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Abr-Mai-Jun 2011 1

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Revista Brasil Portugal no Ceará 7 edição

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2 Brasil-Portugal no Ceará

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4 breves

9 editorialUma década de conquistas

10 entrevistaTrajetória deempreendedorismocom o empresário Beto Studart

16 enlpNegócios em português

20 educaçãoArca da Paz

22 políticaResgate econômico

24 investimentoSol e vento a nosso favor

29 informecialAquiraz Riviera

30 câmaraCBP-CE completa 10 anos

34 página econômicaComunicação parageração de negócios

35 seminárioPEC Nordeste

38 página econômicaA liberdade econômica esua relação com o comércioe os investimentos dospaíses da CPLT

39 espaço ibef

40 página econômicaA participação da CDLde Fortaleza em grandeseventos empresariaisnacionais e internacionais

41 celebraçãoFesta luso-brasileira

44 arteIntercâmbio cultural

46 gastronomiaEnergia e sabor

48 culturaDicas de livros

50 agenda

nesta edição

entrevistaO desenvovimento domercado imobiliário éum dos assuntos queo empresário cearenseBeto Studart abordana entrevista exclusivaconcedida à revistada CBP-CE

10 gastronomiaSímbolo caracterís-tico da culinárianordestina, acastanha de cajuincrementa receitase posiciona-se comoimportante insumobrasileiro

4630 aniversárioEm uma década, aCâmara Brasil-Portugalno Ceará torna-sereferência nacional einternacional dentre asCâmaras de Comércio,promovendo negóciosentre os países da CPLP

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4 Brasil-Portugal no Ceará

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Representantesde Angola, CaboVerde e Moçam-bique estiveramem Fortaleza, noCeará, no dia 20de maio duranteo café da manhãde apresentaçãoda Feira Interna-cional de Luanda (Filda 2011), queocorreentre os dias 19 e 24 de julho nacapital angolana. O evento teve o apoioda Câmara Brasil-Portugal no Ceará(CBP-CE) e promoção da Câmara Bra-sil-Angola no Ceará (CBA-CE) em par-ceria com o Serviço de Apoio às Pe-quenas e Médias Empresas do Ceará(Sebrae/CE), e serviu para convidar osempresários cearenses a formar parce-rias comerciais, além de representar omomento ideal para comemorar o pri-meiro aniversário da Câmara Brasil-Angola no Ceará e a instalação da Câ-mara de Comércio, Indústria e Agrope-cuária Brasil-Moçambique (CCIABM)no Ceará.

Durante o encontro foram definidasas bases para uma breve assinatura deacordos de cooperação das Feiras deCabo Verde e Angola com as CâmarasBrasil-Angola e Brasil-Portugal no Ce-ará, que trazem condições especiais departicipação e exposição nas respecti-vas feiras. O evento teve ainda o apoioda Câmara de Comércio, Indústria eAgropecuária Brasil-Moçambique noCeará, Panificadora Nogueira, Panifi-cadora Vovó Joana, Ceará Trade Bra-sil e Grupo de Comunicação O Povo.

A diretora da Filda, Susana Pereira,frisou a importância das parcerias entreAngola e o Ceará, lembrando que osprodutos fabricados em Angola têm fa-cilidade para entrar em todos os paísesda África e que os empresários devemanalisar os dados sobre Angola, levan-do em conta a força do mercado infor-

Encontro apresentaoportunidades de negóciosentre Brasil e países africanos

exportação

mal. “Cito o exemplo do setor de ali-mentos, onde apenas 3% do mercado éformal. Por isso, queremos fazer parce-rias com quem nos ajude a produzirem conjunto”, disse Susana Pereira.

“Os empresários cearenses tambémprecisam avaliar a desburocratizaçãodos sistemas em Cabo Verde”, comple-tou o presidente da Feira Internacionalde Cabo Verde (FIC), Luis Cardoso, quedestacou ainda que é preciso dar im-portância à proximidade geográfica en-tre os continentes. “Lá em Cabo Verde épossível abrir uma empresa em um úni-co dia e em cerca de 45 minutos”, disse.Entre os representantes há o consenso deque existe um forte interesse por produ-tos brasileiros, além de destacarem apresença significativa de nossas novelasditando moda e a disposição para par-cerias e acordos de cooperação.

Informações de mercado, ambiência,principais produtos exportados e impor-tados e de interesse imediato com opor-tunidades para empresários brasileirosque desejarem constituir parcerias, in-dústrias ou empresas comerciais em

Moçambique foram apresentados emum painel pelo recém-empossado ge-rente regional da Câmara de Comér-cio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique, Roberto Marinho. “Háum enorme interesse pelo Brasil emMoçambique, apesar de estar do outrolado da África, banhado pelo OceanoÍndico”, afirmou o gerente.

O supervisor de exportações da Es-maltec, André Sobral, reconhece o po-tencial do mercado africano, mas reve-la que o frete ainda é uma dificuldade.“Nossas relações comerciais com paí-ses da África já são realidade há maisde 15 anos. Exportamos para o CaboVerde desde 1994 e, desde 2006, paraAngola. Somente no segundo semestrede cada ano é que temos dificuldadepara exportar, pois é a época da expor-tação de frutas”, relatou. Sobral enfa-tizou que a empresa responde por qua-se 100% do mercado de fogões em Ca-bo Verde. “Queremos investir nas rela-ções com Moçambique, pois as vendasainda são feitas por intermédio de umrepresentante francês”, concluiu.

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A Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE) contaagora com mais um sócioem assessoria de comuni-cação. A Caramelo Comu-nicação, dos jornalistasKarol Ximenes e Paulo Jr.Pinheiro, e da designer e publicitáriaMorena Garcia, passou a responderpela redação do boletim semanal daCBP-CE, agregando-se ao trabalho de-senvolvido pela AD2M Engenharia deComunicação, atualmente responsável

Caramelo Comunicaçãoreforça equipe da CBP-CE

parceria

pela produção da revistatrimestral Brasil-Portugalno Ceará e pela assessoriade imprensa da Instituição.Entre os serviços oferecidospela Caramelo estão asses-soria de imprensa, design,

jornalismo empresarial, publicidade epropaganda, publicações institucionaise novas mídias.

SERVIÇO:Site: www.caramelocomunicacao.com.brFone: (85) 3244.6728

sócios

CBP-CE recebenovos sócios

A Câmara Brasil-Portugal no Ceará recebenovos sócios no segundo trimestre de 2011:

CONSULTORIA, CAPACITAÇÕES,ESTUDOS DE MERCADOBlue Mundi DesenvolvimentoBlue Mundi DesenvolvimentoBlue Mundi DesenvolvimentoBlue Mundi DesenvolvimentoBlue Mundi Desenvolvimentode Negóciosde Negóciosde Negóciosde Negóciosde Negócios - Fundada em 2008,a Blue Mundi atua internacional-mente na consultoria e no desenvol-vimento de novos negócios, alémde captar parceiros interessados eminvestir no Brasil e em promover omercado local nas negociações in-ternacionais. Entre as soluções ofe-recidas estão: assessoria em estudosde mercado, análises estratégicassobre os países, capacitação paraexportação, acompanhamento emfeiras e visitas a compradores inter-nacionais. wwwwwwwwwwwwwww.bluemundi.com.bluemundi.com.bluemundi.com.bluemundi.com.bluemundi.com

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PRESTADOR DE SERVIÇOSNAS ÁREAS DE LIMPEZAWilson Luiz Monteiro FerreiraWilson Luiz Monteiro FerreiraWilson Luiz Monteiro FerreiraWilson Luiz Monteiro FerreiraWilson Luiz Monteiro FerreiraO sócio Wilson Luiz Monteiro está àfrente da Celimp Soluções em Servi-ços (WF Serviços Empresariais),que atua na prestação de serviçosde limpeza, portaria, jardinagem efiação. A Celimp terceiriza mão deobra, com especialização em Indús-tria Têxtil, limpeza em altura, lim-peza industrial e outras.wwwwwwwwwwwwwww.celimp.com.br.celimp.com.br.celimp.com.br.celimp.com.br.celimp.com.br

A Câmara Brasil-Portugal no Cea-rá (CBP-CE) reforçou entre os seussócios o convite para participar daFeira Internacional de Luanda (Fil-da), realizada de 17 a 25 de julho.O encontro permitiu aos expositoresum contato com o mercado angolanoe com importadores de outros paísesda África Austral. A Filda foi umagrande oportunidade de conhecimen-to mútuo entre empresários brasilei-ros e angolanos. De acordo com opresidente da Câmara Brasil-Angolano Ceará (CBA-CE), vice-presidenteda CBP-CE e diretor da Ceará TradeBrasil, Roberto Marinho, “ficou pa-tente no encontro à imensa oportuni-

Feira Internacional deLuanda reunirá empresários

filda

dade de negócios para todas as áreas,em um momento ímpar para a econo-mia angolana”.

Durante a Feira, a CBA-CE lançaráo Encontro de Negócios na Língua Por-tuguesa (ENLP) para Angola. A feiratem apoio da CBP-CE, Câmara de Co-mércio, Indústria e Agropecuária Bra-sil-Moçambique (CCIABM), ProjetoExtensão Industrial Exportadora(PEIEX), Centro Internacional de Ne-gócios do Ceará (CIN), Sebrae e Cea-rá Trade Brasil. As inscrições aindapodem ser feitas na própria CBA-CE.

SERVIÇO:Informações:(85) 3246 4283 e 9982 7722

Equipe da CarameloComunicação

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A Universidade da IntegraçãoInternacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) realizou, nodia 25 de maio, sua aula inaugu-ral. Proferida pelo ministro daEducação, Fernando Haddad, aaula foi prestigiada pelo primeirovice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, José MariaZanocchi, que representava opresidente Jorge Chaskelmann.

O reitor da Unilab, Paulo Speller,defende que a instituição será umimportante marco na educação su-perior em língua portuguesa noBrasil e no mundo. “Um elementoque sinaliza a nossa visão estraté-gica foi a presença do ministroHaddad, em um momento de pro-funda alegria que marca a trajetó-ria de muito trabalho para a cria-ção da Unilab”. O Campus da Li-berdade receberá melhorias já no

Ministro Fernando Haddadconduz aula inaugural da Unilab

educação

primeiro ano de atuação. “AUnilab é a concretização de umsonho em comum, de educadores,estudantes e da comunidade dalíngua portuguesa”, conclui.

Para Zanocchi, “a instauraçãoda Unilab sinaliza o avanço das

relações internacionais entre oBrasil e os países de língua portu-guesa”. Ele afirma que a escolhado Ceará para sediar a Universi-dade (na cidade de Redenção, acerca de 55 km de Fortaleza) ates-ta “o posicionamento estratégicodo Estado brasileiro no contextointernacional”, indo além do âm-bito geográfico. “Este fortaleci-mento advém da ação efetiva dogoverno e de instituições como aCâmara Brasil-Portugal no Cea-rá”, complementa.

Ao todo, 360 alunos oriundos deoito países membros da Comunida-de dos Países de Língua Portugue-sa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,São Tomé e Príncipe e Timor Leste,além do próprio Brasil) irão com-por o quadro discente no primeiroano de atividades da Unilab.

Empresários da panificação, confei-tarias e de fast food estarão reunidospara discutir o fortalecimento da ca-deia produtiva cearense do setor naCearáPão 2011 – Feira da Indústria dePanificação e Gastronomia, que acon-tecerá entre os dias 24 e 26 de agosto,no Centro de Negócios do Sebrae For-taleza (Av. Monsenhor Tabosa, 777).

O encontro é uma iniciativa da Asso-ciação Cearense da Indústria de Panifi-cação (Acip), com organização da Di-nâmica Eventos. Com o tema "Capa-citação e Inovações Tecnológicas", oevento contará com um circuito de pa-lestras e cursos profissionalizantes,além de um concurso de pães, tortas esanduíches que acontecerá na PadariaShow. Haverá ainda demonstração deprodutos de panificadores e a realiza-ção de oficinas na Vila do Pão. Paraesta edição da CearáPão, a grande

CearáPão 2011 apresentanovidades no setor da panificação

indústria

inovação é umespaço especialpara sorvetes echocolates, produ-tos que são agre-gados aos negó-cios do setor depanificação emuito consumidosem padarias.

“Queremos ga-rantir que a ex-pectativa do nossopúblico seja supe-rada, mais até doque apenas atingi-la. Além disso, éoportunidade para os profissionais dosegmento de panificação mostraremsuas habilidades e competências emprodutos panificáveis”, afirma o presi-dente da Acip, José Antônio Nogueira.A expectativa é que cerca de 2 mil vi-

sitantes conheçam o mix de produtosapresentados, já que, nesta edição, aárea da exposição possui mais espaço econforto. As inscrições podem ser feitasaté o dia 30 de julho. Mais informa-ções pelo fone (85) 3433-6959 ou pelosite www.cearapao.com.br.

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Os investidores dispõem de mais uma ferramentapara acompanhar o cenário econômico da região Nordeste.O portal economianordeste.com.br está no ar reunindonotícias, estatísticas, mapas, contatos, informações históri-cas, dados demográficos e econômicos, além de descriçõessobre os estados nordestinos. A chegada dessa ferramentareforça que a região tem sido uma das mais atrativas parainvestidores em diversos setores. O Economia Nordeste tam-bém pode ser acessado por meio do canal de economia do OPOVO Online no endereço www.opovo.com.br/economia. Aatualização do portal pode ser acompanhada pelas redessociais Facebook (Economia Nordeste), Twitter(@economiane) e YouTube (www.youtube.com/economiane).

web

Nordeste ganha novoportal de negócios

Especialistas de renome nacional esti-veram reunidos em Fortaleza para discu-tir sobre inovação e sustentabilidade noFutura Trends. O evento corporativo, reali-zado no início do mês de maio pelo Grupode Comunicação O Povo, contou com aparticipação de sócios da Câmara Brasil-Portugal no Ceará e, para falar sobre es-ses dois temas relevantes ao mundo dosnegócios, trouxe nomes como HenriqueMeirelles (na foto à direita), ex-presidentedo Banco Central do Brasil, Pedro Sirga-do (na foto à esquerda), diretor Executivodo Instituto EDP, e Geraldo Luciano, vice-presidente de Investimentos e Controlado-ria do Grupo M. Dias Branco.

benchmarking

Inovação esustentabilidadeno mundodos negócios

No seminário “A Sustentabilidade nasEmpresas”, os empresários e profissio-nais ouviram a experiência de PedroSirgado sobre os desafios de economizarenergia sem perder competitividade.“O consumo consciente dos recursosconstitui uma missão que deveria ser se-guida por todos. Sendo o setor elétricomuito relevante para a vida de todas as

pessoas, as empresas de eletricidade têmuma responsabilidade acrescida que têmassumido e cumprido”, ressaltou o dire-tor da empresa portuguesa que, atual-mente, constrói no Ceará a usina terme-létrica do Pecém, em parceria com abrasileira MPX, no Ceará. O FuturaTrends teve a coordenação do jornalistae professor Heródoto Barbeiro.

A Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE) e o Grupode Comunicação O Povo firma-ram parceria para lançar oGuia de Investimentos do Nor-deste no Encontro de Negóciosna Língua Portuguesa (ENLP),que acontecerá de 3 a 6 de ou-tubro, na capital cearense.

O Guia, editado pelo O Povo,o Guia é a mais completa pu-blicação a respeito das oportu-nidades de investimentos noNordeste do Brasil. Os conteú-dos trazem aspectos e setoresque movimentam economica-mente os nove estados da Re-gião. A edição 2011/2012 doGuia será trilíngue (Português,

Guia de Investimentosdo Nordeste 2011/2012será lançado no ENLP

publicação

Inglês, Espanhol) e serálançada também em Portugal,Espanha, Bélgica e Inglater-ra. “A parceria com a CBP-CEé muito importante para nós doGrupo O Povo. Somos partíci-pes da Câmara desde sua fun-dação e compreendemos o seupapel fundamental nas rela-ções comerciais do Ceará comos países de língua portugue-sa. Ademais, é a nossa maistradicional instituição de co-mércio exterior do Estado, com10 anos de atuação”, disse odiretor executivo de ProjetosEspeciais do Grupo O Povo ediretor de Comunicação daCBP-CE, Cliff Villar.

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Sempre atenta às opiniões e necessidades de seus só-cios e leitores, a CBP-CE inclui, a partir da próximaedição da revista Brasil-Portugal no Ceará, a seçãoCarta do Leitor. Caso você queira sugerir um tema paramatéria ou nota, emitir uma opinião sobre um assuntotratado ou fazer alguma crítica, envie um e-mail [email protected]. A seleção de men-sagens para publicação seguirá as seguintes regras:

• Os e-mails que melhor sintetizem sua mensagem ede argumentação mais rica serão priorizados para cita-ção na edição seguinte ao envio.

• Para melhor aproveitamento do espaço, as mensa-gens podem ser editadas, preservando seu conteúdo;

• A CBP-CE reserva seu direito de selecionar as men-sagens mais significantes e descartar as de caráter du-vidoso ou ofensivo.

Carta do leitoropinião

A Universidade de Fortaleza (Unifor) reuniu, entre os dias11 e 14 de maio, profissionais liberais, projetistas, consulto-res e peritos, empresas privadas e públicas, no I Semináriode Engenharia Diagnóstica em Edificações dos Países da Co-munidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O princi-pal objetivo do seminário foi divulgar a Engenharia Diagnós-tica e proporcionar o intercâmbio de experiências técnicasnas áreas de patologia construtiva em edificações.

O evento contou com a participação do vice-presidente daCâmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) eatual presidente da Câmara de Comércio Brasil-Angola noCeará (CBA-CE), Roberto Marinho.

Unifor recebeSeminário da CPLP

engenharia

Mais de 300 pessoas esti-veram presentes na quartaedição do Fórum Multisse-torial de ResponsabilidadeAmbiental, realizada nodia 25 de maio, no Bancodo Nordeste. Promovidopelo Instituto Hidroambien-tal Águas do Brasil (IHAB),o evento ocorre sempre naúltima quarta-feira dos me-ses de maio e novembro, noauditório do Banco do Nor-deste (BNB), em Fortaleza.

Durante um dia, o públicoconferiu palestras, debates,casos exitosos de empresascearenses que trabalham asustentabilidade ambiental,além de conhecerem a pro-gramação de 2011, apre-sentada pelo seu presidente,o geólogo Clodionor Carva-lho de Araújo. Os presentesassistiram ainda apresenta-ções de eco arte cultura, di-álogo da arte com a nature-za com dança e peça tea-tral de uso racional daágua e coleta seletiva.

Dentre as palestras e ca-sos apresentados, destaquepara os temas “Licencia-

IHAB promoveFórum Multissetorialde ResponsabilidadeAmbiental

meio ambiente

mento Ambiental e Políti-cas de DesenvolvimentoSustentável do Estado doCeará”, abordado pela co-ordenadora de políticas pú-blicas do Conselho de Polí-ticas e Gestão do Meio Am-biente (Conpam), MariaDias Cavalcante; “Desinfec-ção da Água para ConsumoHumano a partir da Ener-gia Solar”, apresentado porMárcio Pessoa Botto, daFundação Nacional daSaúde (Funasa). Os partici-pantes tiveram a chance deconhecer ainda os Projetosde Requalificação Urbanade Fortaleza, apresentadospelo Coordenador de Proje-tos Especiais e RelaçõesInstitucionais e Internacio-nais, Geraldo BandeiraAcciolly, e dois casos exito-sos: “Uso de Estações Bio-lógicas no Tratamento deEfluentes de ShoppingCenters”, por Adler Crispimda Silveira, da ACS Enge-nharia, e o “Sistema deGestão Ambiental ISO14001” da Coelce, porSérgio Araújo de Sousa.

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A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria,Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de130 associados entre sócios pessoa física e pessoajurídica. O objetivo principal da entidade é apoiaras atividades empresarias e influir nas políticaspúblicas vinculadas às relações luso-cearensesno âmbito das áreas de atuação da Câmara.

DIRETORIAPresidenteJorge Duarte Chaskelmann1º Vice-PresidenteJosé Maria McCall Zanocchi2º Vice-PresidenteAntonio Roberto Alves Marinho3º Vice-PresidenteJosé Augusto Pinto WahnonDiretora TesoureiraHuga Mendes OliveiraDiretor de Energias RenováveisArmando Leite Mendes de AbreuDiretor de AgronegóciosCarlos Manuel Subtil DuarteDiretor de ComunicaçãoCliff Freire Villar da SilvaDiretora de Assuntos JurídicosFernanda Cabral de Almeida GonçalvesDiretor de Construção CivilFrancisco Eugênio MontenegroDiretor de Meio AmbienteJosé Euber de Vasconcelos Araújo

Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil)Marluce B. Aires de Pina

Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal)Miguel Costa Manso

Diretor de LogísticaCarlos MaiaAv. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casada Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901Fone e Fax: + 55 85 3261 7423E-mail: [email protected]

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicaçãotrimestral da Câmara Brasil-Portugal no CearáAno 2 - # 7 - Abril-Maio-Junho de 2011

Conselho EditorialClivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi,José Wahnon e Cliff Freire Villar da SilvaJornalistas ResponsáveisMauro Costa (CE01035JP)e Rafaela Britto (PE3672JP)RedaçãoAloísio Menescal, Davy Nascimento,Deborah Duarte, Gabriela Alves, NaraGadelha, Larissa Viegas e Vicky NóbregaConcepção Gráfica / Design EditorialGMS Studio - Glaymerson MoisesProdução

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br

Os artigos assinados da revista não necessariamenterefletem a opinião da entidade e são de exclusivaresponsabilidade dos autores.

editorial

BRASIL-PORTUGAL

NO CEARÁ

Caros Associados,

é com muita alegria que estamos celebrando o 10º aniversário da CBP-CE, além do crescimento e sucesso que temos tido ao longo dos anos esermos hoje a segunda maior Câmara de Comércio Portuguesa do Brasillogo após a de São Paulo. Parabenizo todos os presidentes que me ante-cederam e que foram construindo as bases cujos frutos hoje estamoscolhendo.

O número de adesões de associados nos últimos meses indica que esta-mos no caminho certo e que a confiança no nosso trabalho é o indicati-vo do crescimento da instituição.

Estive recentemente em Lisboa, no lançamento de nosso evento dos Ne-gócios da Língua Portuguesa, que decorreu nas instalações da Associa-ção Comercial de Lisboa, com uma sala repleta, o que significa o interes-se crescente dos empresários portugueses no Ceará e o reflexo da atualcrise na Europa. Iremos receber missões empresariais de várias associa-ções já confirmadas e assim acredito que o evento terá o maior sucesso.

Fui acompanhado pelo Presidente do Conselho das Câmaras Portu-guesas no Brasil, Rômulo Alexandre Soares, bem como por FranciscoZuza de Oliveira, então presidente da Agência de Desenvolvimento doCeará (Adece), que fez uma brilhante apresentação aos empresários so-bre o Ceará e o Nordeste, e o atual potencial de desenvolvimento destaregião do Brasil.

Estive reunido com o Embaixador do Brasil em Portugal, que nos rece-beu com imensa simpatia e carinho, apoiando com entusiasmo a nossainiciativa.

O nosso vice-presidente Roberto Marinho desloca-se para Angola naFilda para estimular as associações Angolanas a participar no evento.

Estivemos também no Cariri, em Juazeiro do Norte, apresentando oevento na CDL, por pensarmos que nas cidades médias estão as gran-des oportunidades de negócios, pelo grande crescimento que se verificanestes últimos anos nas mesmas e a necessidade de parcerias e transfe-rência de tecnologia para os empresários locais.

Portanto, estamos lutando para o sucesso do evento, apesar das atuaisdificuldades financeiras das empresas para os patrocínios do evento.Mas acreditamos que este é o momento de esforço nesta tarefa de apoiaros empresários a melhorarem os seus negócios internacionais e criaremparcerias produtivas de sucesso, conhecendo melhor as realidades dosvários países da língua portuguesa. Só assim poderemos superar a pre-sente crise, acreditando no espaço dos países lusófonos.

Jorge Duarte ChaskelmannPresidente CBP-CE – Gestão 2010/2014

Uma décadade conquistas

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10 Brasil-Portugal no Ceará

entrevista Beto Sutdartempresário

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TRAJETÓRIA DEEMPREENDEDORISMO

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA, BETO STUDART, UM DOS MAIORESEMPREENDEDORES CEARENSES, REVELA UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

À FRENTE DE GRANDES INVESTIMENTOS E ANALISA O DESENVOLVIMENTODE NOVOS NEGÓCIOS E MERCADOS NO BRASIL, PRINCIPALMENTE NA ÁREA

IMOBILIÁRIA. ATUALMENTE, O EMPRESÁRIO LIDERA UMA DIVERSIDADEDE EMPRESAS, A MAIORIA DELAS SOB A MARCA BSPAR

O empresário Jorge Alberto Vieira Studart Go-mes é chamado por onde passa pelo apelido demenino. Foi justamente dessa época que Beto re-vela ter vindo seu espírito empreendedor. Forma-do em Administração de Empresas pela Universi-dade Estadual do Ceará (Uece), o cearense “acor-dou cedo” para a vocação empresarial e, aos 22anos, já assumia a presidência da Agripec. A in-dústria do setor químico foi escolhida como a me-lhor do Norte e Nordeste pela Revista Exame em2004 e transformou-se na maior formuladora dedefensivos agrícolas do país, despertando a aten-ção de conglomerados internacionais.

Com a venda da Agripec, em 2007, para a aus-traliana Nufarm, o empresário voltou suas aten-ções para outros setores econômicos, demons-trando a coragem e a vitalidade características deum grande empreendedor. Hoje, a marca BSPARse consolida nas áreas financeira – operando di-versos Fundos de Investimento em Direitos Cre-ditórios (FIDC) – e imobiliária, com incorporaçãoe construção.

Os negócios do homem que aprendeu a “gos-tar de superar seus próprios desafios” tambémalcançam o setor da tecnologia da informação eda tecnologia médica e ajudam, por meio da Fun-

dação Beto Studart de Incentivo ao Talento, 22entidades responsáveis por projetos sociais, be-neficiando diretamente um público de quase 30mil pessoas.

Ao longo de 40 anos de muitas “etapas cum-pridas” e “momentos bem sucedidos”, comoBeto Studart prefere definir o sucesso de suatrajetória, o empresário é exemplo no mundocorporativo, onde acumulou cargos em diversasentidades. Atualmente, é vice-presidente nomandato 2010-2014 da Federação das Indústri-as do Estado do Ceará (Fiec), cargo já ocupadoentre 1999 e 2002.

Em entrevista à Revista da Câmara Brasil-Por-tugal no Ceará, Beto Studart que, em junho desteano, foi agraciado com a maior condecoração daindústria brasileira, a Ordem do Mérito Industri-al, conferida pela Confederação Nacional da In-dústria (CNI), ressalta a importância das câma-ras de comércio e analisa as condições para in-vestimentos no Ceará e no Brasil. Ao contar umpouco da sua história de empreendedor, o em-presário cearense reforça que é preciso sempreestar atento às oportunidades do mercado e ain-da se revela aquele jovem de apelido carinhosoque não teme o trabalho e os grandes desafios.

Page 12: Revista CBP-CE

12 Brasil-Portugal no Ceará

entrevista | Beto Studart

1Aos 22 anos de idade, o Sr. assu-miu a presidência da Agripec, in-dústria do setor químico, trans-formando a empresa em um casode sucesso a ponto de chamar aatenção de corporações interna-cionais e gerar uma negociação damarca com a empresa australia-na Nufarm, que ficou como exem-plo de transação comercial bemsucedida. A que o Sr. atribui esseespírito empreendedor que carac-teriza sua carreira e qual o papelque o Senhor dá ao empresariadopara o fortalecimento da econo-mia brasileira e cearense?

O espírito empreendedor vem daminha infância. Quando eu era pe-queno, sofri um pouco de comple-xo de inferioridade. Então, queriaser alguém como os outros eram,como eu via os meus amigos sendonaquela época. A partir daí, apren-di e gostei de trabalhar, realizar esuperar meus próprios objetivos,as minhas marcas. Foi daí que nas-ceu o Beto empreendedor. Não que-ro dizer que sou uma pessoa bemsucedida, digo que estou vivendoum momento bem sucedido, poisainda tenho muitos caminhos a tri-lhar. As pessoas precisam se cercarde boas informações, de conheci-

mento e de grandes desafios. Quan-do a empresa é pequena, se tem omenor número de executivos, masque sejam bons executivos. Vocêdeve sempre viver em um ambien-te de troca de ideias e ter “múscu-lo”. O empresário que está come-çando tem a audácia, mais corageme mais vitalidade. As pessoas preci-sam acordar cedo para ter um dialongo. O sucesso não cai de graça.As pessoas constroem. Não existesó a sorte. Quando ela passa aolado, é preciso estar preparado parapegá-la. É preciso estar sempre aten-to para as oportunidades que o mer-cado oferece.

2Como o Sr. avalia o mercado imo-biliário atualmente na região Nor-deste e, em especial, no Ceará,onde o grupo BSPAR tem forte par-ticipação? Quais as tendências demercado atualmente e que nichosmercadológicos poderão gerarperspectivas de novos negócios?

Nós vivemos um momento de mui-to frenesi nesses últimos 3 ou 4anos. Acredito que isso não foi bompara o mercado porque ele super-valorizou o metro quadrado daconstrução, ampliou o preço dosterrenos, o custo de matérias-pri-

mas, dos materiais de construção.Agora, começa a ter um momentode maior tranquilidade porque ogoverno está usando os mecanis-mos chamados de macropruden-ciais. Além disso, também vêm evo-luindo as taxas de juros o que di-minui o ímpeto de desenvolvimen-to. Tanto é que nós saímos de umcrescimento de quase 8% em 2010e já se fala de um crescimento de4% neste ano. Isso reflete automa-ticamente na construção. Eu nãovejo isso ainda como um proble-ma. Estamos vivendo um momen-to de acerto. O Brasil precisa terinfraestrutura pra poder dar supor-te ao crescimento econômico deforma muito bem ordenada.

3Além de uma presença significa-tiva no setor imobiliário, o grupoBSPAR atua ainda nas áreas fi-nanceira, de tecnologia da infor-mação e de tecnologia médica.Existe a pretensão de ampliar alinha de atuação do grupo paraoutros setores?

Não tenho essa diversificação comouma meta filosófica. Acredito queo empresário precisa estar semprefocado na sua atividade principal.Na BSPAR, estamos focados, prin-cipalmente, na incorporação e naconstrução. Temos a atividade fi-nanceira por uma consequência daprópria geração de recursos queaconteceu ao longo dos anos. A mi-nha participação na área de tecno-logia da informação vem por ad-mirar e acreditar que é um campoextremamente próspero. As em-presas estão muito preocupadasem montar os seus ERPs (Enter-prise Resource Planning. Em por-tuguês, Sistemas Integrados deGestão Empresarial) às suas solu-ções tecnológicas. Por isso, estouenvolvido com duas empresas, masapenas como um investidor.

A parte de tecnologia médica vejoefetivamente como um legado pes-soal. Estabelecemos recentementeuma parceria entre o Dr. Juan Me-

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día, chefe da área de transplantedo Hospital de Messejana, e o Dr.Noedir Stofer, do Instituto do Co-ração, para fazer testes do nossoequipamento, o coração artificial.Já iniciamos todos os testes, já en-tramos em contato com a AgênciaNacional de Vigilância Sanitária(Anvisa). Todo o protocolo a sercumprido está sendo seguido. Jáestamos com 32 bombas prontas.E, no futuro, caso venha a ser via-bilizado economicamente, preten-do passar esse resultado para aFundação Beto Studart, para quepossa alargar e capilarizar um pou-co mais as suas ações sociais.

4O Sr. é referência entre os empre-sários e investidores cearenses, a

ponto de ser reconhecido nacional-mente, como foi o caso da Meda-lha da Ordem do Mérito Industri-al, outorgada pela ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI). E tam-bém começa a investir forte emoutros Estados. Como estão os pla-nos de investimentos do grupo e aperspectiva dos negócios já conso-lidados? Há algum projeto para in-vestimentos que fomentem a gera-ção de negócios com outros países?

Estamos agora investindo em Forta-leza e em Natal, no Rio Grande doNorte. Queremos sedimentar nos-so aprendizado na área da cons-trução civil, da incorporação, esta-mos treinando nossos executivos,estruturando melhor nossos dire-tores. No futuro, quem sabe, pos-samos ampliar um pouco mais noBrasil. Investir no exterior não está

Estamos agoraEstamos agoraEstamos agoraEstamos agoraEstamos agorainvestindo eminvestindo eminvestindo eminvestindo eminvestindo emFFFFFortaleza e em Natal,ortaleza e em Natal,ortaleza e em Natal,ortaleza e em Natal,ortaleza e em Natal,no Rio Grande dono Rio Grande dono Rio Grande dono Rio Grande dono Rio Grande doNorte. QueremosNorte. QueremosNorte. QueremosNorte. QueremosNorte. Queremossedimentar nossosedimentar nossosedimentar nossosedimentar nossosedimentar nossoaprendizado na áreaaprendizado na áreaaprendizado na áreaaprendizado na áreaaprendizado na áreada construção civil,da construção civil,da construção civil,da construção civil,da construção civil,da incorporação,da incorporação,da incorporação,da incorporação,da incorporação,estamos treinandoestamos treinandoestamos treinandoestamos treinandoestamos treinandonossos executivos,nossos executivos,nossos executivos,nossos executivos,nossos executivos,estruturando melhorestruturando melhorestruturando melhorestruturando melhorestruturando melhornossos diretores.”nossos diretores.”nossos diretores.”nossos diretores.”nossos diretores.”

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14 Brasil-Portugal no Ceará

A cada dia o empresárioA cada dia o empresárioA cada dia o empresárioA cada dia o empresárioA cada dia o empresárioestá mudando, tendo umaestá mudando, tendo umaestá mudando, tendo umaestá mudando, tendo umaestá mudando, tendo umapercepção mais clara dapercepção mais clara dapercepção mais clara dapercepção mais clara dapercepção mais clara dasituação do desnível quesituação do desnível quesituação do desnível quesituação do desnível quesituação do desnível queexiste das classes sociaisexiste das classes sociaisexiste das classes sociaisexiste das classes sociaisexiste das classes sociaisaqui no Ceará. É necessárioaqui no Ceará. É necessárioaqui no Ceará. É necessárioaqui no Ceará. É necessárioaqui no Ceará. É necessáriotambém desmistificar otambém desmistificar otambém desmistificar otambém desmistificar otambém desmistificar omedo de usar os mecanis-medo de usar os mecanis-medo de usar os mecanis-medo de usar os mecanis-medo de usar os mecanis-mos legais tributáriosmos legais tributáriosmos legais tributáriosmos legais tributáriosmos legais tributáriospara fazer isso”.para fazer isso”.para fazer isso”.para fazer isso”.para fazer isso”.

entrevista | Beto Studart

nos nossos planos. No momen-to, considero que estamos no ca-minho ideal.

5Projetos sociais como os promo-vidos pela Fundação Beto Studartcolaboram diretamente para o de-senvolvimento social de criançase jovens, em especial nos estadosde atuação da empresa, dando-lhes uma perspectiva de um futu-ro de oportunidades. O que maiso Sr. acredita que possa ser feitopelas empresas para melhorar abase dos futuros cidadãos e quala parcela de responsabilidade dosinvestidores atualmente?

A cada dia o empresário está mu-dando, tendo uma percepção maisclara da situação do desnível queexiste das classes sociais aqui noCeará. É necessário também des-mistificar o medo de usar os meca-nismos legais tributários para fa-zer isso. Não é o caso da FundaçãoBeto Studart que vive exclusiva-mente com recursos próprios dedoações das próprias empresas dogrupo e da minha pessoa física.

As empresas de construção civiltêm um modelo de estruturaçãotributária que não permite que fa-çam doação incentivadas, porqueelas contribuem sobre lucro pre-sumido, o que não lhes confereprevisibilidade legal para aplicaçãoda Lei Rouanet .

Mas as outras empresas industri-ais podem ter acesso à Lei Rounet,podendo muito bem fazer usodela, mas parte do empresariadotem certo receio de lançar mãodesse instrumento e com isso,sofrer fiscalizações. Coisa queinexiste de fato.

Na época da Agripec, a empresaera uma grande geradora de resul-tados, por consequência, tambémuma grande geradora de impostode renda. Por isso, ela poderia lan-çar mão de parte de um percentualdo imposto de renda e aplicar naLei. A Fundação Beto Studart não

tem nenhum projeto amparadopela Lei Rounet. Mas organiza edá um apoio àquelas instituiçõesque são detentoras de autorizaçãoda Lei para que de tal forma os re-cursos possam ser bem aplicados.

6A Câmara Brasil-Portugal tem fo-mentado negócios entre os paísesde língua portuguesa, além de in-centivar investimentos estrangei-ros no Ceará e no Brasil. Como oSr. vê o trabalho de entidadescomo as câmaras de comércio noestímulo de novos negócios de in-vestidores estrangeiros em nossopaís ou de possibilitar a aberturade espaço para investidores bra-sileiros no exterior?

Esse tipo de trabalho é importan-tíssimo. Acho imprescindível en-tender que existem pessoas quese dedicam às causas maiores. Nocaso do Brasil, de pessoas que ten-tam levar a marca Brasil, como é ocaso hoje do presidente da Con-federação Nacional da Indústria,Robson Braga de Andrade. Eleestá tentando levar para o Exteri-or o nome das empresas do Bra-sil. É preciso ver as câmaras queestão especializadas nessa aproxi-mação de vários segmentos da eco-nomia para que se juntem, discu-tam e se dediquem sobre as pos-sibilidades de investimento recí-proco. Hoje é exatamente o quenós, brasileiros, precisamos.

7Como fazer diferente no merca-do imobiliário?

É preciso fazer sério. Não admitirequívocos de forma continuada.Equívocos acontecem porque todomundo é humano, mas não de for-ma deliberada. Precisamos perse-guir por um caminho da retidão edo respeito ao próximo, da socie-dade em geral. Essa é a forma quetemos que fazer uma empresa exis-tir e crescer.

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16 Brasil-Portugal no Ceará

auditório Luís Esteves, daFederação das Indústriasdo Estado do Ceará (Fiec),

foi palco – no dia 19 de maio – do lança-mento oficial (em Fortaleza) do Encon-tro de Negócios da Língua Portuguesa(ENLP). A solenidade, que tinha comoobjetivo oferecer um vislumbre inicialda magnitude e importância do ENLP,foi prestigiada por personalidades daeconomia e da política do estado doCeará. A apresentação inicial do pro-jeto do Encontro contemplou a pro-gramação e as áreas-âncora do evento,

que serão: meio ambiente, agronegó-cios, comércio exterior/logística, cons-trução civil, energias renováveis, in-dústria, serviços, tecnologia da infor-mação e turismo.

Segundo o presidente da CâmaraBrasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Jor-ge Duarte Chaskelmann, “os partici-pantes terão a oportunidade de conhe-cer a realidade, nos mais diversos seg-mentos, de outros países da comuni-dade da língua portuguesa. Sobretu-do em rodadas de negócios, palestrase uma feira, todos ganharão ainda mais

OLANÇAMENTO OFICIALDO ENCONTRO DENEGÓCIOS DA LÍNGUAPORTUGUESA APRESENTAEM FORTALEZA OSPARCEIROS E PROGRAMAÇÃOJÁ CONFIRMADOS PARAO EVENTO, EM OUTUBRO

NEGÓCIOS EMPORTUGUÊS

enlp | intercâmbio por Aloísio Menescale Davy Nascimento

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aprofundamento acerca de suas áreasde interesse e, por certo, fazer com queos empresários traduzam a vontadepolítica em uma realidade de negóci-os e de comércio”.

Entre os presentes no lançamentoestavam: os Senadores da Repúblicapelo Estado do Ceará, José Pimentel eInácio Arruda; o ex-Governador LúcioAlcântara; o embaixador de Cabo Ver-de no Brasil, Daniel Pereira; o vice-Côn-sul de Portugal em Fortaleza, Francis-co Brandão; e o presidente da Agênciade Desenvolvimento do Estado do Cea-rá (Adece), Francisco Zuza de Olivei-ra. Além da apresentação do encontro,a ocasião também contou com a pala-vra do vice-presidente de Geração e Co-mercialização da EDP no Brasil, LuisOtávio Henriques, que apresentou osdetalhes dos empreendimentos e os es-forços em benefício do meio ambientee das comunidades em que se inserem.

Realizado em parceria com a Práti-ca Eventos, empresa associada à CBP-

CE, o ENLP espera cerca de 300 parti-cipantes provenientes do Brasil e dediversos países de língua portuguesa– entre empresários, profissionais li-berais, autoridades, pesquisadores, ex-poentes da cultura, representantes deentidades de classe, instituições e câ-maras de comércio. O objetivo do en-contro é contribuir para a aproxima-ção e intercâmbio entre os participan-tes da Comunidade dos Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP).

O ENLP já conta com a adesão dediversas empresas e instituições, comoa estatal de pesquisa agropecuária Em-brapa, Agência para o Investimento eComércio Externo de Portugal (Aicep),Associação Indústrial do Distrito deAveiro (Aida), Associação Nacional dasEmpresas Metalúrgicas e Eletrome-cânicas (Anem), Associação Comercial

de Lisboa (ACL), Fecomércio, Banco doNordeste, Federação das Indústrias doEstado do Ceará/Centro Internacionalde Negócios (Fiec/CIN), entre outras.

O encontro conta com o apoio doConselho das Câmaras Portuguesas deComércio no Brasil e da Câmara Brasil-Angola no Ceará, Associação Comerci-al de Lisboa, Associação Industrial Na-cional das Empresas Metalúrgicas eEletromecânicas, Câmara Brasil-Ango-la no Ceará, Câmara de Comércio, In-dústria e Agropecuária Brasil-Moçam-bique, Câmara de Comércio e Indús-tria Luso Brasileira, Confederação In-ternacional dos Empresários Portugue-ses, Confederação Empresarial CPLP(CE-CPLP), Conselho das Câmaras Por-tuguesas no Brasil, Prefeitura Munici-pal de Fortaleza (através da Secretariade Turismo) e SindEventos.

Empresários, políticos epersonalidades marcarampresença durante olançamento do Encontrode Negócios da LínguaPortuguesa, na Fiec

Jorge Chaskelmann durante discurso Diretoria da Câmara Brasil-Portugal

Eduardo Bezerra (CIN-CE)e Ministro José Pimentel

Vice-Cônsul Francisco Brandãoe Paulo Mindêllo

Empresários e autoridades prestigiaramo lançamento

Sala de reuniões da Fiec lotada durante o eventoLuis Otávio Henriques e Carlos Cavaleiro, da EDP

Embaixador de Cabo Verdes/Brasil,Daniel Pereira, Lúcio Alcântara,Roberto Marinho e José Maria Zanocchi

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18 Brasil-Portugal no Ceará

Acordo com a AssociaçãoComercial de Lisboa visadesenvolver práticas comerciais

ara ampliar o sucesso doEncontro de Negócios da Lín-gua Portuguesa (ENLP), a

CBP-CE e a Associação Comercial deLisboa (ACL) estabeleceram um acor-do de cooperação no último dia 15 dejunho, durante o seminário “Oportu-nidades de Negócios e Investimentosno Ceará", na sede da entidade no Pa-lácio do Comércio, em Lisboa.

P Para Jorge Chaskelmann, presiden-te da CBP-CE, entre os pontos fortesresultantes da parceria estão a maciçadivulgação pela ACL dos eventos re-alizados pelos associados e a media-ção feita pela instituição de rodadasde negócios e projetos afins. “Comesse acordo, queremos ampliar os la-ços comerciais entre os países de lín-gua portuguesa, no sentido de que sedesenvolvam as práticas comerciaisde cada um dos parceiros”, afirmouChaskelmann.

Prestigiaram o evento personalida-des como o presidente da Câmara Lu-so Brasileira, Antônio Bustorff; o pre-sidente do Conselho das Câmaras Por-tuguesas de Comércio no Brasil(CCPCB), Rômulo Alexandre Soares;o secretário geral da Comunidade dePaíses da Língua Portuguesa (CPLP),Francisco Mantero; e a conselheiraComercial da Embaixada do Brasil emPortugal, Maria Cristina Castro Martins.

“O encontro foi bem-sucedido naapresentação da importância do even-to para os investidores de Portugal,bem como de todos os países da lín-gua portuguesa, além de demonstraro fato de as lideranças da região Nor-deste do Brasil estarem presentes noCeará, ponto estratégico para o comér-cio entre Europa, Brasil e África”, afir-ma Rômulo Alexandre.

Também presente no evento, o en-tão presidente da Agência de Desen-volvimento do Estado do Ceará (Ade-ce), Francisco Zuza de Oliveira, disseque a ocasião foi “muito significativa”para empresários de comércio e indús-tria, o que aumenta as expectativas emrelação ao Encontro e suas possibilida-des reais de negócios. “Cumprimos opapel de mostrar aos empresários dePortugal o novo Ceará de negócios, commais oportunidades, justificando por-que os investidores vêm trabalhar noestado e vice-versa”, complementa.

Criada em 1834, a ACL nasceu originalmentecomo Associação Mercantil Lisbonense pelas mãosde um grupo de comerciantes. Pioneira no associati-vismo empresarial no país, a entidade foi a primeiracorporação econômica em Portugal, tendo como ob-jetivo primordial promover o que fosse consideradoútil ao comércio e à prosperidade nacional, deixandode lado toda a ingerência política ou religiosa.

Em fevereiro de 1855, passou a ser chamadacomo hoje é conhecida e, em 1903, adquiriu o statusde Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Aolongo de dois séculos de atividades, a vida da Asso-ciação Comercial de Lisboa / Câmara de Comércio eIndústria Portuguesa (ACL-CCIP) foi a imagem e oreflexo dos acontecimentos que mais marcaram opaís. A ACL-CCIP tem o propósito de continuar sen-do um espaço de participação empresarial que pro-mova o desenvolvimento das empresas e do comércionacional e internacional, ambicionando ser reconhe-cida como parceiro incontornável nas decisões pro-motoras do desenvolvimento econômico pela qualida-de dos serviços prestados e capacidade de inovação.

A ACL

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20 Brasil-Portugal no Ceará

ARCA DA

PAZ

educação | ong

PROJETO EDUCACIONALDA ONG ASSOCIAÇÃO SOCIALEDUCACIONAL CRIANÇA INTEGRALÉ REFERÊNCIA NO CEARÁ

Paz, fundada em 2008, e um centrode abrigo para crianças em situa-ção de risco.

Atualmente, cerca de 60 crian-ças carentes estudam em regime in-tegral. O ensino é totalmente gra-tuito e a escola é mantida por do-nativos e parcerias. O objetivo daArca da Paz é satisfazer as necessi-dades das crianças acolhidas, pro-porcionar-lhes alimentação adequa-da, cuidados de saúde, hábitos dehigiene, sono, relações emocionaisestáveis e seguras. Um ambienteconfortável e o mais próximo do am-biente familiar, acompanhamentodo seu percurso escolar e ajudá-lasa construir um projeto de vida.

A ONG trabalha com criançasdas comunidades locais e prioriza

Associação SocialEducacional CriançaIntegral (Aseci), fun-

dada em 2005, é uma OrganizaçãoCristã Social e Educacional não-go-vernamental (ONG) e recém-associ-ada à Câmara Brasil-Portugal noCeará (CBP-CE). Proprietária de umterreno próximo à praia do Uruaú,localizada no município de Beberibe(Ceará), a Aseci construiu dois edi-fícios para abrigar a escola Arca da

A

por Mirlene Frota

em seus programas as que vivemem comunidades pobres e em si-tuação de vulnerabilidade. O pro-jeto educacional da Aseci, Arca daPaz, congrega o Centro de Educa-ção Cristã, uma Escola de Educa-ção por Princípios Bíblicos e umCentro de Abrigo para crianças emrisco, mantidos pela Aseci.

O presidente da Aseci, RégisPonce, explica que a sociedade àCBP-CE tem como objetivo apresen-tar o projeto social e educacionalde referência no Ceará, para fins deapoio e parcerias de responsabili-dade social. Ponce acredita que aorganização pode ser uma opção deparceria social a médio e longo pra-zo. “Desde a sua fundação, e du-rante estes três anos de funciona-

Cerca de 60 criançascarentes estudam em regime

integral na Arca da Paz

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mento, a Associação Social Educa-cional Criança Integral, mantene-dora da Escola Arca da Paz, prezapela integridade, transparência eexcelência. Tudo é sempre feito den-tro da legalidade, desde o alvará deconstrução até o credenciamento daescola no ensino fundamental”, dis-se Régis Ponce.

O método utilizado no projetoArca da Paz é de Educação porPrincípios, desenvolvido nos Es-tados Unidos, trabalhando aspec-tos comportamentais e de caráterda criança, um método baseadonos valores cristãos. A escola con-ta atualmente com cinco séries,

funciona em tempointegral. “É impor-tante mencionar oimpacto social quea escola proporcio-na nas famílias.Como as crianças passam o dia in-teiro na escola, os pais podem tra-balhar, melhorando assim a quali-dade de vida de todos os envolvi-dos”, enfatiza Ponce.

SERVIÇO:Arca da PazLagoa da Cidade - Uruaú - BeberibeCeará - Brasil - Endereço correspon-dência: Caixa Postal 47 - Beberibe-CECEP: 62840-000

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22 Brasil-Portugal no Ceará

política | perspectivas por Davy Nascimento

TNOVO PRIMEIRO-MINISTROPORTUGUÊS TOMA POSSEE PREPARA PACOTE PARARESGATAR A ECONOMIADO PAÍS

omou posse no dia 21 dejunho o novo primeiro-mi-nistro de Portugal, Pedro

Passos Coelho, do Partido Social-De-mocrata (PSD), de orientação centro-direita, com o dever de pôr em prática,até o final de julho, 47 medidas econô-micas e legislativas, cujo objetivo é res-gatar a economia do país. As medidastêm o apoio do Fundo Monetário In-

ternacional (FMI), do Banco CentralEuropeu e da Comissão Europeia e vãoservir para tornar a economia mais com-petitiva, por meio de indenizações pa-gas a funcionários demitidos, aumen-to das tarifas das empresas públicas eda venda do banco BPN, que ficou nasmãos do Estado depois de apresentarum rombo financeiro de 5 bilhões deeuros. Também estão previstos, dentre

RESGATEECONÔMICO

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outras medidas, o fim dos direitos es-peciais do Estado nas empresas deenergia, petróleo e telecomunicações.

Se o prazo não for cumprido, Portu-gal ficará sem a segunda parcela do di-nheiro prometido ao país, no valor de12 bilhões de euros (cerca de R$ 27bilhões). No total, o programa de resga-te prevê empréstimos de 85 bilhões deeuros (aproximadamente R$ 193 bi-lhões). Ainda estão previstas pelo pro-grama que até setembro sejam tomadasmais 80 medidas, e até dezembro, quan-do será feita a terceira avaliação, outras92, exigindo que o Parlamento trabalhecom o maior afinco possível. O chefe deGoverno disse que responderá à estag-nação econômica com um “Programapara o Crescimento, Competitividadee Emprego”, que ataca os bloqueios àprodutividade e iniciativa privada.

No discurso de posse, Coelho ape-lou a um “novo pacto de confiança”,que ele disse ser “imprescindível paraa resolução dos problemas nacionais epara retomar a prosperidade”, com oobjetivo de enfrentar os atuais “temposdifíceis”. Prometeu ainda enfrentar osproblemas com realismo sem recorrera falsas promessas e nem vislumbrarmundos virtuais, defendendo aindauma revisão da arquitetura do sistemade justiça, com a simplificação proces-sual, avaliação de desempenho dosagentes, uma boa gestão dos tribunaise melhorias da justiça arbitral. “Sãomedidas cruciais para tornar a justiçamais célere, eficaz, transparente e, porisso, mais confiável, mais justa”, dissePassos Coelho, assegurando que nãovai nomear novos governadores civis.

De acordo com o presidente da Câ-mara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE),Jorge Chaskelmann, a população por-tuguesa está apreensiva com a nova po-lítica de Pedro Passos Coelho. “O atualprimeiro-ministro está impondo umpacote de regras de contenção de cus-tos, que vão refletir num período pe-noso para os empresários portugueses.São, na verdade, medidas bastante im-populares”, concluiu Chaskelmann.

Na primeira semana de trabalho,antes de sua primeira participação noConselho da União Europeia, ocorri-do nos dias 23 e 24 de junho, em Bru-xelas, onde o assunto forte foi a busca

por soluções para a crise do euro e asituação financeira da Grécia, PassosCoelho reuniu-se com o presidente daComissão Europeia, José Manuel Du-rão Barroso. Ainda na mesma semana,o novo ministro português dos Negó-cios Estrangeiros, Paulo Portas, teve diasde trabalho intensos com reuniões in-termináveis na preparação da partici-pação de Portugal no Conselho Euro-peu. Na pauta, houve audiência no Pa-lácio das Necessidades, em Lisboa, como representante do Partido Social De-mocrata (PSD); reunião com os demo-cratas-cristãos do CDS, representantesdo PS, CDS, PCP, BE e Os Verdes; reu-nião com os representantes dos parcei-ros sociais, como as centrais sindicaisCGTP e UGT e as uniões patronaisCCP (do comércio), CIP (indústria),CAP (agricultura) e CTP (turismo).

Essas reuniões com os partidos po-líticos e parceiros sociais antes de cada

O novo primeiro-mi-nistro português PedroPassos Coelho tomouposse num momento emque seu antecessor, JoséSócrates, renunciou emmeio a crescentes pro-testos sociais e quandoos cinco partidos daoposição rejeitaram oorçamento apresentadopor seu governo mino-ritário do Partido Socia-lista (PS), que incluíagrandes cortes de gas-tos, aumento de impostos e congelamento depensões, além de impedir que Portugal procu-rasse ajuda, como aquelas concedidas à Irlan-da e à Grécia no ano passado.

O governo minoritário do PS funcionoucom o apoio tácito dos partidos de oposiçãocomo o PSD, que se absteve de exercer a suaopção de bloquear as políticas do PS nalegislatura. O Partido Social Democrata(PSD), de extrema-direita, absteve-se nas vo-tações anteriores sobre as medidas de austeri-dade permitindo que o governo minoritário doPS os aprovasse. O PSD decidiu votar contra,

A renúncia doantecessor José Sócrates

declarando que “umaampla coalizão no go-verno” seria necessáriapara instituir completa-mente as medidas deausteridade necessári-as. A retirada do apoiodo PSD em relação aoPS é sinal de uma mu-dança no seio da bur-guesia portuguesa arespeito da melhor for-ma de impor medidasde austeridade em meioà crescente oposição

social da classe trabalhadora.

Naquele momento, já havia sinais de quePortugal estava caindo em outra recessão, asegunda em três anos, o que tornaria aindamais difícil para o país pagar suas dívidas. OBanco de Portugal disse que cortes de salári-os, aumentos de impostos e aumento do de-semprego poderiam causar a queda da de-manda doméstica em 3,6% neste ano e a que-da de investimentos em 6,8%. A taxa de juroda dívida soberana portuguesa quase dupli-cou, tornando ainda mais difícil para Portugalpagar suas dívidas.

Conselho Europeu servem para os lí-deres governamentais recolherem asprincipais preocupações dos váriosagentes políticos e sócio-econômicosnacionais e as levarem aos chefes degoverno europeus. Os principais temasdiscutidos no Conselho foram a políti-ca econômica, a migração, a situaçãoda Croácia e a inclusão dos ciganos,bem como a homologação do lançamen-to da estratégia para o Danúbio.

O PSD, partido do atual primeiro-ministro, foi fundado como uma orga-nização de extrema-direita em 1974,duas semanas depois da Revoluçãodos Cravos, que derrubou a ditadurade Salazar, num período em que ne-nhum partido ousou chamar-se con-servador. Desde seu surgimento, temagido de forma agressiva na defesa daelite governante de Portugal.

Fontes: Agência Brasil e Portugal Digital

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24 Brasil-Portugal no Ceará

s energias renováveis são, naatualidade, um dos mais im-portantes assuntos para as

discussões sobre o futuro da humanida-de. Isso porque a própria energia elétrica étão fundamental para a sociedade moder-na que não se concebe mais nenhum tra-balho ou lazer que não dependa dela. In-dústrias, comércio, serviços, meios de co-municação, de transporte e até o acesso àágua dependem de equipamentos movi-dos à energia elétrica. A produção de ener-gia tornou-se área estratégica para as na-ções de todo o mundo. Ao mesmo tempoem que se busca ampliar a oferta e reduziros custos, crescem as preocupações com asustentabilidade e o meio ambiente. É nes-se cenário que cresce cada vez mais o nú-mero de empresas dedicadas às energias

A

A NOSSO

SOL EVENTOINVESTIDORES NACIONAIS E ESTRANGEIROSSOMAM CRÉDITOS PARA AUMENTARO POTENCIAL ENERGÉTICO DO PAÍSPOR MEIO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

renováveis. Impulsionado por essa pro-cura, o Brasil galga espaço entre os paísesque mais investem na área. Pela primeiravez o país aparece no top 15 do rankingtrimestral da Ernst & Young, empresa deconsultoria responsável por estabelecerum índice dos 35 países mais atrativosem relação a investimentos em energiasrenováveis.

Na relação divulgada no final de junhodeste ano, o país subiu quatro posições eocupa agora o14º lugar. A China continuasendo líder do setor, incentivando proje-tos de geração de energia eólica em águasmarítimas rasas e, principalmente, pela di-vulgação do "mais verde" plano quinque-nal, que pretende geração de 11,3% deenergia primária por combustíveis não fós-seis até 2015.

investimento | energia por Nara Gadelhae Déborah Duarte

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FAVOR

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26 Brasil-Portugal no Ceará

Os Estados Unidos se mantive-ram em segundo lugar no ranking,focando em energia solar numa es-cala comercial, permanecendo emalta, a despeito das incertezas. Segui-da dos americanos, vem a Alema-nha, que ocupa a terceira colocação.

No Brasil, um grande incentivopara manter esse crescimento foi ocontrato firmado entre a Caixa Eco-nômica Federal e a empresa Ener-gimp, no valor de R$ 1,28 bilhãoentre repasse de recursos do BancoNacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) e financia-mento para a construção de sete par-ques eólicos no Ceará. Os empre-endimentos ficarão nos municípi-os de Acaraú, Aracati e Itarema eprometem gerar energia - 181,5 MW- e 4 mil empregos diretos e indire-tos. A entrada em operação estáprevista para julho de 2012, com121 aerogeradores.

De acordo com a empresa, os par-ques devem entrar em operação em2012 e terão potência instalada de211 MW, cuja energia foi comer-cializada no leilão de energia de re-serva de 2009. Com a implantaçãodos parques, a Energimp alcançauma potência total instalada de532,1 MW no Brasil. Os contratosde financiamento representam aprimeira parcela de um total deaproximadamente R$ 563 milhõesque serão utilizados para a imple-mentação completa do projeto.

Além desses parques, a empresa

está em fase de finalização de umnovo financiamento para outros noveparques eólicos no Ceará e no RioGrande do Norte, que juntos vãoagregar uma potência instalada de270 MW. No estado de Santa Cata-rina, a Energimp está implantando10 parques eólicos, com 148 gera-dores eólicos e uma potência insta-lada total de 222 MW que entrarãoem operação nos próximos meses.Segundo a Energimp, a carteira deprojetos da empresa soma 803 MW,com investimentos previstos de R$1,9 bilhão até 2012.

Para o diretor-presidente daBraselco e diretor de energias alter-nativas da Câmara Brasil-Portugal noCeará (CBP-CE), Armando Abreu, foium processo muito longo até o po-der público reconhecer que a ener-gia eólica é uma energia complemen-tar. Abreu afirma que, enquanto in-vestimento nessa área, o Ceará é pi-oneiro. “O governo procura acom-panhar todo o processo. Em um in-vestimento da Prainha, o governoconseguiu obter 1/3 da energia leilo-ada. No leilão de 2009, conseguiu400 mega watts, em 2010 foram 130mega watts”, diz. Apesar do interes-se em solo, vento e sol cearenses,ainda há uma certa morosidadequanto à instalação de novos negó-cios no Estado. A insegurança jurí-dica é apontada pelo diretor comoum dos principais entraves para asempresas alçarem voos mais altosem terras cearenses. “No começo erasomente empresas de fora que vi-nham se instalar aqui. Hoje, essa re-alidade mudou. Mesmo assim per-cebemos barreiras. As licenças con-cedidas são muitas vezes revogadas,e ainda temos que perceber que todoo trâmite demora bastante. Os inves-tidores ficam com receio e procuramoutros Estados como o Rio Grandedo Norte, que hoje é nosso princi-pal concorrente. Espero que daquia dois anos essa realidade mude etenhamos mais segurança”, conclui.

Para Abreu, as energias alternati-vas precisam ser ainda mais explo-radas. No Ceará, a energia eólica já éuma realidade, mas ainda é precisoque se invista e haja mais incentivo

para isso. “Temos que pensar o pe-tróleo como um bem findável. Nãosabemos ao certo a dimensão das re-servas petrolíferas, mas temos a cer-teza que um dia elas acabarão. Pos-so citar o hidrogênio como exemplopra se tornar uma ótima fonte deenergia alternativa. A biomassa éoutro recurso que podemos utilizar,tendo como matéria-prima a cana-de-açúcar. Na energia eólica, temosque aproveitar que o Ceará se desta-ca por ter ventos favoráveis e bas-tante sol. Em até três anos eu possoafirmar que o Ceará se tornará ex-portador de energia eólica para den-tro do Brasil”, conclui.

ArmandoAbreu, diretor-presidente daBraselco e diretorde energiasalternativas daCâmara BrasilPortugal noCeará (CBP-CE)

investimento | energia

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Abr-Mai-Jun 2011 27

ENERGIAS RENOVÁVEISEM DISCUSSÃO

Para debater, investir, entender eaprofundar conhecimento na área deenergia renováveis, o assunto temsido pauta de eventos importantesno Brasil e no Mundo. Prova de queo Estado virou alvo recorrente deinvestidores e transformou-se empolo da área de energia eólica e so-lar é que ele foi sede do maior even-to de energias renováveis da Améri-ca Latina: o All About Energy. Oevento aconteceu na primeira quin-zena de julho e contou com a parti-cipação das maiores empresas do

mundo atuantes no setor de energi-as renováveis, governos, instituiçõespúblicas e privadas.

O All About Energy aprofundouo debate dos seguintes temas: finan-ciamento, política tributária e incen-tivos, mercado de comercialização econtratos, logística e competitivida-de, sustentabilidade, economia decarbono, eficiência energética, novastecnologias, Smart Grid e GeraçãoDistribuída.

O estado de Porto Alegre tambémserá palco de outro importante even-to. Agendado para 16, 17 e 18 demaio de 2012, o Fórum e ExposiçãoEnergias Renováveis e Alternativas

no Cone Sul (Eracs) será realizadopela Câmara de Comércio Brasil-Por-tugal/Rio Grande do Sul. O local foiescolhido por ser reconhecido des-taque na temática de energiasrenováveis e alternativas, a exemplodos parques eólicos de Osório e Tra-mandaí. De acordo com a organiza-ção do evento, “é neste cenário queo Eracs abre caminho para um novodesafio. O desafio de continuar rea-lizando uma edição que objetive odesenvolvimento e a atração de in-vestimentos nacionais e internacio-nais, consolidando-se como o mai-or evento de energias renováveis daAmérica Latina”.

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28 Brasil-Portugal no Ceará

Primeira usina solarcomercial da América Latinajá está em funcionamento

Ceará, conhecido tambémcomo a “Terra da Luz”, re-cebe a primeira usina so-

lar de geração de energia em escala co-mercial da América Latina, a MPXTauá, que já está operando e abaste-cendo o sistema. Localizada no muni-cípio de mesmo nome, na região dosInhamuns, sertão do Ceará, a usina temcapacidade instalada inicial de 1 MW,suficiente para abastecer 1,5 mil famí-lias. Implantada com tecnologia no es-tado da arte em paineis fotovoltaicos, ausina brasileira MPX - empresa doGrupo EBX, do empresário Eike Batis-ta - recebeu investimentos totais decerca de R$ 10 milhões. O BancoInteramericano de Desenvolvimento(BID) apoiou a iniciativa inédita no paíscom aporte de US$ 700 mil.

Para Marcus Temke, diretor de Im-plantação e Operação da MPX, a em-presa destaca seu pioneirismo com ainauguração do empreendimento, con-siderando que toda a experiência ante-rior de geração solar fotovoltaica no Bra-sil ocorreu por meio de instalações depequenas unidades produtoras, ape-

O nas com o objetivo de fornecer energiapara regiões isoladas. “Estamos orgu-lhosos do sucesso obtido com essa ini-ciativa pioneira e queremos contribuircom a expansão da geração solar noBrasil e o desenvolvimento datecnologia para a diversificação da ma-triz energética. O potencial de abasteci-mento complementar com energia so-lar é grande no país”, comemora Temke.

O planejamento da MPX para a ex-pansão da geração solar está adianta-do. A empresa já possui autorizaçãoda Agência Nacional de Energia Elétri-ca (Aneel) e licença da Superintendên-cia Estadual do Meio Ambiente doCeará (Semace) para aumentar a capa-cidade da MPX Tauá até 5 MW. O pro-jeto final concebido pela MPX paraTauá chega a 50 MW. Quando essa po-tência for atingida, 77,4 milhões dekWh serão injetados na rede elétricabrasileira anualmente. Hoje, a usinaocupa uma área de 12 mil metros qua-drados e conta com 4.680 painéisfotovoltaicos, que absorvem a luz dosol para transformação em energia elé-trica. Distante cerca de 360 quilôme-

tros de Fortaleza, capital do Ceará, aMPX Tauá está conectada ao SistemaInterligado Nacional através desubestação da distribuidora Coelce, apartir de uma linha de 13,8 kV e 12quilômetros de extensão.

A primeira usina solar com energiacomercializável do Brasil é fruto de in-vestimentos da MPX para incentivo defontes renováveis inovadoras, dentroda política de pesquisa e desenvolvi-mento (P&D). Os estudos em geraçãode energia a partir do sol começaramem 2008 e, em setembro de 2010, teveinício a implantação do projeto, comtecnologia de ponta. A MPX aposta emparcerias estratégicas para continuardesenvolvendo a usina solar. A empre-sa já firmou parceria com a Universi-dade Estadual do Ceará (Uece) para omonitoramento e análise dos dados ob-tidos na operação, o que orientará aexpansão do empreendimento. Dadosemitidos pela estação meteorológica dausina serão transferidos, em tempo real,para os computadores da universida-de, e estudantes serão capacitados naárea de energia solar.

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Abr-Mai-Jun 2011 29

informe publicitário

omo parte de um esforço de expansão declientela rumo ao sul do Ceará, uma dasprimeiras ações com da nova diretoria de

Vendas, que tem Mário Dias à frente, o Aquiraz Rivierainvestiu em ampla campanha de divulgação no Cariricearense entre os meses de maio e julho. A campa-nha, que compreende anúncios em Rádio, TV e Jor-nais da região, tinha como objetivo divulgar o em-preendimento como um todo junto a este público.

“O poder aquisitivo e de decisão política de algunssegmentos residente do sul do Ceará é inegável e nãopode ser ignorado. Este público merece, tanto quan-to os outros, ter acesso aos nossos produtos e à opor-tunidade de investir no litoral”, explica FernandaArruda, coordenadora comercial do Aquiraz Riviera.

Além da campanha, a diretoria do Aquiraz Rivierapromoveu um evento local para divulgação com oobjetivo de valorizar o público da região, pela suaimportância econômica no estado e seu potencialcomo investidores imobiliários para o empreendi-mento. Segundo o diretor de Vendas do Aquiraz Ri-viera, Mário Dias, a recepção da ação foi muito boa.“Antes mesmo da apresentação no Hotel Verdes Va-les (dia 6 de julho) a campanha de divulgação já haviachamado a atenção dos consumidores em potencial”.

FINANCIAMENTO BRADESCOO Aquiraz Riviera, complexo turístico-imobiliá-

rio situado na Praia de Marambaia, apresenta maisuma novidade a seus compradores de lotes e casas:a parceria recém fechada com o Bradesco. Já é possí-vel financiar 70% do valor da compra dos lotesunifamiliares no Bradesco – com Taxa Referencial +13% ao ano (menos de 15% ao ano) e prazo em até120 meses. Nesta fase de vendas já foram negocia-

C

dos mais de 55% dos 606 lotes residenciais, comtamanho a partir de 1.000m².

Para aqueles que já quitaram o lote, até 70% dovalor da casa pode ser financiado – com TaxaReferencial + 11,5% ao ano (mais ou menos 13% aoano) no Bradesco ou em banco de sua preferência. Oprazo para este financiamento é de até 360 meses.

O complexo turísti-co-imobiliário AquirazRiviera é desenvolvidopelo Consórcio Luso-Brasileiro Aquiraz In-vestimentos SA – com-posto pelo empresáriocearense Ivens DiasBranco e pelos portugue-ses Ceará InvestmentFund (Fundo TurísticoImobiliário, Grupo Ho-teleiro Dom Pedro eSolverde – divisão deturismo do grupo In-dustrial Violas).

Diretor de Operações,Jorge Chaskelmann,

mostra característicasdo empreendimento ainvestidores do Cariri

cearense (acima) econcede entrevistas em

rádios da região (abaixo)

Com o objetivo de ampliar o sucesso de vendase investimentos, a diretoria do Aquiraz Rivieraapresenta o complexo na cidade de Juazeiro do Norte

Aquiraz Riviera:rumo ao Cariri

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30 Brasil-Portugal no Ceará

câmara | aniversário por Aloísio Menescal

HA CÂMARA BRASIL-PORTUGAL NO CEARÁCOMEMORA SEUS DEZANOS COMO A SEGUNDAMAIOR CÂMARA DECOMÉRCIO PORTUGUESADO BRASIL E REFERÊNCIAINTERNACIONAL

á dez anos, o Ceará jádemonstrava, paraolhos mais atentos, si-

nais de seu potencial para expan-são industrial e comercial. De lápara cá, o Estado confirmou tal ten-dência como um dos que mais cres-ceu no Brasil – somente o ProdutoInterno Bruto (PIB) cearense, a somade todas as riquezas produzidas noestado, mais do que triplicou nes-te período. Antevendo a maré decrescimento, e sensíveis à necessi-dade de adaptar-se às mudanças

(além de estimulá-las), um grupo deinvestidores portugueses e brasilei-ros (residentes no Ceará ou comnegócios aqui) uniu-se, em junhode 2001, para montar a Câmara Bra-sil-Portugal no Ceará (CBP-CE).

Além de funcionar como umclube de fornecedores, no qual osassociados dão e recebem a prefe-rência de escolha entre si na horade contratar serviços ou firmar par-cerias, a entidade tem como mis-são o fomento a atividades empre-sariais e políticas públicas vincu-

CBP-CECOMEMORA10 ANOS

Da esquerda para direita, o primeiro registro fotográfico da Instituição, durante a primeira reunião da CBP-CE; posse do então presidente Rômulo Alexandr

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Abr-Mai-Jun 2011 31

ladas às relações luso-cearenses –nos âmbitos da indústria e comér-cio, além do turismo e de serviços– e vem conseguindo influenciaros caminhos seguidos no Estadopor conta disso.

Testemunha colaboradora des-ta trajetória, o 3º vice-Presidente daCBP-CE, José Wahnon, que está naCâmara Brasil-Portugal no Cearádesde sua criação, assistiu seu de-senvolvimento e participou de suasrealizações, colaborando para tor-ná-la uma das maiores câmaras decomércio luso-brasileiras”. Segun-do Wahnon, “tal experiência é algoextraordinário e muito enriquece-dor em termos de vivência pesso-al e profissional”.

Associação civil sem fins lucra-tivos com atuação no estado doCeará, em Portugal e nos demaispaíses de língua portuguesa, a Câ-mara Brasil-Portugal no Ceará tam-bém cresceu bastante durante este

período. Hoje com 136 associados,somando pessoas físicas e jurídi-cas dos mais diversos segmentosde atuação, a entidade já possuiconsiderável representatividade nocenário político-econômico cearen-se e na Comunidade de Países daLíngua Portuguesa (CPLP).

O 1º vice-presidente da CBP-CE,José Maria McCall Zanocchi, se diz“admirado com a dimensão que oprojeto alcançou após 10 anos demuito trabalho e dedicação”. Za-nocchi afirma que, “sem sombrade dúvidas, trata-se de uma dasmais reconhecidas referênciasinternacionais no campo das rela-ções lusófonas”.

Presença constante em grandesfeiras e eventos ligados ao comér-cio exterior (Feira Internacional deLuanda), à indústria (Seminário deGestão da Inovação Tecnológica noNordeste) ou de segmentos maisespecíficos (como Futura Trends e

All About Energy), a CBP-CE é per-cebida como uma das câmaras decomércio com maior visibilidade doBrasil.

Tal nível de penetração e reco-nhecimento nos países da CPLP écorroborado pelo presidente da Câ-mara Brasil-Angola no Ceará (CBA-CE), 2º vice-presidente CBP-CE egerente regional da Câmara de Co-mércio, Indústria e AgropecuáriaBrasil-Moçambique no Ceará(CCIABM), Roberto Marinho. “Otrabalho desenvolvido pela CBP-CEtem trazido resultados efetivos paraa sociedade cearense, nos âmbitosempresarial, cultural e educacional.A dinâmica adotada na aproxima-ção de empresários portugueses ebrasileiros se estendeu aos paísesde língua portuguesa e hoje estasações são tidas como modelo deousadia, cooperação e resultado”.

A CBP-CE também tem demons-trado sua sensibilidade e proativi-

re Soares; XII Encontro de Negócios Brasil Portugal 2007; visita ao embaixador Seixas da Costa; Livro Praça Portugal

Entrega do Troféu Martim Soares Moreno 2010; encerramento do VEENLP, em 2009; e posse do então presidente Armando Ferreira (in memorian)

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32 Brasil-Portugal no Ceará

dade no planejamento e execuçãode eventos diversos ao longo des-tes anos, entre eles: o I CongressoEmpresarial Brasil-Portugal: Desa-fios do Milênio (2001); a Exposi-ção Territorial do Brasil (2002); oProjeto Cravos e o Seminário ‘Al-ternativas para Países de LínguaPortuguesa’ (2003); o Encontro deNegócios de Setúbal no Ceará(2004); a visita do Embaixador dePortugal no Brasil, Francisco Seixasda Costa (2005); o I Seminário so-bre Parcerias Público-Privadas(2006); a visita de Sua Excelência,o Senhor Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas Antó-nio Braga e a II Missão e Encontrode Negócios Brasil Portugal (2007);o Encontro Lusófono de Máscarase lançamento do projeto em apoioà revitalização da Praça Portugal(2008); o V Encontro de Negóciosna Língua Portuguesa e lançamen-to da primeira edição da revista

Brasil-Portugal no Ceará (2009); arealização da III Missão e Encon-tro de Negócios Brasil-Portugal ecelebração de Acordo de Coopera-ção com Coopercon (2010); e o lan-çamento do Encontro de Negóciosna Língua Portuguesa (2011), en-tre vários outros.

Para o atual presidente do Con-selho das Câmaras Portuguesas deComércio no Brasil (CCPCB) e ex-presidente da CBP-CE, RômuloAlexandre Soares, a Câmara Bra-sil-Portugal no Ceará é a câmara bi-lateral de comércio mais antiga noestado e tem servido de referênciapara outras câmaras fundadas pos-teriormente. Segundo ele, “em seus10 anos de trabalhos, a CBP-CEcontribuiu decisivamente para ainternacionalização do estado, emespecial, no comércio e investimen-to com Portugal. A entidade assu-miu um trabalho histórico e estra-tégico no fomento dos negócios in-

Presidente - Jorge Duarte Chaskelmann

1º Vice-Presidente - José Maria McCall Zanocchi

2º Vice-Presidente - Antonio Roberto Alves Marinho

3º Vice-Presidente - José Augusto Pinto Wahnon

Diretora Tesoureira - Huga Mendes de Oliveira

Diretor de Energias Alternativas - Armando Leite de Abreu

Diretor de Agronegócios - Carlos Subtil Duarte

Diretor de Comunicação - Cliff Freire Villar da Silva

Diretora de Assuntos Jurídicos - Fernanda Cabral

Diretor de Construção Civil - Francisco Eugênio Montenegro

Diretor de Meio Ambiente - José Euber de Vasconcelos

Diretora de Tecnologia da Informação (BR) - Marluce Aires

Diretora de Tecnologia da Informação (PT) - Miguel Manso

Diretor de Logística - Carlos Maia

Diretoria da CâmaraBrasil-Portugal no Ceará

2010/2014

Da esquerda para direita, Encontro de Língua Portuguesa, em 2009; visita do secretário Antonio Braga, em 2007; sócio honorário embaixador Dário Castro

Encontro de Negócios Brasil Portugal, em 2007; lançamento do V Encontro Empresarial Negócios na Língua Portuguesa; diretoria da CBP-CE, em 2010

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Abr-Mai-Jun 2011 33

ternacionais do Estado do Ceará”.Nos próximos quatro anos, a Câ-

mara Brasil-Portugal no Ceará templanos ambiciosos, porém realis-tas. A Instituição tem como metaconcretizar seu plano de gestão econsolidar, cada vez mais, sua mis-são (estabelecida pela atual direto-ria) e, em consequência, sedimen-tar a imagem da instituição comoreferência internacional nas relações

empresariais luso-cearenses.De acordo com o atual presiden-

te da Câmara Brasil-Portugal no Ce-ará, Jorge Duarte Chaskelmann, “omarco de sermos hoje a segundamaior câmara de comércio portugue-sa do Brasil, atrás somente de SãoPaulo, deve-se também a todos ospresidentes anteriores, que constru-íram as bases para o atual status daCBP-CE, e que todos merecem cré-

ditos por isto”. Chaskelmann tam-bém ressalta que “a realização doEncontro de Negócios da LínguaPortuguesa (ENLP), em outubro pró-ximo, além de criar uma importan-te oportunidade para conhecimen-to mútuo e fechamento de parceri-as, marca definitivamente os 10 anosda CBP-CE, demonstrando a efeti-va realização da proposta de traba-lho da entidade”.

Alves; e Encontro de Negócios Brasil Portugal, em 2007

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34 Brasil-Portugal no Ceará

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por Mauro Costa, diretor de ComunicaçãoInstitucional da AD2M Engenharia deComunicação, sócio da CBP-CE e responsávelpela assessoria de imprensa da entidade

Comunicação paraa geração de negócios

a época das navegações, a ousadia e a cora-gem eram pré-requisitos fundamentais paraos exploradores que singravam os mares em

busca da conquista de novas terras. O mesmo espíritodesbravador foi o motivador para um grupo de executivose empreendedores unidos pelo desejo de criar uma enti-dade apta a unir dois povos irmãos em prol de novasconquistas, em pleno século XXI.

Quando surgiu, há dez anos, a Câmara Brasil-Portugalno Ceará (CBP-CE) tinha pretensões ousadas, não queriaser apenas mais uma entidade associativa com raio de atua-ção restrito àqueles diretamente ligados à instituição. Paratanto, além de unir profissionais de referência e com inte-resses semelhantes na geração de novos negócios, a Câma-ra investiu no marketing como estratégia de ampliação davisibilidade da entidade e seus sócios. A estratégia semprefoi clara: levar à sociedade em geral e a diversos públicosespecíficos o máximo de informações sobre as atividadespromovidas e os projetos desenvolvidos pela Câmara.

Contar com um profissional na estrutura interna dedi-cado para pensar estratégias de marketing foi a primeiraprovidência adotada. O planejamento estratégico monta-do trouxe consigo uma série de ferramentas de comunica-ção e de relações públicas a serem desenvolvidas nestaprimeira década de história.

A primeira iniciativa de cunho externo foi o desenvol-vimento de um portal na Internet com notícias de interes-se da comunidade luso-brasileira, explorando o potencialde capilaridade da rede mundial de computadores. Mes-mo em sua versão inicial, quando apenas compilava edisponibilizava notícias de veículos de comunicação bra-sileiros e de países de língua portuguesa, ou temas inter-nacionais de interesse da comunidade luso-brasileira, oportal já conquistava seu espaço e despertava interesse.

A consolidação dessas notícias em um boletim sema-nal enviado por e-mail para uma lista de contatos foi asegunda etapa do portal que, há cerca de três anos, pas-sou a incluir matérias produzidas pela assessoria de im-prensa da Câmara com foco exclusivo em eventos ou pro-jetos promovidos pelos mais de 130 associados. Atual-

mente, mais de oito mil e-mails de pessoas físicas ou jurí-dicas recebem o boletim semanal, editado às quartas-fei-ras. Em paralelo, a entidade já marca presença nas redessociais, com uma fan-page no facebook (cbpceara), um perfilno Twitter (@cbpceara) e um canal no YouTube (cbpceara).

A mais conhecida ação de relacionamento promovidapela Câmara veio passando por pequenas adaptações aolongo dos anos. Inicialmente restritos aos sócios e posteri-ormente abertos a interessados – muitos viriam a se tornarsócios –, os encontros periódicos se transformaram noprojeto Almoços de Negócios da Câmara Brasil-Portugal,realizados regularmente trazendo uma personalidade deum setor para um momento de troca de informações deinteresse coletivo. Já passaram pelos encontros autorida-des diplomáticas, executivos internacionais e nacionais,empresários, políticos e empreendedores de áreas distin-tas. Todos deram sua colaboração e compartilharam expe-riências exitosas com os associados. A troca de cartões, asconversas antes e após as palestras e os projetos surgidosdurante esses eventos são prova do sucesso da iniciativa.

Em mais uma decisão destemida, a Câmara Brasil-Por-tugal resolveu criar uma publicação de referência que am-pliasse muitos dos temas abordados semanalmente emseu boletim, encorpando as discussões sobre o papel dageração de negócios entre os países de língua portuguesa.Nascia a revista Brasil-Portugal no Ceará, trazendo consigoos mesmos atributos dos demais projetos da entidade.Em sua sétima edição, a revista se consolidou comodisseminadora de conhecimento e instrumento motivadorde contatos comerciais.

Em comum a todos os projetos acima citados está aparticipação da Comunicação Corporativa como elo de li-gação entre a diretoria e o marketing da entidade com osdiversos públicos. Um forte trabalho de assessoria de im-prensa desenvolvido constantemente a partir de 2003 vemajudando a consolidar esse processo de exposição da ima-gem da Câmara Brasil-Portugal no Ceará como uma legíti-ma representante dos interesses de todos os entes desejo-sos em fazer negócios tendo a língua portuguesa comomoeda comum.

N

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seminário | agronegóciopor Davy Nascimento

XV Seminário Nor-destino de Pecuária(PEC Nordeste), que

aconteceu de 13 a 16 de junho noCentro de Convenções EdsonQueiroz, em Fortaleza (CE), rece-beu a visita de cerca de 31 mil visi-tantes, mais de 4 mil pessoas emsalas de aula e cerca de 3 mil pro-dutores em 52 caravanas, além de200 expositores. Os números dafeira são altos, mas ainda maior é amarca de R$ 180 milhões que fo-ram movimentados no I Leilão deAnimais, uma grande oportunida-de para comprar bovinos, capri-

nos, ovinos e equinos de elevadopadrão genético. Com promoção daFederação da Agricultura e Pecuá-ria do Estado do Ceará (Faec), Con-federação Nacional da Agricul-tura e Pecuária (CNA), ServiçoNacional de Aprendizagem Rural(Senar/CE) e Serviço Brasileiro deApoio a Micro e Pequena Empresa(Sebrae/CE), o tradicional PEC Nor-deste é organizado pela PráticaEventos. Além disso, conta com oapoio do Governo do Estado doCeará, por meio da Agência de De-senvolvimento Econômico do Es-tado (Adece), do Banco do Nordes-

OEVENTO REUNIU CADEIA PRODUTIVA DO AGRONEGÓCIO DOSEMIÁRIDO NO CENTRO DE CONVENÇÕES DO CEARÁ

PEC NORDESTEte (BNB), Banco do Brasil, Embra-pa, Ministério da Agricultura e Pe-cuária, Ministério da Pesca, Empre-sa Tortuga, entre outros.

Além do total movimentado, oleilão também se destacou por fi-nanciar a compra de matrizes ereprodutores num crédito que pôdeser parcelado em até dez vezes parao produtor. Foram 45 lotes, sendo20 bovinos, 10 ovinos, 10 caprinos,além de 5 equinos. "Os animais lei-loados são de alta linhagem e de-vem melhorar a produção dos cria-dores, pois possuem uma genéticamuito forte, podendo melhorar o

Com diversoseventos paralelos,

como o Encontro deSecretários Muni-

cipais de Agriculturado Estado do Ceará,

que contou com oapoio do Conselho

dos Municípios parao desenvolvimento eTecnologia do Ceará

(Comdetec), o Se-minário contou compresenças importan-tes, entre as quais a

do Governador CidGomes e o vice-

GovernadorDomingos Filho

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36 Brasil-Portugal no Ceará

rebanho que se encontra na propri-edade do pecuarista", ressaltou aorganizadora da iniciativa, agrôno-ma Rejane Bastos Dias.

Destaque também para a vitrinedo leite, onde era mostrada toda acadeia, desde a alimentação do ani-mal com forragem especial, as téc-nicas de ordenha até os derivados,como o leite pasteurizado, o queijoe o iorgute. O produtor Franciscode Assis Leite, que visitou o espa-ço, disse que a sua expectativa emrelação ao avento foi adquirir co-nhecimentos nas atividades que eleempreende como a bovinocultura.“Foi o local onde demorei mais tem-po visitando”, disse Francisco. Emum espaço do seminário, os visi-tantes podiam adquirir produtos daagricultura familiar, frutos da colhei-ta de dez famílias do município deJaguaretama, que fica a 250 quilô-metros de Fortaleza.

Dez segmentos da cadeia produ-tiva do agronegócio da pecuária fo-ram representados no seminário –bovinocultura, suinocultura, avicul-tura, apicultura, caprinovinocul-tura, pesca e aquicultura, equino-cultura, estrutiocultura, turismo noespaço rural e artesanato – ressal-tando um dos grandes objetivos doencontro, que é a aproximação en-tre as tecnologias consolidadas e o

homem do campo. Somando-se aisso, a proposta do seminário queteve como tema “Pecuária: o Agro-negócio do Semiárido” também éenvolver a academia na solução dosproblemas do setor produtivo quedemandam inovações tecnológicas,além de despertar para a importân-cia deste segmento na geração deempregos, renda e alimentos, pormeio do leite e seus derivados, e dacarne, aumentando ainda mais aárea de produção no Estado. Asnove oficinas de capacitação foramrealizadas a cada duas horas numaarena especial, em três salas fecha-das, chegando ao total de 90 cur-sos técnicos em sala de aula.

Foram realizados também even-tos paralelos, como o Encontro deSecretários Municipais de Agricul-tura do Estado do Ceará, que con-tou com o apoio do Conselho dosMunicípios para o desenvolvimen-to e Tecnologia do Ceará (Comde-tec), a Feira PET, Oficinas de capa-citação e Inovações, Palestras Glo-bais e Projetos Estruturantes doSebrae. Para o Presidente da Faec,Flávio Viriato de Saboya Neto, hou-ve uma melhoria significativa naprogramação técnica, trazendo parao público participante e visitantetecnologias consagradas, palestran-tes de renome nacional.

PALESTRAS GLOBAISAs Palestras Globais trouxeram

dois especialistas em suas áreas deatuação, dando oportunidade aostécnicos, produtores e expositoresde se atualizarem com os temasabordados. Foi oferecida no primei-ro dia a palestra global sobre o tema“Tendências da produção agrope-cuária no Brasil e no Mundo”, mi-nistrada pelo representante da FAOno Brasil, Helder Muteia. No diaseguinte, a palestra teve como tema“Semiárido: Convivência Sustentá-vel ou o deserto - A decisão é nos-sa”, apresentada por Eunice Maiade Andrade, do Departamento deEngenharia Agrícola, do Centro deCiências Agrárias da UFC.

FEIRA PETMais uma novidade do seminá-

rio foi a I Feira PET, com a ideia dereunir desde aficcionados até pro-fissionais do ramo, como adestra-dores, veterinários, pet shops, cria-dores e fabricantes de itens volta-dos para o mercado pet. Houve umDesfile de Animais, Concurso doAnimal Mais Bonito e Mais BemCuidado, banho e tosa, sorteios,adestramento e apresentação doscanis das polícias Militar e Rodovi-ária Federal. A feira disponibilizouanimais para adoção e, também, clí-

O público pôdeacompanharuma programaçãodiversificada,com feiras, leilões,palestras, oficinas,desfiles de animais,concurso de animalmais bem cuidado emais bonito,sorteios, entreoutros

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Abr-Mai-Jun 2011 37

nicas veterinárias com profissionaisespecializados para prestar atendi-mento aos animais dos visitantes.

FEIRA DOS MUNCÍPIOSAs secretarias municipais de agri-

cultura e pecuária aderiram à Feirados Municípios, que tem por finali-dade expor os produtos oriundos doagronegócio e da pecuária, atraindoainda mais a atenção dos municípi-os para a PEC Nordeste. “É um mo-mento ímpar para todos os municí-pios, que mostraram sua produção,e para os produtores, que tiveramcom a Feira a possibilidade de agre-gar mais renda. As secretarias de De-senvolvimento Agrário (SDA) e dasCidades ajudaram na mobilizaçãopara que um número maior de mu-nicípios pudessem participar. OSebrae e o Senar/CE organizaram ascaravanas de produtores e os cursosnas oficinas de capacitação”, disse ocoordenador geral do PEC Nordes-

te, Engenheiro Agrônomo PauloHelder Alencar Braga, que é tambémo 1º vice-presidente da Faec.

BOTECO DO SUÍNOOs frequentadores e expositores

puderam degustar os mais variadosprodutos oriundos da carne suína.Segundo Paulo Helder, o objetivo eraproporcionar o aumento do consu-mo da carne suína, que hoje está emtorno de 5,5 kg por pessoa no Ceará,e nacionalmente chega a 14 kg percapita. O Boteco do Suíno faz partede uma campanha nacional do Pro-jeto de Desenvolvimento da Suino-cultura, com vistas a ampliar a parti-cipação da carne suína na mesa dobrasileiro, onde já se vislumbra al-guns resultados positivos. SegundoPaulo Helder, aumentou o consumoper capita nacional que era de 13 kgpor pessoa, e hoje chega a 14 kg, coma apresentação nas gôndolas dos su-permercados em cortes que facilitam

a vida da dona de casa.Flávio Sabóia avaliou o evento

como uma iniciativa de sucesso, tan-to pela facilitação do acesso às ino-vações da agropecuária para os di-ferentes segmentos de produtos, des-de o produtor familiar, passandopelo médio até o grande, quanto pelogrande número de pessoas envolvi-das com o Seminário. "Voltamosnossa atenção ao produtor rural,mas também foi um evento que seestendeu à população urbana, queteve contato com o que se passa nocampo. Obtivemos um grande êxitopelo grande número de produtoresque estiveram presentes ao Centrode Convenções, somando um totalde 52 caravanas", afirmou Sabóia.Além dos serviços, um trio com san-fona, zabumba e triângulo animouos expositores e visitantes até o úl-timo dia da feira.

Fontes: jornal O Povo, site da PecNordestee Portal do Agronegócio

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por Candice Borges, mestre em Gestão do Comércio Internacionalpela Universidade de Valencia na Espanha, Consultora deInternacionalização do Sebrae e executiva da Blue MundiDesenvolvimento de Negócios – www.bluemundi.com

A liberdade econômica esua relação com o comércioe os invetimentos dospaíses da CPLP

Índice de Liberdade Econômica 2011 dospaíses, elaborado pela Fundação Herita-ge, relata os desenvolvimentos na políti-

ca econômica desde o segundo semestre de 2009 em183 economias. Baseado em 10 indicadores que ava-liam a abertura, o estado de direito e a competitivi-dade, o índice classifica as economias de acordo comsuas liberdades econômicas. Comentamos aqui a re-lação deste índice com o comércio e os investimentosnos países da CPLP.

A média global no índice apresentou 0,3 pontos amais que o ano passado. Estes ganhos são particular-mente bem-vindos e são significantes visto que asmaiores melhorias foram alcançadas por economiasem desenvolvimento e emergentes, onde a reduçãoda pobreza foi a maior prioridade.

Enquanto a América do Norte e Europa, que tradi-cionalmente são as líderes em crecimento neste senti-do, experimentaram um declínio (no caso da primei-ra), e uma estagnação (no caso da segunda), as regiõesda América do Sul e Central/Caribe e o Oriente Mé-dio/África do Norte e Ásia-Pacifico mostraram ganhosmaiores na média de liberdade econômica.

Cada região do mundo registrou pelo menos umpaís que está classificado nas 20 maiores economiaslivres no índice de 2011. Como os países frequente-mente dividem certas características – cultural, geo-

gráfica, histórica e outras – com seus vizinhos istoajuda a explicar os desafios específicos que a liberda-de econômica enfrenta, assim como algumas diferen-ças marcantes em âmbito regional.

A renda per capita é maior em países que são eco-nomicamente livres, que apresentam um crescimentodo PIB mais elevado e também parece que estas altastaxas de crescimento criam um círculo virtuoso, de-sencadeando uma maior redução da pobreza e outrasmelhorias.

Por se referir mais ao ambiente de negócios, o índi-ce de liberdade econômica destaca as regiões onde oempreendedorismo e a prosperidade encontram ter-reno mais fértil para crescer. E assim sendo, os paísesda CPLP, pertencendo às duas regiões do mundo quemais cresceram neste índice, demonstram que estãocada vez mais se preparando para receber investimen-tos externos e aumentar o potencial de crescimentonas trocas comerciais entre si e com terceiros países.

Este estudo confirma a tendência de que o futuroestá nestas regiões, caso índices como este continu-em melhorando e alimentando exponencialmente ocírculo virtuoso, as empresas destes países devembuscar cada vez mais a internacionalização de seusprodutos e serviços, aumentando assim sua participa-ção no comércio mundial e consequentemente me-lhorando seus índices de competitividade e IDH.

“O

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ESPAÇO IBEF

Os investimentos paraa Copa 2014 e o Ceará

á pouco mais de doisanos, a FIFA anunciouque Fortaleza seria uma

das subsedes da Copa de 2014.

À época os gastos anunciados edifundidos na imprensa chegavamao montante de R$ 9,4 bilhões.Também à época, o PIB (a preçosde mercado) cearense divulgadopelo Instituto de Pesquisa e Estraté-gia Econômica do Ceará – Ipece,para 2008, estava ao derredor deR$ 60,1 bilhões.

Passados estes dos anos, qual asituação das duas variáveis aquinominadas?

Em termos macro, as estimati-vas do Ipece para o PIB de 2010 éde R$ 75 bilhões e os gastos comos investimentos para a copa, deacordo com o Secretário Especial

H

por Pedro Jorge Ramos Vianna

da Copa, Ferrúccio Feitosa (pales-tra em IBEFCE - CAFÉ COM FI-NANÇAS, 26/05/2011), engloba-rão algo em torno de R$ 5,8 bilhões.Estes gastos, segundo o Secretário,podem chegar, aproximadamente,a R$ 7 bilhões se considerados osinvestimentos da Prefeitura de For-taleza não diretamente relaciona-dos com a Copa.

Aqui, portanto, há dois fatos in-trigantes. O primeiro é o grandecrescimento do PIB do Ceará: noperíodo daria um crescimento anu-al por volta de 11,5%. Este per-centual seria atingido, conformeestudo que fiz em junho de 2009(Carta Econômica – Nova Série –Vol. 2 , Nº 6, UEE/INDI/FIEC) sehouvesse os investimentos anuaisda ordem de R$3,13 bilhões. Mas

estes investimentos não acontece-ram, pelo menos no seu todo. Dosgrandes projetos apenas o Centrode Eventos está sendo feito e asobras do Castelão somente agoraforam iniciadas. Portanto, boa par-te deste crescimento do PIB cea-rense não se deve aos investimen-tos para a Copa.

O segundo aspecto a ser levadoem consideração é a grande dimi-nuição das primeiras estimativasdesses gastos (R$ 9,4 bilhões) paraalgo em torno de R$ 5,8 bilhões.O que aconteceu? Algumas obrasprevistas não serão feitas?

Dados estes desencontros contá-beis, chegaremos à Copa com todoo “dever de casa” realizado?

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por Freitas Cordeiro, presidente da Câmarade Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza

A participação da CDLde Fortaleza em grandeseventos empresariaisnacionais e internacionais

s entidades de classe transformaram-se nosúltimos anos, em um novo e importanteelo entre os interesses empresariais, o Esta-

do e a sociedade. Deixaram para trás as marcas de umpassado burocrático, baseado numa visão corporativista,transformando-se em usinas de ideias, estudos e refle-xão, tendo como princípio o associativismo.

O novo modelo ultrapassa a atuação pontual, restritaa temas específicos, e redefine sua atividade no ambien-te institucional brasileiro e internacional, assumindopapel-chave como representantes e interlocutoras. Oshorizontes se expandiram e o foco agora se concentraem interagir com diferentes públicos: sociedade, gover-no, mercado corporativo, mídia e demais entidades declasse, num ambiente global, sem barreiras geográficas.

Nesse contexto, a CDL de Fortaleza vem se firmando,ao longo de mais de meio século de existência, comouma referência do movimento cedelista. A cada anoaumenta a sua presença na discussão e solução de im-portantes questões que vão além das fronteiras do Esta-do do Ceará e do Brasil, participando de uma intensaagenda de missões comerciais, fóruns, conselhos e con-venções, num esforço de articulação e interlocução comentidades congêneres, governos e investidores, visandoo intercâmbio de informações, de experiências e novastécnicas, e a atração de negócios e soluções de interessedo comércio. A título de exemplo, no último ano foram128 mil Km percorridos em viagens nacionais e interna-cionais, o equivalente a três voltas em torno da Terra.

No exercício da função, a presidência esteve presenteem vários estados do território nacional, cumprindo

agenda de reuniões e eventos, seja representando a En-tidade em compromissos sociais e comerciais, comointegrante das diretorias da Confederação Nacional dosDirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, seja divul-gando a 52ª. Convenção Nacional do Comércio Lojista,que acontecerá este ano em nossa Capital Fortaleza.

No front externo, são exemplos as nossas participa-ções anuais na Convenção e Exposição Mundial doVarejo, promovida pela NRF – National Retail Federa-tion, em Nova Iorque, que se constitui no principal foroglobal de discussão sobre temas relacionados ao desen-volvimento da atividade varejista. O objetivo é conheceras últimas tendências visando socializar as informaçõespara os empresários, lideranças e estudantes do Estadodo Ceará, no seminário “Cenários do Varejo”, eventotradicionalmente realizado pela CDL de Fortaleza.

Mais recentemente, acompanhando delegação daCNDL, o Presidente da CDL participou, em Nova Iorque,de encontros de alto nível com investidores internacio-nais, visando alianças para atração de investimentos esoluções para o comércio varejista nacional.

Em outubro próximo, a CDL de Fortaleza, represen-tando o comércio lojista local, se fará presente no En-contro Nacional de Negócios da Língua Portuguesa, queacontecerá em Fortaleza. O evento é uma edição em co-memoração a uma década de funcionamento da CâmaraBrasil-Portugal, no Ceará, e contemplará uma programa-ção especial, compreendendo rodadas de negócios, vi-sando intensificar as trocas comerciais entre os paísesde língua portuguesa, ante o grande potencial de negó-cios entre essas nações.

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celebração | portugalpor Aloísio Menescal

FESTALUSO-CEARENSEENTIDADES LUSO-BRASILEIRASNO CEARÁ CELEBRAM O DIA DEPORTUGAL, DE CAMÕES E DASCOMUNIDADES PORTUGUESASEM FESTA TÍPICA COMELEMENTOS CULTURAIS DEAMBOS OS CONTINENTES

dia 10 de junho, queassinala o Dia de Por-tugal, de Camões e das

Comunidades Portuguesas e já é tra-dição mais do que consolidada emterras lusas, já se insere no calendá-rio cearense em memoráveis encon-tros promovidos pela comunidadeportuguesa instalada no estado. Em2011, batizada de Festa Luso-Cea-rense Junina e dos Santos Popula-

O res, a festa foi celebrada no PirataBar, na Praia de Iracema, em Fortale-za, no próprio dia 10 de junho.

O encontro proporcionou a con-fraternização entre portugueses ecearenses, em uma celebração con-junta de ambas as culturas, ressal-tando suas semelhanças sem esque-cer as peculiaridades. A Festa Luso-cearense exaltava uma série de ele-mentos culturais e religiosos ine-

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rentes à ocasião: Santos Populares Portugue-ses, Festas Juninas Brasileiras, quadrilhas ecomidas típicas de cada nacionalidade.

De acordo com o vice-cônsul de Portu-gal no Ceará, Francisco Brandão, o eventoé uma forma de retribuir a hospitalidadecearense. “A festa é um agradecimento ale-gre e divertido pelo caloroso acolhimentoconcedido pelos cearenses à comunidadeportuguesa aqui residente”.

Segundo o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Jorge Chaskel-mann, o evento reaproxima culturas com amesma raiz. “Temos feito todos os anos, nasede da beneficência portuguesa, mas esteano tentamos fazer algo mais divertido e con-vidar a comunidade. Queremos fazer estaaproximação e demonstrar para o povocearense o que é o dia de Portugal, 10 dejunho, e o que ele significa para nós”.

A comemoração foi ainda complemen-tada por uma Missa em Ação de Graçaspela Comunidade Portuguesa e pelo “Diada Consciência”, celebrada pelo Padre Fa-brício Damasceno, na Igreja das IrmãsMissionárias.

Promovida pelo Vice-Consulado de Por-tugal em Fortaleza e pela Câmara Brasil-Por-tugal no Ceará, além da Sociedade Benefi-cente Portuguesa Dous de Fevereiro e da Aca-demia do Bacalhau, a Festa Luso-CearenseJunina e dos Santos Populares foi realizadapela Fundação Pirata Marinheiros e apoiodo Conselho das Câmaras Portuguesas deComércio no Brasil. O evento contou aindacom o patrocínio da Porto Rozès.

TROFÉU MARTIMSOARES MORENO

Integrando as festividades da Festa Luso-Cearense Junina e dos Santos Populares, oVice-Consulado de Portugal em Fortalezaentregou o Troféu Martim Soares Moreno.A comenda, que reconhece personalidadesque tenham contribuído para a valorizaçãodas relações entre Portugal e Ceará,prestigiou em 2011 os empresários JúlioTrindade e Pelágio de Oliveira Brandão.

Aventureiro, empresário e produtor cul-tural, Júlio Trindade se identifica com ahistória do “Capitão-Mor do Ceará” (MartimSoares Moreno, que empresta seu nome einspira o troféu). Cidadão responsável so-cial e ambientalmente, Júlio mantém há 20anos a Fundação Pirata Marinheiros e re-

O dia 10 de julho foi comemorado por portugueses e cearenses, em uma celebração conjunta de

celebração | portugal

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cebeu em 1997, o título de Empresário Ami-go da Criança, com o selo de EmpresaAmiga da Criança da Fundação Abrinq –atribuído pelas ações realizadas com crian-ças e adolescentes em Itapipoca, Amontadae Fortaleza, na Praia de Iracema – renovadoanualmente.

Pelágio de Oliveira Brandão é um em-preendedor cuja história se confunde coma de Fortaleza. Em março de 1937, aos 16anos, chegou à capital cearense para traba-lhar na panificadora da qual seu pai erasócio, chegando a gerente. Trabalhador obs-tinado e com uma visão de longo alcance,economizou e comprou a Padaria que, maistarde, se tornaria a Fábrica Estrela. Atual-mente com 14 filiais (no norte e nordestedo País) e produzindo quase 6.000 tonela-das de massas por mês, a Fábrica Estrelagera mais de 1.800 empregos diretos e se-gue em franca expansão.

A cerimônia de entrega foi recheada deemoção, com a mobilização de convidadosda comunidade do Poço da Draga (princi-pal beneficiada com as ações da FundaçãoPirata Marinheiros), que subiram ao palco.A entrega do troféu foi prestigiada tambémcom a presença do ministro José Pimentel,do ex-deputado Francisco Caminha e do ex-governador Lúcio Alcântara, além de diver-sos empresários associados à CBP-CE e cida-dãos portugueses que residem no Estado.

Os indicados ao Troféu Martim SoaresMoreno foram selecionados por uma comis-são que englobou as principais instituiçõesligadas à comunidade portuguesa residenteno Ceará. Na edição de 2011, 3ª do troféu, acomissão foi Secretariada pelo Vice-Cônsulde Portugal em Fortaleza (que não exerceu ovoto), Francisco Brandão, e foi formada pe-los presidentes: da CBP-CE, Jorge DuarteChaskelmann; do Conselho das CâmarasPortuguesas de Comércio no Brasil, RômuloAlexandre Soares; da Sociedade Beneficen-te Portuguesa Dous de Fevereiro, AntónioPinho Oliveira; e da Academia do Bacalhau,José António Nogueira.

Criação da artista plástica Emília Porto,o Troféu Martim Soares Moreno já agra-ciou, nas edições anteriores, outras quatropersonalidades segundo os mesmos crité-rios: Maria Beatriz Alcântara e CarlosPimentel de Matos (em 2009) e Comen-dador Armando Martins e João de PinhoBrandão (em 2010).

ambas as culturas, com muita música, dança e comidas típicas de ambos os países

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44 Brasil-Portugal no Ceará

cidade de Coimbra, emPortugal, recebeu de 7 a 9de junho, a Mostra Sesc

Luso-Brasileira de Culturas, promoven-do a cooperação cultural, técnica e ci-entífica entre artistas do Brasil e da-quele país. Como iniciativa do Servi-ço Social do Comércio (Sesc) e da Fa-culdade de Letras da Universidade deCoimbra (Fluc), a mostra, que aconte-ceu na Associação Acadêmica de Coim-bra, é uma extensão da mostra Sesc Ca-riri de Cultura, realizada há 12 anosnesta região do estado do Ceará e quereúne diversas manifestações artísti-cas e culturais do Brasil, como espetá-culos de teatro, música e dança, expo-sições, instalações, rodas literárias, per-formances poéticas e apresentações decinema e vídeo.

A Na programação, apresentações dogrupo Tato Criações Cênicas, da CiaTeatral Anônimos, da Cia Bonifrates edos grupos portugueses de cordas efados. O poeta Ermano Morais tambémmostrou o seu recital “Nove Sumanase Meia de Xamego - uma odisseia nomêi dos mato”. Já o carioca Júlio Adriãoapresentou o monólogo “A Descobertadas Américas”. “Coimbra ficou agita-da nestes três dias. Tivemos música eteatro para todos os lados. Nossa ale-gria é que o programa trouxe pela pri-meira vez a Portugal uma parte da mos-tra cultural do Cariri, que é um dosterritórios do Brasil de mais longas tra-dições culturais”, disse o diretor daFluc, Carlos André, que aproveitoupara lembrar do apoio recebido da Tu-rismo Centro de Portugal, da Câmara

Municipal de Coimbra e da Associa-ção Acadêmica de Coimbra (AAC).

Além de integrar os núcleos de Ar-tes Cênicas, Visuais, Ações Formativas,Gastronomia, Literatura, Música eAudiovisual, a mostra trouxe oficinasde formação e informação, workshops,debates, palestras, cortejo teatral e inú-meras performances, em diferentes es-paços da cidade, como as escolas AvelarBrotero, Infanta Dona Maria e Quintadas Flores, o Teatro Paulo Quintela daFluc, os jardins da AAC, o Teatro Aca-dêmico de Gil Vicente, o Largo da Por-tagem, a Casa da Escrita, a Praça 08 deMaio e a Casa da Cultura - Sala Estú-dio Bonifrates.

O grupo Dr. Raiz havia encerrado asatividades há dois anos, mas reuniu-se somente para uma apresentação na

INTER-CÂMBIO

MOSTRA SESC LUSO-BRASILEIRA DE CULTURAS PROMOVEENCONTRO ENTRE AS TRADIÇÕES NORDESTINAS E RAÍZES LUSITANAS

CULTURALA

arte | exportação por Davy Nascimento

O grupo caririense Dr. Raiz, que haviaparado suas atividades há dois anos,reuniu-se apenas para a apresentaçãona mostra, levando seu compostode tradição popular, teatro, rock,blues e dança

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mostra. Era notória a reação do públi-co, composto basicamente por estudan-tes da Universidade de Coimbra, aogrupo musical formado na região doCariri. Bastaram os primeiros acordespara que a plateia começasse a gostardo que via e ouvia, já que tratava-se deuma banda brasileira da qual, prova-velmente, nenhum deles jamais tinhaouvido falar. Logo, estavam todos emfrente ao palco, de pé, dançando. Ocomposto produzido pelo grupo, ondehá reisado, baião, coco, forró pé-de-ser-ra, literatura de cordel, maracatu, tea-tro, rock, blues, dança, sempre tudobaseado na tradição popular, foi certei-ro. “Deu vontade de voltar a tocar. Po-der tocar em outro país é maravilhoso,ainda mais com uma receptividade tãoboa. Vamos voltar bastante impressio-

nados com tudo. Está sendo muito le-gal fazer esse intercâmbio de informa-ções. A banda, de certa forma, tem umaligação com essa cultura europeia, quechegou ao Nordeste no tempo da colo-nização”, disse Ramon Saraiva, guitar-ra, baixo e voz do grupo.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Ani-ceto também se apresentou, essa sen-do a segunda vez deles em terras por-tuguesas e a terceira na Europa. Já ha-viam se apresentado na cidade deCrato, região do Alentejo, e na França.“Gostei mais de Coimbra, pois é maisbonita. Esse Crato deles também é bo-nito, mas Coimbra é muito mais”, opi-nou o mestre Raimundo Aniceto, 76anos. “Nossa música, nosso grupo éalegria, é simpatia. Nós nunca tivemosaula de música e é aí que está a cultura.

Consigo atingir uma tonalidade nopífano capaz de fazer o mundo ficar tor-to”, disse o mestre Antônio Aniceto, oirmão mais velho, 78 anos.

“Já estive na região do Cariri e a cul-tura apresentada nas ruas é uma dasmelhores coisas que o Ceará tem. Isso éo que nós queremos aprender”, afirmouo professor Carlos André. Dentre ou-tras atrações, houve as apresentações doGrupo de Cantadores de Santo Ama-dor, do espetáculo “InConserto”, da po-esia de Hermano Morais, o musical comConsiglia Latorre e a “Farra em TerraAlheia” com o DJ Guga de Castro, DJRodrigo Fuser e DJ de Portugal.

Grupos brasileirose portugueses troca-ram experiências emespetáculos teatrais,de música e dança,e nas exposições,instalações, rodas lite-rárias e performancespoéticas na cidadede Coimbra

“Nossa música, nosso grupo éalegria, é simpatia. Nós nunca

tivemos aula de música e éaí que está a cultura", diz omestre Raimundo Aniceto,

da Banda Cabaçal, depassagem pela segunda

vez em terras portuguesas

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46 Brasil-Portugal no Ceará

gastronomia | castanha de caju por Nara Gadelha

om seu sabor marcante, acastanha de caju conquistouseu espaço na mesa dos bra-

sileiros e, principalmente, dos nordes-tinos. Tornou-se ícone de produção daRegião ganhando status de elementoaglutinador na culinária. Seja aprecia-da como tira-gosto na companhia deuma cerveja, utilizada na mistura dereceitas tradicionais, como o brigadeirode castanha, ou em pratos com compo-sições mais elaboradas, a exemplo do

C

ENERGIAE SABOR

A CASTANHA DE CAJU,INSUMO QUE SE TORNOUSÍMBOLO DA CULINÁRIA

NORDESTINA, GANHOU ES-PAÇO NA COZINHA CON-TEMPORÂNEA NACIONAL

E INTERNACIONAL

risoto de castanha, o fruto agrada atémesmo os paladares mais criteriosos.Segundo o chef e professor de gastro-nomia da Universidade Federal do Ce-ará, Rodrigo Viriato, “a castanha de cajufaz parte do hábito alimentar de diver-sas camadas sociais, abrangendo desdeo agricultor, que faz sua torra artesanal,até as classes mais altas que consomemcastanhas “in natura” beneficiadas in-dustrialmente, passando também pelaspreparações gastronômicas”.

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O valor nutritivo da castanha é sur-preendente, sendo rica em fibras, pro-teínas, minerais (magnésio, ferro, co-bre e zinco), vitamina K, vitamina PP,complexo B (menos a vitamina B12),carboidratos, fósforo, sódio e váriostipos de aminoácidos. O alimento tam-bém está sendo estudado por contri-buir no combate às doenças cardíacas.Segundo estudos, a castanha de cajutem 30% de proteína de alto valor nu-tritivo e é fonte importante de vitami-na E, que tem sido relacionada à saú-de do coração.

Apesar das maravilhas, a castanhade caju possui proteínas ricas emaminoácidos essenciais e alto teor decalorias, o que a torna não indicadapara pessoas com problemas relacio-nados à obesidade.

O chef do restaurante Misaki, Jus-celino Meneses, especialista em culi-nária contemporânea, explica que osabor da castanha de caju valoriza agastronomia nordestina e deixa o pra-to ainda mais saboroso. “Há uns 20anos não costumávamos usar a casta-nha de caju em composição de pratosfinos. Elas eram mais consumidas embares, da forma tradicional mesmo.Hoje temos um insumo rico em sa-bor, que incrementa uma receita”, ex-plica. É o caso do risoto de castanha,que acompanha salmão grelhado comcompota de berinjela e molho de tan-gerina. Uma receita feita pelo chefe es-pecialmente para a revista-Brasil Por-tugal no Ceará.

DO CEARÁPARA O MUNDO

A amêndoa da castanha de caju é asegunda mais consumida no mundo,numa cesta de dez amêndoas, comopistache, castanha-do-pará, avelã, nozmacadâmia e amendoim, dentre ou-tras. Segundo o Sindicato das Empre-sas de Castanha de Caju (Sindcaju), oCeará continua sendo o maior produ-tor e exportador de castanha de cajudo país, seguido do Piauí e do RioGrande do Norte. Quase 100% do par-que industrial brasileiro para oprocessamento do produto está noEstado, que possui oito indústrias.Apesar disso, o Ceará vem passandopor uma crise na venda da castanha,

que agora está importando a matéria-prima da África.

Para Viriato, todo insumo regionaldeve ser regulamentado e certificadopara que tenhamos parâmetros de pro-dução de forma que se respeite pro-dutor e consumidor, estabelecendo re-lações saudáveis nos mais diversosâmbitos, sejam eles financeiros, comer-ciais e culturais. “Ingredientes e pro-duções culinárias são identidades deum povo, e essa identidade não estáregistrada. A cajuína é tombada peloInstituto do Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional (IPHAN) como patri-mônio cultural e imaterial do Piauí. Acastanha de caju também merece seulugar ao sol, em especial em nosso soldo Ceará”, afirma.

IngredientesSalmão Tangerina (Suco)Castanha de caju Arroz CarnaroliAbobrinha BerinjelaUva Passa AzeiteCebola AlhoSal PimentaNata Açúcar

Modo de preparoSalmão: Salmão: Salmão: Salmão: Salmão: Temperar o salmão com sal epimenta a gosto, colocar o salmão no fornopré-aquecido a 180º durante 7 minutos.

Molho: Molho: Molho: Molho: Molho: Reduzir suco de tangerina comágua e açúcar para diminuir a acidezaté pegar corpo.

ArArArArArroz Guarroz Guarroz Guarroz Guarroz Guarnição 1: nição 1: nição 1: nição 1: nição 1: Refogar o ArrozCarnaroli cozido com castanha de cajue uva passa finalizando com nata, assimdando mais cremosidade e sabor.

Guarnição 2: Guarnição 2: Guarnição 2: Guarnição 2: Guarnição 2: Acrescentar em umafrigideira com azeite, berinjela e abo-brinha picadinha, finalize com molho detomate, deixando reduzir por 2 minutos.

Fonte: Chef Juscelino Meneses,do restaurante Misaki

Salmão ao molhode tangerinae arroz decastanha de caju

Calorias por 100g – 574 kcalProteína – 15,3gGorduras – 46gCarboidratos – 33gGordura Saturada – 9gGordura Poliinsaturada – 8gGordura Monoinsaturada – 27g

Valoresnutricionaisda castanha

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cultura | literatura por Larissa Viegase Vicky Nóbrega

Petrônio Sá Benevides Magalhãesreuniu em sua obra “Transporte Marí-timo - Cargas, Navios, Portos e Termi-nais” informações que fazem parte des-te universo o qual ele integra. O cearensetem em seu vasto currículo participa-ção (direta ou indiretamente) em todo oprocesso de construção de vários por-tos, como São Francisco do Conde (Ba-hia), Hidrovia do Amazonas, portos doPecém e Mucuripe (ambos no Ceará),e o de Cartagena, na Colômbia.

Rico em informações e dados, todosapresentados de forma simples, diretae bastante didática, mas indo além deconceitos básicos, o livro atrela fatos àsexperiências vivenciadas pelo autor. A

Os bastidores dotransporte marítimo

obra também analisa a importância dosportos para comércio exterior e,consequentemente, para a globaliza-ção, transitando pelos segmentos “car-gas”, “navios”, “portos” e “terminais”.

Indicada a profissionais e estudantesde comércio exterior, gestores, opera-dores logísticos e portuários e estudiososde transportes, a obra aborda questõesportuárias, de navegação mercante edas cargas, além de elos e focos da ca-deia logística do fluxo de comércio.

SERVIÇO:Transporte Marítimo -Cargas, Navios, Portos e TerminaisAutor: Petrônio Sá Benevides MagalhãesEditora: Aduaneiras

Fordlândia é o nome dadoà comunidade localizada noestado do Pará às margens doRio Tapajós que sofreu gran-des mudanças após a chega-da do empresário norte-ame-ricano Henry Ford na décadade 1920. Por meio da Compa-nhia Ford Industrial do Bra-sil, foi implantada estruturaindustrial destinada à produ-ção de látex para abastecersua empresa automobilísticana fabricação de pneus. Con-tudo, a iniciativa foi um fra-casso. É esse cenário que oparanaense Carlos CorreiaSantos escolheu para “Velasna Tapera”.

O romance conta a estóriade Rita Flor, uma mulher co-mum que perde sua filha deseis anos em um incêndio mis-terioso na sua tapera. A perso-nagem passa a crer no podermilagroso da filha e decideconstruir uma capela em suahomenagem. Sem dinheiropara realizar o que se propõe,Rita encontra na prostituiçãoa única alternativa para arre-cadar dinheiro em nome dasantificação da filha. Lança-da em Portugal, a obra já foicontemplada com o PrêmioDalcídio Jurandir em 2008 e,em breve, irá se expandir aocontinente africano.

O profano emnome do sagrado

SERVIÇO:Velas na TaperaAutor:Carlos Correia SantosEditora: Governo do ParáAno: 2008

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O título da obra de CristianoCechella já diz muito sobre o seuconteúdo: “A Globalização e aInternacionalização das EmpresasBrasileiras em Portugal”. Apresen-tando de forma positiva a relaçãoeconômica entre os dois países, o li-vro do economista apresenta, pelaprimeira vez, os investimentos dasempresas brasileiras em Portugal eos benefícios que essa relação geraa ambos os países.

Consequência da tese de doutora-do de Cristiano, graduado pelo Ins-tituto Superior de Economia e Ges-tão (Iseg), em Lisboa, a obra realizauma análise aprofundada, que con-tém informações do cenário econô-mico do Brasil e de Portugal, pas-sando por temas como desenvolvi-

Além da língua

SERVIÇO:A Globalização e aInternacionalizaçãodas EmpresasBrasileiras em PortugalAutor: Cristiano CechellaEditora: Principia Editora

mento das regiões, competitividade,retorno sobre o investimento e geo-grafia financeira, sempre tendo comobase teorias e estudos acerca daascensão dos países emergentes.

Ampliando o universo lusofônico,o economista analisa também ospaíses que compõem o BRIC (Brasil,Rússia, Índia e China), dando aten-ção especial ao Brasil com foco emseus investimentos internacionais,comparando-os e apresentando moti-vações. A obra permite ao leitor fazersuas próprias conclusões de acordocom a sua expe-riência ou ramode atuação.

“(Re) Descobriram o Cea-rá? Representações do Sertãodo Ceará: Entre Areal e Pa-trimônio nacional”. Este é otítulo do livro de José Clew-ton do Nascimento, resultadode sua tese de doutoradoapresentada em 2008 naárea de Urbanismo da Uni-versidade Federal da Bahia(UFBA).

A obra, lançada nesteano, revela um novo olharsobre algumas representa-ções da realidade nas cida-des do Ceará, tendo comofoco Icó e Sobral, ambastombadas pelo Iphan - Insti-tuto do Patrimônio Históricoe Artístico Nacional. O livrofomenta a discussão sobre astransformações sociais, cul-turais, urbanas e representa-tivas nesses lugares. O objeto

Um Ceará reveladode análise foram as interven-ções pautadas na lógicaestabelecida pelo modelo degestão urbana empresarialque busca tornar atrativo ossítios históricos.

Contemplado com VI Prê-mio Brasileiro Política e Pla-nejamento Urbano e Regionalda Anpur - Associação Na-cional de Pós-graduação ePesquisa em PlanejamentoUrbano e Regional como me-lhor tese de doutorado defen-dida no período de fevereirode 2007 a março de 2009.

SERVIÇO:(Re) Descobriram o Ceará?Representações do sertãodo Ceará: entre areale patrimônio nacionalAutor: José Clewton do NascimentoEditora: EDUFBANúmero de páginas: 442Ano: 2011

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De 5 a 8All About Energy 2011De 6 a 9Expohotel Nordeste 2011De 8 a 10Portugal Wine and Food Meeting –VineportugalDe 15 a 23Missão Empresarial aÁfrica do Sul e MoçambiqueDe 19 a 24Filda - Feira Internacionalda Angola

JulhoDias 3 e 4Encomex - Encontrosde Comércio ExteriorDe 24 a 26CearáPão - Feira daIndústria de PanificaçãoDe 29/8 a 4/9Feira Internacional de Maputo(Facim)De 31/8 a 2/9Brazil Wind Power 2011

AgostoDia 7Dia da Independência do Brasil(Feriado)De 12 a 15Frutal 2011De 22 a 25Salão Internacional deAlimentação, Bebidas e CanalHoreca (Alimenticia Angola 2011)

Mais informações eatualizações no sitewww.brasilportugal.org.br /ce

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