revista da brasil

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ano 9 número 32 jan-mar 2013

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Revista da DA Brasil

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Page 1: Revista DA Brasil

ano 9 número 32 jan-mar 2013

Page 2: Revista DA Brasil
Page 3: Revista DA Brasil

capa 6

novos negócios 13

prêmios 15

primeira palavra 5

no grupo 17

cartão postal 10

D. A na Copa 20

coluna da Dad 24

pérolas do Chatô 26

coleções 23

Page 4: Revista DA Brasil

EXPEDIENTEDiários Associados Brasil é o veículo de informação corporativa dos Diários

Associados, sob a coordenação da Fundação Assis Chateaubriand (FAC). Endereço: SIG, Quadra 2, Lote 340,

Brasília - DF, CEP: 70.610-901. E-mail: [email protected]: (61) 3214 1507.

Fax: (61) 3214 1381.

FUNDAÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND (FAC) Presidente – Edison Zenóbio

Vice-Presidente Executivo – Evaristo de Oliveira Diretor Cultural – Márcio Cotrim

Diretor de Relações Institucionais – Paulo César Marques

Conselho de CuradoresJarbas Passarinho, José de Arimathéa Gomes Cunha, Aff onso Heliodoro dos Santos,

Álvaro Augusto Teixeira da Costa, Evaristo de Oliveira, Francisco Queiroz Caputo Neto, Joezil dos Anjos Barros, Maurício de Castilho Dinepi, Pedro Batista Freire e

José Adirson de Vasconcelos

Conselho FiscalJosé Francisco Viana de Sousa, Possidônio do Espírito Santo Meireles

e Leonardo Guilherme Lourenço Moisés

REVISTA DIÁRIOS ASSOCIADOS BRASIL

Diretor de RedaçãoMárcio Cotrim

Conselho Editorial

NO DISTRITO FEDERALCarmela Marques: Superintendente de RH

Cleisson Nunes Barbosa: Superintendente de GestãoMaria Celeste A. Antunes: Assistente Administrativa

NOS ESTADOSIsabela Teixeira da Costa: Minas Gerais

Mônica Pereira: PernambucoCátia Melo: Rio de Janeiro

Rosaura Maria: Paraíba

Logomarca - CapaRafael Ohana - Diários Associados em Brasília

EdiçãoAdriana Mendes e Patrícia Cunegundes

Coordenação EditorialAdriana Mendes

ReportagemIara Balduíno e Jalila Arabi

Projeto Grá� coLiberdade de Expressão

DiagramaçãoFabrício Martins

CapaAlessandro Santanna

RevisãoLara Latvin

Produção Editorial

Diretor: Ronaldo de Moura(61) 3349-2561

ImpressãoGráfi ca Ipiranga

Page 5: Revista DA Brasil

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 5

primeira palavraprimeira palavra

Ano de investimentos para diversificar o grupo

Paulo César oliveira marquesMembro do Condomínio Acionário dos Diários Associados e

Diretor de Comercialização e Marketing dos Diários Associados

d iversificação dos negócios: essa é a

ordem dos Diários Associados para

2013. impossibilitado de realizar grandes

investimentos nos anos anteriores em razão da

incerteza financeira que cercou o mundo, o grupo

espera que este ano seja diferente. Para isso, conta

um cenário econômico nacional bem melhor do que

o dos últimos dois anos.

É do conhecimento de todos que os Diários

Associados possuem publicações em meios físicos de

comunicação que são líderes de mercado em grande

parte do país, e isso não vai ser esquecido em 2013. O

grupo quer consolidar e manter esses bons números,

mas vai direcionar uma maior carga de investimento

na transição desses produtos de geração de conteúdo

para o meio digital.

Criação e reestruturação de portais, acessibilidade,

design, redes sociais... A tecnologia será o foco dos

trabalhos. Além disso, rádio, televisão, publicidade e

outros setores também vão receber incentivos para

que se tornem superavitários e tragam lucratividade

para o grupo.

A diretoria acredita em um ano de equilíbrio, com

condição de resultado no médio prazo, ou seja, em

seis meses. Um ano que permita o retorno financeiro

no próprio período é bom, e as expectativas

dos Diários Associados para 2013 são positivas.

Estamos no caminho de retorno à estabilidade,

à normalidade na atividade econômica. E, a partir

daí, queremos criar uma atmosfera mercadológica

propícia às empresas.

As nuvens negras se dissiparam, abrindo terreno

para a possibilidade de se enxergar um horizonte

estabilizado e propício ao crescimento econômico

e ao investimento no mercado. O resultado será a

manutenção da liderança, da credibilidade e retorno

financeiro em médio e longo prazos.

Page 6: Revista DA Brasil

capa

“A Tupi é o povo, e o povo é a Tupi”

quando o Show do Apolinho entra no ar, o

Rio de Janeiro escuta. Da ponte Rio-Niterói,

das barcas, das supervias de trem e metrô,

do porto e dos aeroportos, os repórteres entram,

atualizando o carioca sobre o trânsito na cidade. Com o

slogan "A Tupi é o povo, e o povo é a Tupi", os jornalistas

trazem notícias também sobre os maiores times de

futebol do Rio de Janeiro, os acontecimentos em Brasília

e na Baixada Fluminense. Há ainda música e humor. O

programa, transmitido de segunda a sábado pela Super

Rádio Tupi, é líder absoluto de audiência na cidade.

Essa liderança não é isolada. A rádio é a mais ouvida

pelos cariocas durante 19 das 24 horas diárias, posição

conquistada devido ao sucesso de programas como

a Patrulha da cidade e os shows de Francisco Barbosa,

Pedro Augusto, Heleno Rotay, Cláudio Monteiro, entre

outros. Nas transmissões dos jogos de futebol ao vivo, a

Super Rádio Tupi, sozinha, tem mais ouvintes que todas

as outras 12 emissoras de rádio que transmitem esporte.

Para o diretor de programação da rádio, Ricardo

Henrique de Souza Raymundo, a razão de tanta

popularidade é “a autenticidade da programação e a

identidade que ela tem com a população do Rio de

6 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

"Você, pequena caixa que trouxe comigo

Cuidando para que suas válvulas não quebrassem

Ao correr do barco ao trem, do trem ao abrigo

Para ouvir o que meus inimigos falassem

Junto ao meu leito, para minha dor atroz

No fi m da noite, de manhã bem cedo

Lembrando as suas vitórias e o meu medo:

Prometa jamais perder a voz!"

Bertold Brecht

Cedo

c/Rá

dio

Tupi

Page 7: Revista DA Brasil

capa

Janeiro”. “É uma rádio que está constantemente atenta

a tudo que possa de alguma forma influenciar a vida do

carioca, seja algo bom ou ruim”, explica.

Outra característica da Super Rádio Tupi é a empatia

entre os comunicadores e o público. A Tupi é uma rádio

falada, característica das emissoras de frequência AM.

“O público tem que gostar da gente tanto quanto a

gente gosta dele”, resume o apresentador Washington

Rodrigues, o Apolinho, radialista há 50 anos, 17 deles na

Tupi. Entretanto, por causa dos problemas de ruído das

rádios AM, a Tupi, há quatro anos, transmite a mesma

programação também na frequência FM, estratégia

que contribuiu de maneira significativa para que a rádio

assumisse a liderança de audiência no Rio de Janeiro.

Essa sintonia com o público se dá também entre

os funcionários. Na Tupi há 18 anos, o sonoplasta José

Maria de Almeida da Silva conhece bem o ouvinte da

Tupi. Ele cria vinhetas para os programas e os edita, mas

gosta mesmo é de fazer programas ao vivo. “Tem mais

adrenalina, mas é preciso ficar sempre conectado com o

apresentador para colocar uma música que tenha a ver

com o assunto, por exemplo”, diz.

JoVem SeNhorA

Aos 77 anos e com uma história riquíssima, a Tupi

não ficou no passado. Pelo contrário: chegou totalmente

preparada para a nova era do rádio. A página na internet

oferece opções de áudio e vídeo, além da programação

ao vivo. Pelo canal Tupi+, é possível ouvir o programa

preferido na hora e local que quiser, via iPhone, Android,

Windows Mobile. “E só estamos aguardando a definição

do governo com relação à rádio digital para a gente

entregar o nosso conteúdo também dessa forma”, adianta

o diretor de programação da Tupi, Ricardo Henrique.

A Tupi, aliás, saiu na frente no processo de

modernização do rádio. Ricardo lembra que “em 1996, a

Rádio Tupi foi a assinatura 001 da Embratel para serviço

multimídia, ou seja, foi a primeira empresa a assinar com

a Embratel um contrato para distribuição de áudio e

vídeo da sua programação.“De lá pra cá, a gente só vem

aprimorando e tentando ficar cada vez mais próxima do

nosso público”, observa.

Em setembro, a Tupi vai se transformar ainda mais.

Com a mudança física da rádio, que deve deixar o prédio

da antiga revista O Cruzeiro e instalar-se no bairro de

São Cristóvão, o ouvinte poderá perceber as novidades.

“Nossa intenção é equipar a rádio com nova tecnologia,

inclusive com estúdios cenográficos, que atendam essa

demanda de vídeo muito forte que a gente tem hoje”, diz

Ricardo Henrique.

“A erA de ouro É AgorA”

Enquanto alguns lembram com saudade a época

em que o rádio reinava absoluto, há comunicadores

que aprovam as mudanças no velho rádio. “O rádio é

minha paixão, e a era de ouro do rádio é agora”, garante

Apolinho. “Hoje o rádio é ouvido no mundo todo,

recebo correspondências por e-mail de Portugal, dos

Estados Unidos, da Austrália; é uma coisa fantástica”,

diz, animado.

Fazer com que todos os comunicadores entrem na era

tecnológica é uma preocupação dos dirigentes da Tupi.

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 7

Ricardo Henrique, diretor de programação da Tupi

Cedoc/Rádio Tupi

Page 8: Revista DA Brasil

capa

“A tarefa deixa de ser simplesmente falar ao microfone,

escrever para o microfone, produzir para o microfone.Tudo

isso tem que ser feito e também aproveitado e amplificado

para a internet, sob todas as ferramentas que nos temos

hoje à disposição”, explica Ricardo Henrique.

mÍdiA

Apesar de uma programação que dispensa

apresentações, a Tupi investe na área de marketing,

firmando ainda mais a marca Super Rádio Tupi. Os

anúncios estão estampados em outdoors, ônibus, táxis

e nos prédios do Rio de Janeiro. Nos jornais esportivos,

as peças publicitárias convidam o ouvinte, de forma

engraçada e irreverente, a conectar a rádio para mais um

jogo de futebol. “Meter o pé no porco e botar a mão na

taça”, diz o anúncio do jogo entre Palmeiras e o campeão

Fluminense pelo Campeonato Brasileiro de 2012.

Em se tratando de Tupi, tudo vira sucesso. No ano

passado, a rádio veiculou um filme de 30 segundos em

horário nobre da televisão chamado Tupi, eu ouço aqui

(http://www.youtube.com/watch?v=i4R7v_Kh3Vw). Em

poucos dias, o vídeo, que retrata situações e personagens

cotidianos do Rio de Janeiro, fez sucesso no YouTube,

mostrando o poder da marca no imaginário carioca.

8 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

RADIOTEATROSucesso no passado, as radionovelas ganharam a

imaginação de milhares de ouvintes e descobriram

talentos – atores que migraram posteriormente para a

televisão – e encantaram o Brasil. Atualmente, a Tupi é a

única emissora do país que ainda possui radioteatro, com o

programa de humor A patrulha da cidade, no ar há 52 anos.

Cordélia Santos (foto) é uma das atrizes do Patrulha.

Está na Tupi desde 1951. “Vim para aqui garota, estou aqui

vovó”, brinca. Já fez locução, dublagem e várias novelas,

inclusive na TV Tupi, mas prefere o rádio. No Patrulha, faz o

papel que aparece, inclusive os masculinos. “Se tiver escrito

lá: "Cordélia – garoto", aí eu faço”, explica, engrossando a

voz, como na interpretação.

Simpática, Cordélia diz que adora o que faz, mas

sente saudades da época em que o rádio tinha muitos

programas de radioteatro. “Gostava mais do teatro sério.

Eu fazia muitas vozes infantis, voz de ingênua (o que seria

hoje a atriz principal de uma novela) e de dama galã (que

seria a atriz coadjuvante)”, conta.

Cordélia acredita que se houvesse radionovelas

atualmente, elas teriam uma boa audiência. A julgar pelo

"Patrulha da Cidade", é provável que sim. “Esse programa

é uma sátira radioteatralizada dos problemas da segurança

do Rio de Janeiro e é líder de audiência há 50 anos. É um

fenômeno esse programa”, conta Ricardo Henrique.

Cedoc/Rádio Tupi

Page 9: Revista DA Brasil

capa

A Tupi, em seus 77 anos, é parte importante da his-

tória, não apenas da comunicação, mas da cultura brasi-

leira. inaugurada em 25 de setembro de 1935, contou, na

ocasião, com a presença do inventor do rádio, Guglielmo

Marconi. Dez dias antes do grande evento, porém, havia

irradiado para o Brasil o primeiro programa musical do

país: uma orquestra de 120 vozes, regida pelo maestro

Heitor Villa-Lobos, cantou o Hino Nacional.

Anos depois, após construir um império de comu-

nicação, Assis Chateaubriand apelidou a Tupi de O ca-

cique do ar. O diretor da Tupi e condômino dos Diários

Associados, Alfredo Raymundo (foto), relata que o nome

era uma referência à liderança da rádio no grupo, já que

Chateaubriand era fascinado pela Amazônia e costumava

dar nomes indígenas às suas rádios, como é o caso da

Guarani, de Belo Horizonte; a Poti, de Natal; a Tamoio, do

Rio; a Marajoara, de Belém; e a Piratini, de Porto Alegre.

O Cacique do ar honrou a liderança. A rádio faz par-

te da vida do brasileiro. Foi a casa de inúmeros artistas

como Ary Barroso, Carmen Miranda, Dorival Caymmi, Luiz

Gonzaga, João Saldanha, Almirante – “a maior patente

do rádio – , Chacrinha, Collid Filho, Paulo Gracindo, Aracy

de Almeida, Dircinha Batista, Nena Martinez e Doalcei

Camargo. Criou o mais famoso programa de calouros do

rádio brasileiro, o Calouros em desfi le. “A Tupi pode ser

considerada ainda a mãe da TV no Brasil, já que foi com os

funcionários da rádio Tupi do Rio e de São Paulo que foi

composta a primeira televisão brasileira, a TV Tupi”, analisa

o diretor da rádio, Alfredo Raymundo.

E se hoje todos cantamos a musiquinha Parabéns para

você, nas festas de aniversário é graças à rádio Tupi. Até

1942, as festas eram comemoradas em inglês, com o fa-

moso Happy birthday to you. Foi quando a Tupi, em um

programa comandando por Almirante, promoveu um

concurso de letras em português para a música. A ouvinte

Berta Celeste foi a autora da letra vencedora, que é canta-

da hoje em todos o lares do Brasil.

iNFormAçãoApesar de ter diversos programas culturais de su-

cesso, a informação sempre foi o carro-chefe da Tupi. A

rádio deu voz a políticos e ao povo, característica que

não se perdeu em 77 anos. Em 1945, foi a primeira rádio

brasileira a anunciar para o país o fi m da Segunda Guerra

Mundial. Hoje, divulga todos os dias os problemas da ci-

dade. Ricardo Henrique, diretor de programação, lembra

que em 2005, em uma homenagem feita pelo Senado

aos 70 anos da Tupi, o então senador e atual governador

do Rio de Janeiro Sérgio Cabral discursou na tribuna e dis-

se que, quando aparece um problema, a população do

Rio de Janeiro não procura as autoridades, mas a rádio

Tupi. “Essa credibilidade é um dos fatores de sua grande

audiência”, completa Ricardo Henrique.

O CACIQUE DO AR

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 9

Cedoc/Rádio Tupi

Page 10: Revista DA Brasil

cartão postal

A o se pensar no Rio de Janeiro, logo vem à cabeça

um dos mais famosos cartões-postais cariocas:

a imagem do Cristo Redentor, monumento de

quase 40 metros de altura que retrata Jesus Cristo. O

complexo do Pão de Açúcar – composto pelo morro que

dá nome ao outro cartão-postal do Rio, pelo morro da

Urca e pelo morro da Babilônia – é, também, um passeio

indispensável para quem visita a cidade. No passeio do

bondinho, o turista tem uma visão panorâmica do Rio e

de Niterói.

Mas há um Rio de Janeiro bem diferente, que poucos

turistas – e poucos moradores do estado – conhecem.

Para fugir do tradicional Cristo Redentor/Pão de Açúcar,

funcionários dos Diários Associados prepararam um

roteiro especial e bem variado, com sugestões para

todos os gostos e idades.

O superintendente industrial do jornal O Imparcial

(MA), Célio Sérgio, visita a cidade há mais de 15 anos.

Ele garante que há sugestões para toda a família. “Uma

boa opção é o passeio de balsa na Baía de Guanabara,

que é bem interessante. O turista conhece a história do

Rio de Janeiro, contada durante a rota, e, se tiver sorte,

ainda consegue ver peixes e tartarugas”, diz. O valor pode

variar com a idade, podendo chegar a R$ 45 por pessoa.

Estudantes com carteirinha pagam metade do valor.

Outro passeio imperdível, na opinião de Célio, é o

Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em época de

carnaval. “Como flamenguista, sou mangueirense”, brinca o

superintendente. Ele descreve o momento como imperdível;

“É um grande espetáculo; sempre que posso, eu vou.”

Para os boêmios, a dica é conhecer Santa Teresa,

bairro nobre do Rio. Com localização exclusiva, no alto de

Rio de Janeiro de braços abertosA cidade maravilhosa continua linda. E oferece opções bem diferentes ao visitante que quiser conhecer um pouco mais da verdade narrada por Gilberto Gil em Aquele abraço

10 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

Page 11: Revista DA Brasil

cartão postal

Rio de Janeiro de braços abertos

uma serra entre as Zonas Sul e Central da cidade, oferece

uma visão privilegiada da área. Além disso, o bairro é

conhecido pelas construções históricas do século 19 e é

um dos últimos que fez uso de bondes em suas ruas. Os

bares e o samba do local são bastante apreciados. “É o meu

predileto. Quando estou no Rio, corro para esse passeio”,

empolga-se Renata Maia, gerente de comunicação

interna e relacionamento do Estado de Minas. Para ela,

uma opção é conhecer as lojas de artesanato e almoçar

em um famoso restaurante nordestino do bairro.

Não há NAdA iguAlTim Maia imortalizou duas famosas praias do Rio

de Janeiro na música Do Leme ao Pontal, cantada há

décadas por brasileiros de todas as partes do Brasil. O que

pouca gente sabe é que, para ir de uma ponta à outra,

é preciso atravessar uma distância de pouco mais de

38 quilômetros. No trajeto, que pode ser feito de carro

(e, para os mais corajosos, a pé), é possível ver parques,

praças (uma, inclusive, leva o nome do cantor) e, claro,

belas praias.

Para quem curte parques, a menos de dois quilômetros

da praia do Leme, fica o Parque Ecológico Chico Mendes.

O local é uma unidade de conservação municipal, onde

ainda se podem ver inúmeras espécies da fauna e flora,

muitas em extinção. O visitante ainda tem a opção de

um passeio guiado, com trilhas, bibliotecas e salas de

exposições – e o melhor, tudo de graça.

E para quem gosta de belas paisagens, o Pontal é uma

praia que fica no Recreio dos Bandeirantes. A principal

característica dela é a localização entre duas pedras, a do

Pontal e a de itapuã.

Outra praia bonita por seu visual é a do Arpoador,

na opinião de Célio Sérgio. A praia fica entre o Forte

de Copacabana e o início da praia de ipanema e é

ponto de encontro de surfistas, por suas enormes

ondas. Na região do Arpoador, está localizado o

parque Garota de ipanema, que leva o nome da

famosa canção de Vinícius de Moraes e Tom Jobim.

Além disso, o local é conhecido por ser palco de

apresentações de artistas conhecidos.

um briNde à NAturezAOs amantes da natureza podem fazer um roteiro

que foge bem do tradicional e que contempla animais

e florestas da cidade. O Jardim Zoológico, em São

Cristóvão, bairro da Zona Norte da cidade, é boa pedida.

São 138 mil m2 que abrigam mais de 2 mil espécies

de animais. O local funciona de terça a domingo, e a

entrada custa somente R$ 6 (idosos e deficientes não

pagam para entrar, e estudantes com carteirinha pagam

meia entrada).

Para Naira Sales, da área de Cultura do Jornal do

Commercio (RJ), o passeio ao Jardim Botânico é imperdível.

“Para quem gosta de natureza, flores e história, não tem

lugar melhor. É lindo e revigorante”, derrete-se Naira. A

entrada custa apenas R$ 6.

Justim Vidam

o

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 11

Page 12: Revista DA Brasil

cartão postal

espaço cultural, vale a pena conhecer”, afirma Naira Sales.

O CCBB fica no Centro, na Rua Primeiro de Março, nº 66.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é um

marco da arquitetura, traçado pelo arquiteto Affonso

Eduardo Reidy e com projeto paisagístico de Roberto

Burle Marx. Funciona de terça a sexta, das 12h às 18h, e

aos sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.

A Biblioteca Nacional e o Theatro Municipal também

são sugestões de bela arquitetura e oferecem visitas

guiadas em horários agendados.

mais opções para quem quer ver o rio de Janeiro

com outros olhos.

- Parque lage: tombado pelo instituto

do Patrimônio histórico e Artístico Nacional

(iphan) em 1957, o parque público é uma boa

opção para um passeio em família. o casarão

abriga a escola de Artes Visuais. É localizado aos

pés do Corcovado.

- escadaria Selarón: também conhecida

como escadas da lapa, o local fica no bairro de

Santa teresa e é coberto por obras do pintor e

ceramista Jorge Selarón, que morreu em janeiro

passado. o artista chileno, radicado no rio de

Janeiro, reproduziu em cada azulejo uma história

diferente, que impressiona pelo colorido. o local é

aberto ao público.

- Forte de Copacabana: ponto turístico localizado

no Posto 6, conta com um grande acervo histórico

e uma bela vista. No local, há uma filial da famosa

Confeitaria Colombo.

- ilha de Paquetá: localizada no coração da

baía de guanabara, a ilha é considerada uma zona

turística da cidade e abriga pequenas praias. os

visitantes podem chegar à ilha numa das barcas que

partem da Praça 15, no Centro. o trajeto dura cerca

de uma hora, e a travessia custa menos de R$ 5.

tem mais?

A Floresta da Tijuca é outra opção para quem decide

subir pelo lado contrário ao do Cristo Redentor. Já no Leblon,

a visão de cima do Morro Dois irmãos é bem interessante,

para quem quer ter outra dimensão da cidade.

ArquiteturAOutra ideia para quem visita o Rio e gosta de apreciar

as atrações da cidade é conhecer o Centro Cultural

Banco do Brasil (CCBB). “O local já vale pela arquitetura.

As instalações foram bem aproveitadas para se tornar um

12 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

leandrociuffo

yono

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Flic

kr

Page 13: Revista DA Brasil

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 13

novos negócios

A capa é BrasíliaNova publicação dos Diários Associados chega à capital federal com pautas voltadas especialmente para o leitor brasiliense

brasília não é sinônimo apenas de política. Ao

contrário do que parece ao resto do país, a

cidade oferece aos brasilienses vida noturna

animada, bons restaurantes, concertos, shows,

produtos e serviços de qualidade, além de exportar

músicos, designers, estilistas e artistas em geral para o

Brasil e o mundo.

É com esse olhar que a revista Encontro chega à

capital – como uma publicação de variedades voltada

para o que acontece em Brasília. “Falamos sobre arte,

moda, gastronomia, negócios, cultura, saúde, economia

e até mesmo política, sempre com enfoque local”, diz a

editora da revista, Cristine Gentil. “Há um apelo atual, mas

não factual. São matérias mais elaboradas e analíticas.”

Para o diretor e editor da revista, André

Lamounier, essa profundidade com que os

temas são tratados é um dos grandes diferenciais da

revista. “Praticamos um jornalismo profissional, pois

acreditamos que a credibilidade é o mais importante. E

o leitor percebe isso”, destaca.

Além da publicação impressa, a Encontro possui

uma versão para tablet, que traz conteúdos extras, fotos,

vídeos e, claro, maior interatividade. O aplicativo pode ser

baixado gratuitamente na AppStore.

leitoreSDe acordo com a gerente de comercial e marketing

da revista, Nicole Fischer, a aceitação da publicação entre

os brasilienses tem sido muito positiva. “Temos retorno

através da seção Carta do Leitor, do Fale Conosco e

do contato com os clientes no dia a dia. Sentimos

que muitas instituições estão interessadas no sucesso

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 13

Equipe da Revista Encontro

Luis

Taj

es/C

B/D

.A P

ress

Page 14: Revista DA Brasil

novos negócios

do projeto, porque é mais um veículo que fortalece a

comunicação do Distrito Federal.”

A editora Cristine Gentil também diz estar

recebendo bom retorno. “As pessoas estão conhecendo,

comentando, sugerindo pautas”, afirma. “Recebemos

elogios dos profissionais que participam da revista:

arquitetos, donos de restaurantes, assessorias de

eventos culturais. Muitos personagens entrevistados

também ligam, elogiando as matérias”, conta.

boAS PerSPeCtiVASEm 2013, a revista deverá trazer para Brasília um

portfólio de eventos ligados à marca Encontro. Ainda

no primeiro semestre, será realizada a Corrida Encontro

Delas, uma competição feminina com estrutura de alto

padrão para 1.500 atletas. A corrida, que já acontece

em Belo Horizonte (MG), oferecerá kits com design

exclusivo, criado pelo estilista Rogério Lima, camisetas

estilizadas, além de uma arena com salão de beleza,

Spa e espaços de alimentação saudável e voltados para

crianças. “É um evento ao mesmo tempo esportivo e

social” explica Nicole Fischer.

Outro evento, que deverá ocorrer no segundo

semestre, é o Encontro Gastrô, uma premiação

dos melhores profissionais e estabelecimentos

gastronômicos da cidade. A votação é feita via internet

por jurados escolhidos e pelo público, que poderá

votar em diversas categorias. No dia do evento, haverá

o lançamento da revista com um guia gastronômico

de Brasília.

Além dos eventos, a revista também deverá

lançar suplementos temáticos ao longo do ano, que

serão distribuídos juntamente com a publicação.

“Queremos consolidar a presença e a liderança da

Encontro em Brasília e continuar crescendo”, ressalta

André Lamounier.

dNA mineiroA Encontro nasceu em Belo Horizonte (MG) em

2001. Em 2012, incorporou-se ao portfólio dos Diários Associados, agregando mais um produto de qualidade ao grupo. Em outubro do mesmo ano, o grupo D.A lan-çou a Encontro brasiliense. “Achamos que seria interes-sante trazer a Encontro para Brasília pela importância da cidade como metrópole e capital do país”, explica o editor da revista, André Lamounier.

E a publicação já chegou como líder de mercado. Tem a maior tiragem entre as revistas de Brasília: 57 mil exemplares, número auditado pelo Instituto de Verifi cação de Circulação (IVC). Tem ainda a vantagem de estar associada ao maior jornal da cidade, o Correio Braziliense. A Encontro é entregue gratuitamente aos assinantes do jornal, além de autoridades, políticos e estabelecimentos comerciais, com o intuito de atingir um público diverso e formador de opinião. É também vendida nas bancas de revistas.

Com uma equipe fi xa de quatro repórteres, além dos editores e da subeditora, dos três fotógrafos e do editor de fotografi a, a revista conta ainda com a colaboração de jornalistas do Correio Braziliense, profi ssionais freelan-cer e as equipes de marketing e logística, que se dividem entre a Encontro brasiliense e a mineira.

14 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

Page 15: Revista DA Brasil

prêmios

Velho Chico rendeu prêmio novo

Cinco mil quilômetros foi a distância percorrida pelo

fotógrafo do Estado de Minas Gladyston Rodrigues

em busca da foto perfeita. A reportagem "Velho

Chico, novos rumos", publicada entre maio e junho de 2011

no jornal Estado de Minas, do grupo Diários Associados,

mostra as novidades econômicas e a desigualdade social

de municípios cortados pelo Rio São Francisco, que tem

sua nascente na Serra da Canastra, em Medeiros, município

mineiro. Todo o empenho pela série especial rendeu a ele

e ao repórter Paulo Henrique Lobato indicações e prêmios.

O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos

de água do Brasil e de toda a América do Sul. Além de

Minas Gerais, o Velho Chico, como é conhecido, atravessa

os estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas e

deságua no Oceano Atlântico. O rio tem mais de 2,8 mil

quilômetros de comprimento a partir da nascente.

O fotógrafo Gladyston Rodrigues, do Estado de Minas, conta como foi viajar a trabalho pela extensão do Rio São Francisco e como isso lhe rendeu um prêmio

Por todo esse trabalho e dedicação, Gladyston

Rodrigues recebeu, em 2011, o Prêmio Banco do

Nordeste do Brasil (BNB) pela fotografia que ilustrou uma

das matérias da série especial. A foto campeã demorou

um dia inteiro para ficar pronta. “Quando chegamos ao

local, pretendíamos fazer uma foto com pescadores da

região e de manhã não tinha nenhum. No final da tarde,

apareceu um rapaz com rede, em um barco, e consegui

fazê-la”, lembra. “Mas o esforço valeu muito a pena.”

A trajetória do fotógrafo no jornal começou em

1989, quando trabalhava como contínuo. Depois, foi

auxiliar de redação e operador de telecomunicações.

Fez faculdade de comunicação social e conseguiu

chegar à Editoria de Fotografia, sua grande paixão.

“Sempre privilegiei a fotografia, gosto demais dessa

área”, revela.

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 15

Page 16: Revista DA Brasil

prêmios

16 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

O trabalho de fotógrafo, segundo Gladyston, é desafi ador. “Quando saímos da Redação, já pensamos em fazer um trabalho bacana”, diz. Mas essa série especial de reportagens teve um gostinho a mais para ele. “Nessas pautas especiais, como a do Velho Chico, tenho que garimpar bastante para conseguir boas imagens. Acompanho o trabalho do repórter e temos um roteiro, que é por onde eu me norteio”, conta.

Lançado na década de 1980 (e reeditado após esse período, sendo relançado em 2003), o Prêmio BNB contempla apenas reportagens para mídia impressa – e a categoria de fotografi a está incluída. “Esse foi o meu primeiro prêmio e a minha primeira grande reportagem. Foi uma experiência única. E é muito prazeroso ter o reconhecimento pelo seu trabalho”, afi rma Gladyston. O prêmio foi para melhor fotografi a nacional. Ele ainda fi cou entre os três fi nalistas do Prêmio Massey Ferguson, no ano passado, com a mesma fotografi a.

O estilo do profi ssional mineiro no trabalho é totalmente street, como ele defi ne. Para fazer as fotos, ele não usa qualquer artifício que não seja o fl ash acoplado à máquina, quando necessário. A luz natural é a sua maior aliada. “Mas tenho que me prevenir. Quando a reportagem é maior, levo dois equipamentos, caso um deles dê problema", explica.

Gladyston também participa de exposições no estado. Uma delas é foi O melhor do fotojornalismo mineiro 2012, em que mostra fotos de seus trabalhos dentro e fora da redação. “É um trabalho muito gratifi cante. Estou sempre fazendo bem o meu trabalho, sem pensar em premiação. Mas se isso render prêmio, ótimo”, pontua Gladyston.

Gla

dyst

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odrig

ues

Page 17: Revista DA Brasil

no grupo

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 17

eles são apaixonados pelas palavras – que

preenchem os jornais, todos os dias, e que contam

histórias. Não importa se a linguagem é mais

rebuscada ou mais simples, o importante é botar no papel

toda essa paixão. Entre aqueles que redigem matérias

e colunas dos jornais dos Diários Associados, é possível

descobrir que há, também, autores de obras literárias.

Alguns são consagrados, outros escrevem simplesmente

pelo prazer de eternizar as palavras.

Os Diários Associados têm uma seleta lista de autores

que trabalharam ou ainda atuam nas redações. Francisco

de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido

como Assis Chateaubriand – ou, simplesmente, Chatô

– foi um dos homens mais influentes no país nas décadas

de 1940 a 1960. Criador do grupo de comunicação, Chatô

era apaixonado pelo jornalismo e, desde sua juventude,

dedicou-se à profissão, apesar de sua formação em

Direito. Nascido na Paraíba ainda no século 19, trouxe

ao Brasil a primeira emissora de TV, a extinta TV Tupi, em

1950. Fundou o Correio Braziliense e a TV Brasília em 1960,

ambos inaugurados no próprio dia da inauguração da

nova capital.

Mesmo como diretor do conglomerado de emissoras

de TVs, rádios, agências e jornais impressos – eram cerca

de 90 –, Chatô encontrou tempo para escrever suas obras.

Autor de mais de 12 mil artigos publicados em jornais,

Palavras, apenas...Funcionários dos Diários Associados se aventuram na arte da literatura, eternizando a paixão pela escrita, pela leitura e pelas palavras

Obras de Adirson Vasconcelos, Dad Squarisi e Márcio Cotrim

Page 18: Revista DA Brasil

no grupo

18 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

hoje catalogados na coleção O pensamento de Assis

Chateaubriand, deixou para a posteridade obras como

Em defesa de Oliveira Lima, Terra desumana, Um professor

de energia - Pedro Lessa, e Alemanha.

Chateaubriand ocupou a cadeira 37

da Academia Brasileira de Letras, que

assumiu em 1954. Já foi chamado

de Cidadão Kane brasileiro pela

comparação de sua história à do

menino pobre que acaba se tornando

magnata no jornalismo, personagem

do filme norte-americano homônimo

de 1941. Em virtude de uma trombose

que o atingiu em 1960, Chatô morreu

oito anos depois, deixando vasta

herança literária.

VidA e obrA de CArdimOutro grande jornalista dos

Diários Associados, Elmano Gomes

Cardim, natural de Valença (RJ),

dedicou-se à carreira jornalistica sem deixar de lado a

vontade de publicar seus livros. Nascido em 1891, o

jornalista, também formado em direito, iniciou seus

trabalhos desde cedo em jornais da época, tornando-se,

até, dono de um deles, o Jornal do Commercio.

Em 1935, presidiu a delegação de jornalistas que

acompanhou o então presidente da República Getúlio

Vargas na visita aos países do Rio da Prata.

Cardim ganhou, em 1951, o prêmio Maria Moors Cabot

de Jornalismo, uma das láureas mais antigas concedidas

a profissionais que, com seu trabalho, contribuem

para melhorar as relações no continente americano e

fomentar maior entendimento entre esses países. Alguns

trabalhos do jornalista e escritor merecem destaque,

como Justiniano José da Rocha; A vida jornalística de Rui

Barbosa; Joaquim Nabuco, homem de imprensa; Na minha

Seara; Jornalistas da Independência; Discursos; Rocha

Pombo; Vidas gloriosas; Graça Aranha e o modernismo

Brasil e Na pauta da história.

Cardim foi o quinto imortal a ocupar a cadeira de

número 39 da Academia Brasileira de Letras, em 1950.

o berço dA PAlAVrAPara Márcio Cotrim, diretor cultural da Fundação Assis

Chateaubriand, autores como esses enriquecem a literatura

e o trabalho de jornalistas de várias gerações. “Sem dúvida,

deixaram um rastro de competência

literária”, diz. Cotrim cita, ainda,

outros autores consagrados que

passaram pelos Diários Associados,

como Mauro Mota, recifense nascido

em 1911 e profissional renomado

de diversos jornais nordestinos –

entre eles, o Diario de Pernambuco

–; e o maranhense José Sarney, ex-

presidente da República, jornalista

e autor de romances, crônicas

semanais, publicadas desde 1994 e

que já viraram sete edições de livros.

Hoje, integra a Academia Brasileira de

Letras (ABL).

Márcio Cotrim é, além de

jornalista, um aficionado pelas

letras. Autor de 19 livros, alguns

premiados pela ABL, Márcio prepara, para o primeiro

semestre de 2013, o quinto volume da coleção O

pulo do gato, livro que explica a origem de palavras

e de expressões populares brasileiras. “Gosto de

escarafunchá-las, o que faço com muito gosto”, revela.

Desde 2002, Cotrim trata, com bastante humor, dessas

curiosidades em uma coluna na revista semanal do

Correio Braziliense intitulada "O berço da palavra",

também publicada nos veículos dos Diários Associados.

O que fez Cotrim se apaixonar pelas crônicas foi a

experiência com marketing, em sua carreira no Banco do

Brasil. Lá, idealizou e coordenou diversas iniciativas na área

da comunicação, entre programas, festivais e eventos.

“Quem lida com a área de marketing tem que buscar o

alcance das palavras, da língua portuguesa. Foi isso que

me motivou", explica. Apesar de sua formação em direito,

assim como Chatô e Cardim, nunca exerceu a profissão. “O

curso dá visão universal da vida, mas gosto mesmo é de

comunicação”, conclui. Sua inspiração para escrever seus

textos são Eça de Queirós e Nelson Rodrigues.

Além de Chatô, outrosautores consagrados

passaram pelos diários Associados, a exemplo

de mauro mota, do Diario de Pernambuco e José Sarney, que foi cronista do Imparcial

do maranhão

Page 19: Revista DA Brasil

no grupo

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 19

PAixão PelAS letrAS e Por brASÍliANo final da década de 1950, o jornalista cearense

Adirson Vasconcelos viajou como correspondente para

cobrir a construção da capital do Brasil. Nessas idas e

vindas, acabou se apaixonando por Brasília e não saiu

mais. No ano da inauguração da cidade, Adirson lançou

seu primeiro livro, em que analisava o comportamento

do homem diante dessa imensa construção. Hoje, são

mais de 30 obras sobre a capital.

E foi o gosto pelas letras que impulsionou Adirson a

ser um dos fundadores do jornal Correio Braziliense, em

1960, onde ficou por 45 anos. De lá para cá, não parou

mais de escrever obras sobre a cidade e sobre Chatô:

Na redação do Diario de Pernambuco, Vandeck Santiago (foto) é conhecido por suas diversas reporta-gens especiais. Pelas andanças, o jornalista já ganhou diversos prêmios – 15, no total. Dentre eles, o reconhe-cimento no ranking do portal Jornalista & Cia, que o considera um dos mais premiados de todos os tempos nessa categoria, no Nordeste. “Isso é muito importante, tanto para o profi ssional, pelo reconhecimento, quanto para a empresa, pois signifi ca que ela deu condições para que esse trabalho fosse feito”, comemora.

Vandeck é, também, autor de quatro obras literárias, todas ganhadoras de prêmios. A primeira foi lançada em 2001, por uma demanda da Assembleia Legislativa do estado, Francisco Julião – luta, paixão e morte de um agitador. Os outros três livros foram fruto de reporta-gens especiais, com a intenção de se aprofundar mais nos temas. “O jornal é material efêmero. Para garantir um pouco de perenidade, coloquei as reportagens em livros”, justifi ca. Para ele, essa é uma oportunidade de fazer outra leitura do texto. “Quando se publica um livro, há a chance de fazer uma segunda revisão na matéria, publicar dados novos e retirar algum possível

deslize da reportagem. Além disso, essa é uma forma de tornar o momento mais forte para a história.”

O jornalista e autor lançará até o fi nal de 2013 seu quinto livro, que trata da presença norte-americana no Nordeste brasileiro, fruto de outra reportagem especial, feita em 2006. “Poucos jornais investem tanto em re-portagens especiais quanto o Diario de Pernambuco. Nessa matéria, por exemplo, fi quei seis meses traba-lhando só nela”, lembra.

foram 45 volumes com discursos e histórias do magnata

da comunicação. “Tenho gosto por escrever, exercito

isso diariamente com os livros e artigos na internet”,

conta. Ele tem uma página em uma rede social, em que

publica textos diários sobre Brasília, cultura e literatura,

dentre outros.

Adirson tem formação em direito e história, mas é

para o jornalismo e para a escrita que dedica maior parte

do seu tempo. “Antes de tudo, sou repórter. As outras

profissões, somadas, me ajudam a ser um bom escritor

e jornalista”, admite. Adirson foi um dos fundadores da

Fundação Assis Chateaubriand, e é membro do Conselho

de Curadores da entidade.

Jornalista especial

Cedoc/Diario de Pernambuco

Page 20: Revista DA Brasil

D.A na Copa

Bola em jogoA um ano para a Copa do Mundo, o Brasil e os Diários Associados se preparam para a Copa das Confederações da Fifa, que começa no dia 15 de junho, em Brasília

ACopa do Mundo Fifa 2014 vem movimentando

o Brasil: reformas nos estádios, obras de

infraestrutura, logística, escolha de mascote,

nome da bola e olhos atentos à seleção canarinho, que

tem a responsabilidade de jogar o maior torneio do

mundo dentro de casa.

Ainda falta um ano para a competição, mas em junho

os brasileiros terão uma prévia do que vai acontecer no

próximo ano. No dia 15, Brasil e Japão farão, no Estádio

Nacional de Brasília Mané Garrincha, a abertura da Copa

das Confederações. O torneio é realizado pela Fifa desde

1992 e, a partir de 2004, passou a acontecer no país

sede da Copa do Mundo no ano anterior à competição.

Durante os 15 dias do torneio, jornalistas brasileiros e do

mundo estarão atentos às oito seleções participantes e

à capacidade do Brasil de sediar uma Copa do Mundo.

E os veículos dos Diários Associados darão destaque

especial ao evento.

Assim como em outras competições esportivas

de grande porte, os jornais do grupo deverão atuar

em parceria, e o conteúdo será aproveitado em mais

de uma praça. O editor de esportes do jornal Correio

Braziliense, Alexandre Botão, diz que, mesmo sendo uma

competição curta e com poucos jogos, deverá demandar

um pouco mais de esforço da equipe. Mas ele acredita

que a cobertura será mais divertida que cansativa.

E não são apenas os profissionais da área de esportes que

vão produzir material sobre o evento. Segundo Botão, várias

editorias irão participar da cobertura. “Pela primeira vez em

60 anos, temos um evento desse porte no Brasil, portanto

tudo o que acontecer na cidade merece cobertura. Se houver

uma festa depois da partida com turistas estrangeiros, se

houver violência próximo ao estádio, o jornalista de Cidades

poderá cobrir; se houver venda de produtos falsificados

relacionados ao evento, a matéria poderá ser feita pelo

repórter de Economia ou Política”, explica.

20 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

Divulgação

Page 21: Revista DA Brasil

D.A na Copa

Repórter de Esportes desde 2006 e do Diario de

Pernambuco desde 2004, Cássio Zirpoli conta que, em

outros anos, a Copa das Confederações não teve grande

destaque no jornal. “Não foi diferente da cobertura da

Copa América, por exemplo. O caderno de Esportes

podia ganhar até duas páginas a mais, mas não mudava

a logística”, diz.

Já este ano, ele acredita que

será diferente. “Será uma cobertura

maior.Os jogos serão manchete nos

jornais, até porque é algo local, com

partidas na cidade.” Ele diz também

que a equipe da editoria estará toda

voltada para o evento. “Um repórter

poderá testar a mobilidade urbana,

outro pode ir para os consulados das

seleções que estão jogando”, palpita.

exPeriêNCiAO jornalista Jaeci Carvalho

acompanha a seleção brasileira há 25

anos. Já participou de cinco Copas do

Mundo, cinco Olimpíadas e seis Copas das Confederações

da Fifa. Repórter especial e colunista do jornal Estado de

Minas, ele tem ainda um programa de esportes na TV

Alterosa, veículo dos Diários Associados.

Para Jaeci, a Copa das Confederações da Fifa tem ainda

um apelo muito pequeno junto ao público, por contar

com algumas seleções inexpressivas. “Em termos técnicos,

de título, ela não vale muito. Eu diria que é um teste para

o país sede sentir o que fez de bom, que fez de errado e o

que pode melhorar para a Copa do Mundo”, avalia.

Jaeci conta que, quando a Copa das Confederações

não tinha relação com a Copa do Mundo, a cobertura

trazia muitas matérias periféricas, destacando a cultura

dos países das seleções participantes ou do país sede. Já

na competição da áfrica do Sul, em 2009, o foco, além

dos jogos e das seleções, foi a infraestrutura. “interessei-

me em saber sobre os estádios. Rodei o país para ver em

que estágio estavam as obras, quanto foi gasto, em que

iriam se transformar os grandes estádios que viraram

elefantes brancos lá na áfrica”, conta.

Para o torneio no Brasil, Jaeci diz que vai seguir

a mesma linha da áfrica do Sul. “Eu vou me ater ao

fator técnico da seleção brasileira, mas naturalmente

vou estar atento a outros aspectos. Acho que a nossa

preocupação tem que ser esta: esclarecer ao povo

brasileiro o quanto nós gastamos para fazer o evento,

se os estádios ficaram realmente

prontos e com que recursos. Os

repórteres vão mostrar como

está o Mineirão, o Castelão, o

Maracanã; como está a construção

viária, como estão as condições

dos aeroportos.”

iNFrAeStruturASeis estádios vão receber os 16

jogos da Copa da Confederações

da Fifa. Dois já estão prontos: o

Mineirão, em Belo Horizonte e o

Castelão, em Fortaleza, ambos

entregues em dezembro de 2012.

O Mineirão, que tem capacidade

para 62 mil torcedores, será sede de três partidas do

torneio, sendo uma semifinal. O Castelão, arena com

capacidade para 63 mil torcedores, também receberá

três jogos.

O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha,

onde será o jogo de abertura, está com as obras quase

prontas. Segundo o Ministério do Esporte, a reforma

da arena, que terá capacidade para 70 mil torcedores,

deverá ser oficialmente concluída até abril.

A Arena Pernambuco, em Recife, deverá ter uma

partida inaugural no dia 14 de abril. O estádio tem

capacidade para 46 mil pessoas e vai sediar três jogos

na fase de grupos da competição. Já o estádio Fonte

Nova, em Salvador, deverá ter sua primeira partida no

dia 29 de março, aniversário de fundação da cidade.

O estádio também vai receber três jogos do torneio.

Palco da final da competição, o Maracanã, no Rio

de Janeiro, também deverá ficar pronto em abril. Maior

estádio do torneio, foi todo reformado e terá capacidade

para 78 mil torcedores. Segundo o Ministério do Esporte,

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 21

Page 22: Revista DA Brasil

D.A na Copa

a obra do estádio custará mais de R$ 808 milhões. Além

da partida de encerramento, o Maracanã sediará outros

dois jogos da Copa das Confederações.

hiStóriCo

A primeira Copa das Confederações ocorreu em

1992, com o nome de Copa Rei Fahd. Realizada na Arábia

Saudita, teve a participação de apenas quatro seleções, e

a Argentina foi a campeã.

Em 1995, também realizada na Arábia Saudita, a Copa

contou com seis seleções e foi vencida pela Dinamarca,

que derrotou a Argentina na final.

Em 1997, ganhou finalmente o nome de Copa

das Confederações da Fifa e passou a ter oito seleções

participantes. O Brasil saiu vencedor, com um time que

contava com Romário, Ronaldo, Dida, Cafu, Roberto

Carlos, Dunga e Denílson, que foi eleito o melhor jogador

da competição.

• É o segundo ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para o Cristo Redentor.• É o 9º maior estádio do mundo e o 2º maior das Américas• Tem 32 metros de altura, o que corresponde a um prédio de seis andares.• Sua construção levou 7,730 milhões de horas de trabalho.

• A primeira partida disputada do Maracanã, em 1950, foi uma pelada entre engenheiros e operários na noi-te anterior à inauguração. O primeiro gol, da partida oficial, foi do jogador carioca Waldir Pereira, o Didi, em uma partida entre as equipes de Rio e São Paulo.• Depois da reforma, o Maracanã terá capacidade para 78 mil torcedores, mas já recebeu até 205 mil pessoas durante a Copa do Mundo de 1950.

Dois anos depois, em 1999, a seleção mexicana

ganhou o torneio em casa, vencendo o Brasil na final.

Sediada na Coreia do Sul e no Japão, a Copa

das Confederações da Fifa de 2001 serviu como

preparação para a Copa do Mundo Fifa 2002, realizada

nos mesmos países. O Japão chegou à final da

competição, mas a França acabou com a alegria dos

donos da casa e saiu campeã.

Em 2003, a França venceu novamente, desta vez

em casa. A Copa ficou marcada também pela morte

do jogador Marc-Vivien Foé, de Camarões, que teve

parada cardíaca em campo durante a partida contra

a Colômbia.

Em 2005, na Alemanha, o Brasil ganhou mais uma vez,

vencendo a rival seleção argentina por 4 x 1.

Quatro anos depois, em 2009, na áfrica do Sul, o Brasil

venceu pela terceira vez o torneio, desta vez sobre os

Estados Unidos.

o eStádio do mArACANã, reCeNtemeNte reFormAdo PArA A CoPA dAS CoNFederAçõeS e CoPA do muNdo FiFA 2014, É A AreNA mAiS FAmoSA do brASil e CoNtA Com VáriAS CurioSidAdeS.

22 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

Divulgação

Page 23: Revista DA Brasil

coleções

quem viaja costuma trazer, além de muitas

fotos, objetos que lembrem a cidade ou

o país visitado. Pode ser a Torre Eiffel em

miniatura, um chaveiro do Mickey, um pequeno

berimbau ou boi-bumbá. O gerente de marketing

do jornal O Imparcial, de São Luís, Orlando Amorim,

encontrou um souvenir diferente: ele coleciona placas,

como as dos carros ou de ruas, com a inscrição do

nome dos locais por onde passou.

Orlando tem placas de Paris, Londres, Amsterdã,

Buenos Aires e também de locais específicos que o

marcaram de alguma forma. Em Amsterdã, gostou tanto

de um dos pubs da cidade, que comprou uma plaquinha

com o nome do lugar: The Bulldog. Fã dos Beatles, fez

questão de trazer da inglaterra uma placa da Abbey

Road, rua da famosa foto em que John Lennon, Paul

McCartney, George Harrison e Ringo Starr atravessam

uma faixa de pedestres. A foto ilustra a capa do disco

que leva o nome da rua.

Outra placa que faz parte da coleção é a de

Copacabana. “É onde eu fiquei hospedado e é a praia de

que eu mais gosto do Rio. A placa tem o nome e a foto

da praia, é linda, como se fosse pintada”, diz. Tem ainda

uma placa com o próprio nome, Orlando, que trouxe

da Argentina. “Eles fazem essas placas personalizadas,

então eu comprei uma com a bandeira da Argentina e

meu nome gravado”, conta.

Coleção loCAl

Orlando também coleciona placas da cidade em que

mora. “Aqui, em São Luís, no centro histórico, tem umas

plaquinhas feitas de azulejo, porque todos os nossos

casarões históricos são revestidos de azulejo”, explica. “E

os nomes das plaquinhas são bem engraçados. São ruas

que ficaram conhecidas no tempo da escravidão. Eu

tenho Beco da Bosta, Beco do Caga-Osso, Rua da Alegria

Eu fui!

e Beco Catarina Mina, onde fica uma das escadarias

mais conhecidas de São Luís, que dá acesso ao centro

histórico e ao centro comercial da cidade”, comenta.

AmizAde

As placas são uma lembrança dos locais por onde

Orlando passou, mas a preferida – e a primeira da

coleção – é justamente a placa de um local que ele não

conhece: Toronto. “É uma viagem que eu queria muito

ter feito e não fiz por causa de um problema com o visto.

Mas meus amigos que sempre viajam comigo foram e

mandaram [a placa] para mim. Por isso, ela representa

muito. Significa amizade, pois eles pensaram em mim lá

e me mandaram de presente.”

Todas as placas de Orlando ficam expostas na parede

do quarto. “Para mim, elas significam que eu quero

conquistar o mundo, quero viajar”, diz. Por enquanto, ele

tem 23 placas, mas pretende continuar com a coleção.

“A parede é grande. Vou enchê-la, e, quando não tiver

mais espaço, tem outra parede que está branquinha e

dá para colocar muita coisa”, anima-se.

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 23

Orlando Amorim e sua coleção de placas

Page 24: Revista DA Brasil

iano

And

rade

/CB

VALE A PENA ACERTAR

coluna da Dad

24 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

existem erros e erros. Alguns são primários. Estão

na cara como batom vermelho ou óculos de grau.

Grafar pesquisa com z ou exceção com ss serve de

exemplo. Ambos denunciam pouca familiaridade com a

língua escrita. Para se safar, conjugue três verbos – ler, ler,

ler. E, sempre que a dúvida bater, consulte o dicionário.

Generoso, ele diz como escrever a palavra.

Outros erros são sofi sticados. Exigem algo mais do que

uma espiadinha no injustamente chamado pai dos bur-

ros. (Ele é pai dos sabidos.) Tropeços em fl exões, concor-

dâncias, pontuação, regências, colocação de pronomes,

coesão etc. e tal pedem estudo de morfologia, sintaxe e

lógica. Se você der nota 10 para a frase “Na rua passava

bicicletas”, abra os olhos. O sujeito arma ciladas. Posposto

ao verbo, engana bem. Se ele aparecer na frente do ver-

bo, a armadilha fi ca clara: Na rua, bicicletas passavam.

Um dos critérios na avaliação do candidato a emprego

ou a vaga na universidade é o domínio da norma culta. O

examinador espera ler e ouvir uma língua correta. Correta

não signifi ca rebuscada ou exibida. Signifi ca apenas o ele-

mentar respeito à gramática. Deslizes na pronúncia, nos

plurais, na conjugação verbal não passam despercebidos.

Ao contrário. Ecoam.

Acerca de? há cerca de? A cerca de?

Ops! Pronúncias iguais, mas grafi as e signifi cados pra

lá de diferentes. Safar-se incólume de tão delicadas ques-

tões exige intimidade com a língua – conhecer classes de

palavras e empregos. Quer ver?

Acerca de é locução prepositiva. Locução porque

tem mais de uma palavra. Prepositiva porque funciona

como preposição. O trio signifi ca sobre, a respeito de:

Page 25: Revista DA Brasil

coluna da Dad

DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 25

Pronunciou-se acerca da oscilação do dólar. No discurso

aos prefeitos reunidos em Brasília, Dilma falou acerca do

incêndio que matou 231 jovens em Santa Maria.

*

Cerca de quer dizer aproximadamente: Recebeu cerca

de R$ 500. Na Boate Kiss havia cerca de mil pessoas. Vou

esperar cerca de três meses para entrar com pedido de

aposentadoria.

*

Há cerca de indica contagem de tempo passado (faz

aproximadamente): Viajou há cerca de dois meses. A tra-

gédia de Santa Maria ocorreu há menos de uma semana.

Moro aqui há cerca de 10 anos.

*

A cerca de exprime tempo futuro: Viajará daqui a cerca

de seis meses. A cerca de dois anos das eleições, Dilma

está em plena campanha.

Acho que? eu, particularmente, acho que?

Xô, achismo! Com o tal achar, o enunciado fica fra-

co, inconvincente. Em vez de “Acho que o Brasil entra-

rá num período de crescimento sustentado”, basta “O

Brasil entrará num período de crescimento sustenta-

do. Mais: o particularmente, que costuma acompanhar

o verbo molengão, também sobra: (Eu, particularmen-

te, acho que) O Brasil entrará num período de cresci-

mento sustentado.

Acidente? incidente?

Acidente é fato imprevisto, em geral desastroso: aci-

dente de trânsito, acidente aéreo, acidente que matou

10 pessoas.

Incidente é episódio, atrito, fato de importância me-

nor: incidente diplomático, incidente entre os irmãos,

incidente desnecessário.

Afi cionado? Afi ccionado?

Olho vivíssimo, por favor. Afi cionado é a forma nota 10.

Afi ccionado não existe.

Afora? A fora?

Afora quer dizer à exceção de, além de, ao longo de:

Afora o pai, veio toda a família. Exerceu alguns cargos, afo-

ra o de presidente da República. Viajou Brasil afora.

A fora se opõe a de dentro: De dentro a fora.

Agradecer-lhe? Agradecê-lo?

Seja grato. Agradeça. Mas agradeça com classe. O

verbo pede objeto direto de coisa e indireto de pessoa:

Agradeceu o presente. Agradeceu ao pai. Agradeceu o

presente ao pai. Agradeço ao diretor pela promoção.

Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do

lhe: Agradeço-lhe pela colaboração. Agradeço-lhe a aten-

ção. Agradeci-lhe os cuidados com as crianças.

álcoois? álcools?

Moçada, bobear é proibido. O plural de álcool é

álcoois sim, senhores.

Alto e bom som? em alto e bom som?

A expressão agradece, mas dispensa a preposição

em. Xô! Assim: A presidente anunciou, alto e bom som, a

redução nas contas de energia. Proclamou os vencedores

alto e bom som. O delegado disse alto e bom som o que

pensava do episódio.

Ambos os fi lhos? Ambos fi lhos?

Dupla ou trio? Com o numeral, dois é pouco, três é

bom. Depois de ambos, o substantivo deve ser antece-

dido de artigo: ambos os alunos, ambos os países, am-

bas as provas.

Page 26: Revista DA Brasil

pérolas do chatô

márcio Cotrim

Diretor Cultural da Fundação Assis Chateaubriand

Um nascimento singular

26 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL

Vamos falar do Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand (Masp). Seu advento foi singular,

além de ter aproveitado uma época favorável: o

pós-guerra, com a Europa arrasada.

Chatô partiu para a luta ao lado de Pietro Maria Bardi,

que viria a ser o diretor do museu.

– Temos que passar como dois hunos sobre a Europa

dizimada pela guerra e assim conseguirmos fazer ótimas

compras de quadros. Se corrermos, vamos comprar o que

há de melhor entre os séculos 13 e 17 a preço de banana!

Essa fi rme convicção sobre tesouros à espera de quem

tivesse dinheiro na mão na Europa foi constatada numa

viagem de poucos dias que Chatô fez ao Velho Mundo.

Quando desceu do trem em Paris, não havia táxis

nas ruas para levá-lo ao elegante Plaza Athénée. Para

não carregar as malas, teve que se contentar em atra-

vessar a cidade a bordo de velha carroça puxada por

um cavalo magro.

Dias depois, em sua primeira manhã em Londres, pe-

diu no restaurante do refi nado hotel Claridge um prato

de ovos com bacon. O garçom riu:

– Ovos nós temos. Bacon, não.

Chatô estrilou:

– Como não? Está aqui no cardápio. Está caro,

mas eu pago.

– Bacon há no cardápio, mas não na cozinha. O se-

nhor não lê jornais? A atriz Loretta Young encerrou sua

viagem de turismo à inglaterra porque não tínhamos

ovos com bacon para servi-la. Se não havia para a atriz,

por que haveria para o senhor?

– Se em Paris não tinha táxis e se na inglaterra não tinha

bacon nem para Loretta Young – refl etia Chateaubriand

em voz alta para Bardi –, quem chegar à Europa com

dinheiro vivo no bolso poderá devastar as coleções das

famílias quebradas pela guerra.

Mas dizia Bardi:

– De onde vamos tirar tanto dinheiro?

– Do café, seu Bardi, do café paulista. Por que decidi

fazer nosso museu aqui em São Paulo, terra do café e do

dinheiro? Foi aqui que obriguei essa burguesada a doar

quase mil aviões para formar pilotos. O senhor verá o que,

juntos, seremos capazes de fazer em nome da arte.

****************Cheio de confi ança, Chatô e Bardi voaram para a

Europa depois de conseguir arrancar 3 milhões de cru-

zeiros da fazendeira Sinhá Junqueira, de Ribeirão Preto;

do cafeicultor Geremia Lunardelli, tido como “o maior

plantador de café do mundo”; e do industrial Francisco

Pignatari, dentre outros abonados.

Semanas depois, em fervilhante festa, apresentaram

à sociedade paulista as primeiras doações para o futu-

ro museu: dois Tintoretto, um Botticelli, um Murillo, um

Magnasco. A burguesada que se preparasse, pois aquilo

não ia ter fi m – como reproduziu Fernando Moraes em

Chatô, rei do Brasil.

Nos anos seguintes, a alta sociedade iria se cansar de

frequentar as requintadas festas de Chateaubriand – mas

ira pagar caro para participar delas. Para montar o Masp,

ele adotou método parecido ao aplicado na campanha

dos aviões intitulada “Asas para o Brasil”, a fi m de conseguir

o dinheiro que pagaria pelas obras de arte adquiridas no

exterior. A festa seria realizada na pista de pouso, aos pés

da escada da aeronave que trouxesse a obra – ou, quando

ela viesse de navio, no próprio cais do porto, em meio aos

estivadores. O quadro seria desencaixotado ali mesmo, a

champanhe seria farta, e alguém encerraria a cerimônia

com o discurso de praxe. Depois, festança a rigor; tudo, na-

turalmente, com ampla cobertura dos veículos Associados.

Assim se multiplicaram os eventos festivos, e com eles

nascia o Masp, bafejado pela fortuna e pelo prestígio. Ao

fundo, o Velho Capitão. . .

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DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 27DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 27

O jornal não só continua sendo um meio forte no Brasil, como vem crescendo cada vez mais.Lado a lado dos principais meios de comunicação de grande alcance do país,

o meio jornal continuou em destaque no ano de 2012. E nesse cenário, o Correio Braziliense se consolida ainda mais como líder de mercado.

O Correio bateu o seu recorde de circulação paga dos últimos 9 anos.

Em 2012, foram 1.725 jornais vendidos a mais por dia e cerca de 20 milhões de exemplares no ano, com uma circulação média de 57.366*.

Entre os maiores jornais do país, o Correio Braziliense foi também o que mais cresceu em 2012.

Um crescimento de 3%, reafirmando a sua importância como um dos principais formadores de opinião da capital da república.

Além de líder, o Correio mantém uma relevância incontestável no mercado do DF.

Com share de 44%, tem uma participação ímpar no mercado. Isso significa uma presença superior à de qualquer um dos principais jornais do país, em suas respectivas regiões.

Os números mostram que o leitor reconhece o trabalho de um jornal sério e confiável.

O Correio Braziliense tem uma equipe altamente comprometida e profissional, com a missão diária de oferecer um conteúdo diferenciado, útil, de qualidade e que, a cada página,

expressa o compromisso na defesa dos interesses da capital e dos cidadãos.

O Correio Braziliense acredita no futuro.O Correio tem orgulho de produzir um dos conteúdos jornalísticos mais relevantes do país e de contribuir para o desenvolvimento de Brasília.

O meio Jornal cresce, o Correio Braziliense cresce,

e o futuro não tem limites.

Seja qual for o futuro, estaremos lá.*Fonte IVC.

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