Nov-Dez 2010 49

O que os shoppings DelPaseo e Center Um, o edifíciomédico Harmony MedicalCenter e a Igreja Nossa Se-nhora de Lourdes, no bairroDunas, têm em comum? Alémde estarem localizados na ca-pital cearense, os projetos ga-nham assinatura dos arquite-tos e irmãos Francisco e JoséNasser Hissa, que há 40 anosconcretizam o imaginário hu-mano e tornam realidade ossonhos de seus clientes.

Lançado no segundo se-mestre de 2010, a obra “Nas-ser Hissa – 40 anos” é um re-gistro não apenas da NasserHissa Arquitetos Associados,uma das empresas mais tra-dicionais do Ceará, mas detoda a arquitetura de Fortale-za. Com apresentação do

De traços aarranha-céus

SERVIÇO:Nasser Hissa – 40 anosAutores: José Hissa eFrancisco HissaEditora: J.J CarolPreço médio: R$ 63,00

também arquiteto VladimirRibeiro, o livro reúne fotos,desenhos e projetos de arqui-tetura e urbanismo assinadospelo escritório, que há quatrodécadas compõem a paisagemurbanística da capital, comoos arranha-céus localizadosem bairros como Aldeota eMeireles.

Hoje, os irmãos-arquitetospossuem uma equipe commais de 30 funcionários e co-lecionam prêmios, o que com-prova o bom relacionamento e

a capacidade da empresa emmodificar ambientes, seguindotendências e gostos de cadacliente, mas sem ignorar oambiente. “Cada projeto temuma abordagem específica,de modo que é difícil estabele-cer um estilo linear de nossaprodução, mas com algumasexigências. A transformaçãode projetos em espaços concre-tos nos impõe maior responsa-bilidade com o entorno ondeeles são inseridos”, concluiFrancisco Hissa.

O Ministro da SecretariaEspecial dos Portos (SEP),Pedro Brito, lançou em For-taleza, em dezembro, o livroMuito A Navegar – UmaAnálise Logística dos PortosBrasileiros. Já tendo sidolançado anteriormente emoutras capitais brasileiras,como Brasília, Rio de Janei-ro e São Paulo, o evento nacapital cearense reuniu maisde 300 pessoas na LivrariaCultura. Toda a renda obtidacom a comercialização do li-vro foi revertida para o Insti-tuto do Câncer do Ceará(ICC), instituição filantrópi-ca, sem fins lucrativos, refe-rência no Norte e Nordeste notratamento oncológico.

Pedro Brito apresenta nolivro uma visão abrangenteda complexa cadeia delogística de transporte maríti-mo no país. O autor faz umaanálise crítica da história dosportos brasileiros e discorre

Ministro Pedro Britolança livro em Fortaleza

sobre o que ainda precisa sermelhorado. Ao mesmo tempo,indica os caminhos objetivospara que o Brasil atinja o ní-vel de eficiência alcançadopelos países que investiramseriamente em logística comofator estratégico de desenvol-vimento econômico e social,capaz de proporcionar retor-no para a sociedade. O minis-tro destaca ainda o resultadodas mudanças promovidas nomarco regulatório do setor eenfatiza a relevância dehidrovias e das ferrovias nanova matriz logística propos-ta pela Secretaria dos Por-tos, como alternativa parasuperar a inevitável satura-ção do modal rodoviário.Além disso, o autor põe porterra os argumentos dos queainda insistem em contestaro atual modelo de adminis-tração portuária.

No Ceará, seu estado deorigem, exerceu vários car-

gos, entre eles os de Superin-tendente Financeiro do Ban-co do Nordeste do Brasil, Su-perintendente-Geral da Bolsade Valores Regional, Diretordo Banco Fibra, Secretárioda Fazenda do Governo doEstado, Presidente do Bancodo Estado do Ceará, além depresidente do Conselho deAdministração do mesmobanco. Na área acadêmica,destaca-se sua atuação comoprofessor de administraçãofinanceira, análise de investi-mentos, análise econômico-financeira de empresas, con-tabilidade gerencial e mate-mática financeira, na Univer-sidade de Fortaleza, na Uni-versidade Estadual do Cearáe em outras instituições.

SERVIÇO:Muito a Navegar – Uma análiselogística dos portos brasileirosAutor: Pedro BritoEditora: TopbooksValor: R$ 39,00

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50 Brasil-Portugal no Ceará

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Dia 1o

Confraternização Universal (Feriado)Dia 3Início das atividades da CBP-CE

Janeiro

Dia 2Palestra promovida pela CBP-CE no Hotel Luzeiros, comConrado Adolfo, um dos maiores especialistas em marketingdigital e autor do best seller “Google Marketing,o Guia Definitivo do Marketing”

De 21 a 23Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-Alimentar (SISAB)De 23 a 27Feira Internacional do Turismo (BTL)

De 3 a 6Ambiente Angola - Salão do Ambiente, Água, Energia e ReciclagemDe 5 a 8CarnavalDe 14 a 18Expodireto ContrijalDias 15 e 16I Ciclo de Conferências do MACFA - Hidrogênioe o Futuro Energético Sustentável do Estado do CearáDias 19Dia de São José - Padroeiro do CearáDe 24 a 27Angola TIC - Salão Internacional das Tecnologiasda Informação e Telecomunicações de AngolaDe 27 a 30Alimentária 2011

Fevereiro

Março

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Out-Nov-Dez 2010 51

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52 Brasil-Portugal no Cearáwww.mar tifer.pt

A Martifer Renováveis faz par te de um Grupo construído com muita dedicação, talento e, é claro, energia.

Líder do setor de construções metálicas na Península Ibérica e em processo de expansão das suas atividades, com a entrada em novos mercados, como Reino Unido e Brasil.

Martifer Construções

Produção de equipamentos, engenharia e desenvolvimento de novas tecnologias para a área de energias renováveis.

Martifer Energy Systems

Desenvolvimento de projetos no segmento de energias renováveis, sobretudo no setor eólico.Martifer Renováveis

Desenvolvimento de projetos fotovoltaicos e instalação de parques solares.Martifer Solar