revista estilo - março 2015

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GIRO Conheça uma das ilhas mais bonitas do Caribe: Cuba Gente da Gente Equipe de vendas guiada pelo companheirismo Waldonys celebra 25 anos de sanfona e muito sucesso Ano 05 Ed.01 Jan, Fev, Março de 2015 Rei do Baião DESTAQUE herdeiro do

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Herdeiro do Rei do Baião. Waldonys celebra 25 anos de safona e muito sucesso.

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Page 1: Revista Estilo - Março 2015

GIROConheça uma das ilhas mais bonitasdo Caribe: Cuba

Gente da GenteEquipe de vendas guiada pelo companheirismo

Waldonys celebra 25 anos de sanfonae muito sucesso

Ano 05 Ed.01 Jan, Fev, Março de 2015

Rei doBaião

DESTAQUE

herdeiro do

Page 2: Revista Estilo - Março 2015

// EDITORIAL

Nada como lançar a primeira Estilo do ano de cara nova. Fazendo jus ao nome da publicação, o novo projeto grá-fico se destaca por um layout arrojado, moderno, mas

obviamente seguindo a linha editorial da revista. A proposta con-tinua a mesma: combinar um design em que se destacam as ima-gens, com narrativas que convidam à leitura. É unir literalmente o útil ao agradável, em um recorte do que há de mais atual em áreas distintas mas igualmente interessantes.

Que o diga a matéria A ilha de Fidel, na seção Giro. Na trilha do restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, a seção mostra em detalhes aspectos ora curiosos, ora encantadores, do país. Escrita por quem teve a oportunidade de conhecer de perto a capital cubana, a matéria é um agradável passeio pela ilha. Imperdível. Destaca-se tam-bém a seção À Mesa, que traz matéria sobre uma das gelaterias mais badaladas da capital cearense, a Trevo. Com menos de um ano de inaugurada, a Gelateria Trevo já é sinônimo de su-cesso, graças, em especial, à Taça da Felicidade.

Sobre a Porto Freire Engenharia, a dica é conferir as seções Gente da Gente e Tijolo por Tijolo. Na primeira, entenda o porquê do sucesso da equipe de vendas da construtora. A receita é simples: transparência, profissionalismo e amizade. É esse o mote da ma-téria Todos por Um. Já a Tijolo por Tijolo mostra a bem sucedida atuação do setor de repasse da construtora, que criou o núcleo para auxiliar os clientes na obtenção do financiamento imobiliá-rio. Você não pode deixar de ler.

E quem estampa a capa da revista é o cantor Waldonys, que, este ano completa 25 anos de carreira. Em um bate papo descontraído, o músico fala da relação com os mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos, da parceria bem sucedida com Marisa Monte e de detalhes de uma trajetória que enche de orgulho o povo cearense.

Boa leitura!

Expediente

Estilo é uma publicação

da Porto Freire Engenharia

PRESIDENTE

Jorge Wilson Porto Freire DIRETOR COMERCIAL

Martônio Rodrigues DIRETORIA DE PESQUISA

E DESENVOLVIMENTO

Roberta CatribASSESSORA DE MARKETING

Valdenisia Souza ANALISTA DE MARKETING

Wellington Gomes REDAÇÃO

R&B Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL

Lucílio LessaPRODUÇÃO E REVISÃO

Valdenisia Souza e Wellington Gomes

FOTOS

Jarbas Oliveira e banco de imagensPROJETO GRÁFICO

Raphael LiraDIREÇÃO DE ARTE

E DIAGRAMAÇÃO

Promosell Comunicação

Fale conosco (85) 3299 6600 [email protected]

Editorial

Page 3: Revista Estilo - Março 2015

SUMÁRIO

Companheirismo norteia a equipe de vendas

Gente da Gente

Destaque04|Waldonys completa 25 anos carreira. Conheça a trajetória de um dos mais im-portantes músicos cearenses da atualidade

Setor de Repasse ajuda na hora do seu financiamento

A Trevo traz irresistíveis combinações de gelatos

À Mesa

Cuba é um dos mais fantásticosdestinos turísticos do Caribe

Giro

Tijolo por Tijolo

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Sumário

Page 4: Revista Estilo - Março 2015

// Destaque

Page 5: Revista Estilo - Março 2015

Por Lucílio LessaFotos Jarbas Oliveira

A arte do garoto atrevido

TAL COMO SEUS PADRINHOS NA MÚSICA, WALDONYS CARREGA NO JEITO E NA VOZ A ARTE E A FORÇA DO NORDESTE. COMPLETANDO 25 ANOS DE CARREIRA EM 2015, O MÚSICO DE 42 ANOS DÁ INÍCIO ÀS ATIVIDADES DE COMEMORAÇÃO COM ENTREVISTA EXCLUSIVA À REVISTA ESTILO, NA QUAL FALA SOBRE A INFÂNCIA AO LADO DOS ÍDOLOS DOMINGUINHOS E LUIZ GONZAGA, A CARREIRA E O AMOR PELA AVIAÇÃO.

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“Comecei a tirar as primeiras notas de ouvido da Asa Branca. Fui dedilhando, mexendo, o som foi agradando, e aquela coisa foi se unindo. A minha alma, meu corpo, foram se unindo à sanfona”.

“Um dia, olhei para a sanfona e pensei: ‘rapaz, eu acho que dá para tirar um som ali’”

Revista Estilo\\ Como estão os preparativos para os 25 anos de carreira?

Waldonys\\ Em abril, vou aos Estados Unidos. Na volta, passo a cumprir um programa de shows e, no segundo semestre, começo a gravação do meu CD e DVD. Já deveria ter gravado, mas algumas coisas deram contra: Copa do Mundo, campanha eleitoral. Será um DVD com músicas inéditas e antigas, com participações de pessoas que têm a ver e que darão uma resgatada legal. Ainda não posso falar muito sobre isso.

RE\\ Sua paixão pela música, em especial pela sanfona, foi he-rança da sua família. Como era o Waldonys criança?

Waldonys\\ Minha família sempre foi muito festeira e musical. Nas-ci e me criei ouvindo música. O pai sempre foi um amante da nos-sa música regional, do nosso forró, e graças a esse amor pude beber na fonte de Jackson do Pandeiro, Marinez e sua gente, Luiz Gonza-ga, Dominguinhos, Elba Ramalho, Trio Nordestino, esse legado todo. Isso tudo eu já ouvia no berço. Aí fui crescendo e, quase toda tarde, ti-nham uns ensaios lá em casa com uns amigos do pai e a família dele, meus tios. Ele sempre gostou muito de som, de sanfona, ficava ensain-do para nada, brincando. Tocava nos aniversários. Comecei a brincar também. A música me chamou e comecei a tocar instrumentos per-cursivos no grupo do meu pai. Um dia olhei para a sanfona e pensei: “rapaz, eu acho que dá para tirar um som ali”. Porém, entretanto, to-davia, a nossa criação foi muito rígida, muito dura. Graças a Deus. E o pai, apesar dessas brincadeiras, desses ensaios musicais, tinha aquela hierarquia, mantinha uma certa distância do filho. Eu apanhei, mas meu irmão apanhou muito mais do que eu. Isso foi bom porque as surras que meu irmão levava serviam de exemplo pra mim, né? São 4 anos de diferença. Ao todo eram 6 irmãos. Dois homens e quatro mu-lheres. Hoje, somos em 8, pois temos dois irmãos de criação. Eu era o caçula dos homens.

RE\\ Você já estava decidido a seguir a área da música?

Waldonys\\ Estava e não estava. Comecei a pegar a sanfona escondi-do. O pai tinha muito ciúme da sanfona. Ave Maria! Aquilo era uma pérola para o pai. Quando ele ia para o trabalho, eu pegava a sanfona para ver como eu e ela íamos nos encaixar. Então comecei a tirar as primeiras notas de ouvido da Asa Branca (de Luiz Gonzaga). Fui de-dilhando, mexendo, o som foi agradando, e aquela coisa foi se unin-do. A minha alma, meu corpo, foram se unindo à sanfona. Um dia o pai chegou do trabalho mais cedo e me viu. Acredito que alguém já tinha passado o bizu para ele. Mas para a minha surpresa, ele não re-clamou. Se mostrou super simpático com a ideia. Nasceu um apoio, uma parceria muito grande. O pai disse: “É isso o que você quer?”. E me ensinou as primeiras notas, depois colocou um professor, que foi o Walmir, um cara fantástico, por quem eu tenho uma gratidão muito grande. Normalmente, eu poderia falar de Dominguinhos, de Luiz Conzaga, com quem eu aprendi muito, mas eu acho importan-tíssimo não esquecer o “pratrasmente”, como diria o Odorico Para-guaçú (personagem da novela O Bem Amado).

// Destaque

6 Revista Estilo Porto Freire

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Rei do BaiãoEntre os grandes momentos de sua carreira, Waldonys lembra a visita que recebeu, em sua casa, do grande mestre Luiz Gonzaga.

AcordeonApaixonado pela sanfona, o músico estudou piano, que o ajudou a entender melhor os desafios do acordeon.

RE\\ Foi quando você partiu para o con-servatório? Sofreu preconceito por tocar sanfona?

Waldonys\\ Entrei no conservatório para pegar uma noção básica da teoria. Comecei no piano, que lê na clave de sol e na cla-ve de fá, a mesma coisa do acordeon. En-tão não houve preconceito. Posso dizer que houve preconceito no colégio. Lá eu era visto como um extraterrestre. “Esse cara não é desse planeta”. Era o 7 de setembro. Jovem, naquela época, tinha que gostar de outro estilo musical, qualquer outro estilo musical. O rock estava despontando total, década de 80, disparado no sucesso. Tem-pos depois, estudei com um cara chamado Tarcísio Lima. Aula particular. Esse cara era muito bom. Ele também me deu algu-ma noção dessa parte teórica. Aí meu ami-go, o mundo, a estrada, foi o que me pegou.

RE\\ Se descobriu artista nessa época?

Waldony\\ Ainda não. Quando eu co-nhecia os artistas, tinha a imagem ainda do ídolo. Acho que eu estava mais focado em chegar perto desses caras, Domingui-nhos, Seu Luiz Gonzaga. Aí quando os vi, pensei: “rapaz, é isso que eu quero ser”. O encontro com Dominguinhos foi na cida-de de Mossoró. Saímos daqui para assistir um show dele lá. No caminho, eu ia con-versando com o pai e pensando: “nós não vamos conseguir chegar nem perto do Do-

minguinhos, ele é artista. E artista é um bi-cho diferente de gente”. Eu tinha essa ideia, mas queria pelo menos ver o show. Tinha uns 12 anos. Para minha surpresa, ele era uma pessoa absurdamente, extremamen-te, simples. De uma humildade que que-brou aquela surpresa. Super acessível, su-per dado, super carinhoso. E eu não diria carinhoso com os fãs, mas com as pessoas em geral, com qualquer pessoa. Sorte nos-sa. Pouco tempo depois, ele veio a Forta-leza. Dominguinhos tinha medo de avião, todo mundo é sabedor disso . Totalmente diferente de mim. Mas nossa amizade era tão forte e grande que respeitava essas di-ferenças. Quando chegou, toquei para ele. Aí sim, acho que deu um estalo, o que foi muito bom pra mim, porque ele começou a enredar, como dizia minha avó, o Seu Luiz Gonzaga.

RE\\ Como conheceu Luiz Gonzaga?

Waldonys\\ Naquela época, ouvi comen-tários de que o Seu Luiz andava preocu-pado com a extinção do instrumento, da sanfona. A carreira dele teve várias fases, várias cores, e uma delas foi quando achou que o Baião não estava fazendo mais suces-so, quando achou que as pessoas não esta-vam mais querendo ele. Gravou até uma música, que diz assim: “Onde tu vai, baião? Eu vou sair por aí. Fazer o que, baião? Nin-guém me quer mais aqui. Nos clubes e nas boates não me deixam mais entrar. Só twist, bolero, samba e tchá-tcha-tcha. Se eu estou sabendo disso é melhor me arretirar”. Seu Luiz tinha dessas coisas. À vista curta, ele só enxergava Dominguinhos, Cuca (Tei-xeira), Oswaldinho, maestro Chiquinho, Tinoca, Caçulinha. Então, ele soube desse menino que estava tocando sanfona e disse que queria me conhecer. Numa viagem, fez uma conexão de cinco horas aqui. Não sei se foi forjado. O empresário dele, o Guerrei-ro, nos avisou e trouxe Luiz Gonzaga aqui em casa. O pai e a mãe prepararam o lanche da tarde. Foi um negócio fantástico, a gen-te naquela euforia toda, e chegou a hora. O homem chegou. Era exatamente essa casa que nós estamos. Na verdade, a demoli-mos e construímos essa depois. Ele entrou por aquela esquina. Fiquei olhando aque-la figura que eu só conhecia da televisão.

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O padrinho e o afilhado: a foto marcante do garoto de 14 anos, iniciando na vida artística, e o seu mestre maior, Luiz Gonzaga.

Ele (Luiz Gonzaga) disse: “Waldonys, garoto atrevido, 15 anos de idade, tocando desse jeito? É atrevimeeeento”

Fiquei ouvindo a voz, o timbre. Quando ele falava, era mágico. Difícil de descrever. Aquele primeiro momento foi muito for-te. Eu tinha 13 para 14 anos. Uma vez me disseram: “engraçado, você trata Luiz Gon-zaga de Seu Luiz”. Eu expliquei: “Gracas a Deus eu tive a oportunidade de conhecer Luiz Gonzaga ainda menino. E pela minha educação e criação, o certo é senhor. Por respeito.” Isso não saiu de mim.

RE\\ Foi quando ele apelidou você de "garoto atrevido"?

Waldonys\\ Foi assim: com 14 anos, fui para São Paulo, cantar com Dominguinhos um disco chamado “Choro Chorado”, pela Continental. Logo em seguida, próximo dos 15 anos, gravei com Seu Luiz também. Foi aí que ele me chamou de garoto atrevi-do. Isso foi marcante demais. No estúdio, estavam Dominguinhos, maestro Chiqui-nho, Oswaldinho. Aí fui pegar a sanfona para gravar a música. O tom era si bemol, que é, digamos assim, um tom mais cabe-ludo. Quem é músico sabe do que eu estou falando. Fora a responsabilidade de estar no estúdio com o homem. Mas eu peguei e toquei. Desci o pau. O Dominguinhos disse

uma vez: “olha, faça de conta que você está em casa. Controle as suas emoções, contro-le seu nervosismo”. O nervosismo trava. Ele está ligado diretamente ao neurológi-co. Quando entrei no estúdio e o Seu Luiz estava do outro lado do vidrão, com pro-dutor, técnico, lembrei de Dominguinhos e disse: “estou na minha casa”. Aí toquei. Graças a Deus foi muito bom. A verdade é que eu aprendia as coisas que eles iam sol-tando. Como eu não era besta, tratava de absorver o máximo que podia. Lá, você estava sempre aprendendo, mesmo sem a sanfona. Só que chegou a hora de falar. Era quase uma marca registrada do Seu Luiz. Ele tinha uma história de conver-sar nas instroduções das músicas. Nessa hora não teve aula de Dominguinhos que desse jeito. Eu não conseguia falar nada. Luiz Gonzaga na minha frente, o mi-crofone da gravadora, nós dois can-tando juntos (o LP era o “Aí tem”). Ele falou sozinho. E disse: “Wal-doooonys, garoto atrevido, 15 anos de idade, tocando desse jeito? É atre-vimeeeento”. Era 1988. Ficou a mar-ca registrada do garoto atrevido. E quanto mais o tempo passa, mais va-lor isso tem.

// Destaque

8 Revista Estilo Porto Freire

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“Venhodessa escola gonzaguiana, domingui-niana”

Em seu estúdio, Waldonys presta homenagem aos seus ídolos: Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

RE\\ Você se considera o successor de Luiz Gonzaga?

Waldonys\\ Não. Eu enxergo da seguinte forma: Luiz Gonzaga é insubstituível. Se ti-vesse que ter um sucessor, esse cara seria o Dominguinhos. Eu me vejo na linha, porém, jamais me acharia na audácia de ser um su-cessor de qualquer um dos dois. Me julgo, sim, um seguidor. Um seguidor fiel. Venho dessa escola gonzaguiana, dominguiniana. Em São Paulo, gravei com seu Luiz Gonzaga e fiz programas de projeção nacional. Tinha o Som Brasil, com o Rolando Boldrin, depois o Lima Duarte. Fiz esse programa cinco vezes. Primeiro fui apresentado pelo Seu Luiz, de-pois começaram a me chamar. Eu tinha 16, 17 anos. Em uma dessas aparições, um em-presário italiano, chamando Franco Fontana, me viu e entrou em contato. Ele estava preci-sando de um acordeonista, alguém que não fosse casado, sem filhos, sem essas coisas que prendem. Foi a sopinha no mel. Eu, menino todo. Dominguinhos falou com o pai e a mãe que seria legal. Resumindo a história, me mandei para os Estados Unidos. Cantava lá quinta e sexta, e duas sessões no sábado e domingo, num lugar chamado Bally, em Nevada. Fiquei um ano. Tinha uma re-percussão aqui, pois como eu tinha ami-zades na TVC, inclusive com o Carneiro Portela, do Ceará Caboclo, eu ligava de lá, ao vivo. Então, recebi o convite para vir gravar pela MGE. Quando vol-tei para cá, fizeram uma festa pelo meu retorno. O pessoal veio aqui me entre-vistar, aquilo foi um movimento dana-do. Fiz dois LPs. Cheguei achando que o céu estava bem pertinho.

RE\\ Foi nesse período que você começou a trabalhar com o Fagner?

Waldonys\\ Sim, depois disso entrei na ban-da do Fagner, fiquei um bom tempo com a banda dele, como acompanhante. Aí, gravei com a Marisa Monte no (CD) Verde, Anil, Cor de Rosa, Carvão, na música Segue o Seco (do Carlinhos Brown). Cara, puxa vida, aí nasceu uma amizade, uma parceria muito respeito-sa. A Marisa Monte foi uma pessoa que abriu muitas portas para mim. Aprendi muito. Foi um momento muito bom da minha vida, um astral. Conquistei muita coisa para a mi-nha carreira, para a minha vida. Gravei uma música com ela e vim embora. Eu não tinha noção do tamanho da cantora que é Marisa Monte. Não tinha noção do prestígio dela. Sa-bia que era uma pessoa maravilhosa, mas não sabia disso tudo. E isso foi ótimo, pois cheguei lá puro, e ela entendia isso. Aí, ela me ligou e disse: “Waldonys, eu sei que você tem o seu trabalho solo, mas foi muito boa sua partici-pação e eu queria te convidar para trabalhar comigo”. Quem me indicou foi o Gilberto Gil, que me conheceu num dos aniversários do Seu Luiz Gonzaga (13 de dezembro). En-tão, comecei a trabalhar com ela. Fomos fazer uma grande turnê de shows pela Europa. Fi-quei impressionado. Tem artista que vai para

o exterior, faz dois shows e volta, mas a Mari-sa Monte fazia muitos, todos lotados. Os con-tratantes imploravam por sessões extras. Eu pensava: “meu Deus, que poder que essa mu-lher tem”. E super simples, uma pessoa mara-vilhosa. O aeromodelismo começou quando eu estava trabalhando com a Marisa. Eu sem-pre gostei, mas ainda não tinha tido oportu-nidade, o pessoal da família não apoiava esse lado da aviação.

RE\\ Você lembra da primeira vez que surgiu esse interesse?

Waldonys\\ O estalo ocorreu quando eu estava com Seu Luiz Gonzaga num avião pe-queno, de um empresário de um local cha-mando “Fumo do bom”. Eu tinha 13 anos. Peguei esse avião daqui (de Fortaleza) para o Iguatu, terra de Humberto Teixeira, que seu Luiz Gonzaga apelidou de Dr. do Baião. Quando passamos pelas nuvens, aquilo me deixou novo. Então pensei, “um dia eu vou fazer esse negócio”. A aviação sempre andou muito junto com a música na minha vida, mas, na música, eu recebi apoio da minha fa-mília, de todo mundo. Na aviação, não. Lem-bro quando, um dia, falei para Domingui-nhos que queria um aeromodelo, e ele disse: “eu vou te dar”. Mas nunca me deu. (risos).

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Page 10: Revista Estilo - Março 2015

RE\\ A parceria com a Marisa Monte foi longa. Como terminou?

Waldonys\\ Um dia eu disse: “Marisete (chamamos ela assim), in-felizmente, agora complicou, não tenho mais como conciliar a mi-nha agenda com a sua.” Mas, eu não queria deixá-la na mão. Pas-sei tudo para outro músico, enquanto continuava a fazer os shows dela. Esse cara entrou, mas ela disse que sentia falta da nossa ener-gia no palco, e acabou saindo a sanfona da banda. Ficou uma grati-dão, amizade, carinho e respeito muito grandes entre nós. Quando ela vem para cá, me convida para tocar no show dela numa parti-cipação especial, vai para o meu sítio. A gente fica lá brincando e tocando. Mas daí por diante, não deu para conciliar nada com nin-guém, por conta da minha agenda. Fiz gravações com Zé Ramalho, Geraldinho Azevedo, Raízes & Flores, Adriana Calcanhoto. Mas, tocar em turnê fica difícil. Minha convivência com a Marisete foi maravilhosa. Rapaz, você sabe o que é Marisa Monte sair do palco e me deixar fazendo um solo? Ela me ajudou muito. Uma página inteira do jornal O Povo dizia assim: “O pop brasileiro descobriu a sanfona.” Quando se abriram as cortinas no Olímpia, as pesso-as procuravam o teclado, mas estava a sanfona. Ela é uma figura maravilhosa. Sabe trabalhar, zelar o seu trabalho, é perfeccionista, gente fina. E em todo lugar que eu ia, levava o meu material. Em-bora o produtor local não se interessasse, eu pensava: “meu amigo, de 10, pode ser que um frutifique”. Adoro esses desafios.

Waldonys e o pai, Sr. Francsico, sua primeira inspiração na música.

ParceriaUm dos pontos altos da carreiro de Waldonys foi o trabalho com a cantora Marisa Monte. A parceria rendeu, além do respeito profissional, uma grande amizade entre os dois.

// Destaque

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Page 11: Revista Estilo - Março 2015

RE\\ Quem mais te marcou?

Waldonys\\ Zé Ramalho é outro. Um dia, ele disse num trabalho: “Waldonys, você é o tradutor da sanfona”. Ele me trazia de Forta-leza e eu perguntava se lá não tinha gente que pudesse fazer o que eu fazia. Aí ele dizia: “Eu gosto da sua pegada”. Um dia, o Robertinho do Recife disse que o Zé Ramalho queria participar do meu CD. Eu falei: “Como é?” Ele participou cantando uma música do Jackson do Pandeiro. Depois, cantei a mesma música no CD dele. Essas coisas só Deus explica. Eu tenho um bom anjo da guarda ao meu lado.

RE\\ Como você mesmo disse, a paixão pela música sempre es-teve muito próxima à paixão pela aviação. A gravação da mú-sica Sonho de Ícaro coroou esse encontro? Foi uma ideia sua?

Waldonys\\ Totalmente. Foi um negócio muito massa, acertei na Mega Sena. Ninguém imaginava o resultado. Fiz o arranjo junto com Lu de Sousa. Para quem não sabe, Sonho de Ícaro é uma com-posição do Claudio Rabelo e do Pika, mas todo mundo pensa que é do Biafra. Quando eu ouvi essa música, disse: “cara, essa música tem tudo a ver comigo. Imprime muito da minha história”. “Voar, voar, subir subir, no ar, no ar … Eu sou assim”. É poesia pura, na veia. E minha história era fazer uma coisa meio MTV acústico, com viola, percussão, o pouco que vira muito. Gostei demais do resultado. Na época, eu disse que só lançava com o video-clipe. Dormi e acordei com esse sonho. E era um clipe com a Esquadrilha da Fumaça.

RE\\ Foi complicado conseguir autorização?

Waldonys\\ Eu já estava pleiteando uma amizade com esses ca-ras. Era realmente fâ deles. Na medida do possível, dava o apoio que estivesse ao meu alcance. É um caminho que não acontece da noite para o dia. Por mais que você queira as coisas, tem que es-perar o tempo delas. E é necessário cuidado, pois de persistente, você pode se tornar um mala. É importante ter esse feeling. Um dia, cheguei para o comandante e falei a minha ideia. Ele disse que achava massa, mas que a Esquadrilha da Fumaça não era da Es-quadrilha da Fumaça, era da Forca Aérea Brasileira. Aí, meu ami-go, foi um longo caminho, mesmo eles querendo, o que foi muito bom, pois eles ajudaram, e muito. Quando foi autorizado, eles vi-braram igual a mim. Fizemos na academia da Força Aérea de São Paulo. Foram vários dias de filmagem. Repetimos várias vezes - eu achando ótimo. Por mim, poderia repetir 10 vezes. Estava com os melhores dos melhores. Eles não tinham noção de como ficaria o resultado final. Quando enviei, vibraram. A Esquadrilha existe para promover a Força Aérea. Foi um sucesso no Youtube. Virou saudade para quem havia participado e orgulho para quem estava longe do País. Passei a ser uma espécie de embaixador da Esquadri-lha da Fumaça. Fui condecorado membro honorário, com muito orgulho. Tenho neles um espelho de disciplina, de arrojo.

Para lançar o clipe com a música Sonho de Ícaro, Waldonys contou com a participação da Esquadrilha da Fumaça.

“Eu tenho um bom anjo da guarda do meu lado”

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// Gente da Gente

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Page 13: Revista Estilo - Março 2015

Todos por umNa contramão do que é percebido como padrão

em setores de vendas, a equipe comercial da

Porto Freire prova que competitividade pode rimar com parceria.

Por Lucílio LessaFotos Jarbas de Oliveira

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Page 14: Revista Estilo - Março 2015

“Na Porto Freire, não há aquela briga de-

senfreada por venda, de um querer derru-

bar o outro colega. Pelo contrário,

um serve de escada para o outro”,

Tadeu Moreira.

EquipeDa esquerda para a direita, Martônio Rodrigues, Erlita Lopes, Heráclito Costa, Tadeu Moreira e Evandro Sobrinho.Manhã de segunda-feira, dia de

reunião da equipe de vendas da Porto Freire Engenharia.

Naquela ocasião, o corretor José Evandro Duarte Sobrinho (7 anos de empresa) ain-da penava com o carro na oficina. De casa, a também corretora Erlita Barbosa Lopes (12 anos de Porto Freire) entra em conta-to com o colega para buscá-lo. Há dias ela reveza a gentileza com outro corretor, o Tadeu Moreira, que também atua na Por-to Freire há 12 anos. Figura cativante, Ta-deu chama atenção pela energia e espírito de liderança. Foi dele, inclusive, a dica de conversar com Evandro, Erlita e com ou-tro veterano, o Heráclito de Oliveira Costa (há 11 anos na empresa). “Na Porto Freire, não há aquela briga desenfreada por ven-da, de um querer derrubar o outro colega. Pelo contrário, um serve de escada para o outro”, diz Tadeu.

De fato. Para se ter uma ideia, é comum en-tre os colegas a comemoração das vendas realizadas com uma pequena confrater-nização no ato da assinatura do contrato. “Fiquei surpreso. Achei uma ação de muita

cumplicidade quando o consultor (Tadeu) entrou com bolo e suco para comemorar a venda da consultora que me atendeu”, diz o veterinário José Sombra, que comprou re-centemente um apartamento.

Não à toa, o discurso e a ação de Tadeu representam a filosofia de toda a equipe de 21 consultores. O motivo é que além de se preocupar em selecionar profissio-nais éticos, a empresa contribui no forta-lecimento de um ambiente justo, traba-lhando inclusive capacitações na área da filosofia. “Passei por vários cursos aqui na empresa, sobretudo os que falam desse grau de responsabilidade com o outro, de sempre levar a informação correta tanto para o nosso colega quanto para o cliente. Isso é algo que o Martônio exige sempre”, declara Evandro Duarte.

// Gente da Gente

14 Revista Estilo Porto Freire

Page 15: Revista Estilo - Março 2015

“Não somos so-mente uma em-presa à procura de resultados”, Erlita Lopes.

RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

Martônio Rodrigues é o diretor comercial da Porto Freire. Em seu discurso, ecoam as palavras do corretor Evandro. “Esse senso de justiça não é só conosco, mas com os nossos clientes. Repudiamos o que não é ético. Isso está muito inserido no espírito da equipe. Trabalhamos para ajudar uns aos outros. E a empresa dá todo o su-porte. Tanto é assim que a informação aqui chega de forma rápida, e para todos, o que facilita o processo. Em outros locais, há uma coisa hierárquica na qual as informações chegam distorcidas”, diz. O executivo destaca ainda que cada consultor tem seu perfil, sendo impossível todos terem as mesmas características, daí o propósito de trabalhar o potencial individual em prol do coletivo.

Pelo visto, a despeito do clichê que julga um ambiente comercial como um lugar onde prevalece a competitividade e o individualis-mo, a equipe de vendas da Porto Freire, na verdade, se diferencia pela empatia. Os fatos falam por si. Que o diga a corretora Erlita Barbosa. Após passar por alguns setores, ela deu início às ativida-des na área de vendas. Não sem antes pesquisar o mercado imobi-liário para não fazer feio. A conclusão aponta para uma dinâmica que a enche de orgulho.

“O que fazemos aqui é muito diferente. Posso dizer que somos únicos. Temos uma gestão muito humanista, o que não anula a competitividade, a busca por resultados. Na verdade, só for-talece a parceria. A empresa confia na gente, nos profissionais que ela tem. Cada um aqui tem o seu sistema de trabalho, mas tudo muito coeso, unido. Por isso, temos resultados superiores ao mercado”, pondera.

Essa troca entre empresa e equipe, aliada ao bate bola entre os co-legas, para Erlita, é o pulo do gato da construtora. “Não somos so-mente uma equipe à procura de resultados. Somos pessoas, pais de família, profissionais, estudantes, filhos, amigos. Não é puramente concorrência”, destaca. Ainda segundo a corretora, esse diferencial faz com que a equipe se sinta fundamental nos processos. “Aqui podemos ser nós mesmos sem que isso comprometa os resultados. Somos os olhos da empresa. Temos visão de marketing, comercial, estratégica. Quando lançamos as sugestões, muitas vezes, a empre-sa acata. E isso reflete no nosso resultado”, conta, orgulhosa.

Martônio Rodrigues é o diretor comercial da Porto Freire Engenharia.

Pelo visto, a despeito do clichê que julga um ambiente comercial como um lugar onde prevalece a competitividade e o individualismo, a equipe de vendas da Porto Freire, na verdade, se diferencia pela empatia.

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SENTIMENTO DE FAMÍLIA E AMIZADE

Depois de 11 anos trabalhando em multinacionais, o corretor He-ráclito de Oliveira Costa decidiu fazer uma seleção para corretor da Porto Freire, onde está há mais de uma década. “Eu atendia a Porto Freire na empresa de telefonia em que eu trabalhava. Des-de aquela época, já tinha uma excelente impressão. Também já era cliente, havia comprado alguns imóveis. Como passava muito tempo viajando, meus filhos reclamavam a minha ausência, en-tão, vi aqui uma oportunidade. Minha opção foi pela melhoria da qualidade de vida”, diz ele, acrescentando que aumentou a família com os amigos que conquistou. “A relação aqui ultrapassa a ques-tão de trabalho. Muitas vezes passamos mais tempo com os cole-gas de trabalho que com nossa própria família”, diz.

O tom de amizade comum à fala de cada consultor entrevista-do é o mesmo, sintetizado no depoimento de Erlita Lopes: “o mercado até tenta copiar esse fenômeno que ocorre na Porto Freire, mas falta uma característica fundamental: o sentimen-to. Não somos só uma célula, um número, somos aneis que se encaixam. Fazemos parte um do outro”.

HISTÓRIADE AMIZADE

Para além da colaboração e amizade entre seus pares, a equipe também se organiza para ajudar outros colegas que necessitam de apoio. Foi o que aconteceu com o zelador Raimundo Nonato Mou-ra Rocha. Com dificuldades financeiras, ele estava morando de fa-vor em casa de parentes. Ao tomar conhecimento de sua situação, um grupo de consultores se uniu para comprar o material e construir uma casa para ele. Ressalte-se que a adesão não ocorreu apenas na ga-rantia de materiais, mas, sobretudo, na mão de obra.

Para levantar a casa de Nonato, profissionais de outros setores da Porto Freire decidiram participar do mutirão. “O eletricista Ricar-do, por exemplo, se responsabilizou pela instalação elétrica”, res-salta a consultora Tâmara Keyveh.

Nonato agradece. Casado e pai de dois filhos, o zelador queimava o juízo tentando organizar as finanças para construir sua casa. O esforço lhe garantiu a compra de um pequeno terreno, mas até a intervenção dos colegas, o sonho não passava daí. “Minha história sempre foi de muito trabalho e luta. Nem sei como retribuir. Só Deus sabe como estou me sentindo. É como se todos fossem meus irmãos”, agradece o ganhador da casa.

Durante as entrevistas para a matéria, a emoção dava o tom de cada depoimento.

// Gente da Gente

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GIROMe sintoduplamente pronto

Réplica do Capitólio dos Estados Unidos, o mais imponente edifício de Havana, com fachada neoclássica, abriga a Academia Cubana de Ciência.

// Giro

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Por Rozanne Quezado Fotos Arquivo Pessoal

Com o restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos, a maior e mais bonita ilha do Caribe virou manchete em todo o mundo. E não é pra menos. Cuba, pós revolução, sempre povoou os sonhos de muitos que, como eu, morriam de vontade de conhecer a Ilha de Fidel e o que representava viver em um país isolado do resto do mundo, desde o bloqueio econômico americano, em 1961, e sob a bandeira do comunismo. Por isso, antes que a invasão de turistas e investidores, sobretudo americanos, transforme o país em um lugar igual a qualquer outro dominado pelo capitalismo, é hora de arrumar as malas e se preparar para conhecer um dos lugares (ainda) mais intrigantes do planeta.

A ilha deFidelA ilha A ilha

FidelFidel

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Em circulação pela cidade, os carros das décadas de 40 e 50 são um verdadeiro museu do automóvel a céu aberto.

Visitar Cuba é uma experiência que supera todas as expec-tativas. Havana, a capital do país, é uma cidade de con-trastes, cores e sons, em constante movimento. A visão

de uma cidade parada no tempo, com seus majestosos edifícios em ruínas e o ronco dos carros que nos anos 50 foram vedetes do au-tomobilismo, como cadillac, chevy e buick, se dissipa diante de uma gente alegre, que desfila com o colorido de suas roupas, ao som do reggae caribenho – que se escuta por toda parte -, em um eterno compasso de dança. E não importa se o sol está a pino ou é madrugada estrelada. O frenesi festivo faz parte da alma cubana.

Além da alegria de um povo sem luxo, que dispõe do mínimo para viver, o que mais chama a atenção é perceber que eles respiram cultura o tempo todo. Bem informados e interessados sobre o que acontece no mundo, os cubanos discutem qualquer assunto com propriedade. Pelas ruas, é possível debater o plebiscito ocorrido na Escócia com um pedreiro ou a posição da Argentina frente aos fundos abutres (credores da dívida do país) com uma vendedora de livros usados da Praça de Armas. Não à toa, a educação em Cuba está entre as melhores do mundo, segundo o Banco Mundial, com uma taxa de alfabetização de 99,8%.

ARTE E CULTURA EM CADA ESQUINA

O lugar mais visitado e pitoresco da capital cubana é “Habana Vie-ja”, que desde 1982 integra a lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco. O bairro concentra os mais importantes edifícios histó-ricos, com seus diversos estilos arquitetônicos, que testemunham as diferentes épocas vividas sob a influência espanhola, inglesa, francesa e americana. Entre fortalezas, palácios e igrejas a região abriga mais de 200 edificações de importância histórica, com esti-los que vão do barroco ao art déco.

Passear por Havana Velha é caminhar no passado, trafegando pela história que salta aos olhos em cada edifício, em cada rua. Embora deteriorados, os prédios ainda guardam os resquícios da imponência de outrora, lá pelos idos dos anos 40 e 50, quan-do Cuba era uma espécie de ‘playground’ dos Estados Unidos, onde o high society americano e os mafiosos, como Al Capo-ne, se divertiam nos luxuosos cassinos, com seus belos carrões. Atualmente, algumas edificações estão sendo restauradas e já revelam toda a sua majestade, como o belíssimo Capitólio Na-cional, que foi sede do governo revolucionário e hoje abriga a Academia Cubana de Ciências.

O bairro tem teatros e museus para todos os gostos, como o Grande Teatro de Havana, Museu Nacional de Belas Artes, Museu do Rum, que conta a história da bebida preferida dos cubanos e um pouco da cultura local, com direito a degustação, e o Museu da Cidade e sua ar-quitetura barroca de 1770, com mais de 40 salas de exposição perma-nente, com destaque para os mobiliários do período de 1862, carrua-gens e fotografias que retratam as principais épocas da cidade.

// Giro

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Popular em todo o país, a imagem de Che Guevara cobre a fachada do edifício do Ministério do Interior.

À base de rum, o Daiquiri conquistou até o inimigo: era um dos drinques preferidos do presidente John Kennedy.

OS PREFERIDOS DE HEMINGWAY

Depois de visitar os centros de arte e cultura de Havana Velha é hora de re-laxar. Todos os caminhos levam ao mais prestigiado bar e restaurante da cidade: La Bodeguita del Medio. Um lu-gar simples, mais que atrai multidões de turistas. O bar ganhou fama a partir dos anos 40 quando se tornou o prefe-rido do escritor americano Ernest He-mingway. O ambiente é típico cubano onde, ao som dos animados quartetos musicais, se pode saborear pratos tradi-cionais, desfrutar um charuto e provar o famoso coquetel Mojito, bebida pre-ferida de Hemingway, a base de rum, folhas de hortelã, açúcar, limão, água com gás e gelo.

Outro lugar frequentado pelo autor do clássico “Por quem os sinos dobram” e que também ganhou prestígio interna-cional foi o boêmio La Floridita. No cen-tro de Havana, o bar homenageia o seu mais famoso cliente com uma estátua em tamanho natural do escritor encostado no balcão, onde costumava saborear ou-tro drinque preferido, o Daiquirí, tam-bém à base rum.

La Floridita, o restaurante preferido de Hemingway atrai multidões de turistas. No interior, há uma estátua do escritor em tamanho natural.

O imponente Museu da Revolução conta a história da batalha vitoriosa sob o comando de Fidel Castro e Che Guevara.

//DE SIERRA MAESTRA À HABANA

Mais que em qualquer outro lugar, a memória cubana repousa no Museu da Revolução. Instalado no antigo palácio presidencial, no centro da cidade, desde 1974, o museu foi criado em 1959, no mes-mo ano em que os guerrilheiros, sob o comando de Fidel Castro e Che Guevara, passaram a governar o país que estava há duas déca-das sob o jugo do ditador Fulgencio Batista.

A história da revolução começa a ser contada nas paredes do museu que guardam as marcas das balas da batalha travada en-tre as forças do exército e os rebeldes. Fotografias, objetos pes-soais, armas e documentos formam um precioso acervo sobre a luta revolucionária, de Sierra Maestra (local onde os guerrilhei-ros se escondiam) à entrada triunfal em Havana, no dia 1º de janeiro de 1959. Mas há espaço também para a história de Cuba do período colonial, 1492 a 1898, sob o domínio espanhol, até o governo socialista de Fidel Castro, 1959 a 2006. No anexo, está o Memorial Granma com o navio que trouxe Fidel e Che do México para Cuba, em 1956, além de caminhões, tanques e aviões usados durante a revolução.

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Andar a pé

Há muitos meios de circular por Hava-na: além dos carros antigos, que funcio-nam como taxi e levam várias pessoas de uma vez, e dos ônibus, há os exóticos co-cotaxis (lambreta com cobertura em for-ma de coco), os bicitaxis (triciclo acoplado com um banco coberto com dois lugares) e as carroças. Vale experimentar cada um. Mas, bom mesmo é caminhar pela cidade a pé, apreciar a beleza e o sossego das ruas e trocar ideias com a sua gente, que ainda senta na calçada no final da tarde. A cida-de é muito tranquila. Há policiais em vá-rios cantos da cidade.

Os exóticos cocotáxis atraem a atenção dos turistas. Vale o passeio.

Entre as opções de transporte em

Havana, está o bicitáxi, triciclo

acoplado com um banco coberto.

Pôr-do-sol do Caribe

Com oito quilômetros de extensão, o Malecon, a beira mar de Havana, é indispensá-vel para quem quer apreciar o belo pôr-do-sol do Caribe e, de quebra, participar do encontro dos cubanos. O calçadão e o muro que protege a avenida contra as fortes on-das do mar são pontos de encontro de todas as tribos: filósofos, poetas, pintores, pes-cadores e jovens namorados lotam o local, todos os dias, para papear, tomar rum ou simplesmente admirar o entardecer olhando direto para os 150 km que os separam da Flórida, nos Estados Unidos.

Depois do passeio no Malecon, é hora de conhecer a movimentada vida noturna de Cuba. Com ou sem jantar, há várias opções de shows típicos. O mais procurado, pela fama internacional do grupo, é o da orquestra Buena Vista Social Club. Turistas de todo o mundo lotam o espaço, e mesmo que não tenham intimidade com os ritmos latinos, como o mambo, a salsa ou o chachachá, são convidados a dançar guiados pe-los bailarinos que acompanham a apresentação.

// Giro

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El Templete à direita, Café del Oriente abaixo à direita.

//ONDE FICAR

Há duas opções de hospedagem: hotel ou casa particular, reformada e autorizada pelo governo para este fim. As casas são uma alternativa para quem não quer gas-tar muito. São lugares sem luxo, mas com boa estrutura e café da manhã. Além de ser uma excelente oportunidade de conhecer mais de perto a realidade dos cubanos.

Para quem prefere os hotéis, há muitas op-ções, como os tradicionais Ambos Mun-dos, que hospedou por muitos anos o es-critor Hemingway, em Havana Velha; e o Habana Libre, que já abrigou Fidel e seus companheiros no período pós-revolução e fica no Centro.

//NÃO DEIXE DE VISITAR

Plaza de la RevoluciónUma das maiores praças do mundo, com 72 mil m2. O local foi palco dos encontros de Fidel com a população e dos seus longos discursos. Em frente à praça, um gigante mural de Che Guevara cobre parte da fachada do edifício do Ministério do Interior.

Fortaleza de San Carlos de la Cabaña Um grande complexo militar, que virou museu e espaço cultural, foi o local escolhido por Che Guevara para a execução dos inimi-gos. Toda noite, às 21 horas, se dispara o canhão, que antigamente anunciava o fechamento do forte.

Playa del Varadero Se houver tempo, visite a mais famosa praia de Cuba, a 142 km de Havana. São 20 km de areias finas e águas cristalinas azul turque-sa, com palmeiras em toda a sua extensão. É o lugar preferido dos turistas ricos e famosos. Há hotéis para todos os bolsos.

Playa del Varadero.

Forte Castillo del Morro.

//ONDE COMER

É possível encontrar bons restauran-tes a preços baixos. Para os apreciado-res de frutos do mar, o El Templete e o Café del Oriente são boas escolhas. Já os que querem provar a comida criolla, típica cubana, além do La Bodeguita del Medio, tem o La Guardia, um res-taurante familiar. A boa comida italia-na está no La Dominica, com bela de-coração à moda antiga.

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Trevoda

felicidadePor Lucílio LessaFotos Jarbas de Oliveira

A COMBINAÇÃO ENTRE QUALIDADE E SORTE VEM

GARANTINDO À GELATERIA TREVO O STATUS DE

FENÔMENO. À FRENTE, A EMPRESÁRIA VALÉRIA

BARROS E A BADALADA TAÇA DA FELICIDADE.

// À Mesa

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Inaugurada recentemente, a Trevo é o novo point da capital cearense.

Sorvetes com variados sabores e combinações agradam a todos os paladares.

“Isso é Trevo. E dá uma sorte!”. A frase, repetida à exaustão pelos atendentes da Gelateria Trevo, até

pode soar curiosa para alguns, mas não há como negar que desarma qualquer mau humor. Inaugurado há cerca de 8 meses, o novo point da capital cearense poderia ser apenas mais uma gelateria moderna se não fosse um fator que, associado à qualidade dos produtos e ao bom atendimento, virou um dos trunfos mais evidentes da casa: a sorte! Que o diga a proprietária Valéria Barros.

Com um sorriso de orelha a orelha, Valé-ria até agora se surpreende por tudo ter acontecido tão rápido. Depois de anos tra-balhando em outro setor, a empresária deu uma guinada após um curso de coating, que a fez mudar hábitos pessoais e lhe con-duziu à decisão de trabalhar em uma área que a fizesse mais feliz. Com a ajuda do marido e sócio, Markus Barros, usou a cria-tividade e a paixão por sorvetes para criar a Trevo. “O nome vem do curso. Lá, fala-se muito em sorte. Então, eu trouxe essa pa-lavra pra mim, passei a trabalhar isso e as coisas começaram a acontecer”, diz.

A explicação ganha força com o episódio que resultou no carro-chefe da gelateria, a Taça da Felicidade. A história é curiosa: mal tinha completado 15 dias de inaugu-rada, a Trevo recebeu a visita de uma blo-gueira muito popular, que se encantou pela novidade. “Um amigo meu pediu que eu fizesse algo especial, pois ela tinha mui-tos seguidores no Instagram e poderia vir a publicar, se gostasse. Peguei uma taça, co-loquei o sorvete, calda, chantilly, mas, ao fim, não me encantei. Derramei tudo, me-lei a taça com nutella, coloquei castanha, M&M’s, com os sabores que ela havia pe-dido e outros ingredientes. Aí, sim, fiquei encantada”, diz.

Segundo Valéria, quando a cliente recebeu a taça, arregalou os olhos e deu um sorri-so. “Todo mundo ficou olhando. Aí eu dis-se que como ela tinha ficado tão feliz, iria batizar a receita de Taça da Felicidade. Ela postou no Instagram e deu o endereço. Fo-ram mais de 18 mil curtidas. Isso era início da semana. No fim de semana, a fila ia lon-ge”, comemora.

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Os gelatos da Trevo já renderam premiação em revista nacional.

As combinações tornam os gelatos irresistíveis.

A Taça da Felicidade é o carro chefe da gelateria

A Taça da Felicidade é coberta com guloseimas e a borda pode vir com nutella, doce de leite ou brigadeiro.

TAÇA DA FELICIDADE

Com até três opções de gelato, a Taça da Fe-licidade é coberta com guloseimas. A bor-da possui três opções de base: nutella, doce de leite ou brigadeiro. Já as variações da cobertura são compostas de M&M’s, cas-tanha, ou granulado colorido, finalizada com chantilly e calda de chocolate. Serve até três pessoas. Dica: passe a colher por fora e misture com o sorvete. Uma delícia! Custo: R$ 35. São 700ml de gelato.

A Taça da Felicidade é responsável por 85% das vendas da gelateria. Por dia, são pedi-das de 200 a 300 unidades. Nos finais de semana, cerca de 700 pessoas, diariamente, optam por esse item do cardápio.

Quem não decidir pela Taça, pode optar entre os 24 sabores de sorvete que enchem os olhos. O gelato de dois sabores custa R$ 9,00. Já o de três sabores, R$ 11,00. Todos com base italiana, como denota o nome Ge-lato. E ainda há aquela pedra gelada para misturar sorvetes e ingredientes diversos. Os gelatos com caldas e coberturas variam de R$ 12 (com dois acompanhamentos) e R$ 16 (com até três acompanhamentos). Por cada acompanhamento a mais, é acres-centado o valor de R$ 2 no pedido. Há ain-da bebidas quentes, como café expresso (R$ 3), cappuccino (5,80) e chocolate cremoso (R$ 7,80).

Apesar das muitas opções, como o gelato de Leite Ninho, Whey Protein, Óreo, Farinha Láctea, KitKat, Ferrero Rocher e Pistache, entre outros, Valéria informa que só dois foram criados por ela: o Meu Trevo - sorve-te italiano branco com três trufas (chocola-te branco, amargo e o tradicional) - e o Ava-lanche - sorvete de creme (feito torta, com leite condensado cozido a banho maria).

Valéria ressalta que, em suas receitas, o foco é menos açúcar. “A Taça da Felicida-de, por exemplo, é doce por fora, mas como dentro o sorvete não contém muito açúcar, não fica aquela coisa enjoativa”, diz, lem-brando que a diferença entre o gelato e o sorvete é que o primeiro tem menos gordu-ra e é totalmente artesanal.

// À Mesa

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A proprietária Valéria Barros comemora o sucesso da gelateria e diz que alguns produtos já estão sendo copiados pelo mercado.

Com toque de sofisticação, a decoração faz uma alusão às fazendinhas do interior.

Os gelatos têm preço variados, de acordo com os ingredientes.

SORVETE NA CASA DOS AVÓS

A decoração da gelateria faz uma alusão às fazendinhas do interior, mas com um toque de sofisticação. A proposta é fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, à vontade, como se estivessem na casa dos avós. Com direito à lousa na parede para rabiscar e deixar recadinhos. “Foi tudo pensado em cima do meu sonho. A gen-te fez uma homenagem aos meus sogros, que são casados há 70 anos (tem uma foto gigante dos dois tomando sorvete). A his-tória de casamento deles é linda”, diz Va-léria. Para sentar, baldes de leite estiliza-dos se misturam às mesas e cadeiras com toque interiorano. Nas paredes, fotografias de vaquinhas e atividades no pasto. Chama atenção ainda as frases de autoajuda espa-lhadas nos ambientes.

PRÊMIO E DIVERSIFICAÇÃO

Com quatro meses de funcionamento, a sorveteria foi premiada pela Revista Veja Comer & Beber na categoria novidade do ano. Quando a repórter ligou para entre-vistá-la, Valéria nem deu muita atenção achando que tratava-se de uma pegadinha.

Na esteira do sucesso, a empresária irá criar uma rede de franquias da gelateria e já abriu uma nova empresa, a Trevo Açaí. O espaço conta com um cardápio diversi-ficado, como cupuaçú, ninho expresso, sa-ladas, sucos, além do tradicional açaí. Em breve: paletas mexicanas.

Valéria conta ainda que a Taça da Felici-dade passou a ser imitada pelo mercado, com diversas sorveterias vendendo o pro-duto. “Infelizmente não posso patentear, pois não é um produto industrializado”, lamenta.

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financiamentoEm busca do

Por Lucílio LessaFotos Jarbas de Oliveira

28 Revista Estilo Porto Freire

// Tijolo por Tijolo

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financiamentoEm busca do

COM O INTUITO DE DAR SUPORTE

AO CLIENTE DURANTE O PROCESSO

DE FINANCIAMENTO BANCÁRIO,

A PORTO FREIRE INOVA AO CRIAR

SETOR DE REPASSE.

Da esquerda para a direita, Eduardo Augusto, Sâmia Magalhães, Éverton Jean e Milena Fraga.

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CORRESPONDENTE BANCÁRIO

Outro momento crucial é a escolha do cor-respondente bancário, já que uma aposta errada pode atrapalhar todo o processo. “Se você vai para a Caixa Econômica, por exem-plo, há um suporte enorme de corresponden-tes bancários. Mas se vai para outros bancos, às vezes isso não existe. Além disso, o cliente pode se deparar com gerentes que não conhe-cem de fato os processos”, diz Sâmia.

Para dar um suporte ainda maior ao clien-te, a Porto Freire conta com o serviço de um correspondente bancário da Caixa Econômica Federal, o também consultor de vendas Eduardo Augusto, que mantém contato com correspondentes de outros bancos para facilitar os processos. Mas a decisão é do comprador. “A ideia é nos cer-carmos de cuidados para concluir de for-ma mais rápida o financiamento bancário do cliente”, destaca Sâmia Magalhães.

Eduardo Augusto aponta que sua função como correspondente auxilia não só a ele, mas a toda a equipe. “Sou consultor da Por-to Freire há 10 anos e, com o advento do crédito imobiliário e mudança do estilo de negócio da Porto Freire para preço fechado (antes era preço de custo), enxerguei uma oportunidade de prestar um serviço me-lhor para o cliente. Em paralelo, acabo au-xiliando meus colegas. Isso ajuda muito a fechar as negociações, pois os clientes sen-tem ainda mais confiança”, declara.

A princípio, os consultores de vendas fazem uma simulação de pagamento. A partir daí a construtora faz uma análise, em paralelo com a simulação do agente financeiro. Ex-cetuando o valor que será pago à constru-tora até a entrega do imóvel, cerca de 20% a 30% do valor total, sobra um valor a finan-ciar. “Esse valor é o que serve de subsidio para fazer a análise de crédito do cliente, ou seja, saber se, hoje, ele teria condições de conseguir o financiamento do saldo deve-dor. Caso tenha, a análise de crédito é libe-rada e ele financia quando o imóvel for en-tregue. Se não tiver, há toda uma análise de critérios para saber se poderia ser liberado”, diz o correspondente.

O financiamento imobiliário aos consumidores ainda é um dos momentos mais sensíveis na aquisição de um imóvel. A falta de orientação adequada e a difi-

culdade de levantamento da documentação necessária podem atrapalhar o processo e, às vezes, inviabilizar o financiamento, prejudicando a compra. A fim de garantir agilidade e suporte durante esse processo, a Porto Freire criou em 2011 o setor de repasse, célula da construtora que auxilia o cliente em todo o processo de financiamento do imóvel. Em suma, ele traduz para o cliente a linguagem do banco; agiliza a documenta-ção; esclarece dúvidas; e faz a ponte entre o cliente e a insti-tuição financiadora.

A existência de um setor específico que dê suporte na busca pelo financiamento imobiliário ganha ainda mais importância em um cenário no qual nem todos os bancos orientam de forma adequada o processo, já que trabalham com “n” produtos e não conseguem dominar uma área tão específica. “Houve casos de clientes recebe-rem documentos com erro do próprio banco. Em situações assim, entramos em contato para pedir a retificação. A verdade é que eles (os bancos) têm o check list do que é necessário, só que muitas ve-zes não conhecem os documentos. Mas já há bancos com setores específicos para deixar os clientes mais preparados”, destaca a ge-rente financeira Sâmia Magalhães.

Para Sâmia, o gargalo é que algumas intituições ainda ignoram a complexidade dos processos e acabam pecando por omissão. “A gente percebe que alguns bancos querem simplificar tudo e, por isso, erram, pois não é uma etapa tão simples. Há uma série de fases para que o cliente esteja apto ao financiamento, então prestamos esse apoio”, diz. A executiva avalia que embora o mercado precise desse diferencial, não é comum as construto-ras investirem em um suporte para intermediar a relação entre o cliente e a instituição financeira, o que denota pioneirismo da Porto Freire.

Para dar um suporte ainda maior ao cliente, a Porto Freire conta com o serviço de um correspondente bancário da Caixa Econômica Federal.

// Tijolo por Tijolo

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Segundo Eduardo, é nessa hora que os consultores verificam com o correspondente bancário as possibilidades de aquele cliente ad-quirir o financiamento. “Os critérios do banco são rigorosos, então a gente faz uma análise do tipo de renda que o cliente tem, que documentos ele precisa obter para conseguir o financiamento. Por exemplo, muita gente trabalha de maneira informal, então, depen-dendo do caso, pode ser aceito um decore”, explica. Ressalte-se que, a parceria com um correspondente bancário, o Coban, é importan-te porque o profissional compartilha sua experiência privilegiada com os colegas, já que possui uma visão macro da transação.

ETAPAS DA ATUAÇÃO DO SETOR DE REPASSE

A assistente ficanceira Milena Fraga informa que no momento em que é confirmada a data de entrega do empreendimento, o setor de repasse entra em contato com o cliente. Isso ocorre cerca de 30 dias antes da entrega do imóvel. Todos os clientes são orientados sobre a documentação e a necessidade de não haver nenhuma restrição nas instituições de proteção ao crédito, ou seja, orientados sobre a im-portância de não ter pendências que impossibilitem a solicitação do financiamento. “O repasse não só atua com financiamento, mas na captação de recursos para pagamentos à vista e, em casos bem excep-cionais, financiamento interno. Estando tudo correto, o setor faz con-tato com o banco e aguarda o prazo de averbação, liberação do habite-se e matrícula”, explica Milena.

Quando o processo fica pronto, o setor encaminha o material ao ban-co e providencia a documentação que o cliente vai precisar, tanto da construtora quanto do empredimento. Usando os serviços do cor-respondente bancário, a Porto Freire disponibilliza a documentação pertinente à empresa e o cliente encaminha os seus documentos par-ticulares. A partir daí, é feita uma pré-análise e o imóvel vai para a vistoria. “Aprovado, o banco junta os três laudos, conclui a análise, recolhe a documentação. É quando é dada entrada no ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Intervivos) junto à Secretaria de Finanças (Sefin). Isso é de responsabilidade do cliente. A gente libera só a documentação pertinente. Uma vez pago o ITBI, a instituição fi-nanceira emite o contrato e as partes assinam”, ressalta Milena.

A próxima etapa é o registo de cartório. Geralmente, o prazo é de 30 dias corridos. Após a conclusão, o contrato já registrado volta para a instituição financeira, que tem até cinco dias para liberar o valor para a construtora. “De posse do crédito, a gente faz a baixa da ficha e comunica ao cliente que o crédito está li-berado. Havendo alguma diferença de valores, seja pagamento ou restituição, fazemos o ajuste. O cliente então entra em con-tato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), que agen-da a entrega das chaves”, pontua.

FINANCIAMENTO DA OBRA

É importante explicar que na Porto Freire o processo de fi-nanciamento é controlado desde a averbação do empreen-dimento. Quem explica é o coordenador de Incorporação e Financiamento à Produção, Everton Jean. “Minha parte é preparar o produto (garantir o financiamento para a obra). Juntamente com outras garantias legais, essa aprovação (da instituição financeira) dá a certeza de que trata-se de um produto confiável, pois há um banco que ratifica a entre-ga”, destaca.

Geralmente, o banco garante 80% do valor do empreendimen-to, o que viabiliza a obra e, de quebra, facilita até uma pré--aprovação para o cliente que optar por aquela instituição para fazer o financiamento do seu imóvel. No fim das contas, é pos-sível conseguir inclusive uma taxa menor de juros. “Às vezes, o cliente consegue uma taxa igual a que o banco disponibilizou para a obra. No mercado, dependendo da construtora, os juros ficam entre 12% e 14%. Em alguns casos, nós conseguimos 10%, 10,5% ao ano”, ressalta Jean.

De acordo com o coordenador, esse diferencial é possível pelo fato de a construtora ser bem avaliada pelas instituições finan-ceiras. “Lógico que para haver uma boa taxa de juros, a constru-tora precisa estar associada a sindicatos, órgãos, ou mesmo ter uma boa situação financeira. Quando lançamos um produto, os bancos já nos procuram para financiar”, conclui Jean.

É importante explicar que na Porto Freire o processo de financiamento é controlado desde a averbação do empreendimento.

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